summary
stringlengths
4
1.17k
document
stringlengths
102
184k
O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, assumiu inteira responsabilidade pelo incidente ocorrido no fim de semana em que atirou acidentalmente em um amigo.
Ao falar pela primeira vez no assunto, Cheney disse que ele é a única pessoa que poderia ser considerada culpada. "Eu sou a pessoa que puxou o gatilho e atirou no meu amigo", afirmou, respondendo à crescente pressão sobre o incidente. O gabinete do vice-presidente apenas tornou o incidente público no domingo e somente após ele ter sido revelado por um jornal local. Licença A Casa Branca disse que o atraso ocorreu porque seus funcionários estavam preocupados em antes atender à vítima e a juntar os fatos do incidente. O líder do Partido Democrata no Senado, Herry Reid, acusou o governo Bush de não divulgar as informações. Cheney, um caçador experiente, não tinha a licença correta para caçar codornas. Seu gabinete disse não ter sido informado sobre todas as licenças necessárias para a caçada. Segundo a agência de notícias Associated Press, o vice-presidente apenas recebeu uma advertência das autoridades de parques do Texas sobre a licença que faltava porque a exigência entrou em vigor havia cinco meses e muitos caçadores ainda não a conheciam.
O livro Street Dogs (Cães de Rua, em tradução livre), da editora Merrell, reúne fotos de cães abandonados, capturadas pela artista Traer Scott, que materializam a expressão "cão sem dono".
As fotos de mais de 30 cães abandonados nas ruas de Porto Rico e no México incluem buscas por comida, vida em grupo e até brincadeiras. A maior parte deles foi levada para abrigos e organizações de proteção de animais e acabou adotada por famílias americanas. Traer Scott viajou por várias cidades e acompanhou o trabalho de organizações não-governamentais (ONGs) que tiram cães das ruas, tratam deles e tentam conseguir famílias para adoção. O projeto da fotógrafa levantou vôo graças ao sucesso do primeiro livro de fotos dela, Shelter Dogs (Cães de Abrigos, em tradução livre), que tratava do mesmo assunto. A partir daí, ela passou os primeiros meses de 2007 acompanhando o trabalho das ONGs em Porto Rico e no México, dois países com grandes números de cães abandonados. O livro Stray Dogs (Cães Vadios, em tradução livre) foi lançado pela editora Merrell neste mês aqui na Grã-Bretanha e custa 12,95 libras (o equivalente a R$ 50).
Pelo menos 60 pessoas morreram e 131 ficaram feridas quando dois carros-bomba explodiram em um distrito xiita de Bagdá neste domingo, no pior ataque no Iraque desde que o governo adotou um novo plano de segurança.
Os explosivos foram detonados em um mercado na área de Nova Bagdá, que já foi alvo de ataques no passado. Pouco depois, um outro carro-bomba explodiu em um posto de controle em Cidade Sadr, também na capital iraquiana, matando duas pessoas e deixando outras dez feridas. Também foi anunciado neste domingo que dois soldados americanos foram mortos enquanto patrulhavam uma área de Bagdá no sábado. Um deles foi morto a tiros e o outro, quando o seu veículo foi atingido por uma granada. As autoridades haviam começado a reabrir neste domingo as fronteiras com a Síria e o Irã, que estavam fechadas desde quarta-feira, quando foram introduzidas as medidas. "Sucesso" Os ataques acontecem um dia depois de uma visita surpresa da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, a Bagdá. Na passagem pelo Iraque, Rice, que está agora em Israel, disse que o novo plano de segurança - para o qual foram enviados milhares de tropas americanas e iraquianas adicionais à capital - havia "começado bem". Na sexta-feira, o primeiro-ministro Nouri Malik definiu o plano como um "sucesso brilhante". A correspondente da BBC em Bagdá Jane Peel diz que autoridades militares americanas já desconfiavam que a aparente trégua na violência experienciada nos últimos dias não se manteria. Entre quarta-feira e sábado, os ataques haviam diminuído em 85%. O primeiro carro-bomba a explodir em Nova Bagdá atingiu uma barraca de verdura e o segundo, um corredor de barracas que vendiam produtos eletrônicos, de acordo com a agência de notícias France Presse. As explosões deixaram a área do mercado sob uma grande coluna de fumaça. "Onde está o plano de segurança?", gritavam os parentes das vítimas do lado de fora do hospital, enquanto mortos e feridos eram levados para a sala de emergência. Fronteiras As autoridades iraquianas reabriram as duas principais rotas para a Síria e quatro para o Irã. Outros pontos de cruzamento seriam liberados aos poucos. As fronteiras foram fechadas em meio a acusações do governo americano de que os dois países fornecem armas e outros tipos de ajuda aos insurgentes no Iraque. Tanto Teerã como Damasco rejeitam as acusações. O porta-voz do Ministério do Interior iraniano, Mohammed Ali Hosseini, negou, por exemplo, que o clérigo xiita e líder rebelde Moqtada Sadr havia fugido para o Irã para antes de o plano entrar em vigor. "Eles têm fabricado mentiras como essa. Essas alegações sem fundamento são uma guerra psicológica movida pelos EUA no Iraque a fim de pôr mais pressão sobre o Irã. Não, ele não está no Irã", disse Hosseini. Por outro lado, os líderes do Irã e da Síria acusam os Estados Unidos de interferirem no Iraque e no Líbano para dividir os muçulmanos. "Eles querem levar as pessoas e os governos a fazer uso de etnicidades para criar divisões no mundo islâmico. É a última carta que eles estão tentando jogar", disse o presidente sírio, Bashar al-Assad, antes de deixar Teerã, onde passou dois dias em visita oficial.
O presidente da Suprema Corte da Bolívia, Eduardo Rodriguez, vai tomar posse como presidente do país na Casa da Liberdade, que abriga o Congresso Nacional, em Sucre, a capital constitucional boliviana.
A medida acontece depois que o Congresso Nacional aceitou nesta quinta-feira a renúncia de Carlos Mesa ao cargo. Tanto o presidente do Congresso Nacional da Bolívia, senador Hormando Vaca Díez, quanto o presidente da Câmara dos Deputados, Mario Cossio, se recusaram a assumir a vaga aberta com a saída de Mesa. Os dois seriam os sucessores naturais do presidente, de acordo com a Constituição boliviana. Fogos Nas ruas, a população soltou fogos para comemorar. Agora, Rodriguez tem três meses para convocar eleições gerais. Com sua posse, as manifestações que ocorriam em todo o país há semanas devem se encerrar. Vaca Díez tinha dito que não assumiria o cargo de presidente do país se a renúncia de Carlos Mesa fosse aceita pelo Parlamento. "Se na sessão do Congresso o voto é pela renúncia (de Mesa), Hormando Vaca Díez renunciará irrevogavelmente. Sem isso de ficar renuncia, não renuncia. E com isso se acabou", disse. As Forças Armadas estão em estado de alerta. Num pronunciamento feito em Sucre, a antiga capital constitucional da Bolívia, Vaca Díez afirmou que Mesa e Evo Morales, o líder da oposição, são os responsáveis por essas manifestações. De acordo com o senador, Mesa teria levado os mineiros, e Morales os índigenas para as ruas. O ministro do governo, Saul Lara, confirmou a morte de um mineiro, Carlos Coro Mayta, de 52 anos, nesta quinta-feira. É a primeira morte desde que a turbulência social começou. Ele informou que as primeiras notícias são de que a morte ocorreu num momento em que se jogavam dinamites nos policiais em Sucre. Três pessoas ficaram feridas.Paz e El Alto.
O Batmóvel foi eleito o carro mais bacana do cinema em uma votação organizada pela rede de cinemas UCI na Grã-Bretanha.
O carro que Batman dirige em suas aventuras por Gotham City superou o Aston Martin de James Bond e o Fusca Herbie, da série Se Meu Fusca Falasse. Os Minis usados no recente Uma Saída de Mestre, com Edward Norton e Charlize Theron, e o DeLorean voador que viaja no tempo em De Volta para o Futuro também estão entre os cinco mais votados. "Os carros sempre acrescentam ação a cenas de perseguição e fuga", disse um porta-voz da UCI. "Mas os melhores carros do cinema são aqueles que deixam de ser um simples veículo e passam a ter identidade própria." Injustiçado A pesquisa da rede de cinemas foi realizada para coincidir com o lançamento do filme Starsky & Hutch – Justiça em Dobro, em que os personagens principais são dois policiais que circulam a bordo de um Fiat Gran Torino vermelho e branco. Mas o carro, que chegou a ser um ícone dos anos 70, quando a série original de TV foi exibida, não entrou na lista dos dez mais votados. O filme estréia no Brasil em 23 de abril. O Batmóvel surgiu pela primeira vez em 1941, na revista em quadrinhos. Sua estréia no cinema foi em 1989, no longa-metragem Batman, estrelado por Michael Keaton e dirigido por Tim Burton.
O presidente cubano, Fidel Castro, ofereceu operações de vista de graça para 150 mil americanos de baixa renda.
Fidel disse que até poderia enviar um avião cubano para buscar os pacientes na Flórida e que os pacientes não teriam de "pagar nada". O líder cubano fez as declarações em meio a novas críticas aos Estados Unidos. Ele voltou a convocar os cubanos para uma marcha na frente da Seção de Interesses dos Estados Unidos, em Havana, para protestar contra a libertação de Luis Posada Carriles, um dissidente cubano preso nos EUA. A Seção enfureceu Fidel na semana passada ao colocar mensagens eletrônicas na frente do seu prédio, com notícias e a Declaração da ONU sobre Direitos Humanos. O governo cubano reservou espaço para operações oftalmológicas para pacientes estrangeiros em hospitais, como parte da "Operação Milagre", lançada em setembro. Fidel diz que o objetivo do programa é devolver a visão a seis milhões de pobres na América Latina e no Caribe que sofrem de catarata e outras doenças que afetam os olhos.
Resultados oficiais das eleições gerais na Itália indicam que a coalizão de centro-esquerda, de oposição, liderada pelo ex-primeiro-ministro Romano Prodi, obteve uma vitória por pequena margem de votos na Câmara dos Deputados do Parlamento da Itália.
A centro-esquerda obteve 49,8% dos votos, contra 49,7% da coalizão de centro-direita, de acordo com dados do Ministério do Interior. Prodi disse a correligionários reunidos junto à sede da coalizão União, no centro de Roma, que "a vitória chegou". Mas a declaração foi contestada pelo bloco liderado pelo primeiro-ministro, Silvio Berlusconi. Seu porta-voz, Paolo Bonaiuti, disse que a coalizão de centro-direita vai exigir uma verificação minuciosa das cédulas eleitorais. De acordo com nova legislação eleitoral na Itália, a coalizão vitoriosa vai receber, automaticamente, 55% dos assentos na Câmara dos Deputados. Senado No Senado, o grupo de Berlusconi tem uma cadeira a mais, ainda não foi concluída apuração dos votos para os ocupantes das seis cadeiras escolhidos por eleitores que moram no exterior - inclusive no Brasil. A oposição, no entanto, acredita que vai ficar com quatro dessas cadeiras, obtendo, assim, uma maioria absoluta na casa. Segundo correspondentes, como a diferença de votos entre os dois blocos é muito pequena, pode ser exigida uma recontagem. As duas câmaras do Parlamento têm poder igual sob o sistema eleitoral na Itália. Um bloco precisa sair vitorioso em ambas para impedir que o país seja paralisado por um impasse parlamentar. Campanha Prodi disse aos correligionários nesta madrugada no centro de Roma: "Hoje, nós viramos uma página... Nós vamos governar por cinco anos." Berlusconi, um empresário bilionário, vem governando o país desde 2001. Ele liderou o mais longo governo no país desde a Segunda Guerra Mundial, mas a economia teve um desempenho fraco por boa parte de sua administração. A formação de um novo governo terá que esperar até depois da eleição de um novo presidente do país no mês que vem. O mandato de sete anos do presidente Carlo Azeglio Ciampi está chegando ao fim. A campanha eleitoral foi marcada por insultos. Berlusconi referiu-se aos eleitores da esquerda com palavras de baixo calão e Prodi comparou-o a um bêbado. Prodi, um ex-primeiro-ministro do país e ex-presidente da Comissão Européia, estava à frente por pequena margem nas pequisas de opinião, até que foram suspensas, conforme a lei, dez anos antes da votação. Seu estilo discreto é um grande contraste em relação à exuberância de Berlusconi. O atual primeiro-ministro italiano vem enfrentando acusações judiciais por corrupção e conflito de interesses por causa de seu império de mídia.
Enquanto as fotos de uma jovem sorrindo ao lado de sua motocicleta ganhavam mais e mais curtidas no Twitter, alguns internautas mais atentos começaram a notar que algumas coisas não pareciam encaixar nas imagens.
À TV, Zonggu afirmou que 'ninguém quer ver o que um homem normal de meia-idade, que cuida de sua motocicleta e tira fotos, posta em sua conta' O braço dela parecia peludo demais em uma foto, e outra mostrava um rosto diferente no reflexo do espelho. Até que um programa de televisão do Japão revelou que a conta @azusagakuyuki pertence na verdade a um homem de 50 anos chamado Zonggu, que admitiu usar aplicativos de edição de fotos para criar um alter ego. O homem disse ao programa de TV Getsuyou Kara Yofukashi que queria aumentar sua popularidade nas redes sociais e avaliou que as pessoas preferem ver uma "bela mulher mais jovem" do que um homem mais velho. "Ninguém quer ver o que um homem normal de meia-idade, que cuida de sua motocicleta e tira fotos, posta em sua conta", disse. Fim do Talvez também te interesse Zonggu afirmou ter ficado surpreso com os resultados da edição em aplicativos como o FaceApp. "Primeiro experimentei, e logo ficou bem legal. Agora eu consigo até 1.000 curtidas, enquanto antes costumava ter menos de 10" em cada foto, ele contou. "Eu me empolguei conforme tentei tornar (a imagem criada) mais bonita." 'Agora eu consigo até 1.000 curtidas, enquanto antes costumava ter menos de 10' em cada foto, contou Zonggu A revelação da identidade de Zonggu no programa de televisão gerou reações na maioria positivas entre seus mais de 21 mil seguidores. "Assisti ao programa de TV e me tornei seu fã!", escreveu um internauta. Preocupações com dados Aplicativos de edição como o FaceApp permitem aos usuários alterar a aparência de seus rostos nas fotos, por exemplo, com filtros para parecer mais jovem ou mais velho. Mas esse tipo de ferramenta também gera preocupações sobre privacidade e segurança. Em 2019, o senador democrata americano Chuck Schumer pediu que o FBI e a Federal Trade Comission investiguem o FaceApp, sob responsabilidade de uma empresa russa. No Twitter, Schumer classificou como "muito preocupante" o fato de dados pessoais de cidadãos americanos estarem talvez sendo enviados a uma "potência estrangeira hostil". Na época, o FaceApp afirmou em comunicado que usa apenas as fotos que o usuário deseja editar: "Nós nunca transferimos qualquer outra imagem do telefone para a nuvem." A empresa acrescentou que embora as fotos possam ser armazenadas na nuvem, "a maioria é excluída de nossos servidores 48 horas depois de terem sido carregadas". Ainda de acordo com o comunicado, usuários podem solicitar que seus dados sejam removidos dos servidores e que o aplicativo pode ser usado sem registro. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Um policial do Capitólio dos Estados Unidos está sendo chamado de herói por conduzir sozinho uma multidão para longe do plenário do Senado durante os tumultos da semana passada.
O agente Eugene Goodman está sendo elogiado por seu trabalho na semana passada As imagens do oficial, identificado como Eugene Goodman, mostram-no a poucos passos dos manifestantes enquanto eles o perseguem por escadas. Goodman então é visto olhando para a entrada do Senado antes de atrair os homens na direção oposta. Cinco pessoas, incluindo um policial, morreram como resultado dos tumultos. Outro policial que estava trabalhando durante o episódio morreu por suicídio neste fim de semana, disse sua família. A demonstração de bravura de Goodman, que é veterano do Exército e serviu no Iraque, vem em meio a críticas à polícia do Capitólio por aparentes falhas de segurança durante o ataque. Fim do Talvez também te interesse Na noite de segunda-feira (11/1), o departamento disse que dois de seus policiais foram suspensos e mais de uma dúzia está sob investigação por suspeita de envolvimento impróprio com os manifestantes. O professor de direito penal da Escola de Direito de Nova York e veterano de 20 anos do Departamento de Polícia de Nova York, Kirk Burkhalter, classificou a reação de Goodman aos manifestantes como "tremenda". "Não acho que tenha havido qualquer tipo de treinamento que o preparasse para essa situação", disse Burkhalter. No vídeo filmado pelo repórter do Huffington Post Igor Bobic, Goodman, que é negro, é hostilizado pelo grupo de apoiadores de Trump — todos homens brancos. O homem na frente do pelotão, vestindo uma camiseta da QAnon, foi identificado como Doug Jensen, de Iowa. Posteriormente, ele foi preso pela polícia local e pelo FBI (Polícia Federal americana) por seu papel nos tumultos. As filmagens mostram Jensen liderando a multidão que perseguiu Goodman pelas escadas — a poucos metros da entrada do andar do Senado. Enquanto é perseguido, Goodman grita "segundo andar!" em seu rádio, aparentemente alertando outros oficiais do grupo que se aproximava do plenário. Depois que Goodman olha para a entrada do plenário do Senado, ele empurra Jensen — um movimento aparentemente calculado para chamar a atenção para si mesmo, atraindo a multidão para longe do plenário, onde muitos se escondiam. Goodman é visto sendo perseguido por um grupo de invasores A imagem de Goodman seguido por uma multidão — alguns armados com bandeiras confederadas, outros com alusões à bandeira nazista — é foi extremamente perturbadora, disse Burkhalter. "Sendo policial ou não, ver um homem negro sendo perseguido por alguém que carrega uma bandeira da Confederação — há algo de errado com essa imagem. Isso nunca deveria acontecer novamente", disse ele. "Isso parece ser tudo que precisamos corrigir." O oficial Goodman foi homenageado por vários membros do Congresso, alguns deles pedindo que Goodman recebesse a Medalha de Honra do Congresso por seus serviços. "Enquanto a multidão fascista de Trump saqueava o Capitólio dos EUA, este bravo oficial da USCP (a polícia do Capitólio) manteve desordeiros assassinos longe do plenário do Senado e salvou a vida daqueles que estavam lá dentro", escreveu o congressista Bill Pascrell no Twitter. "Na quarta-feira passada, eu estava dentro do plenário do Senado quando o oficial Eugene Goodman desviou uma multidão enfurecida para longe dali, correndo um grande risco pessoal. Seu pensamento rápido e ação decisiva naquele dia provavelmente salvaram vidas, e temos uma dívida de gratidão com ele", escreveu o senador Bob Casey na segunda-feira. O impasse de Goodman com a multidão ocorreu poucos minutos antes que as autoridades pudessem selar o local, de acordo com reportagem do Washington Post. O departamento de polícia do Capitólio conta com 2 mil funcionários, e tem a tarefa de proteger o prédio do Capitólio e todos que estão dentro dele. Eles são diferentes da polícia de DC, que patrulha o resto da capital americana. O que vai acontecer com a Polícia do Capitólio dos EUA agora? O chefe da Polícia do Capitólio, Steven Sund, renunciou na semana passada após críticas sobre a reação de sua força aos distúrbios, incluindo um apelo público da democrata Nancy Pelosi para que Sund deixasse o cargo. O procurador dos EUA em exercício, Michael Sherwin, disse que o Departamento de Justiça vai considerar a possibilidade de processar qualquer policial do Capitólio que tenha agido como cúmplice dos manifestantes. O policial Howard Liebengood, 51, que trabalhou durante os distúrbios, morreu por suicídio no sábado, disse sua família. Um advogado da família de Liebengood chamou a morte do veterano de 15 anos do departamento de uma "perda devastadora". Goodman estava sozinho quando era perseguido por invasores No Twitter, o senador republicano Mitt Romney disse que ele e sua equipe estavam "de coração partido" com a morte de Liebengood. "Howie era uma presença familiar e alegre, e também um amigo meu e da minha equipe", escreveu Romney. "Sua bravura, bondade e cuidado genuíno com os outros foram profundamente sentidos por todos nós que tivemos o privilégio de conhecê-lo." De acordo com a CBS News, a força policial do Capitólio respondeu a uma série de incidentes de policiais que ameaçaram causar danos a si mesmos após os ataques da semana passada. Burkhalter diz que a responsabilidade por qualquer falha de segurança é da liderança do departamento. Quando se chega ao ponto em que cada policial, como o policial Goodman, precisa tomar decisões sobre a distribuição de recursos, a batalha está perdida, diz ele. "Nunca deveria ter chegado a esse ponto." Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
O veterano Yasuo Fukuda confirmou o favoritismo e foi eleito neste domingo o novo líder do Partido Liberal Democrata do Japão. Na terça-feira, o Parlamento deve nomear Fukuda primeiro-ministro do país.
Fukuda é visto, segundo observadores, como um líder seguro. Ele derrotou o ex-ministro do Exterior de Shinzo Abe, Taro Aso, com 330 dos 527 votos válidos (63% do total), contra os 197 de Aso. O político de 71 anos é considerado um moderado que pode trazer a ansiada estabilidade ao Japão, depois de um ano turbulento com Shinzo Abe à frente do governo e dos liberal-democratas. O principal partido de oposição japonês fez um apelo para que Fukuda convoque eleições-gerais no país o mais rapidamente possível. Fukuda, filho de um ex-primeiro-ministro japonês, adiantou que quer estreitar o relacionamento com os vizinhos do Japão na Ásia, principalmente a China e a Coréia do Norte. Ele também anunciou a intenção de ampliar o apoio aos Estados Unidos no Afeganistão, apesar da crescente oposição que a iniciativa enfrenta entre os japoneses. O novo líder liberal-democrata agradeceu a vitória com uma referência tipicamente japonesa sob o aplauso dos seus correligionários. "O partido enfrenta uma situação extremamente difícil e quero trabalhar primeiro para reanimar o partido e reconquistar a confiança do povo", disse. Fukuda prometeu ainda não visitar o polêmico monumento aos mortos de Yasukuni, considerado por muitos na Ásia um símbolo do passado militarista do Japão.
A pandemia de covid-19 chegou à América Latina há mais de um mês, e um dos países que viu seu número de infectados e mortos crescer exponencialmente foi o Equador.
Equador impôs medidas para conter pandemia desde início de março, logo após registrar primeiro caso de covid-19. Até sábado, 28 de março, 1.823 infecções haviam sido registradas no país e 48 pessoas tinham morrido devido ao novo coronavírus. Para tentar interromper o contágio, o governo anunciou um toque de recolher prolongado, que começou a entrar em vigor na quarta-feira. O Equador é o segundo país em número de infecções e mortes na América Latina, depois do Brasil. Mas sua população é doze vezes menor do que a brasileira. Já seu território, 30 vezes menor. Além disso, foi o terceiro país da América Latina a registrar um caso positivo de covid-19, em 29 de fevereiro, antes de outros países maiores e mais populosos, como a Argentina ou a vizinha Colômbia. Fim do Talvez também te interesse "É uma soma de vários fatores, mas o principal é que no Equador não seguimos rigorosamente todas as medidas que devem ser tomadas para enfrentar uma emergência dessa magnitude, nem as pessoas prestaram atenção aos alertas do governo", disse Esteban Ortiz, epidemiologista equatoriano da Universidade das Américas, à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC. Conexão do Equador com Espanha pode ser um dos fatores que explica alto número de casos confirmados no país E a isso se acrescenta o fato de que, em meio à crise da pandemia, a ministra da Saúde, Catalina Andramuño, renunciou ao cargo na sexta-feira passada. Juan Carlos Zevallos foi nomeado para substitui-la. "Não queremos negar que o que está acontecendo no Equador é uma situação séria. Mas deve ficar claro que fomos os primeiros no continente a tomar as medidas mais estritas para conter infecções por coronavírus na região", diz Zevallos à BBC News Mundo. "No entanto, o comportamento das pessoas não tem sido ideal e isso causou graves surtos de infecção", acrescenta o ministro. Mas, quais são as razões que explicam o alto número de infectados e mortos no Equador em comparação com outros países da região? A conexão com a Espanha estaria entre os fatores, dizem os especialistas. "Os equatorianos são a principal comunidade de migrantes da Espanha. E muitos dos parentes dessas pessoas (emigradas) entram constantemente no país, especialmente no início do ano", observa Ortiz. Segundo a embaixada equatoriana em Madri, atualmente existem 422 mil equatorianos residindo em solo espanhol, tornando-os a maior comunidade latino-americana naquele país europeu. De fato, o primeiro caso relatado no Equador foi o de uma mulher equatoriana que retornara em 14 de fevereiro e que tinha residência fixa na cidade de Torrejón de Ardoz, perto de Madri. Esta "paciente zero" de 71 anos morreu em decorrência do vírus. "Ela veio da Espanha e passou vários dias na casa de sua família, participando de reuniões sociais, onde infectou outras pessoas, incluindo sua irmã, que também morreu do coronavírus em poucas semanas", diz Ortiz. "E não havia, naquele momento, um controle rígido após sua chegada", acrescenta o especialista. O governo garante que monitorou quase 180 pessoas com as quais a mulher infectada teve contato. No entanto, outros casos semelhantes em que as pessoas infectadas não cumpriram as regras determinadas pelo governo teriam ajudado a espalhar o vírus. Além disso, haveria casos assintomáticos no país antes de as medidas serem adotadas. Entre essas medidas estão também o fechamento das fronteiras. O governo equatoriano foi um dos primeiros a proibir a chegada de voos internacionais, de acordo com um decreto de 15 de março, e só permitiu a saída de algumas aeronaves levando vários estrangeiros de volta para seus países de origem. "É verdade que é um fator que influenciou o número de infecções - embora não seja o único - especialmente em Guayaquil e Quito, onde estão os aeroportos internacionais e onde a maioria dos casos ocorreu", explica Zevallos. Soma-se a isso outros dados que vinculam a curva de contágio equatoriano à Espanha. Por exemplo, de acordo com o Ministério da Saúde, a região mais afetada por covid-19 é a província de Guayas (cuja capital é Guayaquil, a cidade mais populosa do país), onde quase 77% dos casos são registrados. Guayas é, ao mesmo tempo, a região de maior procedência dos equatorianos na Espanha, 22%, de acordo com um relatório publicado pela embaixada equatoriana em 2017. Comportamento Além disso, como diz à BBC News Mundo Dome Cevallos, médico especialista em questões de saúde pública da Universidade Central do Equador, os casos estão concentrados nas duas principais populações do país: Guayaquil e Quito. O Equador tem 285 mil km² de território e é o terceiro menor país da América do Sul, depois do Uruguai e Suriname. "Por ser um país pequeno, os casos se concentraram nesses dois centros urbanos", explica. No Brasil, que até esta quinta-feira tinha cerca de 2.554 casos, a cidade mais afetada é São Paulo, com 35% dos contaminados. 90% das mortes ocorreram ali. Por sua parte, o governo equatoriano diz que o terreno acidentado do país contribuiu para evitar uma maior propagação do vírus e, de fato, uma de suas primeiras medidas foi proibição a circulação de carros de passeio. No entanto, um ponto em que especialistas e governo concordam é que o comportamento de indivíduos diante das restrições não foi adequado para romper a cadeia de infecções. "Ontem (segunda-feira), além do relatório de infecções e mortes, o governo divulgou o número de pessoas presas por violar a quarentena: 841. Sem isolamento social, não podemos reduzir o número de infecções", diz Cevallos. Tanto especialistas quanto governo equatoriano concordam que sociedade não obedeceu às determinações para conter contágio. "As crises expõem as desigualdades de um país, mas também a cultura e a consciência coletiva. E isso depõe contra o Equador, e por isso vemos uma curva de contágio crescente", acrescentou. Zevallos diz considerar que esse foi o principal fator que facilitou a rápida expansão do coronavírus pelo território. "As pessoas que vieram com sintomas e que chegaram do exterior receberam ordens para ficar em casa, mas saíram para festejar, se abraçaram, se cumprimentaram e isso fez com que a infecção se espalhasse especialmente nessas duas regiões do país", diz. Equatorianos são principal comunidade de migrantes da Espanha. E muitos dos parentes dessas pessoas entram constantemente no país, especialmente no início do ano Mais rigoroso O cenário se repetiu em diferentes países ao longo das semanas: as primeiras medidas de isolamento social estabelecidas pelos governos foram seguidas por outras mais rigorosas. O Equador não foi uma exceção à regra. Na terça-feira (24 de março), o governo do presidente Lenin Moreno reforçou as restrições, que começaram a ser implementadas desde 11 de março, impondo um toque de recolher prolongado, das 14h às 17h. "A circulação é restrita, exceto as atividades essenciais. Quem deixar de cumprir será penalizado!", escreveu o presidente em sua conta no Twitter, onde falou de três tipos de sanções, incluindo prisão para quem infringir as regras. Na província de Guayas, o governo estabeleceu uma Força-Tarefa Conjunta, liderada pela Força Naval, para fazer cumprir o toque de recolher. No entanto, especialistas como Ortiz assinalam que medidas mais rigorosas devem ser tomadas para se obter uma redução efetiva de infecções e mortes por covid-19, dentro de um período que os especialistas estimam que seria de um mês. "O problema é que não temos dados suficientes para poder avaliar esses aspectos de maneira concreta e para tirar algumas conclusões sobre como o vírus chegou ao Equador e começou e continuou sua expansão", ressalva ele. Reagindo às críticas, o governo equatoriano diz à BBC News Mundo que o país foi um dos primeiros a tomar as medidas apropriadas. "O governo adotou medidas de controle muito rígidas, como toque de recolher em todo o país , fechamento de aeroportos, fechamento de fronteiras e cancelamento de eventos públicos desde o início de março", diz Zevallos. "Além disso, agora estamos averiguando como nossa rede de saúde pode enfrentar essa emergência e como poderemos atender os doentes", conclui. Confira nossa cobertura especial Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Uma adolescente britânica de 15 anos em estado terminal de câncer atraiu mais de 240 mil visitantes para o seu blog no qual relata sua busca em conseguir completar uma lista de 17 coisas que pretende fazer antes de morrer.
Blog de Alice Pyne atraiu mais de 230 mil visitantes desde segunda-feira Alice Pyne lançou seu blog na última segunda-feira, após seus médicos terem considerado que não há mais tratamentos possíveis para o linfoma descoberto há quatro anos. “Eu sei que o câncer está me vencendo e não parece que eu vou vencer esta”, diz ela em sua apresentação no blog. “É uma pena, porque há tanta coisa que eu ainda queria fazer”, escreveu ela. Ela prometeu documentar “o tempo precioso com minha família e meus amigos, fazendo as coisas que eu quero fazer”. “Você só tem uma vida... viva a vida”, complementa. Em uma mensagem postada após o sucesso do blog, ela escreveu: “Nossa, eu pensei que estava só fazendo um pequeno blog para alguns amigos! Muito obrigado por todas suas adoráveis mensagens para mim”. Entre os desejos da menina está nadar com tubarões, encontrar a banda Take That, visitar uma fábrica de chocolates e inscrever sua cachorra, Mabel, em um concurso. Ela também incluiu em sua lista “fazer todo mundo se inscrever para se tornar doador de medula”. Na quarta-feira, com a repercussão de sua história, o próprio primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeu se tornar um doador após ouvir o relato do caso de Alice no Parlamento por um deputado opositor. O sucesso também a ajudou a arrecadar mais de 10 mil libras (cerca de R$ 26 mil) em doações para uma organização beneficente de pesquisas sobre o câncer. Doadores No ano passado, Alice Pyne já tinha ganhado certa notoriedade na Grã-Bretanha ao lançar uma campanha com a associação Anthony Nolan, que ajuda pacientes que precisam passar por transplantes, para encontrar doadores de medula óssea que pudessem ajudá-la em seu tratamento. Mais de mil pessoas se voluntariaram para doar a ela, mas em outubro os exames médicos mostraram que o câncer havia se espalhado e que já não havia opções de tratamento. Ela passou por várias sessões de radioterapia e quimioterapia, além de se submeter a um transplante com as suas próprias células-tronco, mas os tratamentos não tiveram o resultado esperado. Em sua apresentação no blog, a adolescente diz que não espera conseguir completar toda sua lista de desejos. “Algumas coisas não vão acontecer, porque eu não posso nem mesmo viajar mais”, diz. Um dos itens de sua lista é “viajar para o Quênia”. Ela diz, porém, que pensou que seria divertido publicar a lista na internet e ir marcando o que ela for conseguindo fazer, ao mesmo tempo atualizando os leitores do blog sobre o processo. Graças ao sucesso do blog, porém, ela vem recebendo milhares de ofertas de ajuda para conseguir cumprir seus desejos. Em um comentário postado na quinta-feira, ela conta que vai conhecer o Take That no fim de semana. “Estou tão excitada que nem posso esperar. Só espero que não fique doente ou algo estúpido”, diz. “Tenho vivido de pijamas no último ano, então minha mãe foi à cidade para comprar roupas para mim”, conta. “Parece que outras coisas que eu havia desejado estão sendo organizadas para mim, então obrigado a todos por isso. Eu me sinto uma garota de muita sorte”, afirmou.
Um helicóptero americano teria caído perto da cidade de Tikrit, no norte do Iraque.
Ainda não se sabe se o helicóptero foi derrubado ou teve problemas mecânicos. Não se sabe também se há mortos ou feridos. Uma fumaça foi vista saindo da fuselagem do helicópero Falcão Negro, e outras aeronaves americanas estariam sobrevoando o local. Emboscada Em outro incidente, um soldado americano morreu e outros sete ficaram feridos numa emboscada em Mosul, no norte do Iraque. O ataque teria sido feito com granadas contra o comboio de soldados americanos. A emboscada conteceu algumas horas após um serviço religioso organizado em nome dos 15 soldados americanos que morreram no domingo, quando o helicóptero em que estavam viajando foi derrubado. Um décimo sexto soldado morreu de seus ferimentos depois.
Cientistas encontraram evidências de que tomar ecstasy ou fumar maconha pode levar a problemas de memória, segundo pesquisa publicada no Journal of Psychopharmacology.
A pesquisa ouviu 763 usuários da internet no mundo todo e descobriu que quem toma ecstasy tem problemas para se lembrar de fatos antigos enquanto quem fuma maconha enfrenta dificuldades para lembrar informações mais recentes. Cada participante passou por uma série de testes para verificar as memórias de curto e longo prazo. Os resultados foram analisados na Grã-Bretanha. Os cientistas envolvidos na pesquisa descobriram que usuários de ecstasy estariam 23% mais propensos a esquecer coisas do que os que nunca tomaram a droga, enquanto o aumento na tendência ao esquecimento para os que fumam maconha é de 20%. Os pesquisadores verificaram como os questionários foram preenchidos e concluíram que os usuários das substâncias tinham uma tendência maior a cometer erros. O doutor Jacqui Rodgers, da Universidade de Newcastle, disse que a diferença, apesar de marginal, é significativa e preocupante. "Causa igual preocupação o fato de que não sabemos quais são os efeitos a longo prazo do ecstasy", disse. O porta-voz da ONG britânica DrugScope concorda com o cientista e diz que o necessário seria acompanhar os usuários de ecstasy durante alguns anos para descobrir quais são os efeitos da droga a longo prazo.
A principal coalizão xiita iraquiana, a Aliança Iraque Unido, venceu as eleições do país, mas não conseguiu obter a maioria absoluta.
A Aliança obteve 128 das 275 cadeiras do Parlamento, dez a menos do que o necessário para a maioria. Os partidos curdos obtiveram 53 cadeiras e o principal bloco sunita, 44. Agora, é provável que os xiitas formem um governo de coalizão. Vários políticos sunitas fizeram denúncias de supostas fraudes. Mais de 2 mil reclamações foram recebidas pelas autoridades desde as eleições. Um grupo de observadores internacionais chegou a confirmar irregularidades em um relatório, mas não apresentou conclusões sobre a validade e a liberdade do pleito. Aqueles que não aceitarem os resultados terão dois dias para apelar antes que eles sejam proclamados como definitivos. Ataques A segurança foi reforçada em Bagdá e nas três províncias dominadas por sunitas, em meio ao medo de aumento da violência de insurgentes depois do anúncio dos resultados. Há informações de que, ao amanhecer, houve uma operação de tropas americanas e iraquianas contra insurgentes no bairro de Al-Doura, em Bagdá. Testemunhas disseram ter ouvido explosões e tiros. Uma explosão em uma rua no centro de Bagdá, aparentemente tendo como alvo um comboio americano, matou pelo menos dois civis e feriu vários outros. Na quinta-feira, 15 pessoas foram mortas em dois atentados em Bagdá. A polícia afirma que o primeiro ataque foi realizado por um suicida que entrou em um café lotado e explodiu o dispositivo que carregava. Momentos depois, uma explosão perto de uma patrulha da polícia que passava no local, matou mais pessoas. Coalizão nacional Os resultados oficiais das eleições de 15 de dezembro foram anunciados pouco depois das 15h, horário local (10h em Brasília). No Parlamento de transição, a Aliança tinha 146 cadeiras, ou seja, perdeu 18. A principal aliança curda também perdeu espaço, caindo de 75 cadeiras para 53. Um grupo rival menor ganhou 5 cadeiras. Os sunitas aumentaram sua representação. O boicote às eleições de janeiro de 2005 tinha reduzido o seu número de cadeiras a apenas 17 no Parlamento de transição. O correspondente da BBC em Bagdá, Jonny Dymond, diz que há muitas conversas sobre uma coalizão de unidade nacional, reunindo xiitas, sunitas e curdos, mas as negociações podem demorar semanas ou até meses.
No Equador, uma nação que foi duramente atingida pela covid-19, hospitais estão em estado de caos e famílias estão tendo que procurar os corpos de parentes que acreditam estarem mortos.
A maior cidade do país, Guayaquil, tem sido a mais impactada pela covid-19 Mas em meio à enxurrada de notícias negativas no país latino-americano, ganhou manchetes o caso de uma mulher declarada morta, mas que, posteriormente, foi encontrada viva. A família de Alba Maruri, 74 anos, foi notificada de sua morte em março e recebeu até uma urna com suas supostas cinzas. Mas Maruri ficara em um coma de três semanas no hospital; quando acordou, pediu aos médicos que ligassem para sua irmã. Corpos desaparecidos Alba Maruri havia sido internada em um hospital na cidade de Guayaquil, epicentro do surto de covid-19 no Equador. Fim do Talvez também te interesse Lá, as autoridades estavam com sérios problemas para dar conta da coleta de corpos das pessoas que morriam em casa. Com uma população de 17 milhões e sendo um país muito menor do que seus vizinhos, o Equador foi proporcionalmente mais afetado pela covid-19, registrando mais de 22 mil casos e quase 600 mortes. Bertha Salinas ainda espera saber o que foi feito dos corpos de seus parentes Inés Salinas e seu marido, Filadelfio, morreram no dia 30 de março. A família disse à BBC News Mundo que eles tiveram de esperar quatro dias antes que as autoridades finalmente viessem recolher os corpos. Eles tiveram que embrulhá-los em plástico enquanto esperavam, diz Bertha, irmã de Inés. Agora, ela quer saber o que aconteceu com os corpos depois que eles foram retirados de casa. "Nos disseram que tínhamos que esperar, e que eles seriam enterrados a qualquer momento e eles [as autoridades] nos avisariam", disse ela. Ela não tem notícias das autoridades desde então. "Eu já fiz uma reclamação formal. Não sabemos o que fazer." Parentes procuram autoridades para saber o que foi feito dos corpos de seus entes queridos Sistema em colapso A situação da família Salinas não é única: dezenas de pessoas estão entrando em contato com hospitais, necrotérios e policiais procurando os corpos de seus entes queridos. O alto número de mortes em Guayaquil causou o colapso do sistema de saúde da cidade em março. Os hospitais enviaram os corpos para armazéns fora de uso, onde estes começaram a se decompor. Sem alternativas, famílias tiveram de ir até lá para identificar o corpo que estavam procurando. Darío Figueroa é um dos parentes que conseguiram encontrar o corpo de sua mãe, Santa Marianita Barzola Martillo. O cadáver havia sido mantido no necrotério ao lado de pilhas de corpos. Hospitais estão em estado de caos na cidade Ele disse à BBC Mundo: "Estávamos esperando havia dias no hospital e nos reunimos para pressionar. Um dia, convencemos os guardas a nos deixar entrar no necrotério. Colocamos sacos de lixo em nossas cabeças, outros trouxeram máscaras e luvas. O fedor era insuportável. Que indignação ao ver o número de mortos, eles foram empilhados uns sobre os outros em sacos de corpos." 'Milagre' Em meio ao caos, muitos no Equador ficaram surpresos com a notícia sobre a mulher que ainda estava viva. A família de Alba Maruri ficou muito feliz, mas ainda não está claro de quem são as cinzas que têm em casa. Em 27 de março, a família foi informada de que Maruri havia morrido, depois de ter sido internada no hospital com febre alta e complicações respiratórias. Os familiares chegaram a ser levados para ver o cadáver no necrotério do hospital, mas tiveram que ficar à distância como precaução, para impedir a propagação do vírus. Pertences de mortos são queimados na cidade "Eu estava com medo de ver o rosto dela", disse o sobrinho de Maruri, Jaime Morla, à agência AFP. "Eu estava a um metro e meio de distância. Ela tinha o mesmo cabelo, o mesmo tom de pele." O corpo foi levado e cremado, e as cinzas foram enviadas para a família. Na realidade, Maruri estava inconsciente e acordou três semanas depois, chamando por sua irmã. "É um milagre. Por quase um mês, pensamos que ela estava morta", disse sua irmã, Aura. "E nós temos as cinzas de outra pessoa." 'Não temos onde chorar' O hospital pediu desculpas pela confusão. A família diz que quer que as autoridades os compensem - e reembolsem o custo da cremação. Tiveram de comprar um colchão novo para Alba, pois sua família jogara fora o antigo. Mas enquanto os Maruri suspiram de alívio, muitas outras famílias continuam a procurar os corpos de seus entes queridos desaparecidos. Por causa do caos e do medo do contágio, eles foram privados de se despedir daqueles que faleceram. O número de casos deixou o sistema de saúde da cidade de joelhos Mercedes, filha mais nova das Salinas, diz que todos os membros da família contribuíram para conseguir uma tumba para os pais descansarem. "Mas como podemos fazer isso, se eles não nos dão os corpos?", diz ela. "É horrível não saber onde minha mãe e meu pai estão. É difícil não ter nenhum lugar para chorar." Reportagem adicional de Matías Zibell, da BBC Mundo no Equador. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
O maior palco da Europa, que abrigou todos os principais compositores, condutores e estrelas da ópera nos últimos dois séculos, ainda impressiona.
As reformas do La Scala duraram quase três anos e, de acordo com os planos da empresa responsável, a casa estará pronta para receber os primeiros ensaios em outubro. Novos aparelhos de ar-condicionado e equipamentos contra incêndio e de segurança estão sendo instalados. Há poeira por toda parte. O interior do famoso auditório em forma de ferradura está recoberto com plásticos, enquanto os restauradores retocam as decorações douradas e candelabros. Tradução Fios elétricos percorrem o chão empoeirado, conectando as telas de tradução que estarão disponíveis em cada um dos 1,8 mil assentos. Com isso, os admiradores de ópera poderão acompanhar o libretto em inglês, francês e italiano. Entre barulhos de martelos, serras e furadeiras, o maestro Riccardo Muti, diretor musical do La Scala, introduz com animação, numa entrevista coletiva, a programação para a próxima temporada. Ele garante que nunca vai sacrificar a qualidade em detrimento da quantidade no novo La Scala. "Faremos 185 apresentações no primeiro ano. Isso é muito se você levar em conta a alta qualidade de cada obra que apresentamos e o número de ensaios." "Não somos como a Staatsoper, em Viena, que apresenta uma ópera diferente por noite sem ensaiar adequadamente. Ainda tomamos cuidado com nossa produção artística", disse o maestro. "Mas com as possibilidades técnicas que teremos agora, vamos aumentar a quantidade mantendo ao mesmo tempo a qualidade. Nosso novo maquinário de palco é o mais moderno do mundo. Até o ano passado precisávamos de até dois dias para trocar o cenário. Agora, podemos fazer imediatamente, é só apertar um botão e pronto." A ópera escolhida para abrir o novo La Scala em dezembro de 2004 é uma obra que foi encomendada para a inauguração do teatro original, em 1778, pela imperatriz da Áustria Maria Theresa. O compositor italiano Antonio Salieri escreveu uma ópera-balé intitulada Europa Riconosciuta. A partitura e o libretto originais foram resgatados em uma biblioteca musical em Viena – cidade em que Salieri, um rival de Mozart, viveu e trabalhou. Algumas das músicas de balé que ele compôs em 1778 também serão tocadas na noite de gala de abertura. Preços salgados Alta cultura, porém, pode significar altos preços. Os ingressos para a noite de abertura já estão sendo comprados por US$ 2,5 mil (cerca de R$ 7,5 mil) por pessoa nos camarotes. Numa tentativa de ampliar o público de ópera, balé e música clássica no La Scala, o teatro está oferecendo a preços razoáveis carnês de ingressos para a temporada 2004-2005 que incluem algumas das 13 óperas, 9 balés e 12 concertos que estarão em cartaz. Muitas dessas apresentações serão conduzidas por condutores convidados de renome, como Georges Pretre, Zubin Mehta e Simon Rattle. O La Scala é o segundo grande teatro de ópera da Itália a passar por reformas no início do século 21. O La Fenice, de Veneza, foi destruído por incêndio em janeiro de 1996. Totalmente reconstruído, ele será reaberto em dezembro. Apesar das boas notícias para os admiradores, o futuro da ópera na Itália sofreu um duro golpe esta semana, com anúncio de um novo orçamento do governo prevendo cortes nos subsídios às artes. O La Scala deve ter de tentar arrecadar 2 milhões de euros adicionais (cerca de R$ 7,4 milhões) de patrocinadores para equilibrar suas contas em 2005.
Paul Ryan, deputado conservador republicano, esta semana entrou nas nossas vidas como candidato a vice-presidente de Mitt Romney. Ele seria o tema da coluna mas, esta semana, Helen Gurley Brown, aos 90 anos, saiu das nossas vidas.
Lucas Mendes De Nova York para a BBC Brasil Paul Ryan, de 42 anos, eleito vice ou não, deve ficar conosco várias décadas, mas Helen vai sumir do cenário. Vamos falar sobre ela e como mudou a vida de milhões de mulheres. De homens também. Ela foi uma self made woman. Perdeu o pai na infância e a mãe, pobre, deixava a filha deficiente aos cuidados de Helen. A educação foi a básica. Datilografia e intuição ajudaram a passar por 17 empregos, de secretária a assistente, até entrar na vida americana com o livro "Sex and the Single Girl", em 1962. A ideia foi do marido, David: como uma mulher solteira devia ter e administrar seus affairs. No primeiro capítulo Helen Gurley Brown promove as vantagens da vida das solteiras, divide os homens em várias categorias, dos úteis aos desagradáveis, e vai, passo a passo, do começo ao fim de um affair. O livro foi recusado por várias editoras, o título foi mudado de "Sex For the Single Girl" para "Sex and the Single Girl" e o lançamento coincidiu com o da pílula anticoncepcional. Em três semanas vendeu 2 milhões de exemplares e, em poucos anos, estava em 35 países. Nas entrevistas para rádio e televisão ela não podia usar a palavra sexo, mas a revolução sexual passava, disparada e fervendo, ao largo da mídia careta. O sexo e a solteira de Helen Gurley Brown estava um ano na frente de "Femine Mystique" de Betty Friedan, trampolim ideológico do movimento feminista, e dez anos anos de Gloria Steinem publicar "MS", a revista bíblia das feministas americanas. Helen se proclamava uma delas, mas foi rejeitada e desprezada pelas feministas. Seguiu, seu bem sucedido caminho, na paralela. O marido, um ex-editor e grande produtor de Hollywood, tão liberado quanto Helen, foi quem convenceu o grupo editorial Hearst a entregar a decadente revista Cosmopolitan a Helen. O alvo seria a mulher comum, de classe média e solteira. O comportamento sexual delas seria uma constante nas páginas ilustradas com fotos que mostravam decotes mais ousados e vestidos mais curtos. E histórias apimentadas. A escritora Gail Sheehy ainda não tinha publicado nenhum dos seus 15 livros quando foi contratada por Helen para contar como as aeromoças da Pan American, mulheres lindas, passavam suas noites em Paris, longe dos namorados e maridos. Afrouxavam os cintos dos parceiros. Um escândalo. As feministas não almoçavam com Helen, mas a mesa dela tinha Woody Allen, Hollywood e a inteligentsia nova-iorquina. O escritor John Searles começou como mensageiro na Cosmopolitan, tornou-se crítico literário e um editor contribuinte. Durante algum tempo trabalhou na sala ao lado da editora chefe e conta que quando ela voltava dos almoços para sua sala colocava música clássica alta e soltava fortes grunhidos. Um dia ele finalmente descobriu que ela malhava o almoço. Suava em bicas. Helen publicou outros três livros, já era rica de royalties, salário e marido, ficou mais rica, tinha carro e motorista à disposição mas, com mais de 80 anos, escondida do marido, sempre andava de ônibus para ver como as menos afortunadas, suas leitoras, se vestiam. À escritora Gail Sheehy, que se tornou amiga e confidente, Helen contou que deixou de ser virgem aos 19 anos e antes de se casar com David, aos 37, teve dezenas de affairs. Ficou livre deles mas, às custas de 20 anos de hormônios que provavelmente provocaram um câncer de seio aos 65, manteve uma vidasexual ativa com o marido até depois dos 80. Ela levava David para os lançamentos da revista, que chegou a circular em mais de 70 países, inclusive dois muculmanos, Turquia e Indonésia. Quando deixou de ser editora da edição americana, aos 74 anos, continuou como supervisora das edições internancionais que ainda circulam em 65 países. A escritora descreve Helen como uma deusa do sexo das americanas de classe média mas, reconhece, não tinha nada de Vênus. E esta é aparte mais fascinante. Magra, com cara de fuinha, sem nenhum peito e nariz plastificado, Helen se descrevia como uma ratinha. Era de fato um modelo para a mulher sem encantos físicos. E, fora da sabedoria sobre o comportamento sexual das solteiras, era uma editora bem informada, mas não muitas ideias originais. Quando fui entrevistá-la para a revista Manchete não encontrei táxis. Era verão, fui a pé e cheguei suando. A única coisa que me lembro da entrevista foi dela todo tempo secando o suor do meu rosto com um lenço de seda. Adorável. Tinha um lado de gueixa. Leia mais sobre esse assunto Colunas anteriores Arquivo - Lucas Mendes Arquivo - Lucas Mendes Tópicos relacionados
Tropas do Paquistão dizem ter eliminado todas as redes de militantes na remota região tribal do Waziristão do Sul, perto da fronteira com o Afeganistão.
O comandante Niaz Khattak disse que os membros da Al-Qaeda foram mortos, capturados ou fugiram para o norte do país. Segundo ele, durante a operação, não foi encontrado sinal na região do líder do grupo, Osama Bin Laden. O Exército do país agora tem o objetivo de criar uma infra-estrutura no local assim como serviços de saúde e educação. Ofensiva Kattahk afirmou que suas forças mataram 306 militantes e prenderam outros 700 desde o início das operações militares na região há mais de um ano. "De acordo com nossos relatórios de inteligência, agora acreditamos que não haja mais nenhum membro da Al-Qaeda no Waziristão do Sul", disse Khattak. Ele ainda afirmou que, entre os mortos, cerca de cem eram estrangeiros, e que aproximadamente 250 soldados do Paquistão morreram durante a operação. Agora que a campanha militar foi encerrada no Waziristão do Sul, comandantes americanos no Afeganistão estão pressionando o Exército paquistanês para que buscas passem a ser realizadas no norte do país, para onde alguns militantes teriam fugido. Khattak disse que isso não é um problema porque os rebeldes estão operando em grupos pequenos e que os serviços de inteligência do país não apontaram para a necessidade de uma ofensiva.
O Milan anunciou nesta segunda-feira a rescisão "por comum acordo" do contrato entre o clube italiano e o atacante Rivaldo.
"Agradecemos Rivaldo por sua contribuição nas conquistas da Liga dos Campeões, da Copa da Itália e da Supercopa Européia, e desejamos toda sorte no resto da sua extraordinária carreira", disse um comunicado do Milan. Com o acordo, o brasileiro de 31 anos está livre para buscar outro clube europeu em janeiro, quando as inscrições para os principais campeonatos são reabertas. Rivaldo recebia um dos salários mais altos do Campeonato Italiano. O brasileiro trocou o Barcelona pelo Milan após a conquista da Copa do Mundo de 2002 com a Seleção Brasileira. O atacante estava insatisfeito por não ter conseguido um lugar na equipe principal do clube italiano e deveria ter deixado o Milan em setembro, mas voltou atrás. Desde então, entrou em campo só uma vez, como substituto. "Honestamente, não sei porque não arrumei espaço na equipe, nem no banco", disse o brasileiro sobre sua passagem pelo Milan. Recentemente, o jogador demonstrou interesse em jogar em equipes inglesas, especialmente o Chelsea e o Liverpool. Outra opção seria a Espanha.
O Brasil espera que o etanol ajude a acelerar sua lenta ascenção como potência econômica, diz reportagem na edição desta quarta-feira do jornal americano The Christian Science Monitor.
"Ao sobrevoar o coração do Brasil, uma vasta savana, conhecida aqui como cerrado, pode-se confundir o cenário com Iowa, Kansas, ou praticamente qualquer lugar no cinturão agrícola dos Estados Unidos", diz a repórter Sara Miller Llana. Segundo ela, "até fazendeiros americanos chegaram para se unir ao boom que, nos últimos anos, posicionou o Brasil para superar os Estados Unidos como a superpotência agrícola do mundo". "No ano passado, o Brasil suplantou os Estados Unidos como maior exportador de soja. A isso se seguiu ter chegado ao primeiro lugar na exportação de carne bovina em 2004. E agora que o alto preço do petróleo e preocupação com mudanças climáticas despertaram uma demanda global por combustíveis alternativos, o Brasil tem o objetivo de dobrar sua produção de cana-de-açúcar para etanol na próxima década." A reportagem diz que a importância do Brasil foi demonstrada esta semana durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Índia, "onde os dois países anunciaram planos de quadruplicar o comércio (bilateral) para US$ 10 bilhões até 2010 e estimular o uso de biocombustíveis pela Índia". "As duas potências econômicas em emergência também têm o objetivo de fortalecer a cooperação como vozes vigorosas do mundo em desenvolvimento antes de iniciarem as conversações do G-8 na Alemanha nesta semana." O fortalecimento da posição do Brasil nas negociações de comércio internacional também foi mencionado na reportagem do Christian Science Monitor. "Na medida em que o agrobusiness do Brasil floresceu, (o país) ganhou importantes disputas comerciais contra os Estados Unidos, inclusive a remoção de subsídios ao algodão, e liderou uma coalizão de nações em desenvolvimento contra subsídios dos Estados Unidos em geral e tarifas européias dentro da Rodada de Doha (negociações para a liberalização do comércio internacional)." Para o jornal americano, "a ascenção do país como celeiro do mundo - uma transformação possível por uma abundância de terras e sol, décadas de recursos investidos em pesquisa, e uma crescente demanda de países em desenvolvimento como Índia e China - tem implicações para o retrato da agricultura mundial hoje". "Hoje o Brasil é o maior exportador mundial de açúcar, carne bovina, carne de aves, café, suco de laranja e tabaco", e embora "um mercado internacional para o etanol ainda seja incerto", se isto se firmar, "o Brasil será certamente um fornecedor central" no mundo. "Sua produção de etanol é muito mais eficiente do que a dos Estados Unidos, que produzem etanol a partir de milho." A reportagem ressalta, contudo, que o caminho para se tornar potência econômica não será fácil para o Brasil. Um de seus principais desafios é "falta de infraestrutura". "Um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou que só 10% das estradas do país são pavimentadas. Isto contribui para o alto custo do transporte na exportação de soja, por exemplo - o dobro do que custa nos Estados Unidos." O desmatamento é outro problema citado pela reportagem, com a expansão de plantações de soja e cana-de-açúcar mata adentro. "'O Brasil precisa decidir o quanto está desejando sacrificar de seus recursos naturais para ajudar outros países com suas necessidades energéticas e com suas necessidades de soja", disse Randy Curtis, um especialista em infraestrutura latino-americana (na organização) The Nature Conservancy." Outra questão levantada na reportagem é quem se beneficia com o desenvolvimento do setor agrícola: se grandes multinacionais ou pequenos agricultores. "Muitos agricultores pequenos, de subsistência, foram deslocados", diz a reportagem.
O ex-primeiro-ministro Rafik Hariri integra a longa lista de líderes libaneses assassinados nas últimas três décadas do conflito no país.
Em quase todos os casos, ninguém foi levado à Justiça pelas mortes, e a responsabilidade nunca foi atribuída a um culpado de forma confiável e indisputável. A morte do ex-premiê vai inevitavelmente suscitar temores de que, depois de um período de reconstrução e relativa estabilidade – boa parte sob a liderança do próprio Hariri –, o país pode estar agora prestes a reviver os tempos de turbulência. Há muita ansiedade em relação à possibilidade de o país ser envolvido em um caldeirão de conflitos regionais e internacionais enquanto o governo americano tenta pressionar a Síria a retirar as suas tropas do Líbano, onde estão desde 1976. A oposição libanesa já acusou a Síria pelo assassinato de Hariri. Influência Embora o ex-primeiro-ministro nunca tenha aderido à oposição anti-Síria no Líbano, fazia anos que ele se desentendia com o grande aliado sírio no país, o presidente Émile Lahoud. Hariri renunciou ao cargo de primeiro-ministro em outubro do ano passado, depois que uma extensão do mandato de Lahoud por três anos foi aprovada, com grande apoio do governo sírio. Aliás, alguns dos aliados mais próximos da Síria acusavam Hariri de estar por trás de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU apresentada pelos Estados Unidos pedindo a retirada das tropas sírias. Alguns integrantes do grande bloco parlamentar de Hairiri participaram de encontros com a oposição que defendiam a retirada da Síria. Os críticos da Síria com certeza argumentariam que, embora Hariri não estivesse mais no poder, ele era um político de reviravoltas e estava planejando uma nas eleições gerais previstas para maio. Se ele tivesse retomado o cargo de primeiro-ministro com um mandato forte o suficiente para desafiar Lahoud, ele poderia ter representado uma ameaça à presença militar síria no Líbano. Pedido O governo sírio, porém, foi rápido em condenar o assassinato de Hariri em fortes termos. A responsabilidade pelo ataque foi supostamente reivindicada pelo grupo Vitória e Jihad no Levante, desconhecido até então. A reivindicação é claramente uma tentativa de implicar militantes islâmicos no atentado, como uma suposta extensão da insurgência saudita. Isso seria novidade no Líbano. Não há uma razão aparente pela qual um grupo, de uma hora para a outra, passaria a realizar atentados contra o ex-premiê libanês, ainda que tivesse capacidade para tanto. Mesmo se a autenticidade for comprovada, a reivindicação não elimina a possibilidade de envolvimento de outras partes no ataque. Israel A maneira com que Hariri foi assassinado sugere o envolvimento de uma grande agência de inteligência. O ataque foi meticulosamente planejado na base de informações fortes e precisas sobre os movimentos do ex-premiê. O tamanho e a precisão da explosão não deram à vítima chances de sobreviver e mostraram uma capacidade que seria surpreendente se viesse de um grupo pequeno. Depois de assassinatos similares no passado, analistas libaneses dizem que, enquanto a Síria pode ter sido o suspeito mais óbvio, o incidente pode ter sido planejado por inimigos do país - principalmente Israel - que podem ter motivação de tomar alguma ação que poderia facilmente ser atribuída a Damasco. Israel certamente tem capacidade para tal, e com certeza será culpado por alguns, apesar da falta de algum motivo óbvio. Israel nunca negou que seus agentes estavam por trás do primeiro assassinato causado por um carro-bomba no Líbano, quando o chefe do serviço de inteligência palestino Abu Hassan Salameh, culpado por Israel pelo massacre de atletas no Setembro Negro, durante as Olimpíadas de Munique de 1972, foi morto em Beirute em 1979. Complexidade Analistas libaneses também dizem que, dadas as maneiras complexas e enganosas com que as agências de inteligência operam, talvez somente um pequeno número de pessoas saiba quem esteve realmente por trás de qualquer assassinato. Na década de 80 houve uma série de misteriosos assassinatos, a maioria deles envolvendo bombas massivas, o que tornou mais fácil evitar a detenção, ao contrário de outros métodos em que os assassinos podem ter risco de ficar expostos. Dois presidentes recém-eleitos na época, Beshir Gemayel em 1982 e Rene Muawad em 1989, e o mufti (líder religioso) Hassan Khaled em 1989, foram todos assassinados por bombas. O mesmo aconteceu com um dos predecessores de Harri no cargo de primeiro-ministro, Rashid Karami, que morreu devido à explosão de uma bomba que havia sido colocada no helicóptero em que ele viajava, em 1987. Durante o período de relativa tranqüilidade e reconstrução, nos anos 90, esses ataques cessaram. Mas o ex-chefe da milícia cristã Elie Hobeiqa foi assassinado por um carro-bomba em janeiro de 2002, e o ex-ministro druso Marwan Hamadeh sobreviveu por pouco a um atentado similar em setembro do ano passado. A morte violenta de uma figura importante como Rafik Hariri vai balançar a confiança de muitos libaneses na paz que eles vêm desfrutando desde o acordo de Taif em 1989. Hariri foi um dos arquitetos do acordo e da reconstrução do país que se seguiu. Apesar de sua dinâmica e visão comercial serem vistas como controversas, o bilionário libanês era um dos poucos políticos sunitas capazes de ocupar o cargo de primeiro-ministro, e possivelmente o único com poder suficiente para assumir o cargo e manter uma agenda independente.
O príncipe Harry e sua mulher, a duquesa de Sussex, Meghan Markle, não vão voltar a ser membros ativos da família real, ou seja, não terão compromissos oficiais e responsabilidades de membros da realeza britânica, segundo o Palácio de Buckingham.
Harry e Meghan agora moram na Califórnia A rainha Elizabeth confirmou que o casal não vai continuar "com as responsabilidades e deveres inerentes a uma vida de serviço público", embora continuem sendo "membros muito queridos da família". O casal afirmou que "o serviço (que prestam) é universal" e ofereceu-se para continuar a apoiar as organizações que eles representavam como membros da família real. Harry e Meghan disseram em janeiro passado que iriam se afastar de seus cargos como membros da realeza "sênior" e tinham planos para se tornarem financeiramente independentes. O casal, que agora mora na Califórnia, renunciou formalmente em março do ano passado, com um plano de revisar os acordos feitos após 12 meses. Fim do Talvez também te interesse A confirmação da renúncia significa que o príncipe Harry e Meghan retornarão suas nomeações militares honorárias e patrocínios reais, que serão redistribuídos aos membros ativos da família real. No acordo fechado no ano passado, o casal desistiu de usar os títulos de Sua Alteza Real, mas Harry vai manter o título de príncipe, porque é um título que recebeu ao nascer. Harry vinha conversando com outros membros da família real antes de fazer a confirmação da renúncia. "A Rainha confirmou que, afastando-se do trabalho da família real, não é possível continuar com as responsabilidades e deveres inerentes a uma vida de serviço público", disse o comunicado do Palácio de Buckingham. "Apesar de todos estarem tristes pela decisão, o duque e a duquesa continuam sendo membros muito queridos da família." Um porta-voz de Harry e Meghan disse que os dois continuam "comprometidos com seu dever e serviço ao Reino Unido e ao redor do mundo" e que eles ofereceram seu apoio contínuo às organizações que representaram, independentemente da função oficial. Recentemente o casal anunciou que está esperando um segundo filho "Todos nós podemos viver uma vida de serviço (público). O serviço é universal", disse o comunicado. Entidades agradeceram o casal Vários dos ex-patrocinadores do duque e da duquesa agradeceram ao casal por seu apoio após o anúncio. O Queen's Commonwealth Trust (entidade filantrópica que patrocina projetos de jovens em países da Commonwealth), fundado em 2018 com Harry e Meghan como presidente e vice-presidente, disse que foi "muita sorte" ter tido o "grande apoio e incentivo" do casal em seus anos de formação. "Estamos felizes por eles permanecerem em nosso círculo de apoiadores", disse o fundo em um comunicado. A associação de universidades da Commonwealth disse que Meghan tem sido "uma defensora apaixonada" de sua missão de "construir um mundo melhor por meio do ensino superior" desde que assumiu o papel de patrona, em janeiro de 2019. E o National Theatre, outra entidade da qual Meghan era patrona, disse que a duquesa ajudou seu esforço com comunidades e jovens do Reino Unido para tornar o teatro acessível a todos. Duas ligas de Rugby, a Rugby Football League e a Rugby Football Union também agradeceram Harry "por seu tempo, cuidado e comprometimento" em apoiar as organizações. A Invictus Games Foundation, que organiza um evento esportivo internacional para militares feridos em ação, disse que Harry continuará sendo um patrono da organização, que ele ajudou a fundar. O duque permanece "totalmente comprometido" com os eventos da organização, disse a entidade em um comunicado. "Seu serviço militar e experiência, combinados com sua genuína compaixão e compreensão por aqueles que servem seus países, aumentaram a conscientização sobre os veteranos feridos e enfermos e sobre o papel que eles continuam a desempenhar na sociedade", acrescentou. Harry também continuará a trabalhar com a organização de caridade para veteranos Walking With The Wounded. A Smart Works, uma instituição de caridade que ajuda mulheres com roupas para fazer entrevistas de emprego e com treinamento para trabalhar, e a entidade de protação animal Mayhew também continuarão a ter Meghan como apoiadora. O que os anúncios significam? Segundo o correspondente para a família real da BBC, Jonny Dymond, a confirmação da renúncia poderia ter sido uma formalidade, mas o fato de que duas declarações foram feitas — tanto da Rainha quanto do casal — mostra que ainda existe uma certa quantidade de "amargura" na relação de Harry e Meghan com a família. "A declaração do palácio estabelece o pensamento da rainha; para ela, o casal abandonou a vida do serviço público. Mas o casal retrucou, dizendo que permanecem 'comprometidos com o dever e o serviço' e que o 'serviço', longe de ser uma questão de títulos e funções, 'é universal'", afirma Dymond. Os anúncios vêm em um momento delicado, em que o duque de Edimburgo, avô de Harry e marido da rainha, está no hospital. Então por que fazer o anúncio agora? "Uma fonte disse que a história já era de conhecimento geral e de qualquer forma estaria nos jornais no fim de semana. A sugestão: é que cada um dos lados está tentando atropelar o outro com o anúncio", diz Dymond. Em relação aos títulos, afirma Dymond, a perda do título de Capitão da Marinha Inglesa fará falta para Harry, para quem a vida militar foi um grande definidor de personalidade. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Com seus ternos pretos, seus cabelos trançados e rostos sem sorrisos, os judeus hassídicos não despertam simpatia à primeira vista. Não sei se são muito simples ou muito complicados ou se somos todos iguais.
O excelente fotógrafo Claudio Edinger viveu entre os hassídicos do Brooklyn fazendo um ensaio fotográfico e ficou fascinado com eles, mas nunca fotografou uma circuncisão hassídica ortodoxa. São muito fechadas e agora estão no centro de uma briga entre o prefeito e a comunidade. Nesta circuncisão o rabino chupa o sangue do pênis do bebê para limpar a ferida deixada pelo corte da pele. Quase 4 mil recém-nascidos hassídicos de Nova York passam por esta sucção todos os anos, mas no ano passado três deles contraíram herpes. Um morreu, outro sofreu lesão cerebral. O rabino envolvido foi proibido de fazer novas sugações enquanto a secretária de saúde investiga os casos e o secretário mandou uma carta à comunidade judaica sobre os perigos desta sucção oral. Os hassídicos declararam guerra ao prefeito porque consideram a proibição ao rabino e a carta do secretário interferências do Estado na religião. A maior associação de rabinos da cidade sugeriu o uso de um canudo esterilizado para sugar o sangue mas os hassídicos insistem que uma tradição de 5 mil anos não vai terminar por causa de “um ou dois acidentes”. Mesmo se fosse possível aprovar uma lei proibindo as sucções, seria impossível forçar o seu cumprimento porque o ritual é feito dentro das casas. A poucos quarteirões dos 100 mil hassídicos do Broklyn vivem 600 mil muçulmanos, a maior comunidade islâmica de Nova York. Eles também têm rituais chocantes para os não iniciados, como enterrar seus mortos enrolados num simples lençol, sem caixão. Entre haitianos e alguns grupos latinos, onde termina a religião e começa a feitiçaria? Quem decide? Pobre Bloomberg.
A deflação de 0,15% em junho registrada pelo IPCA abre caminho para uma redução mais sustentada das taxas de juros, mas analistas recomendam que o Banco Central não deixe de lado a prudência em sua política monetária.
O economista Ricardo Amorim, diretor para a área de investimentos da consultoria IDEAGlobal, em Nova York, acredita que a taxa básica de juros pode cair dois pontos percentuais já na próxima reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central. O banco de investimentos Merril Lynch, em Nova York, também prevê uma redução já em julho mais significativa do que o último corte na taxa Selic promovida pelo BC, que foi de apenas 0,5 ponto percentual. “A gente trabalha com a perspectiva de uma queda de pelo menos 1%”, diz o economista Felipe Illanes. Perguntas Mas os analistas alertam que a deflação de junho não significa que a batalha contra a inflação já está vencida. Amorim acredita que em julho a inflação deve voltar a ser positiva, devido ao aumento das tarifas de telefone e energia. “Ainda há definições sobre tarifas pela frente”, concorda Illanes. “Não se sabe como elas vão ser parceladas, se vai haver aumento de combustível; há um elemento de indefinição com relação à sustentabilidade dessa queda de preços.” A queda das taxas de juros, na estimativa da Merril Lynch, deve ser gradual, terminando o ano em cerca de 20% ou 20,5%. Deflação global Isso significa que a deflação de junho no Brasil não deve ser encarada como um sinal de que o país pode sofrer o mesmo tipo de fenômeno que assusta os bancos centrais dos Estados Unidos, da Europa e do Japão. Longos processos deflacionários trazem grandes riscos para a economia, afetando fortemente a atividade produtiva, por exemplo. A acentuada redução da atividade econômica e as baixas taxas de inflação em países como os Estados Unidos e a Alemanha fazem muitos temer que a economia global esteja entrando justamente em um desses períodos. No Brasil, a queda global nas taxas de inflação já teve alguns efeitos. Illanes explica que a redução nas taxas de juros no Primeiro Mundo tornaram mais atraentes os títulos da dívida pública de países emergentes, especialmente os do Brasil, o que ajudou a valorizar o real e conseqüentemente derrubar os índices de inflação.
A rede britânica ITV News divulgou nesta terça-feira que teve acesso a documentos e fotografias que trazem detalhes sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano pela polícia britânica no dia 22 de julho.
Segundo a ITV News, os documentos e as fotografias mostram que o brasileiro não estava vestindo uma jaqueta volumosa, como a polícia havia divulgado anteriormente, mas, sim, uma jaqueta jeans. Ele também não estaria carregando uma mochila nem teria pulado a catraca da estação do metrô. Ainda de acordo com a emissora, o brasileiro teria agido normalmente, inclusive teria pego uma jornal para ler, e teria apenas corrido após a chegada do metrô na plataforma. A Comissão Independente de Queixas sobre a Polícia (IPCC, na sigla em inglês), um órgão que investiga possíveis erros em ações policiais, disse desconhecer a fonte de informação dos supostos documentos vazados para a ITV News. Imagem As informações divulgadas pela emissora britânica - que não são oficiais - são contrárias à versão da polícia britânica, que disse que o brasileiro teria corrido e não teria obedecido a pedidos para que parasse e que, por isso, os policiais atiraram contra o que consideravam ser um suspeito. Jean Charles de Menezes morreu com sete tiros na cabeça e um no ombro. Uma foto publicada no website da ITV News mostra o que parece ser o corpo do brasileiro estirado no chão do vagão do metrô cercado por uma poça de sangue. Uma das primas de Jean Charles de Menezes, Vivian Menezes, disse à BBC Brasil que a família espera a divulgação das fitas do circuito interno de televisão da estação de Stockwell, onde o brasileiro foi morto, para que o caso seja esclarecido. Ao ser informada sobre o relatório divulgado pela rede de televisão britânica ITV News, ela disse que o documento apenas comprova o que a família de Jean Charles repetia. "Isso a gente já sabia desde o início. Ele não tinha nenhuma jaqueta, da forma que eles estavam falando. Ele não tinha o hábito de usar roupas pesadas, nem no inverno nem no verão. Geralmente ele usava uma jaqueta jeans leve. Não acolchoada como eles disseram", afirmou, por telefone, de Gonzaga, em Minas Gerais, onde passa um tempo com sua família. "A gente está correndo atrás de todos os fatos e não de boatos e vamos querer tudo apuradinho para fazer justiça", disse Vivian que morava com Jean Charles e outra prima num apartamento no sul de Londres. Outro primo de Jean Charles, Alessandro Alves, disse à BBC Brasil que a família em Gonzaga ainda está sendo informada sobre os novos desdobramentos. Seu irmão, Alex Alves, que também morava em Londres e está passando uma temporada no Brasil, foi o encarregado de levar as informações aos pais de Jean Charles. "Agora está provado que a gente não estava mentindo, que ele usava sempre a jaqueta jeans. Todo mundo viu agora que ele estava com a jaqueta jeans", disse. "Ele chegou, pegou o jornal. Se ele estivesse assustado, teria parado para pegar o jornal?", indagou. "Aí ele entrou na estação, desceu, entrou no metrô, aí atiraram nele. Estava sentado, né? Eu penso que ou sentado, ou então pegaram ele e colocaram a cabeça dele no chão. A imagem mostra que ele estava no chão, deitado, e que em cima da poltrona estava uma poça de sangue."
A internet tem sido há algum tempo uma ferramenta essencial para ativistas políticos, mas a novidade agora são os games com mensagens políticas.
No site do grupo italiano ChainWorkers, batizado de Molleindustria (ou "indústria suave"), o internauta pode participar de uma manifestação virtual de 1º de maio em que é possível aumentar o número e controlar o tipo de manifestantes presentes. A Molleindustria é conhecida por seus games, que procuram ressaltar o que seus criadores chamam de aspectos mais injustos do capitalismo moderno. O jogo Tamatipico dá ao jogador uma equipe de funcionários que ele deve manter satisfeita para que a produção seja mantida. Se o empregado não dorme ou vê TV o suficiente, ele fica doente ou entra em greve. O patrão, entretanto, tem a palavra final e pode demitir o empregado. Estrutura "A ideologia do jogo é expressa pelas regras internas do jogo, sua estrutura e mecanismos", diz o designer de games Paulo Pedercini. Outro grupo que desenvolve esse tipo de games é o uruguaio Newsgaming. A empresa produziu um jogo chamado 12 de Setembro. Os jogadores caçam terroristas, mas utilizam armas descalibradas, o que torna impossível evitar os danos colaterais. O número de terroristas aumenta a cada disparo errado. No jogo Madri, o jogador clica nas velas para que elas brilhem mais forte. Como toda lembrança, entretanto, elas tendem a se apagar. Os produtores desses jogos estão desenvolvendo uma contracultura de games. Eles se definem como os últimos de uma série de satiristas políticos que não poupam os que estão no poder. Um de seus alvos principais são os Estados Unidos, principalmente por causa da chamada "guerra contra o terrorismo". Os americanos, no entanto, e em particular os republicanos, também estão utilizando games para conquistar pontos políticos. Eles lançaram recentemente uma versão do jogo Space Invaders , chamada de Invasores de Taxas. Nele, o presidente George W. Bush aparece como a única esperança do contribuinte americano para evitar impostos mais altos.
A relação do Brasil com os outros países da América do Sul foi o tema nesta quarta-feira do primeiro de quatro debates realizados pela BBC Brasil no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo.
Durante o evento, correspondentes de publicações internacionais e especialistas em política externa discutiram o impacto da diplomacia brasileira na região e os obstáculos que os países enfrentam na busca por uma maior integração regional. "O processo de integração regional está enfrentando dificuldades", afirmou Carlos Pagni, colunista do La Nación. "Houve coisas traumáticas, momentos de incerteza, mas acredito que o Brasil pode sonhar com uma liderança efetiva na região." Pagni frisou que o Brasil é reconhecido pela Europa e pelos Estados Unidos como o interlocutor da região e elogiou a diplomacia brasileira. Outro debatedor, o correspondente do Financial Times no Brasil, Jonathan Wheatley, disse que o Brasil "naturalmente tem um peso na América do Sul, mas preferiu nunca se impor". "A diplomacia brasileira seguiu a linha de fazer as coisas com calma, amigavelmente, sem 'mandar' nos outros países", disse Wheatley, que vive no Brasil há 15 anos escrevendo para órgãos de imprensa estrangeiros. O jornalista citou como exemplo a postura brasileira na recente crise diplomática entre Colômbia e Equador que também teve o envolvimento da Venezuela. Crise andina Ricardo Seitenfus, especialista em relações internacionais, disse durante o debate que a resolução da crise andina foi importante por "demonstrar que a região pode resolver seus próprios conflitos". Seitenfus acrescentou que o Brasil deve aproveitar que o nome do presidente Lula é quase uma unanimidade no exterior e que o país "está na moda" para não só desempenhar um papel mais importante no cenário mundial como para tentar resolver questões internas que afligem o país. Correspondente da BBC Mundo em Caracas, o jornalista Carlos Chirinos comentou a maneira como o Brasil é visto nas ruas de Caracas, Quito e Bogotá, lugares onde trabalha. "O Brasil é, em primeiro lugar, futebol, Pelé, novelas", disse Chirinos. "Mais recentemente, empresas e produtos brasileiros ganharam importância nos países do norte da América do Sul." "Mas, hoje, também se fala muito em Lula", acrescentou. "Um pouco pela simpatia dele, mas também porque ele aproximou o país dos outros países da região." O jornalista afirmou, no entanto, que o Brasil ainda é um "gigante desconhecido" para os vizinhos, que sabem muito pouco sobre o que realmente acontece no país, sua composição social e seus principais problemas. Série de reportagens O debate desta quarta-feira foi mediado pelo editor-executivo da BBC para Américas e Europa, Américo Martins. O evento é parte das comemorações dos 70 anos de existência do serviço brasileiro da BBC. O BBC Debate será realizado até quinta-feira, com mais três painéis discutindo a objetividade na imprensa, a liberdade de expressão e o futuro do jornalismo. A América do Sul, além de protagonizar o debate inicial, é também o tema da série de reportagens especiais em texto, áudio e vídeo "O Gigante Vizinho: O Brasil e a América do Sul", lançada nesta semana pela BBC Brasil. "Enviamos repórteres a todos os 11 países da América do Sul, entrevistando economistas, autoridades e pessoas comuns, para descobrir como nossos vizinhos vêem a participação do Brasil na região", disse o diretor da BBC Brasil, Rogério Simões, na abertura do evento.
Em 19 de março, o presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou em sua residência oficial em Buenos Aires que no final do dia a Argentina se tornaria um dos primeiros países da região a entrar em quarentena obrigatória.
Um grupo de moradores da cidade patagônica de Loncopué violou a quarentena obrigatória para comemorar um aniversário. O resultado: dois mortos (incluindo o aniversariante), dezenas de infectados e uma cidade de 6.000 habitantes totalmente isolada No entanto, a centenas de quilômetros de distância, em uma pequena cidade da Patagônia, um grupo de vizinhos decidiu que o decreto presidencial não iria atrapalhar seus planos de desfrutar de um churrasco de domingo. Não era apenas um churrasco: era também uma festa de aniversário; então, depois de comer, o grupo de familiares e amigos seguiu comemorando. "Comeram churrasco e compartilharam cerveja e vinho da mesma garrafa", disse o prefeito da Loncopué, no oeste da Argentina, onde o evento foi realizado. A violação das regras acabou provando-se mortal. Alguns dias depois, o aniversariante, um homem de 64 anos, morreu. As autoridades de saúde confirmaram seu diagnóstico positivo por covid-19. Fim do Talvez também te interesse Outro homem de 68 anos, que nem participou das celebrações, morreu após ter sido infectado por um dos filhos do aniversariante. E pelo menos 29 moradores de Loncopué testaram positivo para o vírus, um deles uma mulher de 61 anos que está hospitalizada em um hospital próximo. O tamanho do surto levou as autoridades regionais a declarar o isolamento total desta cidade de cerca de 6.000 habitantes, bloqueando as vias de acesso. Todas as lojas também foram fechadas. O promotor que ordenou o isolamento disse que tomou a decisão "para a proteção da saúde pública de todos os cidadãos da cidade, locais próximos e da província em geral". Presidente argentino, Alberto Fernández, decretou quarentena obrigatória em 20 de março 'Servir de lição' Por sua parte, o prefeito de Loncopué, Walter Fonseca, alertou que "às vezes, quando a quarentena não é realizada adequadamente, essas coisas acontecem". "Tem que ser uma lição para pessoas de outros locais entenderem que isso (isolamento social) não é uma piada", disse ele ao canal de notícias A24. "Quarentena significa quarentena: você tem que ficar em casa, não pode receber visitas nem nada do tipo." "Lamentamos profundamente o que está acontecendo conosco, a perda de nossos vizinhos", disse ele. Os casos de Loncopué representam um terço do número total de infectados em toda a província de Neuquén. As autoridades que ordenaram o "bloqueio" da cidade em 10 de abril anunciaram que a partir de terça-feira a medida será relaxada, permitindo que as empresas renovem seus estoques para que os moradores possam acessar alimentos e suprimentos básicos. No entanto, as lojas só podem abrir entre 10h e 16h. Autoridades fecharam os acessos a Loncopué para tentar corter surto Paciente zero Os pesquisadores ainda não foram capazes de determinar quem foi o "paciente zero" que levou o coronavírus para Loncopué. Provavelmente, acreditam eles, um vizinho contraiu o vírus durante uma visita a uma cidade vizinha, onde outras infecções foram registradas. Eles estão convencidos de que o fatídico churrasco teria sido uma das principais fontes de propagação. Vários dos participantes estão entre os casos que deram positivo para a covid-19. Mas os primeiros que morreram como resultado desse contágio nem participaram da celebração. O filho da vítima, Claudio, disse que seu pai provavelmente contraiu o vírus de um vizinho, um jovem gasista, que o ajudou a limpar seu aquecedor. O jovem era um dos filhos do aniversariante, o homem de 64 anos que acabaria morrendo um dia depois do pai de Claudio. A partir desses dados, as autoridades concluíram que o provável foco inicial de contágio havia sido o churrasco em 22 de março. Eles imediatamente rastrearam e isolaram os outros participantes daquele evento, vários dos quais foram diagnosticados positivo para a covid-19 (embora muitos sem sintomas). 'Falta de consciência' Apesar do drama que está gerando, o coronavírus não conseguiu dividir esta cidade, principalmente dedicada à pecuária, mineração e comércio. Um símbolo disso foram as palavras de Cláudio, que apesar de ter perdido o pai, garantiu que não guarda rancor contra as pessoas que participaram do churrasco. "O que aconteceu foi resultado da falta de consciência, mas não havia intenção maliciosa", disse ele ao canal de notícias da TN. Ele também enfatizou que seu pai, que estava em uma cadeira de rodas, tinha um relacionamento "muito agradável" com seu vizinho gasista e que ele e sua família eram muito gratos ao jovem por todas as vezes que ele o ajudara. As duas famílias até falaram ao telefone e lhe ofereceram suas condolências pelas perdas. 'Muito longe' O Ministério Público informou que abriu uma investigação para determinar as responsabilidades criminais dos moradores que participaram do churrasco. No entanto, a imprensa local garante que eles não foram os únicos que violaram a quarentena obrigatória em Loncopué. Presidente Alberto Fernández decretou uma quarentena obrigatória em 20 de março, que foi prorrogada até o final de abril. Nas últimas semanas também houve outros eventos, como churrascos e casamentos, dizem eles. Daniel, outro filho do aniversariante que morreu, admitiu no jornal "La Nación" que uma certa "mentalidade de cidade pequena" estava jogando contra eles. "Foi algo que havia acontecido muito longe dali", disse ele. "Pensamos que (o vírus) nunca chegaria aqui." "Agora o temos entre nós, na cidade", lamentou. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Duas das maiores companhias aéreas americanas, a Delta e a Northwest, entraram nesta quarta-feira com pedidos de concordata. Os dois pedidos foram protocolados com minutos de diferença.
A Delta, terceira maior empresa aérea americana, e a Northwest, quarta maior, vêm perdendo receita por conta da queda no número de passageiros desde os atentados de 11 de setembro de 2001 e do aumento nos custos provocados pela alta do petróleo. Outras duas grandes companhias de aviação americanas, a United (segunda maior do país) e a US Airways (sexta maior) já estão operando sob concordata. Segundo um correspondente da BBC especializado em economia, a concordata não deve afetar os passageiros no curto prazo. A lei americana permite que as empresas continuem operando normalmente enquanto tentam sanar seus problemas financeiros. Desafios Segundo a direção da Delta, a medida ajudaria a “atender os desafios financeiros e apoiar os esforços em curso para se tornar uma companhia aérea mais simples e mais eficiente”. “A ação que tomamos é um passo necessário e responsável para preservar o valor da Delta para nossos credores, clientes, empregados, parceiros de negócios e outros detentores de ações enquanto atendemos nossos desafios financeiros e trabalhamos para garantir nosso futuro”, afirmou o presidente da Delta, Gerald Grinstein. A Northwest disse que continuaria a operar normalmente. “Como já afirmamos consistentemente, a indústria da aviação mudou de forma permanente”, disse o presidente da empresa, Doug Steenland. “A Northwest precisa reduzir significativamente seus custos para competir com outras companhias”, disse. Segundo ele, ao entrar com o pedido de concordata, a Northwest “garante que terá meios de completar a transformação da empresa rápida e efetivamente”. Perdas Especulações sobre os problemas financeiros das duas empresas vêm aparecendo há meses. A Delta perdeu US$ 10 bilhões (cerca de R$ 23,2 bilhões) desde 2001 e tem uma dívida de US$ 14 bilhões (R$ 32,5 bilhões). Os problemas da Northwest estão relacionados aos altos custos trabalhistas, que a empresa tenta cortar em US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 2,6 bilhões). A Delta e a Northwest são duas das mais conhecidas e antigas companhias aéreas americanas.
O ambicioso pacote de reformas da Alemanha, que têm o objetivo de estimular a economia, chegou a um impasse.
A câmara alta do Parlamento alemão, controlada pela oposição, bloqueou temporariamente a proposta de mudança da legislação trabalhista. Também havia a expectativa de que seria bloqueada a proposta de cortes de impostos, numa tentativa da oposição de forçar o governo a fazer mudanças. A câmara alta do Parlamento decidiu criar um comitê de mediação para tratar dos planos de corte de benefícios para os desempregados por prazo longo e da criação de uma rede de centros de empregos. Futuro político Sem sinais de recuperação efetiva do crescimento econômico e com elevado desemprego, muitos políticos estão com receio de cortar benefícios e reduzir receitas públicas. O chanceler Gerhard Schröder apostou sua sobrevivência política no sucesso do que chama de Agenda 2010 de reformas. As medidas bloqueadas são a parte central das reformas trabalhistas que Schröder quer implantar para tirar a Alemanha de três anos de estagnação. O ministro da Economia, Wolfgang Clement, disse esperar que se chegasse a um acordo sobre todos os aspectos da Agenda 2010, incluindo o corte de impostos, o mais rapidamente possível. Segundo ele, isso é necessário para apoiar os sinais de recuperação da economia alemã. Os conservadores se opõem à proposta de cortar impostos e aumentar o endividamento do governo em 5 bilhões de euros (cerca de R$ 15 bilhões). A economia alemão é a maior da Europa e a terceira do mundo. Manobra O apoio ao Partido Social-Democrata de Schröder vem caindo nas pesquisas de opinião desde março, quando ele anunciou as propostas de cortes no Estado do Bem Estar Social alemão. Nesta semana, depois que o Parlamento aprovou o congelamento de aposentadorias, o apoio ao partido caiu a um recorde de apenas 23% dos entrevistados. Os conservadores esperam forçar Schröder a fazer concessões que o afastem ainda mais da esquerda do seu partido e de tradicionais aliados sindicais. Ele já ameaçou renunciar várias vezes para conter a rebelião da esquerda, que considera as reformas trabalhistas como uma traição às origens socialistas do partido.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que o país não irá abandonar seu direito à tecnologia nuclear diante da pressão ocidental, segundo relatos da mídia local.
Os comentários do presidente foram feitos um dia depois que seis potências ocidentais concordaram em Viena em apresentar um pacote de incentivos ao Irã para que o país interrompa suas pesquisas. Mas a secretária de Estado americana, Condoleeza Rice, disse ainda ter esperanças de se encontrar com ministros iranianos caso o país suspenda seu programa e concorde em negociar. Um alto funcionário do governo americano disse que o Irã parece determinado a desenvolver uma arma nuclear. O diretor do Serviço Nacional de Inteligência dos Estados Unidos, John Negroponte, disse que o Irã pode ter a bomba atômica em 10 anos. O Irã retomou o seu programa de enriquecimento de urânio neste ano, mas continua como signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e insiste que suas atividades têm apenas o objetivo de produzir energia. Pacote de incentivos Ahmadinejad foi citado pela agência de notícias estatal IRNA dizendo que o Irã tinha cooperado e continuaria a cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU. Ele disse que o Ocidente tem outras razões para tentar evitar que o Irã desenvolva a tecnologia nuclear. "Os esforços de alguns países ocidentais de nos impedir (de ter a tecnologia nuclear) não terá nenhum fruto", afirmou. "A razão pela oposição deles não é o fato de eles estarem preocupados com a possibilidade de fabricação de armas nucleares, mas sim o acesso do Irã à tecnologia, o que significaria uma abertura para que todos países independentes, especialmente países muçulmanos, fizessem o mesmo", afirmou. Ahmadinejad não fez nenhuma referência direta à proposta de quinta-feira, que contém tanto incentivos como punições, no caso de o Irã decidir continuar com seu programa nuclear. Os detalhes da proposta de Viena não foram divulgados, mas fontes dizem que poderia incluir a doação de um reator nuclear ao Irã e o fornecimento de urânio enriquecido. Representantes europeus devem apresentar a proposta a Teerã nos próximos dias. Negociação A secretária de Estado americana, Condoleeza Rice, disse esperar que o Irã dê uma reposta oficial à proposta dentro de semanas, mas avisou que o país poderá enfrentar medidas duras caso decida recusar a oferta. Ela disse que há a possibilidade de ela se encontrar com ministros iranianos, no que seria o mais alto nível de contato entre os dois países desde 1979. "Se o Irã estiver preparado para abandonar o seu programa e iniciar negociações, aí nós iremos determinar o nível (de representação), mas eu não ficaria surpresa que os ministros venham a se encontrar em algum momento", disse Rice, segundo a agência de notícias Reuters. Falando em Moscou, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enfatizou que ainda é muito cedo para falar em sanções, dizendo que há a necessidade de ter uma conversa profunda com a liderança iraniana. Mas o correspondente da BBC Jonathan Marcus disse que é tão difícil determinar quem está realmente no controle em Teerã como saber quais são realmente as intenções do governo. Negroponte disse nesta sexta-feira à BBC que Teerã pode ter uma bomba pronta entre 2010 e 2015. Ele também acusou o Irã de ser o principal patrocinador do terrorismo no mundo.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, nomeou um novo primeiro-ministro, um dia depois de dissolver a coalizão de governo liderada pelo Hamas, segundo autoridades.
O ex-ministro das Finanças Salam Fayyad, um político independente, recebeu o pedido de assumir o cargo e formar um governo de emergência. Fayyad já foi executivo do Banco Mundial e é respeitado pela comunidade internacional. Nos últimos meses, governos de alguns países chegaram a optar por tratar diretamente com ele, como uma forma de contornar o Hamas. O Hamas rejeitou sua indicação, dizendo que toda a administração interina era ilegal. O primeiro-ministro destituído por Abbas, Ismail Haniya, disse que ocupa o cargo e que vai ignorar a decisão de Abbas para a dissolução do governo. A nomeação foi feita em meio a um caos político na Faixa de Gaza, depois que o grupo islâmico Hamas assumiu o controle total da região, depois de tomar posições-chave de forças de segurança que estavam nas mãos do Fatah. Estado de emergência A Faixa de Gaza amanheceu nesta sexta-feira calma, mas sob tensão, depois de quase uma semana de enfrentamentos armados entre membros do Hamas e Fatah, que causaram pelo menos 100 mortes. No primeiro dia de governo, o Hamas afirmou que libertou vários comandantes militares do Hamas seguindo uma "anistia" de prisioneiros. O Hamas tinha informado sobre a captura de vários líderes militares importantes do Fatah, incluindo comandantes da Força Nacional de Segurança e da Guarda Presidencial. Na sexta-feira, veículos voltaram a circular pelas ruas de Gaza e as lojas reabriram. Poucos homens armados podiam ser vistos nas ruas, e os relatos de tiroteios são apenas esporádicos. Durante a noite passada, militantes do Hamas ocuparam as dependências presidenciais em Gaza durante a madrugada, horas depois de anunciar a tomada de postos-chave que estavam sob controle do Fatah.
O britânico Lewis Hamilton vai se tornar o primeiro piloto negro da história da Fórmula 1 quando começar a competir pela McLaren na temporada 2007, informou nesta sexta-feira a escuderia.
O piloto de 21 anos de idade vai correr ao lado do campeão Fernando Alonso, substituindo Pedro de la Rosa, que passa a se tornar piloto de testes. Hamilton começou a correr aos 8 anos de idade. Ele venceu seu primeiro campeonato britânico de kart em 1995, ano em que conheceu Ron Dennis, dono da McLaren, que, em 1998, lhe de um contrato de longo prazo. Hamilton venceu vários títulos europeus e mundiais de kart, e foi campeão, em 2003, da Fórmula Renault britânica, vencendo dez das 15 corridas disputadas. Em 2005 ele foi campeão da série européia de Fórmula 3. Ícone De origem modesta – seus pais são imigrantes caribenhos – Hamilton recebeu apoio e treinamento da escuderia para avançar por diversas categorias. "Esse é um sonho que se torna realidade", disse Hamilton em um comunicado. "Dirigir na F1 com a McLaren tem sido minha maior ambição desde muito jovem e esta oportunidade é uma excelente maneira de terminar um ano que tem sido fantástico para mim." Hamilton apontou Ayrton Senna como o seu maior ídolo na F1. O jornal britânico The Times prevê que, se bem-sucedido na modalidade, Hamilton pode se tornar um dos maiores ícones negros do mundo esportivo, da estatura do golfista Tiger Woods. Em setembro passado, Lewis testou um carro de Fórmula 1 da equipe McLaren Mercedes pela primeira vez no circuito de Silverstone, na Grã-Bretanha. Ele fará sua estréia no Grande Prêmio da Austrália, em Melbourne.
Debbie Rowe, uma das duas ex-mulheres de Michael Jackson, admitiu ter mentido quando disse que o astro pop era um modelo de pai, num vídeo gravado como forma de defesa por ele.
O vídeo foi gravado depois que a TV americana exibiu um documentário feito por um jornalista britânico, no qual o cantor admitia ter dividido sua cama com uma criança. Jackson pediu que Rowe tomasse parte no vídeo, conforme ela disse no tribunal de Santa Maria onde o cantor está sendo julgado por molestar sexualmente um adolescente. "Ele me disse que estava para ser divulgada uma história cheia de mentiras e perguntou se eu poderia ajudá-lo. E eu disse: 'Sim, como sempre'", contou ela. “Desonestas” Numa entrevista de nove horas, ela disse que seu ex-marido era "um homem maravilhoso", um modelo de pai. Trechos do vídeo foram mostrados na TV em fevereiro de 2003. Mas no tribunal a ex-mulher de Jackson admitiu que algumas de suas respostas, incluindo aquelas sobre o tipo de pai que o cantor é, foram “desonestas”. Ela contou ao júri que não seguiu nenhum roteiro previamente escrito e rejeitou uma oferta para tomar conhecimento das perguntas com antecedência. O julgamento foi suspenso antes que ela pudesse dar mais detalhes. Mãe de dois dos três filhos de Jackson, Rowe deve continuar a depor nesta quinta-feira. Segundo Rowe, antes da gravação do vídeo, ela e Jackson estavam sem se falar desde 1999. Ela teve que assinar um documento desistindo de seus direitos de mãe em 2001. Segurando as lágrimas, ela afirmou ter esperanças de ser “reapresentada aos filhos” e voltar a ter um bom relacionamento com o pai deles. Quando perguntada por que gostaria de voltar a ter um bom relacionamento com Jackson, Rowe disse: "Ele é meu amigo". No começo de seu depoimento, quando teve que dizer seu nome, ela se identificou como Deborah Rowe-Jackson, mas disse preferir ser chamada de senhora Rowe. Ela contou aos jurados que conhece Jackson há 20 anos e que, apesar de ter sido casada com ele durante três, nunca moraram na mesma casa. 'Credibilidade' Rowe era enfermeira de um dos cirurgiões plásticos de Jackson quando os dois se casaram em novembro de 1996. O casal se divorciou em outubro de 1999, depois do nascimento de Prince Michael (fevereiro de 1997) e de Paris (abril de 98). O cantor ainda tem um outro filho, cuja mãe é desconhecida. A defesa foi contra o testemunho da ex-mulher, alegando que não é relevante para as acusações em questão, mas o juiz não acatou o argumento. Especialistas em direito acreditam que o depoimento de Rowe deverá ter credibilidade com os jurados dado o seu relacionamento próximo com Jackson. A ex-mulher do cantor deve ser uma das últimas testemunhas da acusação, que deve encerrar os seus argumentos nos próximos dias. Michael Jackson se diz inocente das dez acusações feitas contra ele. Se condenado, o cantor pode receber uma sentença de até 21 anos de prisão.
Embora a alta do dólar observada este ano tenha muito reflexo das preocupações globais — principalmente em torno do avanço do coronavírus, o desempenho da moeda brasileira em relação à americana tem se mostrado pior que o de outras moedas de países emergentes, comparáveis ao Brasil.
"O dólar mudou de patamar, não vai voltar mais aos R$ 4. Se o quadro se reverter e houver muita notícia boa: vacina, cura, pode voltar a R$ 4,10, R$ 4,15", diz Vanei Nagem Em 2020, enquanto o real já caiu mais de 15% em relação ao dólar, outros países acumulam perdas menores na mesma comparação. A perda em relação a moeda dos EUA foi de 4,98% na moeda do México (peso mexicano), 9,40% da África do Sul (rand), e 12,75% da Turquia (lira turca). Desde o Carnaval, o dólar subiu 6% em relação ao real. Mas, fora o coronavírus, que fatores influenciam essa desvalorização ainda mais forte da moeda brasileira diante das turbulências globais? "Tem uma parte aí dessa desvalorização do câmbio que é um movimento global: tem um monte de gente querendo saber sobre o coronavírus, como isso vai afetar o crescimento global. e tem impacto sobre várias moedas, não só o real", explica Julia Gottlieb, economista do Itaú Unibanco, que acrescenta que, no caso brasileiro, há também o impacto de algumas questões domésticas, como juros, crescimento baixo e preço de commodities. A BBC News Brasil ouviu economistas e analistas do mercado financeiro para responder a esta pergunta. Fim do Talvez também te interesse Nunca juros tão baixos, com economia fraca A primeira peculiaridade do cenário brasileiro a jogar para cima as cotações do dólar é, sem dúvida, o longo ciclo de retração dos juros básicos da economia. A redução sucessiva da Selic a patamares mínimos históricos— a taxa está atualmente em 4,25% ao ano — tornou alguns rendimentos baseados na taxa de juros brasileira menos atraentes para o investidor estrangeiro, o que recentemente prejudicou o desempenho do real. Desde meados do ano passado, a moeda americana já vinha escalando para se firmar em patamares mais próximos aos R$ 4. Cotado a R$ 4,20 em setembro, o dólar chegou a fechar 2019 cotado a R$ 4,03. Fim do atrativo Na prática, o mercado brasileiro nunca viveu juros tão baixos; historicamente, o país era atrativo para investidores que tomavam dinheiro emprestado no exterior e aplicavam no Brasil, de olho na diferença entre as taxas de juros. Na nova realidade, a perspectiva é que menos dólares entrem no Brasil, o que, pela lei da oferta, valoriza o preço da moeda americana. Dados do fluxo cambial, divulgados pelo Banco Central, mostraram saída de US$ 4,8 bilhões do país em janeiro e fevereiro, resultado de déficit na conta financeira de US$ 10,8 bilhões e superávit de US$ 6 bilhões na comercial. Na terça-feira (3), o Banco Central afirmou em nota sobre o surto de coronavírus que, diante do risco de "desaceleração adicional do crescimento global", a autoridade monetária monitorará atentamente os efeitos do surto sobre a inflação nas próximas duas semanas. Recado que, na avaliação do banco Fibra, sinalizou intenção de baixar ainda mais a Selic. A projeção do Fibra agora é que o Comitê de Política Monetária promova novos cortes na taxa Selic nas próximas três reuniões do comitê, levando a Selic a 3,25% ao ano. Para Cristiano Oliveira, economista-chefe do Fibra, o Brasil poderia voltar a atrair investidores mesmo com os juros baixos, caso a economia apresentasse crescimento expressivo. "Quando começou o corte de juros, o Brasil começou a se tornar um país mais 'normal'. No mundo ideal, o que deveria ter substiuído isso? Crescimento. Um país que cresce atrai capital, mas o crescimento não está vindo", afirma o economista, que reduziu a estimativa para a taxa de crescimento do PIB em 2020 de 2,6% para 1,8%. Parcela significativa da redução na expectativa deve-se à esperada desaceleração da economia chinesa e global, por conta do coronavírus. "O que eu tenho dito é que o real vai ser uma moeda estruturalmente fraca por um período grande, provavelmente anos. Enquanto não houver taxas de crescimento mais expressivas o país não vai atrair capital". Na avaliação de Oliveira, os ruídos políticos gerados pelo próprio governo atrasam a perspectiva de que mais reformas importantes para a economia sejam realizadas, o que piora as projeções econômicas. "São diversos fatores conspirando contra a nossa moeda. PIB potencial baixo; a agenda de reformas está parada. Poderíamos estar aumentando a produtividade do país se as reformas estivessem andando. O ambiente político também tem peso, com certeza". Menos comércio, preço menor de commodities Com a economia da China crescendo menos em razão de todos os entraves ao comércio e à atividade das empresas em razão do coronavírus, outro efeito que se vê na economia é a queda no preço das commodities, que afeta em especial a economia brasileira, exportadora de matérias-primas. Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, sendo o destino de 28,1% das exportações brasileiras, com as vendas especialmente de soja, petróleo bruto, minério de ferro, carne bovina. "Tem uma parte aí dessa desvalorização do câmbio que é um movimento global: tem um monte de gente querendo saber sobre o coronavírus, como isso vai afetar o crescimento global. E tem questões mais domésticas. Essa questão de coronavírus afeta preço de commodities e, toda vez que o preço das commodities cai ele tem impacto na moeda brasileira, que acaba sendo muito ligada a esse preço", afirma Julia Gottlieb, economista do Itaú Unibanco. Na quinta-feira, diante da valorização da moeda, o Banco Central realizou três leilões de swaps cambiais (novos) ao longo do dia, colocando US$ 3 bilhões no mercado. A oferta de dólares, contudo, teve pouco efeito sobre a cotação do dólar, que atingiu R$ 4,66 na máxima do dia. A economista do Itaú destaca que o BC não atua para controlar a taxa de câmbio, que é flutuante, mas apenas para atingir metas de inflação. "O que a gente trabalha é com um câmbio, no final do ano, mais apreciado, a R$ 4,15. A gente acha que à medida que o choque global for se dissipando e o crescimento retornando o capital vai retornar ao país. No curto prazo deve continuar depreciado, mas o fundamento é de uma moeda mais apreciada". Em 2020, enquanto o real já caiu 15,5% em relação ao dólar, outros países acumulam perdas menores na mesma comparação. Para o chefe de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, a perspectiva de que o BC baixe ainda mais os juros favorece ainda mais o cenário de alta do dólar. Ele diz que, aliado aos efeitos do coronavírus sobre o mercado financeiro, tal sinalização do BC é prejudicial ao cenário. O fato de a cotação do dólar não haver baixado após os leilões do BC, torna mais evidente que o comportamento da moeda americana reflete a preocupação do mercado com o coronavírus, e não se trata apenas de especulação. "O dólar mudou de patamar, não vai voltar mais aos R$ 4. Se o quadro se reverter e houver muita notícia boa: vacina, cura, pode chegar a R$ 4,10, R$ 4,15". Na visão do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, o Banco Central deve seguir o sistema de câmbio flutuante e, diante dos movimentos globais, deixar a cotação do dólar variar. "Se a desvalorização do câmbio é um movimento global de moedas emergentes em relação ao dólar, o Banco Central não pode ir na contramão. Deve começar dizendo que o regime é de metas de inflação e não de metas de câmbio", afirma, em relatório divulgado na quinta (5). O ministro Paulo Guedes afirmou em evento da Fiesp que o regime é de câmbio flutuante e que o modelo econômico mudou, pois os juros são baixos. Afirmou também que acredita que não há fuga de capital e reiterou que o impacto do coronavírus no Brasil deve ser limitado, pois o país é uma economia fechada. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Líderes de todo o mundo se manifestaram sobre a escolha do cardeal alemão Joseph Ratzinger como novo papa no conclave no Vaticano.
Leia a seguir algumas das reações. "A Rússia está comprometida com a continuação de seu diálogo político construtivo e cooperação com a Santa Sé no interesse de resolver problemas globais e fortalecer os valores de justiça e humanismo." Vladimir Putin, presidente da Rússia "Nós esperaríamos ter alguém mais aberto aos mais recentes acontecimentos no mundo, a toda a questão do ministério de mulheres e uma posição mais razoável em relação a camisinhas e HIV e Aids." Desmond Tutu, arcebispo anglicano da África do Sul "O novo papa, Bento 16, foi forçado a entrar no Exército nazista como adolescente nos anos 40. Isto deu a ele um conhecimento de primeira-mão da perversidade do racismo, uma praga que não está, de forma alguma, derrotada no mundo de 2005." Thabo Mbeki, presidente da África do Sul "Esperamos que sob a liderança do novo papa, o Vaticano possa criar condições favoráveis para melhorar o relacionamento entre a China e o Vaticano". O Vaticano "não deve interferir em assuntos internos da China, incluindo não interferir em assuntos domésticos em nome da religião." Nota oficial do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Qin Gang. "Ele pode trazer harmonia ao duro processo (de resolver as divisões entre religiões e países), ao pensamento do mundo, que hoje está dividido. Ele pode ter um papel em suprimir esse tipo de pensamento negativo e criar um ambiente melhor para a solução de disputas." General Pervez Musharraf, presidente do Paquistão, que é um país predominantemente muçulmano. "Que isso possa ser a semente para acabar com os conflitos que nos dividem." Gloria Macapal Arroyo, presidente das Filipinas, maior país católico da Ásia. "Ele assume a liderança da Igreja Católica em um momento muito importante de desafio e oportunidade para a cristandade. Acredito que ele vai dar grande liderança à Igreja Católica e vai ser uma fonte de confiança à Igreja Cristã de forma geral no mundo inteiro." John Howard, primeiro-ministro da Austrália. "Espero que o novo papa tenha o mesmo espírito de paz e harmonia inter-religiosa que tinha o papa João Paulo 2º. Ele tem profundo conhecimento do Concílio Vaticano 2º, que é uma das essências da harmonia inter-religiosa no mundo." Masduki Baidlowi, um dos líderes do Nadhlatul Ulama, o maior grupo muçulmano da Indonésia, maior país muçulmano do mundo. "É uma grande honra para a Alemanha. Creio que ele será um digno sucessor do papa João Paulo 2º. Eu o parabenizo em nome do governo e de todos os alemães." Gerhard Schröder, chanceler da Alemanha "Laura e eu oferecemos nossas congratulações ao papa Bento 16. Ele é um homem de grande sabedoria e conhecimento. Ele é um homem que serve ao Senhor. Lembramo-nos bem de seu sermão durante o funeral do papa em Roma, como suas palavras tocaram nossos corações e os corações de milhões." George W. Bush, presidente dos Estados Unidos "Sua Santidade traz uma vasta experiência a este destacado cargo. A ONU e a Santa Sé compartilham um forte compromisso com a paz, justiça social, dignidade humana, liberdade religiosa e respeito mútuo entre as religiões do mundo. O secretário-geral aguarda com ansiedade as contribuições de Sua Santidade papa Bento 16 para fortalecer esses valores." Kofi Annan, secretário-geral da ONU "Envio ao papa Bento 16 minhas mais calorosas felicitações e sinceros bons votos para esta alta missão à frente da Igreja Católica." Jacques Chirac, presidente da França "Em vista de sua história pessoal, esperamos que o novo papa seja fiel ao compromisso da Igreja Católica de combater o anti-semitismo. Também esperamos que o novo papa continue a trabalhar rumo à aproximação entre o Estado de Israel e o Vaticano, assim como entre a Igreja Católica e o povo judeu." Silvan Shalom, ministro das Relações Exteriores de Israel "A Inquisição subiu ao poder. Deus me acuda!" José Saramago, escritor português ganhador do Nobel de Literatura
Aprender uma segunda língua pode aumentar o poder do cérebro, segundo pesquisadores americanos.
O tronco cerebral reagiu mais no caso de estudantes capazes de falar duas línguas, dizem pesquisadores Os cientistas da Northwestern University dizem que o bilinguismo é uma forma de treinamento do cérebro - uma "ginástica" mental que apura a mente. Falar duas línguas afeta profundamente o cérebro e muda a forma como o sistema nervoso reage ao som, segundo revelaram testes de laboratório. Especialistas dizem que o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences fornece evidências "biológicas" para isso. A equipe de pesquisadores monitorou as respostas do cérebro de 48 estudantes voluntários saudáveis - 23 dos quais bilíngues - a sons diferentes. Foram usados eletrodos no couro cabeludo para traçar o padrão das ondas cerebrais. Sob condições laboratoriais silenciosas, os dois grupos - o bilíngue e o de alunos que somente falavam inglês - responderam da mesma forma. Mas em um contexto de conversa barulhenta, o grupo bilíngue foi muito superior em processar os sons. Eles eram mais capazes de sintonizar informações importantes - a voz do orador - e bloquear outros ruídos que distraem - as conversas de fundo. 'Poderoso' benefício As diferenças de resposta dos dois grupos foram visíveis no cérebro. As reações do tronco cerebral dos que falam duas línguas foram intensificadas. De acordo com a professora Nina Kraus, que coordenou a pesquisa, "a experiência do bilíngue é aprimorada, com resultados sólidos em um sistema auditivo que é altamente eficiente, flexível e focado no seu processamento automático de som, especialmente em condições complexas de escuta". A pesquisadora e co-autora do estudo Viorica Marian disse: "As pessoas fazem palavras cruzadas e outras atividades para manter suas mentes afiadas. Mas as vantagens que temos descoberto em falantes de mais de uma língua vêm simples e automaticamente de conhecerem e usarem dois idiomas". "Parece que os benefícios do bilingüismo são particularmente poderosos e amplos, e incluem a atenção, seleção e codificação de som", completou Músicos parecem ganhar um benefício semelhante quando ensaiando, dizem os pesquisadores. Pesquisas anteriores também sugerem que ser bilíngue pode ajudar a afastar a demência.
O governo mexicano lançou um guia com conselhos práticos para os imigrantes que tentam cruzar sem documentos a fronteira dos Estados Unidos.
Com 32 páginas e formato de história em quadrinhos, o guia traz dicas sobre como sobreviver durante a viagem. A publicação sugere, por exemplo, que os imigrantes adicionem sal à água que tomam para evitar desidratação ao atravessar o deserto do Arizona. E revela aos que sonham em se mudar ilegalmente para os Estados Unidos quais são os lugares mais seguros para atravessar o Rio Bravo. O guia oferece uma lista dos direitos jurídicos e de atendimento médico dos imigrantes caso sejam detidos no país vizinho. Acusações Organizações americanas acusaram o governo do México de estimular a imigração ilegal com a publicação. Todos os dias, centenas de mexicanos entram nos Estados Unidos ilegalmente, caminhando pelo deserto do Arizona em busca de condições melhores de vida. "No ano passado, mais de 300 mexicanos morreram ao tentar cruzar a fronteira, e o governo tem a obrigação de evitar isso", disse Gerónimo Gutiérrez, subsecretário para assuntos americanos da chancelaria mexicana. "O guia explica claramente que a forma segura e apropriada de entrar em um país é com um passaporte válido e um visto e de nenhuma forma promove a imigração ilegal", acrescentou. Para John Keeley, diretor de comunicações do Centro de Estudos sobre Imigração dos Estados Unidos, a situação é preocupante. "Com esta publicação, o governo mexicano não apenas não instrui seus cidadãos a obedecer as normas, mas também oferece a eles um manual sobre como burlar a lei de imigração americana", disse Gutiérrez. O Departamento de Estado americano publicou uma declaração elogiando a cooperação com as autoridades mexicanas para melhorar a segurança na fronteira.
A Justiça espanhola condenou nesta quarta-feira duas pessoas pelos atentados a bomba em trens de Madri em março de 2004.
O marroquino Jamal Zougam e o espanhol Emilio Trashorras foram considerados culpados de assassinato. Rabai Osman, acusado de ser um dos planejadores da ação, foi absolvido. Os três foram os primeiros acusados a receberem suas sentenças. No total, 28 pessoas ainda estão sendo julgadas pelas explosões que atingiram quatro trens, matando 191 pessoas e ferindo mais 1,8 de mil. Dos acusados, 19 são árabes marroquinos e nove são espanhóis. O grupo tem 27 homens e uma mulher. Todos os acusados se declararam inocentes. Os investigadores disseram que o grupo era formado por militantes islâmicos inspirados na al-Qaeda. Uma mochila com explosivos que não funcionou forneceu a maior parte das pistas na investigação. O juiz Javier Gomez Bermudez disse que não há sinais de envolvimento do grupo separatista basco ETA nos atentados.
Pelo menos três americanos morreram em um ataque a um comboio na cidade de Khaldiyah, a oeste de Bagdá, segundo testemunhas.
Uma camionete que transportava os soldados pegou fogo ao passar por cima de uma bomba, e soldados que tentavam escapar também foram recebidos a tiros, de acordo com autoridades iraquianas. O comando militar americano ainda não confirmou as informações. Imagens do local mostravam um veículo militar em chamas enquanto um helicóptero sobrevoava o local. Khaldiyah faz parte do chamado "triângulo sunita", onde o apoio ao ex-presidente Saddam Hussein é mais forte e onde ocorreram vários ataques contra tropas americanas. 'Ataque sofisticado' "Uma bomba explodiu sob o transporte de soldados. O resto do comboio tentou continuar e foi atacado por granadas a 500 metros dali", afirmou Mahmud Ali, morador de Khaldiyah. Segundo Owen Bennett-Jones, correpondente da BBC em Bagdá, foi um "ataque significativo, mais sofisticado do que as ofensivas anteriores porque envolveu um segundo ataque contra os americanos." Em Falluja, também no "triângulo sunita", soldados americanos abriram fogo contra uma festa de casamento depois que os convidados atiraram para cima para comemorar a ocasião. Um garoto de 14 anos foi morto e outras quatro pessoas ficaram feridas no ataque.
A Procuradoria Geral da Colômbia emitiu nesta terça-feira uma ordem de prisão contra Mario Uribe Escobar, primo e importante aliado do presidente colombiano, Álvaro Uribe, acusado de envolvimento com grupos paramilitares.
"Uribe (Escobar) está sendo investigado devido a uma reunião que teve com o ex-líder paramilitar Salvatore Mancuso, antes das eleições de 10 de março de 2002, e com Jairo Castillo Peralta, também conhecido como 'Pitirri', em novembro de 1998", informou o gabinete da Procuradoria. Uribe Escobar, que nega as acusações, foi presidente do partido Colômbia Democrática e também foi senador. Ele renunciou ao cargo no Senado em outubro de 2007 e perdeu a imunidade. O primo do presidente é uma das figuras mais importante da Colômbia envolvidas nas investigações do escândalo que levou à prisão dezenas de políticos acusados de manter relações com paramilitares. Reunião O ex-líder paramilitar Salvatore Mancuso alegou que se reuniu várias vezes com Mario Uribe Escobar, que teria pedido a Mancuso apoio para sua campanha ao Senado em 2002. Pelo menos outros 30 parlamentares foram detidos até agora nas investigações, e a maioria é parte da coalizão de partidos que apóia o presidente Álvaro Uribe. Segundo o correspondente da BBC em Bogotá, Hernando Salazar, "a ordem de prisão contra Mario Uribe Escobar foi interpretada na Colômbia como um duro golpe para o presidente Uribe, levando em conta a proximidade entre os dois, mesmo sendo primos de segundo grau". Os paramilitares foram criados por proprietários de terras e traficantes de drogas para combater rebeldes de esquerda e qualquer um suspeito de ser um simpatizante destes grupos. Em um acordo de paz com o governo, fechado em 2003, os líderes paramilitares se renderam e desmobilizaram 31 mil integrantes em troca de penas de prisão reduzidas e proteção no caso de extradição. Os grupos paramilitares, incluindo as Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), e os rebeldes de esquerda são considerados pela Europa e pelos Estados Unidos como organizações terroristas.
Empresários e integrantes dos governos dos cinco países que participam da quinta cúpula dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), anunciaram que pretendem formar um conselho empresarial permanente com vistas à ampliação dos negócios e à cooperação econômica dentro do bloco.
Brics vão criar conselho empresarial para auxiliar na formulação de propostas de cooperação A entidade terá caráter consultivo e deverá auxiliar os países-membros na formulação de propostas para a área. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que participa da cúpula dos Brics – que começou nesta terça-feira na cidade de Durban, na África do Sul –, cada país escolherá cinco empresários que se reunirão uma vez por ano, sempre durante as cúpulas. Os nomes dos primeiros representantes brasileiros devem ser anunciados pela presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira, após uma reunião com os líderes dos outros quatro países. Engajamento De acordo com a CNI, um dos critérios para a escolha dos membros do conselho foi que os empresários tivessem negócios em pelo menos três países dos Brics - e, portanto, uma boa noção das dificuldades para investir ou fazer negócios com cada um deles. Nesta terça-feira, empresários dos cinco países membros participam em Durban de uma série de seminários e encontros de cooperação. Do Brasil, estiveram presentes mais de 40 executivos e empreendedores, entre eles representantes da Brasil Foods (alimentos), da Weg (motores) e da Marcopolo (ônibus). Segundo um diplomata brasileiro, a ideia da criação do conselho empresarial dos Brics é engajar a sociedade civil dos países emergentes nos esforços de integração. Antes e durante a cúpula política também foram realizados debates acadêmicos que devem resultar na criação de um centro de estudos compartilhado pelos Brics. Evento paralelo ONGs e integrantes de sindicatos e entidades da sociedade civil estão reclamando da falta de interlocução com os participantes do encontro. Neste sentido, diversas organizações estão realizando um evento paralelo à cúpula oficial dos Brics que recebeu o nome de Brics from below (algo como "Brics vindos de baixo", em tradução livre). O objetivo da conferência paralela é discutir, por exemplo, como garantir que investimentos e novos negócios gerados pela maior integração dos países membros sejam, além de lucrativos para os empresários, vantajosos para as comunidades por eles afetadas. Do Brasil estão presentes, por exemplo, uma delegação da Connectas, organização de defesa dos direitos humanos, e a Mais Democracia, que monitora o trabalho do BNDES e que vem cobrando transparência em relação ao projeto do banco dos Brics. "Os líderes dos Brics reclamam que as instituições internacionais do pós-guerra não refletem mais a ordem global, mas em pleno século 21 excluir do diálogo os que falam por boa parte da população e da sociedade civil também é um atraso", afirmou à BBC Brasil Camila Asano, coordenadora de política externa da Conectas.
O ex-banqueiro Salvatore Cacciola vai ter uma audiência nesta terça-feira às 14h00 (10h00 em Brasília) no Palácio da Justiça de Mônaco considerada decisiva para o processo de extradição das autoridades brasileiras.
O ex-dono do banco Marka está preso na penitenciária de Mônaco desde sábado e tinha um prazo de cinco dias, a contar do dia da detenção, para apresentar a sua defesa. Após a audiência, a Justiça de Mônaco vai decidir se ele vai ser libertado ou se continua em prisão preventiva até que o Brasil envie o pedido formal de extradição. A eventual libertação de Cacciola poderia permitir que ele tentasse retornar à Itália, onde esteve foragido desde que fugiu do Brasil, em 2000. A Itália tem se recusado a extraditá-lo ao Brasil, pois o ex-banqueiro possui a cidadania italiana. Na segunda-feira, o governo brasileiro enviou um documento à embaixada de Mônaco em Paris, no qual manifesta formalmente o interesse do Brasil na extradição de Cacciola. No pedido, o Brasil requer a prisão preventiva do ex-banqueiro para que ele seja extraditado. A embaixada brasileira em Paris enviou uma diplomata, a ministra-conselheira Maria Laura da Rocha, para acompanhar a audiência de Cacciola em Mônaco. 'Muito rápida' A procuradora-geral de Mônaco, Annie Brunet-Fuster, disse à BBC Brasil que as chances do ex-banqueiro ser libertado nesta terça-feira são pequenas, mas existem. A procuradora avalia que se o Brasil cumprir o prazo normal de 20 dias para enviar o pedido de extradição, a decisão sobre o processo poderia ser anunciada em cerca de um mês. “Normalmente a decisão do governo de Mônaco é muito rápida”, disse a procuradora. Cacciola foi condenado em 2005 a 13 anos de prisão pela Justiça do Rio de Janeiro por crimes de peculato (utilização do cargo para apropriação de dinheiro) e gestão fraudulenta do banco Marka.
Mais um dia, mais uma pesquisa. Desta vez quem a divulga foi a ICM. Ou o ICM, não sei. Limito-me a passar adiante o que li no jornal. Não tenho tempo para googlar ICM, já que eu tenho que acabar esta croniqueta e, logo depois, enviar e responder meus sete emails do dia.
Vá lá que seja: voltei atrás e googlei. ICM é tida como a maior companhia britânica encarregada de pesquisas, sondagens e enquetes. Pronto, aí está. Antes de prosseguir, vamos deixar uma coisa bem clara: é email. Sem hífen. Quem o diz é o dicionário Oxford que, em geral, sabe melhor do que eu o que e como se está falando e escrevendo. Em português, o dicionário Houaiss prefere com hífen: e-mail. Tudo bem. O hífen, como a crase, não foi feito para humilhar ninguém. Esperemos, no entanto, a próxima edição. OK? Mas, vira e mexe, do que se está falando mesmo é correio eletrônico. Peço, ao menos, que não inventem, não cunhem novidades. Feito “cortrônico” ou “eletrocor”. Bobeia e vem um acadêmico imortal e institucionaliza o bicho. Nós podemos ser ruim de bola em matéria de siglas (PIS-PASEP) e abreviações (cor.cof.enf.) e o empréstimo, ou apropriação, de palavras anglo-americanas continua a ser difundido e seguido fielmente conforme manda (creio) a mais recente Constituição. Isso não passa de uma adaptação aos princípios do século XXI. O tempo regará ou ceifará nossas palavras, se me permitem uma pausa parnasiana. Mesmo que não permitam, já cravei neste texto minhas garras poéticas. É isso aí. Email tá bom. Já que está, deixa ficar. Os fatos A manchete era pequena mas, como certas mulheres, escandalosas: “Metade dos britânicos não pode viver sem email”. Direitinho uma namorada, amante ou digníssima esposa criando caso aos berros no meio da rua. No primeiro parágrafo, mais calma, depois de ter tomado um copo de açúcar, a nota explicava que as pessoas, homens ou mulheres, entre os 30 e 40 anos, não consegue existir sem email. Passivo ou ativo. Mandando ou recebendo. Isso não ficou claro. Quem pensava que essa mandação toda de emails fosse coisa de garoto, entrou pelo cano. Sempre segundo a pesquisa, naquela faixa etária mágica, a mais visada por quem quer que for que estiver vendendo alguma coisa, a faixa entre os 25 e 34 anos, 50% não sabe como continuar viva sem o acesso ao correio eletrônico. Exagero um pouco. Mas muito pouco. Os jovens são muito dramáticos. Esta mesma faixa, mais sossegada um pouco, foi identificada como a pioneira na comunicação eletrônica afim de se manter em contato não só com o escritório de trabalho, mas também com os amigos. Vamos ser francos, moçada: é muito mais papo com os amigos, confere? Disso tudo, dessa pesquisa toda, um dado contrariou as expectativas. A geração mais jovem não monopolizou o uso do email. Sim, 41% dos jovens admitiram ( e não há do que ter vergonha) uma certa dependência desse “milagre” eletrônico. Afinal, não é a mesma coisa que fumar, cheirar ou se injetar de drogas. Disseram apenas – no equivalente a uma gíria besta e antigona – que “era jóia” mandar e receber emails. Ao passo que 44% daqueles entre os 35 e os 44 anos afirmaram que o email é vital. Um pequeno dado extra: as mulheres, de qualquer faixa etária, enganando ou não a idade, com ou sem cirurgia plástica estetizante, constituem o grupo sexual (grupo sexual e não “sexo grupal”. Não sejam tolos) que mais destituído se sentiria sem a troca de bilhetinhos informatizados, feito algumas preferem chamá-los. Pano rápido Aqui encerro meu passar adiante da pesquisa. Tenho que escrever, respondendo ou tomando a iniciativa, pelo menos sete emails, minha ração diária. Eu quero agora é ver se a ICM faz uma pesquisa com o uso, o absurdo e desmandado uso, do telefone celular. Aí sim é que vai dar besteira para valer.
A cidade de Tampa, no Estado americano da Flórida é conhecida internacionalmente pela presença de parques temáticos que rivalizam com os da famosa Orlando.
Tampa não era atingida por furacões desde 1921 Mas entre meteorologistas nos EUA, a fama da cidade é outra: é tida como cidade mais vulnerável do país para furacões. Por isso, quando ficou claro para os especialistas que Tampa estava na rota do furacão Irma, a preocupação das autoridades foi geral. Ainda que, curiosamente, a cidade tenha sido atingida pela última vez por uma tempestade do gênero há quase 100 anos, em 1921. Naquela época, porém, Tampa tinha apenas 50 mil habitantes, vivendo de forma esparsa. Hoje, é um metrópole costeira densamente populada (3 milhões de habitantes) ao logo de uma extensa costa cuja vulnerabilidade a furacões é potencializada pela presença de águas rasas e a geografia de sua baía, que facilita inundações - e 50% dos habitantes de Tampa vivem em terrenos com elevação menor que 3 metros, segundo um estudo da firma de avaliação de risco KCC. Muitas residências e escritórios ficam perto da costa e há pouca proteção disponível para o caso de tempestades e ciclones chegando do mar. "A área metropolitana é a mais vulnerável dos Estados Unidos para enchentes e danos se um furacão atingir a cidade diretamente", diz um artigo recente do jornal americano Washington Post sobre a cidade. O jornal cita um estudo divulgado em 2010 pelo Departamento de Planejamento do município para saber o que aconteceria se um furacão da categoria 5 atingisse a região. O estudo, segundo o Washington Post, previu que os ventos destruiriam quase meio milhão de casas e escritórios, que cerca de 2 milhões de moradores necessitariam de atendimento médico e que mais de 2 mil pessoas perderiam suas vidas. Nesse ponto, a notícia de que Irma chegou à região com bem menos força que no Caribe foi um certo alívio para as autoridades. Irma passou com muito mais força em Miami O mais recente boletim meteorológico do governo americano explica que Irma foi "rebaixado" para a categoria 1, a mais baixa para furacões, mas que ainda assim tem ventos de 120 km por hora. Mais de 3,4 milhões de domicílios na Flórida estão sem luz e gás e Miami teve inundações. Até agora, pelo menos quatro mortes foram registradas. O total de fatalidades, porém, deve aumentar, algo reforçado pela recusa do diretor para Gerenciamento de Emergências da Flórida, Bryan Koon, em confirmar ou negar relatos de danos extensivos causados pelo furacão. A passagem de Irma por dez países caribenhos deixou pelo menos 28 mortos. Ainda não há informações precisas sobre os danos causados por Irma em Miami O furacão chegou à Flórida na tarde de domingo, com ventos de 190 km/h atingindo Marco Island, na costa oeste do Estado. Mais de 6 milhões de pessoas no Estado receberam instruções para deixar suas casas. Os dois principais aeroportos, Fort Lauderdale-Hollywood e Miami International, estão fechados. Em Miami, a polícia determinou toque de recolher para coibir saques. Segundo uma avaliação do banco Credit Suisse, os prejuízos podem passar de US$ 100 bilhões.
A ordem executiva do presidente americano, Donald Trump, sobre imigração para os Estados Unidos de cidadãos de países devastados pela guerra, está causando pânico entre refugiados.
Advogados de imigração não sabem se serão suspensas viagens de seus clientes, especialmente os de países muçulmanos. A medida, assinada na última sexta-feira, interrompe a admissão de refugiados em solo americano durante 120 dias, suspendendo a entrada de pessoas vindas de seis países, sendo a maioria muçulmanos, incluindo Iraque, Síria, Iêmen e Líbia. No caso dos sírios, o veto é válido indefinidamente. Trump afirma que a intenção é "mander terroristas radicais islâmicos fora fos Estados Unidos". Grupos de direitos humanos condenaram o veto, dizendo que não há, por exemplo, ligações entre os refugiados sírios nos EUA e o terrorismo. Tom Jensen, um advogado de Washington especialista em imigração, passou boa parte da última quarta-feira no telefone com um cliente frenético no Iraque. O homem - que Jensen não quis revelar a identidade - e sua família conseguiram ser admitidos nos Estados Unidos por meio de um programa de vistos especiais destinados a iraquianos e afegãoes que trabalharam para os militares americanos durante as guerras naqueles países, normalmente como tradutores ou intérpretes. O cliente de Jensen foi ameaçado repetidas vezes, primeiro por insurgentes e depois pelo autoproclamado Estado Islâmico. Em dezembro de 2016, após um processo de três anos, o homem e sua família receberam a aprovação para se estabelecer nos Estados Unidos. Eles deveriam embarcar para o país em 7 de fevereiro. Mas a última quarta-feira vazou para a imprensa de um rascunho da ação executiva do presidente Trump sobre os refugiados imigrantes de países muçulmanos. Isso causou pânico entre refugiados, suas famílias e advogados. O cliente de Jensen considerou gastar uma grande quantidade de dinheiro para embarcar no dia seguinte para tentar evitar o veto. Advogado diz se sentir envergonhado por saber o que vai acontecer com refugiados Mas como a ordem não foi assinada na quarta-feira nem na quinta-feira, o cliente de Jensen decidiu esperar. "Eu estou me sentindo frustrado e um pouco envergonhado que o nosso governo engane as pessoas dessa forma", diz Jensen. "Um homem que arriscou a vida para ajudar os militares americanos durante a guerra - eu sinto como se estivéssemos devendo a ele". Trump assinou a ordem na tarde de sexta-feira, mas a versão final não veio à público imediatamente. Ela é um pouco diferente do rascunho, mas os princípios básicos foram mantidos. O rascunho intitulado "Protegendo a Nação de Ataques Terroristas de Estrangeiros" está sendo agora minuciosamente analisado por advogados que tentam prever o que está por vir. As determinações mais dramáticas listadas no rascunho suspendem a admissão de todos os refugiados por quatro meses (com a exceção de "minorias religiosas"), barra indefinidamente a entrada de refugiados sírios e suspende as entradas nos Estados Unidos de cidadãos, mesmo com vistos, de sete países por 90 dias. Esses países têm população predominantemente muçulmana e seriam Síria, Irã, Iraque, Somália, Líbia, Sudão e Iêmem. Becca Heller, diretora do Projeto de Assitência Internacional a Refugiados, passou a quarta-feira respondendo a uma enxurrada de e-mails e ligações de todo o país, Também há dúvidas sobre o que acontecerá com imigrantes que estavam em voo em direção aos Estados Unidos no momento da assinatura da ordem. "Todos estão em pânico. Ninguém sabe o que isso significa. Nós temos clientes cujas vidas estão seriamente em risco, que têm vistos aprovados e entregues, simplesmente esperando a hora de viajar"., disse Heller. "Muitas dessas pessoas estão em risco porque têm laços com a América - porque têm família aqui ou porque trabalharam com as forças americanas". Sari Long, uma advogada de imigração que trabalhou por meses para reunir uma família iraquiana - o pai entrou nos Estados Unidos em 2012 com um visto especial após ter trabalhado como intérprete com o Exército, com fuzileiros navais e comforças de segurança americanas terceirizadas. Ele tenta trazer os filhos e sua mulher para o país há anos. Long não sabe se os familiares serão afetados pela suspensão de 30 dias de cidadãos iraquianos que têm vistos americanos ou se serão classificados como "refugiados" em vez de "imigrantes" e terão que esperar por 120 dias. Também há dúvidas sobre o que acontecerá com imigrantes que estavam em voo em direção aos Estados Unidos no momento da assinatura da ordem. Compromisso Apesar dos rumores frenéticos sobre o que pode acontecer, Kay Bellor, vice-presidente de programas da Lutheran Immigrant Refugee Services, uma agência de reassentamento de refugiados, disse que todos os seus clientes que estavam agendados para chegar no país nesta semana não tiveram problemas. Ela diz esperar que a situação volte ao normal depois que a administração conseguir revisar todos os processos de verificação de imigrantes. "Eu acho que vamos superar isso. Uma ordem executiva não pode acabar com o programa de refugiados americanos ou com o compromisso americano com os refugiados", disse. Mas tanto ela com outros advogados de refugiados acham que fechar a porta do país para refugiados e especialmente para ex-aliados que ajudaram os Esatdos Unidos em conflitos é na realidade uma ameaça à segurança nacional. "Eu acho que vai realmente prejudicar nossa posição no mundo. Qualquer que seja nossa próxima aventura na política internacional, vamos precisar de apoio local. Se abandonarmos nossos aliados nessa, teremos dificuldade em encontrar novos aliados."
Forças de segurança já cercaram o parque de Nairóbi onde o principal candidato de oposição do Quênia, Raila Odinga, pretende reunir nesta quinta-feira 1 milhão de pessoas em um protesto contra o resultado da eleição presidencial realizada na semana passada.
O protesto foi proibido pela polícia, mas Odinga, que reclama de fraude na eleição, vencida pelo atual presidente, Mwai Kibaki, disse que vai realizar a manifestação de qualquer maneira. O candidato derrotado tem boicotado negociações com Kibaki para tentar pôr fim à onda de violência que se instalou no país desde a divulgação do resultado do pleito e que já deixou mais de 300 mortos em diversas cidades. Estima-se que, desde o último domingo, pelo menos 70 mil quenianos tiveram de deixar suas casas para fugir da violência. Mensagem de paz Odinga disse que a manifestação, programada para a manhã desta quinta-feira no parque Uhuru, na capital queniana, vai passar uma mensagem de paz. O chefe da campanha de Odinga, Salim Lone, disse à BBC que seu partido não está procurando problemas. "Os olhos do mundo estarão em nós nesta manifestação. A cada lugar que Odinga vai, alguém lhe pergunta se ele vai realmente levar essa manifestação adiante", disse Lone. O governo, porém, insiste que o protesto seja cancelado e que Odinga reconheça a derrota no pleito. "Por favor, não coloque em risco as vidas dos quenianos, incentivando uma multidão a vir a Nairóbi em um dia útil", disse a jornalistas o vice-presidente, Moody Awori, em um recado a Odinga. No início da semana, a polícia de choque já havia impedido que apoiadores de Odinga deixassem as favelas ao redor de Nairóbi em direção ao centro da capital. Troca de acusações Segundo o correspondente da BBC em Nairóbi, Grant Ferret, ambos os lados vinham reforçando suas posição às vésperas da manifestação. Odinga, que pertence à etnia Luo, e Kibaki, que é do grupo étnico Kikuyu, acusam-se mutuamente de genocídio. Kibaki convocou todos os parlamentares eleitos no pleito do dia 27 de dezembro para uma reunião de emergência. Em vez de participar, os parlamentares do partido de Odinga convocaram uma coletiva de imprensa, na qual voltaram a exigir que Kibaki deixe o poder e assuma que foi derrotado nas urnas. De acordo com o correspondente da BBC, enquanto ambos os lados sobem o tom das acusações mútuas, diminui a esperança de uma mediação internacional para o conflito. A visita a Nairóbi de uma delegação da União Africana, liderada pelo presidente de Gana, John Kufuor, foi cancelada, conforme o correspondente da BBC. Kufuor deveria chegar à capital queniana nesta quinta-feira, mas na quarta-feira o ministro das Finanças do Quênia, Amos Kimunya, disse à BBC que a visita não iria mais ser realizada. Kimunya disse que a viagem foi cancelada porque não há necessidade de mediação internacional em uma questão interna. O comentário do ministro vai de encontro a declarações do gabinete de Kufuor, segundo o qual o próprio presidente Kibaki havia convidado a delegação. Em meio à crise, cresce a pressão internacional para que governo e oposição se unam para pôr fim aos confrontos.
Uma troca de mensagens entre o ator Arnold Schwarzenegger e um homem que sofre de depressão viralizou nas redes sociais, gerando um interessante debate sobre saúde mental.
Schwarzenegger publicou um vídeo dando os parabéns ao canadense Ali O canadense Ali, que usa o pseudônimo "u/0770059834333178", enviou uma mensagem para Schwarzenegger no site Reddit - que reúne grupos de discussão sobre diversos assuntos -, pedindo ajuda ao ex-fisiculturista. Ele contou ao ex-governador da Califórnia que "estava deprimido há meses" e tinha parado de se exercitar. "Estou deprimido há meses e não tenho ido à academia. Schwarzenegger, você poderia fazer o favor de me dizer para levantar esse traseiro preguiçoso e voltar a malhar? Juro por tudo que mais amo que vou me animar com isso e irei", escreveu Ali, que mora em Quebec, no Canadá. O que ele não podia imaginar é que seu apelo teria resultado. "Eu estava deitado na cama, me sentindo para baixo, quando decidi enviar a mensagem", disse Ali à BBC. Mas, para sua surpresa, Schwarzenegger respondeu. E não foi com um ultimato para ele "sair logo dessa" - o conselho do ator foi para Ali "dar um passo de cada vez". Ali disse que a depressão o impedia de levantar da cama para se exercitar "Não vou pegar pesado com você. Por favor, não seja tão duro consigo mesmo. Todos nós enfrentamos desafios. Todos nós passamos por fracassos. Às vezes, a vida é um exercício. Mas o principal é se levantar. Apenas se mexa um pouco. Saia da cama e faça algumas flexões ou dê um passeio. Faça alguma coisa simplesmente. Um passo de cada vez, espero que você se sinta melhor e volte para a academia. Mas não se martirize, não faz sentido. Isso não te leva para mais perto da academia. E não tenha medo de pedir ajuda. Boa sorte", escreveu o ator austríaco, de 71 anos. Mensagem de Schwarzenegger inspirou outros usuários, que compartilharam suas histórias Para Ali, a mensagem foi "um grande incentivo". "Pulei da cama e pensei: qual é o caminho mais rápido para chegar à academia?", conta o fã declarado de Schwarzenegger. "Usei essa motivação e fui direto malhar, foi muito louco." Schwarzenegger foi governador da Califórnia de 2003 a 2011 A resposta de Schwarzenegger não motivou apenas Ali, mas também outros usuários do Reddit que, após lerem a mensagem, foram encorajados a compartilhar suas histórias sobre depressão. Ali inverteu então os papéis e começou a dar conselhos para essas pessoas, algo que para ele tem sido "a melhor parte disso tudo". "Deixe os sentimentos ruins saírem e chore se você precisar", disse Ali a um usuário que afirma estar passando por uma crise pessoal e não frequenta a academia há dois anos. "Reprimir as emoções é a maneira mais fácil de aprofundar a depressão. Não desista!" Controvérsia Mas a troca de mensagens também gerou polêmica entre alguns usuários. Schwarzenegger encerra o vídeo com o famoso 'hasta la vista', do filme 'O Exterminador do Futuro' Um deles disse que a resposta de Schwarzenegger parecia "cínica" e que essa não era a maneira certa de lidar com casos de depressão grave. "É óbvio que a depressão não pode ser curada tão fácil", respondeu Ali. "No meu caso, eu precisava de um empurrão para fazer algo que me ajuda quando me sinto deprimido", acrescentou. Ao ver a repercussão e a quantidade de interações que sua mensagem tinha gerado, Schwarzenegger postou um vídeo em que aparece na academia, afirmando estar orgulhoso de Ali. "Estou feliz de ver que você está incentivando outras pessoas que têm depressão, motivando e dando força a elas. Amei isso", disse o ator. "Hasta la vista", encerra Schwarzenegger a gravação, numa referência à fala de seu personagem no filme O Exterminador do Futuro.
O conhecido chef espanhol Ferran Adriá apresentou em um congresso de gastronomia em Madri um picolé de caipirinha.
A caipirinah comestível é vendida em um restaurante de Madri O picolé é apresentado como parte de um aperitivo num copo com gelo picado nas bordas. O palito, de um centímetro de espessura, é cortado de cana de açúcar. Os ingredientes da caipirinha - cachaça, raspas de limão e açúcar demerara - são congelados com uma técnica do nitrogênio líquido, desenvolvida por Adriá. Por último, o palito é salpicado com cristais de ácido cítrico granulado e servido no copo com gelo. O coquetel deve ser mastigado para se saborear a combinação dos elementos Adriá, dono do famoso restaurante El Bulli, tido há quatro anos consecutivos como o melhor do mundo pela Restaurant Magazine, apresentou e disponibilizou a novidade para degustação do público do Madri Fusión 2010 durante sua aula-palestra no seminário “Teatro das ideias” do fórum gastronômico. A caipirinha comestível é vendida no seu estaurante, onde o preço médio para um jantar individual está em torno de R$ 1 mil (312 euros). Fechamento do El Bulli A versão moderna da caipirinha não foi a única surpresa do primeiro dia do congresso Madri Fusión. Adriá anunciou o fechamento provisório de seu restaurante. Eleito por quatro anos consecutivos o melhor do mundo, El Bulli, estará fechado durante os anos de 2012 e 2013 para transformar-se em "laboratório de investigação da alta cozinha". O chef espanhol disse que em “2012 El Bulli fará 50 anos e o momento exige novos desafios para terminar um ciclo e começar outro”. Para o restaurante que só funciona durante seis meses por ano e tem média de espera para reserva de quatro meses, a proposta é reabrir em 2014 com idéias que revolucionem ainda mais a cozinha futurista de Adriá. O congresso Madri Fusión que reúne vários dos melhores chefs do mundo promete ainda novidades em sabores e apresentações para alta cozinha, especialmente usando como ingredientes básicos champanhe, caviar, trufas e outros elementos colhidos em bosques. No seleto clube dos participantes do evento há apenas um restaurante brasileiro: D.O.M. de São Paulo, cujo chef é o paulista Alex Atala.
Um estudo de pesquisadores britânicos observou que homens de países que permitem a poligamia – o casamento com mais de um parceiro – vivem em média mais que aqueles que vivem em países onde a prática é proibida.
Cientistas da Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha, perceberam que homens acima de 60 anos de 140 países poligâmicos têm uma expectativa de vida em média 12% maior que a de homens de 49 nações monogâmicas. Os dados, obtidos a partir de relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS), foram calculados de maneira a desconsiderar fatores socioeconômicos nos diferentes países. As conclusões foram apresentadas pela coordenadora da pesquisa, Virpi Lummaa, em um encontro internacional de estudos de comportamento em Ithaca, Nova York (EUA), e reproduzidas em reportagem da revista New Scientist. Explicações Em sua exposição, a pesquisadora tentou encadear explicações para este fenômeno. Teorias sobre a longevidade humana procuram explicar por que homens e mulheres vivem tanto. No caso das mulheres, a questão é entender por que a longevidade se estende muito além do fim do ciclo reprodutivo, encerrado na menopausa. Algumas pesquisas apontam para o 'efeito avó', afirmando que a chegada de netos serviria de estímulo para a longevidade das mulheres. Além disso, a chegada da menopausa permitira que se evitasse uma "concorrência" entre gerações de fêmeas. No caso dos homens, os pesquisadores descartaram a existência de um "efeito avô" semelhante. Em vez disso, a longevidade se explicaria pelo fato de machos da espécie humana continuarem férteis mesmo em idades avançadas, disse Virpi Lumma. Isto é exacerbado em culturas poligâmicas, nos quais homens têm filhos com diversas mulheres, em geral de diferentes idades. A revista New Scientist destacou ainda que as explicações poderiam ser genéticas tanto quanto sociais. Por um lado, homens que continuam a ter filhos aos 60 ou 70 anos podem ser levados a tomar mais cuidado com sua própria saúde, já que têm mais bocas para alimentar, afirmou a revista. Por outro lado, milhares de anos de evolução podem ter selecionado homens com maior longevidade em países poligâmicos. Um pesquisador ouvido pela revista, Chris Wilson, antropólogo na Universidade de Cornell, em Ithaca, destacou também a influência que pode ter o cuidado de diversas mulheres cujo status social depende da boa saúde do seu marido. "Não me surpreende que homens nessas sociedades vivam mais que homens em sociedades monogâmicas, onde eles ficam viúvos e ninguém cuida deles."
Para capturar e pesquisar espécimes do peixe-elétrico poraquê, o pesquisador brasileiro Carlos David de Santana precisou entrar em igarapés na Amazônia e, mesmo usando luvas de borracha, alguns choques foram inevitáveis.
O Electrophorus voltai é uma das duas novas espécies de peixe-elétrico descobertas na Amazônia Mas valeu a pena: a pesquisa de cinco anos resultou na descoberta de duas novas espécies de peixe elétrico - uma delas que capaz de dar uma descarga de até 860 volts, a maior voltagem já registrada em um animal. Até então, o recorde era de 650 volts. Pesquisador associado do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian, em Washington DC, nos EUA, Santana acaba de publicar a descoberta em um artigo na revista Nature Communications em conjunto com um grupo de diversos cientistas, incluindo diversos brasileiros. O poraquê é um peixe-elétrico que vive na América do Sul e pode chegar a 2,5 metros de comprimento. Há cerca de 250 tipos de peixes-elétricos, que produzem descargas fracas, usadas para navegação e comunicação. O poraquê é o único que produz descargas elétricas fortes, usadas para caça e defesa. Elas são produzidas por três órgãos elétricos no corpo. Até agora acreditava-se que existisse apenas uma espécie de poraquê: a Electrophorus electricus, descrita em 1766 pelo naturalista sueco Carl Linnaeus. Mas duas novas espécies foram descobertas, diferenciadas pela voltagem das descargas elétricas emitidas e um processo de sequenciamento de DNA. Fim do Talvez também te interesse O "fato de duas novas espécies terem sido descobertas 250 anos depois da primeira do grupo ter sido descrita é um exemplo da enorme biodiversidade que existe na Amazônia", diz Santana. Carlos David de Santana chegou a tomar choque capturando poraquês, que podem ter mais de 2 m de comprimento; esse espécime de poraquê será levado ao Museu Natural de História Natural em Washington "E não só da Amazônia. A gente só conhece uma pequena porção da biodiversidade do planeta. E conhecemos menos ainda a biologia dessas espécies - animais e vegetais", diz ele. "E não podemos deixar isso ser destruído. É uma perda muito grande a longo prazo." "A pesquisa com essa biodiversidade é essencial. Muitos dos componentes dos remédios comerciais que se usam hoje são derivados de plantas e animais descobertos através de pesquisas com essas espécies. Cada uma delas é um depósito genético imenso." Quatro vezes uma tomada Embora uma das novas espécies descobertas, a Electrophorus voltai, seja capaz de produzir um descarga de 860 volts, ou seja, quase quatro vezes a voltagem de uma tomada doméstica de 220 volts, ela não é letal para o ser humano por causa da baixa amperagem, explica Santana à BBC News Brasil. "Não é suficiente para matar uma pessoa. A tomada produz uma corrente constante. O E. voltai dá uma descarga alternada. Quando ele descarrega da primeira vez, o choque dura de 1 ou 2 segundos, e ele precisa de um tempo para recarregar", diz ele, que sentiu pessoalmente mais de um choque do peixe. "Claro que dói, você sente uma contração muscular", diz ele. Teoricamente, se uma pessoa estiver em um rio cercado desses peixes, aí sim o problema pode ser bem mais sério. Segundo Santana, quando um peixe descarrega, todos os outros descarregam também e, nesse caso, um ser humano nas redondezas poderia ter uma parada cardíaca ou morrer por afogamento. Diferentemente do que se acreditava antigamente, a espécie não é solitária, pode viver em grupos de até 10 indivíduos. "Mas nunca ouvi falar disso acontecer", diz ele. A outra espécie descoberta é o 'Electrophorus varii' O Electrophorus voltai foi batizado em homenagem ao físico Alessandro Volta, criador da bateria elétrica. A outra espécie descoberta foi batizada de Electrophorus varii, tributo ao zoólogo Richard P. Vari, pesquisador do Smithsonian que morreu em 2016. A pesquisa fez parte de um projeto da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que financia expedições a lugares remotos com o objetivo de encontrar, descrever e entender espécies. Também teve financiamento da National Geographic Society e apoio de outras instituições, como o Museu de Zoologia da USP. As duas novas espécies descobertas estão distribuídas nos rios Xingu e Tapajós, e por enquanto não são consideradas ameaçadas, mas a atual situação de crise ambiental na Amazônia pode mudar essestatus. "O rio Xingu está sendo destruído pela hidrelétrica de Belo Monte, o que vai afetar impactar as populações do poraquê que vivem no Xingu", afirma Santana. "E a biodiversidade da Amazônia está sob ameaça como um todo. É realmente uma pena que isso esteja acontecendo, com tantas espécies ainda por se descobrir." Segundo a Fapesp, há diversos grupos que estudam aplicações das pesquisas feitas com os poraquês, incluindo a análise do uso das enzimas para produção de medicamentos e modelo para criação de baterias. Atualmente, outros grupos estudam possíveis aplicações das pesquisas sobre poraquês, seja em análises das enzimas produzidas pelos órgãos elétricos, a fim de testá-las como componentes para produção de medicamentos para possíveis tratamentos de doenças neurodegenerativas como Alzheimer, ou como modelo para a criação de baterias para próteses e sensores implantados em humanos, por exemplo. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Um dia após a chegada da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, a Israel, o Exército do país matou um líder do grupo militante palestino Hamas, em Nablus, na Cisjordânia.
A morte ocorreu durante uma batida israelense na cidade. Segundo os militares, um palestino armado tentou fugir ao cerco de uma casa durante um confronto – os soldados estavam tentando fazer uma busca na casa quando começou a troca de tiros. O Hamas divulgou um comunicado dando o nome do morto, Amjad Hanawi, e confirmando que ele era um dos líderes locais do grupo. O episódio ressalta mais uma vez a dificuldade da missão da secratária de Estado dos EUA, que foi à região para pressionar os dois lados a retomarem o processo de paz. Antes de se encontrar com o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon (a reunião está prevista para esta segunda-feira), ela disse que um Estado palestino "aumentaria a segurança de Israel". Rice, que também se encontra com o líder palestino, Mahmoud Abbas, e deve pressioná-lo para que controle os militantes. 'Prisão gigante' No domingo, o enviado do chamado "quarteto" internacional que busca uma saída para o conflito do Oriente Médio, James Wolfensohn, alertou que a Faixa de Gaza pode virar uma "prisão gigante", caso vias de passagem para Israel e para o Egito não sejam totalmente abertas. Wolfensohn, que foi indicado para o cargo pelos Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU após deixar a Presidência do Banco Mundial, fez os comentários depois de se encontrar com negociadores israelenses e palestinos. Ele disse que os próximos três dias serão "críticos" para decidir se bens produzidos na região poderão ser vendidos para outros países. A Autoridade Palestina espera poder exportar produtos agrícolas que estão amadurecendo em centenas de hectares de estufas que foram deixadas pelos colonos israelenses que deixaram a Faixa de Gaza há alguns meses. Mas o governo israelense tem imposto restrições à passagem pela fronteira da Faixa de Gaza com o país, alegando considerações na área de segurança. 'Esperança' A viagem de Rice à região é a primeira desde que a retirada de Israel da Faixa de Gaza foi concluída, em setembro. Ela disse que a iniciativa oferece uma oportunidade de avanço. "Se palestinos combaterem o terrorismo e se Israel não tomar iniciativas que prejulguem um acordo final e trabalhar para melhorar a vida diária dos palestinos, a possibilidade de paz é esperançosa e realista", disse ela em Jerusalém. O negociador palestino Saeb Erekat disse à BBC que Rice é a pessoa na melhor posição para restaurar a esperança dos palestinos, reativando as negociações. Para alguns diplomatas americanos, porém, as chances de progresso no momento não são as melhores, até porque o governo de Ariel Sharon, em Israel, enfrenta uma crise política após o anúncio de que o Partido Trabalhista pode deixar sua coalizão. O Parlamento de Israel deve votar uma série de moções de confiança no governo na quarta-feira. O apoio do Partido Trabalhista é decisivo para a sobrevivência do governo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a escassez de profissionais da saúde no mundo é estimada em 4 milhões de pessoas, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira, o Dia Mundial da Saúde.
O relatório afirma que pelo menos 1,3 bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso aos cuidados médicos mais básicos. A organização diz que países pobres da Ásia e África necessitam urgentemente de mais de dois milhões de médicos e enfermeiras para lidar com doenças como tuberculose, malária e Aids. Trinta e seis dos 57 países com falta de profissionais da saúde estão na África Subsaariana, afetada por uma forte epidemia de Aids. Ética O relatório destaca ainda graves disparidades no acesso a assistência médica, onde a África está em situação mais crítica, com 11% da população mundial, 24% das doenças conhecidas e apenas 3% dos profissionais da saúde do mundo. A OMS afirma que a expectativa de vida nos países mais pobres é a metade da observada nas nações mais ricas. O Brasil não está entre os 57 países com grave escassez de profissionais da saúde, segundo o relatório da OMS. Da América Latina o único país incluído na lista crítica é o Peru. Cada país precisa aprimorar a forma como planeja, educa e emprega médicos, enfermeiras e pessoal de apoio à saúde, diz o documento, que formula um plano de dez anos para lidar com a crise. Os países ricos precisam de mais médicos e enfermeiras também, e os salários são mais altos do que na África. A OMS dis que países em desenvolvimento estão vendo seus profissionais serem atraídos para esses mercados. O relatório pede a adoção de uma política de recrutamento mais ética para profissionais da saúde que desejam imigrar e investimento internacional para ajudar os países pobres a formarem mais pessoal qualificado.
A temporada de reprodução de pinguins na Antártida deixou apenas dois sobreviventes - entre milhares de filhotes. As aves típicas da região, chamadas pinguim-de-adélia, tiveram mais dificuldades para encontrar alimento, segundo especialistas, e acabaram morrendo.
É a segunda temporada catastrófica de reprodução de pinguins na Antártida nos últimos cinco anos A ONG World Wildlife Fund de conservação ambiental justificou as mortes pelas "camadas muito extensas de gelo" nas águas da região, que fizeram com que os pinguins adultos precisassem "viajar mais longe" para conseguir comida. Os grupos de preservação ambiental fizeram um alerta nesta sexta-feira após divulgarem a morte dos filhotes para que medidas urgentes sejam tomadas em uma nova área de proteção marinha no Leste da Antártida - de forma a proteger a colônia que tem cerca de 36 mil pinguins adultos. A Worl Wildlife Fund (WWF) explica que uma simples proibição da pesca de camarões e outros crustáceos na área eliminaria a concorrência e ajudaria a garantir a sobrevivência das espécies antárticas, incluindo os pinguins. A ONG tem apoiado pesquisas na região juntamente com cientistas franceses que monitoram os números de pinguins por ali desde 2010. A ideia sobre uma nova área de proteção será discutida em um encontro na próxima segunda-feira com a Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos da Antártida Marinha (CCAMLR na sigla em inglês). Pinguins registrados pela estação francesa de monitoramento em Dumont d'Urville, no Leste da Antártida Essa comissão é formada por 25 membros e tem a participação da União Europeia. "Esse acontecimento horrível contrasta com a imagem alegre que as pessoas têm dos pinguins", afirmou Rod Downie, chefe de programas polares na WWF. "O risco de abrir essa área para pescas exploratórias de camarões - algo que representaria uma competição por alimentos com os pinguins da região - seria impensável, principalmente depois de duas temporadas catastróficas de reprodução nos últimos quatro anos", afirmou. A última temporada de reprodução que terminou de maneira trágica com a morte de todos os filhotes foi em 2015. "A CCAMLR precisa agir agora adotando uma nova área de proteção marinha para as águas do Leste da Antártida para proteger a casa desses pinguins", finalizou.
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, reafirmou sua intenção de manter uma relação próxima com os Estados Unidos, às vésperas de iniciar sua viagem ao país.
Integrantes de seu governo haviam dado declarações que foram interpretadas como sinais de que que a administração Brown poderia se distanciar mais do governo de George W. Bush do que durante a gestão de Tony Blair. Mas Brown, que incia no domingo a sua primeira visita aos EUA desde que assumiu o cargo, no mês passado, disse que o relacionamento com os Estados Unidos "é a relação bilateral mais importante da Grã-Bretanha". "Uma relação baseada em valores comuns de liberdade, oportunidade e a dignidade do indivíduo." "Por causa dos valores que compartilhamos, o relacionamento com os Estados Unidos não é apenas forte, mas pode se fortalecer ainda mais nos próximos anos." Os dois líderes devem discutir assuntos como Iraque, Afeganistão, Oriente Médio, Darfur, Kosovo, comércio mundial e aquecimento global. "Sabemos que não podemos resolver qualquer um dos principais problemas do mundo sem uma participação americana ativa", disse Brown. "Da mesma forma que a América e a Grã-Bretanha se posicionaram lado a lado para enfrentar os desafios globais do passado, continuaremos a trabalhar juntos como amigos para enfrentar os grandes desafios do futuro.” "O relacionamento entre o presidente americano e o premiê britânico sempre será forte e estou ansioso para encontrar o presidente Bush para discutirmos como podemos trabalhar juntos."
Um pedido de ajuda externa para reverter a atual crise aérea no Brasil teria que vir do próprio governo, segundo representantes de entidades internacionais do setor.
A suposta recomendação de uma intervenção internacional no país havia sido feita por Marc Baumgartner, presidente da Federação Internacional dos Controladores Aéreos (Ifatca, em inglês), em recentes entrevistas à imprensa brasileira. A declaração provocou uma reação negativa no âmbito político. De Washington, onde acompanhava as investigações da caixa-preta do vôo 3054 da TAM, o deputado federal Marco Maia (PT-RS), relator da CPI do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, refutou a idéia. “Não concordo com essa proposição. O Brasil tem técnicos eficientes, tem informações, sabe o que está acontecendo, quais são os problemas. O que necessitamos é de menos fala e mais ação. Trazer organizações internacionais para se intrometer em assuntos nacionais não ajudaria em nada”, disparou Maia. Em entrevista à BBC Brasil, Baumgartner, em Genebra, recuou. Disse que não usou a palavra “intervenção”, mas, sim, “assistência”. “Se um país enfrenta problemas no setor aéreo, em especial na administração do tráfego aéreo, especialistas de empresas ou organizações internacionais podem contribuir. Mas isso ocorre se o governo quiser”, afirmou. “O governo é dono de seus próprios passos, ele dá as ordens.” Uma das vantagens de contar com técnicos estrangeiros seria a imparcialidade, anulando pressões políticas, destaca Baumgartner. Auditoria Segundo a assessoria de imprensa da Força Aérea Brasileira (FAB), está prevista para o ano que vem uma “fiscalização rotineira” no país por parte da Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci), ligada à ONU. Não teria havido nenhum pedido do governo brasileiro para antecipar tal fiscalização. Em Montreal, a sede da Oaci informou que ainda não há uma data prevista para a realização de uma auditoria no país. A assistência internacional a países que enfrentaram ou enfrentam crises aéreas é uma prática comum na aviação. A Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) está atualmente ajudando o governo chinês a expandir o sistema aéreo do país. “Enviamos especialistas em tráfego aéreo e em aeroportos, entre outras áreas, para lá. Os chineses vieram aos Estados Unidos para conhecer o sistema americano”, conta Hank Price, porta-voz da FAA, em Washington. A Indonésia também pediu auxílio externo após ter registrado uma série de acidentes – dois fatais apenas neste ano –, levando a União Européia a banir vôos de companhias do país no espaço aéreo europeu. A FAA rebaixou a Indonésia para a categoria 2, isto é, não está de acordo com os padrões da Oaci. Neste mês, o governo indonésio assinou uma declaração de compromisso com internacionais de segurança da Oaci para incrementar a segurança do sistema aéreo civil. O país comprometeu-se a reestruturar a cúpula de aviação civil do governo, reavaliar a legislação, investir em infra-estrutura e recursos humanos, ter mais transparência e corrigir as deficiências identificadas por auditorias da Oaci. Os resultados serão avaliados em 2008 pelo governo da Indonésia e pela Oaci. Suíça Outro país que reavaliou todo o seu sistema de aviação, contando com ajuda internacional, foi a Suíça após uma colisão entre duas aeronaves no ar, em 2002, seguida por mais quatro acidentes. Em 2003, o governo suíço contratou a holandesa National Aerospace Laboratory para fazer uma auditoria geral do sistema. O título da missão foi sugestivo:“Administração de Segurança Aérea na Suíça – Recuperando-se do mito da perfeição”. O relatório final da auditoria apresentou 28 recomendações que resultaram em um plano de ação do governo para toda a indústria aérea, com prazos a cumprir e regulamentações. Três anos mais tarde, o governo suíço contratou novamente a empresa para avaliar o progresso do plano de ação. Os especialistas constataram que o plano de ação foi posto em prática imediatamente após a auditoria e que, embora ainda existissem falhas a serem corrigidas, ocorreram mudanças positivas, como a revisão geral das normas de segurança aérea do país.
Os três ficaram desempregados recentemente. Parados, eles precisam do chamado seguro-desemprego para pagar as contas e, na pior das hipóteses, sobreviver quando o bolso apertar.
Blanca Monje Uribe, Rosivaldo da Silva e Jéssica dos Santos perderam o emprego recentemente Mas Blanca Monje Uribe, Rosivaldo da Silva e Jéssica dos Santos, três trabalhadores recém-demitidos, podem ter um obstáculo a mais nesse momento de dificuldade: o governo de Jair Bolsonaro decidiu criar uma alíquota de 7,5% sobre o seguro-desemprego de milhões de brasileiros — as contribuições serão contabilizadas para o tempo de aposentadoria de cada pessoa. Na prática, a nova contribuição diminui o valor do benefício. Hoje, quando um trabalhador é demitido sem justa causa, ele recebe o seguro em cinco parcelas, sem o desconto. A ação, chamada de Programa Verde Amarelo, faz parte de um pacote lançado neste mês pelo governo —a Medida Provisória 905— e apelidada de "minirreforma trabalhista". O projeto promete criar 1,8 milhões de empregos formais nos próximos três anos. Ele já está valendo, mas o texto ainda pode ser modificado pelo Congresso. A nova taxa vai arrecadar R$ 12 bilhões em cinco anos e suprir o desfalque que o Verde Amarelo causará nas contas do governo, pois o programa de Bolsonaro promete reduzir a carga de impostos para o empregador que contratar jovens entre 18 e 29 anos. Além da contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as empresas não precisarão recolher tributos para o Sistema S, salário-educação, entre outros. Fim do Talvez também te interesse A oposição tem criticado a medida, pois ela obrigaria milhões de desempregados em má situação financeira a abrir mão de um valor mensal importante. Por outro lado, o governo argumenta que a taxa "é uma troca que beneficia o trabalhador", nas palavras de Rogério Marinho, secretário especial de Previdência e Trabalho, em entrevista recente. Apesar de perder o dinheiro, o trabalhador ganharia o tempo de serviço para sua aposentadoria, o que não acontecia antes. Mas o que pensam os desempregados que terão de perder 7,5% do seu benefício para que outros empregos sejam criados? A BBC News Brasil ouviu as histórias de três trabalhadores que perderam seus empregos recentemente e devem se encaixar na nova taxa criada por Bolsonaro. 1 - 'Para o pobre, R$ 100 fazem falta' Programa Verde Amarelo foi lançado pelo ministro Paulo Guedes e pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto Para Rosivaldo da Silva Santos, de 30 anos, perder 7,5% do benefício não é uma boa notícia. "Parece pouca coisa, mas, para o pobre, R$ 100 vão fazer falta, sim", diz, na porta do Cate (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo), órgão da Prefeitura de São Paulo onde ele dava entrada no seguro-desemprego. Santos é sushiman e foi demitido há duas semanas, quando o restaurante onde ele trabalhou por quatro anos faliu. Ganhava R$ 2.000 por mês — e seu seguro-desemprego ficará em R$ 1.300, em cinco parcelas. Ou seja, a nova alíquota vai comer R$ 97,50 por mês de seu benefício. Santos conta que descobriu que seu antigo patrão não depositava mais seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) havia quatro anos, valor que poderia aliviar as contas nesse momento. Recebeu apenas R$ 2.000 de FGTS, e sem a multa de 40% a que tem direito por lei. "Pensei em processá-lo, mas ele é estrangeiro. Está falido. Dificilmente eu conseguiria rever esse dinheiro, deixei para lá", diz Santos. Além de outras contas fixas, o sushiman paga R$ 700 de aluguel em uma casa em Artur Alvim, periferia da zona leste paulistana. "Com todas as contas, vai sobrar menos de R$ 500 para eu passar o mês", explica. Natural de Lagoa do Ouro (PE), Santos chegou em São Paulo há onze anos. Aprendeu o ofício de sushiman para trabalhar em restaurantes do bairro da Liberdade, onde muitos nordestinos atuam nesse setor. Toda a família ainda vive em Pernambuco — apenas uma irmã mora na capital paulista. Agora, sem muitos recursos, ele pensa em retornar para junto dos pais caso não arrume emprego nos próximos dias. "Não posso ficar parado", diz. 2 - 'Talvez eu não consiga pagar as contas' O progama do governo criou uma alíquota de 7,5% do seguro dos desempregados Blanca Monje Uribe, 27, ganhava R$ 3,5 mil como advogada em um escritório da região do ABC paulista, na Grande São Paulo. A empresa entrou em recuperação judicial e ela foi demitida. Recebeu R$ 6 mil de FGTS, mas parte dele foi usado para pagar dívidas. Uribe tem direito ao teto do seguro-desemprego, R$ 1.735,29, em cinco parcelas — segundo o novo pacote, R$ 130 desse montante sairia de sua conta com destino ao INSS. "Acho esse plano do governo um absurdo", diz. "As pessoas podem pensar: 'é tão pouco dinheiro...'. Mas fala isso para quem está desempregado. Para mim, R$ 130 a menos significa que talvez eu não consiga pagar uma conta de luz, de gás, um boleto do banco. São contas que hoje eu pago em dia, mas, se tirarem esse dinheiro, vou conseguir? Não sei dizer, a situação pode piorar." A advogada e o marido moram de aluguel em um apartamento em São Bernardo do Campo — R$ 1.300 por mês. Também pagam R$ 500 da prestação de um carro. "Depois que perdi o emprego, nossa renda mensal caiu pela metade. Nós deixamos de comprar muita coisa. Fico pensando: o governo tirando dinheiro dos trabalhadores, não pode ter um efeito inverso? As pessoas vão deixar de consumir, o que pode gerar mais desemprego", afirma. Uribe também espera conseguir um emprego registrado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pois, segundo ela, "a legislação dá mais garantias do que bicos informais." Sobre o Programa Verde Amerelo, ela acredita ser importante gerar novos empregos, mas não tirar dinheiro de quem já está parado e em dificuldade financeira. "Não acho justo eu ter de tirar uma parte do meu benefício para o governo se o seguro-desemprego é um direito meu. Quando eu trabalhava, eu já contribuía com o INSS", diz. 3 - 'Você usa o dinheiro para comprar o almoço' Mutirão do Emprego no centro de São Paulo, em 2019: Brasil tem taxa de desemprego de 11,8% Há 20 dias, Jéssica Aparecida dos Santos, 33, foi demitida depois de entrar em um acordo com a empresa de marketing onde trabalhou nos últimos quatro anos. "Eu achava que ganhava muito mal para minha qualificação e decidi procurar outra oportunidade", diz. Mas essa nova chance ainda não apareceu, apesar de ela ter feito algumas entrevistas. Formada em administração de empresas e pós-graduada em finanças, Santos tinha um salário de apenas R$ 1,6 mil, brutos. No seu caso, o projeto do governo Bolsonaro vai retirar R$ 97,50 mensais dos R$ 1,3 mil do seguro-desemprego para injetar no INSS. O benefício vai ser a única renda da casa onde ela mora com a mãe nos próximos cinco meses, caso a jovem não consiga outro trabalho. "Para mim, R$ 1 já faz diferença. O seguro é muito importante para quem está desempregado. Não apenas para pagar as contas e as necessidades básicas: você usa o dinheiro para ir fazer entrevista em local distante, para pagar o almoço", diz. Santos e a mãe moram em um apartamento de um conjunto de habitação social em Santo André, na Grande São Paulo. Pagam parcelas de R$ 300 pela casa, fora as contas de luz, telefone e internet. Sua mãe, de 61 anos, era auxiliar de limpeza, mas parou de trabalhar neste ano ao dar entrada na aposentadoria. Porém, meses depois, o INSS ainda não aprovou seu processo, conta Santos. Quando finalmente sair, os quatro primeiros pagamentos da aposentadoria vão diretamente para o advogado que está cuidando do caso. Santos chegou a trabalhar como motorista de aplicativos de transporte para fazer uma renda extra, mas precisou vender o carro para economizar. "No Uber, para você conseguir ganhar um dinheiro bom, precisa trabalhar muitas horas, todos os dias", diz. Por ora, a jovem ainda está focada em conseguir um emprego em sua área de formação. "Acho que não precisava ter incentivo para contratar pessoas jovens, e sim para os mais velhos. Existe muito preconceito contra os mais velhos e contra as mulheres, já sinto isso na minha faixa etária", afirma. "Tenho experiência em vendas, em marketing, tenho pós-graduação. Meu currículo é muito bom. Não tenho preguiça, trabalho desde os 15 anos. Mas as coisas ainda não estão acontecendo. Se nada der certo nos próximos meses, vou me abrir para vagas em outras áreas." Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Um chiclete. Essa foi a chave para solucionar um assassinato que ocorreu há mais de 35 anos na Inglaterra.
Nova Welsh foi assassinada aos 24 anos, em Birmingham O ano era 1981. No Chile, o general Augusto Pinochet se autoproclamava presidente da República. Nos Estados Unidos, o então presidente Ronald Reagan era vítima de uma tentativa de assassinato. A MTV, primeiro canal de televisão a exibir clipes de música 24 horas por dia, entrava no ar. No Brasil, o Flamengo se sagrava campeão mundial interclubes ao bater o Liverpool por 3 a 0. E uma mulher chamada Nova Welsh, de 24 anos, que morava em Birmingham, ao norte da Inglaterra, desaparecia. Seu corpo foi achado dentro de um armário, em sua própria casa, três semanas depois. Acredita-se que Welsh foi morta na madrugada do dia 27 de julho daquele ano. Corpo da vítima foi achado dentro de um armário De acordo com a autópsia, a causa da morte foi estrangulamento. Mas os anos se passaram e a polícia não conseguia descobrir o culpado... até agosto do ano passado. Chiclete marrom A descoberta só foi possível graças aos avanços científicos que permitem, atualmente, determinar o DNA de uma pessoa anos depois e em circunstâncias insólitas. Ao tentar esconder o corpo de Welsh no armário, o assassino quebrou a fechadura. E, como não conseguia fechar a porta, resolveu recorrer ao chiclete que estava mascando para tal. DNA do assassino foi encontrado em carta anônima Com o passar do tempo, o chiclete mudou de cor - ficou marrom e empoeirada. Apesar disso, os investigadores encontraram, nele, o DNA do assassino. Quem é o assassino? Quem matou Welsh foi Osmond Bell, ex-companheiro da vítima e pai de seus dois filhos, que na época tinham menos de seis anos. Os investigadores também descobriram o que consideram uma probabilidade de "um em um bilhão". Trata-se do DNA de Bell em uma carta anônima, enviada logo após o crime, culpando outra pessoa, para tentar eliminar as suspeitas que poderiam existir sobre o seu envolvimento no assassinato. Bell, que hoje tem 60 anos, foi condenado a 12 anos de prisão após um julgamento em Birmingham. Bell, ex-companheiro da vítima, foi condenado a 12 anos de prisão No julgamento, que acaba de ser concluído, o juiz Patrick Thomas afirmou que o assassinato foi motivado pelo ciúme de Bell. "Welsh tinha sido vítima de violência doméstica, mas conseguiu sair dessa redoma e tentou reconstruir sua vida com um novo namorado", disse Thomas. "Só que Bell não admitia. O assassinato ocorreu após uma briga entre os dois no apartamento dela", acrescentou. A mãe da vítima, Lorna Welsh, disse que agora, após a condenação do assassino, sua filha pode descansar em paz.
Aproximadamente 5 mil pessoas protestaram na noite de quinta-feira contra o governo argentino e o controle sobre a venda de dólares - em uma manifestação organizada por meio de redes sociais. A ação ocorreu na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, a sede do governo, na capital Buenos Aires.
Controle do governo argentino sobre venda de dólares motiva protesto contra Cristina Kirchner. O protesto acontece sete meses após a reeleição da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, com 54% dos votos, e um dia após ela afirmar que trocaria seus depósitos pessoais em dólares por investimentos em moeda local, o peso. No discurso, Cristina pediu que ministros e outras autoridades do governo seguissem o exemplo para que seja "superada a cultura argentina" de pensar em dólares. O governo decidiu controlar a venda da moeda americana desde novembro do ano passado e nos últimos dias intensificou o controle da venda das divisas. Analistas econômicos observam que tradicionalmente os argentinos de classes média e alta poupam em dólares, especialmente em tempos de inflação alta ou de desconfianças nas medidas governamentais. A manifestação de quinta-feira é terceira em pouco mais de uma semana. Nos dias 1 e 2 de maio, protestos semelhantes ocorreram em Buenos Aires, mas em menor escala. Os manifestantes bateram panelas e ergueram cartazes que exigiam, além do fim do controle sobre a venda de dólares, o combate à corrupção, à inflação e à insegurança pública. Redes sociais O protesto foi convocado pelo Twitter e pelo Facebook. A concentração na Praça de Maio aconteceu após caminhada dos manifestantes batendo panelas pelas principais avenidas da cidade, como a Santa Fé, no bairro da Recoleta, e Nove de Julio, no centro. Também ocorreram protestos nos bairros de classe média Belgrano, Caballito, Flores, Palermo e San Telmo. Foi registrado ainda um panelaço em frente à residência presidencial de Olivos, na zona norte da província de Buenos Aires. "O problema não é o dólar, é a inflação. Os argentinos estão tentando proteger seu dinheiro e o governo ainda está em tempo de resolver este problema", afirmou o ex-presidente do Banco Central, o economista Martín Redrado, critico do governo. "Quando os argentinos sentem a inflação e percebem que o dinheiro não chega até o fim do mês então passam a prestar ainda mais atenção nos casos de corrupção do governo. É o que está acontecendo", disse a analista Mariel Fornoni, da consultoria política Managment&Fit. Em 2008, protesto similar foi realizado em Buenos Aires e outras cidades do país pedindo "diálogo" da presidente com produtores rurais que realizavam paralisação. Cristina não costuma conversar com opositores, segundo observou a senadora e jornalista Norma Morandini.
Uma empresa sueca está testando em Xangai, na China, um supermercado móvel que vai até o cliente – literalmente.
Criado em parceria com uma universidade chinesa, o Moby Mart estaciona em áreas onde há demanda. Também não tem funcionários e usa inteligência artificial para ajudar os clientes. O supermercado funciona com um motor elétrico, alimentado por painéis solares em seu teto. Um programa de computador diz quando é hora de voltar ao armazém para repor o estoque. Mas essa não é única iniciativa com conceito "futurista" que pretende revolucionar a forma fazemos compras. Também na China, a BingoBox é uma loja de conveniência onde o cliente "faz tudo". Para isso, baixa um app – que permite entrar na loja, escanear os itens e pagar. Um alarme é acionado se alguém tentar sair do estabelecimento sem pagar. A BingoBox tampouco tem funcionários.
O ministro do Interior da Colômbia, Fabio Valencia, disse à BBC que o governo colombiano poderá lançar novas operações para libertar as centenas de reféns que continuam em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
"Quando puderem ser realizadas sem colocar em perigo a vida dos seqüestrados, tenha a certeza de que essas 'operações limpas' continuarão sendo feitas", afirmou Valencia. O ministro colombiano falou com a BBC horas depois da operação militar que libertou 15 reféns seqüestrados pelas Farc, incluindo a a ex-candidata à presidência da Colômbia, a franco-colombiana Ingrid Betancourt. Valencia disse, porém, que o governo continua disposto a avançar no diálogo com as Farc "dentro das condições colocadas pelo presidente (Álvaro Uribe)". "Não podemos deixar de aproveitar este momento", disse o ministro, acrescentando que "o presidente fez de novo um chamado para que, se a guerrilha quiser negociar, dentro dos parâmetros que ele colocou , o governo está bem disposto". 'Fim das Farc' Valencia, que assumiu o cargo no fim do mês passado, liderou as negociações do governo com as Farc nos diálogos fracassados de Caguán, durante a administração de Andrés Pastrana, que governou a Colômbia entre 1998 e 2002. O ministro também disse acreditar que a guerrilha esteja chegando ao fim. "É evidente a derrota política (das Farc), não só porque (o grupo) foi declarado terrorista no mundo inteiro, mas também por haver recebido golpes contundentes das Forças Armadas". Valencia pediu mais apoio internacional ao governo colombiano.
O líder mundial mais admirado por Jair Bolsonaro, o presidente americano Donald Trump, disse nessa terça-feira, dia 28, que o "Brasil tem praticamente um surto" de coronavírus e comentou que segue atentamente as informações que chegam do país.
Trump volta a ameaçar banir voos dos Estados Unidos para o Brasil O comentário de Trump foi feito durante uma coletiva de imprensa, no Salão Oval da Casa Branca, em conjunto com o governador da Flórida Ron De Santis, que expressava preocupação com a potencial chegada de brasileiros contaminados a Miami. "O Brasil tem praticamente um surto, como vocês sabem (...) se você olhar os gráficos você vai ver o que aconteceu infelizmente com o Brasil. Estamos olhando para isso bem de perto", disse Trump. O posicionamento do aliado prioritário de Bolsonaro contraria as declarações que o próprio presidente brasileiro tem feito em relação à situação da epidemia no Brasil. Bolsonaro já chegou a minimizar a doença e não concorda com as medidas de distanciamento social, adotadas no mundo todo, inclusive nos Estados Unidos, para reduzir o contágio pelo vírus. Fim do Talvez também te interesse Sua postura levou à demissão do então ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, que advogava pela quarentena, há duas semanas. O país tem mais de 71 mil casos da doenças e já passa das 5 mil mortes. Embora não tenha poder para interferir nas políticas locais de combate à epidemia, o presidente tem pressionado os governadores pelo fim das quarentenas e uma reabertura da economia nos Estados. Banimento de voos do Brasil Trump questionou De Santis se ele não cogitava banir voos do Brasil para a Flórida. O governo federal americano tem estudado uma medida como essa há mais ou menos um mês e o próprio presidente já havia mencionado essa possibilidade no começo de abril. Trump afirma que sua gestão terá uma definição sobre essa possibilidade em breve. O Departamento de Estado afirma que nenhuma medida será anunciada por enquanto. "É uma coisa muito impactante de ser feita. Fizemos isso com a China, fizemos com a Europa. Mas é algo impactante, especialmente para a Flórida que tem tantos negócios com a América do Sul", reconheceu o americano. Taxa de mortalidade de covid-19 no Amazonas está acima da média nacional O Brasil é o principal parceiro comercial do Estado americano. Na Flórida também vivem quase 400 mil brasileiros, um terço da comunidade de migrantes do Brasil no país. No início de março, Bolsonaro esteve em Miami para uma visita de estímulo a parcerias comerciais. Na ocasião, chegou a receber a chave da cidade das mãos do prefeito Francis Suarez, que testou positivo para covid-19 poucos dias após o retorno da comitiva ao Brasil. Mais de 10 integrantes da equipe da viagem presidencial, incluindo o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, também contraíram a doença. Teste rápido para brasileiros antes do embarque O governador da Flórida descartou o banimento de voos do Brasil por enquanto, mas afirmou cogitar tornar obrigatória a testagem rápida dos passageiros para covid-19 pelas companhias aéreas, antes do embarque. "Eu estou preocupado com isso [voos do Brasil] o tempo todo. Eu acho que o Brasil é um dos lugares com mais interação com Miami e você vai provavelmente ver a epidemia crescer lá conforme a estação do ano mudar [para o inverno]", afirmou. Segundo De Santis, o risco é que brasileiros voltem a trazer a doença para a Flórida em um momento em que o Estado luta para debelar a epidemia. Ele, no entanto, reconheceu que o surto na Flórida está mais relacionado à chegada de pessoas contaminadas de Nova York ao Estado do que a voos internacionais. Na prática, a maior parte dos voos entre Brasil e Estados Unidos foi cancelada e o fluxo aéreo entre os dois países caiu em mais de 80% desde março. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
O papa Bento 16 disse neste domingo, ao deixar o Brasil rumo ao Vaticano, que viveu no país “horas intensas e inesquecíveis”.
“Na minha memória ficarão para sempre gravadas as manifestações de entusiasmo e de profunda piedade deste povo generoso da Terra de Santa Cruz”, disse o papa em Guarulhos (SP) ao vice-presidente Jose Alencar, que representou o governo brasileiro na despedida do pontífice. Falando em "nome do presidente e do povo brasileiro", José Alencar disse compartilhar "a percepção de que existe um vazio de esperança no mundo da globalização". Em outro trecho, Alencar afirmou que a solidariedade não pode ser vista como uma coisa fora do processo de desenvolvimento. Bento 16 encerrou neste domingo uma visita de cinco dias ao Brasil, a primeira de seu papado fora do continente europeu. Na passagem pelo Brasil, além do contato com os fiéis, ele encontrou-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, canonizou o primeiro santo nascido no Brasil, reuniu-se com jovens e abriu a 5ª Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe. Leia abaixo a íntegra da mensagem de despedida do papa ao povo brasileiro. "Senhor vice-presidente, Ao deixar esta terra abençoada do Brasil, eleva-se na minha alma um hino de ação de graças ao Altíssimo, que me permitiu viver aqui horas intensas e inesquecíveis, com o olhar dirigido à Senhora Aparecida que, do seu Santuário, presidiu o início da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Na minha memória ficarão para sempre gravadas as manifestações de entusiasmo e de profunda piedade deste povo generoso da Terra de Santa Cruz que, junto à multidão de peregrinos provindos deste continente de esperança, soube dar uma pujante demonstração de fé em Cristo e de amor pelo sucessor de Pedro. Peço a Deus que ajude os responsáveis, seja no âmbito religioso que no civil a imprimir um passo decidido àquelas iniciativas, que todos esperam, pelo bem comum da grande Família Latino-Americana. A minha saudação final, repassada de gratidão, vai para o Senhor Presidente da República, para o governo desta nação e do Estado de São Paulo, e para as demais autoridades brasileiras que tantas provas de delicadeza quiseram-me dispensar nestes dias. Estou também agradecido às autoridades consulares, cuja diligente atuação facilitou sobremaneira a participação das próprias Nações nestes dias de reflexão, oração e compromisso pelo bem comum dos participantes a este grande evento. Um particular pensamento de estima fraterna dirijo-o, com profundo reconhecimento, aos senhores cardeais, aos meus irmãos no episcopado, aos sacerdotes e diáconos, religiosos e religiosas, aos organizadores da Conferência. Todos contribuíram para abrilhantar estas jornadas, deixando a quantos nelas tomaram parte cheios de alegria e de esperança – grandium et spes – na família cristã e na sua missão no meio da sociedade. Tende a certeza de que levo a todos no meu coração, donde brota a benção que vos concedo e que faço extensiva a todos os povos da América Latino e do mundo. Muito obrigado!"
A plácida e bucólica New Paltz entrou na polêmica nacional semana passada, quando o prefeito Jason West decidiu casar 25 gays. Foi a cidade pioneira no Estado de Nova York.
Na bussola política, o norte do Estado, onde está New Paltz, é o oposto do sul, onde fica a liberal Manhattan, mas a cidade de 6 mil habitantes é famosa por algumas febres revolucionárias. New Paltz foi fundada pelos huguenotes no século 17 e desde os primeiros conflitos raciais abrigou escravos que fugiram do sul. Sojourner Truth, uma escrava que se tornou líder abolicionista e pacifista, costumava passar longas temporadas em New Paltz, mas há várias décadas os conservadores controlavam a cidade. Ano passado, numa plataforma contra a invasão do Iraque, contra os proprietários dos imóveis e a favor do meio ambiente, Jason West, de 26 anos, com uma margem de 64 votos, desbancou um prefeito que estava há 16 anos no poder. O prefeito Jason ainda estuda artes na universidade, ainda é pintor de paredes e faz teatro de marionetes, mas desde criança se envolveu com política e meio ambiente. Aos seis anos, para a tristeza da irmã, ele não deixava a família freqüentar os McDonald's porque serviam comidas em embalagens de plástico. Aos 17, recusou todos presentes de Natal para protestar contra a comercialização do nascimento de Jesus. Os veteranos da política de New Paltz acham que Jason West é infantil, mas as finanças da cidade estão em dia, a administração é aberta e se envolve em questões que enfurecem a velha guarda. Ano passado, liderado pelo prefeito West, o governo municipal votou contra o Ato Patriótico, definido como uma ameaça aos direitos constitucionais. Há quatro anos, quando fez sua primeira campanha política, Jason West, que não é gay, já defendia o casamento entre homossexuais. New Paltz não passa de um um respingo microscópico no mapa americano, mas sera que é contagioso?
O mosteiro Dir El Sultan, instalado sobre o teto da Basílica do Santo Sepulcro, corre um risco imediato de desabar e causar sérios danos a um dos locais mais sagrados para a religião cristã.
Segundo o governo israelense, a disputa entre as igrejas etíope-ortodoxa e a copta-ortodoxa, pelo controle do local, impede a execução dos reparos. De acordo com o relatório do engenheiro israelense Igal Bergman, contratado pelo igreja etíope-ortodoxa, o mosteiro Dir El Sultan "representa um risco para a vida dos monges e dos visitantes, trata-se de uma emergência, e reparos no local devem ser feitos com urgência". O mosteiro fica sobre o teto da Basílica do Santo Sepulcro, local onde, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo foi crucificado e sepultado. A Basílica, construída pela primeira vez no século 4º, é administrada por diversas correntes da religião cristã, inclusive a católica romana, a greco-ortodoxa, a etíope-ortodoxa e a copta (egípcia) ortodoxa. Condição A propriedade sobre o mosteiro Dir El Sultan é disputada há 200 anos pelas igrejas etíope e copta, o que dificulta a realização de trabalhos no local. De acordo com o jornal Haaretz, o Ministério do Interior de Israel afirma que "sabe da necessidade de reparos no mosteiro desde 2004 e está disposto a arcar com as despesas da obra". Porém, a condição do Ministério para iniciar os trabalhos é que as igrejas cheguem a um acordo sobre a responsabilidade pelo local. Segundo o arcebispo Mateus, chefe da igreja etíope-ortodoxa, que enviou uma carta urgente ao Ministério do Interior de Israel, exigindo a execução dos reparos, "a condição do governo israelense é inaceitável porque não reconhecemos direito algum da igreja copta no local". O Ministério do Interior disse ao jornal Haaretz que "qualquer intervenção ativa do governo israelense na Basílica do Santo Sepulcro, sem o acordo das duas igrejas, pode provocar uma crise entre Israel, a Etiópia e o Egito". O prefeito de Jerusalém, Uri Lupoliansky, afirmou que vai tentar intermediar a crise entre as duas igrejas para que seja possível realizar as reformas.
Uma doença que ameaça a existência de anfíbios no mundo inteiro pode ter tido origem no uso de sapos em testes de gravidez, segundo cientistas.
Essa teoria está em debate em uma conferência em Washington, onde os estudiosos esperam fazer um plano para evitar a extinção de espécies de sapos, rãs e salamandras. Nos anos 1930, sapos africanos que teriam contraído uma doença provocada por fungos foram exportados para uso em testes de gravidez de seres humanos. Isso teria levado à disseminação da doença conhecida em inglês como Chytridiomycosis, que é atualmente uma das grandes causas do declínio no número de anfíbios no mundo. Segundo a avaliação mais recente, quase um terço desse grupo de animais corre risco de extinção. Injeção Um grupo de pesquisadores liderados pelo cientista australiano Rick Speare lançou a teoria de que, na África, sapos e o fungo Batrachochytrium dendrobatidis (que causa a doença) tinham co-existido por um longo período, durante o qual o animal teria desenvolvido resistência ao mal. Nos anos 1930 e 1940, fêmeas vivas de sapos da espécie Xenopus laevis foram levadas da África para testes de gravidez na Europa, Austrália, parte da Ásia e América do Norte, onde a doença teria acabado se espalhando para outros anfíbios. Nos testes, uma amostra da urina da mulher era injetada na pele do sapo, e se a mulher estivesse grávida, um hormônio presente em sua urina provocaria ovulação no sapo. Outros testes envolviam machos e rãs que produziam espermatozóides em resposta à presença de hormônio na urina. A origem e transmissão do fungo são assuntos-chave no seminário que avalia que mais de 1,8 mil espécies de anfíbios estão ameaçados de extinção. As causas do desaparecimento das espécies incluem a perda de habitat, devastação de florestas, mudança de clima e poluição, mas a infecção por fungo é considerada uma das principais.
A família do eletricista Jean Charles de Menezes chegou a Londres na manhã desta terça-feira para acompanhar as investigações sobre a morte do brasileiro e para se reunir com seus advogados.
Jean Charles foi morto por engano pela Polícia de Londres no dia 22 de julho na estação de metrô de Stockwell, no sul da capital britânica. Os policiais julgaram que o brasileiro tivesse a intenção de realizar um atentado suicida. Segundo o irmão de Jean, Giovani da Silva, de 33 anos, a família irá exigir explicações dos policiais britânicos. "Não somos nós que temos que conseguir algo. São eles que têm de nos dar explicações. Não são eles que comandam. Eles é que têm uma dívida conosco", afirmou Giovani da Silva, irmão de Jean Charles, em entrevista à BBC Brasil. Giovani chegou acompanhado de sua mulher e de seus três filhos, além de seu pai, Matozinhos Otone da Silva, e de sua mãe, Maria Otone de Menezes. Imagens Giovani afirma que os primos de Jean Charles, que são radicados na Grã-Bretanha, já viram as imagens do circuito interno de TV da estação de Stockwell, que mostrariam os últimos momentos do brasileiro. "Ainda não posso falar nada. Só vou poder dar declarações depois que vir as imagens. Sei que meus primos já viram, mas ainda nem falei com eles sobre isso", disse. De acordo com Giovani, que é o único irmão de Jean Charles, a família até o momento não discutiu com a polícia britânica qualquer possível pedido de indenização. O órgão que está promovendo uma investigação paralela sobre a morte do brasileiro, a Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês) havia dito que as imagens do circuito interno de TV, ainda seriam mostradas à família do brasileiro. Apesar de as imagens constituirem um dos principais registros da investigação, pela lei britânica, a família da vítima tem prioridade em vê-las. A família tem um encontro previsto com representantes do IPCC para a próxima quinta-feira.
Cirurgiões alemães acreditam ter criado uma técnica mais segura para operar bebês ainda no útero da mãe.
Os médicos utilizaram métodos menos invasivos para tratar três bebês que, supostamente, sofriam de um problema na coluna vertebral. Para a operação, foram feitas três pequenas incisões no útero da mãe. Depois, três tubos finos e uma câmera foram inseridos para auxiliar os médicos na cirurgia. Cirurgias em bebês dentro do útero são extremamente difíceis, e pouquíssimos médicos no mundo tentaram fazê-las. Riscos Pesquisadores americanos são os pioneiros nesse tipo de cirurgia. A técnica americana envolve grandes cortes no abdômen da mãe, semelhantes aos usados em partos por cesariana. Esse tipo de cirurgia, no entanto, é arriscado, porque pode levar a mulher a entrar em trabalho de parto prematuramente. Os médicos alemães dizem acreditar que sua técnica reduz esse tipo de risco. Ela foi amplamente testada em ovelhas grávidas antes de ser praticada em seres humanos. Segundo os médicos, a técnica foi usada com sucesso em três bebês. Nos três casos, os bebês corriam risco de nascer com espinha bífida, uma malformação congênita onde não ocorre a fusão dos ossos da coluna vertebral. Se não for tratada, a condição pode causar danos permanentes, levando à paralisia. "Todas as crianças operadas mostraram apenas pequenos sintomas de paralisia nos membros inferiores após o parto", disse o médico Thomas Kohl, que fez a cirurgia. Ele disse que os médicos estão agora monitorando o desenvolvimento dos bebês. "Vamos ter que esperar até que essas crianças tenham dois anos de idade para termos idéia do valor terapêutico da nova cirurgia."
Os Estados Unidos e diversos países europeus fizeram nesta segunda-feira um apelo à Rússia para que não reconheça a Ossétia do Sul e Abecásia, regiões separatistas da Geórgia, como Estados independentes.
Os apelos foram feitos depois que o Parlamento russo aprovou por unanimidade, em sessão extraordinária, uma moção que solicita ao presidente, Dmitri Medvedev, o reconhecimento da independência das regiões. "Para nós, isso seria inaceitável", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Robert Wood. "A Rússia precisa respeitar a independência territorial e a soberania da Geórgia." Grã-Bretanha, Alemanha e Itália alertaram para o risco de a medida aumentar as tensões na região do Cáucaso. Mas para que o reconhecimento seja oficial, o Kremlin precisa ratificar a decisão do Parlamento. Alguns analistas afirmam que a ratificação pelo Parlamento aumenta o poder de barganha do Kremlin em futuras negociações sobre Ossétia do Sul e Abecásia. Uma estratégia possível seria não confirmar a decisão imediatamente, usando-a para testar a comunidade internacional. Ainda nesta segunda-feira, a Casa Branca anunciou que o vice-presidente Dick Cheney visitará a Geórgia no mês que vem. Nacionalismo Segundo o correspondente da BBC em Moscou Humphrey Hawksley, a sessão das câmaras baixa e alta do Parlamento foi marcada por nacionalismo e rancor e revela um endurecimento na delicada relação da Rússia com os países ocidentais. Na Duma, como é conhecida a Câmara Baixa do Parlamento, o hino nacional foi entoado e seguido de um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do que os russos consideram uma “agressão da Geórgia”. Segundo o presidente da Câmara Alta, Sergei Mironov, as duas províncias possuem os atributos necessários de estados independentes. Já o presidente da Duma, Boris Gryzlov, comparou a ação militar da Geórgia nas províncias separatistas com a invasão da União Soviética por Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. A Rússia entrou em confronto violento com a Geórgia neste mês depois que as tropas georgianas invadiram a província da Ossétia do Sul para recuperar o controle da região. O confronto foi paralisado depois que os dois países assinaram um plano de paz proposto pela União Européia, que incluía a retirada imediata das tropas da região e o retorno à posição anterior ao conflito. A Rússia já foi acusada de violar o plano de paz e anunciou que suas tropas irão fiscalizar as mercadorias que chegam ao porto de Poti, um dos principais da Geórgia. Além disso, o Exército russo não permitirá a ronda aérea de regiões patrulhadas por seus agentes de paz, chamadas "zonas de segurança". Kosovo De acordo com o líder rebelde da Ossétia do Sul, Edward Kokoity, que participou das sessões extraordinárias no Parlamento russo, a Ossétia e a Abecásia têm mais direitos de se tornarem nações reconhecidas pela comunidade internacional do que Kosovo. Esse território declarou sua independência da Sérvia no início deste ano e contou com o apoio dos Estados Unidos e de grande parte da União Européia. A Ossétia do Sul proclamou sua independência no início da década de 90, mas sua autonomia não foi reconhecida pela comunidade internacional. A região quer se unir à Federação Russa, como já é o caso da Ossétia do Norte. A Abecásia declarou sua independência em 1992, mas também não obteve reconhecimento da comunidade internacional. As tensões em ambas as regiões se intensificaram ainda mais depois que Mikhail Saakashvili foi eleito presidente da Geórgia em 2004, com a promessa de reunificar o país.
Trabalhar como dançarina de strip-tease em Londres pode render cerca de mil libras (o equivalente a cerca de R$ 4 mil) por semana em média, mesmo para garotas que não têm visto de trabalho.
"Trabalhando oito horas por dia, cinco dias por semana, a garota pode tirar entre 500 e 1.200 libras, dependendo do local", diz Letícia, que trabalha no ramo há cinco anos. "Alguns locais mais conceituados pedem visto de trabalho, mas lugares piores, como o Sunset Strip (onde a ex-miss Taisa Thomsen tabalhava), são opção para garotas que não têm permissão de trabalho no país", diz Nicole, que trabalhou como dançarina por um ano e meio antes de deixar o país. Segundo dançarinas ouvidas pela reportagem da BBC Brasil, a atividade é relativamente segura do ponto de vista físico. Drogas "Existe muita segurança dentro dos locais e as boates sempre contratam táxis para nos levar embora", diz Letícia. "O problema é mais psicológico. São lugares pesados que te sugam a energia", diz Nicole. "Nunca temi pela minha segurança, os ingleses te respeitam completamente e nunca tentam avançar o sinal vermelho”, disse ela. "Acho que não dançaria no Brasil porque os brasileiros não se contentariam apenas em olhar, sem encostar", diz Nicole. Outro possível problema é a proximidade que elas acabam tendo com drogas pesadas. "A maioria das boates, ou comercializa drogas ou permite que traficantes freqüentem os locais", diz Nicole. Em Londres, existem dois tipos de strip-tease. Aquele em que a dançarina dança no palco ou para clientes em salas individuais. Em ambos os casos, é proibido qualquer contato físico. As dançarinas dizem que, para começar no ramo, não é necessário experiência já que "as outras meninas te ensinam e as boates entendem que você vai começar sem experiência", diz Nicole. As dançarinas concordam que o dinheiro é o maior atrativo e a concorrência na cidade está se tornando cada vez mais acirrada, com a chegada de mais garotas do leste europeu.
O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que incentiva o uso de combustíveis renováveis para diminuir a dependência americana do petróleo importado.
Mas, ao contrário do que esperava o governo brasileiro, que tenta vender álcool combustível ao país, o projeto prevê incentivos para o aumento da produção de álcool de milho. O consultor Joel Velasco, da empresa de consultoria americana Stonebridge International, diz que o único ponto positivo para o Brasil na nova lei é que ela pode levar ao desenvolvimento de um mercado para o etanol que pode, no futuro, abrir as portas para importações brasileiras. “Mas isso somente se o mercado americano não conseguir atender à demanda que se crie com os incentivos para combustíveis renováveis”, afirma. Por enquanto, a lei aprovada pelo Senado atende aos interesses dos produtores americanos, já beneficiados por um subsídio de US$ 0,51 por galão (3,78 litros), o que torna o produto importado economicamente inviável. Subsídios O projeto aprovado no Senado mantém o subsídio e dobra a produção de álcool de milho para 8 bilhões de galões por ano em 2012. Sem a sobretaxa, o produto brasileiro seria competitivo, já que os custos de produção são menores. Vários Estados americanos produzem álcool de milho, principalmente no Meio Oeste. Além do subsídio, a importação de álcool enfrentaria problemas de armazenamento, diz Velasco, já que para não ficar dependente da entressafra brasileira o governo americano teria que construir depósitos gigantescos para armazenar uma reserva estratégica. “Esta estrutura já existe para gasolina e outros derivados de petróleo, mas não para álcool”, diz ele. A produção atual de álcool de milho nos Estados Unidos, de 4 bilhões de galões este ano, representa cerca de 3% do volume de gasolina consumido no país. O projeto prevê dobrar o volume de álcool misturado na gasolina para reduzir a dependência do petróleo importado e diminuir a poluição. De acordo com o presidente da Comissão de Energia do Senado, senador Pete Domenici, a mudança deve permitir que o consumo de petróleo caia um milhão de barris por dia até 2015. Alternativa “Faz sentido promover o etanol como uma alternativa ao petróleo importado”, defendeu o presidente George W. Bush há duas semanas, pedindo a aprovação da lei pelo Senado. Nesta terça, ele elogiou a decisão. “Eu aplaudo o Senado por trabalhar de uma maneira bipartidária para aprovar uma lei de energia consistente com a que eu propus em 2001”, disse o presidente. O projeto contou com apoio de Republicanos e Democratas e teve 85 votos a favor e 12 contra. O custo será de US$ 18 bilhões entre investimentos e incentivos fiscais. Os dois partidos não conseguiram chegar a um acordo nos quatro anos em que o projeto ficou no Congresso no primeiro mandato de Bush. Recentemente, o presidente relançou a lei e vinha falando muito em seus discursos da necessidade de aprová-la para garantir as fontes de energia no país nas próximas décadas, especialmente com o preço recorde do barril de petróleo, que nesta semana ultrapassou os US$ 60. Primeiro passo A lei trata não apenas de combustíveis mas também de energia elétrica e outras fontes. Mas a aprovação pelo Senado é apenas o primeiro passo. O projeto precisa ser compatibilizado com um outro, aprovado pela Câmara dos Representantes em abril, para que uma terceira versão seja então aprovada pelas duas casas. O presidente disse que espera que este trabalho seja concluído e que ele possa assinar a lei antes do recesso de agosto. O projeto aprovado pela Câmara prevê o uso de 5 bilhões de galões de etanol até 2012, um aumento de apenas 20% em relação ao volume atual.
Um helicóptero americano foi derrubado por disparos de militantes rebeldes iraquianos ao oeste de Bagdá, de acordo com informações divulgadas neste domingo pelas autoridades da coalizão militar liderada pelos Estados Unidos.
Os dois tripulantes do helicóptero militar do tipo Apache foram mortos na queda da aeronave, que foi atingida por disparos perto da cidade de Abu Ghraib. "Nós temos uma força de reação rápida no local para conduzir a recuperação do equipamento e do pessoal, e nossos corações estão com as famílias", disse o general Mark Kimmitt, porta-voz das forças americanas. Kimmitt disse que operações militares estão em andamento na região para reabrir a principal estrada entre Bagdá e Falluja, que foi bloqueada durante os combates dos últimos dias. Cessar-fogo Em Falluja, apesar do início de uma trégua entre as tropas americanas e os militantes sunitas que travaram duros combates na cidade nos últimos dias, novos episódios de violência foram registrados neste domingo. As autoridades da coalizão militar liderada pelos Estados Unidos afirmam que um iraquiano armado foi morto a tiros por soldados depois de abrir fogo contra as tropas americanas e ferir dois fuzileiros. O tiroteio teria iniciado um confronto na região. Em meio aos novos focos de violência, negociadores ainda discutem com autoridades americanas e líderes rebeldes a possibilidade de um acordo para um cessar-fogo permanente. Richard Lister, correspondente da BBC em Bagdá, afirma que há indícios de que as forças americanas poderiam se retirar de Falluja e dar lugar a tropas e policiais iraquianos. A coalizão liderada pelos Estados Unidos, no entanto, não confirma a informação. O administrador civil americano no Iraque, Paul Bremer, disse que o cessar-fogo foi aceito a pedido dos membros do Conselho de Governo iraquiano, indicado pelos Estados Unidos. "Eu entendo que o cessar-fogo está mantido por enquanto e nós esperamos conseguir realizar negociações produtivas", afirmou Bremer. As autoridades militares dos Estados Unidos em Bagdá insistem que os responsáveis pelo assassinato e mutilação de quatro guardas de segurança civis americanos em Falluja devem ser entregues e levados à Justiça. Milhares de civis aproveitaram o período de relativa calma iniciado com o cessar-fogo para deixar a cidade.
O rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG) – que deixou, até a última atualização, 165 mortos e 160 desaparecidos – não deve inibir os esforços do setor produtivo por mudanças que acelerem e simplifiquem o processo de licenciamento ambiental .
Mesmo após o ocorrido em Brumadinho, mudanças no processo de licenciamento ambiental seguem na pauta - mas com propostas de regras diferentes para a mineração A pauta é uma das prioridades da indústria e do agronegócio, que argumentam haver um excesso de burocracia na liberação de licenças atravancando o desenvolvimento do país. A percepção é compartilhada pelo presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Já ambientalistas e acadêmicos temem que a flexibilização gere mais desastres. Eles dizem que a demora nos processos de licenciamento reflete o sucateamento de órgãos ambientais e cobram mais recursos para a área. Para neutralizar as pressões contrárias que ganham peso após a tragédia em Brumadinho, segmentos interessados na simplificação defendem que sejam criadas regras diferenciadas para o setor de mineração. Dessa forma, minas e barragens estariam sujeitas a normas mais rígidas que atividades agropecuárias ou obras de infraestrutura. Há diversas propostas em discussão no Congresso, mas a que ganha mais atenção dos setores produtivos é o projeto de lei 3.729/2004, que busca criar a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. Fim do Talvez também te interesse Um caderno de propostas para a área ambiental elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) durante a eleição de 2018 defende a aprovação desse projeto "no mais curto prazo possível". Deputado Newton Cardoso Júnior, cuja família tem investimentos no setor madeireiro, defende que fazendas de eucalipto sejam dispensadas de qualquer licenciamento quando o cultivo ocorrer em áreas rurais já consolidadas ou já degradadas pela ação humana A "articulação política" para aprovação dessa lei também aparece como segundo ponto de uma lista de reivindicações que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) apresentou ao ministro Ricardo Salles dia 23 de janeiro, dois dias antes do rompimento da barragem em Brumadinho. A expectativa de Rodrigo Justus, assessor técnico de Meio Ambiente da FPA, é que as mudanças no licenciamento ambiental voltem a ser debatidas no primeiro semestre e sejam aprovadas na segunda metade do ano na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. "O texto que hoje se encontra (em discussão no Congresso) tem um guarda-chuva para grandes empreendimentos que têm potencial poluidor, mas não tinha um capítulo específico para mineração. Com certeza isso será necessário. Eu acredito que não tem como fugir dessa discussão", afirmou à reportagem. Uma das principais lideranças da bancada ruralista no Congresso, o deputado Newton Cardoso Júnior (MDB-MG) tenta incluir no PL 3.729/2004 que fazendas de eucalipto sejam dispensadas de qualquer licenciamento quando o cultivo ocorrer em áreas rurais já consolidadas ou já degradadas pela ação humana. Ele argumenta que a atividade pode ter licenças simplificadas porque não apresenta riscos à vida humana como mineração ou grandes obras. Sua família tem investimentos no setor de eucalipto. "Eu acredito que temos ambiente propício para tratar dessa matéria, mas desde que o setor mineral seja expurgado da regra (simplificada). Temos que ter um capítulo específico para o setor mineral e outro para projetos de infraestrutura que possam causar riscos para a população ", disse. 'Autolicenciamento' O projeto de lei 3.729/2004, que já há tramita há quinze anos no Congresso, pode criar um arcabouço legal unificado para o país. Hoje, há uma lei federal que prevê quais as competências de licenciamento da União, dos Estados e dos municípios, mas não há um marco que dê diretrizes gerais a serem seguidas pelas resoluções do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e pelas leis estaduais e municipais. Expectativa de assessor técnico é que as mudanças no licenciamento ambiental sejam aprovadas na segunda metade do ano na Câmara (foto) e no Senado Entre os pontos polêmicos incluídos no projeto está a previsão da "licença ambiental por adesão e compromisso", que possibilita uma espécie de licenciamento automático quando os impactos de determinada atividade já são conhecidos e o empreendedor se compromete com requisitos e condicionantes ambientais estabelecidos previamente pelas autoridades. Seus defensores afirmam que ela seria aplicada apenas a atividades de baixo impacto, mas os críticos ressaltam que a proposta que vem tramitando não fixa critérios claros para essa classificação, podendo abrir uma "guerra" de flexibilização ambiental entre Estados e municípios. O ministro Ricardo Salles tem defendido em entrevistas o "autolicenciamento", mas sem detalhar de que forma seria aplicado. "É lógico que o licenciamento deve ser mais rigoroso quanto maior forem os impactos previstos. O que não se pode fazer é dispensar de licença ou fazer um sistema automático como pretende a bancada ruralista", crítica Maurício Guetta, advogado e diretor do Instituto Socioambiental (ISA). Ele ressalta que há propostas em andando no Congresso para agilizar também o licenciamento de empreendimentos complexos de infraestrutura, como o projeto de lei do Senado 654/2015, que permite ao Poder Executivo escolher obras consideradas estratégias a serem licenciadas em prazos mais curtos. Sua expectativa é que a tragédia de Brumadinho aumente a mobilização da sociedade contra as tentativas de flexibilizar o licenciamento. Foi por meio de um processo simplificado que a Vale obteve em dezembro autorização do governo de Minas Gerais para ampliar as atividades do complexo Paraopeba, que inclui a mina Córrego do Feijão, cuja barragem se rompeu em 25 de janeiro. Uma redução na classificação do potencial poluidor do complexo permitiu que as licenças prévia, de instalação e operação fossem avaliadas de uma única vez. A consultora legislativa Suely Araújo, presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) no governo Michel Temer, considera que a tragédia de Brumadinho não vai impedir que o debate ocorra no Congresso. Ela entende ser possível adotar simplificações no caso de empreendimentos com riscos e impactos pequenos, desde que se preserve o rigor técnico e o controle governamental. "Eu sou favorável à aprovação de uma lei geral de licenciamento, a questão é qual o conteúdo. Não pode virar a lei da não licença. Uma lista daquilo que não tem licença seria uma deturpação", ressaltou. Entre os pontos polêmicos do projeto está a previsão da "licença ambiental por adesão e compromisso", similar a um licenciamento automático quando os impactos de determinada atividade já forem conhecidos Comunidades atingidas podem ser ignoradas Araújo destaca também a importância de garantir que populações afetadas sejam ouvidas no processo de licenciamento, principalmente quando os impactos previstos são maiores. Outro ponto que tem sido criticado por ambientalistas no PL 3.729/2004 é a dispensa de consulta à Funai (Fundação Nacional do Índio) quando o empreendimento em análise afetar áreas cuja delimitação de território indígena ainda está em estudo. Além disso, a bancada ruralista deseja que, nos casos de terras já reconhecidas, a opinião do órgão não seja "vinculante" (de aplicação obrigatória pela autoridade ambiental). O texto do projeto de lei já passou por várias versões. Nenhuma delas trouxe medidas para melhorar o processo de consulta às comunidades afetadas pelas obras ou atividades econômicas durante o processo de licenciamento, crítica o professor da Escola Politécnica da USP Luis Enrique Sánchez. "Estamos muito atrás de outros países nessa área", nota ele, que é autor do livro Avaliação de Impacto Ambiental, referência no estudo de licenciamento no Brasil. Além da falta de pessoal e estrutura suficiente nos órgãos envolvidos, Sánchez também atribui a demora dos licenciamentos a estudos de impacto ambiental deficientes apresentados pelos empreendedores às autoridades. "As propostas (de mudança no licenciamento) passam ao largo dessas questões e se concentram principalmente em tentativas de reduzir os prazos de resposta dos órgãos ambientais", crítica. Na sua avaliação, o "enfraquecimento muito grande da legislação" pode gerar ainda mais judicialização nos processos de licenciamento. Normais estaduais já vêm sendo questionadas pela Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal Federal. No próximo mês, está previsto o julgamento da constitucionalidade de uma lei do Amapá que estabelece licença ambiental única para diversas atividades econômicas. Outra ação, ainda sem previsão de julgamento, tenta cancelar a possibilidade de licença por adesão e compromisso adotada na Bahia. Procurada pela BBC News Brasil, a Confederação Nacional da Indústria não indicou porta-voz para responder sobre as críticas ao projeto de lei apoiado pela entidade. Por meio de nota, disse que "o setor industrial trabalha pela modernização do marco regulatório e para aumentar a segurança jurídica do processo", medidas que considera "imprescindíveis para gerar um melhor ambiente de negócios e atrair investimentos para o país". Na visão da CNI, isso "não significa que o licenciamento deva ser feito de maneira irresponsável". Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Os 192 membros da Assembléia Geral da ONU retomaram nesta terça-feira a maratona de votações iniciada no dia anterior, mas ainda não chegaram a um acordo sobre quem deve ocupar uma das vagas da América Latina no Conselho de Segurança das Nações Unidas: Guatemala ou Venezuela.
Nenhum dos dois países conseguiu reunir o número de votos necessários para se tornar o representante que substituirá a Argentina em um dos dois assentos rotativos reservados aos países latino-americanos no Conselho. O outro país da região é o Peru, cujo mandato expira no próximo ano. Na votação mais recente, a 21ª em dois dias, a Guatemala, que conta com o apoio dos Estados Unidos, recebeu 101 votos. A Venezuela ficou com 79. Houve 12 abstenções. Para assegurar a vaga, um dos países precisa obter dois terços dos votos válidos na Assembléia Geral da ONU. Na última votação, esse número equivalia a 120 dos 192 votantes (abstenções são descontadas). A Guatemala liderou todas as votações até agora, à exceção de uma rodada da segunda-feira, em que houve empate. Guatemala e Venezuela deverão continuar se enfrentando em novas rodadas de votação até que um acordo seja alcançado, de acordo com uma porta-voz da Assembléia Geral. Posição brasileira A candidatura da Venezuela tem o apoio do Brasil e dos demais membros do Mercosul. O país também recebeu o aval tácito da Rússia e da China, dois membros permanentes do Conselho, e de países africanos. Para a missão brasileira na ONU, é natural que o Brasil apóie a Venezuela pela sua condição de membro pleno do Mercosul, mas a representação brasileira ressalva que mantém "excelentes relações com a Guatemala". Os Estados Unidos fazem campanha em favor da Guatemala. Um impasse semelhante, ocorrido entre Cuba e Colômbia em outubro de 1979, se estendeu por mais de dois meses até a eleição de um terceiro candidato, o México. "Resistência" Desta vez, chegou-se a sugerir a candidatura do Uruguai para a vaga, mas a Venezuela não parece disposta a desistir tão cedo da disputa. "Com o exemplo do povo vietnamita (durante a Guerra do Vietnã) como podemos desistir em um dia?", afirmou o embaixador do país na ONU, Francisco Arias Cardenas, segundo a agência de notícias France Presse. "Com o exemplo da resistência de outros povos, do povo coreano, como podemos desistir em um dia?", insistiu Cardenas. Por sua vez, o ministro do Exterior da Guatemala, Gert Rosenthal, disse que o país é "uma voz independente", rejeitando insinuações de que seria submisso aos Estados Unidos. De acordo com a missão brasileira na ONU, o Brasil não cogita mudar sua posição nem apoiar um terceiro candidato de consenso. Ainda segundo a representação, caberá à Assembléia Geral tomar uma providência se o "padrão de votação continuar". O correspondente da BBC em Nova York Luis Sarmiento informa que a eleição criou um ambiente de polarização na ONU. A Venezuela é acusada de praticar a “petrodiplomacia”, oferecendo benefícios no comércio de petróleo a países que apoiam a sua candidatura. Já a Guatemala, diz o correspondente, tem sido duramente criticada por sua aproximação com os Estados Unidos. Sua autonomia no momento das votações cruciais no Conselho é colocada em dúvida. Por outro lado, há países que vêem na escolha da Venezuela uma fonte de instabilidade para o Conselho dadas as tensões permanentes entre Caracas e Washington. Muitos ainda têm fresco na memória o último discurso do presidente Hugo Chávez na ONU, em que ele chamou o presidente americano, George W. Bush, de "diabo". Divisão Para analistas, o que está claro é que há uma divisão no Grupo da América Latina e do Caribe (Grulac), que normalmente firma acordos com antecedência para escolher seu candidato. O Conselho de Segurança tem 15 integrantes, sendo que cinco deles são permanentes e têm direito a veto: Estados Unidos, China, França, Grã-Bretanha e Rússia. Os outros dez integrantes ocupam assentos por mandatos de dois anos. Desse grupo, cinco são eleitos a cada ano. A maior parte das decisões no Conselho de Segurança, o mais poderoso da organização, é tomada pelos cinco membros permanentes, mas uma resolução só é aprovada se receber pelo menos nove votos e não pode ser vetada por nenhum dos membros permanentes. As votações relativas a outras regiões foram encerradas na segunda-feira e resultaram na eleição de África do Sul, Itália, Indonésia e Bélgica. Esses países deverão substituir Tanzânia, Japão, Dinamarca e Grécia. Os novos membros rotativos do Conselho deverão assumir suas cadeiras no órgão no dia 1º de janeiro.
É o objeto mais distante registrado no Sistema Solar: um planeta anão que está a 120 unidades astronômicas da nossa estrela – cem vezes a distância entre a Terra e o Sol.
Apelidado de Farout, o planeta anão demora cerca de mil anos para dar uma voltar em torno do sol O pequeno planeta, a quase 18 bilhões de quilômetros da Terra, foi descoberto por uma equipe de astrônomos que usou telescópios no Havaí e no Chile. Ele foi designado provisoriamente como 2018 VG18 e apelidado de Farout (muito distante, em inglês). "Tudo o que sabemos por enquanto sobre o 2018 VG18 é seu diâmetro aproximado, sua cor e sua distância do Sol", disse David Tholen, pesquisador da Universidade do Havaí e membro da equipe que descobriu o planeta. Um ano de mil anos A descoberta foi anunciada pelo Centro de Planetas Menores da União Astronômica Internacional. Fim do Talvez também te interesse O Farout tem cerca de 500 km de diâmetro (1/7 do tamanho da Lua) e sua cor rosada pode indicar que é rico em hélio. Imagem do planeta anão 2018 VG18, o Farout, captada pelo telescópio Subaru, no Havaí, em 10 de novembro "Como 2018 VG18 está muito distante (e, portanto, tem uma órbita maior), ele demora cerca de mil anos para dar um volta ao redor do Sol", diz Tholen. A descoberta do Farout tira o recorde do planeta anão Eris, que está a cerca de 96 unidades astronômicas do Sol e era até então o objeto mais distante encontrado ao redor de nossa estrela. O misterioso planeta 9 Os astrônomos pesquisam objetos muito distantes em busca de indícios da influência gravitacional do chamado Planeta X, um planeta várias vezes maior que a Terra e que seria o planeta 9, ou seja, o nono planeta do sistema, depois de Netuno. Plutão, que durante décadas foi considerado o nono planeta do Sistema Solar, foi reclassificado como planeta anão em 2006, em meio a um intenso debate. Na época, um objeto maior que ele e outros de tamanho próximo foram descobertos, e a União Astronômica Internacional decidiu que deveria haver uma melhor definição do que é um planeta. O planeta 9 nunca foi observado, mas os astrônomos calculam que ele exista devido ao seu efeito na órbita de de outros corpos menores. Ilustração divulgada pelo Instituto Carnegie para a Ciência mostra a distância relativa de 2018 VG18 em comparação a outros objetos do Sistema Solar "A semelhança nas órbitas dos corpos mais distantes no Sistema Solar foi o que nos levou a afirmar que deve haver um planeta enorme a centenas de unidades astronômicas influenciando as órbitas desses objetos pequenos", afirma Scott Sheppard, membro da equipe que descobriu o Farout e pesquisador do Instituto Carnegie para a Ciência, em Washington. Muito além de Plutão As primeiras observações do Farout foram feitas em novembro com o telescópio japonês Subaru, que fica no Havaí. A existência do planeta anão depois foi confirmada pelo telescópio Magalhães, do observatório chileno Las Campanas. "Essa descoberta é realmente um sucesso internacional", afirma o astrônomo Chad Trujillo, da Universidade de North Arizona, que também é membro da equipe que descobiu o objeto. "Foram usados telescópios no Havaí e no Chile, operados pelo Japão, com a participação de instituições de pesquisa e universidades nos Estados Unidos." "Com as novas câmeras digitais de campo colocadas em alguns dos maiores telescópios do mundo, estamos finalmente explorando os confins do Sistema Solar, muito além de Plutão." Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Após quatro dias de violentos confrontos em Beirute, várias outras regiões do país passaram a ser palco de episódios de violência, como a segunda cidade mais importante, Trípoli, além de várias cidades nas montanhas ao leste da capital libanesa.
A nova onda de violência já deixou 49 mortos e 129 feridos. Na tarde deste domingo, começaram combates entre o Partido Socialista Progressista (PSP), liderado pelo druso Walid Jumblatt, e o grupo xiita Hezbollah na região do Monte Líbano. Várias cidades registram confrontos, entre elas Aley, Shweifat, Barsoun, Aitat, Keyfoun e Kmatyeh. Todas ficam na região montanhosa habitada pela comunidade drusa. Jumblatt, que foi acusado pelo Hezbollah de traição, pediu ao líder druso rival Tarslan Arslan, que é aliado do Hezbollah, que intermediasse o fim dos confrontos. O Hezbollah exigiu que todos os escritórios do partido de Jumblatt no Monte Líbano e na região de Hasbaya, outro reduto druso no sul do Vale do Bekaa, sejam entregues à oposição. Os militantes do PSP concordaram em entregar as armas, mas o cessar-fogo, que estava marcado para às 18h, no horário local (12h em Brasília), não foi respeitado e o Exército libanês ainda não foi capaz de posicionar suas tropas na região para acabar com os combates. Na segunda cidade mais importante do Líbano, Trípoli, no norte do país, também foram registrados confrontos, que começaram na noite deste sábado e continuam neste domingo. Simpatizantes do Hezbollah e partidários do governo se enfrentaram nas ruas de Trípoli, munidos de metralhadoras e granadas. Milhares de pessoas fugiram de suas casas e três pessoas foram mortas em Trípoli no sábado. Neste domingo, o Exército libanês ocupou a cidade para tentar restaurar a segurança. No Cairo, a Liga Árabe divulgou um comunicado pedindo um cessar-fogo urgente. Aeroporto fechado Já na capital Beirute, a oposição aumentou a quantidade de bloqueios em vários pontos da cidade, no dia seguinte à trégua entre o governo e o grupo xiita Hezbollah, que retirou suas milícias das ruas a pedido do Exército libanês. O aeroporto internacional da capital continua fechado e na manhã deste domingo a oposição enviou mais caminhões com montes de terra para reforçar as barreiras. A fronteira leste do Líbano com a Síria permanece bloqueada, restando somente as estradas que levam às fronteiras do norte do país. Mesmo assim, milhares de libaneses estão se refugiando no país vizinho para fugir da violência. Medidas revogadas No sábado, o Exército libanês revogou duas medidas contra o Hezbollah que geraram uma onda de violência que culminou com a tomada de poder de todo o oeste da capital pelo grupo xiita. O chefe de segurança do aeroporto, que foi demitido por ter ligações com o grupo, foi restituído ao posto e o Exército afirmou que lidaria com a questão da rede de comunicações do Hezbollah - que tinha sido declarada ilegal pelo governo libanês. A decisão do Exército de intervir ocorreu após o primeiro-ministro, Fuad Siniora, ter feito um apelo para que a instituição reinstale a segurança no país. Tropas e blindados militares patrulhavam as ruas desertas de Beirute neste domingo sem abrir, no entanto, as ruas bloqueadas pelos militantes da oposição. O total de mortos nos confrontos, que começaram na última quarta-feira e colocaram o país à beira de uma guerra civil, já chegou a 40 pessoas. As tensões continuam altas no Líbano, e a trégua obtida no sábado pelo comando militar é frágil, segundo analistas no país. Segundo eles, novos confrontos podem explodir em Beirute e em outras cidades. Poder de decisão A facilidade com que o Hezbollah derrotou os militantes pró-governo nas ruas provou que o grupo xiita é a maior força militar do Líbano, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil. Para a professora e PhD em Ciência Política pela Universiade de Harvard, Sophie Saade, a oposição humilhou decisivamente o governo libanês e o movimento 14 de Março, sua base de apoio. “Depois das derrotas nas ruas [confrontos], os políticos governistas começaram os discursos para atenuar a humilhação sofrida diante de seus correligionários”, disse ela. Siniora, em sua primeira declaração pública desde o início dos confrontos, disse que o Líbano não podia mais tolerar que o Hezbollah tenha armas. Ele pediu ao Exército que restaurasse a lei e a ordem e retirasse os homens armados da ruas. “Mas a trégua provou que quem tinha o poder de decisão era o Hezbollah e a oposição. O governo e o Exército ficaram com a sensação de impotência”, completou Saade. A derrota dos governistas foi também uma derrota para os Estados Unidos, na opinião do diretor do Carnegie Middle East Center, Paul Salem, que diz que o governo Bush era o principal aliado do governo Siniora contra a influência da Síria e do Irã, países que apóiam o Hezbollah. Segundo ele, os eventos dos últimos dias provaram que a balança de poder se alterou. “A oposição mostrou ao povo libanês que está mais perto de decidir sobre o futuro do país do que os partidos governistas”, disse ele. O Líbano vive uma crise política há mais de um ano e está sem presidente desde novembro do ano passado quando o pró-sírio Emile Lahoud deixou o cargo. Governistas e oposição não conseguem chegar a um acordo sobre a formação de um futuro governo e novas leis eleitorais. Apesar de ambas as facções políticas terem como consenso o comandante do Exército, general Michel Suleiman, para a presidência do país, já houve o adiamento de 18 sessões do parlamento para elegê-lo.
O diretor do canal de TV britânico BBC 1, Peter Fincham, pediu demissão nesta sexta-feira, depois que uma investigação interna apontou "erros graves" na produção e divulgação da chamada de um documentário sobre a rainha Elizabeth 2ª.
Em julho, Fincham exibiu à imprensa um comercial de promoção do documentário A Year with the Queen (“Um Ano com a Rainha”, em tradução livre) que mostrava a rainha supostamente abandonando uma sessão de fotos depois do que parece ter sido um desentendimento com a fotógrafa Annie Leibovitz. Mas as imagens mostrando a rainha aparentemente deixando o local haviam sido feitas antes da sessão de fotos. A edição das cenas fora de ordem levou a uma compreensão errada do que ocorreu. O relatório, elaborado pelo ex-executivo da BBC Will Wyatt e divulgado nesta sexta-feira, diz que a RDF, a produtora independente responsável pela obra, cometeu um erro “imperdoável” ao editar as imagens “sem cuidado”. Fincham assistiu ao vídeo três vezes antes de aprovar sua divulgação, juntamente com outras duas pessoas, e nenhum deles questionou o que viu. O documento também diz que os responsáveis pelas imagens mostraram lentidão “ao analisar a magnitude e a importância do erro” e que a demora em divulgar um comunicado esclarecendo os fatos foi “um erro cometido pela BBC.” Wyatt, contudo, disse não acreditar que “alguém, de forma consciente, tenha tentado difamar ou representar de forma errada a rainha na gravação”. Manto Na chamada, divulgada em 11 de julho, a fotógrafa Annie Leibovitz é vista dizendo à rainha que a foto ficaria melhor se ela tirasse a tiara, porque "o manto real é tão..." e, antes de completar a frase, é interrompida pela rainha. "Menos elegante. E o que você acha disso?", diz Elizabeth 2ª, apontando para a roupa. A cena seguinte mostra a rainha andando no Palácio de Buckingham dizendo à sua dama de companhia: "Não vou mudar nada. Basta, vestida desse jeito, muito obrigada", levando a se acreditar que ela abandonou, contrariada, a sessão de fotos. Mudanças à vista Fincham assumiu em 2005 a direção da BBC 1, um dos mais populares canais da TV aberta na Grã-Bretanha. Além dele, Stephen Lambert, diretor da produtora RDF, também se demitiu. O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, reconheceu que “foram cometidos erros sérios, que divulgaram informações enganadoras sobre a rainha”. “É por isso que nós estamos determinados a adotar todas as medidas necessárias para corrigir as falhas descritas neste relatório.”
Os três membros da equipe paraolímpica da Jordânia que foram acusados de cometerem abusos sexuais não vão mais participar dos Jogos Paraolímpicos de Londres, que começam no dia 29.
Jordanianos compareceram a audiência na Irlanda do Norte na quarta-feira (BBC) O Comitê Paraolímpico da Jordânia informou os organizadores dos jogos em Londres que os atletas já voltaram para o país árabe. Na quarta-feira Faisal Hammash, Omar Sami Qaradhi e Motaz Al-Junadi foram formalmente acusados de abusos sexual na Irlanda do Norte, onde os atletas estão alojados. Os três são membros da equipe paraolímpica jordaniana de levantamento de peso e dois deles competem em cadeiras de rodas. Faisal Hammash, de 35 anos, enfrenta duas acusações de assédio sexual em relação a uma criança. Omar Sami Qaradhi, de 31, tem três acusações de abuso sexual e uma de voyeurismo. Pelo menos dois dos supostos abusos sexuais foram contra crianças. Motaz Al-Junadi, 45 anos, enfrenta uma acusação de abuso sexual. Todos os crimes teriam ocorrido entre os dias 16 e 20 de agosto dentro do complexo esportivo Antrim Forum. A embaixada da Jordânia em Londres divulgou uma declaração lamentando o incidente e informando que um de seus diplomatas foi à Irlanda do Norte para a audiência dos atletas e depositou a fiança para a liberação dos três. Uma autoridade do governo jordaniano informou também que o rei Abdullah está acompanhando o caso. Os atletas devem voltar para o julgamento em Belfast em outubro. Leia mais sobre esse assunto Tópicos relacionados
O presidente do Conselho de Administração da BBC, Gavyn Davies, pediu demissão nesta quarta-feira após a divulgação das críticas à empresa no relatório do inquérito Hutton.
O conselho da BBC foi criticado no relatório Hutton por não ter investigado as ações do repórter Andrew Gilligam de maneira apropriada. O diretor-geral Greg Dyke disse que a BBC aceita que "alegações fundamentais na reportagem de Andrew Gilligan para o programa Today de 29 de maio estavam erradas" e pediu desculpa por isso. A declaração foi feita por meio de um comunicado divulgado nesta quarta-feira depois da apresentação das conclussões do Inquérito Hutton, que investigou as circunstâncias da morte do cientistas David Kelly. Direito à informação Greg Dyke disse que em nenhum momento nos últimos oito meses a BBC acusou o primeiro-ministro de estar mentindo. Ele afirmou que o cientista David Kelly era uma fonte com credibilidade e que, desde que suas declarações tenham sido reportadas com precisão, o público tinha o direito de conhecê-las. Dyke destacou que a maioria da cobertura da BBC sobre o dossiê cumpriu sua proposta. Segundo Dyke, a BBC já havia admitido muitas das falhas apontadas no relatório do inquérito e que a empresa já tomou medidas para melhorar seus procedimentos. "Outras conclusões do relatório, inclusive aquelas que dizem respeito ao dossiê, serão examinadas minuciosamente", disse Dyke. Relatório O juiz Brian Hutton apresentou nesta quarta-feira um relatório em que critica a BBC, mas inocenta o governo britânico na investigação das circunstâncias que cercaram a morte do cientista David Kelly. Kelly foi a fonte de uma reportagem da BBC que alegava que o governo do primeiro-ministro Tony Blair exagerou as informações de seu dossiê sobre as armas do Iraque para justificar uma guerra contra o regime de Saddam Hussein. Hutton disse que o dossiê provocou um grande debate sobre o teor do documento como uma justificativa para a guerra contra o Iraque. O juiz, no entanto, acrescentou que o objetivo do inquérito não era verificar a autencidade das informações incluídas no dossiê. O relatório de Hutton afirma que a reportagem do jornalista Andrew Gilligan transmitida pela BBC foi "infundada" e que a diretoria da corporação falhou ao não investigar a maneira como a reportagem foi produzida. Já a decisão do governo de revelar a identidade de Kelly como fonte da BBC não fez parte, de acordo com o juiz, de nenhuma estratégia secreta de ministros ou autoridades britânicas.
Após uma reunião de emergência realizada no Cairo, no Egito, integrantes da Liga Árabe afirmaram que a violência no Oriente Médio é conseqüência do fracasso do processo de paz conduzido por Estados Unidos, União Européia e Rússia.
Ministros do Exterior de 18 países árabes disseram que a responsabilidade pelo processo de paz deveria ser transferida ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante uma entrevista coletiva à imprensa concedida após a reunião, o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, esquivou-se de perguntas que buscavam saber se a reunião resultou numa posição comum em relação ao Hezbollah e ao Hamas. A Síria apóia os dois grupos militantes, enquanto países árabes mais moderados, como Egito e Arábia Saudita, fazem críticas a eles. Civis e infra-estrutura Uma delegação enviada ao Cairo pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para encontrar uma solução para a crise também se reuniu com integrantes da Liga Árabe. Um porta-voz da ONU disse que a delegação, liderada pelo assessor político especial de Annan, Vijay Nambiar, ressaltou a importância de proteger as vidas de civis e a infra-estrutura das regiões envolvidas nos conflitos atuais. A delegação também lembrou que a situação na Faixa de Gaza não deve ser ofuscada pela violência no Líbano e no norte de Israel. O Exército israelense invadiu Gaza há mais de duas semanas, após militantes do Hamas terem capturado um soldado israelense. Esta semana, Israel iniciou outra ofensiva, desta vez no Líbano, após a morte de oito soldados israelenses e a captura de dois pelo grupo islâmico Hezbollah.
A secretária de Estado americana, Condoleeza Rice, expressou sua preocupação com a direção que a Rússia vem seguindo, ao dizer que muito poder está concentrado no Kremlin.
"Eu acho que tem muita concentração de poder no Kremlin. Todo mundo tem dúvidas sobre a independência do Judiciário", disse Rice a jornalistas depois de um encontro com ativistas de direitos humanos, neste sábado, em Moscou. "Eu estou confiante de que o nosso objetivo é construir instituições russas...mas que respeitem também o que nós conhecemos por valores universais", continuou a secretária. Segundo ela, esses valores incluem "o direito à liberdade, de se reunir em grupos, de não ter que lidar com o poder arbitrário do Estado". Mas a secretária também disse que não quer interferir nas questões domésticas russas. O governo americano tem sido cauteloso ao fazer comentários sobre a democracia na Rússia, mas o correspondente da BBC em Moscou Rupert Wingfield-Hayes diz que esse está se tornando rapidamente mais um assunto na longa lista de questões que separam a Rússia e os Estados Unidos. Mal-estar As declarações foram dadas em meio a um mal-estar nas relações entre os dois países, um dia depois que os Estados Unidos rejeitaram apelos russos para suspender a construção de um sistema antimísseis no Leste Europeu. Antes do encontro com a secretária americana, uma das representantes dos ativistas pediu aos Estados Unidos que condenassem publicamente o que chamou de "tendência a uma sociedade democrática sufocante e negligente com os direitos humanos". "Existe no nosso país uma tendência à regressão no que diz respeito à democracia baseada no Estado de direito. Os direitos constitucionais dos cidadãos e as obrigações assumidas em acordos internacionais em relação aos direitos humanos estão sendo constantemente violados", disse a ativista Lyudmila Alekseyeva, do Moscow Helsinki Group. A Rússia nega as acusações. Nesta semana, o presidente russo governo tentou desqualificar as críticas das organizações não-governamentais. "É muito ruim quando essas organizações começam a ser usados por alguns Estados contra outros Estados como ferramenta para alcançar seus objetivos de política externa", declarou Putin à agência de notícias russas Itar-Tass, depois de um encontro entre ativistas e o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Escudo antimísseis O apoio americano a grupos contrários a Putin deve causar irritação na Rússia, um dia depois de Washington rejeitar pedidos russos para voltar atrás na construção de um sistema antimísseis na Polônia e na República Checa - países que viveram sob influência de Moscou desde o fim da Segunda Guerra Mundial até a dissolução da União Soviética, em 1991. Em uma reunião com Condoleezza Rice na sexta-feira, o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, disse que seu país vê o sistema antimísseis dos Estados Unidos como uma "ameaça potencial", e que a realização do projeto poderia levar a Rússia a abandonar o tratado Forças Nucleares Intermediárias (INF, na sigla em inglês), de não-proliferação de armas nucleares. As autoridades russas prefeririam que os Estados Unidos utilizassem um sistema de defesa formado por radares operados pela Rússia no Azerbaijão. O governo americano afirma que o sistema russo pode ser usado, mas não está capacitado para guiar mísseis de interceptação, e que novas instalações são necessárias para defender as nações ocidentais de "países hostis", como Irã e Coréia do Norte.
Há quase 200 países no mundo , todos competindo por recursos, negócios e atenção. Se você é uma nação em algum canto remoto do planeta, como fazer para dizer ao mundo que existe?
O Chile, com suas paisagens, é considerado um exemplo de melhoria de percepção internacional Cada vez mais os países estão copiando as táticas de marketing usadas pelas empresas privadas para influenciar a percepção que o público tem deles. É o mundo da "nation branding" - das marcas das nações. Uma marca forte de país, em tese, atrai turistas, parceiros comerciais e investidores - tudo de uma vez. Mas de nada adianta ter um belo logo e um polpudo orçamento de marketing para vender um produto que as pessoas não queiram comprar. Então, o que um país deve fazer para melhorar seu desempenho? Nesse debate, o Chile se tornou exemplar. Transição da ditadura de Augusto Pinochet (1974 a 1990) para uma democracia estável e aberta é apontada como fator de atratividade para o Chile Nos anos 1990, após o fim do brutal regime de Augusto Pinochet, o Chile iniciou a empreitada de polir sua própria imagem perante o mundo. "A imagem do Chile costumava ser muito mais vaga", diz Jorge Cortés, gerente de marketing digital na Fundação Imagem do Chile, organização que, desde 2009, guia o programa de construção de marca do país. "Tanto é assim que estudos de percepção mostram que nós (chilenos) erámos espontaneamente associados a coisas que não nos definem, como café e carnaval." Em outras palavras, muitos dos entrevistados achavam que o Chile era parecido com o Brasil. Dado que não tinha os símbolos e estereótipos típicos brasileiros - camiseta amarela da seleção, samba, Rio de Janeiro e carnaval -, o que o Chile poderia fazer para se tornar mais popular? Na foto, um Carnaval chileno; na percepção de muitos estrangeiros, símbolos e ícones do país se confundiam com os do Brasil Algumas das primeiras tentativas de fazer o Chile se destacar foram um pouco bizarras. O país transportou um enorme iceberg pelo mundo para exibi-lo na Feira Mundial de Sevilha, em 1992. A iniciativa atraiu muitos holofotes, embora nem todos tenham sido positivos. Até que, em 2005, o país lançou a campanha baseada no slogan "Chile: All Ways Surprising" (que pode ser traduzido como "surpreendente de todas as maneiras" e também como "sempre surpreendente"). Hoje, o país não usa mais slogans, mas sim uma abordagem mais sutil, focando em estabilidade, na diversidade geográfica - de seus desertos e geleiras - e no "espírito empreendedor das pessoas". Esses conceitos são vendidos em campanhas de relações públicas, redes sociais, eventos e em um programa que tem como alvo 380 empresas pelo país, para alinhar seus discursos. Há regras bastante específicas quanto a quais logos, fontes e até fotografias podem ser usadas. Foram criadas cinco marcas, em tons de cinza, vermelho, amarelo e dois azuis. Esse tipo de disciplina de marca deixaria orgulhosa qualquer empresa listada entre as 500 mais poderosas do mundo. Cores permitidas ou vetadas no logo de promoção do Chile: país fez um forte esforço de redesenho de marca Os marqueteiros chilenos dizem que o público internacional, sobretudo o envolvido em decisões de investimento, hoje tem uma impressão melhor do país, tanto em relação à atratividade quanto à estabilidade de seu governo. Cortés cita duas ações que ajudaram a melhorar a imagem do Chile: ter uma estratégia de longo prazo e envolver os cidadãos na campanha. "Isso é essencial para fortalecer a marca Chile dentro do país, para efetivamente promovê-lo no exterior", diz o gerente de marketing. "Cada chileno é responsável por essa enorme tarefa e é chamado para se tornar um embaixador das características únicas e positivas do país." Deserto chileno; para marqueteiros, o público internacional hoje tem uma impressão melhor do país, tanto em relação à atratividade quanto à estabilidade de seu governo. Mas será que funcionaram mesmo os esforços para melhorar a percepção sobre o Chile? Esse tipo de coisa é difícil de ser quantificada, mas o investimento estrangeiro direto no país de fato aumentou na última década: de US$ 4,3 bilhões em 2003 para US$ 30 bilhões em 2012, segundo o Banco Central chileno. Ao mesmo tempo, o país recebeu no ano passado um recorde de 6,45 milhões de visitantes. Para Simon Anholt, um dos principais especialistas internacionais em "nation branding", diz que o Chile é um raro exemplo de país que conseguiu melhorar sua imagem globalmente. No entanto, ele tem dúvidas se foi mesmo o marketing o responsável por essa melhoria. Outra hipótese é de que o país melhorou sua percepção simplesmente porque se transformou de uma ditadura militar para uma democracia bem-sucedida, com uma economia cada vez mais aberta ao mundo. Simon Anholt é cético quanto ao poder do marketing para impulsionar a percepção sobre os países Anholt, um ex-consultor, hoje se diz muito cético quanto ao conceito de "nation branding". Desde 2005, ele tem compilado uma vasta pesquisa de percepções públicas sobre países - o Índice Anholt-GfK Nation Brands. "Faz 20 anos que busco um caso que seja de um país, cidade ou região que tenha conseguido demonstrar melhora, ainda que pequena, na sua imagem global como resultado de marketing, mensagens ou comunicações. Continuo procurando", diz Anholt. Ele acha que o único país além do Chile que conseguiu melhorar sua imagem global nos anos recentes - e provavelmente não por marketing - foi a Coreia do Sul. A imagem do país parece ter se beneficiado do hit Gangnam Style e da música pop coreana, o K-pop. Há, também, a crescente popularidade dos restaurantes coreanos ao redor do mundo. Anholt acredita que o sucesso da marca do país se deva também aos esforços em pacificar as relações com a Coreia do Norte. "A Coreia do Sul tem tido um papel mais proeminente nos assuntos mundiais", ele diz. "O país tem feito mais a respeito da Coreia do Norte. As pessoas estão menos confusas quanto a qual é a Coreia 'boa' e a Coreia 'má.'" Cantor Psy toca o hit 'Gangnam Style' em 2012; é possível que o K-pop esteja ajudando a impulsionar percepção positiva da Coreia do Sul Já o Brasil vai na contramão disso, como exemplo de país que danificou sua reputação internacional nos últimos anos. Para a surpresa de muitos, a Copa do Mundo de 2014, assim como a da África do Sul, em 2010, não produziu uma melhora, mas sim uma piora na percepção do público sobre ambos. Um dos motivos é que, antes mesmo de a bola rolar nos campos de futebol, houve uma avalanche de notícias negativas sobre pobreza e problemas sociais, que talvez tenham sido novidade para grande parte dos espectadores internacionais. Em última instância, Anholt acredita que o melhor jeito de incrementar a imagem de um país é se ele contribuir para o bem-estar global, indo além de suas fronteiras, em vez de gastar dinheiro com publicidade. "Se você realmente quer ter uma reputação melhor, a melhor coisa que você pode a fazer é parar de correr atrás disso", ele orienta. "É muito pouco edificante o espetáculo de um país ou uma pessoa dizendo 'como estou?' e se preocupando com sua imagem. É algo que só faz você parecer um pobre perdedor."
Não há como fugir disso. O mundo islâmico e o Ocidente olham, um para o outro, com desconfiança.
Um historiador pode dizer que sempre foi assim. Mas, se foi, esse longo e turbulento relacionamento entrou em uma nova fase nos últimos 30 e poucos anos. Uma série de eventos - do renascimento mundial do islamismo na década de 70 aos ataques contra os Estados Unidos no dia 11 de setembro de 2001 - alimentaram temores de que o mundo islâmico e o Ocidente estão em uma rota de colisão. Mundos separados? Cada lado tem uma lista de queixas. Muitos no Ocidente associam o islamismo com violência e extremismo. Grupos militantes islâmicos como o Hamas e o Hezbollah estão constantemente nas manchetes dos jornais. O mais famoso deles, a rede Al-Qaeda, e o seu líder, Osama Bin Laden, são os principais suspeitos dos ataques de 11 de setembro e de vários outros atentados - em Bali e Mombasa e, mais recentemente, em Casablanca, Riad e Jacarta. Além disso, o mundo islâmico é visto como hostil à democracia, às mulheres, aos gays e às outras religiões. Os muçulmanos, por sua vez, acusam o Ocidente de "islamofobia" - medo e hostilidade contra o mundo islâmico e os muçulmanos. Exemplos há aos montes - na política externa dos Estados Unidos, em charges de jornais e, ocasionalmente, em encontros cotidianos entre muçulmanos e não-muçulmanos. Muçulmanos olham para conflitos em todo o mundo - na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, na Caxemira, na Chechênia e em outros lugares - e vêem seus colegas muçulmanos no lado perdedor. Eles sentem que são os perdedores na nova ordem mundial. Eles temem que o Ocidente deseje demonizá-los e dominá-los. Um planeta Os problemas são reais, mas as relações entre o mundo islâmico e o Ocidente vão além de batalhas e intolerância. Por centenas de anos, viajantes, estudiosos, clérigos e comerciantes muçulmanos e não-muçulmanos trocaram bens, idéias e informações, e ainda o fazem. É uma história de necessidade mútua. Também é uma história de mudança. No tempo das Cruzadas havia dois blocos sólidos: o mundo cristão e o mundo islâmico. Não é mais assim. No nosso novo mundo globalizado, o "Ocidente" está em toda a parte - suas idéias e ideologias, sua ciência e tecnologia, seus filmes e música, seus hábitos alimentares. O islamismo, atualmente, também é global. Milhões de muçulmanos agora vivem no Ocidente. Mesquitas, escolas muçulmanas e bancos islamistas tornaram-se lugar-comum. A velha geografia está desatualizada. Dê a sua opinião Este especial da BBC Brasil abre um novo espaço para explorar o islamismo no século XXI. Como você acha que o islamismo e o Ocidente podem reconciliar suas diferenças?
Dos quatro jogos desta quarta-feira na Liga dos Campeões da Europa, o Arsenal, campeão da Inglaterra, tem uma das missões mais difíceis.
Após ter perdido o jogo de ida contra o Bayern de Munique, um dos “papões” das competições européias, a equipe londrina precisa vencer por 2 a 0 para ser um dos oito finalistas do torneio. Mas o meia Edu está confiante de que, jogando em seu estádio de Highbury, em Londres, o time inglês pode conseguir o resultado. “É difícil porque o Bayern tem muita experiência nessa competição”, disse Edu à BBC Brasil. “Mas não é impossível.” O segredo, segundo Edu, é bombardear sem sossego a defesa alemã, que conta com o zagueiro Lúcio entre seus principais jogadores. “Temos que jogar como vínhamos jogando, procurando o gol todo o tempo”, disse ele. “Precisamos ter paciência e tranqüilidade durante os 90 minutos, mas sempre buscando o ataque, como sempre atuamos.” Motivação O meia disse que o Arsenal não fez uma boa partida na Alemanha, quando perdeu de 3 a 1 e que a equipe tem consciência disso. Por esse motivo, todos estão motivados para reverter o placar e passar para as quartas-de-final. “Eu acho que, por não termos feito uma boa partida na Alemanha, isso está motivando mais os jogadores”, disse Edu. “Todo mundo tem a consciência de que não jogamos bem. Queremos mostrar que temos uma equipe forte e com condições de ganhar." Edu preferiu não fazer qualquer comentário em relação ao futuro. Seu contrato termina em julho e, no fim do ano passado, notícias sobre sua possível saída do Arsenal acabaram deixando o jogador fora da equipe por várias partidas. "Meu objetivo, no momento, é direcionar minhas forças para o Arsenal, esquecer um pouco isso", afirmou. Em outro jogo de destaque desta quarta-feira, o Real Madrid defende uma vantagem de 1 a 0 contra a Juventus de Turim jogando na casa do adversário. Na França, o Mônaco tenta reverter a vantagem do PSV, da Holanda, que venceu o jogo de ida por 1 a 0 em Eidhoven. E na Alemanha, o Liverpool, da Inglaterra, defende a vantagem de 3 a 1 obtida no jogo de ida contra o Bayer Leverkusen. Chelsea, Lyon e Milan garantiram sua vaga entre os oito finalistas na terça-feira.
O governo da França anunciou nesta segunda-feira o início de uma grande operação humanitária para ajudar os opositores do líder da Líbia, Muamar Khadafi, e assim pressioná-lo a deixar o poder.
Fillon disse que deve ocorrer um aumento da imigração para o bloco O país decidiu enviar dois aviões com ajuda humanitária, incluindo médicos, enfermeiros e medicamentos, para a cidade de Benghazi – a segunda maior do país, e que está sob controle dos rebeldes. "Este é o início de uma grande operação de apoio humanitário para as populações de territórios liberados", disse o primeiro-ministro francês, François Fillon. Segundo ele, Paris está examinando todas as possíveis medidas possíveis para forçar a saída do líder líbio, até mesmo algum tipo de intervenção militar. Entretanto, ele salientou que qualquer solução teria que ser de comum acordo com outros países e aprovada no Conselho de Segurança da ONU. Leia mais na BBC Brasil: Hillary Clinton pede saída imediata de Khadafi Resposta coletiva Fillon disse também que a União Europeia deve preparar uma resposta coletiva para ajudar os países do norte da África durante a transição rumo a democracia. "Se, por exemplo, a Tunísia não der o exemplo de uma transição bem-sucedida para a democracia, enviaria uma mensagem terrível para todos os países da região, com consequências sombrias, podendo levar ao retorno das piores forças, e é papel da França ajudar", disse ele, ressaltando que o apoio deve ser econômico. Fillon disse que a melhor forma é "ajudar a Tunísia, o Egito, garantir que a situação se estabilize na Líbia. Esta é a resposta que cabe a União Europeia", disse ele. Nesta segunda-feira a União Europeia aprovou um pacote de sanções contra a Líbia. Leia: UE aprova embargo de armas à Líbia e bloqueia bens de Khadafi O ministro francês afirmou que o bloco também deve se preparar para um aumento do movimento migratório.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) alertou nesta terça-feira que a retomada da economia brasileira vai depender da execução do ajuste fiscal proposto pelo governo, mas sugeriu que mais medidas, entre elas reformas estruturais, seriam necessárias para assegurar a sustentabilidade econômica do país no futuro.
As considerações constam do relatório do artigo IV sobre o Brasil — análise anual que o Fundo faz sobre as economias de diversos países. "A implementação bem-sucedida da estratégia de ajuste fiscal e outras ações de política econômica devem contribuir para fortalecer a confiança e ajudar a recuperar o investimento na última parte de 2015, criando a base para que o crescimento positivo volte a ocorrer em 2016", diz o texto. "É preciso favorecer um ajuste que reduza a pressão fiscal de longo prazo. Realizar reformas estruturais que reduzam a complexa estrutura de destinação dos recursos e determinar limites para o crescimento de gastos de áreas ─ como saúde e educação ─, teriam benefícios de longo prazo". Entre as reformas propostas pelo Fundo estão a redução dos gargalos de infraestrutura, a simplificação dos tributos, a abertura da economia, a melhoria da alocação de recursos, a reforma previdenciária e a revisão da fórmula de indexação do salário mínimo. Fim do Talvez também te interesse "Reformas estruturais amplas são fundamentais para melhorar a capacidade produtiva do país, especialmente ao reduzir o custo de fazer negócios e fomentar os investimentos, e ancorar um crescimento equilibrado, sustentado e forte", afirma o texto. Leia mais: O capitalismo de Estado 'à brasileira' fracassou? PIB A previsão do FMI é de que o PIB (Produto Interno Bruto, ou a soma de todos os bens e serviços produzidos por um país) do Brasil registre queda de 1% neste ano. No relatório, o órgão traça um raio-X do momento econômico do país em 2014 e faz recomendações para o futuro. Também dá especial atenção às medidas de ajuste fiscal propostas e parcialmente executadas pelo atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy, à luz de uma atividade mais enfraquecida. O Fundo acrescenta ainda que a perspectiva para a economia brasileira está sujeita a "riscos descendentes significativos", incluindo "o racionamento de energia e água por causa da seca, os possíveis desdobramentos do caso Petrobras e um ambiente internacional mais adverso". Concluído no início de março deste ano, o relatório não leva em consideração o impacto de alguns anúncios recentes, como as MPs (Medidas Provisórias) 664 e 665, que mudam as regras dos benefícios sociais. Leia mais: Grécia recorre a jeitinho para continuar funcionando enquanto o dinheiro acaba Cenário pessimista Em relatório, FMI destacou escalada da inflação que, segundo IBGE, acumulou alta de 8,17% nos últimos 12 meses encerrados em abril No relatório, o FMI confirmou o cenário negativo da economia brasileira nos últimos anos. "O crescimento por meio de reformas feitas há décadas ─ que ampliaram o rendimento do trabalhador - e de condições externas favoráveis - que permitiram o consumo e o crescimento baseado no crédito e redução sustentável da pobreza ─ perdeu vigor", disse o FMI. "O investimento tem sido lento, refletindo a redução da competitividade, a piora do ambiente de negócios, e a queda no preço internacional das commodities. O consumo também se moderou apesar do forte incremento da renda, à medida que a criação de empregos se interrompeu e as condições financeiras se comprimiram, afetando a renda das famílias e a confiança do consumidor". O Fundo também destacou a escalada da inflação ─ que, segundo o IBGE, acumulou alta de 8,17% nos últimos 12 meses encerrados em abril. "Nos últimos anos, a inflação tem ficado próximo do teto da meta (de 6,5%), em parte devido a pressões dos salários, à indexação e, mais recentemente, à seca". Apesar do contexto econômico negativo, o relatório do FMI indicou que as reservas internacionais do Brasil, em torno de US$ 360 bilhões, estão "altas" e fluxos de capitais permanecem "estáveis". O órgão lembra que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) financiou mais de 60% do déficit de conta corrente (transações de um país com o exterior, excluindo investimentos e serviços financeiros) em 2014 e os fluxos de investimento em carteira têm estado "flutuantes". O FMI lembrou, contudo, que o menor crescimento e o desempenho fiscal mais fraco, com o aumento da dívida pública do governo central, afetaram a nota de crédito soberano (possibilidade de um país dar calote) do Brasil em 2014. A agência Standard & Poor’s reduziu o rating do Brasil para BBB- em março do ano passado, enquanto que em setembro outra agência, a Moody’s, alterou para negativa a perspectiva de classificação de crédito do país. Leia mais: Orçamento apertado: inflação impulsiona 'atacarejos' Programas Sociais No relatório, o FMI elogia os programas sociais do governo, como o Bolsa Família, mas diz que progressos adicionais dependerão "crucialmente do crescimento econômico sustentável e forte". "Nos últimos 12 a 15 anos, milhões de famílias foram retiradas da pobreza devido a políticas sociais e aumentos reais do salário mínimo. A desigualdade de renda também foi reduzida, e acesso à educação e à saúde se ampliou". "Contudo, mais melhorias nos padrões de vida dependem de um crescimento durável, equilibrado e forte, para assegurar o crescimento contínuo do emprego e do financiamento sustentado dos programas sociais essenciais", afirma o Fundo.
A vida voltou ao normal no Líbano nesta quarta-feira, depois que partidos de oposição - liderados pela organização militante islâmica Hezbollah - suspenderam uma greve geral que paralisou a maior parte do país na terça-feira.
Escavadeiras foram colocadas nas ruas da capital, Beirute, para desmontar barricadas e tirar detritos deixados depois de um dia de violentos choques entre manifestantes e partidários do governo. A polícia disse que três pessoas morreram e pelo menos 50 ficaram feridas. A oposição quer maior participação na administração do país e a antecipação de eleições gerais, e o Hezbollah alertou que os protestos poderão ser retomados. Os manifestantes consideram o governo próximo demais ao Ocidente e acusam as autoridades de estarem levando o país à bancarrota. O primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora, apoiado pelo Ocidente, disse que vai resistir ao que chamou de "intimidação". “Nós vamos permanecer unidos contra a intimidação. Nós vamos permanecer juntos contra a violência”, disse Siniora em pronunciamento na televisão. O governo não deseja dar à oposição uma participação que lhe dê poder de veto sobre qualquer decisão. Sitiado Siniora permanece abrigado na residência oficial, sitiada por partidários do Hezbollah desde 1º de dezembro. O líder cristão, Samir Geagea, disse à emissora de televisão Al Jazeera: "O que está acontecendo é a coisa mais distante possível dos meios democráticos. Isto é terrorismo direito para paralisar o país". Fontes da oposição dizem que o dia de caos foi uma advertência ao governo e que haverá ação mais dura caso a mensagem não seja aceita. Representantes do governo, contudo, insistem que não fizeram concessões para persuadir a oposição a recuar. A notícia do fim da greve trará alívio para muita gente que ficou sem poder trabalhar com o fechamento de empresas, bloqueio de ruas por pneus incendiados e cancelamento de vôos, disse o correspondente da BBC em Beirute, Jim Muir. Os choques reabriram velhas feridas da guerra civil libanesa das décadas de 70 e 80, de acordo com Muir. Eles despertaram temores de que a violência sectária possa ser reavivada se a crise continuar. A greve ocorre ainda em um momento delicado para o governo, já que potenciais doadores para os esforços de reconstrução do Líbano estão em Paris para uma conferência com o objetivo de ajudar o país a se recuperar do conflito com Israel no ano passado. Segundo a agência de notícias France Presse, o Líbano ainda sofre o impacto econômico da guerra de 34 dias com Israel, e tem uma dívida pública de US$ 41 bilhões.
Os homens japoneses solitários já têm um colo amigo para consolá-los. Foi lançado no país um travesseiro que tem o formato do colo de uma mulher.
O travesseiro de colo, ou Hizamakura, está sendo vendido por cerca de US$ 90. Mitsuo Takahashi, da empresa Trane KK, que fabrica o travesseiro, disse que ele atende a uma necessidade primária. "Desde a infância, as pessoas colocam a cabeça no colo da mãe para que elas lhes façam carinho ou limpem as suas orelhas", disse ele. Solidão Mas há notícia de que o artigo está sendo muito popular como um presente bem-humorado em festas de escritório japonesas. Até agora a empresa fabricante do travesseiro vendeu cerca de 3 mil travesseiros do tipo, segundo Takahashi. O Hizamakura é semelhante a um outro produto que entrou no mercado japonês em dezembro passado - um travesseiro com o formato de um tórax e braço masculino. O "travesseiro de braço de namorado" foi fabricado pela empresa japonesa Kameo tendo em vista as mulheres solteiras do país.
Um chefe de polícia na China foi demitido após ser acusado de ter um caso com duas irmãs gêmeas, segundo a imprensa estatal chinesa.
Casos de políticos chineses com estilo de vida extravagante vêm sendo expostos na internet Chefe de polícia da cidade de Wusu (noroeste da China), Qi Fang também é acusado de empregar as amantes na polícia local e de alugar um apartamento para elas com dinheiro público. Ele deixou o cargo no sábado e está sendo investigado, segundo a agência de notícias Xinhua. O caso de Qi é o mais recente escândalo envolvendo funcionários do governo cujo comportamento começou a ser questionado na internet e culminou em afastamento. As acusações contra o chefe da polícia vieram à tona primeiro em um site local, em que a história vinha acompanhada de um foto mostrando as duas amantes praticamente nuas. Segundo o site, Qi havia usado seu cargo para empregar as irmãs na polícia local. Uma delas trabalhava como oficial de operações especiais, enquanto a outra tinha um cargo no departamento de tráfego da cidade. Apartamento de luxo Ele também mantinha, segundo o site, um apartamento de luxo para as duas e incluía o aluguel em seus gastos oficiais. Segundo um político do Partido Comunista na cidade citado pela Xinhua, "parte das acusações publicadas online era verdadeira, enquanto outros detalhes ainda estão sendo verificados". Nos últimos meses, vários funcionários do governo chinês foram investigados após acusações surgidas na internet, o que vem gerando uma crescente revolta entre os chineses em relação ao que eles classificam como um estilo de vida extravagante de muitos integrantes do Partido Comunista. Lei Zhenfu, oficial distrital de Chongqing, foi demitido no mês passado após um vídeo no qual ele aparecia fazendo sexo com uma jovem de 18 anos. Um outro funcionário, dá área de segurança na província de Shaanxi, foi afastado após se popularizar na internet relatos sobre sua coleção de relógios de luxo. Em seu primeiro discurso oficial, em 15 de novembro, Xi Jinping, o novo líder do Partido Comunista, disse que combater a corrupção era uma de suas prioridades. Segundo ele, a corrupção era algo que pode "matar o partido e arruinar o país." Leia mais sobre esse assunto Tópicos relacionados
Os moradores da ilha de Bougainville na Papua Nova Guiné encontraram uma solução própria para os altos preços da energia - o humilde coco.
Eles estão desenvolvendo mini-refinarias que produzem um óleo de coco que pode substituir o diesel. De policiais a padres, os moradores estão abastecendo os motores dos carros e geradores com o combustível de coco. O interesse pela energia do coco já veio de outros países, incluindo o Irã e a Europa. Durante anos os moradores de Bougainville foram dependentes do combustível importado para a ilha, muito caro. A falta de combustível causava a paralisação freqüente de vários negócios da ilha. O alto custo da energia prejudicava ainda mais a situação. Em casa Mas os moradores da ilha estão apelando cada vez mais para a alternativa ao diesel, mais barata e muito mais sustentável. O óleo de coco está sendo produzido em um crescente número de refinarias caseiras. Matthias Horn, um imigrante alemão e engenheiro, opera uma destas refinarias. "Eles se referem a mim, algumas vezes, como o alemão maluco, pois como você pode fazer isso com seu carro... encher (o tanque) com coco que você usa para fritar o peixe", disse. "O coqueiro é uma bela árvore. Você abastece seu carro e o cheiro é bom e também é bom para o meio ambiente, e isto é o principal", acrescentou. Horn afirmou que seu trabalho atraiu o interesse do Irã. Refinarias como a dele estão produzindo óleos de cozinha, cosmético e sabão. Mas a energia vinda do coco não é novidade de Bougainville. A ilha enfrentou anos de confrontos nos quais milhares de pessoas morreram, lutando pela independência durante a década de 90. Os pequenos estoques de diesel forçaram os moradores da ilha a procurarem fontes alternativas, e o coco foi escolhido. Em tempos de paz, a nova tecnologia está fazendo com que esta nova indústria ganhe mais incentivos.
O queniano Peter Tabichi, eleito o melhor professor do mundo no ano passado, compartilhou com a BBC dicas do que fazer para educar as crianças em casa durante o confinamento causado pela pandemia do coronavírus.
Segundo ele, é importante que os pais estabeleçam uma rotina para os filhos, sem esquecer de momentos para diversão. "As crianças precisam de liberdade assim como de limites", diz Tabichi. Professor de ciências na zona rural do Quênia e membro da ordem religiosa franciscana, ele ganhou o Global Teacher Prize de 2019, conferido pela Fundação Varkey, organização de caridade dedicada à melhoria da educação para crianças carentes. Tabichi foi elogiado por suas realizações em uma escola sem infraestrutura, em meio a classes lotadas e poucos livros didáticos. Ele quer que os alunos vejam que "a ciência é o caminho certo" para ter sucesso no futuro. O prêmio, no valor de US$ 1 milhão (R$ 5 milhões) anunciado em uma cerimônia em Dubai, reconhece o compromisso "excepcional" do professor com os alunos em uma parte remota do Vale do Rift, no Quênia. Tabichi doava 80% de seu salário para apoiar os estudos dos seus alunos, na Escola Secundária Keriko Mixed Day, no vilarejo de Pwani. Se não fosse a ajuda do professor, as crianças não conseguiriam pagar por seus uniformes ou material escolar. Ele venceu entre outros dez mil indicados de 179 países, entre eles a brasileira Debora Garofalo, que ensina matérias de tecnologia em uma área carente de São Paulo.
O governo chinês anunciou nesta sexta-feira que tornou permanente a redução às restrições ao trabalho de jornalistas estrangeiros no país que haviam sido anunciadas por causa da realização dos Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto.
A China anunciou o relaxamento das regras em janeiro do ano passado, e elas deveriam expirar nesta sexta-feira. De acordo com a agência estatal de notícias, Xinhua, os jornalistas poderão continuar a realizar entrevistas sem pedir previamente permissão às autoridades. "Para entrevistar organizações ou indivíduos na China, jornalistas estrangeiros precisam apenas obter o consentimento prévio deles", diz o regulamento. As regras também autorizam os jornalistas a continuar viajando por boa parte do país sem ter autorização oficial. Essa autorização costumava ser obrigatória. De acordo com o correspondente da BBC em Pequim, Michael Bristow, jornalistas estrangeiros ganharam mais liberdade para trabalhar graças às regras em vigor por causa da Olimpíada, mas, na prática, as autoridades não os deixam completamente livres. Os profissionais ainda são alvo de intimidações por parte de policiais. Certas áreas do país consideradas sensíveis, como o Tibete, permanecem fechadas para os jornalistas, e correspondentes que se atrevem a ir para lá sem autorização são detidos. O relaxamento das regras também não se aplica a jornalistas chineses, que permanecem submetidos à censura e ao controle rigoroso do governo chinês.
Uma pesquisa encomendada pelo Ministério de Segurança Pública chinês revelou que 85% dos chineses carregam apenas 100 sobrenomes diferentes.
O estudo, publicado nesta terça-feira no jornal China Daily detalhou que dos cerca de 1,3 bilhão de chineses, 93 milhões dividem o sobrenome Wang, 92 milhões carregam o nome de família Li e 88 milhões, Zhang. O jornal ainda publicou dados de um outro estudo realizado pela Academia Chinesa de Ciências, que descobriu que 100 mil pessoas carregam o nome Wang Tao. As descobertas levaram o governo a aprovar um projeto de lei que estabelece que as crianças poderão receber os sobrenomes combinados do pai e da mãe, o que resultará em 1,28 milhão de nomes diferentes. Combinações Por exemplo, um pai da família Zhou e uma mãe da família Zhu podem dar quatro sobrenomes diferentes ao filho. Até antes da mudança, a lei determinava que cada criança recebesse apenas um sobrenome, de preferência o do pai. O escrivão Guan Xihua, que trabalha num cartório de Pequim, disse ao jornal que a falta de variedade em sobrenomes causa problemas à vida diária e que apóia a nova lei. A mudança na legislação também permitirá às minorias étnicas a incluírem outros caracteres aos novos nomes, mas nenhuma letra estrangeira será permitida. O pesquisador em sobrenomes chineses Du Ruofu, disse que sobrenomes combinados já estão virando moda entre os filhos de casais mais jovens, mesmo que lei ainda não permita. Segundo ele, a inclusão do sobrenome da mãe também vai promover igualdade dos sexos.
O avanço de medidas protecionistas que dificultam o comércio internacional deverá ser o tema dominante na reunião de cúpula dos países do grupo Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - que começa nesta quinta-feira em Johanesburgo, África do Sul.
Brics se encontrarão em sua décima cúpula, onde protecionismo poderá ser tema central Na ponta deste avanço está o governo americano. Ao criar taxas de importação para vários produtos - como aço, alumínio, e bens industriais - o governo do presidente Donald Trump contrariou até parceiros próximos aos EUA, como Canadá e México. Além disso, Trump tem apostado na estratégia de costurar apoios bilaterais em detrimento de acordos entre blocos, multilaterais. Acredita-se que o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, serão os mais empenhados em colocar o tema na mesa e discutir uma resposta do bloco ao chamado isolacionismo americano. Os EUA são o maior parceiro comercial da China e o maior destino de exportações da Índia. O ministro de Comércio e Indústria da África do Sul, Rob Davies, disse que nesta quinta-feira que já está em curso uma "guerra comercial". "Mesmo quem não está diretamente envolvido está sofrendo os efeitos colaterais dessa guerra", afirmou. Segundo ele, uma das estratégias dos Brics para contrapor a queda do multilateralismo no comércio é ter uma posição conjunta em discussões da Organização Mundial do Comércio (OMC) e tentar propor políticas mais inclusivas nas regras de comércio internacional. Por enquanto, as indicações são de que o presidente brasileiro, Michel Temer, deve apoiar uma declaração de viés antiprotecionista - mas é pouco provável que esta venha a citar, diretamente, os EUA. Brics se unem contra o protecionismo Este será a décimo encontro dos Brics - termo cunhado há 17 anos para reunir os países emergentes mais promissores na época: Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul foi incluida ao grupo em 2010. Juntos, os Brics respondem por 22,53% do PIB do planeta e reúnem 42,58% da população mundial. A primeira reunião do bloco foi em 2009, na Rússia, quando o mundo ainda lidava com a grave crise econômica iniciada em 2008. A relevância do grupo tem sido questionada pelas diferenças ideológicas entre seus regimes – a China, por exemplo, é comunista –, e os desempenhos diferenciados de suas economias, o que poderia dificultar sua cooperação e dar menos relevância a decisões do grupo. Brasil e África do Sul estão estagnados e enfrentando crises políticas e a Rússia tem estado em campos opostos aos Estados Unidos e à União Europeia em temas como Crimeia e guerra da Síria - além de ser acusada de ter interferido nas eleições americanas e de estar por trás do envenenamento de um ex-espião duplo no Reino Unido. Trump tem criado medidas protecionistas que atingem até aliados próximos dos EUA, como o Canadá Mesmo assim, nos últimos dez anos, os Brics consolidaram a sigla com a defesa de interesses comuns, a institucionalização de um Conselho Empresarial e a criação de um banco de desenvolvimento próprio. "Essa coalizão permite que os países ampliem o alcance de sua política externa, principalmente através do arcabouço institucional, se tornando mais do que a soma de suas partes", afirma Adriana Erthal Abdenur, pesquisadora do Instituto Igarapé e consultora do Departamento de Assuntos Sociais e Econômico da ONU. Além disso, diz a especialista, o foco pragmático no desenvolvimento econômico - que interessa a todos - facilita o diálogo. Hoje, os países mais poderosos do bloco são a Índia, que não para de crescer, e a China, a segunda maior economia do mundo, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas apesar de enorme peso econômico e político da China, especialistas avaliam que o país não tem interesse em dominar totalmente o grupo. "A China está ciente que, se fizer isso, perde totalmente o caráter de coalização e não é interesse deles que os Brics sejam vistos como um grupo de influência da China", diz Abdenur. O que Temer fará nos Brics Temer deve anunciar nesta quarta-feira, quando chega à África do Sul, com quais presidentes vai se encontrar individualmente O presidente Michel Temer chega à África do Sul nesta quarta. O Brasil também é afetado pela imposição de taxas de importação pelos EUA e deve engrossar o coro contra o protecionismo. Os EUA são atualmente o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás de China e União Europeia, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Um dos setores mais atingidos pelas taxas americanas é a indústria siderúrgica: cerca de 40% do aço brasileiro é exportado para o país. Temer afirmou nesta semana que tanto sua viagem para a África do Sul quanto ao México - onde esteve antes de viajar a Johanesburgo - têm o objetivo de "empunhar a bandeira do livre comércio e do entendimento". Uma reunião de representantes do comércio exterior dos Brics na África do Sul, no início do mês, e o encontro de Ministros da Fazenda durante o G20, em Buenos Aires, já pavimentaram o caminho. Segundo uma fonte do governo, a declaração final da cúpula deve defender o livre mercado e condenar o aumento do protecionismo. É improvável, no entanto, que os EUA sejam citados diretamente. "Isso poderia gerar uma reação negativa e até desproporcional dos EUA", explica a pesquisadora Adriana Erthal Abdenur. "Embora as declarações conjuntas sempre façam referência a contextos específicos, faz parte do histórico do grupo não citar países ou políticas individuais no texto", afirma. 'A coalização permite que os países ampliem o alcance de sua política externa', explica a pesquisadora Adriana Erthal Abdenur Outro objetivo do encontro é aprofundar a integração econômica entre os países do bloco, consolidar as instituições criadas, como o Novo Banco e Desenvolvimento, e aprofundar suas iniciativas na África do Sul e nos países do entorno - Angola e Moçambique estão entre as nações observadoras neste ano. O encontro deve começar com um jantar em homenagem aos chefes de Estado nesta quarta. A principal reunião, no dia 26, deve tratar também do papel do bloco "no fortalecimento da paz e segurança mundiais" e do "multilateralismo e governaça globais". Nesse dia, devem começar também as reuniões bilaterais entre os países - Temer deve anunciar nesta quarta com quais presidentes se encontrará individualmente. Putin e o protecionismo americano Apesar da aparente boa relação com Trump, o presidente russo, Vladimir Putin, este deve apoiar os outros países dos Brics nas críticas ao protecionismo. Putin já tem feito críticas à "escalada do protecionismo" e seu país já deixou claro que, se for prejudicado, pretende retaliar. Falando sobre a guerra comercial entre China e EUA, o porta-voz da presidência, Dimitri Peskov, disse que espera "consequências em setores específicos da economia global" e que "a Rússia está e vai continuar tomando as medidas necessárias para proteger seus próprios interesses". Ainda não está claro se Temer se encontrará com Putin ou se serão anunciadas novidades em relação aos acordos do Brasil assinados com a Rússia no ano passado. O encontro de Putin com Temer na Rússia em 2017 tratou de assuntos como cooperação tecnológica na área nuclear e resolveu um mal-estar causado pela cúpula dos Brics em 2016: pouco depois de tomar posse, Temer foi o único presidente não recebido por Putin em um encontro individual.
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, deverá ser executado por fuzilamento neste domingo na Indonésia, após ter esgotado todos os recursos para tentar reverter uma condenação por tráfico de drogas.
Brasileiro deverá ser executado neste domingo na Indonésia após clemência ter sido negada por presidente Ele foi preso ao tentar entrar no país com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de uma asa-delta. A condenação foi em 2004 e, caso a pena seja cumprida, ele será o primeiro brasileiro executado por um governo estrangeiro. Na Indonésia, a execução é por fuzilamento. Leia mais: ONG lança campanha por brasileiro que deve ser fuzilado na Indonésia O presidente indonésio, Joko Widodo, assumiu em outubro com a promessa de aplicar as execuções e não conceder clemência a condenados. Segundo ele, as drogas são uma "praga" para a sociedade. Seis pessoas deverão ser executadas neste domingo - um indonésio e cinco estrangeiros, entre eles o brasileiro. Fim do Talvez também te interesse As iminentes execuções têm recebido apoio da população, especialmente nas redes sociais, disse a editora do serviço indonésio da BBC, Karishma Vaswani. BBC Brasil: Qual a reação na Indonésia a estas iminentes execuções? Karishma Vaswani: Essas execuções estão recebendo bastante atenção, sobretudo nas redes sociais, mas por motivos que você não imaginaria. As pessoas não estão dizendo serem contra as execuções, mas estão dizendo que elas acham que é uma medida boa e corajosa do presidente e que as execuções e a pena de morte deveriam ser usadas, por exemplo, para condenados por corrupção. Porque, desta maneira, você evita que as pessoas cometam esse crime novamente. Por outro lado, ativistas de direitos humanos têm criticado o presidente por adotar essa posição mais forte em relação às execuções e eles dizem que isso ameaça prejudicar a reputação da Indonésia como uma moderna nação muçulmana. BBC Brasil: Então há um apoio popular à pena de morte em casos de narcotráfico? Karishma: É justo dizer que há apoio público à pena de morte para traficantes de drogas. Isso tem se refletido nas redes sociais. Eu acredito que a razão para isso é que o presidente disse que esta é uma questão social que tem se tornado problemática para o país. O presidente disse - e eu imagino que os dados sejam da agência nacional de combate a narcóticos da Indonésia - que cerca de 40 ou 50 pessoas, todos os dias, são afetadas por drogas - sendo aliciadas ou envolvidas da produção ou venda. Ele também tem dito que a questão tem se tornado uma praga para a sociedade e se infiltrado nas escolas. Então, há uma questão real de que este é um problema importado por estrangeiros de todo o mundo que chegam à Indonésia para vender drogas para indonésios ou outros estrangeiros. Ele não quer que a Indonésia se transforme num ponto de drogas e essa é uma maneira de afastar as pessoas. BBC Brasil: Esta política dura com narcotraficantes teve algum impacto no consumo de drogas na Indonésia? Karishma: Estas serão as primeiras execuções desde 2013, e é por isso que todo mundo está surpreso. A Indonésia não faz segredo do fato de que a pena de morte existe para traficantes de drogas. Então, se você é pego com drogas aqui, é isso que você enfrentará. Mas é raro que estrangeiros sejam executados - as pessoas acabam definhando no corredor da morte por anos e anos. Elas recorrem, pedem por clemência. Há quase uma regra não escrita de que você fica atrás das grandes por um longo tempo mas há, no final, a chance de você ser solto. Agora, Joko Widodo assumiu e disse que isso não vai acontecer, que ele não vai dar clemência para ninguém. É impossível dizer que isso teve algum impacto, porque está começando a acontecer agora. Tenho certeza que o presidente dirá no futuro que, se as pessoas pararem de serem presas com drogas, ele dirá 'veja, minha política teve um impacto'. BBC Brasil: Por que executar esses estrangeiros e não deportá-los? Karishma: Na Indonésia, como em vários outros países asiáticos, o tráfico de drogas é punível com a morte. Está na lei. Então, não importa se você é estrangeiro ou indonésio, a lei se aplica para todos. Este não é um crime pequeno na lei da Justiça, é um grande crime. Por que então eles diriam 'tudo bem, este cara pode voltar para casa e ser julgado em seu próprio país onde não há pena de morte'? BBC Brasil: Por que uma medida tão dura - execução por fuzilamento - para traficantes de drogas? Karishma: É resquício da última ditadura militar. É uma maneira bem brutal de executar as pessoas - não é só o fato de que é a pena de morte mas é execução por fuzilamento. A percepção é que se trata de um crime muito sério. Tem que se levar em conta que, apesar deste ser um país secular, é um país de maioria muçulmana. Ser viciado em drogas é visto como um fracasso moral enorme e o fato é que há muitos jovens indonésios viciados. Tenho certeza que alguns dizem que são os estrangeiros que trazem as drogas para a Indonésia. E há uma ideia que é a influência da droga do Ocidente que está corrompendo os jovens. E esta é uma maneira que o presidente pode dizer que está lidando com o problema e tentando proteger o país.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, manifestaram visões divergentes nesta quarta-feira sobre como as forças americanas em Falluja devem lidar com os rebeldes na cidade iraquiana.
Bush disse que os militares americanos vão tomar quaisquer medidas que acharem necessárias para restaurar a ordem em Falluja, onde cerca de 2 mil insurgentes estão sofrendo um cerco de fuzileiros dos Estados Unidos há cerca de três semanas. “A maior parte de Falluja está voltando ao normal”, disse o presidente. “Há focos de resistência e nossos militares, juntamente com iraquianos, irão se certificar de que há segurança.” Por sua vez, Annan declarou que as ações americanas em Falluja podem fazer com que a situação piore muito no restante do Iraque. “(Uma) ação militar violenta por parte de uma força de ocupação contra os habitantes de um país ocupado apenas vai fazer as coisas piores”, afirmou o secretário-geral da ONU. “Agora é certamente o momento para aqueles que preferem (...) diálogo se fazerem ouvir.” Ataque aéreo Nas últimas horas, as forças americanas na região de Falluja disseram ter sido atacadas em diferentes partes da cidade. Helicópteros e aviões militares dos Estados Unidos foram usados para atacar posições dos insurgentes, e uma grande coluna de fumaça preta foi vista no céu da cidade. Um militar americano, Brennan Byrne, disse que na tarde desta quarta-feira dez bombas guiadas a laser foram disparadas contra prédios que estariam sendo ocupados por rebeldes. Comandantes das forças americanas disseram que querem evitar uma ofensiva em grande escala na cidade – e um general revelou que as tropas podem não estar, neste momento, com o equipamento militar adequado para realizar tal ofensiva. Tanques Segundo o correspondente da BBC no Pentágono Chris Childs, 28 tanques M1 Abrams estão sendo enviados ao Iraque para reforças as tropas. Childs disse que a decisão marca uma mudança de estratégia do Pentágono e é mais um sinal de como a situação no Iraque está preocupando os militares americanos. Muitas das unidades americanas que estão agora no Iraque foram enviadas para lá nos últimos meses sem boa parte de seu equipamento pesado porque, então, se imaginava que eram necessárias tropas com mais mobilidade. Mas, com o reintensificação dos combates, os comandantes no Iraque fizeram um pedido urgente de envio de mais equipamento ofensivo e de proteção para seus soldados, disse o correspondente da BBC.
A Rússia anunciou na quinta-feira (6/5) o registro de uma nova versão da vacina Sputnik, de uma dose só em vez de duas. Batizado de Sputnik Light, o imunizante usa apenas a primeira dose da Sputnik V, a original.
Fundo russo diz que 20 milhões de pessoas já receberam ao menos uma dose da Sputnik V O anúncio foi feito pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês), que é administrado pelo governo russo e financiou a criação do imunizante; pelo Instituto Gamaleya, que também é público e foi responsável pela pesquisa; e o Ministério da Saúde do país. Os testes mostraram que o uso da primeira dose da Sputnik V tem uma eficácia de 79,4%, de acordo com o fundo. Isso "é superior ao de muitas vacinas de duas doses", ressaltou o RFID. "O regime de dose única permite a imunização de um maior número de pessoas em um menor espaço de tempo, favorecendo o combate à pandemia na fase aguda." Não se trata, portanto, de uma vacina completamente nova, mas sim do uso de apenas a primeira dose da Sputnik V como dose única. Nenhum evento adverso grave foi registrado na pesquisa, informou o RDIF. Fim do Talvez também te interesse A Sputnik V vem sendo questionada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência vetou pedidos de importação da vacina russa porque diz que não pode confiar na segurança, eficácia e qualidade do imunizante diante da ausência de informações que foram requisitadas. Uma das principais questões é que não deveria haver vírus capazes de se replicar em sua composição, e, segundo a Anvisa, os dados das pesquisas mostram que a Sputnik V tem isso. O RDIF negou e disse que mais de 20 milhões de pessoas no mundo já receberam ao menos uma dose do imunizante. O uso da Sputnik V foi aprovado em 64 países até agora, afirma o fabricante. Mas a Anvisa diz que só uma minoria deles está aplicando de fato a vacina na população. O assunto será tema da CPI da covid-19 nesta quinta-feira (06/5), quando o presidente da Anvisa vai depor. O que se sabe sobre eficácia O fundo soberano russo disse no novo anúncio que a Sputnik Light gerou anticorpos em 96,9% dos participantes do estudo, e, em 91,67%, também produziu os anticorpos neutralizantes, que impedem a infecção das células humanas. A taxa de eficácia de 79,4% foi calculada com base em dados de russos que foram vacinados com a primeira dose da Sputnik V e não receberam a segunda por algum motivo, entre 5 de dezembro de 2020 e 15 de abril de 2021. O fabricante não informou no comunicado quantas pessoas fizeram parte do grupo analisado. A vacina Sputnik original teve uma eficácia de 91,6% nos testes clínicos e de 97,6% no mundo real, de acordo com o fundo russo. O RDIF divulgou com o anúncio de hoje que um estudo com 7 mil pessoas sobre a eficácia da Sputnik Light está sendo feito desde fevereiro na Rússia, nos Emirados Árabes, em Gana e em outros países. Mas não ficou claro se os dados apresentados nesta quinta-feira fazem parte dessa pesquisa. A BBC News Brasil questionou os responsáveis, mas não recebeu uma resposta até a publicação desta reportagem. Sputnik Light é feita com a primeira dose do imunizante original Como funciona A Sputnik V usa dois tipos de adenovírus diferentes, um em cada dose, que devem ser administrados em uma sequência certa. Esses vírus causam resfriados em humanos e foram modificados em laboratório para carregar as instruções genéticas do novo coronavírus até nossas células. Isso faz com que elas comecem a produzir uma proteína do Sars-CoV-2, disparando o processo que nos deixa imunizados. Esses adenovírus também foram alterados pelos cientistas para não serem capazes de se reproduzir. Se fizerem isso, diz a Anvisa, podem fazer mal à saúde, e esse efeito não teria sido investigado. Mas a agência afirma que só um tipo de adenovírus, o que é usado na segunda dose, teria conseguido se replicar de novo. A Sputnik Light usa o primeiro tipo, que não teria esse problema — e essa é a principal preocupação da Anvisa com a segurança da vacina russa. Isso não resolve no entanto as outras questões apontadas pela agência, que colocou em dúvida sua eficácia (porque faltariam dados) e sua qualidade (porque os métodos usados não seguem os padrões internacionais). Sputnik será alvo da CPI Anvisa negou pedidos de importação da vacina russa O fundo russo ameaçou processar a Anvisa por difamação, depois que a agência disse não ter testado doses da vacina russa. A Anvisa teria duvidado da Sputnik V sem fundamento, afirmou o RDIF, e manchado sua reputação. "Após a admissão do regulador brasileiro Anvisa de que não testou a vacina Sputnik V, a Sputnik V está iniciando um processo judicial de difamação no Brasil contra a Anvisa por espalhar informações falsas e imprecisas intencionalmente", disse o fundo russo pelo Twitter. A Anvisa reagiu convocando uma coletiva de imprensa para mostrar que a informação sobre os adenovírus replicantes estava nos relatórios do Instituto Gamaleya. Também disse ter questionado os cientistas do instituto sobre isso e exibiu trechos de um vídeo de uma reunião como prova disso. O Brasil "foi achincalhado", disse o presidente da Anvisa, Antônio Barra, para justificar a decisão inédita da agência de mostrar a gravação. O RDIF respondeu que o vídeo foi muito editado e não confirma nada. Também afirmou que a Anvisa errou e que novos testes feitos na Rússia e no Brasil mostram que não há vírus replicantes na Sputnik V. Em nota divulgada na quarta-feira (5/5), a agência voltou a se defender, afirmando que ainda faltam dados. O que está sendo pedido aos russos é o mesmo que foi solicitado a outros fabricantes das vacinas que já foram aprovadas, disse a Anvisa. "O que vem sendo exigido são questões básicas para uma vacina e não são motivos para indignação e tentativa de difamação do Brasil e dos seus servidores", afirmou a agência. O presidente da Anvisa irá depor nesta quinta-feira (6/5) na CPI da covid-19 no Congresso Nacional e será questionado sobre o veto à importação da Sputnik V. Vários governos estaduais e prefeituras, além do próprio governo federal, já fizeram acordos para comprar milhões de doses da vacina russa, em meio ao problema crônico de falta de vacinas no Brasil. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
A indústria do petróleo do Iraque foi vitualmente paralisada depois de uma série de ataques de sabotadores a oleodutos no norte e no sul do país.
Especialistas dizem que pode lever pelo menos uma semana para reparar o oleoduto no sul do país, fazendo com que o país deixe de ganhar milhões de dólares. O chefe de segurança dos campos de petróleo do norte do país, Ghazi Al-Talabani, foi morto a tiros na quarta-feira em Kirkuk. Ele é a terceira pessoa em posição de autoridade a ser morta em antecipação à passagem do poder para os iraquianos. Na capital iraquiana, Bagdá, o vice-secretário da Defesa dos Estados Unidos, Paul Wolfowitz, se reuniu com integrantes do futuro governo iraquiano para discutir a situação de segurança. Talabani morreu baleado a caminho do trabalho. Seu motorista ficou gravemente ferido. O assassinato ocorreu depois que sabotadores abriram um buraco em um oleoduto importante no sul do país, pela segunda vez, em 48 hours. "Por causa dos danos feitos aos dois oleodutos, o fluxo de petróleo para o terminal de petróleo de Basra foi totalmente interrompido", disse Samir Jassim, porta-voz da estatal Southern Oil Co. "As exportações foram paralisadas." A principal fonte de renda do Iraque é a venda de petróleo, vista como fundamental para o programa de reconstrução do país. Barris Os ataques interromperam totalmente a exportação de petróleo cru dos terminais de Basra e Khor al-Amaya. Os terminais no sul do país exportavam 1,6 milhão de barris de petróleo por dia, e o objetivo era aumentar a produção para 2 milhões de barris por dia até 30 de junho. Os preços do petróleo subiram tanto no mercado de Nova York quanto no de Londres na quarta-feira depois de notícias dos ataques. Um oleoduto no norte do Iraque foi atacado na noite de terça-feira, mas as exportações desse terminal já estavam prejudicadas como resultado de ataques anteriores. O oleoduto dos campos na área de Kirkuk, até Ceyhan, na Turquia, mal vem operando desde março de 2003, devido a atos de sabotagem sistemáticos. As exportações de petróleo iraquiano ainda estão abaixo dos níveis anteriores à guerra, apesar de uma força iraquiana com 14 mil homens ter sido criada especificamente para proteger os oleodutos e outras partes vitais da infraestrutura petrolífera do país. O primeiro-ministro iraquiano, Iyad Allawi, disse que sabotagem ao oleoduto custou ao país mais de US$ 200 milhões em receita perdida nos últimos sete meses. Em outros desdobramentos: Três soldados americanos morreram e pelo menos 23 pessoas ficaram feridas em um ataque na cidade de Balad, 75 quilômetros ao norte da capital iraquiana, disseram fontes militares americanas. Em Ramadi, a oeste de Bagdá, uma bomba matou nove pessoas, inclusive quatro estrangeiros, segundo médicos iraquianos. O clérigo radical iraquiano Moqtada Sadr disse a seus milicianos que deixem a cidade de Najaf, no sul do país, palco de freqüentes choques com forças lideradas pelos Estados Unidos no passado. Autoridades na capital do Líbano, Beirute, dizem que um homem libanês, Habib Samour, seqüestrado no Iraque, foi libertado depois de passar quase um mês em cativeiro.
Você provavelmente já deve ter ouvido falar do K-pop, o estilo musical que surgiu na Coreia do Sul e ficou conhecido no restante do mundo, inclusive no Brasil, por canções como 'Gangnam Style', do rapper PSY.
Seungri foi acusado de fornecer investidores a empresários Agora, ele está de volta ao noticiário internacional, mas por motivos bem diferentes: escândalos sexuais envolvendo duas de suas principais estrelas. O primeiro a ocupar as capas dos jornais foi Seungri, de 28 anos, o integrante mais jovem da famosa banda BigBang. A notícia de que ele havia sido acusado e preso por envolvimento em um esquema de prostituição chocou a sociedade conservadora sul-coreana. Segundo as autoridades, Seungri agia como uma espécie de cafetão, intermediando o contato entre prostitutas e empresários. Na Coreia do Sul, a prostituição é uma atividade ilegal. A BigBang é uma das mais importantes bandas de K-pop, com vendas superiores a 140 milhões de álbuns desde sua estreia em 2006. Seus integrantes são conhecidos como os "Reis do K-pop". Seungri bem que tentou resistir à tempestade que se formou desde que o caso veio à tona. Por semanas, defendeu sua inocência e se desculpou com os fãs pela polêmica. Fim do Talvez também te interesse BigBang é uma das bandas mais famosas da Coreia do Sul Mas, na última segunda-feira, acabou anunciando sua aposentadoria precoce dos palcos pela rede social Instagram. No mesmo dia, a TV sul-coreana SBS transmitiu uma reportagem denunciando outro cantor, Jung Joon-young. Ele teria gravado sem permissão imagens e vídeos de mulheres com quem manteve relações sexuais entre 2015 e 2016 e depois compartilhado o material em um grupo privado num aplicativo de mensagem. Ao contrário de Seungri, Jung admitiu a culpa e prometeu que também se aposentaria dos palcos. Na Coreia do Sul, as gravadoras exigem que cantores de K-pop tenham um comportamento exemplar. 'Suborno sexual' Seungri, cujo verdadeiro nome é Lee Seung-hyun, já havia sido interrogado pela polícia em fevereiro após relatos de uso de drogas e abuso sexual na boate Seul Burning Sun, onde ele era diretor de relações públicas. "Decidi me aposentar (dos palcos) porque a polêmica tomou grandes proporções", escreveu ele no Instagram. Seungri é dono de sua própria franquia de restaurantes O integrante do BigBang já havia cancelado todos os seus compromissos para fevereiro bem como sua turnê solo marcada para março. A imprensa sul-coreana também vinculou o cantor ao crime de "suborno sexual", ou seja, Seungri forneceria prostitutas a investidores de sua empresa, a Yuri Holdings, que gerencia seus negócios de entretenimento e restaurantes. Essas supostas tratativas teriam ocorrido em boates da capital sul-coreana. Seungri é acusado de ter tentado angariar as prostitutas para seus clientes por meio de um grupo no aplicativo KakaoTalk em 2015. As mensagens que vieram a público mostram Seungri delegando a tarefa a um de seus funcionários. O cantor também é suspeito de ter feito parte do mesmo grupo de bate-papo no qual Jung compartilhou vídeos de suas relações sexuais sem a permissão de suas parceiras. No Instagram, Seungri pediu desculpas aos fãs e prometeu "participar das investigações". 'Não me senti culpado' Jung, de 30 anos, também emitiu um comunicado, embora com a mensagem oposta: "Admito todos os meus crimes". O cantor, acusado de ter gravado pelo menos uma dúzia de mulheres sem permissão, será interrogado nesta quinta-feira pela polícia. "Gravei mulheres sem o consentimento delas e compartilhei os vídeos em um grupo de bate-papo e, ao fazê-lo, não me senti culpado", disse ele no comunicado divulgado na última terça-feira. Jung pediu desculpas aos fãs e às mulheres cuja privacidade foi violada. "Pelo resto da minha vida vou lamentar meus atos imorais e ilegais que constituem crimes", disse ele. Seungri anunciou aposentadoria do showbiz "Cooperarei fielmente com uma investigação policial que começará na quinta-feira e imediatamente aceitarei qualquer punição que esteja reservada para mim." Essa não é a primeira vez que Jung foi acusado de gravar encontros sexuais sem consentimento. Uma ex-namorada o acusou pelo mesmo crime em 2016, mas acabou retirando a queixa. Na ocasião, Jung, mais conhecido por sua atuação em um programa de TV, alegou que ela havia concordado com a gravação. Nos últimos anos, a Coreia do Sul vem travando uma batalha contra câmeras escondidas em banheiros ou vestiários e cujo conteúdo cai na Internet. Somente em 2017, mais de 6 mil casos desse tipo foram registrados. Seungri, que veio a ser descrito como o "Grande Gatsby da Coreia" (em alusão ao personagem do famoso romance do escritor americano F. Scott Fitzgerald) por seu estilo de vida luxuoso, tem uma enorme quantidade de fãs. Apesar disso, por causa do escândalo, cresceu a pressão para que ele deixasse o BigBang. Na semana passada, um abaixo-assinado veio a público no qual se lia que o cantor estava causando " danos irreparáveis à reputação do grupo". Em seu comunicado no Instagram, Seungri afirmou: "Enfrentei duras críticas do público no último mês e meio e estou sendo investigado por todas as autoridades do país". "Como fui rotulado de 'traidor nacional', não suporto o fato de que estou prejudicando os outros em prol do meu próprio bem-estar." Entre as respostas que recebeu, um fã disse: "Estou tão envergonhado de mim mesmo por ser seu fã há 10 anos". Outros, no entanto, pediram ao público para apoiar Seungri e a banda. O cantor vai começar seus dois anos de serviço militar no próximo dia 25 de março. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!