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A maioria das pessoas no Iraque (70%) acredita que a segurança no país piorou em Bagdá e nos arredores - regiões para onde foram enviados cerca de 30 mil soldados americanos extras desde março -, de acordo com uma pesquisa encomendada pela BBC, pela rede americana ABC News e a japonesa NHK.
O levantamento foi divulgado no mesmo dia em que o comandante do Exército dos Estados Unidos no Iraque, David Petraeus, e o embaixador americano no país, Ryan Crocker, apresentam ao congresso americano uma avaliação da estratégia do governo Bush de aumentar o número de tropas no Iraque. Mais de 2 mil iraquianos de cerca de 450 bairros nas 18 províncias do país participaram da pesquisa entre os dias 17 e 24 de agosto, que foi conduzida pelas empresas japonesas D3 Systems e KA Research Ltd e tem uma margem de erro de 2,5%. O número de iraquianos que querem uma retirada imediata das tropas da coalizão liderada pelos EUA também aumentou desde outra pesquisa feita em fevereiro. Mas mais da metade dos entrevistados disseram que as tropas estrangeiras deveriam permanecer no país até que a segurança melhorasse. Ataques contra soldados Os entrevistados foram perguntados se o aumento do número de tropas americanas em Bagdá e nas imediações melhoraram ou pioraram a segurança, sobre o ritmo da reconstrução, as condições para diálogo político e as possibilidades de desenvolvimento econômico. Em todas as respostas uma grande maioria diz que a situação piorou. A estratégia dos Estados Unidos foi adotada para permitir que os políticos iraquianos negociem uma reconciliação nacional, mas apenas uma pequena minoria dos entrevistados disseram acreditar que mais soldados criaram as condições para diálogo político. Além disso, quase 60% dos iraquianos consideram ataques contra forças de coalizão justificados. A pesquisa mostra que os iraquianos estão mais pessimistas do que estavam há seis meses em relação à sua vida no Iraque e às expectativas de melhoria em um médio ou longo prazo. A população se mostra insatisfeita com a falta de emprego e com a precariedade de serviços básicos, como o fornecimento de eletricidade, água e combustível. Existe insatisfação também em relação ao governo iraquiano: 65% desaprovam a atuação da administração do primeiro-ministro Nouri al-Maliki.
O julgamento de Saddam Hussein e sete outros acusados de crimes no antigo regime iraquiano foi cancelado por uma semana para permitir que a defesa encontro substitutos para dois dos advogados da equipe que foram assassinados nas últimas semanas no Iraque.
A equipe que está defendendo Saddam Hussein não concretizou a ameaça de boicotar o tribunal, depois de receber garantias de segurança. O julgamento deverá ser retomado no dia 5 de dezembro. O caso foi retomado nem Bagdá na segunda-feira e uma testemunha deu seu depoimento por meio de uma gravação de vídeo. Foi a primeira testemunha de acusação. Na audiência, a promotoria começou a apresentar o caso contra Saddam e sete integrantes de seu governo, acusados pelo massacre na cidade de Dujail, em 1982, quando 148 xiitas foram mortos depois de uma tentativa fracassada de assassinar o ex-líder do Iraque. O tribunal ouviu o depoimento gravado de Wadah Ismael Al-Sheik, um ex-agente de inteligência iraquiano que morreu recentemente. Ele havia investigado a tentativa de assassinato contra Saddam. O ex-presidente voltou a desafiar os juízes no tribunal, depois de um intervalo de quase seis semanas no julgamento. Ele reclamou com o juiz presidente pelo modo como foi tratado pelos guardas, afirmando que foi negada a ele uma caneta para assinar os documentos legais. Os oito acusados se declararam inocentes das acusações. Testemunha Em seu depoimento gravado, Wadah Ismael al-Sheik disse que cerca de 400 pessoas foram detidas depois da tentativa de assassinato de Saddam Hussein. A emboscada, ocorrida na década de 80, teria sido realizada por entre sete e 12 pessoas. Al-Sheik disse que famílias inteiras foram reunidas e levadas para a prisão de Abu Ghraib, em Bagdá, e outro centro de detenção ao sul da capital iraquiana. Ele também afirmou que o ex-vice-presidente, Taha Yassin Ramadan, também sendo julgado, ordenou a destruição dos pomares de Dujail, pois alegava-se que os suspeitos de terem tentado contra a vida de Saddam estariam escondidos nos pomares. Saddam está sendo julgado no Tribunal Especial Iraquiano, construído especialmente para o julgamento na chamada Zona Verde. Ele foi o último a entrar no tribunal, vestindo um terno escuro e carregando uma cópia do Corão, o lívro sagrado dos muçulmanos. Reclamações Por ordem do juiz, os acusados não usaram correntes ou algemas dentro do tribunal. Em suas aparições anteriores no tribunal, Saddam havia se recusado a reconhecer a autoridade do juiz. Nesta segunda-feira ele voltou a discutir com as autoridades, afirmando que teve que subir os quatro andares do prédio pelas escadas, já que os elevadores estão quebrados. Ele também reclamou por ter sido escoltado por "guardas estrangeiros". Em uma discussão com o juiz presidente do tribunal, Saddam reclamou porque os guardas confiscaram sua caneta, impossibilitando-o de assinar qualquer documento. "Vou alertá-los sobre o problema", disse o juiz Rizgar Mohammed Amin. "Não os alerte! Ordene-os. Você é iraquiano, você é soberano e eles são invasores, estrangeiros e ocupantes", disparou Saddam. Acusações O julgamento é o primeiro do que pode ser uma série de acusações de abusos contra direitos humanos cometidos no regime de Saddam Hussein. Se considerado culpado, Saddam pode ser executado. Grande parte dos 40 dias de intervalo no julgamento foi dominada por questões de segurança. O ex-procurador-geral dos Estados Unidos Ramsey Clark, um crítico do tribunal especial, se uniu à equipe de defesa. Clark, de 77 anos, viajou da capital da Jordânia, Amã, para Bagdá no domingo e disse que quer proteger os direitos de Saddam. "Um julgamento justo neste caso é imperativo para a verdade histórica", disse ele à agência de notícias Reuters. Clark, que fez parte do governo americano nos anos 1960, durante a gestão do presidente Lyndon Johnson, já descreveu o tribunal especial formado para julgar membros do antigo regime iraquiano como uma "criação da ocupação militar americana". As identidades de quatro dos cinco juízes do tribunal foram mantidas em segredo por questões de segurança, e cerca de 35 testemunhas devem prestar seus depoimentos atrás de cortinas, para que sejam protegidas contra possíveis represálias. Também na véspera do julgamento, a polícia iraquiana anunciou que oito pessoas foram presas por planejarem matar o juiz que preparou o processo contra o ex-líder iraquiano. Protestos Centenas de pessoas participaram de uma manifestação também nesta segunda-feira na cidade de Tikrit em favor de Saddam Hussein. Os manifestantes, muitos dos quais carregavam fotos e cartazes de Saddam, pediram a suspensão do julgamento. Por outro lado, em Dujail, ao norte de Bagdá, centenas de xiitas tomaram as ruas exigindo a execução do ex-líder.
Os Estados Unidos chegaram a um acordo com os países produtores de algodão da África para reduzir os subsídios concedidos aos produtores americanos, o que prejudica o acesso dos agricultores estrangeiros ao lucrativo mercado dos Estados Unidos.
Esses subsídios são considerados um dos entraves à implementação de um tratado amplo de livre comércio entre todos os membros da OMC (Organização Mundial do Comércio). O Senegal, um dos países beneficiados pela decisão americana, elogiou a concessão, qualificando-a de “impactante” - embora os Estados Unidos não tenham deixado claro quando a diminuição ocorreria. O acordo sobre o algodão deve ser adicionado à proposta de tratado, que precisa receber o apoio de todos os 147 membros da OMC. Negociadores continuam tentando fechar o acordo geral em Genebra, mesmo depois de expirar o prazo que havia sido previsto para encerramento das negociações (0h deste sábado, hora local, 19h, hora de Brasília). Bilhões Os produtores americanos de algodão recebem atualmente mais de US$ 3,5 bilhões por anos em subsídios – mais do que o PIB de países africanos que dependem de suas exportações algodoeiras como Benin, Burkina Faso ou Mali. Em junho, a OMC anunciou um parecer favorável ao Brasil em uma disputa entre brasileiros e americanos no tocante aos subsídios dos Estados Unidos a seus produtores de algodão. Nesta sexta-feira, o embaixador brasileiro Luis Felipe Seixas Corrêa, que participa das negociações da OMC em Genebra, disse que o Brasil não está satisfeito com o texto do rascunho que foi apresentado. Segundo a delegação brasileira, o texto não reflete o acordo fechado nos três dias de reunião entre o Brasil, a Índia, os Estados Unidos, a União Européia e a Austrália. Os pontos de divergência se referem justamente aos subsídios domésticos usados pelos países ricos, principalmente pelos Estados Unidos, para proteger os seus agricultores.
Blue Gene/L, o mais rápido supercomputador do mundo, quebrou o seu próprio recorde, realizando 135,5 trilhões de cálculos por segundo.
A quantia representa o dobro do número de operações normalmente realizadas pela máquina. A antiga marca do Blue Gene/L fez com que o computador chegasse ao topo da lista dos 500 maiores supercomputadores do mundo, superando o japonês NEC Earth Simulator. O computador da IBM que atingiu essa nova marca está sendo montado para o Departamento de Energia do governo americano. A expectativa é que a máquina esteja em pleno funcionamento ainda neste ano. O objetivo é que o computador auxilie cientistas a checar o arsenal de armas nucleares dos Estados Unidos. No passado, supercomputadores foram usados para solucionar problemas científicos altamente complexos, tais como compreender a estrutura de proteínas ou aprimorar medicamentos. Eles também são essenciais em pesquisas climáticas e na previsão de modelos para desastres naturais, como o tsunami, por exemplo. Atualmente, os supercomputadores têm sido utilizados para resolver problemas cotidianos, como tráfego aéreo e o trânsito nas ruas. Há pouco tempo, a IBM montou uma nova unidade para dar a seu supercomputador maior poder para resolver problemas financeiros. Os computadores que realizaram os efeitos, cenários e até personagens da série O Senhor dos Anéis estão disponíveis para aluguel. A velocidade dos supercomputadores aumentou centenas de milhares de vezes desde a criação da primeira máquina desse tipo, o Cray-1, em 1976, nos Estados Unidos. O Cray-1 era capaz de realizar 80 milhões de operações por segundo.
Dezenas de milhares de manifestantes voltaram às ruas da capital da Bolívia, La Paz, nesta terça-feira, no dia seguinte ao anúncio de renúncia do presidente Carlos Mesa.
O Congresso da Bolívia ainda não tem uma data definida para discutir se aceita ou não a renúncia. Mas os líderes da oposição prometem manter a pressão popular até que as suas exigências de nacionalização da exploração das reservas de gás natural sejam atendidas. O senador Hormando Vaca Díez, presidente do Congresso e primeiro na linha de sucessão, disse que ainda não há condições para convocar um encontro dos parlamentares. Ele pediu aos manifestantes que suspendam os bloqueios nas ruas e estradas para que o processo político possa avançar. A Igreja Católica boliviana continua tentando atuar como mediadora na crise. "Não me sinto em condições de decidir o momento da convocação do Congresso", disse ele, acrescentando que está sendo analisada a realização da sessão do Congresso num local alternativo, como Sucre ou Santa Cruz. Oposição de esquerda As leis do país prevêem que, caso a renúncia de Mesa seja aceita, Vaca Díez assuma a Presidência. O senador, porém, enfrenta rejeição de quase todos os setores da Bolívia. De acordo com a Constituição do país, Carlos Mesa deve continuar exercendo suas funções até que a sucessão seja completada. Um dos principais líderes da oposição de esquerda, o deputado indígena Evo Morales, acusou há alguns dias Vaca Díez de ter ambições presidenciais e de articular um golpe civil-militar para assumir o poder. Morales, líder dos plantadores de folha de coca, disse que só se pode acreditar parcialmente no pedido de renúncia de Mesa, "porque em nenhum momento ele mencionou que ela seja irrevogável". "Para nos fazer acreditar", acrescentou Morales, os presidentes das duas casas do Congresso, Vaca Díez e Mario Cossio, também devem renunciar, "e o presidente da Suprema Corte deve assumir a Presidência e convocar eleições presidenciais antes do final do ano". Amorim O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, que ainda é prematuro fazer comentários sobre a situação na Bolívia "Sempre que solicitado o Brasil estará pronto a ajudar, junto com os demais países sul-americanos, mas caberá à Bolívia fazer tal solicitação", declarou Amorim. "Tenho certeza de que há hoje, na Bolívia, maturidade para uma solução pacífica e equilibrada." Carlos Mesa anunciou sua renúncia na segunda-feira, depois de um dia de protestos em La Paz nos quais os manifestantes pediam reformas constitucionais e a nacionalização do setor de energia. Num discurso transmitido pela TV no fim da noite de segunda-feira, ele disse que deixava o cargo porque "não podia fazer mais nada pela Bolívia". Mesa se tornou presidente em outubro de 2003, depois que protestos semelhantes levaram seu antecessor, Gonzalo Sanchéz de Losada, à renúncia. Segundo o correspondente da BBC em La Paz Elliott Gotkine, os parlamentares podem rejeitar a decisão de Mesa, como já aconteceu anteriormente em março, quando Mesa também ofereceu sua renúncia ao Congresso. Mesmo se o Congresso aceitar a renúncia do presidente, pode não ser suficiente para encerrar a crise, de acordo com o correspondente da BBC. No maior protesto das últimas semanas, dezenas de milhares de manifestantes ocuparam as ruas de La Paz na segunda-feira, incluindo mineradores, professores e plantadores de cacau. Algumas estimativas indicam que 80 mil pessoas tomaram parte nos protestos. Após o anúncio de renúncia de Mesa, a multidão começou a dispersar. Mas os manifestantes prometem continuar nas ruas até a nacionalização do setor energético - o gás natural é dos principais recursos naturais bolivianos - e a eleição de uma Assembléia para reformular a Constituição. OEA Nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Juan Ignacio Siles, fez um relato sobre a renúncia do presidente Carlos Mesa e pediu apoio dos governos da região ao novo presidente, durante a Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que acontece em Fort Lauderdale, na Flórida. “Peço aos chanceleres que apóiem a quem, por sucessão constitucional, lhe corresponda assumir a Presidência da República”, afirmou o ministro. Ele também pediu que a organização continue acompanhando o “estrito cumprimento da ordem democrática por parte de todos os atores políticos e sociais” do país, “para que as determinações adotadas sejam marcadas pelo bom entendimento entre os bolivianos, a tolerância, a paz social e a vida humana como valor fundamental da construção democrática em nossos países”.
Hardcore football fans in Naples, known as ultras, have sent a warning to the owners of the club against selling tickets online. Many of these ultras are involved in crime syndicates which sell tickets at inflated prices, which could be threatened if tickets can be sold online.
Reportagem: Mark Duff Clique Clique aqui para ouvir a reportagem Matchday at the San Paulo stadium in Naples: a cauldron of footballing passion and spiritual home to 60,000 dedicated Napoli supporters. But a vast banner unfurled at the team's last home game hinted at a darker side to Neapolitans' love of football. "Tickets online," it read. "Never!" The message was the work of a group of diehard Napoli ultras. The reason for their opposition to online ticket sales is simple: some ultras, long-linked with the local Camorra crime syndicate, make a killing out of buying up batches of tickets, then selling them on to eager fans for up to three times their face value. Online sales could help put an end to that. The scam was highlighted last season when tickets went on sale for Napoli's Champions League match against Chelsea. Camorra-backed thugs bullied their way to the front of the queue, leaving many fans empty-handed, after a 12-hour wait for the chance to see their heroes in action against the London club. Clique Clique aqui para ouvir as palavras cauldron - pot used for boiling liquid spiritual home - a place people feel they belong unfurled - spread out diehard - very committed to a cause ultras - extremely enthusiastic fans make a killing - earn a lot of money eager - keen face value - the advertised price thugs - violent or aggressive people empty-handed - unsuccessful (at acquiring something) Leia mais sobre esse assunto Tópicos relacionados
Após atrasos e muitas controvérsias, que vão desde o nome do estádio ao uso de dinheiro público nas obras, o Itaquerão (zona oeste de São Paulo) recebeu neste domingo sua primeiro partida oficial - o confronto entre Corinthians e Figueirense.
Itaquerão, na zona oeste de São Paulo, recebe neste domingo seu primeiro jogo oficial A menos de um mês para o jogo de abertura da Copa do Mundo entre Brasil e Croácia, no dia 12 de junho, o evento de hoje foi um teste apenas parcial para o Mundial, já que as estruturas provisórias, como parte da arquibancada, ainda não estão prontas. Confira abaixo algumas das polêmicas que marcaram a construção do Itaquerão. Morumbi x Itaquerão O projeto inicial previa que o estádio do Morumbi, pertencente ao São Paulo Futebol Clube, sediaria a abertura da Copa do Mundo, mas desentendimentos em relação aos custos e ao financiamento das obras de reforma necessárias inviabilizaram a proposta. A opção foi descartada em junho de 2010 porque não foram entregues ao Comitê Organizador Local da Copa do Mundo 2014 (COL) as garantias financeiras do projeto, então cotado em R$ 630 milhões. Outras ideias chegaram a ser estudadas, como a construção de um novo estádio pelo governo do Estado em Pirituba, na zona oeste de São Paulo, ou a reforma do estádio municipal do Pacaembu. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sugeriu então à Prefeitura e a o governo do Estado que a abertura da Copa fosse realizada no estádio que o Corinthians pretendia erguer onde ficava seu centro de treinamento, em Itaquera (zona leste da capital). Ficou mais caro O orçamento original previa gastos de R$ 850 milhões. No mês passado, porém, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, disse que o estádio vai custar de R$ 950 a R$ 990 milhões. O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, no estádio, em janeiro Entre os gastos não previstos inicialmente, estavam os investimentos em estruturas para a Copa que não seriam aproveitadas depois pelo clube. O Corinthians, porém, acabou tendo que voltar atrás e vai gastar cerca de R$ 60 milhões em estruturas complementares ao redor do estádio, principalmente para as áreas de mídia e segurança. Elas serão desmontadas depois do Mundial. Já as arquibancadas provisórias ficaram sob a responsabilidade do governo do Estado, que conseguiu repassar o custo para o setor privado (entenda abaixo). Dinheiro público? Assim que foi definido o novo local, o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo divulgaram nota em que "descartam completamente a hipótese de utilização de recursos públicos para a construção de novo estádio". No comunicado, disseram que os investimentos públicos seriam "canalizados para obras e intervenções permanentes, como a construção de linhas do metrô e a melhoria do sistema viário e do transporte público". A obra, porém, está contanto com ampla isenção fiscal, o que na prática significa dinheiro público que não será recolhido por meio de impostos. Em 2001, o então prefeito de São Paulo Gilberto Kassab assinou uma lei prevendo a emissão de R$ 420 milhões em Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) para Corinthians. Esses certificados podem ser vendidos futuramente - com algum desconto - para que outras empresas o utilizem para pagar impostos. Além disso, Kassab também concedeu isenção total do Imposto Sobre Serviço (ISS), o que vai significar perdas de ao menos R$ 42 milhões em arrecadação. Itaquerão, durante a fase de obras Já os gastos com a construção da arquibancada provisória, que vai elevar a capacidade do estádio durante a Copa de 47 mil para 67 mil assentos, quase sobraram para o Estado. O governador Geraldo Alckmin chegou a anunciar em 2011 que São Paulo bancaria a estrutura, já que seria de interesse do Estado receber o jogos do Mundial. Com a repercussão negativa, o governo conseguiu um acordo com a fabricante de bebidas Ambev, que arcará com o investimento em troca de espaço publicitário. A empresa orçou as obras em R$ 37 milhões, quase metade do valor originalmente avaliado como necessário (R$ 70 milhões). A construção do Itaquerão também conta com financiamento a juros subsidiados de R$ 400 milhões do BNDES. Mortes e atraso Três operários morreram nas obras do Itaquerão. Em março deste ano, Fabio Hamilton da Cruz caiu de uma altura de 8 metros enquanto instalava as estruturas temporárias nas arquibancadas do estádio. Acidente em novembro matou dois operários Num episódio ainda mais grave, em novembro do ano passado, uma parte da estrutura metálica do Itaquerão desabou, matando dois operários e destruindo parte do estádio em construção. A arena estava com 94% das obras prontas e tinha inauguração prevista para janeiro de 2014. O acidente foi um dos motivos que atrasou a entrega do Itaquerão. Com o atraso na inauguração, não haverá um jogo teste de casa cheia antes da abertura da Copa, pois a arquibancada provisória ainda está sendo finalizada. Para a partida deste domingo, menos de 40 mil ingressos foram liberados. Moradia mais cara As obras do estádio e a realização dos jogos da Copa provocaram uma forte alta nos preços dos imóveis e dos aluguéis em Itaquera, afetando a população mais pobre da região. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) - que denuncia a especulação imobiliária na cidade de São Paulo - deu início à ocupação de um terreno privado ao lado do Itaquerão no início desse mês. Segundo a organização, há cerca de 4 mil pessoas no terreno - que está abandonado há mais de 20 anos e cujo valor de mercado é estimado em mais de R$ 20 milhões. Sem-teto protestam nas proximidades do Itaquerão Sem nome Até o nome do estádio virou motivo de controvérsia. A arena acabou ficando popularmente conhecida como Itaquerão, o que tem atrapalhado os planos do Corinthians de vender o nome do local para uma empresas, recuperando assim parte do que gastou na construção. A intenção do clube arrecadar R$ 400 milhões com o negócios, que daria autorização de exploração do nome por 20 anos. Enquanto isso, há uma grande confusão sobre como chamar o local. Nas entradas do estádio e nas placas de trânsito colocadas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), está impresso Estádio de Itaquera. O lugar é chamado também de Arena Corinthians em sinalizações de algumas estações do metrô. Já no ingresso para os jogos, o estádio é a Arena de São Paulo - a Fifa não faz referência a nomes de times ou de empresas nos locais que recebem os jogos.
Poucos dias atrás, um homem teve uma experiência bastante desagradável na Tailândia. Enquanto usava a privada em sua casa, ele foi surpreendido por uma serpente píton, que cravou suas presas em seu pênis.
Ratos atraem serpentes para os canos domésticos, explica especialista O encontro de Attaporn Boonmakchuay com o animal de três metros de comprimento ocorreu quando ele se preparava para ir para o trabalho. "Senti como se tivessem cortado meu pênis. A serpente se enganchou nele", disse ao jornal Bangkok Post. A píton havia chegado ao vaso sanitário por meio do encanamento. Mas... será que isso é comum? Que animais podem nos surpreender no banheiro? Culpa dos ratos As histórias de serpentes se locomovendo por canos domésticos são bem frequentes, explica Geoff Jacobs, diretor do Queensland Wildlife Solutions, empresa de Brisbane, na Austrália, especializada no resgate e reabilitação de animais selvagens. "As serpentes apenas seguem o rastro dos ratos", diz Jacobs, que tem mais de 20 anos de experiência neste ramo. "Em todos os lugares do mundo, o ratos entram pelo esgoto, e as serpentes vão atrás deles." E, assim, chegam até o vaso sanitário. Fim do Talvez também te interesse "Na privada, só há um pequeno volume d'água. As serpentes sobem pelos canos secos e se deparam estes poucos centímetros de líquido, o que não é um grande obstáculo depois que elas aprendem como atravessá-lo", diz Jacobs. Por ano, ele recebe ao menos quatro ou cinco telefonemas de pessoas que pedem para retirar serpentes de vasos sanitários. Geralmente, são espécies que costumam viver em árvores. "É um trabalho terrível", diz. "Muitas vezes, você tem uma privada que é usada há mais de 30 anos. As pessoas veem a parte que é limpa regularmente, mas o resto nunca foi limpo. Assim, quando é preciso tirar o que está ali dentro, não é nada divertido", conta o especialista, que sempre leva um desinfetante consigo em trabalhos assim. "É preciso agarrar a cabeça do animal ou qualquer coisa que seja possível segurar bem forte e puxar." De quatro patas Mas, se você vive em um local onde seja raro ver uma serpente, sempre é possível que, em vez deste animal, apareça um rato. "Foi por volta das três, quatro da manhã. Estava na minha cama", conta Tansy Aked sobre a experiência que teve em sua casa em Londres. Em países onde serpentes não são comuns, ratos são o problema mais frequente "Escutei ruídos fortes, como se alguém estivesse remexendo na água de uma banheira. Estava ainda meio dormindo e pensei que era uma rã. Fui cambaleando até o banheiro para ver do que se tratava, e não era uma rã, mas um rato na privada." Como o assento estava abaixado, o animal não conseguia sair, mas seguia tentando insistentemente. "Baixei a tampa com um golpe e puxei a descarga. Por sorte, ele foi embora", diz Aked. Pela manhã, ela checou embaixo da pia e descobriu que os ratos também haviam passado por ali. Podia ouvi-los nas paredes. Chamou imediatamente um exterminador, que explicou que os animais vieram pelo encanamento. E, ainda que o profissional tenha resolvido seu problema, ele disse que mais ratos poderiam aparecer no futuro. "O mais me assusta é que podem surgir justamente no momento em que eu estiver sentada no vaso." De oito patas Muitas aranhas conseguem se locomover embaixo d'água Em muitos países, as aranhas também são motivo de preocupação na hora de ir ao banheiro. Jacobs lida principalmente com serpentes, mas afirma que aracnídeos são um problema na Austrália, especialmente a aranha-teia-de-funil, que é muito venenosa. "Elas conseguem atravessar qualquer coisa. Muitas aranhas podem se locomover embaixo d'água." No caso da aranha-teia-de-funil, mesmo que não consigam nadar, elas podem ficar até 30 horas submersas. "Podem usar os pelos de seu abdômen para capturar uma bolha de ar e usá-la para respirar e flutuar", explica o Museu Australiano em seu site. Lenda urbana Por fim, existe a crença sobre os crocodilos. As histórias de que estes animais vivem nos esgotos de Nova York se popularizaram na década de 1930, mas isso provavelmente não passa de uma lenda urbana. Na Paris de meados da década de 1980, um crocodilo chegou a ser encontrado no esgoto abaixo da ponte Neuf, a mais antiga sobre o rio Sena na cidade. Mas, pelo menos até agora, não há registros de um crocodilo que tenha conseguido passar pela curva do vaso sanitário.
"Esperamos desde 2012 que alguém entenda o nosso problema". A queixa é da americana Caitlan Coleman, que está há quatro anos em cativeiro no Afeganistão com o marido. Durante esse tempo em poder de um grupo insurgente, ela teve dois filhos.
Caitlan Coleman, Joshua Boyle e os dois filhos que tiveram no cativeiro. Os rebeldes exigem a libertação de militantes presos e ameaçam matar a família. O grupo radical sunita conhecido como Rede Haqqani (HQN), que, segundo analistas, teria assumido o comando do movimento Talebã, divulgou no começo da semana um vídeo em que o casal implora aos governos de seus países que façam de tudo para libertá-lo. Na gravação, Caitlan diz que ela e o marido, o canadense Joshua Boyle, estão vivendo um "pesadelo kafkiano" sem fim. O casal foi capturado no Afeganistão durante uma viagem como mochileiros. Antes, Caitlan e Joshua tinham passado pela Rússia e pela Ásia Central. Apelo de 4 minutos Caitlan estava grávida quando o casal foi tomado como refém pelo HQN, que exige a libertação de três de seus membros presos no Afeganistão. O grupo, que surgiu no norte do Paquistão, executa ataques de guerrilha no leste do Afeganistão e na capital, Cabul, de acordo com o site especializado em assuntos militares Global Security. Fim do Talvez também te interesse O HQN é considerado o grupo mais perigoso e sofisticado agindo contra as forças afegãs e da missão internacional de mais de 13 mil homens liderada pela Otan que presta assistência militar e de inteligência ao governo do país. O porta-voz do Ministério do Interior afegão, Sediq Seddiqi, afirmou ao Global Security que o HQN e a rede Al-Qaeda exercem, juntos, o controle do movimento Talebã. Os talebãs governaram o Afeganistão de 1996 a 2001 e implantaram um regime fundamentalista islâmico, em que eram proibidos livros, cinema, TV, internet, música e artes. No vídeo de quatro minutos, o casal aparece com os dois filhos. Caitlan fez um apelo ao presidente Barack Obama e ao presidente eleito Donald Trump para que resgatem a família. "Meu filhos viram como a mãe deles foi desonrada", disse a americana, de 31 anos, sem esclarecer a que se referia. Caitlan estava grávida quando o casal foi capturado pelo HQN. Há dois anos, o casal também apareceu pedindo socorro em um vídeo divulgado por grupo Reações internacionais Michael O'Shaughnessy, porta-voz do Departamento de Assuntos Mundiais do Canadá, disse que o país está "profundamente preocupado" e pediu a libertação incondicional do casal. O Departamento de Estado americano limitou-se a informar que está analisando o vídeo. O governo afegão não se manifestou. Já um porta-voz do Talebã, Zabullah Mujahid, disse: "Estamos investigando o vídeo e nesta etapa não confirmamos nem negamos a sua divulgação". Joshua e Caitlan foram capturados no fim de 2012, quando viajavam como mochileiros pela província afegã de Wardak, um reduto dos radicais do HQN próximo a Cabul. Antes disso, eles haviam passado pela Rússia e pela Ásia Central. "São mais de quatro anos, por isso peço que se apressem", diz Joshua no vídeo. O casal já havia aparecido, sem os filhos, em outro vídeo divulgado em agosto. O governo dos EUA tentou negociar a libertação de Caitlan e Joshua algumas vezes, mas sem sucesso, segundo o jornal The New York Times. Negociações fracassadas A última tentativa foi frustrada em maio, depois que militares americanos mataram o líder do Talebã, mulá Akhtar Muhammad Mansour, em um ataque com drone, afirma o jornal. As autoridades americanas dizem que o HQN vem exigindo a libertação de um dos seus comandantes, Anas Haqqani, capturado pelo serviço secreto afegão há dois anos. O governo afegão condenou Haqqani à morte e o grupo radical promete matar a família se ele for executado. Caitlan disse que "eles ameaçam mesmo retaliar contra a nossa família". "O grupo vai nos punir e machucar. Por isso, pedimos que vocês sejam misericordiosos com a gente deles e, se Deus quiser, eles vão nos libertar". Ainda de acordo com o New York Times, pelo menos outros dois americanos estariam em poder do HQN: um professor universitário sequestrado em agosto e um homem do estado americano de Massachusetts, refém desde 2014. Em setembro, um comando militar americano tentou libertar o professor, mas fracassou, informou o jornal.
Porta de entrada ou estímulo para outras drogas? Explosão do número de usuários? Aumento dos casos de violência e de doenças mentais? Alta da venda de bebidas alcoólicas? Avanço da natalidade e da obesidade? Afinal, o que pode acontecer ao comportamento da sociedade que libera o consumo de maconha?
Estudos mapeiam impacto do uso de maconha na alimentação e no comportamento sexual Pesquisadores têm mapeado há décadas efeitos diversos da liberação dessa droga em Estados americanos, onde foi possível perceber recentemente, por exemplo, tanto um consumo menor de álcool e camisinha quanto um aumento das vendas de junk food. "Identificamos que maconha e junk food são complementares, ou seja, a venda de guloseimas cresce com a legalização dessa droga", afirmou Michele Baggio, um dos autores do artigo e professor do departamento de Economia da Universidade de Connecticut, à BBC News Brasil. Segundo ele, logo após a liberação do uso recreativo de maconha houve um aumento de 3,1% no consumo de sorvete, 4,1% de biscoitos e 5,3% de salgadinhos. A análise se baseia nas vendas registradas em lojas varejistas entre 2006 e 2016. Ele ressalta que esse estudo foi feito com base em informações concretas de consumo, e não em respostas que entrevistados de uma determinada amostra dá por meio de questionários e entrevistas. Fim do Talvez também te interesse Os pesquisadores compararam dados estatísticos de condados localizados nas divisas de Estados que liberaram o consumo de maconha com outros localizados nos vizinhos proíbem a substância. O objetivo foi evitar que outras variáveis pudessem influenciar os resultados dos estudos, que levaram em conta também recessos estudantis, sazonalidade e aumento da população. Mas o que mais pode acontecer com a liberação além dos conhecidos efeitos ligados ao uso medicinal? 'Larica' e obesidade Uma série de estudos científicos apontou que o THC (tetrahidrocanabinol), componente ativo da maconha, atua na região do cérebro responsável pelo apetite, e pode afetar a fome sentida, o olfato, o prazer em comer e a saciedade, por exemplo. Mais de 30% dos adultos na América do Norte são considerados obesos Para Michele Baggio, da Universidade de Connecticut, e Alberto Chong, da Universidade Estadual da Georgia, o estudo que associa liberação da maconha e aumento do consumo de junk food pode municiar políticas públicas de Estados que discutem a legalização de drogas enquanto lidam com a obesidade da população. Mais de 30% dos adultos na América do Norte são considerados obesos. O excesso de peso tem um impacto de até US$ 210 bilhões por ano em gastos diretos e indiretos em saúde nos Estados Unidos, segundo estimativa do governo americano. A liberação da maconha para uso recreativo tem impacto no peso da população ou pode agravar a atual epidemia de obesidade? Estudos publicados nos Estados Unidos na última década dizem não. Um dos mais recentes foi produzido pela Universidade de Michigan a partir de dados de 33 mil pessoas ao redor dos Estados Unidos ao longo de três anos. O trabalho acadêmico identificou, por exemplo, que o consumo de maconha tem pouca correlação com a obesidade - e costuma levar a um ganho de peso pouco significativo. No grupo estudado, houve ganho generalizado de peso entre todos os ouvidos, mas em menor grau entre aqueles que dizem consumir maconha. Há uma série de hipóteses, entre elas a mudança de neurônios relacionados à saciedade (compensando o aumento de apetite), a adoção de hábitos mais saudáveis para compensar o uso de uma droga e um impacto positivo da maconha sobre a incidência de desordens ligadas à obesidade, além de diferenças metabólicas entre as pessoas presentes no estudo. Correlação entre o consumo de maconha e de álcool já foi tema de dezenas de estudos Menos álcool, uso medicinal incentiva o recreativo A correlação entre o consumo de maconha e de álcool já foi tema de dezenas de estudos que tentavam entender: uma substância substitui a outra ou elas são consumidas juntas? Segundo uma revisão crítica de 39 deles, feita pela bioestatística Meenakshi Subbaraman, da entidade americana Grupo de Pesquisas sobre Álcool, 16 desses trabalhos indicam que maconha e bebida alcoólica são substitutas e 12 apontam que elas são complementares. Em agosto passado, Baggio e Chong, desta vez acompanhados de Sungoh Kwon, da Universidade de Connecticut, publicaram um artigo novamente baseado em vendas do comércio varejista. Mas desta vez o trio de pesquisadores investigou a correlação entre o consumo de álcool e a liberação da maconha para uso medicinal. Segundo o estudo, os condados que liberaram a droga para esse fim registraram uma queda de 12,4% nas vendas de bebidas alcoólicas, principalmente cerveja e vinho. "A legalização da maconha medicinal nesse caso é relevante porque há uma extensão significativa dessa liberação para pessoas que usam a droga de modo recreativo", explica Baggio à BBC News Brasil. O pesquisador afirma que essa queda das vendas de álcool não indica, no entanto, que pessoas que usavam cerveja e vinho como automedicação trocaram essas substâncias por maconha medicinal. Mais sexo inseguro, maior natalidade É consenso no meio acadêmico que o uso de maconha impacta negativamente tanto a fertilidade masculina quanto a feminina – há efeitos colaterais como queda na contagem de espermatozoides e desregulação do ciclo menstrual. Por outro lado, estudos apontam desde os anos 1980 uma correlação positiva entre o consumo dessa droga e um comportamento sexual de risco, como a prática de sexo sem camisinha e com múltiplos parceiros. Mas essas pesquisas têm dificuldade de provar que uma atitude é causa da outra. Estudo analisou taxas de natalidade em Estados americanos que liberaram uso da maconha Em novembro passado, um terceiro estudo liderado por Michele Baggio procurou entender o impacto da liberação da maconha medicinal nas vendas de camisinha e nas taxas de natalidade. Foram analisados dados entre 2004 e 2014. Segundo o artigo, a taxa de nascimentos por 10.000 mulheres em idade fértil passou de 4 para 5,3 em Estados que liberaram o uso da droga para fins medicinais. Já a venda de camisinhas no varejo caiu 4,3%. "Não é possível falar com confiança se esse impacto é uma clara evidência de atividade sexual de alto risco", afirmam os pesquisadores. O trio de cientistas ressalta em todos os estudos, por fim, que as pesquisas precisam ser aprofundados e as mudanças de comportamento em decorrência da liberação da maconha, acompanhados. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Pouco mais de duas semanas após o encerramento da Olimpíada de 2004, a cidade de Atenas sedia a partir desta sexta-feira a nova edição dos Jogos Paraolímpicos.
Durante os próximos 11 dias, um número recorde de mais de 4 mil atletas com deficiências físicas, que representam 146 países, vai disputar medalhas em 18 esportes. A maior delegação paraolímpica brasileira da história é formada por 98 atletas, 34 a mais do que em Sydney, e terá representantes em 12 esportes. O objetivo dos brasileiros é colocar o país entre os 20 primeiros no quadro de medalhas da Paraolímpiada. Para isso, a delegação brasileira aposta em seis atletas que detêm recordes mundiais. Em Sydney, o Brasil terminou os Jogos Paraolímpicos em 24º lugar no quadro de medalhas, com um total de 22 medalhas: seis de ouro, dez de prata e dez de bronze. Esportes paraolímpicos As Paraolimpíadas incluem disputas em alguns esportes que não fazem parte dos Jogos Olímpicos, como bocha, rúgbi (disputado em cadeiras de rodas) e goalball (modalidade praticada apenas por deficientes visuais). Os Jogos Paraolímpicos tiveram sua origem com os Jogos Internacionais em Cadeiras de Rodas, realizados em 1948 e que coincidiram com a Olimpíada de Londres. A primeira edição das Paraolimpíadas no formato atual foi realizada em 1960, em Roma, com a presença de 400 atletas de 23 países. Desde então, os Jogos Paraolímpicos têm sido realizados a cada quatro anos, normalmente na mesma cidade onde são realizadas as Olímpiadas. Os atletas competem em categorias divididas de acordo com o tipo de deficiência e a habilidade funcional dos participantes. As categorias são: amputados, paralisia cerebral, deficiência visual, cadeira de rodas e 'outros'. Dentro de cada categoria, os atletas também são divididos de acordo com os diferentes níveis de deficiência.
A brasileira Roseane Aparecida de Freitas, de 27 anos, foi assassinada a golpes de pá na noite de 28 para 29 de abril na cidade de Tocha, cerca de 200 quilômetros ao norte de Lisboa.
O português Carlos Costa, de 50 anos, que vivia com a vítima, é o principal suspeito e encontra-se em prisão preventiva desde que confessou o crime à polícia. O crime foi cometido por volta da meia-noite de segunda. Segundo Artur Ramalho, comandante do posto da Guarda Nacional Republicana da Tocha, na madrugada da terça Carlos Costa dirigiu-se à delegacia e disse: “Seu guarda, o senhor tem que me prender porque eu acabei de matar a minha companheira”. Ramalho contou à BBC Brasil que depois da confissão não interrogou Carlos a respeito do que aconteceu: “Não podemos fazer perguntas, porque ele tem os seus direitos e pode falar algo que o poderia incriminar. Ele foi apresentado na terça-feira ao tribunal e ficou em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Coimbra”. Carlos e Roseane viviam juntos há três meses, inicialmente na localidade de Arazede. Há uma semana, mudaram para um apartamento na Tocha, onde ela trabalhava num café. Há cerca de um mês, ela foi à Junta de Freguesia de Arazede pedir um certificado de que morava na localidade para dar entrada no processo para conseguir a autorização de residência, o que legalizaria a sua situação no país. Antes de trabalhar no café, Roseane trabalhou como empregada doméstica na mesma região. A jovem, natural de Pereira Barreto (no interior do Estado de São Paulo, a 800 quilômetros da capital) tinha uma filha de dois anos, que está no Brasil aos cuidados da avó, segundo o jornal português Correio da Manhã. Seu irmão, Rodrigo, mora em Portugal, trabalhando na construção civil na mesma região onde ela vivia. O consulado brasileiro no Porto entrou em contato com a polícia brasileira, que já avisou a família da jovem assassinada.
Quatro estrangeiros foram seqüestrados no Iraque, informaram, neste domingo, os ministérios das Relações Exteriores do Canadá e da Grã-Bretanha.
Dois dos reféns são cidadãos canadenses, e um deles é britânico. Ainda não se sabe a nacionalidade do quarto, mas um correspondente da BBC no Iraque disse que há relatos de que ele seria americano. Eles foram seqüestrados, no sábado, na capital Bagdá e trabalhavam no país como ativistas humanitários. Estima-se que pelo menos 200 estrangeiros tenham sido seqüestrados no Iraque no último um ano e meio. Nessa estatística está incluído o engenheiro brasileiro João José Vasconcellos Jr., seqüestrado no Iraque no dia 19 de janeiro. Instabilidade Em entrevista ao canal de televisão CBC, o secretário parlamentar canadense, Dan McTeague, confirmou o seqüestro dos quatro estrangeiros e disse que a agência humanitária para a qual eles trabalham pediu que os nomes dos ativistas não fossem divulgados. No entanto, a Grã-Bretanha afirmou que o britânico seqüestrado se chama Norman Kember e é de Pinner, a noroeste de Londres. O Canadá pede aos seus cidadãos que não viajem para o Iraque. "Em nenhuma circunstância canadenses deveriam estar lá", comentou McTeague."A situação permanece muito instável e continua perigosa para todos os viajantes estrangeiros." Em outubro, o grupo militante Al-Qaeda no Iraque anunciou ter seqüestrado dois funcionários da Embaixada de Marrocos. No mesmo mês, o repórter do jornal britânico The Guardian Rory Carroll foi seqüestrado nos arredores de Bagdá, mas foi solto após 36 horas. O jornalista freelancer Steven Vincent não teve a mesma sorte. Em agosto, ele foi seqüestrado e morto com um tiro, em Basra.
Os dois anos de crise e guerra civil na Síria provocaram um aumento aproximado de 25% no tráfego de embarcações na costa do Líbano.
ONU teme que litoral libanês seja usado por contrabandistas de armas. A região já foi usada como porta de entrada de armas ilegais para rebeldes sírios e é patrulhada por uma força naval da ONU liderada pelo Brasil. O contra-almirante Joése de Andrade Bandeira Leandro disse à BBC Brasil que, nos últimos dez meses, uma boa parte dos navios cargueiros que costumavam se destinar à Síria passou a operar nas águas libanesas em busca da proteção da esquadra das Nações Unidas. Ele concedeu entrevista por telefone, a bordo da fragata brasileira União. "Houve uma transferência (dos navios destinados à Síria) para portos libaneses. Depois que a carga chega em portos libaneses ela é transferida para a Síria por via terrestre", afirmou Leandro. A costa da Síria é a vizinha do norte da costa libanesa. Entre os principais produtos que seguem essa rota estão o combustível e derivados de petróleo. Para lidar com o novo fluxo, o porto de Beirute, o principal do país, construiu um novo setor de carga e descarga – inaugurado na semana passada pelo presidente Michel Sleiman. A capacidade do porto para lidar com contêineres subiu de um milhão de unidades por ano para 1,5 milhão. Enquanto isso, analistas calculam que o trânsito de mercadorias em portos sírios tenha caído cerca de 70%. Esquadra A esquadra da ONU é formada por nove navios de guerra e quatro helicópteros do Brasil, Alemanha, Bangladesh, Grécia, Indonésia, Itália e Turquia. Ela é parte da Unifil, a missão de paz das Nações Unidas no país. Os navios patrulham uma faixa de 100 quilômetros mar adentro a partir da costa libanesa (que tem 220 quilômetros de de extensão). Seu objetivo é impedir o contrabando de armas ilegais por via marítima para grupos radicais libaneses e treinar a marinha libanesa para exercer essa tarefa no futuro. Uma das maiores preocupações da ONU é que, acobertados por esse fluxo maior de navios, contrabandistas tentem usar o litoral do país para levar armas à Síria. Duas grandes apreensões de armamentos destinados aos rebeldes, opositores de Bashar al-Assad, foram apreendidos no ano passado pela esquadra antes de serem desembarcados no norte do Líbano. Leandro afirmou que o trânsito mais intenso não prejudicará a fiscalização dos navios. De acordo com ele, desde 2011, quando o Brasil assumiu o comando da Força Tarefa Marítima da ONU, cerca de 19.250 tripulações de navios foram interrogadas em alto mar e 2.500 dessas embarcações tiveram suas cargas inspecionadas. "Essa interrogações visam coletar todos os dados de navios mercantes transitando nessa área, seja entrando ou saindo de portos libaneses ou simplesmente transitando pela área", disse Leandro. Mas se a situação de segurança está sob controle no mar, o dia a dia começa a ficar cada vez mais complicado em solo libanês. Nesta semana, tropas do Exército do país foram envidas à cidade nortista de Trípoli, para onde a guerra civil síria começa a se espalhar. Grupos favoráveis e contrários ao regime de Assad estão se enfrentando em violentos combates urbanos. Por enquanto não há planos conhecidos do governo brasileiro para ampliar sua participação na missão de paz do Líbano com tropas terrestres. A contribuição do país se restringe ao Estado Maior da Força Tarefa Naval e à fragata União (com uma tripulação aproximada de 300 marinheiros). Dissuasão O contra-almirante brasileiro atribuiu parte do aumento do tráfego marítimo no Líbano aos resultados positivos da missão de paz no país. "Eu acho que é um resultado de uma percepção da segurança marítima nessa área de operações. Porque os navios que operam nessa área são interrogados pelos navios da Força Tarefa Marítima". "O trabalho desenvolvido pela esquadra permite que as companhias operem com segurança nessa área que envolve todo o litoral libanês", disse.
Cientistas dizem que estão mais perto de criar um exame de sangue universal, capaz de identificar todos os tipos de câncer.
Apesar do método ter identificado oito tipos diferentes de câncer em 70% dos pacientes testados, ainda há dúvida se exame é capaz de detectar a doença em estágio inicial Estudo conduzido com 1.005 pacientes por uma equipe da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, testou um método que detecta oito tipos de proteínas e 16 mutações genéticas comuns em quem já foi diagnosticado com a doença. O teste foi capaz de identificar oito tipos de câncer e foi considerado bem-sucedido em 70% casos. Especialistas no Reino Unido classificaram os resultados como "extremamente animadores". Mas ainda há dúvidas se é possível detectar um câncer em estado inicial com esse tipo de exame de sangue. Tumores normalmente liberam vestígios minúsculos do DNA alterado na corrente sanguínea. O exame, chamado de "Cancerseek" ("procura do câncer", em tradução livre), foi capaz de identificar as alterações na maioria dos pacientes que tinham sido diagnosticados com a doença no ovário, fígado, estômago, pâncreas, cólon, pulmão, esôfago e na mama, mas que não sofriam de metástase. Integrante da equipe que conduziu o estudo, Cristian Tomasetti, da escola de medicina da Universidade Johns Hopkins, disse à BBC que o diagnóstico precoce é crucial para reduzir o número de mortes por câncer. Segundo ele, os resultados são animadores, porque podem potencialmente identificar a doença mais rapidamente. Arma contra o diagnóstico difícil Quanto mais cedo o câncer é descoberto, maiores são as chances de tratá-lo com sucesso. Os pesquisadores estão animados porque alguns dos tipos de câncer identificados a partir do exame de sangue são de difícil diagnóstico. Os resultados do teste foram divulgados na revista científica Science Cinco dos oito tipos pesquisados nesse estudo, por exemplo, dificilmente são identificados com ultrassom. O paciente com câncer no pâncreas normalmente apresenta poucos sintomas, e a doença é detectada tardiamente - nesse caso, uma média de quatro em cada cinco pessoas morrem depois do diagnóstico. Os pesquisadores agora tentam descobrir se é possível identificar as mutações antes de aparecerem os primeiros sintomas. Segundo Cristian Tomasetti, descobrir tumores enquanto eles ainda podem ser removidos por meio de cirurgias faz aumentar as chances de sobrevivência. O teste agora está sendo realizado com pessoas que ainda não foram diagnosticadas com câncer. A expectativa é poder avaliar a possibilidade de identificar a doença em uma fase bem inicial. A esperança é que o exame de sangue possa complementar outros testes, como mamografias no caso do câncer de mama e colonoscopia no caso de câncer no intestino. "Imaginamos que um exame de sangue como esse possa ser feito uma vez por ano", diz o cientista. Exame universal Os achados do estudo foram divulgados pela publicação científica Science e tratados como novidade porque o método desenvolvido identifica tanto proteínas quando DNA modificado geneticamente. Aumentar a possibilidade de, em um único exame, identificar um número cada vez maior de mutações e de proteínas vai permitir detectar também uma maior quantidade de tipos de câncer. E, por isso, cientistas acreditam estar no caminho certo para um exame de sangue universal, que seria capaz de indicar qualquer tipo da doença. Método detecta, a partir do exame de sangue, oito tipos de proteínas e 16 mutações genéticas comuns em quem já foi diagnosticado com câncer O oncologista Gert Attard, que comanda uma equipe no Instituto de Pesquisas do Câncer em Londres, avalia que a pesquisa tem um enorme potencial. "É extremamente animadora. Pode ser o Santo Graal: um exame de sangue capaz de diagnosticar câncer sem a necessidade de outros procedimentos como ultrassonografia ou colonoscopia." Attard disse que "estamos muito perto" de usar exames de sangue para identificar a doença, uma vez que já "temos a tecnologia". No entanto, ele alerta para o fato de ainda haver incertezas em relação ao que fazer depois do diagnóstico. Em alguns casos, o tratamento pode ser ainda pior que viver com a doença, em especial quando ela não coloca a vida da pessoa sob um risco imediato. Homens, por exemplo, podem desenvolver câncer de próstata mais lentamente quando monitorados do que quando submetidos a um tratamento. R$ 1,6 mil é o preço do exame que detectou os oito tipo de câncer "Quando nós detectamos um câncer de uma forma inesperada, não podemos ter certeza de que todo mundo vai precisar de um tratamento", afirma Attard. Paul Pharoah, professor da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, tem uma postura mais cautelosa em relação à descoberta. Ele disse que mais estudos são necessários para avaliar o resultado desses exames de sangue em casos nos quais a doença está em fase inicial. "Demostrar que um teste é capaz de detectar câncer em estágio avançado não significa que o exame vai ser útil identificar a doença quando os sintomas ainda são iniciais, e muito menos casos em que estão em estágio pré-sintomáticos", diz Pharoah. "O nível de sensitividade de câncer em estágio 1 nesse estudo foi de apenas 40%." O custo do exame, segundo os pesquisadores, é de aproximadamente US$ 500 (R$ 1,6 mil) por paciente.
Um tribunal americano no Iraque ouviu nesta segunda-feira o depoimento do militar James P. Barker, que detalhou como integrantes das forças dos Estados Unidos teriam estuprado e assassinado uma menina iraquiana de 14 anos.
O inquérito preliminar decidirá se os quatro acusados de cometer os crimes vão ser julgados por uma corte marcial. Barker, o sargento Paul Cortez e os soldados Jesse Spielman e Bryan Howard são acusados de ajudar um quinto soldado a conspirar para cometer o estupro e assassinar a vítima, depois de matar seus pais e uma irmã de 5 anos na vila de Mahmoudiya, ao sul de Bagdá, em março deste ano. O quinto soldado acusado de ter participado do estupro, Steven Green, enfrenta julgamento nos Estados Unidos, após ter sido dispensado do Exército. Uísque e golfe O caso faz parte de uma série de supostas atrocidades cometidas por soldados americanos contra civis no Iraque. O depoimento ouvido pelo tribunal militar foi apresentado pelo investigador Benjamin Bierce, que interrogou Barker, de 23 anos, no dia 30 de junho. Barker contou, no depoimento juramentado, que os soldados haviam tomado um tipo de uísque iraquiano misturado com uma bebida energética no dia do ataque. Depois, eles teriam praticado algumas tacadas de golfe em um posto de controle ao sul de Bagdá. Steven Green teria dito que "queria ir a uma casa e matar alguns iraquianos", segundo a declaração. Os militares teriam então entrado em uma casa a cerca de 200 metros de onde estavam e colocado os pais da adolescente e sua irmã em um quarto, deixando a menina na sala. De acordo com o testemunho de Barker, ele e Cortez se alternaram violentando ou tentando violentar a iraquiana, enquanto Steven Green teria matado o resto da família no cômodo ao lado com uma metralhadora AK-47. "Estão todos mortos. Acabei de matá-los", teria dito ele. Depois disso, Green também teria estuprado a adolescente e a matado. O corpo teria sido coberto com querosene e queimado. O inquérito da corte militar começou no domingo com o depoimento de um médico do Exército iraquiano, que descreveu como encontrou os corpos das vítimas. Ele disse que se sentiu mal por semanas depois de ver a cena do crime. A audiência ainda deve durar vários dias.
Os Estados Unidos anunciaram neste domingo, no último dia da Sexta Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que vão cortar os subsídios à exportação de algodão até 2006.
O vice-representante americano para o Comércio, Karan Bhatia, disse que as negociações com o chamado grupo C4 – Mali, Chade, Burkina Faso e Benin – e o Senegal foram "um notável sucesso ". "Vamos eliminar todos os subsídios à exportação para o algodão até 2006 e reduzir substancialmente os subsídios domésticos ", disse Bhatia. O corte aos subsídios para o algodão vem sendo um dos principais temas das discussões ministeriais da OMC, desde o fracasso da reunião realizada em Cancún, no México, em 2003. Segundo a ONG britânica Oxfam, os Estados Unidos pagam aos seus 25 mil produtores de algodão subsídios que equivalem a três vezes mais do que o orçamento americano de assistência a 500 milhões de pessoas na África. A ONG calcula que os custos da produção de algodão nos Estados Unidos são o triplo daqueles de Burkina Faso. A China é o segundo país que mais subsidia o algodão. A União Européia gasta apenas US$ 700 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões), mas como algodão só é produzido na Grécia e na Espanha, os seus subsídios são os mais elevados – até 180% do preço internacional.
O homem considerado "pupilo" de Evo Morales e que teve o ex-presidente como seu coordenador de campanha pode estar se tornando o novo mandatário da Bolívia, de acordo com os resultados iniciais da apuração dos votos da eleição de domingo (19/10).
Arce é visto como pupilo de Evo Morales De acordo com o resultado preliminar, Luis Arce Catacora, que é ex-ministro da Economia, teria obtido ampla vantagem, de mais de 52% dos votos contra 31% de seu principal adversário, o ex-presidente Carlos Mesa. "Todos nós bolivianos demos passos importantes, recuperamos a democracia e a esperança", disse Arce, após ficar sabendo das primeiras projeções de resultados. "De nossa parte, nosso compromisso, (é o) de trabalhar, de cumprir nosso programa, e vamos governar para todos os bolivianos." Uma das figuras-chave durante anos nos diferentes governos de Evo Morales, Arce é visto como o arquiteto das reformas que levaram à decolagem econômica da Bolívia durante os anos do Movimento pelo Socialismo (MAS). Fim do Talvez também te interesse Na gestão do MAS, o país sul-americano conseguiu não só reduzir a inflação e viver um boom econômico, mas também reduziu significativamente a pobreza. A caminho do governo Nascido em 1963 em La Paz em uma família de professores, Arce estudou Economia na Bolívia, fez mestrado no Reino Unido e no retorno ao seu país começou a trabalhar como funcionário público no Banco Central da Bolívia (BCP), onde ocupou diferentes cargos. Ele também se dedicou ao ensino e ministrou diversos cursos em universidades, incluindo Harvard, Columbia e a Universidade de Buenos Aires. Em diferentes ocasiões, Arce destacou que, ao longo desse período, entre os anos 1980 e 1990, manteve suas ideias socialistas, apesar do consenso neoliberal prevalecente na política e na academia da Bolívia. Por isso, o acadêmico fez parte de grupos de análise política, com diversas publicações em revistas especializadas. Embora se declarasse de esquerda na época, ele não era considerado um marxista ortodoxo ou um militante comunista tradicional. Durante esses anos, ele foi dando cada vez mais importância ao estudo da macroeconomia. Em seguida, ele colocaria essa experiência e essas ideias no programa de governo do partido, que, em 2005, colocou um plantador de coca no cargo mais importante do país. Governo Morales Apos à ascensão de Evo Morales ao poder, Arce foi nomeado em 2006 para chefiar o ministério da Fazenda, que foi rebatizado três anos depois de ministério da Economia e Finanças Públicas. À frente do ministério, Arce promoveu medidas de incentivo ao mercado interno, estabilidade cambial e promoção de políticas de industrialização de recursos naturais. Em um governo que contava com muitos políticos, o economista se preocupava com a estabilidade macroeconômica, o déficit fiscal e expansão das reservas internacionais. Já seus colegas de gabinete se dedicavam à crise política que Evo Morales enfrentou durante seus primeiros anos no cargo. Mas talvez uma de suas medidas mais importantes e polêmicas tenha sido a série de "nacionalizações", principalmente no setor de hidrocarbonetos, cuja recuperação Arce considerou como um dos pilares da economia boliviana em todos esses anos. Arce esteve com Evo Morales durante a maior parte de seu governo O aumento das reservas internacionais, a expansão da classe média e, sobretudo, o fato de o país estar entre os que mais cresciam na região, levaram o governo Morales a promover a ideia de "milagre econômico boliviano". Essa narrativa foi rejeitada pela oposição da época e agora pelo governo de transição de Jeanine Áñez, que diz duvidar que a pobreza tenha realmente sido reduzida. A oposição afirma que Arce desperdiçou o momento em que houve maiores entradas de recursos na economia boliviana, quando os preços dos hidrocarbonetos e minerais estavam em alta. Outro questionamento é que o governo anterior não cumpriu a promessa de diversificar a economia e industrializar os recursos naturais, mas depois de quase 14 anos deixou o país igualmente dependente de matérias-primas exportáveis. A caminho da Presidência Depois de sofrer um câncer renal, ele renunciou ao cargo de ministro em 2017 e, após uma longa recuperação no Brasil, voltou à Bolívia para retomar seu cargo, até a renúncia de Evo Morales, no ano passado. Em janeiro, o MAS o nomeou como seu candidato presidencial (e o ex-chanceler David Choquehuanca como companheiro de chapa) para as eleições que estavam inicialmente programadas para maio e que depois foram adiadas para outubro devido à pandemia de coronavírus. Sua indicação provocou questionamentos até dentro do partido, pelo fato de Arce ser oriundo da classe média urbana e não das organizações sindicais e camponesas que compõem grande parte das bases do MAS. Na hora de anunciar o candidato, Evo Morales — que vive na Argentina desde a crise que forçou sua renúncia — destacou que Arce era o homem capaz de "garantir a economia nacional". O ex-presidente lembrou das conquistas que atribui à gestão do ex-ministro, como o crescimento econômico, para embasar a decisão tomada. Arce é visto como o 'cérebro' por trás do desenvolvimento econômico que a Bolívia viveu durante o governo Morales Como plano de governo, Arce tem defendido as empresas estatais, os recursos naturais do país, e diz querer voltar às taxas de crescimento que a Bolívia tinha quando era ministro da Economia. Porém, seu perfil é bastante técnico e ele fez sua carreira à sombra de personagens bem mais carismáticos como Morales e o ex-vice-presidente Álvaro García Linera. Isso, segundo seus críticos, pode pesar contra ele. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Centenas de moradores voltaram à cidade de Falluja nesta quinta-feira. Eles foram os primeiros a retornar desde os violentos combates entre as forças lideradas pelos Estados Unidos e insurgentes em novembro.
No texto abaixo, o médico Saleh Hussein Isawi, diretor interino do Hospital-Geral de Falluja, descreve para a BBC a situação em que os moradores vão encontrar a cidade. "As pessoas começaram a chegar por volta das 9h. Não tenho idéia de quantas são, mas vi um grande número de carros e vans atravessando a ponte, alguns entulhados de pertences. Aparentemente, estão se dirigindo ao centro da cidade, ao bairro Andalus. O hospital-geral, onde estou, encontra-se praticamente pronto. Temos trabalhado muito duro aqui nestes últimos dias e a reconstrução do hospital deve terminar em cinco dias ou até antes disso. Além do hospital, há dois centros de saúde na cidade que podem dizer que estão funcionando pelo menos um pouco. Há um no distrito de Jolan que não foi dafinificado tão gravemente durante os combates e está sendo reconstruído e reabastecido. E há um na região de Jumhuriya, que está sendo construído do chão desde o fim dos combates, embora ele ainda não esteja pronto para receber pacientes. Há combates todas as noites na cidade. Não são pesados e não estou seguro de que o barulho dos tiros que escutamos se devem a choques entre americanos e insurgentes. Ainda há ataques aéreos ocasionais. Os combates parecem ter ficado mais intensos nas últimas duas noites. A maior parte da cidade encontra-se sem água ou eletricidade. No hospital, contamos com um abastecimento parcial e dependemos de um gerador para a maior parte da nossa eletricidade. Deve ser assim na maior parte da cidade, embora a maior parte das pessoas não tenha dinheiro para geradores. A água está sendo abastecida por caminhões-pipa, enquanto os engenheiros trabalham nos sistemas de água e de eletricidade. Percorri a cidade várias vezes e acredito que 70% dela foi destruída sem chance de restauração. Apesar das condições, acho que a maioria das pessoas que estão tendo a chance de voltar vai voltar – talvez os homens primeiro, depois suas famílias. Isso porque as condições nos acampamentos onde estas pessoas estão vivendo nos arredores de Falluja não são adequadas para a permanência de seres humanos. Estamos no inverno, e as pessoas querem voltar para suas casas, mesmo que passem meses as reconstruindo."
O Facebook teve grande influência no resultado das eleições presidenciais dos EUA e do referendo do Brexit no Reino Unido (ambos realizados em 2016), segundo seus coordenadores de campanha.
Campanha de Trump à presidência gastou US$ 70 milhões com o Facebook Estrategistas do Partido Republicano, de Donald Trump, e da campanha do "Leave EU" (pela saída do Reino Unido da União Europeia) são claros sobre o peso decisivo da rede social na vitória de ambos. "Você pode pedir ao Facebook, 'Eu quero focar especificamente em pescadores de uma certa área do Reino Unido, para que eles saibam que se votarem pela saída da UE, eles poderão mudar as regulações estabelecidas para a indústria da pesca'", disse ao programa Panorama, da BBC, Gerry Gunster, estrategista da campanha do "Leave EU". "E eu posso fazer exatamente a mesma coisa com pessoas que vivem na região das Midlands e que estão sofrendo com o fato de a fábrica local ter fechado. Posso mandar uma mensagem específica para eles através do Facebook e ninguém mais a vê", acrescenta. Rede social permitiu que estrategistas do Brexit focasse em grupos específicos de eleitores Diretor de publicidade do Partido Republicado, Gary Coby concorda que o Facebook foi essencial na vitória de Trump. Ele conta que seu partido usou dados sobre potenciais eleitores para tentar convencê-los através da mídia social, e acrescenta: "Se você está no Facebook, eu posso chegar até você e colocá-lo num grupo de usuários no qual eu pretendo focar". Coby confirmou que a campanha oficial de Trump gastou cerca de US$70 milhões com o Facebook durante a eleição. "A forma como compramos espaço de mídia no Facebook é diferente de tudo o que já fizemos na política", afirma. Assessoria Além disso, o Facebook teve equipes trabalhando diretamente com as campanhas de Democratas e Republicanos, nos EUA. Simon Milner, diretor de política do Reino Unido no Facebook, confirmou que profissionais da rede social trabalharam com as duas campanhas, sem especificar quantas pessoas foram alocadas para as tarefas. "Estamos totalmente disponíveis para ajudar as pessoas a usar os produtos do Facebook. Temos profissionais cujo trabalho é ajudar políticos e governos a fazer bom uso do Facebook", afirmou. "Não posso dar o número exato de quantas pessoas trabalharam nas campanhas, mas posso dizer que isto ocorreu de acordo com a demanda deles, ou seja, isto foi definido pelas próprias campanhas". Equipes do Facebook trabalharam diretamente com as campanhas de Trump e Hillary Clinton durante a campanha presidencial Espera-se que o Facebook também tenha um papel importante nas eleições britânicas, em 8 de junho. Um quarto da população mundial usa o Facebook, incluindo 32 milhões de pessoas no Reino Unido - quase metade da população do país. Muitos acessam o Facebook para manter contato com família e amigos, e desconhecem o fato de que a rede se tornou uma importante ferramenta política. Por exemplo, os vídeos que aparecem nas páginas dessas pessoas podem ter sido promovidos por partidos políticos e candidatos. O grupo de extrema-direita Britain First explicou que pagou o Facebook para promover seus vídeos. Agora, o partido tem mais de 1,6 milhão de seguidores. O parlamentar britânico Damian Collins cobra que o Facebook seja mais responsável: "Historicamente, foram criadas regras bastante rígidas sobre como a informação é apresentada, as emissoras trabalham sob um código rígido em questões de parcialidade, e há restrições no uso de publicidade". "Mas enquanto o Facebook é visto como uma mídia cada vez mais importante no período das eleições, ela é totalmente desregulada", completa. Enquanto isto, o Facebook diz estar comprometido em auxiliar o envolvimento cívico e a participação eleitoral, e que contribuiu para que dois milhões de pessoas se registrassem para votar nas eleições presidenciais americanas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, em Montevidéu, no Uruguai, que seus adversários no Brasil estão agindo da mesma maneira que a oposição na Venezuela costuma agir contra o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
“Tem alguns que ficam dizendo que eu, quando vou fazer um ato público, ajo como se fosse o Chávez. E, eu digo sempre, eu não estou agindo como o Chávez”, disse o presidente, pouco depois de deixar a reunião de cúpula do Mercosul. “Agora, os meus adversários estão agindo como agiu a Fedecámaras contra o Chávez. Ou seja, tentando fazer golpismo”, acrescentou Lula. As afirmações reforçam o que o presidente havia dito em entrevista publicada na edição desta semana da revista Carta Capital. Na entrevista, Lula também comparou a atuação da oposição na crise política do Brasil ao comportamento da Fedecámaras (entidade de empresários antichavistas que faz oposição ao presidente venezuelano). Venezuela no Mercosul Lula participa em Montevidéu do encontro de líderes do Mercosul que marca oficialmente o início do processo de adesão plena da Venezuela ao bloco. A partir de agora, o governo venezuelano poderá participar de todas as reuniões dos membros plenos do Mercosul, mas só terá direito a veto quando se adequar a todas as regras e acordos do bloco, o que ainda deve durar alguns meses. Uma das exigências é que a Venezuela passe a adotar a Tarifa Externa Comum (TEC), taxa que os países do Mercosul impõem à importação de produtos de fora do bloco. Para se equiparar aos seus novos sócios, o governo venezuelano terá que ajustar as tarifas que aplica atualmente. Para o presidente, a adesão plena da Venezuela ao Mercosul marca o início de um novo momento da integração sul-americana. Coteminas Antes de deixar o Uruguai, Lula também defendeu a conduta da Coteminas, empresa do vice-presidente da República, José Alencar, que recebeu dinheiro do caixa 2 do PT como pagamento por uma dívida com o partido. “Eu queria aproveitar e fazer justiça não apenas ao José Alencar, mas a Coteminas”, disse o presidente. “A Coteminas fez um acordo comercial com o PT, vendeu camisetas. E não caberia à Coteminas querer saber quem é que deu dinheiro para o PT pagar”, acrescentou Lula. “O PT deve, tem que pagar e a Coteminas fez o que tinha que ser feito. Foi atrás para receber em uma negociação comercial totalmente normal em qualquer lugar do mundo. Agora, qual é a anormalidade? É que o PT ainda não pagou a Coteminas”, concluiu o presidente.
A fábrica de lingerie Triumph está lançando no Japão um sutiã que esquenta e que, segundo a empresa, além de ajudar a enfrentar o inverno, vai colaborar com a luta contra o aquecimento global.
A nova peça tem um enchimento feito à base de gel que pode ser facilmente aquecido no microondas ou com uma garrafa de água quente. A empresa espera que o novo produto caia no gosto das japonesas, apesar de, por razões óbvias, ser mais volumoso que os sutiãs normais. "Esperamos que isso não apenas ajude a evitar o aquecimento global, mas que também deixe mais chique o ambiente de trabalho", disse a Triumph em um comunicado. As vendas ainda não começaram - por enquanto, o sutiã que esquenta tem sido apresentado apenas como um protótipo. Cachecol As alças do novo sutiã são recobertas por um material macio que imita a lã e podem ser enroladas no pescoço como se fossem um cachecol. O lançamento da Triumph acontece após o governo do país ter iniciado uma campanha para convencer os japoneses a evitar exageros no uso da calefação em suas casas no inverno. A população tem sido aconselhada a não elevar a temperatura de seus aquecedores acima de 20º C, a fim de reduzir o consumo de combustível e minimizar os danos ao meio ambiente. O novo sutiã, que é produzido apenas na cor branca, tem como adorno na frente um pingente em formato de pimenta malagueta.
A Itália, a Grécia e a Bulgária confirmaram, neste sábado, a presença da variação do vírus mais letal da gripe aviária, o H5N1, em aves dentro de seus territórios.
O Ministério da Agricultura da Grécia anunciou que o vírus foi encontrado em três cisnes selvagens mortos perto de Salônica, a segunda maior cidade do país. Já o Ministério da Saúde da Itália afirmou que aves da mesma espécie na cidade de Messina, na Sicília, também foram contaminados. Autoridades italianas ainda estão aguardando o resultado de exames em amostras coletadas em outros cisnes mortos nas regiões de Puglia e da Calábria, no sul do país. Na Bulgária, segundo a Comissão Européia, o vírus foi achado em um cisne perto da fronteira com a Romênia. Vizinhos da Turquia No início desta semana, a Organização da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), que tem sua sede em Roma, alertou que o vírus já poderia ter chegado aos países vizinhos à Turquia, onde focos da doença atingiram 26 das 81 províncias. A FAO disse ainda que está trabalhando junto com ornitólogos em mais de 20 localidades do sul da Europa que estão na rota de aves migratórias. Os cientistas estão instalando armadilhas e pedindo para que os fazendeiros estejam atentos para qualquer fato estranho. Na Grécia, toda a área de lagos onde os cisnes contaminados foram encontrados foi isolada. O governo restringiu o transporte de aves e proibiu a caça na região, por pelo menos três semanas. Nesta semana, o vírus H5N1 foi confirmado em animais da Nigéria - o primeiro caso de contaminação pela gripe aviária no continente africano. O H5N1 já matou pelo 80 pessoas em todo o mundo desde seu primeiro surto, em 2003. A maioria das vítimas é do Sudeste Asiático.
O governo interino do Haiti marcou o primeiro turno das eleições presidenciais e parlamentares para o dia 7 de fevereiro.
As eleições no Haiti, originalmente marcadas para novembro do ano passado, foram adiadas quatro vezes por causa da falta de segurança e de problemas na organização do pleito. Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) fez um apelo para que o governo interino marcasse logo a data das eleições. O anúncio também ocorre um dia depois que o comandante da missão de paz da ONU no país, o general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar, foi encontrado morto em um quarto de hotel na capital Porto Príncipe. As investigações sobre as circunstâncias da morte do general estão sendo investigadas. Representantes da ONU afirmaram que Urano Bacellar tinha, aparentemente, cometido suicídio. O general Urano Bacellar, que estava no comando de uma força de 9 mil homens, será substituído pelo general chileno Eduardo Aldunate. Apesar da presença da força de paz da ONU, o Haiti continua a viver um clima de crime, violência política e instabilidade. Assassinatos e seqüestros acontecem diariamente na capital. O atual presidente do Conselho de Segurança da ONU, Augustine Mahiga, fez um apelo para que as autoridades haitianas tomem medidas que garantam a realização das eleições de acordo com padrões democráticos. O secretário-geral do conselho eleitoral provisório do Haiti, Rosemond Pradel, disse estar confiante de que tudo estará pronto para realização do pleito em fevereiro. Originalmente marcadas para novembro, as eleições foram adiadas para dezembro e depois para o dia oito de janeiro. Na semana passada, houve um novo adiamento, sem que uma data fosse definida. As eleições têm sido repetidamente adiadas por causa de ondas de violência, atraso na distribuição de 3,5 milhões de títulos de eleitores e problemas nos locais de votação. Trinta e cinco candidatos irão competir nas eleições presidenciais e centenas tentarão obter uma das 129 cadeiras do Congresso. O segundo turno das eleições foi marcado para o dia 19 de março. Com tantos candidatos, correspondentes afirmam que poucos acreditam que as eleições conseguirão promover a paz no Haiti.
Uma dose de açúcar em forma de gel quando esfregada na parte de dentro da bochecha pode ser uma forma barata e eficaz de proteger bebês prematuros de desenvolver danos no cérebro, dizem especialistas.
Pesquisadores usaram um gel de glicose para elevar o nível de açúcar no sangue de prematuros Um em cada dez bebês nascidos antes do tempo são afetados por um nível baixo de açúcar, que, se não for tratado, pode causar danos permanentes. Pesquisadores da Nova Zelândia testaram a terapia que utiliza o gel de glicose em 242 bebês que estavam sob seus cuidados e, com base nos resultados, sugeriram que a medida fosse adotada como tratamento de primeira linha. O estudo foi divulgado na publicação científica The Lancet. Hipoglicemia O tratamento com gel de glicose custa um pouco mais de R$ 3,50 por bebê, e é mais fácil de administrar do que a glicose dada por terapia intravenosa, disseram Jane Harding e sua equipe da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia. O tratamento atual típico envolve alimentações suplementares e exames de sangue regulares para medir os níveis de açúcar. Mas muitos bebês acabam em unidades de tratamento intensivo e passam a receber glicose intravenosa quando os níveis de açúcar no sangue permanecem baixos - uma condição que os médicos chamam de hipoglicemia. O estudo procurou avaliar se o tratamento com açúcar em gel pode ser mais eficaz do que a alimentação suplementar em reverter a hipoglicemia. Custo benefício Neil Marlow, do Instituto de Saúde da Mulher da University College London, disse que, embora o gel de glicose tenha caído em desuso, estes resultados sugerem que ele pode ser "ressuscitado" como um tratamento. "Nós agora temos boas evidências de que o gel tem seu valor", disse Marlow. Para Andy Cole, diretor-executivo da Bliss, uma instituição de caridade para bebês prematuros, "esta é uma pesquisa muito interessante, e nós estamos sempre abertos a tudo que possa ajudar no tratamento de bebês nascidos prematuros ou doentes." "Este é um tratamento com bom custo benefício, que pode reduzir as internações em centros de terapia intensiva que já estão com capacidade máxima de pacientes."
O avanço da China é um fato consumado no mundo, e não poderia ser diferente mesmo dentro do Mercosul, o bloco econômico que o Brasil quer liderar, indicaram empresários ouvidos pela BBC Brasil.
Ainda assim, para o bem do projeto comum, os países membros deveriam tratar da entrada maciça de produtos asiáticos para os parceiros do bloco, acrescentam. O diretor-executivo do Conselho de Empresários da América Latina (Ceal), Alberto Pfeifer, explica o dilema entre proteger as indústrias regionais e incentivar a competitividade das empresas: "Queremos ter uma indústria competitiva globalmente ou que garanta seus mercados regionais? Se a idéia é ser um competidor global, temos de aceitar a competição. Se quisermos uma reserva de mercado no plano regional, é preciso evitar a entrada dessas mercadorias", questiona. E alerta: "Mas o protecionismo é uma corrida perdida." Segundo dados da consultoria argentina Abeceb.com, produtos brasileiros têm perdido espaço no Mercosul para mercadorias made in China, em setores industrializados como louças, televisores, guarda-chuvas, calçados e têxtil. Áreas sensíveis Com custos de mão-de-obra e produção mais baixos que o resto do mundo, a China tem deslocado exportações de países industrializados - ou semi-industrializados, como o Brasil - nos principais mercados do mundo. Com um crescimento anual superior a 4% ao ano, dizem os analistas, os países latino-americanos são potenciais compradores das mercadorias chinesas. O diretor da Associação Brasileira das Empresas para Integração de Mercados (Adebim), Michel Alaby, lembra que outro fator a colaborar para a entrada dos produtos asiáticos no Mercosul é a valorização do real, que encarece no exterior os produtos made in Brazil. As atenções em relação ao gradual crescimento chinês no Mercosul até agora têm se concentrado apenas nas áreas mais sensíveis do comércio dentro do bloco. Para este ano, o governo brasileiro se recusou a renovar – como queria Buenos Aires – um mecanismo de cotas restringindo as vendas brasileiras de eletrodomésticos de linha branca (fogões, geladeiras e lava-roupas) e marrom (principalmente televisores) para a Argentina. O sistema, acordado em 2003 após meses de duras negociações, visava a permitir a recuperação da indústria de eletrodomésticos naquele país, afetado pela crise de 2001-2002. Na época, os televisores brasileiros representavam entre 70% e 80% do mercado argentino, enquanto que as mercadorias chinesas tinham uma participação "insignificante", de menos de 10%, segundo os dados da Abeceb.com. Hoje, Brasil e China exportam o mesmo volume de televisores – cerca de US$ 30 milhões anuais – para a Argentina. "A indústria argentina vem se recuperando, mas sua capacidade ainda não é suficiente para atender à demanda. Por isso, também cresceram as importações", disse o economista Maurício Claveri. Há três anos crescendo a 9% ao ano, a economia argentina já garantiu ao Brasil 44 superávits consecutivos. 'Triangulação' Michel Alaby afirmou que, embora o avanço chinês não seja "alarmante", é preciso evitar uma "triangulação" do bloco com a China. Grandes empresas do setor calçadista e têxtil, ele disse, estão fabricando mercadorias – e, portanto, realizando investimentos – na China para reduzir custos, e importando as mercadorias de volta para o Mercosul. Para Alberto Pfeifer, "já que estamos falando de integração, temos que pensar num gradualismo, num cronograma de redução das tarifas, de incentivo às indústrias e compensações para os setores que vão ficar desempregados temporariamente". * Colaborou Márcia Carmo, de Buenos Aires
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou nesta terça-feira, em Washington, que a paciência "com os golpistas que se firmaram no poder em seu país tem limites”.
Zelaya disse que é preciso esgotar os recursos diplomáticos Durante uma entrevista coletiva na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), o presidente eleito hondurenho disse acreditar que “cada vez mais o nosso protesto está mais forte” e que o governo interino, liderado por Roberto Micheletti, está debilitado. Zelaya foi deposto e expulso de Honduras no último dia 28 de junho. Michelleti, que presidia o Congresso, assumiu a liderança do governo interino e vem resistindo a pressões da comunidade internacional para que Zelaya retorne ao país e seja restituído. O líder interino defende a realização das eleições presidenciais em novembro e já deu início a campanha eleitoral no país. Em Washington, Zelaya disse que o processo não terá legitimidade e nem contará com o reconhecimento da comunidade internacional. Indagado pela BBC Brasil se a “paciência infinita” que ele diz ter não poderia se esgotar quando chegasse perto do prazo do pleito presidencial, agendado para novembro, o líder deposto sorriu e afirmou: “O que alguém faz quando um sequestrador pega nosso filho, põe uma pistola contra sua cabeça e pede um resgate? Foi o que eles fizeram. Deram um golpe e agora falam em criar um governo de unidade e reconciliação”, disse o líder deposto. “A paciência também têm limites, mas espero que ela não se esgote até que a comunidade internacional tenha tentado todos os processos legítimos”, acrescentou. De acordo com o presidente deposto, caso a diplomacia internacional fracasse “nós temos mecanismos alternativos que serão utilizados”, afirmou, sem especificar quais seriam esses recursos. Apesar de lançar mão de uma ameaça velada, Zelaya não foi tão explícito como no passado. Semanas após a deposição, ele conclamou a população de seu país a resistir aos “golpistas” em um gesto que teria sido criticado pelo governo americano. EUA O líder deposto de Honduras se encontrará nesta quinta-feira na capital americana com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. O governo americano ainda não classificou oficialmente a deposição de Zelaya como um golpe militar. Pelas leis americanas, se for determinado que militares afastaram o líder legítimo de um país, os Estados Unidos são obrigados a suspender a ajuda a essa nação. O governo dos Estados Unidos já cortou um total de US$ 18 milhões em assistência a Honduras e, caso decida por suspender toda a ajuda que oferece ao país centro-americano, o governo interino de Micheletti se veria sob uma pressão ainda maior. Mas representantes da ala mais à direita da oposição republicana acusam Zelaya de ter sido afastado porque teria infringido as leis de seu país ao tentar realizar um referendo que consultaria a população hondurenha sobre a formação de uma Assembleia Constituinte. A empreitada, segundo críticos, seria uma manobra de Zelaya para tentar disputar um segundo mandato. A Constituição do país só permite um único mandato presidencial e veta o tipo de referendo que o líder deposto propunha. Foi esse, inclusive, o motivo alegado por Roberto Micheletti para afastar Zelaya.
Um bar na região leste da China está oferecendo um novo serviço contra os estresses da vida moderna.
Os clientes do Bar de Liberação de Raiva do Sol Nascente podem pagar para bater à vontade nos garçons. Além disso, é permitido quebrar copos e berrar no estabelecimento. Se nenhuma dessas técnicas funcionar no combate ao estresse, os freqüentadores do bar ainda têm direito a atendimento psicológico no lugar. O proprietário do bar, que fica na cidade de Nanquim, capital da província de Jiangsu, disse que sentiu necessidade de abrir o estabelecimento depois de suas experiências como trabalhador imigrante de outra província. Wu Gong disse ao jornal estatal China Daily que os garçons e garçonetes são treinados e equipados com material de proteção para receber golpes sem se machucar. Os clientes também têm direito a escolher a roupa que os funcionários usarão durante o ataque. O “direito de bater” custa entre 50 e 300 iuans (cerca de R$ 13 a 81). O preço varia de acordo com a violência dos golpes. A maior parte dos clientes do Bar de Liberação de Raiva do Sol Nascente são mulheres. A idéia dividiu a população da cidade. “Violência não é a solução para o problema. Se as pessoas sentem ira, elas deveriam mudar seus hábitos ou procurar ajuda”, disse o trabalhador da indústria de informática Liu Yuanyuan ao Daily China. Já a comerciante Chen Liang disse: “A idéia de bater em alguém vestido como o seu chefe me parece atraente”.
Após o terremoto e o tsunami do último dia 11, que devastou a região nordeste do Japão, e a constante ameaça nuclear, alguns brasileiros no país marcaram passagem para voltar ao Brasil o mais rápido possível. Mas muitos outros resolveram arregaçar as mangas e ajudar as vítimas.
A Província de Shizuoka só arrecadou cobertores e edredons Tetsuyoshi Kodama, vice-presidente da Aliança de Intercâmbio Brasil-Japão, e Hideiti Omori mobilizaram a comunidade onde vivem, na Província de Shizuoka (sudeste do país), para arrecadar cobertores e edredons. “Em quatro dias arrecadamos cerca de 600 peças”, contou Kodama à BBC Brasil. O material foi levado à sede na sede da Associação dos Voluntários de Shizuoka, onde será separado, dividido e enviado imediatamente às vítimas. Kodama explicou que, no Japão, o esquema de ajuda é muito organizado. “Fiquei sabendo de grupos que organizaram coleta de alimentos e tentaram levar para as regiões mais atingidas pelo tsunami e não conseguiram completar a missão”. Organização O país aprendeu a lição de organização após o grande terremoto de Kobe, em janeiro de 1995. “Desde então, cada província é responsável por um setor básico em caso de calamidade pública”, explicou a psicóloga Neusa Miyata, da organização sem fins lucrativos Disque Saúde. No caso desta tragédia, as Províncias de Shizuoka e Aichi, por exemplo, só recolheram cobertores e edredons. “Num primeiro momento, pareceu, aos olhos dos estrangeiros, que a reação dos japoneses foi lenta. Mas eles estavam se organizando para escolher a melhor estratégia”, defendeu Kodama. Os coordenadores em Shizuoka, Hideiti Omori e Tetsuyoshi Kodama Neusa concorda. “Tudo o que faltou em Kobe está sendo feito desta vez. Em poucos dias, por exemplo, já havia alimentos quentes e remédios nos abrigos”, comparou. “Tem muita gente com boa intenção, mas as pessoas têm de ajudar com mais consciência”, sugeriu ela, que desde o dia 11 está de plantão 24 horas para atender brasileiros com algum problema emocional. Hidekichi Hashimoto, da ONG ABC Japan, também começou a se movimentar para juntar voluntários que possam atuar numa segunda etapa dos trabalhos de ajuda humanitária. “Queremos, principalmente, levar um pouco da alegria dos brasileiros para os japoneses que vivem em abrigos”, contou. Além de entretenimento, o grupo pretende levar profissionais da área médica para dar apoio às equipes japonesas. “Nestas horas, temos de pensar em todos e não apenas nos conterrâneos, como sugeriram alguns grupos”, criticou Hashimoto. Kodama segue a mesma linha. “Nessa campanha, pude ver de perto a solidariedade dos brasileiros e japoneses, todos trabalhando em prol das vítimas, independente da nacionalidade. Isso me fez ter a certeza de que o Japão vai superar mais esse desafio.” Sobreviventes Enquanto a ajuda não para de chegar à região mais atingida pelo terremoto e pelo tsunami, a esperança de encontrar mais sobreviventes foi renovada com o resgate de Sumi Abe, 80, e o neto Jin Abe, 16, transmitido ao vivo pela tevê japonesa. Avó e neto ficaram nove dias presos sob escombros do que restou da casa, na cidade de Ishinomaki, na Província de Miyagi (nordeste do país), desde que o forte terremoto e o tsunami devastaram a região nordeste do Japão e deixaram o país sob risco de contaminação nuclear. Os dois estavam na cozinha, construída no segundo andar da casa, quando a onda gigante chegou. Eles sobreviveram todos estes dias comendo os restos que estavam na geladeira. Beberam iogurte e refrigerante, e suportaram o frio enrolados em acolchoados e roupas. Foram achados graças a uma ligação que Jin fez ao pai, dizendo que estava preso com a avó sob os escombros. O resgate demorou porque os bombeiros não achavam a casa, deslocada 100 metros pela onda. Jin foi retirado primeiro. Quando Sumi foi salva, exausta, caiu em prantos quando o bombeiro disse que “ela não precisa se preocupar mais”. No caminho para o hospital, o bombeiro perguntou a Jin o que ele gostaria de ser no futuro. “Artista”, respondeu sorrindo. O adolescente não se lembra de detalhes destes nove dias. Lembra que não dava para se mexer, por falta de espaço. Passou cobertor e comida para a avó e ambos não deixavam a esperança acabar. O pai de Jin disse à imprensa que a avó só sobreviveu graças ao filho. “Ele é um jovem de poucas palavras, mas com um grande coração”, disse. Muitos desaparecidos As buscas ainda continuam na região de Miyagi, Iwate e Fukushima, províncias mais afetadas pela onda gigante. Segundo o último levantamento, o número oficial de mortos passa dos 8,6 mil e desaparecidos chega a 13 mil. Mas as autoridades já admitem que o número de mortos deve ultrapassar os 20 mil, já que somente na Província de Miyagi (nordeste do Japão) há uma previsão local de 15 mil mortos. Os crematórios estão lotados, a espera de combustível para dar conta de tantos corpos. Perto de 900 mil casas continuam sem água e mais de 350 mil pessoas vivem em abrigos montados pelo governo.
Pelo menos 27 mineiros morreram depois de uma explosão em uma mina de carvão no noroeste da China.
A explosão ocorreu na mina de Wayaobao, na província de Shaanxi, de acordo com o website do Departamento Estatal de Segurança em Minas de Carvão. Trinta e nove pessoas trabalhavam no subsolo na manhã de sábado, quando a explosão ocorreu. Cinco mineiros ainda estão desaparecidos. Sete outros, sobreviveram com ferimentos leves. Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, foi iniciada uma investigação sobre as causas da explosão. As minas da China estão entre as mais perigosas do mundo - mais de 5 mil mortes são notificadas todos os anos em incêndios, enchentes e explosões subterrâneas. O governo anunciou em meados deste mês que fechará todas as minas de carvão pequenas até 2007, numa tentativa de melhorar os padrões de segurança desta indústria. O carvão é usado na produção de mais de dois terços da energia elétrica da China, e sua exploração vem aumentando para atender à grande demanda.
Meio fácil listar as frases do ano passado. Fogo é dar uma de futurólogo e sacar o que vai ser dito no ano em que acabamos de entrar, ou que acabou de entrar em nós, dependendo do ponto de vista.
Como tudo mais, o futuro é uma incógnita. E só ao demônio pertence. O futuro não chega a ser, para um brasileiro, obscuro, distante e vil como os anos passados. Somos, como diz o vulgo em sua infinita vulgaridade, o país do futuro. O futuro, recordemos, não é nada parecido com o falecido e jamais pranteado ou lembrado 2001, para dar um exemplo arbitrário. Todos os anos ainda em seu porvir são danados de cabreiros (e, entre nós, arbitrários também). Conforme se viu em 2000, quando o supracitado 2001 constituía o futuro, árdua e instável é a passagem e contagem do tempo, com seus dias, semanas e meses. Na hora em que você acha que um bruto de um ano está domado e seguro em nossas mãos, ele corcoveia, relincha e nos joga no chão. O passado, ao menos, fica lá no canto dele, envolto em sombras, rindo seu riso velhaco, debochando de nós, nossos sonhos e aspirações, nossa quebração geral de caras. Parto, pois, para o exercício, ilegal no meu caso, de cantar a pedra do que vem por aí. E olha que, acreditem-me, vem pedra aí. Trata-se de mais do que destino nosso: é vocação mesmo. Não consigo divisar, nem nas cartas nem na bola de cristal, o que vai se passar no estrangeiro. Mesmo não estando entre os 350 mil brasileiros em situação ilegal no Reino Unido, o futuro só a eles pertence. A ilegalidade hoje braso-britânica tomará conta de nosso país do Oiapoque ao Chuí, com ênfase no meio de campo. Falar nisso, aqui sou incapaz de divisar até mesmo o resultado do mais vagabundo dos jogos de futebol ou das eleições parciais para eleger novo membro do Parlamento. O Brasil, no entanto, é um livro aberto para mim. Ou mar aberto. Com flores brancas e iemanjá reinando suprema por sobre os mocorongos afogados. Uma coisa assim. Vejamos o que vai ser dito entre vocês e repetido na nossa vasta imprensa (3 jornais e ¼, 1 revista semanal), para mais tarde ser dissecada em nossos sites eletrônicos especializados em mídia (342). Pitoniso-me aspirando os fumos reveladores que minha poltrona chesterfield desprendem e saco do bolso do colete (sim, eu uso colete em casa. Não à prova de balas, conforme manda o bom senso nos bairros da Zona Sul carioca, mas colete de tweed comprado a preços do arromba em liquidação da Harvey Nichols, que é, caso não saibam, infinitamente “mais bem” do que o ora cafajestérrimo Harrod´s). Nisso já gastei uma previsão retrospectiva válida para os anos entre 1995 e 2007. Enganam-se aqueles que acham que é fácil prever o passado, conforme já disse, e agora repito, uma vez que havia me esquecido que já mencionara o fato algumas linhas acima. Duro envelhecer. Frases do ano de 2008 “I hope to see everyone in the country speaking English fluently”, deputado Aldo Rabelo em conferência pronunciada na Cultura Inglesa em maio. “Hein? O quê? Cuméquié?” Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Todos os dias úteis do ano. No sábado e domingo, o futuro presidencial é inaudível ou vem cheio de chiado, feito disco antigo. “Puxa!” Um popular sereno e cético. “Puxa!” Um popular exaltado. “Ai, estou ferido! É bala! Acuda!” Vários moradores de apartamentos de alto, médio e baixo luxo na Zona Sul carioca. “As telenovelas são a grande contribuição do Brasil à cultura não só sul-americana como também mundial.” Zeca “Foguinho” Palhares, observador midiático. “O doutor Lisandro não está. Quer deixar recado?” A atriz Silvana Compostela, na telenovela Mescla Sensível, líder de audiência entre março e novembro. “Aqui é o doutor Lisandro. Alguém ligou para mim?” O ator Walter Treviso, na mesma telenovela Mescla Sensível. “Mortandade de peixes na Lagoa”, manchete de todos os jornais cariocas em todos os meses. “Glub, glub, glub”. O peixe Castrinho, da Lagoa Rodrigo de Freitas. O resto se me começa a sair de foco. Estou perdendo o contato. Igualzinho naquele episódio dos homens de barba de fogo da série Jornada nas Estrelas, safra 1967. A ligação está péssima, para repetir um bordão do doutor Lisandro, da telenovela Mescla Sensível. Bordão que virou até uma cançoneta brejeira gravada por Caetano Veloso em seu novo CD Xô, passarinho!, lançado em maio de 2008. Aí deu um troço em mim, coisa muito comum entre os espíritas videntes, e eu passei, de apenas ouvir frases, a prever acontecimentos, embora o novo e mais do que inédito CD do doce menestrel baiano tenha sido a única a dar “Presente!” na referida pauta. A resolução do ano novo Estou pouco ligando para as resoluções dos outros. Contanto que não me atinjam. Nem me digam respeito. Minha resolução, além de única (antes só do que mal acompanhada), é pessoal e intransferível: não chegar ao ano de 2009. Todos esses anos começando com 2, ou seja, o século 21, foram um inferno para mim. Cansei minha beleza. Gudibái. Tudo de bom para quem fica. Aproveitem.
A polícia da Califórnia realizou uma batida no rancho do cantor Michael Jackson.
Agentes armados com um mandado de busca foram mais uma vez à propriedade, que se chama Neverland (Terra do Nunca). Acredita-se que a operação faça parte das investigações ligadas ao processo em que Jackson é acusado de molestar crianças. O julgamento deve acontecer no ano que vem. Recurso O cantor de 46 anos vai responder a dez acusações, que ele refuta. No mês passado, um juiz negou recurso dos advogados de Michael Jackson, que queriam obrigar a criança que o acusa de abuso sexual a passar por exames psiquiátricos. Em outubro, o advogado Steve Cochran, conhecido por trabalhar há muitos anos para o cantor, pediu demissão de sua equipe de defesa. Alguns dias antes, o juiz que está cuidando do caso havia rejeitado uma tentativa do cantor de ver retiradas pelo tribunal as acusações contra ele. O juiz Rodney Melville decidiu que há provas suficientes para justificar as acusações.
Cientistas britânicos anunciaram ter criado em laboratório um embrião humano com cargas genéticas de duas mães e um pai.
A experiência foi realizada por uma equipe da Universidade de Newcastle, que usou dez embriões deficientes que não poderiam ser utilizados nos tratamentos de fertilização in vitro tradicionais. No experimento, os cientistas removeram o núcleo celular do embrião, contendo o DNA do pai e da mãe, e o implantaram em um óvulo de uma outra mulher, com grande parte do material genético também retirado. O único componente genético remanescente no óvulo doador foi uma pequena quantidade de mitocôndria – uma estrutura da célula responsável pela respiração celular e a produção de energia. O embrião, formado com cargas genéticas de um homem e duas mulheres, começou a se desenvolver normalmente, mas foi destruído seis dias depois. Doenças hereditárias O bom funcionamento das mitocôndrias é essencial para a vida da célula. Elas são transmitidas somente pela mãe através do óvulo e, quando defeituosas, podem causar doenças hereditárias como cegueira, distrofia muscular, diabetes e surdez, entre outras. Os especialistas acreditam que a descoberta poderia ser uma garantia de que mulheres com doenças mitocondriais não transmitam as enfermidades para a próxima geração. "Nós acreditamos que a partir desse trabalho poderemos desenvolver a técnica necessária e oferecer tratamento no futuro para que famílias não transmitam doenças para as próximas gerações", disse Patrick Chinnery, um dos pesquisadores. Os especialistas explicam que se o embrião se desenvolvesse teria elementos genéticos de três pessoas, mas a parte do DNA responsável por definir a aparência e outras características do bebê não viria do óvulo doador. A nova técnica será testada apenas em laboratório e ainda não há previsões para que seja aplicada como tratamento.
Um homem-bomba matou duas pessoas nesta terça-feira – um civil afegão e um soldado canadense que integrava as tropas de paz na região – em Cabul, no Afeganistão.
Outros três soldados canadenses e nove civis afegãos foram feridos no ataque, perto da base dos militares canadenses, na parte oeste da capital do país. O suicida explodiu a bomba atada ao seu corpo depois de saltar sobre um veículo militar que fazia uma patrulha. Os militares do Canadá e a polícia do Afeganistão isolaram a área do atentado. O atentado aconteceu no dia seguinte à assinatura da nova Constituição do Afeganistão, pelo presidente interino, Hamid Karzai, em uma cerimônia em Cabul. Constituição Trata-se da primeira Constituição afegã desde o colapso do regime da milícia extremista islâmica Talebã, há cerca de dois anos. Em toda a sua história, no entanto, o país teve oito Constituições. Resultado do trabalho conjunto da comissão de governo afegã com os Estados Unidos e as Nações Unidas, o documento que passa a ser a lei suprema do país é baseado em princípios como direitos iguais para homens e mulheres e liberdade religiosa. Embora mencione o islamismo como a "religião sagrada" do país, o documento pede a proteção a outras religiões. Além disso, a Carta estabelece uma Presidência forte, um Legislativo em duas câmaras e um Judiciário independente. O teor do documento havia sido acordado no início deste mês após longos debates na Loya Jirga, uma grande assembléia de líderes regionais.
A BBC Brasil lançou nesta sexta-feira o seu novo site de notícias na Internet, adotando um visual mais moderno e sofisticado.
O site tem novas seções de notícias e mais recursos de áudio e vídeo, além de permitir uma maior interação com os usuários. Os programas de rádio da BBC Brasil, transmitidos para todo o país através de várias parcerias com emissoras brasileiras, também ganharam mais destaque na página principal do site. Além disso, novos fóruns e mais enquetes farão parte do site – aumentando as oportunidades para que os leitores enviem suas opiniões e sugestões de reportagens. Mundo Uma das mais importantes mudanças editoriais foi a criação da página "Mundo", que vai concentrar a maior parte do noticiário internacional. Com isso, a BBC Brasil cria um espaço privilegiado para as principais notícias internacionais ao mesmo tempo em que amplia o número de reportagens sobre comportamento, cultura, educação e ciência na primeira página. O site da BBC também amplia o seu espaço e passa a ocupar toda a largura de um monitor configurado para uma resolução de 800 x 600 pixels, o padrão mais usado hoje em dia. Com esse espaço extra, o site passou a ter quatro colunas verticais em que as reportagens e artigos são distribuídos, em vez de três, como a página tinha até agora. Também foram adicionados alguns detalhes, como um espaço no alto da página que chama a atenção para as últimas notícias.
Os venezuelanos vão às urnas neste domingo para decidir em um referendo popular se aprovam ou não a reforma constitucional proposta pelo presidente do país, Hugo Chávez.
O presidente venezuelano, que lidera a chamada revolução bolivariana, considera que a reforma abrirá o caminho para a consolidação de um Estado socialista na Venezuela. Para a oposição, as modificações à Carta Magna permitiriam a Chávez "concentrar mais poder", já que a reforma inclui a possibilidade de reeleição presidencial imediata sem limites de candidaturas. A votação começou cedo em Caracas, a capital, com longas filas se formando do lado de fora dos postos de votação. O pleito deste domingo vem sendo marcado pela intensa polarização da sociedade venezuelana, que se divide entre chavistas, que apóiam o "sim", e anti-chavistas, que defendem o “não” à reforma. Clima tenso O clima é de tensão no país. A oposição – representada por um setor do movimento estudantil, a alta hierarquia da igreja católica e partidos políticos – indica que alegará fraude e não acatará os resultados das urnas caso a reforma seja aprovada. Em entrevista coletiva à imprensa no sábado, Chávez afirmou que respeitará a decisão do árbitro eleitoral e advertiu que não permitirá atos de desestabilização do país. Em discurso na sexta-feira, ele acusou os EUA de conspiração, ameaçando cortar o abastecimento de petróleo aos norte-americanos. "Se no domingo ganhar o 'Sim' e a oligarquia venezuelana desatar a violência com a desculpa de que houve fraude (...) não haverá uma só gota de petróleo da Venezuela para os EUA", ameaçou Chávez, ao acusar a Casa Branca de financiar a oposição venezuelana para derrotá-lo. Disputa acirrada A disputa tende a ser apertada. Será a primeira vez em nove anos de mandato e após vencer nove processos eleitorais que o governo vai às urnas sem uma ampla vantagem sobre seus adversários. O governo encerrou sua campanha com uma manifestação nesta sexta-feira, cantando vitória. "No domingo, daremos um novo nocaute na oligarquia venezuelana (...) nos que pretendem deter a revolução, esta marcha do povo", disse Chávez, diante de centenas de milhares de simpatizantes reunidos no centro da capital Caracas. Na véspera, foi a vez da oposição levar seus partidários às ruas para mostrar seu rechaço à reforma. "Não vamos permitir este golpe constitucional”, discursou o prefeito Henrique Capriles Radonski, diante de dezenas de milhares de manifestantes que estavam confiantes em uma vitória do "não" no domingo. Abstenção O voto na Venezuela é facultativo. Mais de 16 milhões de venezuelanos estão inscritos no registro eleitoral e poderão participar do referendo. No entanto, os históricos índices de abstenção tendem a se repetir nesta oportunidade podendo alcançar 40% do total de eleitores. No referendo convocado para aprovar a atual Constituição, apenas 44% da população foi às urnas. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, 11.132 centros de votação foram habilitados e mais de 100 observadores internacionais e juízes eleitorais da América Latina e Europa acompanharão o processo eleitoral. Reforma polêmica Em agosto, Chávez propôs a modificação de 33 artigos da Constituição, e posteriormente, uma comissão de parlamentares da Assembléia Nacional realizou outros ajustes ampliando a reforma a 69 dos 350 artigos da Carta Magna. O ponto mais polêmico da reforma é o que permite a reeleição presidencial sem limites de candidaturas e a extensão do mandato presidencial de seis para sete anos. A atual Constituição permite apenas uma reeleição imediata. Outros pontos polêmicos são o fim da autonomia do Banco Central e a ampliação dos poderes presidenciais. Entre as propostas que recebem apoio popular está a redução da jornada de trabalho de oito para seis horas, a inclusão dos trabalhadores informais como beneficiários do seguro social e a inclusão do Poder Popular na escala de poderes do Executivo. Na reta final da campanha, o presidente venezuelano disse que "quem votar 'Não' vota contra Chávez, quem vota 'Sim' vota por Chávez".
Como é ser o homem mais isolado de todos os tempos? Al Worden, piloto do módulo de comando da missão Apollo 15, pode ser chamado de detentor desse título.
O astronauta Al Worden aponta como positivo ter mantido distância de colegas de viagem Sete homens na história da Humanidade se destacam do resto de nós. Eles são os pilotos dos módulos de comando das missões Apollo, que passaram tempo sozinhos, em órbita em torno da Lua, enquanto seus colegas caminhavam sobre a superfície lunar. Quando esses astronautas sobrevoaram o lado oculto da Lua, ficaram completamente fora de contato e mais distantes da Terra do que qualquer pessoa jamais estivera antes. Ou esteve desde então. Apenas cinco deles ainda estão vivos. E Al Worden, piloto do módulo de comando da missão Apolo 15, continua sendo a imagem perfeita de um veterano astronauta. Worden voou para a Lua em julho de 1971, junto com o comandante Dave Scott e o piloto do módulo lunar, Jim Irwin. Durante o período em que ficou sozinho no módulo de comando, estabeleceu o recorde de "ser humano mais isolado" de todos os tempos. Em determinados períodos, quando o módulo viajava pelo lado oculto da Lua, os seres humanos mais próximos do piloto - seus dois colegas astronautas - estavam a 3.600 km de distância, caminhando do outro lado. Assim como outros pilotos do programa Apollo, Worden prefere falar das conquistas da missão do que de si mesmo. Dentre as missões do programa, a Apollo 15 é tida como a de maior rigor científico. Mas não se trata apenas de fazer ciência. Em entrevista a Richard Hollingham, da BBC Future, Worden falou sobre o aspecto humano da experiência que viveu. Você sente que os pilotos dos módulos de comando foram esquecidos pela história, que o trabalho que fizeram é tido como menos glamoroso? É engraçado, os olhos do mundo estavam nos que desembarcaram na Lua, mas a função deles era pegar rochas para serem analisadas. Mas em matéria de ciência, você faz muito mais em órbita na Lua do que é capaz de fazer na superfície. Por exemplo, eu fotografei cerca de 25% da superfície lunar - foi a primeira vez que isso foi feito. Também mapeei mais ou menos a mesma porção. Isso é bastante informação para você trazer de volta, aliás, é tanto que acho que ainda está sendo estudada. O que se passava na sua cabeça quando o módulo lunar se separou da nave de comando e você o viu ficar cada vez menor, enquanto descia na direção da Lua? Primeiro, desejei boa sorte a eles. "Espero que vocês aterrissem sem problemas". Segundo: "Oba, estou feliz por eles terem ido porque agora o espaço é todo meu". Aí tive três dias maravilhosos na nave, completamente sozinho. Mas não era solitário? Estava sozinho mas não estava solitário. Minha formação é de piloto da força aérea e depois de piloto de testes, principalmente de aviões de guerra. Então estava bem acostumado a ficar sozinho e gostei muito. Não tinha de falar com Dave e Jim, exceto quando completava a volta (quando o módulo de comando, em órbita, passava acima do ponto onde o módulo lunar tinha aterrissado) e dizia "oi". No lado de trás da Lua, não tinha nem que falar com Houston e essa era a melhor parte do voo. Mas você estava a mais de 400 milhões de quilômetros de casa. Sim, você está muito longe mas o que mais me impressionou quando estava na órbita lunar - particularmente quando estava sozinho - foi que todas as vezes que passei pelo lado de trás da lua, olhava pela janela e conseguia ver a Terra subindo. Era fenomenal. Além disso, fui capaz de olhar o universo lá fora de uma perspectiva muito diferente e de uma maneira muito diferente da que qualquer pessoa jamais vira antes. O que descobri foi que o número de estrelas era tão imenso. Na verdade, não conseguia ver estrelas individualmente, era como um lençol de luz. Achei aquilo fascinante, porque mudou minhas ideias sobre como pensamos a respeito do Universo. Existem bilhões de estrelas lá fora - a Via Láctea, a galáxia em que estamos, contém bilhões de estrelas, não apenas algumas. E existem bilhões de galáxias lá fora. Então, o que isso te diz a respeito do Universo? Que nós simplesmente não pensamos grande o suficiente. No meu entender, esse é o objetivo do programa espacial, entender tudo isso. Isso não fez você se sentir ainda menor e ainda mais sozinho? Ah sim, você quer se sentir insignificante? Fique atrás da Lua. Isso vai fazer você realmente sentir que você não é nada. Por que você preferia ficar fora de contato com Houston? Não precisava ter uma pessoa martelando no meu ouvido o tempo todo. Tinha muito trabalho a fazer. Digo isso de brincadeira, porque se acontecesse algo sério, eu certamente ia querer que eles entrassem em contato. Mas se tudo corria bem, eu não precisava falar com eles e podia me concentrar em fazer ciência. Quão ocupado você ficava? Imagino que você acabou fazendo suas reflexões sobre a Terra e o Universo depois de retornar do espaço? É uma coisa engraçada, quando você está lá observando tudo isso e fazendo todo o reconhecimento (à distância) e fotografando, você não tem muito tempo para pensar a respeito. Você guarda tudo num banco de memória e quando você volta, você pensa a respeito. Eu trabalhava 20 horas por dia e dormia três ou quatro horas por noite. Então você não pode se dar ao luxo de gastar tempo sentado, olhando pela janela e filosofando. E música? Qual foi sua seleção para a Lua? Tínhamos uns toca-fitas pequenos que podíamos usar durante o voo. Eu era, e ainda sou, um fã incondicional dos Beatles. Também levei Elton John, John Denver e a Valsa Danúbio Azul (da trilha do filme 2001, Uma Odisseia no Espaço). Você é uma das sete pessoas que ficaram isoladas em órbita em torno da Lua. Existe alguma lição que futuros astronautas deveriam aprender, quando - ou se - voltarem à Lua ou se forem a Marte? Provavelmente sim, embora nós todos tenhamos tido experiências muito diferentes. A lição que eu aprendi é, não faça muita amizade com a tripulação. Por causa dos longos períodos de tempo que você passa com os outros dois, descobri que estava mais concentrado em fazer o trabalho que tinha de fazer do que em me relacionar com eles. Trabalhamos muito bem juntos, mas não éramos grandes amigos e acho que isso foi benéfico. Mas como é que você faz isso? Você precisa manter uma certa distância entre as pessoas. Se você chega a um ponto onde é hora de descansar, fazer nada por um tempo, precisa se sentir confortável para desfrutar de um pouco de solidão sem sentir que precisa conversar com todo mundo. Nós todos temos essa expectativa de que vocês têm de ser amigos. Você está dizendo que não é bem assim? (A equipe da) Apollo 12 estava sempre junta. Pete Conrad (astronauta, terceiro a pisar na Lua) tratava sua tripulação como se fossem irmãos. Onde estava um, estavam os três, porque estavam sempre juntos. Nós éramos o oposto disso. Acho que isso nos tornou mais efetivos como tripulação.
O papa Bento 16 vai visitar a Alemanha entre os dias 16 e 22 de agosto.
Foi ele próprio quem confirmou a viagem, durante o seu primeiro sermão como pontífice. O sermão foi lido nesta quarta-feira, durante missa na Capela Sistina da qual participaram todos os cardeais do conclave que elegeu o novo papa. A viagem já estava marcada e deveria ser feita por João Paulo 2º, para participar da Jornada Mundial da Juventude, na cidade de Colônia. O porta-voz da arquidiocese de Munique, Winfried Roehmel, afirmou que o atual pontífice provavelmente fará paradas em outra cidades alemãs, entre elas Munique, onde Bento 16 foi arcebispo de 1977 a 1982. Agenda A agenda do papa já está sendo preparada. Nesta sexta-feira ele encontra todos os cardeais que estão em Roma, e no sábado, jornalistas. A missa pública de início do pontificado será no próximo domingo. Segundo as previsões das autoridades italianas, cerca de 500 mil pessoas deverão assistir a cerimônia na Praça de São Pedro. Estão sendo tomadas as mesmas medidas de segurança adotadas durante os funerais de João Paulo 2º. Na segunda-feira, Bento 16 encontrará as delegações oficiais que virão para a cerimônia de posse. O papa continua hospedado na casa de Santa Marta, o hotel dentro do Vaticano onde ficaram os cardeais que participaram do conclave que elegeu o novo papa. A mudança para o Palácio Apostólico ainda não tem data. Apartamento Nesta quarta-feira à tarde o pontifice tomou posse formal do apartamentro que foi de João Paulo 2º. Acompanhado pelo ex-secretário de Estado, Angelo Sodano, Bento 16 presenciou a quebra dos lacres que foram colocados logo após a morte de seu antecessor, conforme prevê a Constituição vaticana. O novo papa também tomou posse da torre de São João, um apartamento na cidade do Vaticano perto dos jardins e do heliporto. A torre é uma residência pontifícia, que pode ser usada para hospedar visitas importantes. Em público Bento 16 foi filmado pela televisão do Vaticano durante a posse do apartamento pontifício, vestindo a roupa branca caracteristica dos papas. Logo em seguida passou na Congregação para a Doutrina da Fé para cumprimentar seus ex-colaboradores. No final da tarde desta quarta-feira fez sua primeira saída pública depois de eleito. Ao som de gritos de "viva o papa", emitidos por turistas surpresos, o papa deixou, de carro, a cidade do Vaticano e foi até o apartamento onde morava, que fica perto do Estado pontifício. Segundo alguns observadores, é provável que Bento 16 use a proverbial eficiência alemã para administrar a Cúria romana e os negócios da Igreja. Colaboradores Antes de mais nada, ele terá que escolher seus mais estreitos colaboradores. Há muita expectativa em torno das próximas nomeações que o papa Bento 16 deverá fazer. Os colaboradores mais próximos do papa anterior devem se demitir, seguindo a Constituição Apostólica, e sua reconfirmação ou substituição deve ser feita pelo novo pontífice. As nomeações são válidas por cinco anos. Bento 16 poderá decidir manter alguns dos colaboradores de João Paulo 2º. Alguns têm mais de 75 anos e portanto devem se aposentar. É o caso do secretario de Estado de João Paulo 2º, dom Angelo Sodano. Em seu lugar, segundo rumores, iria um outro italaliano e um dos candidatos seria dom Giovanni Batista Re. Outro posto importante é a chefia da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que foi ocupado por Bento 16 enquanto era cardeal. Dom Tarcisio Bertone, arcebispo de Gênova, e o austríaco dom Christoph Schonborn seriam dois possíveis candidatos.
A cada cinco brasileiros, um está obeso. Mais da metade da população está acima do peso. O país que até pouco tempo lutava para combater a fome e a desnutrição, agora precisa conter a obesidade. Por que a balança virou?
Indicadores apresentados na segunda-feira pelo Ministério da Saúde mostram que, nos últimos 10 anos, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O excesso de peso também subiu de 42,6% para 53,8% no período. Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), com base em entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas maiores de 18 anos de todas as capitais brasileiras. Especialistas ouvidos pela BBC Brasil atribuem o aumento de peso dos brasileiros a fatores econômicos e culturais, mas também genéticos e hormonais. Novos padrões alimentares O consumo de refrigerante caiu no Brasil, de acordo com o ministério da Saúde Para o diretor do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Cláudio Mottin, a tendência de aumento da obesidade já vinha sendo verificada antes da pesquisa Vigitel, realizada anualmente desde 2006. Fim do Talvez também te interesse "Talvez um dos fatores mais preponderantes seja a mudança dos hábitos alimentares que se observa desde os anos 1970. Com pouco tempo para comer, as pessoas deixaram de fazer as refeições em casa e passaram a optar por comidas mais rápidas e mais calóricas". Essa mudança de hábito também aparece na pesquisa Vigitel: o consumo regular de feijão, considerado um alimento básico na dieta do brasileiro, diminuiu de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016. E apenas um entre três adultos consomem frutas e hortaliças em cinco dias da semana. Aumento do trabalho e da renda Uma dieta diversificada é importante para combater a obesidade, assim como o consumo de produtos não industrializados O aumento da obesidade coincide com um período de crescimento do poder de compra dos brasileiros, incentivado por políticas econômicas e programas de distribuição de renda. Segundo uma pesquisa do instituto Data Popular, a renda da classe média, que representa 56% da população, cresceu 71% entre 2005 e 2015, sendo que a renda dos 25% mais pobres foi a que mais aumentou. Assim, a chamada classe C passou a ter acesso a produtos antes restritos à elite. Além disso, ao se inserir no mercado de trabalho, o brasileiro acaba incorporando hábitos menos saudáveis, como os já citados por Mottin. "Não surpreende o alto índice de obesidade na faixa etária entre os 25 e os 44 anos, porque isso corresponde justamente a essas mudanças no estilo de vida, quando os jovens deixam de depender de seus pais e passam a ter uma rotina mais voltada à carreira profissional", pondera a endocrinologista Marcela Ferrão, pós-graduada em nutrologia e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). A Vigitel mostrou que o excesso de peso aumenta significativamente da faixa etária dos 18 aos 24 anos (30,3%) para a dos 25 aos 44 anos (50, 3%). Há uma alta prevalência de obesidade nessa faixa etária: 17%. Considera-se obesidade Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 30 kg/m2 e excesso de peso IMC igual ou maior que 25 kg/m2. Genética 'gorda' A questão genética também cumpre um papel relevante para o aumento da população obesa, segundo o médico Cláudio Mottin. Segundo ele, o organismo de nossos antepassados não estava adaptado para a fartura e passaram para nós a genética de retenção de calorias. "Quando os tempos eram de escassez de alimentos, quem tinha mais condições de defesa corporal eram as pessoas mais gordinhas, porque tinham mais condições de armazenamento de energia. No momento em que temos alimentos à disposição sem esforço, a genética joga contra", explica o especialista. Além disso, colabora para a proliferação dessa "genética gorda" também um aspecto cultural, que associava gordura a saúde até recentemente, como aquele discurso da vovó que diz que o neto "está doente se está magrinho". Noites mal dormidas A vida conectada e acelerada prejudica o sono, que pode afetar o peso A endocrinologista Marcela Ferrão também atribui a baixa qualidade do sono como um dos fatores para o aumento da obesidade. Segundo ela, a sociedade acelerada e conectada faz com que as pessoas não tenham horário para dormir. "À noite, a serotonina, que é o hormônio do humor, se converte em melatonina, responsável pelo sono reparador. Nesse estágio do sono, as células conseguem mobilizar gorduras de forma adequada", explica. Mas não tem sido fácil chegar a esse estágio do sono quando a tensão e o estresse estão cada vez mais intensos, a pessoa não consegue desligar o celular e acorda várias vezes durante a noite. Isso gera um desequilíbrio hormonal que reduz a capacidade do corpo de produzir glicose, a pessoa acorda ainda mais cansada e sente a necessidade de consumir alimentos mais energéticos", conclui Ferrão. Dieta variada Um último ponto destacado pelos especialistas para o aumento da obesidade no Brasil é a falta de acesso a uma dieta diversificada, o que depende menos de poder aquisitivo do que de educação alimentar. Nesse sentido, o Guia Alimentar para a População Brasileira se destaca entre as políticas do Ministério da Saúde para enfrentar a obesidade. A publicação oferece recomendações sobre alimentação saudável e consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, mas vai além: coloca a hora da refeição no centro de uma discussão sobre convivência familiar e gestão do tempo. "Os alimentos ultraprocessados são muito consumidos pela população jovem porque são práticos. Outro problema é o comportamento alimentar. É muito comum as pessoas comerem rápido, sozinhas e com celular na mão. Estudos mostram que comendo com família ou amigos, a pessoa presta mais atenção no que está comendo", diz a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa de Oliveira. A Vigitel apresenta um dado positivo sobre o consumo regular de refrigerante ou suco artificial, que caiu de 30,9% em 2007 para 16,5% em 2016. Mas o Ministério da Saúde quer mais. "Nossa meta é reduzir em 30% o consumo de refrigerante pela população adulta até 2019 e aumentar em 17,8% o consumo de frutas e hortaliças", adianta Michele. Riscos à saúde O aumento da obesidade no Brasil foi de 60% nos últimos dez anos O crescimento da obesidade é um dos fatores que podem ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis que pioram a condição de vida do brasileiro e podem até levar à morte. O diagnóstico médico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 e o de hipertensão de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016, conforme a Vigitel. Em ambos os casos, o diagnóstico é mais prevalente em mulheres. "A obesidade é a mãe das doenças metabólicas. Além da diabetes, que apresenta mais de 20 fatores de comorbidade (doenças ou condições associadas), obesos infartam mais e até câncer é mais prevalente em pessoas acima do peso", destaca o diretor do Centro de Obesidade da PUCRS, Cláudio Mottin. O Ministério da Saúde pretende reduzir as taxas de mortalidade prematuras em 2% ao ano até 2022. Doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, diabetes e câncer respondem por 74% dos óbitos anuais no Brasil.
Centenas de espécies de anfíbios correm o risco de extinção a menos que um plano de ação global seja colocado em prática urgentemente, dizem ambientalistas.
Eles estão formando a Aliança para a Sobrevivência dos Anfíbios com o objetivo de arrecadar US$ 400 milhões para financiar uma estratégia de resgate. Mais de um terço das espécies está em perigo, segundo os ambientalistas. Em uma carta de intenções publicada na revista científica Science, os pesquisadores responsabilizam uma série de fatores, como a perda de habitats, mudança climática e doenças. Estratégia "Enfrentamos uma grande crise mas tenho confiança de que podemos alcançar resultados reais", diz Simon Stuart, da organização Conservation International. Os ambientalistas dizem que a questão é: quantas espécies vamos perder antes de conseguirmos estabilizar a situação, centenas ou dezenas? Existem cerca de 6 mil espécies de anfíbios, incluindo sapos, rãs e salamandras. Dessas, cerca de 2 mil podem ser extintas. Entre nove e 122 espécies desapareceram desde 1980, quando teve início um monitoramento maior da questão. A estratégia dos ambientalistas é retirar exemplares das espécies mais ameaçadas de locais onde correm risco e levá-los para ambientes mais favoráveis. O processo já está sendo feito no Panamá e na Colômbia.
Chineses em Leeds, camaronenses no condado de Aberdeenshire, na Escócia, Jamaicanos no campus de uma universidade em Birmingham: atletas do mundo inteiro vêm treinando na Grã-Bretanha para os Jogos Olímpicos, que começam em julho. Por quê?
Judoca Sisilia Naisiga Rasokisoki, das Ilhas Fiji, está treinando na cidade de Kendal Um óbvio incentivo à vinda dos atletas são as 25 mil libras (cerca de US$ 40 mil) que o governo britânico está oferecendo a cada comitê olímpico ou paraolímpico que trouxer atletas para treinar na Grã-Bretanha. "Levou uma semana para eu me adaptar à mudança de fuso, mas semanas para superar o mau-tempo", diz a judoca Sisilia Naisiga Rasokisoki, das Ilhas Fiji, que está morando, temporariamente, na cidade de Kendal, no condado de Cumbria, Inglaterra. A veterana das Olimpíadas de 2004 e 2008 em Atenas e Pequim, com 32 anos, chegou ao país em janeiro. Ela é uma entre centenas de atletas que estão se espalhando por campos de treinamento em diversos pontos do país no período que antecede os jogos. Desde meados da década de 1990, esses campos vêm se tornando cada vez mais importantes no processo de preparação de atletas antes de competições. Além deles, também há campos de preparação, onde os atletas olímpicos se reúnem na reta final de treinamento, logo antes do início do evento. Incentivo Os incentivos financeiros oferecidos pela Grã-Bretanha para atrair atletas em treinamento favorece e atrai as equipes menores. Esta também foi uma das maneiras encontradas pelos organizadores dos Jogos de distribuir os benefícios econômicos gerados pelo evento por todo o país: atletas e suas equipes de apoio se hospedam durante semanas, e até meses, em várias cidades britânicas, gerando riqueza e empregos às economias locais. A estratégia está resultando em combinações inesperadas. Boxeadores de Gana, na África, estão se instalando na cidade de Plymouth. Atletas de Lesoto, também na África, escolheram Wrexham. Um solitário competidor da equipe sueca de ciclismo de montanha optou pela cidade de Innerleithen, na Escócia. Nadadores israelenses escolheram Corby, boxeadores cubanos seguem para Belfast, na Irlanda do Norte. Judocas ucranianos e de Belarus, na antiga União Soviética, escolheram Tonbridge e portoriquenhos decidiram ficar na cidade histórica inglesa de Canterbury. Do Brasil, as equipes de judô e de boxe treinarão na cidade de Sheffield, no norte da Inglaterra, e a ginástica feminina ficarão em Ipswich, no leste do país. Algumas delegações são bem grandes: a equipe da China, com nada menos do que 300 atletas, deve dominar a cidade de Leeds, no norte da Inglaterra. E as famosas equipes de atletismo dos Estados Unidos e da Jamaica estão seguindo para a metrópole inglesa de Birmingham. Reputação Internacional Atletas de todo o mundo estão treinando ou treinarão na Grã-Bretanha para os Jogos de 2012 Mas os incentivos econômicos não são a única razão pela qual os competidores estão dispostos a treinar na Grã-Bretanha. "É estranho", disse Mike Liptrott, treinador da judoca de Fiji Rasokisoki. "Mas Kendal é uma referência importante no mundo do judô", diz. A cidade inglesa abriga o Kendal Judo Club, onde a judoca está treinando. "Todos no mundo do judô conhecem a cidade", comenta. O clube foi reformado em 2006 e oferece à atleta não apenas o espaço adequado para treinamento como também acomodação, fisioterapia, alimentação e controle de peso. Ela também pode receber aconselhamento em assuntos como forma física, táticas e oportunidades de competir na Europa. Uma realidade completamente diferente da que ela vive em Fiji, onde precisa gerenciar seu próprio treinamento e dieta e, simultaneamente, cuidar da filha de um ano e meio de idade. No campo de treinamento em Kendal, o foco é trabalhar para tentar realizar seu potencial nas Olimpíadas. "A grande diferença é que quando estou em casa faço tudo sozinha, não tem ninguém para me dar um empurrãozinho", diz a judoca. "Aqui, o estilo pesado de treinamento foi um choque. Eles afiaram meu judô para tornar minha técnica mais explosiva e mais efetiva." "Tudo isso ajuda muito meu preparo para os Jogos", diz. 'Tique' Olímpico Temporadas mais curtas, de 10 ou 12 dias, em um campo de treinamento logo antes do início das Olimpíadas oferecem a treinadores e suas equipes algo que é vital para o sucesso de um atleta: o controle sobre certas variáveis, como as condições climáticas, por exemplo. "(Os campos) te dão o controle sobre onde você se hospeda, a que tipo de clima você expõe o atleta", disse o treinador da equipe de mountain bike britânica Phil Dixon. "É o ambiente perfeito para você colocar seu atleta", diz. "Antes dos Jogos Olímpicos, um campo de preparação tem treinadores, equipes médicas, de mídia, logística e suporte mecânico." "Exige-se muito dos atletas", explicou Dixon. "Dessa forma você cria um ambiente de nível internacional", diz. Atletas mais jovem se aprimoram ao treinar com atletas mais experientes. E voar cedo para o país tira do caminho preocupações com viagem, logística e equipamento. Os campos também neutralizam o que o judoca Chris Bowles - que representou a equipe britânica em Moscou em 1980, hoje anfitrião das equipes da Ucrânia e Belarus no Tonbridge Judo Club - chama de "tique olímpico". Atletas que já conheceram o local da competição e se ajustaram ao fuso estão melhor preparados para lidar com a pressão e atmosfera no momento da competição. Recursos Atletas jamaicanos treinarão nas instalações da Universidade de Birmingham E para as cidades anfitriãs, a esperança é de que as delegações de atletas contribuam para a economia local. Segundo cálculos da prefeitura de Birmingham, as equipes de atletas da Jamaica e Estados Unidos deverão injetar na região cerca de US$ 32 milhões Os atletas da Jamaica Usain Bolt (ganhador de três medalhas de ouro olímpicas e recordista mundial), Yohan Blake (campeão mundial na prova dos 100m) e Asafa Powell (também ganhador de uma medalha de ouro olímpica), integram uma delegação com 70 jamaicanos que se hospedarão na University of Birmingham. É a primeira vez que a equipe inteira de atletismo do país vai se reunir em um só campo de treinamento antes das Olimpíadas. A equipe amaricana vai se hospedar em um hotel na cidade e treinar no Alexander Stadium, um estádio internacional de atletismo. A cidade, dona de reputação como centro esportivo, saiu no encalço das duas equipes, estrelas do atletismo mundial, assim que Londres foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos. "A animação é imensa, especialmente porque temos 60 mil jamaicanos vivendo em Birmingham", disse a diretora de esportes da universidade, Zena Wooldridge. "É uma oportunidade incrível, mas também um grande desafio", diz.
Em pronunciamento na tarde desta quinta-feira, o presidente Michel Temer afirmou que não vai renunciar ao cargo e que não "comprou o silêncio de ninguém".
Em pronunciamento na tarde de quinta-feira, o presidente Michel Temer disse que seu compromisso com o Brasil permanece inalterado e que não planeja deixar o cargo Sob forte pressão após reportagem informar que, em delação, o executivo da JBS Joesley Batista disse ter gravado o presidente autorizando a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, Temer também será investigado pelo Supremo Tribunal Federal. Após a delação ser divulgada pelo jornal O Globo, o ministro Edson Fachin autorizou um pedido da Procuradoria Geral da República, e com isso Temer passa à condição de investigado na Operação Lava Jato. No discurso desta quinta-feira, o presidente se mostrou exaltado e afirmou que, com as investigações, demonstrará "não ter nenhum envolvimento com esses fatos". "Não solicitei que isso acontecesse (em referência ao pagamento de mesada para Cunha). (Sobre) o relato de que o empresário auxiliava a família do ex-parlamentar, somente tive acesso a esse fato. Em nenhum momento autorizei que pagassem a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém", disse o presidente. "Não temo nenhuma delação. Não preciso de foro especial (porque) não tenho nada a esconder. (...) Não renunciarei. Sei o que fiz. Sei da correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para esclarecimento ao povo brasileiro. Essa situação de dúvida não pode persistir em muito tempo." Ele também afirmou que seu governo viveu nesta semana "seu melhor e pior momento". "Os indicadores de queda da inflação, os números de retorno do crescimento da economia e geração de empregos criam esperança de dias melhores. O otimismo retornava e as reformas avançavam. Ontem, contudo a revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe de volta o fantasma de crise não dimensionada. O imenso esforço de tirar o país de sua maior recessão pode se tornar inútil", declarou Temer. "Não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho", continuou. Em carta pública divulgada nesta quinta-feira, Joesley Batista disse que os executivos da empresa erraram e pediu desculpas. "Não honramos nossos valores quando tivemos que interagir, em diversos momentos, com o Poder Público brasileiro. E não nos orgulhamos disso." De acordo com Joesley, as dificuldades do sistema brasileiro os levaram a "optar por pagamentos indevidos a agentes públicos". "O Brasil mudou, e nós mudamos com ele. Por isso estamos indo além do pedido de desculpas. Assumimos aqui um Compromisso Público de sermos intolerantes e intransigentes com a corrupção." O empresário também diz que ele, seu irmão Wesley e os outros cinco empresários que teriam feito delação, segundo o jornal O Globo, assinaram acordos como Ministério Público e se colocam à disposição da Justiça "para expor, com clareza, a corrupção das estruturas do Estado brasileiro". O agora ex-ministro da Cultura Roberto Freire renunciou nesta quinta-feira e mencionou a instabilidade do governo Baixas Em meio à grave crise que se instalou no Planalto, começaram a surgir rumores de que ministros estariam pensando em deixar o governo. O ministro da Cultura, Roberto Freire, que também é presidente do PPS, teve sua saída confirmada no fim da tarde desta quinta-feira. Na carta de renúncia enviada ao presidente Michel Temer, Freire disse que "tendo em vista os últimos acontecimentos e a instabilidade política gerada por fatos que envolvem diretamente a Presidência da República" decidiu "em caráter irrevogável" renunciar ao posto. "Agradeço o convite feito a mim por Vossa Excelência e retorno ao Parlamento Brasileiro para ajudar o país a buscar um mínimo de estabilidade política que nos permita avançar em reformas fundamentais para o desenvolvimento da economia." No começo da tarde, vários veículos de comunicação noticiaram que o titular de Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), também havia decidido sair. No entanto, até a publicação da reportagem ele não havia se pronunciado sobre o assunto.
Na sexta-feira (05/06), o governo federal deixou de divulgar os números acumulados de casos e mortes de covid-19 no Brasil, tanto nos seus boletins diários quanto no site criado para informar sobre a pandemia no país.
Mudança na divulgação de dados pelo governo foi muito criticada A mudança foi muito criticada por cientistas, políticos e integrantes do Judiciário, e repercutiu mal internacionalmente, sendo inclusive mencionada pelo diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, que manifestou preocupação com a situação. Acusado de ocultar dados, o governo brasileiro negou que esteja dificultando o acesso a informações sobre a pandemia e afirmou que os dados continuam disponíveis em bases públicas. Segundo o Ministério da Saúde, houve uma alteração na forma de divulgar os casos e mortes, ao passar a levar em consideração a data em que ocorreram de fato e não mais quando foram notificados às autoridades. A pasta disse ainda estar criado uma nova plataforma com números detalhados. Em reação ao governo, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) decidiu criar seu próprio painel sobre a covid-19 no Brasil, lançado no domingo. Fim do Talvez também te interesse Ele se junta a uma série de outros painéis alternativos sobre o coronavírus criados desde o início da pandemia como a BBC News Brasil mostra a seguir. São sites feitos em sua maioria por voluntários que querem facilitar o máximo possível o acesso aos dados para que as pessoas se informem e analisem a evolução da doença no país. Painel Conass Covid-19 O Conselho Nacional de Secretários de Saúde criou seu próprio painel sobre a pandemia após o governo federal alterar seu site oficial. O Painel Conass Covid-19 traz o total acumulado de casos e mortes e os números registrados nas últimas 24 horas. Também informa esses dados para os Estados e o Distrito Federal, assim como a taxa de letalidade para cada um deles. Todas as informações são coletadas diretamente com as secretarias e consolidadas pelo conselho, que promete atualizar o painel diariamente às 18h. Especial Covid-19/Brasil.io O projeto Brasil.io, criado pelo desenvolvedor Álvaro Justen para facilitar o acesso a dados públicos no país, reúne desde o início da pandemia as informações sobre a pandemia e as divulga por meio de um painel próprio. Tudo é coletado diariamente por 40 voluntários junto às Secretarias Estaduais de Saúde. O site também informa quantos municípios foram afetados até agora, a população somada destas cidades, registros de óbitos do país, além de exibir um mapa e gráficos com estes e outros dados. O Brasil.io também disponibiliza suas bases de dados publicamente para que qualquer pessoa possa usar essas informações. MonitoraCovid-19 O site criado pela Fundação Oswaldo Cruz usa em seu painel dados coletados pelo projeto Brasil.io. Mas vai além ao reunir em um único portal mais informações relacionadas à pandemia que outros painéis dessa lista normalmente não trazem. Entre eles, gráficos e informações sobre casos de síndrome respiratória aguda grave e de gripe no país, relatórios de municípios sobre suas epidemias, medidas de combate ao coronavírus adotadas por Estado, entre outros dados relevantes. Covid-19 no Brasil O painel foi lançado no domingo por um grupo de voluntários que se conheceu ao longo dos últimos três meses de pandemia. Os oito colaboradores conferem diariamente as informações divulgadas pelas Secretarias de Saúde e as reúnem em uma base de dados, que é disponibilizada publicamente. As informações podem ser consultadas também em um painel, que traz não só os números de casos, mortes e recuperados, mas também a ocupação de leitos e as taxas de incidência por Estado e de testes no país. As informações também são divulgadas por meio do Telegram. Lagom Data O instituto Lagom Data, criado pelo jornalista de dados Marcelo Soares, fez um painel interativo com uma série de mapas e gráficos sobre covid-19 no Brasil. O site informa os números totais do país e por município e a taxa de incidência da doença por milhão de habitantes nas capitais e nos Estados. É possível checar ainda os casos e mortes por região ou ainda em cada gestão de um dos três ministros do governo Bolsonaro até agora. O site disponibiliza também uma série de referências para contextualizar os dados para quem se interessa em saber mais. Painel Registral Os Cartórios de Registro Civil do Brasil têm um painel que exibe em gráficos um histórico do número de registros de óbitos no país em que a causa suspeita ou confirmada foi a covid-19. É possível filtrar as informações por período, ver os dados de municípios com mais de 50 casos de suspeitas ou confirmados e checar como eles se distribuem por sexo ou faixa etária. O portal informa que o processo de notificação dos óbitos pode gerar um atraso de até duas semanas para que os dados sejam exibidos pela plataforma, e isso deve ser levado em consideração ao se analisar os índices destes últimas duas semanas. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
As ruas de Sucre, na Bolívia, foram tomadas nesta quarta-feira por milhares de manifestantes que pediam que a cidade volte a ser sede dos poderes Executivo e Legislativo.
A manifestação em Sucre foi uma resposta a um grande protesto realizado na última sexta-feira em La Paz, que reuniu centenas de milhares de pessoas em uma marcha contra a possibilidade de transferência dos poderes. Sucre, capital constitucional da Bolívia, é sede apenas do Poder Judiciário. Em 1899, deois de uma breve guerra civil, a cidade deixou de abrigar os poderes Executivo e Legislativo, que passaram para La Paz. Agora, no entanto, Sucre pretende recuperar o Executivo e o Legislativo e incluiu essa demanda na Assembléia Constituinte que está reescrevendo a Constituição boliviana. Essa possibilidade gerou protestos de La Paz. A manifestação desta quarta-feira teve até a participação de representantes da Igreja Católica no departamento (Estado). Os sinos das igrejas de Sucre chamavam os manifestantes para a marcha. Também foi realizada uma missa de Ação de Graças, além de desfiles com bandas de música. Disputa Sucre tem o apoio de parlamentares constituintes opositores do presidente Evo Morales e também de líderes dos departamentos que exigem autonomia do governo federal: Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija. Os defensores da mudança argumentam que a cidade, no centro do país, tem uma localização melhor do que La Paz, no oeste da Bolívia. Líderes em La Paz acreditam que essa questão está sendo usada como moeda de troca entre os departamentos que querem mais autonomia e o governo. Eles dizem também que mudar a capital de La Paz, que é a maior cidade boliviana, com 1,6 milhão de habitantes, para Sucre, que tem 270 mil moradores, seria caro e alimentaria a divisão no país. No protesto da última sexta-feira, os manifestantes em La Paz aprovaram um prazo até 6 de agosto para que a Assembéia Constituinte da Bolívia "elimine definitivamente o tratamento do tema em todas as suas instâncias". Caso contrário, o departamento inteiro fará uma greve geral. Tanto Sucre quanto La Paz reforçaram em suas manifestações a busca da unidade nacional. Logo depois do protesto desta quarta-feira, o ministro do Interior, Alfredo Rada, disse que "o governo nacional saúda esta mostra de civismo e patriotismo". "Não queremos confrontação fratricida entre bolivianos", disse um dos organizadores da manifestação em Sucre, Jaime Barrón. "A capital plena em Sucre é uma garantia de crescimento igual e eqüitativo do país."
O que eles, os ingleses, vão fazer com tanta bandeira, não sei e não tenho qualquer sugestão a dar, bem intencionada ou não. Mas achei bacaninha os 200 torcedores que foram, no domingo, ao aeroporto de Stansted receber a seleção derrotada.
Aplausos sem muito entusiasmo, mas aplausos, que é o que interessa. Um dos fãs, perguntado pela – não a nossa mas a de alguém aí – reportagem, explicou: - Por que estamos aqui? Porque somos ingleses – disse George Wakefield, do condado de Derbyshire, que juntamente com a mulher, Wendy, e o filho, Nathan, 14 anos, compareceram ao melancólico desembarque. “Porque somos ingleses” não explica nada. Explica apenas que, em matéria de bandeira, os ingleses agitam apenas aquela da excentricidade. Querem mais excentricidade? Sessenta mil torcedores que foram à Alemanha comportaram-se bem, segundo a polícia local e a inglesa que foi acompanhar os terríveis eventos previstos até por Nostradamus. Mais: não quebraram a cara de ninguém (ou quase ninguém) nem insultaram fulano ou sicrano. As maiores críticas foram feitas ao técnico, esse pobre desse sueco de que já começo a me esquecer o nome. Eu disse pobre? Pois não canso de ver nos tablóides ululantemente ufanistas os desaforos ao homem e ao fato de que este “embolsou” (para usar de um termo leve; eles foram nos mais pesados), por ano, perto de 5 milhões de libras, ou mais de US$ 40 milhões em uns poucos anos. Vergonha: herança maior A televisão inglesa, sem saber de nada, e sem piores intenções, mostrou a torcida brasileira se despedindo dos jogadores brasileiros no hotel em que estiveram concentrados. Tudo de dedo em riste, e a única expletiva que posso repetir em site família é “vergonha, vergonha!”. Essa, e mais, vocês devem estar cansados de ver aí. Quase que prefiro o agitar de bandeiras, a camisarada amarela, o ronco de cuícas, o burucutum de tambores e o sacudir de bumbuns, que sempre acompanharam nossas “penta” diabruras pelos tapetes verdes do mundo. Quase que prefiro. Me deu saudade (palavra que não consta de meu vocabulário) de quando a gente sentava no meio-fio e chorava. Também não somos perdedores tão sofisticados quanto os ingleses. A seleção tombada ainda não chegara de volta ao país e várias instituições ligadas ao patrimônio do país já estavam pressionando políticos influentes no sentido de lançarem uma campanha nacional já batizada e tudo. O nome, em inglês, é – ou seria e será – “History Matters – Pass it On”, jogo de palavras intraduzível. Seria necessário um Zinedine Zidane da palavra escrita para explicar que, tudo somado, com Roberto Carlos do outro lado ajeitando a chuteira e Thierry Henry marcando o gol da vitória, a coisa significa mais ou menos o seguinte: a História é importante, passe adiante o recado. Claro que já houve pesquisa oficial. Se perder pênalti, Copa do Mundo e enfrentar 30 graus à sombra iriam impedir os ingleses de fazer uma embaixadinha com pesquisa. A Mori foi lá e estufou o véu da noiva: segundo seus moderníssimos métodos, o placar acusa: 73% da população inglesa está interessada em história, comparados a apenas 59% em esportes em geral e 48% em futebol. Um probleminha: e a história dos campeonatos mundiais de futebol? Conta como História ou como futebol? Principalmente porque é fácil de estudar e ir na decoreba: são unicampeões apenas. De 1966. Compare-se aos tricampeonatos (como insistem os brasileiros) da Itália e da Alemanha.
A primeira-dama dos Estados Unidos, Laura Bush, fez um discurso na convenção republicana centrado em detalhes e pequenas histórias sobre o marido, George W. Bush, e em como o viu tomar as grandes decisões a respeito do país - principalmente as decisões militares.
"Quero falar sobre o tema que acredito ser o mais importante para as minhas filhas, para as nossas famílias e para o nosso futuro: o trabalho de George para proteger nosso país e derrotar o terrorismo, para que todos as crianças possam crescer em um mundo mais pacífico", disse a primeira-dama. "Me lembro de estar sentada à janela da Casa Branca, vendo meu marido caminhando no pátio logo abaixo. Eu sabia que ele estava preocupado com decisões difíceis que teriam um impacto tão profundo na vida de tantas pessoas e no futuro do mundo." Tradicionalmente, os discursos das mulheres de candidatos a presidentes chamam a atenção para a vida de suas famílias e buscam um tom mais pessoal e próximo do eleitor. Laura Bush seguiu este padrão. Pergunta A primeira-dama foi chamada ao palco pelo próprio presidente Bush, que está na Pensilvânia, mas participou da convenção via satélite, aparecendo em um telão instalado no salão onde estão reunidos os delegados, no Madison Square Garden. Laura Bush disse que gostaria de responder em seu discurso à "pergunta que muitas pessoas gostariam de fazer se encontrassem comigo" "Você que o conhece melhor do que ninguém e viu o que ninguém mais viu, por que acha que deveríamos reeleger o presidente?", disse Laura Bush. A primeira-dama disse que o presidente continua sendo a mesma pessoa que ela conheceu "em um churrasco num quintal do Texas" e com quem se casou três meses depois. "Hoje vocês já sabem muitas das coisas que eu sei sobre ele. Ele sempre diz o que realmente pensa, e nós podemos contar com ele, especialmente durante uma crise. Seus amigos e seus valores não mudam."
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu uma "oportunidade verdadeira" aos países desenvolvidos durante discurso para empresários brasileiros com investimentos na Argentina.
"O Brasil, certamente, tem uma relação extraordinária com os Estados Unidos, União Européia e Japão. Mas queremos ter mais oportunidades. Oportunidades verdadeiras", afirmou. Lula disse que o Brasil e a Argentina não estão pedindo "nenhum favor, já que a meta é conquistar um lugar que já é nosso". No discurso, Lula insistiu na criação da Área de Livre Comércio das Américas, a Alca, mas ressalvou: "Que não venham com barreiras tarifárias para impedir nosso comércio". As declarações do presidente foram feitas durante o encerramento do seminário Integração da América do Sul, Desafios e Oportunidade, realizado pelo chamado Grupo Brasil, que reúne cerca de 200 empresas brasileiras na Argentina. 'Estremecimento' No encontro, a Alca foi um dos assuntos de destaque. "Argentina e Brasil se colocarão no cenário mundial, mas nós também queremos ser respeitados e tratados com igualdade de condições", disse o presidente. Para Lula, esse desejo de integração regional não deve se limitar ao papel dos governos, mas também à atuação dos empresários. Na sua opinião, a parceria com a Argentina na luta por um lugar comercial mais justo ja está rendendo frutos. "É essencial que a parceria com a Argentina continue sendo exercitada no campo das negociações comerciais e internacionais, como na OMC e na Alca." Lula preferiu usar, duas vezes, uma metáfora com o futebol para definir a relação com a Argentina - país com que o Brasil alimenta uma velha rivalidade nos campos. "Para nossa felicidade, Brasil e Argentina jogam no mesmo time nesta questão. Suamos a camisa juntos", afirmou no discurso para empresários. Pouco antes, ao lado do presidente Néstor Kirchner, durante cerimônia na Casa Rosada, Lula afirmou: "Eu nunca entendi porque nosso relacionamento se estremeceu. No futebol, eu até entendo, mas na política e no comércio, não faz sentido. Podemos ser um modelo de integração para o mundo", disse o presidente, ao lado de Kirchner.
Este observatório espacial é capaz de olhar para o ponto mais remoto do passado.
O Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês), uma missão internacional das agências espaciais dos EUA (Nasa), Europa (ESA) e Canadá (CSA), está sendo construído há vários anos, a um custo bilhões de dólares acima do orçamento. A previsão é que seja lançado em 2021 e fique posicionado a mais de um milhão de quilômetros da Terra. De acordo com cientistas, ele será capaz de detectar qualquer galáxia no universo. Mas uma peça chave do JWST é um instrumento construído por uma equipe de astrônomos e engenheiros de Edimburgo, na Escócia. Fim do Talvez também te interesse Trata-se do Miri (instrumento infravermelho médio), uma ferramenta projetada para medir a faixa de comprimento de onda de radiação infravermelha média. O Miri, um dos quatro principais detectores do JWST, vai nos permitir olhar para o passado, para centenas de milhões de anos após o Big Bang, que teria ocorrido há mais de 13,5 bilhões de anos. Como pode ver o passado? A capacidade de olhar para trás no tempo é baseada no fato de que até mesmo a luz tem um limite de velocidade. Ela percorre cerca de 300 mil quilômetros por segundo, o que significa que a luz do Sol leva mais de oito minutos para chegar à Terra. Assim, devido ao tempo necessário para viajar pelo espaço, quanto mais distante um objeto estiver, mais longe vemos no tempo. A imagem de uma estrela que está a um bilhão de anos-luz de distância, por exemplo, leva um bilhão de anos para chegar até nós. E quando vemos essa estrela, o que estamos vendo é como ela era há um bilhão de anos. Engenheiros de controle de contaminação inspecionam o MIRI na Nasa O telescópio James Webb é perfeito para estudar mundos e planetas distantes que orbitam outros sóis — conhecidos como exoplanetas, porque existem fora do nosso sistema solar. A existência do primeiro exoplaneta foi confirmada em 1995. E hoje sabemos que há mais de 4 mil deles. O Miri vai permitir que os astrônomos observem eles com mais detalhes, incluindo suas atmosferas em busca de sinais de vida extraterrestre. Como funciona? Assim como todos os telescópios espaciais, o JWST começa com uma vantagem sobre seus equivalentes em terra. Não há atmosfera para distorcer nossa visão — portanto, as estrelas não brilham no espaço. Todos os instrumentos do JWST têm visão infravermelha, o que permite enxergar através da poeira interestelar que bloqueia a luz. Além disso, a luz que viaja de uma estrela distante se distorce no trajeto até nós. O espelho do JWST mede 6,5 metros e precisará ser dobrado em 18 segmentos hexagonais para caber dentro do foguete de lançamento Seu comprimento de onda se torna mais longo, o que significa que a luz que estava na faixa visível para os seres humanos é deslocada para o infravermelho do espectro eletromagnético. Este é um efeito chamado "desvio para o vermelho" e significa que se você quiser observar pontos mais remotos do passado, deve olhar para objetos que parecem invisíveis para nós. No entanto, esses objetos "invisíveis" não são invisíveis para o telescópio James Webb. Três de seus detectores estão sintonizados no infravermelho próximo. Como o termo sugere, logo depois do vermelho que podemos ver no espectro eletromagnético. Mas o quarto detector, o Miri, é capaz de olhar mais profundamente, no infravermelho médio. O que significa que você será capaz de observar muito mais longe e pontos muito mais remotos. O JWST possui um enorme aparato de proteção solar, criado para manter sua temperatura alguns graus acima do zero absoluto O professor Alistair Glasse, principal cientista do Miri, explicou como o detector funciona. "Ele pode ver as cores dos objetos, por exemplo, que estão aproximadamente à temperatura ambiente", diz. "Isso se torna particularmente interessante se você deseja estudar planetas orbitando outras estrelas". E o mais fascinante é que o Miri será capaz de ver quase o início do universo. "Acreditamos que as primeiras estrelas que se formaram eram muito grandes e deram início à cadeia de produção dos elementos e das estrelas que vemos ao nosso redor", afirma Gillian Wright, principal pesquisadora europeia do Miri. "Não sabemos muito sobre [esta era]. Sabemos como era a estrutura do universo logo após o Big Bang, e sabemos pelo (telescópio) Hubble e por outras missões, como as galáxias são agora ou em épocas posteriores." "Mas e a pequena porção do meio? Como as primeiras se formaram? Não sabemos muito sobre essa época." Um espelho maior que o do Hubble O JWST é, literalmente, um grande empreendimento. É do tamanho de uma quadra de tênis, e seu espelho de 6,5 metros é várias vezes maior que o do Hubble. Em sua configuração funcional, é grande demais para qualquer foguete, portanto precisará ser dobrado em 18 painéis hexagonais que serão abertos no espaço. O JWST também possui um enorme aparato de proteção solar, desenvolvido para manter a temperatura apenas alguns graus acima do zero absoluto. É composto por cinco camadas delicadas, finas como uma película de plástico-filme, que deverão ser esticadas no espaço. O JWST está sendo exaustivamente testado aqui na Terra, uma vez que será enviado para onde ninguém poderá consertá-lo. Ele vai orbitar o ponto L2, a cerca de um milhão de quilômetros do nosso planeta — um ponto no espaço em que a força gravitacional do Sol e da Terra está em equilíbrio, o que permitirá que o telescópio permaneça a uma distância quase constante. A missão, prevista para 2021, deve durar menos de seis anos. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Um gigantesco apagão deixa milhões de pessoas sem luz na Argentina e em parte do Uruguai na manhã deste domingo (16).
O apagão deixou milhões de pessoas sem energia na Argentina, na manhã deste domingo Segundo informações locais, cerca de 48 milhões de pessoas estariam às escuras e o problema também teria afetado algumas localidades no Paraguai e no Chile. A Edesur Argentina, empresa de distribuição de energia do país, informou via Twitter, às 7h50, que uma "falha maciça" no sistema de interconexão tinha causado o apagão. Segundo a Edesur, o problema também teria afetado o sul do Brasil, mas o Operador Nacional do Sistema Elétrico (Operador Nacional do Sistema Elétrico) disse que o apagão não teve reflexos no Brasil. A Argentina, com 44 milhões de habitantes, e o Uruguai, com 3,4 milhões, compartilham um sistema elétrico interconectado centrado na represa binacional de Salto Grande, localizada cerca de 450 km ao Norte de Buenos Aires e aproximadamente a 500 km de Montevidéu. Fim do Talvez também te interesse "Às 7h07 (10h07 em Brasília) houve o colapso do Sistema de Interconexão da Argentina (SADI), que provocou uma queda de energia em todo o país e também afetou o Uruguai", afirmou a Secretaria de Energia do país. "As causas estão sendo investigadas e ainda não estão determinadas", continua o comunicado, explicando que a restauração do serviço "pode ​​levar algumas horas". A capital Buenos Aires ficou às escuras; segundo empresa de energia, houve falha "maciça" no sistema A UTE (Administração Nacional de Usinas e Transmissões Elétricas) do Uruguai afirmou, via Twitter, que a falha também havia deixado o país sem luz. Segundo a empresa, parte do sistema de alta tensão já voltou a funcionar e o serviço está sendo restaurado no país. Em entrevista ao canal de televisão local TN, o subsecretário de Defesa Civil da Argentina, Daniel Russo, disse que o restabelecimento total do serviço "pode demorar entre seis e oito horas", mas que em algumas zonas do país o serviço já estava voltando ao normal. A capital argentina, Buenos Aires, seguia às escuras até o fim desta manhã. Quatro províncias argentinas têm eleições para governador marcadas para este domingo: Santa Fé, San Luis, Formosa e Terra do Fogo. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
O estado físico e psicológico dos 33 homens presos desde 5 de agosto na mina chilena de San José é bom, segundo um dos médicos que vem monitorando o caso no local.
O túnel está recebendo revestimento metálico "Eu os vejo preparados, esperam este momento muito mais do que nós, mas estão bem e em condições muito boas, físicas, médicas e psicológicas", disse Andrés Llarena. "Mesmo aqueles que já apresentavam enfermidades antes do acidente, estão em condições muito estáveis. Eles têm muita vontade, mas estão tranquilos e temos confiança de que tudo correrá bem." Llarena disse que as operações de resgate, estimadas para terem início na quarta-feira, vão ser monitoradas segundo a segundo. 'Paseio no parque' Os primeiros mineiros a serem retirados serão os mais hábeis e em forma, que podem ser capazes de resolver eventuais problemas com a cápsula em suas primeiras viagens. Em seguida, serão retirados os mineiros mais fracos para só então concluir o resgate com os mineiros mais fortes. Um enfermeiro baixará ao interior da mina para avaliar o estado dos mineiros e ajudá-los a entrar na cápsula de resgate. A retirada de cada um dos mineiros deve levar mais de uma hora. Ao sair, cada um receberá óculos escuros especiais para proteger os olhos da claridade após mais de dois meses na semi-escuridão. Eles passarão então por uma avaliação médica, feita a princípio por Llarena, antes de serem transportados, de helicóptero, para um hospital de Copiapó, a cidade mais próxima. Os mineiros devem receber uma alimentação especial para a subida, seguindo os conselhos de especialistas da Nasa, a agência espacial americana, que supervisionam o resgate. Espera-se que todos os homens estejam a superfície até a sexta-feira. O médico disse esperar que "os 33 vão sair caminhando como se passeassem no parque, provavelmente pedindo um prato de comida quente". "Devem pedir também que não os aborreçamos muito, do ponto de vista médico", disse ele. Revestimento Engenheiros começaram neste domingo a revestir a parte superior do poço para o resgate. Leia mais Segundo o ministro da Mineração do Chile, Laurence Golborne, o trabalho de revestimento com tubos metálicos, como medida de precaução para evitar o fechamento do poço, deve ser terminado na manhã da segunda-feira. Após uma análise do poço de 622 metros de profundidade, com 66 centímetros de diâmetro, as autoridades determinaram o revestimento dos primeiros 96 metros. Serão usados 16 tubos de 6 metros de altura cada um, soldados entre si. A definição da data da retirada dos mineiros levou calma e alegria aos familiares que estão acampados na entrada da mina desde o acidente.
O flamenco, a mais tradicional trilha sonora da Espanha, está de cara nova.
Uma nova geração de músicos vem misturando o som marcado por violões, percussão, palmas e sapateados com ritmos como rumba, rap, rock, jazz e, mais recentemente, a música eletrônica. A banda Chambao, formada por três músicos de Málaga, no sul da Espanha, e um produtor italiano, é o mais recente fenômeno do que se convencionou chamar de ''flamenco chill''. O único disco próprio do grupo até agora, Endorfinas en la mente, lançado no final do ano passado, ganhou o prêmio Ondas de melhor criação musical e já vendeu 40 mil cópias. Elogios dos puristas O primeiro trabalho do Chambao, uma coletânea chamada Chambao Flamenco Chill, com a participação de artistas como o DJ Howie B. e o guitarrista Vicente Amigo, vendeu 90 mil discos. O disco gerou uma segunda compilação chamada Flamenco Chill Dos, com a colaboração de José Padilla, Fundación Eivissa e José Luis Encinas, entre outros. As músicas do Chambao são compostas pela vocalista Maria del Mar Rodriguez e pelos dois violonistas, os irmãos Daniel e Eddy Casan. Depois, as melodias são trabalhadas em sintetizadores pelo produtor Bob Benozzo. ''Não vemos os computadores nem em pintura. A eletrônica não é nossa praia'', afirma Eddy. ''Os puristas dizem que o que fazemos não é flamenco, e eles têm toda razão. Nossa música é a mais impura do mundo, algo heterogêneo por natureza'', diz. O flamenco chill não agrada apenas a nova geração, mas também aos músicos da velha guarda. O guitarrista Pepe de Lucía, autor de Como el agua, gravada por Chambao no primeiro disco, elogiou a versão. ''Fazemos música como paella'' A banda Ojos de Brujo, de Barcelona, é outra representante do flamenco eletrônico. Seu último disco, Barí, foi lançado no final de 2002 pela Fabrica de Colores, nome do selo próprio do grupo, e já vendeu cerca de 70 mil cópias na Espanha e 30 mil no resto da Europa. No ano passado, a banda fez uma turnê mundial por países como China, México, Alemanha, Japão, Estados Unidos e Marrocos. Formado por dois violonistas, dois percussionistas, um DJ, um baterista, um baixista e uma vocalista, o grupo incorpora elementos de tango, bolero, salsa, funk e reggae. Os músicos costumam misturar os solos de sapateados com scratches de hip hop e sons de berimbau. ''O Ojos de Brujo não é um grupo de flamenco que busca outros ritmos musicais'', explica Javi Zarco, empresário da banda. ''Pelo contrário. É uma banda formada por músicos especializados em vários ritmos e que usa o flamenco como fio condutor para o seu trabalho''. Interesse das gravadoras Junto com puristas do estilo, como o guitarrista Paco de Lucia, o grupo Ojos de Brujo será uma das atrações da quarta edição do festival de flamenco de Nova York, em fevereiro. A banda tem shows marcados este ano em cidades como Londres, Edimburgo e cidade do México. Também deve tocar em agosto em São Paulo. As variações do flamenco têm despertado o interesse das gravadoras. Em Barcelona, a Picap, especializada em música catalã, contratou há dois anos a cantora de flamenco-pop Ginesa Ortega. ''No começo a fusão do flamenco se dava com ritmos mais tradicionais, como o jazz, o rock e o blues. Nos últimos tempos, a tendência é a mistura com o hip hop e a música eletrônica'', afirma Pedri Jimenez, executivo da gravadora. ''A modernização do flamenco aumentou o mercado, até mesmo dentro da Espanha'', diz Jimenez. O novo flamenco As primeiras experiências musicais do flamenco com outros ritmos começaram no final dos anos 80. O primeiro grupo a popularizar o ritmo espanhol foi o Gypsy Kings, com uma música considerada de forte apelo comercial pela crítica musical. Na década de 90, outros músicos mais conceituados consagraram o chamado ''novo flamenco'', como Nina Pastori, José el Francês, Pata Negra, Raimundo Amador e Ketama. O flamenco eletrônico é a última versão da releitura da tradicional música espanhola.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o Ministério das Relações Exteriores convoque o embaixador da Venezuela no Brasil para prestar esclarecimentos sobre as declarações do presidente venezuelano, Hugo Chávez, sobre o Congresso brasileiro.
A informação foi divulgada pelo Itamaraty, através de uma nota de imprensa, nesta sexta-feira, e diz que o governo repudia o questionamento da independência e dignidade do Congresso. "Tendo tomado conhecimento, em Londres, de declarações atribuídas ao Presidente Hugo Chávez a respeito do Congresso brasileiro, o Presidente Lula reafirmou seu total apoio às instituiçoes brasileiras e expressou seu repúdio a manifestações que coloquem em questão a independência, a dignidade e os princípios democráticos, que norteiam essas instituições, afirma a nota. O texto também afirma que o presidente aguarda a transcrição das declarações de Chávez. Em Londres, o presidente Lula disse que Chávez "tem que cuidar da Venezuela e eu, do Brasil", ao responder a uma pergunta sobre críticas feitas por Chávez ao Congresso brasileiro. "Veja como eu sou diplomata, não posso comentar o discurso de um chefe de Estado porque você está fazendo esta pergunta", disse Lula. "Numa situação dessas, não sei se o Chávez falou isso mesmo." "Se falou, tenho certeza que o embaixador brasileiro em Caracas vai comunicar o Itamaraty. Somos adultos, cada um tem responsabilidade do que fala", acrescentou. "Chávez tem que cuidar da Venezuela e eu, do Brasil. No caso do problema do Chávez com a televisão, isso é um problema do Chávez, e não do Brasil." Na quinta-feira, o presidente venezuelano acusou o Congresso brasileiro, em cadeia nacional de TV, de agir como um "papagaio que repete o que diz Washington" e de fazer "um mau favor à causa sul-americana". As frases foram uma reação à aprovação pelo Senado brasileiro, na quarta-feira, de um requerimento pedindo que Chávez devolva ao canal de televisão RCTV a concessão para que volte ao ar. A emissora deixou de transmitir no domingo, desencadeando uma onda de protestos na Venezuela.
A senadora Hillary Clinton, pré-candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, citou o Brasil como sendo um exemplo de autosuficiência em combustíveis em um evento da campanha no Estado da Carolina do Norte.
''O Brasil investiu em pesquisa com cana-de-açúcar e hoje é autosuficiente em energia'', afirmou Hillary no Estado, que realizará suas primárias nesta terça-feira, juntamente com o Estado de Indiana. Tanto Hillary como Barack Obama vêm defendendo que os Estados Unidos invistam em combustíveis alternativos e busquem a autosuficiência energética. Em diferentes comícios, Hillary tem frisado, no entanto, que esta é uma meta impossível de alcançar ''enquanto os dois homens do petróleo continuarem na Casa Branca'', em referência ao presidente George W. Bush e o vice-presidente Dick Cheney. Contra a Opep A pré-candidata democrata afirmou ainda que pretende dissolver a Opep (A Organização de Países Produtores de Petróleo) e usar a lei de antitruste contra a entidade e protestar junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as práticas do cartel petrolífero. ''Nós vamos para cima da Opep. Eles não podem continuar sendo um cartel. Um monopólio que se junta a cada dois meses em alguma sala de conferências em alguma parte do mundo para decidir quanto petróleo eles irão produzir e qual o preço que eles vão dar. Isso não é um mercado, é um monopólio'', afirmou, durante uma parada na cidade de Merrillville, em Indiana. A disparada dos preços da gasolina se tornou um dos tópicos dominantes da campanha em Indiana e na Carolina do Norte. O fato de o preço do barril do petróleo ter superado o valor de US$ 120 foi um estímulo a mais para que o assunto voltasse ao primeiro plano. Imposto A senadora defende a proposta, apresentada inicialmente pelo candidato republicano John McCain, de oferecer moratória sobre um imposto federal cobrado sobre a gasolina. Pela proposta, o imposto de US$ 0,184 por galão (3,78 litros) de gasolina seria provisoriamente suspenso entre durante o período de verão nos Estados Unidos. Barack Obama diz que a proposta é eleitoreira e de pouca eficácia em termos de benefícios para o consumidor. Assim como diversos economistas e especialistas na indústria petrolífera, o senador argumenta que os efeitos da proposta seriam insignificantes, uma vez que representariam economizar menos que US$ 30. Comerciais No mesmo dia, a campanha de Hillary voltou a divulgar um anúncio de TV e de rádio criticando Obama por não acatar a proposta do indulto ao imposto. No comercial, um locutor afirma que Obama critica a proposta da rival ''porque ele não tem proposta alguma''. ''Barack Obama quer que você continue a pagar um total de US$ 8 bilhões. Ele não está sacando'', diz o comercial. Estratégia da reta final A campanha de Obama respondeu com um outro comercial, também na segunda-feira, argumentando que a senadora está oferecendo ''mais do mesmo tipo de política negativa''. Desde o início de março, a campanha de Hillary vem divulgando comerciais com críticas a Obama nas vésperas de prévias eleitorais. A estratégia parece estar tendo eficácia, já que a senadora venceu alguns dos mais importantes Estados em disputa desde então, como Ohio, Texas e Pensilvânia, conquistando o voto de diversos eleitores indecisos.
A revisão do método para o cálculo das contas públicas deve ser o principal assunto nos encontros desta sexta-feira em Brasília do novo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os principais membros da equipe econômica.
Especialistas ouvidos pela BBC Brasil acreditam que o governo tem boas chances de convencer o FMI a mudar a metodologia do superávit primário, índice que é um sinal da capacidade de pagamento do governo e representa o volume total de arrecadação menos as despesas, mas sem contabilizar os gastos com juros da dívida pública. O governo quer que investimentos, principalmente em infra-estrutura, não sejam contabilizados como gastos, pois justifica que eles trazem retorno a médio e longo prazo. A mudança daria mais liberdade ao uso de verbas da União. “Acredito que a lógica vai prevalecer em algum momento. O FMI teima em polemizar, mas tem bom senso. Investimento não é despesa, tem retorno e, em muitos casos, o resultado é um efeito multiplicador em termos de ganho do PIB (Produto Interno Bruto)”, afirma o economista Roberto Gianetti da Fonseca. 'Disposto a mudar' “O governo brasileiro já deu indicações de que o Fundo está disposto a mudar, tanto que, na proposta de orçamento da União para 2005 há R$ 3 bilhões em investimentos que já não estão sendo contabilizados como gastos”, acrescenta José Carlos de Faria, economista-chefe do Deutsche Bank em São Paulo. Mas a forma do novo cálculo ainda é uma incógnita. Parte desses R$ 3 bilhões, por exemplo, deve incluir investimentos na Petrobras, que já não vinham sendo contabilizados como gastos. Para especialistas, é improvável que o FMI aceite excluir da conta de gastos todos os tipos de investimentos, pela dificuldade de se estimar com previsão o retorno de cada um deles. No cálculo, deverão ter prioridade as aplicações com maior potencial de ativar a economia. Ortodoxa A filosofia ortodoxa do Fundo vai contra o relaxamento das contas públicas. Qualquer medida entendida como tal teria efeitos negativos na confiança dos investidores internacionais no país. Justamente por isso, o governo deseja ter o aval do FMI, já que, na prática, vem ultrapassando a meta de superávit primário de 4,25% e dificilmente precisará renovar compromissos com o Fundo. O economista-chefe do banco BNP Paribas em São Paulo, Alexandre Lintz, acredita que o Brasil é um bom candidato para um “projeto piloto do FMI” com o novo cálculo. “O Brasil tem sido um excelente aluno no que diz respeito a seguir as regras de uma boa política fiscal, mas esse projeto piloto é muito pequeno e não será ele que deslanchará os investimentos em infra-estrutura no país”, avalia Lintz. Lintz acredita que a aprovação no Congresso do projeto de Parcerias Público-Privadas (PPPs) terá um impacto muito maior na economia do que simplesmente a mudança do cálculo. Como destaca Gianetti da Fonseca, a relação do governo com o FMI caminha para uma “conclusão satisfatória”. “O Brasil, graças a Deus, está fora da UTI, já temos alta do médico. Podemos ir para casa viver tranqüilos e felizes”, afirma o economista. Além de ser recebido por Lula no Palácio do Planalto, o diretor-gerente do FMI toma café da manhã com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e almoça com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
Caças de guerra F-16 americanos, juntamente com tropas e tanques seguindo por terra, bombardearam alvos na região central do Iraque nesta terça-feira, na mais recente série de operações contra suspeitos insurgência.
A demonstração de força se concentrou em Bagdá e três cidades ao norte da capital: Tikrit, Baquba e Samarra. A intensificação dos ataques de surpresa dos Estados Unidos começou no fim-de-semana, depois que dois helicópteros americanos foram derrubados, na cidade de Mosul, no norte do Iraque. Seis homens suspeitos de serem insurgentes foram mortos e 99 foram detidos em operações realizadas na segunda-feira, de acordo com o Exército americano. 'Busca e destruição' O Comando Central americano disse que as operações estão sendo realizadas "para controlar a violência e atos de insurgência contra a transição no Iraque para um Estado livre e democrático". Comandantes americanos dizem acreditar que a maior parte de seus adversários é de antigos membros do regime do presidente deposto do país, Saddam Hussein, embora várias centenas de militantes islâmicos possam também estar envolvidas. Críticos da tática mais agressiva adotada pelos Estados Unidos recentemente - que ocorre depois de um período de grandes baixas entre forças americanas por causa de ataques de guerrilha - dizem que ela não conseguirá pôr um fim à insurgência. "Essas operações do tipo 'busca e destruição' chamam muito a atenção e são planejadas primariamente para ocupar tempo na TV durante o horário nobre, para (impressionar) o público americano", disse François Gere, diretor do Instituto para Diplomacia e Defesa da França.
Tomar determinados suplementos de vitaminas pode encurtar a vida das pessoas, sugerem pesquisadores.
Milhões de pessoas ingerem suplementos de antioxidantes tais como as vitaminas A e E, e betacaroteno. Ao analisar dezenas de estudos anteriores, especialistas da Universidade de Copenhagen sugerem que estas substâncias aparentemente, ao contrário do que se espera delas, aumentam, e não diminuem, o risco de morte. Um especialista da indústria de suplementos, entretanto, disse que o estudo da Journal of the American Medical Association "é rídiculo". Dieta balanceada Mas nutricionistas dizem que o estudo reforça a necessidade de que as pessoas adotem uma dieta balanceada ao invés de depender de suplementos. Embora suplementos de vitaminas sejam populares há várias décadas, não se sabe ao certo se oferecem benefícios, e quais seriam, apesar de centenas de projetos de pesquisa sobre o assunto. Teorias mais recentes sugerem que determinadas vitaminas consumidas como parte de uma dieta saudável - e talvez tomadas na forma de suplementos - podem prevenir danificações em tecidos no organismo ao eliminar as moléculas conhecidas como "radicais livres", que seriam a causa do fenômeno conhecido como "estresse oxidativo". Estes danos foram relacionados a vários males como doenças cardíacas e câncer, mas a implicação de que suplementos de vitamina podem proteger as pessoas contra essas doenças seja controvertida. Estudo A equipe de Copenhagen revisou mais de 815 testes clínicos sobre os benefícios das vitaminas A, E e C, de betacaroteno e selênio - todos muito usados em suplementos. Eles selecionaram 68 testes cujos métodos tinham maior probabilidade de produzir um quadro preciso dos benefícios das vitaminas, depois juntaram seus resultados para formar um estudo de larga escala. Esta análise sugeriu que tomar suplementos antioxidantes não aumenta ou reduz o risco de morte. Mas, quando os pesquisadores eliminaram mais 21 estudos considerados levemente tendenciosos, o quadro mudou bastante. O risco de morte não mudou entre consumidores de selênio e vitamina C, mas um aumento estatisticamente significativo de risco foi detectado em outros três suplementos. O betacaroteno resultou em um aumento de risco de aproximadamente 7%, vitamina E, 4% e vitamina A, 16%. Os pesquisadores escreveram: "Nossos resultados contradizem os de estudos de observação que afirmam que antioxidantes melhoram a saúde." "Levando em conta que, de 10% a 20% da população adulta na Europa e América do Norte pode consumir os suplementos, as conseqüências para a saúde pública podem ser substanciais." Eles disseram que há várias explicações diferentes para este aumento do risco - e sugeriram que eliminar "radicais livres" pode, na verdade, interferir com um mecanismo de defesa antural dentro do organismo. A equipe pediu mais pesquisas sobre os efeitos dos suplementos de vitamina sobre a saúde. "Dieta balanceada" Frankie Phillips, um nutricionista da Associação Dietética Britânica, disse que os alimentos contem uma matriz complexa de diferentes componentes que não podem ser copiados por suplementos. "Nossa recomendação é comer uma ampla gama de alimentos em uma dieta balanceada que pode fornecer todos os nutrientes de que o organismo necessita para se proteger e combater doenças." Ella Mason, da Fundação Britânica do Coração, disse: "Nós recomendamos que sejam consumidas substâncias para proteger contra doenças cardíacas, sejam suplementos dietéticos ou drogas, que tenham comprovação em testes clínicos bem feitos." Mas Ann Walker, do Serviço de Informações de Suplementos para a Saúde, disse que as conclusões do estudo são "inúteis". Segundo ela, alguns dos estudos examinados pela equipe de Copenhagen envolveram pacientes que já estavam muito doentes. "Como cientistas conscientes podem sugerir que uma intervenção modesta de um único suplemento antioxidante possa ter um grande efeito na reversão de uma patologia letal, onde pacientes já estão em um estágio avançado de doença cardiovascular, é ridículo." "Suplementos de vitaminas, minerais e dietéticos não apenas se provaram benéficos para a saúde, mas são essenciais para a manutenção da boa saúde e podem cobrir a defasagem nutricional para muitas pessoas na Grã-Bretanha em cujas dietas costumam faltar nutrientes essenciais."
O Peru amanheceu esta segunda-feira (16/11) sem presidente da República, depois de uma semana conturbada de protestos que culminou com a renúncia do interino Manuel Merino (depois de apenas seis dias no cargo) e com a ausência de acordo no Congresso para nomear um substituto.
Manuel Merino passou menos de uma semana no cargo: ele anunciou a renúncia neste domingo (15/11) O país, um dos mais atingidos (proporcionalmente a sua população) pela pandemia do novo coronavírus no mundo, vive uma prolongada crise política: Merino é o terceiro presidente a deixar o cargo no intervalo de menos de três anos. O capítulo mais recente dessa crise começou em 9 de novembro, quando o Congresso peruano aprovou o impeachment do presidente Martín Vizcarra, sob o argumento de "incapacidade moral permanente" depois de o mandatário ser acusado de participar de um escândalo de corrupção, algo que ele nega. No dia seguinte (10), Merino, como presidente do Congresso, assumiu interinamente o poder do país, algo que críticos chamaram de um "golpe disfarçado". O impeachment de Vizcarra, que ocorreu a apenas cinco meses das eleições presidenciais, provocou uma onda de protestos pelo país, os quais foram duramente reprimidos pelas forças de segurança. Ao menos dois jovens morreram nas manifestações de sábado e mais de 100 pessoas ficaram feridas. Os protestos foram considerados uns dos maiores do Peru nos últimos 20 anos, e organizações locais e internacionais anunciam preocupação com o uso excessivo de força pela polícia e com desaparecimentos de manifestantes. Fim do Talvez também te interesse Politicamente, o apoio a Merino enfraqueceu após a renúncia da maioria de seus ministros e de críticas dentro de seu próprio partido, o Ação Popular. Peruanos celebrando nas ruas a renúncia de Merino; Congresso ainda não definiu o sucessor do presidente Até que, em comunicado transmitido pela TV, Merino anunciou sua renúncia neste domingo e pediu "paz e unidade ao país". O Congresso passou várias horas reunido em sessão extraordinária para tentar formar, sem sucesso, uma nova Mesa Diretiva da Casa e nomear um novo presidente. O nome que despontava era o da deputada Rocío Silva Santisteban, que encabeçou a lista em votação mas não conseguiu votos o bastante para ser aprovada. Agora, está prevista uma nova sessão do Legislativo nesta segunda-feira (16/11) à tarde, para eleger um novo presidente interino a partir das listas apresentadas pelos partidos. O escolhido para presidir a Mesa Diretiva assumiria automaticamente a Presidência da República, explica à BBC News Mundo (serviço da BBC em espanhol) Heber Campos, advogado da Pontifícia Universidade Católica do Peru. Muitas vozes, entre elas a dos milhares de manifestantes, pedem que a Mesa Diretiva seja escolhida entre os 19 congressistas que votaram contra o impeachment de Vizcarra. "Diante da crise, encontramos como saída legítima (...) que se eleja uma nova Mesa Diretiva e com ela um novo presidente ou presidenta da República que conduza a transição", afirmou em comunicado o grupo de especialistas peruanos Valentín. "Esse novo mandatário deve vir dos congressistas que votaram contra a vacância (da Presidência) e convocar os peruanos mais capazes e de comprovada integridade." O posto será ocupado até julho de 2021, quando deverá assumir o novo presidente eleito no pleito previsto para abril. No ano 2000, quando o Congresso destituiu o então presidente Alberto Fujimori, também elegeu uma nova Mesa Diretiva no Congresso. Desse órgão, Valentín Paniagua saiu eleito como presidente interino e conduziu o Peru às eleições presidenciais de 2001. Em meio à crise política, a população peruana tem sido duramente afetada pela pandemia do coronavírus - o país tem uma das mais altas taxas de mortalidade pela covid-19 de todo o mundo. Com uma população de 32 milhões de habitantes, o Peru já tem 934 mil casos confirmados da doença e 35,1 mil mortes, segundo o levantamento da Universidade Johns Hopkins. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
O resultado das eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos é crítico para a sobrevivência dos dois principais partidos políticos do país: o democrata, de John Kerry, e o republicano, de George W. Bush.
Se os republicanos ganharem um segundo mandato e mantiverem a maioria no Congresso, os democratas provavelmente vão ficar afastados do poder pelo resto da década. Por outro lado, se os democratas vencerem, isso representará o fracasso da doutrina Bush, iniciando uma "guerra civil" no Partido Republicano - como afirmou Pat Buchanan, ex-candidato republicanos à Casa Branca. É difícil imaginar uma corrida política com maior importância que esta. É a primeira eleição nos Estados Unidos depois do 11 de Setembro. É um referendo sobre a maior operação militar americana desde o Vietnã e sobre o papel dos Estados Unidos no mundo. Como um profissional da imprensa americana disse recentemente: "Só vai decidir o futuro do mundo livre". Incendiando a base No centro dessa titânica batalha está Karl Rove, o conselheiro político de Bush. Rove criou uma estratégia política única em torno do presidente, que se concentra mais em agradar os conservadores sociais do que em tentar ganhar o apoio dos moderados. É por isso que George W. Bush tem sido despreocupadamente conservador em quase tudo que tem feito, surpreendendo até mesmo os seus colegas de partido. Bush tem adotado medidas com rigor contra as pesquisas com células-tronco, contra o casamento de homossexuais e contra o financiamento de clínicas de aborto no exterior. Ele se apresenta como um líder forte, determinado e, acima de tudo, com princípios. Quando ataca seu oponente, acusando-o de ser um liberal na "extrema esquerda", Bush não está tentando ganhar o apoio dos eleitores indecisos. Ele está incendiando sua base. A aposta Liberal é uma daquelas palavras-chave que fazem com que conservadores sociais fiquem loucos. Karl Rove acredita que é possível ganhar mais votos aumentando o número de conservadores que vai às urnas do que tentando conquistar os indecisos. Depois da última eleição, Rove notou que 4 milhões de conservadores evangélicos não votaram. Com um presidente como George W. Bush, Rove julga que é mais fácil empolgá-los do que empolgar os eleitores indefinidos, para quem a visão de Bush de que as pessoas "estão conosco ou estão contra nós" pode ser difícil de aceitar. Se Rove está certo e isso garantir a reeleição de seu chefe, ele vai para o panteão dos grandes estrategistas políticos. Se ele fracassar, seu chefe vai ser lembrado como um presidente republicano de apenas um mandato que não teve impacto significativo na trajetória da filosofia republicana. É a diferença entre ser uma repetição de seu pai e ser um Ronald Reagan. Conservadores dirão que a incomum mistura de cortes nos impostos e intervencionismo militar de Bush fracassou porque rompeu com a doutrina conservadora simples e direta de um governo pequeno, com disciplina fiscal e sem aventuras no exterior. Muito a perder Do lado democrata, o sucesso nestas eleições vai significar o mesmo: a prova de que a doutrina Bush foi uma experiência fracassada. O fracasso democrata, contudo, vai fazer surgirem sérias dúvidas a respeito da viabilidade democrata como um partido. Por que eles não escolhem um candidato populista? Os Estados Unidos deram uma virada permanente para a direita? O Partido Democrata precisa ser reinventado? Essas são algumas das questões que serão perguntadas. O partido não tem a unidade coesa dos republicanos. Trata-se de uma aliança desigual, e às vezes irritada, de ativistas contrários à guerra, sindicalistas, aspirantes a yuppies, aposentados judeus e mães de família de classe média. Alguns vão dizer que o partido precisa voltar às raízes, quaisquer que sejam elas. Outros vão dizer que o partido deve continuar adotando a abordagem centralizadora do ex-presidente Bill Clinton. Qualquer que seja o resultado, vai ser extremamente doloroso para o lado derrotado. As apostas não poderiam ser maiores. Por isso, não espere que tudo se resolva rapidamente. A menos que haja uma clara vitória no dia 2 de novembro, os dois lados vão travar uma longa batalha legal. Eles têm muito a perder.
Adolescentes britânicos estão enfrentando uma “crise de saúde sexual”, causada por um comportamento sexual de alto risco e pelo consumo excessivo de álcool e drogas, afirma um relatório divulgado pelo Grupo Independente de Consulta em Saúde Sexual e HIV (IAG, sigla em inglês).
O aumento das doenças sexualmente transmissíveis e as altas taxas de gravidez na adolescência são consideradas “preocupantes” pelo IAG, que acrescentou que a Grã-Bretanha registra o maior número de adolescentes grávidas e de casos de jovens com doenças sexualmente transmissíveis da Europa. Segundo o estudo, que recebeu fundos do Ministério de Saúde, os jovens estão “definindo seu estilo de vida pelo uso de drogas e álcool”, encorajados pela chamada "cultura das celebridades". Parte da culpa seria da mídia, diz o relatório, que cria um glamour em torno dos excessos praticados por pessoas famosas. O relatório critica a cobertura do comportamento das celebridades, que, segundo o estudo, prevalece sobre outras informações mais importantes, como a propaganda de camisinhas na TV. “Há restrições para propagandas que divulguem a camisinha antes das 21h. Como conseqüência, nossos jovens podem estar recebendo informações incompletas", afirma o estudo. O relatório afirma que as recentes campanhas do governo falharam ao não reconhecer a ligação entre bebidas, drogas e saúde sexual. O professor Mark Bellis, diretor do centro de saúde pública da Universidade John Moores, em Liverpool, e um dos autores do documento, chamou a relação entre álcool, drogas e comportamento sexual arriscado de “combustível para a atual crise”. Para o IAG, os adolescentes que se envolvem em comportamentos sexuais arriscados têm um grande risco de se serem pais muito cedo, de contrair doenças, de ter mau desempenho escolar e de se viciar em álcool e drogas.
No primeiro dia da 6ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), os países pobres e em desenvolvimento resolveram reunir todas as suas forças para tentar dar um impulso à Rodada Doha – surge a possibilidade de mais um grupo para a lista de “G”, talvez um “G100+”.
A convite do Brasil e da Índia, que fazem parte do G20, mais de 100 países dos grupos G33 (que na realidade reúne 45 nações), União Africana, Grupo do Caribe (Caricom) e Países da África, Caribe e Pacífico (ACP) se encontraram para analisar a possível formação de um grupo que tenha maior poder de pressão e se apresente como a voz ativa dos países pobres e em desenvolvimento. “Eu não sei se isso terá um resultado imediato para Hong Kong, mas eu acho que será uma coisa positiva”, comentou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. “Eu sei que há diferenças entre os grupos, mas um dos objetivos é, exatamente, listar essas diferenças, não escondê-las, e tentar encontrar meios criativos para que, entre nós, possamos nos ajudar, não permitindo a manipulação por outros.” Quando jornalistas perguntaram sobre quem estaria exercendo essa manipulação, Amorim disse: “Não estou acusando ninguém. Em toda negociação acontece isso”. O comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, critica a proposta do G20 para a abertura na área agrícola dizendo que ela vai prejudicar os países que gozam de uma acesso preferencial ao mercado europeu. Maioria Cada grupo manterá sua “individualidade” e serão discutidos todos os temas da Rodada Doha, em especial, desenvolvimento. “O fato é que os países em desenvolvimento, que são a maioria dos membros da OMC, se encontram, nessas negociações, bastante desestruturados e sem capacidade negociadora para sozinhos serem influentes no processo”, observou Flávio Damico, chefe da Divisão de Agricultura do Itamaraty. Mas os interesses são tão diferentes em meio a essa centena de países que nenhum grupo consegue responder por todos – o G20 está focado na agricultura, enquanto ao ACP, por exemplo, interessa o acesso preferencial dos seus produtos no mercado europeu. “Obviamente não posso dizer que isso possa resultar em uma convergência imediata porque existe a percepção que esses interesses são diversificados”, afirmou Damico. O Brasil considerou uma vitória diplomática o fato da sua convocação ter sido atendida por todos os ministros dos grupos no primeiro dia da reunião da OMC. Sem pauta mínima Os negociadores iniciaram nesta terça-feira os trabalhos da Conferência sem a definição de uma pauta mínima para o encontro. Cerca de 30 ministros, de países que são considerados os "carros-chefe" da Rodada, se reuniram no final do dia para tentar chegar a um acordo, mas nem isso foi concluído. No encontro foram apontados três “facilitadores” para os seis dias de discussões: agricultura ficou com o Quênia, acesso a mercados está sob o comando do Paquistão e desenvolvimento, com a Guiana. Celso Amorim disse que chegou a comentar a questão da pauta mínima. “Disse que essa coisa de facilitadores é útil, porque muitos países não tiveram chance de se expressar. Mas não vamos fingir que nós não sabemos quais são os problemas e esperar três ou quatro dias para chegar nos problemas, porque daí vai ser um pouco tarde”, disse. “Mas acho que provavelmente amanhã isso já vai evoluir em outro sentido. Hoje foi o primeiro dia e isso faz parte também.” Para o chanceler, a reunião serviu para “esquentar os motores”.
Um dos principais nomes do governo de Donald Trump foi demitido nesta terça-feira (10/9).
Bolton foi a primeira autoridade do governo americano a apertar as mãos de Bolsonaro John Bolton, conselheiro nacional de segurança do presidente dos EUA, deixará o governo em meio a relatos de discordância em torno de um plano (já cancelado) de convidar o grupo radical afegão Talebã para um encontro em solo americano. A demissão do membro do círculo de conselheiros próximos foi anunciada pelo próprio Trump pelo Twitter. "Informei a John Bolton na noite passada que seus serviços não são mais necessários na Casa Branca. Eu discordei veementemente de muitas de suas sugestões, assim como outros no governo, e portanto pedi sua renúncia, que ele me concedeu nesta manhã. Agradeço muito por seu trabalho. Nomearei um novo conselheiro de segurança nacional na semana que vem", afirmou o presidente americano. Bolton se opunha a negociações de paz com o Talebã, grupo convidado por Trump para dialogar. O plano, abandonado no último final de semana, foi alvo de críticas sobretudo por causa do timing: a proximidade com o aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001, realizados pela Al-Qaeda, organização extremista que o Talebã permitiu operar no Afeganistão. Bolton foi o terceiro conselheiro de Trump na função, depois de Michael Flynn e HR McMaster. Fim do Talvez também te interesse Um ex-funcionário sênior do governo disse à BBC, em condição de anonimato, que Bolton "operava separadamente em relação à Casa Branca", sem comparecer a reuniões. Segundo a publicação Foreign Policy, Bolton se opunha à visita do Talebã também porque receber um grupo considerado radical "abriria um terrível precedente", em sua opinião. Isso alimentou uma já crescente discordância com o secretário de Estado, Mike Pompeo, que defendia a reunião com o grupo afegão. "Se você vai negociar a paz, tem muitas vezes de lidar com agentes do mal", defendeu Pompeo em entrevista à rede ABC. Bolton também chegou a ser embaixador temporário dos EUA nas Nações Unidas (abandonou o posto quando percebeu que não teria sua nomeação ratificada pelo Senado americano) e ocupou cargos nos últimos três governos conduzidos por políticos republicanos, desde a gestão de Ronald Reagan (1981-1989). A maioria dos postos foi nos departamentos de Justiça e de Estado (este último, o equivalente americano ao Ministério das Relações Exteriores). É um árduo defensor do direito ao porte de armas por cidadãos comuns - Bolton é ligado à NRA (Associação Nacional do Fuzil, principal grupo de lobby pró-armas dos EUA), onde comandou o Subcomitê de Assuntos Internacionais em 2011. No primeiro semestre de 2018, após assumir o cargo no governo Trump, um vídeo gravado em 2013 veio à tona e ganhou manchetes nos EUA. No filme, patrocinado pela NRA, Bolton pede que a Rússia garanta o porte de armas em sua Constituição, como acontece nos EUA. "Isso criaria uma parceria entre o governo nacional russo e seus cidadãos, que poderiam proteger melhor mães, crianças e famílias sem comprometer a integridade do Estado russo", afirmou. Encontro com Bolsonaro Bolton esteve no Brasil em novembro passado para um encontro com Jair Bolsonaro, na época presidente eleito do Brasil. Foi a primeira autoridade americana com quem Bolsonaro se encontrou, e a portas fechadas. Pouco antes da visita, Bolton classificou o governo do brasileiro como uma "oportunidade histórica". "O encontro com o presidente eleito Bolsonaro surgiu como resultado da ligação do presidente Trump na noite das eleições no Brasil para parabenizar o presidente eleito. O telefonema foi realmente excelente. Acho que criou um relacionamento pessoal, mesmo de forma remota. O presidente Trump foi o primeiro líder estrangeiro a telefonar ao presidente eleito Bolsonaro", afirmou. O então assessor de segurança nacional continuou: "Então, pensamos que seria bom e certamente muito útil para os EUA ouvirem do presidente eleito quais são suas prioridades e o que ele está procurando no relacionamento. Do nosso ponto de vista, vemos isso como uma oportunidade histórica para o Brasil e os Estados Unidos trabalharem juntos em uma série de áreas: economia, segurança e várias outras." Especula-se sobre a vinda de Donald Trump para a posse de Bolsonaro, mas as chances ainda são remotas Militarismo e guerras Bolton é conhecido especialmente por sua linguagem diplomática heterodoxa: já defendeu o "fim da Coreia do Norte" e foi chamado pelo país, em resposta, de "sanguessuga", e teceu críticas à ONU. "O prédio do Secretariado (da ONU) em Nova York tem 38 andares. Se perdesse 10, não faria diferença alguma. As Nações Unidas são uma das organizações intergovernamentais mais ineficientes em atividade (...) Não existe isso de Nações Unidas", declarou em 1994, na que seria por anos sua frase mais conhecida. Mais tarde, em 1º de novembro do ano passado, outra frase ganhou protagonismo. "A 'troika da tirania', esse triângulo de terror que se estende de Havana (Cuba), a Caracas (Venezuela) e a Manágua (Nicarágua), é a causa do imenso sofrimento humano, motivo de enorme instabilidade regional e a origem de um sórdido berço do comunismo no hemisfério ocidental", afirmou Bolton em discurso em Miami. "Os Estados Unidos estão ansiosos para ver cada vértice deste triângulo cair. A troika vai desmoronar." Os comentários mostravam a sintonia entre o emissário do governo americano e o presidente brasileiro – que disse durante a campanha que a ONU "não serve para nada" e constantemente critica os governos de esquerda dos países vizinhos latino-americanos, a quem classifica como "ditaduras corruptas e assassinas". Bolton foi um dos principais articuladores da invasão americana no Iraque, durante o governo de George W. Bush, sob o argumento de que o então regime de Saddan Hussein mantinha um programa secreto de armas de destruição em massa. Em 2005, porém, dois anos após o ataque, um relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) desmentiu a informação. O Irã também esteve entre os alvos preferidos do então assessor de Trump, que defendeu bombardeios americanos contra o país árabe em 2008 e em 2015, enquanto o então presidente Barack Obama costurava um acordo de paz entre os dois países – desfeito neste ano por Trump. Durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Bolton ameaçou o governo do aiatolá Ali Khamenei sobre "sérias consequências" caso o país desafiasse os EUA - aspas descritas como as mais agressivas da diplomacia americana contra o Irã "em décadas". A postura diplomática de Bolton fica clara em seu livro de memórias, publicado em 2007. Em Surrender is nota an option (A redenção não é uma opção, em tradução livre), ele defende que organizações multilaterais como a ONU vão além de reger relações entre países e interferem na soberania nacional. Ativistas de esquerda "incapazes de vencer uma luta justa dentro do sistema de governo representativo agora buscam fóruns internacionais para discutir suas posições", diz a publicação. *Com reportagem de Ricardo Senra, da BBC News Brasil em Washington Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Os países que assinam o Protocolo de Kyoto, tratado internacional sobre redução de emissão de gases nocivos ao meio ambiente, acertaram nesta sexta-feira em Nairóbi, no Quênia, que vão retomar em 2008 as negociações sobre como enfrentar o aquecimento global.
Nas negociações, os países pretendem discutir formas de reduzir as emissões de gases entre 2013 e 2017, já que o Portocolo de Kyoto expira em 2012. Ainda não há definição de prazo final para as negociações. Também não foram estabelecidas pré-condições para o diálogo, de acordo com a agência de notícias AFP. O acordo para a retomada da negociação foi firmado durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que está sendo realizada em Nairóbi, com participação de delegações de 189 países. O Protocolo de Kyoto conta com 168 assinantes. Países em desenvolvimento Um dos principais pontos a ser discutido a partir de 2008 é a inclusão de países em desenvolvimento – como China e Índia – nas metas de redução de poluição. Atualmente, 35 nações consideradas desenvolvidas têm metas a cumprir. Os Estados Unidos, maior emissor de gás carbônico, não assina o Protocolo. Antes da decisão desta sexta-feira, havia um impasse na reunião da ONU no Quênia sobre a revisão do Protocolo. Grupos de ambientalistas diziam que as propostas das nações não estavam à altura do problema do aquecimento global. Segundo o enviado especial da BBC Brasil a Nairóbi, Paulo Cabral, o Brasil foi muito criticado por ONGs durante a Conferência da ONU por não aceitar a discussão do Artigo 9, que trata da análise e possível revisão das metas de Kyoto. No fim da primeira semana de encontros, o país chegou a ganhar o prêmio “Fóssil do Dia”, concedido pelas ONG’s presentes em Nairóbi ao país considerado como o de pior desempenho nas discussões daquele dia.
A banda The Darkness levou três prêmios na cerimônia anual da indústria fonográfica britânica e foi a grande vencedora da noite.
O grupo havia sido indicado em quatro categorias e venceu como melhor banda britânica, melhor álbum e melhor banda de rock. Desde julho de 2003, a banda vendeu 1,2 milhão de cópias de seu primeiro disco, Permission to Land, na Grã-Bretanha. O Brit Awards aconteceu na noite desta terça-feira, em Londres. Outros prêmios "É um verdadeiro privilégio e uma honra tremenda", disse Justin Hawkins, do The Darkness. "Eu tenho de dizer que nós provavelmente somos o melhor grupo britânico. Esse é um prêmio que nós sempre quisemos receber, é enorme." A cantora Dido, que havia recebido três indicações, levou o prêmio de melhor música single britânica por White Flag e melhor cantora britânica, mas não estava presente na cerimônia. Em uma declaração gravada em vídeo, Dido disse estar "realmente surpresa" pela vitória. "Eu sei que o público escolhe os vencedores, agradeço muito." A banda Busted e o cantor Justin Timberlake também ganharam em duas categorias. Beyoncé foi premiada como melhor cantora internacional. Beyoncé, que usava uma roupa de diamantes no valor de 250 mil libras (cerca de R$ 1,4 milhão), apareceu no palco para cantar Crazy in Love, seu grande sucesso. Daniel Bedingfield, que está na Nova Zelândia se recuperando de um acidente de carro em que quebrou duas vértebras, levou o prêmio de melhor cantor britânico. A modelo Naomi Campbell, que apresentaria o prêmio de melhor banda de rock britânica, também não apareceu. Homenagens A banda Duran Duran foi a grande homenageada da noite, recebendo das mãos do cantor Justin Timberlake o prêmio pelo conjunto da obra. Timberlake disse que a banda foi "a única razão" por ele ter comparecido à cerimônia. Ao receber o prêmio, Simon Le Bon disse: "Essa banda deve tudo o que conseguiu a esse país e à música britânica. Com esse prêmio, fomos colocados ao lado daqueles que nos inspiraram." A performance do Duran Duran, grande sucesso dos anos 80, encerrou a noite.
Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, anunciaram ter comprovado a eficácia e a segurança do primeiro medicamento especialmente desenvolvido para tratar da ejaculação precoce.
Em um estudo publicado na revista médica The Lancet, o cientistas descrevem que a substância ativa da droga, a dapoxetina, aumenta de três a quatro vezes a duração de uma relação sexual. A ejaculação precoce é um problema que afeta cerca de 30% dos homens, e não existem medicamentos contra o problema no mercado. O tratamento normalmente envolve aconselhamento psicológico e o uso de antidepressivos da família da dapoxetina, os chamados inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRI, na sigla em inglês). Alguns especialistas, no entanto, já expressaram preocupação com o uso desses antidepressivos, por causa dos efeitos colaterais que eles provocam, como alteração no peso e reações cutâneas. A dapoxetina não é tão forte quando os demais SSRI usados contra a depressão, e foi especialmente criada para tratar a ejaculação precoce. Segundo os cientistas, ela pode ser usada cada vez que for necessária e dispensa a ingestão por um tempo prolongado. Três minutos Na pesquisa da Universidade de Minesotta, os estudiosos combinaram dois testes com o medicamento. Foram analisados mais de 2,6 mil homens com problemas de ejaculação precoce em grau moderado a grave. Eles receberam dosagens de 30 mg ou 60 mg de dapoxetina, ou ainda um placebo. No início do estudo, em média, esses homens ejaculavam menos de um minuto após a penetração. Doze semanas depois, esse tempo subiu para 1min45 naqueles que tomaram placebo, 2min47 entre os que foram medicados com 30 mg de dapoxetina, e 3min19 nos que ingeriram 60 mg da droga. "A dapoxetina também melhorou a percepção dos pacientes no controle da ejaculação e sua satisfação com a relação sexual", afirmou Jon Pryor, coordenador da pesquisa. "Suas parceiras também se beneficiaram, sentindo-se mais satisfeitas com a relação sexual", explicou Pryor. 'Segura' A dapoxetina foi desenvolvida pela Alza Corporation, uma afiliada da Johnson & Johnson, mas o uso da droga ainda não foi liberado em vários países. Mesmo assim, em um editorial que acompanhou o artigo na The Lancet, o urologista italiano Francesco Montorsi afirmou que o medicamento se mostrou seguro e tolerável. "A esperança é de que a dapoxetina se torne uma droga importante para oferecer aos pacientes que sofrem de ejaculação precoce", afirmou. Organizações que lidam com a saúde masculina elogiaram os testes. "Realmente existem poucos tratamentos para o problema, então qualquer medicamento que ajude é bem-vindo", disse Peter Baker, do Forum para a Saúde do Homem. "Mas temos que nos lembrar que um dos maiores obstáculos ao tratamento é convencer os homens a procurar ajuda", afirmou. "Muitos ainda se sentem envergonhados em falar com seus médicos sobre o assunto."
Um vasto país com imensas reservas naturais: esta é a República Democrática do Congo.
A história do país tem sido marcada pela corrupção e guerra civil. Depois da independência, em 1960 (era colônia da Bélgica), o país imediatamente encarou um lavante militar e uma tentativa de separação da provícia de Katanga, rica em riquezas minerais. Um ano depois, seu primeiro-ministro, Patrice Lumuba, foi seqüestrado e morto por tropas do exército de Joseph Mobutu. Em 1965, Mobutu tomou o poder, passou a adotar o nome de Mobutu Sese Seko e mudou o nome do país para Zaire. União Soviética Mobutu tornou o Zaire uma plataforma de operações contra Angola, que era então apoiada pela União Soviética. No entanto, ele também fez o país se transformar em um sinônimo de corrupção. Em 1997, a Ruanda invadiu o Zaire para acabar com os rebeldes extremistas Hutu, o que deu impulso a outros grupos contra o presidente Mobutu. A capital Kinshasa foi capturada rapidamente e o novo ditador, Laurent Kabila, mudou outra vez o nome do país para República Democrática do Congo. Entretanto, os problemas continuaram. Kabila se envolveu em uma nova briga com seus antigos aliados - e uma nova rebelião teve início. A Angola, a Namíbia e o Zimbábue tomaram o lado de Kabila, transformando o país num vasto campo de batalha. O governo deixou de controlar grandes partes do território, o que levou à situação que perdura até hoje. Confira abaixo um roteiro de perguntas e respostas sobre os conflitos vividos no país mais recentemente. A guerra acabou? A República Democrática do Congo fez dura pressão e a população certamente espera que sim. Aproximadamente 3 milhões de pessoas foram mortas na guerra que durou quase cinco anos. Pelo menos outros seis exércitos da África também passaram a participar do conflito, juntamente com numerosos grupos rebeldes e milícias. No entanto, tensões permanecem na rica região mineral de Ituri, no nordeste do país. Qual foi o motivo da guerra? Um mortal coquetel de rivalidades étnicas e recursos naturais. A República Democrática do Congo tem o mesmo tamanho da Europa ocidental e mais de 250 grupos étnicos disputando poder e riqueza. Em 1998, rebeldes apoiados por Ruanda e Uganda tentaram depor o ex-presidente Laurent Kabila. Eles o acusaram de deixar grupos rebeldes atacarem os países vizinhos partindo de suas bases no Congo. Os rebeldes estavam a ponto de tomar o poder quando a Angola, o Zimbábue e a Namíbia resolveram intervir em nome do governo congolês depois que a situação parecia estar num grande impasse. A ONU acusou altas autoridades de Ruanda, Uganda e Zimbábue de usar a intervenção no Congo como desculpa para saquear suas imensas riquezas minerais - em especial, os diamantes. Por que o novo governo foi formado? Todos os lados ficaram cansados de lutar e ficou óbvio que ninguém conseguiria assegurar uma vitória militar. Doadores de países ocidentais e a África do Sul também pressionaram as partes para colocar um fim na guerra. A Grã-Bretanha ameaçou reduzir ajuda à Ruanda e à Uganda a menos que eles retirassem suas forças do país e parassem de apoiar grupos locais. A África do Sul foi anfitriã de meses de negociações entre os vários grupos congoleses, além de conversas entre os governos estrangeiros envolvidos. O trabalho finalmente culminou com este acordo para dividir poder e organizar eleições multipartidárias. Todas as tropas estrangeiras agora foram oficialmente retiradas. Os congoleses acreditam que a paz chegou para ficar? Eles não acreditam em nada totalmente. Houve vários acordos de paz, mas este parece ser mais forte. Entretanto, a República Democrática do Congo sempre experimentou conflitos ou ditaduras desde se tornar independente da Bélgica, em 1960. E esperar eleições livres e limpas em um país vasto, que não é ligado por estradas ou ferrovias, parece ser muito otimismo. Quais são as possíveis convergências? Juntar antigos inimigos para trabalhar juntos pelo interesse nacional provavelmente não será um processo rápido e direto. A posse do novo governo foi ameaçada por uma discussão sobre quantos guarda-costas cada lado poderia levar para a capital Kinshasa. E um novo Exércitio, unificado, tem que ser criado a partir das diferentes forças. As tropas de paz lideradas pela França colocaram um fim à luta em Bunia, capital da província de Ituri, mas devem sair de lá em agosto, quando serão substituídos por uma equipe da ONU vinda de Bangladesh. Nenhuma das várias milícias de Ituri está representada no novo governo nacional - uma omissão que o governo de Uganda chama de "um grande erro". Por que a paz no Congo é importante? Além do benefício trazido para os cerca de 50 milhões de congoleses, a paz no país também traria esperança para a totalidade da região - centro e sudoeste da África. A guerra congolesa está intimamente ligada com o conflito de Ruanda, Burundi e Uganda. A paz poderia se espalhar a partir da República Democrática do Congo, já que a guerra também fez esse caminho. Também deverá haver lucro para as companhias mineradoras da África do Sul, que deverão expandir suas atividades em tempos de paz.
Uma pesquisa encomendada pela BBC e feita em 22 países indica que a maioria das pessoas acha que economia mundial está piorando.
De acordo com o levantamento da empresa GlobeScan feito em parceria com a Universidade de Maryland, 44% dos entrevistados disseram que a situação está ficando pior com o passar do tempo, contra 34% que disseram ter sentido melhoras. Apenas em seis países, a maioria dos participantes fez uma avaliação positiva sobre a situação econômica mundial. O pessimismo se repete quando os entrevistados opinam sobre o desempenho da economia do próprio país. Dos 22.953 participantes, 48% disseram que a situação interna está piorando contra os 41% que acreditam numa melhora. Em contraste, a maioria das pessoas em 14 países, incluindo o Brasil, se disse otimista em relação ao futuro econômico da própria família. Discrepância Para o diretor do departamento da Universidade de Maryland envolvido na pesquisa, Steven Kull, os resultados indicam que as pessoas estão tendendo a "subestimar a economia mundial e até um certo ponto a economia do próprio país". "Enquanto a economia mundial se recuperou dos tempos difíceis apenas alguns anos atrás, as pessoas parecem não ter absorvido isso completamente, embora elas estejam sentindo pessoalmente os seus efeitos. As pessoas estão dizendo: 'Eu estou bem, mas o mundo não está'", afirma Kull. A discrepância fica clara no caso das Filipinas. Ao mesmo tempo que 68% dos entrevistados esperam uma melhora na situação da sua família, 65% se dizem pessimistas em relação à economia mundial. A analista política da BBC Elizabeth Blunt também ressalta que a percepção da instabilidade política no mundo – com atentados, guerras e conflitos políticos e religiosos em geral – pode gerar nas pessoas uma impressão negativa em relação à economia mundial embora o impacto direto não tenha sido significativo até agora. Chineses otimistas Ainda com base na pesquisa, a China é o país com maior índice de otimismo dos 22 pesquisados. Com duas décadas de crescimento que geraram um volume inédito de riqueza, 68% dos chineses dizem que a situação econômica do mundo está melhorando. Eles são seguidos pela Índia, com 55%, e pela Indonésia, com 52%. O otimismo na Indonésia e na Índia, no entanto, foi verificado antes do tsunami, uma vez que a pesquisa foi concluída antes do desastre nos países banhados pelo oceano Índico. O Brasil aparece como 12º país mais otimista, empatado com a Austrália. Os mais pessimistas foram os sul-coreanos – 82% dos entrevistados fizeram avaliações negativas para o futuro. Em seguida, aparece a Itália, onde, segundo o correspondente da BBC em Roma David Willey, o pessimismo está em boa parte ligado à a troca da lira, antiga moeda italiana, pelo euro, moeda comum européia. Segundo Willey, os italianos acreditam que a troca da moeda é o principal fator responsável pelo que consideram uma perda no seu poder aquisitivo. Mas os italianos não estão sozinhos, os franceses aparecem em seguida na lista dos mais pessimistas. Se na Itália eles somaram 67% dos entrevistados, na França foram 62%. Os europeus mais otimistas em relação à economia mundial são os alemães, com 45%, embora o país tenha a mesma proporção de "pessimistas". As entrevistas foram feitas por telefone ou pessoalmente, entre os dias 15 de novembro do ano passado e 5 de janeiro deste ano. A margem de erro é calculada entre 2,5 e 4 pontos, variando de acordo com o país.
O passar do tempo não deixou rasto nos documentos da Alemanha nazista encontrados dias atrás na Polônia. Os papéis foram achados intactos.
Documentos encontrados na cápsula do tempo nazista são exibidos no Museu Nacional de Szczecin, na Polônia. Um grupo de arqueólogos armados com martelos derrubou parte da estrutura de uma antiga adificação nazista até dar de cara com uma cápsula de cobre há 82 anos enterrada na cidade polonesa de Złocieniec. "Foi muito emocionante finalmente encontrar o lugar onde ela estava escondida", disse à BBC a arqueóloga Alicja Witowiak, que participou da descoberta. Ela conta que as primeiras buscas foram iniciadas na década de 70 por soldados da antiga União Soviética que ocupavam a construção - um antigo campo de treinamento nazista. Porém, as tentativas fracassaram. "Fizemos uma investigação documental exaustiva para identificar o local preciso", disse Witowiak. Fim do Talvez também te interesse Dentro da cápsula do tempo foram encontrados vários retratos de Adolf Hitler (nesta imagem de arquivo) O que havia dentro da cápsula? O mais surpreendente, segundo Witowiak, foi encontrar documentos que descreviam com detalhe a criação da escola de Krössinsee, erguida no mesmo local antes da Segunda Guerra Mundial. O cilindro guardava jornais datados de 21 e 22 de abril de 1934, que divulgavam a inauguração do instituto - um dos três fundados para formar os futuros combatentes nazistas. Foram preservados um convite para a abertura do local e um programa com as celebrações que foram realizadas na então cidade de Falkenburg - a hoje Złocieniec -, no noroeste da Polônia. No cilindro de cobre estavam moedas, fotografías, jornais e cópias do manifesto nazista 'Minha Luta' E por que os nazistas queriam enterrar objetos e documentos daquela época? A arqueóloga explica que o objetivo era aprisionar o tempo no qual a ideologia nazista começava a ser posta em prática. A cidade de Zlocieniec fez parte da Alemanha até a derrota nazista em 1945. Na cápsula também estavam fotografias de Adolf Hitler, várias cópias do seu manifesto Minha Luta (Mein Kampf, no original em alemão), moedas e fotos da cidade, assim como um folheto publicado por ocasião dos seus 600 anos e um caderno ilustrado que incluía informação sobre a mesma. O conteúdo foi divulgado recentemente pelo Museu Nacional de Złocieniec, onde as peças históricas foram exibidas. Primeiras buscas pelo cilindro de cobre foram realizadas nos anos 1970
As primeiras negociações entre autoridades sérvias e albanesas de Kosovo desde a guerra de 1999 estão sendo realizadas em Viena, na Áustria.
As delegações estão sendo lideradas pelo primeiro-ministro sérvio, Zoran Zivkovic, e o presidente de Kosovo, Ibrahim Rugova. O primeiro-ministro de Kosovo, Bajram Rexhepi, no entanto, manteve sua decisão de não participar da rodada – patrocinada pela União Européia – por acreditar que este ainda "não é o momento certo". Kosovo tem sido administrada pelas Nações Unidas desde a guerra de 1999, ao final da qual as forças sérvias se retiraram da província por causa da campanha realizada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico-Norte). Segundo uma resolução da ONU, a província ainda é oficialmente parte da Sérvia e Montenegro, mas, na realidade, Belgrado não tem nenhum poder em Kosovo, segundo o correspondente da BBC Matthew Price. Divisões Price afirma que o encontro em Viena é, em grande parte, simbólico, e o assunto mais polêmico – o status final de Kosovo – não deverá ser discutido. Os sérvios dizem que Kosovo é parte da Sérvia. Já a maioria albanesa na província quer a independência. As negociações deverão estar centralizadas em quatro áreas: o retorno de refugiados, as pessoas desaparecidas, transporte e comunicações e energia. A rodada deverá tratar de temas delicados como o destino de 3,7 mil pessoas ainda desaparecidas em Kosovo, a maioria delas de albaneses, e o futuro de mais de 100 mil sérvios que fugiram depois que as tropas sérvias se retiraram. O correspondente da BBC diz que sérvios e albaneses ainda estão profundamente divididos em relação ao status de Kosovo, e o principal problema continua. Os albaneses não confiam nos sérvios, os sérvios não confiam nos albaneses. Kosovo, segundo Price, está longe de ser o lugar multiétnico em que a comunidade internacional e alguns moradores acreditam. Muitas crianças sérvias, por exemplo, vão a escolas exclusivamente de sérvios, depois de terem sido discriminadas pelos pais de estudantes albaneses. Mas há histórias de sucesso. A polícia de Kosovo, por exemplo, conta com sérvios e albaneses trabalhando juntos. Cerca de 16% dos policiais são de não-albaneses, a maioria deles de sérvios. Aceitação implícita O primeiro-ministro de Kosovo diz que não está participando das negociações em Viena porque não recebeu autorização da assembléia da província, que, na semana passada, não colocou o assunto em sua agenda de discussão. Muitos albaneses também estão preocupados que a participação deles iria ser vista como uma aceitação implícita da recente declaração da Sérvia de sua soberania sobre Kosovo. Analistas afirmam que nenhum dos dois lados parecia estar realmente interessado nas negociações, lideradas pelo chefe da missão da ONU na província, Harri Holkeri. A União Européia enviou ao encontro o seu chefe para política exterior, Javier Solana, e o comissário para assuntos externos, Chris Patten. Eles foram acompanhados pelo secretário-geral da Otan, George Robertson.
O PlayStation, o bem-sucedido console da Sony, faz dez anos nesta sexta-feira. Durante esse período, os videogames se enraizaram na cultura popular e criaram um mercado multibilionário no mundo do entretenimento. E parte desse sucesso se deve ao PlayStation.
O console japonês criou a primeira pin-up virtual, a aventureira Lara Croft, que depois virou heroína do cinema na pele da atriz Angelina Jolie. "Nós somos a 'geração PlayStation'. Criamos batida musical em cima de qualquer coisa", disse o rapper Dizzee Rascal ao receber o prêmio Mercury, um dos mais conceituados da música britânica, em 2003. O PlayStation levou os videogames e a teconologia para um novo público, ao reunir, ao mesmo tempo e no mesmo aparelho, o hardware, o design e os jogos. "O PlayStation introduziu a idéia de que videogame pode ser uma coisa de adultos", explica a especialista em games do jornal britânico The Guardian, Aleks Krotoski. "Ele fez com que os consoles saíssem dos quartos dos meninos e conquistassem um local privilegiado na sala de visitas, para que todos da família pudessem jogar", diz Krotoski. Apelo Sean Dromgoole, analista de videogames da Some Research, concorda que desde os primórdios do PlayStation, o seu design e a sua funcionalidade criaram um forte apelo. "Por causa do PlayStation, os consoles deixaram de ser um brinquedo para se tornarem um item dos departamentos de aparelhos eletrônicos", afirma o analista. "E mais: com muito estilo. O PlayStation conseguiu se manter interessante e atraente do ponto de vista tecnológico." O que a Sony também fez foi mirar nas pessoas certas, no momento certo, quando a tecnologia estava se aprimorando. Segundo Dromgoole, foi muito inteligente a maneira como o produto foi direcionado inicialmente aos "tecnofanáticos", aquelas pessoas que gostam de ter as novidades antes de todo o mundo. Milhões Até o PlayStation chegar às prateleiras japonesas, em dezembro de 1994, o mercado de consoles era dominado pelas marcas Sega, Atari e Nintendo, dona do Super NES. No ano seguinte, o PlayStation passou a ser exportado para o resto do mundo e, em janeiro de 1996, foram vendidos 3,4 milhões de aparelhos. No início deste ano, a Sony fabricou e vendeu a sua 100.000.000ª unidade. Uma versão menor que a original, batizada de PSOne, foi lançada em 2000. O novo milênio também viu o nascimento de uma nova geração de consoles, o PlayStation 2. Até março passado, a Sony havia vendido 70 milhões desses novos aparelhos. Segundo John Houlihan, editor da revista Computerandvideogames.com, a vida prolongada do PlayStation se deve ao fato de que os meninos que compraram o console há dez anos não quiseram largá-lo quando cresceram. Mulheres O impacto social do PlayStaion, como um produto inovador, também não pode ser esquecido. "Hoje, os games são uma forma de entretenimento de massas, atraindo um público tão variado quanto aquele da televisão", diz a especialista Aleks Kratoski. Segundo Kratoski, o PlayStation também deu início a uma nova maneira de se pensar as mídias interativas. Ao lançar jogos em que o usuário dança sobre um tapete eletrônico ou simula um karaokê, a Sony também criou uma maneira de atrair mais mulheres e aquelas pessoas que só jogam "socialmente". "Com uma audiência mais diversificada, os idealizadores de games tiveram que rever suas teorias", explica Kratoski. "Jogos destinados a um público mais velho são diferentes daqueles feitos para crianças. Eles trazem uma 'trama' mais complicada, mais gráficos e um conteúdo mais maduro." Futuro O sucesso do PlayStation incentivou a concorrência. A Nintendo lançou o seu GameCube e a Microsoft criou o Xbox, ainda que vendam menos do que o console da Sony. Mas os próximos dez anos devem ser um campo de batalha ainda maior, e qualquer coisa pode acontecer neste mercado de mudanças tão rápidas. Os novos consoles esperados para os próximos dois anos terão mais poder de processamento de dados e devem enfatizar os jogos online. Também devem ser capazes de reconhecer vozes e movimentos. Para o analista Sean Dromgoole, os consoles que responderem ao crescimento dos jogos em rede e derem os jogadores a possibilidade de "socializar" mais serão os mais bem equipados para vencer a batalha pelo mercado nos próximos cinco anos. "A Sony não terá tudo da maneira como querem", concorda o jornalista John Houlihan. "No ano que vem, três novos consoles serão lançados. Então, o futuro a Deus pertence."
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta semana o julgamento de ação popular que questiona a legalidade da demarcação de uma área contínua de 1,7 milhão de hectares para a reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, na divisa com Venezuela e Guiana.
A ação começou a ser julgada em 27 de agosto, mas após a leitura do primeiro voto, do relator Carlos Ayres Britto, a votação foi suspensa por pedido do ministro Carlos Alberto Menezes Direito. A reserva foi demarcada em 1998 e homologada em 2005, quando começou a retirada dos não-índios da região. Em 2008, porém, após mais de dois anos do processo de saída de pequenos produtores, a Polícia Federal foi chamada para ajudar na retirada de grandes produtores de arroz, que tem fazendas na parte sul de Raposa. Um grupo de fazendeiros e de índios que os apóiam resistiram e o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, recorreu ao STF pedindo a suspensão da operação federal. Em maio, o Supremo decidiu pela paralisação da operação até que fosse julgado o mérito das ações que contestam a legalidade da reserva. Confira a seguir algumas questões que explicam a polêmica. O que está sendo decidido? Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão julgando a primeira das mais de 30 ações que contestam a legalidade da homologação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Entre outros argumentos, a ação diz que a demarcação contínua fere o princípio da razoabilidade, "porque estar-se-ia privilegiando de maneira absoluta o princípio da tutela do índio em detrimento de outros igualmente relevantes". Aponta ainda as consequências "desastrosas" à estrutura produtiva comercial de Roraima e comprometimento da soberania e da segurança nacionais. Também suscita os direitos dos não-índios que habitam a região "há três ou mais gerações" que terão de abandonar as terras. Se a ação for aceita, ficaria permitida a presença de não-índios na área que hoje corresponde à reserva e a demarcação teria de ser revista. Como foi a demarcação? O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu a demarcação da reserva em 1998, e o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva homologou as terras, em 2005. O laudo antropológico com base no qual a área foi demarcada diz que a extensão da área se justifica pela grande migração existente entre os índios das cinco etnias que vivem na região. O governo de Roraima contesta o laudo, alegando que nem todos os interessados, incluindo índios, foram consultados. Há também acusações de que o laudo foi fraudado, o que é negado pelo governo federal. Quais são os principais argumentos a favor e contra de uma reserva contínua? Os que são a favor alegam que a Constituição de 1988 assegura aos índios "os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens". O desmembramento da reserva, alegam os favoráveis à demarcação contínua, ameaçaria a sobrevivência física e sociocultural dos povos indígenas. Os índios afirmam que precisam de áreas grandes para viver por causa de sua tradição e da maneira coletivista de produzir e se organizar. O campo contra a demarcação contínua alega que parte dos índios já está aculturada e que o reconhecimento dos direitos indígenas independe da demarcação contínua. Os que são contra, como o próprio governo de Roraima e produtores de arroz instalados na área da reserva, sustentam que a reserva aumenta para mais de 45% a área do Estado ocupada por terras indígenas e prejudica a economia do Estado. Os defensores da reserva alegam que os quase 60% restantes são suficientes para atender ao resto da população e que a densidade rural em outras áreas do Estado também são muito baixas, como na reserva. Outro argumento contra diz respeito ao risco à soberania nacional pelo fato de a reserva estar localizada na fronteira com Venezuela e Guiana. Como os índios não ocupam toda a área de forma uniforme, aquela área ficaria vulnerável a infiltrações. Os que apóiam a demarcação contínua dizem que não há grandes vazios demográficos na reserva e que a atuação do Exército dentro das reservas é livre - portanto, não haveria motivo para essa preocupação. O que propõem os militares? Assim como o governo do Estado e produtores rurais de grande porte, os militares propõem a demarcação do território em “ilhas”, o que permitiria a constituição de núcleos urbanos e rurais na faixa de fronteira. Quem está a favor e quem está contra? Uma grande parte dos indígenas, representados principalmente pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR), além de entidades da sociedade civil ligadas à defesa da causa indígena ou social. Entre elas, a ONG Instituto Socioambiental, Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Alám do próprio governo do Estado, são contra os rizicultores, criadores de gado e a restante população não-índia da região, apoiados por parte dos indígenas, reunidos na Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos do Norte de Roraima (Sodiur). O que é uma "terra indígena"? É uma área de propriedade da união com usufruto indígena. São definidas de acordo com a ocupação tradicional das terras. A Constituição de 1988, no artigo 231, reconhece "aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens". No parágrafo segundo, o texto constitucional estabele ainda que "as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes". O Brasil tem atualmente 653 terras indígenas reconhecidas, que abrigam 227 povos, com cerca de 480 mil pessoas. Essas terras representam 12,5% do território nacional. A maior parte das áreas indígenas está nos nove Estados da Amazônia Legal. Por que a Raposa Serra do Sol foi criada naquela região de Roraima? É a área tradicionalmente habitada pelos Macuxis, etnia majoritária na reserva. A reserva compreende uma região de planície (Raposa) e uma montanhosa, ao norte (Serra do Sol). Quem são os índios que habitam a reserva? Cerca de 19 mil índios de cinco etnias vivem na região da reserva agrupados em quase 200 aldeias, chamadas de malocas. O maior grupo é da etnia Macuxi, que convivem com Wapichana, Taurepang, Ingaricó e Patamona. Quais seriam as conseqüências de uma decisão favorável ou desfavorável à demarcação contínua? Os índios a favor da reserva contínua alegam que sua forma de vida e desenvolvimento voltarão a ficar ameaçados. Para eles, uma decisão contrária a sua posição também não acabará com o conflito na região e a busca pela demarcação da forma que foi homologada deve permanecer. O governo do Estado afirma que 7% do seu PIB vem das plantações de arroz na reserva e que não é possível transportar essas plantações de forma eficaz para outras regiões. O governo estadual também acredita que com mais de 45% de áreas em reserva o desenvolvimento econômico geral do Estado fica comprometido. Do ponto de vista nacional, a decisão do Supremo deverá servir de parâmetro para as demais ações apresentadas, o que, no jargão jurídico, equivale a criar jurisprudência. Defensores de reservas como a de Raposa acreditam que podem surgir ações contra outra áreas já estabelecidas. Há diversas outras terras indígenas na faixa de fronteira, algumas delas bem maiores do que a Raposa Serra do Sol. A dos Ianomâmi, também em Roraima, por exemplo, tem 9 milhões de hectares. Se a ação de contestação for acolhida, os arrozeiros poderão permanecer na região e caberá ao Executivo fazer nova demarcação.
A polícia britânica deu início a uma grande caçada aos responsáveis pelos dois carros-bomba encontrados no centro de Londres nesta sexta-feira.
Agentes da polícia antiterorrismo estão assistindo a várias horas de gravações feitas por câmeras de circuito fechado de TV em busca de suspeitos. Há relatos - ainda não confirmados pela polícia - de que foi encontrada uma imagem de um suspeito saindo do carro que estava estacionado em frente ao clube noturno Tiger Tiger, na rua Haymarket, perto de Piccadilly Circus. Esse carro, uma Mercedes Benz, foi o primeiro a ser encontrado e tinha 60 litros de gasolina, cilindros de gás e pregos. A polícia realizou uma explosão controlada no veículo por volta das 2h de sexta-feira (22h de quinta-feira pelo horário de Brasília). O carro foi encontrado devido ao alerta feito por uma equipe médica em uma ambulância, que estranhou ao ver fumaça saindo do Mercedes. Segundo os policiais, caso o dispositivo houvesse explodido, poderia ter causado "uma carnificina". Horas depois, a polícia localizou um segundo carro-bomba, também uma Mercedes Benz carregada com material similar ao encontrado no primeiro veículo: gasolina, cilindros de gás e pregos. Esse segundo carro estava em um estacionamento subterrâneo na avenida Park Lane, na região do Hyde Park. O automóvel havia sido levado para o local depois de ser guinchado da rua Cockspur, perto de Trafalgar Square, onde estava estacionado ilegalmente. Os dois carros foram levados pela polícia para serem submetidos a exames forenses. Policiamento reforçado Enquanto busca suspeitos, a polícia aumentou o patrulhamento na capital britânica e está revisando os procedimentos de segurança para diversos eventos públicos marcados para este final de semana em Londres. A polícia afirmou que a segurança do público é agora a prioridade e fez um apelo para que todos permaneçam vigilantes. Segundo os agentes que atuam no caso, os dois carros encontrados continham material muito semelhante e estão claramente ligados. O chefe do comando de combate ao terrorismo da Scotland Yard, Peter Clarke, afirmou que a descoberta do segundo automóvel era "obviamente perturbadora" e "reforça a necessidade de todos permanecerem alertas". Ao falar sobre o primeiro carro encontrado, Clarke disse que era “óbvio que, se o artefato tivesse sido detonado, poderia ter havido perda de vidas e ferimentos significativos". O comitê de emergência do governo britânico, chamado Cobra, terá uma reunião na manhã deste sábado para discutir as tentativas de atentados. A reunião deverá ser presidida pelo novo primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ou pela ministra do Interior, Jacqui Smith. Al-Qaeda Segundo o jornalista da BBC Frank Gardner, especialista na cobertura de assuntos ligados a segurança, a descoberta do segundo carro está levando os investigadores a suspeitar que simpatizantes da rede Al-Qaeda estejam envolvidos no episódio. "Explosões simultâneas, coordenadas, têm sido historicamente uma marca distinta dos ataques (da Al-Qaeda) contrra o Ocidente", disse Gardner. De acordo com o jornalista, agências de inteligência ocidentais detectaram recentemente discussões entre os chamados jihadistas, tanto na Grã-Bretanha quanto no Exterior, sobre ataques a alvos britânicos. No entanto, fontes do governo britânico disseram que não houve qualquer descoberta específica de inteligência e que, até agora, ninguém reivindicou a autoria dessas tentativas de atentado. A Scotland Yard também evitou comentar relatos de que um telefone celular, que poderia ser usado para detonar as bombas, foi encontrado dentro do primeiro carro. Telefones celulares foram usados para detonar bombas no Iraque e na Indonésia e em outros ataques terroristas, como os atentados ocorridos em Madri em 2004. Semelhanças Essas tentativas de atentados em Londres remetem também a outros planos terroristas contra a Grã-Bretanha. Em abril, cinco homens foram condenados à prisão perpétua por planejarem um atentado ligado à Al-Qaeda. Os homens eram acusados de guardar 600 quilos de nitrato de amônio para fabricar bombas caseiras com o objetivo de atacar casas noturnas, um shopping, a rede de gás e eletricidade e também uma lista de sinagogas em toda a Grã-Bretanha. Em novembro de 2006, Dhiren Barot, de 34 anos, também foi condenado à prisão perpétua por ter planejado, entre outros ataques, detonar uma bomba “suja” (contendo substâncias radioativas) em Londres, lançar um ataque contra o sistema de metrô da capital britânica e provocar explosões nas sedes do FMI e do Banco Mundial em Washington, nos Estados Unidos. Um outro repórter da BBC que participa da cobertura, Andy Tighe, disse que o momento em que os dois carros-bomba foram encontrados tem grande importância. O episódio ocorre apenas dois dias depois de Brown ter se tornado primeiro-ministro e às vésperas do segundo aniversário dos atentados de 7 de julho de 2005 ao sistema de transportes de Londres. Desde agosto de 2006, o nível de alerta de terror na Grã-Bretanha é classificado como "severo" - um nível abaixo de "crítico", que é o mais alto.
Arqueólogos que estão fazendo escavações na tumba do primeiro imperador da China podem ter encontrado o tesouro com o qual ele foi enterrado.
Segundo os arqueólogos, o exame de ressonância magnética do local em que eles estão trabalhando revelou uma grande quantidade de moedas sobre a tumba, que ainda não foi aberta. O mausoléu do imperador Qin, perto da antiga capital imperial Xian, ficou famoso em 1976 com a descoberta de 8 mil soldados de terracota que estavam montando guarda. O imperador governou a China de 221AC a 210AC e se acredita que ele levou anos construindo sua imensa tumba subterrânea. 'Tesouro estatal' O monte de terra que cobre a tumba permanece praticamente intacto, porque os arqueólogos temem causar danos aos tesouros que estão ali enterrados. Segundo a agência estatal de notícias Xinhua, o exame magnético conduzido por arqueólogos alemães e chineses revelaram novos detalhes da estrutura do mausoléu, incluindo a grande quantidade de moedas. A agência cita Michael Petzet, presidente do Conselho Internacional de Monumentos, dizendo que o aglomerado de moedas pode ser "um tesouro imperial". Petzet disse que as moedas do tempo de Imperador Qin provavelmente eram feitas de bronze e algumas de prata. No entanto, Petzet insistiu que até que os arqueólogos tivessem uma idéia mais clara de como proteger as moedas, elas deveriam ser deixadas onde estavam. "Algumas vezes escavação significa destruição", disse Petzet, segundo a agência. "Deixe que elas fiquem dormindo no subterrâneo. É mais seguro. Nenhuma escavação deveria ser feita por brincadeira ou curiosidade."
Moradores da Comuna 20 de Cáli, o primeiro e maior bairro informal da terceira cidade mais populosa da Colômbia, organizaram uma vigília na segunda-feira (3/5) em homenagem aos manifestantes mortos após cinco dias de protestos violentos.
Cáli, terceira maior cidade da Colômbia, se tornou o epicentro dos protestos "Havia crianças e mães, era um ambiente de família", lembra Kevin Reyes, um liderança social da região. As pessoas presentes à vigília percorreram o caminho que liga o bairro ao resto da cidade. "Por volta das 20h30 começamos a ouvir que o Esmad (Esquadrão Móvel Anti-Motim) estava chegando... então chegou um helicóptero que tocava o hino nacional e uma luz refletora foi emitida como se procurasse pessoas", ele lembra. E aí começou um confronto no qual Reyes viu "policiais encapuzados e militares disparando armas semiautomáticas e rifles". No dia seguinte, a comunidade de Siloé, como também é conhecido o bairro, contabilizava vários mortos e desaparecidos. Agora eles esperam fazer uma nova vigília em homenagem às vítimas. Fim do Talvez também te interesse Faz uma semana que a Colômbia vive uma espiral de protestos e confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. São choques inéditos em sua história recente por sua abrangência e por serem constantes. E Cáli, uma cidade com mais de 2,3 milhões de habitantes e capital do departamento do vale do Cauca, no sudoeste da Colômbia, se tornou o epicentro. A onda de protestos começou com uma proposta de reforma tributária mas deve se manter mesmo após a votação do projeto ter sido suspensa. O projeto tinha pontos polêmicos, como aumento de impostos sobre a renda e sobre produtos básicos, de forma a aumentar a arrecadação tributária e evitar que a dívida colombiana gere a perda de mais pontos nas avaliações de risco de agências internacionais. O governo defendia a necessidade desse incremento como forma de arrecadar o equivalente a 2% do PIB e sustentar os programas sociais implementados durante a pandemia de covid-19. No último domingo, já diante de quatro dias consecutivos de protestos, o presidente Iván Duque pediu que o Congresso tirasse reforma tributária da pauta de votações, para que fosse revisada e virasse "fruto de consenso, de modo a evitar incerteza financeira". Mesmo assim, as manifestações continuaram, principalmente em protesto pelas mortes ocorridas nos choques com a polícia. O que começou como um protesto contra um projeto de lei se tornou um cenário de violência entre partidos que paralisou o país Os dados disponíveis da onda de violência na Colômbia são preliminares e não consolidados. A Ouvidoria Geral contabilizou nesta terça-feira (4/5) pelo menos 19 mortos, 89 desaparecidos e milhares de feridos. Mas só em Siloé na segunda-feira, por exemplo, a prefeitura de Cáli contabilizou cinco mortes. A escalada da violência em todo o país - com Cáli como epicentro, mas também em municípios de pequeno e médio porte - bloqueou as estradas principais, destruiu dezenas de pedágios e incendiou centenas de edifícios públicos e privados. O governo de Iván Duque, que propôs na terça-feira (4/5) um reunião para negociação com todos os setores, inclusive manifestantes, atribui a violência a infiltração de grupos guerrilheiros e terroristas, bem como a vândalos que aproveitam para saquear o comércio. Os críticos, porém, falam em massacres pelas mãos do Estado após o anúncio do presidente de militarizar as ruas. O general-chefe do Exército, Eduardo Zapateiro, chegou a Cáli para liderar o que chama de "recuperação da cidade". Enquanto isso, centenas de vídeos, que cada um parece interpretar de acordo com sua posição, circulam pelas redes sociais e chats, ampliando a ansiedade que invade o país. "Violência na comunidade" Em outra área de Cáli, uma área mais rica conhecida como Ciudad Jardín, a comunidade local também se reuniu na rua na noite de segunda-feira. Cáli, a terceira maior cidade do país, foi o epicentro mais sangrento Eles estacionaram dezenas de vans nas ruas para impedir a entrada do "vandalismo". E relataram: "Todo mundo está usando colete à prova de balas, ferros (armas) e aqui estamos todos (...) preparados para repelir qualquer inimigo", ouve-se em um dos vídeos coletados pela BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. Duas testemunhas dos confrontos em Cáli disseram à BBC Mundo que temem que grupos de civis armados que buscam apoiar as forças de segurança em sua luta contra os chamados "vândalos" tomem as ruas. "Há grupos de civis pedindo a redução da violência", disse Katherine Aguirre, especialista em direitos humanos da cidade. "Mas também vimos grupos de cidadãos que começaram a atirar de suas casas, vigilantismo estimulado pelo fluxo de armas na cidade." A polícia tenta desbloquear as estradas e avenidas tomadas pelos manifestantes em Cáli Jorge Restrepo, diretor do CERAC, um centro de estudos que monitora violência, acrescenta: "As evidências que pudemos analisar mostram que em Cali houve violência comunitária, em que a força pública se excedeu. Foram incidentes de reação descontrolada, mas não programados e dirigidos contra civis." Cáli tem um fluxo incomum de armas: embora não haja números consolidados de armas por habitante, as autoridades apreendem centenas a cada mês. Além disso, apesar de ter conseguido reduzir os homicídios em 30% nas últimas duas décadas, a capital do Vale do Cauca é a mais perigosa da Colômbia, com 45,1 homicídios por 100 mil habitantes em 2019, segundo dados oficiais. Parte de sua incapacidade de acabar com a violência se deve ao fato de estar localizada entre três regiões afetadas pelo conflito e o tráfico de drogas: Chocó, Cauca e Valle del Cauca. E isso, segundo especialistas, tem contribuído para a versão mais violenta dessa nova onda de protestos que ocorre naquela cidade. Sensação de confinamento A sensação de confinamento produzida pela covid-19, cujo número de infecções e mortes estão agora em seu pior patamar desde que a pandemia começou na Colômbia, foi revelada esta semana com os protestos. Enquanto muitos estão nas ruas protestando, a maioria está em casa, usando aplicativos para chats e redes sociais, sem poder sair. Os caminhões não podem chegar às cidades. As prateleiras dos supermercados começam a mostrar uma rara escassez para um país acostumado à estabilidade política e econômica. A falta de informações consolidadas sobre o que está acontecendo nas ruas, principalmente em Cali, tem contribuído para o sentimento de ansiedade Mas agora a Colômbia parece estar entrando em um território desconhecido. Os protestos de novembro de 2019 foram relativamente pacíficos, com quatro mortes. Depois, os de setembro de 2020 deixaram 13 mortos em apenas dois dias de manifestações em Bogotá. Agora o número de mortos é superior a 20 e os militares estão nas ruas reprimindo as manifestações. "É evidente que há uma escalada de violência", disse Alberto Sánchez Galeano, um especialista em segurança de Cáli que assessora governos locais. "E o que acho que isso mostra é que continuamos tentando consertar com a polícia o que prejudicamos com políticas ruins", explica. "Não se resolve com a polícia a má gestão de reforma tributária na pandemia", explica ele sobre a medida de Duque que desencadeou esta última onda de protestos. Muitos dos especialistas em segurança passaram anos denunciando o péssimo estado da polícia do país, que apresenta déficits de pessoal e equipamentos e é utilizada para operações como despejos, aplicação de quarentena ou perturbação da ordem pública. "A falta de liderança política acaba sendo assumida pela polícia", reclama Sánchez Galeano. De fato, nos últimos dias, a falta de informações consolidadas sobre o que está acontecendo nas ruas, especialmente em Cáli, tem contribuído para o sentimento de ansiedade e aprofundamento da polarização entre os colombianos, apontam os analistas. A incerteza leva um país a tal ponto que até defensores internacionais dos direitos humanos são confundidos com manifestantes ou, no jargão de seus críticos, "hooligans". Foi o que aconteceu na segunda-feira em um protesto em um bairro conhecido como La Luna, em Cáli, que foi reprimido pelas forças de segurança. Uma comissão de funcionários de organizações chegou lá para tentar verificar uma denúncia de abuso. "Membros da comissão receberam ameaças e ataques, bem como tiros da polícia, sem que ninguém fosse atingido", relatou Juliette de Rivero, representante na Colômbia no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. A comissão teve que se abrigar por várias horas em uma casa para evitar o fogo cruzado. O famoso hotel La Luna, em Cáli, foi incendiado e seus hóspedes disseram à mídia que aquilo parecia ter saído de um filme: "Quase nos queimaram vivos." Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Um atentado suicida palestino matou ao menos nove pessoas e feriu cerca de 50 nesta segunda-feira na cidade israelense de Tel Aviv.
A bomba foi detonada em frente a uma banca de comida nas proximidades de um ponto de ônibus no bairro de Neve Shaanan. O grupo palestino Jihad Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas o governo de Israel afirma que a Autoridade Palestina, liderada pelo Hamas, é responsável. O atentado foi o primeiro em Israel desde que o grupo radical islâmico Hamas assumiu o governo palestino, no mês passado. O Hamas afirmou que o ataque foi um ato de legítima defesa. Reação O ataque ocorreu pouco depois do novo Parlamento de Israel ter tomado posse. O primeiro-ministro em exercício de Israel, Ehud Olmert, disse que Israel responderá "da maneira apropriada" e "agirá com todos os meios a sua disposição" para prevenir novos ataques. A polícia israelense afirmou que três palestinos que poderiam estar envolvidos no ataque foram presos nos arredores de Tel Aviv. O Hamas, que vem mantendo uma trégua com Israel há mais de um ano, disse que o ataque foi um ato de "autodefesa". O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que não pertence ao Hamas, condenou o atentado e disse que o ataque vai contra os interesses palestinos. Em Washington, o governo dos Estados Unidos afirmou que a Autoridade Palestina tem a responsabilidade de evitar atentados do tipo. "A defesa ou patrocínio de atos terroristas por autoridades do governo palestino terá efeitos sérios nas relações entre a Autoridade Palestina e todos os países que buscam a paz no Oriente Médio", disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan. Em um comunicado divulgado pela ONU, o secretário-geral Kofi Annan se declarou "muito preocupado pelo fato de civis continuarem a morrer devido à violência em Israel e nos territórios ocupados palestinos". Ataques em Gaza De acordo com a agência de notícias AFP, os Estados Unidos bloquearam na última quinta-feira uma declaração do Conselho de Segurança da ONU que pedia que Israel parasse de usar "força excessiva" contra os palestinos. O texto do Conselho de Segurança foi elaborado em resposta aos intensos bombardeios dos últimos dias na Faixa de Gaza. Na semana passada, uma menina palestina de oito anos de idade foi morta em um destes bombardeios. Nesta segunda-feira, um palestino de 19 anos também foi morto por um ataque israelense, no norte da Faixa de Gaza, quando jogava futebol. Explosão em janeiro O atentado desta segunda-feira ocorreu em meio às comemorações da Páscoa judaica em Israel. No momento do atentado, no horário do almoço, a banca de comida estava cheia. Uma bomba havia explodido e deixado 15 pessoas feridas nas proximidades da mesma banca de comida em janeiro. Os destroços da explosão desta segunda-feira foram arremessados a 25 metros de distância. Segundo a TV israelense, 15 dos feridos estão em estado grave. Uma testemunha, Moussa al Zidat, disse que um segurança na frente da banca de comida pediu ao suposto suicida que abrisse sua bolsa. "Vi um homem começando a abrir sua bolsa. Quando o guarda começou a abrir a bolsa, ouvi a explosão", disse. Outra testemunha, Sonya Levy, de 62 anos, disse que estava pronta a entrar em seu carro quando a bomba explodiu a 50 metros de distância. "Um pedaço de carne humana caiu sobre meu carro e eu comecei a gritar", contou. O grupo militante Jihad Islâmico divulgou um vídeo da cidade de Jenin, na Cisjordânia, que identifica o homem-bomba como Sami Hamid. Antes disso, um membro do grupo Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa disse à agência Reuters que o ataque foi uma vingança contra "os massacres de Israel" na Faixa de Gaza.
A morte da modelo brasileira Ana Carolina Reston, por complicações decorrentes de uma anorexia nervosa, é destaque de vários jornais europeus e americanos.
Segundo o jornal britânico The Independent, a morte "deve causar nova auto-análise nos principais centros da moda no mundo". O jornal lembra que o debate sobre a magreza excessiva das modelos foi esquentado em agosto, quando outra modelo latina, a uruguaia Luisel Ramos, morreu de insuficiência cardíaca após passar semanas praticamente sem comer. "A indústria (da moda) se vê acusada de não apenas negligenciar a saúde das modelos, mas de, através delas, encorajar jovens mulheres a levarem dietas para perder peso a extremos perigosos", disse o jornal. "As meninas brasileiras, inspiradas pelo sucesso internacional de algumas de suas conterrâneas, como Gisele Bündchen e Adriana Lima, podem estar particularmente suscetíveis ao apelo do mundo da moda." 'Tamanho zero' Ainda na Grã-Bretanha, o The Times repercute a morte da modelo, dizendo que "várias figuras importantes da moda vêm pedindo para que a indústria pare de empregar modelos 'tamanho zero'". O tamanho é equivalente ao 32 no Brasil. Segundo o jornal, "Achilleas Constantinou, um importante membro do Conselho Britânico da Moda, foi um dos primeiros a pedir uma proibição". Mas a idéia de uma proibição geral desagrada outras figuras de destaque do mundo da moda, diz o Times. O jornal cita a declaração de um porta-voz da marca Chanel, de que "a anorexia é um problema social". "As pessoas não deveriam criar uma controvérsia falsa. O mundo da moda não é responsável pela anorexia." O diário The Daily Telegraph diz que a morte de Reston acontece "em meio a temores de que estilistas ainda estejam usando modelos ‘tamanho zero’ que sofrem de anorexia apesar dos apelos para que sejam banidas por encorajar distúrbios alimentares em jovens mulheres". Morte trágica Na Espanha, o El País diz que a morte de Reston "reanimou as críticas contra o uso de modelos extremamente magras em desfiles de moda". A morte da modelo Ana Carolina também é destaque na imprensa francesa. "A fome trágica de uma top model no Brasil", é o título do artigo do jornal Libération. O jornal diz que a morte da brasileira relança o debate sobre o peso das modelos que desfilam nas passarelas. O jornal Le Parisien afirma que a morte da brasileira por anorexia coloca novamente em evidência a polêmica sobre a magreza excessiva das modelos. O jornal entrevista um especialista do Instituto Nacional da Saúde na França, autor do livro "A Nova Dietética do Cérebro", que explica as razões dessa doença do comportamento alimentar. Para os especialistas franceses consultados pelo jornal, a anorexia não é uma forma de suicídio. "Essas garotas lutam contra elas mesmas, mas elas não medem as conseqüências", diz um médico ouvido pelo Le Parisien. O jornal americano The New York Post também repercute o assunto dizendo que "uma modelo brasileira bela, mas obcecada por peso, que trabalhou para algumas das melhores agências nova-iorquinas, se matou de fome". No The New York Times, uma nota destaca "o apelo emocionado feito pela mãe da modelo para que os pais cuidem melhor de jovens modelos iniciantes".
No último dia da viagem de uma semana a cinco países africanos, neste sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou reparar a gafe que cometeu na sexta-feira na Namíbia quando afirmou que a capital, Windhoek, nem parecia estar no continente africano, "de tão limpa".
Neste sábado, na capital da África do Sul Petrória, Lula deu uma entrevista ao lado do presidente sul-africano Thabo Mbeki. Os dois líderes pediram por reformas nas instituições mundiais, incluindo o Conselho de Segurança da ONU e a Organização Mundial do Comércio (OMC). Em uma declaração conjunta, Lula e Mbeki condenaram o que chamaram de "inaceitável" o fato de países mais pobres serem submetidos a políticas protencionistas por parte das nações mais ricas. Sobre a gafe na Namíbia, Lula disse: “As pessoas que me criticaram deveriam fazer uma visita à África e ver as diferenças entre os países e aí não iriam falar mais nada”, afirmou Lula, respondendo a uma pergunta sobre a repercussão negativa que sua declaração no dia anterior teve entre os movimentos negros e políticos da oposição. Desenvolvimento “Nem tudo o que nós falamos é entendido do jeito que nós gostaríamos que fosse”, lamentou. “Vocês estiveram comigo na viagem e viram a diferença de cada cidade, de cada rua. Eu constatei apenas o óbvio”, afirmou o presidente. Lula se referia aos diferentes níveis de desenvolvimento nos vários países que visitou. São Tomé e Príncipe, um pequeno arquipélago na costa oeste do Atlântico com apenas 150 mil habitantes, parece uma pequena cidade praiana brasileira do século 19. Luanda ainda não se recuperou depois de décadas de guerra. Embora a capital angolana não tenha prédios em ruínas, a estrutura da cidade ainda é precária. Em Maputo, Moçambique, o presidente já viu uma cidade mais organizada mas esta não é a realidade de todo o país, com índices econômicos que mostram que Moçambique ainda tem muito a avançar. Ainda assim, nada que se compare a Windhoek, uma cidade de colonização holandesa com prédios novos e jardins bem cuidados. Ministros e deputados negros que integram a comitiva defenderam o presidente, tentando explicar que ele não quis dizer o que disse. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse que Lula estava certo. “É surpreendente ver uma cidade limpa na África”, afirmou. A ministra da Ação e Promoção Social, Benedita da Silva, disse que existem muitos países diferentes no continente africano, e que a análise da pobreza e da miséria que permeia a região foi feita por todos. A secretária de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, disse que a frase não pode ser tirada do contexto, e que ela não expressa o pensamento de Lula sobre o assunto. “Não devemos gastar nossa energia com uma frase quando há um contexto muito maior”, afirmou. O deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, também acha que Lula expressou uma opinião compartilhada pelos outros integrantes da comitiva. “Tenho certeza que o Lula não queria dizer isso. Estava querendo elogiar”, afirmou.
Mais de 6 mil postos de votação foram abertos neste sábado no Iraque, em meio a um forte esquema de segurança, para que a população se manifeste em um referendo sobre uma nova proposta de Constituição para o país.
Em Bagdá, a votação começou com boa parte da cidade ainda sem eletricidade, derrubada por uma série de ataques rebeldes na noite de sexta-feira. Segundo a agência de notícias France Presse, houve pelo menos um incidente de violência já nas primeiras horas de votação – homens armados teriam aberto fogo contra postos eleitorais no sul de Bagdá. Para conseguir impedir a aprovação da nova Carta, os sunitas precisam reunir dois terços dos votos em pelo menos 3 das 18 províncias iraquianas. Soldados O presidente Jalal Talabani e o primeiro-ministro Ibrahim al-Jafaari foram os primeiros a depositar seus votos. As autoridades iraquianas esperam que 15,5 milhões de pessoas votem até o fechamento das urnas, previsto para as 18h (hora local, 12h em Brasília). Soldados e policiais iraquianos e tropas estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos foram mobilizados para evitar ataques rebeldes. Medidas adicionais de segurança também foram adotadas, como o fechamento das fronteiras iraquianias e a proibição do tráfego de veículos particulares em diversas áreas. A população já se acostumou a freqüentes apagões em Bagdá. Mas a ação coordenada pouco antes da votação é mais um sinal do poder dos insurgentes, apesar da segurança reforçada numa operação especial para proteger o referendo. Partido sunita Na sexta-feira, três escritórios de um partido político sunita foram atacados, sem deixar vítimas. O alvo foi o Partido Islâmico do Iraque, que recentemente abandonou sua resistência ao "sim" no referendo. Muitos partidos de sunitas se opõem ao texto e vêm pedindo aos iraquianos que votem pelo "não". Grande parte da comunidade sunita se opõe ao texto constitucional porque teme a fragmentação do país, com o norte dominado pelos curdos e o sul pelos xiitas, que afastaria os sunitas dos recursos obtidos com a venda do petróleo extraído nessas regiões iraquianas. Alaa Makki, um dos líderes do Partido Islâmico do Iraque, condenou o ataque e disse que o partido "usará o processo político para combater o terrorismo e promover estabilidade". Cem integrantes do partido sunita da área de Falluja se afastaram em protesto contra a decisão da liderança de apoiar o "sim" à Constituição. Os sunitas são a maioria da população de quatro províncias, o que lhes possibilitaria vetar a Constituição caso os eleitores decidam comparecer para votar.
Um juiz deve interrogar ainda neste sábado o ex-presidente do Chile Augusto Pinochet.
O depoimento faz parte de um processo que investiga acusações de violações dos direitos humanos, incluindo assassinatos com razões políticas, ocorridas durante o regime de Pinochet, de 1973 a 1990. O juiz Juan Guzman vai perguntar a Pinochet sobre a chamada Operação Condor – um plano de coordenação das diversas ditaduras sul-americanas durante as décadas de 70 e 80 com o objetivo de reprimir dissidentes. Há um mês, a Suprema Corte do Chile decidiu que Pinochet poderá ser julgado por violações de direitos humanos, revertendo uma decisão anterior em que a corte considerou o ex-ditador sem condições mentais de enfrentar julgamento. Assim, a imunidade legal de Pinochet foi cancelada. Advogados insatisfeitos Mas os advogados de defesa do ex-ditador, de 88 anos, afirmam que ele não tem condições de saúde para ser interrogado. O juiz Guzman, que bem tentando processar Pinochet há anos, anunciou na sexta que iria à casa de Pinochet neste sábado, para fazer as perguntas pessoalmente. Os advogados de Pinochet já haviam conseguido adiar o depoimento duas vezes, e ficaram furiosos com a decisão. Segundo o advogado Pablo Rodriguez, a decisão do juiz foi "imprudente do ponto de vista humano, e ilegal do ponto de vista jurídico". Mas ele afirmou que o general iria colaborar no processo, "dentro de suas limitações".
A Venezuela passou a ser o quinto país-membro do Mercosul, após assinatura de protocolo de adesão em uma reunião de cúpula especial na capital do país, Caracas, nesta terça-feira.
Com isso, o bloco, criado em 1991, passará a ter 250 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1 trilhão - cerca de 75% do total da América do Sul. "É um país de quase 30 milhões de habitantes que está num processo de desenvolvimento muito bom. É um país que faz a ligação do Caribe com a Patogônia e nós consideramos muito importante a entrada da Venezuela e pode abrir para que os países do Mercosul entrem no bloco", disse o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ao destacar a importância da Venezuela para o Mercosul, de acordo com a Agência Brasil. O presidente Lula participou da cerimônia de assinatura em Caracas, juntamente com os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Argentina, Néstor Kirchner, do Paraguai, Nicanor Duarte e do Uruguai, Tabaré Vázquez. O presidente da Bolívia, Evo Morales, também participou da solenidade. Bolívia e Chile se tornaram membros associados do bloco em 1996. Preocupação A Venezuela precisa abolir todas as suas barreiras alfandegárias com os seus parceiros até 2014, e isso preocupa empresários venezuelanos, temerosos de ver o seu mercado inundado por produtos baratos de Brasil e Argentina, de acordo com o correspondente da BBC em Caracas, Greg Morsbach. Mas o presidente Chávez afirma que o que importa na América do Sul é a união. Ele quer que o Mercosul seja um bloco poderoso para limitar a influência dos Estados Unidos na região. O presidente da Venezuela afirmou que "o caminho para a libertação" de seu país é o Mercosul, e chamou a expansão do bloco de "histórica". As intenções de Chávez também causam alguma apreensão entre os outros membros do Mercosul, que parecem mais interessados em colocar comércio à frente de geopolítica, segundo Morsbach. Eles temem que a entrada da Venezuela no bloco possa exacerbar confrontos ideológicos e minar os esforços do Mercosul para obter um acordo com a União Européia.
Os Estados Unidos elogiaram os iraquianos pelo alto comparecimento às urnas no referendo sobre a nova Constituição do país, realizado no sábado.
Um funcionário do Departamento de Estado americano, que não foi identificado, disse à agência de notícias France Presse, que o povo do Iraque "demonstrou seu compromisso corajoso com um futuro democrático e livre e, mais uma vez, desafiou terroristas". Estimativas preliminares afirmam que cerca de 10 milhões de pessoas - aproximadamente 65% dos eleitores - participaram do referendo. Em muitas áreas, as condições foram descritas como calmas, o que contrasta com as eleições gerais de janeiro passado, marcadas por dezenas de ataques. Autoridades eleitorais do Iraque afirmaram que os resultados preliminares serão anunciados dentro de três ou cinco dias, e os resultados finais devem ser divulgados dias depois. Futuro O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, também elogiou os iraquianos. "Pela segunda vez neste ano, o povo do Iraque enfrentou condições difíceis e a ameaça da violência para exercitar o direito de voto", disse Annan em uma declaração divulgada por seu gabinete. Antes, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que o voto "era um passo decisivo na marcha do Iraque em direção à democracia". A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse à BBC que os iraquianos estão "investindo seu futuro" no processo político. Sunita A participação sunita foi maior do que nas eleições parlamentares de janeiro, com muitos sunitas se opondo à Constituição. "Vim aqui para participar e não cometer o mesmo erro que cometemos na última eleição", disse Yassin Humadi, de 57 anos, à agência de notícias Reuters, em uma zona eleitoral da cidade de Falluja. "Não vamos permitir que outros controlem os sunitas de novo", acrescentou. Estimativas oficiais sugerem que em sete das 18 províncias iraquianas mais de dois terços dos eleitores foram às urnas, incluindo três onde a maioria dos eleitores são sunitas. Os sunitas são maioria em quatro províncias, e alguns dos líderes sunitas acreditam que eles conseguiram bloquear a constituição. Um porta-voz da comissão eleitoral, Saadallah al-Rawi, afirmou que o comparecimento foi baixo em cinco cidades da província de Anbar, principalmente em Ramadi, onde ocorreram atos de violência. O comparecimento no norte do país, área da etnia curda, foi mais baixo do que o esperado, entre 33% e 66%. No sul, predominantemente sunita, várias pessoas disseram a jornalistas que votaram "sim" à Constituição para encerrar a ocupação americana. Se o texto da Constituição for aprovado, ele vai dar a base para eleições parlamentares em dezembro. No entanto, a Carta é vista por muitos como um instrumento para dividir o país e afastar os sunitas dos recursos provenientes do petróleo, extraído de áreas onde a maioria da população é curda ou xiita. Para conseguir impedir a aprovação da nova Carta, os sunitas precisam que dois terços dos votos em pelo menos 3 das 18 províncias iraquianas sejam pelo "não". Ataques No pior incidente do dia, três soldados iraquianos foram mortos na explosão de uma bomba em uma cidade que fica a nordeste de Bagdá. Na capital, um civil foi morto e outros ficaram feridos alvos de diferentes ataques. O presidente Jalal Talabani e o primeiro-ministro Ibrahim al-Jafaari foram os primeiros a depositar seus votos. Mais de 6 mil postos de votação funcionaram neste sábado em meio a um forte esquema de segurança. Soldados e policiais iraquianos e tropas estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos foram mobilizados para evitar ataques rebeldes. Medidas adicionais de segurança também foram adotadas, como o fechamento das fronteiras iraquianias e a proibição do tráfego de veículos particulares em diversas áreas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quinta-feira, em Brasília, uma série de elogios ao líder venezuelano Hugo Chávez e afirmou que “ninguém” pode acusar a Venezuela de “não ter democracia”.
“Eu não sei se a América Latina teve um presidente com as experiências democráticas colocadas em prática na Venezuela”, disse Lula. “Poder-se-ia até dizer que (a Venezuela) tem excesso (de democracia).” De acordo com o presidente, Chávez “era meio demonizado no Brasil” e “comeu o pão que o diabo amassou nos seus primeiros quatro anos de mandato”. “Mas este homem, que apanhou como pouca gente apanhou, hoje, se transforma em um companheiro da maior importância”, afirmou Lula. “E o Brasil teve um papel importante, ajudando, conversando, dialogando.” O presidente também ironizou possíveis comparações entre ele e o líder venezuelano ao dizer que “jamais poderia fazer as coisas que o Chávez faz” porque o venezuelano “é mais jovem” e o país dele “tem muito mais petróleo” do que o Brasil. Acordos Os presidentes de Brasil e Venezuela se encontraram para a assinatura de acordos que prevêem investimentos conjuntos de mais de US$ 4,7 bilhões na área de petróleo, incluindo a construção de uma refinaria de US$ 2,5 bilhões no Porto de Suape, em Pernambuco. “Nós estamos fazendo não apenas um empreendimento econômico, mas uma aliança entre povos, que, a partir de agora, vão compartilhar o potencial energético”, afirmou Chávez. Os acordos também incluem projetos de criação de uma joint-venture para a exploração de gás na Venezuela e uma parceria para exploração conjunta de um campo de petróleo na faixa do Orinoco, na Venezuela. Após a cerimônia, Lula e Chávez seguiram para um jantar no Palácio do Itamaraty que marcou a abertura da Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações, em Brasília. Durante o dia, os chanceleres dos 12 países que formam a entidade sul-americana criada no ano passado, em Cuzco (Peru), também se reuniram para acertar os detalhes finais dos documentos que serão assinados durante a cúpula. Integração Na cerimônia ao lado de Chávez, Lula afirmou que a Comunidade Sul-Americana de Nações “tem que ser integrada, sobretudo, do ponto de vista da infra-estrutura porque sem comunicação, sem energia, sem pontes, sem ferrovias, sem hidrovias, sem estradas, sem aeroportos, haverá discursos, mas não integração de verdade”. “O mais importante é a gente dar uma reparada no mapa da América do Sul e ver a quantidade de obras que está sendo executada”, acrescentou o presidente. “E, certamente, isso incomoda. Incomoda porque as pessoas estavam habituadas a decidirem e nós a dizermos ‘amém’.” O encontro em Brasília será encerrado nesta sexta-feira com a presença de Lula, Chávez e dos presidentes de mais quatro países da região. Os principais ausentes serão os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez, e da Colômbia, Álvaro Uribe. Os presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e do Paraguai, Nicanor Duarte, também vieram ao Brasil e participaram do jantar de abertura da cúpula na noite de quinta-feira. Mas a expectativa era de que os dois deixariam Brasília na manhã desta sexta, antes da reunião de encerramento do encontro. De acordo com a imprensa argentina, Kirchner só aceitou o convite para viajar a Brasília por dois motivos: para evitar comentários de que teria “abandonado” Lula em um momento de crise política no Brasil e para agradar o governo venezuelano, que tem manifestado entusiasmo com os planos de cooperação entre os três países.
Um tribunal apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Timor Leste emitiu um mandado para a prisão de um dos principais candidatos à Presidência da Indonésia, o general Wiranto.
O ex-chefe militar foi acusado de violação dos direitos humanos depois do plebiscito pela independência do Timor Leste, em 1999. Cerca de mil pessoas morreram durante a violência, em massacres largamente atribuídos à ação de milícias ligadas ao Exército indonésio. O general Wiranto foi indiciado formalmente por crimes de guerra em fevereiro de 2003, porque, como chefe das Forças Armadas durante a campanha, foi responsabilizado por assassinatos "cometidos no contexto de um ataque generalizado e sistemático à população civil no Timor Leste". O mandado será enviado à Interpol (polícia internacional), o que significa que o general Wiranto pode ser preso se sair da Indonésia. A correspondente da BBC na capital indonésia, Jacarta, Rachel Harvey, afirma que isso apresenta um problema fundamental para um homem que quer ser presidente de seu país. Apesar das alegações contra ele, Wiranto ainda é popular na Indonésia, e no mês passado ele foi escolhido para ser o candidato do Partido Golkar nas eleições de julho. O Partido Golkar sustentou, durante mais de 30 anos, a ditadura o general Suharto na Indonésia. O advogado do general disse à BBC acreditar que o mandado foi emitido agora por motivos políticos. Pesquisas de opinião indicam que o general Wiranto está em terceiro na corrida presidencial na Indonésia. As pesquisas estão sendo lideradas por Susilo Bambang Yudhoyono, do Partido Democrata, seguido da atual presidente, Megawati Sukarnoputri.
Nove soldados das forças de paz da ONU foram mortos em uma emboscada na República Democrática do Congo, anunciou a entidade.
Os soldados mortos fazem parte do contingente enviado por Bangladesh para compor as forças de paz no país africano. O ataque aconteceu na manhã desta terça-feira na província de Ituri, no nordeste congolês, onde estão estacionados 4,8 mil soldados da organização. Um porta-voz da ONU disse que os soldados sofreram uma emboscada de “elementos armados não-identificados” enquanto estavam realizando uma patrulha. As forças de paz da ONU em Ituri incluem soldados do Paquistão, Bangladesh, Marrocos e Nepal. A província é rica em recursos minerais, e organizações de ajuda internacional dizem que dezenas de milhares de pessoas tiveram de abandonar as suas casas na região devido a conflitos que estão ocorrendo lá. Muitas das pessoas fugiram para Uganda, país que faz fronteira com a província.
O velejador brasileiro Robert Scheidt desembarcou em Pequim para carregar a bandeira do Brasil nesta sexta-feira, na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2008.
Medalha de ouro em Atenas-2004 e Atlanta-1996 e prata em Sydney-2000 pela classe Laser, Scheidt se diz honrado por desfilar à frente da delegação brasileira. "Acho que é um dia que eu vou lembrar para o resto da minha vida", afirmou o velejador. Veterano em Olimpíadas, Robert Scheidt lembra que também participou da festa de abertura nas outras três vezes em que esteve nos Jogos Olímpicos. "São momentos em que você acumula muita energia positiva, você sente a grandiosidade dos Jogos Olímpicos", diz o brasileiro. "Acho que faz parte, para o atleta que está na Olimpíada, participar da cerimônia, caso dê tempo e não atrapalhe a competição." Dose extra Depois de duas semanas e meia de treino na cidade portuária de Qingdao, onde serão realizadas as competições de vela da Olimpíada, Scheidt afirma que a viagem para Pequim pode ser útil na disputa por medalhas. "Sair de Qingdao e vir pra cá, mudar os ares um pouco, participar da cerimônia, pode trazer um pouco da dose extra de energia que a gente precisa para chegar (na competição) com a motivação bem alta mesmo." Em Pequim, Robert Scheidt vai viver pela primeira vez a experiência de disputar uma Olimpíada em uma categoria diferente. Depois do sucesso na Laser, o velejador competirá desta vez pela classe Star, formando uma dupla com o parceiro Bruno Prada, que participa de seus primeiros Jogos Olímpicos. "É um desafio novo essa mudança de classe, mas ela aconteceu no momento certo", diz Scheidt. "Eu já tinha me dedicado por 16 anos à classe Laser, acho que conquistei o que eu tinha que conquistar. Chegou o momento de mudar." "A transição não foi feita de forma brusca, foi de forma gradual", acrescenta. "A gente já vinha velejando junto desde 2001 na classe Star. Os resultados vieram de forma rápida, e isso nos motivou também." Favoritismo Junto com Bruno Prada, Robert Scheidt foi campeão mundial da classe Star no ano passado. A dupla chega a Pequim como uma das grandes favoritas, depois de eliminar na seletiva os bicampeões olímpicos Torben Grael e Marcelo Ferreira. Se repetir a façanha de conquistar uma nova medalha de ouro, Scheidt será tricampeão olímpico - um feito inédito no esporte brasileiro. "Eu não fico pensando muito nisso, não", reage o velejador. "O foco não é pensar na medalha de ouro, é pensar na performance." "Se a gente não sair daqui com uma medalha olímpica, a gente obviamente não vai sair muito feliz, mas a vida continua", acrescenta. "Vamos ter novos objetivos pela frente, vamos ter provavelmente uma nova Olimpíada, ou duas, pela classe Star ainda." O brasileiro diz ainda que a disputa em Pequim será equilibrada, com outras oito duplas com chances de medalha, e as condições da raia olímpica podem complicar ainda mais a vida dos favoritos. "É uma raia com vento muito fraco, muita correnteza", afirma Scheidt. "Momentos difíceis todos vão ter, tentar sair deles vai ser a chave." Apesar das dificuldades, o bicampeão olímpico afirma que o problema causado pela invasão de algas na costa da região de Qingdao, no início do mês passado, parece superado. "A mais ou menos quatro milhas da costa, tem um cordão de retenção dessas algas e vários barcos retirando essas algas da água", diz Scheidt. "O problema, se não está 100%, está 90% resolvido."
Cientistas europeus anunciaram a criação de um banco de células-tronco de camundongos com o objetivo de ajudar em pesquisas de tratamentos para doenças.
O projeto planeja produzir células-tronco embrionárias de cerca de 20 mil camundongos para estudos genéticos. Um porta-voz do projeto, na cidade de Heidelberg (Alemanha), disse que o banco permitirá que cientistas alterem o genoma de um camundongo e observem a suscetibilidade do animal a certas doenças. As semelhanças entre os organismos do homem e do camundongo vão então permitir comparações que podem levar a pesquisas para a cura de doenças como o câncer e doenças motoras neurológicas. Áreas de pesquisa Uma das áreas de pesquisa será sobre por que pessoas ruivas têm mais facilidade em suportar a dor. Em 2004, uma equipe de cientistas canadenses identificou o gene responsável pelo efeito. E agora cientistas do mundo todo estão usando camundongos para tentar descobrir o porquê desse fenômeno, com o objetivo de desenvolver remédios contra a dor. Cientistas acreditam que pesquisas com camundongos podem revelar os segredos de muitas doenças que afetam a visão, o olfato, o comportamento das pessoas e o cérebro. O banco de dados será financiado pela Comissão Européia (o órgão executivo da União Européia) e custará cerca de R$ 37 milhões. O trabalho de manipulação genética de camundongos e armazenamento de dados começa em 2006 e deve durar três anos. Cientistas do mundo todo poderão então encomendar camundongos geneticamente modificados para fazer suas pesquisas. "O projeto vai criar uma fonte de recursos imensa para pesquisas biomédicas", diz Steve Brown, diretor de um dos dois times britânicos envolvidos no projeto. "Nós mapeamos o genoma humano. Agora o desafio é entender a função desses genes e seu papel nas doenças." "Nem todos os laboratórios têm os recursos necessários para realizar a mutação de um camundongo", afirma Elizabeth Fisher, da University College London. "Esse serviço vai facilitar muitos programas de pesquisas."
O governo chinês recebe em Pequim, até domingo, 48 chefes de Estado e representantes de países africanos para o Fórum de Cooperação África-China, a maior cúpula já realizada entre a potência emergente e o continente mais pobre do mundo.
No encontro, o governo chinês vai anunciar um pacote para a África que inclui medidas de ajuda humanitária, investimentos e iniciativas para ampliar o comércio. "A China, sozinha, investe mais em infra-estrutura na África do que todos os países ricos juntos", disse à BBC Brasil David Dollar, diretor nacional da representação do Banco Mundial para China e Mongólia. Críticos desse relacionamento cada vez mais estreito acusam a China de agir como uma nova potência colonialista, explorando as riquezas do continente, sem preocupação, por exemplo, com a proteção ao meio ambiente e aos direitos humanos. Investimentos Números do Banco Mundial mostram que o investimento chinês na África triplicou entre 2003 e 2004. Está, atualmente, em US$ 900 milhões (quase R$ 2 bilhões). O volume, apesar de pequeno quando comparado ao total de investimentos chineses no resto do mundo – de 45 bilhões em 2004 –, cresce em ritmo acelerado. A maioria dos investimentos feitos em 2004, mais de 140 milhões de dólares (R$300 milhões), estão concentrados no Sudão, país rico em petróleo que, atualmente, enfrenta uma crise humanitária em Darfur. O governo sudanês é acusado de ser complacente com milícias árabes que exterminam, sistematicamente, civis e rebeldes na região. "Países ricos criticam a China por investir no Sudão sem exigir que o país se comprometa em proteger os direitos humanos ou combater ativamente a violência. Mas o Sudão é um pais soberano, não cabe à China força-lo a nada” disse à BBC Brasil a professora He Wenping, especialista em África da Academia Chinesa de Ciências Sociais em Pequim. He Wenping espera ver um crescimento "ainda mais dramático" nas trocas entre China e África depois desse encontro. Ela acredita que a reunião vai ajudar a alavancar negócios da iniciativa privada, principalmente nas áreas de infra-estrutura, agricultura, indústria e alimentos. O Banco Mundial estima que atualmente 700 empresas chinesas operem no continente africano. Comércio Não apenas os investimentos têm aumentado, mas também o comércio. Em 2005, o comércio entre a China e a África foi da ordem de US$ 21 bilhões (R$ 45 bilhões). De acordo com estatísticas oficiais chinesas, o total deve chegar a US$50 bilhões (R$107 bilhões) neste ano, um número impressionante, se comparado com os US$11 bilhões (R$23.5 bilhões) negociados em 2000. "O comércio entre a China e a África deve chegar a 100 bilhões de dólares nos próximos cinco anos", estimou David Dollar, do Banco Mundial. Ainda assim, a África é um continente a "ser explorado", pois representa meros 2.3% de todo comércio exterior da China, de acordo com os números do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para a África, as trocas com a China ainda representam 10% de todo seu comércio exterior. A Europa segue como principal parceira, com pouco mais de 30%, enquanto os Estados Unidos vem em segundo lugar, em com 20%. De acordo com o relatório do Banco Mundial, as importações e exportações para a Ásia têm crescido, ao passo que os negócios com os países ricos do norte estão em declínio. Interesses A China tem interesse em abrir novos mercados para suas exportações industriais e busca parceiros que forneçam matérias-primas, especialmente petróleo e minérios, riquezas fundamentais para alimentar o acelerado ritmo de crescimento da economia. A África, em contrapartida, quer investimento direto e ter acesso a crédito facilitado, além de incrementar as exportações. Politicamente, a China espera receber apoio à política da "China Única", que reconhece Taiwan como província rebelde. Por outro lado, os parceiros da África desejam um aliado econômico que não se intrometa na maneira como devem governar seus países. "Eu acredito que a parceria entre a África e a China é positiva, pois os dois lados ganham. A África pode vender suas commodities por melhores preços, e a China encontrou um comprador para os seus produtos" ponderou Dollar. "Não se trata de colonialismo. A China está disposta a dividir conhecimento e a transferir tecnologia aos países da África", argumentou He Wenping. "Se você perceber, a China exporta manufaturas para os Estados Unidos e importa tecnologia. Isto é: está comprando algo mais elaborado do que vende. Por que, então, essa analogia não é considerada colonialista?", questionou a analista chinesa.
Quase cem anos depois, uma sonda espacial da Nasa, a agência espacial americana, confirmou previsões cruciais feitas pelo físico alemão Albert Einstein em 1915.
Sonda de gravidade B tinha como objetivo medir a distorção do tempo e do espaço As observações da sonda de gravidade B (GP-B) comprovaram que a massa da Terra está muito sutilmente causando uma curvatura no tempo e no espaço ao seu redor, e até arrastando-os consigo. Os cientistas conseguiram observar esses efeitos através do estudo do comportamento de quatro esferas super-precisas levadas dentro do satélite. Os resultados foram publicados na revista científica Physical Review Letters. Einstein As confirmações das previsões de Einstein são significativas não apenas por comprovar uma vez mais a genialidade do cientista alemão, mas também por trazer instrumentos mais refinados para a compreensão da física que rege o cosmos. As descobertas também representam o ápice de uma longa jornada para os líderes da missão, alguns dos quais dedicaram mais de cinco décadas à pesquisa. Entre eles está Francis Everitt, o principal pesquisador da missão na Universidade de Stanford, que participou da concepção da sonda de gravidade B no fim dos anos 50. "Completamos este experimento histórico, testando o Universo de Einstein - e Einstein sobrevive", disse ele. A GP-B só foi lançada ao espaço em 2004 e desde então a missão da equipe é interpretar as informações e checar a correção das observações feitas. Teorias confirmadas O objetivo da sonda de gravidade B era confirmar duas importantes consequências da Teoria da Relatividade Geral, publicada por Einstein em 1915. A GP-B foi lançada ao espaço em 2004 As previsões descrevem a forma como o tempo e o espaço são distorcidos pela presença de enormes objetos como planetas e estrelas. Uma delas é o efeito geodético - que trata da forma como a Terra curva o espaço-tempo - e a outra, o efeito de arrasto - sobre como a rotação da Terra distorce o espaço-tempo ao seu redor ao girar. A sonda GP-B verificou ambos os efeitos medindo movimentos mínimos nos eixos de rotação de quatro giroscópios em relação à posição de uma estrela chamada IM Pegasi (HR 8703). Precisão Para garantir a precisão do experimento, as esferas tinham de ser resfriadas até quase o "zero absoluto" (-273ºC) e então colocadas para flutuar dentro de um recipiente a vácuo gigante, contendo hélio superfluido. Esta e outras medidas isolavam as esferas de qualquer distúrbio externo. Se Einstein estivesse errado, os giroscópios deveriam ter girado sem a influência de forças externas (pressão, calor, campo magnético, gravidade e carga elétrica). Mas como o físico alemão concluiu que o espaço-tempo ao redor da Terra é curvo e distorcido pelo movimento do planeta, os cientistas esperavam um desvio, apesar das grandes dificuldades em medi-lo. Ao longo de um ano, o desvio previsto no eixo das esferas devido ao efeito geodético foi calculado na escala de apenas alguns milhares de miliarcosegundos. O efeito de arrasto deverá ser ainda menor. "Um miliarcosegundo representa a largura de um fio de cabelo humano visto a uma distância de 16 quilômetros. É um ângulo extremamente pequeno e este é o grau de precisão que a sonda de gravidade B tinha de alcançar", explicou Everitt. Tecnologia A missão foi proposta inicialmente em 1959, mas teve de esperar vários anos para que a tecnologia necessária fosse inventada. "A GP-B, apesar de simples conceitualmente, é um experimento extremamente complexo tecnologicamente", disse um ex-gerente de programas na GP-B, Rex Geveden. "A ideia surgiu cerca de três ou quatro décadas antes que a tecnologia estivesse disponível para testes. Treze novas tecnologias foram criadas para a GP-B." As inovações criadas para a missão levaram diretamente à melhoria do Global Positioning System (GPS) e ao sucesso de outras missões espaciais da Nasa.
O técnico Luiz Felipe Scolari comparou o trabalho feito por ele na seleção de Portugal com o que desenvolveu na Seleção Brasileira.
"Aqui não é diferente do Brasil: eles exigem que ganhe também. É a mesma coisa em qualquer lugar. No mundo todo, a primeira coisa que querem é vitória. Só um pode vencer", afirmou o treinador. Felipão ressaltou ainda as semelhanças entre os atletas do Brasil e os de Portugal. "Tecnicamente, os jogadores são muito parecidos. As diferenças de Brasil e Portugal são culturais", comentou o técnico. O treinador contou que até mesmo a sua santa protetora nas duas seleções é a mesma. "Nossa Senhora do Caravaggio me acompanhava na Seleção Brasileira e está aqui comigo, provavelmente vai me acompanhar em Portugal também. Ela não faz o gol, mas ela me dá a tranquilidade para dizer aos jogadores como se portarem para fazer os gols. Surpresa Scolari causou surpresa nesta sexta-feira ao confirmar a presença do meia Maniche entre os titulares da seleção portuguesa que enfrenta a Grécia neste sábado, na abertura da Eurocopa. O jogador do Porto foi deixado de fora da seleção em boa parte dos amistosos na fase de preparação, mas acabou convocado para o torneio e vai começar a partida que será disputada no Estádio do Dragão. “Uma das grandes características da equipe grega é o seu posicionamento defensivo muito correto, muito forte”, disse o técnico. “Por isso, a escolha recaiu sobre o Maniche, porque é um jogador que passa um pouco mais ao ataque, arrisca um pouco mais o chute de longa distância. Nesse momento, isso pode ser importante.” ‘E se morre um’ O resto da equipe será formado pelos jogadores que iniciaram o amistoso contra a Lituânia na semana passada - inclusive com a presença de Rui Costa entre os titulares e Deco no banco de reservas. “Vocês todos conhecem o meu time. Se tinha uma dúvida, eu esclareço a dúvida entre Petit e Maniche dizendo que vai jogar o Maniche. O restante, fiquem à vontade”, afirmou o treinador. Ao confirmar os titulares para a partida deste sábado, Scolari disse - em tom de brincadeira - que só poderia dizer qual seria a escalação “provável” de Portugal. “E se morre um?”, brincou o treinador, para justificar suas tentativas de esconder a formação da equipe. Elogios de Figo A entrevista coletiva concedida pelo técnico da seleção portuguesa foi a última antes do jogo contra a Grécia. Antes de Scolari, o astro da equipe, o meia Luís Figo, também conversou com os jornalistas e elogiou o treinador brasileiro. “Ele é um técnico experiente, campeão do mundo com o Brasil. Para nós, isso é muito importante”, disse. “Ele mantém a equipe unida e, para ele, o grupo e o espírito são o mais importante.” Figo evitou, no entanto, revelar quais são as estratégias de Scolari para o sucesso de Portugal “Se eu contar os segredos, todo mundo vai saber o que acontece no meu time e essas coisas deixarão de ser segredo.”
Cada vez mais casais que desafiaram suas famílias ao ignorar os noivos "arranjados" pelos pais buscam refúgio em abrigos especiais criados pela polícia em várias regiões da Índia.
Subhas e Singhla se conheceram no Facebook; ela fugiu de casa para viver "casamento por amor" Eles optaram pelo que se convencionou chamar de "love marriage" (casamento por amor), expressão usada para designar as pessoas que se casam com um homem ou mulher escolhidos por eles mesmos, muitas vezes de castas diferentes e por quem se apaixonaram. Krishna, uma menina pálida de 19 anos, senta-se em uma pequena sala do abrigo mantido pela polícia no Estado de Haryana. Questionada se sua família poderia realmente matar seu marido, ela coloca o lenço sobre o rosto e diz que sim, sem dúvida. "É muito fácil conseguir uma arma. Na minha vila (no Estado de Uttar Pradesh), armas são usadas até mesmo em brigas corriqueiras. Matar alguém nunca é algo difícil", diz. Abrigos mantidos pela polícia servem de refúgio para casais que desafiaram suas famílias na Índia A família da jovem se negou a aceitar seu relacionamento com Sonu, um barbeiro de 22 anos que pertence a uma casta inferior, e organizou um casamento arranjado com um outro homem, que Krishna jamais tinha visto antes. No início do mês, a menina fugiu da casa dos pais e decidiu ir viver com o namorado. Na manhã seguinte os dois se casaram e procuraram proteção da polícia. Só no ano passado mais de 200 casais procuraram estes abrigos no Estado de Haryana. Tradição e mudanças Entre os fatores principais por trás da tradição de casamentos arranjados na Índia está o fato de que uma mulher deve estar sempre "sob tutela" de um "guardião". Quando criança, está sob responsabilidade dos pais, e como mulher, do marido. "Qualquer quebra desta ideologia de controle, dependência e tutela, mesmo que pequena, é considerada uma grande ameaça", diz Prem Chowdhury, sociólogo. De acordo com a visão mais conservadora, estão proibidos relacionamentos de pessoas da mesma vila, fora de sua casta e religião, e dentro da mesma "gotra" (a família do pai). Harjinder e Navjot se apaixonaram após tornarem-se vizinhos; uniões na mesma vila são proibidas Mesmo assim, o país vem registrando mudanças. Com a ajuda de telefones celulares e redes sociais como o Facebook, cresce muito o número de jovens indianos que se apaixonam e quebram as tradições que perduraram por muitos séculos no país. Shallu, de 22 anos, and Subhas, de 27, formam um perfeito exemplo dos novos relacionamentos surgindo no país. Eles viviam a 120 quilômetros de distância. Ela, uma extrovertida filha de um confeiteiro em Ambala e ele um reservado filho de servidor público na cidade de Karnal. A garota o adicionou no Facebook dois anos atrás, por meio de um velho celular com acesso à internet, e após marcarem um café, os dois tornaram-se amigos e rapidamente a relação evoluiu para um namoro. Quando descobriram, seus pais tiraram seu celular. "Nós vamos conseguir um garoto bonito e rico para você. Eu não quero nenhum garoto rico e bonito, eu disse a eles. Só quero me casar com meu namorado". Ela decidiu fugir e agora vive em um dos novos abrigos mantidos pela polícia. Amor e castas Encontros no Facebook, vizinhos que se atraem, estudantes que trocam mensagens e até mesmo conversas aleatórias em um trem tornam-se cada vez mais situações em que duas pessoas indianas podem se conhecer e dar início a uma história de amor. "Minha família me disse, você não pode se casar com uma garota que mora na mesma vila. Nós deveríamos viver como irmãos e irmãs, se apaixonar é um escândalo", conta Harjinder, que se encantou com Navjot assim que ela mudou para seu vilarejo e tornou-se sua vizinha. Sentados lado a lado, Keval e Himani e passaram boa parte de uma viagem de trem de mais de 100 quilômetros conversando e se conhecendo. Dois meses depois, eles resolveram se casar, mesmo sendo de castas diferentes. Keval e Himani se conheceram em uma longa jornada de trem e pouco depois decidiram se casar São exemplos de que a "audácia" do amor está cada vez mais entrando em conflito com as tradições de castas e grupos que ainda reinam na Índia, sobretudo no interior. "Tudo está mudando. A cultura estrangeira, TV, telefones celulares, estão mudando a cultura indiana. O pyar ka bhoot ("fantasma do amor", em tradução livre) está crescendo por aqui, está no meio de todos nós", diz Parvin Kumari, uma policial que trabalha em um dos novos abrigos para casais. O futuro das castas também pode estar em risco. Chandra Bhan Prasad, escritora que pertence à casta mais baixa de todas, os intocáveis, também conhecidos como "dalits", acredita que o sistema está fadado ao fracasso. "A globalização, capitalismo, consumismo, mecanização, industrialização e urbanização" tornarão o sistema de castas "obsoleto", afirma. O número de profissões sem casta associada, por exemplo, vem aumentando. Um estudo da Universidade da Pensilvânia mostrou que nos shopping centers de Nova Déli, por exemplo, 60% dos varredores não são "dalits", a casta que geralmente é vista como a "mais adequada" para executar estes tipos de serviço.
Um fóssil descoberto na China deu a cientistas a rara oportunidade de ver como os dinossauros eram em carne e osso, segundo artigo publicado na revista especializada Proceedings B, da Royal Society, academia científica da Grã-Bretanha e da Comunidade Britânica.
O herbívoro Psittacosaurus tinha uma grossa camada de pele – como a dos tubarões – escondida sob uma camada de escamas ou penas. Paleontólogos acreditam que esta camada externa dava apoio aos órgãos dos dinossauros e protegiam-nos de predadores. Marcas de dentes sugerem que o dinossauro foi dilacerado por outro animal, dando pistas únicas sobre sua biologia, 100 milhões de anos depois de sua morte. Visão inédita Tecidos macios, como a pele, raramente são preservados em fósseis, alimentando o intenso debate sobre como eram os dinossauros e se eles eram cobertos de penas primitivas ou escamas. O fóssil do Psittacosaurus, ou lagarta papagaio, dá a primeira pista detalhada sobre como eram os dinossauros por debaixo da pele. O herbívoro bípede, que cresceu até o tamanho aproximado de uma gazela, tinha pele dura e escameada, com mais de 25 camadas de colágeno – parecida com a dos tubarões, répteis e golfinhos atuais. “Como percebido em estudos de animais dos dias de hoje, esta estrutura de fibras desempenha papel crítico e ressalta os esforços e perigos a que a pele pode ter sido exposta, e é feita sob medida para garantir suporte e proteção”, explicou o professor Theargarten Lingham-Soliar, da Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul. “O Psittacosaurus traz um entendimento impressionante e sem precedentes de como era a pele dos dinossauros.” ‘Porco pré-histórico’ A espécie vem de uma área da China que se mostrou um tesouro de fósseis únicos. “Descobertas como esta, da China, estão certamente trazendo novas surpresas”, disse Mark Witton, da Escola de Ciências da Terra e do Ambiente na Universidade de Portsmouth, na Inglaterra. “Ter a pele dobrada no fóssil, de modo que você possa ver todas as seções, é impressionante.” Segundo Witton, a pele do dinossauro teria sido “incrivelmente dura” e provavelmente servia para proteger o animal dos predadores. “Nós imaginamos o Psittacosaurus como um bichinho gordinho andando por aí com suas pernas traseiras”, acrescentou. “O Psittacosaurus pode ter sido um pouco como um porco pré-histórico, passeando por bosques e florestas e comendo plantas, cheirando carcaças e, eventualmente, comendo um ou outro animal pequeno.” Marcas de dentes e fraturas na pele sugerem que este Psittacosaurus, cujo fóssil foi encontrado na China, foi atacado por outro dinossauro e coberto com sedimento rapidamente depois de sua morte, permitindo que o tecido fosse preservado em detalhes impressionantes.
A polícia indiana divulgou nesta terça-feira as imagens de dois homens suspeitos de terem desembarcado do trem que foi alvo de um ataque a bomba na noite de domingo pouco antes da explosão.
Ao menos 67 pessoas foram mortas após os explosivos provocarem um incêndio em dos vagões de um trem que ia de Nova Déli, na Índia, a Lahore, no Paquistão. A polícia do Estado indiano de Haryana disse que os dois homens tomaram o trem em Nova Déli e começaram uma discussão com o cobrador, dizendo que eles estavam no trem errado. “Eles saíram do trem, e as explosões ocorreram 15 minutos depois”, disse o chefe policial Sharad Kumar. Porém não está claro como os dois deixaram o trem em movimento, já que ele só foi desacelerado após o condutor ter sido alertado de que havia fogo em dois vagões. Segundo o ministro das Ferrovias, Lalu Prasad Yadav, uma pessoa foi detida por ligação com o ataque. Negociações de paz O ministro das Relações Exteriores do Paquistão prometeu que o ataque não prejudicará as negociações de paz com a Índia. Kurshid Kasuri observou que os ataques foram realizados na véspera de sua visita à Índia para o diálogo de paz. “Os governos da Índia e do Paquistão não devem permitir que os autores desse incidente alcancem seus objetivos”, disse o ministro, afirmando que o ataque, ao contrário, “apressará o processo de paz”. Testemunhas disseram ter visto pessoas gritando e lutando para deixar os vagões incendiados, cujas janelas eram protegidas por barras. A polícia disse ter recolhido 14 garrafas plásticas cheias de querosene, uma mala e um cronômetro plástico digital do local da explosão. A maioria dos mortos no incêndio, ocorrido a 80 quilômetros de Nova Déli, era paquistanesa. A ligação de trem entre a Índia e o Paquistão foi retomada em 2004, após uma pausa de dois anos, como parte do processo de paz entre os dois países. O editor regional da BBC para o Sul da Ásia, Sanjay Dasgupta, disse que o momento do ataque e a escolha do alvo terminaram dando um grau de urgência às negociações desta terça-feira entre Kasuri e o ministro indiano das Relações Exteriores, Pranab Mukherjee. Ao contrário de ataques anteriores, o de domingo não provocou acusações mútuas entre os dois países.
O governo brasileiro divulgou nesta segunda-feira uma nota dizendo que vai cobrar esclarecimentos dos Estados Unidos sobre a denúncia de que a Petrobras também teria sido espionada pelos americanos.
A presidente Dilma também teria sido espionada pela Agência de Segurança Nacional dos EUA "O governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, à nossa soberania e aos nossos interesses econômicos", afirma a nota. A denúncia veio à tona após novos documentos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) serem vazados pelo ex-analista da agência Edward Snowden. O teor dos documentos sobre a Petrobras foi revelado em reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo. Interesses econômicos A informação é divulgada uma semana após notícias de que a presidente Dilma Rousseff teria sido espionada pela agência. "Agora, o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país", diz a nota. "Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro." Segundo o documento do governo, isso indica que os motivos da suposta espionagem seriam de ordem econômica ou estratégica, e isso seria "incompatível com a convivência democrática entre países amigos". A Petrobras também divulgou uma nota, informando que "dispõe de sistemas altamente qualificados e permanentemente atualizados para a proteção de sua Rede Interna de Computadores". Pré-sal De acordo com o Fantástico, a tecnologia envolvendo a exploração de petróleo em alta profundidade na camada pré-sal poderia ter sido o alvo da espionagem. O nome da Petrobras aparece em um documento usado em um treinamento de agentes da NSA, segundo a reportagem. Nome da Petrobrás aparece em treinamento sobre como invadir redes privadas O documento treina os agentes para acessar redes privadas de instituições variadas como a Petrobras, o ministério das Relações Exteriores da França, o Google e a rede Swift, que reúne vários bancos. Os papeis foram consultados pelo jornalista americano Glenn Greenwald, autor das reportagens divulgando o escândalo da NSA desde maio. Greenwald diz que "ninguém tem dúvidas de que os Estados Unidos têm direito de fazer espionagem para proteger a segurança nacional". Mas critica a espionagem de indivíduos e empresas que "não tem nada com terrorismo". A reportagem revela ainda que os Estados Unidos agem com a colaboração da inteligência do Reino Unido, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia. O treinamento em questão explica como desviar dados de redes privadas durante a transmissão das informações. O interesse dos americanos na Petrobras seria a tecnologia envolvendo a exploração em águas profundas da camada pré-sal. O governo prepara paras as próximas semanas o leilão do mega campo de Libra. Segundo o Fantástico, não se sabe se os dados da Petrobras foram realmente vasculhados e qual é o alcance da espionagem. Caso Snowden A polêmica envolvendo a Petrobras é o mais novo capítulo do caso que envolve os documentos secretos vazados em maio deste ano pelo antigo analista da NSA, Edward Snowden. Os documentos mostram que a inteligência americana monitora mensagens de e-mail, skype e todo tipo de informação trocada em redes sociais e na internet, invadindo a privacidade e ferindo liberdades individuais de cidadãos em todo o mundo. As revelações causaram mal estar diplomático em capitais de países aliados aos Estados Unidos. Os documentos foram vazados por Snowden ao repórter do jornal britânico The Guardian, Glenn Greenwald. O primeiro atrito com o governo brasileiro se deu quando o companheiro de Greenwald, David Miranda, ficou detido por nove horas no aeroporto de Heathrow, em Londres, com base em uma lei antiterror. Segundo a polícia britânica, Miranda transportava outros documentos secretos. Snowden está atualmente asilado na Rússia. Ele passou mais de um mês na área de trânsito do aeroporto de Moscou, enquanto as autoridades americanas tentavam prendê-lo.
O caso de uma brasileira com dupla nacionalidade espanhola que foi barrada no aeroporto de Salvador, Bahia, quando tentava sair do país com seu filho de 22 meses, é destaque na edição desta segunda-feira do jornal espanhol El País.
Segundo o jornal, Lucia Silva e seu filho Leonardo foram impedidos de viajar “em plena crise pelo controle migratório em Barajas (aeroporto de Madri)”. Segundo o jornal, a Polícia Federal disse à Lucia que ela foi retida no aeroporto por causa “do reforço nas medidas de segurança com passageiros espanhóis”. “As represálias ordenadas pelo Brasil diante da rejeição e conseqüente retorno de dezenas de seus cidadãos no aeroporto madrilenho de Barajas já provocaram, até o momento, a devolução de pelo menos 13 espanhóis que foram proibidos de entrar no país sul-americano por ‘tratamento recíproco’, nas palavras do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.” “Mas o caso de Lúcia e seu filho vai mais longe, ao ser impedida sua volta a Barcelona com a documentação de ambos em dia. ‘Faz alguns meses fiz esta mesma viagem, também com meu filho, e ninguém me causou nenhum problema’, lembra Lúcia, que espera poder tomar o avião de volta na quinta-feira”, diz o El País. A mulher teria sido impedida de viajar porque não tinha autorização do pai de Leonardo para que ele viajasse acompanhado por apenas um dos progenitores, uma exigência feita a todos os pais e mães de filhos brasileiros ao sair do Brasil com filhos. O jornal afirma que Lúcia só vai conseguir voltar para casa se as autoridades aceitarem a carta em português, autenticada e enviada por fax pelo marido da brasileira, o espanhol José Ramón Algora. O casal teria dito ao jornal que isso só aconteceu porque Lúcia apresentou o passaporte espanhol na hora de sair do país. Na quinta-feira, o Ministério dos Assuntos Exteriores espanhol divulgou uma nota recomendando aos espanhóis que pretendem viajar ao Brasil que se informem junto ao consulado ou à embaixada por conta “do maior rigor nos controles de imigração” nos aeroportos brasileiros.
Uma nova lei foi aprovada no Chile dando à Justiça poder para ordenar que homens passem por testes de DNA em disputas envolvendo a determinação de paternidade.
Se um homem se recusar a se submeter aos exames ordenados pela Justiça, ele será legalmente considerado o responsável pela criança. A lei visa alterar alguns aspectos da sociedade chilena, em que metade das crianças nascem fora do casamento. Mais de 10% dos bebês no Chile não têm um pai legalmente reconhecido. Família chilena Em uma cerimônia no palácio presidencial, o presidente chileno Ricardo Lagos, disse que a nova lei de paternidade vai fortalecer as famílias chilenas e forçar os homens a encararem suas responsabilidades. Lagos acrescentou que a lei vai ajudar a garantir que as mulheres chilenas não tenham que criar seus filhos sozinhas, sem ajuda financeira. A lei foi aprovada pelas duas casas do Congresso com, relativamente, pouca oposição. Em 2004, 240 mil crianças nasceram no Chile e, destas, 28 mil não tinham o nome do pai na certidão de nascimento. O ministro da Justiça, Luis Bates, disse que a nova lei vai ajudar as mães usando exames de DNA modernos. "Se o pai rejeita o exame de DNA, segundo a lei antiga, o processo é encerrado. Na nova lei, caso o pai recuse o teste, presume-se que ele é o pai da criança", disse Bates à BBC. O Chile é visto tradicionalmente como uma sociedade conservadora, dominada por homens e pela Igreja Católica Romana. Mas, recentemente, ocorreram grandes mudanças com a introdução da lei do divórcio em 2004. E pesquisas de opinião mostram que uma mulher é a candidata favorita nas eleições presidenciais no final de 2005.
Um homem de 32 anos, identificado como Rajesh Maru, morreu após ser violentamente arrastado, por causa de um cilindro metálico que carregava, para uma máquina de ressonância magnética na cidade de Mumbai, na Índia.
Perfil no Facebook em memória de Rajesh Maru: Homem de 32 anos chegou a ser socorrido, mas morreu minutos após o incidente | Foto: Reprodução/Facebook Ele visitava a mãe de um parente em um hospital no último sábado e teria se oferecido para acompanhar a mulher até a sala de exame após o filho dela não conseguir retirar um anel que usava. De acordo com a imprensa indiana, um funcionário do hospital teria pedido ajuda a Maru para carregar um tubo metálico de oxigênio líquido, que seria usado pela paciente. O mesmo funcionário teria afirmado que a máquina que realiza a ressonância – ao gerar um campo eletromagnético extremamente forte, criando um ímã capaz de atrair de forma violenta qualquer metal – estava desligada. No entanto, ao entrar na sala, Maru teria sido imediatamente atraído pelo campo eletromagnético, ficando com o braço preso na máquina. Funcionários do hospital e integrantes da família ainda conseguiram retirar o homem rapidamente e o levaram à emergência, mas ele morreu em poucos minutos. Máquinas de ressonância magnética criam um eletroímã poderoso capaz de atrair com violência objetos metálicos, como o cilindro que Marun portava Excesso de oxigênio Acredita-se que a válvula do cilindro tenha se rompido ou sido aberta durante o impacto com a máquina, o que teria levado a um vazamento de oxigênio líquido. Em contato com o ar, o líquido volta ao estado gasoso e forma uma nuvem de oxigênio concentrado, que pode ser fatal. Segundo a autópsia, a causa da morte teria sido um pneumotórax, que é o acúmulo anormal de ar entre o pulmão e a pleura - a membrana que reveste internamente a parede torácica. Isso teria provocado um colapso pulmonar. Parentes da vítima apresentaram queixa contra a equipe do hospital. Harish Solanki, cunhado de Maru, afirmou que um assistente do centro de saúde disse a ele que poderia entrar na sala com o cilindro de oxigênio, já que o aparelho de ressonância estava desligado. Um médico e dois assistentes foram presos, incluindo o que teria dado essa informação. Autoridades hospitalares anunciaram que a família receberá uma indenização de aproximadamente US$ 7,8 mil (o equivalente a R$ 24,7 mil). Nas redes sociais, usuários criticaram o valor a ser pago, considerado baixo diante da tragédia.
Os brasileiros que fizerem uma viagem de turismo, negócios, para cuidados médicos ou simplesmente precisarem de uma conexão na Europa vão precisar de uma nova permissão da União Europeia (UE).
A partir de 2021, alguns países da Europa passarão a exigir permissão de viagem para brasileiros Além do Brasil, outros 14 países da América Latina estão na lista deste novo requisito, que o bloco europeu insiste em dizer que não é um visto, e que entrará em vigor no final de 2021, após ter sido aprovado pelo Parlamento e pelo Conselho Europeu. Ele é chamado de Sistema Europeu de Informações e Autorização de Viagem (Etias, na sigla em inglês), uma autorização que os viajantes devem processar eletronicamente ao fazer seus planos de viagem para o chamado Espaço Schengen. São 26 países entre os quais estão os destinos europeus mais populares, como Espanha, França, Itália, Alemanha, Holanda, Bélgica e Grécia. Além do Brasil, cidadãos de outros 14 países da América Latina precisarão ter a permissão para entrar na Europa Até o momento, o Reino Unido continua a fazer parte da União Europeia, mas não do espaço Schengen, e tem suas próprias regras de visto para visitantes estrangeiros. Fim do Talvez também te interesse Hoje, os cidadãos de países da América Latina que não precisam de visto para viajar para o Espaço Schengen podem viajar livremente entre esses países. A entrada em vigor do Etias não altera o trânsito livre, mas será um requisito obrigatório para entrar neste espaço. Já os cidadãos de países latino-americanos que atualmente precisam pedir visto - como Bolívia, Cuba, República Dominicana e Equador - continuarão a ter de cumprir a mesma exigência. Quem deve solicitá-lo? No caso da América Latina, os portadores de passaportes de 15 países deverão solicitar o Etias de forma obrigatória. Deverão preencher um formulário com seus dados pessoais, escolaridade, de emprego, países que desejam visitar na União Europeia e se têm parentes lá, além de um questionário de segurança. Será cobrada uma taxa equivalente a R$ 31 para solicitar a permissão para entrar na Europa Será cobrada uma taxa de 7 euros (cerca de R$ 31) para quem tem mais de 18 anos - os menores de idade serão isentos desse pagamento. O processo de solicitação e obtenção de uma resposta acontecerá em questão de "minutos", para que uma pessoa possa obter uma permissão de viagem rapidamente se sua solicitação for aceita. Se uma consulta adicional for necessária, o processo levará de 96 horas a duas semanas. "Antes do embarque, as companhias aéreas e marítimas terão a obrigação de verificar se os cidadãos de países sujeitos a uma autorização possuem um Etias válido", afirmou o Conselho Europeu em comunicado. O pedido pode ser negado ou não. Uma vez aprovada, a autorização será válida por três anos, mas será cancelada se o passaporte do candidato expirar - o que acontecer primeiro. Por que essa nova autorização? A Comissão Europeia aprovou esse controle para viajantes devido a "problemas envolvendo terrorismo e a crise migratória", segundo a administração do sistema Etias. "Devemos saber quem atravessa as nossas fronteiras. Desta forma, saberemos quem viaja para a Europa, antes mesmo de chegarem", afirmou Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, quando propôs este mecanismo. Comissão Europeia diz que permissão visa a 'melhorar a segurança interna, prevenir a imigração ilegal, proteger a saúde pública e reduzir os atrasos nas fronteiras' O objetivo é "melhorar a segurança interna, prevenir a imigração ilegal, proteger a saúde pública e reduzir os atrasos nas fronteiras graças à identificação de pessoas que possam representar um risco numa destas áreas antes de chegarem às fronteiras externas", de acordo com a Comissão Europeia. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
A União Européia (UE) entregou ao Irã nesta sexta-feira uma série de propostas com o objetivo de incentivar Teerã a abandonar atividades de seu programa nuclear que estariam ligadas à fabricação de armamentos.
Segundo antecipou nesta sexta-feira o diário The New York Times, as propostas européias ofereceriam ao Irã uma normalização completa das relações políticas e econômicas com os países ocidentais. Em troca, porém, elas exigiriam um compromisso iraniano de abandonar o processo de conversão e enriquecimento de urânio que, na opinião dos governos dos Estados Unidos e da Europa, tem como objetivo a produção de bombas nucleares. Fontes européias envolvidas nas negociações afirmaram ao jornal americano que as propostas oferecem ainda a Teerã cooperação para que o país desenvolva um programa nuclear civil, com vistas à produção de energia. 'Inaceitável' Uma autoridade iraniana não-identificada entrevistada pelo New York Times disse que, ao exigir uma suspensão por tempo indefinido ou o abandono das atividades nucleares, o documento da União Européia está muito longe do que seria considerado aceitável por Teerã. As propostas foram apresentadas aos iranianos por embaixadores da Grã-Bretanha, França e Alemanha, países que atuam nas discussões em nome da UE. O Irã suspendeu suas atividades nucleares durante as negociações com a Europa, mas seus líderes ressaltam que a interrupção foi apenas temporária. A República Islâmica afirma que seu programa tem fins pacíficos, mas inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) encontraram centrífugas que podem ser usadas para enriquecer material para armas nucleares.
Uma nova série de ataques registrados nesta terça-feira no Iraque deixou pelo menos 61 mortos, incluindo dois soldados americanos.
Em Bagdá, a explosão de um carro-bomba perto de uma delegacia de polícia no centro da cidade matou 47 pessoas e deixou mais de cem feridos, de acordo com autoridades iraquianas e americanas. Na cidade de Baquba, ao norte de Bagdá, um outro grupo de homens armados matou 12 policiais e feriu outros dois ao abrir fogo contra um microônibus que levava os policiais para o trabalho. Uma declaração assinada pelo grupo militante comandado pelo jordaniano Abu Musab Al-Zarqawi, ligado à rede Al-Qaeda, assumiu a responsabilidade por ambos os ataques, em Bagdá e Baquba. A reivindicação foi publicada em um site islâmico na internet, mas não foi feita uma verificação independente para confirmar sua origem. Em outro incidente na capital iraquiana, dois soldados americanos foram mortos e outros três ficaram feridos no ataque de um grupo de atiradores que abriram fogo e lançaram um explosivo contra a patrulha de militares dos Estados Unidos. Foco de resistência O atentado com o carro-bomba destruiu uma área comercial perto da rua Haifa, uma das principais vias da capital iraquiana, que se transformou nos últimos dias em um novo foco de resistência contra a presença americana no país. De acordo com as autoridades locais, muitas pessoas estavam na delegacia no momento do ataque para se candidatar a uma vaga nas forças policiais. Testemunhas afirmam que a explosão abriu uma cratera de três metros de diâmetro na rua, e pedaços de corpos e destroços se espalharam por uma ampla área em torno do local do atentado. Dezenas de carros foram incendiados pela explosão e uma grande nuvem de fumaça negra se formou sobre a região. Helicópteros foram enviados para patrulhar a área e diversas ambulâncias foram acionadas para socorrer os feridos. Protesto Após a explosão, uma multidão se reuniu perto do local do ataque para expressar revolta e "denunciar" o fracasso das tropas americanas e do governo interino liderado pelo primeiro-ministro Ayad Allawi na proteção de centros de recrutamento de policiais. "Eu culpo o governo de Ayad Allawi pelo que aconteceu porque eles não tomaram as medidas de segurança necessárias", afirmou Ali Abul-Amir à agência de notícias Associated Press. Amir tinha ido à delegacia para se juntar às forças policiais e escapou por pouco do impacto da explosão do carro-bomba. As forças policiais iraquianas têm sido alvos freqüentes de ataques realizados por rebeldes, que condenam a relação da nova instituição policial com as tropas americanas. Energia O fornecimento de eletricidade no Iraque foi cortado após a sabotagem de uma junção de um cano de petróleo no norte do país. Engenheiros, preocupados que as chamas pudessem se espalhar, fecharam uma estação de energia na cidade de Baiji, desencadeando uma reação em cadeia que levou ao corte de luz em todo o país. O ministro interino da Eletricidade, Ayham Al-Samarie, disse que os funcionários estavam trabalhando para restaurar o fornecimento de energia o mais rápido possível. Insurgentes iraquianos atacaram várias vezes a infra-estrutura petrolífera do país, causando um prejuízo estimado em US$ 2 bilhões.
As bandas britânicas Oasis, The Killers e Razorlight deverão regravar músicas do álbum dos Beatles Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band para marcar os 40 anos deste lançamento.
James Morrison, The Fratellis, Travis e Kaiser Chiefs estão entre os outros artistas que participam das sessões especiais de gravação para a Rádio 2 da BBC. Os engenheiros de som encarregados das sessões originais de 1967 vão usar o mesmo equipamento para as novas versões. As faixas serão veiculados na Rádio 2 no dia 2 de junho, um dia após o aniversário do lançamento de Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band. O álbum original foi lançado no dia 1º de junho de 1967 e é hoje visto como um dos melhores e mais influentes da história do rock. No ano passado, a obra foi escolhida em uma enquete da Rádio 2 como a melhor da música pop britânica de todos os tempos. "Evento único" O engenheiro de som Geoff Emerick estará encarregado de gravar as bandas modernas, usando o equipamento original que empregou há 40 anos para os Beatles. A Rádio 2 está comemorando seus 40 anos este ano, e o programa fará parte da temporada de músicas da década de 60 da emissora. O diretor da Rádio 2 disse: "Este será não apenas um evento único, mas um momento musical muito especial." "A variedade e a qualidade dos artistas envolvidos garante que esta será uma homenagem apropriada para um dos maiores álbuns de todos os tempos."
Por estes dias, George W. Bush pode estar na Casa Branca, Botsuana, Pólo Norte ou na Lua e os repórteres irão assediar o presidente americano com perguntas sobre o Iraque, não apenas sobre as ameaças no pós-guerra, mas sobre como o governo dos EUA armou o arsenal de justificativas para ir à guerra.
E Bush enfrenta o assédio como o mais convencional dos políticos. Sua decisão de fazer do diretor da CIA, George Tenet, o bode expiatório por enganar ou confundir a nação sobre a ameaça iraquiana talvez tenha êxito como tática política de curto prazo, mas não é uma estratégia inteligente ou eficiente para resolver a crescente crise de credibilidade da administração Bush. A linha oficial do governo americano é de que está se fazendo muita onda com 16 palavras inseridas no discurso feito por Bush em janeiro sobre “O estado da União” acusando o Iraque de Saddam Hussein de tentar contrabandear urânio da África. Sagrado A polêmica sobre uma denúncia não corroborada por sólidas evidências não é exagerada porque o discurso anual é sagrado. Esse é o momento em que o presidente presta contas ao país. Ademais, é evidente que a polêmica sobre meras 16 palavras não teria irrompido com tanta virulência se em primeiro lugar não existisse o questionamento sobre as razões de Bush para ir à guerra. Na contabilidade de Bush, a guerra no Iraque era um ativo. Agora se converte em um passivo. Para conter o prejuízo e proteger sua credibilidade, o presidente culpou Tenet, numa jogada que teve um intenso engajamento de Condoleeza Rice, a assessora de segurança nacional. Foi um espetáculo primoroso de maquiavelismo palaciano. Urânio africano Tenet assumiu a culpa (a outra opção era pedir demissão imediatamente), e, publicamente, exonerou o presidente no fiasco do urânio africano, mas ao mesmo tempo direcionou parte da responsabilidade de volta à equipe de Rice, dizendo que em ocasiões anteriores a CIA havia bloqueado a Casa Branca de fazer referências ao urânio africano nos discursos presidenciais. Uma lição fundamental no episódio é que o governo Bush acredita no que quer acreditar. É óbvio que o regime de Saddam Hussein era execrável e não tinha escrúpulos para desenvolver e usar armas de destruição em massa, mas a questão é se quando Bush deu o sinal verde para guerra a ameaça iraquiana era clara e imediata. Já as ameaças ao projeto americano para o pós-guerra são claras e imediatas. Soldados estão morrendo em incidentes quase diários e existe o custo semanal da ocupação, na faixa de US$ 1 bilhão. O recado do Pentágono perdeu o tom de autoconfiança. A mensagem agora é de que a ocupação pode ser longa, a resistência talvez seja organizada e mais tropas sejam necessárias para pacificar o país. Com um certo pudor, a revista Time desta semana reconhece que a maioria do mundo nunca aderiu à lógica da Casa Branca, mas o Congresso, a opinião pública e a imprensa compraram o projeto iraquiano do presidente. No entanto, quatro meses após o início da guerra, são crescentes os sinais de desconforto dentro dos EUA. Para não mentir, está aí a própria capa da Time, com a seguinte manchete: “Inverdade & Conseqüências”.