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A ameaça de ataques em solo francês não era uma novidade para as autoridades do país: há apenas alguns meses, 17 pessoas morreram em um atentado contra o jornal satírico Charlie Hebdo , que, até sexta, era o pior ocorrido em solo francês em décadas.
Serviços de inteligência e segurança da França estão sob questionamento após ataques Se o país estava em alerta, por que as agências de segurança francesas não conseguiram evitar os ataques que deixaram cerca de 130 mortos e outras três centenas de feridos? A resposta parece apontar para eventuais falhas dos serviços de segurança, mas ela não é tão óbvia assim. Leia também: Francês, 29 anos e com passagem pela polícia: conheça o suspeito de ataques em Paris identificado por dedo após explosão Desde janeiro, as ruas do país são vigiadas por milhares de militares, e 25 mil policiais patrulham lugares com potencial para serem escolhidos como alvo de atentados. Fim do Talvez também te interesse O problema é que as autoridades "não podem prever onde será realizado o próximo ataque", analisou Frank Gardner, correspondente de Segurança da BBC. E muitos especialistas vão na mesma linha. Para a porta-voz do Partido Socialista (governista) , Corinne Narassinguin, "obviamente houve uma falha da inteligência francesa", e as investigações sobre o que ocorreu mostrarão no que os serviços de segurança devem melhorar. Em conversa com a BBC, porém, ela ponderou que "é impossível garantir segurança absoluta hoje em dia, especialmente porque os terroristas operam em uma escala muito menor. Os terroristas entendem que é mais fácil organizar um grupo muito pequeno de pessoas que vão a lugares muito lotados com armas automáticas e provocam um banho de sangue". Após os ataques, a França voltou a bombardear áreas controladas pelo "Estado Istâmico" na Síria Autodefesa Após o ataque ao Charlie Hebdo, a França sinalizou, com sua política externa, que estava ciente da possibilidade de novos ataques. Quando o governo de François Hollande decidiu, em setembro deste ano, lançar bombardeios contra o autoproclamado grupo radical "Estado Islâmico" na Síria, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, afirmou que esses ataques atingiam lugares "onde são treinados aqueles que atacam a França". O correspondente da BBC em Paris, Hugh Scholfield, assinalou à época que tais ataques poderiam ser interpretados na legislação das Nações Unidas e do direito internacional como uma ação legítima de autodefesa. Leia também: Após atentados de Paris, França ataca 'Estado Islâmico' Nesse sentido, um questionamento sobre eventuais falhas das agências de segurança francesas ao não conseguir evitar o atentado de sexta talvez seja simplista ao desconsiderar a complexa realidade atual e os vários fatores em jogo. "Até que saibamos mais sobre a organização do ataque e seus autores, é impossível culpar esse ou aquele serviço de segurança", afirmou Yves Trotignon, ex-funcionário da unidade antiterrorismo da Direção-Geral de Segurança Exterior da França, ao jornal britânico The Guardian. Segundo Trotignon, durante muito tempo os serviços de segurança temiam que um ataque como o de sexta-feira pudesse acontecer, ainda mais com o precedente deixado pelo atentado executado em 2008 em Mumbai, na Índia, no qual morreram 166 pessoas. Especialistas em segurança dizem ser impossível monitorar tantas pessoas o tempo todo 'Quase inevitável' Para alguns, não dá para acusar as agências de segurança francesas de terem falhado, pois seria humanamente impossível seguir os passos de seus próprios cidadãos e de cada pessoa que se movimenta pela União Europeia, espaço de livre trânsito para seus integrantes. Para Peter Neumann, professor de estudos de segurança do King's College, em Londres, as agências de segurança europeias já trabalham na capacidade máxima há alguns anos. "Colocar uma pessoa sob vigilância 24 horas requer 30 policiais. Não é possível monitorar centenas de pessoas", afirmou o especialista à BBC. "É quase inevitável que algo assim aconteça", acrescentou. Leia também: Quem são as vítimas dos ataques em Paris? A verdade é que muitos serviços de inteligência e de segurança "têm recursos limitados para seguir e monitorar grupos terroristas que conheçam ou aqueles dos quais suspeitam. E esses recursos têm de ser manejados de acordo com as ameaças identificadas", escreveu, em um artigo publicado pela rede árabe Al Jazeera, Martin Reardon, vice-presidente da The Soufan Group, consultoria de segurança e inteligência global. A situação, porém, ficou ainda mais complexa para a inteligência depois que o "Estado Islâmico" convocou seus seguidores em todo mundo a executarem ataques em seus países. "É extremamente difícil se defender de um ataque desse tipo quando já começou a ser executado, disse Trotignon. Ainda há muitas perguntas a serem respondidas sobre os ataques em Paris Sem precedentes O fato de três homens-bomba ativaram seus explosivos em bares ou restaurantes é incomum. A França ainda não havia experimentado ataques quase simultâneos. O que aconteceu em Paris mostra que os atiradores "não têm uma prioridade ou uma hierarquia" quando escolhem seus objetivos, afirmou à BBC Shashank Joshi, especialista em políticas de segurança do Royal United Service Institute de Londres. O belga Pieter van Osraeyen, especialista em grupos jihadistas, assinalou parecer que o "Estado Islâmico" está enviando um sinal no qual diz que "pode atacar a qualquer momento, em qualquer lugar". Os ataques de Paris foram muito bem coordenados e provavelmente demandaram meses de treinamento, afirmou ele à BBC. Leia também: Por que novamente em Paris? Sendo assim, houve erros da segurança francesa? Para Joshi e Van Osraeyen, não. "Não é possível monitorar todos os alvos fáceis", afirmou o primeiro. "Trata-se mais de reagir ao que ocorre, a estabelecer uma comunicação entre as diferentes partes do Estado, a uma liderança forte, a controlar o fluxo de informação, a minimizar o pânico." Frequentadores foram alvejados no restaurante Le Petit Cambodge, em área boêmia de Paris Segundo Van Ostaeyen, "a França fez tudo o que pôde. É muito prematuro dizer se (os ataques) poderiam ou não ter evitado". Outros estudiosos, porém, dizem que o país falhou ao não notar o inimigo em seu próprio solo. Olhar para dentro Uma corrente de pesquisadores acredita que as agências de segurança da França não deveriam focar no extremismo islâmico gestado fora de seu território, mas sim no que acontece em algumas das áreas mais pobres do país. "Por muitos anos, alguns bairros desfavorecidos dos subúrbios de Paris e de outras cidades têm sido um terreno fértil para extremistas islâmicos. A chamada jihad (guerra santa)tem sido um elemento sedutor para alguns jovens muçulmanos alienados de regiões abandonadas, onde o desemprego é alto", afirmou o repórter da BBC Laurence Peter, especialista em Europa. Segundo os estudiosos, mais de 500 muçulmanos franceses engrossaram as fileiras jihadistas na Síria e no Iraque, o maior número entre os países ocidentais. "Minha impressão é de que a substancial população muçulmana da França, que quer ser francesa, que quer se integrar e ser aceita, não está realmente integrada por completo", afirmou à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, Abkar Ahmed, embaixador do Paquistão no Reino Unido e professor da American University, de Washington, e do Instituto Brookings. Omar Mostefai, identificado como um dos autores dos ataques, cresceu em subúrbio do país "Isso está causando tensão e, dessas comunidades na França, surgem dois ou quatro indivíduos preparados para cometer atos violentos", acrescentou Ahmed. Para o especialista em Islã contemporâneo, os meios de comunicação deveriam "diminuir o volume" de sua constante associação entre muçulmanos e a palavra terrorismo. "Ainda que haja algumas pessoas envolvidas com isso, talvez duas dúzias, três dúzias de pessoas, a comunidade inteira está sendo estigmatizada pela imprensa. Isso tem que parar, afinal pode levar mais muçulmanos, especialmente os jovens, a atos de violência por se sentirem com raiva, desencantados, sem esperança", acrescentou. Siga a BBC Brasil no Twitter e no Facebook
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado em Viena que “lamenta” pelas vítimas dos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo, durante o violento fim de semana na capital paulista.
Sem fazer críticas diretas ao governo do Estado, Lula disse que ações desse tipo são resultado de anos de falta de investimento em politicas sociais. “O problema da violência no Brasil é que durante 50 anos, quando se falava em investimento em educação se falava em gasto e aí colocava o dinheiro da educação como para qualquer outra coisa”, afirmou o presidente, ao deixar o Hotel Imperial, no centro de Viena, onde ficou hospedado durante a 4ª Cúpula União Européia, América Latina e Caribe. “Na hora que você não investe em uma escola, você vai ter de investir depois em uma cadeia. É só vocês analisarem quanto custa um jovem na Febem e um jovem na escola.” Campanha? Quando questionado sobre se falava do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que se afastou do cargo para disputar a pré-candidatura pelo PSDB, Lula disse que não ia citar nomes. “Eu não estou nominando ninguém, eu não vou nominar. É uma cultura brasileira de confundir investimento em educação com gasto. De investir em política social como gasto.” “De vez em quando, se cria a seguinte coisa: precisamos ter um choque de gestão, choque de gestão significa cortar gasto, significa mandar gente embora e eu prefiro utilizar um choque de inclusão”, disse Lula. Choque de gestão é a expressão usada por Alckmin, quando defende a forma como saneou as finanças do Estado. “Nós precisamos investir no povo brasileiro. Essa e a chave da questão, investir nas pessoas, dar comida, dar escola, que as pessoas vão se transformar em pessoas sadias, independentes e saudáveis, e não vão precisar roubar, e não vão precisar matar, não vão precisar fazer isso.” Após relacionar uma série de medidas tomadas durante o seu governo no setor da educação, o próprio presidente indagou: “E por que fizemos isso?”. Sua resposta:“Porque eu proibi no governo falar que dinheiro em educação é gasto.” “Dinheiro em educação é o maior investimento que uma nação pode fazer para se desenvolver. O resto é conversa fiada”, completou. O presidente falou à imprensa pouco antes de sair para um jantar com o presidente da Áustria, Heinz Fischer – seu ültimo compromisso oficial na visita a Viena. Antes de sair para o jantar, Lula perguntou aos jornalistas se não iam cobrir a contra-cúpula de Viena, na qual discursaram neste sábado os presidentes venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Morales.
Um tribunal de apelação nos Estados Unidos aceitou a alegação de assédio sexual de uma assistente de roteiristas do seriado americano de televisão Friends.
Amaani Lyle disse que, quando ela trabalhava na equipe, em 1999, três roteiristas faziam constantemente piadas sobre mulheres e sexo, ridicularizando com freqüência pessoas negras. O caso foi rejeitado pelo Tribunal Superior do condado de Los Angeles em 2002, mas acabou reconsiderado em parte depois de apresentada apelação. Quando o caso foi apresentado originalmente, os réus alegaram que os comentários, gestos e piadas eram uma parte regular do processo de criação de um programa sobre jovens sexualmente ativos. O tribunal de apelação não reconsiderou toda a queixa contra os roteiristas e a companhia Warner Bros. Television Productions e rejeitou a alegação de que Lyle foi demitida por ser negra e mulher. Outro ponto rejeitado foi a alegação de Lyle de que ela poderia sofrer retaliação porque reclamou da falta de personagens negros na série.
"Quando uma pessoa sofre de agorafobia e foi escolhida para ser madrinha no casamento da melhor amiga, perguntas como que roupa vestir e quem evitar na festa se tornam irrelevantes.
A britânica Lucy Jollow fez uma verdadeira epopeia para evitar dormir fora depois da comemoração - que aconteceu na Escócia, a centenas de quilômetros de casa Esta história é uma versão editada da apresentação da escritora e comediante Lucy Jollow, que sofre de agorafobia - o medo de locais públicos ou de multidões -, feita para a BBC durante o festival Fringe, de artes e cultura de Edimburgo, na Escócia. Você pode pensar que agorafobia se trata simplesmente de ficar trancado em casa, com medo do mundo do lado de fora. Mas, na realidade, é muito mais estranho que isso. Aos 29 anos, desenvolvi um transtorno muito específico: o medo absoluto de passar a noite em qualquer lugar que não seja três casas específicas. E todas as três casas estavam muito longe da Escócia, onde minha amiga se casou. O estranho é que, antes, eu tinha um trabalho que me fazia hospedar-me em hotéis diferentes toda semana. Eu era do tipo de pessoa que não comprava sabonete líquido porque guardava muitos frascos em miniatura. Minha fobia é difícil de explicar. Então, eu costumava inventar desculpas sobre por que não podia ficar em algum lugar e desenvolvi um conhecimento enciclopédico sobre os horários do transporte público para conseguir chegar em casa quando sinto medo. Mas eu tinha um compromisso que ganhava cada vez mais importância: o casamento da minha melhor amiga. Um ano antes de minha fobia se manifestar, minha amiga Emma havia pedido que fosse uma das três madrinhas do casamento dela. Prometi que seria, mas não tinha previsto que isso se transformaria em minha versão pessoal de inferno. Aos 29 anos, Lucy Jollow passou a ter medo absoluto de passar a noite em qualquer lugar que não seja três casas específicas Ela tinha me dito que seria uma cerimônia muito informal, em um lugar de fácil acesso. Seria um casamento 'hippie' em Edimburgo. Pensei que, se eu economizasse, compraria uma passagem de trem de ida e volta e poderia lidar com isso. Contaria com a ajuda de um betabloqueador - medicação para a hipertensão usada por algumas pessoas para combater a ansiedade -, floral, reiki e uma rota de fuga planejada em todos os momentos. Não seria fácil, mas era administrável. Mas o evento mudou completamente, virou uma festa tradicional, com direito inclusive a castelo - que ficava na zona rural de Perthshire, a 112 km de Edimburgo. Emma tentou me convencer a ficar numa casinha linda, nos arredores do local da festa, ou num hotel próximo. Mas ela não podia imaginar que qualquer uma das opções envolveria horas de terror total. Então, comecei a planejar em detalhes minha 'rota de fuga' do casamento. 'Você pode pensar que agorafobia se trata simplesmente de ficar trancado em casa, com medo do mundo do lado de fora, mas é muito mais estranho que isso' O primeiro desafio era chegar às 11h para ajudar a noiva. Eu me dei conta de que só seria possível chegar a essa hora se pegasse um avião em Londres às 5h, depois um trem de Edimburgo a Perth e, em seguida, um táxi. Na noite anterior, enquanto outros convidados certamente relaxavam no castelo, eu não consegui dormir, com medo de não ouvir o despertador e perder a hora. Quando finalmente cheguei ao local, já estava delirando de cansaço. Durante as horas seguintes, tudo o que tinha que fazer era cuidar do meu delineador de olhos, vestir a noiva e esperar pelo fim da cerimônia. A ideia de que em seis horas eu iria pegar um ônibus para voltar me tranquilizou de maneira significativa. A cerimônia, para mim, foi insuportável. O impulso de fugir é mais forte quando você não tem opção de sair de onde está. Os noivos trocaram alianças num belo jardim, com vista para uma colina. Enquando isso acontecia, eu repetia como um mantra: 'Finja que é uma ovelha, finja que é uma ovelha'. Fiquei submersa nessa ideia e, quando me dei conta, Emma e Keith já estavam casados. Minha tarefa, então, foi servir canapés e champanhe. O estranho das fobias é o quão pessoais elas são. No meu caso, gosto muito de falar com estranhos. Poderia fazer isso para viver. Então, no casamento, para tentar me distrair, fiquei passeando e dizendo a dezenas de rostos novos: 'Champanhe?'. 'Minihamburger?'. 'Adorei seu chapéu'. Ao mesmo tempo, contudo, uma vozinha interior me dizia: 'E se o táxi não vier?'. 'O que vai acontecer se o ônibus for cancelado?'. Eu me sentia na beira do precipício. Eu me perguntei se deveria reservar um táxi extra ou averiguar se alguém iria de carro na mesma direção que eu naquela noite. Disse a mim mesma que, na pior das hipóteses, podia oferecer todo meu dinheiro a alguém que topasse dirigir 756 km até minha casa. Essa me parecia a melhor opção - melhor que dormir num lugar novo, pelo menos. Participei da sessão de fotos do casamento. O que, de pronto, me fez sorrir. Faltava meia hora para eu ir embora e comecei a desfrutar a festa. Pude ver que, para todo os outros, o casamento foi divertido. Antes da sobremesa, fui rapidamente ao banheiro trocar de roupa. Vesti uma calça jeans, calcei o tênis, coloquei o vestido e o salto numa sacola e conferi se tinha tudo de que precisava. Água, batata, a passagem do ônibus. Senti uma onda de emoção. Uma vez que cheguei à cidade de Dundee, estaria a 15 horas da minha própria cama. Para mim, essa viagem de carro de 15 horas significava liberdade, enquanto ficar num hotel simbolizava ficar presa. Lucy: 'Vi quão irracional era minha fobia. Eu estava comendo um hambúrguer engordurado na madrugada' Não sei se os outros convidados acharam estranho uma madrinha escapulir antes dos discursos, mas ninguém disse nada. Emma mencionou, de uma maneira gentil, que estava feliz por ter me levado até lá, mas estava triste porque eu perderia a valsa. E eu também. Triste de não poder fazer tudo o que considerava normal, mas realmente não sabia como fazer. Já era meia-noite, enquanto os outros convidados pulavam num lago iluminado pela Lua, meu ônibus chegava a Glasgow. Comi minhas batatas e olhei pela janela, sentindo-me satisfeita com minha escolha. Às 4h, paramos em numa rodovia deserta e parabenizei a mim mesmo. Tinha conseguido. Tinha sido madrinha do casamento da Emma e consegui não passar a noite naquele lugar. Nesse momento, vi quão irracional era minha fobia. Eu estava comendo um hambúrguer engordurado na madrugada, dizendo a mim mesma que era sortuda por ter evitado uma noite num grande castelo. Claro, se essa fosse uma história de ficção, eu teria me curado naquele momento. Na verdade, levei mais três anos para conseguir passar duas noites em Veneza com minha mãe. Mesmo assim, eu escapei em um voo de volta para casa, no último minuto, um dia antes do previsto. Comecei, lentamente, a dormir em lugares novos. Ainda levo comigo um kit de sobrevivência, que inclui pastilhas para o estômago e chá de ervas, mas consigo fazer o que nenhum agorafóbico tem como certo: sair de casa." O que é agorafobia - Muita gente pensa que a agorafobia é simplesmente o medo dos espaços abertos, mas se trata de uma doença mais complexa. Alguém com agorafobia pode sentir medo de viajar em transporte público, visitar um shopping ou sair de casa, por exemplo. - Se uma pessoa com agorafobia está numa situação estressante, normalmente experimenta sintomas de ataque de pânico, como batimento cardíaco acelerado, hiperventilação, suor, ondas de calor ou náuseas. - Eventos traumáticos como a perda de um ser querido podem contribuir para que se desencadeie esse transtorno. - Muita gente melhora simplesmente falando sobre os sintomas com um terapeuta. - Se uma pessoa tem um ataque de pânico, se concentrar em algo muito concreto, visível e que não parece ameaçador pode ajudar. - A agorafobia é duas vezes mais comum em mulheres que nos homens. Normalmente começa entre os 18 e 35 anos. Fonte: NHS (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido)
O saldo de mortos do terremoto que atingiu a Itália na madrugada de terça-feira subiu para pelo menos 247, enquanto equipes de resgate lutam para encontrar sobreviventes.
Equipes de resgate lutam para encontrar sobreviventes As buscas continuaram por toda a noite, quando foi registrado um novo terremoto secundário, danificando ainda mais os prédios já avariados. Dezenas de pessoas ainda estariam presas em meio aos escombros nas cidades de Amatrice, Accumoli e Pescara del Tronto na região central do país. Mais de 4,3 mil pessoas trabalham na operação de resgate usando escavadeiras e as próprias mãos. Terremoto de magnitude 6.2 ocorreu às 3h36 de quarta-feira Muitas das vítimas eram crianças, informou a ministra da saúde italiana, Beatrice Lorenzin. Segundo ela, o saldo de mortos pode aumentar ainda mais. O terremoto de magnitude 6.2 ocorreu às 3h36 de quarta-feira (22h36 de terça-feira no Brasil) a 100 km a nordeste da capital Roma. O último saldo de mortos foi divulgado na manhã de quinta-feira - 190 mortes na província de Rieti e 57 na vizinha Ascoli Piceno. Equipes de resgate dizem que retiraram cinco corpos das ruínas do Hotel Roma, na cidade histórica de Amatrice. Pelo menos 70 turistas estavam hospedados no local quando o terremoto ocorreu. Muitos ainda estariam presos em meio aos escombros, embora alguns já tenham sido retirados com vida e recebido cuidados médicos. Na tarde de quarta-feira, uma multidão comemorou no vilarejo de Pescara del Tronto quando uma menina foi retirada com vida dos destroços depois de ter ficado presa por 17 horas. Quase todas as casas desmoronaram, segundo o prefeito. Cidades pequenas foram as mais atingidas O terremoto atingiu pequenas cidades e vilarejos onde as regiões de Umbria, Lazio e Le Marche se cruzam. Moradores passaram a noite fora de casa ou em tendas fornecidas pelos serviços de emergência. Entre os mortos, está uma bebê de 18 meses, Marisol Piermarini, cuja mãe Martina Turco sobreviveuy ao terremoto mortal de 2009 em L'Aquila. Ela decidiu se mudar da cidade após a tragédia, informou a agência de notícias italiana Ansa. A mulher está hospitalizada após ser retirada dos escombros no vilarejo de Arquata del Tronto, acrescentou a Ansa. Cães farejadores estão sendo usados para encontrar sobreviventes Imagens mostram o antes e depois do terremoto no vilarejo de Pescara del Tronto Abalos secundários Após o terremoto principal, houve tremores secundários, incluindo um de 4.7 de magnitude cujo epicentro foi a 7 km a leste de Norcia, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos. O prefeito de Amatrice, Sergio Pirozzi, disse que três quartos da cidade foram destruídos e nenhuma casa era considerada segura para morar. Muitos dos afetados estavam de férias na região. Alguns haviam ido a Amatrice para um festival que celebra uma especialidade local - o bacon amatriciano e o molho de tomate. Rua principal de Amatrice foi completamente arrasada pelo terremoto Casas e prédios em Amatrice desmoronaram A Itália é um dos países mais suscetíveis à ocorrência de fortes terremotos, especialmente para quem vive ao longo da cordilheira dos Apeninos. Segundo dados disponibilizados pela agência governamental americana que monitora desastres naturais, desde 2000 a Itália registrou 12 terremotos de grande intensidade. A atividade sísmica na região mediterrânea é resultado do grande atrito entre as placas tectônicas da África e da Eurásia. Mas há mais detalhes a serem levados em conta no terremoto da madrugada desta terça-feira. O Mar Tirreno, no oeste da Itália, entre o continente e as ilhas da Sardenha/Córsega, está se abrindo aos poucos, cerca de 2 cm por ano. Prédios históricos foram destruídos por terremoto Cientistas dizem que isso vem contribuindo para o "racha" ao longo dos Apeninos. Segundo alguns especialistas, essa pressão é agravada pelo movimento da crosta terrestre no leste, no Mar Adriático, que estaria se movendo para debaixo da Itália. O resultado é um grande sistema de falhas que percorre toda a extensão da cadeia montanhosa, com uma série de falhas menores aos lados. Agora, imagens de satélites que serão tiradas da região dos Apeninos nos próximos dias ajudarão a mapear a área do terremoto. Essas fotos serão comparadas a imagens espaciais anteriores ao tremor de terça, para que se possa avaliar qual foi o movimento das rochas. Isso ajudará os cientistas a entender precisamente onde e como foi o atrito das placas tectônicas, informação que pode ajudar os especialistas a entender se todo o estresse do choque foi liberado ou se foi acumulado em placas próximas. Pessoas tiveram de dormir fora de casa Imagens mostram o antes e depois do terremoto em Amatrice Histórico Apesar de ser mais suscetível a terremotos, a Itália não sofria um tremor de grande intensidade havia quatro anos. Em maio de 2012, dois abalos ─ de 5.8 e 6.1 de magnitude ─ atingiram o norte do país. Mas o pior tremor a atingir a Itália recentemente aconteceu em Áquila, em 2009. Foto aérea de Amatrice mostra escala do estrago Naquele ano, um terremoto de 6.3 de magnitude arrasou a cidade, deixando mais de 300 mortos e outros 1,5 mil feridos. Outras 65 mil pessoas ficaram desabrigadas. O de maior intensidade de que se tem registro no país ocorreu no início do século passado, em 1905, segundo o monitoramento americano. Foi quando 557 pessoas morreram após um tremor de 7.9 de magnitude atingir as comunas de Monteleone, Tropea e Nonte Poro. Dezenas de pessoas ainda estariam presas em meio aos escombros Mas houve tremores ainda muito mais fatais. Um deles foi registrado em Nápoles, em 1980, com um saldo de 4.689 mortes.
O arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, aparece em quarto lugar entre os favoritos para suceder o papa João Paulo 2º, de acordo com uma casa de apostas irlandesa.
A indicação de dom Cláudio como novo papa está pagando 7 por 1 na manhã desta segunda-feira, segundo a lista da Paddy Power. O número representa uma melhora da sua posição em relação ao fim de semana. No domingo, ele aparecia em sexto, com uma cotação de 12 por 1. Os primeiros colocados são o cardeal nigeriano Francis Arinze e o italiano Dionigi Tettamanzi, ambos cotados a 11 por 4. Perda de favoritismo O latino-americano mais bem cotado na casa de apostas é o cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, em Honduras: 9 por 2, logo acima de dom Cláudio. Empatado com o arcebispo de São Paulo aparece o atual prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o alemão Joseph Ratzinger, que é considerado próximo de João Paulo 2º. Em relação ao fim de semana, tanto Tettamanzi quanto Rodríguez Maradiaga perderam um pouco de favoritismo entre os apostadores da Paddy Power. Eles apareceram nas primeiras listagens cotados a 5 por 2 e 4 por 1, respectivamente.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e, após o julgamento de um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal, teve seu pedido de prisão decretado pelo juiz federal Sergio Moro na quinta-feira.
Ex-presidente teve seu pedido de prisão decretado pelo juiz federal Sergio Moro na quinta-feira Moro determinou que Lula se apresente à sede da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, até às 17h de hoje, mas ele dá sinais de que pode aguardar na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, seu berço político, para ser preso em meio a apoiadores e militantes do Partido dos Trabalhadores (PT). A prisão de um ex-presidente é uma situação inédita desde a redemocratização do país, mas não é o primeiro caso na história do Brasil - o último episódio do tipo ocorreu há quase 50 anos. Antes de Lula, três ex-presidentes chegaram a ser presos e um mandatário - Washington Luís - foi detido ainda no cargo. Outros não chegaram a ser formalmente detidos, mas tiveram seus movimentos restringidos por militares, como Café Filho (1899-1970), em 1955, e Jânio Quadros (1917-1992), em 1968. Mas, diferentemente do caso atual, os motivos neste quatro episódios foram políticos, e não a condenação por um crime comum, como acontece com Lula. Confira a seguir. Fim do Talvez também te interesse Marechal Hermes da Fonseca (1855-1923) Sobrinho do primeiro presidente da República, o marechal Deodoro da Fonseca, o gaúcho Hermes da Fonseca foi preso quase oito anos após o fim de seu mandato presidencial, que durou entre 1910 e 1914. Nesta época, o presidente do país era Epitácio Pessoa, que havia ordenado uma intervenção federal no Estado de Pernambuco. O marechal, então presidente do influente Clube Militar, criticou a medida e foi preso em julho de 1922. O governo também ordenou o fechamento do clube. Esse episódio foi o estopim da Revolta dos 18 do Forte, um levante contra Pessoa e seu futuro sucessor, Artur Bernardes, que assumiria em novembro. A revolta foi contida no dia seguinte. Em janeiro de 1923, Fonseca foi libertado, já doente, após o Supremo Tribunal Federal conceder um habeas corpus. Morreu pouco depois, em setembro, em Petrópolis, na região serrana do Rio. Washington Luís (1869-1957) A Revolução de 1930 não marcou apenas a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, mas a deposição do então presidente por um golpe de Estado. Vargas havia sido derrotado na disputa pela Presidência por Júlio Prestes, indicado por Washington Luís para sucedê-lo, e a aliança formada em torno da chapa de oposição acusou ter ocorrido fraude no pleito. Em 24 de outubro, em meio a pressões militares e políticas, Washington Luís foi obrigado a deixar a sede do governo federal no Rio de Janeiro e levado para o Forte de Copacabana. Foi o primeiro presidente a ser preso com seu mandato ainda em curso. Em seguida, foi para o exílio, vivendo os 17 anos seguintes na Europa e nos Estados Unidos. Retornou ao país em 1947, após a redemocratização, com o fim da ditadura do Estado Novo, dois anos antes. Morreu em São Paulo dez anos depois, em agosto de 1957, sem nunca mais ter voltado a atuar na política. Artur Bernardes (1875-1955) Presidente entre 1922 e 1926, foi o sucessor de Epitácio Pessoa e um dos apoiadores da Revolução de 30, que levou Getúlio Vargas ao poder. Mas, dois anos depois, apoiou a Revolução Constitucionalista de 1932, movimento armado deflagrado em São Paulo que buscou derrubar o governo de Vargas. Foi preso em 23 de setembro daquele ano, por tentar fazer um levante em Minas Gerais em apoio ao movimento paulista. Ficou pouco mais de dois meses detido antes de ir em dezembro para o exílio em Portugal, onde ficou cerca de um ano e meio. Em 1934, já anistiado, retornou ao Brasil. Foi eleito deputado estadual, participou da Assembleia Constituinte de 1934 e atuou como deputado federal até 1937. Com o Estado Novo, teve o mandato cassado e foi afastado da vida política. Integrou a Constituinte de 1946 e foi deputado federal entre 1950 e 1954. Morreu no ano seguinte, no Rio de Janeiro. Juscelino Kubitschek (1902-1976) JK, como ficou conhecido o ex-presidente, havia deixado o governo do país havia três anos e atuava como senador por Goiás quando teve seu mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos pelo golpe de 1964. Exilado, retornou ao Brasil em 1967. No ano seguinte, com a edição do Ato Institucional nº 5, em 13 dezembro, foi preso no mesmo dia no Rio de Janeiro, durante a Presidência de Costa e Silva, e levado para um quartel na cidade vizinha, Niterói. Junto com o ex-governador Carlos Lacerda, que articulava com o ex-presidente João Goulart a formação de uma frente para exigir a volta da democracia, foi solto no dia 22 do mesmo mês. Ficaria ainda mais um mês em prisão domiciliar, em seu apartamento. Abandonou a política e dedicou-se a atividades como empresário desde então. Morreu em 1976, em um acidente de carro na rodovia Presidente Dutra, durante uma viagem.
A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, em Quito, no Equador, que o Brasil vai começar um "verdadeiro combate" ao vírus da zika e que "a melhor vacina é o combate de cada um de nós".
Governo anunciou força-tarefa contra Aedes; país teve maior epidemia de dengue da história no ano passado "Agora, no Brasil, vamos iniciar um verdadeiro combate ao vírus da zika", disse a presidente. "Se ainda hoje nós não temos uma vacina, temos certeza de que iremos ter, mas vai levar um tempo. A melhor vacina contra o vírus da zika é o combate de cada um de nós, do governo, mas também da sociedade, eliminando todos os focos nos quais o mosquito vive e se reproduz." O zika vírus, que está associado ao aumento de casos de microcefalia no país, é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue. O Brasil teve, no ano passado, um número recorde de casos de dengue. Foram mais de 1,6 milhão de casos e 863 mortes. Fim do Talvez também te interesse O mosquito já foi erradicado no Brasil, mas voltou a circular há pelo menos 30 anos - a primeira grande epidemia de dengue deste período foi em 1986. Já o vírus da zika foi identificado no país pela primeira vez em 2015 e gera preocupação por estar associado a microcefalia em fetos. Até o momento, foram notificados 3.893 casos no país. Mosquito já foi erradicado, mas voltou a circular há pelo menos 30 anos O governo anunciou nesta semana uma força-tarefa com 220 mil homens das Forças Armadas para visitar domicílios em todo o país e entregar panfletos. "A fêmea, por exemplo, põe 400 ovos. Quanto mais água, mais esse mosquito se reproduz, e nós não podemos deixá-lo nascer. Então vai ser um combate casa a casa, em que o governo vai colocar extremo empenho", disse Dilma. A ação visa conscientizar a população para que evite acúmulo de água limpa e parada, onde o mosquito se reproduz. Especialistas ligam, porém, o avanço do Aedes ao processo de urbanização do país com deficiências de fornecimento de água e sistema de esgoto. A seca que atingiu alguns Estados do país, principalmente São Paulo, também levou a população a acumular água, o que pode ter favorecido os criadouros. Segundo Dilma, que está no Equador para encontro da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe), o vírus preocupa toda a região. "Nós dessa região do mundo, todos estamos preocupados com o zika vírus. O presidente Rafael Correa (do Equador), o presidente da Colômbia, todos estamos", afirmou. No Equador, Dilma disse que toda a região está preocupada com zika EUA O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também manifestou preocupação com o vírus nesta terça-feira. Ele pediu que fossem desenvolvidos testes, vacinas e tratamentos contra a doença rapidamente. Ainda não houve transmissão da doença no país, mas diversas pessoas que haviam viajado para a América do Sul foram diagnosticadas com o vírus nos EUA. Na segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde lançou um informe dizendo que a doença deve ser espalhar por todo o continente e só não atingirá os países em que não há presença do Aedes aegypti - Chile e Canadá.
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) anunciou nesta terça-feira que vai aumentar sua oferta em 2 milhões de barris por dia a partir de primeiro de outubro.
O cartel vinha sendo pressionado a anunciar o aumento em uma tentativa de baixar a cotação do produto, que aumentou muito nos últimos meses e atingiu os US$ 70. Segundo analistas, a cotação foi impulsionada pelos efeitos do furacão Katrina sobre as refinarias americanas da região do Golfo do México. A ameaça de um novo furacão, o Rita, também atingir a região fez com que o preço do barril de petróleo leve cru subisse 7% na segunda-feira, a maior alta em um único dia desde 2001. O aumento de produção dos 11 países-membros da Opep terá duração de três meses, segundo o anúncio feito em Viena, na sede da organização. A Opep, no entanto, não alterou o teto da produção, atualmente em 28 milhões de barris por dia. Ceticismo Analistas estão céticos quanto à possibilidade de a oferta adicional de petróleo ter um impacto sobre os preços. Em relatório publicado nesta terça-feira, o Centro Global de Estudos sobre a Energia diz não ser provável que qualquer ação da Opep reduza substancialmente os preços. "A capacidade ociosa da Opep caiu para 2 milhões de barris por dia, mas muito disso fora da Arábia Saudita continua sendo de utilidade questionável", diz o relatório. O FMI (Fundo Monetário Internacional) também alertou recentemente que o investimento previsto em capacidade de produção e refinaria não será suficiente para impedir o aumento de preços nos próximos cinco anos. No seu relatório anual Perspectivas para Economia Mundial, a ser publicado na quarta-feira, o Fundo deverá dizer que é improvável que a produção supere o consumo global de petróleo nesse período. Os preços do petróleo subiram 45% nos últimos 12 meses, embora estejam ainda abaixo do valor recorde de US$ 70,85 por barril registrado imediatamente após o impacto do furacão Katrina na região produtora dos Estados Unidos.
O Tribunal Constitucional do Peru determinou que o ex-presidente do país Alberto Fujimori não pode concorrer nas eleições presidenciais marcadas para o ano que vem.
Como a decisão não é passível de apelação, este parece ser o ponto final nas tentativas de Fujimori de voltar à Presidência. O Congresso peruano baniu a candidatura de Fujimori por dez anos em 2000, logo depois que ele se exilou no Japão. Fujimori deixou o Peru em meio a um escândalo de corrupção envolvendo o seu então assessor direto e chefe dos serviços de segurança, Vladimiro Montesinos. Pesquisas de opinião indicavam que ele seria o segundo favorito nas próximas eleições. Ainda nesta sexta-feira, o governo peruano anunciou a criação de uma unidade legal para acelerar os seus esforços para a extradição do ex-presidente. Os advogados da nova unidade devem buscar mais provas contra Fujimori, que é acusado de violações de direitos humanos.
O ex-presidente polonês Lech Walesa deixou o movimento sindical Solidariedade, que ele fundou e dirigiu em sua luta contra o comunismo na Polônia dos anos 80 - e no qual se tornou famoso em todo o mundo.
Walesa disse que "tinha diferenças" com seus antigos aliados no movimento, o atual presidente Lech Kaczynski e seu irmão gêmeo, o primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski, e avisou que não participaria das cerimônias que marcam o 26º aniversário do sindicato este mês. Um ano atrás, Walesa deu indicações de que planejava deixar o Solidariedade: "Este não é mais o meu sindicato. Esta é uma era diferente, com pessoas diferentes e problemas diferentes", afirmou ele durante as comemorações do 25º aniversário do movimento em agosto do ano passado. Walesa, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1983, teria deixado o movimento no começo deste ano. Boicote "Ele não paga suas contribuições sindicais desde o fim do ano passado", disse um dos líderes do Solidariedade, Jerzy Borowczak, à agência AFP. Walesa já havia deixado claro que não concordava com as posições dos irmãos Kaczynski e que boicotaria as comemorações de aniversário do Solidariedade para não mostrar apoio a delas, de acordo com o correspondente da BBC Adam Easton. "A política dele (Lech Kaczynski) é destruir primeiro e depois pensar no que construir no lugar", disse Walesa no mês passado. Nos anos 90, quando era presidente e tinha os irmãos gêmeos como seus conselheiros, Walesa os demitiu de seus cargos. Segredos comunistas O principal ponto de discórdia entre Walesa e os Kaczynski é a medida que torna públicos todos os documentos da antiga polícia secreta comunista. Os críticos acreditam que a nova "lei de transparência" pode levar a uma caça às bruxas no país. Mais de meio milhão de poloneses, cujos nomes aparecem nos arquivos secretos, poderiam enfrentar investigações. Até agora, apenas membros do governo e do Parlamento eram obrigados a declarar se tinham qualquer envolvimento com os serviços de segurança da época. "Eu não gosto das teorias da conspiração deles. Eles sempre têm as pessoas sob suspeita", disse Walesa sobre os gêmeos.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), César Gavíria, encontrou-se em Caracas com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e disse que o desentendimento entre os dois está superado.
Gavíria confirmou que vai investigar as denúncias do governo de irregularidades na coleta de assinaturas para um referendo sobre o mandato de Chávez, mas disse que tanto os 'chavistas' quanto a oposição terão de aceitar os resultados finais da vontade popular. Na segunda-feira, após o encerramento da campanha para a coleta de assinaturas na Venezuela, Chávez havia criticado as declarações de Gavíria, que afirmou não ter encontrado indícios de irregularidade. "Gavíria disse que não havia nada de anormal e disse algo muito mais grave: defendeu a liderança da oposição. Creio que passou do limite. Quem, como observador, não é imparcial, perde qualquer moral", disse o presidente venezuelano. Expectativa Tanto os seguidores quanto os opositores do presidente venezuelano festejaram o fim da campanha pela coleta de assinaturas até as primeiras horas da terça-feira. O Conselho Nacional Eleitoral tem agora 30 dias para validar as assinaturas. Após quatro dias de campanha para recolher 2,5 milhões de assinaturas necessárias para a realização de um plebicito para decidir se Chávez deve ou não permanecer no comando do país, os líderes da oposição disseram ter conquistado o apoio de 3,5 milhões de pessoas. O diretor do comitê eleitoral, Jorge Rodríguez, disse, no entanto, que não se pode confiar em nenhum dos números divulgados até agora e que as únicas cifras válidas serão as que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) revelar em janeiro. Rodríguez afirmou que o número oficial vai "ridicularizar" as cifras divulgadas tanto pelo governo quanto pela oposição.
Se os livros de Jorge Amado abriram um 'novo mundo' para os leitores soviéticos, uma obscura adaptação de Capitães da Areia se encarregou de sedimentar de vez o encanto da Bahia no imaginário dos sofridos comunistas.
Thomas Pappon Da BBC Brasil em Londres Atores americanos e brasileiros interpretam personagens como Gato, Volta-Seca, Sem-Pernas e Pirulito O filme americano The Sandpit Generals (nome que traduzido ao pé da letra seria 'Generais do tanque de areia'), dirigido por Hal Bartlett e finalizado em 1971, trouxe - pela primeira vez ao país - imagem, movimento, cores e som à uma história do autor baiano. Inteiramente filmado em Salvador e arredores em 1969 e estrelado por atores americanos (talvez os mais conhecidos sejam John Rubinstein, ator de séries de TV e filho do pianista Arthur Rubinstein, e Butch Patrick, o "Eddie" da família Monstro) e brasileiros (entre eles Guilherme Lamounier, Eliana Pittman, Marisa Urban), o longa-metragem concorreu ao Festival Internacional de Cinema de Moscou em 1971. O livro não tinha chegado ainda à URSS, portanto os leitores de Amado estavam conhecendo, também pela primeira vez, a história de bravura e solidariedade de Pedro Bala e sua turma de garotos abandonados da Salvador dos anos 30. Segundo a pesquisadora Elena Beliakova, da Universidade Estatal de Tcherepovets, quando chegou aos cinemas soviéticos, em 1973, o filme foi assistido por cerca de 43 milhões de pessoas e deixou profundas marcas em toda uma geração de russos. Kent Lane (à dir), o 'Pedro Bala': 'lembranças boas e ruins' Para a própria filóloga, que diz ter assistido ao filme "umas 200 vezas", trata-se do "maior filme de todos os tempos e de todos os países". E ela não está só. No site de cinema IMDB, outros russos tecem loas ao filme e recordam o seu impacto. É "o filme americano de maior sucesso na União Soviética nos anos 70 e 80", diz 'yonic', hoje morando em Israel. "Vi o filme duas vezes em meados dos anos 70 e ainda não consigo me conformar de quão fascinante, comovente e profundo ele foi. O final e o clima todo do filme me perseguem até hoje". 'Galina', hoje vivendo nos Estados Unidos, recorda quando esteve no cinema "vivendo, amando, torcendo, odiando, rezando, lutando, sofrendo, tentando sobreviver e morrer juntos com os 'capitães da areia'". Para ela, apesar de ter sido feito décadas antes, Sandpit Generals "é mais forte, comovente e pungente" do que Cidade de Deus. 'Hubtum' de Montreal, no Canadá, diz que o "doce e triste charme dessa obra-prima vem me assombrar desde minha infância". 'Minha jangada vai sair pro mar' Beliakova e todos os comentaristas do IMDB são unânimes em apontar um elemento crucial para o encanto de Sandpit Generals: a trilha sonora, de Dorival Caymmi. A Canção da Partida ("minha jangada vai sair pro mar/vou trabalhar meu bem querer..."), interpretada por Caymmi, a música-tema do filme, foi praticamente adotada pelos russos. Dorival Caymmi faz o estivador João de Adão, papel de destaque em 'Sandpit Generals' Traduzida para o russo e sob o título de 'Capitães de Areia', com uma letra que mais parece um manifesto dos garotos de rua do filme, a canção entrou para o cancioneiro popular russo, foi gravada inúmeras vezes e, segundo colegas da Seção Russa do BBC World Service, é conhecida no país inteiro. No YouTube é possível encontrar dezenas (talvez centenas) de clipes de cidadãos russos cantando e/ou tocando a canção. O jornalista russo Alexander Kan, da BBC, chamou a atenção da reportagem para uma cena-chave de um conhecido filme de gângster russo "pós-perestroika" feito nos anos 90, Brigada. Em um casamento no estilo de O Poderoso Chefão, a música é tocada pela orquestra a pedido de um dos presentes em homenagem ao noivo e a memórias compartilhadas do passado, o que reforça a impressão de que a canção de Caymmi, por sua ligação com o sucesso do filme, é uma espécie de símbolo da passagem da adolescência para o mundo adulto sob o comunismo da era Brejnev. Rainha do Technicolor A história do imenso impacto das canções praieiras de Caymmi na gelada e cinzenta URSS já é boa, mas melhor ainda é a ironia de um filme tão marcante no país ter sido uma produção norte-americana financiada por uma famosa atriz da era de ouro de Hollywood, Rhonda Fleming. Rhonda era casada, na época, com o cineasta Hall Bartlett e quis bancar o projeto do marido. Estrela de Hollywood Rhonda Fleming financiou a produção The Sandpit Generals foi um grande fracasso nos Estados Unidos, onde foi taxado de "socialista" e "hippie" e acabou sendo, mais tarde, cortado, remontado e relançado sob os títulos The Wild Pack e The Defiant. No Brasil, ele foi proibido pelo regime militar - e, verdade seja dita, mesmo se tivesse sido liberado, fica difícil imaginar o filme tendo o mesmo sucesso que teve na Rússia, ainda mais vendo vários atores loiros e de olhos azuis interpretando meninos de rua de Salvador. "O filme só foi exibido uma única vez, para a equipe técnica", contou à BBC Brasil o músico e produtor musical André Lamounier, irmão do cantor e compositor Guilherme Lamounier, o 'Gato' do filme. "Foi uma sessão privada no estúdio Condor, no Rio de Janeiro, para umas cinquenta pessoas, em 71 ou 72, por aí". O americano Kent Lane, que fez 'Pedro Bala', o papel principal do filme, e é filho de Rhonda Fleming - conhecida como "rainha do Technicolor" pela sua beleza e flamejantes cabelos ruivos - contou à BBC que, após as filmagens, a produção foi "por água abaixo". "Quando voltamos aos Estados Unidos, Hall (que mais tarde faria outro clássico hippie, Fernão Capelo Gaivota) e Rhonda se divorciaram, o filme virou caso de litígio, nunca foi devidamente lançado, não podia nem citá-lo no meu currículo", contou Kent, que pouco depois desistiu da carreira cinematográfica e hoje vive em Palm Springs, na Flórida, "jogando tênis". Ele diz ter lembranças mistas das filmagens, boas ("todos os brasileiros eram carinhosos") e ruins (o trauma da filmagem de uma ritual de candomblé, em que "decapitaram um bode vivo e passaram o sangue dele no meu peito") e que, até coisa de poucos anos atrás, não tinha a mínima ideia sequer de que o filme tinha sido lançado na versão original. John Rubinstein (à dir), o 'Professor', é um dos atores mais conhecidos do filme "Fiquei sabendo quando uma mulher de uma universidade russa me procurou. Ela ficou chocada quando lhe disse que não sabia do sucesso do filme na Rússia". Surpresa semelhante teve a atriz e cantora Eliana Pittman, que vive no Rio de Janeiro, onde foi procurada por uma "amiga russa da filha de Luis Carlos Prestes (líder comunista brasileiro, que viveu um bom tempo no exílio na URSS), que quis me conhecer por causa do filme". Frívolo e sexy Sandpit Generals teve também o mérito de abrir o apetite dos russos para outras adaptações de obras de Jorge Amado pelo cinema. Dona Flor e seus Dois Maridos, de Bruno Barreto, teve um sucesso retumbante no país e foi um dos filmes mais "picantes" já exibidos nos cinemas soviéticos. O jornalista russo Alexander Kan, de 58 anos, lembra bem da chegada de Dona Flor...: "A censura com certeza impôs vários cortes", diz ele. "Mesmo assim , o que ficou no filme era de uma sensualidade fora do comum. Causou um grande auê. Os russo nunca tinham visto algo de natureza tão frívola e sexy." Leia mais sobre esse assunto Centenário de Jorge Amado Tópicos relacionados Links externos A BBC não se responsabiliza pelo conteúdo dos links externos indicados
O crescimento econômico da China em 2005 foi estimado pelas autoridades locais em 9,8%, num nível muito maior do que o esperado.
Ou Xingqian, um alto funcionário da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, anunciou a cifra em um encontro do órgão. Apesar de não ser uma confirmação oficial, ela é a primeira indicação sobre a taxa de crescimento do país no ano passado. Se o dado for confirmado, ele indicaria que a economia chinesa cresceu mais rápido em 2005 do que nos dois anos anteriores. Ele também indicaria que os esforços do governo para reduzir a velocidade de crescimento de alguns setores com excesso de demanda não teriam dado os resultados esperados. Crescimento controlado O crescimento nos setores controlados pelo Estado, como construção, que vêm alavancando o boom econômico chinês, está sendo cada vez mais controlado pelas autoridades. Porém uma grande parte da recente expansão econômica da China veio do setor privado, em áreas como serviços e o setor bancário. As previsões anteriores sugeriam um crescimento econômico de 9,4% em 2005 na China, num nível parecido aos 9,5% registrados em 2003 e 2004. As estimativas oficiais de crescimento em 2005 devem ser publicadas no final deste mês.
Uma mulher britânica está ameaçada de perder a guarda do filho de oito anos por causa do peso do menino: 89 quilos.
Nicola McKeown, de 35 anos, foi convocada pelas autoridades locais do condado de North Tyneside, no norte da Grã-Bretanha e recebeu um ultimato para controlar a dieta do filho. O garoto Connor McCreaddie já perdeu 9,5 quilos nos últimos dois meses, mas diz ainda preferir comida processada a frutas e vegetais. Antes do Natal, Connor chegou a pesar 92,5 quilos, o equivalente a quatro vezes o peso normal para um menino de sua idade. Desde então, ele começou um regime de exercícios intensivos e introduziu alimentos mais saudáveis em sua dieta. O menino se exercita com uma bicicleta e um trampolim, mas precisa parar após dez minutos porque fica sem ar e com ânsia de vômito. Ele tem dificuldades para se vestir e para tomar banho sozinho, e falta à escola com freqüência por causa de seus problemas de saúde e também por ser alvo de chacota dos colegas. “Não gostou” A mãe do menino disse à BBC que Connor “uma vez provou uma maçã, mas não gostou”, e que se recusa a comer frutas, verduras e saladas. “Se ele não come nada disso, preciso dar a ele a comida de que ele gosta. Não posso deixá-lo passar fome”, disse McKeown. Ela disse já ter visitado médicos, mas que nenhum ofereceu ajuda para tentar mudar os hábitos do filho. Para ela, a eventual perda da guarda do menino seria “desastrosa”. Uma porta-voz do Conselho de North Tyneside disse que as autoridades “compartilham as preocupações sobre a saúde e o bem-estar da criança”. “Temos trabalhado com a família por um longo período de tempo e continuaremos a fazê-lo. Os interesses da criança são primordiais”, disse a porta-voz.
Três explosões foram ouvidas nesta segunda-feira perto do quartel-general da coalizão militar liderada pelos Estados Unidos na capital do Iraque, Bagdá.
Mensagems divulgadas por meio de alto-falantes recomendavam às pessoas que "buscassem se proteger" depois das explosões, por volta das 22h35, hora local (17h35, hora de Brasília). Não está claro exatamente onde as explosões ocorreram, ou se causaram danos. As explosões ocorreram oito dias depois que um atentado suicida deixou pelo menos 20 pessoas mortas e 60 feridas no quartel-general dos Estados Unidos em Bagdá. Projétil Segundo a agência de notícias Associated Press, um oficial da coalizão disse que um projétil caiu perto de uma plataforma de pouso de helicópteros no quartel-general da coalizão em Bagdá. A chamada "zona verde" controlada por soldados americanos na capital americana vem sendo atacada regularmente desde que foi estabelecida, no ano passado. O ataque mais recente ocorre num momento em que uma equipe das Nações Unidas investiga a possibilidade de levar funcionários estrangeiros de volta para o Iraque. A ONU retirou do país todo o seu pessoal estrangeiro depois de um ataque contra seus escritórios em Bagdá, em agosto de 2003, que matou cerca de 20 pessoas. O principal representante da organização no país, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morreu nesse ataque.
A economia dos Estados Unidos encolheu a uma taxa anual de 0,3% entre julho e setembro, de acordo com dados do Departamento de Comércio americano.
Os números referentes ao PIB (Produto Interno Bruto) foram melhores do que se esperava, apesar de terem confirmado a contração mais acentuada da economia americana desde 2001. A redução de 0,3% é registrada após um crescimento de 2,8% no trimestre anterior. Os gastos do consumidor, que representam dois terços da economia americana, encolheram 3,1%, a primeira contração desde 1991. Recessão Os gastos com produtos não-duráveis, como comida e papel, caíram no ritmo mais acentuado desde 1950. A contração significa que a economia dos Estados Unidos está a meio caminho da definição padrão de recessão - dois trimestres consecutivos de crescimento negativo. Mas a definição oficial nos Estados Unidos é diferente, o que significa que a economia americana não está oficialmente em recessão até que o departamento nacional de pesquisa econômica decida que esse é o caso. De qualquer forma, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) tem demonstrado uma clara preocupação com a perspectiva de uma recessão e reduziu a taxa de juros de 1,5% para 1% na quarta-feira. "Os gastos do consumidor representam cerca de 70% do PIB, e isso parece ser o nível mais baixo em duas décadas, o que significa que, no quarto trimestre, entraremos em recessão", disse Bill Walsh, presidente da empresa de investimentos Hennion and Walsh, de Nova Jersey. Os dados do PIB foram acompanhados pela divulgação, pelo Departamento do Trabalho, do número de pedidos por seguro-desemprego na semana passada. O país registrou 479 mil pedidos na semana que terminou no dia 25 de outubro, o mesmo total da semana anterior, mas ainda assim um número alto, que sugere que os problemas na economia americana estão chegando ao mercado de trabalho.
O filme Brokeback Mountain recebeu na segunda-feira três prêmios do Círculo dos Críticos de Nova York, apresentando-se como um dos favoritos para o Globo de Ouro, cujos indicados serão anunciados nesta terça-feira.
O filme, que trata de um romance entre caubóis gays, foi premiado nas categorias de melhor filme, melhor diretor (Ang Lee) e melhor ator (Heath Ledger). Brokeback Mountain já havia recebido distinções de associações de críticos de Los Angeles e Boston. Analistas dizem que agora o filme emerge como provável líder das indicações para o Globo de Ouro, que é visto como uma prévia do Oscar. O Círculo dos Críticos de Nova York entregou o prêmio de melhor atriz para Reese Witherspoon, por sua atuação em Walk the Line. William Hurt e Maria Bello foram escolhidos melhores ator e atriz coadjuvantes – eles contracenam no filme Marcas da Violência. Outro prêmio Mas o diretor Ang Lee não recebeu na segunda-feira outro prêmio para o qual havia sido indicado, o do National Board of Review of Motion Pictures. O vencedor foi George Clooney, autor do filme Good Night, and Good Luck. Philip Seymour Hoffman (Capote) ficou com o prêmio de melhor ator, e Felicity Huffman (Transamerica), de melhor atriz. Mas Brokeback Mountain ficou com o prêmio de melhor ator coadjuvante do National Board of Review of Motion Pictures, entregue a Jake Gyllenhaal. O de atriz coadjuvante ficou com Gong Li, por Memórias de uma Gueixa.
Um empresário alemão decidiu que a dolorosa conversa sobre o fim do relacionamento poderia se tornar um novo e lucrativo negócio. Bernd Dressler oferece um serviço no qual ele informa namorados e cônjuges que seus parceiros decidiram terminar a relação.
O preço a ser pago para evitar a discussão é de 20 euros (cerca de 57 reais) se a má notícia é dada por telefone e de 50 euros (142 reais) por uma conversa em pessoa. Quem contrata o serviço pode decidir ainda se quer que a mensagem seja passada de forma carinhosa ou direta. A eficiência e objetividade de Dressler já renderam a ele o apelido de "o exterminador". O empresário de 52 anos define sua empresa como uma agência matrimonial "ao contrário". Mensageiro "Temos agências de casamento há 30 anos. Se você quer ter um novo relacionamento, você tem que terminar o anterior. É o mesmo mercado - só que invertido", disse Dressler à BBC. O empresário explica que a maior parte de seus clientes não quer mais nenhum contato com os ex-parceiros. Mas antes de ver tudo resolvido, eles têm que dar três razões para o fim do relacionamento. Os motivos são então explicados aos namorados e cônjuges abandonados. "É o momento certo para esse serviço. Muitos clientes estão insatisfeitos em suas relações e querem que tudo termine de forma neutra", diz Dressler. O ex-gerente de seguros disse que teve sorte até o momento por não ter enfrentado nenhuma reação extrema. "Sou apenas o mensageiro", afirma ele.
Na década de 1960, o físico americano Bertrand Halperin teorizou sobre a existência de uma nova forma de matéria, a qual ele batizou de "excitonium". Desde então, diversas equipes de pesquisadores conseguiram encontrar evidências de sua existência, mas nenhuma delas definitiva – até agora.
O 'excitonium' existe como teoria na literatura especializada há cinco décadas Cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, conseguiram provar que a tal matéria existe. Liderada pelo físico Peter Abbamonte, a equipe desenvolveu um método para demonstrar de cinco formas diferentes que o excitonium é real, segundo seu trabalho publicado na revista científica Science. "Esse resultado é de importância cósmica", disse Abbamonte. O excitonium é um condensado, portanto, um sólido, formado por partículas chamadas "éxcitons". Essas partículas são compostas por um par improvável: um elétron que se excita, ou seja, se energiza, e passa de uma faixa de energia para outra, e o "buraco" que ele deixa ao se mover. Esse buraco "se comporta como se fosse uma partícula com carga positiva e atrai o elétron que escapou". A interação entre ambos forma o éxciton, diz o comunicado da Universidade de Illinois. Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos EUA, confirmaram de cinco formas diferentes a existência do 'excitonium' | Foto: L. Brian Stauffer/Universidade de Illinois A dupla "estranha e maravilhosa", nas palavras dos cientistas, compõe a partícula. Se isso parece complicado, é porque de fato é. Segundo os pesquisadores, o excitonium "desafia a razão". Para que serve? De acordo com Guilherme Matos Sipahi, do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), a descoberta permitirá explorar melhor a mecânica quântica e as previsões feitas nesse campo de conhecimento. "Isso promove um avanço da ciência e pode levar a novas tecnologias." O trabalho foi realizado em parceira com pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley e da Universidade de Amsterdã, na Holanda. Levou-se tanto tempo para chegar a esse resultado porque os cientistas não tinham as técnicas necessárias para distinguir o excitonium sem margem de dúvidas, uma tarefa que exigiu seis anos. Em uma entrevista para a revista Newsweek, Abbamonte contou ter se encontrado com Halperin, cientista da Universidade de Harvard hoje com 76 anos, e ele teria demonstrado muita felicidade ao saber da confirmação empírica de sua teoria. O excitonium existe na literatura especializada há cinco décadas, mas os cientistas ainda não sabem quais são suas propriedades. Tanto que existem hipóteses opostas: alguns pensam ser um material isolante, enquanto outros imaginam que funcione como um supercondutor ou um superfluido, transportando energia sem dissipação. Teorias das propriedades do 'excitonium' ainda são conflituosas | Foto: Peter Abbamonte/Frederick Seitz O novo desafio da equipe da Universidade de Illinois será identificar as possíveis funções do excitonium e, assim, apontar futuras aplicações. Em entrevista ao jornal britânico The Independent, Abbamonte comparou esta descoberta com a do Bóson de Higgs, também conhecida como a "partícula de Deus". "Provar sua existência é crítico para validar as leis da Física como as conhecemos hoje."
Um estudo feito por cientistas americanos afirma que comer demais é um vício para pessoas obesas.
Medições feitas com sete pessoas obesas mostraram que as regiões do cérebro que controlam a saciedade são as mesmas que são ativadas pelas drogas em pessoas viciadas. O estudo feito pelo Brookhaven National Laboratory, de Nova York, foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Science. A equipe de cientistas que fez a pesquisa disse que os resultados podem ajudar a desenvolver novos tratamentos para obesidade. Impulsos cerebrais Os pesquisadores estudaram os impulsos do cérebro de pessoas obesas. Todas elas usavam um Sistema Implantável de Estimulação Gástrica (sigla ISG, em inglês), um aparelho implantado no corpo que ajuda a reduzir peso. O ISG manda sinais eletrônicos para um nervo que repassa uma mensagem de saciedade para o cérebro, reduzindo a vontade de comer. Para entender a interação entre o estômago e o cérebro, os voluntários tiveram seus cérebros escaneados duas vezes com um intervalo de duas semanas. Em um dos testes, o aparelho estava ligado, e no outro, desligado. Quando os voluntários estavam se sentindo saciados, o scanner mostrou mudança no metabolismo em partes do cérebro como o córtex orbitofrontal e o hipocampo, área do órgão associada com o comportamento emocional, o aprendizado e a memória. “Logo que vimos esses testes, logo me lembrei do que havíamos estudado sobre abuso de drogas, quando as pessoas estavam passando grande vontade (de tomar a droga) – as mesmas áreas do cérebro se ativaram”, disse o pesquisador do Brookhaven National Laboratory, Gene-Jack Wang, que liderou o estudo. Segundo ele, isso corrobora a idéia de que há relação entre os circuitos do cérebro ativados pela alimentação e aqueles ligados ao consumo de drogas. Apesar de a pesquisa ser uma amostragem pequena, afirmou Wang, ela ajuda a entender melhor a obesidade e o desejo de comer. “Isso nos dá outro canal para compreender como tratar ou prevenir obesidade.” Para o professor Jimmy Bell, do grupo de imagem molecular do hospital Hammersmith, de Londres, o estudo é muito interessante. “Há muita pesquisa sendo feita em todo o mundo procurando biomarcadores – qualquer coisa que mostre exatamente o que está acontecendo no processo biológico – para entender a relação entre apetite, saciedade e fatores emocionais que controlam o que nós comemos, quando nós comemos e quanto nós comemos”, disse Bell. “Não acho que seja surpreendente que eles tenham encontrado um elo entre o vício de drogas e comer demais. De certa forma, você pode encarar o ato de comer como uma ‘necessidade que vicia’ – se nós não fossemos viciados em comer, a maioria pararia de comer.”
A empresa líder mundial na fabricação de brinquedos, a Mattel, anunciou uma queda significativa em seu faturamento no primeiro trimestre deste ano, refletindo a redução mundial na venda de um de seus produtos mais populares, a boneca Barbie.
O faturamento da empresa teve uma queda de 73%, enquanto as vendas da boneca caíram 6% em todo o mundo – 15% nos Estados Unidos. No trimestre anterior, as vendas da Barbie já haviam caído 5% globalmente, e 25% nas lojas americanas. Além da diminuição nas vendas da Barbie, a Mattel atribuiu os maus resultados ao aumento nos custos de produção de brinquedos. Trocando de namorado Em fevereiro, a empresa havia lançando uma iniciativa de marketing com o objetivo de dar novo impulso às vendas da boneca. Na ocasião, a empresa anunciou que, após uma união de 43 anos, Barbie estava se separando de seu parceiro Ken. A decisão também coincidiu com o lançamento de um novo modelo da Barbie – a Cali (de "californiana") Girl Barbie: bronzeada, com shorts e top. Combinando com o lançamento, a Mattel lançou até um novo parceiro para a boneca: Blaine, um boneco representando um surfista australiano. Com um corpo de proporções consideradas irreais, Barbie foi uma parceira improvável do movimento feminista nos anos 60 e 70, ao se apresentar como uma mulher independente, com uma carreira. Em suas várias versões, ela já foi desde estrela de rock a médica militar. Mais de um bilhão de Barbies já foram vendidas em 150 países.
No mundo da música, em especial da ópera, Alberto Vilar era tão festejado quanto seus heróis favoritos, um personagem que inspira outras obras de arte.
Vilar é um refugiado cubano que, motivado pela avó paterna, se apaixonou por música. Nos Estados Unidos, sem perder sua paixão, estudou economia, trabalhou em bancos e abriu sua própria investidora. Na década de 90, durante a explosão da informática, seu Amerindo Technology Fund chegou a render 249% ao ano. Choviam milhões em cima dele. E Alberto Vilar adorava passar o dinheiro adiante. Doou US$ 125 milhões para várias instituições e se comprometeu a doar outros US$ 125 milhões. Em Nova York, no circuito das artes, era estrela nas estréias, festas e páginas sociais. Dizia que ia a cem óperas por ano. Adorava também ver o próprio nome em letras grandes nas placas, prédios, programas e bolsas de estudos ligados a música. Na Ópera Metropolitana de Nova York, uma das áreas mais nobres leva o nome dele, que estava até no cardápio. Queria mais. Chegou a propor que os grandes benfeitores das óperas subissem ao palco junto com os cantores nas estréias, mas a idéia foi rejeitada. Quando a bolha da informática estourou em 2000, Vilar desafinou. Muitos compromissos não foram cumpridos. Seu nome e suas placas começaram a ser retirados ou apagados, mas ele continuou prometendo. Na sexta passada, voltando de uma conferência sobre investimentos, Vilar foi preso e algemado, acusado de roubar US$ 5 milhões de um investidor. O ex-mecenas mora em frente à ONU num apartamento de 1, 1 mil metros quadros cobertos de quadros, tapetes e esculturas, mas continua na prisão nova-iorquina, entre presos comuns, sem dinheiro para pagar a fiança de US$ 10 milhões imposta pelo juiz. Vilar não tem nem US$ 10 mil na conta bancária. Aos 64 anos, se queixa de problemas de saúde, da ingratidão dos beneficiados e da falta de música.
Tomar oito garrafas de cerveja por dia – este é o tratamento que um campeão mundial de dardos, Andy Fordham, está adotando para curar uma lesão que o está afastando do esporte no momento.
Fordham, campeão pela BDO (Organização Britânica de Dardos), machucou o pulso e precisa se recuperar até o dia 21, quando vai disputar uma aguardada partida contra Phil Taylor, que detém o título mundial pela WDC (Conselho Mundial dos Dardos). "Estou bebendo várias garrafas de cerveja e o exercício está ajudando a reforçar os músculos do meu pulso", afirma Fordham. "Já há algumas semanas tirei as bandagens, então o tratamento está funcionando." Olimpíada O campeão está se submetendo à terapia no seu pub preferido, no condado britânico de Kent, no sul da Inglaterra. Ele quebrou o pulso direito ao sofrer uma queda, e já há várias semanas não consegue treinar. Fordham só espera conseguir retomar o lançamento de dardos de forma mais ativa uma semana antes do duelo contra Phil Taylor. O vencedor vai receber um prêmio de 60 mil libras (R$ 313,8 mil). Enquanto isso, o campeão da BDO está jogando seu considerável peso – cerca de 190 kg – no apoio a uma campanha para transformar os dardos, muito populares na Grã-Bretanha, em um esporte olímpico. Phil Taylor também apóia a iniciativa. "Pelo menos a Grã-Bretanha ganharia mais algumas medalhas", afirma Taylor. Ele tem um argumento na ponta da língua para defender o reconhecimento dos dardos como um esporte respeitável. "É tão esporte quanto o golfe ou a sinuca."
Os manifestantes contrários ao governo que passaram a noite de sexta-feira acampados no centro de Beirute protestaram neste sábado pelo segundo dia seguido para pedir a renúncia do primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora.
Os participantes dos novos protestos, organizados pelo grupo xiita Hezbollah, paralisaram grandes áreas da região central da cidade. Os restaurantes e cafés do centro de Beirute, normalmente bastante movimentados nos sábados, foram fechados. Centenas de simpatizantes do Hezbollah e de seus aliados pró-Síria exigem a renúncia de Siniora com o argumento de que, após a saída de seis ministros da oposição, o governo passou a ser inconstitucional. Os manifestantes prometem ficar acampados até que o governo renuncie. Siniora diz que não aceitará as pressões e que não renunciará. Alguns de seus ministros foram se juntar a ele na sede do governo, protegida pelo Exército. O governo libanês está fragilizado depois que vários ministros deixaram os seus cargos e após o assassinato do ministro Pierre Gemayel, um importante político anti-Síria. Protestos Na sexta, o Hezbollah organizou uma grande passeata e mobilizou suas forças de segurança para proteger a multidão. Os manifestantes se concentraram em torno do gabinete de Siniora horas antes de o protesto começar, carregando bandeiras libanesas e gritando slogans como "Queremos um governo limpo". "Nós viemos a Beirute pedir a queda do governo que monopolizou o processo decisório e não fez nada por nós", disse à agência de notícias francesa AFP Tatiana Atieh, que viajou do norte do Líbano à capital para participar da manifestação. Segundo o correspondente da BBC em Beirute, Jon Leyne, esta pode ter sido a primeira de muitas ondas de protesto até que o governo de Siniora renuncie. Leyne diz que os atuais protestos são bastante similares aos que levaram o próprio Siniora ao poder, cerca de 18 meses atrás, quando a influência síria no país diminuiu. Os manifestantes que acamparam no centro de Beirute levaram suprimentos de água, rádios e até instrumentos musicais para passar o tempo. 'Intimidação' O primeiro-ministro libanês disse que nenhuma tentativa de tirá-lo do poder à força terá sucesso e acrescentou que se trata de uma "tentativa de golpe". "A independência do Líbano está ameaçada, e todo os sistema democrático está em perigo", disse Siniora, na última quinta-feira. Os Estados Unidos descreveram as pressões do Hezbollah como "intimidação". Segundo o embaixador americano nas Nações Unidas, John Bolton, trata-se de uma "tentativa de golpe inspirada pela Síria e pelo Irã". De acordo com a legislação libanesa, a renúncia ou o assassinato de outros dois ministros causaria automaticamente a queda do governo.
Em 28 de junho de 2009, às 12h, Stephen Hawking se posicionou em frente à porta de entrada de um elegante salão da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e esperou.
Hawking decorou o local com balões, serviu aperitivos e sua bebida preferida O lugar tinha sido decorado com balões, e a mesa central estava forrada de aperitivos e, claro, champanhe, a bebida favorita do famoso físico britânico. Hawking, que morreu nesta quarta-feira, aos 76 anos, permaneceu ali, esperando, sem tirar os olhos da porta fechada. Mas ninguém entrou. "Que lástima!", exclamou o cientista no capítulo "Viagem no tempo" da série documental Into the Universe with Stephen Hawking (O Universo Segundo Stephen Hawking), da rede de televisão Discovery, transmitido em 2010. E aquela festa não era como qualquer outra: era um evento para viajantes do tempo. "Bem-vindos" "Eu gosto de experiências simples e... champanhe. Então, combinei duas das minhas coisas favoritas para ver se a viagem no tempo do futuro para o passado é possível", explicou Hawking no documentário. Para testar a ideia, o físico não contou a ninguém sobre a festa até que ela tivesse acabado. A série documental do Discovery foi protagonizada por Hawking e pelo ator Benedict Cumberbatch Só então ele enviou o convite, que incluía as coordenadas exatas no tempo e espaço da cerimônia, organizada na escola tradicional escola Gonville and Caius de Cambridge. "Você está cordialmente convidado ao evento para viajantes do tempo organizado pelo professor Stephen Hawking", dizia o texto, que também incluía a irônica explicação de que não era necessário confirmar presença. "Espero que cópias deste (convite) sobrevivam por vários milhares de anos em um formato ou outro", acrescenta o pesquisador, cujo livro Uma Breve História do Tempo, de 1988, vendeu mais de 10 milhões de cópias no mundo. Ele continua: "Talvez, algum dia, alguém que viva no futuro encontrará a informação e usará uma máquina do tempo para vir à minha festa, provando que, um dia, as viagens no tempo serão possíveis". 'Combinei duas das minhas coisas favoritas para ver se a viagem no tempo do futuro para o passado é possível', disse Hawking Ao ver que o relógio passou das 12h e ninguém entrou em sua festa, Hawking coloca em prática seu famoso senso de humor e diz: "Eu esperava que a futura Miss Universo abriria a porta". Anos depois, o físico explicou em um simpósio no Festival da Ciência de Seattle, nos Estados Unidos, que "a teoria da relatividade geral de (Albert) Einstein parece oferecer a possibilidade de que possamos deformar o espaço-tempo de tal forma que poderíamos viajar ao passado ". "No entanto, é provável que tal deformação causasse um raio de radiação que destruísse a nave espacial e talvez o espaço-tempo em si", acrescentou ele nesse evento de 2012. Então, ele falou sobre sua festa fracassada para viajantes do tempo e disse: "Fiquei ali muito tempo esperando, mas ninguém veio".
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Exército americano criou uma unidade secreta para enganar os nazistas nos campos de batalha na Europa.
Veículos e outros objetos infláveis ajudavam a despistar o inimigo O 23º quartel-general das Tropas Especiais, também conhecido como Exército Fantasma, usou ilusionismo e outros truques para se passar por tropas reais e confundir os alemães sobre o tamanho e a localização das forças aliadas. Estima-se que, em 21 operações, o Exército Fantasma tenha salvo milhares de vidas. Acredita-se que nunca tenha sido descoberto. Rick Beyer e Elizabeth Sayles, autores de The Ghost Army of World War II (2015; O Exército Fantasma da 2ª Guerra Mundial, em tradução livre), revelaram as formas como essa unidade despistava inimigos. 1) Objetos infláveis O Exército Fantasma empregou centenas de tanques, caminhões, itens de artilharia, jipes e outros veículos infláveis. Esses objetos podiam ser reposicionados da noite para o dia, fazendo parecer com que as tropas americanas haviam se movimentado. A atenção aos detalhes era algo crítico: usava-se uma escavadeira para criar marcas no chão como se fossem rastros dos tanques falsos. Era preciso tomar cuidado para que civis não chegassem muito perto, como certa vez quando dois franceses em bicicletas conseguiram ultrapassar a barreira de segurança e viram o que pareciam ser quatro soldados levantando um tanque de 40 toneladas. Quando o cabo Arthur Shilstone foi mandá-los embora, deu a primeira explicação que lhe veio à mente: "Os americanos são muito fortes". 2) Flashes Flashes tinham de ser sincronizados com disparos reais De noite, o Exército Fantasma usava flashes para simular disparos e, assim, atrair o fogo inimigo para longe da artilharia americana. A unidade montava itens de artilharia infláveis a cerca de 500 metros de distância. Os flashes eram produzidos com cartuchos com pólvora, acionados eletricamente. Linhas telefônicas entre a artilharia real e a falsa eram usadas para sincronizar os disparos reais e os flashes. 3) Efeitos sonoros Engenheiros de som gravaram ruídos de tanques, caminhões, escavadeiras e até da montagem de pontes flutuantes, usadas para cruzar rios. Diferentes efeitos podiam ser mixados para criar determinados cenários e depois tocados com potentes caixas de som, colocadas em veículos para simular unidades em movimento. Com um alcance de mais de 16 km, isso não só enganou os alemães como também tropas americanas próximas. 4) Mensagens fictícias Operadores do Exército Fantasma tinham de imitar os estilos de envio de mensagens de operadores reais Na guerra, a maioria das mensagens importantes eram enviadas em código Morse. A inteligência alemã era tão sofisticada que conseguia reconhecer o estilo de cada operador de rádio americano. Então, os membros do Exército Fantasma tinham de imitá-los, aprendendo a copiar suas técnicas particulares para que ninguém notasse quando a transmissão de mensagens falsas desse lugar à das verdadeiras. Até hoje, alguns especialistas dizem que isso é impossível, mas o fato é que os integrantes do Exército Fantasma faziam isso rotineiramente. 5) Tinta e pincéis Parte do trabalho dessa unidade era criar uma farsa para os espiões alemães infiltrados nas cidades. Chamavam isso de "efeitos especiais". Se, por exemplo, fingissem ser a 75ª divisão chegando a uma cidade, pintavam os símbolos dessa unidade em seus veículos e circulavam com eles pelas ruas. Cada caminhão trazia dois homens na parte de trás para fazer parecer que estivessem repletos de soldados. Os caminhões podiam ser repintados com símbolos diferentes e conduzidos pela cidade novamente. 6) Agulha e linha Costumar identificações falsas no uniforme foi um dos recursos usados Outro efeito especial empregado era costurar nas roupas identificações das unidades pelas quais estavam se passando e depois interagir com os moradores. Em alguns casos, símbolos maiores cobriam outros menores em um mesmo uniforme para que fosse possível se passar por várias unidades com uma mesma roupa. Eles podiam ir a um bar e criar uma confusão e remover o símbolo que estava por cima para fazer o mesmo em outro bar. O cabo Jack Masey lembra que suas camisetas ficaram estragadas por costurar e arrancar diferentes identificações nelas. 7) Generais falsos Em nome do realismo, o Exército Fantasma criava um quartel-general falso para as unidades pelas quais se passavam, e, claro, isso exigia que houvesse no local um general falso. Assim, mesmo que fosse expressamente proibido, militares de baixo escalão colocavam as estrelas de generais em seus uniformes para se passar por militares de instâncias superiores. Em um episódio, um general falso acompanhado soldados armados fez uma inspeção no front. Seu maior temor era se deparar com um general de verdade, o que faria a farsa cair por terra.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia afirmaram ter descoberto que o chocolate amargo melhora o funcionamento dos vasos sangüíneos.
Em artigo publicado no Journal of the American College Nutrition, os cientistas descrevem a experiência, que se concentrou no estudo dos flavonóides, substâncias com propriedades antioxidantes. "Melhoras na função endotelial, que é a capacidade da artéria em se dilatar, são um indício de uma melhora na saúde vascular e de um menor risco de doenças cardíacas", disse a fisiologista Mary Engler, que liderou o estudo. O bom funcionamento de veias e artérias ajuda a prevenir enfartes, derrames e outras doenças ligadas à má circulação. Dilatação Na experiência realizada na Califórnia, 11 pessoas ingeriram 46 gramas de chocolate amargo, rico em flavonóides por dia, enquanto outras dez comeram a mesma quantidade de chocolate com poucos flavonóides. No fim do estudo, os pesquisadores usaram ultrassom para medir o quanto os vasos sangüíneos são capazes de relaxar quando o fluxo de sangue aumenta. No grupo que ingeriu o chocolate rico em flavonóides, a dilatação dos vasos aumentou em 10%, enquanto no outro grupo houve uma queda de 10%. Apesar dos resultados da pesquisa, cardiologistas britânicos dizem que o chocolate pode ser parte do problema, e não a solução. A diretora de informação médica da Fundação Britânica para o Coração, Belinda Linden, é cautelosa. "Estudos anteriores mostraram que os componenetes do cacau podem melhorar a dilatação dos vasos sangüíneos, mas ainda não foi realizado um estudo dos efeitos a longo prazo", disse Linden. "O chocolate é um alimento muito calórico e contém uma média de 30% de gorduras, o que pode levar à obesidade se houver um consumo exagerado."
As primeiras negociações entre as duas Coréias depois do lançamentos dos mísseis na semana passada foram encerradas sem que se chegasse a um acordo, um dia antes do planejado.
Representantes norte-coreanos disseram que a Coréia do Sul iria pagar “um alto preço” pelo término das negociações. A Coréia do Sul disse que não vai prestar mais nenhuma ajuda ao vizinho do norte até que Pyongyang volte à mesa de discussões multilateral sobre o programa nuclear. Seul condenou os testes, mas os norte-coreanos asseguram que foram testes de rotina e pediram mais ajuda. Resposta fria Nesta quinta, os Estados Unidos e o Japão receberam com frieza a proposta da China e da Rússia para uma resolução sobre a Coréia do Norte para o COnselhod e Segurança das Nações Unidas. A proposta russa é bem mais branda do que a inicial, que tinha sido idealizada pelo Japão, e enfatiza uma solução diplomática. Japão, Estados Unidos e França querem que a resolução inclua a imposição de sanções. O Conselho de Segurança da ONU prefere aguardar o término das negociações da China com a Coréia do Norte, mas os Estados Unidos têm poucas esperanças que uma solução possa vir de Pequim. Mas o enviado especial americano, Christopher Hill, disse que está claro que as conversas entre China e Pyongyang fracassaram. “A China mandou uma boa delegação à Coréia do Norte e demonstrou real interesse em trabalhar, mas aparentemente não tem tido resposta”, disse Hill. Muitos analistas acreditam que a China, visto como o país de maior influência sobre a Coréia do Norte, tem mais chances de conseguir convencer Pyongyang a não fazer mais testes com mísseis e voltar às negociações multilaterais.
Israel começou a liberar para a Autoridade Palestina dezenas de milhões de dólares relativos a impostos, que estavam retidos há 17 meses.
A primeira transferência foi realizada neste domingo, mas a quantia exata não foi confirmada. A decisão de Israel de liberar o fundo veio depois que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, dissolveu o governo de união nacional com o grupo Hamas. Israel prometeu apoiar o gabinete de emergência estabelecido por Abbas na Cisjordânia, enquanto a Faixa de Gaza segue controlada pelo Hamas. Total questionado Israel congelou o dinheiro palestino em fevereiro de 2006, depois que o Hamas venceu eleições gerais. A iniciativa, junto com um boicote de países ocidentais, acabou prejudicando a economia palestina, com vários trabalhadores sem receber salários. Autoridades palestinas dizem que a quantia mantida por Israel passa de US$ 700 milhões, enquanto o governo israelense afirma se tratar de cerca de US$ 500 milhões. Israel diz ainda que apenas de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões podem ser transferidos, pois uma ordem judicial congelou mais bens para cobrir dívidas dos palestinos. Segundo um representante do governo israelense, o dinheiro deve ser totalmente liberado nos próximos seis meses. Israel coleta impostos alfandegários para a Autoridade Palestina, e o dinheiro vindo deste fundo responde por quase metade do orçamento palestino.
Para cumprir o prazo previsto de entrega de um esboço da nova Constituição ao Parlamento – segunda-feira à noite –, políticos iraquianos dizem que algumas questões polêmicas podem ser adiadas.
Saleh Mutlaq, um sunita que faz parte do comitê que está discutindo a nova Carta, disse no sábado que no ponto em que a discussão está agora “alguns temas devem ser adiados” para que se chegue a um documento comum. O presidente do país e um dos políticos mais empenhados na realização de um texto consensual, Jalal Talabani, também admitiu no sábado que algumas questões continuam sem solução, no entanto voltou a dizer que um acordo geral pode ser alcançado no prazo. “Amanhã estaremos prontos”, disse ele a repórteres em uma entrevista coletiva no sábado. Entre os pontos em debate estão o grau de influência da religião na formulação de leis, a distribuição dos recursos do Estado – especialmente os gerados pelo petróleo – e a possível criação de um território autônomo para os xiitas no sul do país. Bush A conclusão da Constituição iraquiana é considerada fundamental pelos Estados Unidos para reduzir a tensão e enfraquecer a insurgência no país, permitindo ao Iraque se tornar auto-suficiente. No seu rancho no Texas, onde passa férias, o presidente George W. Bush disse estar trabalhando com a idéia de que a Constituição estará pronta na segunda-feira. Após a redação da Constituição e sua eventual aprovação em um referendo previsto para outubro, devem ser realizadas novas eleições parlamentares. Espera-se que um governo formado após as novas eleições tenha mais legitimidade e permita a retirada gradual das tropas estrangeiras. Isso explicaria a pressão dos Estados Unidos para que a Constituição seja concluída no prazo.
Em pronunciamento feito na tarde desta quarta-feira na TV estatal, o chefe das Forças Armadas do Egito, general Abdul Fattah al-Sisi, anunciou a suspensão da Constituição e a convocação de novas eleições presidenciais. O presidente Mohammed Morsi teria sido detido.
Milhares de pessoas se reuniram na Praça Tahrir para pedir a renúncia de Morsi Segundo Sisi, o país será governado internamente pelo chefe da Suprema Corte de Justiça do Egito. "As Forças Armadas consideram que o povo do Egito está nos pedindo apoio, não para tomar o poder ou governar, mas servir ao interesse público e proteger a revolução. Essa é a mensagem que os militares receberam de todos os cantos do Egito", afirmou. Segundo ele, Morsi "falhou em atender as demandas do povo egípcio". Morsi e ao menos dois líderes da Irmandade Muçulmana estão sendo mantidos sob custódia das Forças Armadas, segundo autoridades da entidade islâmica. Logo após o pronunciamento de Sisi, manifestantes reunidos no Cairo na Praça Tahrir - palco dos protestos que levaram em 2011 à renúncia do ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak -, comemoram a saída de Morsi. O presidente Barack Obama afirmou estar profundamente preocupado com os últimos eventos no Egito e pediu para que um governo civil seja retomado rapidamente. Em uma nota divulgada após o pronunciamento de Sisi, a Presidência egípcia qualificou o anúncio dos militares como um "golpe militar" que deve ser rejeitado por "por todas as pessoas livres" do país, "aquelas que lutaram por uma sociedade democrática e civil." "Morsi, na posição de presidente e comandante supremo das Forças Armadas, pede a todos os cidadãos – civis ou militares – que respeitem a Constituição e não respondam a este golpe.' Tropas nas ruas Soldados foram mobilizados em vários pontos da capital do Egito em meio à expectativa de que o Exército divulgasse a declaração sobre o futuro do país. Os oponentes de Morsi dizem que a Irmandade Muçulmana está tentando implantar no país um regime com características islâmicas e exigem sua saída do poder. Ao mesmo tempo que os manifestantes na Praça Tahrir, simpatizantes de Morsi também realizavam manifestações na capital egípcia em apoio ao líder. Veículos militares foram vistos perto da principal manifestação pró-Morsi. Nesta quarta-feira, após quatro dias de intensas manifestações no país, o presidente reafirmou que não pretendia renunciar e repetiu uma oferta de criação de um governo de consenso. Emissoras de televisão que pertenciam à Irmandade Muçulmana foram tiradas do ar imediatamente após o pronunciamento dos militares. Forças de segurança teriam ainda invadido escritórios do canal de TV Mubasher Misr, da rede al-Jazeera, prendendo diversos funcionários. Choques irromperam na cidade de Marsa Matrouh, no norte do país, e causaram ao menos quatro mortes. Outra pessoa teria sido assassinada na cidade costeira de Alexandria. Essas mortes elevariam o número de vítimas fatais nas últimas 24 horas para 21. Dois membros da cúpula da Irmandade Muçulmana afirmaram que Morsi foi detido por autoridades egípcias. Relatos anteriores diziam que o presidente e seus partidários seriam impedidos de deixar o país. EUA "Os EUA não apoiam indivíduos nem partidos políticos em particular, mas estamos comprometidos com o processo democrático e o respeito ao Estado de Direito", afirmou o presidente Barack Obama. Ele ordenou a revisão da ajuda externa ao Egito que, pela lei americana, deve ser suspensa caso um presidente democraticamente eleito seja deposto por um golpe militar. Atualmente, a ajuda anual americana ao país gira em torno de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,3 bilhões). "Agora, peço às Forças Armadas do Egito que caminhem rapidamente e responsavelmente para devolver a autoridade total para um governo civil democraticamente eleito, e evitem as prisões arbitrárias do presidente Morsi e de seus simpatizantes", disse Obama em pronunciamento. Plano pós-Morsi Durante todo o dia, representantes do Exército manteve reuniões com líderes políticos e religiosos para discutir a crise. Membros do movimento Tamarod, que vêm mobilizando milhões nas ruas do Cairo para pedir a renúncia de Morsi, teriam participado das discussões. Por outro lado, o Partido Liberdade e Justiça – o braço político da Irmandade Muçulmana – teria ficado de fora. O comandante do Exército, general Sisi, teria se reunido com seus oficiais de alta patente nesta quarta-feira. Segundo a agência de notícias AFP, eles teriam discutido ideias para o cenário posterior à saída de Morsi. Sisi disse que o chefe da Suprema Corte de Justiça Adli Mansour receberia a tarefa de "comandar o país durante o período de transição, até a eleição de um novo presidente". Presidente eleito Morsi tornou-se o primeiro presidente egípcio com uma plataforma islâmica a ser eleito democraticamente no dia 30 de junho de 2012, após vencer eleições presidenciais que se seguiram à queda do ex-presidente Hosni Mubarak. Mas desde que Morsi assumiu o posto, o descontentamento aumentou gradativamente no Egito. Parte da população dizia-se pouco satisfeita com as mudanças ocorridas durante o período pós-revolucionário no Egito e acusou a Irmandade Muçulmana de tentar proteger seus próprios interesses. "Esse presidente está ameaçando seu próprio povo. Nós não o consideramos presidente do Egito", afirmou Mohammed Abdelaziz, líder do Tamarod. No entanto, Morsi e a Irmandade Muçulmana ainda tinham amplo apoio popular, e ambos os lados levaram às ruas um grande número de manifestantes nos últimos dias.
O bispo de Cesena, na Itália, perdoou um casal que foi flagrado fazendo sexo oral no confessionário da catedral da cidade.
O casal, que não teve a identidade revelada, havia sido descoberto no ato durante a missa das 7h do dia primeiro de junho, domingo. Algumas pessoas que estavam sentadas perto do confessionário ouviram gemidos e decidiram chamar a polícia. Sem prejudicar o ato religioso, os policiais retiraram o homem e a mulher da igreja e os indiciaram por praticar atos obscenos em local público, perturbar uma cerimônia religiosa e praticar atos contrários à decência publica. Segundo as declarações que fiéis fizeram aos jornais locais, a missa não foi interrompida porque o padre estava distante do confessionário e não percebeu o que estava acontecendo. Arrependimento Dizendo-se arrependidos do que fizeram, o rapaz e a moça, na faixa dos 30 anos, solicitaram uma audiência com o bispo, Antonio Lanfranchi. O encontro ocorreu na terça-feira. O perdão dado pelo religioso não influencia o andamento do processo na Justiça contra o casal. "Meus clientes pediram desculpas ao bispo e ele perdoou. Segundo o monsenhor Lanfranchi, a melhor maneira de se desculpar é olhar dentro de si, entender onde se errou e aprender para o futuro", disse o advogado de defesa, Alessandro Sintuzzi, ao jornal Romagna Oggi. Ainda de acordo com o advogado, o rapaz é católico e a moça não tem religião. “Purificação” Chocados com o que aconteceu, os religiosos da cúria consultaram um especialista em direito canônico para saber como "purificar" a igreja, cujo aspecto sagrado teria sido profanado pelo ato sexual. Segundo as leis da Igreja Católica, uma ofensa grave pode ser reparada com uma missa especial, que o bispo de Cesena celebrou na semana passada. "Essa igreja foi profanada e todos nós, feridos profundamente", afirmou o bispo durante o sermão. "O gesto foi fruto de uma mentalidade que pode se tornar cultura, que não aceita regras, onde o bem é fazer o que se quer onde se deseja, livres de imposição e respeito. Isso é progresso ou sintoma de uma cultura em decadência e declínio?", questionou.
Uma mensagem supostamente enviada pelo líder da al Qaeda, Osama Bin Laden, alerta xiitas iraquianos a não atacarem sunitas, ameaçanco-os com retaliações.
Na mensagem de áudio, publicada neste sábado na internet e dirigida a militantes no Iraque e na Somália, Bin Laden chama líderes xiitas de traidores. A voz adverte a comunidade internacional para que não envie tropas para a Somália, onde milícias islâmicas têm conquistado territórios. Se confirmada, esta seria a segunda mensagem em dois dias atribuída a Bin Laden - a quem os Estados Unidos responsabilizam pelos atentados de 11 de setembro. A última mensagem de Bin Laden divulgada em vídeo veio em outubro de 2004. Os Estados Unidos disseram que estão tentando veirificar a autenticidade da gravação. Um oficial da Casa Branca disse que, se autêntica, a mensagem "demonstra mais uma vez que Osama Bin Laden e a Al-Qaeda continuam a usar a mídia para justificar sua visão sombria e guerra contra a humanidade". Retaliações A gravação de 19 minutos diz a insurgentes no Iraque que eles são "os soldados que têm a confiança de Deus e que vão liberar (os muçulmanos) da servidão dos cruzados". A mensagem diz que muçulmanos sunitas estão sendo aniquilados e alreta que áreas xiitas não estarão a salvo de retaliações se os ataques contra sunitas continuarem. Correspondentes dizem que o intuito da mensagem parece ser o de minar o primeiro-ministro iraquiano Nouri Malik, que está viajando por países árabes sunitas em busca de apoio para o seu plano de reconciliação nacional, criado para tentar conter a violência sectária no país. Desde que Sadam Hussein foi derrubado, em 2003, o poder no país passou das mãos de uma elite minoritária sunita para as lideranças que representam outros grupos - a população xiita é majoritária no país. Insurgentes atacaram as mesquitas xiitas mais importantes de Karbala, Najaf e Samarra, e mataram vários políticos, clérigos, soldados, policias e civis xiitas. Grupos militantes xiitas também são acusados de realizar vários ataques contra sunitas no Iraque. Na mensagem, Bin Laden endossa o novo líder da Al-Qaeda no Iraque, Abu Hamza Al-Muhajir, apontado para substituir Abu Musab Al-Zarqawi, morto em um ataque aéreo americano há três semanas. A voz chama Zarqawi de "leão da guerra santa". "Soldados de Deus" A gravação conclama todos os somalis a apoiar a milícia Conselho de Tribunais Islâmicos em seu projeto de criar um Estado islâmico na Somália. "Nós vamos combater os soldados (americanos) na Somália... e nos reservamos o direito de puni-los em suas terras e em qualquer lugar possível", afirma a gravação. "Nós advertimos todos os países do mundo a não responderem aos Estados Unidos enviando tropas internacionais para a Somália." A mensagem ainda condena Abdullahi Yusuf Ahmed, o presidente do governo interino secular da Somália, a quem chama de "traidor" e "renegado". O Conselho de Tribunais Islâmicos, liderado pelo Sheikh Hassan Dahir Aweys, recentemente assumiu o controle da capital, Mogadíscio. Sheikh Aweys está na lista do governo americano de pessoas "ligadas ao terrorismo" desde pouco depois dos atentados de 11 de setembro, mas nega qualquer ligação com o terrorismo.
O Departamento de Estado americano poderá ter de forçar diplomatas a trabalhar no Iraque para conseguir preencher as vagas na embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, informou o diretor de recursos humanos do departamento, Harry Thomas.
Segundo Thomas, cerca de 250 funcionários do corpo diplomático americano serão notificados de que são "candidatos preferenciais" a 50 vagas na embaixada no Iraque. Caso o número de voluntários seja insuficiente, disse Thomas, alguns funcionários serão obrigados a assumir as vagas, sob o risco de demissão. O diretor disse esperar que haja um número suficiente de voluntários para preencher as vagas, que são para o período de um ano. No entanto, afirmou que há "muitas opções, inclusive a demissão". Os "candidatos preferenciais" deverão receber a notificação pelo correio na segunda-feira e terão 10 dias para responder. Na tentativa de atrair mais interessados, está sendo oferecido um pacote de incentivos financeiros aos funcionários que aceitarem a missão. Diplomatas americanos consideram a embaixada em Bagdá um posto dificil, devido aos riscos de segurança. A falta de segurança também impede que os diplomatas levem suas famílias para o Iraque. Até o momento, as vagas no Iraque sempre foram preenchidas de maneira voluntária. No entanto, esta não será a primeira vez que diplomatas americanos são forçados a ocupar vagas indesejadas. Isso já ocorreu em embaixadas em alguns países africanos nas décadas de 70 e 80. Em 1969, um grupo inteiro de novos funcionários do serviço diplomático foi enviado para o Vietnã.
O jornal britânico Financial Times afirma que no Congresso brasileiro "a raposa está frequentemente cuidando do galinheiro".
Jornal diz grupos de interesse ligados a deputados perpassam linhas partidárias Entre as supostas ''raposas'' citadas pelo diário, estão o deputado e pastor evangélico Marcos Feliciano, que preside a Comissão de Direitos Humanos do Congresso e que fez uma série de comentários considerados racistas e homofóbicos; o novo presidente da Comissão de Finanças e Tributação, João Magalhães, que responde a processo por corrupção no STF; os petistas José Genoino e João Paulo Cunha, condenados no processo do mensalão, que integram a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e Blairo Maggi, atual líder da Comissão do Senado para o Meio Ambiente e um dos maiores produtores mundiais de soja. Segundo o jornal, o Congresso "é refém de diversos grupos de interesse que podem mudar suas alianças a qualquer momento". De acordo com o Financial Times, as comissões brasileiras, ainda que sem dispor de um poder remotamente comparável ao das comissões do Congresso americano, ''são simbólicas dos poderosos grupos de interesse que atuam na política brasileira, comuns a todos os partidos". É por esse motivo, acrescenta o jornal, "que os presidentes brasileiros normalmente tentam incluir o máximo possível de partidos em seus ministérios''. Mas o diário comenta que ainda assim a presidente Dilma Rousseff não consegue assegurar "a lealdade do Congresso". O diário lista como derrotas da presidente no Congresso, a tentativa de aprovar um "Código Florestal mais simpático ao meio ambiente'', que acabou sendo frustrada pelo bloco ruralista, e a ''batalha que ela perdeu'' pela distribuição igualitária de royalties do petróleo entre os Estados, com "os congressistas votando de acordo com seus interesses regionais".
Se você soubesse como os dentes eram tratados no passado, talvez pensasse duas vezes antes de sentir medo de ir ao dentista - ainda que, para alguns, esse temor realmente seja uma fobia.
Sorrir ou não sorrir, eis a questão Richard Barnett, pesquisador da história da ciência, foi a fundo nessa investigação: em seu livro The Smile Stealers: The Fine and Foul Art of Dentistry ("Os ladrões de sorrisos: a fina e suja arte da Odontologia", em tradução livre), ele resgata o modo como diferentes sociedades em várias épocas lidavam com problemas como cáries e métodos de higiene bucal. "Acredito que a razão pela qual tememos (a Odontologia) de uma forma diferente de outros ramos da medicina é que ela é ainda muito física: estamos muito conscientes quando nos sentamos naquela cadeira e sentimos aqueles dedos com luvas entrarem na boca, tocando nossas bochechas e tateando nossas gengivas. Nós sentimos aquele calor ", disse Barnett à BBC. Selecionamos 11 histórias do livro do historiador - que vão da "reutilização" de dentes de mortos à disputa pelos sorrisos mais saudáveis na Guerra Fria. É uma história de espetáculo e violência" 1. Na tumba Alguns dos exemplos mais antigos de cárie dentária foram encontrados em crânios do Egito Antigo. Acredita-se que elas fossem causadas por pães duros e vegetais fibrosos. E nenhuma escova de dente ou artefato de cuidados dentários foram encontrados em qualquer um dos túmulos. 2. Vermes Uma das primeiras explicações para as cáries dentárias foi a ideia de que pequenos vermes ou demônios cavavam os dentes e gengivas. Os sumérios acreditavam que as terminações nervosas eram esses pequenos vermes - as quais tratavam de retirar. Dentadura postiça com base de ouro e dois dentes inferiores; imagem mostra cópia de item descoberto na Itália, de cerca de 700 a.C. | Foto: Wellcome Library 3. Rainha com medo Em decorrência de sua obsessão pelas sobremesas, a rainha Isabel 1ª, da Inglaterra, estava com os dentes pretos em 1578. Naquela época, o açúcar era uma verdadeira iguaria. Apesar da dor, a rainha recusava tratamentos. Assim, o bispo John Aylmer passou ele próprio por uma cirurgia, retirando um dente, para mostrar que a operação era menos dolorosa do que ela temia. 4. Espetáculos de dor Na Idade Média, as extrações de dentes eram realizadas sem anestesia, em público e por barbeiros. Para isso, era utilizado um instrumento amedrontador chamado "pelicano dental" e, mais tarde, uma "chave dental" - fórceps para a extração de dentes. Ilustração de um pelicano dental, no livro 'As obras de Ambroise Pare', de 1585 | Foto: Wellcome Library 5. Bochechadas de... O médico francês Pierre Fauchard, que atuou entre o final do século 17 a princípios do século 18, é tido como o pai da Odontologia. Ele é celebrado pelas explicações científicas da anatomia oral básica e por procedimentos dentários pioneiros, como a eliminação de cáries e transplantes dentários. Mas ele também recomendava fazer bochechos generosos com... a própria urina. 6. Um toque de ópio Andrômaco - o médico do imperador romano Nero (37-68 d.C.) - usava teriaga, um antídoto para venenos, para tratar dor de dente, bem como para todo tipo de doença. Como ele dizia, se o antídoto não curava, sem dúvida fazia as pessoas se sentirem melhor - o que provavelmente era verdade, já que seu principal ingrediente era o ópio. Retrato de Santa Apolônia, padroeira da Odontologia, em um óleo de um seguidor de Francisco de Zurbarán | Foto: Wellcome Library 7. A Guerra Fria chega aos dentes Você sabia que escovar os dentes pode ser um ato político? Durante a Guerra Fria, a propaganda oficial dos Estados Unidos dizia que uma boa saúde dental era a maneira ideal de demonstrar a superioridade sobre os bolcheviques. Na União Soviética, também se pedia para que os cidadãos escovassem os dentes pela pátria-mãe. 8. O estado dos dentes nos Estados Unidos Em média, o americano usa 38,5 dias em toda a vida para escovar os dentes. Mas, surpreendentemente, a obsessão americana com a saúde dental começou apenas depois da Segunda Guerra Mundial. Soldados da 2ª Guerra levaram aos EUA a importância dos cuidados bucais; na imagem, militares ao lado de Ernest Hemingway, que trabalhou como correspondente de guerra Os soldados americanos que haviam sido enviados ao exterior trouxeram de volta consigo a importância de manter os dentes limpos. 9. Dentaduras dos mortos No século 19, os vivos usavam dentes postiços arrancados de cadáveres. Depois da Batalha de Waterloo, ocorrida na região onde fica a Bélgica, foram retirados os dentes de 50 mil mortos, e isso não era um segredo: essas dentaduras ganharam o nome de "dentes de Waterloo". 10. Moda no Japão No Japão, algumas mulheres buscam dentistas para que eles... deformem seus dentes. A moda se chama yaeba e consiste em desalinhar, afinar e alongar os dentes. Segundo esse padrão estético, isso torna seus sorrisos mais ternos e inocentes, fazendo-as parecer mais jovens. A moda yaeba, no Japão, leva as mulheres a entortarem seus dentes 11. Ingredientes interessantes A pasta de dentes mais antiga de que se tem notícia foi desenvolvida pelos egípcios entre 3000 mil e 5000 anos a.C. A composição incluía mirra, pedra-pome, cinzas e cascas de ovos. Na Grécia e Roma Antiga, eram usados ossos e conchas de ostras trituradas. Mais tarde, no século 16, a pasta de dente adotada na Inglaterra incluía substâncias que nos aterrorizariam hoje, como pó de tijolos, porcelana e talheres triturados, além de conchas de moluscos. Atribui-se ao empresário inglês William Addis a confecção da primeira escova de dentes, em 1780, usando ossos de vacas e pelos de javali. A primeira escova comercial surgiu na década de 1930, nos Estados Unidos.
O ex-motorista de caminhão Steve Wright foi condenado nesta quinta-feira pelo assassinato de cinco mulheres na cidade de Ipswich, no leste da Grã-Bretanha.
Os corpos nus das cinco mulheres foram encontrados jogados em diversos pontos nos arredores de Ipswich ao longo de 11 dias no início de dezembro de 2006. As mortes foram comparadas pela mídia local ao célebre caso de "Jack, o Estripador". As cinco mulheres, Gemma Adams, Tania Nicol, Anneli Alderton, Paula Clennell e Annette Nicholls, trabalhavam como prostitutas. Wright, de 49 anos, disse durante o julgamento que manteve relações sexuais com quatro das cinco mulheres, mas negou os assassinatos. A sentença do ex-caminhoneiro deve ser anunciada nesta sexta-feira. Braços abertos A polícia da região de Suffolk, onde fica Ipswich, iniciou as investigações depois do desaparecimento de Tania Nicol, de 19 anos, no final de outubro de 2006. Duas semanas depois, Gemma Adams, de 25 anos, desapareceu, e os investigadores apontaram "semelhanças óbvias" entre os casos. Em seguida, ocorreram os desaparecimentos de Anneli Alderton, de 24 anos, Paula Clennell, de 24, e Annette Nicholls, de 29 anos. Os corpos foram encontrados em locais diferentes, em volta de Ipswich. Os corpos de Anneli Alderton e Annette Nicholls foram encontrados com os braços abertos e estendidos, arrumados em uma posição de crucifixo. A série de crimes provocou uma das maiores caçadas policiais da Grã-Bretanha, envolvendo cerca de 500 agentes. Prisão perpétua Segundo os promotores, Wright "escolheu e assassinou sistematicamente" todas as cinco mulheres durante o período de seis semanas e meia. O promotor Peter Wright pediu que o juiz sentencie o ex-caminhoneiro à "prisão perpétua". "Estou muito aliviado e satisfeito por todas as famílias, agora acabou e podemos seguir com nossas vidas", disse o pai de Gemma Adams, Brian. O irmão de Steve Wright, Keith, afirmou que estava "surpreso pelo fato de o veredicto ter saído tão rápido" porque ainda existiriam elementos "de dúvida" em sua opinião.
O grupo militante palestino Jihad Islâmico confirmou que um de seus líderes na Cisjordânia, Mohammed Sider, foi morto durante uma operação militar de Israel na cidade de Hebron, nesta quinta-feira.
A organização, que adotou um cessar-fogo no final de junho, prometeu se vingar. A rádio Israel disse que soldados dispararam mísseis antitanque contra uma loja em que Sider se escondia após alguém que estava na casa ter lançado uma granada contra as tropas. Fontes militares israelenses dizem que ele vinha sendo procurado porque estaria envolvido no planejamento de um atentado com carro-bomba. Emboscada Sider teria sido também o mentor de uma emboscada em Hebron em novembro de 2002 em que 12 soldados israelenses morreram. O jornal israelense Haaretz informou que buldôzeres do Exército demoliram o edifício no centro de Hebron em que Sider se encontrava. Um palestino que abrigava o líder do Jihad Islâmico no local foi preso. "As Brigadas de Jerusalém se reservam o direito de responder ao assassinato sionista do líder combatente Mohammed Sider, não obstante a trégua declarada pelas facções", disse um texto no site Neda al-Quds, ligado ao Jihad Islâmico. A morte de Sider poderia colocar em risco o processo de paz israelo-palestino, já abalado nesta semana por dois atentados suicidas que mataram dois israelenses em Rosh Ha'ayn, perto de Tel Aviv, e no assentamento de Ariel, na Cisjordânia. Nas primeiras horas desta quinta-feira, soldados de Israel demoliram em Nablus a casa da família de Islam Qteishat, autor do atentado suicida de terça-feira em Ariel.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, admitiu no Haiti "patrocinar, oportunamente" a discussão sobre a possibilidade de uso das Forças Armadas no combate ao crime.
''O problema básico é o estatuto jurídico. São completamente diferentes. Aqui vigora o estatuto jurídico da Organização das Nações Unidas. No Brasil, não existe isso. Para se pensar em algo similar no Brasil, você precisa de um regime de extração do estatuto jurídico e isso tem que ser examinado'', afirmou. Indagado se o governo patrocinaria uma discussão sobre o tema, Jobim acrescentou: ''Vou patrocinar, oportunamente''. O ministro afirmou que as forças de paz brasileiras no país caribenho contam com ''um tipo de especialização que está bem desenvolvido'' e que a experiência das tropas do Brasil na pacificação de áreas de conflito no Haiti ''oferece um know-how importante, e é preciso examinar se sua aplicação é compatível''. Os comentários de Jobim foram feitos em Porto Príncipe, na capital haitiana, onde ele está acompanhando a atuação das forças de paz brasileiras, que lideram a Missão de Establização da ONU no Haiti (Minustah). Mas o ministro acrescentou que o que diferencia as operações de pacificação no país caribenho e o combate ao crime em favelas como as do Rio de Janeiro não é uma maior ou menor especialização das forças que atuam no Haiti e no Brasil, mas sim que leis completamente distintas incidem sobre cada um destes contextos. Denúncia O ministro também respondeu às críticas incluídas no relatório do conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro Aderson Bussinger. O representante da OAB disse à BBC Brasil que as tropas do Brasil no Haiti são "é uma força de ocupação, e não humanitária, que está validando os abusos de direitos humanos no país caribenho e contribuindo para um estado de permanente repressão". Segundo Jobim, os comentários ''mostram total desconhecimento do assunto. É o voluntarismo típico da necessidade de fazer oposição.'' De acordo com o ministro, ''basta circular'' pelo Haiti para ver que as críticas do advogado não têm sentido. ''Vocês estão verificando o tipo de ação que estamos fazendo'', afirmou aos jornalistas. E acrescentou que os comentários ''não têm compromisso com resultados, mas têm compromisso com um discurso''. Em relação à recomendação de Bussinger no relatório que será entregue ao Conselho Federal da OAB nesta semana de que o governo brasileiro retire suas tropas do Haiti, Jobim concluiu: ''Isso significa: 'vamos embora e deixamos tudo como está'. Não tem sentido''.
A Agência Espacial Europeia (ESA) analisa dados de satélites para identificar o paradeiro e a condição do robô Schiaparelli, que deveria ter aterrissado em Marte na quarta-feira, mas teve problemas no momento do pouso.
A trajetória da aterrissagem do robô não ocorreu conforme previsto pelos cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) Segundo os cientistas, o trajeto seguiu como esperado até o momento em que o módulo entrou na atmosfera marciana: o escudo térmico parece ter funcionado para a desaceleração, e o paraquedas abriu como esperado para continuar desacelerando a sonda. Mas dados telemétricos que já foram recuperados pela ESA mostram que o paraquedas pode ter sido ejetado cedo demais. Além disso, os foguetes que deveriam manter o robô estável a poucos metros da superfície funcionaram por menos tempo que o previsto. A Agência Espacial Europeia ainda não revelou se houve uma colisão, mas o clima entre os cientistas é de pessimismo. "Neste momento não conseguimos identificar que lógica a máquina usou para ejetar o paraquedas. Mas certamente foi mais cedo em relação às nossas expectativas", disse à BBC News Andrea Accomazzo, chefe das operações das missões planetárias da ESA. Fim do Talvez também te interesse Além de ter ejetado mais cedo do que o previsto no cronograma dos cientistas, os foguetes que deveriam ser acionados logo após a ejeção para manter o robô estável ficaram ligados por apenas três ou quatro segundos, enquanto a previsão era de um acionamento de 30 segundos. A aterrissagem em Marte não é simples e requer desaceleração abrupta Na sala de controle, muitos cientistas afirmam que esses dados podem sugerir que o robô teria sido destruído por causa da alta velocidade e sofrido uma queda livre a partir de cerca de um ou dois quilômetros da superfície de Marte. Nos dados telemétricos, o Schiaparelli continuou transmitindo sinais de rádio por pelo menos 19 segundos depois do desligamento dos propulsores. A eventual perda de sinal ocorre 50 segundos antes do momento em que o robô deveria chegar à superfície. Os especialistas ainda analisam dados e devem tentar novo contato com o Schiaparelli, na esperança de que ele tenha conseguido aterrissar com segurança e intacto na superfície de Marte. Além disso, astrônomos americanos vão usar um dos satélites dos EUA para tentar conseguir uma imagem da área de pouso que possa mostrar algum equipamento, embora as chances sejam reduzidas, já que o módulo é bem pequeno. Por enquanto, os cientistas da ESA estão analisando um grande volume de dados de engenharia enviados pelo robô à central de controle que foi lançada juntamente com ele, o satélite chamado Trace Gas Orbiter (TGO). Oficialmente, os especialistas da Agência Espacial Europeia afirmam que só terão condições de interpretar o que pode ter acontecido com o robô após a reconstrução do perfil de velocidade do módulo durante todo o trajeto. Depois disso feito, eles poderão cruzar os dados que já têm com as altitudes previstas, o que poderia identificar com certa precisão se o módulo realmente atingiu a superfície a uma velocidade catastrófica. A cápsula do robô conseguiu entrar na atmosfera do planeta Dúvidas O pouso em Marte é sempre desafiador. Ele deve ocorrer em alta velocidade, mas é necessária muita precisão para que a aeronave não colida com a superfície e seja destruída. Caso o Schiaparelli seja dado como perdido, será um grande fracasso para a ESA, que já havia sofrido uma frustração com a falha do pouso do Beagle-2 em 2003. Nesse caso, os painéis solares não abriram corretamente, o que impediu que o módulo tivesse energia para enviar informações à Terra. A missão do Schiaparelli tem sido muito comentada entre as autoridades porque seria uma espécie de "demonstração tecnológica" - ou seja, um projeto que daria à Europa a experiência e a confiança para levar adiante um pouso ainda mais ousado em Marte, em 2021, quando pretende levar ao planeta um veículo de rodas. A previsão é que esse equipamento use uma tecnologia similar a do Schiaparelli, inclusive o radar de velocidade do tipo Doppler para identificar a distancia da superfície no pouso, assim como os mesmos algoritmos de navegação e controle. Apesar dos planos, o orçamento para essa nova missão não está garantido. E se o Schiaparelli estiver de fato perdido, as autoridades da ESA podem encontrar ainda mais dificuldades para convencer os líderes europeus de que os novos investimentos realmente valerão a pena.
Eu observava à distância um avião particular vindo de Nova York aterrissar no aeroporto de Viena. Ele levava dez espiões russos. Ao lado, outro avião, este russo, com outros quatro agentes a bordo.
Entre os espiões trocados no aeroporto de Vienna em 2010 estava Sergei Skripal, envenenado em Salisbury neste ano. Era julho de 2010 e eu cobria a maior troca de espiões entre a Rússia e os Estados Unidos desde a Guerra Fria. Entre os espiões trocados no aeroporto de Viena em 2010 estava Sergei Skripal, envenenado em Salisbury, na Inglaterra, neste ano. Oficial de inteligência russo, vinha trabalhando como agente duplo britânico. Outra era Anna Chapman, uma russa que havia sido deportada dos Estados Unidos. Não surpreendeu que Viena fosse escolhida como o lugar para a troca. A cidade tem tradição de ser um "celeiro de espionagem", e segue sendo assim até hoje. O caso mais recente causou constrangimento à Áustria. Um coronel austríaco aposentado está sendo investigado por ter supostamente atuado como espião para os russos desde os anos 1990. Vladimir Putin foi convidado de honra no casamento da chanceler austríaca Karin Kneissl A Áustria é vista como um dos poucos países da União Europeia que se dão bem com a Rússia. O presidente russo, Vladimir Putin, foi convidado de honra no casamento da chanceler austríaca Karin Kneissl. Anna Chapman estava entre os 10 espiões que os EUA trocaram com a Rússia por quatro agentes A reputação de Viena como um centro de espiões se deve em parte à geografia. A Áustria e o negócio da espionagem Situada perto da chamada Cortina de Ferro, que dividia os blocos comunista e capitalista na Europa, a Áustria, que se manteve neutra durante a Guerra Fria, era conveniente para os comunistas, segundo Siegfried Beer, historiador e fundador do Centro Austríaco de Inteligência, Propaganda e Estudos de Segurança. "Em Viena, durante a Guerra Fria, serviços de inteligência podiam organizar todo tipo de ação na Iugoslávia, Hungria, Checoslováquia e até na Polônia", diz. "O governo austríaco queria ficar neutro, então, desenvolveu um clima na cidade onde todos se davam bem e tiravam vantagens uns dos outros. Era um negócio, a espionagem. Ainda é. Atrai muita gente com muito dinheiro ao país." Filme clássico da Guerra Fria, O Terceiro Homem(1949) mostra que a Viena do pós-guerra foi dividida em quatro zonas, controladas pelos britânicos, americanos, franceses e soviéticos. O filme clássico da Guerra Fria, O Terceiro Homem, mostra como a Viena do pós-guerra foi dividida O filme fala mais de mercado negro que de espionagem, mas Beer diz que o personagem principal foi inspirado num jornalista austríaco, Peter Smolka, que trabalhou para a inteligência britânica e também para os soviéticos. 'Centenas de espiões' A Cortina de Ferro já caiu, mas os espiões continuam lá. Viena é sede de uma unidade das Nações Unidas e do centro de segurança europeu, a Organização Para a Segurança e Cooperação na Europa. Isso quer dizer que muitos países têm não só embaixadas lá, mas também missões diplomáticas nessas organizações internacionais. Elas dão imunidade diplomática e cobertura a espiões. O relatório anual do departamento do governo austríaco que cuida de proteção da constituição e combate ao terrorismo diz que a Áustria segue sendo destino de espiões estrangeiros e agentes de inteligência, O embaixador Johannes Aigner foi chamado ao ministério das Relações Exteriores russo quando emergiram as acusações de espionagem Quando o relatório saiu, no início do ano, o chefe do departamento, Peter Gridling, não informou o número de agentes estrangeiros que trabalham lá, mas disse que é uma comunidade de centenas de pessoas. No entanto, ele também disse que "há mais supostos serviços de inteligência em Bruxelas (Bélgica) do que em Viena". 'Fui cortejado pela Rússia e pelo MI6' Gerhard Mangott, professor de Relações Internacionais na Universidade de Innsbruck, na Áustria, diz que é comum esses agentes tentarem recrutar informantes austríacos. Ele ficou surpreso de saber que o governo decidiu tornar públicas as suspeitas sobre o coronel aposentado, especialmente porque Viena tem boas relações com a Rússia. "O Serviço Secreto é muito ativo na Áustria de maneira bilateral, tenta ganhar informantes de várias instituições", disse ele. O professor Mangott foi ele próprio cortejado pelos russos e pelos britânicos. "Fui procurado pelo serviço secreto russo nos anos 1990 para trabalhar para eles e também devo dizer que o MI6 me procurou na mesma década para trabalhar como informante", diz ele. "Tenho certeza de que há muitos austríacos trabalhando para serviços secretos de outros países", disse. "O fato de esse espião ter sido desmascarado não deveria ser uma surpresa para o governo." Siegfried Beer concorda. "Os políticos deveriam saber que a espionagem é um negócio internacional. Em vez de culpar os russos eles deveriam olhar para o próprio umbigo e se perguntar como pôde um espião ficar entre nós por 25 anos." Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, identificaram um elemento químico no suor humano que atrai o mosquito transmissor da malária na África em suas vítimas.
Os cientistas acreditam que o conhecimento sobre a molécula do suor e como ela funciona pode levar à formulação de novos repelentes e outros mecanismos para combater insetos. A malária é causada por um parasita microscópico transportado pelo mosquito e transmitido de um humano para outro cada vez que o mosquito suga um pouco de sangue. O estudo da equipe de Yale liderada por John Carlson foi publicado na revista científica Nature. Mistério Apenas a fêmea do mosquito pica pessoas, escolhendo sua vítima, na maioria das vezes, usando seu agudo olfato. O olfato do mosquito da malária tem um alcance considerável. O inseto pode "farejar" sua vítima a centenas de metros de distância. Mas precisamente como o inseto faz isso era um mistério até o novo estudo. O grupo de Carlson detalhou esse trajeto químico. Experimentos de engenharia genética com insetos mostraram que pequenas quantidades de suor humano são suficientes para ativar as células nervosas localizadas nas antenas do mosquito. Odor O elemento químico no suor responsável por essa atração é o 4-metilfenol. Os cientistas encontraram inclusive o receptor nas células que interceptam o composto. Ele é chamado de AgOr1. Um segundo receptor, o AgOr2, parece responder a um elemento diferente no suor, o 2-metilfenol. "É a primeira vez que um determinado receptor químico de mosquitos demonstrou responder a odores de suor humano", disse John Carlson, que faz parte do Departamento de Yale de Biologia Molecular, Celular e de Desenvolvimento. "Ele é encontrado apenas na fêmea do mosquito, o que é interessante, porque apenas a fêmea pica as pessoas." A pesquisa cria expectativas a respeito de um avanço importante na luta contra a malária. Na África, o mosquito, chamado de Anopheles gambiae, é o principal transmissor do parasita da malária (Plasmodium falciparum), o mais perigoso de quatro parasitas diferentes. Em todo o mundo, são registrados pelo menos 300 milhões de casos de malária por ano, resultando em mais de um milhão de mortes. Cerca de 90% dessas mortes ocorrem na África. A maioria das vítimas são crianças.
Filmes como Frank e o Robô (2012) e Eu, Robô (2004), assim como desenhos animados como Os Jetsons , retratam um futuro onde empregados robóticos realizam tarefas domésticas, permitindo que as famílias passem mais tempo juntas e que os idosos fiquem independentes por mais tempo.
Espera-se que os androides sejam capazes de cuidar de nossos idosos no futuro Um futuro de cuidadores robóticos está mais próximo do que podemos imaginar. Aspiradores de pó e cortadores de grama autômatos já estão disponíveis, por exemplo. E, no Japão, já existe uma intensa absorção de tecnologias de assistência e reabilitação para o cuidado de idosos. O robô Pepper, da Universidade de Middlesex, em Londres, apareceu recentemente diante de um comitê parlamentar no Reino Unido para responder a perguntas sobre o papel dos robôs na educação. Os robôs cuidadores, enquanto isso, são um fenômeno relativamente recente. Com o envelhecimento populacional no mundo, há uma crescente demanda por assistência na rotina de idosos. Fim do Talvez também te interesse No entanto, a falta de cuidadores disponíveis poderá provocar uma crise num futuro próximo. O Japão, por exemplo, prevê enfrentar um déficit de 370 mil cuidadores até 2025. Possibilidades tentadoras Embora as atuais tecnologias de assistência ainda estejam muito longe de preparar nossas refeições ou realizar nossas tarefas domésticas, elas dão uma tentadora ideia das possibilidades futuras. A maioria dos robôs hoje é usada na indústria pesada e na manufatura, onde tarefas perigosas e repetitivas são realizadas rotineiramente por sistemas automatizados. No entanto, esses robôs industriais pesados não são projetados para operar na presença de pessoas, pois se movem rápido e são feitos de materiais rígidos, que podem causar lesões. Os robôs colaborativos de hoje, ou cobots como são conhecidos, são feitos de materiais rígidos. Ao trabalhar próximo de seres humanos, sua velocidade é controlada para garantir que eles possam interagir de forma segura. Um robô poderá alimentar seu animal de estimação no futuro? Para melhorar a segurança, as próximas gerações de robôs colaborativos devem ser feitas de materiais mais macios, como borracha, silicone ou tecido. "Esses robôs são seguros por natureza, devido às propriedades materiais de que são feitos", diz Helge Wurdemann, roboticista da University College London. "Eles prometem alcançar a precisão e a repetibilidade dos atuais robôs colaborativos e, ao mesmo tempo, garantir uma interação segura com os humanos." Um dos maiores desafios é que os sistemas de interação de robôs com humanos ainda não estão totalmente desenvolvidos. Eles funcionam até certo ponto, mas podem facilmente se confundir, como aspiradores de pó robóticos que não retornam à base de carregamento. Em condições simples de laboratório, os robôs conseguem determinar o melhor caminho a seguir, mas em um ambiente real, como uma casa cheia de mesas, cadeiras e bagunça, é bem diferente. "Muitos desses algoritmos foram desenvolvidos em laboratório e são relativamente simples em comparação com o nível de desordem e atividade humana dentro de uma casa real", explica Nicola Bellotto, cientista da computação da Universidade de Lincoln e gerente técnico da Enrichme, um projeto que visa a construir robôs para ajudar a cuidar de idosos. Desafios pela frente Robôs também sofrem com mudanças de superfície e, como os temidos Daleks de Doctor Who, escadas. Em 2017, um robô de segurança em Washington DC "se afogou" depois de tropeçar em nos degraus de uma fonte em um escritório. Operar com segurança na presença de crianças e animais também pode ser um desafio, como demonstrado em 2016, quando um robô de segurança atropelou uma criança em um shopping no Vale do Silício depois que ela correu em sua direção. Muitos robôs industriais são inflexíveis demais para atender às demandas da interação humana A coordenação do movimento em resposta às informações do sensor é outro desafio da robótica - o que, por sua vez, afeta a habilidade do robô de interagir com o ambiente. Eles podem ter dificuldade com tarefas que a maioria dos humanos, e até cães, achariam bastante simples, como pegar uma bola. Isso se deve aos vários fatores que precisam ser considerados, os quais podem sobrecarregar um sistema autônomo e provocar erros. "Do ponto de vista da aprendizagem da máquina, a maioria das decisões é mais fácil de tomar do que as tomadas por um robô", diz Diane Cook, co-diretora do Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade do Estado de Washington. "Algumas tarefas que são mentalmente desafiadoras para os seres humanos são mais simples para os robôs, enquanto alguns dos movimentos simples para os seres humanos são bastante desafiadores para os robôs." Há também a questão de saber se queremos que nossos cuidadores robóticos se pareçam com humanos. Existe o conceito do "vale misterioso" - onde objetos que quase, mas não exatamente, imitam a forma humana podem dissuadir as pessoas de usá-los. Em vez disso, os robôs seriam projetados esteticamente em torno de suas funções, como é o caso dos aspiradores de pó robóticos. "Quanto mais se parece com um humano, mais a pessoa que recebe o cuidado vai resistir ao robô", diz Cook. "Um robô só é útil se a pessoa que está sendo cuidada o aceita." Robô humano? Em alguns casos, um robô com feições de seres vivos pode ser exatamente o que se precisa. Animais robóticos, como o Paro, estão começando a ser usados como animais de estimação em casas de repouso como companheiros. Muitos robôs modernos são específicos para uma determinada função, como os aspiradores, e não máquinas multifuncionais. Projetar um sistema robótico para atender a várias funções pode ser um desafio, especialmente se suas tarefas não estiverem relacionadas entre si. Num futuro próximo, pelo menos, é provável que tenhamos vários cuidadores robôs, cada um projetado para uma função. Isso levaria, no entanto, a outro problema: onde guardar todos eles quando não estiverem em uso. Coordenar o movimento de um robô em torno de um humano possivelmente doente será um verdadeiro desafio Houve também avanços recentes na integração da tecnologia de casas inteligentes com sistemas robóticos, com o objetivo de criar residências com sistemas automatizados incorporados. Um desses exemplos é Chiron, um projeto de pesquisa para desenvolver um sistema sob um trilho no teto que permitiria que um robô de assistência fosse de cômodo em cômodo, usando adaptadores específicos para o ambiente em que se encontra. Mudança estrutural Devido aos desafios inerentes de navegação e mobilidade enfrentados por um robô em um ambiente doméstico, este sistema dá uma ideia de como as máquinas podem ser integradas à própria estrutura de nossas casas. Mas também apresenta seus próprios desafios. Para suportar uma rede de trilhos no teto, a casa deveria passar por mudanças profundas antes que o robô pudesse operar. Claro, casas de cuidados sob medida poderiam ser construídas com o sistema já instalado. No entanto, os altos custos das instalações seriam outro grande desafio a ser superado. Em última análise, os robôs cuidadores vão auxiliar, mas não substituir os cuidadores humanos, já que a robótica nunca poderá reproduzir a companhia que vem de uma pessoa de carne e osso. Nem mesmo a simulação mais avançada de uma pessoa por um robô pode realmente imitar um ser humano. Robôs podem aprender a executar tarefas simples que possam liberar os cuidadores humanos para papéis mais exigentes Em vez disso, ter tecnologias para executar as tarefas fisicamente exigentes permitiria que os cuidadores operassem com mais eficiência. "Os robôs não substituem necessariamente os empregos das pessoas, mas podem melhorar a maneira como elas trabalham", diz Helen Dickinson, especialista em serviços públicos da Universidade de New South Wales. "Não é apenas deixar de fazer os trabalhos mais físicos, embora certamente exista interesse em fazer com que os robôs realizem tarefas que exijam paciência e repetição, onde as pessoas ficam exaustas." É totalmente possível que, um dia, tenhamos tecnologias de assistência em casa, mas os sistemas mais avançados não estarão aqui tão cedo, ou da forma como são retratados na ficção. Nesse cenário, nossas próprias casas poderiam se tornar nossos cuidadores, com unidades robóticas virando uma extensão da construção. Assim, a revolta dos robôs poderia ser reduzida a eles simplesmente se recusando a lavar louça. Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
O presidente do Chile, Ricardo Lagos, disse que o seu país poderá ser a "porta de entrada" dos países da América Latina para as economias da região Ásia-Pacífico, incluindo a China.
A China é a grande vedete do encontro da Apec (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na sigla em inglês), que reúne 21 economias mundiais na capital chilena durante este fim de semana. "Essas nações (asiáticas), que registram crescimento tão rápido, podem perceber que, através do Chile, poderão se expandir para outros pontos da América Latina", afirmou Lagos, anfitrião da Apec. "Acho que essa é a ocasião perfeita para colocar o Chile no radar dos diferentes países do Pacífico que pretendem ampliar sua presença na nossa região. O Chile é um país sério, que cumpre suas tarefas, organizado, que respeita o estado de direito e poderá ser essa ponte". Vantagem para o Brasil Para analistas como o cientista político Claudio Fuentes, diretor da Flacso (Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais), do Chile, o principal beneficiado por essa "ponte" seria o Brasil. "Imagine o quanto se multiplicaria o potencial de exportação do Brasil com um corredor unindo os oceanos Pacífico e Atlântico", disse. À BBC Brasil, o presidente do Peru, Alejandro Toledo, afirmou que não sente "ciúmes" da iniciativa de Lagos, apesar de seu país também ser membro da Apec e, provavelmente, outra "porta" para o acesso aos países ligados ao Pacífico. "O Brasil é um país importante para todos e que ele seja beneficiado com essa integração acaba favorecendo a toda a região", disse Toledo. "A América Latina é uma porta muito grande para várias regiões e há espacos para todos. Somos um mercado imenso e não tenho ciúmes, de jeito nenhum, da iniciativa do presidente Lagos", insistiu. Nesta reunião, realizada em diferentes pontos de Santiago, Toledo anunciouque assim como já fizeram o Brasil, a Argentina e o Chile, o Peru tambémdeclara a China como economia de mercado. A decisão facilitará a venda deprodutos chineses para estes países. "Se eu conseguir que 1% da população da China compre nossas frutas e farinha de peixe, por exemplo, e que pelo menos 1% de seus habitantes viajem para fazer turismo no Peru, já serei um homem feliz", disse Toledo. Segundo o presidente peruano, a China está de olho, cada vez mais, na soja e nos minerais da América Latina e para ele essa é uma "oportunidade histórica" para os países latinos. Nos próximos dias 8 e 9 de dezembro, Alejandro Toledo será o anfitrião, em Cusco, do encontro que formalizará a existência da Comunidade de Nações da América Latina – uma idéia do governo brasileiro que abarcará também os países da Comunidade Andina. "É o momento de olharmos para nós mesmos e com o Brasil estamos dando vários passos concretos como a realização de obras de infra-estrutura para ampliar nossa relação física", disse.
As urnas já fecharam no Estado americano da Califórnia no que está sendo considerado um dos momentos mais peculiares da história eleitoral americana. Estima-se que um número recorde de pessoas tenha comparecido às urnas da Califórnia.
A votação está decidindo o destino do atual governador do Estado, Gray Davis, e pode resultar na eleição de um atores mais famosos do mundo, Arnold Schwarzenegger, como o seu substituto. Segundo pesquisas divulgadas por agências de notícias e pela rede de TV americana CNN, os californianos devem ter votado em sua maioria pela saída de Davis e também devem ter elegido Schwarzenegger como o novo governador. A contagem de votos começou assim que as urnas fecharam, mas o resultado deve demorar dias para ser divulgado. Empolgação Os californianos mostram-se empolgados com o poder de decidir o destino político do atual governador Gray Davis. É a primeira vez na história do Estado que esse tipo de pleito - incrementado com sexo, tramas e intrigas - acontece. Desde as 7h (horário da Califórnia), os eleitores não pararam de sair e entrar dos postos de votação. Nem a confusão sobre como votar ou procurar o nome do candidato a governador preferido entre os 135 concorrentes afugentou os californianos. As urnas ficaram abertas até as 20h, horário da Califórnia (meia noite em Brasília). A contagem dos votos já começou. Legalmente, o resultado oficial da contagem dos votos precisa ser conhecido até 28 dias depois do encerramento das eleições. O ator de Exterminador do Futuro, Arnold Schwarzenegger, favorito à vitória, votou acompanhado da mulher, Maria Shriver, em um posto eleitoral em Los Angeles, não distante de sua casa. “Eu me sinto bem. Agradeci aos meus eleitores e a todos os que trabalharam duro na campanha”, disse. Antes de sair para almoçar com amigos e a família de sua mulher, Schwarzenegger fez uma piadinha quando perguntado se teve problemas em encontrar o próprio nome nos cartões de votação: “Eu procurei o nome mais comprido da lista”. Ele disse que “agora está nas mãos de Deus”. Acusações Os assessores do ator-político estão confiantes na vitória, apesar das últimas acusações de assédio sexual contra ele. Voluntários da campanha telefonaram para milhares de eleitores durante o dia e a noite passada. Já os assessores do governador Gray Davis mostraram-se desanimados nas últimas horas da votação. Gray Davis votou num posto eleitoral no leste de Los Angeles, onde outro candidato, o magnata da pornografia Larry Flynt, também votou. Cercado por uma multidão de repórteres e cinegrafistas, Davis pediu à população que exerça o direito de votar. “Eu me sinto extremamente bem. Sempre acreditei nos eleitores da Califórina e sei que, hoje, eles farão a coisa certa”, disse, referindo-se à primeira pergunta da cédula (Gray Davis deve ser removido do cargo de governador?). Quanto à segunda pergunta na cédula, Davis não disse qual foi sua resposta. Mas deu a entender que escolheu o democrata Cruz Bustamante, seu vice, caso perca o mandato. Bustamante, que apareceu em segundo lugar nas últimas pesquisas para substituir Davis, votou em Sacramento, capital do Estado.
O presidente americano, George W. Bush, anunciou que vai aumentar em dez vezes o valor da ajuda dos Estados Unidos às vítimas do maremoto no Oceano Índico.
Agora, o governo americano está disponibilizando US$ 350 milhões em ajuda e esforços de reconstrução. Bush também deve enviar à região o secretário de Estado Colin Powell, junto com o seu irmão, o governador da Flórida, Jeb Bush. Powell se reúne nesta sexta-feira com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para coordenar a ajuda. O número total de vítimas do maremoto no Oceano Índico já passa de 124 mil. E cerca de 5 milhões de sobreviventes estão ameaçados, pois há pouca água potável, alimentos ou abrigo. Indonésia O governo da Indonésia admitiu pela primeira vez nesta sexta que não tem condições de fornecer um número preciso do total de mortos na tragédia. O vice-presidente Yusuf Kalla disse à imprensa, em Banda Aceh, a capital da província de Aceh e área mais afetada pelo tsunami, que o número de vítimas fatais, hoje em 79.940, pode passar de 100 mil. Ele disse ainda que o governo chegou a esta conclusão após fazer vôos de reconhecimento em locais inacessíveis da costa oeste da ilha de Sumatra, onde fica a província de Aceh. Agências de ajuda dizem que pode levar mais alguns dias para que eles consigam ter acesso a essas áreas. Infra-estrutura Em Banda Aceh, a escala da destruição é tamanha que as equipes de resgate não dão conta de recolher os corpos, que ainda chegam aos rios e às praias da região, levados pela maré. Os soldados do país estão usando escavadeiras para abrir valas e enterrar os milhares de corpos, sem cerimônias funerárias. Um porta-voz da Unicef, o fundo das Nações Unidas para a infância, em Aceh, John Budd, disse à BBC que uma aeronave americana não chegou à província porque não pôde pousar no único aeroporto de Aceh que está em atividade. Segundo Budd, uma nova infra-estrutura terá de ser construída do zero para que meio milhão de pessoas tenha acesso a comida, água, abrigo e tratamento médico. Um porta-voz da Presidência, por sua vez, disse que o governo também está tendo dificuldades para ajudar as vítimas porque as suas bases militares foram destruídas. A Indonésia anunciou ainda que vai sediar um encontro internacional de doadores para a tragédia no dia 6 de janeiro. A ajuda internacional também está chegando lentamente a outras regiões da costa do Oceano Índico atingidas. Equipes de ajuda afirmam que a operação está sendo atrasada por graves problemas de distribuição. Nos aeroportos e centros de distribuição, os estoques de suprimentos já estão se acumulando. O transporte de ajuda foi paralisado por causa de falta de helicópteros.
O Hezbollah e seus aliados disseram que irão retirar seus homens das ruas de Beirute e permitir que o Exército passe a controlar a cidade.
A medida foi anunciada depois que o Exército libanês revogou, neste sábado, medidas contra o grupo xiita que geraram uma onda de violência que culminou com a tomada de poder de todo o oeste da capital pelo Hezbollah. O chefe de segurança do aeroporto, que foi demitido por ter ligações com o grupo, foi restituído ao posto, e o Exército afirmou que lidaria com a questão da rede de comunicações do Hezbollah - que tinha sido declarada ilegal pelo governo libanês. A decisão do Exército ocorreu após o primeiro-ministro, Fuad Siniora, ter feito um apelo para que a instituição reinstale a segurança no país. Em uma declaração veiculada pela televisão, Siniora disse que seu governo nunca irá declarar guerra contra o Hezbollah, mas que o Estado não poderia mais tolerar que o movimento utilize armas livremente. Em um comunicado, o Hezbollah disse que "a oposição libanesa irá acabar com toda a presença armada em Beirute para que a capital fique nas mãos do Exército". Mas o comunicado também disse que a campanha de "desobediência civil" irá continuar. Árbitro neutro O Exército libanês é considerado o único árbitro neutro no país, e analistas tinham previsto que o grupo acabaria tendo um papel importante na atual crise. O correspondente da BBC em Beirute Jim Muir disse que a proposta do Exército permite ao governo voltar atrás das decisões polêmicas que havia tomado contra o Hezbollah. Muir disse que há expectativa de que as ruas fiquem mais calmas e o aeroporto internacional seja reaberto. No entanto, a situação ainda esteve tensa no oeste de Beirute neste sábado, com pelo menos duas pessoas sendo mortas durante um funeral sunita. No norte do Líbano, pelo menos dez pessoas foram mortas em confrontos entre homens armados. O Líbano vive uma crise política há mais de um ano e está sem presidente desde novembro do ano passado, quando o pró-Síria Emile Lahoud deixou o cargo. Desde então, governistas e oposição não conseguem chegar a um acordo para eleger o novo presidente. Segundo analistas, o governo caminha para o colapso sem que seus aliados árabes, como o Egito e a Árabia Saudita, tenham mostrado, até agora, sua influência para solucionar a crise. Neste domingo, a Liga Árabe vai se reunir para discutir a crise no Líbano.
Personalidades políticas, familiares, amigos e simpatizantes do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto na quarta-feira em um acidente aéreo em Santos, aguardam a chegada do corpo em Recife, onde ele será velado.
Planalto decretou três dias de luto oficial após tragédia e candidatos unificaram mensagens de pêsames Até a manhã desta quinta-feira, porém, ainda não havia previsões sobre quando poderia ser realizado o translado. "Uma série de procedimentos e trâmites burocráticos devem realizados em Santos antes que possamos levar o corpo para Recife", disse um assessor do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no fim da tarde da quarta-feira. Campos era candidato à Presidência pelo PSB e o terceiro nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de outubro. Sua morte em um acidente trágico causou grande comoção em todo o país e lançou uma série de dúvidas sobre a corrida eleitoral. Reações A presidente Dilma Rousseff, colega de ministério de Campos no primeiro governo Lula, decretou três dias de luto oficial pela morte do candidato e anunciou ter suspendido seus compromissos de campanha. "Hoje o Brasil está de luto e sentindo uma morte que tirou a vida de um jovem político promissor", disse Dilma, em um pronunciamento. "Sem dúvida esse é um momento de pesar, um momento de tristeza. Somos afetados pela fragilidade da vida, mas também pela força e exemplo das pessoas." O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, também lamentou a morte de Campos. Em discurso, disse que "hoje é um dia de imensa tristeza para todos os brasileiros e para todos aqueles que acreditam na boa política". "Eduardo era um dos maiores representantes da boa política. Convivi mais de 20 anos com o Eduardo e tenho por ele uma admiração que não terminará com sua morte trágica. Ele fará uma falta imensa na política nacional." Campos, de 49 anos, era casado com a economista Renata de Andrade Lima Campos, de 47 anos, e tinha cinco filhos - um deles de apenas sete meses. O acidente que matou o candidato aconteceu na manhã de quarta-feira e suas causas estão sendo investigadas. A caixa-preta da aeronave foi encontrada no fim da tarde e peritos foram enviados para o local do acidente para analisar os corpos e destroços. Segundo informações da Aeronáutica, o jato que levava o ex-governador de Pernambuco ao litoral paulista saiu do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá, em São Paulo. A aeronave levava outras seis pessoas - o fotógrafo da campanha, um cinegrafista, dois assessores e os dois pilotos – e caiu em uma área residencial quando se preparava para pousar. Novo candidato Sem Campos, o PSB e os partidos que fazem parte de sua coligação têm dez dias para escolher um novo candidato, de acordo com as regras da lei eleitoral. A mais cotada é Marina Silva, vice-presidente na chapa, mas ainda não está claro se o nome será aprovado pelas lideranças do PSB. Marina foi para Santos para acompanhar o resgate do corpo do candidato. "Essa é uma tragédia que nos impõe luto e profunda tristeza", disse a colega de chapa, visivelmente abatida. "Durante esses dez meses de convivência aprendi a respeitá-lo, admirá-lo e a confiar em suas atitudes e ideais de vida." Em nota, o PSB lembrou que há exatos nove anos morria Miguel Arraes, líder histórico do partido e avô de Campos. "Perdemos Eduardo Campos quando mais o Brasil precisava de seu patriotismo, seu desprendimento, seu destemor e sua competência", diz a nota. "Não é só Pernambuco e sua gente que perdem seu líder, não é só o PSB que perde seu líder. É o Brasil que perde um jovem e promissor estadista."
O ano da Copa do Mundo no Brasil começou com metade dos 12 estádios prometidos para o torneio ainda em construção.
Data de entrega da Arena Amazônia foi adiada mais uma vez A Arena Amazônia, em Manaus é um deles; a previsão inicial de sua inauguração era para 15 de janeiro, mas esta foi adiada em pelo menos um mês por conta de atrasos enfrentados nos últimos meses. Atualmente, o grande "imprevisto" que impede a capital amazonense de estipular uma data exata para a conclusão de todas as obras é o período de chuvas na região, que acaba atrapalhando a conclusão dos trabalhos. Outro problema que dificultou o cumprimento do cronograma em Manaus foi o acidente ocorrido em 14 de dezembro do ano passado, quando o operário Marcleudo de Melo Ferreira caiu de uma altura de 35 metros nas obras do estádio e morreu. O jovem, de 22 anos, foi a segunda morte registrada na construção da arena amazonense. Em março de 2013, Raimundo Nonato Lima da Costa, de 49 anos, também faleceu após despencar de uma altura de cinco metros. Para o secretário da Copa em Manaus, Miguel Capobiango, há uma coincidência que justifica as duas quedas fatais: o "relaxo" dos operários na utilização dos equipamentos de segurança. "Usar o equipamento de segurança às vezes é chato e nem todos gostam de estar usando. O operário às vezes abre mão por preguiça, então ele relaxa, e é isso que agora nós não podemos deixar", explicou à BBC em Manaus. "Infelizmente, os dois acidentes aconteceram por uma questão básica de não cuidado do trabalhador no uso correto do equipamento." Atraso Após o acidente fatal em dezembro, as obras na Arena Amazônia foram paralisadas por cinco dias e, na retomada, o Ministério do Trabalho tomou uma medida que atrasou o cronograma da entrega. "Por precaução, o Ministério do Trabalho solicitou que não fosse feito trabalho na cobertura à noite, porque os dois acidentes aconteceram à noite", disse. "Ficou claro que os dois aconteceram por uma falta de observação da segurança do próprio trabalhador, ele tomou a decisão de relaxar e isso não pode acontecer", completou. Para o Sindicato da Construção Civil de Montagem - ao qual os operários que trabalham na montagem da estrutura da Arena Amazônia estão vinculados -, porém, os acidentes aconteceram por falta de fiscalização do técnico de segurança que tomava conta da obra. "Se o trabalhador se recusar a usar o equipamento, o técnico de segurança tem que fazer um relatório dizendo isso, para ficar documentado. O técnico deles não foi fazer relatório nenhum", garantiu Cícero Custódio, presidente do sindicato. Cícero ainda informou à BBC Brasil que chegou a notificar o secretário Miguel Capobiango antes do acidente de dezembro de que o relatório sobre a não utilização correta do equipamento de segurança pelos operários não estava sendo feito. "Eu liguei para ele em outubro, novembro para falar isso e ele disse que não poderia se meter nessa parte de obra porque ele não é gestor do estádio, é o gestor da Copa. Ele disse que não tinha nada a ver com isso", contou. Sem pressa O discurso das autoridades da Copa em Manaus agora é de terminar os trabalhos sem pressa, prezando ao máximo pela segurança dos operários. "Não tem pressa para inaugurar a obra, estamos a cinco meses da Copa", afirmou o secretário."A preocupação nossa é que ele esteja terminado e possamos testá-lo, mas nós não abrimos mão da segurança do trabalhador." A nova data para a entrega do estádio, porém, ainda está indefinida. Enquanto o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, fala em inaugurá-lo no fim de fevereiro ou começo de março, o secretário da Copa na cidade, Miguel Capobiango, garante a Arena pronta no início do próximo mês. "Estamos com quase 96% das obras concluídas, falta finalizar a fachada, a cobertura, fazer as últimas instalações e cuidar do entorno. A arena estará pronta já para começar a testá-la a partir de fevereiro", disse Capobiango à BBC. Na última quarta-feira, o primeiro estádio dos seis que ainda estavam em obras foi inaugurado. A Arena das Dunas, em Natal, com capacidade para 42.000 pessoas já receberá suas duas primeiras partidas oficiais no final de semana. O Beira-Rio, em Porto Alegre, deverá ser o próximo inaugurado e a Arena Amazônia o terceiro. Ainda assim, Manaus tem enfrentado problemas com os trabalhadores da obra, que reclamam de estarem recebendo muita pressão para finalizarem os trabalhos. Alguns deles, ouvidos pela BBC em Manaus, relataram que se sentem bastante pressionados e ainda reivindicaram alguns pagamentos que não teriam sido feitos pela construtora Andrade Gutierrez. Miguel Capobiango nega os problemas com os operários e alega que tudo está em dia com eles. Mobilidade para depois Secretário da Copa diz que operários têm 'preguiça' de usar equipamentos de segurança Além da Arena Amazônia - que receberá quatro jogos do Mundial, incluindo Inglaterra x Itália - a Copa também previa a conclusão de projetos de mobilidade urbana para a cidade, mas estes ficarão somente para depois do torneio. Em entrevista à BBC, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, explicou que, quando assumiu, em janeiro do ano passado, constatou que não teria tempo de concluir as obras de mobilidade previstas até a Copa, mas prometeu tirá-las do papel após o fim do torneio. "Quando eu cheguei à Prefeitura, eu sabia que faltavam 17 meses para a Copa e eu não poderia fazer nada mais ousado ou qualquer coisa com uma tecnologia melhor, porque não teria tempo para fazer", contou. "Então nós acertamos que depois da Copa nós vamos cuidar dessa questão da mobilidade urbana. Já tem o empréstimo garantido". A Arena Amazônia terá capacidade para 44 mil pessoas e está custando R$ 669,5 milhões aos cofres públicos, de acordo com o último levantamento divulgado pelo Ministério do Esporte em novembro - o orçamento inicial previa um gasto de R$ 515 mi. A obra em Manaus gerou polêmica pela grande possibilidade de se tornar um elefante branco ao final da Copa. A cidade tem apenas times de futebol na quarta divisão nacional. No campeonato estadual do ano passado, o maior público foi de 5 mil torcedores. Ainda assim, o prefeito Arthur Virgílio já tem a receita para fazer o estádio render. "Acredito que o primeiro passo depois da Copa deve ser privatizar a arena. E aí eu tenho certeza que o empresário fará jogos de futebol, jogos de volei, vários shows, quem sabe até um UFC", sugeriu.
O candidato derrotado às eleições presidenciais americanas, o democrata John Kerry, foi criticado por ter feito uma piada sobre a guerra no Iraque.
Na terça-feira, Kerry disse a um grupo de estudantes na Califórnia que "se você estudar bastante, fizer sua lição de casa e fizer um esforço, você se sai bem". "Se não, você acaba no Iraque", disse ele. A Casa Branca exigiu que Kerry peça desculpas, mas o senador pelo Estado do Massachusetts disse que o alvo da piada seria "a política fracassada" do presidente George W. Bush, e não as tropas americanas. Indignação A guerra de palavras acontece dias antes das eleições parlamentares e para governador de alguns Estados americanos. O assunto Iraque pode ser um fator decisivo para muitos eleitores. O correspondente da BBC em Washington, James Coomarasamy, diz que a Casa Branca lançou o ataque a Kerry para tentar atingir Partido Democrata por tabela. Fazendo campanha no Estado da Geórgia, Bush disse que os comentários de Kerry seriam "um insulto e uma vergonha" e pediu para que seu antigo rival peça desculpas para as tropas. "Os integrantes do Exército americano são bastante inteligentes e muito corajosos, e o senador por Massachusetts lhes deve um pedido de desculpas", disse Bush. Kerry disse que os republicanos se recusam a discutir assunto importantes referentes à política internacional. "Me causa indignação que um grupo de republicanos que não usaram o uniforme de nosso país queiram mentir sobre aqueles que o fizeram", disse Kerry, um condecorado veterano da guerra do Vietnã.
A eleição do argentino Jorge Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, como o novo papa causou surpresa entre os argentinos.
Bergoglio é considerado uma surpresa, devido a sua idade avançada Houve buzinaços em Buenos Aires assim que as emissoras de televisão locais informaram que o cardeal, de 76 anos, será o novo pontífice, com o nome de Francisco. Bergoglio era tido como "descartado" devido à sua idade, considerada "avançada para ser papa". Em seu primeiro discurso como papa, diante de uma praça São Pedro lotada de fiéis, Bergoglio agradeceu seu antecessor, Bento 16, por seu trabalho pela Igreja e pediu que o mundo entre em "um novo caminho de amor e fraternidade". Ele também pediu que os fiéis rezem por seu papado. 'Austero' Bergoglio é considerado um homem "austero", e suas homilias tiveram grande repercussão na Argentina nos últimos governos. Nas homilias ele várias vezes destacou a importância da inclusão social e indiretamente criticou os governos que "não prestavam atenção aos excluídos". "Surpresa, Bergoglio é papa. Estamos arrepiados", disse o enviado especial da emissora de televisão TN, de Buenos Aires.
Parte dos venezuelanos vê com cautela a possibilidade da assinatura de um acordo de livre comércio com o Brasil.
Um trabalho realizado pelo Instituto de Estudos Superiores em Administração venezuelano afirma que um acordo entre os dois países prejudicaria a Venezuela. "As características produtivas de ambos países fazem com que suas economias compitam entre si, em lugar de complementarem-se”, diz Josefina García, uma das autoras do estudo. "A maioria dos produtos que Venezuela poderia oferecer já são produzidos no Brasil." Segundo Josefina, os únicos setores em que a Venezuela teria vantagem em termos de competitividade e produção são os derivados de petróleo, alimentos, bebidas e cigarros, indústrias básicas e algumas de manufatura. Roberto Boll Zuluaga, presidente da Câmara dos Industriais de Caracas, diz que a Venezuela ainda não está preparada para tirar o melhor proveito dos acordos de integração comercial. "Um acordo com o Mercosul é uma realidade, porque está baseado em uma decisão política", assinalou. "Mas, para sair vitorioso nessa parceria, o país tem um trabalho árduo para os próximos anos, que é voltar a ser competitivo.” O diretor da revista Ver-Economia, Robert Bottome, não acredita na possibilidade de um acordo de livre comércio ser assinado entre a Venezuela e o Mercosul. De acordo com ele, Lula respeitará a decisão dos grupos de países andinos de negociar em bloco a entrada no Mercosul. “Ele pode promover a negociação da comunidade andina, mas não vai permitir que a Venezuela entre sozinha no Mercosul”, disse. “Os dois presidentes podem declarar que querem melhorar suas relações comerciais. Mas, não passará disso.” Josefina García lembra que Venezuela e Brasil tentam fechar um acordo bilateral desde 1995. De acordo com ela, isso não foi concretizado ainda porque para os empresários e setores produtivos venezuelanos, um acordo de livre comércio com o Brasil sempre foi visto como mais ameaçador do que positivo, pelas diferenças de tamanho que existem entre as indústrias dos dois países. Apesar da aparente resistência venezuelana, há expectativa de que a visita amplie as relações comerciais entre os dois países. José Francisco Marcondes, presidente da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria, disse que é grande a expectativa para a assinatura da linha de crédito do BNDES no valor de US$ 1 bilhão, destinados a investimentos na agricultura e infra-estrutura da Venezuela. “Devemos encerrar o ano com um intercâmbio comercial de US$ 2 bilhões”, afirmou. “Em 2004, esperamos chegar a US$ 3 bilhões.” Os investimentos brasileiros mais importantes na Venezuela estão nas áreas agroindustrial e de infra-estrutura. Entre eles, Marcondes destaca a construção da ponte sobre o rio Orinoco e o terminal açucareiro Ezequiel .
Em uma caverna escura em Tabasco, no sul do México, vive uma comunidade de molinésias, um tipo de peixe artesanal. Nada muito fora do comum, não fosse o fato de que a caverna é envenenada com o gás tóxico sulfito de hidrogênio.
Molinésias do México vivem em caverna envenenada Os peixes desenvolveram uma serie de adaptações notáveis para lidar com seu mundinho escuro e tóxico. Ainda por cima, precisam escapar de tentativas de envenenamento causadas por humanos. As molinésias de Tabasco parecem estar se tornando uma espécie distinta. Isso pode parecer estranho, já que nada os separa fisicamente dos peixes que vivem em lagos fora da caverna. O principal motivo para ficarem onde estão é que na entrada da caverna vive um predador perigoso. Ar tóxico A caverna se chama Cueva del Azufre - literalmente, Caverna do Enxofre. É alimentada por uma série de riachos e nascentes, que formam diversos lagos em seu interior. Em cada um deles há centenas ou milhares de peixinhos. Uma angra flui da caverna e ajuda a formar o leitoso riacho El Azufre, que percorre meros 1,5km antes de mergulhar em uma cachoeira no Rio Oxolotan. Depósitos naturais de petróleo e atividade vulcânica na área fazem com que a água seja rica em sulfureto de hidrogênio, um gás venenoso que também contamina o ar da caverna. Na verdade, o ar é tão tóxico em partes da caverna que pesquisadores precisam usar máscaras e roupas especiais. Sem elas, haveria uma imediata sensação de ardência nos olhos e na garganta. Em apenas dois minutos, perderiam o senso de olfato e teriam dificuldades para respirar, perdendo a consciência. Estariam mortos em 48 horas. Fim do Talvez também te interesse Molinésias normalmente formam cardumes Não é apenas o ar que está envenenado. Na água, os peixes estão expostos a concentrações de sulfureto 50 vezes maiores que as consideradas tóxicas para espécies aquáticas. Há menos oxigênio que o normal. A maioria das formas de vida estaria morta em minutos, mas as molinésias se mantêm intactas. Como? Adaptações À primeira vista, não há nada especial nos peixinhos. Eles são encontrados em abundância na América Central, onde vivem em riachos e córregos. Por isso, os biólogos ficaram chocados quando encontraram as molinésias vivendo na caverna. Para começar, eram os únicos espécimes neste tipo de habitat. A maior surpresa foi ver um peixe sobrevivendo em um ambiente tão inóspito. Michi Tobler, cientista da da Universidade do Estado de Kansas (EUA), passou décadas estudando as molinésias. Ele acredita que os peixes tiveram que adaptar hábitos e genes para aprender a sobreviver. "Eles evitam a inalação de muito sulfureto de hidrogênio ao respirar diretamente na superfície da água. Esse comportamento compensatório aumenta sua habilidade que adquirir oxigênio e provavelmente minimiza o consumo do sulfureto". Ao contrário de colegas de superfície, peixes da caverna passaram por transformações físicas e comportamentais As pesquisas de Tobler mostraram que a respiração na superfície da água é crítica para a sobrevivência dos peixes. Sem ela, eles morrem. Mas assim como limitam a entrada de toxinas em seu organismo, os peixes também conseguem filtrar o sulfureto uma vez que ele está em seus sistemas. O gás é mortal porque ele desativa a produção de energia nas células ao interferir com proteínas. Para evitar esse apagão os peixes forçam seu metabolismo a entrar em modo anaeróbico - um método de produção de energia que não envolve oxigênio, mas é menos eficiente. Problemas Quando Tobler e seus assistentes analisaram o DNA dos peixes na caverna descobriram que, em comparação com os "primos" de água mais fresca, as molinésias aumentaram a quantidade de genes envolvidos no "combate" ao gás tóxico. Ou seja: eles desenvolveram uma forma de neutralizar as toxinas. Mas os problemas das molinésias não se resumem a gases tóxicos. O ambiente é tão extremo que pouquíssimos outros animais aguentam o "tranco" de viver na caverna. Isso significa que há menos alimento disponível para os peixes, que precisaram reduzir seu gasto energético. Seus corpos perderam a pigmentação, algo que não era realmente necessário no ambiente escuro da caverna. Ao mesmo tempo, desenvolveram olhos menores e menos sensíveis que os "primos" vivendo do lado de fora e um detector de pressão nos lados de seu corpo para identificar distúrbios na água. Eles têm ainda uma maior densidade de papilas gustativas. Para aumentar a capacidade ade absorção de oxigênio, as molinésias da caverna têm cabeça e guelras maiores. Mas seus cérebros são menores, possivelmente como forma de conservação de energia. O besouro aquático é o predador das molinésias Mas a vida na caverna também mudou o comportamento dos peixes. As molinésias da caverna têm uma dieta diferente de seus antepassados. Alimentam-se da película de bactérias e de insetos em vez de algas. Como consequência, suas mandíbulas e intestinos mudaram. As molinésias também são menos agressivas que os espécimes de água fresca. Isso pode ser explicado pelo fato de que agressividade tem alto custo energético e não é recomendável quando os recursos são limitados. Os peixes da caverna também mudaram os hábitos reprodutivos. Fêmeas de molinésias preferem machos maiores, mas enquanto os espécimes da superfície podem enxergar os machos, na caverna as coisas são mais difíceis. Por isso, os peixes usam os sensores laterais para avaliar o tamanho dos possíveis parceiros - quanto maior a perturbação na água, maior o macho. As fêmeas da caverna também produzem menos filhotes, embora maiores que os equivalentes dos espécimes ao ar livre - peixes maiores resistem melhor ao veneno. Integrantes da tribo Zoque participam do ritual de envenenamento dos peixes Se não bastassem todos os problemas impostos pela natureza, as molinésias da caverna precisam ainda lidar com a população de humanos tentando envenená-las todos os anos, como parte de um ritual religioso. Em uma cerimônia criada para pedir chuva aos deuses, a tribo Zoque, do sul do México, vai até as cavernas e joga na água folhas contendo uma pasta feita de inhame mexicano. Os peixes afloram e os Zoque os levam para casa para o jantar. A raiz contém um veneno para os peixes, chamado rotenone, que é um poderoso anestésico. Mas nem todos os peixes são afetados, e alguns desenvolveram resistência à droga. E a equipe de Tober descobriu que os peixes sobreviventes conseguiram passar a habilidade para as gerações seguintes. E a proporção de peixes resistentes aumentou. As molinésias da caverna especializaram-se de tal forma em sobreviver no ambiente inóspito que criaram uma distinção genética das espécies em água fresca, mesmo vivendo a apenas metros delas. E as variações ocorrem até mesmo entre os peixes vivendo na caverna, por conta da diferença de luminosidade e no nível de sulfureto. Diferenças no ar e na luminosidade criam diferenças na molinésias Mas isso é um mistério porque as piscinas das cavernas são conectadas umas às outras e sua água flui para o lado de fora. Não há barreiras físicas separando um peixe do outro, nada impedindo que se misturem. A reposta para o mistério pode estar na presença de um terrível predador: os besouros aquáticos, que atacam as molinésias tanto do lado de fora quanto nas cavernas. Pesquisadores descobriram que os peixes dos dois lados ficam mais vulneráveis aos besouros se saem de seus respectivos habitats. Isso separa as populações. É apenas mais uma razão para admirar um pequeno peixe vivendo com enormes problemas... Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Earth
Políticos são alvos preferenciais de comediantes em todo mundo e não há época mais rica para piadas do que a de eleições.
Atualmente nos Estados Unidos, mais do que os risos, está evidente o peso que programas e apresentadores que todas as noites ocupam grande parte da programação, tanto na TV a cabo quando nas redes abertas podem ter na campanha. Todas as manhãs os programas classificados de "jornalismo sério" repetem alguns dos melhores trechos dos humorísticos da noite anterior. Em uma pesquisa feita no início do ano pelo Centro Pew, de Washington, 21% dos jovens de 18 a 29 anos entrevistados disseram receber uma parcela importante de suas informações sobre a campanha presidencial de programas de humor. Nas eleições do ano 2000, apenas 9% dos jovens recorriam aos humorísticos como fonte de informação. Entre a população em geral, o índice ficou estável em 6% nas duas eleições. Conhecimento O diretor de projetos do Instituto Pew, Peyton Craighill diz que outras perguntas revelaram que quem prefere os programas humorísticos tinha menos conhecimento sobre as eleições do que as pessoas que recorreram mais aos meios tradicionais – como telejornais ou jornais impressos – ou à Internet. O pesquisador ressalva, no entanto, que o instituto não analisou a qualidade das informações transmitidas nestes programas. “Pode ser que as informações estejam incorretas. Pode ser que a audiência não esteja entendendo de fato o que é dito”, diz. Para Craighill, ainda é difícil avaliar que resultado o fenômeno terá no resultado das eleições. “O que parece certo é que há este ano um interesse muito maior da população nas eleições e isso inclui os jovens, que são os mais influenciados politicamente pelos programas de humor.” Noticiário Megan Joiner, de 25 anos,diz que se informa sobre a campanha eleitoral ouvindo rádio, lendo jornais e notícias na Internet. Joiner não gosta de televisão, mas abre uma exceção para o programa Daily Show, apresentado diariamente por Jon Stewart. “Acho que ele faz um trabalho muito bom porque apresenta no programa os absurdos da política americana que de fato aconteceram”, diz. “Acho que os jovens têm de se envolver mais com as eleições. Rir pode ser um bom começo.” O Daily Show funciona como uma revista dos principais acontecimentos do dia, mas os apresenta sob a ótica do humor. 11 de Setembro O produtor do programa Bob Wiltfong admite que há limites para os assuntos que podem ser tratados como piada. “Fazer humor com os ataques de 11 de Setembro ainda é tabu aqui nos Estados Unidos”, disse em entrevista à BBC. Mas Wiltfong diz que o atual clima nos Estados Unidos também cria algumas piadas prontas para os comediantes. Ele cita a notícia de uma mulher detida no aeroporto de Miami porque tinha um mandado de prisão contra ela. “O mandado tinha sido expedido porque ela abandonou um pacote no Parque Nacional de Yellowstone”, contou. “No fim, descobriram que o pacote está cheio de marshmallow.” Entretenimento Nichole Sutello, de 26 anos, acha que os programas humorísticos são úteis, mas só como diversão. “Não acho que as pessoas devam confiar neste tipo de programa para se informar sobre política”, diz. Ela diz que os programas de humor não podem tratar de todos os temas de maneira correta e não deixam claro se estão seguindo alguma linha partidária. “Os americanos vão votar agora, não só para escolher quem vai comandar nosso país, mas também para eleger a pessoa que vai dar o tom da política externa do mundo nos próximos anos. Precisamos de informações com muita qualidade para tomar esta decisão”, afirma Sutello.
O engenheiro Oswaldo Payá, um dos mais destacados opositores ao regime de Fidel Castro em Cuba, diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu ficar ao lado dos opressores e não do povo cubano na visita que fez ao país esta semana, quando se encontrou somente com integrantes do governo.
Payá, líder do Movimento Cristão de Liberação, que defende o direito de todos os cubanos se candidatarem às eleições e a liberdade de expressão no país, diz que Lula, ao apoiar Fidel Castro, nega aos cubanos o direito aos valores democráticos que defende no Brasil. “Aqui, veio fazer uma opção pública e uma celebração pública pelos poderosos e não pelos pobres. Fez uma opção pública pelos que oprimem, e não pelos que buscam a liberdade”, afirmou em entrevista à BBC Brasil. BBC Brasil – O discurso oficial do governo brasileiro é de que Cuba é um assunto dos cubanos. O presidente Lula veio aqui em 2003 e agora esta semana de novo. Durante este tempo, houve algum contato entre a oposição e o governo brasileiro? Oswaldo Payá – Nenhum. Nós enviávamos à embaixada do Brasil nossos documentos e nossos programas, até o momento em que decidimos não o fazer mais, porque exceto nas vezes em que encontrei algum diplomata em alguma recepção de outras embaixadas e conversamos informalmente, nunca houve qualquer contato conosco. Creio que há uma política do governo do Brasil de não ter nenhum contato e nenhuma relação conosco. E se eles não querem, não buscamos. Além disso, Lula já veio duas vezes a Cuba, e se disse que a decisão tem que ser entre cubanos, para ele os cubanos são Fidel Castro e Raul Castro e este grupo no poder. Ele e seu governo estão sendo muito inconseqüentes. Ele particularmente, com os direitos que proclamou e segundo parecia que defendia publicamente. Aqui, veio fazer uma opção pública e uma celebração pública pelos poderosos e não pelos pobres. Fez uma opção pública pelos que oprimem, e não pelos que buscam a liberdade. E com isso não contribuiu em nada, pelo contrário, para a mudança pacífica, para o entendimento entre os cubanos, para a reconciliação. Tomou uma posição altamente polarizada num momento em que Cuba necessita equilíbrio dos amigos – se é verdade que são amigos. Aceitou todas as regras deste regime, se é que não são as suas próprias. Vemos uma tremenda esquizofrenia política e ética de proclamar direitos e valores para o Brasil e desprezá-los para o povo de Cuba. BBC Brasil – E vocês acham que o presidente Lula poderia ter alguma influência sobre Cuba? Payá – Creio que o governo, as ONGs, as igrejas, poderiam fazer muito por Cuba apoiando o diálogo entre os cubanos, apoiando as mudanças pacíficas. Porque não creio que no Brasil nenhuma pessoa pode pensar que os cubanos não querem seus direitos. BBC Brasil – Vocês acham que as pessoas querem mais mudança agora? Em que medida a doença de Fidel despertou este desejo de mudança? Payá – Quando as pessoas nem conseguem ver a possibilidade, nem se atrevem a pensar em mudança. O Projeto Varela levantou e abriu este caminho de esperança e por isso é tão reprimido. Depois da doença de Fidel, a minha opinião é que a maioria dos cubanos sabe que o regime de Fidel Castro vai terminar e que existe a possibilidade de que este país mude para melhor. Pode haver uma grande diversidade de visões do futuro, de experiências do passado, de posições. Mas o que não tem discussão é que nós cubanos queremos nossos direitos e que todos temos direitos. Os comunistas pensam que o único direito é ser comunista e quando já são comunistas, não tem direito sequer a deixar de ser comunista. Nós buscamos os direitos para todos, inclusive para eles. Pode haver diversidade, mas a imensa maioria deseja mudança e esta mudança significa liberdade. BBC Brasil – O presidente venezuelano Hugo Chávez tem uma grande influência em Cuba, especialmente em termos econômicos. Em que medida isso atrapalha ou ajuda a permanência deste governo cubano? Payá – Ele tem tido muita ingerência. Desde a época da União Soviética, Cuba não era tão dependente de outro país como é do governo de Chávez atualmente. Isso é muito perigoso para nosso povo porque tem lhe dado um grande poder de ingerência. Padre Varela nos ensinou que devemos ser amigos de todos, com grande solidariedade, mas totalmente independentes. Infelizmente, tivemos nos últimos anos a influência, a ingerência e depois o condicionamento dos Estados Unidos. Depois, a influência semicolonial da União Soviética. E agora a influência e a ingerência do petróleo venezuelano numa aliança política que não creio que esteja contribuindo para a paz, não creio que esteja contribuindo para a abertura, a reconciliação e as mudanças pacíficas. Está contribuindo para uma realimentação entre dois regimes, o de Chávez e este. Chávez necessita da imagem viva deste regime como um santuário. E ao mesmo tempo este poder necessita daquele petróleo e da expansão ideológica. Simpatizo com e apóio os processos na América Latina desde que, mantendo a democracia e os direitos civis e humanos, sejam capazes de garantir mudanças estruturais que permitam inclusive a ascensão dos mais pobres. Não só os direitos formais, mas também o acesso a saúde e educação, a uma vida mais justa. Mas não se pode ter que escolher entre direitos civis e justiça social. BBC Brasil – Há vários governos de esquerda na América Latina atualmente, com governantes que eram amigos de Fidel, como Lula. Isso fortalece o governo cubano? Payá – Os processos não, mas os governantes sim. Esses governantes fortalecem o regime por seus compromissos políticos ou por sua identificação ideológica com este regime, apóiam incondicionalmente, se esquecem do povo de Cuba e se esquecem de que eles chegaram ao poder por processos democráticos, por uma oportunidade de mudança que tiveram esses povos que se está negando ao povo de Cuba. A influência principal a médio prazo será a desses povos que decidiram nas urnas e mediante processos democráticos mudanças para a elevação da sua qualidade de vida, para a justiça, mas também para a liberdade. E isso se está negando ao povo de Cuba. Por que em Cuba não há um referendo como houve na Bolívia, ou no Chile, ou eleições livres como no Brasil? Lula se apresentou três vezes e não ganhou, e finalmente ganhou. Há uma cortina de fumaça, que não deixa ver direito. A influência que queremos é a da consulta popular. Não de modelos, mas a influência quanto ao direito do povo de Cuba de decidir e dos cidadãos a ser livre. Isso é o que nos falta agora.
O governo da Bolívia rompeu nesta quarta-feira relações diplomáticas com Israel devido à ofensiva na Faixa de Gaza.
"A Bolívia tinha relações diplomáticas com Israel, mas, frente a estes graves atentados contra a vida e a humanidade, a Bolívia rompe relações diplomáticas com Israel", afirmou o presidente Evo Morales, segundo o site da Agência Boliviana de Informação (ABI). O governo boliviano também anunciou que o país vai apresentar uma denúncia na Corte Penal Internacional sobre "o genocídio que Israel está cometendo contra a população civil na Faixa de Gaza". "Fazemos um chamado, junto a muitos países e organismos internacionais, principalmente organismos que defendem a vida, para que a partir deste momento trabalhemos para defender a humanidade", disse o presidente. 'Crimes' O governo boliviano lembrou que qualquer país pode apresentar denúncia contra os autores de crimes contra a humanidade, genocídio, extermínio e outros. "Os crimes do governo de Israel afetam a estabilidade e a paz mundial e fizeram o mundo retroceder à pior época dos crimes contra a humanidade desde a 2ª Guerra Mundial e, nos últimos anos, na ex-Iugoslávia e em Ruanda", afirmou Morales. O presidente acrescentou que a Bolívia é um país pacifista e não pode ficar apenas como um espectador diante do "genocídio que Israel comete contra a população civil na Faixa de Gaza". A ação militar israelense na Faixa de Gaza foi iniciada em 27 de dezembro. Segundo Israel, o objetivo é impedir que militantes palestinos continuem a lançar foguetes contra o território israelense. O presidente Evo Morales não foi o primeiro a romper relações com os israelenses. O presidente da Venezuela e aliado de Morales, Hugo Chávez, rompeu relações com Israel na semana passada. Os venezuelanos expulsaram o embaixador de Israel e parte dos funcionários da embaixada israelense no país em um sinal de protesto contra a ofensiva em Gaza.
Após meses de intenso embate, o senador e pré-candidato à presidência americana Bernie Sanders anunciou nesta terça-feira que apoiará a candidatura da rival Hillary Clinton na eleição de novembro.
Bernie Sanders anunciou apoio a Hillary Clinton, sua rival na disputa democrata O anúncio ocorre a duas semanas da convenção do Partido Democrata, que deve oficializar a vitória de Hillary nas primárias e torná-la a candidata oficial da agremiação na disputa contra o empresário Donald Trump, do Partido Republicano. Sanders, que se define como "socialista democrático", já não tinha chances de ultrapassar Hillary, mas fez questão se manter em campanha até a véspera da convenção. Ele aproveitou a projeção conquistada nas primárias para continuar divulgando suas bandeiras, como tornar as universidades públicas gratuitas, aumentar os impostos sobre os mais ricos e ampliar o controle sobre o setor financeiro. Com o apoio de Sanders, Hillary espera herdar os votos conquistados pelo senador nas primárias - especialmente em Estados onde ele se saiu bem e as pesquisas apontam uma disputa apertada entre Hillary e Trump, caso de Colorado, Indiana e Minnesota, entre outros. Fim do Talvez também te interesse Na semana passada, a candidata acenou ao senador ao incorporar parcialmente a proposta dele sobre as universidades públicas, defendendo torná-las gratuitas para famílias com renda anual de até US$ 125 mil (R$ 409 mil). Hillary durante campanha eleitoral nos EUA Segundo uma pesquisa do Pew Research Center, 85% dos eleitores que votaram em Sanders nas primárias pretendem apoiar Hillary na eleição nacional. Mas para a candidata também seria desejável herdar o entusiasmo dos eleitores do senador. Enquanto Hillary até agora atravessou a campanha respondendo perguntas indesejadas sobre o uso de um servidor privado para trocar emails quando era secretária de Estado ou sendo questionada sobre os financiadores da fundação que gere com o marido, Bill Clinton, Sanders obteve uma projeção que muitos consideravam inimaginável e passou a ser tratado quase como herói por parte dos apoiadores. A campanha do senador foi extremamente popular entre universitários e americanos brancos descontentes com a política em Washington, dois públicos com os quais Hillary tem dificuldades. Sanders também teve bons resultados em antigas regiões industriais, onde muitos perderam o emprego nas últimas décadas e um discurso antiglobalização vem ganhando força. Disputa pela Casa Branca deve opor Hillary Clinton e Donald Trump Nessas áreas, o discurso de Trump contra acordos comerciais também tem ressoado bem, o que, segundo analistas, poderia levar alguns eleitores de Sanders a migrar para o empresário. Com o apoio do senador, Hillary quer impedir essa migração e conquistar também os eleitores independentes que pendiam para Sanders. Ainda não está claro, porém, até que ponto ela está disposta a incorporar bandeiras mais à esquerda e qual espaço Sanders terá em sua campanha. A possibilidade de que o senador seja convidado a ser vice na chapa parece remota hoje. O simples anúncio do endosso, porém, já deixa a candidata numa posição mais confortável que a de Trump, que tem sofrido para conquistar apoios entre líderes republicanos. Importantes membros do partido - como os da família Bush, o ex-governador Mitt Romney e os senadores John McCain e Marco Rubio - já disseram que não participarão da convenção republicana na semana que vem, evidenciando o racha na agremiação. Até agora, o empresário parece combater em duas frentes: numa, ataca os competidores democratas; na outra, lida com o "fogo amigo" e a desconfiança do próprio partido.
Quando acordou no último sábado em sua casa em Nicósia, a capital do Chipre, a brasileira Mônica Rodrigues, teve a sensação de que havia voltado no tempo cerca de 20 anos.
Tranquilidade ameaçada: crise transformou a vida da brasileira Mônica Rodrigues no Chipre Milhares de pessoas corriam para os caixas eletrônicos, fazendo filas enormes para tentar retirar seu dinheiro do banco, trabalhadores e aposentados protestavam contra o achatamento de seus rendimentos e um governo recém-eleito tentava justificar medidas impopulares. Ao longo da semana, a situação não melhorou: o dinheiro dos caixas eletrônicos acabou, os bancos não abriram as portas e as transações bancárias foram bloqueadas. "Lembrei de quando saí do Brasil, nos anos 90. Era estudante quando o Plano Collor foi adotado, confiscando a poupança dos brasileiros. O caos econômico que o Brasil vivia naquele período influenciou minha decisão de vir morar no Chipre, juntando-me à minha mãe, que havia se casado com um cipriota", disse Mônica à BBC Brasil. "Aqui havia segurança e estabilidade, as pessoas podiam planejar sua vida com tranquilidade e tinham muitas oportunidades", lembra a brasileira, que, como a mãe, também terminou se casando com um cipriota e hoje trabalha como auxiliar administrativa. Taxa rejeitada Os protestos, a corrida aos caixas eletrônicos e fechamento dos bancos no Chipre foram uma resposta à proposta para a adoção de uma taxa (que está sendo chamada também de imposto ou mesmo confisco) que seria cobrada compulsoriamente sobre todos os depósitos nos bancos do país. Brasileira casada com cipriota diz que família ficou sem dinheiro por conta de crise A cobrança, anunciada no sábado, foi incluída em um acordo negociado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), para permitir a aprovação de um pacote de resgate de 10 bilhões de euros (R$ 29 bilhões) para a economia cipriota. Originalmente, seria de 6,75% para os correntistas com menos de 100 mil euros (aproximadamente R$ 290 mil) e de 9,9% para os que tivessem mais. Na terça-feira, os termos da nova taxa foram rejeitados em uma votação no Parlamento cipriota. Agora, políticos do país estão tentando chegar a um Plano B para evitá-la, mas a possibilidade de que alguma cobrança direta sobre os correntistas ainda venha a ser adotada não foi totalmente descartada. E além disso, até que esse Plano B seja costurado, os bancos do país devem permanecer fechados. "Não tenho um tostão no bolso. Todo nosso dinheiro estava em uma conta poupança e não conseguimos transferir para uma conta corrente para poder usar o cartão de débito", diz a brasileira Ana Lima, também casada com um cipriota. "O limite do cartão de crédito se esgotou na semana passada e meu marido tem 10 euros com o qual podemos comprar pão e leite, mas por enquanto não dá pra gastar em mais nada, nem pagar contas – e não adianta tentar pedir emprestado para os amigos porque ninguém tem." "Todos estão muito frustrados e revoltados", diz Mônica. "Eu estava fazendo uma poupança para garantir o futuro de minhas duas filhas e agora não sei o que pode acontecer com esses recursos. Temo que eu e elas tenhamos de pagar por erros cometidos por políticos e bancos." Crise A crise econômica europeia foi o que transformou a realidade de Mônica e dos outros milhares de habitantes do Chipre, desatando a pior crise da ilha desde 1974, quando o país sofreu um golpe de Estado e foi invadido por tropas turcas. Além dos problemas fiscais do governo, os bancos do país foram duramente afetados pela crise na vizinha Grécia, com a qual o Chipre mantém estreitas relações. No último sábado, as autoridades anunciaram que o Chipre seria o quinto país europeu a receber um pacote de resgate da União Europeia - depois de Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal. Porém, se adotada, a taxa compulsória sobre todos os recursos de correntistas do país seria uma medida inédita, que, pela primeira vez, repassaria diretamente para correntistas de bancos o custo para o saneamento do Estado e do sistema bancário de um país europeu em crise. Mônica conta que, ao receber a notícia, correu para o computador na tentativa de pagar suas contas e cartões de crédito. "Nos caixas eletrônicos, as filas já eram imensas e parece que, em dado momento, acabou o dinheiro. Eu ainda tinha contas para pagar neste mês e agora vai ficar um pouco mais difícil com os bancos fechados e esse possível confisco", afirma a brasileira. Para piorar, como lembra Mônica, o atual caos econômico ocorre em um momento em que as famílias cipriotas já estão vulneráveis e fragilizadas do ponto de vista financeiro. "Meu marido, que trabalha de controlador aéreo, e meu sogro, que é aposentado, já tiveram reduções de seus rendimentos recentemente, por exemplo, então, já estava apertado para pagar as contas antes", conta. Segundo a embaixada, a comunidade de brasileiros no Chipre é pequena, composta por 80 a 100 pessoas. Além de brasileiros casados com cipriotas, também vivem no país muitos jogadores de futebol acompanhados de suas famílias. Em 2011, a equipe cipriota Apoel, com seis brasileiros, fez história ao conquistar um lugar de destaque na Liga dos Campeões da Europa.
Um garoto de 12 anos que foi suspenso de uma escola em Londres por usar dreadlocks conseguiu o direito de usar o cabelo como quiser.
A escola havia dito que Chikayzea deveria cortar o cabelo ou seria suspenso Em setembro do ano passado, em seu primeiro dia de aula, o britânico Chikayzea Flanders recebeu uma ordem da escola Fulham Boys School para que cortasse o cabelo se não quisesse receber uma suspensão. Sua mãe, Tuesday Flanders, entrou na Justiça contra a medida, argumentando que a exigência era um ataque à sua religião rastafári, cujos fieis tradicionalmente usam esse tipo de penteado, e tirou o filho da instituição. Quase um ano depois, a família e a escola agora chegaram a um acordo. Chikayzea vai poder voltar, desde que "seus dreadlocks sejam mantidos presos para que não toquem o topo de seu colarinho ou cobertos com um tecido de cor definida pela escola" "Como pais, nós confiamos nas escolas e nos professores para ajudar a moldar a vida das crianças através da educação", disse a mãe do garoto. "Mas eles jamais deveriam restringir expressões da sua identidade ou de suas crenças religiosas" A exigência da escola gerou protestos no ano passado O diretor da escola, Alun Ebenezer, disse que a escola "tinha lidado com a reclamação (da mãe) através do procedimento de reclamações". Segundo ele, a política rígida de "aparência e uniforme" da escola continuaria valendo, pois "protege o ethos (o modo de atuação)" da instituição. "Cerca de 20% dos nossos alunos vêm de escolas privadas e convivem com 40% de alunos de classes menos favorecidas", disse Ebenezer. "A nossa política de uniforme serve para que não haja diferenciação entre os alunos cujos pais ganham milhões de libras e o que vieram de famílias mais pobres." Um comitê de educação local recomendou que a escola revisse sua política de uniforme à luz da legislação do país. David Isaac, diretor da Comissão de Igualdade e Direitos Humanos, que ajudou a família com o processo contra a escola, disse estar feliz que a escola reconheceu "suas falhas nessa questão e concordou em revisar suas políticas". Após o acordo, a Justiça ordenou que a escola pague uma indenização à Chikayzea e sua mãe e cubra os gastos com o processo. Tuesday Flanders diz que o cabelo é parte importante de sua fé
Especialistas britânicos estão trabalhando no desenvolvimento de uma pílula anticoncepcional que não aumente os riscos de câncer de mama e que, ao contrário, ajude a prevenir esta e outras doenças.
A expectativa dos cientistas é de que a nova droga esteja disponível em cinco anos. De acordo com David Baird, professor da Universidade de Edimburgo, a nova pílula talvez possa evitar fibroses, endometriose e a tensão pré-menstrual. A pílula funciona à base da droga mifepristona, utilizada na composição da pílula do aborto, a polêmica RU 486. Ela suspenderia o ciclo menstrual ao bloquear a ação do hormônio progesterona, que ajuda o corpo a se preparar para a gravidez. Os cientistas acreditam que a pílula possa também reduzir o risco de trombose em mulheres mais velhas, que fumam ou estão acima de seu peso ideal. Riscos Pílulas atuais, que funcionam à base de uma combinação de estrogênio e progesterona, têm sido associadas ao câncer da mama. Alguns especialistas acreditam que o efeito seria causado pelo estrogênio. Esta teoria, no entanto, é bastante refutada por cientistas que argumentam que, pelo contrário, a pílula "combinada" ajudaria a proteger contra outros tipos de câncer, como os de útero e ovário. Baird afirma que testes com animais indicam que a nova pílula pode inibir o câncer da mama. Ele diz acreditar que é possível que a droga tenha o mesmo impacto em células humanas. "Em teoria, não há razão para que a nova pílula aumente o risco do câncer no seio, uma vez que ela não contém estrogênio", explica. "Se você reduz a exposição cíclica do ovário aos hormônios ovarianos estrogênio e progesterona, você deveria, na verdade, estar reduzindo o risco de câncer do seio", acrescenta o pesquisador. A pílula foi testada em dois grupos de cerca de 90 mulheres com resultados positivos e, de acordo com os cientistas, poucos efeitos colaterais. O professor Baird enfatiza, no entanto, que estudos em grande escala são necessários para que os benefícios e possíveis malefícios sejam avaliados. Repercussão Anna Glasier, médica da London School of Hygiene and Tropical Medicine, diz que a idéia de que é pouco natural suspender o ciclo menstrual é "completamente errônea". Glasier argumenta que, no passado, as mulheres passavam anos sem menstruar, seja porque estavam freqüentemente grávidas ou amamentando. Já a médica Rosemary Leonard alerta para a necessidade de pesquisas para que se conheçam os efeitos da pílula a longo prazo. "No momento em que você fala em interromper a ação dos ovários, você tem de olhar o sistema hormonal como um todo", diz. "E aí vem a pergunta: o que isso representa para a saúde a longo prazo?", questiona.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou veementemente que irá mudar a Constituição da Rússia para concorrer a um terceiro mandato.
A declaração do líder russo foi feita durante um encontro com jornalistas estrangeiros em Moscou. A possibilidade de Putin buscar um terceiro mandato é um dos temas mais discutidos na Rússia e vem gerando vários boatos e especulações. Putin tem repetido reiteradamente que não irá concorrer às eleições presidenciais de 2008, mas acredita-se que a maioria dos russos gostaria que ele permanecesse no cargo. Constituição Putin afirma que a Rússia precisa de estabilidade e que a melhor maneira de obter esta estabilidade é preservando a Constituição e as leis do país. Segundo analistas, o Parlamento russo estaria disposto a aprovar as mudanças constitucionais necessárias para que o presidente do país possa concorrer a três mandatos sucessivos. Em seguida, as mudanças teriam de ser submetidas a um plebiscito em todo o país. Segundo uma recente pesquisa de opinião, mais de 60% dos russos querem que Putin concorra a um terceiro termo. Para muitos russos, os problemas do país se devem aos ministros ou ao Parlamento do país e não ao líder da nação. Autoritarismo Críticos do presidente, a quem acusam de de práticas autoritárias e antidemocráticas, querem que Putin conclua seu segundo mandato e se retire do poder. Os opositores do líder russo afirma que até o momento Putin não tratou de alguns de temas vitais -e polêmicos-, como reformas no Exército, no sitema habitacional, na educação e no sistema de saúde do país. Putin tem dito que melhor servirá seu país se sua experiência for usada nos próximos anos de seu mandato.
O príncipe William disse que, se realmente entrar para o Exército britânico após deixar a universidade, estaria disposto a combater na frente de batalha.
"A última coisa que quero é ser mimado ou superprotegido", disse o neto da rainha Elizabeth 2ª. Numa entrevista para marcar o início de seu quarto e último ano na Universidade de St. Andrews, William disse que ser poupado das zonas de guerra em razão de seu título seria "humilhante". Ele acrescentou que "a vida é curta demais" para ele ficar se preocupando com a possibilidade de um dia virar rei. 'Pés no chão' William não relutaria em se tornar monarca, mas afirmou que, no momento, quer "manter os pés no chão" e "me divertir o máximo possível". "Eu costumo olhar o lado positivo de tudo. Não vejo razão para ser pessimista ou ficar preocupado demais com as coisas porque, francamente, a vida é curta demais." William já falou antes sobre a possibilidade de ir para as Forças Armadas após se formar, e diz que o Exército seria a sua opção. Ele disse que a academia de treinamento de oficiais de Sandhurst é "muito atraente" e que seu irmão mais novo, príncipe Harry, "irá (para a academia) primeiro como cobaia para ver o que acontece". William acrescentou, porém, que ainda não definiu os seus planos para o futuro. O filho do príncipe Charles e da princesa Diana, morta em 1997, também pretende escolher que tipo de causa beneficente vai abraçar, como por exemplo o combate à pobreza e à Aids na África. Como parte da entrevista oficial, o príncipe posou para as câmeras caminhando pela pequena cidade universitária onde estuda na Escócia. Ele foi filmado jogando sinuca com um amigo e durante um seminário com um professor. "Lá no fundo, sou bastante normal", afirmou William.
Um grupo britânico está planejando um protesto contra a magreza na London Fashion Week neste domingo em Londres.
O grupo AnyBody, que mantém uma página na internet de defesa da diversidade física, afirmou em sua página que a manifestação na tarde de domingo será "divertida". O objetivo é dizer à indústria da moda que o grupo quer ver a diversidade dos tipos de corpos refletida na passarela. E o AnyBody também propôs um abaixo-assinado online contra a magreza das modelos. 'Fascismo' O grupo sem fins lucrativos foi formado em 2003 por advogados, psicoterapeutas, artistas, além de profissionais da mídia e do próprio mundo da moda. Segundo a página do AnyBody, que reúne homens e mulheres, o grupo está "comprometido com o estímulo de uma mudança em atitudes culturais em relação a corpos e alimentação para que mulheres e crianças da próxima geração possam aprender a ser felizes com seus corpos". "Nós desafiamos o domínio distorcido tirânico das indústrias da moda e de dietas em nossas saúde, mentes e corpos. Pedimos ao governo para encarar honestamente o que influencia o comportamento saudável de indivíduos e apóie programas realistas para trazer mudanças na forma de lidar com problemas como obesidade." Entre as frases e slogans que a organização pretende usar no protesto de domingo está "Queime seu IMC (Índice de Massa Corporal)" e "Lute contra o Fascismo Corporal da Moda". O evento londrino deve trazer mais polêmica à questão da magreza das modelos. No ano passado a Semana da Moda de Madri, um dos mais prestigiosos eventos do setor na Espanha, barrou um terço das candidatas a modelo alegando magreza excessiva das moças. E os casos da modelo Ana Carolina Reston e da estudante de moda Carla Casalle, mortas no Brasil em conseqüência de anorexia nervosa, reacenderam o debate na Itália sobre a relação entre moda e a doença.
O governo americano está apertando o cerco contra os brasileiros que estão cruzando ilegalmente a fronteira do México com os Estados Unidos.
A principal mudança foi a prisão compulsória de todos os estrangeiros que cruzaram ilegalmente a fronteira na região do Vale do Rio Grande, o local preferido dos brasileiros no momento. Antes, pessoas de outros países que não o México tinham a chance de aguardar a deportação em liberdade até a audiência com o juiz, geralmente marcada para um prazo de 30 a 60 depois de serem pegos pela polícia. O novo sistema, em vigência desde o início de julho, reduziu em 40% o número de brasileiros encontrados pelos guardas da Patrulha da Fronteira na região do Vale do Rio Grande. Ainda assim, foram 1.340 detenções somente neste mês. Mais repressão Os guardas da região, no sul do Texas, vigiam uma área de 500 km ao longo do rio que divide México e Estados Unidos. Roy Cervantes, porta-voz da Patrulha da Fronteira do Vale do Rio Grande, acha que a repressão maior vai manter as detenções num nível mais baixo. "Quando as pessoas se derem conta de que vão ser presas e não vão mais ficar aguardando o processo em liberdade isso vai mudar a maneira de operar das quadrilhas que organizam a travessia." Ele diz que esta área já é um corredor estabelecido das quadrilhas, por causa da localização, mais próxima da América Latina; pelas condições geográficas favoráveis, comparadas às do deserto do Arizona, por exemplo; e a existência de grandes estradas que levam a cidades grandes, como Houston. Segundo lugar Os brasileiros começaram a chamar a atenção das autoridades de imigração porque cresceu muito, nos últimos anos, o número dos que são detidos pela Patrulha de Fronteira, principalmente na região do Vale do Rio Grande. Na lista de nacionalidades de estrangeiros deportados, o Brasil passou de 15º em 2000 para 8º em 2001 e quarto este ano. Na região do Vale do Rio Grande, o Brasil já é o primeiro, depois apenas do México. Foram 21.387 detidos entre outubro do ano passado e julho deste ano, mais de 20% do total de detenções, incluindo 65 países. Depois dos mexicanos, que representam 41% do total, os brasileiros são o maior grupo. Este número inclui pessoas presas nos centros de detenção – cerca de 450 nos quatro centros do Texas, na avaliação do consulado – e outros que não compareceram à audiência com o juiz e já são considerados ilegais. Deportados Apesar da redução no número de apreensões neste mês de julho, os números crescem rapidamente. No início de abril eram 31.974 ilegais em todo o país. Assim como os fugitivos, o número de brasileiros deportados também cresceu num ritmo acelerado nos últimos dois anos. Foram 202 em 2000, 500 em 2001, 1.376 em 2002, 2.414 em 2003 e 4.402 no período que vai de outubro do ano passado até julho deste ano. Em Reynosa, no lado mexicano da fronteira, embora estejam legalmente no país, já que não precisam de visto para entrar no México, os brasileiros mantém a discrição e evitam circular pela cidade. Moradores contam que nunca vêem brasileiros, embora os vôos da Aeroméxico vindos da capital do país tragam vários passageiros do Brasil nos dois vôos diários. Eles normalmente ficam no hotel à espera do contato com o "coyote" (responsável pelo transporte de imigrantes ilegais) e do momento de atravessar o rio. O presidente do Centro de Estudos Fronteiriços e de Promoção dos Direitos Humanos, Arturo Solís, denunciou à embaixada brasileira da Cidade do México – sem receber resposta, segundo ele – que os taxistas do aeroporto estavam sendo pressionados pela polícia local a não transportar passageiros brasileiros. "Eles têm que andar até a estrada, correndo riscos de serem assaltados", afirmou. O jornalista mexicano David Diaz, do jornal local El Cinco, disse que percebeu o fluxo de brasileiros ao olhar as estatísticas de imigração e o movimento no aeroporto da cidade. "Antes em cada vôo vinham dois, agora são 10, 15. Não acredito que todo mundo vem fazer turismo aqui", disse.
A luta pela vida de um bebê prematuro numa incubadora e coberto por eletrodos é uma experiência difícil para seus pais.
O monitoramento de sinais vitais por roupas inteligentes reduz o estresse de bebês prematuros e seus pais Normalmente, eles têm poucos minutos por dia para estar ao lado da criança e vivem uma rotina desgastante, de grande preocupação com a saúde do recém-nascido. Amenizar este sofrimento foi o objetivo de três italianos - um engenheiro, um médico e uma empresária do ramo têxtil – ao criar uma roupa com tecido especial capaz de monitorar dados cardíacos, respiratórios e de movimentos de bebês. "Isso possibilita uma terapia fundamental: a do contato da pele da mãe com a do filho", diz Rinaldo Zanini, diretor da maternidade e coordenador médico da unidade de terapia intensiva neonatal do hospital da Província de Lecco, no norte da Itália, em entrevista à BBC Brasil. "Ainda temos controle e segurança, mas sem criar uma barreira entre os dois." Fios inteligentes Os dados captados pela roupa são analisados em tablets, computadores ou celulares Na verdade, os cabos e sensores ainda estão lá, mas integrados ao tecido. É como se os recém-nascidos "vestissem" os eletrodos. Feitos de prata, os fios inteligentes são bons condutores de eletricidade. "Isso garante boa qualidade do sinal para o monitoramento", afirma pesquisador Giuseppe Andreoni, da Universidade Politécnica de Milão. Ao mesmo tempo, os fios têm uma textura semelhante à da malha de algodão e propriedades antibacterianas, evitando alergias no bebê. No protótipo final, os fios inteligentes foram incorporados à costura das mangas. "Assim, temos certeza de que sempre estão em contato com a pele", explica a empresária Alessia Moltani à BBC Brasil. Um modem preso à roupa transmite por rede sem fio os dados captados por sensores. As informações podem ser, então, analisadas por computador, tablet ou celular. Cura e cuidado Assim, tenta-se conciliar a cura com o cuidado. O uso do tecido inteligente diminui o impacto psicológico na mãe, que já está sensível pela gravidez encerrada antes da hora. Também evita uma terapia incômoda, em que os eletrodos presos à pele do bebê devem ser trocados diariamente. Pesquisas mostram que o contato da mãe com o bebê prematuro ajuda na recuperação Nos testes, os bebês eram duplamente monitorados, pelo método tradicional e pela roupa. "Cientificamente, chegamos aos mesmos resultados", diz Zanini. "Mas o novo tratamento é menos estressante e favorece a descida do leite materno", afirma Zanini. Marina Padovan foi uma das mães que aceitou fazer parte da pesquisa. Ela chegou à maternidade para um parto prematuro com 32 semanas de gravidez. Seu filho nasceu com 1,340 quilos e ficou um mês e meio no hospital. "Era difícil ver meu filho com todos aqueles tubos e fios. Pedia ajuda à enfermeira a cada amamentação", diz ela, que, por isso, decidiu testar o protótipo da roupa inteligente. "Era melhor ter ele monitorado, mas no meu colo, sem precisar da ajuda de ninguém." 'Start-up' Há dez anos, a ciência estuda diferentes aplicações desses tecidos eletrônicos. Seu uso em roupas de bebês é o mais novo passo deste tipo de tecnologia, que poderá ser usada também para monitorar idosos no futuro. O projeto nasceu há cerca de quatro anos, como uma pequena empresa, ou "start up", na Universidade de Milão. A Comftech hoje faz parte de um grupo seleto de oito empresas da União Europeia que integram o programa do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia, dedicado à saúde e prevenção de doenças. Segundos dados oficiais, nascem cerca de 40 mil bebês prematuros a cada ano na Itália, o que representa cerca de 7% do total de partos. Nestes casos, a roupa oferece um tratamento mais humanizado. No entanto, seu uso caseiro requer atenção. "Não é um instrumento genérico para dar uma falsa sensação de segurança aos pais", alerta Zanini. "A roupa revela situações de crise e perigo, mas é necessário também ensinar a eles a como reagir numa emergência assim."
Já virou verbo: googlar. Eu googleio, tu googleias... Quer dizer: sair procurando, pesquisando algo na internet via o mais popular dos mecanismos de busca. E, quase sempre, achando.
Agora, nos Estados Unidos, o Google acabou ajudando a solucionar um crime. A história é a seguinte: um detetive americano passou uma semana digitando coisas no Google a fim de tentar resolver identificar um homem que, ao que tudo indicava, morrera atropelado há 11 anos numa pequena cidade do Estado de Washington, no noroeste do país. O mistério perdurava desde então e de nada adiantara a busca nos bancos de dados de pessoas desaparecidas. No que surge em cena o detetive Pat Ditter, da Patrulha Estadual de Washington, que acabou identificando a vítima como David Glen Lewis, um texano de 39 anos, quando do suposto “acidente”. Ninguém entendia o que Lewis estava fazendo tão longe de seu Estado natal, nem qual o motivo de sua presença em Washington. Segundo o detetive Pat Ditter, a coisa continua enigmática e os parentes do morto em nada puderam auxiliar as investigações. Eliminação Investigações que prometem continuar, dado o entusiasmo do detetive Ditter pelo Google. Segundo ele, só apelou para o popular mecanismo de busca após ler em diversos jornais relatos sobre pessoas encontradas com o auxílio do Google. Após um processo de eliminação, Ditter chegou a 12 possibilidades. Finalmente, um par de óculos resolveu a questão. Dos 12 desaparecidos, só o texano usava óculos. Exames posteriores de DNA confirmaram a identidade do morto. Agora, sempre com o Google, é tentar saber quem atropelou e matou David Glen Lewis. Além de traduzir, definir palavras, dar relatório da bolsa de ações e solucionar problemas matemáticos, o Google, mesmo sem lupa, promete resolver crimes. Taí. Até que dava uma boa série de televisão.
A União Européia (UE) anunciou nesta sexta-feira, em uma reunião de cúpula ocorrida em Bruxelas, que as condições pra a entrada de novos membros na entidade devem ficar mais rigorosas.
Os líderes dos países-membros da União Européia, que participaram de um encontro de final de ano na capital belga, garantiram que as portas da UE continuam abertas, mesmo tendo ficado claro que as regras ficarão mais duras. A União Européia anunciou que quer fazer estudos que avaliem o impacto dos novos membros nas suas próprias economias, assim como a capacidade do bloco de aceitar outros postulantes. A maior atingida pela maior cautela deve ser a Turquia, que já está num estágio avançado do seu processo de entrada na UE. O bloco confirmou uma diminuição no ritmo do processo de entrada do país, que ocorrerá em função da resistência turca em reconhecer o Chipre - já um membro da União Européia - como Estado. Outra conclusão à que chegaram os líderes europeus foi a de que há a necessidade de uma política conjunta de combate ao crime, ainda que não tenha se chegado a um consenso sobre se suspender a prerrogativa de veto que os países-membros têm em questões policiais ou de colaboração judicial. Além disso, a cúpula européia também sinalizou positivamente quanto à intensificação das patrulhas marítimas para coibir a entrada de imigrantes ilegais vindos da África. Política externa Na prática, a reunião de Bruxelas significa uma alteração de planos da União Européia, que tem tentado se colocar como uma opção de poder mais sutil do que os Estados Unidos. Esta sutileza viria na preferência européia pela negociação diplomática, graças à sua posição econômica de grandeza, onde a oferta de ajuda financeira funciona como fonte de convencimento. A força necessária para poder exercer esse tipo de influência, no entanto, exige uma unidade que passa longe da Europa no momento. Diferenças entre França e Grã-Bretanha, por exemplo, estão mais claras do que nunca, com as divergências passando por assuntos variados, indo de subsídios agrícolas à Guerra do Iraque. Na questão da Turquia, por exemplo, a Grã-Bretanha quer acelerar as negociações, entendendo que a entrada de um país muçulmano será vista como um sinal positivo para o mundo islâmico. Mas países como França, Alemanha, Grécia e Áustria querem manter a pressão sobre os turcos, refletindo a opinião de suas respectivas populações sobre a posição turca em relação ao Chipre.
Em diversos países, o Halloween (ou Dia das Bruxas) é uma época em que histórias de terror e decorações assustadoras estão por toda a parte, evocando o reino dos mortos. E mais do que isso: ensinando importantes lições sobre como levar uma vida baseada em princípios morais e éticos.
No festival dos fantasmas, em Taiwan, reza a lenda que os portões do submundo se abrem para que os mortos possam retornar à terra dos vivos As origens do Halloween moderno remontam ao festival de Samhain ("fim do verão"), celebração pagã celta que marca o início da metade escura do ano em que, reza a lenda, o reino dos vivos e o dos mortos se sobrepõem - e os fantasmas podem ser encontrados com frequência. Em 601 d.C., o Papa Gregório 1° orientou os missionários a não acabar com as celebrações pagãs, mas a torná-las cristãs, como parte de sua estratégia de converter o norte da Europa ao cristianismo. Assim, ao longo do tempo, as celebrações do Samhain se transformaram no Dia de Finados e no Dia de Todos os Santos, quando falar com os mortos era considerado religiosamente apropriado. O Dia de Todos os Santos também era conhecido como All Hallows' Day e a noite anterior como All Hallows' Evening ou Hallowe'en. Fim do Talvez também te interesse Não só as crenças pagãs em torno dos espíritos dos mortos continuaram, como também se tornaram parte de muitos rituais da igreja católica. Crença lucrativa O próprio Papa Gregório 1° sugeriu que as pessoas que vissem espíritos deveriam encomendar uma missa para eles. Os mortos, sob esse ponto de vista, precisariam da ajuda dos vivos para fazer sua jornada em direção ao céu. Durante a Idade Média, as crenças em almas presas no purgatório levaram a igreja a vender cada vez mais indulgências - documentos que concediam o perdão divino ou reduziam as penitências a quem pagasse. Ou seja, acreditar em fantasmas fez da venda de indulgências uma prática lucrativa para a igreja. Foram essas crenças que contribuíram para a Reforma, movimento liderado pelo alemão Martinho Lutero que levou à divisão do mundo cristão ocidental entre católicos e protestantes. De fato, as 95 teses de Lutero, pregadas na porta da Igreja de Todos os Santos de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, foram em grande parte um protesto contra a venda de indulgências. Posteriormente, os espíritos foram apontados com "superstições católicas" nos países protestantes. As histórias de fantasmas são comuns em países como o Japão e muitas vezes têm uma forte mensagem de cunho ético Mas os debates sobre a existência de fantasmas continuaram - e as pessoas se voltaram cada vez mais para a ciência a fim de lidar com a questão. No século 19, o Espiritismo, movimento que afirmava que os mortos podiam conversar com os vivos, se tornou rapidamente popular, assim como suas abordagens: sessões espíritas, tábua de ouija (espécie de brincadeira do copo), fotografia de espíritos e afins. Embora a importância cultural do Espiritismo tenha sido ofuscada após a Primeira Guerra Mundial, suas técnicas podem ser observadas hoje nos "caça-fantasmas", que tentam provar a existência de espíritos usando métodos científicos. Essas crenças não fazem parte apenas do mundo cristão. A maioria das sociedades tem um conceito para "fantasma". Em Taiwan, por exemplo, cerca de 90% das pessoas relatam ter visto espíritos. Assim como outros países asiáticos, como Japão, Coreia, China e Vietnã, Taiwan celebra o Mês dos Fantasmas, que inclui o Dia dos Fantasmas, quando se acredita que os espíritos vagam livremente pelo mundo dos vivos. Esses festivais e crenças são frequentemente associados à sutra (escritura sagrada) budista de Urabon, em que Buda ensina a um jovem sacerdote como ajudar sua mãe, a quem ele vê sofrendo como um "fantasma faminto". Como em outras culturas, os espíritos taiwaneses são vistos como "amigáveis" ou "hostis". Os amistosos costumam ser ancestrais ou familiares e são bem-vindos nas casas durante o festival. Já os hostis são aqueles que estão com raiva ou "fome" e assombram os vivos. Lembrete moral Como professor de mitologia na Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, que há anos estuda e ensina histórias de fantasmas, descobri que eles geralmente "assombram" por uma boa razão. De assassinatos não resolvidos à falta de funerais adequados, passando por suicídios forçados, tragédias que poderiam ser evitadas e outras questões éticas. Os espíritos, sob essa perspectiva, estão frequentemente buscando justiça depois de mortos. Eles podem cobrar isso de indivíduos, ou da sociedade como um todo. Por exemplo, nos Estados Unidos, foram reportadas aparições de escravos afro-americanos e nativos assassinados. A pesquisadora Elizabeth Tucker, da Universidade Estadual de Binghamton, em Nova York, descreve diversos relatos de aparições em campi universitários, muitas vezes ligados a aspectos sórdidos do passado da instituição de ensino. Desta forma, os fantasmas revelam o lado sombrio da ética. Suas aparições são muitas vezes um lembrete de que a ética e a moral transcendem nossas vidas e que deslizes podem resultar em um pesado fardo espiritual. No entanto, as histórias de fantasmas também trazem esperança. Ao sugerir a existência de uma vida após a morte, elas oferecem uma chance de estar em contato com aqueles que já morreram e, portanto, uma oportunidade de redenção - uma forma de reparar erros do passado. No próximo Halloween, em meio aos doces e travessuras, você pode querer dedicar alguns minutos para refletir sobre o papel dos fantasmas em nosso passado mal-assombrado e em como eles nos conduzem a uma vida baseada na moral e na ética. * Este artigo, escrito pelo professor Tok Thompson, foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
A operação Amazon II terminou com um saldo de 464 brasileiros proibidos de entrar na Europa, informou nesta terça-feira a Agência de Controle de Fronteiras Externas da União Européia (Frontex), que comandou a ação destinada a conter o fluxo de imigrantes ilegais vindos da América do Sul.
Durante os 17 dias de blitz – entre 20 de fevereiro e 9 de março –, um total de 2178 sul-americanos tiveram sua entrada negada pelas autoridades dos aeroportos de Madri, Barcelona, Lisboa, Roma, Milão, Frankfurt, Paris e Amsterdã. Os brasileiros formam o segundo maior grupo de barrados, atrás apenas dos bolivianos, que somam 877. Outros grandes grupos são de cidadãos do Paraguai (259), Venezuela (155), Colômbia (54) e Peru (41). Segundo Daniela Münzbergová, assessora da Frontex, a maioria dos brasileiros foi detida nos aeroportos de Madri (144) e Lisboa (109) depois de levantar suspeitas dos agentes de imigração por não apresentar documentos que provassem a finalidade da viagem ou por não levar uma quantia de dinheiro considerada pela autoridades européias suficiente para o período em que pretendiam ficar na Europa. Repatriados Os brasileiros proibidos de entrar na UE foram enviados de volta ao Brasil e seus passaportes receberam um carimbo indicando o procedimento pelo que passaram. Durante a operação, informações de que alguns dos barrados teriam passado até uma semana retidos nos aeroportos europeus fez com que o Itamaraty instruísse suas representações na UE a manifestar a “profunda preocupação do governo brasileiro diante de medidas que possam restringir a liberdade de circulação de cidadãos brasileiros e de atos que constituam violações aos direitos humanos”. A Frontex, entretanto, negou ter registros de tais casos. “Existe a posibilidade de que algumas pessoas demorem mais do que as 48 horas de praxe para voltar a seus países, já que a repatriação depende da disponibilidade de vôos e, no caso de uma operação especial como essa, o número de repatriados foge ao habitual. Mas até o momento não temos informações de que algo assim tenha ocorrido durante a Amazon II”, Münzbergová assegurou à BBC Brasil. Em novembro de 2006, a operação Amazon I impediu a entrada nesses mesmos aeroportos de 1992 sul-americanos considerados ilegais, a maioria cidadãos do Brasil, Bolívia e Venezuela.
Os rebeldes armados no Haiti ocuparam a segunda maior cidade do país, Cap Haitien, considerada o último reduto do presidente Jean-Bertrand Aristide no norte.
A polícia teria abandonado a cidade e há informações de que os insurgentes libertaram mais de 200 prisioneiros nas delegacias. Eles ameaçam, agora, atacar a capital, Porto Príncipe, se o presidente do país não renunciar. Mas um correspondente da BBC em Porto Príncipe disse que os rebeldes devem encontrar forte resistência por parte daqueles que apoiam Aristide. Tiros Os rebeldes iniciaram a ação contra Cap Haitien no domingo e já teriam o aeroporto e prédios do governo sob controle. Os rebeldes, que tentam derrubar o presidente Aristide, teriam encontrado pouca resistência em Cap Haitien, segundo testemunhas. Apesar disso, há informações de que ocorreram saques e trocas de tiros na cidade. Os rebeldes teriam atacado uma delegacia de polícia na parte central de Cap Haitien, que teria sido incendiada. Acordo A ação acontece em meio à visita de uma delegação internacional ao Haiti, que tenta conseguir apoio do governo e dos rebeldes para um plano de paz. O presidente já aceitou a proposta, que prevê redução de seus poderes em um governo provisório. Apesar de o plano de paz dar a representantes dos rebeldes um papel importante na tomada de decisões do governo, a oposição rejeitou o plano. Mais de 50 pessoas morreram durante o conflito, que começou no início de fevereiro no Haiti. O movimento de oposição armada já teria o controle de cerca de 11 cidades no país.
As autoridades chilenas deram duas semanas para um grupo de 12 cidadãos do Líbano deixar o país, segundo o advogado do grupo.
Ricardo de la Barra disse que vai apelar da decisão na Suprema Corte do Chile. O governo alega que os libaneses têm contatos com grupos extremistas islâmicos. A maioria deles é comerciante e vive da importação de roupas de segunda mão na cidade de Iquique, no norte do Chile, 1,5 mil quilômetros a norte de Santiago. Contatos As autoridades chilenas teriam chegado à conclusão, segundo la Barra, de que a presença dos libaneses "não é conveniente nem útil" para o Chile. Os libaneses teriam tido contatos, segundo o governo chileno, com árabes na região da fronteira com o Brasil, o Paraguai e a Argentina. Eles foram investigados em março por alegações de financiamento de grupos ligados à rede Al-Qaeda. No entanto, a polícia não conseguiu encontrar nenhuma prova concreta de envolvimento de nenhum morador da cidade portuária com a rede.
Uma gangue de criminosos roubou um total de US$ 45 milhões (R$ 90 milhões) em questão de horas ao invadir sites com bancos de dados de cartões de débito pré-pagos para depois fazer saques em caixas eletrônicos em 26 países diferentes.
Supostos membros da gangue exibem dinheiro roubado em imagem registrada no telefone de um deles Ao entrar em sistemas de bancos nos Emirados Árabes Unidos e em Omã, eles teriam conseguido obter dados das contas de clientes e eliminar os limites a saques nos cartões deles. Em seguida, eles transferiam as informações das contas hackeadas para outros integrantes da rede, que preparavam cartões magnéticos para saques em caixas automáticos. Para esse fim, eles carregavam cartões de crédito vencidos, cartões de presentes e cartões que serviam como chave de hotéis com as informações roubadas. Esse cartões convertidos eram rapidamente usados para saques em caixas eletrônicos de 26 países. Somente em Nova York, eles teriam sacado um total de US$ 2,5 milhões (R$ 5 milhões) em apenas dez horas. Mochila cheia Diferentes imagens de câmeras de circuito interno de segurança de bancos flagraram um membro da gangue com a mochila cada vez mais cheia com o dinheiro que ia retirando dos caixas eletrônicos. Em um celular de um dos integrantes da gangue, a polícia encontrou imagens dele exibindo dinheiro roubado. A investigação para desbaratar a ação dos cibercriminosos envolveu autoridades nos Estados Unidos, Japão, Canadá, Grã-Bretanha, Romênia e outros 12 países. Em Nova York, sete pessoas da célula americana da gangue internacional foram presas em conexão com os crimes. Eles enfrentam acusações de conspiração para cometer fraude e lavagem de dinheiro. Supostos criminosos exibiram ainda cédulas de dinheiro e cervejas compradas com dinheiro dos saques Um oitavo integrante da facção americana dos cibercriminosos teria sido assassinado em abril na República Dominicana. "Os envolvidos e seus asseclas participaram de um gigantesco assalto a banco do século 21 que se espalhou pela internet e pelo planeta", afirmou Loretta Lynch, procuradora do distrito Leste de Nova York. Investigadores acreditam que o grupo invadiu o sistema do Banco de Muscat, em Omã, em fevereiro. E em questão de dez horas, integrantes da gangue teriam sacado US$ 40 milhões em caixas eletrônicos Segundo a promotoria de Nova York, eles agiram rapidamente para "lavar" o dinheiro, abrindo uma conta bancária em um banco de Miami e gastando o dinheiro em automóveis, entre eles um Porsche e um Mercedes, e relógios Rolex.
A cantora Madonna teria adotado uma criança de um ano no Malauí, um país no sudeste da África.
A agência de notícias Associated Press reproduziu uma entrevista com o pai do menino em que ele teria confirmado a informação. “Sei que ele será muito feliz nos Estados Unidos”, teria dito o pai, Yohane Banda, de acordo com a agência. A especulação sobre a possibilidade de Madonna adotar uma criança na África surgiu depois que ela começou a visitar uma série de orfanatos. A assessoria de imprensa da cantora inicialmente negou a possibilidade, mas uma porta-voz anunciou que um comunicado oficial sobre o assunto será feito nas próximas 48 horas. Documentos de adoção “Eu sou o pai de David, que foi adotado”, teria dito Yohane Banda. “Estou feliz por ele porque você pode ver a pobreza neste vilarejo e eu tenho certeza que cuidarão muito bem dele nos Estados Unidos”, afirmou. Banda disse aos jornalistas que sua esposa Marita morreu um mês depois do nascimento devido à complicações causadas pelo parto. Uma instituição de caridade da cidade de Mchinji, que fica próxima da fronteira com a Zâmbia, o Home of Hope Orphan Care, tem tomado conta da criança. Madonna tinha dito que sua viagem à região, ao lado de seu marido, o cineasta Guy Ritchie, tinha como intenção ajudar a combater a pobreza e a AIDS. Autoridades do Malauí disseram que a cantora tinha dado entrada em documentos de adoção quando chegou ao país, na semana passada. Madonna, de 48 anos, já é mãe de Rocco e Lourdes, respectivamente de cinco e nove anos. Caso a artista de fato tenha adotado a criança africana, ela estaria seguindo os passos da atriz Angelina Jolie. Jolie, que deu a luz a uma filha do ator Brad Pitt, já tinha adotado duas crianças, uma do Camboja e outra da Etiópia.
O Estado do Colorado, no centro-oeste dos Estados Unidos, se transformou nesta quarta-feira no primeiro no país a permitir a venda de maconha para fins recreativos.
Algumas lojas do Colorado prepararam comemorações e outras contrataram mais seguranças Segundo um levantamento do jornal The Denver Post, de Denver (a capital do Estado), cerca de 30 lojas em todo o Colorado devem começar a vender a droga nesta quarta-feira (outras já possuem a autorização, mas não devem começar ainda), que já foi apelidada de "Quarta-Feira Verde". Em novembro de 2012, Colorado, juntamente com o Estado de Washington (na costa oeste), aprovou a legalização do uso e posse de maconha para pessoas acima de 21 anos. Washington deve iniciar a venda ainda neste ano. Os dois Estados estão entre os 20 que já haviam aprovado a venda da maconha para fins medicinais, apesar de a droga ainda ser considerada ilegal pelas leis federais. Comemoração e seguranças Donos das lojas que venderão a droga no Estado aumentaram os estoques, prepararam comemorações e contrataram mais seguranças para abrir as portas e começar as vendas nesta quarta-feira. Um gerente de uma loja do Estado afirmou que não sabe o que esperar com esta liberação. "Pode ser uma loucura. Ou pode ser muito sossegado. Quem sabe? Ninguem fez isso antes", disse Robin Hackett, da loja BotanaCare, em Denver. Segundo a nova lei, a maconha será vendida como bebida alcoólica. Os moradores das cidades do Estado poderão comprar até cerca de 30 gramas e as pessoas que moram fora do Colorado poderão comprar um pouco mais de 7 gramas. A maconha só poderá ser fumada em ambientes privados e com a permissão dos proprietários. A venda da droga está sujeita a impostos, da mesma forma que as bebidas alcoólicas, e as autoridades estaduais afirmam que esperam arrecadar milhões de dólares. Segundo The Denver Post, os primeiros US$ 40 milhões arrecadados com os impostos da venda da maconha serão destinados à construção de escolas. Lojas No total 136, lojas do Estado receberam as licenças para vender maconha, e maioria delas foram solicitadas por estabelecimentos em Denver. Algumas comunidades no interior do Estado não aceitaram a concessão de licenças para lojas locais. Os partidários da legalização da maconha elogiaram a aprovação da lei no Colorado. Rachel Gillette, da sede estadual da Organização Nacional dos EUA para a Reforma das Leis da Maconha, afirmou que o Estado "descobriu uma estratégia para sair da fracassada guerra contra as drogas e espero que outros Estados sigam pelo nosso caminho". Mas os críticos da lei afirmam que ela envia a mensagem errada para os jovens e temem que a liberação da venda da droga cause problemas de saúde e sociais. "Ainda será necessário existir um mercado negro para atender às pessoas que não podem comprar no mercado legalizado, especialmente os garotos. É quase o pior de dois mundos", disse Kevin Sabe, da organização Abordagens Inteligentes da Maconha.
Um estudo americano com mais de 125 mil homens e mulheres feito ao longo de 20 anos descobriu que o risco de cirrose alcoólica diminui a cada xícara de café bebida por dia.
O estudo liderado pelo Dr. Arthur Klatsky para a Divisão de Pesquisa da Kaiser Permanente foi publicado pela revista médica Archives of Internal Medicine. Foi descoberto que beber menos de uma xícara de café por dia reduz o risco de cirrose alcoólica em 30%; de uma a três xícaras em 40%; e quatro ou mais xícaras em 80%. Houve também uma redução não-significativa no aparecimento de outros tipos de cirrose - não associadas com álcool - em pacientes que bebiam café. Risco reduzido Os pesquisadores da Califórnia analisaram o histórico médico de pacientes que fizeram exames voluntariamente entre 1978 e 1985. Em 2001, 330 destas pessoas foram diagnosticadas com cirrose hepática, das quais 199 tinham cirrose causada por bebidas alcoólicas. Para analisar os danos ao fígado, a equipe de pesquisadores mediu a quantidade de certas enzimas no sangue. Como esperado, o nível de enzimas era muito mais alto nas pessoas que bebiam grandes quantidades de álcool. No entanto, aqueles que bebiam álcool e café tinham níveis mais baixos do que os que não ingeriam café. Os pesquisadores disseram que ainda não têm certeza de que a cafeína é responsável pelo resultado, já que estudos mostraram que o chá não foi associado à redução do risco de cirrose. A identificação da substância responsável abriria caminho para a produção de um remédio capaz de prevenir a doença e poderia ajudar a aumentar o conhecimento sobre o funcionamento das doenças de fígado. Os efeitos do álcool Na publicação, o Dr. Arthur Klatsky, chefe da pesquisa na Califórnia, afirmou que: "Mesmo que o café funcione como proteção, a primeira medida para a redução da cirrose alcoólica é evitar beber álcool em grandes quantidades." "A pesquisa sugere que a ingestão de café pode explicar as variações no risco de cirrose em consumidores de álcool. Os estudos sobre a interação café-etanol têm fundamentos sólidos, mas devemos ter em mente que o café pode ser apenas um de vários moduladores de risco para a cirrose", diz ele.
Cientistas britânicos descobriram que a placenta age como um parasita para evitar ataques do sistema imunológico da mãe.
A equipe da Universidade de Reading identificou que a placenta tem um mecanismo de dissimulação muito semelhante ao usado por lombrigas parasitas para se proteger dos ataques do sistema imunológico do indivíduo que o hospeda. A placenta desempenha um papel vital na gestação porque age como um elo entre a mulher e o feto, fornecendo a ele os nutrientes essenciais ao seu desenvolvimento. Contudo, como tanto a placenta como o feto têm uma composição genética diferente da mãe, em tese eles estão vulneráveis a um ataque do sistema imunológico materno. Os pesquisadores já sabiam que a placenta secretava uma proteína chamada neuroquinina (NKB). No entanto, foi apenas durante as pesquisas em laboratório que a equipe descobriu que a NKB continha a molécula fosfocolina, que é usada pelo parasita nematóide para desarmar o sistema de defesa do seu hospedeiro. Os cientistas da Universidade de Reading esperam que a descoberta ajude a explicar por que algumas mulheres sofrem abortos recorrentes e condições que oferecem grande risco na gestação como a pré-eclampsia. Além disso, eles acreditam que aprender a imitar o método adotado naturalmente pela placenta para evitar a rejeição pelo sistema imunológico possa levar a avanços no tratamento de outras doenças, como a artrite. "Criar um mecanismo pelo qual você pode tornar as células invisíveis ao sistema imunológico pode levar a curas de uma série de doenças e condições", disse um dos cientistas envolvidos na pesquisa, Phil Lowry.
A seleção italiana assegurou uma vaga nas semi-finais da Copa do Mundo ao derrotar a Ucrânia por 3 a 0 em partida realizada na noite desta sexta-feira, em Hamburgo, pelas oitavas-de-final.
O resultado põe frente à frente na semi-final dois tri-campeões mundiais, Itália e Alemanha que venceu a Argentina nos pênaltis. A partida será disputada na terça-feira em Dortmund. O primeiro gol da Itália, marcado por Zambrotta logo aos 6 minutos de jogo, deu tranqüilidade ao time italiano e colocou a Ucrânia sob enorme pressão. Bloqueio Sem alterar o esquema tático, o time dirigido pelo técnico Marcelo Lippi, plantou os zagueiros Cannavaro e Barzagli, protegidos pelos volantes Gattuso, Pirlo e Camoranesi. Sem encontrar espaços para as manobras ofensivas, o time da Ucrânia não conseguiu furar a defesa italiana e não chegou a incomodar o goleiro Buffon. A seleção ucraniana voltou no segundo tempo com bastante determinação e os atacantes Shevchenko e Kalinichenko deram trabalho aos defensores itallianos e exigiram boas defesas do goleiro Buffon. Artilheiro Mas foi a Itália que voltou a marcar. Aos 14 minutos, o artilheiro Luca Toni, em posição de impedimento, completou de cabeça para o gol um centro de Francesco Totti da esquerda. Esse foi o primeiro gol de Toni na Copa do Mundo. O gol de Toni colocou a Ucrânia na difícil busca pelo empate e a descida do time para o ataque abriu mais espaços na defesa que foram aproveitados pelos atacantes italianos. Dez minutos depois, Luca Toni voltou a marcar, tocando para o gol a bola cruzada por Zambrotta da esquerda. O terceiro gol italiano definiu o placar acabando com as chances de classificação da Ucrânia.
Os presidentes da China, Hu Jintao, e de Cuba, Fidel Castro, assinaram 16 acordos de cooperação econômica, incluindo investimentos chineses na produção de níquel cubana, na segunda-feira, primeiro dia da visita oficial de Hu a Havana.
Hu e Fidel concordaram em expandir também a cooperação política entre os dois países. A visita acontece em um momento em que os dois países comunistas buscam se aproximar e está sendo interpretada pela mídia cubana como uma demonstração de solidariedade de um "aliado fiel". O correspondente da BBC em Havana, Stephen Gibbs, diz que, apesar de os dois países serem oficialmente comunistas, na verdade eles estão se movendo em direções opostas. 'Heróico' Hu está forçando as privatizações e Cuba busca recentralização, segundo Gibbs. Mas as diferenças de estilo e ideológicas não devem ser mencionadas por nenhum dos dois nos próximos dias, diz o correspondente. Hu foi recebido por Castro, que ainda está praticamente imóvel por causa de uma queda no mês passado, com um "Viva China". O presidente chinês elogiou "o heróico povo cubano". "Sinceramente desejamos que o povo cubano não desista em seu avanço no caminho da construção socialista", disse Hu. Segundo Gibbs, o maior interesse da China em Cuba é o níquel e o país quer investir em uma mina soviética inacabada na ilha. Níquel é uma das exportações mais importantes de Cuba e uma commodity vital para a economia chinesa. Também estão sendo feitos negócios mas áreas de turismo e telecomunicações. A economia de Cuba está enfrentando dificuldades, em parte pela queda no turismo desde 2002, furacões periódicos e aumento dos custos do petróleo importado. Também existe a expectativa de que a cooperação militar seja reforçada. A visita de Hu a Havana é a última etapa de sua viagem à América Latina.
Faz sete anos que a cartunista Laerte Coutinho iniciou a transição até declarar-se "transgênera, transgênero, não sei... enfim, uma pessoa transgênero".
Cartunista protagoniza primeiro documentário brasileiro da Netflix Um dos momentos mais marcantes desse processo ocorreu logo no início, quando ainda se via só como um homem que gostava de vestir-se de mulher e experimentava fazer isso em público. Ela saía de um banheiro quando cruzou com um senhor idoso. "Ele parou e checou a porta. Eu disse: 'O senhor está no banheiro certo'. Ele disse: 'Eu sei. Acho que estou no tempo errado", conta Laerte à BBC Brasil, rindo. "É bonitinho. As pessoas ficam atônitas. Precisamos ter paciência e sensibilidade, porque elas podem ser nossas aliadas. O meu filme de certa forma pode ajudar com isso." Laerte-se é o primeiro documentário de longa metragem original da Netflix produzido no Brasil e estreia nesta sexta-feira (19/5). As diretoras Lygia Barbosa da Silva e Eliane Brum mostram a cartunista de 65 anos às voltas com uma reforma em casa e a dúvida se deve ou não fazer um implante de seios. A câmera acompanha Laerte enquanto ela explora a identidade feminina e a sua própria. A diretora Eliane Brum foi a principal interlocutora de Laerte nas filmagens No documentário, a cartunista explora a identidade feminina e a sua própria Essa investigação começou ainda em suas tirinhas, em especial com o personagem Hugo, que fazia isso com frequência, enfrentando situações do dia-a-dia com sua versão feminina, a Muriel. O estalo veio depois de receber um email de um grupo de crossdressers - homens que se vestem como mulheres. "Eles liam o Hugo e escreveram dizendo: 'Olha, nós achamos que você pode ser crossdresser." Acabou descobrindo-se transgênero, algo que diz a ter pego de surpresa. Laerte sabia desde a adolescência que era gay, e entender-se mulher "veio como um bônus". "Não sou transexual. Nunca me declarei assim. Estou sob um guarda-chuva que inclui a travesti, o crossdresser, a drag queen, o drag king, e estou satisfeita com isso." Laerte acredita que o filme 'abre uma janela' que pode ajudar na compreensão no mundo transgênero A princípio, a transformação ocorreu de forma mais privada - ou "clandestina", como ela diz no filme, algo que deixava Laerte "mais conformada do que satisfeita". Tornou-se de fato pública a partir de sua primeira entrevista sobre o assunto, em 2010, quando foi fotografada já de cabelos longos, maquiagem e roupas femininas - época em que a personagem Hugo, um alter-ego de Laerte, também passou a ser permanentemente Muriel na tirinha. O filme é o ápice de processo até agora. "Estamos vivendo um tempo ambíguo, em que os conservadores e os libertários estão se organizando. Ninguém mais quer ficar no seu canto", diz à BBC Brasil. "A bicha não volta para o gueto ou a mulher pra cozinha nem o negro para a senzala." Laerte conta que se passaram "quatro ou cinco anos" entre a proposta de fazer o documentário e a primeira vez que o assistiu, no início deste ano. "Ficou muito bonito. Abre uma janela para quem está perplexo e mostra que aqui não tem truque." Laerte não é estranha a estar na televisão. Ela foi roteirista de programas como TV Pirata, Sai De Baixo e TV Colosso. Mas desta vez ela não está nos bastidores. Está no palco. "Tem um lado exibicionista que fica feliz com isso, mas sugeri fazer um filme sobre ser transgênero, porque não queria que fosse só sobre mim, uma ego trip." Laerte diz só se ofender quando questionam sua sinceridade Mas a cartunista não tem mais televisão em casa. Ela se desfez da que tinha há três anos e ia comprar uma nova, mas "achou o vazio interessante". "Nunca tinha ficado sem TV desde os 5 anos de idade, resolvi experimentar. Era um vício, ligava só por ligar. Hoje, meu vício é a internet." Laerte declarou-se uma mulher transgênero quando já era um homem de meia-idade. Havia se casado - e se separado - três vezes. Já tinha três filhos. Ela acredita que fazer isso quando estava mais madura e estabelecida profissionalmente e já tinha uma "rede sólida" de amigos e familiares ajudou (e ainda ajuda) a amenizar o preconceito. "Quando querem me ofender, me chamam de bicha comunista. Mas isso não me ofende, eu sou", diz Laerte. "Não gosto quando questionam minha ética ou colocam em dúvida minha sinceridade, quando me chamam de baranga moral. Por que me chamam disso, sabe? Isso, sim, me ofende."
O Japão tem uma das menores taxas do mundo de crimes cometidos com armas de fogo. Em 2014, foram registradas no país seis mortes contra 33.599 nos Estados Unidos no mesmo período. Mas qual é o segredo dos japoneses?
Espingardas de caça e rifles de ar comprimido são as únicas armas que se pode comprar legalmente no Japão Se você quer comprar uma arma no Japão é preciso paciência e determinação. É necessário um dia inteiro de aulas, passar numa prova escrita e em outra de tiro ao alvo com um resultado mínimo de 95% de acertos. Também é preciso fazer exames psicológicos e antidoping. Os antecedentes criminais são verificados e a polícia checa se a pessoa tem ligações com grupos extremistas. Em seguida, investigam os seus parentes e mesmo os colegas de trabalho. Lei rigorosa A polícia tem poderes para negar o porte de armas, assim como para procurar e apreendê-las. E isso não é tudo. Armas portáteis são proibidas. Apenas são permitidos os rifles de ar comprimido e as espingardas de caça. A lei também controla o número de lojas que vendem armas. Na maior parte das 47 prefeituras do Japão, o número máximo é de três lojas de armas e só se pode comprar cartuchos de munição novos se os usados forem devolvidos. Até mesmo o crime organizado no Japão dificilmente usa armas de fogo. Geralmente, os criminosos utilizam facas A polícia tem que ser informada sobre onde a arma e a munição ficam guardadas - e ambas devem estar em locais distintos, trancadas. Uma vez por ano a polícia inspecionará a arma. Depois de três anos, a validade da licença expira e a pessoa é obrigada a fazer o curso e as provas de novo. Tudo isso ajuda a explicar por que os tiroteios e massacres com armas de fogo são muito raros no Japão. Quando um massacre ocorre no país, geralmente o criminoso utiliza facas. Apenas seis tiros em 2015 A atual lei de controle de armas japonesa foi criada em 1958, mas a ideia por trás dela remonta a séculos atrás. "Desde que as armas chegaram ao país, o Japão sempre teve leis bastantes rigorosas," diz Iain Overton, diretor-executivo da organização não-governamental Action on Armed Violence e autor do livro Gun Baby Gun (Arma Baby Arma, em tradução livre). "O Japão foi o primeiro país do mundo a criar leis sobre as armas e isso é a base para mostrar que elas não fazem parte da sociedade civil". A população japonesa tem sido premiada por devolver armas antigas, algumas de 1685. Overton descreve essa política como "talvez a primeira iniciativa para comprar armas de volta". O resultado é um índice muito baixo de porte de armas: 0,6 armas por 100 pessoas em 2007, em comparação com 6,2 por 100 na Inglaterra e no País de Gales, e 88,8 por 100 nos Estados Unidos, de acordo com o projeto Small Arms Survey, do Instituto de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento de Genebra, na Suíça. "Quando se tem armas na sociedade, há violência armada. E acredito que a relação tem a ver com a quantidade", diz Overton. "Se há poucas armas numa sociedade, é quase inevitável que os níveis de violência sejam baixos", acrescenta. Policiais japoneses dificilmente andam armados e a ênfase é maior nas artes marciais - todos devem chegar a faixa preta do judô. Eles passam mais tempo praticando Kendo (esgrima japonesa) do que aprendendo a usar armas de fogo. "A resposta à violência nunca é violência. A polícia japonesa disparou apenas seis tiros em todo o país em 2015", diz o jornalista Anthony Berteaux. "O que geralmente a polícia japonesa faz é usar imensos colchonetes para embrulhar, como uma panqueca, a pessoa que está violenta ou bebeu demais e levá-la para se acalmar na delegacia", explica. Overton compara este modelo com o americano que, segundo ele, tem sido o de 'militarizar a polícia". Especialistas afirmam que nos EUA a política é de "militarização das polícias" e isso aumenta a violência na sociedade "Se há muitos policiais sacando armas nos primeiros instantes de um crime, isso leva a uma pequena corrida por armas entre a polícia e os criminosos", afirma. Para frisar o tabu ligado ao uso inadequado de armas no Japão, um policial que usou a própria arma para cometer suicídio foi processado, depois de morto, por ter cometido um crime. Ele se matou quando estava de serviço - os policiais nunca andam armados nas folgas e deixam as armas na delegacia quando terminam o dia de trabalho. O cuidado que a polícia tem com as armas de fogo se aplica aos próprios policiais. Uma vez, o jornalista Jake Adelstein assistiu a um treinamento de tiro e, quando todas as cartucheiras foram recolhidas, a preocupação foi imensa ao descobrirem que estava faltando uma bala. "Uma bala tinha sumido - havia caído atrás dos alvos - e ninguém pôde sair dali até que fosse achada", lembra. "Não existe um clamor popular no Japão para que as leis sobre armas sejam relaxadas", diz Berteaux. "Isso tem muito a ver com um sentimento pacifista do pós-guerra, de que a guerra foi horrível e não podemos nunca mais passar por isso". A compra de munição também é rigorosamente controlada no Japão, onde o número de lojas que vendem armas é limitado por lei "As pessoas assumem que a paz sempre vai existir e, quando se tem uma cultura como esta, você não sente a necessidade de estar armado ou de ter um objeto que acabe com esta paz". Na verdade, movimentos para aumentar o papel do Japão em missões de paz no exterior têm causado preocupação. "É um território desconhecido," diz Kouchi Nokano, professor de Ciência Política. "Será que o governo vai tentar tornar normal a morte nas forças de defesa e até mesmo exaltar o uso de armas?" De acordo com Iain Overton, "o nível de rejeição que torna quase tabu" as armas no Japão significa que o país "caminha para se tornar um lugar perfeito" - embora ele lembre que a Islândia também tem um índice muito baixo de crimes com armas de fogo, apesar de ter muito mais donos de armas. Henrietta Moore, do Institute for Global Prosperity da University College London, aplaude os japoneses por não considerarem a propriedade de armas como uma "liberdade civil" e rejeitarem a ideia de que armas de fogo "são algo que se usa para defender a sua propriedade contra outras pessoas". Mas para o crime organizado japonês as rígidas leis de controle de armas são um problema. Os crimes da máfia japonesa, a Yakuza, caíram drasticamente nos últimos 15 anos e os criminosos que continuam usando armas de fogo têm que descobrir novas maneiras de entrar com elas no país. "Os criminosos escondem armas dentro de carregamentos de atuns congelados", conta o policial aposentado Tahei Ogawa. "Já descobrimos alguns peixes recheados com armamento".
Pelo menos 20 pessoas morreram neste domingo em um ataque das forças de coalizão na província de Nangarhar, no leste do Afeganistão.
Testemunhas afirmam que o grupo atingido participava de uma festa de casamento e era composto, em sua maioria, por mulheres e crianças. O comando militar americano afirmou, no entanto, que os mortos eram militantes responsáveis por ataques com morteiros a uma base da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O governador do distrito Deh Bala, Hamisha Gul, disse à agência de notícias AFP que dos 22 mortos no ataque deste domingo, 19 eram mulheres e crianças. Bala disse ter sido informado pela polícia e por outras autoridades que investigam o episódio. O presidente afegão, Hamid Karzai, determinou a abertura de um inquérito para investigar um outro ataque a míssil lançado por helicópteros americanos na sexta-feira, no qual 15 pessoas morreram. Em um comunicado divulgado neste domingo, Karzai afirma ter "enfatizado repetidas vezes a necessidade de coordenação das operações militares e ter ficado profundamente entristecido com o episódio".
O embaixador do Equador na Colômbia, Francisco Suescum, disse que “forças militares ou paramilitares” da Colômbia “assassinaram” cidadãos equatorianos, que depois foram apresentados como guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc.
O governo equatoriano pediu que seja aberta uma investigação para estabelecer se um dos mortos no ataque do dia 1º de Março a um acampamento guerrilheiro no Equador, que as autoridades colombianas identificaram como “Julián Conrado”, um guerrilheiro das Farc, era, na verdade, o cidadão equatoriano Franklin Aisalia Molina. Em seu programa de rádio deste sábado, o presidente equatoriano, Rafael Correa, advertiu que a tensão diplomática vai aumentar se for provado que Aisalia estava entre os mortos do ataque, mas ele disse que espera que a Colômbia prove que não foi o caso. "Vai ser extremamente grave se for provado que um equatoriano morreu", disse Correa. "Não deixaremos o assassinato ficar sem punição." Sem relações Em declarações à imprensa local, Suescum disse que quer esperar os exames necrológicos a serem realizados no cadáver, que se encontra na Colômbia. Segundo seus pais, Alisalia era um mecânico de 38 anos de idade que desapareceu no último dia 21 de Fevereiro. Suescum disse à rede de TV Telesur que “cidadãos equatorianos têm sido – se cabe o termo – seqüestrados e assassinados por forças militares ou paramilitares do lado da Colômbia e depois devolvidos disfarçados, como se fossem guerrilheiros”. A ação das tropas colombianas contra as Farc em território equatoriano no dia 1º de Março, em que foi morto o nº 2 das Farc, Raul Reyes, desencadeou uma crise na região. A operação militar foi repudiada pelo Equador e pela Venezuela e os dois países romperam relações diplomáticas com a Colômbia. As tensões continuaram até que, na reunião do Grupo do Rio, na República Dominicana, foi fechado um acordo político. Desde então, a Venezuela e a Colômbia restabeleceram suas relações, mas a ruptura entre Quito e Bogotá permanece.
O secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Tom Ridge, anunciou neste domingo que o país entrou no segundo mais alto nível de alerta contra ataques terroristas – passando-o de "elevado" para "alto".
Esse é o nível de alerta mais alto desde maio quando ataques suicidas ocorreram na Arábia Saudita e no Marrocos. Ridge afirmou ainda que a ameaça de ataque poderia ser "maior hoje" do que em qualquer outro momento desde os ataques de 11 de setembro de 2001. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, disse que mais policiais estarão nas ruas da cidade e mais patrulhas controlarão pontes, túneis e o que ele definiu como "locais proeminentes". Dilema Bloomberg acrescentou que o nível de proteção na cidade era o máximo que poderia ser oferecido. Tom Ridge disse ainda ter informações de que ativistas estrangeiros queriam executar um ataque pelo menos tão grande quanto os perpetrados contra Nova York e Washington há dois anos. Ridge disse que houve um "aumento substancial" no número de relatos de inteligência sobre possíveis ameaças. Um correspondente da BBC em Washington disse que o alerta ilustra o dilema vivido pelas autoridades americanas: como expressar para a população a necessidade de ficar vigilante sem assustá-la num momento do ano em que famílias e amigos normalmente se reúnem.
A cantora cabo-verdiana Cesária Évora venceu neste domingo o Grammy de melhor álbum de world music contemporâneo por seu trabalho Voz D'Amor.
A categoria incluía entre os outros indicados o brasileiro Caetano Veloso, pelo álbum Live in Bahia, Youssou N'Dour, com Nothing's In Vain (Coono du Réér), Orquestra Baobab, com Specialist In All Styles, e Bill Frisell, com The Intercontinentals. Luciana Souza e o Grupo de Capoeira Angola Pelourinho, os outros brasileiros indicados ao Grammy, também não conseguiram levar o prêmio neste domingo. Na categoria melhor álbum de jazz vocal, Luciana Souza (com North And South) perdeu o prêmio para Dianne Reeves (A Little Moonlight). Na disputa de melhor álbum de world music tradicional, o Pelourinho foi superado pelo grupo de monges tibetanos do monastério de Sherab Ling. Prêmios póstumos Os vencedores de boa parte das 105 categorias premiadas pelo Grammy são anunciados em uma cerimônia realizada antes do início da transmissão do evento pela televisão, quando os principais prêmios são entregues. A lista de vencedores desta 46ª edição do Grammy também incluiu prêmios póstumos para o casal de astros da música country Johnny Cash e June Carter Cash, para o ex-beatle George Harrison e para a cantora cubana Celia Cruz. Johnny Cash e sua mulher – os dois mortos durante os últimos nove meses – venceram, respectivamente, na categoria melhor vídeo musical de curta duração e melhor álbum de folk tradicional. George Harrison foi premiado pela melhor performance pop instrumental, e Celia Cruz foi a vencedora do Grammy de melhor álbum de salsa e merengue. Outro artista cubano premiado foi o cantor Ibrahim Ferrer, vencedor na categoria de melhor álbum de música tradicional tropical latina. Ferrer, no entanto, não pôde participar da cerimônia porque o governo americano negou seu visto de entrada no país. Grammy para Clinton O ex-presidente americano Bill Clinton, junto com o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev e a atriz italiana Sophia Loren, venceu o Grammy na categoria de melhor audiobook infantil. O trio foi o responsável por uma leitura de Pedro e o Lobo, do russo Sergei Prokofiev. No entanto, nenhum dos três compareceu à cerimônia do Grammy para receber o prêmio. A mulher do ex-presidente americano, a senadora Hillary Clinton, também foi indicada ao Grammy pela leitura de sua autobiografia Living History. O vencedor do prêmio de melhor audiobook, no entanto, foi Al Franken, por Lies And The Lying Liars Who Tell Them: A Fair And Balanced Look At The Right.
A região da América Latina e Caribe é considerada a terceira mais perigosa para se voar no mundo, segundo o ranking de acidentes aéreos em oito regiões compilado pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), com sede em Genebra.
De acordo com os dados mais recentes da organização, de 2006, a América Latina e o Caribe registraram uma taxa de acidentes aéreos de 1,8 por 1 milhão de partidas – incluindo o acidente com o vôo da Gol em setembro do ano passado. Esse índice é quase três vezes maior do que a média mundial, de 0,65. Na Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que reúne Rússia e mais 11 países da ex-União Soviética, o índice foi de 8,6 acidentes por 1 milhão de partidas. A África registrou taxa de 4,31 acidentes por 1 milhão de partidas. As estatísticas referem-se somente a acidentes com aeronaves construídas por empresas ocidentais. Histórico “As estatísticas mostram que a América Latina tem um nível que não está mal. Não está entre as melhores regiões do mundo. Podemos dizer que está mais para médio. Estamos trabalhando para melhorar”, diz Jose Miguel Ceppi, diretor para América do Sul da Organização Internacional de Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês). Um ranking similar da Icao, compilado de 2000 a 2004, também indica a América Latina em terceiro lugar na taxa de acidentes, atrás da África e do Oriente Médio. Steve Lott, porta-voz da Iata, em Washington, não aponta problemas específicos da América Latina, mas diz que as causas de acidentes são similares em todas as regiões. “São casos de falta de treinamento, infra-estrutura precária e pouco investimento. Muitos países não têm recursos ou know-how para acompanhar o rápido crescimento do setor aéreo”, diz Lott. De acordo com o relatório anual da Iata, 26% dos acidentes ocorridos no ano passado envolveram problemas operacionais, como, por exemplo, falta de normas de segurança; 25% foram causados, em parte, por fatores humanos, como erro da tripulação; 25% envolveram infra-estrutura inadequada. Para o especialista em segurança de aviação Todd Curtis, fundador do site airsafe.com, uma das causas de acidentes é o uso de aeronaves antigas, já de segunda ou terceira mão. “Isso ocorre principalmente em companhias menores da África”, diz Curtis. Ele acrescenta que muitos países africanos também enfrentam problemas de infra-estrutura do controle aéreo. Há casos de aeroportos sem torre de controle, equipamento de previsão de tempo adequado ou instrumentos para aterrissagem. “A América Latina enfrenta problemas semelhantes aos da África mas em escala menor. As deficiências não tendem a ser verificadas nos aeroportos internacionais, que seguem as normas internacionais de segurança. O problema está nos aeroportos domésticos. Países grandes, como o Brasil, adotam as regras para os aeroportos nacionais também, mas já países menores não têm recursos para investir.” Politicagem Diante desse cenário, profissionais treinados, como pilotos e técnicos, acabam se mudando para outros países à procura de salários maiores. “É o caso de pilotos brasileiros que estão indo para a China”, observa William Voss, presidente da Fundação Flight Safety, baseada na Virgínia, Estados Unidos. No entanto, problemas operacionais, de infra-estrutura ou de recursos humanos não são as únicas grandes causas de acidentes aéreos na avaliação de Voss. “Observamos que nas regiões que registram mais acidentes há uma interferência maior de políticos. É o caso da Indonésia e mesmo do Brasil, onde até juizes interferem no setor de aviação”, comenta o especialista, que vê nessa interferência política uma falta de independência no setor aéreo, o que pode resultar em decisões não tomadas a partir de opiniões técnicas, mas, sim, eleitorais. “É bizarro ver um político ou um juiz dizendo qual avião deve voar em determinada pista”, diz Voss. “Mais triste ainda quando transformam desastres aéreos em eventos políticos.”
A Nasa (agência espacial americana) aprovou uma extensão de até 18 meses para a missão de dois veículos-robôs em Marte.
Desde que pousaram na superfície do planeta, em janeiro de 2004, tanto o Spirit como o Opportunity encontraram sinais de que Marte já teve água em sua superfície. Os robôs já deram demonstrações de que estão gastos, como por exemplo os dentes da ferramenta de trituração do Spirit, mas que podem continuar funcionando por algum tempo. Eles foram projetados para executar missões que durassem até três meses. Mas os cientistas da Nasa sabiam que, se não houvesse grandes danos, as máquinas trabalhariam por mais tempo. 'Usar e abusar' A missão original custou U$ 820 milhões e as duas extensões anteriores foram estimadas em US$ 15 milhões. Representantes da Nasa se recusaram a dizer quanto irá custar esta prorrogação. "Agora temos que fazer planos de longo prazo para os robôs, pois eles podem continuar em atuação por mais um bom tempo", afirmou Jim Erickson, gerente de projetos do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia. No entanto, ele advertiu: "Cada uma das missões pode terminar amanhã com qualquer problema técnico. Com os robôs funcionando bem além da sua vida útil original, uma pane pode ser uma grande possibilidade". Apesar das preocupações, os dois robôs estão "em forma", segundo os cientistas. "Vamos usar e abusar deles para extrair o que pudermos, enquanto eles forem capazes de produzir resultados científicos de valor", disse Erickson. Além dos problemas no Spirit, o Opportunity também tem apresentado falhas no seu espectrômetro. Os cientistas estão investigando a extensão dos danos.
Em meio à queda dos investimentos estrangeiros em toda a América Latina e Caribe em 2015, um país registrou números surpreendentemente bons.
Os investimentos na Venezuela aumentaram em 153% no ano passado A Venezuela, que está enfrentando uma crise econômica cuja gravidade encontra poucos paralelos em sua história, foi o país latino-americano que observou o maior aumento de investimentos diretos vindos do exterior no ano passado, 153%. O novo relatório da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), da ONU, também traz outra surpresa: a Argentina ficou em segundo lugar, com 130% de aumento em relação a 2014. E isso apesar das disputas da então presidente do país, Cristina Kirchner, com o capital internacional. De acordo com o documento, chamado O Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e Caribe, 2016, a situação da América Latina e Caribe é pouco confortável em termos de fluxos de capitais de outros países. Fim do Talvez também te interesse Em toda a região, os investimentos caíram 9,1% em 2015, totalizando US$ 179,1 bilhões, o nível mais baixo desde 2010. Segundo a Cepal, o resultado se deve a aplicações mais baixas em setores ligados a recursos naturais, principalmente mineração e hidrocarbonetos, e à desaceleração do crescimento econômico, acima de tudo no Brasil. O documento afirma que no país o investimento estrangeiro direto encolheu 23%, para US$ 75,07 bilhões. Foi a terceira pior queda da região, ficando atrás apenas de Colômbia e Uruguai. Mesmo assim, o Brasil continua sendo o maior destino regional desses fluxos, concentrando 42% do total. 'Anomalia estatística' O resultado da Venezuela surpreende, principalmente quando se leva em conta que fortes restrições cambiais impediam que muitas multinacionais enviassem seus rendimentos de volta para suas sedes em 2015. Os especialistas da Cepal alertam, porém, que os números dos investimentos no país parecem apontar mais para uma "anomalia estatística" do que para uma melhora real na economia local. "É preciso analisar com o que estávamos comparando. Em 2015 houve um aumento importante porque o ano anterior teve níveis extremamente baixos para o que é a tendência histórica da Venezuela", disse à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, Álvaro Calderón, representante de Assuntos Econômicos da Divisão de Desenvolvimento Produtivo e Empresarial da Cepal e um dos autores do relatório. Em meio à crise, os investimentos estrangeiros também caíram no Brasil Calderón afirmou que cerca de US$ 320 milhões em investimentos chegaram ao país em 2014. No ano seguinte, foi registrado mais de US$ 1,3 bilhão. "A média história do país é muito maior do que isso." Para Calderón, o aumento em 2015 é "mais um acidente aritmético do que uma mudança de tendência importante". Mas o fato de que mais de US$ 1 bilhão chegou à Venezuela, apesar de todos os problemas locais, indica que o país continua sendo atraente para algumas fontes de investimento estrangeiro. O especialista da Cepal disse à BBC Mundo que o setor do petróleo continua atraindo recursos - porém mais para manter as operações existentes do que para iniciar novos projetos. "A Venezuela é um país complicado de atrair investimentos em setores que não sejam o petrolífero", disse Calderón. Na avaliação da Cepal, a Argentina também pode ser um caso de acidente matemático. Ocorrida em 2012, a nacionalização da YPF, do setor de petróleo, foi contabilizada em 2014 - jogando para baixo as cifras daquele ano, o que ajudaria a explicar o aumento registrado em 2015. Não fosse isso, os números do ano passado teriam sido parecidos com os de 2014, avalia Calderón. Crescimento e queda O relatório da Cepal afirma que há indícios mais sólidos de crescimento no México e na América Central. El Salvador, por exemplo, registrou o terceiro maior crescimento dos investimentos estrangeiros diretos, com 38%. Já o México ficou em quinto lugar, com 18%. O declínio dos investimentos estrangeiros na América Latina e Caribe contrasta com a tendência de dinamismo observada no nível global Os especialistas afirmam que o fenômeno se deve ao fato de os Estados Unidos e outros países instalarem fábricas nos territórios desses locais para exportar carros e outros produtos. Embora tenha continuado com sua estratégia de cortejar os investimentos estrangeiros, a Colômbia registrou a maior queda da região em 2015, com 26%. Assim como ocorre com o resultado positivo de Venezuela e Argentina, os especialistas da Cepal afirmam tratar-se de um algo pontual. "No caso da Colômbia, (o país) continuou com um forte dinamismo de atração de investimentos. Está em níveis bem altos em relação ao que tem sido seus níveis históricos. A partir de 2011, tem estado ao redor dos US$ 15 milhões. Em 2015 caiu um pouco, mas continua com níveis altos", afirmou Calderón. "Aqui não há um efeito de 'castigo' dos investidores para a Colômbia. São circunstâncias relacionadas ao ciclo de investimento. Sou muito otimista diante dos registros de investimentos para o país em 2016 e nos anos seguintes", acrescentou. O documento da Cepal ressalta que a queda dos investimentos estrangeiros na América Latina e Caribe no ano passado contrasta com o dinamismo observado no nível global. Os fluxos mundiais dessas aplicações aumentaram 36%, chegando a um total estimado de US$ 1,7 trilhão, impulsionados por uma onda intensa de fusões transnacionais de empresas e aquisições concentradas em países desenvolvidos - nos Estados Unidos em particular.
Uma praia praticamente intocada foi comprada na Nova Zelândia após uma campanha de crowdfunding ("vaquinha" online) arrecadar 2,3 milhões de dólares neozelandeses (US$ 1,7 milhão, ou R$ 5,6 milhões).
A praia pode ser acessada por meio de uma pista de avião O local, que pertencia a um empresário, foi entregue aos seus novos donos: o público. Cerca de 40 mil pessoas doaram à campanha para comprar a praia de Awaroa, no Parque Nacional Abel Tasman, na Ilha Sul, uma das duas maiores do país. Os participantes ainda esnobaram outro empresário que ofereceu dinheiro em troca de ter acesso exclusivo a uma parte da areia. O local, de sete hectares (o equivalente a sete campos de futebol) será administrado agora por um parque nacional. Fim do Talvez também te interesse Seu dono anterior, o empresário Michael Spackman, concordou em vender a praia após o crowdfunding alcançar sua meta em pouco mais de três semanas de campanha. A compra assegurou que as areias permaneçam longe de mãos privadas. Grupos maori argumentaram que a praia deveria ser entregue a eles Local é praticamente intocado "É um grande dia", afirmou o ativista Duane Major, um dos organizadores da campanha, à BBC. "Às vezes você pode se sentir completamente sem poder, então para nós essa é uma maravilhosa experiência de empoderamento", acrescentou. "Tem sido uma experiência real de união. Pessoas de outros países também têm reconhecido o que isso representa. Vivemos a era de várias formas de tecnologia, que podem separar as pessoas. Mas neste caso ela as juntou." Ativistas Duane Major (à esq.) e Adam Gardner comemoraram a compra da praia O governo da Nova Zelândia fez uma pequena doação à campanha A praia fica em uma parte remota da Ilha Sul Colaboração O governo da Nova Zelândia fez uma pequena colaboração com a campanha de crowdfunding, que, segundo Major, teve início em um "instinto". Outra oferta de contribuição, feita por um proeminente empresário e filantropo, acabou rejeitada: ele afirmou que completaria o dinheiro necessário em troca de ter acesso exclusivo a parte da praia com sua família. A campanha também negociou com grupos maori da região - eles argumentavam que a praia deveria ser entregue a eles. Segundo Major, a comunidade maori será envolvida no futuro da área. Embora a praia esteja localizada em uma região remota da costa norte da Ilha Sul, há a opção de acessá-la por avião - há uma pista perto. Mapa em inglês mostra a localização da praia de Awaroa - e sua distância para a capital Wellington
A organização Comitê para a Proteção de Jornalistas destacou em seu relatório anual “crescentes taxas de impunidade” de assassinos de jornalistas no Brasil, na Somália e no Paquistão.
Brasil teve mais impunidade a assassinos de jornalistas; acima, corpo de Décio Sá, morto no Maranhão em abril O Brasil foi listado em 10º lugar em um levantamento de nações onde mais ocorrem mortes de jornalistas e os responsáveis não são punidos. O ranking foi elaborado com base em um levantamento que levou em conta assassinatos ocorridos entre 2003 e 2012 cujos criminosos não foram condenados. Apenas países onde ocorreram mais de cinco crimes foram considerados, por isso somente 12 nações aparecem na lista. O Brasil contabilizou nove casos e uma média de 0,04 casos por milhão de habitantes. O resultado indica uma piora em relação ao ranking do ano anterior, quando o país figurava no 11º lugar, com um índice de 0,02 casos. Iraque O país considerado mais perigoso para o trabalho jornalístico foi o Iraque, com 93 casos e uma média de 2,8 assassinatos de jornalistas por milhão de moradores. Em seguida no ranking vieram Somália (23; 2,3), Filipinas (55; 0,5) e Sri Lanka (9; 0,4). A organização afirmou que o Brasil tem um histórico de violência contra a imprensa, mas os casos vinham diminuindo, enquanto a eficiência para esclarecê-los subia. Porém, há três anos os assassinatos teriam começado a aumentar novamente. A violência se concentrou em repórteres de meios de comunicação online e blogueiros de cidades pequenas. O ano mais violento foi o de 2012, quando quatro casos foram contabilizados.
Uma mulher descrita como "princesa saudita" foi presa nesta semana na Califórnia, acusada de tráfico humano pelas autoridades americanas.
Meshael Alayban: forçava empregada a trabalhar 16 horas por dia em situação de cativeiro Meshael Alayban, de 42 anos, teria forçado uma mulher do Quênia a trabalhar 16 horas por dia como empregada doméstica, enquanto pagava como salário bem abaixo do combinado. Autoridades dizem que Meshael tomou o passaporte da empregada para evitar que ela fugisse. O advogado da princesa descreveu o caso como disputa sobre horas de trabalho. Em novembro, eleitores do Estado americano aprovaram penas mais rigorosas para o crime de tráfico humano. Se condenada, a princesa pode ser condenada a 12 anos de prisão, o dobro de anos da antiga penalidade prevista em casos como este. Promotores disseram que a princesa seria uma das seis esposas do príncipe Abdulrahman bin Nasser bin Abdulaziz al-Saud, membro da família real saudita. Promessa A queniana, que não teve o nome revelado pela polícia, começou a trabalhar para Meshael no ano passado, ainda na Arábia Saudita, sob contrato de dois anos intermediado por uma agência de empregos. O contrato garantia à empregada o valor de US$ 1,6 mil (pouco mais de R$ 3,6 mil) como salário por oito horas de trabalho diário, cinco dias por semana. Mas a queniana passou a receber apenas US$ 220 (quase R$ 500 reais) e foi forçada a trabalhar o dobro da carga horária combinada. A empregada da princesa Saudita, que tem 30 anos, alega que teve o próprio passaporte confiscado quando chegou à Arábia Saudita. O documento de viagem era devolvido apenas nas ocasiões em que ela viajava com Alayban para os Estados Unidos. Na Califórnia, ela disse que era forçada a fazer trabalhos domésticos para pelo menos oito pessoas em quatro diferentes apartamentos do mesmo bloco de edifícios, sendo supostamente mantida nesse local em cativeiro - sem possibilidade de deixar a área. A queniana teria então fugido, parado um motorista de ônibus, que a ajudou a chegar até a polícia. 'Escrava' "Minha cliente era uma escrava para essa mulher", disse Steve Barick, o advogado da queniana. "Ela não tinha o direito de se movimentar livremente. Ela teve esse direito de ir e vir confiscado. Ela foi intimidada. Ela recebeu uma promessa de uma coisa quando estava em outro país e quando foi trazida para cá (Estados Unidos) tudo mudou. Ela trabalhava demais. Ela era mal paga". O representante da corte do distrito de Orange (área de jurisdição do caso), Tony Rackauckas, descreveu a situação da acusada de "um exemplo de trabalho forçado". "Já se passaram 150 anos desde a Proclamação de Emancipação (lei que acabou com a escravidão nos Estados Unidos), portanto escravidão tem sido ilegal nos Estados Unidos e certamente na Califórnia todo esse tempo", afirmou. "É uma decepção ver isso acontecer aqui". Meshael foi liberada depois de pagar fiança de US$ 5 mil (pouco mais de R$ 11 mil), de entregar o seu passaporte e se comprometer a utilizar um equipamento de GPS para que seus passos pudessem ser rastreados. Promotores apelaram para que o juiz aumentasse a fiança para US$ 20 mil (pouco mais de R$ 45 mil) ou retirasse completamente a possibilidade de liberdade provisória, tendo como argumento a fortuna da princesa.
Infecções comuns como a bronquite, a pneumonia e a cistite aumentam em até cinco vezes o risco de um ataque cardíaco, segundo pesquisa feita com 40 mil históricos médicos.
Este aumento do risco acontece enquanto os pacientes estão doentes, de acordo com o estudo. Os cientistas também concluíram que o risco de o doente sofrer um derrame cerebral é três vezes maior do que o das pessoas que não estão enfrentando estes problemas. As conclusões da pesquisa, que foi custeada por uma série de entidades envolvidas com pesquisas médicas, foram publicadas na revista especializada The New England Journal of Medicine. Acaso Os cientistas descobriram que o risco de sofrer ataques cardíacos ou derrames cerebrais aumenta substancialmente até três dias depois de uma infecção respiratória. Mas as probabilidades são bem menores nas semanas seguintes à manifestação da doença. Para o cientista Patrick Vallance, da University College London, o trabalho mostra que ataques cardíacos nem sempre ocorrem ao acaso. Segundo ele, a idéia de que o risco enfrentado por uma pessoa é constante não tem fundamento. Vallance diz que a probabilidade de sofrer um ataque cardíaco varia o tempo inteiro. "Com essas descobertas, podemos começar a desenvolver novas estratégias para reduzir a ocorrência de ataques do coração e derrames", disse o cientista Liam Smeeth, um dos líderes do estudo.
O famoso e polêmico artista britânico Banksy, conhecido por suas obras comentando e ironizando fatos políticos, inaugurou, nesta segunda-feira, em Belém, na barreira israelense erguida na Cisjordânia, uma exposição coletiva com artistas de outras regiões, inclusive palestinos.
A exposição Santa’s Guetto (O Gueto do Papai Noel, em tradução livre), vinha sendo instalada todos os anos, no período do Natal, na região comercial de Oxford Street, no centro de Londres. Desta vez, Banksy transferiu a mostra para uma antiga granja na Praça da Manjedoura, em Belém, a cerca de dois quilômetros da barreira construída pelos israelenses. Banksy produziu novas imagens especialmente para a exposição, entre elas uma pomba vestida com colete a prova de balas. A mostra, que ocupa vários lugares nos arredores da praça e nos muros do lado ocidental da barreira, traz vários grafites produzidos pelo artista. No website da exposição, Banksy declara que a localização “nos coloca numa parte do mundo destruída pela pobreza, conflito e poeira”. O artista, que não dá entrevistas, declarou através de seu porta-voz que espera que as obras “ajudem a atrair turistas para a região”. A principal fonte de subsistência dos habitantes de Belém é o turismo, principalmente na época do Natal, quando os peregrinos vão à cidade para visitar a Igreja da Natividade. Mas as constantes notícias sobre violência envolvendo israelenses e palestinos têm contribuído para afastar muitos visitantes Banksy já havia decorado a barreira erguida por Israel na Cisjordânia em 2005. Os desenhos satirizavam a vida do outro lado da barreira. Na época, um dos grafites reproduzia um buraco na parede com uma paisagem tranqüila ao fundo. Israel afirma que a barreira tem o objetivo de impedir ataques de militantes palestinos às cidades israelenses. Grande parte da barreira passa por território da Cisjordânia.
Soldados israelenses mataram a tiros nesta terça-feira dois membros do grupo palestino Hamas durante uma incursão no campo de refugiados em Tulkarem, na Cisjordânia.
Um terceiro palestino ficou ferido quando os soldados entraram no campo em jipes e veículos blindados e começaram a realizar buscas nas casas. Na Faixa de Gaza, três palestinos foram mortos em uma explosão, de madrugada, perto do campo de refugiados de Mughazi. A causa da explosão é desconhecida, mas há relatos de que um foguete que estava sendo preparado para um ataque explodiu prematuramente. Protesto Em meio aos novos episódios de violência no Oriente Médio, Israel apresentou um protesto formal às Nações Unidas (ONU) por causa de comentários de seu enviado especial ao Iraque, Lakhdar Brahimi. Na semana passada, Brahimi descreveu a política israelense para os palestinos como um "grande veneno" no Oriente Médio. Em uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o embaixador de Israel, Dan Gillerman, disse que os comentários eram "altamente impróprios" e que a linguagem usada por Brahimi "desperta preocupação sobre a própria imparcialidade e objetividade da ONU". A ONU se distanciou dos comentários de Brahimi e disse que se tratava de uma visão pessoal dele. Brahimi, ex-ministro de Relações Exteriores da Argélia, disse na quarta-feira passada que seu trabalho no Iraque estava sendo dificultado pela "política de segurança repressora e violenta" de Israel e sua "determinação de ocupar mais e mais território palestino". O funcionário da ONU disse a uma rádio francesa que a percepção das pessoas na região com a política israelense é de "injustiça" combinada ao "apoio impensado" dos Estados Unidos.
O alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi como um legítimo puxão de orelhas dos pais: jovens não estão imunes contra o coronavírus e têm que evitar socializar e interagir com os mais velhos e os mais vulneráveis.
Nos EUA, praias tiveram que ser fechadas depois que vários jovens ignoraram recomendações das autoridades Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, as escolhas tomadas pelos mais novos podiam significar "a diferença entre a vida e a morte para outra pessoa". "Tenho uma mensagem para os mais jovens: vocês não são invencíveis; o vírus pode colocá-los no hospital por semanas ou até matá-los. Mesmo se vocês não ficarem doentes, as escolhas que vocês fazem sobre aonde vão podem significar a diferença entre a vida e a morte para outra pessoa", disse ele na semana passada. A fala ocorreu em meio à divulgação de imagens de jovens de diferentes partes do mundo burlando ou ignorando medidas de distanciamento social anunciadas por seus países para tentar conter a propagação do vírus. Até agora, a pandemia causada pelo novo coronavírus já infectou cerca de 380 mil pessoas e deixou mais de 16 mil mortos. O país mais afetado é a Itália. Outras nações, como o Brasil, correm contra o tempo para evitar catástrofe semelhante. Fim do Talvez também te interesse Mas o que os dados mostram até agora sobre a relação entre os mais jovens e a doença? Basicamente, o risco de morte por covid-19 entre aqueles abaixo de 50 anos, especialmente os mais jovens, de até 30 anos, é extremamente raro. Mas isso não quer dizer que eles estão livres de apresentar os sintomas mais graves da doença, ainda que, de fato, a probabilidade disso acontecer nessa faixa etária seja menor do que a dos idosos. Em entrevista recente à BBC News Brasil, Willem van Schaik, professor do Instituto de Microbiologia e Infecção da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, disse "ser muito errado pensar que aqueles abaixo de 50 anos sempre vão ter sintomas leves: haverá indivíduos mais jovens e muito doentes também e eles vão precisar de tratamento". Uma das razões para a baixa mortalidade entre os mais jovens é que seu sistema imunológico é mais forte, o que ajuda a combater o vírus e a recuperar-se da doença. "Nos idosos, o sistema imunológico já envelheceu e não produz o mesmo nível de resposta, por isso, eles têm mais risco de desenvolver os sintomas mais graves", disse à BBC News Brasil infectologista Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e diretor-médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro, também em entrevista recente. No entanto, segundo relatos de médicos na linha de frente do combate ao coronavírus, o problema é que os jovens, justamente por serem menos susceptíveis a desenvolver os sintomas mais graves da doença, acabam expondo-se mais ao risco e, como resultado, podem ocupar leitos que poderiam ser destinados àqueles que mais precisam deles. Em entrevista ao programa de rádio RaiNews24, da emissora pública da Itália, Luca Lorini, responsável pelo setor de anestesia e cuidados intensivos de um hospital em Bergamo, no norte da Itália, disse que o "tipo de paciente está mudando". "Eles são um pouco mais jovens, entre 40 e 45 anos, e seus casos são mais complicados", acrescentou. No Reino Unido, o vídeo de uma mulher de 39 anos viralizou no WhatsApp. Com muita dificuldade para respirar, Tara Jane Langston, que é mãe de dois filhos e não tem doenças pré-existentes, contou, ofegante, sobre como seus sintomas evoluíram desde que contraiu o vírus. Ao jornal britânico The Telegraph a médica Rosena Allin-Khan, atualmente parlamentar, falou que decidiu ajudar seus ex-colegas de um hospital no último de semana e viu o pronto-socorro "inundado por pacientes doentes, jovens saudáveis ​​e em forma, nos seus 30 e 40 anos, lutando por suas vidas, por causa do covid-19". Já nos Estados Unidos, um relatório divulgado na quarta-feira passada (18 de março) pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) mostrou que, dos 508 pacientes hospitalizados no país por covid-19, cerca de 40% tinham abaixo de 54 anos. Desse total, 20% tinham entre 20 e 44 anos e 18%, entre 45 e 54 anos. Contudo, adultos acima de 65 anos eram a maioria dos mortos (80%). Menos de 1% dos óbitos era de pacientes entre 20 e 54 anos, e não houve mortes entre aqueles abaixo de 19 anos, acrescentou o órgão. Em um artigo de opinião no jornal The New York Times, a americana Fiona Lowenstein, de 26 anos, contou o que passou ao contrair o vírus. Segundo ela, que não tem nenhuma doença pré-existente, tudo começou em uma sexta-feira, ao sentir dor de cabeça e febre. "No domingo, comecei a me sentir melhor e minha febre se foi (...) mas acordei no meio da noite com calafrios, vômitos e falta de ar. Na segunda-feira, eu mal podia falar mais do que algumas palavras sem me sentir ofegante. Não podia caminhar até o banheiro sem ficar esbaforida, como se eu tivesse corrido. Na segunda-feira à noite, tentei comer, mas descobri que não tinha oxigênio suficiente enquanto fazia isso. Qualquer tarefa me deixava desesperada por oxigênio", escreveu ela. Taxa de mortalidade dos jovens ao redor do mundo Na China, onde o coronavírus surgiu, a taxa de mortalidade de infectados com covid-19 abaixo de 50 anos também foi muito baixa, menos de 0,4%. Na Espanha, até o último sábado (21 de março), 34 dos 129 casos confirmados de covid-19 entre crianças de zero a nove anos resultaram em hospitalização (26%). Uma criança teve que ser internada na UTI (0,8%) e não houve mortes nessa faixa etária. Já entre dez e 19 anos, dos 221 casos, 15 foram hospitalizados (7%) e nenhum deles precisou de cuidados intensivos. Uma pessoa nessa faixa etária morreu, uma taxa de mortalidade de 0,4%. Dos 1.285 casos de pessoas de 20 a 29 anos que contraíram o vírus, 183 foram hospitalizadas (14%) e oito delas foram levadas à UTI (0,6%). Desse total, quatro morreram, uma taxa de mortalidade de 0,3%. Por fim, entre os que tinham entre 30 e 49 anos, foram 5.127 casos confirmados da doença. Desse total, 1.028 pessoas foram hospitalizadas (20%), das quais 55 precisaram de cuidados intensivos (1,1%). Três pessoas morreram, uma taxa de mortalidade de 0,2%. Dados do governo italiano mostram que 12% dos pacientes que estão sendo tratados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) têm entre 19 e 50 anos Na Itália, o país mais afetado pela pandemia do coronavírus, 12% dos pacientes que estão sendo tratados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) têm entre 19 e 50 anos, 52% têm entre 51 e 70 anos e 36%, mais de 70 anos, segundo o Ministério de Saúde do país. Em compensação, a taxa de mortalidade entre 19 e 50 anos é bem pequena, cerca de 1%. De acordo com o Instituto Superiore de Sanità, até esta segunda-feira (23 de março), foram 53 mortes entre 19 e 50 anos (nenhuma abaixo de 30 anos, 12 entre 30 e 39 anos e 41 entre 40 e 49 anos). No Brasil, já são cerca de 1,9 mil infectados e 34 mortos, a maioria com mais de 60 anos. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
No primeiro dia de treinos em Weggis, na Suíça, a Seleção Brasileira se preocupou em aprimorar a forma física para a Copa do Mundo e, quando finalmente reencontrou a bola, recebeu o caloroso apoio de cerca de 5 mil torcedores que lotaram o estádio da pequena cidade.
Até mesmo a preocupação de que o alvoroço causado pela presença dos astros brasileiros em Weggis pudesse atrapalhar a preparação dos jogadores para o Mundial foi esquecida pelos atletas, que agradeceram e elogiaram o comportamento dos suíços. “Estamos acostumados com isso nos clubes e tentamos retribuir esse carinho”, afirmou Ronaldinho Gaúcho, que, até quando errava, era aplaudido pelos torcedores. “Mas, na hora de trabalhar, tudo muda.” “Até agora está sendo tudo perfeito, a gente se sente em casa”, acrescentou o ídolo do Barcelona. “No hotel, nos dão todas as condições.” Depois de realizar apenas exercícios físicos pela manhã, sem a presença de público no estádio de Weggis, os jogadores da Seleção finalmente treinaram com bola à tarde, quando os torcedores puderam acompanhar a movimentação dos brasileiros. Apesar do ritmo leve do treinamento, que se concentrou em um bate-bola e algumas finalizações, os toques de habilidade dos jogadores foram suficientes para empolgar a platéia suíça. Planos Em meio ao início da preparação na Suíça, os jogadores da Seleção deram sinais de que já estão com a cabeça no futuro e no principal desafio que terão pela frente: enfrentar a pressão de favoritos ao título na Copa. Ciente da cobrança que receberá durante o Mundial, Ronaldinho Gaúcho evitou admitir que o torneio pode alçá-lo ao nível de alguns dos maiores jogadores de todos os tempos e preferiu compartilhar a responsabilidade. “Não penso em fazer tudo sozinho, em querer ser o melhor”, afirmou. “O Brasil tem todas as condições de sair campeão, e a minha preocupação é fazer o melhor para que o Brasil volte campeão.” Já para o atacante Ronaldo, que não disputa uma partida oficial desde abril, a maior preocupação é recuperar o ritmo de jogo. O artilheiro admite que, por enquanto, não está no melhor de sua forma, mas promete empenho nos treinos até a estréia na Copa. “Fiquei um mês e 15 dias parado, só fazendo tratamento. Agora, estou fazendo uma pré-temporada”, comentou Ronaldo. “Estou motivado, querendo treinar, quero fazer o máximo e me preparar muito bem para a Copa do Mundo”, acrescentou o atacante. “A gente tem que aproveitar o tempo que a gente tem para treinar e ficar bem para o primeiro jogo.” Adriano Além dos planos para o Mundial, o atacante Adriano e o lateral Roberto Carlos também comentaram a situação que vivem em seus clubes. Em má fase na Inter de Milão, Adriano fez coro às declarações do técnico Carlos Alberto Parreira. Na terça-feira, o treinador disse que não se preocupa com os problemas do atacante porque, na Seleção, ele é “outro jogador”, muito mais “feliz”. “Com certeza, eu aqui me sinto muito mais tranqüilo”, afirmou Adriano. “Meus companheiros gostam de mim, e eu sou uma pessoa que gosta de brincar e se divertir. Isso, na Inter, não estava existindo porque eu tive alguns problemas. Aqui, com certeza, a relação é outra, e a alegria também.” “Por enquanto, eu não tenho idéia de sair, e acho que nem o presidente da Inter está querendo me vender”, acrescentou o atacante. “Penso que, depois da Copa, serei tratado com mais carinho.” Futuro Já Roberto Carlos diz que, apesar de ter mais um ano de contrato com o Real Madrid, estuda uma proposta do Chelsea e espera decidir seu futuro nas próximas semanas. “Antes da Copa do Mundo, já vai estar tudo decidido porque eu quero entrar já na Copa do Mundo sabendo em que time eu vou jogar”, afirmou o lateral. “O Chelsea está com uma oferta boa, que são praticamente três anos de contrato. E eu tenho só um ano de contrato com o Real Madrid.” Ao falar sobre o Mundial, Roberto Carlos arriscou um número para expressar as chances da Seleção Brasileira no torneio e admitiu que a equipe terá de mostrar porque é favorita. “Na Seleção, a possibilidade de ganhar um título é de 80%”, comentou. “Muitas pessoas dão o Brasil como favorito, mas esse favoritismo vai ser mostrado dentro de campo. É importante a gente manter os pezinhos no chão, trabalhar bem e chegar na competição jogando o futebol brasileiro, com alegria.” Os planos para o futuro do futebol brasileiro não ficaram apenas nas declarações dos jogadores. A Seleção recebeu a visita do presidente da Fifa, Joseph Blatter, que garantiu que, até agora, o Brasil é o único candidato a sede da Copa de 2014. Satisfeito com a declaração de Blatter, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, negou que a onda de violência em São Paulo seja um obstáculo para os planos de um Mundial no Brasil. Marco Pólo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol e chefe da delegação brasileira para a Copa na Alemanha, foi além e disse que o Estado de São Paulo poderia oferecer quatro estádios para um torneio no Brasil. O único que já existe, no entanto, é o Morumbi. Os outros, que, por enquanto, não passam de promessas, seriam um estádio construído pelo Santos em Diadema, um outro que pertenceria ao Corinthians e um terceiro financiado pela prefeitura de Barueri.
Para muitos este é apenas mais um sábado, mas para os supersticiosos é um dia de muita sorte.
Este é o sétimo dia do sétimo mês do sétimo ano do milênio. As casas de apostas estão se preparando para receber uma onda de apostas estimuladas pela coincidência de números neste 7/7/7. Em todos os Estados Unidos, locais para festas de casamento e suítes pós-nupciais estão todos reservados. Milhares de casais estão apostando que o triplo sete poderá trazer sorte ao seu casamento. Nunca antes houve uma demanda tão grande por casamentos em um só dia. Alguns levantamentos estimam que até 70 mil casais poderão dizer o “sim” neste sábado. Agendas cheias Confeiteiros, floristas e planejadores de casamentos passaram as últimas semanas com suas agendas cheiras, organizando banquetes de sete pratos ou preparando bolos de sete camadas. No condado de Orange, na Califórnia, o cartório local abriu locais extras para casamentos, contratou mais funcionários e também está oferecendo aos casais horários terminados com o número sete para as celebrações. O número sete tem um significado cultural e religioso antigo. O filósofo grego Pitágoras chamou o número sete de “número perfeito”, e o escritor italiano do século 13 Dante Alighieri o usava freqüentemente em seu trabalho.
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, prometeu intensificar a construção de um polêmico muro de segurança que deve separar Israel dos territórios palestinos na Cisjordânia.
Ao abrir a sessão do Parlamento israelense, o Knesset, nesta segunda-feira, Sharon disse que o muro (que em algumas áreas toma a forma de uma cerca) terá sua construção concluída em um ano. O muro deve englobar áreas em volta de Jerusalém. "Este muro é a melhor forma de evitar terrorismo", disse Sharon, acrescentando que a barreira criticada internacionalmente "não é uma fronteira política". Arafat Sharon afirmou ainda que haverá um avanço nos esforços de paz nos próximos meses, mas não especificou que avanço seria esse. Mas, ao mesmo tempo, as forças israelenses vão continuar a confrontar o "terrorismo" palestino, disse Sharon poucas horas depois que uma série de ataques aéreos israelenses na Cidade de Gaza matou pelo menos três palestinos e deixou 24 feridos. Segundo a agência de notícias Reuters, Sharon qualificou o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, como o maior obstáculo para a paz no Oriente Médio e disse que Israel está determinado a "removê-lo" da cena política. O gabinete israelense decidiu no mês passado retirar Arafat da região, mas não disse quando nem como. Em seu discurso no Knesset, Sharon disse que "não se pode desviar do plano de paz". "Qualquer desvio vai aliviar os palestinos da responsabilidade que eles mesmos assumiram ... de erradicar o terrorismo. Qualquer desvio só vai incentivar organizações terroristas", afirmou o primeiro-ministro israelense. Ataques em Gaza Nesta manhã, caças F-16 atacaram a área de Shajaiya, no leste da Cidade de Gaza. Um prédio de dois andares, que pertenceria a uma família com fortes ligações com o grupo militante islâmico Hamas, foi destruído. Equipes de resgate palestinas disseram que pelo menos 14 pessoas – entre elas duas crianças – ficaram feridas no que Israel qualificou como "uma oficina do Hamas" usada para fabricar projéteis e outras armas. Três horas depois, dois mísseis foram lançados em um caminhão que transitava pelo centro de Gaza. Dois corpos foram retirados dos destroços do veículo. Mais tarde, fontes do Hamas teriam dito que os mortos eram membros de seu braço armado. Outra pessoa morreu e sete ficaram feridas. O terceiro ataque ocorreu uma hora depois, quando helicópteros atingiram a sede de uma fazenda. Não houve mortos nem feridos. Cessar-fogo O primeiro-ministro palestino, Ahmed Korei, condenou os ataques, dizendo que eles tornam mais difícil que Israel e os palestinos realizem conversações para acabar com a violência. "Esses atos de Israel não ajuda as conversações de cessar-fogo, eles as desestimulam", disse Korei. "Nós queremos que o governo israelense sente-se conosco e negocie um cessar-fogo", concluiu o primeiro-ministro palestino. A ação militar israelense ocorre um dia depois que três soldados israelenses morreram em uma emboscada perto da cidade de Ramallah, na Cisjordânia. O grupo Brigada dos Mártires da Al-Aqsa reivindicou a autoria do ataque. Também no domingo, foram lançados morteiros de Gaza para o sul de Israel. Não houve registro de mortos ou feridos. Os líderes de todos os principais grupos militantes palestinos estão escondidos desde que começaram ações de Israel para matá-los.
Um helicóptero americano caiu neste domingo na cidade de Mosul, no Iraque, durante uma operação de resgate de um soldado.
Os dois pilotos estão desaparecidos. De acordo com testemunhas, o helicóptero Kiowa Warrior teria batido em um fio de eletricidade e caído no rio Tigre. O helicóptero estava sendo usado na busca de um soldado americano cujo barco de patrulha emborcou no rio. Dois policiais iraquianos e um tradutor, que estavam juntos na embarcação, também não foram encontrados. Fim de semana Na sexta-feira, um helicóptero americano caiu perto da cidade de Mosul, matando dois soldados. As causas do acidente ainda não foram determinadas. Outros seis militares dos Estados Unidos foram mortos no sábado em ataques separados. Três foram mortos em Khaldiya, a oeste de Bagdá, depois que um carro-bomba explodiu próximo a um posto de controle. Uma bomba detonada em uma estrada, no momento em que passava um comboio do Exército dos Estados Unidos, deixou uma vítima fatal. Um outro oficial morreu após seu veículo ter sido atingido por um foguete com propulsão de granada na cidade de Baiji, ao norte da capital iraquiana.
Como um mensageiro da Era do Gelo, a cabeça de um lobo gigante encontrada na Sibéria tem sido estudada por cientistas da Rússia, Suécia e Japão como testemunho precioso do Pleistoceno.
Cabeça tem 40 cm de largura e é muito maior que a de um lobo atual Ela tem tem mais de 30 mil anos de idade, inclui presas e até mesmo um cérebro incrivelmente preservados. Trata-se da primeira cabeça intacta de um lobo adulto da Era do Gelo. Outro atributo importante é seu comprimento, de 40 cm - muito maior que a de um lobo atual, que mede entre 23 e 28 cm. Os cientistas esperam que os restos ajudem a decifrar o que aconteceu com esse grande predador que vivia na Europa e na Ásia e com outras espécies, como o mamute-lanoso. A cabeça foi apresentada ao público em uma exposição no Museu Nacional de Ciência e Inovação, em Tóquio. Como foi a cabeça encontrada? À medida que partes do permafrost (como é chamado a grande faixa de solo congelado de rocha e terra) da Sibéria derretem devido às mudanças climáticas, mais e mais vestígios extraordinários do passado estão sendo descobertos. Fim do Talvez também te interesse Uma das descobertas mais conhecidas é a de Yuka, um mamute-lanoso bebê perfeitamente preservado encontrado em 2011, e que viveu há 28 mil anos na região de Yakutia. A cabeça do lobo foi encontrada no ano passado na mesma região, no rio Tirekhtyakh, por caçadores locais de presas de mamute. Yuka, um bebê mamute, foi achado em perfeito estado em 2011 Depois que a China proibiu o comércio de estatuetas e outros produtos de marfim feitos com presas de elefantes, os caçadores de presas no permafrost siberiano viram a oportunidade de um negócio lucrativo. Foi assim que encontraram a cabeça do lobo - entregue por eles a Albert Protopopov, chefe do departamento de estudos sobre mamutes da Academia de Ciências de Yakutia. Como a idade dos restos mortais foi determinada? Protopopov não sabia a idade da cabeça, e contatou especialistas na Suécia. David Stanton, pesquisador em paleogenética evolutiva do Museu de História Natural da Ciência na Suécia, foi um dos cientistas que ajudou a definir a idade. "Fizemos datação por radiocarbono de um pedaço de tecido com uma empresa norte-americana chamada Beta Analytic", explicou Stanton à BBC News Mundo. "A idade que determinamos foi entre 32.560 anos e 31.480 anos (com precisão de 95%). Outra equipe independente chegou ao valor de 32.705 a 31.690 anos, então podemos dizer com confiança que o espécime tem 32.000 anos, com uma margem de erro não superior a 500 anos ". DNA Cabeça de lobo foi encontrada por caçadores na Sibéria Protopopov também colaborou com a escola de medicina da Universidade de Jikei, em Tóquio, onde uma tomografia computadorizada da cabeça foi realizada para revelar os detalhes dos tecidos. Os cientistas agora estudarão o DNA do animal, para compará-lo com o dos atuais lobos. O lobo encontrado na Sibéria tinha presas mais poderosas do que as espécies modernas e acredita-se que ele podia caçar animais grandes, como bisões e cavalos. "O próximo passo é tentar extrair o DNA dos restos mortais do lobo. A dificuldade é que o DNA em tais espécimes antigos está frequentemente danificado", explica Stanton. "Tentamos extrair DNA sem muito sucesso da pele, então agora vamos tentar extraí-lo dos dentes. Se conseguirmos DNA de boa qualidade, tentaremos sequenciar o genoma do lobo, e isso nos permitirá procurar responder a diferentes perguntas". "Por exemplo, qual é a relação entre esses lobos extintos e os atuais? Eles têm genes em comum? Podemos encontrar no genoma as razões por que eles foram extintos?" Stanton destaca que uma possibilidade é que os lobos tenham se extinguido por razões meteorológicas. "Se for este o caso, uma melhor compreensão dessas extinções pode nos ajudar a prever e prevenir futuras extinções devido às mudanças climáticas." Os pesquisadores esperam que os restos também ofereçam pistas sobre a fauna do Pleistoceno. A cabeça também poderia ajudar a entender o passado evolutivo de espécies como os cães e os lobos atuais - acredita-se que estes tenham se separado a partir de um ancestral comum há pelo menos 27 mil anos. "É muito raro encontrar espécimes com este nível de preservação, então esta cabeça é muito valiosa. Acreditamos que é um espécime de um 'lobo das estepes do Pleistoceno', uma linhagem de lobos que se tornou extinta provavelmente entre 20.000 e 30.000 anos." "Espécimes extraordinários como este podem nos dar informações sobre por que essa linhagem foi extinta quando os lobos modernos sobreviveram." Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!