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Usar sangue "transgênico", ou geneticamente modificado, pode ajudar um doente de câncer a combater a doença, segundo cientistas da Austrália. |
A técnica desenvolvida pelo Peter McCallum Cancer Centre de Melbourne e testada em ratos envolve a retirada de milhares de células de defesa do sangue de um paciente, a introdução nelas de genes que combatem o câncer e depois a transfusão do sangue "transgênico" de volta para o paciente.
"Em vez de termos muito poucas células, talvez uma em cada mil, combatendo o câncer, teremos 100% delas atacando o tumor, portanto o ataque é muito, muito maior", disse Joe Trapani, professor-associado do centro de pesquisas.
Com o sucesso nos ratos, agora os testes nos humanos devem ocorrer em apenas dois anos, necessitando apenas de uma aprovação dos órgãos reguladores da Austrália.
Técnica
"O que nós mostramos até agora é que se podem retirar células do sistema imunológico de um animal, tratá-las para reconhecer o câncer e depos reinjetá-las no corpo", afirmou Trapani.
O professor disse que a técnica pode ajudar pacientes com vários tipos de câncer, mas os pesquisadores estão trabalhando no momento com os de mama e de pulmão, alguns dos mais comuns.
"Os testes iniciais (em humanos) devem ser em um tipo de tumor chamado adnocarcinoma, que ocorre em vários cânceres como os de mama, cólo, pâncreas e até do pulmão."
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Em sua tradicional mensagem de Ano Novo, o líder cubano Fidel Castro disse que está se recuperando lentamente da cirurgia a que foi submetido em julho para interromper um sangramento no intestino. | Fidel agradeceu ao povo cubano pela coragem demonstrada durante sua recuperação.
"A respeito de minha recuperação, eu sempre disse que seria um longo processo, mas está longe de ser uma batalha perdida", afirmou o líder cubano, de 80 anos, na mensagem transmitida pela rádio e a televisão estatais.
"Eu não deixei de estar informado dos principais acontecimentos", disse Fidel. "Mantive conversas com nossos camaradas mais próximos sempre que foi necessária cooperação em questões vitais."
Saúde
A mensagem de Ano Novo de Fidel, transmitida ao povo cubano todos os anos, marca o aniversário da revolução de 1º de janeiro de 1959, que o colocou no poder.
Em julho, o líder cubano foi operado e entregou o controle do país temporariamente a seu irmão, Raúl.
Desde então, não faltam especulações sobre a sua saúde. Funcionários não-identificados do governo americano disseram à imprensa dos Estados Unidos que se trata de câncer, possivelmente em estágio terminal.
Embora o estado de saúde de Castro permaneça um segredo de Estado, autoridades do governo cubano têm repetido que o líder da Revolução de 1959 não sofre de nenhuma doença terminal e está se recuperando.
Na última terça-feira, um médico espanhol que viajou a Cuba para examinar o presidente disse que Fidel não tem câncer nem necessitará de futuras cirurgias.
"Sua condição física é excelente, sua atividade intelectual permanece intacta – eu diria fantástica – e ele está se recuperando da operação", disse o médico, especialista em doenças intestinais.
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O diário econômico The Wall Street Journal diz nesta sexta-feira que o corte de juros promovido nesta semana pelo Banco Central “pode se mostrar cauteloso demais para ajudar o crescimento”. | A reportagem do influente jornal financeiro americano diz que, apesar de já terem sido realizados seis cortes desde setembro, “o ritmo pode não ser rápido suficiente para evitar outro ano de crescimento sem brilho”.
O jornal diz que o BC pode estar querendo “manter as taxas de juros altas o suficiente para atrair investimentos em um momento em que vários países ricos estão aumentando os seus juros”.
“E porque este é um ano eleitoral no Brasil, o que com freqüência significa um aumento dos gastos do governo.”
Aliança
O indiano The Times of India diz que o Brasil e a Grã-Bretanha vão juntar forças nesta sexta-feira em Londres para pressionar por uma “nova geografia do comércio mundial” durante encontro do chamado G6 da Organização Mundial do Comércio.
O jornal afirma que a reunião do Brasil, Índia, Austrália, Estados Unidos, Japão e Estados Unidos vai acontecer poucas horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter feito em Londres “uma poderosa defesa dos argumentos dos países em desenvolvimento”.
“Lula, um ex-operário que acredita na cooperação sul-sul, está sendo saudado na Grã-Bretanha como um símbolo poderoso da ofensiva por maior justiça no comércio mundial”, diz o jornal.
“Editoriais admirados em jornais britânicos têm observado a importância simbólica de Lula na emergência das nações populosas do mundo em desenvolvimento.”
Fascista x gay
Na Itália, o La Repubblica noticia que a neta do ditador Benito Mussolini defendeu que ser fascista é melhor do que ser gay.
Alessandra Mussolini, uma deputada que lidera um pequeno partido de direita, fez a declaração durante um acalorado debate na TV do qual também participava Vladimir Luxuria, uma drag queen que entrou na política.
Luxuria lhe acusou de defender o fascismo, ao que Mussolini retorquiu: “Sou orgulhosa disto”.
“Você se veste como uma mulher e acha que pode dizer o que você quer”, disse Mussolini. “Melhor ser fascista do que ser gay.”
Preço nas nuvens
O jornal australiano The Daily Telegraph, de Sydney, afirma que estão vendidos ingressos para o jogo entre a Austrália e o Brasil na Copa do Mundo por até 2.249 dólares australianos – o equivalente a mais de R$ 3,5 mil.
“Isto representa 37 vezes o valor de face dos ingressos”, revolta-se o jornal.
A reportagem afirma que este preço está sendo pedido por “vendedores inescrupulosos baseados nos Estados Unidos” e usuários do site de leilões eBay.
A inflação é tamanha que o jornal chama de “achado” um ingresso por um pouco mais de US$ 2 mil.
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No dia 12 de outubro de 1923, o Rio de Janeiro, então capital federal, sediou um evento que reuniu estudiosos de infância e políticos de vários países. Era o Congresso Sul-Americano da Criança , cuja pauta discutia questões educacionais, alimentares e de desenvolvimento. | O Dia das Crianças custou a 'pegar'. Não havia feriado e o comércio não atentava para ela
Um político notou a comoção provocada pelo tema na época. No ano seguinte, o recém-eleito deputado federal Galdino do Valle Filho (1879-1961) propôs uma lei instituindo, no 12 de outubro, o Dia das Crianças no Brasil.
Em 5 de novembro de 1924, o então presidente da República Arthur Bernardes (1875-1955) sancionou o Decreto 4.867. "Artigo único. Fica instituído o dia 12 de outubro para ter lugar, em todo o território nacional, a festa da criança, revogadas as disposições em contrário", diz o texto.
E, assim, foi criado o Dia das Crianças.
Mas a data custou a pegar. Não havia feriado e o comércio não atentava para ela.
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Nos anos 50, fabricantes acharam por bem focar seus esforços em uma única data
Em 1940, o presidente Getúlio Vargas (1882-1954), criou um novo decreto. Por pouco, o Dia das Crianças não "mudava" de data.
Na lei de Vargas, que "fixava as bases da organização da proteção à maternidade, à infância e à adolescência em todo o País", o artigo 17 do capítulo 6 dizia: "será comemorado em todo o País, a 25 de março de cada ano, o Dia da Criança".
"Constituirá objetivo principal dessa comemoração avivar na opinião pública a consciência da necessidade de ser dada a mais vigilante e extensa proteção à maternidade, à infância e à adolescência", dizia o texto.
Mas o 25 de março não saiu do papel.
Nos anos 1950, uma intensa campanha de marketing criou, de fato, o Dia das Crianças no Brasil.
Bebê robusto
Foi uma promoção conjunta entre duas gigantes da indústria: a fábrica de brinquedos Estrela e a Johnson & Johnson. Em 1955, elas lançaram a Semana do Bebê Robusto. Era uma ação para aumentar as vendas dos produtos, é claro. Mas envolvia a população, pois os clientes eram convidados a enviar fotos de seus filhos - de 6 meses a 2 anos. E os pais do "bebê Johnson do ano" embolsavam um prêmio, enquanto o rebento tinha o rosto e a fofurice estampados em revistas e jornais.
Com a adesão de outras empresas, em pouco tempo a Semana do Bebê Robusto se tornou Semana da Criança. Foi quando os fabricantes decidiram concentrar os esforços em uma única data. Recuperaram o decreto de 1924 e, desde então, todo brasileiro sabe: dia 12 de outubro é dia de presentear a criançada.
Data, segundo analista, desperta sentimentos de nostalgia e é importante para o calendário brasileiro
"Essas datas surgem pois o comércio precisa conseguir vender também em épocas de baixa sazonalidade", contextualiza a administradora de empresas Mariana Munis, especialista em marketing e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas.
"Do meu ponto de vista, algumas datas comemorativas pegam mais do que outras porque surgiram primeiro. Dia das Crianças, Natal, Dia dos Namorados e Dia das Mães são exemplos bem-sucedidos."
"Também acho que o Dia das Crianças desperta sentimentos de nostalgia. Aproxima os pais dos filhos", acrescenta Munis. "É quando os pais, em meio a uma vida tão corrida, querem dar algo para os filhos. Por isso acabou se tornando uma data tão importante para o calendário brasileiro."
Comércio paulistano
De acordo com o economista Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo, o Dia das Crianças "não tem peso significativo para o comércio" - ao contrário de datas como Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados.
Por outro lado, ele afirma que "como o Dia das Crianças se encontra em um período próximo ao Natal, ele representa para os lojistas um termômetro "de como vai ser o fim do ano".
"Se no Dia das Crianças as vendas de brinquedos forem boas, por exemplo, é sinal de o comércio está mais aquecido e isso deve se refletir positivamente no Natal", exemplifica.
Solimeo ressalta que, depois da forte crise econômica, o comércio vem se recuperando. E isto já pode ser notado pelas vendas em datas comemorativas. "Acreditamos este ano em um crescimento na casa dos 3% em relação a 2017 no movimento de vendas do varejo paulistano no Dia das Crianças", prevê.
"É um ritmo moderado e aproximado ao que o setor tem apresentado: no período acumulado de janeiro a agosto de 2018, as vendas cresceram em média de 2,8%. Importante lembrar que a realização do primeiro turno das eleições no fim de semana anterior ao Dia das Crianças pode diminuir o movimento nas lojas, já que a atenção do consumidor tende a estar voltada para o cenário político e à escolha dos candidatos", lembra ele.
Ainda de acordo com os dados da Associação Comercial, nos últimos anos, o Dia das Crianças sentiu quedas bruscas nas vendas - de 6,9% em 2016 e 13% em 2015. "Em 2017 o movimento voltou a crescer, 3%, mas sobre uma base muito fraca", salienta o economista.
Internacionalmente, a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) reconhece o dia 20 de novembro como o Dia Mundial da Criança
Outros países
Ao redor do mundo, outros países também celebram o Dia das Crianças, mas em outras datas. Em 1925, houve uma Conferência Mundial para o Bem-Estar da Criança em Genebra, na Suíça. Ali ficou instituído o dia 1º de junho como o Dia Internacional da Criança - e esta data entrou para o calendário de diversas nações, como Portugal, China, Eslovênia, Polônia e Angola.
Já a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) reconhece outra data. Dia 20 de novembro é considerado o Dia Mundial da Criança porque foi neste dia, em 1959, que foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos da Criança. Finlândia, França, Trinidad e Tobago, Reino Unido e Canadá estão entre os países que levam em conta esta data.
Data é comemorada em diferentes períodos ao redor do mundo
Mas há muitos exemplos diferentes. A Austrália instituiu como Dia da Criança a última quarta-feira de outubro. Na Argentina, é o segundo domingo de agosto. Na África do Sul, o primeiro sábado de novembro. Países da África Central - Congo, Chade, Camarões e outros - comemoram a data junto ao Natal, 25 de dezembro. O Japão tem uma data para meninas (3 de março) e outra para meninos (5 de maio). Na Hungria, é o último domingo de maio.
O feriado brasileiro de 12 de outubro não tem nada a ver com o Dia das Crianças, mas com a padroeira, Nossa Senhora Aparecida
Nossa Senhora Aparecida
Mas não se engane. O feriado brasileiro de 12 de outubro não tem nada a ver com o Dia das Crianças. A data foi criada em 1980 por causa de outra comemoração de 12 de outubro: Nossa Senhora Aparecida.
A santa já era oficialmente padroeira do Brasil desde 1930, após decreto papal. Em 30 de junho de 1980, João Paulo II (1920-2005) se tornava o primeiro papa a pisar em solo brasileiro. O presidente João Figueiredo (1918-1999), último da ditadura militar do Brasil, aproveitou a data para declarar feriado nacional o dia da Padroeira, 12 de outubro.
A partir daquele ano, portanto, ficou "declarado feriado nacional o dia 12 de outubro, para culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil", conforme o texto da lei.
"O Dia das Crianças, no meu entender, não ofusca a festa de Nossa Senhora Aparecida. As celebrações, entre crianças e a padroeira, são compartilhadas", acredita o pesquisador e estudioso da vida de santos José Luís Lira, fundador da Academia Brasileira de Hagiologia. "Vez por outra, vemos até a imagem de Nossa Senhora Aparecida estilizada para crianças."
Reportagem originalmente publicada em 11 de outubro de 2018
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O mundo deve passar pelo ano mais quente de sua história em 2007, segundo previsão do Departamento Britânico de Meteorologia (Met Office). | Um período quente maior deve ocorrer em virtude dos efeitos causados pelo El Niño, fenômeno meteorológico que aquece as águas do Oceano Pacífico e eleva as temperaturas de todo o planeta.
Segundo o Departamento de Meteorologia, há 60% de chances de que a temperatura média da Terra bata o atual recorde, que é de 1998.
A temperatura global deve passar cerca de 0,54ºC em relação à média de longo prazo, que é de 14 graus. Em 1998, esse valor foi superado em 0,52ºC.
A projeção anual foi feita pelo Centro Hadley de Pesquisa de Variação Climática em conjunto com a Universidade de East Anglia.
Efeito El Niño
Segundo Chris Folland, diretor do Centro Hadley de Pesquisa de Variação Climática, a previsão é feita primordialmente em dois fatores.
O primeiro é a emissão de gases na atmosfera, que ocasiona o Efeito Estufa.
“Este é um método estatístico. É um número que representa o aquecimento da atmosfera”, disse.
“O outro fator que permite essa previsão é o fato de que este ano terá a influência do El Niño”, explicou o pesquisador.
O El Niño ocorre por causa da chegada de águas mais quentes do que o normal, vidas da América do Norte, à costa da América do Sul. O fenômeno é descrito como a maior influência na alteração anual do clima global.
A Organização Meteorológica Mundial disse que o fenômeno deve continuar no primeiro trimestre do ano, o que deve causar alterações futuras. “Há um intervalo considerável, que pode levar quatro meses ou mais, entre o El Niño e o aquecimento climático”, afirmou Folland.
“Para se avaliar o impacto do fenômeno, nós usamos um método estatístico, baseado em aferições de temperaturas nas regiões onde ele acontece e também um complexo método matemático”.
Ele contou que a previsão tem sido ajustada levando-se em conta os dados dos últimos 50 anos.
“Nós conferimos esta previsão três vezes, atualizando-a mensalmente e ela se mostrou completamente estável”, disse.
A avaliação de que 2007 “tem 60% de chances de ser mais quente do que 1998” é mais provável de acontecer do que dar errado.
A previsão feita pelo Hadley Centre nos últimos sete anos e a margem de erro tem sido de 0,06ºC.
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Com arcos, flechas e paus, representantes de movimentos indígenas da Bolívia fizeram uma caminhada nesta sexta-feira pelas
ruas de Santa Cruz de la Sierra, capital do departamento (Estado) de Santa Cruz, para protestar contra o projeto de autonomia
que irá a referendo neste domingo. | Os manifestantes, apoiadores do presidente Evo Morales, erguiam bandeiras contra a proposta de autonomia do departamento.
Na passagem, moradores e comerciantes gritavam: “fora” e “autonomia sim”.
Segundo analistas, o episódio mostra a divisão que a Bolívia vive hoje, entre seguidores de Morales e os que defendem a autonomia
política, administrativa e financeira de Santa Cruz em relação ao governo central.
O clima de tensão aumentou nas últimas horas antes do referendo. Policiais e militares chegaram a Santa Cruz para reforçar
a segurança durante a votação de domingo.
Representantes de diferentes movimentos indígenas, como os Yapacaní, afirmaram que vão bloquear estradas de acesso ao centro
de Santa Cruz de la Sierra para tentar evitar o acesso dos eleitores do “sim” às urnas.
O ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, passou o dia dando entrevistas e repetindo que o referendo é “inconstitucional”.
“Uma coisa é a legitimidade do desejo popular de autonomia, a outra é a realização de um referendo que não tem legalidade,
que é inconstitucional”, disse Quintana a emissoras de TV.
Paz
O ministro também fez um apelo pela não violência na jornada eleitoral deste domingo: “O presidente Morales pede paz aos movimentos
sociais, assim como tolerância e respeito à diversidade. Mas essa compreensão deve ser de todos os lados”.
Ramón Quintana disse que o governo insistirá na abertura do diálogo com os líderes políticos de Santa Cruz.
Morales, por sua vez, voltou a pedir que as Forças Armadas “defendam” a democracia.
Em diferentes pontos de Santa Cruz, fiéis da Igreja Católica se reuniram nesta sexta-feira, erguendo a bandeira da Bolívia
e pedindo “calma” aos seguidores do “sim” e do “não” à autonomia.
Guerra na TV
Ao clima de incerteza, que se intensifica a horas do pleito, soma-se ainda a exibição constante de spots televisivos da Corte
Nacional Eleitoral (CNE) e da Corte Eleitoral Departamental de Santa Cruz.
Em forma de comunicado, as duas cortes justificam porque rejeitam ou aprovam o referendo.
“A Corte Nacional Eleitoral se baseia na Constituição e na lei de referendos em vigor no país e é a única autorizada a realizar
estes pleitos. Por isso, a Corte não reconhecerá e nem respaldará um ato realizado à margem da lei”, diz o informe da CNE.
Já a Corte Eleitoral de Santa Cruz afirma: “A Corte Departamental se baseia na Constituição e no código eleitoral para realizar
o referendo deste domingo, 4 de maio. Com a lei na mão e em apoio à democracia”.
Constituição
Juristas se dividem entre as diferentes visões sobre o referendo. Há quem diga que Santa Cruz está realizando a vontade popular,
e os que criticam a iniciativa por ser carente de legalidade.
“A Bolívia chegou a um ponto em que as leis são questionadas”, disse a professora de ciências políticas Ximena Costa, da Universidade
Maior de San Andrés, em entrevista à BBC Brasil.
“E isso se acelerou depois que foi aprovada a nova Constituição, sem a presença da oposição, no fim do ano passado”, afirmou.
Segundo ela, a Constituição ainda precisa ser ratificada por meio de referendo, mas a partir de então, o Oriente (os departamentos
mais ricos da Bolívia, que lideram os processos de autonomias) entendeu que as “regras não estavam sendo respeitadas” e que
“nem todo o país estava sendo ouvido”.
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Um gato descontrolado forçou um avião de carreira belga, com 57 passageiros a bordo, a voltar para o aeroporto depois de apenas 20 minutos de vôo na segunda-feira. | O animal – de nome Gin, segundo o jornal belga La Dernière Heure – teria conseguido sair de dentro da bolsa em que viajava com o seu dono e atacado o co-piloto da aeronave da Brussels Airlines, que viajava de Oslo a Viena, via Bruxelas.
"Trata-se de um animal muito afável aparentemente, mas, às vezes, ele fica agressivo", disse o vice-presidente de Comunicação da empresa, Geert Sciot.
Segundo o vice-presidente da companhia, ninguém poderia prever que o gato poderia fazer naquelas circunstâncias, solto em meio a equipamentos de vôo sensíveis.
"Nós apoiamos 100% a decisão tomada pelo capitão", disse Sciot, acrescentando que a tripulação demorou até conseguir capturar o gato.
Coincidências
O caso está sendo investigado, mas segundo o representante da companhia aérea, seria o resultado de uma série de coincidências:
1. O dono do gato aparentemente dormia quando o animal escapou da bolsa de viagem
2. Uma criança no assento ao lado pode ter aberto a bolsa para soltar o gato
3. Ninguém avisou a tripulação da fuga do animal antes de ele invadir a cabine de vôo, no momento em que os pilotos comiam.
Uma explicação não confirmada para o ataque de fúria do gato, que estava acostumado a voar de avião, já que participou de vários concursos, seria que algum passageiro da classe executiva teria lhe dado um chute.
O porta-voz da empresa disse ainda que a Brussels Airlines respeitou todas as normas internacionais de segurança.
Segundo Sciot, a porta da cabine não ficou aberta por mais de "cinco a dez segundos", de acordo com a legislação aprovada depois dos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos.
Além disso, a empresa defende que as normas internacionais permitem que o passageiro leve um animal dentro do vôo desde que seu peso não passe de 5 kg.
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A explosão de uma bomba matou um político anti-Síria em Beirute, a capital do Líbano. | A vítima se chamava George Hawi e era um ex-secretário-geral do Partido Comunista Libanês.
A bomba havia sido colocada sob o banco do carro de Hawi, uma Mercedes-Benz, e foi detonada por controle remoto.
O ex-líder comunista morreu na hora, e seu motorista ficou ferido.
O ataque ocorreu poucos dias depois da vitória da oposição anti-Síria na rodada final das eleições parlamentares libanesas.
Mudança de lado
A Síria retirou suas tropas do Líbano neste ano, após o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, em fevereiro.
Seu filho Saad Hariri liderou o bloco vitorioso nas eleições, que garantiram uma maioria parlamentar para agrupamentos anti-Síria.
Hawi, que era cristão, por vários anos foi um aliado da Síria, que manteve suas tropas por quase três décadas no Líbano.
Recentemente, porém, ele havia passado para o lado da oposição, fazendo freqüentes críticas à interferência síria nos assuntos libaneses.
Hawi é o segundo militante anti-Síria a morrer no Líbano neste mês.
No dia 2, o jornalista Samir Kassir havia sido morto pela explosão de uma bomba sob seu carro.
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Formigas da espécie Odontomachus bauri, mais conhecidas como formigas-de-estalo, mordem a uma velocidade de 100 km/h – ou 2,3 mil vezes mais rápido que um piscar de olho, revelaram imagens digitais em alta velocidade. | A nova medição deu a essas criaturas, nativas da América do Sul e Central, o recorde de rapidez com que um animal move suas partes do corpo.
As fotos mostraram ainda que as formigas usam a mandíbula para outros fins além de proferir mordidas com uma força 300 vezes maior que o peso do seu corpo.
Mordendo o chão, elas são capazes de arremessar a si mesmas para fugir de perigos iminentes.
Física
A pesquisadora Sheila Patek, da Universidade da Califórnia, Berkeley, disse que é tudo uma questão de "física simples".
"As mandíbulas destas formigas são relativamente curtas. Desferem mordidas poderosas porque conseguem acelerar muito rapidamente", disse a pesquisadora, que fez suas pesquisas de campo na Costa Rica e as publicou na revista Proceedings of the National Academy.
O co-autor do estudo, Andy Suárez, da Universidade de Illinois, explicou o mecanismo pelo qual as formigas se "auto-arremessam" para fugir de algum perigo.
"Se elas mordem alguma coisa muito dura para ser esmagada, o impacto as precipita para cima", disse o cientista.
Este efeito rebote projeta o inseto em um vôo breve e acidental, que termina em um pouso forçado alguns centímetros adiante.
A jornada pode parecer caótica e desconfortável, mas as formigas são leves demais para se ferirem nesta desventura.
Na verdade, a doutora Patek e sua equipe agora comprovaram que elas às vezes realizam vôos voluntariamente.
A manobra permite às formigas escapar de predadores como lagartos, que atacam rapidamente e não se intimidam com as ferroadas.
Além disso, o “efeito-pipoca” de várias formigas pulando ao mesmo tempo pode servir para confundir outros animais.
"Os resultados nos mostram maneiras surpreendentes e interessantes como um único sistema mecânico pode ser usado para comportamentos tão distintos", afirmou a pesquisadora.
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O novo filme do diretor americano Oliver Stone, baseado no atentado de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas em Nova York, está causando polêmica na cidade. | Às vésperas do lançamento de World Trade Center, dentro de duas semanas, Stone está sendo acusado de tentar fazer dinheiro em cima da tragédia.
Esta é a primeira superprodução de Hollywood situada no World Trade Center e está sendo aguardada com grande expectativa.
O lançamento foi precedido por outra produção, em escala mais modesta, inspirada nos atentados.
United 93 narra os acontecimentos à bordo de um dos aviões seqüestrados naquele dia.
Personagens Reais
"Recebemos relatos não confirmados de que um avião se chocou contra o World Trade Center" diz uma apresentadora de TV em uma cena do filme de Oliver Stone.
Ele conta a história verídica de dois policiais, John McLoughlin e Will Jimeno, que ao tentar prestar socorro acabaram ficando presos sob os escombros.
O ator Nicolas Cage é o sargento McLoughlin e Michael Pena faz o papel do colombiano Jimeno.
Para Oliver Stone, a história dos dois policiais e as heróicas tentativas de salvá-los é difícil de resistir.
"Dois homens no centro simbólico deste desabamento, dois prédios, e os dois bem no meio, nesse elevador", diz Stone ao repórter Tom Brooke, da BBC.
"Apenas 25 pessoas sobreviveram, 3 mil morreram. Os dois são testemunhas valiosas", acrescenta.
Outras testemunhas dos traumáticos acontecimentos em Nova York há cinco anos, no entanto, protestam.
"Eu estava aqui quando aconteceu e depois do que aconteceu. Até agora não consegui superar tudo. Como ele vai fazer esse filme?", pergunta esse novaiorquino.
"Será que vai ser um relato histórico? Não acho que seja um bom momento para isso, vai abrir muitas feridas", diz.
O policial Will Jimeno atuou como consultor durante a produção do filme.
Ele diz que Stone conta na medida certa uma história de coragem e sobrevivência.
"Eles foram direto ao ponto. Ele (Stone) entendeu direitinho por que eu queria que o filme fosse feito: para honrar nossa equipe e a equipe de resgate", diz Jimeno.
"Ele me deu a palavra dele e ela veio de um veterano de guerra. Para mim, isso significa mais do que qualquer outra coisa", acrescenta Jimeno, se referindo ao período em que Stone serviu nas forças armadas americanas, no Vietnã, na década de 60.
Entretanto, uma moradora de um bairro calmo de Nova York está transtornada e zangada com o lançamento.
Talete Sandani perdeu o filho no World Trade Center. Ela não pretende ver o filme e acha que a produção é exploração pura.
"A idéia de um abutre vem à minha mente", diz Sandani. "Estão fazendo dinheiro às custas do sofrimento de alguém".
"Ele pode mostrar o heroísmo de outras perspectivas. Por que o World Trade Center?"
Oliver Stone despertou protestos veementes com filmes anteriores.
Entre eles, Platoon, baseado na guerra do Vietnã, JFK, sobre o assassinato do presidente Kennedy e o documentário sobre Fidel Castro, Comandante, que não conseguiu distribuição nos Estados Unidos.
Para Stone, World Trade Center não tem o objetivo de provocar. Trata-se de uma história inspiradora baseada nos eventos do dia 11 de setembro.
Ele diz que seu filme não tem proposta política. Mas o diretor, conhecido como um dos liberais de Hollywood, está claramente tentando passar uma mensagem.
"Seria bom ajudar o público a lembrar como era a América no dia 12 de setembro", diz Stone. "Porque era um lugar melhor, um país unificado. Tínhamos a simpatia, a empatia, do mundo."
"E o que aconteceu desde então, nesses cinco anos? As coisas mudaram".
Ele responde às acusações de que está fazendo dinheiro em cima do sofrimento humano:
"Fiz dinheiro em cima da guerra do Vietnã? Ou em cima da morte de Kennedy? Qual é o papel de um autor?", pergunta. "Devemos fazer filmes sobre coisas sérias, coisas que estão acontecendo?"
O estúdio Paramount, responsável pela superprodução, está sendo cuidadoso para não botar lenha na fogueira da polêmica, mas não está tentando apagá-la de vez.
Porque sabe que, no final, polêmica ajuda a vender.
E as críticas iniciais ao filme de Oliver Stone têm sido favoráveis.
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Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, sugere que o uso de estatinas, substâncias
utilizadas no combate ao colesterol, podem retardar o envelhecimento das artérias. | As artérias dos pacientes que sofrem de doenças cardíacas envelhecem em uma progressão mais acelerada do que o resto do corpo.
Isso acontece porque as doenças podem danificar o DNA das células que protegem as paredes das artérias, limitando sua habilidade
de limpar os depósitos de gordura.
Segundo o estudo, publicado na revista científica Circulation Research, as estatinas estimulam a produção de uma proteína chamada NBS-1, capaz de detectar os danos no DNA das células arteriais
e acelerar sua recuperação, atrasando dessa forma seu envelhecimento.
"É uma descoberta interessante descobrir que as estatinas não apenas reduzem o colesterol, mas estimulam o kit de recuperação
do DNA das células, atrasando o envelhecimento das artérias", disse Martin Bennett, que coordenou o estudo.
Funções
As células do corpo humano são capazes de se dividir apenas um número limitado de vezes. Nos pacientes com doenças cardíacas,
as células arteriais se dividem entre sete e 13 vezes mais vezes do que o normal - o que resulta em um envelhecimento precoce
das artérias.
As células das artérias mais "envelhecidas” não funcionam tão bem quanto a daquelas mais jovens. Por isso, são menos capazes
de combater a ruptura dos depósitos de gordura, chamados de placas arterioscleróticas, o que pode bloquear as artérias e causar
ataques cardíacos e derrames.
De acordo com o estudo, ao aumentar os níveis da proteína NBS-1, as estatinas aceleram a recuperação do DNA das células, aumentando
o tempo de vida das artérias e prevenindo seu envelhecimento prematuro.
"Os principais fatores de risco que causam as doenças cardíacas – pressão alta, diabetes, colesterol alto, fumo, falta de
exercício – aceleram um processo de envelhecimento comum, que é irreversível. Reduzir os riscos com algumas mudanças de estilo
de vida pode ajudar a prevenir esse envelhecimento – e descobrimos que as estatinas podem contribuir nesse processo", afirmou
Bennett.
Segundo o pesquisador, se as estatinas forem capazes de agir da mesma forma em outras células, talvez possam proteger os tecidos
normais dos danos causados no DNA como parte da quimioterapia ou radioterapia em pacientes com câncer, “potencialmente reduzindo
os efeitos colaterais”.
Para o diretor médico da Fundação Britânica do Coração, Peter Weissberg, "níveis altos de colesterol no sangue induzem um
ciclo repetitivo de danos e recuperação nas paredes arteriais que resulta em ataques cardíacos se o mecanismo de recuperação
não é adequado".
"As estatinas protegem contra ataques cardíacos ao reduzir os níveis de colesterol e os conseqüentes danos às paredes arteriais.
Essa pesquisa demonstrou que as substâncias podem ainda aprimorar os mecanismos de recuperação naturais das artérias", concluiu
Weissberg.
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Aditya está nu. Enquanto conversa e frita ovos com caranguejos e repolho, gotas de azeite fervido salpicam na sua barriga. | Sempre que pode, Aditya anda nu
"Eu adoro fazer as coisas do dia a dia pelado, inclusive cozinhar", diz. "Me agrada muito ficar o tempo todo pelado. Me sinto mais feliz e mais confortável sem roupa."
Mas Aditya assume riscos ao andar nu - por isso, não quer revelar seu nome completo. Com base na lei contra pornografia na Indonésia, país de maioria muçulmana, é ilegal andar pelado em público.
Apesar disso, ele se encontra frequentemente com outros nudistas. "Podemos enfrentar pena de prisão se aparecermos pelados em público. Por isso, nos encontramos reservadamente", explica.
Grupo pequeno, mas unido
Adityia é nudista desde 2007. "Estava navegando na internet, lendo artigos sobre nudismo e me interessei muito pelo tema. Era a forma de vida que eu estava buscando", recorda.
Então, entrou em contato com outros nudistas do país - uma comunidade pequena, mas muito unido. O grupo nudista de Jacarta tem entre 10 e 15 membros, homens e mulheres.
Aditya sente que a nudez promove um vínculo especial, uma conexão forte e duradoura entre eles. "Podemos ser nós mesmos. Ninguém te humilha, não importa o quão gordo ou barrigudo, o tamanho dos seus peitos ou suas marcas de nascimento. Está pelado."
Aditya diz que se arrisca ao praticar o nudismo - uma lei contra a pornografia proíbe pessoas de andarem peladas na Indonésia
Ele sonha em viajar para países como a França, onde seu estilo de vida seria aceito. Mas embora a legislação da Indonésia não permita o nudismo, isso não significa que não haja algumas oportunidades para andar pelado.
O grupo se reúne de vez em quando em povoados que podem ser alugados em períodos de férias. Recentemente, se encontraram em uma área montanhosa, nos arredores da capital Jacarta.
"A gente fica pelado em questão de segundos", conta Aditya. Eles simplesmente passam os dias juntos, relata, conversando sobre todo tipo de tema - de política a trabalho. Sempre nus.
O homem conta que acaba de voltar de uma viagem à praia, em um dos melhores destinos secretos, longe da discriminação que enfrentaria em outras partes do país. "Não é um lugar nudista, mas fica bem escondido por uma folhagem densa", explica.
Mesmo assim, ele toma algumas precauções. "Escolho os momentos de forma cuidadosa e saio para caminhar bem cedo de manhã."
Ousados?
Apesar dos riscos, Aditya se expressa de maneira aberta sobre sua forma de vida na internet.
Entre suas diversas contas de Instagram, havia uma de acesso restrito em que publicava fotos nu. Em uma delas, ele aparece totalmente pelado dentro de uma igreja.
Ele decidiu apagar a conta depois, por medo de ser condenado com base na lei contra a pornografia. Mas acredita que as publicações eram necessárias para esclarecer os numerosos "mal-entendidos" sobre sua forma de vida.
"As pessoas aqui da Indonésia pensam que o nudismo está relacionado com sexo", lamenta, destacando que a prática não é igual ao exibicionismo.
"Se nos despimos juntos, assumem que é uma orgia. A verdade é que não tem nada de sexual nisso. As pessoas são hipócritas quando pensam que é mais educado estar vestido do que agir de forma aberta."
Na França, nudismo é mais aceito
Uma forma 'complicada' de vida
Outro nudista que vive na cidade de Bornéu e que prefere não revelar seu nome concorda que levar esta forma de vida na Indonésia é uma "decisão difícil".
Ele olha com certa inveja para países como França e Alemanha, onde o nudismo é mais aceito, e pondera que as empresas indonésias poderiam se dedicar mais em atender ao mercado nudista.
A melhor alternativa para ele está na ilha de Bali, onde as restrições são menores, mas diz que os complexos turísticos abertos a essa prática só aceitam estrangeiros.
Há 40 anos, o nudismo era algo comum ali: as mulheres passeavam de topless e tomavam banho nuas. Agora não há mais praias nudistas públicas na ilha, de maioria hindu, embora algumas áreas costeiras continuem sendo populares entre os adeptos da prática, pois ficam protegidas por rochas.
O gerente de um complexo turístico em Bali diz que possui duas propriedades onde o uso de roupas é "opcional", e que só no centro turístico de Seminyak existe uma dezena de locais semelhantes.
As praias de Bali são destino muito procurado por turistas estrangeiros
Além disso, "alguns complexos não divulgam que são abertos ao nudismo, mas muitos estrangeiros andam nus lá". "O nudismo é comum na classe alta", diz.
O gerente esclarece que só são aceitos clientes estrangeiros, mas acredita que outros complexos hoteleiros podem também receber cidadãos locais.
'Nos chamam de animais'
Aditya quer esclarecer à sociedade que ele e seus colegas nudistas são seres humanos como qualquer outro.
"A maioria das pessoas tende a ter reações fortes quando se deparam com algo que não é usual. Veja, por exemplo, a forma agressiva como agem com as pessoas transgênero, as agridem."
Transgêneros enfrentam muita discriminação na Indonésia
"O que eu faço não é pornografia", critica. "Fico triste quando me julgam e pensam que sou imoral. Nos chamam de animais, inclusive. Só estou sendo eu mesmo, não é nada de grotesco. Não estou fazendo mal a ninguém."
Às vezes, ele sente a necessidade de desconstruir ideias equivocadas que circulam nas redes sociais. Mas diz que em muitas ocasiões não tem a "energia necessária" para abordar o que classifica como longas e inúteis discussões na internet.
"Muita gente ainda não consegue abordar o tema do nudismo."
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O ex-diretor da Agência Federal para a Administração de Emergências (Fema) dos Estados Unidos, Michael Brown, deu seu depoimento, na sexta-feira, a uma comissão do Senado que examina a resposta do governo ao furacão Katrina, em Nova Orleans, em 2005. | Brown disse que as autoridades sabiam que as barragens de Nova Orleans tinham sido arrebentadas pela força das águas muito antes do que o admitido, mas não agiram com a rapidez necessária.
Brown criticou o Departamento de Segurança Nacional, que controla a Fema. Para Brown, as políticas do departamento colocaram a Fema no "caminho do fracasso".
Mais de 1,3 mil pessoas em cinco estados americanos foram mortas pelo furacão em agosto de 2005. Centenas de milhares de pessoas ficaram desabrigadas depois da passagem do furacão.
Brown renunciou ao cargo de diretor da Fema no mês de setembro devido às crescentes críticas e alegações de lentidão na resposta ao desastre.
O depoimento de Brown ocorre no momento em que o jornal New York Times divulgou detalhes de uma investigação do Congresso, que afirma que o relato de uma autoridade da agência federal de emergências, informando que tinha visto as barragens cedendo, chegou ao quartel-general do Departamento de Segurança Nacional às 21h27 no dia 29 de agosto, e à Casa Branca por volta de meia noite.
Um dia depois, autoridades do governo de George W. Bush ainda se mostravam surpresas quando receberam a informação de que as barragens tinham sido invadidas pela água.
Culpa
Comparecendo ao comitê do Senado de Segurança Nacional e Negócios do Governo, Brown foi mais longe do que em outros depoimentos, culpando outros elementos do governo Bush por lentidão na resposta à tempestade.
Ele contradisse autoridades do Departamento de Segurança Nacional, que tinham afirmado antes que não sabiam da gravidade dos problemas até um dia depois do Katrina chegar à cidade de Gulf Coast.
"Acho um pouco insincero. Para eles alegarem que não sabíamos (da gravidade do desatre) é besteira", disse Brown.
"Havia um choque cultural que não reconhecia a ciência inerente de se preparar para o desastre, responder ao desastre, se prevenir de futuros desastres e se recuperar", acrescentou.
Brown revelou que costumava passar por cima do Departamento de Segurança Nacional, devido à burocracia, afirmando que preferia lidar diretamente com a Casa Branca.
E, segundo Brown, a resposta ao furacão Katrina teria sido mais efetiva se um terrorista tivesse explodido uma das barragens.
No início do mês um relatório do Escritório de Responsabilização do Governo apontou o secretário de Segurança Nacional, Michael Chertoff, como o responsável por não assumir o controle dos esforços de ajuda logo depois do furacão.
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O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, disse que os países da América Latina precisam aproveitar o crescimento econômico previsto para este ano para "dar uma maior presença e eficiência ao desenvolvimento social". | O banco prevê um crescimento de 4% para a região neste ano, mas ainda vê uma incerteza em relação ao médio prazo, pela influência de fatores externos.
"Um otimismo prudente e cauteloso", disse Iglesias no discurso de encerramento da 45ª reunião do BID, em Lima, no Peru.
Iglesias defendeu que os governos da região implementem política anticíclicas para reduzir a volatilidade da economia e o impacto de mudanças na conjuntura internacional e disse que a região deve produzir "ventos próprios", tanto com ações domésticas como com a interação entre os vários países da América Latina.
Modernização
Para isso, o presidente do BID disse que é preciso modernizar as economias da região. "Não há alternativa a não ser a modernização econômica. Isso significa abrir as economias e torná-las mais competitivas", afirmou.
O crescimento deste ano, que chega depois de um período de crise – expansão de apenas 1,5% em 2003 e retração de 0,5% em 2002 – está condicionado ao cenário externo e deve ser utilizado como uma plataforma para "consolidar os êxitos e corrigir os erros do passado e gerar as defesas para evitar uma baixa do ciclo", defendeu o presidente do BID.
Iglesias também citou a Carta de Lima, assinada na terça-feira por 11 países-membros, como uma demonstração da preocupação dos países latino-americanos com a necessidade de aumentar os investimentos em infra-estrutura, mas evitou o apoio explícito da instituição.
Questionado sobre o apoio depois de uma entrevista coletiva na qual não mencionou o assunto, disse que o Bid apoiava a Carta. "Claro. Estamos muito ativos. Estamos apoiando desde o começo", disse à BBC Brasil. Mas não explicou se o Bid vai fazer alguma gestão específica junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), onde será entregue o documento.
Dos 46 membros do banco, 11 assinam o documento, que pede ao FMI que mude a maneira como os gastos em infra-estrutura são contabilizados: de despesas passariam a ser considerados investimentos, aumentando a capacidade de países como o Brasil de receber esses empréstimos.
O comprometimento da maioria dos países latino-americanos com superávit fiscais para bancar a dívida reduziram os empréstimos do BID. No ano passado, a instituição repassou apenas 30% dos recursos que tinha disponíveis.
"A falta de investimentos em infra-estrutura pode se tornar um obstáculo para o crescimento", disse Iglesias ao comentar o documento, que segundo ele reflete a preocupação de vários países da região com a necessidade de aumentar esses investimentos.
O presidente do Bid disse também, no discurso de encerramento do encontro, que o banco continua preocupado com o avanço da pobreza, do desemprego e da exclusão social na América Latina. "O banco nasceu fazendo projetos sociais e eles continuam como o tema central do nosso trabalho", afirmou.
O Bid ainda não decidiu se vai aprovar a entrada de dois países asiáticos, Coréia do Sul e China, na instituição. A demanda da Coréia é mais antiga e foi bloqueada por algum tempo pelo Brasil. Agora, o governo brasileiro apóia a China e defende que todos os pedidos de entrada no banco sejam avaliados em conjunto.
"É muito bom para a América Latina que os países asiáticos estejam interessados em entrar no banco", afirmou Iglesias.
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Uma em cada cinco pessoas admitiu já ter flertado fora do seu relacionamento usando mensagens de texto via celular, em uma pesquisa feita em oito paises europeus e asiáticos. | Os malaios foram os campeões das gracinhas via SMS – 40% deles disseram ter enviado torpedos sem seus parceiros saberem, mostrou o levantamento.
A pesquisa, conduzida pela empresa de tecnologia de informação LogicaCMG, ouviu mais de 8,5 mil pessoas nas Filipinas, Malásia, Indonésia, Cingapura, Rússia, Itália, Grã-Bretanha e Alemanha.
Em média, 12% dos relacionamentos nesses países começaram com uma mensagem de texto. Na Itália, um em cada três relacionamentos começou desta forma, afirma a pesquisa.
Enquanto um em cada dez cingapurianos já utilizaram o serviço de mensagens do celular para terminar seu relacionamento, essa proporção é de apenas 3% na Alemanha.
Germânicos também são os que mais confiam em seus parceiros – 7% deles disseram ter checado o celular do parceiro para descobrir mensagens 'suspeitas', contra uma média global de 20%.
A coordenadora de marketing da LogicaCMG, Jayne Chace, disse que, hoje em dia, existe "grande profundidade de emoções no simples ato de mandar e receber alguns caracteres de texto".
"As pessoas reagem profundamente quando o telefone alerta que chegou uma mensagem."
A pesquisa mostrou que uma em cada seis pessoas prefere receber uma mensagem que um cartão ou uma caixa de chocolates no Dia dos Namorados.
A proporção é maior nas Filipinas, onde uma em cada três mulheres disse preferir um torpedo romântico para comemorar a data especial.
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Populações civis em todo o planeta estão sendo ameaçadas por governos poderosos e grupos armados que fomentam um clima de terror para assegurar seu poder, disse nesta quarta-feira a organização Anistia Internacional. | Em seu relatório anual, a ONG diagnosticou que a chamada "política do medo" criou em 2006 "um mundo perigosamente dividido".
"A política do medo está alimentando uma espiral de abuso de direitos humanos na qual nenhum direito é sacrossanto e ninguém está seguro", disse em sua nota à imprensa a secretária-geral da Anistia Internacional, Irene Khan.
"A 'guerra contra o terror' e a guerra no Iraque, com seu catálogo de abusos de direitos humanos, criaram divisões profundas que lançam uma nuvem sobre as relações internacionais, tornando mais difícil resolver os conflitos e proteger os civis."
Para a organização, existe um "arco de instabilidade" que se estende do Paquistão à região conhecida como o Chifre da África, onde estão a Somália e a Etiópia, passando pelo Oriente Médio. Esta seria uma faixa de "estados falidos".
Ao mesmo tempo, a comunidade internacional tem se mostrado "indisposta" ou simplesmente "impotente" diante de conflitos como o que há um ano opôs o grupo militante Hezbollah e Israel e deixou mais de mil mortos.
Medo doméstico
A organização destacou que em muitos países existe uma "agenda política ditada pelo medo", ampliando o abismo entre "os que têm e os que não têm, entre o 'eles' e 'nós'".
"Estratégias mal concebidas de combate ao terrorismo têm feito pouco para reduzir a ameaça de violência ou para assegurar justiça às vítimas dos ataques, mas têm feito muito para prejudicar os direitos humanos e o Estado de direito", disse Irene Khan.
Neste ponto, a entidade criticou especialmente os Estados Unidos, que "não demonstra qualquer constrangimento com relação à rede global de abusos que vem engendrando em nome do combate ao terrorismo".
"É indiferente ao infortúnio de milhares de detentos e de suas famílias, aos danos causados ao Estado de direito internacional, aos direitos humanos e à destruição de sua própria autoridade moral, que jamais esteve tão baixa em todo o mundo", criticou a secretária-geral da Anistia.
Prioridades
A organização tomou emprestado um termo mais utilizado no campo do ambientalismo – a sustentabilidade – para propor sua visão de segurança pública.
"Uma estratégia sustentável promove a esperança, os direitos humanos e a democracia, ao passo que uma estratégia de segurança lida com os medos e os perigos", comparou a ONG.
"A sustentabilidade exige que se renuncie à tradição de cada superpotência patrocinar seu círculo de ditaduras e de regimes abusivos. A segurança humana é melhor alcançada por meio de instituições que promovam o respeito aos direitos humanos", disse o relatório.
Irene Khan pediu que governos e políticos em todo o mundo dediquem ao tema dos direitos humanos entusiasmo igual ao que tem sido demonstrado atualmente em relação ao tema da mudança climática.
"Da mesma forma que o aquecimento global requer uma ação baseada na cooperação internacional, a deterioração dos direitos humanos só pode ser combatida através da solidariedade global e o respeito pela legislação internacional", ela afirmou.
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O voto adiantado foi recebido na Flórida como uma bênção por muitos eleitores, que encaram a mudança como uma forma de evitar as imensas filas que se formam nos dias de eleição nos Estados Unidos. | "Eu sei que todo mundo vai deixar para a última hora, no dia 2. Então, vim antes para me livrar disso", disse uma eleitora à BBC Brasil em um centro de votação adiantada no bairro de Little Haiti, ao norte de Miami.
Nos centros de votação já em funcionamento em Miami, eleitores que esperavam não ter que enfrentar as filas no dia das eleições estão tendo que enfrentá-las do mesmo jeito, antes de 2 de novembro.
No centro de votação em Little Haiti, onde vive uma numerosa comunidade de imigrantes do país caribenho, a espera para votar era de até duas horas na terça-feira.
Eleitores no local afirmavam que decidiram votar mais cedo para evitar as filas e nenhum se dizia preocupado com a possibilidade de se arrepender de votar mais cedo.
Urna eletrônica
No Estado onde George W. Bush garantiu a Casa Branca em 2000, uma das principais preocupações é em relação às urnas eletrônicas – que, segundo muitos eleitores, deveria produzir uma cópia impressa dos votos para permitir uma recontagem manual, caso necessária.
O eleitor Mark Coumbes disse que não acredita que pode estar cometendo um erro por votar antes do dia das eleições, mas ressaltou que está preocupado com a possibilidade de fraudes.
"Não existe prova em papel, por isso não há garantia, não existe forma de recontar de forma manual. Tudo é baseado num voto eletrônico", disse Coumbes, se referindo ao sistema adotado em Miami.
No Brasil, no dia das eleições há restrições à divulgação de pesquisas de intenção de voto, à campanha dos candidatos e até à venda de bebidas alcoólicas.
Por outro lado, nos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, os eleitores já estão indo às urnas há mais de uma semana em vários Estados e nenhuma medida foi adotada para evitar que os eleitores sejam influenciados no exercício de seu direito.
Voto secreto
Keith Rosenn, professor de direito da Universidade de Miami, conhece a diferença das regras nos dois países, mas diz que a chance de que ocorram problemas com o voto adiantado "é realmente relativamente pequena" nos Estados Unidos.
"Se os resultados dos votos feitos com antecedência ficam secretos, não há chance de que esses votos vão influenciar outros votos", afirma Rosenn.
O professor da Universidade de Miami diz ainda que a novidade "é uma maneira bem prática para facilitar ou para evitar as filas grandes no dia das eleições".
Rosenn reconhece que um possível escândalo com um dos candidatos antes do dia das eleições poderia levar as pessoas a se arrependerem de ter votado em alguém.
No entanto, o professor afirma que, se houvesse um grande escândalo, ele provavelmente já teria saído há muito tempo, e lembra que os candidatos já participaram de três debates, que deixaram claras suas posições políticas.
Howard Simon, diretor-executivo da União de Liberdades Civis dos Estados Unidos no Estado da Flórida, também diz acreditar que vale a pena correr o risco.
"Eu acho que o fato é que o voto adiantado incentiva mais pessoas a votar", disse. "Isso é muito mais significativo e muito mais importante."
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Uma start-up baseada em Londres desenvolveu um software capaz de hackear o Google Glass, fazendo com que os óculos sejam controlados por ondas cerebrais. | O aplicativo deve ser combinado a um aparelho de EEG para poder controlar o Google Glass
Ao combinar os óculos inteligentes a um aparelho de eletroencefalografia (EEG) - que faz um registro gráfico das correntes elétricas desenvolvidas no encéfalo, através de eletrodos aplicados no couro cabeludo -, o software torna possível tirar uma foto sem mover um músculo.
A start-up This Place disse que a tecnologia pode ser utilizada em situções em que o usuário sofre muita pressão e precisa ter as mãos livres, como um médico durante uma cirurgia.
Eles lançaram o software MindRDR de graça, na esperança de outros programadores adaptarem o software para outras utilidades.
O Google já se pronunciou deixando claro que não apoia o aplicativo.
"O Google Glass não pode ler sua mente", disse um porta-voz da empresa à BBC. "Esse aplicativo parece funcionar através de uma peça separada que você anexa aos óculos. "Nós não examinamos nem aprovamos o aplicativo, e por isso não estará disponível na loja de aplicativos do Google Glass."
O porta-voz acrescentou que "é claro, estamos sempre interessados em saber sobre novos aplicativos do Glass e nós já vimos ótimas pesquisas em diversos campos da medicina, de cirugia ao mal de Parkinson".
Movida a concentração
Um aparelho de EEG pode ser usado para medir quando certas partes do cérebro mostram um alto nível de atividade.
Nesse caso, o software MindRDR monitora quando o usuário entra em um alto nível de concentração.
Através da "tela" do Google Glass - uma pequena janela que aparece no canto do olho direito do usuário - uma linha branca horizontal aparace.
Enquanto o usuário se concentra, a linha branca sobe na tela. Uma vez que ela chega ao topo, uma foto é tirada usando a câmera imbutida nos óculos.
O software permite que a pessoa tire uma foto e compartilhe na mídia social através do pensamento
Repetindo esse processo, a imagem é postada em um perfil de mídia social previamente programado.
Atualmente, o Google Glass é controlado ou por comando de voz -"OK Glass, take a picutre" (OK Glass, tire uma foto) - ou através do toque na parte lateral do aparelho.
"Nós queríamos constatar o verdadeiro potencial do Glass ao permitir que usuários o controlassem usando a mente", disse Dusan Hamlin, chefe executivo do This Place.
"Atualmente usuários ou precisam tocar nos óculos ou usar comandos de voz, que são um impedimento em a algumas situações sociais e a pessoas com deficiências."
'Ponto não explorado'
A diretora de criação da empresa, Chloe Kirton, disse que "apesar da capacidade do MindRDR ainda ser limitada a tirar e compartilhar uma foto, as possibilidades do Google Glass são enormes".
A tecnologia EEG é uma área em crescimento. No passado, o equipamento era extremamente caro, mas muitos com a tecnologia estão disponíveis por menos de 100 libras (cerca de R$ 379).
Mick Donegan é o fundador da Special Effect, uma instituição de caridade que adapta controladores de jogos para que eles possam ser usados por pessoas com mobilidade limitada.
Ele disse à BBC que houve no passado debates sobre a confiabilidade dos aparelhos EEG, mas que ele estava animado com as possibilidades que o "hackeamento" do Google Glass criou.
"Significará que alguém que atualmente não tem nenhum tipo de controle motor, que nem consegue controlar o movimento dos olhos, poderá usar o sistema. Para mim, esse é o auge, o ponto ainda não explorado", disse.
Ele acrescentou que os programadores terão que criar interfaces intuitivas.
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Autoridades militares das Filipinas dizem que cerca de mil pessoas estão mortas ou desaparecidas após uma tempestade na segunda-feira que provocou enchentes e deslizamentos de terra. | Outra tormenta, o tufão Nanmadol, está a caminho do arquipélago do Sudeste Asiático e deve atingir o leste do país na noite desta quinta-feira.
A ilha de Luzon, onde fica a capital Manila, deve ser diretamente atingida pelo tufão. Os meteorologistas dizem que a nova tempestade pode ser a mais devastadora dos quatro tufões a chegar às Filipinas em apenas duas semanas.
Segundo a agência de notícias France Presse, os fortes ventos já atingiram a ilha Catanduanas, na região de Bicol, matando pelo menos uma pessoa, eletrocutada.
Escolas fechadas
Dezenas de milhares de moradores de cidades costeiras já abandonaram suas casas, em busca de refúgio sobre montanhas e localidades mais altas que não costumam ser afetadas pelas águas.
As escolas e repartições públicas foram fechadas. Vôos foram cancelados, assim como a partida dos barcos.
Oficiais da Força Aérea disseram que os trabalhos de resgate foram prejudicados pelo mau tempo.
Embarcações que levavam remédios e alimentos para os desabrigados nas regiões mais afetadas tiveram de voltar aos portos em razão das más condições de navegação.
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O clérigo radical xiita Moqtada Al-Sadr disse nesta segunda-feira no Iraque que continuará a se opor à ocupação do Iraque por forças estrangeiras e insistiu que falta legitimidade ao novo governo interino. | Sadr afirmou que não haverá trégua com aqueles que cooperaram com as forças de coalizão lideradas pelos Estados Unidos no Iraque, contradizendo declarações anteriores.
Al-Sadr havia indicado que os integrantes de sua milícia entregariam as armas caso fossem anistiados.
Sua milícia também havia concordado com uma trégua no mês de junho, embora o líder xiita não tenha aceitado participar de uma conferência nacional do país.
Mudança
Analistas dizem que ainda não está claro o motivo que fez Al-Sadr mudar de idéia.
A declaração de Al-Sadr foi distribuída na cidade sagrada de Najaf, onde seu Exército Mehdi lutou contra tropas americanas até o cessar-fogo de junho.
"Nós pedimos aos iraquianos e ao mundo que continuem resistindo a opressão e ocupação até a nossa última gota de sangue", disse ele. "A resistência é um direito legítimo, e não um crime que mereça punição."
Durante as operações americanas nas cidades do sul, centenas de seguidores do clérigo foram mortos.
Desde a trégua de junho, no entanto, os americanos passaram a tratar o grupo de Sadr como um problema interno do Iraque - posição que foi reforçada com a posse do novo governo interino.
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Quando Robyn Exton lançou seu app de paquera para mulheres lésbicas e bissexuais, em 2013, a falta de anunciantes fazia com que ela percorresse casas noturnas munida de garrafas de destilados. | App criado por Robyn Exton tem mais de 1 milhão de usuárias em todo o mundo.
"Nos primeiros dias, frequentava casas norturnas com uma garrafa de sambuca em uma mão e uma de tequila na outra, incentivando as meninas a baixarem o app em troca de um shot", diz Robyn, de 29 anos.
Além disso, em festivais LGBT no Reino Unido, ela ficava de prontidão do lado de fora de banheiros químicos com filipetas promovendo seu aplicativo.
O esforço de Robyn foi recompensado. O número de usuários cresceu e, desde então, vem ganhando força graças ao boca a boca positivo.
Robyn frequentava casas noturnas distribuindo doses de sambuca e tequila em troca de downloads
Fundado em Londres, o Her tem mais de um 1 milhão de usuárias em todo o mundo. Recentemente, também mudou de cidade ─ a empresa deixou a capital britânica rumo a San Francisco, na Califórnia (EUA), para ficar mais perto de investidores e da pulsante cena digital.
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'Crazy'
O Her nasceu da frustração de Robyn com os atuais aplicativos e sites de namoro lésbico, que ela não considerava bons o bastante.
A empresária diz que o mercado estava dominado por "sites de paquera que foram inicialmente criados por homens gays, e ganharam nova roupagem para lésbicas".
App pode ser usado como rede social, mas também para paquera
Robyn fala com conhecimento de causa. Antes de criar seu app, ela trabalhava em uma agência de publicidade em Londres, onde um de seus clientes criava plataformas de namoro online.
Mas a ideia surgiu quando ela estava em um bar com duas amigas ─ uma delas havia acabado de terminar um namoro.
"Sugerimos que ela tentasse encontrar alguém em um desses sites de namoro; afinal, não havia outra alternativa".
"Foi doido porque eu conhecia esse setor por causa do meu cliente e pensei, 'isso é realmente o melhor que existe no mercado para as mulheres? É humilhante me ver forçada a usá-los'".
Robyn decidiu, então, pedir demissão e começou a trabalhar no desenvolvimento de seu aplicativo.
Ela voltou a morar com o pai para guardar dinheiro, trabalhou em um bar durante a noite e nos fins de semana, e aprendeu sozinha a fazer programação no computador.
Número de usuárias já ultrapassou 1 milhão
Com 10 mil libras (R$ 50 mil), Robyn lançou o primeiro protótipo do Her em 2013, com o nome de Dattch (uma mistura das palavras date (namoro) e catch (pegada) em inglês".
Mas lhe faltavam apoio técnico e conhecimento sobre como gerir um negócio.
Robyn conseguiu, então, participar do Wayra, uma aceleradora de start-ups da empresa de telecomunicações Telefônica.
Inicialmente criado para ser um aplicativo de paquera, o 'Her' diversificou seu conteúdo, incluindo uma seção de notícias e outra de eventos.
"Quisemos transformar o app numa experiência social para nossas usuárias", diz Robyn.
"A maior parcela delas está em um relacionamento, mas usa o app para descobrir o que está acontecendo na cidade, ler conteúdo LGBT e fazer amigos", explica.
Em março de 2015, veio outra grande mudança: Robyn rebatizou o app de 'Her'.
"As pessoas não conseguiam soletrar Dattch", justifica.
Versão paga
Desde seu lançamento, o Her levantou US$ 2,5 milhões (R$ 8,9 milhões) com investidores americanos como Michael Birch, fundador da rede social Bebo, e Alexis Ohanian, co-fundador da plataforma de notícias Reddit.
Robyn agora mora em San Francisco, na Califórnia (EUA)
No entanto, ainda não gerou lucro, já que Robyn se concentrou primeiro em ganhar visibilidade no mercado.
Para a analista de tecnologia Britanny Carter, da consultoria IbisWorld, apps como o Her, que se baseia em dados demográficos específicos, são capazes de ganhar um nicho de mercado dentro do universo de paqueras online.
"Incluir conteúdo para atrair mais usuários é uma excelente forma para estimular o uso do app, especialmente quando a base de usuários é pequena e o crescimento, crítico".
Mas Carter alerta que o aplicativo tem de olhar a concorrência.
"Como muitos apps de paquera, os custos de mudança de aplicativos é baixo, então o Her poderá enfrentar concorrência de outros apps de olho no mercado lésbico", acrescenta a especialista.
'Penetras'
Agora baseada em San Francisco, na Califórnia, junto com cinco colegas (outras duas permaneceram em Londres), Robyn diz que um de seus maiores desafios é evitar que homens invadam o serviço.
Ela estima que 15% dos que baixam o app são, na verdade, homens fingindo ser mulheres.
Versão paga do app deve ser lançada até o final do ano
Para evitar isso, as usuárias são obrigadas a confirmar seu gênero ao entrar no aplicativo, por meio de suas contas no Facebook ou no Instagram.
Paralelamente, há outros mecanismos de segurança. Usuárias são convidados, por exemplo, a "denunciar quem não respeita a comunidade".
Robyn diz ficar orgulhosa de ouvir histórias sobre mulheres que foram capazes de "explorar sua sexualidade" graças ao aplicativo.
Ela recorda um episódio envolvendo uma menina que a abordou ao término de um evento.
"Ela só queria me agradecer", diz Robyn. "Ela descobriu o Her...e pôde se encontrar com mulheres com perfil parecido ao dela, que não a julgaram pelo que ela era e que a fizeram sentir-se bem", conta.
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As Nações Unidas estão pedindo aos países ricos que doem US$ 3 bilhões no ano que vem para salvar 45 milhões de vidas em áreas de crise. |
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deve lançar o Apelo Humanitário de 2004 ainda nesta terça-feira.
O apelo tem como objetivo providenciar necessidades básicas dos famintos e doentes e proteger os que tiveram que deixar suas casas por causa de conflitos, especialmente crianças, mulheres e idosos.
A campanha - em nome das agências de ajuda em todo o mundo - exclui o Iraque e vai cobrir, principalmente, crises na África.
Responsabilidade
"Cerca de 45 milhões de civis estão lutando para sobreviver às perdas, danos e interrupções às suas vidas por causa das guerras, conflitos e desastres naturais do mundo", disse Annan.
"Eu sei que as nações ricas do mundo entendem a responsabilidade delas em ajudar os necessitados."
"Um mundo onde - em meio à crescente prosperidade global - milhões ainda vivem em condições desesperadas não vai ser um mundo em paz", completou.
A ONU declarou só ter recebido US$ 3,3 bilhões dos US$ 5,1 bilhões que precisa para o ano que vem.
Crises negligenciadas
Representantes da ONU disseram que cerca de 80 bilhões de pessoas vivem atualmente em áreas de crise.
Eles esperam que os doadores internacionais - que recentemente prometeram ajuda e empréstimos de US$ 33 bilhões para a reconstrução do Iraque - apóiem a campanha deste ano.
"Esperamos que o mundo possa ajudar além do que já foi prometido ao Iraque", disse à BBC o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da ONU, Jan Egeland.
O subsecretário disse que a quantia pedida representa "menos do que dois dias de gastos militares no mundo", mas cobriria quase todas as necessidades das agências de ajuda da ONU e de organizações não-governamentais.
A campanha deste ano cobre regiões como a Chechênia e repúblicas vizinhas (na Federação Russa); Coréia do Norte, República Democrática do Congo, territórios palestinos, Serra Leoa, Somália e Zimbábue.
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Há muitos anos, visitei a Islândia no meio do inverno. Eu estava fazendo a pesquisa para um livro sobre felicidade global, e a pequena nação nórdica me intrigava. | Mergulho na Blue Lagoon virou sinônimo da felicidade da Islândia
O que esse país, à deriva no congelante Atlântico norte, estava fazendo no top dos rankings de felicidade no mundo?
Em busca de respostas, interroguei qualquer pessoa disposta a falar, jantei harkls - ou tubarão podre - bebi demais e, claro, tomei um banho na Blue Lagoon (Lagoa Azul), as águas geotermais de outro mundo que se tornaram sinônimo da felicidade islandesa.
Pouco depois de eu ir embora, os maiores bancos da Islândia quebraram e a economia do país chegou à beira do colapso como efeito colateral da crise financeira de 2008.
A taxa de desemprego se multiplicou por oito. A confiança em instituições, como bancos e o Parlamento, despencou.
Fim do Talvez também te interesse
Supus que felicidade do país também iria derreter.
Reykjavik é a capital cosmopolita da Islândia
Mas eu estava errado.
"A crise econômica teve um efeito limitado na felicidade", de acordo com a cientista de saúde Dora Gudmundsdottir, autora de um estudo publicado na revista científica Pesquisas de Indicadores Sociais.
Não apenas a felicidade geral da população teve apenas uma pequena oscilação durante a crise como 25% dos islandeses disseram que estavam ainda mais felizes. Como isso ocorreu?
Mandei um e-mail para Karl Blöndal, editor de um jornal que eu havia conhecido em Reykjavik. "Muitas pessoas foram fortemente atingidas, aposentados perderam sua poupança. Mas uma característica de comunidades pequenas é que todo mundo que você conhece está a seu alcance", explicou.
"Aqueles que perderam seus empregos não estão isolados, o risco de alienação não é o mesmo que seria em sociedades maiores."
Ali estava uma verdade essencial sobre a felicidade islandesa: é majoritariamente um empreendimento coletivo.
A Islândia, apesar de ter uma capital cosmopolita como Reykjavik, lembra uma pequena cidade em muitos aspectos. As pessoas não precisam se preocupar em "cair num buraco negro", dizem eles, porque não há buraco negro para cair; sempre há alguém para te pegar.
Pôneis também ficaram famosos como símbolo da Islândia
Como me disse um imigrante americano, se seu carro está preso na neve, sempre (sempre mesmo) alguém vai parar para te ajudar. Os níveis de confiança são tão altos que não é raro ver uma criança de seis anos andando sozinha para a escola na escuridão do inverno.
Em uma declaração tipicamente islandesa e otimista, Blöndal ainda viu uma oportunidade dentro da crise.
"Agora podemos limpar o Estado. Quem sabe isso seja uma oportunidade para forjar uma sociedade mais aberta, onde o poder é mais difuso e os antigos interesses pessoais e barreiras econômicas estejam fora do caminho."
A ideia de uma sociedade justa e aberta parece ser a chave.
De acordo com um relatório recente da ONU sobre felicidade global, a felicidade é distribuída de forma equilibrada na Islândia.
Ou seja, a maioria dos islandeses é mais ou menos igualmente feliz, enquanto em outros países - principalmente na América Latina e no Oriente Médio - a felicidade varia muito.
Isso é importante porque novas pesquisas mostram que "as pessoas são significativamente mais felizes onde há menos desigualdade de felicidade".
Índice de felicidade da Islândia não sofreu grande impacto após crise
Em outras palavras, não é possível ficar muito feliz se seu vizinho está muito triste - e os islandeses parecem reconhecer intuitivamente essa verdade essencial.
Eles também desenvolveram um forte senso de resiliência com séculos de privação e isolamento.
Pense na escuridão do inverno, erupções vulcânicas e no terreno tão inacreditável que a Nasa enviou os astronautas da missão Apollo, em 1965, para treinar ali para suas caminhadas lunares.
Você vê esse tipo de otimismo teimoso todos os dias na Islândia. Você vê no jeito que as pessoas nadam em piscinas abertas, o ano todo, ou em como não há nenhum estigma ligado a deixar um emprego ou um relacionamento ruim.
Essa resiliência também pode ser encontrada na rica cultura literária do país, que data das antigas sagas - contos Viking de heroísmo frente à adversidade.
Índice de felicidade tem relação com história e dimensões do país
Hoje, a Islândia publica mais livros per capita do que qualquer país do mundo. Alguns psicólogos acreditam que a literatura - e outras fontes culturais - servem como um amortecedor em tempos difíceis.
As histórias são um veículo para expressar dor, e a dor que se expressa é uma dor menor. Também são um meio para uma cultura expressar sua energia criativa.
E os islandeses certamente reconhecem o valor da palavra escrita, atitude refletida em um ditado popular islandês: "Melhor ir descalço do que sem livros".
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Para a maioria das pessoas, um grão de areia da praia é apenas um grão de areia do mar. Para os olhos treinados de um biólogo marinho, no entanto, cada um deles pode se revelar um habitat para várias espécies de animais. | Klugerella petasus, uma espécies de briozoário descrita para o Brasil. A foto tirada no Microscópio Eletrônico de Varredura mostra a complexidade do exoesqueleto dos briozoários
A grande maioria delas é de briozoários, um grupo de seres aquáticos, invertebrados e sésseis (que vivem num substrato, como os corais). Mas também podem ser encontrados poliquetos (minhocas marinhas) e outros pequenos invertebrados, além de pequenos crustáceos e nematoides (vermes).
Desse verdadeiro zoológico em miniatura, o biólogo Leandro Vieira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), escolheu os briozoários como seu objeto de estudo, aos quais se dedica desde que entrou no curso de Ciências Biológicas, na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em 2001. Antes do seu trabalho, poucos deles eram conhecidos no Brasil.
Nos últimos anos, ele já descobriu e descreveu cientificamente 140 novas espécies, das quais 18 que vivem exclusivamente em colônias em grãos de areia.
Vieira explica que elas são formadas por vários indivíduos, denominados zooides, com cerca de 0,5 mm de comprimento, cada um com uma estrutura de alimentação (lofóforo), responsável por capturar alimento em suspensão, e um exoesqueleto calcário ou quitinoso (feito de quitina, o que lhe confere rigidez). "Algumas vivem num simples grão de areia e têm até três indivíduos", diz. "Outras, no entanto, podem chegar a alguns centímetros, atingindo até o tamanho de uma bola de basquete."
Uma característica comum a todas as espécies é que as colônias são polimórficas, ou seja, formadas por zooides de morfologias distintas de acordo com suas funções. Entre eles, há o autozooide, que é unidade básica e alimentar do grupo. Os outros indivíduos podem apresentar funções diversas, incluindo reprodução (gonozooides), sustentação e formação da colônia (cenozooides)."
Esses invertebrados são encontrados em ambientes aquáticos marinhos, estuarinos (água salobra) ou água doce, desde o raso até regiões mais profundas. Por serem sésseis, dependem de um substrato para crescer, podendo viver em estruturas rígidas como rochas, pedras, algas, outros animais (como corais e crustáceos), ou até mesmo em diminutos grãos de areia.
Reptadeonella granulosa, uma espécie de briozoário descrita para o litoral Norte de São Paulo
No caso desses últimos, sua existência foi relatada pela primeira vez em 1986, na Flórida, e redescoberta em São Paulo, durante Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (BIOTA-Fapesp).
"Apesar de pouca conhecida, essa fauna é provavelmente comum, já tendo sido encontrada em vários locais do mundo, incluindo Japão e Austrália e no litoral brasileiro", diz Vieira.
Na Flórida, nos Estados Unidos, por exemplo, onde os estudos sobre ela são mais antigos, descobriu-se que em apenas um metro quadrado de areia, com 10 centímetros de profundidade, podem viver até 7,5 mil colônias. No Brasil, esse número chega a 300, de pelo menos 20 tipos diferentes. No mundo todo, são conhecidas atualmente cerca 6 mil espécies de briozoários, com outros 15 mil fósseis já descritos. No país, há perto de 450, das quais um terço foi descoberto nos últimos dez anos.
Amathia ernesti - espécie descrita em 2014, no litoral Norte de São Paulo
De acordo com Vieira, para que esses animais ocupem esse tipo de habitat são necessárias condições especiais no ambiente marinho. Uma delas é que a profundidade do mar esteja entre 6 metros e 45 metros. Outra é que os grãos de areia tenham tamanho variado, com mais de 0,5 mm de diâmetro, formas irregulares e apresentem uma mistura de fragmentos de conchas de moluscos.
Além disso, deve existir uma grande quantidade de matéria orgânica na água, para fornecer alimento para os briozoários, e uma baixa taxa de sedimentação, impedindo o acúmulo de partículas muito fina na superfície do grupo (evitando a morte dos animais). "Todas essas condições em conjunto criam um espaço adequado para eles se alimentarem e para o crescimento da colônia, evitando também a morte das mais jovens", explica Vieira.
Segundo ele, um fato interessante é que, nesse ambiente, algumas espécies ocorrem exclusivamente em fragmentos de conchas, e outras somente nos pequenos grãos de quartzo (com tamanho entre 0,5 e 1 mm de diâmetro). "Outro fato curioso é que a grande maioria das colônias de grão de areia é transparente, em contraste com as bem coloridas que ocorrem em outros substratos, como corais e algas marinhas", diz Vieira.
Como esse ambiente é instável, devido à abrasão entre os grãos de areia e o microambiente criado pelas condições fisico-químicas da água, os briozoários desse habitat se reproduzem rapidamente, o que favorece a sua dispersão.
Exoesqueleto de Reptadeonella granulosa observado no Microscópio eletrônico de varredura, que é essencial para o estudo desses animais
Por serem geralmente abundantes, esses animais são componentes importantes dos ecossistemas aquáticos, sobretudo marinhos. "Como são dominantes em muitas comunidades bentônicas, eles têm grande importância ecológica, incluindo a colonização do substrato e formação de novos habitats para outros invertebrados, como, por exemplo, pequenos crustáceos e anelídeos", diz Vieira. "Briozoários também servem como alimento para outros invertebrados marinhos, como algumas lesmas-do-mar e aranhas-do-mar, consideradas seus principais predadores."
A maior parte das suas pesquisas Vieira fez durante o mestrado (2006-2008), o doutorado (2008-2012) e pós-doutorado (2013-2014), todos realizados no Centro de Biologia Marinha da USP. "As 18 novas espécies que vivem em grãos de areia foram descobertas no litoral norte de São Paulo por mim e pela pesquisadora americana Judith Winston, em 2013", conta. "Esses animais são um caso bem específico dentro do filo dos briozoários. Uma larva se prende ao grão de areia, formando assim uma colônia que fica sobre ele."
O trabalho do pesquisador continua. Nos últimos três anos, desde que ele ingressou na UFPE, em 2014, e criou Laboratório de Estudos de Bryozoa (LAEBry), várias espécies novas estão sendo descritas no Nordeste, principalmente como resultado do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da universidade.
Além disso, a atuação do grupo que Vieira coordena já descobriu dezenas de novas espécies de briozoários que ainda precisam ser formalmente descritas. "Acredito que o número das que serão que serão descritas por pesquisadores brasileiros deve aumentar consideravelmente nos próximos anos", prevê.
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O líder do governo do Afeganistão, Hamid Karzai, que assumiu seu primeiro mandato como presidente eleito do país nesta terça-feira, disse que a sua eleição representou "uma derrota do terrorismo." | "Estamos deixando para trás um passado difícil e obscuro, e hoje estamos abrindo um novo capítulo em nossa história, em espírito de amizade, com a comunidade internacional", disse ele durante sua cerimônia de posse em Cabul.
Mas ele também afirmou que a luta contra os extremistas "ainda não terminou" e pediu ajuda internacional e cooperação para derrotar a ligação, segundo ele, dos militantes com o tráfico de drogas.
"A mesma cooperação levou à reconstrução do Estado afegão e a um progresso significativo em restaurar a paz, a estabilidade e a segurança em nosso país", disse ele.
Mas ele também afirmou que os extremistas ainda são uma ameaça ao país, assim como o tráfico de drogas.
Ele disse que vai cumprir suas promessas de campanha, como desarmar as milícias e reduzir a pobreza.
Karzai encabeça o governo afegão desde a deposição do regime Talebã pelos Estados Unidos, em 2001, e em outubro passado venceu uma eleição direta para presidente.
Cerimônia
Entre os 150 convidados para a cerimônia encontravam-se o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, e o secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld.
Apesar de temores de ações de militantes ligados ao Talebã, a cerimônia aconteceu pacificamente.
A polícia afegã isolou uma estrada de 4 km que liga o aeroporto de Cabul ao palácio presidencial.
Tropas dos Estados Unidos e da Otan, a aliança militar liderada pelos americanos, também intensificaram suas patrulhas aéreas e terrestres na região.
No começo do dia, Cheney se encontrou com tropas americanas na base aérea de Bagram, nas proximidades da capital afegã.
"Pela primeira vez o povo deste país está olhando com confiança para um futuro de paz e liberdade", disse Cheney aos soldados.
"A ditadura que deu abrigo à mais perigosa rede terrorista da história agora é história."
Cheney e Rumsfeld deixaram o Afeganistão logo após o evento.
A cerimônia de posse de Karzai acontece três anos depois da deposição do Talebã por uma força encabeçada pelos Estados Unidos.
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Ministros do Partido Trabalhista pediram a demissão do ministro das Relações Exteriores e líder do partido de extrema-direita Israel Beitenu, Avigdor Lieberman, depois que ele discursou na ONU expressando posições de seu partido e contradizendo a posição oficial do governo israelense. | Lieberman afirmou que acordo de paz com palestinos levará décadas
O ministro Avishai Braverman acusou Lieberman de "subversão" e pediu ao premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que ele seja imediatamente afastado do cargo de chanceler.
"Seu discurso alucinado foi bem planejado, com o objetivo de acirrar os ânimos e sabotar o processo de paz", afirmou Braverman.
Outro ministro do Partido Trabalhista, Itzhak Hertzog, disse esperar que os avanços do processo de negociação de paz com os palestinos levem a uma "mudança na composição do governo o mais rápido possível", em uma referência à possibilidade de Netanyahu afastar Lieberman e seu partido da coalizão governamental e de colocar, em seu lugar, o partido de centro Kadima, liderado pela ex-chanceler Tzipi Livni.
'Impraticável'
Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, na terça-feira, Lieberman afirmou que um acordo de paz com os palestinos dentro de um ano é "impraticável" e disse que a paz talvez seja possível em "algumas décadas".
Lieberman defendeu a polêmica ideia de transferir cidadãos palestinos israelenses a um futuro Estado palestino em troca de terras que possibilitem a criação deste novo Estado, e que os assentamentos israelenses nos territórios ocupados sejam anexados a Israel.
As posições de Lieberman contradizem a posição oficial do primeiro-ministro Netanyahu, que afirma querer alcançar um acordo de paz com os palestinos, baseado na solução de dois Estados, dentro de um ano.
A exclusão dos povoados árabes de Israel e a inclusão dos assentamentos é uma proposta do partido de Lieberman, Israel Beitenu, e não do governo israelense.
O chanceler israelense se encontra em uma posição delicada desde que assumiu o cargo.
Ele próprio anunciou que não vai participar das negociações de paz, pois mora em um assentamento e sua participação poderia incorrer em uma "contradição de interesses".
Lieberman mora no assentamento de Nokdim, a sudeste da cidade palestina de Belém, na Cisjordânia.
Analistas
Analistas locais também pediram a demissão do chanceler.
Alon Liel, ex-diretor geral do ministério das Relações Exteriores, disse ao site de noticias Ynet que ficou "boquiaberto" quando ouviu o discurso do chanceler na ONU.
"Ele (Lieberman) ainda não percebeu que existe uma diferença entre ser líder do partido Israel Beitenu e ser chanceler", disse Liel. "Depois de um discurso como esse, Lieberman tem que sair."
"Como ex-diretor do Ministério, posso afirmar que este é o pior momento da diplomacia israelense, sendo conduzida por um homem que cospe, em público, na cara do primeiro-ministro de Israel."
A analista política do canal estatal da TV israelense, Ayala Hasson, disse que o discurso de Lieberman faz parte de sua campanha, para se colocar como o "verdadeiro líder da direita em Israel".
O primeiro-ministro Netanyahu declarou que o discurso de Lieberman na Assembleia Geral da ONU "não foi coordenado com seu gabinete".
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Cientistas de um laboratório nos Estados Unidos estão usando um aparelho de raio-X com tecnologia de ponta para pesquisar dentro de uma múmia egípcia que não havia sido "desvendada" desde a sua escavação, ocorrida um século atrás. | Múmia tem o retrato de uma criança posicionado sobre o rosto | Foto: Northwestern University
É a primeira vez que um raio-X de sincrotron (acelerador de partículas) de alta intensidade é usado em uma múmia, com o objetivo de produzir uma análise tridimensional extremamente detalhada do corpo e de quaisquer outros objetos escondidos sob as faixas de linho que o envolvem.
Trata-se de uma múmia incomum, já que não apenas o corpo foi preservado, mas também um retrato do rosto.
Pesquisadores acreditam tratar-se dos restos mortais de uma menina de 5 anos de idade, que morreu cerca de 1,9 mil anos atrás.
A múmia é parte de uma coleção que fica no campus da Universidade Northwestern em Chicago.
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'Retratos de múmia'
Uma imagem do rosto da criança foi pintado e posicionado sobre os tecidos que envolvem o corpo.
Pesquisadores querem descobrir mais sobre objeto encontrado dentro do crânio da menina | Foto: Northwestern University
Esse é um dos cerca de cem "retratos de múmias" intactos de que se tem notícia. Nesses casos, o processo egípcio de mumificação foi acompanhado pelo estilo romano de retratar os mortos.
A pintura fornece uma imagem singularmente próxima à de como a menina parecia, e o programa de digitalização está tentando revelar mais sobre sua vida e morte sem ter de mexer nas camadas de tecido que cobrem o seu corpo.
Marc Walton, professor e pesquisador de ciência dos materiais na Escola McCormick de Engenharia, da Universidade Northwestern, disse à BBC que "é comovente perceber o quão jovem era essa criança quando morreu".
Segundo ele, a investigação feita até agora indica que ela foi relativamente saudável e não sofreu qualquer trauma significativo que pudesse explicar sua morte - a causa mais provável teria sido uma doença como malária ou sarampo.
Luz intensa
A múmia foi escavada em 1911 pelo arqueólogo inglês William Flinders Petrie, em Hawara, no Egito, e levada no ano seguinte para uma universidade em Chicago.
Desde então, tem sido exposta, mas permaneceu intocada, ao contrário de outras múmias. Apenas neste ano os pesquisadores começaram a investigar seu interior, mas sem usando essas técnicas avançadas.
Múmia foi escavada em 1911 e levada para Chicago, nos Estados Unidos | Foto: Northwestern University
No meio do ano, a múmia foi levada de seu espaço atual - o Garrett-Evangelical Theological Seminary, no campus da Northwestern University - até um hospital em Chicago para uma tomografia computadorizada preliminar.
Na semana passada, foi removida para o Argonne National Laboratory, um centro de pesquisa de ponta operado pela Universidade de Chicago para o Departamento de Energia dos EUA.
A múmia se tornou a primeira a ser examinada usando raio-X de sincrotron. Esse processo envia feixes luminosos de luz intensa para mapear qualquer estrutura abaixo da superfície.
Agora, pesquisadores da área de medicina querem investigar o tecido ósseo e os dentes. A pesquisa está em estágio inicial, mas já há perguntas sobre o que parece ser um objeto deixado dentro do crânio provavelmente após o cérebro ter sido removido como parte da mumificação.
Para Walton, o objeto parece ter sido formado por resina acumulada, que se instalou na parte de trás do crânio durante o processo de embalsamento.
Os pesquisadores esperam que isso ajude a desvendar o posicionamento do corpo e o processo de mumificação utilizado.
Tomografia computadorizada mostra detalhes da múmia, mas pesquisadores querem ir além | Foto: Northwestern University
Também há sinais da presença de algum tipo de fio metálico ao redor da cabeça e dos pés.
Mas na avaliação do professor, esse material pode não se tratar de algum artefato antigo, mas de pinos inseridos durante ou após a escavação de 1911.
O raio-X de sincrotron vai permitir investigar o interior da múmia de forma muito mais detalhada do que outros métodos.
Segundo o Departamento de Energia dos EUA, os feixes de raio-X "ultrabrilhantes e de alta energia" produzidos no laboratório podem examinar estruturas e materiais em um nível de nanotecnologia "em que a escala é medida em bilionésimo do metro".
'Pinte os olhos mais suaves'
"O que me interessa mais é o osso que existe ali", disse o professor Stuart Stock, da Escola Feinberg de Medicina, da Universidade Northwestern.
"Essa é a múmia de uma criança de 5 anos. Estamos interessados, a partir de uma perspectiva médica, na qualidade dos ossos. Esse osso mudou com o tempo? Podemos começar a construir uma banco de dados sobre como o osso antigo se compara ao moderno."
Múmia de 1,9 mil anos é primeira a ser examinada por um raio-x de última geração | Foto: Jim Prisching
Ele espera encontrar muito mais do que seria possível com uma tomografia computadorizada convencional.
"Nós queremos saber que materiais estão presentes. Isso nos dará pistas sobre o processo usado para preparar a múmia, e as medidas feitas mais tarde para estabilizá-la."
Os pesquisadores também querem saber mais sobre a menina que está embaixo de todas essas camadas de tecido.
Taco Terpstra, professor de História da universidade, diz que cerca de metade das crianças daquela época não chegava a completar dez anos de idade.
Walton afirmou que o retrato e o "sepultamento relativamente luxuoso" indicam que a menina devia fazer parte da elite de sua aldeia.
Ele é curador de uma exposição no Block Museum, na Universidade Northwestern, dedicada a esses retratos de múmias.
A mostra se chama Paint the Eyes Softer: Mummy Portraits from Roman Egypt ("Pinte os olhos mais suaves - Retratos de múmias do Egito romano", em tradução livre.
A frase foi extraída de uma instrução escrita em grego no verso de uma dessas imagens, pedindo ao artista que não carregasse nas tintas ao reproduzir essa parte do rosto do morto retratado.
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Médicos no Japão alertaram que o sistema de saúde do país pode entrar em colapso em meio a uma nova onda de covid-19. | O Japão, que parecia ter o vírus sob controle, tem registrado números crescentes de casos.
O grande afluxo de doentes fez com que alguns pacientes em estado grave não pudessem ser atendidos em salas de emergência, segundo autoridades do país.
Uma ambulância que carregava um paciente com sintomas da doença foi rejeitada por 80 hospitais até ele ser atendido.
O Japão, que inicialmente parecia ter o vírus sob controle, ultrapassou os 10 mil casos confirmados neste sábado (18/04).
Mais de 200 pessoas morreram de covid-19 no país. A capital Tóquio é a cidade mais afetada.
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Médicos cirurgiões gerais estão auxiliando hospitais com a testagem de pacientes para aliviar um pouco da pressão sobre o sistema de saúde da cidade, dizem autoridades.
"Isso é para evitar que o sistema de saúde desmorone", disse Konoshin Tamura, vice diretor de uma associação de cirurgiões gerais, à agência de notícias Reuters.
"Todos precisam estender uma mão para ajudar. Caso contrário, os hospitais vão colapsar", ele acrescentou.
Michael Bristow, editor do Serviço Mundial da BBC na Ásia, diz que médicos japoneses têm se queixado da falta de equipamentos de proteção, um sinal de que o Japão não está bem preparado para lidar com o vírus.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Shinzo Abe tem sido criticado por não ter imposto mais cedo medidas restritivas, temendo efeitos negativos na economia. Somente na quinta-feira Abe ampliou o estado de emergência para todo o país.
O governo está tentando aumentar a capacidade de testagem por meio de sistemas de drive-thru. Nas últimas semanas, o Japão realizou menos exames que outros países desenvolvidos, o que pode ter dificultado o acompanhamento da evolução da doença.
Segundo a Universidade de Oxford, os testes feitos pelo Japão no último mês equivaleram a 16% dos que foram realizados na Coreia do Sul no mesmo período.
E, diferentemente da Coreia do Sul, que conseguiu controlar a epidemia por meio de testes em larga escala, o governo japonês disse que fazer muitos exames era um "desperdício de recursos".
No Japão, a testagem é conduzida por centros de saúde locais, e não por agências nacionais, e alguns desses centros não estão equipados para fazer testes em grande escala.
Mas, na sexta-feira, Abe indicou que seu governo estava mudando a política sobre testagem para torná-la mais ampla.
"Com a ajuda de associações médicas regionais, vamos criar centros para testagem", ele disse em uma coletiva de imprensa.
Os comentários ocorreram pouco após ele anunciar um estado nacional de emergência por causa da piora nos índices da epidemia.
A medida vigora até 6 de maio e não contempla o uso da força nem punições para quem não a cumprir.
Vários governos regionais vinham reivindicando uma ampliação do estado de emergência, alegando que seus hospitais estavam sobrecarregados.
As duas associações médicas japonesas divulgaram um comunicado conjunto no qual dizem que "já estão vivenciando o colapso do sistema médico emergencial".
O prefeito de Osaka pediu a moradores que doem capas de chuva para que sejam usadas como equipamentos de proteção por profissionais de saúde - que, na ausência de trajes adequados, estariam recorrendo a sacos de lixo para se proteger.
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O líquido amniótico pode ajudar a curar uma doença que afeta o intestino de bebês prematuros, dizem médicos britânicos. | Inflamação traz perigo a bebês prematuros
A doença, chamada enterocolite necrosante, é uma inflamação grave das entranhas que pode levar à falência de órgãos e morte.
Resultados de experimentos preliminares feitos em animais, incluídos em um artigo na publicação científica Gut, demonstraram que células-tronco presentes no líquido amniótico podem aliviar em parte a inflamação, aumentando as chances de sobrevivência.
O líquido amniótico é um fluido incolor que envolve o embrião dentro do útero.
A equipe envolvida no estudo disse que serão necessários mais experimentos até que um tratamento possa ser testado em bebês.
Prematuros
Bebês que nascem antes da hora - ou seja, aqueles nascidos antes de que se completem as 37 semanas de gestação - não estão prontos para o mundo fora do útero e seu intestino não está preparado para lidar com os alimentos.
Em unidades hospitalares de tratamento intensivo para prematuros, em média um em cada dez bebês desenvolve a enterocolite necrosante.
A inflamação pode provocar a morte do tecido e produzir um buraco na parede do intestino do bebê, levando a infecções sérias.
Há indícios de que o leite materno possa proteger as entranhas do bebê prematuro contra a enterocolite necrosante, mas o único tratamento existente hoje é uma cirurgia para remover o tecido afetado.
"É um problema sério e nós achamos que está aumentando", disse o médico Simon Eaton, do Instituto de Saúde Infantil do University College London.
Eaton integrou a equipe que fez experimentos com células-tronco - capazes de se transformar em qualquer tipo de célula do organismo - extraídas do líquido amniótico.
Os pesquisadores injetaram as células-tronco em ratos de laboratório que haviam sido programados para desenvolver enterocolite necrosante. As injeções, segundo a equipe, pareceram aumentar o tempo de sobrevivência dos animais.
"Fomos capazes de prolongar a sobrevivência (dos animais) por bastante tempo", disse Eaton à BBC. "O que parece estar acontecendo é efeito direto de um abrandamento da inflamação e também um estímulo às células-tronco residentes nas entranhas para que sejam mais eficientes na regeneração do intestino."
O estudo também revelou que o intestino dos animais funcionava melhor depois do tratamento.
Riscos de câncer?
Outro membro da equipe, o pesquisador Paolo De Coppi, explicou que os efeitos anti-inflamatórios das células-tronco já são bem conhecidos. "Mas essa foi a primeira vez que se demonstrou que células-tronco do líquido amniótico podem reparar danos no intestino", acrescentou.
"Embora células-tronco do líquido amniótico tenham uma capacidade mais limitada de se transformar em diferentes tipos de células do que as do embrião, elas parecem ser promissoras para muitas partes do corpo, incluindo o fígado, o sistema muscular e nervoso".
Mais testes seriam necessários para saber se o tratamento seria efetivo e seguro em bebês humanos.
Por exemplo, a capacidade de células-tronco de se transformar em outros tipos de célula também implica riscos de câncer, algo que preocupa os cientistas.
Por conta disso, os médicos esperam, no futuro, desenvolver um tratamento baseado em remédios - em vez de células.
"Não são as células em si", disse Eaton. "Elas são o veículo para algo e se soubéssemos o que esse algo é, poderíamos administrá-lo diretamente".
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Sete cantores e bandas de rap foram acusados pelo deputado francês François Grosdidier de ter incitado as manifestações violentas ocorridas nos subúrbios do país na primeira quinzena de novembro. | A acusação vem um dia depois de 200 políticos endossarem a petição de Grosdidier, que pede uma ação legal contra rappers e bandas que ele alega terem incentivado os atos de vandalismo com suas músicas.
O deputado afirmou à rádio France-Info não ser nenhuma surpresa jovens "enxergarem vermelho" depois de ouvir músicas violentas.
O rapper Monsieur R, um dos listados na petição, rejeitou a idéia, afirmando que rap "não é um chamado à violência".
Autoridades francesas afirmaram que a situação voltou ao normal na semana passada, depois de três semanas de distúrbios em diversas cidades.
Em toda a França, quase 9 mil carros foram queimados, e cerca de 3 mil pessoas foram presas. Na semana passada, o parlamento francês aprovou uma extensão de três meses do estado de emergência no país.
'Palavras cruas'
A petição, entregue ao ministro da Justiça, Pascal Clement, foi assinada por 153 membros da Câmara baixa do parlamento e por 49 senadores.
O Departamento de Justiça disse não poder comentar a respeito do pedido por sanções legais.
Além de Monsieur R, são citados na petição os artistas Smala, Fabe e Salif, e as bandas Ministere Amer, 113 e Lunatic.
Grosdidier quer que músicas que, segundo ele, incitam o racismo e o ódio deixem de ser tocadas nas rádios.
"Quando as pessoas ouvem isso o dia inteiro e quando essas palavras ecoam em suas cabeças, não é surpresa nenhuma que eles enxerguem vermelho assim que passam por um policial ou simplesmente por pessoas que são diferentes delas", afirmou.
Monsieur R, cujo nome verdadeiro é Richard Makela, já enfrenta um outro processo por "afronta à decência social", aberto por um outro deputado conservador.
O rapper disse à televisão LCI: "O hip hop é uma arte crua, portanto utilizamos palavras cruas. Não é um chamado à violência."
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Uma cidade remota na costa oeste do Japão está fazendo campanha pelo pré-candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos,
Barack Obama. | A cidade se chama Obama, e quando viram a coincidência do nome as autoridades municipais resolveram estimular o apoio ao candidato.
Lá podem ser encontrados muitos souvenirs com a imagem do candidato. Chegaram até a fazer uma canção para ele.
O presidente da Associação de Turismo, Kimio Fujiwara, disse: "Nossa cidade tem um apopulação pequena, e é bom ver tanta gente
visitando. Então, nós estamos agradecidos ao Sr. Obama e desejamos tudo de bom para ele."
O prefeito de Obama, Toshio Murakami, disse que ao ver a coincidência do nome, ele enviou uma carta e um jogo de palitinhos
ao candidato.
O americano, por sua vez, enviou uma carta de agradecimento que Murakami guarda com carinho.
Ele disse que espera que Barack Obama se torne presidente dos Estados Unidos e um dia visite a cidade.
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After claims of organised crime and corruption in the Czech government, Czech Prime Minster Petr Necas has decided to resign. | Primeiro-ministro tcheco justificou renúncia alegando 'mudanças inesperadas'
Reporter: Steve Evans
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The scandal reads like the script of a European television thriller, melding politics with human drama.
The pressure had been growing on the prime minister since Friday when his chief of staff, Jana Nagyova, was charged with corruption and abuse of power. Detectives said she was suspected of bribing MPs with jobs in state-owned companies.
Last week, police raided government offices and seized $8m worth of cash and gold. The chief of staff is also accused of ordering spying on Prime Minister Necas' wife.
Intriguingly, he said in his resignation speech that what he called the "twists and turns of his personal life" were a weight on the political situation in the country.
It is not clear if the president of the country will rule that there should be a new general election, or whether some form of the existing coalition government will continue with a different prime minister.
Clique aqui para ouvir as palavras
scandal a story about dishonest or immoral behaviour that shocks people
thriller a book, film or play with an exciting story, usually about crime or mystery
melding joining together
bribing giving money or presents to someone so they will do something for you, often something illegal
raided (here referring to police) entered, in order to search for criminals or evidence of crime
intriguingly interestingly, because of being strange or mysterious
twists and turns unexpected changes and difficulties
rule (here referring to a new law) decide officially
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As Olimpíadas de 2012 serão realizadas em Paris ou Londres. As duas cidades foram as únicas candidatas a passar para a última rodada das votações realizadas pelo Comitê Olímpico Internacional em Cingapura. | O nome da sede dos Jogos, em uma das mais acirradas disputas da história das Olimpíadas, será anunciado às 11h46 GMT (8h46 de Brasília) desta quarta-feira, em Cingapura.
Nas primeiras votações, o COI eliminou outras três candidatas: Madri (Espanha), Nova York (EUA) e Moscou (Rússia).
As delegações das cidades candidatas fizeram nesta quarta-feira as apresentações de suas candidaturas aos delegados do COI, depois de dois dias de intenso lobby em Cingapura.
Paris
Os planos apresentados por Paris foram os que mais impressionaram os inspetores do COI em sua avaliação.
As propostas para o setor financeiro, de marketing, segurança, meio ambiente e para as paraolimpíadas foram bem recebidas. Pesa também a experiência de já ter sediado grandes eventos esportivos.
A candidatura conta com apoio de 85% dos parisienses e os únicos pontos negativos apontados foram a distância entre a vila olímpica e o estádio de remo, e a proximidade da vila de uma ferrovia, o que poderia causar distúrbios.
Londres
A candidatura de Londres vem crescendo nos últimos meses, principalmente com a positiva avaliação do COI em junho.
A candidatura da capital britânica foi descrita como "de alta qualidade", e a participação de atletas na organização foi apontada como ponto positivo.
Os inspetores acreditam que os planos seriam um catalizador para a regeneração da região leste da cidade, a mais pobre da capital.
Mas como ponto negativo, a candidatura de Londres conta com o apoio de apenas 68% da população.
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Uma cidade no sudeste da Austrália relocada há 50 anos antes de ser inundada reapareceu em meio à pior seca dos últimos 100 anos no país. | Submersa sob um lago artificial desde 1957, a cidadela de Adaminaby poderia ter sido esquecida debaixo das águas. Mas, com o longo período de seca que atinge essa parte do país, suas ruínas gradualmente voltaram a aparecer.
A 150 quilômetros da capital, Canberra, no meio da região montanhosa de Snowy Mountains, há meio século Adaminaby era uma aldeia próspera e tinha crescido ao ritmo da exploração de uma mina de ouro e de cobre.
No fim da Segunda Guerra mundial, o país lançou um grande programa hidroelétrico, destinado a abastecer cidades ascendentes e assegurar a irrigação da zona agrícola.
Reconstrução
O projeto até então era considerado uma grande obra de engenharia civil, com as suas 16 barragens e túneis que ligavam sete centrais hidroelétricas.
Mas, para os habitantes da aldeia, foi o fim de uma época.
Escolhida para acolher uma das barragens, a cidade inteira foi submergida sob o lago Eucumbene.
Os moradores então, foram obrigados a abandonar suas habitações para reconstruí-las em um local mais distante.
Hoje, onde há pouco se situava o acesso ao lago, após seis anos de seca, lentamente as fundações da antiga cidade reapareceram.
A boa notícia para os cerca de 400 moradores é que Adaminaby pode agora aproveitar o turismo gerado pelas ruínas.
"Nunca recebi tantos turistas como nos últimos meses", disse Leigh Stewart, proprietário de uma galeria de fotografias e que também foi morador da Adaminaby antiga, que foi submersa.
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Aqui um camarada com coluna em jornal, Marcel Berlins, que geralmente trata de assuntos jurídicos, tirou a toga, vestiu a
camisa 9 do time de futebol da várzea, e resolveu passar três colunas elogiando a reforma ortográfica do português. | Sim, é verdade. Língua que, quero crer, ele não manja nem sequer a letra de “Três Travestis”, de Caetano Veloso, recentemente
pelo compositor e intérprete redescoberta e reincorporada ao seu repertório (vide mais adiante).
Não é só em futebol que os ingleses estão por fora. Logo no título, Berlins entrega a bola ao beque adversário: diz que é
necessário escrever a língua inglesa tal como é pronunciada. Só assim, prossegue, na imensa e cansativa manchete, as crianças
poderão aprender a soletrar corretamente. Como é que as crianças têm feito até agora, “seu” Berlins, é que pergunto. Inclusive
Ian McKewan e Saul Bellow?
Mais besteira só mesmo tirando o trema da lingüiça. No meio do caminho, Marcel Berlins esbarra numa pedra, feito nosso poetastátua
à beiramar (hífen é os tinflas, confere?) plantado, e berra que “no futuro a família mundial de fala portuguesa, composta
de 230 milhões de pessoas, poderá falar, ou ao menos escrever, com uma só voz.”
Marcel Berlins não entende nada de portugueses, timorenses, sãotomeprincipescos e brasileiros do Oiapoque ao Chuí. Primeiro,
ele acha que somos alfabetizados. Segundo, crê na possibilidade de não urrarmos invariavelmente todos ao mesmo tempo.
Pobre coitado.
No meio de suas miseráveis considerações, no entanto, ele me lembra uma gracinha que o sacana do George Bernard Shaw, sempre
devidamente acompanhado de seu groupies, inventou só para impressionar as senhoras de meia-idade presentes ao sarau literário que freqüentava aos sábados.
Shaw, malandro que só ele, propôs um alfabeto complicadíssimo, praticamente impossível de se aprender. Foi talvez mais longe
do que os senhores lexicógrafos, homens de negócios e deputados portugueses e brasileiros conseguiram ir. Com a diferença
que Shaw pretendia simplificar e instigar ao invés de burrificar sem sentido.
Por exemplo: Shaw era favorável à eliminação de todos os Ps não pronunciados no início das palavras. Eles, as gentes da língua
de Shakespeare, não pronunciam o P de psicólogo e pseudo, ao contrário de nós, que insistimos no “pissicólogo” e no “pisseudo”.
No que fazemos muito bem. Língua a gente deve dar uma olhada e nela tentar sentir suas origens. Há um orixá etimológico dentro
de todos nós, razoavelmente informados, pedindo para baixar no cavalos que somos. Por esse motivo, os franceses deixaram aquele
desmando de acentos graves, agudos e circunflexos, sempre nos lugares menos esperados, só para fazer o cidadão sentir uma
cutucada de um caboclo latino ou grego, pedindo charuto, pinga e lugar no terreiro.
Um exemplo que todo mundo deve conhecer, e que Shaw não se cansava de mostrar num quadronegro (vá fá, hífen!) durante o chá
“seudo” literário: “ghoti”. Shaw pegava do giz e escrevia a palavra perguntando, com seu melhor ar malandro, de professor
Higgins em Pigmalião, o que é que ela significava. Pasmo geral entre damas e cavalheiros presentes na platéia. Shaw então, sempre de giz na mão,
elucidava:
- Pronuncia-se fish (peixe). “Gh” como em “laugh” (rir). “O” como em “women” (mulheres) e “ti” como em “motion” (moção).
E, pimpão, ficava cofiando bigode e barbinha, enquanto os distintos senhores e senhoras da distinta audiência, soltavam um
“Oh!” coletivo de surpresa e espanto, para logo em seguida aplaudir o “bruxo de Dublin”, conforme o chamavam, para ódio de
GBS. Além do mais, detestava também o Bernard do nome.
(Incrível, mas Shaw bobeou. Poderia ter acrescentado um S no final de “ghoti” e aí explicar que era mudo.)
Tudo em vão. Tal como acordo ortográfico em Trás-os-Montes (ah, ai ficam valendo os hífens, né? Manjo) e Pindamonhangaba,
bruxo de Dublin e Bernard foram incorporados à sua história e patrimônio.
Sem falar que não deu um bom dinheiro às editoras e neodicionaristas.
Três travestis (letra completa)
Em homenagem a Marcel Berlins, todos os reformistas ortográficos brasileiros e portugueses, além dos inúmeros seguidores de
Caetano Veloso, aí vai a letra da música quase perdida.
“Três travestis/Caçam perfis/Na praça/Lápis e giz/Boca e nariz/Fumaça/Fotos de Liz/Drops de aniz/Cachaça/Péssima atriz/Chão,
salto e triz/Trapaça/Quem é que diz/Quem é feliz/Quem faça/A codorniz/O chamariz/A caça/Três travestis/Três colibris de raça/Deixam
o país/E enchem Paris de graça"
Pensando bem: mandem brasa no acordo, que nós merecemos.
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Arqueólogos que examinavam uma pirâmide no México para avaliar eventuais danos causados pelo devastador terremoto que atingiu o país em setembro do ano passado descobriram um antigo templo. | O novo templo foi descoberto após escaneamentos com radar na pirâmide de Teopanzolco
O templo está situado dentro da pirâmide de Teopanzolco, perto de Cuernavaca, no Estado de Morelos, 70 km ao sul da Cidade do México.
Acredita-se que ele tenha sido erguido por volta de 1150 d.C., no período da cultura tlahuica, um dos povos astecas que viviam na região central do país.
O templo, de 6 m de comprimento por 4 de largura, seria dedicada a Tláloc, deus asteca da chuva.
Acredita-se que as principais estruturas do sítio arqueológico de Teopanzolco datem do século 13 - o que indica que o templo recém-descoberto é anterior a ele
Entre os vestígios do templo também foram encontrados um queimador de incenso e cacos de cerâmica.
A descoberta foi feita quando uma equipe do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) escaneava - com um radar - a pirâmide de Teopanzolco em busca de danos estruturais.
A arqueóloga Barbara Koniecza disse que o terremoto de magnitude 7,1 que atingiu o México em setembro, matando 369 pessoas, causou danos consideráveis a Teopanzolco, em particular a dois templos. "A pirâmide sofreu um considerável rearranjo do núcleo de sua estrutura."
Segundo arqueóloga, terremoto de magnitude 7,1 que atingiu o México em setembro causou danos consideráveis a Teopanzolco
Pesquisas sugerem que os tlahuica viviam em dezenas de pequenas cidades-estados na região em que hoje fica o Estado de Morelos.
Acredita-se que as principais estruturas do sítio arqueológico de Teopanzolco datem do século 13 - o que indica que o templo recém-descoberto é anterior a ele.
Koniecza diz que não era incomum que os tlahuica fizessem construções sobre estruturas antigas.
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O ônibus espacial americano Discovery acoplou-se à Estação Espacial Internacional (EEI) a 350 quilômetros de altitude, dois dias depois do lançamento em Cabo Canaveral, na Flórida. | O Discovery fez uma manobra de 360 graus para permitir que os astronautas da EEI inspecionassem o escudo térmico de sua parte inferior, vital para proteger a nave em seu retorno à Terra.
O procedimento está entre as medidas adotadas pela Nasa (a agência espacial americana) para aumentar a segurança desde a desintegração da Columbia em 2003.
Assim como o verificado durante a missão da Columbia, alguns fragmentos do material protetor do escudo aparentemente se soltaram dos tanques de combustível do Discovery após a decolagem, na terça-feira.
Os sete astronautas do Discovery - cinco homens e duas mulheres - foram saudados com abraços e sorrisos por Pavel Vinogradov e Jeffrey Williams, que estão na EEI.
A missão do Discovery é a 115ª do programa de ônibus espaciais americanos. Seu objetivo é testar novos procedimentos de segurança e transportar suprimentos.
O astronauta alemão Thomas Reiter deverá passar a integrar a tripulação da EEI.
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Os londrinos que festejaram em Trafalgar Square, no centro de Londres, a escolha da cidade como sede das Olimpíadas de 2012 tinham, em geral, uma palavra para descrever o resultado: "Fantástico!". | Para o publicitário Nick Stevens, o melhor de tudo é que será uma ótima oportunidade para faltar ao trabalho.
"Ninguém vai trabalhar por duas semanas inteiras", disse, logo após o anúncio, feito nesta quarta-feira, em Cingapura.
Ele acrescentou que Londres vai ganhar muito, especialmente com a regeneração do leste da cidade.
Transporte
Outro londrino, Bruce Kenworthy, também pensa na diversão. Depois de dizer que vai ser "fantástico", afirmou que a cidade vai ganhar duas vezes.
"Vai haver o legado de um sistema de transporte melhor. E há também a chance de nos divertirmos muito", antecipou ele, fã de provas de atletismo.
A secretária Catherine Salnoe, que também acompanhou o anúncio em Trafalgar Square com colegas de trabalho, no intervalo do almoço, também acredita que a cidade vai ganhar com a revitalização e a melhoria do sistema de transportes.
Ela pretende assistir às competições de atletismo, que serão disputadas em um estádio que vai ser construído em Stratford, exatamente no leste de Londres, onde também ficará a Vila Olímpica.
A prefeitura e o comitê organizador da candidatura londrina organizaram em Trafalgar Square a festa "Obrigado Londres, Obrigado Grã-Bretanha", para agradecer pelo apoio recebido até esta quarta-feira.
Vaia
A expectativa cresceu quando um locutor informou que Madri, New York e Moscou já estavam fora do páreo. A informação foi recebida com aplausos.
Num palco montado no meio da praça, entre dois telões, a cantora Rachel Stevens fez o primeiro show da festa, antes do anúncio de que Londres havia sido a escolhida, feito pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge.
A atleta Kelly Holmes, que se tornou uma heroína britânica ao ganhar duas medalhas de ouro na Olimpíada de Atenas, no ano passado, nos 800m e nos 1.500m, foi aplaudidíssima na praça ao fazer um apelo final em favor da cidade.
Com muita ansiedade, a multidão chegou a vaiar Rogge quando foi anunciado que ele faria um discurso, antes de revelar o nome da cidade vencedora.
Quando ele disse o nome de Londres, a multidão explodiu em aplausos e gritos, debaixo de uma chuva de papel picado.
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O Parlamento britânico aprovou, nesta quarta-feira, uma polêmica medida que prolonga o tempo que suspeitos de terrorismo podem
ficar detidos sem acusações formais de 28 para 42 dias. | Apesar de ter vencido com apenas nove votos de diferença (315 a 306), a votação representa uma vitória para o primeiro-ministro
Gordon Brown, já que a aprovação da lei estava sendo considerada como uma prova da liderança do premiê.
"Nosso principal dever é a proteção da segurança nacional. Falharemos nesta tarefa se não tomarmos medidas preventivas", disse
Brown em uma discussão que antecedeu a votação no Parlamento .
Para garantir a aprovação, os trabalhistas conseguiram apoio não apenas de seus correligionários, mas também de alguns partidos
minoritários, como DUP, da Irlanda do Norte.
Apesar da vitória na votação desta quarta-feira, a lei ainda deverá ser aprovada pela Câmara alta do Parlamento, onde a oposição
contra a medida é bastante forte.
Oposição
Os políticos de oposição do Partido Conservador argumentam que a lei restringe as liberdades civis.
Segundo David Davis, representante do ministério do Interior da oposição, a proposta nunca irá se tornar uma lei definitiva.
Ele afirmou ainda que irá fazer pressão no Parlamento para que a proposta não seja aprovada.
"[A medida] não tem autoridade ou legitimidade e será rejeitada", disse.
Segundo o secretário do ministério do Interior, Tony McNulty, os trabalhistas já esperam uma disputa acirrada na votação que
irá definir se a proposta fará parte da legislação britânica.
Em 2005, o então primeiro-ministro Tony Blair perdeu sua primeira votação no Parlamento com uma proposta que também envolvia
a extensão do tempo de detenção dos suspeitos de terrorismo.
Na ocasião, a lei visava dar à polícia o poder de deter os suspeitos por 90 dias sem acusação formal. A lei foi recusada por
322 a 291 votos.
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Tropas etíopes, apoiadas por tanques e artilharia, deixaram neste sábado a capital da Somália, Mogadíscio, rumo ao porto de Kismayo, no sul do país. | O porto está 500 quilômetros ao sul da capital e é um reduto das milícias islâmicas expulsas de Mogadíscio na quinta-feira pelas forças da Etiópia, que estão na Somália para apoiar o governo de transição.
O líder da União das Cortes Islâmicas (UCI), Sharif Sheikh Ahmed, convocou os moradores de Kismayo a lutar contra as tropas etíopes.
"Nosso país está sob ocupação, por isso decidimos lutar. Estamos nos preparando para expulsar esses invasores do país", disse Ahmed a uma multidão reunida em um estádio para a celebração do festival religioso muçulmano do Eid.
Retomada de poder
A capital foi retomada pelo governo interino, com o apoio das forças etíopes, depois de permanecer sob o controle dos islâmicos por seis meses, entre junho e dezembro de 2006.
A UCI é uma união de 11 tribunais islâmicos financiados por comerciantes e empresários de Mogadíscio preocupados com a crescente anarquia na cidade.
Desde a queda do último governo efetivo da Somália, em 1991, o país vivia sob o regime dos comandantes de guerrilha, que exerciam o poder com base no terror, até que a UCI assumiu o controle.
Agora, em uma campanha iniciada há 10 dias, o governo interino (formado em 2004 e com sede na cidade de Baidoa) conseguiu retomar o controle da capital com a ajuda das forças etíopes e começou a negociar com líderes tribais que dominam a cidade uma maneira de consolidar seu poder.
Diálogo
O presidente do governo de transição, Abdullahi Yusuf Ahmed, que ainda não entrou em Mogadíscio, teve neste sábado um encontro com o primeiro-ministro, Ali Mohamed Gedi, na cidade de Afgoye. No encontro, Gedi pediu diálogo com os grupos islâmicos.
Em dez dias de campanha, as forças etíopes expulsaram os islâmicos da maior parte do sul da Somália.
Segundo o correspondente da BBC Peter Biles, os grupos islâmicos poderão acabar encurralados entre Kismayo e a fronteira com o Quênia.
Moradores de Kismayo afirmaram ter visto jatos de guerra etíopes sobre a cidade neste sábado.
Em Mogadíscio, forças da Somália, com o apoio de tropas etíopes, já controlam o quartel-general da UCI e a antiga embaixada dos Estados Unidos.
Crise
Uma resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em 6 de dezembro previa o envio de forças da União Africana para a Somália, mas proibia expressamente a participação de soldados dos países fronteiriços.
A União Africana pediu à Etiópia que retire suas forças da Somália. Mas não houve consenso no Conselho de Segurança da ONU para aprovar uma resolução pedindo a retirada de todas as tropas estrangeiras do país.
Além dos confrontos entre forças rivais, a Somália enfrenta uma grave crise de falta de alimentos devido a recentes inundações, que ocorreram após um período de seca.
A ONU estima que mais de 30 mil pessoas abandonaram suas casas durante o conflito da última semana.
Na sexta-feira, mais de 150 refugiados que deixavam a Somália morreram depois que dois barcos naufragaram na costa do Iêmen.
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Pesquisadores dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha fizeram uma descoberta que reforça a tese de que podem ter sido as fêmeas dos antepassados do homem as responsáveis pelo desenvolvimento das primeiras armas. | Os autores do estudo, da Universidade do Estado americano de Iowa e da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, observaram chimpanzés que vivem no Senegal para estudar o uso que eles fazem de armas rudimentares, como pedaços de pau, para caçar mamíferos menores.
No estudo, divulgado na edição online da revista Current Biology, eles observaram 22 casos em que os primatas usaram os objetos para caçar, mas concluíram que, em geral, as armas são usadas apenas por fêmeas e machos ainda não completamente desenvolvidos.
Os chimpanzés já eram conhecidos por usar objetos em algumas tarefas, como arrancar insetos de troncos ou abrir frutos ou sementes. No entanto, até agora, havia poucas evidências de que esses primatas usavam armas rudimentares para caçar da forma como foi verificado.
Inferioridade física
Segundo os cientistas, a opção das fêmeas e dos machos jovens pelo uso das armas pode ser explicada pela sua inferioridade física em relação aos machos adultos, que têm mais facilidade para obter alimento de outras formas, caçando animais maiores.
O estudo verificou que a construção das armas rudimentares pelos chimpanzés e o comportamento dos animais durante a caça têm padrões sistemáticos e consistentes, o que sugere, segundo os cientistas, que o uso das armas é habitual.
Os cientistas verificaram que os chimpanzés usam suas armas batendo com elas em galhos e troncos ocos de árvores, onde vive um pequeno mamífero noturno chamado Galago senegarensis - a presa mais visada pelos símios.
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A onda de protestos e bloqueios que parou por três semanas a maior cidade da Bolívia, deixando centenas de milhares de pessoas sem combustível, gás de cozinha e até sem alimentos frescos ao bloquear as principais estradas do país, tem sua origem numa cidade a 15 quilômetros de La Paz. | El Alto, como diz o nome, fica na parte mais alta do altiplano e no caminho do aeroporto da principal cidade boliviana. E o movimento que colocou milhares de pessoas nas ruas para exigir a renúncia do ex-presidente Carlos Mesa começou como uma associação de moradores para exigir do governo a instalação de infra-estrutura na cidade que é a mais pobre da Bolívia.
“El Alto é a cidade mais jovem, mais pobre, mais indígena e mais operária da Bolívia. No fundo é uma grande cidade camponesa”, define o sociólogo Alvaro Garcia Linera, professor da Universidade San Andrés, em La Paz, e especialista nos movimentos populares do país.
Linera conta que a população da cidade cresceu muito nas últimas décadas, de 100 mil moradores nos anos 50 para quase 1 milhão atualmente. Essa explosão aconteceu com uma forte migração de camponeses, antigos trabalhadores nas minas fechadas no país nos anos 80, e indígenas, que formam cerca de 80% da população local.
'Favela'
Embora seja a terceira maior cidade da Bolívia, os serviços públicos não acompanharam o crescimento da população.
Longe das ruas principais, tomadas por vendedores ambulantes de comida e mercadorias, quase não há asfalto, mais da metade das casas não tem esgoto, um terço não tem água encanada nem eletricidade e a coleta de lixo só passa nas ruas centrais.
Comparando com o Brasil, o centro parece um bairro pobre de periferia de uma cidade grande, enquanto os bairros mais afastados parecem uma favela.
No centro, quase não se vê carros particulares: o tráfego pesado é tomado por peruas lotação levando trabalhadores de um bairro a outro ou para La Paz, onde trabalham muitos dos moradores da cidade.
Mortalidade infantil
A falta de postos de saúde e de saneamento básico mata duas crianças por semana, segundo o presidente da Federação das Associações dos Moradores (Fejuve), Abel Mamani.
“Estamos fazendo um grande esforço para implantar postos de saúde, com médicos voluntários”, diz Mamani, o líder da paralisação que deixou La Paz sem comunicação por três semanas.
O Fejuve, uma federação que reúne as 550 associações de moradores da cidade, começou reivindicando melhores condições de vida para a população local, mas nos últimos quatro anos assumiu reivindicações políticas nacionais.
O movimento do mês passado teve origem nas manifestações de setembro e outubro de 2003, que começaram em protesto contra a exportação de gás via Chile, com quem a Bolívia não tem boas relações desde que perdeu a saída do mar para o país, no século 19.
A repressão policial às manifestações deixou 59 mortos em El Alto, e as manifestações do mês passado tinham como objetivo, segundo Mamani, “lembrar” o então presidente Carlos Mesa das promessas feitas na ocasião.
“Quase dois anos se passaram, e até agora nada”, reclama.
Mistura
A origem étnica e sócio-econômica da população local é a explicação, tanto de Mamani, como de analistas, para o caráter combativo da cidade. “É a mistura de duas maneiras de atuar, dos mineiros, que eram muito organizados em sindicatos, e dos indígenas e camponeses, que têm seu próprio modo de organização e não se deixam dobrar”, diz o presidente da Fejuve.
A paralisação que começou em El Alto teve repercussões em todo o país, mas na cidade nem todos concordaram com o movimento.
O ambulante Gonzalo Choquekarti, morador de El Alto há dez anos, disse que concorda com a luta pela nacionalização do gás e do petróleo, mas não participou de nenhuma marcha nem bloqueio de ruas. “Fiquei em casa”, contou ele.
Já o eletricista Omar Chavez, que mora em La Paz e trabalha em El Alto, não gostou da paralisação porque perdeu duas semanas de trabalho e de salário. “Era impossível de subir, tudo ficou parado, não se podia trabalhar. Me prejudicou economicamente”, contou Omar.
O bloqueio acabou no fim de semana passado quando moradores tanto de El Alto como de La Paz fizeram longas filas diante da distribuidora de gás que fica em El Alta e abastece as duas cidades.
Novas manifestações
Mas a liderança da Fejuve não descarta novas manifestações se o governo não atender às reivindicações deles – de processar o ex-presidente Gonzalo Sanches de Lozada pelas mortes de 2003, convocar uma constituinte e nacionalizar o setor de gás e petróleo – e de convocar eleições antecipadas para o Congresso, que tem mandato até agosto de 2007.
“Se não tiver eleições gerais nós fechamos o Congresso”, ameaça Mamani.
Na avaliação do sociólogo Alvaro Garcia Linera, a Fejuve vai continuar exercendo sua influência e poder de mobilização em El Alto enquanto faltarem recursos básicos à cidade, mas ele não acredita que o grupo tenha no momento capacidade de organizar novas manifestações da dimensão desta última. “As pessoas estão cansadas. Mas a capacidade de organização continua e pode ser usada de novo no futuro”, afirma.
O professor Carlos Toranzo, do Instituto Latioamericano de Pesquisas Sociais, concorda o movimento vai continuar, mas com mesma força. Ele acha que todo o desgaste das últimas semanas teve um saldo positivo para os bolivianos, porque pode resultar nas eleições gerais e num novo Congresso. “Há uma pequena luz de esperança de que as coisas podem melhorar no futuro, com um novo Congresso”, diz ele.
Mas ele diz que as demandas do movimento são muito radicais e impossíveis de serem atendidas. “Lembra os movimentos do fim dos anos 60 e início dos 70, quando faziam reivindicações econômicas impossíveis de serem atendidas, porque na verdade tinham um objetivo político.”
Já Gonzalo Cháves, professor da Universidade Católica Boliviana, é mais pessimista e acha que o movimento vai prejudicar El Alto economicamente e comprometer seu futuro. “Todos esses problemas inviabilizaram a cidade. Os poucos investimentos que havia agora devem sair de lá”, afirma.
“A única maneira de resolver os problemas é com mais investimento, com mais emprego, com um Estado mais forte. E para isso são necessários recursos, que cada vez são mais escassos em El Alto.”
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que irá vetar qualquer lei que tente impedir um acordo para dar o controle de seis portos americanos a uma empresa árabe. | O aviso foi dado depois que o líder do Partido Republicano no Senado, Bill Frist, disse que iria defender a aprovação de uma lei impedindo o negócio caso o governo não adiasse a transação.
Pelo acordo, seis dos maiores portos americanos - Nova York, Nova Jersey, Filadélfia, Baltimore, Nova Orleans e Miami - ficariam sob controle da empresa Dubai Ports World, dos Emirados Árabes.
Alguns parlamentares dizem que os Estados Unidos ficarão mais vulneráveis ao terrorismo, mas o governo afirma que serão adotadas medidas de proteção.
Atualmente, os portos são administrados pela empresa britânica P&O, que aceitou a oferta de U$ 6,8 bi da DP World.
O presidente americano pediu que os críticos explicassem porque se opõem à administração de uma empresa árabe quando eles nunca se opuseram ao controle de uma empresa britânica.
"Eu estou tentando agir diplomaticamente ao dizer ao mundo 'Nós vamos tratá-los justamente'", afirmou.
Seqüestradores
O senador Frist disse que a transação "deveria ser adiada até que a administração conduzisse uma avaliação mais completa sobre o assunto".
Se o governo não fizesse isso, ele iria introduzir uma lei exigindo o adiamento.
Frist é o mais importante republicano e integrante do Senado a se opor ao acordo.
Mas a transação causou alarme tanto entre os republicanos como entre os democratas.
Os críticos temem um risco maior de atentados terroristas, lembrando que dois dos seqüestradores envolvidos nos ataques de 11 de setembro de 2001 eram dos Emirados Árabes.
"Essa empresa vem de um país que tem uma presença forte da Al-Qaeda", afirmou o democrata Charles Schumer em Nova York.
"Em um mundo pós-11/9 nós não podemos aprovar um contrato desse tipo sem que uma investigação completa seja feita antes", afirmou.
O governo afirma que houve uma checagem completa.
"Nada muda em relação à segurança por causa do contrato. A guarda costeira continua responsável pela segurança, não a empresa", afirmou o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld.
"Nós temos envolvimento com os Emirados Árabes regularmente. É um país que tem contribuído na guerra contra o terror", afirmou.
P&O e DP World dizem estar confiantes de que a transação será finalizada. A empresa árabe afirmou que a segurança é uma das prioridades da empresa.
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Em artigo publicado nesta quinta-feira no jornal The Guardian, o historiador britânico Timothy Garton Ash defende que o Brasil seja incluído no G8, o grupo que reúne sete dos países mais ricos do mundo e a Rússia. | Ele afirma que, “em um mundo ideal”, o G8 deveria reunir as “democracias com as maiores economias do mundo”.
Isso significaria a inclusão do Brasil e da Índia e a exclusão da Rússia do atual grupo, na opinião de Garton Ash, formando um G9.
“Com o tempo, na medida em que deixamos a fase final do século americano e começamos o século asiático, vai parecer cada vez mais absurdo que os grandes poderes dos outros continentes não tenham uma representação permanente neste fórum superior da política mundial,”, diz o historiador.
O “mensalão” e o Conselho de Segurança
Na Argentina, o La Nación afirma em editorial que a crise que atinge o governo do Brasil pode afetar a campanha do país por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.
“Quem aspira assumir a responsabilidade de ser um membro permanente desta instituição deve inspirar uma sensação de confiança e transparência que as suspeitas de corrupção instaladas no país vizinho podem aniquilar de imediato”, diz o texto.
Já o Clarín diz que as mudanças ministeriais feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva visam “ganhar tempo frente à crise que atinge seu governo”.
A inclusão do PMDB na coalizão governista é uma tentativa de acabar com a instabilidade “por meio de co-governo aberto”, segundo o jornal.
Já o francês Libération diz que o governo Lula enfrenta uma “tormenta” que “paralisa o país”.
Êxtase e agonia olímpicas
Os jornais britânicos não disfarçam o seu ufanismo nesta quinta-feira, após a designação de Londres para ser a sede da Olimpíada de 2012.
O The Daily Telegraph publica um editorial com o título “A Grã-Bretanha é uma vencedora no cenário global” e afirma até que o primeiro-ministro Tony Blair, por quem o diário conservador em geral não nutre nenhuma simpatia, “tem as qualidades de um grande estadista”.
O Daily Mail qualifica Londres de “uma cidade de heróis”, e o The Independente publica uma edição especial para celebrar “o dia de ouro da Grã-Bretanha”.
Vários textos ironizam a situação de Paris, que aparecia como favorita para ficar com os jogos, e o presidente francês Jacques Chirac, especulando que as gafes diplomáticas cometidas pelo líder francês na última semana podem ter ajudado os londrinos.
O Daily Mail, por exemplo, lembra que Chirac ofendeu os finlandeses ao dizer que só sua comida é pior que a britânica, e que a Finlândia tinha dois votos no Comitê Olímpico Internacional – justamente a diferença a favor de Londres sobre Paris.
Por sua vez, o francês Les Échos diz que a vitória londrina constitui “mais uma derrota” e “um duro golpe” para Jacques Chirac e abala as ambições do prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, de se candidatar a presidente.
Já na Espanha, o ABC reclama que a “traição” dos delegados do Egito e de Israel comprometeram as chances de Madri de ficar com a Olimpíada.
Segundo o jornal madrilenho, os dois delegados egípcios e o de Israel haviam prometido votar em Madri após a eliminação de Nova York, mas não o fizeram, impedindo que a capital espanhola eliminasse Paris na terceira rodada da votação.
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O governo mexicano expressou seu "firme rechaço" à lei que prevê a construção de um muro de cerca de 1,1 km na fronteira entre os Estados Unidos e o México, sancionada na quinta-feira pelo presidente americano, George W. Bush. | Em comunicado emitido pela Chancelaria, o governo mexicano afirmou que a medida "fere a relação bilateral em seu conjunto, é contrária ao espírito de cooperação que deve prevalecer para garantir a segurança na fronteira, e propicia um clima de tensão entre as comunidades fronteiriças".
A forte reação mexicana tomou a dianteira entre outras condenações ao projeto,acusado de ser uma medida eleitoreira para atrair votos no pleito de 7 de novembro que vai eleger governadores e renovar o Congresso.
Ao autorizar a construção do muro, o presidente Bush acrescentou que outras medidas serão tomadas para reduzir o fluxo de imigrantes ilegais entre o México e os Estados Unidos.
Câmeras operadas à distância, aviões não-tripulados e monitoramento via satélite darão a cara da fronteira entre os dos países "no século 21", ele afirmou, indicando que seu governo aumentará também os recursos humanos e materiais das autoridades de imigração.
"Somos uma nação de imigrantes. Mas também uma nação da lei", discursou Bush.
"Grave erro"
Em visita ao Canadá, o presidente mexicano, Felipe Calderón, considerou a construção do muro um "grave erro" por parte dos americanos.
"O muro não vai resolver nenhum problema. A humanidade cometeu um tremendo erro ao construir o muro de Berlim, e creio que hoje em dia os Estados Unidos estão cometendo um grave erro ao construir esta barreira na nossa fronteira comum", ele afirmou.
O recém-eleito líder mexicano – que viajará aos Estados Unidos no próximo dia 9 de novembro, como parte de um giro pelos países da América do Norte – disse que o projeto de US$ 6 bilhões (cerca de US$ 12,5 bilhões) terá um alto custo para os contribuintes americanos, que pagarão pela construção da barreira.
O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, afirmou entender as preocupações americanas com a segurança de sua fronteira, mas pediu "cautela contra medidas que possam resultar em barreiras desnecessárias, não apenas ao comércio, mas ao intercâmbio normal e regular do turismo e outras relações sociais entre nossos países".
Direitos Humanos
Expressando seu "fiel compromisso" com a proteção dos direitos humanos de seus cidadãos que vivem nos Estados Unidos, o governo mexicano disse que o muro "poderia aumentar os riscos à segurança física dos migrantes que transitam na região (da fronteira)".
Para os mexicanos, a questão "requer o estabelecimento de novos mecanismos que permitam uma migração legal, segura, ordenada, digna e respeitosa dos direitos humanos".
No ano passado, cerca de 400 mexicanos morreram tentando cruzar a fronteira para o norte.
Estima-se que cerca de 1,2 milhão de imigrantes ilegais tenham sido presos em 2005 tentando alcançar os Estados do Texas, Novo México, Arizona e Califórnia.
Cerca de 10 milhões de mexicanos vivem nos Estados Unidos, metade deles ilegalmente, segundo as projeções.
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Modelos que posam nus para artistas das universidades e escolas italianas deram início nesta semana a uma série de protestos
por melhores condições de trabalho. | Com a palavra de ordem “permanecer nus, mas não invisíveis”, os modelos, homens e mulheres, estão reivindicando salário mensal,
contrato anual e estabilidade no emprego, direitos restritos hoje a apenas 50 profissionais da categoria em todo o país.
"Lutamos pelo reconhecimento profissional, que hoje está sendo negado", disse à BBC Brasil Rossella Lamina, porta-voz da Federação
Nacional RdB-CUB, que representa os modelos. "Vamos seguir com novas e criativas formas de mobilização até que nossas reivindicações
sejam atendidas."
Segundo Rossella, a pauta com os pedidos da categoria será entregue ao ministro da Universidade e Pesquisa, Fabio Mussi, num
encontro que deverá ocorrer na próxima semana.
Ela diz que mais de 60 professores de arte de várias cidades italianas assinaram um documento apoiando o protesto dos modelos.
Free lances
Em Roma, a primeira manifestação foi realizada na quinta-feira em frente da Universidade La Sapienza. Modelos vindos de Florença,
Turim, Macerata, Salerno e Gênova protestaram fazendo poses inspiradas em estátuas e quadros famosos.
Durante séculos, os modelos artísticos foram considerados fundamentais para pintores e escultores na Itália.
Nos últimos anos, no entanto, eles ficaram fora de moda. De funcionários do Estado, a maioria se transformou em trabalhador
free lance.
Em muitos países, a função de modelo artístico é tratada como trabalho eventual para jovens estudantes, para quem precisa
de dinheiro, é desinibido e não tem vergonha em posar nu.
Mas, na Itália, eles exigem tratamento de profissionais, com direito de se aposentar fazendo a mesma coisa.
Frio e fuga
Os modelos artísticos italianos costumam viver de projetos, recebendo 25 euros por hora – em torno de R$ 64,75. Aqueles que
têm sorte conseguem salários de 900 euros mensais.
"Nosso trabalho não é reconhecido. Muitas vezes, posamos por oito horas diárias e somos tratados como material didático",
disse Antonella Migliorini, de 42 anos, que trabalha como modelo artística desde os 17.
"Desempenhamos uma profissão difícil e com longa tradição, que requer fantasia e grande resistência física. As universidades
e escolas de arte não dão o reconhecimento que merecemos. Se interessam por nós quando chegam as câmeras de TVs, mas nós não
somos estrelas de filmes pornográficos."
"Trabalhamos em salas de aulas enormes, gélidas e sujas", afirma. "Muitos fogem depois de meia hora de trabalho."
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Um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) conclui que ameaças políticas, e não econômicas, põem em risco o crescimento da economia global. | O estudo Global Growth @ Risk (Crescimento Global em Risco, em tradução livre) levantou a opinião de 30 especialistas entre empresários, acadêmicos e governo, para listar as incertezas que podem afetar o desempenho das economias internacionais nos próximos dez anos.
Entre os riscos apontados, preocupações econômicas como as chances de uma recessão nos Estados Unidos perderam destaque para as incertezas de ordem política.
O estudo do FEM enumerou como problemas políticos mais iminentes a distribuição de poder entre os Estados Unidos e emergentes, o desequilíbrio na relação comercial entre americanos e chineses, a necessidade de novas estratégias energéticas e o fortalecimento do nacionalismo.
O relatório também avaliou aspectos sociológicos e econômicos que podem desacelerar a economia mundial.
Encontro mundial
A divulgação do estudo ocorre às vésperas da abertura do "Encontro Inaugural dos Novos Campeões".
A partir de quinta-feira desta semana até sábado, líderes mundiais e empresários vão se reunir na cidade de Dalian, no nordeste da China, para discutir estratégias de crescimento e oportunidades para o que apelidaram de "novos campeões": empresas e indivíduos que se destacaram nos últimos anos por terem uma ascensão rápida em meio às turbulências da globalização.
Segundo o relatório, o mundo enfrenta o fim de uma ordem unipolar. E ainda que a liderança do Estados Unidos não tenha sido contestada por nenhuma outra potência, a "ascensão de China, Índia, Rússia e Brasil, numa escala menor, irá reformular a dinâmica de poder global".
Mas o ponto negativo para o crescimento econômico mundial desta competição entre emergentes e os Estados Unidos é a disputa por poder em áreas como a militar, que pode consumir recursos que deveriam ser empregados na produção e no comércio, principalmente em países como Rússia e China.
No caso da relação entre Washington e Pequim, há outro agravante, além da rivalidade geopolítica. O desequilíbrio na relação comercial entre os dois paises é notório e crônico, o que tem causado ações dentro e fora da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os chineses.
O déficit na balança americana está estimado em quase US$ 200 bilhões para este ano.
A falta de solução para este impasse entre Ocidente e Oriente pode atrasar o crescimento de ambos os lados do globo, indica o estudo.
Alem da já conhecida futura escassez de recursos como o petróleo, as escolhas erradas dos governos na hora de articular políticas energéticas também representam uma ameaça ao crescimento econômico mundial.
Entre os "pecados" cometidos nesta área, o relatório cita o que chama de decisões "não-econômicas", como a escolha por combustíveis "errados". Ou seja, energias que poluem ou não são eficientes na sua produção, como o "etanol feito de milho e carvão".
O fortalecimento dos sentimentos nacionalistas, que resulta em protecionismo é outro perigo que ronda o desenvolvimento global.
Fora a evidente ameaça do aumento de barreiras comerciais, as estatizações de setores estratégicos como energia são citadas como uma possível conseqüência do nacionalismo.
O dossiê menciona os casos recentes em que governos da Venezuela, Bolívia e Rússia encamparam operações de empresas na área de energia.
O relatório do FEM se limita a enumerar as impressões de especialistas, mas não sugere soluções.
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Passageiros do voo 253 da Northwest Airlines disseram que um homem aparentemente tentou detonar uma bomba dentro do avião. | Richele Keepman disse que ficou 'aterrorisada' durante o incidente
Richelle Keepman, visivelmente abalada, afirmou: "Eu fiquei aterrorizada."
"Acho que todos nós pensamos que não iríamos pousar, que não conseguiríamos sobreviver."
O incidente aconteceu quando o avião estava se aproximando do Aeroporto Metropolitano de Detroit, no Texas, na tarde de sexta-feira, proveniente de Amsterdã, na Holanda.
Keepman lembra-se bem do momento em que ficou claro que havia alguma coisa errada.
"Nós estávamos na parte de trás do avião e de repente ouvimos alguns gritos e alguns comissários de bordo correram para cima e para baixo no corredor", afirmou. "Eu acho que sabíamos (que havia um problema) naquela altura, quando vimos o medo nos olhos dos comissários de bordo e eles pegaram os extintores de incêndio."
Um homem, supostamente originário da Nigéria, foi detido nos Estados Unidos e, de acordo com uma fonte da polícia, disse que estava agindo em nome da rede extremista al-Qaeda.
Uma outra passageira que não quis se identificar, disse ter visto o comportamento dele durante o incidente. "Ele se levantou. Estava agressivo. Ele gritava, praguejava", disse ela.
"Ele estava gritando alguma coisa sobre o Afeganistão. Estava brigando com os comissários de bordo maravilhosos que tínhamos."
Elias Fawaz disse que houve "muito pânico" durante alguns minutos quando os passageiros perceberam que alguma coisa estranha estava acontecendo.
"O que nós ouvimos no começo foi um 'bang', que soava como se uma bola tivesse sido estourada. Um minuto depois uma mulher no fundo (do corredor) estava gritando 'O que você está fazendo?'"
"Aí nós olhamos para trás e havia uma luta. Acho que em umas cinco fileiras de poltronas para trás, à esquerda de onde eu estava sentado, vimos fumaça e fogo."
'Gritos e choro'
Parece que os outros passageiros e os comissários de bordo tentaram conter o suspeito, mas várias pessoas disseram que havia um determinado rapaz que se apressou em ajudar.
"Um cara agarrou-o pelo pescoço e arrastou-o para a (parte da) frente (do avião)", disse Zina Saiga.
"Ele tomou conta daquele suspeito", acrescentou Syed Jafry, que estava sentado três fileiras de assentos atrás do homem.
"Eu não me lembro de tê-lo visto reagir", disse Jafry. "Ele parecia estar atordoado ... estava meio surpreso."
"Eu acho que ele estava fazendo alguma coisa que não funcionou."
E, aparentemente, ele ficou ferido em meio à suposta tentativa.
Melinda Dennis disse: "A única coisa que eu posso dizer com certeza é que ele tinha uma queimadura grave. A perna inteira dele estava queimada."
"Precisaram de um extintor de incêndio e também de água para apagar o fogo. Quando o avião aterrissou tinha cheiro de fumaça."
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O medo de ataques terroristas tem piorado as condições para pessoas que buscam asilo em diversos países, segundo o alto comissário da ONU para refugiados, Antonio Guterres. | Em entrevista para marcar o Dia Mundial dos Refugiados, Guterres disse à BBC que algumas nações restringiram tanto a imigração que refugiados estão sendo excluídos.
"Há países nos quais, especialmente depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, há uma crescente preocupação com refugiados, e eu acho que é importante dizer e repetir que eles não são terroristas, eles são as primeiras vítimas do terror", disse Guterres.
"Em outros países, no entanto, estamos vendo uma abordagem extremamente generosa na proteção oferecida aos refugiados", afirmou o comissário. Ele citou a Suécia e a Holanda como exemplo de países "extremamente positivos" em relação aos refugiados iraquianos.
Aumento
Depois de permanecer cinco anos em queda, o número de refugiados no mundo voltou a aumentar no ano passado, principalmente devido à violência no Iraque e na Somália.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) estima que cerca de 44 milhões de pessoas em todo o mundo deixaram suas casas para fugir da violência ou de perseguições.
Enquanto muitas tiveram de abandonar seus países, outras foram obrigadas a se deslocar internamente.
Somente a guerra no Iraque foi responsável pelo deslocamento de mais de 4 milhões de pessoas, sendo que desse total, 2 milhões abandonaram o país.
"A comunidade internacional não está prestando atenção e não está oferecendo o apoio necessário", disse Guterres.
Apesar das estatísticas preocupantes, no entanto, a ONU acredita que há razõs para otimismo.
Milhões de refugiados voltaram para casa em países como Sudão, Afeganistão e República Democrática do Congo.
Guterres está no sul do Sudão, onde acompanha os desafios enfrentados pelos refugiados que estão retornando para suas casas depois de muitos anos de conflito.
Segundo o comissário, pessoas estão voltando para casa vindas de todos os países vizinhos e "demonstrando muita coragem e grande comprometimento para construir um novo país".
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O mercado de ações italiano caiu, nesta terça-feira, em meio à incerteza provocada pelo resultado das eleições parlamentares realizadas no domingo e na segunda-feira. | O índice S&P/MIB, da Bolsa de Milão, caiu 1,19% logo após a abertura dos negócios.
A coalizão liderada pelo ex-primeiro-ministro Romano Prodi está clamando vitória, mas partidários do atual premiê, Silvio Berlusconi, estão pedindo a recontagem dos votos.
Analistas acreditam que quanto menor for a diferença entre as cadeiras conquistadas pelos dois lados, mais difícil será para o novo governo promover reformas econômicas.
Expectativa
As ações tinham disparado na segunda-feira, quando pesquisas de boca-de-urna apontaram para uma vitória sólida de Prodi.
Os papéis da empresa de mídia de Berlusconi, a Mediaset, subiram 2,6% por causa de expectativas de que um governo liderado por Prodi não seria capaz de aprovar uma legislação que prejudicasse a companhia.
Mas a contagem final dos votos para a Câmara dos Deputados mostrou que a coalizão do ex-premiê obteve 49,8%, enquanto a aliança que apóia Berlusconi conseguiu 49,7%.
No Senado, uma projeção oficial dava ao bloco de Prodi uma ligeira maioria.
Os resultados tampouco contabilizam sete senadores vitalícios, a maioria deles com tendências a apoiar os partidos de centro-esquerda, como os que formam a aliança de Prodi.
Analistas temem que se repita a mesma situação ocorrida nas eleições federais da Alemanha, no ano passado, quando foram necessárias várias semanas para se formar o novo governo, prejudicando o melhor timing para se implantar reformas econômicas fundamentais.
"Temos uma situação de incerteza, e isso nunca é bom para o mercado", disse um operador de Milão. "isso não vai ajudar na aplicação de reformas."
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A ativista americana Rachel Dolezal, que se passou por negra durante vários anos e foi protagonista de um intenso debate sobre raça e identidade após ter revelada sua origem caucasiana, afirma que a ideia de raça é uma mentira e se classifica como "transracial". | Dolezal trabalhava em respeitada organização pelo avanço de pessoas de cor nos EUA
Em entrevista ao programa Newsnight, da BBC, ela disse acreditar que nunca mentiu sobre quem era e que houve falta de compreensão sobre suas colocações. Disse também que ainda é bastante hostilizada, tanto por negros como por brancos.
"A ideia de raça é uma mentira, então como você pode mentir sobre uma mentira? Não me sentia mentindo para ninguém, era uma representação real do que eu sou e no que acredito", disse ele.
Para Dolezal, nos Estados Unidos "há uma fronteira de cor, uma divisão - e você precisa escolher um lado".
"E eu fico do lado dos negros em todas as questões. Por isso, não me apresentar como negra parecia uma espécie de traição - não somente contra quem eu sou, mas contra a comunidade a que eu me afiliei".
Origem branca
Até 2015, Rachel, então com 37 anos, trabalhava em uma organização chamada Associação Nacional pelo Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e era conhecida como uma proeminente ativista em favor da igualdade racial e dos direitos dos negros americanos, além de lecionar estudos africanos em uma universidade.
Durante a vida, ela sempre se descreveu como afrodescendente. Mas seus pais biológicos revelaram em uma entrevista a uma televisão local da cidade de Spokane, no Estado de Washington, que ela teria origem alemã e tcheca, com uma pequena parte de traços de nativos americanos. Segundo sua mãe, Ruthanne Dolezal of Troy, a ativista começou a se "disfarçar" quando os pais adotaram quatro crianças negras, na década de 90.
Quando o caso veio à tona, os pais mostraram fotos de Dolezal na adolescência - loira e de olhos claros
A revelação teve grande repercussão na mídia. Ela foi acusada de ter mentido em currículos, de ter inventado sua ascendência afro-americana e obtido vantagens profissionais por causa disso. Dolezal responde dizendo que, mesmo sendo branca, sempre se sentiu fazendo parte da comunidade negra.
"Os maiores ataques vieram dos meus pais, dos policiais, da mídia e do establishment branco em geral", ela conta. "Mas as críticas que mais doeram foram as da comunidade negra, porque eu ainda sinto que ali é minha casa."
"Mesmo que eu seja rejeitada, que eles não acreditem que eu faça parte daquele grupo, é ali que eu pertenço, pelo menos é o que eu sinto. Se eu pudesse resolver um mal-entendido dessa história toda, seria (esse) com a comunidade negra".
Ela afirmou ainda que tem dificuldade de se recolocar profissionalmente no mercado por causa da repercussão do caso.
"Eu fui descreditada, fui chamada de uma mentira, uma fraude, uma impostora e as pessoas pararam de acreditar no meu trabalho. Não somente minha identidade, mas meu currículo e tudo o que fiz foi questionado. Eu fiquei estigmatizada. É um ambiente muito hostil."
Para muitos, Dolezal perdeu a confiança de quem ela dizia representar. Mas alguns de ressonância da comunidade negra americana ─ entre os quais a atriz Whoopi Goldberg e o ex-jogador de basquete Kareem Abdul-Jabbar, ambos negros ─ elogiaram Dolezal por sua militância em favor dos afro-americanos e defenderam sua decisão de se identificar como negra.
Ela ainda rebateu as críticas que recebeu de que teria se apropriado culturalmente da tradição negra.
"Eu definitivamente não me sentia em casa na família e no mundo branco, eu me sentia uma estrangeira - era desconfortável, estranho e também opressor, porque eu tinha que mascarar, subordinar ou reprimir partes de mim mesma para sobreviver socialmente", disse ela ao programa Newsnight.
Transracial
Para Dolezal, o seu caso não é muito diferente do de pessoas que optam por identidades de gênero diferentes de sua identidade biológica - como os transgêneros.
Ela foi confrontada por argumentos como "uma pessoa não pode escolher ser chinesa só porque é apaixonada pelo modo de vida e pela cultura dos chineses".
Rachel diz que é constantemente hostilizada e que não consegue emprego
Ela responde dizendo se considerar "transracial". "Eu acredito que a palavra transracial se tornou socialmente útil para se descrever a fluidez e a identidade racial. Eu acho a comparação útil - o gênero é compreendido, a discussão progrediu, evoluiu, as pessoas entenderam que gênero não é binário, não é nem mesmo biológico."
"A raça também não é um fator biológico - na verdade, a raça é ainda menos biológica do que o próprio gênero, se você pensar na história e nos nossos corpos. Temos sangue tipo A ou tipo O, não há nada como sangue branco ou negro e nenhuma parte do nosso corpo que designe isso", afirmou.
Nos Estados Unidos, apesar de sua pele clara e olhos azuis, ela pôde se identificar como negra porque muitos ainda seguem padrões dos tempos da segregação oficial. Segundo a "regra da uma gota", que vigorava na época, um único antepassado africano ─ não importa o quão distante ─ já bastava para que uma pessoa fosse considerada negra. A regra buscava criar uma rígida hierarquia racial, com barreiras legais e informais à ascensão dos negros na sociedade americana.
Rachel conta que na faculdade onde estudou, a Universidade de Howard, conhecida pelo quadro docente composto majoritariamente por negros, assim como onde lecionava, na Eastern Washington University, as pessoas acreditavam que ela era albina, ou mulata, ou tinha pele negra muito clara.
Dolezal acaba de lançar um livro sobre sua experiência, Full Color: Finding My Place in a Black and White World (Cor Total: Encontrando meu Lugar em um Mundo Preto e Branco, em tradução livre).
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A ONU afirma que o Irã admitiu ter tentado fabricar plutônio, um dos ingredientes usados na produção de bombas nucleares, até 1998, apesar de o país ter dito que os experimentos haviam sido encerrados em 1993. | A afirmação foi feita pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, num relatório preliminar.
Analistas dizem que a descoberta vai aumentar suspeitas de que o Irã está tentando desenvolver uma bomba nuclear – acusação que o país nega.
O favorito às eleições presidenciais no Irã – que ocorrem nesta sexta-feira - Hashemi Rafsanjani, disse à BBC que o seu país não forneceu informações sobre toda a sua atividade nuclear.
Uso pacífico
"É possível que, algumas vezes, o Irã não tenha relatado suas atividades", disse.
Ele também acusou a AIEA de negligenciar seus deveres de ajudar o Irã a fazer uso pacífico da tecnologia nuclear.
Rafsanjani, que já foi presidente do Irã, afirmou que seu país não vai abandonar seu programa nuclear.
Mas ele disse não haver risco de guerra contra os Estados Unidos, porque o Irã não está desenvolvendo uma bomba nuclear.
Ele disse que o presidente americano, George W. Bush, recentemente aceitou que o Irã continue a enriquecer uma quantidade limitada de urânio como parte de seu programa.
O relatório da AIEA, que deve ser divulgado nesta quinta-feira, afirma que o Irã adquiriu uma tecnologia que poderia ser usada para fazer armas nucleares mais cedo do que anteriormente divulgado.
"Isso é material nuclear e, mais uma vez, quando o Irã está acuado, a história muda", disse à agência de notícias Reuters um diplomata ocidental que faz parte da diretoria da AIEA.
O Irã está tentando pôr fim a dois anos de investigações feitas pela ONU em seu programa nuclear, que, segundo o país, tem apenas fins pacíficos.
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O Brasil na Copa do Mundo de 1962, no Chile, confirmou a sua supremacia no futebol mundial. O país repetiu o desempenho de 1958 e ganhou a segunda Copa consecutiva. | O capitão da seleção Mauro levanta a Jules Rimet no Chile
Ficou ainda mais clara a supremacia brasileira pelo fato de Pelé ter se contundido logo no segundo jogo, ficando de fora do restante do Mundial. Na ausência de Pelé, o ponta-direira Garrincha foi a estrela da Copa.
O técnico brasileiro, Aimoré Moreira, manteve a base do time de Vicente Feola, campeão em 58.
Depois de vencer o México por 2 a 0 na estréia, o Brasil pegou a boa seleção da Tchecoslováquia. Pelé sofreu uma distenção na virilha e se despediu do Mundial. O jogo terminou 0 a 0.
Garrincha
A Seleção se classificou para a segunda fase com Amarildo no lugar de Pelé. No confronto contra a Inglaterra, Garrincha armou, driblou, humilhou marcadores, foi à linha de fundo quantas vezes quis, fez um gol de cabeça e outro com um chute de curva no ângulo.
A Seleção venceu por 3 a 1 e disputaria com os chilenos, em Santiago, uma vaga na final.
Diante de quase 80 mil pessoas, Garrincha deu outro show e marcou duas vezes no primeiro tempo.
No segundo, Vavá fez os outros dois gols da vitória brasileira por 4 a 2 sobre o país-sede.
No fim do jogo, Garrincha decidiu revidar uma entrada do seu marcador e foi expulso pelo juiz peruano Arturo Yamasaki.
Os dirigentes brasileiros, contudo, conseguiram reverter a suspensão de Garrincha e escalá-lo para a final da Copa. Mais uma vez o país enfrentaria a Tchecoslováquia.
Como em 1958, o adversário brasileiro saiu na frente. Masopust fez 1 a 0 aos 14 minutos do primeiro tempo.
Coube a Garrincha atrair a atenção dos marcadores e assim abrir espaços para o ataque do Brasil. Amarildo, Zito e Vavá marcaram os gols que deram à Seleção a vitória por 3 a 1 e o bicampeonato mundial.
A Copa do Chile foi marcada pela truculência. Dois jogadores tiveram a perna quebrada durante o torneio. Houve seis expulsões e oito pênaltis.
Grupo 1
Uruguai 2 x 1 Colômbia União Soviética 2 x 0 Iugoslávia União soviética 4 x 4 Colômbia União Soviética 2 x 1 Uruguai Iugoslávia 5 x 0 Colômbia
Grupo 2
Chile 3 x 1 Suíça Alemanha Ocidental 0 x 0 Itália Chile 2 x 0 Itália Alemanha Ocidental 2 x 1 Suíça Alemanha Ocidental 2 x 0 Chile Itália 3 x 0 Suíça
Grupo 3
Brasil 2 x 0 México Tchecoeslováquia 1 x 0 Espanha Brasil 0 x 0 Tchecoslováquia Espanha 1 x 0 México Brasil 2 x 1 Espanha México 3 x 1 Tchecoslováquia
Grupo 4
Argentina 1 x 0 Bulgária Hungria 2 x 1 Inglaterra Inglaterra 3 x 1 Argentina Hungria 6 x 1 Bulgária Hungria 0 x 0 Argentina Inglaterra 0 x 0 Bulgária
Quartas-de-final
Chile 2 x 1 URSS Tchecoeslováquia 1 x 0 Hungria Iugoslávia 1 x 0 Alemanha Ocidental Brasil 3 x 1 Inglaterra
Semifinais
Brasil 4 x 2 Chile Tchecoslováquia 3 x 1 Iugoslávia
Disputa pelo terceiro lugar
Chile 1 x 0 Iugoslávia
Final
Brasil 3 x 1 Tchecoslováquia
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Uma mostra em Londres reúne imagens clássicas feitas pelo fotógrafo americano Lawrence Schiller dos ícones americanos da década de 60. | A atriz Marilyn Monroe no set de filmagens de 'Something's Got to Give'.
Entre as imagens presentes na exposição American Icons (Ícones Americanos) está uma série de fotos da atriz Marilyn Monroe.
Uma das mais famosas retrata a atriz na piscina de um hotel em 1962 no set de filmagem de Something's Got to Give. Marilyn morreu em agosto daquele ano e não finalizou o filme.
Hitchcock e Tippi Hedren durante as filmagens de 'Os Pássaros'
Schiller costumava dizer que fotografar Marilyn "foi apenas mais um trabalho" e que a atriz era sexy, e não bonita.
Além de fotógrafo, Schiller também atuou como diretor e produtor de cinema, lançou diversos livros. Como fotojornalista, trabalhou na revista Life e nos jornais London Times e Saturday Evening Post, entre outros.
A exposição em Londres traz ainda uma foto de Sophia Loren e do marido, Carlo Ponti, durante o jantar da cerimônia do Oscar, em 1962.
Sophia Loren e Carlo Ponti no jantar da cerimônia do Oscar em 1962.
Outra imagem icônica presente na mostra é do ator Buster Keaton nos estúdios MGM em 1965 - ano em que ele morreu, diagnosticado com câncer no pulmão.
Schiller, conhecido por estar "sempre no lugar certo, na hora certa", fotografou também o diretor de cinema Alfred Hitchcock e a atriz Tippi Hedren durante as filmagens do longa-metragem 'Os Pássaros'.
A mostra American Icons (Ídolos Americanos) fica em cartaz na galeria Asprey, em Londres, até 13 de fevereiro.
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É difícil realizar um casamento de baixo custo - muito menos um casamento real . Em meio à expectativa sobre o casamento do príncipe Harry, sexto na linha de sucessão ao trono britânico, com a atriz americana Meghan Markle, o custo do evento é um dos principais objetos de especulação. | Casamento de príncipe Harry com Meghan Markle pode custar até 32 milhões de libras (R$ 160 milhões)
*matéria atualizada dia 19 de maio, às 14h
Harry, 33, e Meghan, 36, que namoram há um ano e meio, se casaram neste sábado na capela de São Jorge, nas dependências do castelo de Windsor, a 40 km de Londres. A cerimônia foi restrita a 600 convidados - entre eles, monarcas de outros países europeus. Dali, partiram para uma festa restrita a 250 amigos e familiares.
Qualquer um que já tenha organizado um casamento sabe o grande número de detalhes - e custos - envolvidos, do bolo à decoração do salão, da comida ao DJ. Acrescente a isso convidados VIPs, segurança e toda a pompa necessária em uma união como a de Harry e Meghan e a conta pode chegar a muitos milhões.
Tradicionalmente, o custo total dos casamentos reais não é divulgado ao público. Contatado pela BBC, o Ministério do Interior britânico informou que revelar essa despesa poderia comprometer a segurança nacional.
Mas a imprensa britânica vem circulando a estimativa de 32 milhões de libras (cerca de R$ 160 milhões), calculada pela plataforma virtual de organização de casamentos Bridebook, com base no preço das flores, comida, entretenimento ─ e do vestido da noiva.
Segurança é a maior despesa do casamento
A maior despesa, contudo, seria com a segurança do evento (30 milhões de libras, segundo a Bridebook), a ser paga pelo contribuinte britânico. Estavam previstos desde snipers até policiais à paisana, passando por um sistema antidrones. Uma das preocupações é com a ameaça de terrorismo - maior do que no casamento de William com Kate Middleton.
Já o vestido custaria em torno de 300 mil libras e seria pago por Meghan, segundo a empresa.
A BBC contatou o dono da Bridebook, Hamish Shepard, e perguntou que metodologia foi usada para chegar à estimativa de 32 milhões de libras.
Ele disse que o orçamento foi baseado na suposição de que a família real pagaria por todos os custos a preços de mercado.
Mas, na falta de dados públicos, a estimativa não passa de uma adivinhação, embora embasada.
Evento pode injetar 500 milhões de libras na economia britânica
Por exemplo, não se sabe se os fornecedores poderiam oferecer descontos pelo privilégio de fornecer seus serviços para o casamento real, adicionando prestígio a suas marcas.
Mas, se a cifra estiver correta, seria um dos dez casamentos reais mais caros da história, praticamente igualando-se ao do irmão mais velho de Harry, William, que se casou com Kate Middleton na famosa Abadia de Westminster, em abril de 2011. As festividades custaram, à época, 34 milhões de libras.
Mesmo somados, os valores ainda ficam aquém dos do casamento dos pais dos atuais príncipes. As bodas de Diana e Charles, na Catedral de São Paulo em 1981, custaram cerca de US$ 48 milhões, em valores da época, cerca de 80 milhões de libras em valores atuais, corrigidos pela inflação.
Quem vai pagar a conta do casamento real?
Reza a tradição que o pai da noiva pague pelo casamento, mas o Palácio de Kensington, onde Harry vive atualmente e viverá com a futura mulher, divulgou um comunicado informando que bancará os custos do evento.
"Como ocorreu no casamento do Duque e a Duquesa de Cambridge (William e Kate), a Família Real vai pagar pelos aspectos centrais do casamento, como a cerimônia religiosa, a música associada, as flores, decorações e a posterior recepção", informou o comunicado.
Ainda assim, o custo da segurança para o casamento, realizado pela polícia local, vai ser bancado pelo contribuinte britânico.
De onde vem o dinheiro da família real?
São várias as fontes de renda da família real. Uma delas é o chamado Fundo Soberano, espécie de pagamento fixo do Tesouro Britânico à rainha que paga pelos salários dos funcionários da família, pelas viagens oficiais e pela manutenção dos palácios.
No ano fiscal de 2017/2018, esse valor vai totalizar cerca de 82,2 milhões de libras (R$ 410 milhões).
O Fundo Soberano é composto por uma porcentagem fixa dos lucros do patrimônio da Coroa - gerenciados pelo Crown Estate - que anunciou um lucro de 328 milhões de libras (R$ 1,4 bilhão) em 2016/2017, um aumento de 24 milhões de libras (R$ 101 milhões) em relação ao ano fiscal anterior.
Spice Girls devem se apresentar na festa de casamento de Harry e Meghan
O Crown Estate foi criado em 1760, quando o rei George 3º chegou a um acordo com o governo estabelecendo que o lucro desse patrimônio iria para o Tesouro e, em troca, o monarca receberia um pagamento anual - o Fundo Soberano.
O Estate é uma entidade patrimonial independente que administra um dos maiores portfólios de propriedades e concessões do país, que inclui residências, escritórios, lojas, empresas e centros comerciais. A monarquia é dona de terras na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
A rainha ou rei em exercício recebe, do Tesouro, 15% dos lucros anuais do Crown Estate para pagar os custos com sua equipe, manutenção de propriedades, viagens e compromissos oficiais.
O governo já havia anunciado, no entanto, que entre 2017 e 2027 esse percentual aumentará para 25%, para ajudar a pagar uma reforma de 369 milhões de libras no Palácio de Buckingham, residência oficial do soberano.
Tecnicamente, o patrimônio da Coroa pertence ao monarca durante a duração de seu reinado, mas, na prática, não pode ser vendido por ele ou ela.
Privy Purse, o rendimento privado da rainha
A Rainha Elizabeth 2ª também tem seu rendimento privado, chamado Privy Purse, para custear os gastos gerados por outros membros da realeza.
Os dividendos vêm, em sua maioria, do Ducado de Lancaster, um portfólio de terras, propriedades e bens da rainha que é administrado de forma separada do patrimônio da Coroa e transmitido por gerações desde quando o país ainda era um regime feudal.
Anualmente, são cerca de 17 milhões de libras.
Este portfólio consiste de 18.454 hectares de terras na Inglaterra e no País de Gales, além de propriedades comerciais, agrícolas e residenciais.
Apesar de ser classificado como um patrimônio privado da rainha, não pode ser vendido por ela.
Assim como o patrimônio da Coroa, os lucros do Ducado de Lancaster vão para o Tesouro, que então financia parte das despesas da rainha não cobertas pelo Fundo Soberano.
A Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, será local do casamento
O chanceler do Ducado de Lancaster é quem administra as propriedades e aluguéis deste ducado.
De forma semelhante, a receita do Ducado da Cornualha financia os gastos privados e oficiais do príncipe de Gales (Charles) e da duquesa da Cornualha (Camilla).
Ambos são isentos do pagamento de taxas para o governo porque são entidades da Coroa.
De acordo com o Sunday Times, a rainha tem ainda um portfólio de investimentos que consiste em sua maior parte de ações de empresas britânicas consideradas mais confiáveis, avaliado em 110 milhões de libras.
Seus bens ainda incluem uma coleção de selos, joias, carros, cavalos, o legado da rainha-mãe. Tudo isso contribui para sua fortuna pessoal.
Separadamente, ainda há a coleção real, que inclui joias da Coroa, obras de arte, móveis antigos, fotografias históricas e livros, num total de mais de 1 milhão de objetos avaliados em 10 bilhões de libras.
Mas essa coleção não pode ser contabilizada na fortuna da monarca porque é administrada em nome de seus sucessores e do país.
Já os gastos com segurança devem ser pagos pelos contribuintes, assim como aconteceu no casamento de William e Kate.
Apesar de todos esses gastos, especialistas acreditam que o casamento de Harry e Meghan possa injetar até 500 milhões de libras na economia britânica.
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O presidente George W. Bush pediu nesta quarta-feira a renovação do Trade Promotion Authority, conhecido como fast track, o mecanismo que dá ao Executivo a autoridade fechar tratados comerciais internacionais sem que o Congresso possa fazer emendas. | "Presidente de ambos os partidos (Republicano e Democrata) consideram esta autorização essencial para levar adiante acordos comerciais'', afirmou Bush, em referência ao fast track, cujo prazo vence no dia 1º de julho deste ano.
O líder americano, que discursou em Nova York, fez referência às resistências dos democratas, que controlam a Câmara e o Senado, em renovar o fast track.
''Sei que haverá um acirrado debate a respeito de comércio, e criticar acordos comerciais gera boas manchetes para o noticiário'', disse Bush, que acrescentou que ''criar um muro em volta do comércio americano seria desastroso” para a economia americana.
Ressalvas democratas
Alguns dos principais líderes democratas dizem estar dispostos a estender o fast track, desde que o mecanismo contenha dispositivos que protejam empregos de trabalhadores americanos, garantam que empregos não serão transferidos de uma cidade para outra ou mesmo para outros países e ofereçam ainda garantias de preservação ao meio ambiente.
O veterano deputado democrata Charles Rangel, que preside a Comissão do Congresso responsável pela área comercial, disse que o fast track é uma ''ferramenta importante'', mas acrescentou ser preciso ''algumas garantias'' antes de estender o mecanismo.
De acordo com Rangel, ''o Congresso deve ser um parceiro ativo em negociações comerciais, para assegurar que estejamos criando acordos que sejam do interesse do povo americano e leis que nossos parceiros comerciais tenham de obedecer''.
O deputado afirmou que os Estados Unidos precisam ''preservar a melhor mão-de-obra do mundo de modo a poder competir no mercado global''.
Para manter esse padrão, ele argumentou ser necessário oferecer capacitação profissional e benefícios para que os trabalhadores americanos mantenham seus empregos e, quando necessário, oferecer meios para que eles possam migrar para novos empregos.
Doha
Bush falou ainda sobre a Rodada de Doha de negociações sobre o livre comércio mundial.
O presidente disse que está ''comprometido'' com o sucesso da Rodada de Doha e que vai ''trabalhar duro'' para que isso aconteça.
Muitos analistas acreditam que a renovação do fast track poderá ajudar as negociações, que chegaram a um impasse em julho do ano passado, após Estados Unidos, Brasil e União Européia não terem conseguido chegar a um acordo relativo a subsídios agrícolas.
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O ator Marlon Brando foi cremado na última segunda-feira, em uma cerimônia secreta que contou apenas com a presença de sua família. | O funeral foi cercado da extrema discrição que marcou os últimos anos da vida do astro. De acordo com David Seeley, advogado do ator, não há planos de construir um memorial para Brando.
O recluso ator morreu de falência pulmonar na última quinta-feira em um hospital de Los Angeles.
Havia rumores de que Brando teria pedido que Jack Nicholson, ator que era seu amigo e vizinho, discursasse no funeral. Outro rumor é que o ator queria que suas cinzas fossem lançadas em um atol no Taiti que ele comprou em 1966.
Mas Sweeney disse desconhecer qualquer uma destas informações e descartou também que Brando tenha deixado gravadas instruções sobre como gostaria que a cerimônia fosse conduzida.
Memória
De acordo com Sweeney, a família de Brando está guardando apenas para as pesoas próximas quaisquer planos ligados à preservação da memória do ator de O Poderoso Chefão.
A irmã mais velha do astro, a também atriz Jocelyn Brando, havia dito antes do funeral que não haveria qualquer espécie de cerimônia para marcar sua morte.
"Se alguém quiser fazer alguma coisa, que faça por conta própria. Mas Marlon teria detestado isso. E nós não queremos fazer qualquer coisa que ele não desejasse", afirmou Jocelyn.
Brando não estava casado e teve nove filhos - incluindo dois que ele adotou e a falecida Cheyenne, que cometeu suicídio em 1995.
Currículo
O ator recebeu oito indicações ao Oscar, todas de melhor ator à exceção da de ator coadjuvante que recebeu pelo filme Assassinato sob Custódia, em 1990.
Seus dois Oscars de melhor ator foram recebidos por Sindicato de Ladrões (1954) e por O Poderoso Chefão (1972).
As outras indicações foram por O Último Tango em Paris (1973), Saynora (1957), Júlio César (1953), Viva Zapata! (1952) e Uma Rua Chamada Pecado (1951).
Brando também dirigiu e protagonizou um longa metragem, o western A Face Oculta, de 1961.
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O mercado de ações em Wall Street fechou em alta em resposta à reeleição de George W. Bush como presidente dos Estados Unidos. | O índice Dow Jones fechou mais de 1% mais alto, em 10.137 pontos, enquanto o Nasdaq teve uma elevação de 0,9%, chegando a 2.004 pontos.
Muitos investidores acreditam que as políticas de Bush são mais favoráveis para os negócios do que aquelas de seu oponente democrata, John Kerry.
A alta no preço das ações também reflete um alívio pelo fato de um vencedor ter sido conhecido logo.
Batalha legal
Os investidores estavam preocupados com a possibilidade de a eleição ter um resultado inconclusivo, abrindo caminho para a batalha legal que marcou a eleição de 2000.
O Dow Jones perdeu 5% de seu valor nas três semanas seguintes àquela eleição, quando não se sabia quem ocuparia a Casa Branca.
"O alívio para o mercado pode ter ocorrido porque já tivemos uma decisão e agora podemos seguir em frente", disse Tim Ghriskey, investidor-chefe da Solaris Asset Management.
Alguns analistas prevêem que o salto nos preços das ações não vai durar muito, dizendo que os investidores vão rapidamente se concentrar de novo na saúde da economia americana.
"Eu diria que a reação do mercado de ações é um evento de um dia", disse Ken Mayland, da Clearview Economics.
O desempenho recente da economia americana tem emitido sinais controversos, com um crescimento sólido ensombreado por números baixos de criação de empregos e crescente preocupação com um déficit de orçamento recorde.
Também nesta quarta-feira, o dólar caiu um pouco diante do euro e subiu em relação ao yen, enquanto o preço do petróleo em Nova York fechou em alta de US$ 1,26, chegando a US$ 50,88 o barril.
O preço das ações em Londres, Frankfurt e Paris também fecharam em alta.
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Cientistas disseram ter desenvolvido um método para ajudar pacientes a se recuperarem de cirurgias de transplantes de órgãos utilizando monóxido de carbono (CO). | Embora o gás seja letal se administrado em volumes elevados, pode ajudar a dilatar vasos sanguíneos e diminuir inflamações se aplicado em doses menores, disseram os pesquisadores da Universidade de Sheffield.
O tratamento, que utilizaria CO por meio de moléculas capazes de transportar o gás, poderia começar a ser aplicado em 2010.
Segundo os pesquisadores, o método poderia ter outras aplicações, entre elas o tratamento de doenças inflamatórias, como artrite reumatóide e hipertensão pulmonar.
Injeção
Inalar o monóxido de carbono de maneira convencional traria um risco elevado para pacientes e médicos expostos ao gás.
O tratamento eliminaria este risco, disse o professor Brian Mann, co-autor das pesquisas junto com o colega Roberto Motterlini no Instituto de Pesquisas Médicas Northwick Park.
O sistema consiste em injetar no organismo ou tomar moléculas solúveis em água que liberam CO (CORM, pela sigla em inglês).
O professor Mann disse que as moléculas "se dissolvem na água e podem ser produzidas de forma líquida". Isso, diz ele, permite que elas se incorporem rapidamente à corrente sanguínea. Outra maneira é administrá-las por injeções.
"É uma forma muito mais segura de administrar monóxido de carbono", disse o professor.
Segundo Mann as moléculas podem ser "programadas" para se concentrar em um lugar específico do corpo. No caso de pacientes recuperando-se de transplantes, o órgão doado poderia ser tratado para minimizar o risco de rejeição.
O cientista Ian Fairlamb, da Universidade de York, disse que já há outros cientistas pesquisando novas técnicas para produzir CORMs a partir do trabalho pioneiro de Motterlini.
"A princípio, pode parecer surpreendente que o CO seja benéfico, porque é um gás tóxico", explicou.
"Mas pequenas doses de CO podem provocar uma ampla gama de efeitos biológicos que podem ser usados em muitas aplicações terapêuticas."
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A ONU acusou Israel de ignorar alertas e atacar uma escola que abrigava cerca de 3 mil palestinos refugiados nesta quarta-feira. | Criança ferida em bombardeio à escola com refugiados recebe tratamento
O porta-voz da agência da ONU para assistência aos refugiados (UNRWA, na sigla em inglês), Chris Gunness, disse que o ataque, que deixou pelo menos 15 mortos, foi uma "vergonha universal".
Segundo ele, Israel foi informado 17 vezes que a escola abrigava civis refugiados - a última delas, horas antes do ataque.
À BBC, outro porta-voz da agência, Bob Turner, disse acreditar "com confiança" que o incidente foi causado por artilharia israelense.
As Forças Israelenses disseram que estão investigando o incidente e afirmaram que os soldados retribuíram os ataques de militantes que lançaram foguetes "das proximidades da escola".
A escola Abu Hussein, administrada pela ONU, fica no campo de refugiados de Jabaliya. Segundo Bob Turner, a escola foi atingida diversas vezes sem aviso prévio.
Ele apontou que a ONU havia deixado clara a localização da escola - em tese, uma área protegida dos ataques. Testemunhas afirmaram que os disparos destruíram paredes do edifício.
Um repórter da agência de notícias Associated Press disse que havia uma grande buraco redondo no teto de uma sala de aula e outro em um dos banheiros. Em outra sala de aula, o ataque destruiu a parede da frente, disse a AP.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qidra, acusou Israel de atacar a escola e deu um número de mortos bem maior que o relatado.
Israel enviou tropas terrestres após 10 dias de ações aéreas para parar ataques com foguetes e por túneis
Homem verifica estragos em escola atingida
Palestinos choram morte de parentes em ataque a campo de refugiados
Confronto mais longo
Pelo menos 1,2 mil palestinos e 55 israelenses foram mortos desde que Israel deu início à ofensiva, em 8 de julho. A maior parte dos mortos palestinos é formada por civis.
Dois civis e 53 soldados israelenses foram mortos. Um operário tailandês também morreu em Israel.
Os ataques israelenses contra Gaza já estão na terceira semana - o mais longo confronto com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Em 2012, uma ofensiva durou oito dias e, em 2008, o conflito durou 22 dias.
Israel afirma que a ofensiva é uma resposta a um aumento no lançamento de foguetes do território. O Hamas diz que não vai parar de lutar até que o bloqueio à região, iniciado em 2007 por Israel e Egito, seja levantado.
Israel tem acusado insistentemente o Hamas de usar escolas e áreas civis como bases para lançamento de foguetes.
Uma escola controlada pela ONU foi atingida na semana passada. Segundo os palestinos, 15 pessoas morreram no ataque. Mas o Exército de Israel descartou responsabilidade e disse que uma única bomba havia se desviado e caído em um pátio vazio. Segundo Israel, as forças israelenses haviam ficado sob o fogo dos militantes que usavam mísseis anti-tanques nas proximidades da escola.
Na terça-feira, a ONU revelou que um estoque de foguetes foi encontrado em uma escola em Gaza - o caso foi o terceiro do tipo.
Mas a organização se nega a dar a localização da escola ou dizer quem é responsável pelas armas, protestando contra o que chamou de "violação" de suas "premissas".
Bombardeios pesados
Israel aumentou a intensidade de seus ataques na terça-feira e durante a noite de quarta-feira, dizendo que havia atingido diversos túneis escavados pelos integrantes do Hamas para atacar Israel. Militares israelenses disseram que foguetes continuam a ser disparados de Gaza.
Oficiais palestinos disseram que o porto de Gaza foi destruído na terça-feira, assim como a sua única usina de eletricidade.
Uma pesquisa de opinião feita pela Universidade de Israel entre os dias 14 e 23 de julho mostrou que, entre os judeus israelenses, 97% apoiam a operação militar em Gaza e 55% se dizem favoráveis a negociações de paz.
As facções palestinas Hamas, Fatah e a Jihad islâmica devem se encontram no Cairo para discutir um cessar-fogo.
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A primeira reação de Marcos Ramos ao se deparar com o cadáver de um de seus cães em sua casa em Araras, distrito de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, foi imaginar que o animal morrera em uma briga com outros que ele cria em seu sítio. | Onça-parda fotografada em rua de Petrópolis, em 2014; avanço urbano deverá tornar avistamentos mais comuns
No entanto, ao examinar a carcaça mais de perto, o engenheiro teve um sobressalto.
"O bicho tinha sido dilacerado. Não era algo que um dos cachorros que tenho poderia ter feito", conta o engenheiro.
O episódio ocorreu no final de 2016. Um veterinário analisou as feridas e disse acreditar que pudesse ter sido um ataque de felino de grande porte. No caso da região serrana do Rio, só poderia ser uma onça-parda.
Dias mais tarde, ao ouvir os cães latindo na madrugada, Ramos foi ao quintal e flagrou uma onça a poucos metros de distância. O felino fugiu para o mato depois de o engenheiro gritar e fazer barulho, além de atirar uma escada e tijolos ao chão.
O sítio de Ramos fica em uma parte relativamente urbanizada de Araras, e nas proximidades de uma reserva biológica. Ele continua alimentando os cachorros à noite, mas já não caminha pelo sítio sem ao menos dois ou três animais.
"Eu não a vi mais depois, mas estou totalmente ressabiado desde o encontro. Isso porque a onça agiu calmamente, até na hora de ir embora."
Mais perto
É um encontro ainda raro, mas que tende a se tornar corriqueiro. Biólogos e ambientalistas alertam que as distâncias separando mata e ocupações humanas na região têm diminuído e poderão tornar os avistamentos de onças mais comuns, a exemplo do que ocorre em outros pontos do país e do mundo.
Atropelamentos também causam a morte de muitas onças-pardas no Brasil
"A onça-parda é o que chamamos de bicho vagabundo. Pode resistir mais a alterações em seu habitat do que outros bichos, como a onça-pintada. Ela foi muito caçada, mas mostra uma capacidade de ressurgimento impressionante. E vai se atrevendo se recebe espaço. Nos subúrbios de Los Angeles, por exemplo, onças-pardas, que nos EUA são chamadas de pumas, já foram vistas revirando latas de lixo e atacando animais domésticos", explica o paraense Carlos Peres, professor de Ciências Ambientais da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.
Perigoso? Sim. Mas muito mais para os animais, segundo os especialistas.
Parte da lista de espécies ameaçadas, a onça-parda (Puma concolor), também conhecida no Brasil como suçuarana, habita praticamente todo o território nacional. Adapta-se até a ambientes mais impactados pela ação humana, como plantações - canaviais, pela presença de ratos, são áreas atraentes.
Mas o felino tem medo do homem, e os casos de ataques a humanos são raros. As pardas têm porte menor do que a temida onça-pintada, essa, sim, robusta o suficiente para "encarar" humanos - a pintada pode medir até 2,10 m de comprimento e pesa 150 kg, quase duas vezes maior que a parda.
Nos EUA, a onça-parda é conhecida como puma ou leão da montanha, e já foi vista revirando latas de lixo em Los Angeles
"Em 14 anos de profissão, eu nunca fui informada de ataques de suçuarana a humanos. Elas não têm porte para atacar adultos, a não ser que se sintam acuadas. Alimentam-se de animais como cotias e pacas. Na verdade, as onças-pardas é que correm o maior perigo nesses encontros", explica Cecília Cronemberger, bióloga e analista ambiental do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis (RJ).
Especialistas estimam que a população de onças-pardas no Brasil gire em torno de 30 mil a 40 mil indivíduos. É difícil dizer com precisão porque, além da dificuldade em rastrear espécies, as suçuaranas não apresentam diferenças marcantes entre si, ao contrário das onças-pintadas, cujo padrão de manchas é único individualmente.
Outra dificuldade é que suçuaranas têm atividades noturnas e circulando por áreas extensas - seu território pode chegar aos 200 km².
Isolamento
Apesar de os números ainda não conferirem à parda o status de animal perigosamente ameaçado de extinção, especialistas se preocupam com outro efeito da redução de território das onças - o isolamento de grupos populacionais.
A longo prazo, isso reduz a troca de material genético entre as populações e afeta a capacidade da espécie de se reproduzir, algo complicado diante do fato de que as onças-pardas têm reposição de indivíduos lenta.
Onça-parda fotografada por armadilha fotográfica na Serra dos Órgãos
Um estudo publicado em 2013 pelo Instituto Chico Mendes, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, lista uma série de ameaças para as onças-pardas, como expansão agropecuária e atropelamentos.
Mas a lista inclui uma causa mortis que vem à mente de ambientalistas todas as vezes em que há notificação de um avistamento - a retaliação humana.
"É comum ouvirmos falar de uma onça-parda sendo avistada e depois nunca mais dando sinal de vida. Isso é sempre um mau sinal, especialmente em áreas rurais, pois o animal pode ter sido morto depois de ataques a rebanhos, apesar de ser crime ambiental. Também enfrentamos o problema da caça ilegal", diz Cronemberger.
As estatísticas mostram uma disparidade nos ataques: nos EUA, por exemplo, houve menos de cem ataques desses felinos a humanos desde 1890, e não mais que 20 mortes. Apenas em um Estado americano, o Colorado, estima-se que 467 onças sejam mortas anualmente.
À vontade
Peter Crawshaw, um dos mais conceituados especialistas em felinos no Brasil, afirma que o principal problema é a redução da disponibilidade de alimento, que vem junto com a perda de terreno.
"As onças estão se habituando a viver mais próximas às pessoas, o que é a resposta de um animal inteligente à perda ou alteração do seu habitat para poder sobreviver."
Isso ajuda a explicar por que o fotógrafo Antônio Carlos Barros se deparou com uma suçuarana no meio da rua em Petrópolis, em 2014. A câmera que ele levara para fotografar a caminhada acabou registrando um flagrante - tremido, por razões compreensíveis - de um felino caminhando pelo piso de paralelepípedos.
"O que mais me chamou a atenção é que a onça estava totalmente à vontade. Parecia despreocupada. Ela caminhou em minha direção e eu entrei no carro para fotografá-la. Na época, disseram que queimadas e obras de construção de uma nova estrada explicavam a aparição. Espero que ela não tenha sido morta", diz Barros.
O Puma concolor é o mamífero terrestre com a maior distribuição geográfica no Oriente e habita tanto climas tropicais como subárticos
Existem conselhos para situações deste tipo. Cecília Cronemberger, do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, diz que a principal dica é levantar os braços e dar a impressão de maior altura ao animal, além de gritar e atirar objetos - não se deve correr ou fingir de morto.
"Quem tem animais em áreas urbanas deve ainda deixá-los protegidos, porque a onça-parda é oportunista e busca alimentos mais perto do ser humano se houcer necessidade. Mas é preciso termos consciência de que nós, humanos, é que estamos cada vez mais invadindo o espaço do animal. A região serrana cresceu tanto que hoje é quase parte da região metropolitana do Rio."
Avistamentos de suçuaranas também trazem certo alívio a biólogos. A presença dos animais indica que encontraram boas condições ambientais, em especial abrigo e alimento. É como uma espécie de atestado de equilíbrio do ecossistema local.
A onça-parda tem um papel importante na cadeia alimentar, pois controla espécies que estão abaixo dela. E que também podem causar transtornos se a população crescer muito.
"Nos EUA, há estudos mostrando que o impacto ambiental em áreas onde o Puma concolor teve presença reduzida foi visto até em aspectos como erosão de terrerno e assoareamento de rios", explica Carlos Peres.
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No Brasil desde 2013, os judocas congoleses Yolande Bukasa e Popole Misenga fizeram parte da equipe de atletas refugiados que competiram sob a bandeira do Comitê Olímpico Internacional nos Jogos do Rio 2016. | Os judocas do Congo presos em jaulas após derrotas que sonham com ouro no Rio
No entanto, mais do que brigar por medalhas (que eles acabaram não conseguindo levar), Yolande e Popole esperavam aparecer na TV durante a competição e, assim, serem vistos por suas famílias, de quem estão distantes há quase 20 anos.
"Não sei se estão vivos", diz Yolande, que vive de favor na Cidade Alta, favela na Zona Norte do Rio.
"Em uma competição no Brasil, todas as pessoas na África vão querer ver, vão assistir na televisão", emenda Popole, que mora com a esposa brasileira e filho em um quarto e sala na favela Cinco Bocas, em Brás de Pina.
Os congoleses vieram ao Brasil disputar uma competição internacional três anos atrás. Mas contam que o chefe da delegação congolesa os deixou no hotel sem dinheiro nem passaportes.
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"Não aguentei de fome. Fugi", lembra Yolande.
Acabaram ficando por aqui. Mas ela e Popole reviveram no Brasil algo que haviam experimentado em seu país natal: abandono, maus-tratos e fome.
No país há três anos, Popole Misenga vive com o filho na favela Cinco Bocas
Yolande Bukasa ainda mora de favor na casa de outras pessoas na Zona Norte do Rio
"Passei fome tantas vezes que me acostumei", diz Yolande.
Quando crianças - ela aos dez anos de idade, ele, aos sete -, os dois deixaram suas casas sem olhar para trás. Moradores da região do Bukavu, área fronteiriça com Ruanda, eles sobreviveram à sanguinária guerra civil congolesa, que dexou cerca de 6 milhões de mortos e mais de 500 mil refugiados.
"Eu, criança pequena, voltei da escola e saí na rua pra brincar. E nunca mais voltei pra casa", lembra Yolande, que não teve, desde então, notícias de sua família.
Popole fugiu para a floresta. "Comia frutas". Acabou resgatado e levado a um centro para crianças refugiadas, na capital Kinshasa. Ali, conheceu Yolande, quando ambos começaram a praticar judô.
Campeões em seu país, começaram a viajar com a seleção nacional.
Popole já foi campeão africano de judô e espera conseguir uma medalha nos Jogos
Quando perdia, Yolande era punida ficando presa em uma jaula por dias
"Quando vencíamos, ganhávamos algum dinheiro. Quando perdíamos, nos colocavam numa jaula", relembra Yolande.
Já no Rio, ao deixarem o hotel, foram ajudados por angolanos e congoleses que os levaram para a região de Brás de Pina.
Popole logo foi apelidado pelos vizinhos de Cinco Bocas de Popó. Conheceu a brasileira Fabiana e teve um filho. Yolande ainda luta para conseguir um lugar para morar.
A ajuda mais concreta que receberam foi do Instituto Reação, do ex-judoca e medalhista Flávio Canto.
"Além de treinamento, nós temos uma equipe multidisciplinar, com nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e preparador físico. Eles têm uma cesta básica e um kimono", lista o treinador Geraldo Bernardes, quatro vezes à frente da equipe olímpica brasileira e responsável pelas atividades no Reação.
O sensei Geraldo Bernardes treina a dupla no Instituto Reação
Geraldo reconhece que as chances de medalha dos dois atletas não são grandes, mas se diz confiante.
Popole derrotou Avtar Singh, da Índia, em sua primeira luta nos Jogos Olímpicos
"Técnico que é técnico tem que acreditar nas coisas improváveis."
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O ar que há dentro das igrejas poderia fazer mais mal à saúde que aquele à beira de uma rua movimentada, segundo uma nova pesquisa. | Cientistas holandeses afirmaram que o ar nas igrejas tem mais hidrocarbonetos policíclicos, que podem causar câncer, que o ar respirado em ruas em que passam 45 mil carros por dia.
O nível de pequenas partículas poluentes sólidas (PM10) nas igrejas estudadas é 20 vezes maior que o permitido pelas regulamentações européias.
O estudo, feito por uma equipe da Universidade de Maastricht, na Holanda, foi publicado pelo European Respiratory Journal.
Riscos no Natal
Os pesquisadores acrescentam que o mês de dezembro, quando as igrejas acendem velas para o Natal, poderia trazer ainda mais riscos aos pulmões.
Acredita-se agora que a saúde respiratória é colocada em risco diante da chamada "poluição interior" dentro de casa, no trabalho e em outros espaços fechados.
A equipe holandesa decidiu verificar a qualidade do ar nas igrejas, já que elas são muito pouco ventiladas e têm velas e incensos queimando durante todo o dia.
Eles analisaram a concentração de partículas no ar de uma pequena capela e de uma grande basílica em Maastricht, após deixarem queimar as velas por bastante tempo e simularem um serviço religioso com o uso de incenso.
Os cientistas observaram que, após deixar as velas acesas por nove horas, o ar da igreja continha níveis de concentração de partículas PM10 de 600 a 1000 microgramas por metro cúbico – mais de quatro vezes o nível aferido antes da missa matinal.
Isso significa 12 a 20 vezes a média de concentração permitida pelos padrões europeus para um período de 24 horas.
Radicais livres
O estudo também identificou no ar vários tipos de radicais livres, inclusive alguns que não haviam sido documentados antes.
Os radicais livres são moléculas altamente reativas que fazem mal ao tecido do pulmão e podem provocar ou piorar reações inflamatórias e doenças respiratórias como asma ou bronquite.
Os pesquisadores afirmam que os padres e pessoas que trabalham dentro de igrejas por longos períodos enfrentam riscos maiores que os fiéis que freqüentam as igrejas.
Assim mesmo, pessoas devotas que passam muitas horas por dia no local também poderiam ser afetadas.
Um porta-voz da Igreja Anglicana afirmou que, durante cerimônias em que são queimadas velas ou incenso, as portas das igrejas costumam ser deixadas abertas, com pessoas entrando e saindo do local.
Ele acrescentou, porém: "Este estudo certamente precisa de mais investigação, e continuaremos atentos".
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O consumo de meio litro de suco de beterraba por dia pode ajudar a baixar a pressão sanguínea significativamente, segundo
uma pesquisa britânica publicada na revista online especializada Hypertension. | Aparentemente, a substância chave parece ser o nitrato, também encontrado em vegetais verde-escuros e folhosos.
Os pesquisadores concluíram que, em voluntários saudáveis, a pressão arterial diminuiu uma hora depois de consumido o suco,
mas o efeito era ainda mais forte depois de três a quatro horas, e continuava a ser sentido até 24 horas depois de tomada
a bebida.
O estudo conjunto da Queens University e da Universidade de Exeter poderia abrir caminho para um tratamento de baixo custo
contra a pressão alta.
Anteriormente, os benefícios das dietas ricas em frutas e legumes eram atribuídos ao seu alto conteúdo de vitaminas antioxidantes.
Papel da saliva
Os pesquisadores mostraram que o nitrato presente no suco é convertido em nitrito na saliva, por bactérias presentes na língua.
Esta saliva contendo nitrito é engolida, e no ambiente ácido do estômago ela é ou convertida em óxido nítrico, ou reinserida
na circulação como nitrito.
O ápice da redução da pressão arterial coincidiu com o ápice dos níveis de nitrito na circulação.
A redução da pressão, no entanto, não foi observada em um segundo grupo de voluntários, que não engoliu a saliva enquanto
bebia o suco, ou durante as três horas seguintes.
Mais de 25% da população mundial é hipertensa e há estimativas de que este número poderia chegar a 29% até 2025.
A hipertensão é apontada como causa de cerca de 50% dos problemas cardíacos e aproximadamente 75% dos derrames.
“Nossa pesquisa sugere que beber suco de beterraba, ou consumir outros vegetais ricos em nitrato, pode ser uma maneira simples
de manter um sistema cardiovascular saudável, e pode vir a ser mais uma forma de combater a pressão alta”, disse a médica
Amrita Ahluwalia, envolvida no estudo.
O professor Graham McGregor, da British Hypertension Society, descreveu a pesquisa como “interessante”.
Segundo ele, “isso mostra que o suco de beterraba baixa a pressão a curto prazo em voluntários com pressão sanguínea normal”.
“Agora precisamos de pesquisas para ver se ele tem efeito sobre pessoas que apresentam pressão alta há um longo período de
tempo.”
Segundo McGregor, já há pesquisas mostrando que uma dieta rica em frutas e legumes tem impacto benéfico sobre a hipertensão.
Mas ele afirma que estudos anteriores mostraram que o potássio pode ser o mineral chave.
Victoria Taylor, da British Heart Foundation, afirma que “enquanto o suco de beterraba foi usado neste estudo, é pouco provável
que as pessoas consigam – ou queiram – consumi-lo nas quantidades usadas na pesquisa”.
“Apesar de sabermos que uma dieta rica em frutas e legumes como parte de uma dieta balanceada é benéfica à saúde do coração,
nós ainda não sabemos se há alguns mais benéficos do que outros, então, por enquanto, as pessoas devem continuar a consumir
uma ampla variedade para atingir as cinco porções diárias de frutas e legumes.”
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A revista britânica The Economist diz, na edição publicada nesta semana, que o Conselho de Segurança da ONU deve ser reformado para incluir o Brasil e outros quatro países como membros permanentes, para que o órgão não perca sua legitimidade no mundo. | “A organização precisa correr mais rápido só para ficar no mesmo lugar”, afirma o editorial da revista, intitulado Uma chance para um mundo mais seguro.
No momento, ela goza de uma boa dose de legitimidade. Mas em algum ponto isso vai desaparecer, a não ser que o Conselho de Segurança aceite o ingresso de, pelo menos, Japão, Índia, Brasil, Alemanha e um país africano como membros permanentes, para que o órgão reflita o mundo de hoje e não o de 1945.”
A necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU é tema da reportagem de capa da The Economist. Na segunda-feira, o sul-coreano Ban Ki-Moon substituiu Kofi Annan como secretário-geral da ONU.
“Revoltante”
No editorial, a revista defende que agora é um bom momento para se reformar o Conselho de Segurança.
“Apesar de o mundo viver um perigoso estado de desordem, alguns aspectos da política global de hoje fazem com que este seja um bom momento para as grandes potências trabalharem mais próximas umas das outras”, diz o editorial.
“Se eles aproveitarem a oportunidade, poderão soprar uma nova vitalidade no órgão mundial e restaurar parte das ambiciosas esperanças da carta fundadora.”
Para a revista, o Conselho de Segurança é hoje um órgão dividido, e o cargo de secretário-geral é um “emprego dos infernos”.
Na reportagem intitulada Missão impossível?, a Economist diz que o Conselho de Segurança é “antidemocrático, anacrônico e injusto, além de revoltante”.
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Um escritor polonês, Krystian Bala, foi condenado nesta quarta-feira a 25 anos de prisão por envolvimento em um assassinato parecido com o que ele próprio descreveu em um de seus livros. | O corpo da vítima, o empresário Dariusz Janiszewsky, foi encontrado à beira de um rio perto da cidade de Wroclaw há sete anos. Ele tinha sinais de tortura e fora amarrado de forma que o empresário não pudesse nadar.
O caso ficou sem ser esclarecido até que um policial encontrou na internet um fórum de discussão em que os participantes conversavam sobre um caso similar em um livro de Bala intitulado Amok.
Depois, investigadores descobriram que o escritor ligou para a vítima no dia da morte e vendeu o celular de Janiszewsky pela internet quatro dias depois do assassinato.
Crime passional
Segundo a promotoria, Bala teria interesse em matar Janiszewsky por desconfiar que ele tinha um caso com sua mulher.
O escritor foi considerado culpado de liderar e organizar o assassinato, mas de não cometer o ato em si.
No veredicto, a juíza no caso disse que não havia indícios suficientes para afirmar que o réu havia agido sozinho.
Bala alegou durante o julgamento ser inocente e que escreveu Amok, seu primeiro romance, depois de ler notícias sobre o assassinato.
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O anúncio de que o presidente Donald Trump foi hospitalizado após testar positivo para covid-19 acrescentou uma camada adicional de incerteza à já complexa campanha eleitoral dos EUA. | Trump com covid-19: aos 74 anos e tecnicamente obeso, o presidente é considerado grupo de risco para a doença
Aos 74 anos e tecnicamente obeso, o presidente é considerado grupo de risco para a doença.
O coronavírus já causou a morte de mais de 200 mil pessoas nos Estados Unidos e, de acordo com o Centro de Controle e Diagnóstico de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), 8 em cada 10 mortes relacionadas à covid-19 naquele país correspondem a pessoas com mais de 65 anos de idade.
Trump foi levado ao hospital militar Walter Reed como uma medida de precaução, segundo a equipe médica. O presidente continua trabalhando de lá, segundo a Casa Branca.
A nova situação não afeta o exercício de suas funções de presidente, mas limita claramente sua possibilidade de participar de atos de campanha a cerca de um mês para a eleição.
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Trump não é o primeiro presidente americano a ter problema de saúde durante seu governo. Veja, a seguir, quatro líderes que enfrentaram dificuldades em relação à saúde durante o mandato:
George Washington (1789-1797)
O primeiro presidente dos Estados Unidos sofreu vários problemas de saúde durante seu governo.
Em seu segundo ano de governo, Washington ficou gravemente doente
A primeira dessas doenças foi um tumor que surgiu em sua perna poucos meses depois de assumir o governo e que o presidente descreveu como "um tumor muito grande e doloroso", que dificultava andar ou sentar.
O caroço foi removido cirurgicamente, e levou seis semanas para a ferida cicatrizar.
No ano seguinte, na primavera de 1790, Washington teve gripe e pneumonia, o que afetou sua visão e audição. Em meados de maio daquele ano, os médicos disseram ter perdido a esperança de recuperação para o presidente. Mas, após começar a suar muito durante uma noite, ele se recuperou repentinamente e saiu de perigo.
Naquela época, com menos tratamentos disponíveis, as doenças de líderes eram percebidas como uma ameaça à estabilidade política do país.
"Particularmente antes do advento dos antibióticos, qualquer doença sofrida por um presidente, que provavelmente estava no estágio final de sua vida, era motivo de preocupação para o sistema político", disse à BBC Mundo Russel Riley, co-diretor do programa de história oral da presidência do Centro Miller da Universidade de Virginia.
Woodrow Wilson (1913-1921)
Donald Trump não é o primeiro presidente dos Estados Unidos a adoecer devido a uma pandemia.
Durante viagem a Paris para negociar o Tratado de Versalhes, Woodrow Wilson adoeceu com a chamada gripe espanhola
Em abril de 1919, o presidente Woodrow Wilson contraiu a chamada gripe espanhola enquanto negociava, em Paris, o Tratado de Versalhes para encerrar a Primeira Guerra Mundial.
Pouco depois de chegar à capital francesa, o presidente teve febre alta e ataques violentos de tosse que quase lhe deixaram sem fôlego. Ele estava tão debilitado que não conseguia nem mesmo sentar-se na cama.
Wilson decidiu então não divulgar claramente o que estava acontecendo e o médico pessoal do presidente, Cary T. Grayson, disse à imprensa que Wilson havia pegado um resfriado devido às chuvas em Paris.
Enquanto Wilson se recuperava, a representação dos EUA nas negociações estava nas mãos de outros altos funcionários.
Durante sua convalescença, houve algumas mudanças no comportamento do presidente que levaram alguns especialistas a sugerir que, em vez da gripe espanhola, ele poderia ter sofrido um derrame.
No entanto, o historiador John Barry, autor de um livro sobre essa pandemia, destaca que seus sintomas coincidiram perfeitamente.
O presidente acabou recuperando a saúde, mas poucos meses depois sofreu um derrame que o deixou parcialmente incapacitado até o final de seu mandato em 1921.
E a Casa Branca tentou novamente manter em segredo a gravidade da situação do presidente.
Embora Grayson tenha informado o gabinete sobre a situação, o médico se recusou a assinar um atestado de incapacidade que abriria caminho para a substituição de Wilson no poder e, além disso, recomendou não informar aos cidadãos sobre a extensão do problema de saúde do presidente.
Foi assim que, limitado em suas capacidades e aparentemente com muito apoio de sua esposa Edith, Wilson encerrou seu mandato em 1921.
Riley aponta que, embora os cidadãos estivessem cientes de que Wilson estava doente, poucas pessoas poderiam realmente saber a extensão.
"Quase ninguém, além de seus médicos e sua esposa, sabia realmente o quão incapacitado ele esteve. Poucas pessoas podiam vê-lo. Na verdade, algumas pessoas já disseram que, por causa dessa situação, foi a esposa de Wilson que realmente exerceu a presidência por boa parte desse período", diz Riley.
Dwight Eisenhower (1953-1961)
Dois anos depois de chegar à Casa Branca, o general Dwight Eisenhower sofreu um sério ataque cardíaco.
Graves problemas de saúde de Einsenhower levantaram preocupações sobre sucessão presidencial
No entanto, as autoridades informaram inicialmente à imprensa que o presidente teve "um problema digestivo durante a noite".
Segundo o historiador Robert Gilbert, o próprio Einsehower se encarregou de minimizar o impacto do ocorrido, "manipulando sua equipe médica, protegendo sua imagem, confundindo a imprensa, manipulando seus assessores, dominando seu partido e fazendo uma campanha quase impossível de ser combatida pela oposição".
O resultado? Apesar de o conselho médico ter indicado que ele não deveria buscar um segundo mandato, Einsenhower concorreu e venceu novamente.
Em 1956, o presidente foi diagnosticado com a doença de Crohn, que causa inflamação do trato digestivo, pode ser dolorosa e, às vezes, pode ser fatal.
A doença foi superada com um procedimento cirúrgico.
Em novembro de 1957, Einsehower sofreu um derrame durante uma reunião ministerial que o deixou temporariamente incapaz de falar ou mover a mão esquerda. Sua recuperação completa só ocorreu em março de 1958.
Apesar desses problemas de saúde, Einsenhower conseguiu continuar governando até o final de seu segundo mandato, em 1961.
Segundo Riley, a doença do presidente preocupava muito devido à questão da sucessão presidencial, que não tinha regras claras até então.
Essa experiência serviu de incentivo para a posterior adoção da 25ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que entrou em vigor em 1967 e estabelece os procedimentos a serem seguidos em caso de ausência ou impedimento do Chefe de Estado.
Ronald Reagan (1981-1989)
Até a candidatura de Donald Trump em 2016, Ronald Reagan havia sido a pessoa mais velha a se candidatar à presidência dos Estados Unidos.
Até a candidatura de Trump em 2016, Reagan havia sido a pessoa mais velha a se candidatar à presidência dos EUA
O líder republicano sofria de inúmeros problemas de saúde, a ponto de alguns considerarem que ele não estava apto a concorrer à Casa Branca.
Durante sua gestão, Reagan teve vários episódios preocupantes devido à possibilidade de ter câncer. Em 1985, o presidente foi submetido a uma cirurgia que resultou na remoção de um pólipo canceroso em seu intestino grosso.
Mais tarde, em 1987, ele foi submetido a uma pequena cirurgia para remover um tecido canceroso no nariz.
No entanto, a situação que mais afetou sua saúde não foi uma doença, mas sim a tentativa de assassinato que sofreu em março de 1981.
"A saúde do presidente foi terrivelmente afetada, muito mais do que os cidadãos sabiam na época", diz Riley. "Na história recente dos Estados Unidos, este é o exemplo mais marcante de um presidente que teve que enfrentar um grave problema de saúde que o incapacitava."
Reagan sofreu uma perfuração no pulmão, mas o socorro médico imediato permitiu que ele se recuperasse rapidamente, apesar de sua idade. Naquela época, ele tinha 70 anos.
Não houve um pedido formal de sucessão presidencial e Reagan voltou a trabalhar na Casa Branca menos de um mês após o incidente.
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A jornalista italiana Giuliana Sgrena, que tinha sido seqüestrada no Iraque, foi libertada nesta sexta-feira, segundo seus empregadores. | Sgrena, seqüestrada em 4 de fevereiro, foi solta em Bagdá, de acordo com o jornal Il Manifesto, para quem ela trabalha.
O diretor editorial do jornal, Francesco Paterno, disse que o governo italiano o informou da libertação.
Um grupo militante pouco conhecido, a Organização do Jihad Islâmico, tinha assumido a responsabilidade pelo seqüestro e exigia que a Itália retirasse suas tropas do Iraque.
Experiência
Sgrena, de 56 anos, é uma correspondente veterana no Oriente Médio para o jornal.
Ela foi seqüestrada quando visitava uma mesquita em Bagdá, onde refugiados tinham acampado desde o ataque dos Estados Unidos a Falluja, em novembro.
A jornalista foi mostrada em vídeo, fazendo um apelo por sua vida em italiano e francês. Ela também fez um alerta para que todos os estrangeiros, inclusive jornalistas, se mantenham afastados do Iraque.
O jornal esquerdista Il Manifesto se opôs à invasão do Iraque pelas tropas lideradas pelos Estados Unidos.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi suspenso permanentemente do Twitter "devido ao risco de prolongamento da incitação à violência", segundo afirmou a rede social nesta sexta-feira (08/01). | Donald Trump postou um vídeo no Twitter antes de sua suspensão da rede social
A empresa acrescentou que a decisão foi tomada "depois de uma revisão cuidadosa de tweets recentes da conta @realDonaldTrump e do contexto em torno deles."
Antes, a conta do presidente — com seus 88 milhões de seguidores — já havia sido suspensa por um período de 12 horas.
A suspensão, antes temporária e agora permanente, veio depois que o presidente postou várias mensagens na quarta-feira (6/1) caracterizando como "patriotas" as pessoas que invadiram o Congresso americano enquanto ocorria a sessão de certificação da vitória do democrata Joe Biden, que derrotou Trump nas eleições presidenciais de novembro.
Cinco pessoas, quatro civis e um policial, morreram nos conflitos decorrentes da invasão.
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Centenas de pessoas se dirigiram ao prédio do Congresso, na capital de Washington, depois que Trump falou a manifestantes: "Nunca desistiremos; nunca vamos conceder (o resultado da eleição)."
Agora, perfil de Trump no Twitter está sem imagem e com aviso de 'conta suspensa'
Mais cedo na sexta-feira, o Twitter já havia banido contas de duas pessoas próximas a Trump: Michael Flynn, que foi conselheiro de segurança nacional do presidente; e a advogado Sidney Powell.
Cerca de 350 funcionários do Twitter também assinaram uma carta nesta semana, endereçada ao diretor Jack Dorsey, pedindo a suspensão.
"Apesar de nossos esforços para servir ao debate público, como megafone de Trump, nós ajudamos a pôr lenha na fogueira dos acontecimentos mortais de 6 de janeiro."
Na quinta-feira (07/01), o Facebook também anunciou que suspendeu a conta de Trump "indefinidamente". A plataforma Twitch, pela qual o presidente transmitia comícios, também decidiu por uma suspensão definitiva.
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Tropas americanas atacaram nesta segunda-feira alvos perto de Tikrit, cidade natal do presidente iraquiano deposto, Saddam Hussein. |
A ofensiva é parte de uma nova estratégia, que aumenta a pressão contra a resistência no Iraque.
Soldados americanos, apoiados por veículos blindados e helicópteros, também invadiram um bairro de Bagdá durante a noite.
Os militares americanos estão adotando o que chamam de uma abordagem "mais agressiva" em resposta a perdas crescentes.
Pressão
"Nós vamos lidar com os terroristas", disse o presidente americano, George W. Bush, apesar de admitir que a semana passada foi difícil.
Bush disse que as forças americanas estão mudando suas táticas para se adequar à estratégia utilizada pelo inimigo.
Na manhã desta segunda-feira, testemunhas perto de Tikrit disseram que o chão tremeu e o céu foi iluminado pelas explosões.
As tropas atacaram posições de onde, acreditam, os insurgentes teriam lançado ataques contra a base americana em Tikrit.
"Para nós, isto não é apenas uma encenação. Queremos pegar o inimigo", disse o tenente-coronel Steve Russell.
"A mensagem é: desista, acabou", acrescentou Russell.
O bombardeio foi parte de uma operação que tem como alvo a resistência na região norte-central do Iraque.
No sábado, antes do início da operação, 17 soldados das forças de ocupação morreram quando dois helicópteros Black Hawk colidiram e caíram na cidade de Mosul. Um dos helicópteros teria sido atingido pelas forças inimigas em terra.
Soberania
No domingo, os americanos lançaram um míssil guiado por satélite contra um "campo de guerrilheiros" a cerca de 25 quilômetros ao oeste de Kirkuk. Foi o primeiro ataque desse tipo desde que o fim da guerra foi declarado.
As forças americanas também estão colocando mais pressão na capital iraquiana. Os soldados fizeram uma busca no bairro de Azamiyah, onde vivem muçulmanos sunitas de classe média-alta.
Cerca de 450 casas foram revistadas em busca de armas e homens leais a Saddam.
No sábado, o Conselho de Governo interino do Iraque, nomeado pelos Estados Unidos, anunciou um plano para transferir o controle do país aos iraquianos mais cedo, em junho de 2004.
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Centenas de pessoas foram à região central de Moscou neste domingo para homenagear a jornalista Anna Politkovskaya, assassinada no sábado. | Os russos carregavam velas acesas, flores e cartazes denunciando o assassinato da jornalista como um crime político.
Politkovskaya, que tinha 48 anos e dois filhos, era conhecida por ser uma forte crítica das ações do Kremlin em relação à Chechênia.
A morte dela foi condenada na Rússia e em outros lugares. O Kremlin, no entanto, ainda não se pronunciou.
Recompensa
O promotor-geral da Rússia assumiu pessoalmente a condução das investigações criminais, focadas em uma possível ligação com as reportagens dela.
Politkovskaya estava para publicar um artigo sobre torturas e seqüestros na Chechênia na segunda-feira, informou o jornal russo Novaya Gazeta.
Ela foi encontrada morta com um tiro no sábado em um elevador do seu prédio em Moscou.
Câmeras de segurança flagraram um homem com um boné seguindo a jornalista minutos antes do assassinato.
Fontes policiais disseram que ela levou três tiros no corpo e um na cabeça. Uma pistola Makarov e quatro cartuchos foram encontrados próximos ao corpo dela.
O jornal para o qual ela trabalhava ofereceu US$ 1 milhão (cerca de R$ 2,1 milhões) de recompensa por informações que possam ajudar a achar o assassino.
Putin
Apoiadores da jornalista depositaram flores em frente à casa dela, enquanto centenas se reuniram na Praça Pushkin de Moscou e também na capital chechena Grozny, para condenar o assassinato.
“Não fique em silêncio”, dizia uma mensagem escrita na máscara de um dos manifestantes.
“O Kremlin matou a liberdade de imprensa”, dizia outro poster na Praça Pushkin.
Para um manifestante, “Anna foi morta pelo poder canibal do Estado”. Outros culpavam o presidente russo Vladimir Putin pela morte.
Politkovskaya ficou famosa por escrever sobre abusos de direitos humanos ocorridos na Chechênia. Seu último artigo no Novaya Gazeta atacava milícias pró-Moscou na região.
Ela estava recebendo ameaças de morte há algum tempo, o que provocou suspeitas de que seu assassinato foi encomendado por alguém.
Em 2004, quando estava a caminho da escola de Beslan para cobrir o seqüestro de reféns, ela ficou doente devido a uma intoxicação alimentar, que alguns acreditam ter sido provocada por veneno.
Em 2001, ela fugiu para a Áustria depois de receber um e-mail que informava que um policial russo denunciado por ela em algumas reportagens estava querendo se vingar.
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Com cantos de "morte à América", milhares de iranianos saíram às ruas neste domingo (5/1) na cidade de Ahvaz para homenagear os restos mortais de Qasem Soleimani, general do país morto em Bagdá na semana passada por um ataque americano. | Iranianos em procissão fúnebre para Qasem Soleiman em Ahvaz, neste domingo
*Reportagem atualizada às 8h30 de 5 de janeiro
Soleimani era o arquiteto da influência iraniana na política externa do país pelo Oriente Médio e era considerado o segundo homem mais poderoso do Irã, atrás apenas do aiatolá (líder supremo) Ali Khamenei.
Na véspera, Soleimani já havia sido homenageado por populares no Iraque, por onde sua influência se estendia. Seu corpo foi levado para o Irã na noite do sábado.
O general liderou por duas décadas as operações militares iranianas no Oriente Médio como comandante da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária. Nesse período, o Irã apoiou o grupo libanês Hizbollah e outros militantes pró-iranianos no Líbano, além de expandir a presença militar no Iraque (onde apoiou um grupo xiita paramilitar que ajudou a combater o grupo sunita autodenominado Estado Islâmico) e na Síria (onde ajudou a orquestrar a ofensiva do governo sírio contra os rebeldes na atual guerra civil).
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O Irã declarou luto de três dias de luto pela morte do general e prometeu vingança contra os EUA.
"A retaliação do Irã é certa, mas ainda não se sabe quando, onde e como. Por enquanto, a prioridade é fortalecer o status de Qasem Soleimani como herói nacional e assegurar-se de que ele siga sendo tão poderoso na morte quanto era em vida", aponta Lyse Doucet, correspondente-chefe da BBC no Oriente Médio.
"O mais importante agora (para o Irã) é elevar seu martírio. (...) Líderes iranianos esperam que sua morte consiga unir o país", explica Deucet.
Procissão em homenagem a Soleimani levou iraquianos às ruas neste sábado
Escalada de tensões
O assassinato de Soleimani marca uma significativa escalada nas tensões entre Irã e EUA.
O aiatolá Khamenei prometeu "vingança severa" contra os EUA, e analistas apontam que o país pode promover ciberataques ou alvejar pontos ou interesses americanos no Oriente Médio.
No sábado, o presidente americano Donald Trump, que autorizou o ataque contra Soleimani, afirmou pelo Twitter que os EUA estão preparados para atacar 52 locais "importantes para o Irã ou para a cultura iraniana".
Em uma série de tuítes que eleva as preocupações quanto a confrontos avançados entre os dois países, Trump afirmou que os EUA atacariam "muito rapidamente e duramente" se o Irã alvejar bases ou soldados americanos.
O chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif respondeu, também no Twitter, que a morte de Soleimani foi uma quebra da lei internacional e de que alvejar pontos culturais constituiria crime de guerra.
Novo ataque aéreo no Iraque
A imprensa estatal iraquiana reportou na sexta-feira que outro ataque aéreo foi realizado no país, 24 horas depois daquele que matou Soleimani. Uma fonte do Exército iraquiano afirmou à agência Reuters que seis pessoas morreram na ação, que alvejou um comboio de uma milícia iraquiana.
Um porta-voz do Exército americano negou que os EUA estejam por trás do novo ataque.
Ataque contra general iraniano ocorreu na capital do Iraque, Bagdá
"A coalizão (liderada pelo Exército americano) não conduziu ataques aéreos (naquela região) nos últimos dias", declarou, pelo Twitter, o coronel Myles Caggins III.
Os EUA afirmaram, porém, que despacharam mais 3 mil soldados americanos ao Oriente Médio, para ajudar a responder a eventuais contra-ataques ao de Soleimani. A respeito da morte de Soleimani, o presidente Donald Trump, em pronunciamento em seu resort na Flórida na sexta-feira, afirmou que "os militares dos EUA executaram um ataque de precisão impecável que matou o terrorista número um de todo o mundo".
Trump acusou Soleimani de estar "planejando ataques iminentes e sinistros contra diplomatas e militares americanos, mas o pegamos e o eliminamos".
Representantes de seu governo não deram detalhes sobre quais seriam esses planos. Em governos passados, tanto Barack Obama quanto George W. Bush consideraram arriscado demais alvejar o general em ações aéreas.
O Departamento de Estado dos EUA emitiu alerta após o ataque, advertindo que cidadãos americanos deixem o Iraque imediatamente.
A reação iraniana
As grandes crises que levaram a relação entre EUA e Irã ao ponto de tensão atual
Em comunicado após a morte de Soleimani, o aiatolá Khamenei afirmou que "sua partida rumo a Deus não termina seu caminho ou sua missão, mas uma vingança espera os criminosos que têm nas mãos seu sangue e o sangue de outros mártires".
A agência iraniana Tasnim afirmou que líderes da Guarda Revolucionária do país prometeram "punir americanos onde quer que estejam sob o alcance da República Islâmica" e que 35 alvos americanos e israelenses já foram identificados. Também prometeram ataques no Estreito de Hormuz, por onde passa grande quantidade do petróleo do comércio global.
As históricas tensões entre EUA e Irã sofreram uma rápida escalada na semana passada, depois de os EUA realizarem ataques aéreos no Iraque e na Síria alvejando milícias apoiadas pelo Irã, as quais os EUA culpam pela ação que resultou na morte de um civil americano recentemente. Em resposta, milícias pró-Irã invadiram a embaixada americana em Bagdá.
Em uma carta ao Conselho de Segurança da ONU, em reação ao ataque contra Soleimani, o embaixador do Irã na ONU, Majid Takht Ravanchi, disse que Teerã tem direito à autodefesa sob a lei internacional.
Analistas apontam que o Irã pode responder com ciberataques contra os EUA, além de avançar contra alvos militares ou interesses americanos no Oriente Médio.
E como fica o Iraque?
Solemani era uma das figuras mais importantes do regime iraniano
O premiê iraquiano, Adel Abdul Mahdi, classificou o ataque de quinta-feira de uma "descarada violação da soberania" do país e um "ataque evidente contra a dignidade da nação".
O Parlamento iraquiano agendou uma reunião emergencial neste domingo.
O Irã já patrocina diversas milícias xiitas no vizinho Iraque. Soleimani, por sinal, estava em Bagdá em um comboio com uma dessas milícias quando foi morto.
Agora, o Iraque está na difícil posição de aliado tanto dos EUA quanto do Irã (ambos os países são de maioria xiita, ao contrário da maior parte do Oriente Médio, de maioria sunita). Milhares de soldados americanos permanecem no país para ajudar no combate ao Estado Islâmico, mas agora o governo iraquiano afirma que os EUA ultrapassaram os limites de seu acordo com o país.
"Todos estão advertindo a respeito da reação iraniana, mas e quanto ao Iraque? Os EUA conduziram um ataque em sua capital, em seu aeroporto nacional, matando diversos iraquianos proeminentes além de um visitante oficial do Irã (em referência a Soleimani)", lembra, via Twitter, o diplomata americano James Dobbins, analista da Rand Corporation, organização de consultoria em política externa nos EUA.
"É difícil acreditar que o governo iraquiano continuará a dar boas-vindas a tropas americanas e conceder-lhes imunidade. Mesmo que o Irã não faça nada, esse ataque pode lhes entregar um contrabalanceamento da influência americana (no Iraque)."
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O primeiro-ministro interino de Israel, Ehud Olmert, afirmou que gostaria de retomar as negociações com os palestinos depois das eleições-gerais do país, em 28 de março. | "Espero que depois que saírem os resultados das eleições (Parlamentares) palestinas (de 25 de janeiro), e depois que os nossos próprios resultados saírem, eu possa entrar em negociações com Abu Mazen (Mahmoud Abbas) para chegar a um acordo final entre nós e os palestinos", disse Olmert.
De acordo com Olmert, no entanto, a condição para que Israel volte à mesa de negociação é o desarmamento dos grupos militantes palestinos.
Na segunda-feira, o presidente palestino Mahmoud Abbas afirmou estar disposto a conversar com o primeiro-ministro interino.
'Plano de paz'
Olmert afirmou que as bases para o processo de paz seriam aquelas propostas no plano traçado pelos Estados Unidos para a região.
Ainda na segunda-feira, Abbas também disse que não pretende concorrer novamente ao cargo de presidente da Autoridade Palestina quando seu mandato terminar, em três anos.
"Apenas terminarei meus três anos restantes no poder", disse ele. "Não vou concorrer novamente. Isso é definitivo."
As declarações de Abbas foram publicadas em jornais palestinos cerca de um ano depois das eleições que o confirmaram como sucessor de Yasser Arafat.
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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que "repudia tentativas de tentar destituir" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "do respeito que o povo brasileiro tem por ele" e que considera "lamentável a tentativa de desgastar a imagem" de Lula. | Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil
Dilma e Hollande defenderam Lula em encontro em Paris; ex-presidente é alvo de acusações
A declaração da presidente foi dada durante encontro com seu colega francês, François Hollande, em Paris, nesta terça-feira - mesmo dia em que uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo cita um depoimento de Marcos Valério, em que o condenado como operador do mensalão afirma que Lula "deu ok" a empréstimos do Banco Rural e do BTG que ajudaram a financiar o esquema.
O depoimento de Valério foi dado em setembro à Procuradoria Geral da República, e o Estado diz ter tido acesso ao documento (assinado pelo advogado de Valério, Marcelo Leonardo, pela subprocuradora da República Cláudia Sampaio e pela procuradora da República Raquel Branquinho).
No documento, segundo o jornal, Valério disse também que o esquema do mensalão ajudou a bancar "despesas pessoais" de Lula.
'Respeito e amizade'
Na França, quando questionada a respeito do depoimento, Dilma disse que é conhecida sua "admiração, respeito e amizade" por Lula. "Portanto, repudio todas as tentativas - essa não seria a primeira vez - de tentar destitui-lo da imensa carga de respeito que o provo brasileiro lhe tem".
"Respeito porque o presidente Lula foi o presidente que desenvolveu o país e que é responsável pela distribuição de renda mais expressiva dos últimos anos, pelo que ele fez internacionalmente, pela sua extrema amizade pela África, pelo seu olhar e pelo estabelecimento de relações iguais com países desenvolvidos. Considero lamentável essa tentativa de desgastar imagem do presidente", acrescentou Dilma.
Hollande, que participou da entrevista coletiva com Dilma após o encontro entre os dois no Palácio de Eliseu, também elogiou o ex-presidente brasileiro.
"Lula é visto como uma referência, tem uma imagem considerável na França, a de uma homem que defendeu constantemente princípios de justiça e de solidariedade, assegurando, ao mesmo tempo, o desenvolvimento social do Brasil", declarou o presidente francês.
Lula, que também está em viagem à França e dividiu com Dilma e Hollande o palco de um seminário sobre crescimento, disse, por meio de sua assessoria, que "não há nenhum comentário a fazer" sobre as alegações de Valério.
O ex-presidente evitou contato direto com a imprensa durante o evento e, questionado por um jornalista, teria apenas dito que as acusações eram "mentira".
Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, também foi citado na reportagem de O Estado de S. Paulo. Em trecho do depoimento à Procuradoria Geral da República publicado pelo jornal, Marcos Valério diz que Okamotto o teria ameaçado de morte.
Também na França, Okamotto negou que tenha feito ameaças a Marcos Valério ou dito que alguém do PT queria matá-lo. Ele afirmou que nunca intimidou o publicitário.
"Não tenho nenhum motivo para ameaçá-lo de morte", disse a jornalistas no seminário em Paris.
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Os Estados Unidos anunciaram um programa de US$ 60 milhões (cerca de R$ 173 milhões) para reforçar a segurança nas fronteiras do Iraque e evitar a entrada de militantes estrangeiros no país. | O chefe da administração americana no Iraque, Paul Bremer, afirmou que milhares de guardas de fronteira, apoiados por centenas de veículos militares, serão mobilizados.
"Há 8 mil policiais de fronteira em atividade hoje e mais estão a caminho. Estamos adicionando centenas de veículos e dobrando a equipe de policiais em algumas áreas", disse Bremer.
"Os Estados Unidos garantiram US$ 60 milhões para auxiliar a segurança nas fronteiras", acrescentou o administrador americano em resposta às críticas contra as autoridades da coalizão liderada pelos Estados Unidos por não ter evitado os atentados contra xiitas, que deixaram 271 mortos nas cidades iraquianas de Karbala e Bagdá na última terça-feira.
Paul Wood, correspondente da BBC em Bagdá, afirma que aumentar a segurança nas fronteiras do Iraque não será uma tarefa fácil para os Estados Unidos.
De acordo com o correspondente, o território a ser coberto é de milhares de quilômetros, entre desertos e montanhas com caminhos secretos criados por contrabandistas e trilhas utilizadas por diversas gerações de beduínos.
Conflito sectário
Na quarta-feira, Paul Bremer disse que os mais recentes atentados no Iraque tiveram claramente o objetivo de criar um conflito sectário entre as comunidades xiitas e sunitas.
Depois das explosões em Karbala, 15 pessoas foram presas, incluindo cinco suspeitos identificados como iranianos.
As autoridades americanas afirmam que boa parte dos ataques no Iraque são realizados por militantes que chegam de outros países da região.
O general John Abizaid, principal comandante das forças americanas no Iraque e no Oriente Médio, disse acreditar que Abu Mussab Al-Zarqawi, identificado como um membro jordaniano da organização Al-Qaeda, esteja por trás dos atentados de terça-feira.
"Nós temos informações claras que ligam Zarqawi a esses ataques", disse Abizaid ao Comitê das Forças Armadas do Congresso americano.
"O nível de organização e o desejo de causar vítimas entre religiosos inocentes é uma marca clara da rede de Zarqawi", acrescentou o general.
Em Londres, o jornal árabe Al-Quds Al-Arabi recebeu uma carta assinada pelas Brigadas Abu Hafs Al-Masri, grupo apontado como uma organização ligada à Al-Qaeda.
De acordo com jornalistas do Al-Quds Al-Arabi, a carta, em que o grupo nega qualquer envolvimento com o ataque, é verdadeira.
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A lei que proíbe o fumo em lugares públicos na Grã-Bretanha, introduzida há um ano, aumentou de forma dramática o número de
pessoas que abandonaram o cigarro no país, segundo uma pesquisa. | O estudo, financiado pela entidade beneficente Cancer Research UK, de fomento à pesquisa sobre o câncer, estimou que cerca
de 400 mil pessoas deixaram de fumar após a lei ter entrado em vigor.
Os pesquisadores calculam que isto poderia ajudar a salvar por volta de 40 mil vidas nos próximos dez anos.
Foram pesquisadas 32 mil pessoas. De acordo com o trabalho, desse grupo 5,5% das pessoas pararam de fumar nos nove meses que
se seguiram à proibição. Nos nove meses anteriores à proibição, do grupo pesquisado 1,6% pararam de fumar.
Os pesquisadores concluíram que o aumento de pessoas que pararam de fumar se deu principalmente por causa da proibição do
fumo em locais públicos e projetaram os números para a população total do país, chegando aos 400 mil.
Segundo o Departamento de Saúde britânico, o período de 12 meses posterior à entrada em vigor da legislação foi um sucesso,
com quase 100% de obediência à lei pela população.
Mais Leis
O especialista da Cancer Research UK Robert West, autor da pesquisa, disse que não esperava tamanho impacto.
"Esses números mostram a maior queda no número de fumantes já registrada", disse. "O efeito tem sido o mesmo em todos os grupos
sociais, pobres e ricos."
Jean King, diretor de controle de tabaco da organização, disse: "Os resultados mostram que as leis anti-fumo animaram os fumantes
a deixar (o hábito)".
"Essas leis estão salvando vidas e não devemos esquecer que a metade de todos os fumantes morre de doenças relacionadas ao
(consumo de) tabaco".
Outros estudos sugeriram que as vendas de cigarros caíram bruscamente no último ano, com 1,93 bilhão a menos de cigarros vendidos
na Inglaterra e 220 mil a menos vendidos na Escócia.
Segundo o grupo que faz pressão para controle sobre o tabaco ASH, uma pesquisa feita pela entidade revelou que a maioria da
população é hoje favorável a mais leis anti-fumo.
Entre as medidas estariam, por exemplo, uma proibição do fumo em carros com crianças e a abolição das máquinas que vendem
cigarros.
A proibição do fumo em lugares públicos no País de Gales entrou em vigor alguns meses antes da lei inglesa.
Dados publicados pela administração local indicam que o número de ataques cardíacos entre outubro e dezembro de 2007 caiu
13% em relação ao mesmo período no ano anterior.
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Soldados americanos mataram 11 iraquianos que teriam emboscado um comboio militar em uma cidade ao norte de Bagdá, nesta sexta-feira, segundo um porta-voz do Exército dos Estados Unidos. |
Os iraquianos teriam aberto fogo contra os americanos nas proximidades da cidade de Balad, usando lança-mísseis e armas de baixo calibre, segundo o porta-voz.
Horas antes, 18 soldados americanos haviam sido feridos por morteiros lançados contra a maior base militar dos EUA no Iraque, também nos arredores de Balad.
Nenhum soldado ficou ferido na suposta emboscada, segundo os militares americanos.
Atentados
Os Estados Unidos estão realizando uma grande operação militar para localizar simpatizantes do presidente iraquiano deposto, Saddam Hussein.
De acordo com o governo americano, os simpatizantes estariam por trás dos recentes ataques contra alvos dos EUA, no Iraque.
Na quinta-feira à noite, um atirador atingiu fatalmente um soldado americano que guardava o Museu Nacional do Iraque, em Bagdá.
Pelo menos 19 soldados americanos morreram em combate desde que o presidente George W. Bush declarou o fim do período mais intenso de hostilidades, em primeiro de maio.
O atentado desta sexta-feira ocorre no mesmo dia em que os americanos comemoram a independência do seu país; pesquisas de opinião pública nos EUA sugerem que o ceticismo sobre a reconstrução do Iraque pós-guerra está aumentando.
Morteiros
Segundo o porta-voz americano, durante o ataque que feriu 18 americanos, foram disparadas três ou quatro saraivadas de morteiros, que explodiram na área que cerca a base de apoio logístico dos EUA.
Uma das saraivadas explodiu dentro da base, que seria uma das maiores no Iraque. Acredita-se que milhares de soldados estejam lotados no local.
Na quarta-feira, Bush disse que os Estados Unidos seriam duros com os responsáveis pela escalada na violência contra os americanos no Iraque.
"Eles que venham", ameaçou o presidente.
No entanto, ele enfrentou críticas domésticas da oposição do Partido Democrata, que o acusou de "retórica machista" e de apenas provocar mais ataques contra americanos.
Mais ataques
Só na semana passada, aconteceram os seguintes episódios:
O assassinato de um fuzileiro naval no dia 2 de julho durante uma operação de limpeza de minas em Karbala.
A morte de um soldado americano por ferimentos causados pela explosão que atingiu o comboio em que ele viajava em Bagdá, em primeiro de julho.
No dia 28 de junho, os restos mortais de dois soldados desaparecidos desde 25 de junho foram encontrados a 32 quilômetros de Bagdá.
Soldados britânicos no sul do Iraque também foram atacados. Seis foram mortos em um ataque no mês passado.
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O ataque a bomba em Bagdá neste domingo torna a tentativa dos Estados Unidos de pedir o retorno da ONU (Organização das Nações Unidas) ao Iraque ainda mais difícil. |
É possível que o ataque - que aconteceu um dia antes do encontro em Nova York entre o administrador americano do Iraque, Paul Bremer, e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan - tenha sido planejado para tentar impedir que a ONU assuma um papel mais significativo no Iraque.
O incidente lembra o mundo todo que a resistência no país continua.
O quartel-general da ONU em Bagdá foi atacado em agosto do ano passado. O ataque matou o brasileiro Sergio Vieira de Mello, representante especial da ONU no Iraque, e a Organização retirou grande parte de seus funcionários do país.
Pedido por intervenção
O encontro desta segunda-feira, que também envolverá uma delegação do Conselho de Governo do Iraque, pedirá que Annan interfira na crise causada pela insistência do principal líder xiita do país, o grão-aiatolá Ali al-Sistani, que exige eleições antes da transição de poder em junho.
Um oficial britânico disse recentemente em Londres que eles gostariam que Annan informasse o aiatolá que, sob o ponto de vista da ONU, eleições não são possíveis devido ao curto prazo e que o plano adotado pelos Estados Unidos é o melhor caminho.
Eles também pedirão que a ONU envie uma equipe ao Iraque para fazer sua própria avaliação. Uma carta que Annan teria mandado para o aiatolá não surtiu efeito.
Mas o oficial britânico duvida que Annan aceitará expandir o papel atual da ONU no Iraque: "Koffi Annan quer falar sobre o papel que a ONU terá após o dia 30 de junho. Eu não tenho certeza se a ONU aceitará qualquer outra função antes disso", disse ele.
Outra proposta americana é que a ONU deveria considerar mandar o consultor especial para o Iraque, Lakhdar Brahimi - ex-representante da ONU no Afeganistão - como um novo representante especial da ONU no país.
O ataque deste domingo torna esta última opção ainda mais improvável. A segurança é um dos grandes problemas, e a ONU não aguentaria outro ataque fatal.
Questão curda
Outro problema para a coalizão está crescendo no norte do Iraque. Os curdos querem que a cidade de Kirkuk seja anexada a sua região autônoma.
Segundo o jornal Washington Post, o líder do Partido Democrático do Curdistão, Massoud Barzani, disse que os curdos querem a extensão da região e que os iraquianos que se estabeleceram em Kirkuk durante o governo de Saddam Hussein deveriam ser expulsos.
O oficial britânico disse que os curdos "entendem" que eles terão "espaço para respirar como uma população distinta no Iraque, tendo um governo regional e assembléia, mas que a região curda não será geograficamente baseada em uma divisão étnica". Isso implica em uma rejeição do pedido curdo de expansão.
O plano das forças de coalizão e do Conselho de Governo do Iraque não consideram eleições gerais no país até o próximo ano.
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Médicos e pacientes divergem sobre os sintomas da constipação intestinal, o que faz com que algumas pessoas não recebam o diagnóstico ou tratamento adequado. É o que mostra uma pesquisa do King's College London, no Reino Unido. | Os sintomas da constipação variam de pessoa para pessoa
De acordo com o estudo, enquanto os médicos consideram que evacuações pouco frequentes são um sinal importante de prisão de frente, menos de um terço da população em geral tem a mesma percepção.
A equipe de pesquisadores afirma que é necessário, portanto, criar uma nova definição para a constipação, baseada na experiência dos pacientes.
A prisão de ventre é uma condição muito comum, que afeta cerca de 1 em cada 7 pessoas saudáveis.
Em linhas gerais, significa ter dificuldade para liberar o trânsito intestinal e evacuar - mas a forma como é diagnosticada varia muito.
Fim do Talvez também te interesse
Passar muito tempo no banheiro sem conseguir evacuar é o que a maioria das pessoas vê como sintoma de constipação
Lista de consenso
Os pesquisadores entrevistaram 2.557 pessoas, 411 GPs (sigla para "general practitioner", espécie de clínico geral no Reino Unido) e 365 especialistas em gastroenterologia.
E descobriram que o que a maioria das pessoas considera como sintomas da prisão de ventre não estão incluídos em nenhum critério oficial de diagnóstico.
Entre eles, estão:
- Passar um longo período no banheiro sem conseguir evacuar.
- Fazer força para evacuar.
- Necessidade de usar laxante.
Enquanto a maioria das pessoas que afirmavam ter constipação apresentava sintomas que correspondiam aos critérios oficiais, 1 em cada 3 pacientes "saudáveis" não reconhecia seus sintomas de intestino preso.
Os médicos colocaram muita ênfase em evacuações pouco frequentes como um sintoma, mas apenas metade das pessoas que disse ter constipação realmente apresentava esse sintoma.
A falta de fibras na dieta pode ser uma das causas da constipação
Os pesquisadores sugerem a lista abaixo, que reúne seis grupos de sintomas, para ajudar a criar uma nova definição para a constipação:
- desconforto abdominal, dor e inchaço (quando as roupas não vestem mais como antes).
- desconforto retal: sangramento por fazer muita força, dor ou sensação de queimação na região anal.
- evacuações pouco frequentes e fezes endurecidas: a frequência padrão pode variar de três vezes ao dia a três vezes por semana.
- disfunção sensorial: não ter vontade de ir ao banheiro ou sensação de evacuação incompleta.
- flatulência e inchaço: gases barulhentos ou com cheiro ruim.
- incontinência fecal: vazamento descontrolado ou sangramento retal.
O que dizem os pesquisadores?
"Nossa pesquisa pode indicar que as pessoas que buscam ajuda para sintomas de constipação nem sempre têm sua condição reconhecida, diagnosticada ou controlada", diz a pesquisadora Eirini Dimidi, autora do estudo do King's College London.
Segundo ela, a prisão de ventre geralmente é causada por falta de fibras ou líquidos na dieta, mas também pode ser um sinal de outro problema subjacente, como câncer de intestino, diverticulite ou doença celíaca.
Dimidi adverte que é "sempre importante consultar um médico se você sentir algum sintoma intestinal".
E quanto a outros especialistas?
Ouvir o que os pacientes têm a dizer sobre a constipação é muito importante, afirma Julie Harrington, da instituição Guts UK.
Nem toda a constipação é igual, e pessoas diferentes apresentam sintomas distintos, acrescenta.
"Os problemas intestinais são menos propensos a serem identificados do que outros problemas, uma vez que as pessoas esperam de 6 a 12 meses por medo e constrangimento."
"Você tem que entrar em sintonia com seu corpo."
Quantas vezes devemos ir ao banheiro?
É difícil de responder - isso pode variar drasticamente de pessoa para pessoa.
No estudo, sete evacuações por semana foi a média registrada entre pessoas que não estavam constipadas.
Mas especialistas afirmam que uma frequência de três evacuações por dia a três por semana pode ser classificada como normal.
Então você precisa saber o que é normal para você - e depois ficar de olho em eventuais alterações.
Quais são as opções de tratamento?
A maioria das pessoas reconhece o problema e tenta resolvê-lo aumentando o consumo de fibras na dieta e tomando mais líquido, de acordo com a recomendação do NHS, sistema público de saúde do Reino Unido.
A fibra está presente em pães integrais, massas integrais, frutas, nozes, leguminosas e cereais.
Praticar mais exercício físico e fazer refeições regulares também pode ajudar.
Você pode comprar laxante na farmácia se as mudanças na dieta e no estilo de vida não estiverem funcionando.
Mas é importante consultar seu médico se o problema persistir e surgirem outros sintomas.
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Pacotes de cocaína avaliados em US$ 2 milhões, o equivalente a cerca de R$ 8 milhões, foram encontrados em praia da Nova Zelândia. | Polícia da Nova Zelândia divulgou imagem de pacotes de cocaína encontrados em praia da costa oeste do país
A polícia da região da praia de Bethells, no oeste do país, foi alertada sobre o material suspeito e, no local, encontrou cerca de 20 pacotes com embalagens azuis. Depois de testes, a polícia confirmou que o conteúdo é cocaína.
A informação foi divulgada em rede social da Polícia de North Shore, Rodney e West Auckland, junto com foto do material encontrado.
Segundo a AFP, a polícia acredita que a mercadoria estava na Austrália e foi levada pela maré por mais de 2 mil quilômetros, no Mar de Tasman, até a costa da Nova Zelândia. Em agosto de 2018, pacotes de cocaína teriam sido abandonados na costa de Nova Gales do Sul, no sudeste australiano.
"Um barco inflável foi visto pelas patrulhas da fronteira de Nova Gales do Sul em direção ao continente, e autoridades foram enviadas para interceptá-lo", disse Colin Parmenter, inspetor de polícia da Nova Zelândia. "As duas pessoas que estavam no barco foram vistas descarregando a cocaína no mar e foram presas."
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Parte desse material foi encontrado em locais ao longo da costa leste da Austrália, do norte de Queensland a Nova Gales do Sul. E a polícia disse que os pacotes que chegaram à Nova Zelândia são semelhantes.
"O produto encontrado na praia de Bethells parece ter sido parte do mesmo carregamento e ter ficado à deriva aqui no ano passado, já que as marcas e embalagens das drogas são semelhantes às apreendidas na Austrália", disse Parmenter.
Em busca de novos pacotes, policiais e funcionários da alfândega da Nova Zelândia fizeram uma varredura na praia e em áreas próximas. A polícia acredita, no entanto, que ainda há uma "pequena possibilidade" de outros pacotes aparecerem.
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Metade de uma quadrilha de 22 falsificadores de passaportes desbaratada pela Scotland Yard seria de brasileiros, segundo informações da própria polícia londrina. | Três dos brasileiros já foram entregues ao serviço de imigração britânico e devem ser deportados. As autoridades não divulgaram os nomes dos suspeitos.
A operação Maxim vasculhou, na quarta-feira, 13 endereços de Londres, em busca dos suspeitos de participar de uma rede de fabricação e fornecimento de passaportes falsos.
A Scotland Yard agora vai investigar o envolvimento dos 19 que continuam detidos para decidir se eles continuam presos ou se são liberados sob acusações de intermediação ilegal, crimes de identidade e posse e conspiração para produzir e distribuir documentos falsos.
A série de batidas coordenadas em Londres, durante a madrugada de quarta-feira, ganhou o codinome Greenhill, e envolveu cem policiais.
A Scotland Yard também contou com o apoio de homens dos serviços de imigração, de identidade e passaportes, da polícia de South Yorkshire e do departamento britânico de Pensões e Trabalho.
As batidas aconteceram nos bairros de Walthamstow, Rotherhithe, Ilford, Upper Holloway, South Lambeth, Hackney, Brixton, Kilburn, Stoke Newington, Tottenham, Bermondsey e Greenford.
As autoridades apreenderam 40 mil libras esterlinas em dinheiro, além de diversos documentos falsos, entre eles, passaportes, carteiras de motorista e documentos de identidade estangeiros.
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Os Estados Unidos deram, pela primeira vez, sinais de que podem vir a aceitar a presença de tropas internacionais da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque. |
O país, porém, só aceitaria caso as tropas fossem comandadas pelos Estados Unidos, disse a jornalistas americanos o subsecretário de Estado dos Estados Unidos Richard Armitage.
A Grã-Bretanha e os Estados Unidos – cujas tropas estão tentando sem muito sucesso manter a ordem no Iraque – estão elaborando uma resolução que levaria países como Índia, Paquistão, Turquia e Japão ao Iraque.
De acordo com Armitage, os americanos estão considerando "uma abertura maior às tomadas de decisão" no Iraque. Mas o subsecretário não deu detalhes de como isso seria feito.
Comando
O governo de Washington insiste, no entanto, que não abrirá mão do comando e do controle das forças militares no Iraque.
De acordo com o correspondente da BBC em Washington, o governo americano está dando sinais de estar amolecendo a sua posição por conta da pressão internacional e das críticas domésticas enfrentadas pela administração.
Países que se opuseram à guerra – principalmente Alemanha, França e Rússia – pressionam por uma presença maior da ONU no país, e se recusaram a enviar tropas ao Iraque na atual situação de domínio americano.
Os Estados Unidos estão com cerca de 140 mil soldados no Iraque, apoiados por outros 21 mil de outras nações, sendo 11 mil destes britânicos.
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A agência de fotografias britânica Science Photo Library expõe, a partir deste sábado, em Liverpool, imagens do espaço capturadas
por alguns dos melhores astrofotógrafos do mundo. | A exposição Da Terra ao Universo marca as primeiras comemorações pelo Ano Internacional da Astronomia, no ano que vem.
Capturadas por observatórios de diversos países e satélites da Nasa, as fotos revelam cores e formas fascinantes de nebulosas,
de galáxias e suas estrelas, do Sol e suas "piruetas" formadas a partir de gases expelidos a milhões de graus centígrados.
De acordo com a diretora de marketing da Science Photo Library, Maria Atoney, o objetivo da mostra é aproximar a ciência do
público.
"A exposição permite que se admire a beleza e a complexidade do Universo", disse ela.
"Além disso, nossas mentes são desafiadas a entender o tamanho gigantesco desses objetos, as imensas distâncias envolvidas
e a pequeneza do homem diante disso tudo."
A exposição fica em cartaz no Albert Dock, em Liverpool, até o dia 29 de junho.
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Cientistas da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey (EUA), descobriram que o cérebro de homens e mulheres reage de maneira diferente à paixão. |
Os pesquisadores realizaram exames de ressonância magnética em 17 pessoas que estavam no início de um relacionamento amoroso.
Eles mostraram aos voluntários algumas fotos de pessoas amadas e outras de apenas conhecidos e observaram as diferenças nas reações cerebrais por meio de ressonância magnética.
Nas mulheres, as regiões cerebrais mais estimuladas estão ligadas a sentimentos de atenção, recompensa e amor. Já os homens apresentaram mais atividade em áreas de processamento visual, incluindo uma que está relacionada a estímulos sexuais.
Dopamina
Os cientistas descobriram que os sentimentos de amor estão relacionados à atividade no núcleo caudado direito e no tegmento ventral direito, regiões cerebrais que apresentam grandes quantidades de dopamina, substância que produz sentimentos de satisfação e prazer.
Altas quantidades de dopamina também estão relacionados a um aumento de energia, motivação e sensação de felicidade.
"Acreditamos que o amor é uma forma bem desenvolvida de uma das três redes cerebrais primárias que estão envolvidas diretamente na reprodução dos mamíferos", disse Helen Fisher, uma das cientistas responsáveis pela pesquisa, publicada na revista da Sociedade de Neurociência americana.
"A atração é um precursor do amor nos mamíferos. Se antes ela estimulava os indivíduos a procurar qualquer parceiro para uma relação sexual, hoje ela evoluiu para um estágio que faz com que as pessoas procurem parceiros com quem tenham mais afinidades", afirmou Fisher.
"O circuito cerebral responsável pelas relações entre homens e mulheres evoluiu para possibilitar aos indivíduos permanecer com um só parceiro por um tempo suficiente até que eles consigam exercer funções de pai e mãe."
Os pesquisadores planejam realizar um novo estudo, dessa vez com homens e mulheres que tenham sido deixados recentemente por seus parceiros.
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Uma galeria na Austrália revelou que um quadro há muito atribuído ao mestre holandês Vincent van Gogh foi na verdade assinado por um outro artista. | A pintura, intitulada Cabeça de um Homem, pertence à Galeria Nacional de Victoria, de Melbourne, desde 1940 e havia sido avaliada em uma cifra equivalente a R$ 40 milhões.
Após uma série de testes, especialistas holandeses concluíram que a obra foi assinada por um artista contemporâneo.
O quadro mostra um homen de cabelos encaracoladose e de barba, diante de um fundo marrom.
Em um comunicado divulgado nesta sexta-feira, o diretor da galeria, Gerard Vaughan, afirmou que dez anos antes de a instituição incorporar o quadro ao seu acervo, a obra já era atribuída a Van Gogh.
''Reatribuir a autorida pintura faz parte do dia a dia de qualquer grande galeria'', afirma Vaughan.
Dúvidas
O quadro foi levado para a Austrália em 1939 por Keith Murdoch, pai do magnata de imprensa Rupert Murdoch. A peça integrou uma exposição itinerante.
Mas a pintura acabou ficando no país, com a Segunda Guerra Mundial e foi adquirida pela Galeria Nacional de Victoria por 400 dólares australianos (o equivalente a R$ 640).
Dúvidas a respeito da autenticidade do quadro surgiram em agosto do ano passado, quando ele foi exibido em uma galeria de Edinburgo, na Escócia.
Os críticos disseram que a pintura, datada de 1886, tinha um estilo distinto de outras obras de Van Gogh do mesmo período e que a pintura não era mencionada nas cartas assinadas pelo pintor.
Após a exibição, a pintura foi enviada ao Museu Van Gogh, em Amsterdã, para ser submetida a testes de especialistas.
O diretor da galeria australiana fez questão de frisar que a pintura foi erroneamente atribuída a Van Gogh, mas não foi falsificada.
''Não há provas de que a obra tenha sido produzida com o propósito de ser atribuída a Van Gogh'', afirmou Gerard Vaughan.
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Um empresário da Alemanha pretende lançar a primeira companhia aérea para fumantes no ano que vem, prometendo uma volta aos tempos em que os aviões tinham um área para fumantes. | Alexander Schoppmann, um ex-corretor de ações, está tentando levantar recursos para fundar a Smintair (Smoker's International Airways).
Em sua website, a Smintair promete "trazer de volta a exclusividade de voar encontrada na década de 60".
O seu plano é operar dois aviões Boeing 747 na rota Dusseldorf-Tóquio.
A companhia não vai oferecer passagens da classe econômica, mas pretende atrair empresários que gostam de fumar, e que não se importem de pagar por alguns privilégios.
Será permitido fumar em todos os 138 assentos à bordo, e haverá espaço extra entre poltronas para que o passageiro se acomode melhor.
O andar superior do avião terá um saguão para passageiros, e não poltronas extras "como infelizmente se pode ver em toda parte, atualmente", diz a website.
Schoppmann diz que a proibição de fumar em vôos foi motivada por um desejo das companhias aéreas de economizar em sistemas de ar condicionado.
Ele prometeu restaurar o antigo sistema de bombear ar fresco pela cabine.
Antes de seu lançamento, a Smintair precisa encontrar pelo menos 40 milhões de euros para obter uma licença para operar do Departamento de Aviação Federal da Alemanha.
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Com a campanha presidencial na Rússia entrando em seu último dia, o presidente da Comissão Eleitoral do país admitiu nesta
sexta-feira que a cobertura da mídia foi desigual. | Vladimir Churov disse à BBC que nem todos os candidatos tiveram o mesmo acesso à mídia, mas ainda assim disse acreditar que
a cobertura foi justa.
Os críticos dizem que os canais de TV russos dedicaram muito mais tempo à cobertura do candidato do presidente Vladimir Putin,
o vice-premiê Dmitry Medvedev.
Segundo as pesquisas de opinião, Medvedev pode vencer já no primeiro turno, no domingo, com uma proporção entre 60% e 80%
dos votos.
"Justa, mas não igual"
Churov caracterizou a cobertura da campanha como “justa, mas não igual”.
“É um problema não somente para nosso país, mas eu posso concordar que nem todos os candidatos tiveram um número igual de
itens do noticiário”, disse.
Porém o chefe da Comissão Eleitoral argumentou que é legítimo que programas de notícias se concentrem nas atividades de Medvedev
em seu atual cargo de vice-primeiro-ministro.
Churov disse ainda não lamentar o fato de a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) ter decidido não enviar
uma missão de observadores à eleição, após acusar as autoridades russas de tentar controlar o seu trabalho.
Para ele, o mundo formará sua própria opinião sobre a legitimidade da eleição de domingo.
A Comissão Eleitoral da Rússia é formada por 15 membros, com cinco indicações cada pelo presidente e pelas duas casas do Parlamento.
Churov foi indicado pela Duma, a câmara baixa do Parlamento, onde Putin tem hoje o apoio da maioria absoluta.
Putin deve fazer um pronunciamento à nação nesta sexta-feira para se despedir do público como presidente após seus oito anos
no cargo, segundo a mídia russa.
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Os israelenses estão votando nesta terça-feira em uma das eleições mais incertas da história de Israel, segundo boa parte dos analistas políticos do país. | O partido Kadima, fundado por Ariel Sharon no final do ano passado para disputar as eleições, lidera todas as pesquisas de intenção de voto – na mais recente, divulgada na segunda-feira pelo jornal Yediot Ahronot, a previsão é que o partido obtenha 34 cadeiras das 120 em disputa no Parlamento, sendo que os trabalhistas ficariam com 21, e o ex-partido governista, o Likud, 13.
As 52 cadeiras restantes devem ser distribuídas entre oito partidos menores que incluem partidos de esquerda, direita e religiosos.
Mas o alto número de indecisos (ainda contados na casa dos 25% na segunda-feira), a apatia de parte do eleitorado e a dificuldade de se obter informações mais precisas nas pesquisas tornaram o resultado da disputa o menos previsível em anos, dizem os analistas políticos."Os especialistas e pesquisadores em Israel se encontram em uma situação sem precedentes e não conseguem decifrar e prever o comportamento dos eleitores", disse Daniel Ben Simon, analista do jornal Haaretz, à BBC Brasil. "Trabalho nessa área há 20 anos e nunca presenciei uma situação como esta, pela primeira vez estou confuso e não posso prever o que vai acontecer."Legado
Para o primeiro-ministro em exercício e líder do Kadima, Ehud Olmert, estas eleições são um “referendo” sobre seu plano de retirada parcial e unilateral de assentamentos da Cisjordânia.
Olmert propõe um plano de redefinição das fronteiras de Israel que muda a composição atual, anexando grandes blocos de assentamentos e retirando as tropas e os colonos israelenses do restante do território palestino.
Apesar do plano de Olmert não ter sido apresentado por Ariel Sharon, que ainda está em coma após ter sofrido um derrame, o Kadima é visto hoje como o herdeiro da política do antigo premiê.
Em seu último pronunciamento antes da votação, Olmert fez questão de deixar isso claro.
“Esta é a última reunião do gabinete que Ariel Sharon liderou nos últimos cinco anos... não há duvidas de que o espírito e o rumo de Ariel Sharon vão continuar sendo componentes importantes no futuro do Estado de Israel", disse ele a partir de seu gabinete.
Apesar dos esforços do Partido Trabalhista de colocar os problemas sócio-econômicos no foco da campanha eleitoral, o conflito entre Israel e os palestinos foi a questão que dominou a disputa.
No seu último ato de campanha, por exemplo, o líder do Likud, Binyamin Netanyahu, foi ao Muro das Lamentações em Jerusalém para anunciar que só um Likud forte poderia “proteger” a cidade.
Alianças
O conflito também deverá ser a principal questão política do país após as eleições.
Mesmo que as pesquisas sejam confirmadas e que o Kadima saia vitorioso das urnas, o partido precisará formar uma coalizão para governar.
Os trabalhistas são vistos como os parceiros em potencial, além de outras agremiações menores.
Porém, a política para o conflito com os palestinos promete ser centro de polêmica.
Olmert já disse que os partidos que se posicionarem contra seu plano não vão poder fazer parte da uma coalizão de governo.
O líder do Partido Trabalhista, Amir Peretz, defende, no entanto, as negociações com os palestinos e considera a retirada unilateral como último recurso, caso não haja possibilidade de diálogo.
Já Netanyahu é contra qualquer plano de retirada e afirma que "Olmert quer entregar terras de Israel para o Hamas".
A incerteza promete permanecer mesmo depois que os votos forem contados.
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Se a infidelidade é capaz de colocar em risco o relacionamento, segredos financeiros podem ser ainda mais devastadores para a vida de um casal. | Especialistas dizem que as novas gerações tendem a esconder mais as coisas, entre elas as dívidas
A infidelidade financeira é mais comum do que se pensa.
Nos EUA, uma em cada cinco pessoas reconhece ter escondido uma dívida, uma conta de cartão de crédito ou hábitos de compras compulsivas, segundo estudo da empresa americana Creditcards.com.
"Muita gente coloca em risco a confiança do casal e da situação financeira", diz Ted Rossman, analista responsável pelo levantamento.
Rossman diz que observou uma tendência de aumento da infidelidade financeira nos últimos anos. Segundo ele, porque os millennials, pessoas com idade entre 18 e 37 anos, tendem a guardar mais segredos que as gerações anteriores.
Fim do Talvez também te interesse
Em termos matemáticos, usar um cartão de crédito secreto e postergar a dívida a cada mês pode ser um dos piores tipos de infidelidade financeira
Tanto que em aplicativos de encontros, como o Tinder, há jovens que fazem questão de registrar no perfil não ter dívidas - um indicativo de que a questão financeira para o relacionamento do casal não é apenas um detalhe.
Cartões de crédito escondidos
Há também o caso de pessoas que economizam sem contar ao parceiro, pensando em um cenário de separação.
"É como um fundo de liberdade", explica Rossman. "Isso é um erro, porque está assumindo que o relacionamento pode falhar."
Esses fundos escondidos, diz o especialista, "poderiam ser usados, por exemplo, para aposentadoria ou para pagar estudos dos filhos".
Entre 20% e 40% da população dos EUA já praticaram 'traição financeira', indicam estudos
Mas a maneira mais comum de "trair", diz Rossman, é esconder um cartão de crédito do parceiro.
Trata-se de uma situação complicada, considerando que quase dois terços dos que usam cartões de crédito nos EUA carregam dívidas de um mês para o outro.
Matematicamente, esconder um cartão de crédito pode ser uma das piores traições, avalia o analista financeiro.
"As taxas de juros são tão altas que, quando você arrasta a dívida, os juros aumentam e as coisas podem acabar em desastre", explica Rossman.
Não há muitas pesquisas sobre o tema da infidelidade financeira e a maioria dos estudos existentes olha apenas a situação no primeiro mundo.
Um estudo de 2018 conduzido pela empresa Harris Poll a pedido do The National Endowment for Financial Education (NEFE), uma organização sem fins lucrativos, assinala que 41% dos adultos nos EUA reconhecem ter traído financeiramente o parceiro ou a parceira.
"A infidelidade financeira pode até parecer inofensiva. Talvez alguém esconda apenas uma compra, uma conta ou um pouco de dinheiro. Mas a infidelidade pode crescer a um nível mais grave", escreve Ted Beck, presidente executivo do NEFE.
Terapia financeira é um campo do conhecimento que tem ganhado especialistas e clientes
"Isso tem um impacto no relacionamento além da magnitude, provocando discussões, prejudicando a confiança e, em alguns casos, levando à separação ou ao divórcio."
Outro estudo, com o título Infidelidade Financeira em Relacionamentos de Casais, feito na Universidade do Mississippi e publicado no Journal of Financial Therapy em 2018, concluiu que 27% dos participantes da pesquisa esconderam algum tipo de informação financeira.
Contas bancárias separadas?
Muitos casais decidem manter contas bancárias separadas. A ideia do "meu dinheiro, seu dinheiro, nosso dinheiro" pode funcionar desde que os dois estejam de acordo, dizem especialistas.
Por exemplo, é possível que um casal decida deixar uma porcentagem do próprio salário para gastar em conjunto ou que cada um deixe uma parte da renda para usarem individualmente.
As fórmulas são quase infinitas. Mas o recomendado é discutir o plano e entrar num acordo.
Terapia financeira
Assim como há infidelidade financeira, há terapia financeira. Trata-se de um novo campo de especialização que reúne psicologia e administração.
Muitos dos pacientes são casais que estão em crise por problemas econômicos, pessoas com tendência a compras compulsivas ou simplesmente recém-casados que querem planejar o futuro.
"As brigas por dinheiro sempre são muito ofensivas. O dinheiro não é apenas um pedaço de papel", diz Megan McCoy, psicóloga especializada em terapia financeira e professora da Universidade de Kansas, nos EUA.
"O dinheiro é um símbolo de poder, controle, segurança. Então, quando você briga por dinheiro, outros níveis de conflito surgem", observa.
Para ela, casais devem falar sobre dinheiro de forma clara e aberta.
No entanto, as coisas podem ficar muito mais difíceis se a infidelidade financeira esconder outros problemas, como o vício em álcool ou drogas.
"Esse tipo de infidelidade é sempre a expressão de um sintoma", adverte.
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A capital alemã ganha um novo museu, dedicado ao Surrealismo. A nova instituição, chamada Coleção Scharf-Gerstenberg, mostra
um acervo de mais de 250 trabalhos de mestres surrealistas e artistas que influenciaram um dos movimentos artísticos mais
singulares do século passado. | A casa abre suas portas ao público nesta quinta-feira, 11 de julho, depois de ter sido inaugurada pelo ministro alemão da
Cultura, Bernd Neumann.
O local da exposição abrigava até 2005 o Museu Egípcio, e está a uma pequena distância do Palácio de Charlottenburg -- antiga
residência de monarcas alemães, uma das maiores atrações turísticas do lado ocidental de Berlim. O edifício foi reformado
e ampliado a um custo de 10 milhões de euros.
O acervo do museu é baseado em uma coleção privada cedida à capital alemã em regime de empréstimo permanente. A exibição principal,
intitulada "Mundos Surrealistas", traz pinturas, gráficos, desenhos e esculturas de autores surrealistas famosos, como Salvador
Dalí, René Magritte e Max Ernst.
Ela ilustra, através das artes plásticas, a história e as teorias do movimento fundado pelo intelectual francês André Breton
em 1924, com seu Manifesto Surrealista. O estilo privilegia temas abstratos, fantásticos ou ligados aos abismos do inconsciente.
Estão expostos ainda trabalhos precursores, como seqüências de desenhos de aspecto fantasmagórico do espanhol Francisco Goya
ou de ilustrações de ambientes carcerários fantásticos do italiano Giovanni Piranesi.
O programa inclui também uma série de filmes, incluindo clássicos como O Cão Andaluz, de Luís Buñuel e Salvador Dalí, assim como películas contemporâneas de cunho surrealista. O novo museu abrigará, ainda,
em futuro próximo, mostras temporárias paralelas sobre temas ligados ao Surrealismo.
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A greve dos ferroviários, metroviários e motoristas de ônibus na França deixou o sistema de transportes públicos do país em situação caótica nesta quarta-feira. | Milhões de pessoas enfrentaram dificuldades para chegar ao trabalho, e o excesso de veículos causou centenas de quilômetros de congestionamento nas estradas que ligam a periferia à capital, Paris.
Os sindicatos estão protestando contra a reforma de seu regime de aposentadorias especiais, proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy.
Trens regionais circulavam em ritmo de conta-gotas durante a manhã, linhas suburbanas foram canceladas e apenas 12% dos TGVs, os trens de grande velocidade, estavam circulando.
Em Paris, só 20% dos trens do metrô e 15% dos ônibus funcionavam normalmente, mas o Eurostar - que liga a França à Grã-Bretanha - não foi afetado pela paralisação.
Diferentemente da paralisação realizada em 18 de outubro, esta nova greve dos ferroviários ocorre por tempo indeterminado.
Muitos já comparam a paralisação atual à grande greve de 1995, que deixou a França sem transportes durante várias semanas, em razão do mesmo motivo: a reforma dos regimes especiais de aposentadoria desses servidores.
O ministro do Trabalho francês, Xavier Bertrand, se reúne com sindicatos da categoria na manhã desta quarta-feira para tentar encontrar uma solução para o impasse.
Negociações
Os ferroviários e metroviários protestam contra a reforma que prevê o aumento do tempo de contribuição dos atuais 37,5 anos para 40 anos de trabalho.
O governo se diz aberto às negociações, mas vem reiterando que esse ponto da reforma “não está aberto a discussões”.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, quer equiparar o sistema de aposentadorias especiais da categoria ao dos outros servidores públicos, que - depois de outra reforma aprovada em 2003 - passaram a ter de trabalhar 40 anos antes de se aposentar, como no setor privado.
A grande maioria dos franceses se opõe à greve do setor de transportes: quase 70% não querem que o governo ceda às reivindicações, segundo a pesquisa conduzida pela empresa OpinionWay e publicada pelo jornal Le Figaro.
Algumas associações realizaram até mesmo protestos nas estações de trem contra a greve.
A direção da estatal ferroviária SNCF prevê distúrbios pelo menos até o fim de semana, já que, quando os trens ficam parados, é necessário realizar trabalhos de manutenção.
Estudantes
A mobilização desta quarta inclui ainda os funcionários das estatais de gás e eletricidade, que também são atingidos pela reforma das aposentadorias especiais.
Além disso, estudantes universitários estão fazendo greve para protestar contra outra reforma, a que prevê a autonomia financeira e administrativa das faculdades.
O movimento vem ganhando força nos últimos dias. Cerca de 20 universidades, de um total de 85, estão parcialmente ou totalmente paralisadas.
A nova lei prevê, por exemplo, que as faculdades possam realizar parcerias com empresas, o que os estudantes consideram uma “privatização” do ensino superior.
Os universitários participarão das passeatas dos ferroviários e funcionários dos setores de gás e eletricidade previstas em todo o país.
Na terça-feira, estudantes tentaram bloquear trilhos nas estações de trens, mas foram impedidos pela polícia.
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Os testes nucleares conduzidos pela Coréia do Norte nesta segunda-feira provocaram várias reações negativas na comunidade internacional. | A China, tradicional aliada norte-coreana, não poupou Pyongyang de críticas. “A República Democrática da Coréia do Norte ignorou a oposição generalizada da opinião internacional e conduziu um teste nuclear em 9 de outubro”, diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China.
“O governo chinês se opõe firmemente a isso. O governo chinês exige que a Coréia do Norte abra mão de seu programa nuclear e suspenda qualquer ação que possa agravar ainda mais a situação”, afirma.
O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, disse que “o teste nuclear norte-coreano constitui um ato de provocação e desafio à comunidade internacional e ao nosso pedido para evitar ações que pudessem agravar as tensões no nordeste asiático”, afirma. “Esperamos que o Conselho de Segurança (da ONU) tome ações imediatas para responder a tal ato.”
“Estou ciente da declaração da Coréia do Norte sobre a realização de um teste nuclear”, disse o premiê japonês, Shinzo Abe. “O Japão está em contato com os Estados Unidos e com a China para troca de informações de inteligência... e discutirei com a Coréia do Sul como será nossa resposta”, afirmou.
A Coréia do Sul disse que responderá com firmeza à ação norte-coreana.
"Nossa força militar, baseada na aliança sul-coreana e americana, está pronta para qualquer provocação da Coréia do Norte", disse o porta-voz do governo Yoon Tae-Young.
"Nosso governo vai lidar com firmeza, de acordo com o princípio de que não vai tolerar que a Coréia do Norte possua armas nucleares...O comportamento da Coréia do Norte é uma grave ameaça à paz e estabilidade, não apenas na península coreana como também no nordeste da Ásia"m disse ele.
"Ato de provocação"
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse que o primeiro teste nuclear norte-coreano seria "um ato completamente irresponsável".
O ministério das Relações Exteriores britânico afirmou que o teste nuclear será encarado por Londres e pela comunidade internacional como “um sério ato de provocação ao qual responderemos robustamente”, de acordo com uma nota. “Tal ato só pode aumentar a tensão em uma região já tensa, além de causar repercussão internacional”, diz o texto.
A Austrália disse que solicitará ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que determine um regime de sanções contra a Coréia do Norte, que inclua “restrições financeiras e de transporte”, além de vetos comerciais e de tráfego aéreo.
Mercado financeiro
Os valores das ações nas bolsas de valores da Ásia sofreram uma queda depois do anúncio da realização do teste nuclear norte-coreano. A maior queda foi na Coréia do Sul, décima maior economia do mundo. O índice do mercado local chegou a descer 3,6%, recuperando-se levemente mais tarde.
Os mercados de Hong Kong, Cingapura, Manila, Jacarta e Bangcoc também foram atingidos. As bolsas de Tóquio e Taiwan não abriram por causa de um feriado.
No Japão, o iene teve a maior queda em relação ao dólar nos últimos sete meses, com os preços do petróleo cru e ouro sofrendo ligeiros acréscimos.
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A China monitorou os voos de dois bombardeiros americanos que sobrevoaram sua nova zona de defesa de identificação aérea, segundo informações do Ministério da Defesa chinês. | A China afirma que aviões que entram nesta zona precisam se identificar e obedecer a protocolos
Os aviões B-52 voaram sobre ilhas de Diaoyu e Senkaku, disputadas entre o país e o Japão no Mar do Leste da China, sem avisar as autoridades chinesas que estavam entrando em uma parte de seu novo espaço aéreo, declarado no sábado.
O Japão e os Estados Unidos se opõem à decisão da China de alterar unilateralmente seu espaço aéreo e acusam o país querer escalar as tensões regionais.
A zona de defesa de identificação aérea chinesa se sobrepõe ao espaço aéreo japonês e inclui ilhas disputadas que são controladas pelo Japão.
Escalada
Para Alexander Neill, do Instituto Internacional para estudos estratégicos (IISS), a demarcação de uma zona de defesa área representa uma tomada de posição por parte da China que pode trazer riscos para a região.
Ainda segundo Neill, a medida demonstra a determinação do presidente Xi Jinping em defender a integridade territorial do país.
Este é o maior sinal de escalada militar envolvendo a China desde que ele chegou ao poder, há um ano.
Líderes chineses devem se abster de críticas à sua decisão, argumentando que o espaço de defesa aérea japonês se estende sobre o território reivindicado pela China.
A imposição da zona de defesa de identificação aérea da China ecoa um episódio ocorrido em 1996, quando o então presidente chinês Jiang Zemin ordernou uma exclusão aérea e marítima durante uma série de testes com mísseis no norte e no sul de Taiwan.
A declaração de sábado confirma que as ilhas de Diaoyu e Senkaku passam para o centro de preocupações da China, sendo incluídas na mesma categoria do Mar do Sul da China e de Taiwan.
Narrativa oficial
Alexander Neill afirma que na última década o nacionalismo populista da China tem sido alimentado por uma narrativa oficial de humilhação devido ao fato de as ilhas estarem nas mãos do Ocidente. Este sentimento havia sido atenuado graças à adesão de Deng Xiaoping (líder chinês dos anos 1970, 1980 e 1990) a uma estratégia mais contida em relação ao assunto.
Mas, recentemente, as demonstrações do poder militar chinês sugerem que Xi Jinping pode estar preparado para ignorar esta política mais contida.
A nova identidade regional da China, como uma potência econômica com um setor militar cada vez mais forte, tornou a narrativa da humilhação menos relevante; um sentimento de orgulho nacional agora é comum no país.
E este último gesto do governo chinês ocorreu em um momento de tensão militar na região.
Em janeiro de 2013, o Ministério da Defesa do Japão acusou o Exército de Liberação do Povo chinês de direcionar seus radares contra um navio japonês que estava próximo das ilhas. A China nega.
Agora, a melhor opção da China para manter a dominância na falta de uma presença militar permanente na região de Senkaku é o estabelecimento da zona de defesa de identificação aérea.
Por outro lado, a grande limitação para a China seria o estabelecimento, por Tóquio, de posições habitadas por japoneses nas ilhas, uma ação que pode levar a um aumento rápido das hostilidades.
Os dois países estão evitando estas ações até agora. No entanto, recentemente a China enviou aviões não tripulados para perto da região disputada.
Vigilância americana
Outro fato recente foi a apresentação do primeiro avião de tecnologia stealth (que não pode ser detectado por radares) da China, algo que ocorreu logo depois do primeiro voo do J-31, o jato stealth chinês, no começo do ano.
Todas estes sistemas de armas ainda estão na fase de desenvolvimento, mas eles destacam o sucesso da modernização no setor militar da China.
A China ainda pode estar longe de se transformar em uma potência militar global, mas os especialistas em defesa dos Estados Unidos notaram que o país conseguiu concentrar uma capacidade militar formidável em seu próprio quintal. Alguns analistas sugerem até que, em certas áreas, o Exército chinês pode conseguir rivalizar com a capacidade militar americana na região.
E a zona de defesa de identificação aérea é um símbolo da insatisfação da China com os destacamentos de vigilância e inteligência reunidos pelos militares americanos no mar e no espaço aéreo nas fronteiras do país.
Um episódio delicado de destaque foi a perda do piloto de caça chinês, morto em uma colisão com uma aeronave de vigilância americana que estava em uma missão para colher informações secretas no Mar do Sul da China em 2001.
Líderes chineses vão argumentar que o estabelecimento da zona de defesa de identificação aérea visa evitar este tipo de incidente, mas com os tempos de reação extremamente curtos necessários para uma interdição aérea e a inexperiência relativa das forças aéreas chinesas e japonesas, o potencial para um rápido aumento das hostilidades e possíveis erros aumentarão.
A proximidade da 7ª Frota americana no Japão e as operações regulares dos militares americanos na zona de de defesa chinesa significam que o Pentágono vai resistir muito antes de obedecer aos protocolos de identificação aérea exigidos pela China. E isto também pode ser aplicado aos militares japoneses.
A criação de uma zona de defesa de identificação aérea também desmente a confiança da China em suas próprias redes de comando e controle e em sua capacidade de estabelecer uma vigilância aérea em uma grande extensão do Mar do Leste da China.
A resposta americana poderá ser o aumentdo do ritmo de seus exercícios militares planejados para a região, obrigando o Exército chinês a dar uma resposta defensiva, testando a determinação de Xi Jinping e também sua cadeia de comando.
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A Seleção feminina de futebol do Brasil goleou a Alemanha por 4 a 1 nesta segunda-feira e avançou para a final na Olimpíada
de Pequim, garantindo, no mínimo, a medalha de prata na modalidade. | Repetindo Atenas 2004, a final será contra a seleção dos Estados Unidos, que derrotou o Japão por 4 a 2, também nesta segunda-feira.
Há quatro anos, o Brasil perdeu a final.
A classificação para a final ocorreu com a quebra de um tabu: o Brasil nunca havia vencido a Alemanha no futebol feminino.
Além disso, a equipe conseguiu "vingar" a derrota na final da Copa do Mundo.
As brasileiras começaram perdendo com gol de Birgit Prinz, mas empataram no final do primeiro tempo e viraram no segundo –
com gols de Formiga, Marta e dois de Cristiane.
Os gols brasileiros foram marcados pela plasticidade dos lances. No quarto gol, Cristiane driblou quatro jogadoras alemãs.
Até jogar contra o Brasil, a goleira alemã Nadine Angerer – considerada a melhor do mundo no futebol feminino – estava invicta.
A final vai ser disputada na quinta-feira às 10h (horário de Brasília) no Estádio dos Trabalhadores de Pequim.
Na terça-feira, o time masculino faz a semifinal contra a Argentina, no mesmo estádio.
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Os gigantes da tecnologia no Vale do Silício estão entre os poucos vencedores da pandemia global. Os preços de suas ações se mantêm ou até aumentam, à medida que os investidores apostam que essas empresas sairão ainda mais fortes da crise. | Elon Musk e Mark Zuckerberg têm opiniões opostas sobre as medidas tomadas para lidar com a pandemia de coronavírus.
No entanto, a covid-19 também mostra dois magnatas da tecnologia com atitudes radicalmente diferentes em relação à batalha para controlar o vírus: Elon Musk (Tesla) e Mark Zuckerberg (Facebook).
O que Musk disse?
Nas últimas semanas, o fundador da Tesla tem postado mensagens no Twitter de uma maneira cada vez mais temperamental.
Primeiro, ele expressou ceticismo sobre a ameaça do coronavírus. Depois, ele condenou medidas que viu como "excessivas" para combater o vírus.
Musk usou várias vezes sua conta no Twitter para criticar medidas de isolamento para combater o vírus.
A quarentena na Califórnia significou o fechamento de sua principal fábrica, em Fremont, que Musk quer que seja reaberta.
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"Bravo, Texas!", escreveu no Twitter na quarta-feira, ao compartilhar notícia de que restaurantes e outras empresas do Texas poderiam ser reabertas na sexta-feira com algumas condições.
Depois fez uma declaração, em letras maiúsculas, pedindo a abertura imediata dos Estados Unidos.
Mas foi durante uma teleconferência com analistas, após a publicação de resultados de lucro surpreendente durante o primeiro trimestre, que sua raiva transbordou.
Em sua declaração de abertura, Musk não mencionou o vírus. Mas, em resposta a perguntas, ele criticou a ordem da Califórnia de que os moradores fiquem em casa.
"Dizer que eles não podem sair de casa e que serão presos se o fizerem é fascista. Isso não é democrático. Isso não é liberdade. Eles precisam devolver às pessoas sua maldita liberdade."
Sua linguagem se tornou ainda mais agressiva em determinado ponto.
Ele disse que uma extensão do confinamento estava "aprisionando à força as pessoas em suas casas contra todos os seus direitos constitucionais".
E acrescentou: "Desrespeitar as liberdades das pessoas dessa maneira horrível e errada... não é para isso que as pessoas vieram aos Estados Unidos ou construíram este país".
Então, ele usou um palavrão forte e disse, antes de continuar: "Desculpem. Mas uma indignação é uma indignação".
Musk criticou a decisão da Califórnia de implementar o confinamento como uma medida para combater o coronavírus.
Também houve um pouco de indignação em resposta. Não de analistas que ficavam perguntando sobre margem bruta e lançamento de um aplicativo, mas de espectadores no Twitter.
Alguns lembraram que o fundador da Tesla estava longe de ser profético em sua análise da ameaça do vírus.
Em 19 de março, Musk comentou que não havia novos casos na China, acrescentando: "Com base nas tendências atuais, provavelmente haverá quase zero casos novos nos Estados Unidos até o final de abril".
Em 30 de abril, havia mais de um milhão de casos de coronavírus nos Estados Unidos e cerca de 60 mil mortes.
O que Zuckerberg disse?
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, também falou nos últimos dias sobre os resultados de sua empresa, que viu uma queda nos lucros, mas conseguiu agradar os investidores, apesar do aviso de que a empresa "enfrentava um período de incerteza sem precedentes ".
Zuckerberg diz que a pressa de voltar à normalidade é uma péssima ideia para a saúde pública e a economia
Zuckerberg, em sua teleconferência com analistas, apresentou uma opinião oposta à do magnata da Tesla. A pressa de voltar à normalidade é uma péssima ideia para a saúde pública e a economia, disse ele.
"Embora existam restrições sociais maciças nas quarentenas, me preocupa que a reabertura de certos locais muito rapidamente, antes que as taxas de contágio caiam para níveis muito baixos, quase garantirá surtos futuros e piorará os resultados econômicos e de saúde a longo prazo."
Considerando os modelos de negócio, pode-se dizer que é mais fácil para Zuckerberg adotar essa posição.
Seus funcionários podem fazer, em casa, um bom trabalho para manter o Facebook funcionando, enquanto a equipe da Tesla não fabrica carros em seus quintais.
A empresa de rede social pode estar preocupada com uma queda na publicidade, mas está muito melhor do que as antigas empresas de mídia para resistir à recessão.
O preço das ações, que registrou apenas uma queda modesta desde fevereiro, reflete isso.
Desafiando a gravidade
E as ações da Tesla continuam a desafiar a gravidade.
Com sua fábrica principal fechada e um diretor executivo aparentemente incapaz de se autocontrolar, os investidores poderiam fugir.
Mas não. As ações já subiram perto de um recorde e é esperado que subam ainda mais após os últimos resultados.
A Tesla, que vendeu 367.500 carros em 2019, é avaliada pelo mercado em cerca de US$ 150 bilhões (ou R$ 833 bi). Isso é quase quatro vezes mais do que a gigante americana GM, que vendeu cerca de 7,7 milhões de carros no ano passado.
Tudo isso significa que Musk poderia estar prestes a desfrutar os frutos de seu trabalho.
Ele está no caminho de alcançar as metas estabelecidas para aumentar o valor da empresa, o que lhe daria ganhos de cerca de US$ 740 milhões (R$ 4,1 bi) em opções sobre ações.
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, descreveu como "dramática" a recuperação em Nova Orleans desde a passagem do furacão Katrina, que devastou a cidade em agosto de 2005. | Durante sua primeira visita à cidade em três meses, Bush afirmou que Nova Orleans atualmente lembra a cidade que ele costumava visitar, e afirmou que vai continuar fornecendo ajuda federal para a reconstrução.
A visita de Bush ocorre em meio à indignação de alguns moradores devido às propostas de reconstrução da cidade.
Os residentes rejeitam a proposta de moratória de quatro meses para a reconstrução de casas em alguns bairros da cidade.
O tempo de espera estava entre as propostas do projeto Bring New Orleans Back (BNOB, Traga Nova Orleans de Volta em tradução livre), uma comissão estabelecida pelo prefeito Ray Nagin.
A comissão, que passou três meses analisando o futuro da cidade, divulgou algumas de suas sugestões na quarta-feira.
Custo
Restaurar a cidade do estado da Louisiana à sua antiga glória poderá ser o projeto de reconstrução mais caro da história dos Estados Unidos.
Falando em Nova Orleans na quinta-feira, Bush elogiou o progresso feito desde sua última visita em outubro.
"O contraste entre quando estive aqui antes e hoje é dramático. Quando vim pela primeira vez até hoje, Nova Orleans me lembra a cidade que costumava visitar", disse.
O presidente, que elogiou a cidade e seu apelo turístico, se reuniu com o prefeito Ray Nagin, autoridades do governo local e empresários locais.
Bush também fez um discurso na cidade de Bay St. Louis, onde muitas pessoas ainda estão vivendo em barracas, próximas aos destroços de suas casas destruídas pelo furacão.
O porta-voz de Bush, Trent Duffy, admitiu que a recuperação será cara e demorada, mas destacou que o governo federal vai participar a longo prazo.
"A destruição aqui parece que aconteceu hoje. É facil para as pessoas de fora da região esquecerem os desafios que ainda existem", disse.
Nos próximos nove dias, a comissão BNOB vai divulgar planos para recuperar áreas como saúde, educação e infra-estrutura.
"Este relatório é polêmico. Vamos, como uma comunidade, usar o tempo necessário, discutir o relatório, debater e analisar", disse o prefeito Ray Nagin.
Estima-se que o esforço de reconstrução avaliado no relatório deverá custar pelo menos US$ 17 bilhões, com US$ 12 bilhões destinados apenas para a compra de casas que estão condenadas devido aos danos causados pelo furacão.
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Depois de anunciar perdas de US$ 123 milhões no último balanço trimestral, a Ford anunciou nesta sexta-feira que irá reduzir em 21% sua produção nos Estados Unidos, em uma tentativa de cortar custos. | De outubro a dezembro, a montadora americana deverá produzir 168 mil unidades menos do que no mesmo período do ano passado.
Também está previsto um corte já no terceiro trimestre, mas em menor escala, com diminuição de 11%, ou 78 mil unidades, em comparação ao mesmo período de 2005.
Em relação à estimativa inicialmente anunciada, a redução do terceiro trimestre será de 20 mil unidades.
A empresa também prossegue com o plano de fechar 14 fábricas nos Estados Unidos e cortar 30 mil empregos na América do Norte até 2012.
Futuro
Apesar de reconhecer os efeitos que a redução da produção terá sobre funcionários e fornecedores, o presidente da empresa, Bill Ford, disse que a medida era "vital".
"Esta é a decisão certa para nossos clientes, nossos fornecedores e nosso futuro", afirmou.
Alguns jornais sugeriram nesta sexta-feira que a Ford estaria prestes a anunciar um corte adicional de seis mil empregos na América do Norte, além dos 30 mil previstos.
O presidente da companhia disse que mais detalhes sobre os cortes na produção serão divulgados em setembro.
Segundo Ford, as medidas irão ajustar a produção e adaptar os estoques à demanda atual dos consumidores.
Assim como sua principal rival americana, a General Motors, a Ford tem lutado contra a queda nas vendas nos últimos anos.
Ambas as companhias investiram nos últimos anos em veículos utilitários esportivos, que foram um dos maiores sucessos de vendas nos Estados Unidos, mas agora vêm perdendo espaço na preferência dos consumidores americanos.
Com os altos preços do petróleo, os consumidores passaram a procurar veículos mais econômicos.
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Os corpos da diplomata Lys Amayo de Benedek D'Avola e de seu filho Gianluca, que foram mortos pelo maremoto na Ásia, devem chegar ao Brasil neste sábado. | Segundo a Embaixada brasileira na Tailândia, os corpos embarcaram em um vôo de Bangcoc na manhã desta sexta-feira.
O marido de Lys, o italiano Antonio D'Avola, ainda está desaparecido.
A diplomata, que morava na capital da Tailândia, Bangcoc, estava passando férias na ilha de Phi Phi, onde foi rodado o filme A Praia, com Leonardo DiCaprio. Ela havia saído com o filho e o marido para um passeio quando eles foram atingidos pelo maremoto.
Sri Lanka
O governo do Sri Lanka impôs rígidas restrições para a adoção de crianças que sobreviveram ao tsunami que atingiu a Ásia no dia 26 de dezembro.
Segundo as autoridades do país, o objetivo é proteger os órfãos de traficantes de pessoas.
Um porta-voz do governo disse que nem parentes das crianças poderão adotá-las sem a permissão do governo.
"Até que uma solução seja implementada, adotar uma criança é ilegal", disse o porta-voz. "Nem mesmo um cidadão do país pode adotar uma criança até que o governo crie um programa para isso."
Milhares de crianças tiveram de sair de suas casas devido ao tsunami, e há relatos de ONGs de que muitas delas foram seqüestradas.
O governo do Sri Lanka ainda não sabe quantas crianças perderam seus pais na catástrofe. No total, mais de 30 mil pessoas morreram no país, e cerca de 4 mil ainda estão desaparecidas.
Seqüestros
O governo indonésio proibiu a saída de crianças da província de Aceh depois de ser alertado pelo Unicef (fundo da ONU para infância e adolescência) de que traficantes de pessoas poderiam tentar tirar vantagem da situação.
Na Índia, cerca de 60 organizações não-governamentais se uniram para pedir que o governo do país impeça a adoção de crianças durante um ano no Estado de Tamil Nadu.
Representantes das ONGs que estão ajudando no local dizem estar preocupados que, sem tal impedimento, a procura pelos pais dessas crianças pode não acontecer.
Cerca de 600 crianças estão em campos temporários em Tamil Nadu.
Os grupos dizem ainda que, se essas crianças permanecerem onde estão, poderão superar o choque de perder os pais e receber ajuda psicológica.
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Uma investigação realizada pela BBC na China revelou que a venda de órgãos retirados de prisioneiros executados está prosperando no país. | A investigação descobriu que órgãos dos condenados à morte são vendidos para estrangeiros que precisam de transplantes.
Um hospital afirmou que poderia fornecer um fígado a um custo de US$ 94,4 mil (cerca de R$ 209 mil), com o cirurgião-chefe confirmando que um prisioneiro poderia ser o doador.
O Ministério da Saúde da China não negou a prática, mas afirmou que está examinando o sistema e seus regulamentos.
”Presente à sociedade”
O jornalista da BBC Rupert Wingfield-Hayes visitou o Hospital Central Número Um de Tianjin, aparentando procurar um fígado para seu pai.
Representantes do hospital disseram ao repórter que um fígado poderia ser disponibilizado em três semanas.
Uma das autoridades afirmou que os prisioneiros eram voluntários para a doação de órgãos, colaborando, dessa forma, com um "presente à sociedade". E acrescentou que atualmente existe um excedente de órgãos devido a um aumento nas execuções, em antecipação ao feriado nacional chinês do dia 1° de outubro.
A China executa mais prisioneiros do que qualquer outro país no mundo. Em 2005 pelo menos 1770 pessoas foram executadas, apesar de o número verdadeiro poder ser bem maior, segundo um relatório da Anistia Internacional.
Direitos humanos
Em março, o Ministério do Exterior da China admitiu que órgãos de prisioneiros foram usados, mas afirmou que isto ocorreu em "apenas poucos casos".
O porta-voz do governo Qin Gang afirmou que os órgãos não foram retirados por imposição, e sim apenas com a permissão clara do condenado.
Mas não está totalmente claro se os prisioneiros são realmente livres para decidirem sozinhos a respeito da doação de seus órgãos pouco antes de sua execução.
Em abril de 2006, cirurgiões britânicos condenaram a prática, afirmando que era inaceitável e um desrespeito dos direitos humanos.
Mas, segundo o correspondente da BBC, o Hospital Central Número Um de Tianjin realizou 600 transplantes de fígado em 2005 e a indústria de transplante de órgãos se transformou em um grande negócio.
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Versões pirateadas do novo livro do personagem Harry Potter, Harry Potter e a Ordem da Fênix, estão sendo vendidas no Paquistão e estão faturando mais do que o livro original. |
Um vendedor de livros paquistanês, Jameel Hussain, disse que pelo menos cinco versões diferentes do livro estão sendo vendidas nas livrarias do país.
Com preço variando de 295 a 495 rúpias (R$ 15 a R$ 25), os livros estão provando ser uma alternativa bastante popular ao original, que custa cerca de R$ 87 no Paquistão.
Planejamos importar de 15 mil a 16 mil cópias do livro original, mas reduzimos nossas encomendas para apenas mil cópias, disse Hussain.
Baixa qualidade
O lançamento Harry Potter e a Ordem da Fênix levou à quebra de recordes de venda de livros em todo o mundo quando foi lançado, em 21 de junho.
Cerca de 5,8 milhões de cópias de foram vendidas no seu dia de lançamento apenas na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.
Mas o Paquistão é considerado um dos líderes mundiais no consumo de bens pirateados, incluindo CDs, filmes e programas de computador.
Um fã de Harry Potter na cidade de Karachi, Masood Mehmood, de 13 anos, disse que ele não gostou da versão pirateada do livro porque tem impressão e papel de baixa qualidade.
Mas eu só quero ler a história, disse ele, em uma livraria de sua cidade.
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