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Larissa Manoela e André Frambach afirmam que estão 'se conhecendo melhor'
Os artistas André Luiz Frambach​, 24, e ​Larissa Manoela​, 20, foram fotografados juntos pela primeira vez na Praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (3). Eles contracenaram recentemente no filme "Modo Avião" (Netflix), e foram vistos trocando beijos e carinhos.Nas fotos, os artistas aparecem com um grupo de amigos e também a cachorra de estimação do ator, uma Golden Retriever chamada Nala. A assessoria da atriz confirmou ao F5 que "os dois estão se conhecendo melhor". Nas redes sociais fãs e internautas comentaram e torceram pelo suposto romance. "Mano a Larissa Manoela ta ficando com o gostoso do André Luiz", escreveu um. "André Frambach é de longe o melhor namorido da Larissa Manoela", pontuou uma segunda. "Larissa Manoela e o André estão juntos, acho eles lindos desde o filme", escreveu outra. Mais "De todos os namorados da Larissa Manoela o André é mais gato disparado", comparou uma quarta internauta. "Ainda nem superei o término do André com a Rayssa [Bratillieri] e ele me aparece na praia com a Larissa Manoela", refletiu outra.No final de junho Frambach anunciou o fim de seu namoro com a atriz Rayssa Bratillieri, 23. Os dois namoraram por dois anos e deram a notícia do rompimento pelas redes sociais. "Voltamos a ser apenas grandes e bons amigos. Ciclos se iniciam e se encerram e é preciso saber enxergar e respeitar seus finais."Em fevereiro deste ano, Larissa Manoela também confirmou o rompimento com Leo Cidade, 24. Ela e o ator estavam juntos desde dezembro de 2017, e segundo comunicado "ambos entenderam que era o momento de seguir em frente, cada um por um caminho, sempre torcendo pela felicidade do outro".Antes de Leo, a atriz namorou os atores Thomaz Costa, João Guilherme e Matheus Chequer. Leo também já teve namoros com pessoas públicas, como com a atriz Bruna Carvalho.Larissa Manoela está atualmente na esperar para fazer sua estreia nas novelas da Globo. A ex-atriz de “As Aventuras de Poliana” (SBT) está escalada para “Além da Ilusão”, que deveria ter começado as gravações em maio do ano passado, mas foi adiada devido à pandemia. Ela fará par romântico com Rafa Vitti, 25.
2021-09-03 14:39:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/09/larissa-manoela-e-andre-frambach-sao-vistos-juntos-e-fas-torcem-por-romance.shtml
El examen de acceso a la universidad Enem 2021 será el más blanco y elitista en una década
El gobierno de Jair Bolsonaro va a convocar este año el Enem (Examen Nacional de Bachillerato) con la menor proporción de negros, mestizos e indígenas de los últimos diez años.Será el examen con el menor volumen de candidatos exentos de pagar las tasas: ingresos de hasta 1,5 salarios mínimos.Este año hubo 3,1 millones de inscritos, el número más bajo en 14 años. La reducción en el número de matrículas es un reflejo de la decisión federal de retirar la exención de las tasas a aquellos que se perdieron la última edición de la prueba, celebrada en plena pandemia. El tema acabó en el STF (Tribunal Supremo Federal).El ministro de Educación, Milton Ribeiro, justificó la cancelación de la exención por un ahorro de recursos. Según Ribeiro, la cartera no puede cubrir los costos de la prueba de los ausentes en la anterior. Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2021-09-03 12:34:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/brasil/2021/09/el-examen-de-acceso-a-la-universidad-enem-2021-sera-el-mas-blanco-y-elitista-en-una-decada.shtml
Mortes por Covid caem 79% no Brasil, redução menor do que em outros países
Apesar da forte queda no número de mortes por Covid nos últimos meses, o Brasil é um dos países que menos reduziram óbitos ao longo de 2021, na comparação com outras nações que também enfrentaram momentos difíceis na pandemia.Do lado positivo, houve neste ano no Brasil uma redução maior do que a que ocorreu entre julho e dezembro de 2020, quando os números pareciam apontar para o fim da pandemia —até a chegada da variante gama, surgida no Amazonas, e da maior crise de saúde que o país viveu.Agora, o Brasil tem a seu favor a campanha de vacinação, que já atingiu 64% dos brasileiros com ao menos uma dose. Na comparação com o pico da pandemia de 2021, em 12 de abril, a média móvel de mortes da segunda (30) era 79% menor. Mais Mas a combinação de parcelas grandes da população com o esquema vacinal ainda incompleto, relaxamento de medidas de prevenção e a nova variante delta, altamente contagiosa, acendem a luz amarela para os dias que virão. A experiência de outros países, como Israel, Reino Unido e Estados Unidos, indica que, sem os devidos cuidados, pode haver nova alta de óbitos por aqui.A reportagem analisou dados de 15 países entre os recordistas de mortes (em números absolutos ou proporcionais à população). São eles: Brasil, Itália, Bélgica, Franca, Reino Unido, Israel, Eslováquia, Estados Unidos, Líbano, México, Portugal, Croácia, República Tcheca, Bósnia-Hezergovina e Alemanha.A comparação leva em conta o ponto mais alto da média móvel de óbitos, que no Brasil foi registrado em 12 de abril, comparado com os números desta segunda (30) —140 dias depois do pico, portanto.No período mais crítico, a média móvel chegou a 14,6 mortes por milhão de habitantes (ou 3.225, em números absolutos). Agora, está em 3,1 por milhão (672, em números absolutos).Foi uma queda maior do que a registrada em 2020. No ano passado, o ponto mais alto da pandemia foi em 25 de julho, quando a média móvel de óbitos foi de 5,1 por milhão (1.097 no total). Em dezembro, 140 dias depois, a métrica sofreu diminuição de 41% —chegou a 3 por milhão (643 em valores absolutos).Além da vacinação que existe agora, mas não havia em 2020, um fator aritmético também ajuda a explicar a maior queda em 2021: o número maior de óbitos agora facilita reduções percentuais maiores.De qualquer forma, embora a redução observada seja expressiva, dentre os 15 países analisados, somente Bélgica e Croácia tiveram uma queda menor nas mortes, quando considerados o pico da pandemia neste ano e a média móvel registrada 140 dias depois.Nos demais países, como Estados Unidos, Alemanha, Itália, Portugal, México e República Tcheca, as reduções passam de 84%.A Bélgica, que chegou a ser recordista em mortes por milhão de habitantes no início da pandemia, teve menos sobressaltos em 2021. O ponto com mais mortes foi em janeiro, quando o país passava por uma desaceleração após uma segunda onda de casos.Naquele momento, a média móvel chegou a 6,3 por milhão, ante 1,6 em maio —queda de 75%. Por lá, o esquema completo de vacinação contempla 70% da população.Na Croácia, o período mais crítico foi em janeiro, após um 2020 razoavelmente tranquilo. Em maio, a média móvel havia caído 54%, e os meses seguintes repetiram a tendência de queda.Neste momento, o país enfrenta, como tantos outros na Europa, uma onda de novos casos, e houve pequena alta nas mortes. A Croácia é um destino tradicional do turismo na região, famosa por suas praias não raro lotadas.Os croatas, contudo, estão em situação menos confortável em termos de vacinação do que portugueses, italianos, espanhóis ou alemães, onde também há uma terceira onda. Têm 40% da população vacinada com as duas doses, enquanto nos demais países a cobertura vacinal completa já atinge mais da metade dos habitantes. Mais A chegada da variante delta, mais contagiosa, foi acompanhada de alta de casos e mortes em países do mundo todo. Isso aconteceu mesmo naqueles em que há grande proporção de vacinados, embora, em geral, o salto de mortes seja muito mais controlado nesses locais.Levantamentos mostram que há perda da eficácia das vacinas frente à mutação. Esse efeito é maior em relação ao risco de infecção pelo vírus, mas significativamente mais discreto para hospitalizações e mortes. Ou seja, a vacina continua sendo bastante eficaz para evitar casos graves, mesmo diante da delta.No Brasil, boletim recente da Fiocruz indica que a atual tendência de queda de casos e óbitos pode se reverter muito em breve. A análise dos pesquisadores apontou que nove estados têm alta probabilidade de apresentar aumento de infecções. São eles: Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.No Rio de Janeiro, por exemplo, houve um repique de mortes, após meses de queda. A média móvel do último dia 30 é 58% menor do que no pico da pandemia, mas 30% mais elevada do que há duas semanas.Para tentar minimizar o possível impacto da delta, o Ministério da Saúde recomendou a administração de uma terceira dose da vacina em idosos de 80 anos ou mais que tenham completado o esquema de vacinação há pelo menos seis meses. Nessa população, os imunizantes tendem a ser menos efetivos e podem perder parte da proteção com o tempo (entenda as razões para a terceira dose).Além disso, deve ser reduzido para oito semanas o intervalo entre as doses das vacinas Pfizer e AstraZeneca, atualmente de 12 semanas. A ideia é ampliar a parcela de brasileiros com a imunização completa.As medidas passam a valer oficialmente a partir de 15 de setembro, mas há estados que já adotaram as mudanças.
2021-09-03 12:07:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/09/mortes-por-covid-caem-79-no-brasil-reducao-menor-do-que-em-outros-paises.shtml
Contratações em tecnologia perpetuam exclusão social e dificultam diversidade
Um relatório conduzido pela McKinsey & Company, com mais de mil empresas em 12 países, defende que a diversidade é alavanca importante de performance financeira das empresas. Ou seja, a inclusão confere às companhias uma vantagem competitiva considerável.A análise amplia e aprofunda a pesquisa "Why diversity matters?" ("Por que diversidade é importante?") realizada em 2015.Acontece que o progresso de iniciativas de diversificação dos profissionais contratados tem sido lento. Gestores hesitam em apontar o modo mais eficaz de atrelar as próprias metas de crescimento e criação de valor à sua capacidade de formar equipes mais diversas.No setor de tecnologia, essa limitação é resultado de processos equivocados de contratação, que impedem o avanço rumo à inclusão efetiva.Para romper com esses processos ineficientes de contratação do setor, temos que desmistificar alguns conceitos dentro das empresas no Brasil. Para tornar tangível a visão que tenho do problema, cabe um exemplo prático.Normalmente, áreas de seleção buscam programadores júnior, pleno ou sênior. Mas o contratante não tem muito claro o que essas designações significam, tornando a busca um tanto nebulosa. O que faz um profissional ser pleno? Quais são os indicadores que trazem o racional por trás dessa classificação?Na prática, não há parâmetros objetivos de performance que deem suporte a essa contratação por evidências de competência. Com essa ausência de clareza, vagas são preenchidas com base em indicações de quem já trabalha na companhia, ou seja, partem de um núcleo dentro do mesmo contexto social.Sabendo que temos homens brancos, cisgênero e heterossexuais em abundância ocupando postos de trabalho de tecnologia no país, essas indicações, portanto, perpetuarão a onipresença desse grupo. A bolha se mantém intacta, e esse círculo se fortalece, em especial, quando pensamos em cargos de liderança. Mais Empresas que querem romper esse ciclo e contratar fora da bolha incorrem em outro erro: o processo de avaliação. Ao contratar profissionais oriundos da base da pirâmide, por exemplo, costumam selecionar para vagas de programadores juniores. Partem da ideia errônea de que a situação de vulnerabilidade social e econômica só pode gerar profissionais sem uma qualificação mais sólida.E, se a busca é para cargos de liderança –que talvez demandem pessoas com conhecimentos de um sênior–, recorrem ao círculo da elite. Contratam brancos juniores para ocuparem altos cargos.A menina negra, bem-preparada tecnicamente, é chamada para uma vaga abaixo da sua capacidade, já que não se formou em Harvard e não é um "caso de superação”.O garoto branco, recém-formado, pode ocupar um posto de líder já no primeiro emprego, tranquilamente. Nem preciso falar que esse processo de avaliação é bastante subjetivo.Não é difícil deduzir que essa mentalidade perpetua a exclusão social e dificulta a formação de equipes mais diversas. Essas barreiras e esses paradigmas precisam ser quebrados.Na Carambola, negócio de impacto social que desenvolve tecnologia para inclusão de diversidade no mercado de trabalho por meio um modelo invertido de educação, que gera retorno aos participantes e aos clientes, usamos indicadores objetivos de performance em quatro áreas: processo, orientação para resultados, habilidades técnicas e socioemocionais.Com esse acompanhamento, levantamos evidências que mostram de maneira ampla como podemos atuar para ajudar a solucionar lacunas de formação, atuando no desenvolvimento profissional. Ou seja, apoiamos o desenvolvimento de habilidades necessárias a cada programador e para preencher cada vaga.Essa foi a maneira que encontramos para auxiliar empresas a tornarem a diversidade uma realidade possível.
2021-09-03 12:00:00
empreendedorsocial
Empreendedorismo Social
https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2021/09/contratacoes-em-tecnologia-perpetuam-exclusao-social-e-dificultam-diversidade.shtml
Bolsonaro veta suspensão da prova de vida do INSS; veja calendário para não perder a aposentadoria
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou a suspensão da prova de vida do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que havia sido aprovada pelo Congresso Nacional até 31 de dezembro de 2021. A decisão foi publicada na edição desta sexta-feira (3) do "Diário Oficial da União".Para não correr o risco de ter a aposentadoria ou a pensão suspensa, beneficiários do INSS precisam ficar atentos ao calendário para fazer a fé de vida antes do fim do prazo. O INSS estabeleceu um cronograma escalonado de vencimentos da fé de vida. Quem faria a prova de vida em setembro ou outubro de 2020 e não fez a atualização deve realizar o procedimento até o dia 30 de setembro deste ano. A partir de outubro, será a vez de quem teria que fazer a comprovação em novembro e dezembro de 2020.​Quando realizar o procedimentoO mês original de renovação da prova de vida é estabelecido pelo banco que paga o benefício. O critério varia de acordo com cada instituição:O presidente aprovou alternativas para que segurados idosos e acamados possam fazer o procedimento anual. Entre as medidas que serão ofertadas pela rede bancária, está a priorização do atendimento, para diminuir o tempo de permanência do idoso na agência e evitar sua exposição à aglomeração. A lei sancionada estabelece que "os órgãos competentes deverão dispor de meios alternativos que garantam a realização da prova de vida do beneficiário com idade igual ou superior a 80 anos ou com dificuldade de locomoção, inclusive por meio de atendimento domiciliar quando necessário".A nova lei também prevê que as ligações para a Central 135 sejam gratuitas tanto para telefones fixos quanto para celular.O texto também autoriza que a prova de vida seja realizada por representante legal ou por procurador do beneficiário, legalmente cadastrado no INSS. A primeira via da procuração não será cobrada.A prova de vida é um procedimento previsto em lei para evitar fraudes e pagamentos indevidos. Uma vez por ano, aposentados, pensionistas e pessoas que recebem benefícios assistenciais há mais de um ano precisam ir à agência bancária do benefício atualizar a senha, para provar que estão vivos.Por conta da pandemia de Covid-19, a obrigatoriedade chegou a ser suspensa em março do ano passado e foi retomada em junho, mas, neste período, beneficiários que optassem por fazer a atualização podiam realizar o procedimento normalmente nas agências bancárias ou por biometria facial, sistema ainda destinado somente a quem possui a biometria facial cadastrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou no Detran (Departamento de Trânsito ).Em último caso, se não conseguir fazer a prova de vida diretamente na rede bancária ou pelo Meu INSS, o segurado deverá entrar em contato com a Central 135 para que seja agendado atendimento em uma agência da Previdência Social.Quem perdeu o prazo da prova de vida terá o benefício suspenso. Nesse caso, terá que comparecer ao banco no qual recebe o pagamento o quanto antes, com RG e cartão de benefício, para fazer a comprovação. O pagamento será liberado na mesma hora.Após seis meses de suspensão, o benefício é cortado.Caso não se lembre quando fez o recadastramento pela última vez e quer saber se está em dia com o procedimento, o beneficiário pode telefonar para o número 135, de segunda a sábado, das 7h às 22h, e pedir orientações.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-09-03 11:10:00
grana
Grana ou Dinheiro
https://agora.folha.uol.com.br/grana/2021/09/bolsonaro-veta-suspensao-a-prova-de-vida-do-inss.shtml
Filho de traficante colombiano vai processar produtores de série da Netflix
Um filho do narcotraficante colombiano Miguel Rodríguez Orejuela, que era um dos chefes do hoje desmantelado Cartel de Cali, anunciou nesta quinta-feira (2) que vai processar os produtores de uma série transmitida pela Netflix por apresentarem uma versão irreal de sua família.William Rodríguez, filho mais velho do criminoso, disse que iniciará "todas as ações judiciais que forem necessárias" para que a série, produzida pela rede colombiana Caracol Televisión, "saia do ar".Em entrevista à W Radio, Rodríguez acrescentou que os 60 capítulos de "El Cartel de los Sapos - El Origen" contam uma "completa irrealidade" sobre a família de Rodríguez Orejuela e seu irmão Gilberto, líderes da poderosa máfia, presos nos Estados Unidos.Segundo a sinopse da plataforma de streaming, a produção, que estreou em julho e ainda não foi disponibilizada na Colômbia nem no Brasil, conta a história dos Villegas, "dois humildes irmãos de Cali" em seu "caminho para se tornarem traficantes de drogas".Embora a Netflix esclareça que se trata de uma “obra de ficção” e os fatos “são produto da imaginação dos roteiristas”, Rodríguez alega que a produção viola sua “intimidade familiar”.Em sua opinião, Wilmer, o protagonista da série, tem semelhanças com sua vida. “Está claro que eles comercializaram meu nome”, afirmou Rodríguez.Ele disse ainda que a série plagia "grande parte" de um de seus livros sobre a história da família Rodríguez Orejuela, gerando "muito lucro para essas plataformas".A ação também buscará que a produtora repare "todos os danos morais e prejuízos" causados "por inventar essa historinha", que a Netflix veicula em países como Estados Unidos e Espanha.Em seu site, a Caracol Televisión Internacional afirma que se trata de uma série "baseada em fatos reais" sobre "chefes do temido Cartel de Cali".Desmantelado em meados da década de 1990, o Cartel de Cali passou a ser considerado pelos Estados Unidos como a maior organização de narcotráfico do mundo após a queda de Pablo Escobar, chefe do Cartel de Medellín e inimigo ferrenho dos Rodríguez Orejuela.Gilberto (82 anos) e Miguel (78) foram capturados em 1995 e extraditados uma década depois para os Estados Unidos, onde cumprem 30 anos de prisão por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
2021-09-03 10:55:00
cinema-e-series
Cinema e Séries
https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2021/09/filho-de-traficante-colombiano-vai-processar-produtores-de-serie-da-netflix.shtml
Polícia mata homem após ataque terrorista com faca na Nova Zelândia
Sete pessoas ficaram feridas na Nova Zelândia, três das quais em estado grave, após um homem esfaqueá-las em um centro comercial nesta sexta-feira (3), em um ato que a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, classificou como de apoio ideológico ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI).De acordo com Jacinda, o agressor, um cidadão do Sri Lanka que estava em território neozelandês desde 2011, vinha sendo monitorado pela segurança do país havia ao menos cinco anos. O homem, não identificado, foi morto pela polícia pouco após o ataque, realizado na cidade de Auckland."Um extremista violento empreendeu um ataque terrorista contra inocentes na Nova Zelândia", afirmou Jacinda. "O que aconteceu hoje foi desprezível, odioso e errado." Ela acrescentou que o episódio deve ser compreendido como um ato individual, não um exemplo de fé ou cultura.Uma testemunha do ataque disse ao jornal local New Zealand Herald que o agressor gritou "Allahu akbar" (Deus é maior, em árabe) no momento do ataque. Outra pessoa que estava presente afirmou que o homem estava "correndo como um lunático". "Tudo o que ouvi foram muitos gritos."Segundo o comissário de polícia Andrew Coster, o homem agia sozinho e não há mais ameaças de novos atos. Ele vinha sendo seguido por policiais, e por isso foi possível interromper o ataque em cerca de um minuto, acrescentou o oficial. "Isso mostra o quão de perto o estávamos observando."Os motivos pelos quais o agressor vinha sendo monitorado pelo governo neozelandês estão sob sigilo judicial, segundo Jacinda. Questionada sobre o que levou o homem a permanecer em liberdade, mesmo sendo considerado uma ameaça à segurança nacional, a primeira-ministra disse que ele não havia cometido crimes e que, portanto, não poderia estar na prisão. "Ele estava sendo constantemente monitorado e seguido."Informações obtidas pelo New Zealand Herald revelam que o agressor era um homem de 32 anos, identificado apenas por "S", e que foi preso pela polícia havia pouco tempo por supostamente planejar um ataque terrorista do tipo "lobo solitário" —quando o atentado é organizado por indivíduos sem relação hierárquica com organizações terroristas, mesmo que compartilhem das ideologias extremistas.Ainda segundo informações do jornal, o homem teria sido considerado uma ameaça após comprar, em duas ocasiões, facas de caça grandes e por possuir vídeos do Estado Islâmico.Na newsletter de Mundo, semanalmente, as análises sobre os principais fatos do globo, explicados de forma leve e interessante.Carregando...Auckland, onde o ataque ocorreu, lida com um novo surto de coronavírus impulsionado pela variante delta e está sob lockdown rigoroso, com apenas supermercados e outros negócios de serviços essenciais abertos.Considerada um exemplo no combate à pandemia, a Nova Zelândia assiste a um repique de casos da doença. O país, que estava virtualmente livre do vírus havia seis meses, sem registrar casos de transmissão local e com um cenário parecido ao do mundo pré-Covid, viu a situação mudar em 7 de agosto, quando um passageiro contaminado de Sydney desencadeou o surto atual.O ataque desta sexta revive memórias traumáticas no país. Há pouco mais de dois anos, em março de 2019, ataques a tiros em duas mesquitas na cidade de Christchurch deixaram 51 mortos e ao menos 42 feridos por tiros, inclusive crianças. O massacre foi transmitido ao vivo durante 17 minutos no Facebook pelo atirador, que publicou um manifesto após o ataque, no qual chamou imigrantes de "invasores".
2021-09-03 07:56:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/09/policia-mata-homem-apos-ataque-terrorista-com-faca-na-nova-zelandia.shtml
Golpe com Pix cria mercado ilegal de aluguel de contas para criminosos
Policiais civis de São Paulo foram acionados, no início de julho deste ano, para acompanhar o sequestro-relâmpago em andamento da filha de um diretor aposentado do Bradesco. A moça estava desaparecida havia seis horas e R$ 51 mil já tinham sido transferidos das contas dela, via Pix, para dois desconhecidos.A investigação de documentos usados para abertura das contas levou os policiais a um endereço de Guarulhos. Lá, segundo registros oficiais, os investigadores encontraram Willian Anastácio da Silva, 24, que admitiu ter criado contas com nomes de laranjas para alugar a criminosos ligados a sequestro-relâmpago e ficar com parte do dinheiro dos crimes. Foi preso em flagrante.Silva, segundo policiais ouvidos pela Folha, faz parte de um intenso mercado ilegal de aluguel de contas bancárias que impulsionam uma série de crimes cometidos em São Paulo com uso do Pix, como sequestro-relâmpagos, roubos e golpes cometidos após o desvio de aparelhos celulares.Chamados de “conteiros”, eles ficam com parte do valor depositado pelos criminosos que executam os crimes.A porcentagem varia de 5% a 20%, a depender do montante repassado pelos criminosos, segundo os policiais ouvidos pela reportagem. “A praxe, que se aplica no mundo criminoso, é 10% de tudo o que é depositado. Se o estelionatário deposita R$ 1.000, o dono recebe R$ 100”, disse o delegado Roberto Monteiro, delegado-seccional responsável pelos distritos do centro de São Paulo.Conforme reportagem da Folha, explodiu a quantidade de crimes praticados com o uso do Pix. De dezembro de 2020 a julho deste ano, foram 202 crimes entre roubos e sequestros-relâmpagos.Ainda segundo Monteiro existem duas modalidades de contas usadas pelos “conteiros” nesse mercado criminoso. As contas quentes, em que a pessoa empresta a própria conta para receber o dinheiro, e as frias, criadas pelos criminosos com o uso de dados de pessoas inocentes.“A proporção estimada aí é de 70% de aluguel de contas [quentes], contra 30%, em média, de pessoas que são realmente inocentes e que acabam tendo os nomes utilizados para abertura de contas fraudulentas. Isso é uma estimativa”, completou o policial.Para o delegado, as contas fraudulentas são abertas, quase sempre, em bancos digitais. “Eles apresentam muitas falhas na validação de correntistas. Pedem os documentos, identificação por foto. Aí, comparam as fotos, mas os bandidos trocam as fotos pelo rosto de outras pessoas. Fraudam."De acordo com o delegado Gilberto Tadeu Barreto, cuja equipe identificou e prendeu parte de uma quadrilha especializada em sequestros-relâmpagos na zona sul da capital, há criminosos especializados no aliciamento de possíveis “conteiros” —até as redes sociais são usadas para isso.“Eles chegam a colocar postagens no Instagram e Facebook: ‘Está precisando de dinheiro? Tem conta corrente? Entre em contato’. Então, eles fazem esse tipo de aliciamento oferecendo um percentual sobre o valor. Eles dizem: ‘Olha, vai entrar X na sua conta, você fica com 10%, fica com 5%’. No fundo, no fundo, a pessoa sabe que a origem não pode ser lícita”, disse.Ainda segundo o delegado, as pessoas que emprestam suas contas alegam à polícia que precisavam de dinheiro e, ainda, que não sabiam que os criminosos praticariam crimes graves. Consideravam ser algo imoral, mas não ilegal. Essa alegação, porém, não os livra de problemas. De acordo com o delegado Ronaldo Sayeg, da divisão antissequestros, a Polícia Civil de São Paulo tem atacado os “conteiros” como forma de combater os sequestradores —que têm usado o Pix para receber o pagamento de resgate das vítimas.“A partir de um olhar técnico e jurídico, nós entendemos que pessoas que emprestam as contas para criminosos são coautores do sequestro. É um elo de uma corrente sem o qual o crime não ocorreria. Não é simplesmente um receptador que se beneficia dos proventos do crime. Não, o ‘conteiro’ é um elo da própria quadrilha”, afirma.Ainda de acordo com o delegado, muitas das pessoas que emprestam as contas são ligadas aos criminosos —como amigos e parentes. Assim, ao serem identificados, também respondem pelos crimes de extorsão e de associação criminosa, com penas que podem chegar a 16 anos de prisão.Pelas investigações feitas pela polícia até agora, ainda segundo Sayeg, os “conteiros” ganham, em média, de R$ 1.000 a R$ 2.000 pela participação dos crimes. “Para a pessoa que só teve o trabalho de sacar o dinheiro no banco e ficar com R$ 1.000, pode parecer uma boa. Mas vai custar caro. Não paga nem parte do advogado e o tempo de cadeia. E, na verdade, eles são os mais fáceis de serem identificados”, disse.O especialista em segurança Rafael Alcadipani, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), elogia a estratégia da polícia de ir atrás dos “conteiros”.“Na medida que a pessoa sabe que está fornecendo a conta para uma atividade ilícita, ela faz parte da quadrilha. Porque acabou aquela imagem da quadrilha que se reúne no mesmo lugar e diz: ‘Vamos todos fazer a fita’. Hoje é tudo articulado por tecnologia, por telefone, por mídia social. Mesmo esse caso de Araçatuba, muitos não apareceram na hora da fita. Deu suporte anterior”, disse.“Nesses casos, o ‘conteiro’ é fator determinante para o crime acontecer”, disse.De acordo com Gustavo Monteiro, CEO do AllowMe, empresa especializada em proteção de identidades digitais, muitas contas laranjas são criadas com informações vazadas na internet, mas não existe uma central que o cidadão possa consultar para saber se seu nome foi usado de forma irregular.Por isso, segundo ele, é importante ficar atento a indícios, como recebimento de SMS no nome de terceiros. “As empresas podem criar mecanismos de checagem para garantir que é mesmo o usuário que está realizando aquele cadastro”, diz.Ainda de acordo com o especialista, o Banco Central disponibiliza uma ferramenta para consultar contas bancárias abertas no mesmo CPF.Procurada, a Febraban disse em nota que “acompanha permanentemente todos os temas relacionados à segurança cibernética, ainda que eles não tenham origem no sistema financeiro”.“Os bancos associados seguem à risca a resolução 4.753 do Banco Central, que dispõe sobre a abertura, a manutenção e o encerramento de conta de depósitos, e também consulta bases públicas para checagem de documentações usadas para a abertura de contas correntes”.A entidade afirma ainda que os “bancos associados contam com o que há de mais moderno em relação à segurança cibernética e prevenção a fraudes”.“A Febraban ressalta que as contas são pessoais e intransferíveis e jamais devem ser compartilhadas com ninguém, e eventuais crimes cometidos com o uso destas contas ocasionarão responsabilizações ao titular da conta”.
2021-09-03 07:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/09/pessoas-alugam-suas-contas-para-criminosos-que-recebem-nelas-pix-por-sequestros.shtml
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro diz que era obrigado a entregar salário, 13º e férias
Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), disse em entrevista ao UOL que, no período em que foi funcionário do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), era obrigado a entregar mensalmente 80% de seu salário.A informação foi revelada pelo portal Metrópoles e confirmada pelo UOL, que ouviu outros detalhes do ex-assessor, que é conhecido como Marcelo Nogueira.Ele afirma que, além dos 80% do salário, tinha que entregar porcentagem semelhante do 13º salário, das férias, do que recebia como vale-alimentação e ainda da restituição do Imposto de Renda. De acordo com Nogueira, ele precisava entregar esses valores em dinheiro vivo nas mãos da advogada Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro.Isso ocorreu todos os meses ao longo de mais de quatro anos. Ele foi assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj no período de 1º de fevereiro de 2003, início do mandato de Flávio, até 6 de agosto de 2007, quando Ana Cristina e Jair Bolsonaro se separaram.Nessa mesma época, a ex-mulher do agora presidente era a chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, em seu primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio. As mesmas condições, segundo ele, foram impostas a funcionários de Carlos na Câmara. "Tudo a mesma coisa", afirmou Nogueira.Em maio, o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Carlos, Ana Cristina e outros 25 assessores para apurar a suspeita de rachadinha e da nomeação de funcionários fantasmas no gabinete do vereador. Nos anos de 2003 e 2004, o salário bruto de Nogueira era de R$ 1.791,79. A partir de 2005, o salário passou a ser de R$ 4.253,69. Já em 2006, foi de R$ 4.466,37. Ao todo, nos mais de quatro anos na Alerj, ele recebeu em salário bruto um valor de R$ 176.700. Esse valor corrigido pela inflação do período chega a R$ 382.805.Marcelo Nogueira diz que não era funcionário fantasma no gabinete e prestava serviços. "Atendia eleitor, fazia serviço de correspondência: etiquetar, colocar selo, todo aquele trabalho que eles fazem", diz Nogueira.O ex-assessor disse que conheceu Ana Cristina por intermédio de um namorado e recebeu dela o convite para ir trabalhar no gabinete de Flávio. No entanto, desde o início, a proposta incluía entregar a maior parte do salário que era recebido no contracheque."Tudo foi negociado com ela [Ana Cristina]", diz ele, que afirma que ela o orientou a não falar nada para Bolsonaro.Na quebra de sigilo bancário, autorizada no âmbito das investigações de Flávio Bolsonaro, é possível ver os saques mensais feitos por Nogueira ao longo de 2007.Em 13 oportunidades Marcelo realizou saques de mais de R$ 1.000, chegando até a se endividar nesse período. Em abril daquele ano, por exemplo, dois dias após receber R$ 4.000 da Alerj, ele fez um saque de R$ 3.000.Após a saída dele do gabinete, em sete anos de vida bancária, em apenas duas oportunidades houve registro de transações em espécie com valor acima de R$ 1.000.O relato de entrega de salários e verbas como 13º salário, férias e restituição do Imposto de Renda feito por Marcelo Nogueira é semelhante ao da estatística Luiza Sousa Paes, outra ex-assessora de Flávio que fechou um acordo de colaboração com o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) no ano passado.Ela foi nomeada muito tempo depois de Nogueira sair do gabinete, já em 2011.Luisa disse que ficava com R$ 700 dos quase R$ 5.000 que recebia como assessora. No entanto, a estatística admitiu que nunca trabalhou no gabinete de Flávio e que entregava os valores para Fabrício Queiroz, apontado como um dos operadores do esquema.Essa é agora uma das principais provas contra o senador na investigação sobre o gabinete dele.Os advogados do senador, Luciana Pires, Juliana Bierrenbach e Rodrigo Roca, negaram que o senador soubesse de irregularidades."O parlamentar sempre seguiu as regras da assembleia legislativa e tem sido vítima de uma campanha de difamação. Tanto a defesa quanto o senador desconhecem as afirmações de Marcelo Luiz Nogueira dos Santos", diz a nota. Marcelo Nogueira morou os últimos cinco anos com Ana Cristina, em Resende, no sul do Rio de Janeiro. Eles se desentenderam depois que ela o convidou para ir trabalhar com ela em Brasília e, segundo ele, não pagou os valores acordados anteriormente.Como o UOL mostrou na semana passada, a segunda mulher do presidente mudou em fevereiro para a capital federal e recentemente passou a viver em uma mansão de R$ 3,2 milhões no Lago Sul, região das mais nobres de Brasília."Ela falava 'você tá fazendo questão, mas não vai ter nem gasto, vai tá morando na minha casa.' Eu falava que 'não sou seu escravo não, não trabalho pra morar na casa de ninguém não'. A gente trabalha pra ter nossas coisas, sou igual todo mundo, não é porque sou preto que vou ficar em casa de patrão não. Ela queria me escravizar, né?"Ele considera que Ana Cristina foi "praticamente" racista com ele. "Ela me viu como o quê? Só porque eu era preto".Esse foi um dos motivos alegados pelo ex-funcionário para denunciá-la ao MPT (Ministério Público do Trabalho). Ele afirmou ainda que pretende ingressar com uma ação na Justiça por danos morais contra a ex-mulher de Bolsonaro.
2021-09-03 09:03:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/09/ex-assessor-de-flavio-bolsonaro-diz-que-era-obrigado-a-devolver-salario-13o-e-ferias.shtml
Pesquisadores buscam vacina capaz de neutralizar o novo coronavírus ainda no nariz
Uma vacina em forma de spray nasal de fácil aplicação, baixo custo, proteção duradoura inclusive contra variantes e capaz de bloquear a ação do novo coronavírus ainda no nariz, onde começam as infecções. Esse é o objetivo de um projeto que está sendo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).O novo imunizante, ainda em fases iniciais de estudo, foi apresentado na segunda-feira (30) durante o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação. O evento, uma parceria entre a Fapesp e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP), está disponível na íntegra no YouTube.“Uma das vantagens da imunização nasal é que ela gera uma imunidade local no nariz, na orofaringe [parte da garganta logo atrás da boca] e nos pulmões. É exatamente o ‘território’ ideal para impedir a consolidação de uma infecção pelo Sars-CoV-2. Vacinas injetáveis são muito boas para induzir imunidade sistêmica e também nos pulmões, mas não são especialmente boas para gerar uma resposta protetora na região nasal e orofaringe”, explicou Edécio Cunha Neto, professor da Faculdade de Medicina (FM-USP) e pesquisador do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (InCor).O projeto, do qual ele é um dos pesquisadores principais, tem apoio da Fapesp e é coordenado por Jorge Elias Kalil Filho, professor da FM-USP e chefe do Laboratório de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas (HC-FM-USP). “As vacinas que existem hoje são excelentes, desenvolvidas em tempo recorde, mas agora precisamos de um imunizante de segunda geração capaz de contornar problemas que apareceram no decorrer da imunização [escape imune ou efeitos adversos, por exemplo] e servir como reforço às injetáveis”, disse Cunha Neto.Segundo o pesquisador, o objetivo é criar uma vacina que gere anticorpos neutralizantes duradouros e também estimule de forma robusta a imunidade celular — aquela mediada pelos linfócitos T, que reconhecem o patógeno e destroem células infectadas.Além disso, a nova vacina deve proteger contra variantes de preocupação. Para isso, os pesquisadores estão desenvolvendo um antígeno que pode conter a região da proteína S (spike, presente na superfície do vírus) que se liga às células humanas (RBD) de três ou quatro variantes ao mesmo tempo.O antígeno vai conter ainda pedaços de proteínas que estimulem a resposta celular, mais duradoura do que aquela mediada pelos anticorpos neutralizantes. Por isso, deve incluir os chamados linfócitos T CD8+ citotóxicos, que matam células infectadas, e os linfócitos T CD4+, que ajudam na produção de anticorpos e nas respostas citotóxicas.Atualmente, a equipe está testando 25 combinações diferentes de proteínas, que serão encapsuladas em nanopartículas de cerâmica recobertas com um polímero para garantir a adesão do imunizante ao ambiente nasal.Testes preliminares com duas doses de protótipos do antígeno levaram à geração de altas quantidades de anticorpos neutralizantes em camundongos. Cunha Neto ressalta que o produto esperado deverá ainda ser estável em temperatura ambiente, além de seguro, com baixo custo e domínio de todo o processo de fabricação no país.A expectativa é que os testes clínicos sejam realizados em 2022.Para saber quais variantes devem ser alvos de uma vacina, é essencial saber quais as cepas mais presentes no país. Para isso, alguns grupos realizam no Brasil a chamada vigilância genômica. O trabalho consiste em sequenciar o genoma das variantes em circulação para determinar as que são mais preocupantes em termos epidemiológicos.Em uma parceria com a Prefeitura de São Paulo, o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), apoiado pela Fapesp, está monitorando a prevalência da variante delta do Sars-CoV-2 no município.“No início, a proporção dessa cepa era de 2%, mas ela vem subindo sistematicamente e se espalhando em vários pontos da cidade de São Paulo. Hoje estamos em torno de 33%. Infelizmente, a delta vai predominar nas próximas semanas”, disse Ester Sabino, professora da FM-USP e pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical (IMT-USP). Outro palestrante foi Fernando Spilki, pró-reitor de pesquisa da Universidade Feevale e coordenador da Rede Corona-Ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), criada em 2020 para liderar os esforços de vigilância genômica no país. Entre outros assuntos, o pesquisador falou dos esforços para integrar dados de todo o território nacional.Sandra Vessoni, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Instituto Butantan e coordenadora da Rede de Alertas das Variantes do Sars-CoV-2 do Estado de São Paulo, falou sobre o monitoramento, diagnóstico e a definição da estratégia vacinal realizados pela instituição.Paola Cristina Resende Silva, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz, coordenadora da equipe de curadoria da plataforma de dados GISAID no Brasil, explicou como é realizado o trabalho no repositório, que reúne dados de sequenciamento de variantes do mundo todo.O encontro teve como mediador Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fapesp.
2021-09-03 07:38:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/09/pesquisadores-buscam-vacina-capaz-de-neutralizar-o-novo-coronavirus-ainda-no-nariz.shtml
Celebridades americanas criticam lei contra o aborto no Texas
Atores de Hollywood, músicos e outras celebridades criticaram nesta quinta-feira (2) uma nova lei que proíbe o aborto em praticamente qualquer circunstância no Texas, um estado conservador dos Estados Unidos.Reese Witherspoon, Eva Longoria Baston e Pink foram alguns dos famosos que condenaram o projeto conhecido como "lei do batimento cardíaco".O texto proíbe a interrupção da gestação a partir do momento em que o batimento cardíaco do embrião pode ser detectado, o que geralmente ocorre na sexta semana, quando muitas mulheres ainda nem sabem que estão grávidas. Mais "É muito simples. Devemos ter o direito de decidir sobre nossa saúde e futuro", tuitou a estrela de "Desperate Housewives" Eva Longoria Baston.“Mas com a extrema proibição do aborto [no Texas] e outros estados aprovando um número recorde de restrições ao aborto este ano, temos que lutar pela liberdade reprodutiva de cada uma”, acrescentou.A atriz e produtora Reese Witherspoon disse: "Estou com as mulheres do Texas que têm o direito constitucional de tomar decisões sobre sua saúde e seus próprios corpos."A cantora Pink também se manifestou contra a norma. “Expresso minha solidariedade com as pessoas [no Texas] que, a partir de agora, enfrentam uma proibição extrema do aborto a partir de seis semanas”, afirmou."Esta proibição (...) servirá de modelo para outras proibições nos Estados Unidos, a menos que façamos algo a respeito", continuou.O grito das celebridades aumenta a onda de reações desencadeadas depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos se recusou a bloquear a lei que não concede exceções para casos de estupro ou incesto. A única opção contemplada é quando a saúde da mulher está em perigo."A decisão da Suprema Corte é um ataque sem precedentes aos direitos constitucionais das mulheres desde Roe contra Wade, que tem sido o marco legal há quase 50 anos", disse o presidente Joe Biden em um comunicado.A decisão do caso Roe contra Wade (1973) garantiu o direito ao aborto nos Estados Unidos enquanto o feto não é viável fora do útero, ou seja, entre as semanas 22 e 24 da gestação.A lei aprovada no Texas, um estado dominado pelo Partido Republicano, é particularmente polêmica porque permite que as pessoas processem médicos que realizarem abortos, com penalidades financeiras de até US$ 10 mil (cerca de R$ 52 mil) para cada procedimento feito.Leis similares foram aprovadas em uma dúzia de estados liderados pelos conservadores republicanos.A nomeação de três juízes para a Suprema Corte pelo ex-presidente Donald Trump deu poder àqueles que buscam uma oportunidade de reverter uma lei que consideram contrária à vontade de Deus, especialmente os evangélicos.
2021-09-03 08:26:00
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Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/09/celebridades-americanas-criticam-lei-contra-o-aborto-no-texas.shtml
Seleção bate o Chile e supera recorde de vitórias seguidas nas eliminatórias
Após um primeiro tempo muito ruim, a seleção brasileira melhorou no segundo tempo e derrotou o Chile por 1 a 0 no estádio Monumental, em Santiago (CHI), com gol de Everton Ribeiro.Foi a sétima vitória consecutiva do Brasil no começo das eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar-2022, superando as seis conquistas do time de João Saldanha nas eliminatórias da Copa do México, em 1970.A equipe de Tite volta a campo no próximo domingo (5), às 16h, contra a Argentina, na Neo Química Arena, em São Paulo. Para o duelo, o treinador não terá o zagueiro Marquinhos, que levou o terceiro amarelo.O primeiro tempo foi totalmente dominado pela seleção chilena, que só não marcou por causa de ótimas defesas do goleiro Weverson. Pressionando a saída de bola, o time da casa não deixou os jogadores brasileiros trocarem passes. Nas poucas vezes que Neymar e companhia conseguiram sair em contra-ataque, só duas resultaram em chutes a gol. As demais foram anuladas por passes errados.Parte dessa falta de entrosamento da equipe verde-amarela pode ser creditada à ausência dos jogadores que defendem clubes da Inglaterra, que não foram liberados para defender a seleção nesta rodada das eliminatórias.No intervalo, Tite tirou Vinicius Junior e Bruno Guimarães e colocou Everton Ribeiro e Gerson. As alterações, aliadas à mudança de postura do time, que também começou a pressionar, surtiu efeito e a seleção passou a dominar as ações.Aos 18 min, em jogada de Danilo pela direita, o lateral cruzou, Everton Ribeiro deu um toque de primeira para Neymar. O camisa 10 dominou e chutou de canhota, para ótima defesa do goleiro Bravo. No rebote, Everton Ribeiro completou para marcar o gol da vitória, levando o Brasil a 21 pontos e mantendo os 100% de aproveitamento na competição. A segunda colocada é a Argentina, com 15 pontos, seguida por Equador (12), Uruguai e Colômbia (9), Paraguai (7), Chile e Bolívia (6), Peru (5) e Venezuela (4). Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-09-03 00:25:00
esporte
Esporte
https://agora.folha.uol.com.br/esporte/2021/09/selecao-bate-o-chile-e-supera-recorde-de-vitorias-seguidas-nas-eliminatorias.shtml
Como autoridades tentam impedir adesão de PMs ao 7 de Setembro; ouça podcast
A movimentação de policiais militares favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro, indicando um que poderiam participar das manifestações com raiz golpista do 7 de Setembro, tem preocupado autoridades nos estados.Para evitar a adesão de membros das forças de segurança aos atos do feriado, promotores de ao menos seis estados e do Distrito Federal e até um um juiz militar se movimentaram nas últimas semanas. Para isso, as autoridades têm usado instrumentos jurídicos de monitoramento, fiscalização e controle das forças policiais de cada lugar.No episódio desta sexta (3), o Café da Manhã conversa com a repórter da Folha Fernanda Mena, que escreveu uma reportagem junto com o jornalista João Pedro Pitombo sobre essa ação das autoridades estaduais contra a insubordinação bolsonarista das PMs.O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando abaixo. Para acessar no aplicativo basta se cadastrar gratuitamente.Ouça o episódio:O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Angela Boldrini e Maurício Meireles, com produção de Jéssica Maes, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.
2021-09-03 05:00:00
podcasts
Podcasts
https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2021/09/como-autoridades-tentam-impedir-adesao-de-pms-ao-7-de-setembro-ouca-podcast.shtml
Polícia ouviu viúva de miliciano ligado a Flávio Bolsonaro sem delegado e promotoras do caso Marielle
Sob a chancela da cúpula da Polícia Civil e da Procuradoria-Geral de Justiça do Rio, uma delegada foi ao condomínio de luxo onde cumpre prisão domiciliar a viúva do miliciano Adriano Nóbrega para tratar de sua proposta de delação premiada sobre o chamado "escritório do crime" no Rio.Embora o duplo homicídio da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes estivesse na pauta de um pretenso acordo de delação, os encontros com Júlia Lotufo, 29, aconteceram sem que o delegado e as promotoras responsáveis pelo caso tivessem conhecimento.Em maio e junho deste ano, foram ao menos dois encontros em um condomínio na orla da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Titular da delegacia de Homicídios da Capital (DHC) à época, Moisés Santana disse à Folha que desconhecia a ocorrência dessas reuniões."Desconheço. E, como não sou mais o delegado titular, não é mais minha atribuição", afirmou Santana, que foi exonerado do cargo em 6 de julho. Mais As conversas com Júlia Lotufo foram conduzidas pela delegada Ana Paula Costa Marques de Faria. Nome de confiança do secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, ela é chefe da Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (Ciaf).A atribuição da Ciaf é otimizar as investigações de crimes cometidos por pessoas com prerrogativa de foro no estado do Rio, graças a um convênio entre polícia e Ministério Público do Rio.Mas Ana Paula permaneceu à frente das tratativas com a viúva do miliciano mesmo depois de constatada a inexistência de agentes com prerrogativa de foro entre seus potenciais delatados.Seleção das principais notícias da semana sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos com entrevistas e infográficos.Carregando...Em nota, a Secretaria de Polícia Civil afirmou que "ameaças à segurança e os problemas com o funcionamento da tornozeleira da presa criaram a necessidade das idas da delegada e membros de sua equipe ao local onde Júlia cumpre prisão domiciliar".Ainda segundo a nota, "todas as medidas adotadas foram comunicadas às autoridades competentes".Além das oitivas em domicílio, equipes do CORE (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais) se revezam na garagem do prédio onde Júlia mora.Segundo relatos, após as conversas com Júlia, a delegada sugeriu que as promotoras Simone Sibilio e Letícia Emile ouvissem a versão da viúva sobre o assassinato de Marielle.Seleção diária das principais notícias sobre o cenário jurídico em diferentes áreasCarregando...A tese era a de que o crime fora encomendado por um consórcio de contraventores. Ainda segundo esses relatos, as promotoras concordaram com a oitiva, contanto que fosse realizada nas dependências do Ministério Público e com autorização judicial, o que aconteceu em 9 de junho.Após a audiência, as promotoras —que desde setembro de 2018 integravam a força-tarefa que investiga o assassinato de Marielle— teriam apontado inconsistências na narrativa de Júlia.No dia seguinte, o caso foi encaminhado ao promotor Luís Augusto Soares que atua na 1ª Vara Criminal Especializada, onde tramita o processo contra viúva.No dia 8 de julho, a viúva de Adriano Nóbrega prestou um depoimento com a participação da delegada Ana Paula. Dois dias depois, as promotoras deixaram a força-tarefa por suposta interferência nas investigações.Cerca de duas semanas depois, o advogado Demóstenes Torres incluiu o nome de um desembargador entre os alvos da delação de Júlia, o que fez com que o caso fosse remetido à PGR (Procuradoria-Geral da República).Segundo a assessoria da Secretaria de Polícia Civil, "a defesa da viúva Júlia Lotufo procurou a delegada Ana Paula Costa Marques, coordenadora da Ciaf, tendo esta comunicado o fato ao secretário de polícia e ao assessor-chefe da atribuição originária do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro".A delegada Ana Paula, diz a nota, acompanhou as oitivas realizadas pelos promotores no Ministério Público. Mais Júlia é acusada de comandar a lavagem de dinheiro dos bens do miliciano, morto em fevereiro de 2020. O ex-capitão foi morto num sítio em Esplanada (170 km de Salvador) em 9 de fevereiro de 2020 numa operação da Polícia Militar da Bahia com a participação de agentes fluminenses.Segundo denúncia do Ministério Público, coube a ela a administração das atividades ilícitas de Adriano. No dia 22 de março, com a deflagração da Operação Gárgula, ela teve a prisão decretada por associação criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro.Júlia ficou foragida por um mês. Ela se apresentou em 26 de abril, quando sua prisão foi convertida em domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. À época, seu advogado era Délio Lins e Silva.Demostenes assumiu a defesa de Júlia na primeira semana de julho, quando ela já negociava com o Ministério Público do Rio de Janeiro os termos de um acordo de delação premiada.Adriano foi companheiro de batalhão de Fabrício Queiroz, amigo do presidente Jair Bolsonaro e apontado como operador financeiro de uma suposta “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na Assembleia do Rio.O miliciano teve a ex-mulher e a mãe empregadas no gabinete de Flávio, ambas denunciadas junto com o senador sob acusação de envolvimento no esquema de desvio de dinheiro público.Oito meses após a morte do marido, Júlia casou-se com Eduardo Vinícius Giraldes Silva. A Folha apurou que o marido negociava os honorários com Demostenes, que na sexta-feira (27) deixou a defesa de Júlia por falta de pagamento.Relatório da PF, ao qual a Folha teve acesso, aponta a relação de Giraldes com milicianos e contraventores, entre eles o bicheiro Rogério Andrade, foragido após ter prisão decretada.Procurado para explicar por que a delegada foi encarregada de ouvir Júlia sem conhecimento de promotores, o "Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro informa que não se pronuncia nem divulga qualquer dado relacionado a colaboração premiada, nem mesmo a existência de simples tratativa para sua realização, por expressa vedação legal."O advogado Délio Lins e Silva Jr, que acompanhou as primeiras reuniões entre Júlia e a equipe da delegada Ana Paula, disse que a relação advogado cliente é sigilosa. "Não tenho autorização da minha ex-cliente para comentar qualquer detalhe de sua defesa."A delegada Ana Paula Costa Marques não atendeu à reportagem.
2021-09-03 04:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/09/policia-ouviu-viuva-de-miliciano-ligado-a-flavio-bolsonaro-sem-delegado-e-promotoras-do-caso-marielle.shtml
Renovação da Comgás reduz competição e eleva tarifa de gás de outros estados, diz Economia
A Seae (Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade) do Ministério da Economia avalia que a renovação da concessão da Comgás nos termos propostos pelo estado de São Paulo reduzirá a competição no setor de gás e impactará as tarifas pagas por consumidores de outros estados.A análise está em parecer entregue pela Seae à Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo) durante consulta pública para debater a proposta de dar à Cosan mais 20 anos de concessão dos serviços de gás canalizado da região metropolitana de São Paulo.A Seae focou seus questionamentos no projeto do gasoduto Subida da Serra, principal investimento do novo contrato de concessão proposto, que levará à área da concessionária gás natural importado pelo litoral paulista ou produzido na Bacia de Santos. O contrato prevê ainda a interconexão das três concessionárias de gás de São Paulo, formando o que o que o mercado chama de "ilha de gás". O governo João Doria (PSDB) defende que esse processo garante flexibilidade e menores preços para os consumidores do estado.Para a Seae, porém, a proposta contraria a legislação ao permitir a construção de um gasoduto de transporte sem autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e terá consequências sobre todo o mercado brasileiro de gás."Em que pese inicialmente os investimentos de conexão direta da malha de distribuição às fontes de suprimento ocasionarem a redução do custo do gás para o consumidor de SP; posteriormente, há que se refletir sobre o aumento do custo do gás para os demais mercados que continuarão a utilizar a infraestrutura de transporte [do país]", diz o texto. Acompanhe as oscilações do câmbio, o que mais importa do mercado de ações e os principais negócios do diaA secretaria do Ministério da Economia explica que a tarifa de transporte de gás está relacionada aos volumes movimentados pelos grandes gasodutos brasileiros. Com a retirada dos 16 milhões de metros cúbicos consumidos em São Paulo dessa conta, a tarifa para os demais usuários subirá 28%.A Seae diz também que o projeto garante ao mesmo grupo econômico toda a estrutura de importação e transporte do gás ao interior do estado, o que pode limitar a competição pelo fornecimento do combustível.Braço da Cosan para o mercado de gás natural, a Compass Gás e Energia controla a Comgás e lidera os projetos de construção de um terminal de importação de gás liquefeito e de um duto liguando reservas do pré-sal ao litoral paulista.A empresa está comprando ainda a participação da Petrobras na Gaspetro, empresa que tem presença em 19 distribuidoras estaduais de gás canalizado. Com a operação, passa a ter gestão sobre dois terços do volume de gás negociado no país."Essa conexão restringe a concorrência na venda de gás, uma vez que tende a isolar os consumidores paulistas com suprimento por determinadas fontes de oferta, limitando os ganhos concorrenciais e, consequentemente, de eficiência econômica", diz a secretaria, em seu parecer.A proposta da "ilha de gás" já vinha sendo questionada por grandes consumidores do combustível, transportadores de gás e produtores de petróleo.A concessão da Comgás vence em 2029. Para aprovar a prorrogação, o governo de São Paulo incluiu no contrato investimentos de R$ 4,1 bilhões entre 2024 e 2029, período em que a concessionária teria que gastar apenas R$ 360 milhões pelo contrato atual.Para o restante da concessão, entre 2025 e 2049, seriam mais R$ 21 bilhões. A Secretaria de Infraestrutura de São Paulo defende que os aportes são fundamentais para viabilizar a produção de campos do pré-sal no litoral paulista.Em audiência pública sobre o tema no fim de julho, houve embate entre o poder público e consumidores da distribuidora de gás encanado, principalmente os industriais. Enquanto prefeitos e parlamentares se posicionaram a favor, os últimos questionaram a pressa no processo.A Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) também vem apoiando publicamente a renovação, que foi proposta pela própria Comgás em 2019. "O momento é oportuno. O atual concessionário demonstrou expertise no negócio", escreveu nesta Folha Carlos Cavalcanti, um dos vice-presidentes da entidade.Os consumidores questionam outros pontos do projeto, como cálculos de valores devidos à concessionária por erros em revisões tarifárias e pedem mais tempo para analise de todas as informações.No período de consulta pública, ganharam o apoio do Ministério Público de São Paulo, que afirmou que o prazo atual "é diminuto para uma questão tão complexa" e pediu mais 120 dias para debates.Em nota, a Arsesp informou que a consulta pública ainda está em andamento e que a agência irá avaliar todas as contribuições recebida antes de finalizar o relatório, e que não cabe neste momento fazer declarações específicas sobre o tema.
2021-09-03 04:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/09/renovacao-da-comgas-reduz-competicao-e-eleva-tarifa-de-gas-de-outros-estados-diz-economia.shtml
Namorado de brasileira morta no Chile não foi ao enterro dela, diz amiga
Amiga da modelo brasileira Nayara Vit, que morreu aos 33 anos após cair do 12ª andar de um prédio residencial em Santiago, no Chile, Marcela Bakit revelou em entrevista ao programa chileno “Contigo En La Mañana” que o executivo Rodrigo del Valle Mijac, namorado de Vit, não foi o enterro.“Sei que temos que ter bastante cuidado de atribuir algo a alguém durante uma investigação, mas achei bastante estranho não comparecer ao funeral de sua companheira. Ele não apareceu, não vi flores. É triste porque ela estava cega por essa pessoa”, disse.Bakit também contestou a versão de que a modelo teria problemas psicológicos e que isso seria o motivo de ela ter cometido um suicídio. Mais “Foi bastante estranho ouvir que ela estava deprimida, doente, que tinha problemas. Eu não tinha conhecimento disso. Para quem a conhecia e a amava, isso não bate, não combina com ela”, disse a amiga.A morte da modelo brasileira Nayara Vit passou a ser investigada como homicídio, segundo o promotor chileno Omar Mérida. Antes, a queda dela do 12º andar de um prédio no elegante bairro de Las Condes, na capital Santiago, era tratada como suicídio, o que vinha sendo contestado pela família."As diligências das últimas horas têm permitido avançar satisfatoriamente com a investigação, com vídeos, áudios, depoimentos e evidências materiais que contribuem para esclarecer a dinâmica dos fatos e as inconsistências nos principais depoimentos do fato", disse o promotor. "Isso permite considerar com mais força a hipótese diferente de suicídio."Nascida em Campo Grande (MS), Nayara morava há 16 anos no Chile. Lá, chegou a participar do programa Toc Show, atração exibida diariamente na televisão.Ela estava namorando o executivo Rodrigo Del Valle Mijac. Há relatos de que o ex-casal discutiu em um restaurante na noite da morte de Nayara, que ocorreu no último dia 7 de julho.Irmão de Nayara, Guilherme Vit diz que a família foi avisada da morte pelo ex-marido da modelo, Oscar, pai de Gabriela, 4, única filha da brasileira. Ele também mora no Chile e foi até o local na madrugada da queda. "Ele contou que perguntou para a babá se ela tinha ouvido alguma coisa, e ela contou que ouviu um vaso [que ficava na sacada do prédio] quebrando, ouviu um grito da Nayara e a queda dela."A última vez que Guilherme conversou com a irmã havia sido no aniversário dela, no dia 3 de julho. Ele afirma que ela estava feliz. "E minha mãe falou com ela no dia 7, às 20h, ela estava fazendo planos, que ia voltar para a academia. A pessoa que está tentando se matar não vai fazer planos."Guilherme acrescentou que ele não conhecia pessoalmente Rodrigo Del Valle Mijac, namorado de Nayara. "Ele chegou a ligar para o meu pai, relatando o que aconteceu. Ele [Rodrigo] fala que eles chegaram do restaurante e que ele estava sentado na sala, quando ela saiu correndo e pulou [da sacada], sem falar com ninguém."É essa contradição de informações, já que a babá diz ter ouvido barulhos e gritos, que a família deseja esclarecer. A investigação está a cargo da Brigada de Homicídios da polícia chilena.
2021-07-26 10:30:00
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Após perder ouro e ganhar abraço, Ledecky dos EUA encontra Ledecky do Vietnã
A primeira coisa que a australiana Ariarne Titmus, 20, fez ao sair da piscina no centro aquático de Tóquio foi abraçar Kathleen Ledecky, 24.“Eu a agradeci. Não estaria aqui se não fosse por ela”, disse Ariarne segundos após impor a primeira derrota em uma final individual na carreira olímpica da americana. Ledecky ficou com a prata nos 400 m livre em prova disputada na noite deste domingo (25).Usar a palavra derrota para uma segunda colocação fez Nguyen Thi Anh Vien, 24, rir oito horas depois.“Ela ganhou a prata. Alguém realmente acha que perdeu?”, questionou a vietnamita, que terminou em último a eliminatória dos 200 m livre na manhã desta segunda (26). Uma qualificatória vencida por Ledecky.As Olimpíadas são o lugar em que os caminhos do maior nome da natação atual, dona de cinco medalhas de ouro na carreira e duas de prata, podem cruzar com o de Nguyen. O maior feito de sua carreira é ser uma espécie de Kathleen Ledecky dos Jogos do Sudeste Asiático. Lá conquistou sete ouros, sete pratas e dois bronzes.Sem muito tempo de descanso após ser superada por Ariarne, Ledecky caiu na piscina de novo e percorreu os 200 m em 1min55s28. Mais de dez segundos depois (2min05s30), a vietnamita conseguiu completar a distância.“Eu apenas fui para a batalha até o fim. Não achei que morri. Ela apenas nadou os 50 ou 75 metros finais mais rápido e chegou primeiro”, deu de ombros a americana, ao comentar sobre Ariarne e a sensação estranha de não terminar em primeiro. As declarações aconteceram em uma conferência de imprensa cheia de jornalistas. Ledecky responde a perguntas apenas em situações como essa ou para a NBC, emissora dona dos direitos de transmissão dos Jogos nos EUA. O comentarista do canal é Michael Phelps, o maior vencedor da história dos Jogos (28 medalhas). ​Ela não vai à zona mista, espaço onde os atletas atendem os repórteres internacionais.Quando Nguyen Thi Anh Vien —em sua terceira edição de Olimpíadas— passou por ali após sua prova, havia apenas o repórter da Folha na sala.“Não tenho muito o que dizer. Fico feliz de estar competindo com as melhores de novo. Tentei o que pude para conseguir o melhor resultado. Ela é um exemplo para todas as atletas da natação”, disse sobre a rival americana.Apenas em contratos publicitários assinados após a Rio-2016, quando faturou quatro ouros, estima-se que Ledecky ganhe US$ 5 milhões por ano (cerca de R$ 26 milhões). Mais vitórias podem potencializar novos acordos. Ela ainda pode ficar com o ouro nos 200, 800 e 1500 metros livres e no revezamento 4x200 m em Tóquio.Eleita cinco vezes a atleta do ano no Vietnã, Nguyen foi premiada pelos seus resultados em 2018. Aos 18 anos, recebeu uma promoção a capitã do exército do seu país. Chamada de garota de ouro do esporte nacional, ela viajou aos 12 anos para treinar nos Estados Unidos. Aos 16, nadou em Londres-2012, sua estreia nos Jogos.A asiática fica desconfortável com perguntas. Responde-as já caminhando, como quem quer ir embora. A fama fez Ledecky, medalhista de ouro nos 800 m livre em Londres-2012 (aos 15 anos), ficar muito à vontade diante do microfone.Mas perdeu o rebolado por alguns segundos, ao ser lembrada de que perdeu, mesmo considerando ter feito uma excelente prova.“É... É algo raro para mim. Eu já tive minha parcela de provas duras, mas é uma honra competir com alguém como Ariarne, e nós duas conseguimos tempos realmente muito bons. Você não pode ficar desapontada com a prata. É apenas uma emoção fazer parte disso”, disse.A nadadora está no caminho da história e sabe disso. Pode superar o recorde de atleta com mais ouros da história da natação olímpica. Sua compatriota Jenny Thompson venceu oito.Estimativa do The Wall Street Journal é que, no período de seis dias, ela vai nadar 6,2 km. São 124 idas e voltas na piscina de 50 metros.Os caminhos de Nguyen e Ledecky ainda podem se cruzar em Tóquio. A vietnamita vai competir também nos 800 m livres. Nesta manhã de segunda-feira, enquanto juntava suas roupas, apressada, e ia para o vestiário, a americana começava a se preparar para voltar a cair na água na última prova do dia: a primeira eliminatória dos 1.500 m.Venceu com o tempo de 15min35s35. Na estreia da distância no calendário olímpico feminino, ela já tem a melhor marca.
2021-07-26 10:24:00
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Amy Winehouse: as revelações de documentário 10 anos após morte
Nesta sexta-feira, a morte de Amy Winehouse completa 10 anos. Naquele sábado, 23 de julho de 2011, a icônica e rebelde cantora e compositora britânica morreu ao não conseguir superar sua dependência de álcool e outras drogas ilícitas. Ela tinha 27 anos.Para coincidir com o aniversário, Janis Winehouse-Collins, a mãe de Amy, lançou um novo documentário sobre a vida da estrela musical. Ele tem imagens não publicadas e entrevistas com amigos e familiares mais próximos da cantora.Os pais do artista, Mitch e Janis, conversaram com o repórter de música da BBC Mark Savage em um dos clubes de Londres onde Amy se apresentou para discutir como eles procuram recuperar a imagem de sua filha.O documentário se chama "Reclaiming Amy" ("Recuperando Amy", em tradução literal) e seus produtores buscam mostrar diferentes aspectos da deslumbrante mas problemática cantora, assim como de seus pais, que apontam ter sofrido com um tratamento "belicoso" e "ácido" vindo da imprensa durante os momentos de crise de Amy Winehouse."O que estamos tentando conseguir é uma imagem mais completa de Amy", explica Mitch Winehouse. Para isso, o filme mostra imagens e depoimentos inéditos da artista.Em antecipação ao documentário exibido pela BBC 2 no Reino Unido, os pais de Amy voltaram para Camden, a região repleta de casas noturnas do norte de Londres tão amada pela cantora. "Eu me lembro da Amy se apresentando neste palco (Jazz Café), o lugar estava explodindo", diz Mitch.Desde seu primeiro álbum, Frank, lançado em 2003, os críticos têm sido praticamente unânimes em elogiar o frescor, a franqueza e o discernimento das letras de Amy.Mas foi seu segundo álbum, Back to Black (2006), que a estabeleceu como uma cantora e compositora espetacular e talentosa, alçando Amy ao estrelato internacional.O álbum recebeu inúmeros prêmios, incluindo cinco Grammys em uma cerimônia à qual ela não pôde comparecer porque os Estados Unidos não permitiram sua entrada devido ao seu histórico de uso de drogas.Curiosamente, as canções desse álbum não contêm apenas amostras do talento de Amy mas também a explicação nítida de seus problemas pessoais, particularmente no single Rehab.Nessa música, ela aponta uma relutância em ir a um centro de reabilitação para alcoólatras, cantando aberta e descaradamente "Eu não vou, não, não, não".A partir daí, a imprensa não a deixou em paz, documentando seus excessos em bares e palcos com cobertura implacável."Eles a chamavam de bêbada, de drogada, viciada em drogas", disse Mitch à BBC, observando que isso era normal há 10 ou 12 anos. "Não acho que eles poderiam se safar hoje. Acho que há mais compreensão com as questões de saúde mental agora do que antes."Durante esse tempo, Mitch se tornou o rosto público da família, mas também foi muito criticado pela maneira como lidava com os assuntos pessoais e profissionais de Amy. "Ainda recebo críticas. Há pessoas na imprensa que dizem que matei minha filha", diz.O documentário não foge dos momentos mais sombrios da cantora, mas tanto Mitch quanto Janis tentam explicar as dificuldades que uma família pode enfrentar quando um ente querido sofre com a doença do alcoolismo e da toxicomania."Erros foram cometidos quando Amy estava doente", Janis reconhece a certa altura. "Só em retrospecto agora percebo o quão pouco entendíamos a situação." Mas Mitch intervém para dizer que o que eles fizeram não pode ser considerado um erro."Não existe uma maneira boa ou ruim de lidar com isso (o vício)", diz ele, acrescentando que as únicas pessoas que conseguem entender isso são aquelas que lidam com o problema na família."Como uma família, quebramos nossas cabeças, quantas vezes tivemos intervenções familiares? Perdi a conta. Quantas vezes eu a levei para a reabilitação e ela foi embora no dia seguinte?", diz.O documentário também entrevista as amigas mais próximas de Amy: Naomi Parry, Chantelle Dusette e Catriona Gourlay. A última revela pela primeira vez que ela e Amy tiveram um relacionamento romântico.Embora Mitch enfatize que não pode comentar sobre caso porque não sabia nada sobre a vida sexual de sua filha, ele afirma que "Catriona e Amy eram como irmãs. Elas eram muito mais do que melhores amigas."Naomi Parry, por sua vez, diz que Amy queria ser mãe, fato que é confirmado por uma sequência da cantora no documentário onde ela timidamente menciona: "Em 10 anos, eu gostaria de ter um casal de filhos".Os pais de Winehouse mencionam que todo dia 23 de julho, familiares e amigos se reúnem no cemitério e fazem um almoço em comemoração a Amy."Nos primeiros 10 minutos começamos a chorar e depois disso acabamos explodindo de rir de uma nova anedota de Amy", disse Mitch em um tom mais de celebração do que de tristeza."Minha piada é: 'Agora eu sei onde ela está'", acrescenta Janis, rindo. "Mas é verdade", responde Mitch.
2021-07-26 07:45:00
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Entidades de advogados e do comércio pedem ao Congresso arquivamento da reforma do Imposto de Renda
Vinte e duas entidades empresariais assinam um manifesto público contra o projeto de lei 2.337/2021, que trata da reforma do Imposto de Renda, e seu substitutivo. No texto, divulgado nesta segunda-feira (26), associações como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e Abat (Associação Brasileira de Advocacia Tributária) pedem a rejeição total dos termos propostos.Também assinam o documento as Associações Comerciais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas (ACSP, ACRJ e ACMinas, respectivamente), a Confederação Nacional de Serviços (CNS), o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) e o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), entre outras. A iniciativa de lançar o manifesto partiu de Gustavo Brigagão, presidente do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (CESA) e sócio do escritório Brigagão, Duque Estrada.“A proposta de alteração das regras de tributação do imposto sobre a renda implica aumento da complexidade no sistema tributário brasileiro”, diz o texto, que considera o retorno da tributação dos dividendos um retrocesso. “Apelamos aos ilustres Membros do Congresso Nacional que procedam ao arquivamento do projeto”, diz o documento.O projeto foi apresentado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no final de junho. O relator do projeto é o deputado federal Celso Sabino (PSDB-BA).Ainda segundo o texto, mudar as regras neste momento “promove abalo à segurança jurídica, tanto para os negócios já instalados no país, quanto para novos investimentos, já tão escassos em decorrência do momento de crise que todos enfrentamos”.Segundo as entidades, “imperfeições na política tributária adotada, caso existam, devem ser corrigidas, sem comprometer a estrutura da bem-sucedida política adotada”.Entre as principais críticas ao PL e seu substitutivo, também estão a extinção da escrituração simplificada das empresas no lucro presumido e a eliminação da dedutibilidade dos juros remuneratórios do capital próprio.Reportagem da Folha mostrou que a tributação de dividendos, uma das principais mudanças propostas na reforma, sofre forte resistência de categorias como advogados e médicos.De acordo com os cálculos da Receita Federal, a tributação de 20% dos dividendos (somada ao fim da dedutibilidade dos juros sobre capital próprio) é o item que mais gera arrecadação na proposta do governo (mais de R$ 32 bilhões anuais aos cofres públicos a partir de 2023). ​
2021-07-26 10:00:00
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Anitta elogia beleza de jogador de vôlei brasileiro e tem resposta: 'Vem pra Tóquio'
A cantora Anitta, 28, continua de olho nos atletas de Tóquio, seja pela competência deles em seus esportes, seja pela beleza. Recentemente, ela elogiou o jogador de vôlei de praia brasileiro Vinicius Freitas, 26. Porém, ele é gay.Foi no último sábado (24) que, ao ver uma foto dele sem camisa, se derreteu pelo atleta. “Eu adoro vôlei de praia, menina”, postou ela antes de ser alertada sobre a sexualidade do rapaz.Porém, o que começou como uma cantada parece ter virado uma amizade virtual. Freitas publicou uma conversa privada com Anitta na qual ele a convida para ir ao outro lado do mundo. “Vem pra Tóquio”, escreveu ele. Anitta está na Flórida. Mais A artista mandou um “Arrasa” para ele. Então, o jogador respondeu mais uma vez. “Não brinca com meu coração, mulher. Quer me matar? Duvido que é tu mesmo”, brincou.Pelas redes sociais, Vinicius Freitas não esconde seu relacionamento com o médico Rafael Helmer. “Meu olhar mais bonito, culpa do feitiço que você jogou em mim”, publicou o atleta numa das legendas com o amado.Já Anitta revelou através de seu Instagram que tem “dificuldade de focar” ao ver pessoas bonitas, concordando com um relato da skatista Letícia Bufoni, 28, que na madrugada desta segunda-feira (26) ficou de fora das finais da modalidade.Bufoni fez um Stories falando sobre a beleza das pessoas que circulam na Vila Olímpica em seu primeiro dia de hospedagem. “Estou adorando este lugar. Todo lugar que você olha tem gente bonita. Vai no café da manhã, tem um monte de mulher bonita, com corpo bonito, homens com costas largas e musculosas”, disse.“Tem loiro, moreno, branco, preto, amarelo... tem de tudo, alto baixo... como eu nunca vim para as Olimpíadas antes? Que lugar maravilhoso”, publicou ela. A cantora, então, deixou um comentário dizendo: “Eu na vida sempre”.
2021-07-26 08:45:00
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Pequim acusa EUA de demonizarem China durante visita de enviada de Biden
A China acusou os Estados Unidos de “demonizarem” o país, adotando um tom de confronto durante a visita da secretária assistente de Estado americana, Wendy Sherman, para raras conversas entre altas autoridades das duas potências.O governo americano, por sua vez, descreveu o diálogo entre os dois países como “uma discussão franca e aberta” e afirmou que Sherman se mostrou "muito enérgica" com seus interlocutores.A número dois da diplomacia americana chegou no domingo (25) à cidade portuária de Tianjin, no norte da China, para reuniões com o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, e seu vice, Xie Feng. O momento é de tensão entre os dois países, no que diz respeito a temas como cibersegurança e direitos humanos.Foi o primeiro grande encontro entre autoridades das duas principais economias mundiais desde as discussões realizadas no estado americano do Alasca em março, que culminaram em ataques mútuos.A imprensa estrangeira foi mantida longe da sede do encontro, que foi marcado fora de Pequim devido a protocolos da pandemia, mas a mídia chinesa pôde entrar no edifício.De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores chinês, Xie disse a Sherman nesta segunda-feira (26) que os EUA querem “reacender o senso de propósito nacional colocando a China como um inimigo imaginário” e mobilizam seu governo para sufocar Pequim."A esperança pode ser que, ao demonizarem a China, os Estados Unidos poderão de alguma maneira (...) culpar a China por seus próprios problemas estruturais", afirmou, segundo o comunicado, acrescentando que a relação bilateral se encontra "estagnada e enfrenta sérias dificuldades".Pequim apresentou ainda uma lista de exigências, entre elas a suspensão das sanções contra autoridades e das restrições de vistos a estudantes e o fim do que classificou como supressão de empresas chinesas, afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, a jornalistas.Xie também solicitou o fim dos pedidos de uma nova investigação sobre as origens do coronavírus na China, em mais uma advertência para que "parem de pisar nas linhas vermelhas".“Instamos os Estados Unidos a mudarem sua mentalidade equivocada e sua política perigosa", acrescentou o comunicado.O vice-ministro afirmou que a população de seu país "vê a retórica antagonista dos Estados Unidos como uma tentativa mal disfarçada de conter e suprimir a China". Receba toda sexta-feira um resumo das principais notícias da China no seu email No Twitter, Sherman disse ter abordado "o compromisso dos Estados Unidos com a concorrência saudável, a proteção dos direitos humanos e dos valores democráticos".Segundo o Departamento de Estado americano, a subsecretária mencionou a preocupação do governo Joe Biden com diversos assuntos, de violações dos direitos humanos da China em Hong Kong, Tibete e na região de maioria muçulmana de Xinjiang a supostos ciberataques chineses."A subsecretária foi muito enérgica ao esclarecer para os chineses as informações factuais que temos para apoiar o que estamos falando —seja sobre os direitos humanos, seja sobre as violações de promessas feitas pela China, como o alto grau da autonomia de Hong Kong", afirmaram fontes do departamento.Segundo comunicado oficial do governo americano, Sherman discutiu com seus interlocutores "maneiras de criar termos para uma gestão responsável da relação EUA-China"."A secretária assistente ressaltou que os Estados Unidos apreciam a competição saudável entre os dois países —e que pretendemos continuar a fortalecer nossa própria competitividade—, mas não queremos conflito com o Partido Comunista Chinês", diz o texto.Na véspera da chegada de Sherman, o chanceler Wang prometeu "dar uma lição aos Estados Unidos sobre como tratar os países com equidade", antecipando um início de visita tumultuado."A China não vai aceitar a superioridade autoproclamada de nenhum país", afirmou ele, citado em um comunicado no sábado (24).A visita à China foi adicionada de última hora ao itinerário de Sherman em sua viagem pela Ásia, que inclui paradas no Japão, na Coreia do Sul e na Mongólia.Além de Sherman, John Kerry, enviado especial de Washington sobre o clima, havia sido o único funcionário de alto nível do governo Biden a visitar a China, em abril. As duas partes se comprometeram a cooperar no tema das mudanças climáticas, apesar de suas múltiplas diferenças.Biden manteve a política de firmeza com a China adotada por seu antecessor, Donald Trump, enquanto Washington busca construir uma frente unida de "aliados democráticos" contra Pequim.Na semana passada, Estados Unidos e China trocaram sanções iniciadas por Washington em resposta ao que os EUA consideram como a repressão de liberdades em Hong Kong. Washington emitiu ainda uma advertência às empresas que operam no território sobre a deterioração da autonomia da cidade.Também nesta última semana, os Estados Unidos condenaram os ciberataques em larga escala procedentes da China.
2021-07-26 08:37:00
internacional
Internacional
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Imigração: quase 3.000 crianças brasileiras entraram ilegalmente nos EUA pelo México em apenas 2 meses
Apenas em maio e junho de 2021, 2.857 bebês e crianças brasileiros com até seis anos de idade atravessaram irregularmente a fronteira dos Estados Unidos com o México e acabaram detidas pelo serviço de migração.Esses dados inéditos do órgão americano de Alfândega e Controle de Fronteira, obtidos pela BBC News Brasil, apontam que o total de menores de seis anos apreendidos por agentes americanos em apenas dois meses já supera todo o acumulado dos sete meses anteriores.Destas 2.857 crianças, 12 entraram no país sem a companhia dos pais ou de algum responsável legal por elas e, no momento do encontro com autoridades americanas, foram mantidas temporariamente sob custódia do governo do democrata Joe Biden.Uma delas é o bebê João*, de um ano e meio, cuja história a BBC News Brasil contou em detalhes há uma semana. João passou mais de um mês em um lar temporário no Estado da Virgínia depois que foi encontrado na companhia dos avós, encaminhados para deportação.A mãe dele, que conseguiu acesso aos EUA depois de atravessar a fronteira com seu outro filho adolescente, precisou comprovar não ter antecedentes criminais no Brasil para poder se reunir com o bebê. Agora, eles esperarão em território americano pelo desfecho de seu processo na Justiça migratória.Os números da imigração brasileira irregular têm crescido a cada mês e atraído atenção do serviço migratório americano. O país já é a sétima origem mais frequente de migrantes sem visto, à frente de Cuba, Haiti, Nicarágua, Colômbia e Venezuela, países que vivem intensas crises domésticas e com histórico de remeter grandes quantidades de população ao território americano.A cifra de brasileiros detidos em 2021 ao avançar pela fronteira dos EUA sem visto (29.500) é o recorde registrado em toda a série histórica, que mede tais movimentos por nacionalidade desde 2007. Há dez anos, em 2011, apenas 472 brasileiros foram detidos na mesma condição. Receba toda quinta um resumo das principais notícias internacionais no seu email A esmagadora maioria das quase 4.867 crianças de até seis anos que chegaram dessa forma aos EUA desde outubro passado estava acompanhada dos pais. O mesmo vale para as outras 1.297 crianças brasileiras entre sete e nove anos e os 2.585 pré-adolescentes e adolescentes entre dez e 17 anos que, igualmente, fizeram o trajeto no período. É o que as autoridades americanas chamam de unidades familiares: 2/3 dos quase 30 mil brasileiros já detidos pela imigração em 2021 estavam em famílias nucleares, o que inclui pais e filhos.Essa configuração tem a ver com uma estratégia estimulada pelos coiotes, como são chamados os operadores dessas rotas ilegais. Eles incentivam a prática do "cai-cai": ou seja, a viagem de migrantes sem visto com seus filhos menores de idade para garantir que os adultos não sofram deportação imediata na chegada aos EUA, quando se apresentarem às autoridades locais."Acompanhei o caso recente de um homem que juntou os US$ 12 mil cobrados por um coiote e ficou furioso quando a mãe de sua filha, com quem não era casado, não aceitou que a menina de 15 anos o acompanhasse na jornada pelo México. Ele dizia que para fazer um 'investimento' tão alto, precisava ter a certeza de que não seria deportado. E isso só seria possível com a presença da adolescente, que não seria deportada nem separada de seu pai", relata a socióloga Sueli Siqueira, especialista em migração de brasileiros para os EUA da Universidade do Vale do Rio Doce.Tanto autoridades brasileiras quanto americanas ouvidas pela reportagem afirmam que a estratégia "cai-cai" havia sido praticamente abandonada durante a gestão Trump, quando o então presidente republicano adotou práticas como a separação entre pais e filhos, a deportação sumária de menores de idade e a obrigatoriedade de esperar pela resposta ao pedido de asilo em território mexicano.Mas todas essas medidas restritivas foram revistas e, parcial ou totalmente, abolidas ainda na gestão Trump ou já no governo Biden, o que levou à retomada do "cai-cai". Eleito sob a promessa de tornar o sistema de migração "mais humano" e de criar um caminho de obtenção de cidadania para 11 milhões de migrantes que já vivem no país sem documentos, Biden tem encarado uma crise no assunto, com a chegada de quase 1,3 milhão de pessoas pela fronteira apenas em 2021. Dessas, 95 mil eram menores de idade sem os pais ou responsáveis.O volume levou o atual presidente a designar a vice para gerir o problema. Em visita recente à Guatemala, Kamala Harris foi clara: "Não venham (aos Estados Unidos)".É improvável, no entanto, que o apelo tenha efeito sobre os latino-americanos que querem tentar a vida nos EUA agora. Afundada em um misto de crise econômica e descontrole pandêmico, a região vive uma espécie de nova década perdida, que lembra os anos 1980.Não por acaso, foi nesse período que a primeira grande onda de migrantes brasileiros chegou aos EUA, em fuga do desemprego e da inflação alta. Agora, de acordo com o IBGE, o desemprego no Brasil se aproxima dos 15% e a inflação tem mostrado força especialmente em itens básicos, como alimentos.Para a socióloga Sueli Siqueira, a "desesperança com a política e a economia do Brasil" e a "crença de que Biden vá tornar mais fácil a vida de quem vem de fora" têm alimentado o fluxo de brasileiros, que deve se manter alto ainda por muitos meses.Ela nota ainda que as características dessa migração —majoritariamente em família— também indicam que essas pessoas estão tentando uma mudança definitiva de país, um reassentamento e recomeço de vida, e não apenas trabalhar ganhando em dólares por algumas temporadas para depois regressar ao Brasil.
2021-07-26 09:49:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/07/imigracao-quase-3000-criancas-brasileiras-entraram-ilegalmente-nos-eua-pelo-mexico-em-apenas-2-meses.shtml
Estados pretendem ampliar ensino remoto para compensar fechamento das escolas
Governos estaduais planejam ampliar o alcance das atividades de ensino remoto oferecidas a alunos da rede pública neste ano, numa tentativa de compensar os prejuízos causados pelo fechamento das escolas no primeiro ano da pandemia do coronavírus e pela lenta retomada de aulas presenciais.Embora os programas de ensino a distância de muitos estados ainda sejam bastante insatisfatórios, um novo estudo produzido por um grupo de pesquisadores que monitora as políticas de enfrentamento da crise sanitária desde o início mostra que a maioria foi aperfeiçoada nos últimos meses. Ligado à Rede de Pesquisa Solidária, o grupo criou um Índice de Ensino a Distância (IEAD) para avaliar políticas adotadas pelos estados para diversificar meios de transmissão de conteúdos didáticos, facilitar o acesso a aulas remotas, supervisionar os estudantes e ampliar a cobertura do atendimento.Os pesquisadores analisaram decretos, portarias e outros documentos oficiais e atribuíram aos programas dos 26 estados e do Distrito Federal notas que variam de 0 a 10. Desde outubro do ano passado, quando a avaliação começou, a nota média alcançada pelos estados saltou de 2,7 para 5,2.As notas de 16 estados ainda estão abaixo da média nacional, mas o índice apontou avanços significativos em vários lugares. As cinco unidades da Federação que alcançaram melhores notas foram Paraíba, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, que passou de 3,9 para 7,8 no índice.O que mais contribuiu para a melhora na avaliação foi a definição de medidas para ampliar o acesso de alunos e professores às aulas remotas, incluindo a distribuição de apostilas impressas, chips de telefone celular e computadores, e a oferta de subsídios para pagar os serviços de conexão à internet.Segundo os pesquisadores, o número de estados que distribuem dispositivos para o acesso às aulas remotas saltou de 3 para 14, e o de estados que ajudam as famílias a pagar a conta da internet passou de 6 para 15. O grupo não avaliou a implementação efetiva das medidas nos planos dos governos. "Há um esforço maior para aprimorar os programas de ensino a distância, oferecendo uma alternativa às famílias que ainda não se sentem seguras com as condições para retomada das aulas presenciais", afirma a cientista política Lorena Barberia, da Universidade de São Paulo, coordenadora do grupo.O despreparo das escolas para oferecer atividades remotas causou enormes prejuízos aos estudantes na pandemia, incluindo perdas de aprendizado cuja recuperação deverá exigir anos de esforços. Alunos mais pobres, com dificuldades maiores para acessar a internet, foram especialmente prejudicados.Levantamento feito pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), do Ministério da Educação, mostrou que apenas 7% das escolas da rede pública garantiram aos alunos acesso gratuito ou subsidiado à internet no ano passado, e apenas 9% distribuíram chips e outros dispositivos.Quase todos os estados decidiram reabrir as escolas em agosto, a maioria pela primeira vez desde o início da pandemia. Das 27 unidades da Federação, 13 pretendem retomar atividades presenciais sem restrição ao número de alunos. As escolas estaduais atendem um terço dos estudantes matriculados no país.Segundo a Rede de Pesquisa Solidária, estados mais ricos tinham planos de ensino remoto melhores no ano passado, mas os avanços observados neste ano foram mais significativos em estados que, independentemente do peso econômico, se esforçaram mais para preservar o orçamento da educação.Os pesquisadores calculam que os gastos dos estados com educação caíram 9% no ano passado. O governo federal repassou bilhões de reais para compensar perdas causadas pela crise econômica na pandemia, mas a falta de coordenação levou os estados a reter boa parte dos recursos no caixa.Era esperado que os gastos caíssem com as escolas fechadas, mas os estados poderiam ter aproveitado parte dos recursos disponíveis para ampliar a oferta de ensino remoto, reformar as escolas e investir na infraestrutura necessária para retomar as atividades presenciais, afirmam os pesquisadores."Embora o dinheiro do socorro federal não fosse vinculado a despesas de nenhuma área, havia espaço fiscal para que todos se preparassem melhor para a reabertura das escolas, mesmo os estados mais pobres", diz a economista Úrsula Peres, da USP, que integra a rede de pesquisadores.Na avaliação do grupo, parte do problema está na ausência de esforços do Ministério da Educação para coordenar as ações dos governos locais. "O governo federal poderia ter sido proativo para orientar estados e municípios e incentivar o uso eficiente dos recursos, mas se omitiu", afirma Barberia.Uma lei aprovada por iniciativa do Congresso no ano passado prevê investimentos de R$ 3,5 bilhões em todo o país para facilitar o acesso de estudantes e professores da rede pública à internet, mas o governo Jair Bolsonaro é contra a ideia e recorreu ao Supremo Tribunal Federal para não cumprir a lei.
2021-07-26 08:00:00
cotidiano
Cotidiano
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Com 'tamo junto', judoca de bronze divide vitórias e derrotas com a mãe
​Daniel Cargnin chegou a Tóquio falando na mãe, combateu pensando nela e a ela dedicou a medalha de bronze, obtida na categoria até 66 kg do judô. Ana Rita acompanhou toda a trajetória com muito orgulho, sentindo-se parte de cada passo da conquista, inclusive a derrota para o japonês Hifumi Abe nas semifinais.“A frase mais comum do Daniel para mim, uma coisa de que os adolescentes gostam muito, é o ‘tamo junto’. Sempre rio no final das nossas conversas porque elas sempre acabam no ‘tamo junto’. É essa a expressão que vivemos. Porque, se ganha, todos participam. E, se perde, é da mesma maneira”, disse à Folha a nutricionista.Aos 23 anos, o judoca já não é exatamente um adolescente e não tem o habitual pudor juvenil de demonstrar apego à mãe, cujos braços procurou antes do embarque ao Japão. Ao fim de uma preparação difícil para os Jogos Olímpicos, com lesões e uma infecção pelo novo coronavírus, ele buscou a força da “mulher guerreira” que vê em Ana Rita.Essa força, faz questão de dizer ela, vem também das derrotas. Foi por isso que, citada em todas as entrevistas nas quais Cargnin celebrou o bronze em Tóquio, a mãe do medalhista fez questão de falar sobre a derrota para o japonês Abe, não só sobre a vitória sobre o israelense Baruch Shmailov que valeu a presença no pódio: “É importante que ele saiba que não são só conquistas”.Daniel parece ter compreendido bem essa lição. Na celebração de sua campanha no Japão, lembrou os momentos em que chorou escondido, no banheiro, duvidando de si mesmo. E dividiu o turbilhão de sentimentos que experimentava com aquela que imprimia o calendário de seus primeiros campeonatos.“Eu fui querendo acompanhar e ajudar a construir com meu filho essa vontade dele de praticar um esporte. E fizemos como a gente sempre faz em casa: procuramos ficar próximos em todas as situações. É assim com a irmã dele também, nas decisões sobre o futuro, estamos sempre conversando. Acaba que as decisões e participações são familiares”, afirmou Ana Rita.Foi apropriado, portanto, que ela tenha acompanhado as lutas de Daniel nas Olimpíadas ao lado de Alessandra, sua filha, irmã do judoca. Foi coletivo o sofrimento do momento em que o gaúcho conseguiu o wazari que lhe deu vantagem na luta pelo bronze até o encerramento do equilibrado duelo.“Foi muito, né? Aqueles 57 segundos não passavam nunca”, recordou a mãe do judoca, que teve a gentileza de atender à reportagem da Folha ainda longe de colocar o sono em dia.Separada do pai de Daniel desde que o agora medalhista olímpico era um bebê, Ana Rita tem hoje uma boa relação com ele, que propôs uma grande recepção ao atleta no Rio Grande do Sul. No retorno ao Brasil, o judoca ganhará uma festa.Mas o que precisava ser dito já foi falado na ligação feita pouco após a luta decisiva: “Tamo junto”.
2021-07-26 05:56:00
esporte
Esporte
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Como a pandemia faz casamentos de crianças crescerem pelo mundo; ouça podcast
O fechamento das escolas e a crise econômica causados pela pandemia, entre outros motivos, podem empurrar 10 milhões de garotas para casamentos precoces na próxima década, de acordo com um estudo divulgado pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).O número deve se somar aos 100 milhões já previstos antes para o período e reverter um progresso de 25 anos de queda nesse índice.O tema se tornou uma preocupação para várias entidades de proteção aos direitos das crianças, inclusive no Brasil –que é o quarto país do mundo com mais casos.Para entender o contexto social e econômico em que o casamento infantil acontece, além de quais soluções podem ser adotadas, o Café da Manhã desta segunda (26) conversa com a repórter da Folha Flávia Mantovani.O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando abaixo. Para acessar no aplicativo basta se cadastrar gratuitamente.Ouça o episódio: O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Maurício Meireles e Magê Flores, com produção de Angela Boldrini, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Natália Silva.
2021-07-26 05:00:00
podcasts
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Dadá Coelho diz que volta 'sem noção' em A Culpa É da Carlota
Após estrear com plateia ao vivo de 400 pessoas e precisar se adaptar a contar com o público apenas de forma virtual na fase mais devastadora da pandemia, o humorístico A Culpa É da Carlota volta apostando no caminho do meio. A terceira temporada começa nesta segunda-feira (26), a partir das 22h, no Comedy Central, com cerca de 20 pessoas conferindo a atração no estúdio, de forma distanciada."A plateia é o fio condutor da comédia, sem ela é como fazer as coisas no escuro", avalia Dadá Coelho, que comanda o programa ao lado de Arianna Nutt, Bruna Louise, Carol Zoccoli e Cris Wersom. "E, mesmo que eles ficassem longe por causa dos protocolos sanitários, já deu uma valorizada. É um termômetro para a gente do que está funcionando e do que não está."A humorista conta que essa não é a única novidade da temporada. "A forma como fazíamos a abertura mudou, estamos trazendo algumas coisas para dar mais ritmo, com piadas mais curtas", explica. "Esses ajustes que vão acontecendo fazem parte. É tipo sexo, você vai apalpando, depois dá uma chupada na axila e isso vai azeitando." Mais Para ela, agora o quinteto chegou ao formato ideal do programa. "A terceira temporada está redonda", garante. "No teatro, a gente fala de maldição do segundo dia, que é quando passou a estreia, todo mundo relaxa e acaba saindo tudo errado. Isso tudo já passou. Agora, a gente já entendeu o formato, está mais à vontade e menos eufórica."Entre os convidados dos programas inéditos, estarão nomes como Supla, Raissa Barbosa, Marcela McGowan, Lia Clark e Rainha Matos. Na estreia, quem conversa com as humoristas é Andréa Sorvetão.Dadá diz que, nesta temporada, incorporou o papel de "entrevistadora sem noção". "Às vezes eu esqueço que estou em um programa de televisão [risos]. Tem horas que pergunto curiosidades minhas mesmo. Só não sei o que a edição vai manter, mas foi bem divertido."Mesmo com a longevidade sendo um bom parâmetro para aferir o sucesso do programa, a comediante conta que as integrantes ainda são vítimas de ataques nas redes sociais. "A macholândia não suporta ver a mulherada ser dona das narrativas", reclama. "A gente recebe muito ódio na internet."Boa parte de quem faz os comentários maldosos o compara ao congênere A Culpa É do Cabral, também do Comedy Central, que tem proposta parecida, mas é apresentado por humoristas do sexo masculino. "Temos muito apoio do público, mas uma parcela insiste em ofender por sermos mulheres fazendo humor", conta Dadá. "O manto invisível da misoginia tem avatar."Porém, o que é fraqueza para uns pode ser fortaleza para outros. "A gente realmente se sente prestando um serviço com o programa porque as mulheres se reconhecem", avalia a humorista. "Ele ajuda a derrubar essa história de que mulher é inferior."E deve abrir portas para toda uma nova geração de comediantes do sexo feminino. "Muitas mulheres abriram caminho para a gente e, conforme as coisas vão evoluindo, nós vamos abrir espaço para muitas outras usarem sua voz", acredita. "A tendência é essa."Além do feminismo, Dadá conta que também sempre tenta trazer nas entrelinhas de suas piadas debates importantes para a sociedade. "Estamos vivendo um momento bom, em que se discute o machismo, a xenofobia e tudo mais no pacote", diz. "A gente está vivendo a maior mudança de comportamento do mundo desde a invenção da pílula."Por isso mesmo, ela faz um mea-culpa e diz que parou de fazer algumas piadas que deixou de achar aceitáveis (ou mesmo engraçadas), como dizer que era "um viado que nasceu operada". "Não dá para ficar brincando com isso em um país que mata tantos transexuais", diz."Hoje, acredito que o humor tem que empoderar os desempoderados", afirma. "O oprimido já é motivo de risada do opressor em tantas situações. Fazer humor não é isso." Mais Além da estreia do programa, Dadá concluiu a gravação de dois filmes, nos quais contracena com nomes como Paolla Oliveira e Glória Pires. No momento, ela também está na série "Galera FC", disponível na HBO Max e com uma segunda temporada já confirmada, e desenvolve outro projeto, do qual ainda não pode dar detalhes."Não sou GPS, mas estou me achando. Nunca trabalhei tanto, mesmo com esse tsunami", diz, referindo-se à pandemia. "É bacana ver que o mercado se abriu, porque antes tinha muito preconceito de a humorista ser também atriz."Além disso, no tempo livre, Dadá começa a pensar na cerimônia de casamento com o ator Paulo Betti, 68, por quem foi pedida em casamento recentemente no meio de uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). "Fiquei comovida com o pedido", conta."Eu sempre fui doida para me casar", confessa a humorista. "Estamos há quase 7 anos juntos nessa coxia, a gente se ama. Me animei, menino."Ela diz que não vai fazer uma grande festa nem tem data marcada ainda para o evento acontecer. "Vai ser algo bem simples, só para a família e amigos, na hora que o mundo voltar a existir", adianta. Por isso, ainda não começou a se debruçar sobre os preparativos. "Cada dia com sua agonia", brinca.Uma das poucas vontades já conversadas com o agora noivo é a de convidar a artista plástica Mana Bernardes, que é ex-mulher do ator, para ser a celebrante. "Foi ela que nos apresentou, me deu esse recebido", ri Dadá. "Ela disse que queria que a gente ficasse. Eu estava sem fazer nada mesmo e fui ver a peça dele [risos]."
2021-07-26 07:00:00
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Cidade do México-1968: Jogos de protestos e recordes
Na primeira vez em que a Olimpíada foi disputada na América Latina, a Cidade do México foi a escolhida. E a própria escolha já foi controversa, devido à altitude de 2.800 m acima do nível do mar, que favorece provas curtas de velocidade, salto e arremesso, mas dificulta as de média e longa distância, natação e ciclismo.O resultado foi que todas as provas masculinas de corridas abaixo de 400 m, mais os saltos em distância e triplo tiveram seus recordes mundiais superados. O mais destacado foi o do salto em distância (8,90 m), do norte-americano Bob Beamon, que demorou 22 anos para ser batido.Além dessas marcas, essa edição também ficou marcada pelo protesto dos norte-americanos Tommie Smith e John Carlos, respectivamente ouro e bronze nos 200 m rasos. No pódio, eles ergueram um punho com uma luva preta durante o hino nacional para protestar contra a segregação racial de seu país, em uma saudação do grupo Panteras Negras, organização política e revolucionária que lutava pelo fim da violência contra os negros. Após o protesto, os dois foram expulsos da Vila Olímpica.Quem também protestou, mas sem punição, foi a tcheca Vera Caslavska. Ganhadora de quatro ouros e duas pratas na ginástica artística, ela se recusou a cumprimentar as rivais soviéticas nos pódios, isso dois meses após a União Soviética invadir seu país, a então Tchecoslováquia.A Olimpíada foi disputada por 5.516 atletas (781 mulheres) de 112 países. Os EUA lideraram o quadro de medalhas com 107 (45 ouros, 28 pratas e 34 bronzes) contra 91 da União Soviética (29 ouros, 32 pratas e 30 bronzes).O Brasil levou 84 atletas (3 mulheres) e conquistou prata com Nelson Prudêncio no salto triplo e bronze com Servílio de Oliveira, no boxe (peso-mosca); e Reinald Conrad e Bukhard Cordes, no iatismo (classe flying dutchmann). Os Jogos do México foram os primeiros a testarem para uso de substâncias proibidas (narcóticos e estimulantes), e o sueco Gunnar Liljenwall foi o primeiro punido, por excesso de álcool. No pentatlo moderno por equipes, ele revelou ter bebido duas cervejas para acalmar os ânimos no tiro e teve de devolver o bronze.A cada edição olímpica, a participação das mulheres aumentava. No México, a velocista Enriqueta Basilio, de 20 anos, se tornou a primeira a acender a pira olímpica, sob aplausos de 100 mil pessoas no estádio. No entanto, a esperança dos anfitriões não se concretizou e ela não passou das eliminatórias dos 400 m rasos, 80 m com obstáculos e revezamento 4x100 m rasos.Os Jogos Olímpicos renascem em Atenas em 1896 Jogos de 1900 abriram as portas às mulheres EUA dominam primeiros Jogos em seu território, em 1904 Jogos de Londres-1908 ganham cara de Olimpíada Artistas competiram nos Jogos de Estocolmo-1912 Jogos são cancelados durante as Grandes Guerras Mundiais Brasileiros estreiam com ouro nos Jogos de Antuérpia-1920 Jogos Olímpicos caem no gosto popular em Paris-1924 Número de mulheres dobra nos Jogos de Amsterdã-28 em relação a Paris-24 A Grande Depressão não impediu os Jogos de Los Angeles-1932 Velocista Jesse Owens rouba a cena na Olimpíada de Berlim-36 Basquete brasileiro conquistou o bronze nos Jogos pós-guerra, em Londres-48 Brasil fez a estreia no futebol nos Jogos de Helsinque-1952 Melbourne-1956 ganhou de Buenos Aires por um voto para ser sede olímpica Olimpíadas de Roma-1960 têm primeira transmissão ao vivo pela televisão Tóquio recebe sua primeira edição Olímpica em 1964Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-07-26 01:04:00
esporte
Esporte
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Seleção da Venezuela apoia Copa América em meio a surto de Covid na sua delegação
Apesar do desfalque de 11 jogadores em decorrência da Covid-19, o técnico da Venezuela, o português José Peseiro, e o atacante Fernando Aristeguieta afirmaram em entrevista coletiva neste sábado (12), em Brasília, que apoiam a realização da Copa América.O torneio, envolto em uma sucessão de polêmicas que incluem o mundo político, começa em Brasília neste domingo (13), às 18h, com o jogo entre Brasil e Venezuela.Neste sábado, a Conmebol (confederação sul-americanade futebol) confirmou 13 casos de Covid-19 na delegação venezuelana, sendo oito jogadores. Outros três atletas já haviam sido cortados em Caracas, também devido à doença.Para Peseiro, não há razão de a Copa América não ser realizada, já que outros campeonatos de futebol estão ocorrendo em todo o mundo.Devido principalmente à pandemia do coronavírus, a Colômbia e a Argentina se recusaram sediar o evento. Com o empenho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a Conmebol transferiu às pressas o torneio para o Brasil, apesar de o país estar se aproximando de 500 mil mortos pela doença.Também na entrevista coletiva, o atacante Fernando Aristeguieta manifestou apoio à Copa América, afirmando que não se recusou a jogar por seu clube. Basta, em suas palavras, que as medidas sejam tomadas.Após ameaçar um boicote à competição, jogadores e comissão técnica da seleção brasileira divulgaram um manifesto na ultima terça-feira (8) afirmando que não se recusariam a jogar, mas que consideram inadequada a realização do torneio e a condução dada pela Conmebol.Na entrevista coletiva, Peseiro disse que entre os infectados estão sete titulares. Segundo ele, esse é o momento dos atletas se superarem e mostrar que merecem estar ali. O português teve que convocar 15 novos atletas para substituir os que se infectaram.“Se os meus jogadores não derem 300% amanhã, quando será? [...] Temos ambições, não vamos baixar os braços, vamos lutar com mais força, sabendo que é muito difícil. Eu confio nos meus jogadores."Nas redes sociais, o capitão da seleção venezuelana, Tomás Rincón, confirmou que é um dos infectados.
2021-06-12 21:47:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2021/06/selecao-da-venezuela-apoia-copa-america-em-meio-a-surto-de-covid-na-sua-delegacao.shtml
Brasil registra 2.008 mortes e 75.778 novos casos por Covid-19 em 24 h; média móvel de óbitos está em 1.961
O Brasil registrou 2.008 novas mortes e 75.778 novos casos de Covid-19 neste sábado (12). Com isso, o total de mortes no país chegou a 486.358. e o de casos a 17.376.998 desde o início da pandemia.A média móvel de mortes ficou em 1.961 óbitos por dia, a maior nos últimos 21 dias –o número está há 140 dias acima de mil mortes diárias, considerado um patamar bastante alto.A média é um instrumento estatístico que busca amenizar variações nos dados, como os que costumam acontecer aos finais de semana e feriados. O dado é calculado pela soma das mortes dos últimos sete dias e pela divisão do resultado por sete. Foram atualizados os dados da vacinação contra a Covid-19 no Distrito Federal e em 22 estados.O Brasil aplicou 605.761 doses de vacinas contra Covid-19 neste sábado (12), das quais 591.349 foram primeira dose e 14.412 da segunda dose, segundo as secretarias estaduais de saúde.No total, 54.433.932 pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid no país —23.644.928 delas já receberam a segunda dose do imunizante. Isso equivale a 25,71% da população brasileira imunizada com a primeira dose e 11,17% completamente imunizada, segundo dados do consórcio.​Os dados do país, coletados até às 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.
2021-06-12 20:12:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/06/brasil-registra-2008-mortes-e-75778-novos-casos-por-covid-19-em-24-h-media-movel-de-obitos-esta-em-1961.shtml
Palmeiras e Corinthians mantêm pressão em 'banho-maria' com empate
O dérbi entre Corinthians e Palmeiras tem o poder de se transformar em crise ou salvação para os envolvidos no confronto. O empate em 1 a 1 deste sábado (12), no entanto, manteve as duas equipes sob a mesma tensão que já viviam.Pela terceira rodada do Brasileiro, no Allianz Parque, Raphael Veiga abriu o placar logo no terceiro minuto de jogo, e o volante Gabriel empatou, no início da segunda etapa —o time da casa ainda teve um gol de Willian anulado com verificação do VAR.O resultado deixa em "banho-maria" a situação dos dois treinadores, que chegaram para a partida após serem eliminados na Copa do Brasil.No Allianz Parque, o técnico Abel Ferreira manteve o esquema com três atacantes que funcionou na partida contra a Chapecoense, na última rodada. No meio de campo, trouxe de volta Felipe Melo para o time titular. Deyverson entrou no fim e voltou a atuar com a camisa verde.Com o empate, o retrospecto da equipe nas últimas 10 partidas segue irregular. São quatro vitórias, quatro derrotas e duas igualdades.Nesse período, aumentam a pressão sobre o time a eliminação para o CRB da Copa do Brasil, na última quarta-feira (9), e também a derrota para o São Paulo na final do Campeonato Paulista.Os resultados em jogos decisivos nesta temporada também não são dos melhores. Além dos reveses já citados, pesa contra Abel Ferreira a derrota na final da Supercopa do Brasil para o Flamengo.No Corinthians, o empate também não alivia a pressão sobre Sylvinho, técnico recém-contratado.Esse foi seu quinto jogo desde que assumiu o comando da equipe. Nesse período, o time foi eliminado da Copa do Brasil para o Atlético-GO (com um empate e uma derrota) e perdeu para o mesmo adversário na estreia do Brasileiro.O único resultado positivo foi a vitória magra de 1 a 0 contra o América-MG, na última rodada. Uma vitória no clássico sobre o arquirrival Palmeiras dentro do estádio rival poderia significar alívio no Parque São Jorge, mas ela não veio.Esse foi o primeiro empate do Palmeiras no Campeonato Brasileiro —antes, venceu a Chapecoense e perdeu para o Flamengo.A próxima partida da equipe alviverde será pelo Nacional, contra o Juventude, às 21h30 de quarta-feira (16), fora de casa.Um pouco mais cedo nesse mesmo dia, o Corinthians voltará a campo também pelo Brasileiro, contra o Red Bull Bragantino, em casa, às 20h30.O time alvinegro tem campanha semelhante à do rival até aqui no Nacional: uma derrota (Atlético-GO), um triunfo (contra o América-MG) e agora um empate.Com uma derrota e uma vitória nas duas primeiras rodadas, o Santos foi aos mesmos 4 pontos dos seus rivais ao empatar sem gols com o Juventude na Vila Belmiro, também neste sábado. Na quinta (17), enfrenta o Fluminense, às 19h, no Maracanã.
2021-06-12 20:54:00
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https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2021/06/palmeiras-e-corinthians-mantem-pressao-em-banho-maria-com-empate.shtml
Lula compara máscara a cabresto, mas diz que a usa para se diferenciar de 'genocida'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou neste sábado (12) o presidente Jair Bolsonaro de estar corrompendo ideologicamente militares com cargos em seu governo. O petista também comparou a máscara a um cabresto, mas, defendendo as medidas de prevenção à Covid-19, disse que a usa para se diferenciar de Bolsonaro, a quem chamou de genocida.Em reunião com líderes comunitários no Rio de Janeiro, o ex-presidente relatou dificuldades de falar com a máscara. A uma plateia de cerca de 40 pessoas, todos de máscara, Lula disse que poderia parecer "bravo". Mas se justificou em seguida."Não consigo falar com a máscara. Na verdade, a máscara é um cabresto. Estou com um cabresto aqui. Mas eu uso ela e falo mesmo incomodado para mostrar a diferença nossa do genocida que governa este país", discursou, referindo-se ao arreio utilizado para controle da marcha de animais. O petista disse ainda que, com o uso da máscara, pretendia reforçar a necessidade das medidas de combate à pandemia no Brasil. Embora estivesse em uma sala ventilada, de portas e grandes janelas abertas e com distanciamento entre os presentes, Lula admitiu que ali havia gente demais."Temos que evitar concentrações. Acho que tem até gente demais aqui. Mas não tem como também...".Afirmando que o governo adota práticas antidemocráticas, Lula disse que o presidente desautorizou as Forças Armadas ao interceder para que o ex-ministro Eduardo Pazuello não fosse punido após participar de manifestação política ao lado de Bolsonaro, no Rio.O regulamento disciplinar do Exército proíbe a manifestação de natureza político-partidária de militares da ativa. General da ativa, Pazuello esteve no ato no último dia 23 e, sem máscara, subiu no carro de som ao lado do presidente.Segundo Lula, “levar o Pazuello para dentro o armário dele, para escondê-lo de uma punição das Forças Armadas, é uma afronta grave que o presidente da República não poderia fazer”. Lula lamentou o que chamou de deformação do uso das Forças Armadas."Bolsonaro está corrompendo ideologicamente os militares, enchendo de militares dentro do palácio, coisa que não precisa", afirmou o petista.Na opinião do ex-presidente, Bolsonaro quer criar um Estado militarizado. Por isso, diz o petista, Bolsonaro ampliou o acesso às armas."O Bolsonaro nunca se preparou para ser presidente deste país. Ele não tinha dimensão do tamanho do cargo. Ele quer criar um aparato próprio. Ele não quer um partido político onde possa debater democraticamente. Ele fomenta diariamente os milicianos dele. É triste para o Brasil, é perigoso para o país", afirmou Lula, em entrevista concedida após o encontro com parlamentares e líderes comunitários. No fim da tarde, o ex-presidente se reuniu com artistas no mesmo hotel da zona sul carioca.Desde quinta-feira (10) no Rio, Lula cumpriu uma agenda que incluiu encontros com o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e o prefeito de Niterói, Axel Grael (PDT), além de um almoço com o prefeito Eduardo Paes (PSD) e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM).Apesar de afirmar que ainda não se decidiu sobre uma candidatura à Presidência em 2022, Lula se disse disposto para a luta."Se decidir, quando for tempo certo, pela candidatura, quero dizer para vocês: vou ser candidato, derrubar o Bolsonaro, ganhar as eleições dele. Ele pode até correr para não passar a faixa. Quem vai colocar a faixa é o povo brasileiro."Na passagem pelo Rio, Lula se reuniu com ex-pedetistas, antigos correligionários do ex-governador Leonel Brizola. Em conversas, lamentou o distanciamento do ex-ministro Ciro Gomes, potencial candidato do PDT à Presidência.Indagado em entrevista se esperava uma reaproximação, Lula disse que, apesar das críticas desferidas pelo ex-ministro, tem respeito e admiração por Ciro. "Jamais trataremos o PDT como inimigo", afirmou.
2021-06-12 20:22:00
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Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/06/lula-compara-mascara-a-cabresto-mas-diz-que-usa-para-se-diferenciar-de-genocida.shtml
Morre, aos 56, o baterista Flávio Guaraná, do bloco Quem tem Boca Vaia Roma
O baterista Flávio Guaraná morreu nesta sexta-feira (11), em São Paulo, aos 56 anos. A causa da morte ainda não foi confirmada, mas se sabe que ele não tinha Covid-19.Nascido em São Paulo, no bairro da Pompeia, Guaraná foi pioneiro na cena musical paulistana, tendo sido um dos primeiros a ter um estúdio de ensaio na capital paulista. “Alguns dos maiores nomes da música ensaiaram com ele, como Rita Lee e João Gilberto”, conta a filha, Flávia.Guaraná também foi um dos criadores do bloco carnavalesco Quem Tem Boca Vaia Roma, em São Paulo. “Ele era a alegria do bloco”, conta a filha.“Sua trajetória foi o seu maior tesouro. Ele era muito apaixonado pelo que fazia e a carreira dele foi cheia de experiências incríveis”, diz a filha.“O Flávio começou muito cedo como baterista, tocou com Made in Brazil, Dominó, Trupe Chá de Boldo, Mara Maravilha e sempre teve um estúdio de gravação onde muitos músicos iam ensaiar, como Itamar Assumpção e Tulipa Ruiz”, conta o amigo Zé Benedito.“Além de uma pessoa muito querida, era um músico conceituado e excelente técnico de som. A gente tava com uma parceria para trabalhar junto, mas aí veio a pandemia”, diz.A falta de manejo com o mundo digital fazia com que Guaraná não tivesse muita presença em redes sociais ou em plataformas de streaming de música. Mas essa pouca familiaridade com computadores também foi um fator determinante para que ele não pedisse o auxílio emergencial para os profissionais do setor cultural, a Lei Aldir Blanc, cujos principais canais de acesso são por meios eletrônicos.Ele deixa dois filhos, Flávia e Daniel. [email protected] os anúncios de mortesVeja os anúncios de missa
2021-06-12 17:26:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/06/morre-aos-56-o-baterista-flavio-guarana-do-bloco-quem-tem-boca-vaia-roma.shtml
Milhares vão às ruas na França contra ascensão da extrema direita
Mais de 37 mil pessoas foram às ruas em 119 cidades da França neste sábado (12), segundo o Ministério do Interior, para denunciar a ascensão da extrema direita no país.As organizações de esquerda que convocaram a Marcha das Liberdades querem chamar a atenção para o aumento do que chamam de "ataques contra as liberdades". A França se prepara para sua próxima eleição presidencial, no ano que vem.Em Paris, onde cerca de 9.000 participaram da passeata, um jovem jogou farinha no rosto do candidato de esquerda à Presidência Jean-Luc Mélenchon, líder do partido França Insubmissa (LFI), que conversava com a imprensa.Mélenchon falou que há uma enorme tensão e que “um limite foi ultrapassado”, dias depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, receber um tapa durante uma visita ao sudeste do país.No vídeo que mostra a cena, passada em Tain-l'Hermitage, na região do Drome, ouvem-se gritos de "abaixo o macronismo" e "Montjoie Saint Denis!", lema monarquista usado como grito de guerra a partir do reinado de Luis 6º e adotado pela Ação Francesa, que prega a restauração da monarquia.Em 2019, três membros da organização foram condenados por jogar uma torta na cara de um político, também gritando o slogan de guerra.Esses incidentes se somam a um clima já tenso devido aos protestos policiais e ao avanço nas urnas do Reagrupamento Nacional, ex-Frente Nacional, sigla de direita liderada por Marine Le Pen, em um contexto de divisão da esquerda a respeito de laicismo, liberdades e segurança.De acordo com as pesquisas de opinião, as coalizões de esquerda não conseguiriam ir para o segundo turno da votação presidencial, que o atual presidente disputaria contra Le Pen. Receba toda quinta um resumo das principais notícias internacionais no seu email Os manifestantes também criticaram o governo de centro-direita de Macron, a quem acusam de seguir na esteira da extrema direita devido a leis que consideram contrárias às liberdades individuais.Essas ideias “deixaram de ser monopólio dos partidos de extrema direita [...] e foram amplamente difundidas na classe política”, afirmou Benoît Hamon, ex-candidato socialista à Presidência de 2017. Mais
2021-06-12 17:39:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/06/milhares-vao-as-ruas-na-franca-contra-ascensao-da-extrema-direita.shtml
Viúva de MC Kevin visita túmulo do cantor e ganha surpresa de Dia dos Namorados
A viúva do MC Kevin, Deolane Bezerra, 33, visitou o túmulo do cantor nesse Dia dos Namorados e fez uma homenagem ao ex-parceiro, morto após cair da varanda do quinto andar de um hotel no Rio de Janeiro em maio.Em seu stories, no Instagram, a advogada postou um texto onde conversa com Kevin. “Nunca imaginei ter que vir aqui pra te falar o quanto eu te amo! feliz Dia dos Namorados. Esse ano eu só pude te presentear com flores. Mas um dia te encontro! Te amo meu menino”, escreveu Deolane.A imagem traz o texto escrito e, ao fundo flores brancas depositadas sobre a lápide do cantor. Nos stories seguintes, Deolane postou ela escutando a música "Doutora 4", que o funkeiro fez em sua homenagem. Mais Na sequência, Deolane publicou uma surpresa que MC Kevin havia deixado programada para celebrar o Dia dos Namorados. A advogada foi surpreendida por um carro de som e uma carta deixada pelo músico.Emocionada, Deolane escreveu: “Você se foi, mas deixou suas marcas eternizadas em meu coração. Na eternidade casarei com você de novo”. Sobre a carta, ela escreveu que era exatamente aquilo que Kevin escrevia pra ela todos os dias.“Fica com Deus, meu menino", encerrou a advogada.Mentor de MC Kevin, 23, morto após cair da varanda do quinto andar de um hotel no Rio de Janeiro, Angelo Canuto resolveu responder as declarações da viúva, a advogada Deolane Bezerra, 33, que o acusou de falar demais e de ter abandonado o músico.A advogada diz que Kevin não queria falar mais com Canuto e que teria proibido o mentor de entrar em sua casa. Também não gostou de ouvir Canuto dizer que ela não era casada de verdade.Em vídeos no Instagram, o mentor e coach de Kevin revelou que o artista não queria noivar com Deolane em cerimônia no México, duas semanas antes de morrer. Segundo ele, Kevin teria dito que ela estava o levando à loucura.“Todos sabiam que vocês não eram casados. Era uma coisa superficial. Então, se você acha que isso é uma questão de união estável, você é advogada, você tem todo o direito de fazer”, começou ele, que apontou que a aliança perdida do casal deverá ir para inventário se encontrada.Na versão de Canuto, no dia que Kevin noivaria, ele acabou ligando e revelando que não queria aquilo. “[Ele disse] ‘Eu não quero noivar, eu estou sendo forçado’. Ele estava desesperado: ‘não é isso que eu quero para mim, não é o momento, eu não estou legal, ela está forçando’”, comentou.“Fiz uma mentoria bacana para ele, não disse para ele fugir. Ele estava desesperado”, completou. Angelo, que se diz muito amigo da mãe de Kevin, Valquíria, contou que pediu permissão a ela antes de publicar a sua versão e prits de conversas com Kevin.Canuto finalizou o discurso com um recado para Deolane. “Uma mulher quando entra na vida de um homem é para mudar para melhor e não para levar o cara à loucura. O Kevin estava ficando maluco. Você sabe disso. Quantas vezes você o provocou? “, concluiu.
2021-06-12 19:40:00
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Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/06/viuva-de-mc-kevin-visita-tumulo-do-cantor-e-ganha-surpresa-de-dia-dos-namorados.shtml
Idosos vacinados planejam retomar antigos hábitos de consumo
Após receberem a segunda dose da vacina contra a Covid-19, idosos começam a fazer planos para retomar antigos hábitos de consumo. Uma das metas é voltar a viajar. Mas, enquanto a pandemia não dá trégua no país, parte do público sênior adota cautela e restringe deslocamentos a atividades consideradas essenciais.É o caso da aposentada Renata Tonte, 72. Vacinada no início do ano, a moradora de São Paulo pretende viajar quando as condições sanitárias indicarem maior segurança.Enquanto isso não acontece, ela diz que evita aglomerações e que procura sair de casa somente para ir a locais como o supermercado e consultas com profissionais da área da saúde.Durante a pandemia, Renata intensificou atividades e encontros de maneira online. Ela, aliás, se apresenta como uma influenciadora digital, já que produz conteúdos com dicas diversas em perfis de redes sociais.“Procuro fazer as coisas com cuidado e ir apenas a lugares que têm higiene. A mala está pronta. Só está esperando a fronteira abrir”, brinca.Idosos integram o grupo prioritário da vacinação no país. Entretanto, ainda não há dados disponíveis para medir o eventual impacto da imunização nos hábitos de consumo dessa faixa etária, relata Layla Vallias, cofundadora da consultoria de marketing Hype50+, especializada na chamada economia prateada.Segundo Layla, a percepção é de que o público sênior continua com o pé no freio devido ao elevado número de casos de coronavírus, embora comece a fazer planos para gastos mais à frente.“A vacinação traz um alívio, mas as pessoas ainda estão receosas. O que está mudando é o planejamento para o consumo, especialmente em áreas como turismo. Essa é a leitura do cenário”, comenta. Com operações em São Carlos e São Paulo, o aplicativo de transporte Eu Vô sentiu os efeitos da pandemia na rotina do público mais velho. Criada em 2017, a plataforma reúne motoristas que levam idosos a atividades diversas, de consultas médicas a tarefas de lazer.Em razão das restrições na crise sanitária, a demanda pelo serviço sofreu duro golpe no ano passado. Agora, com o início da vacinação, a expectativa ficou mais positiva, aponta Victoria Abdelnur Barboza, cofundadora do aplicativo.A empreendedora afirma que, entre os meses de abril e maio, houve maior demanda por transporte na plataforma. A procura, contudo, segue mais voltada a atividades da área da saúde.“Além da ida a postos de vacinação, os idosos estão retomando alguns compromissos. Tem gente indo para a fisioterapia, outros buscando exames médicos. São atividades que foram postergadas na pandemia”, conta a empreendedora.Paulo Freixo, diretor-geral da rede de lojas de aparelhos auditivos Akousis, tem opinião semelhante. Conforme o empresário, a vacinação de idosos começa a gerar sinais positivos nos negócios, com a possibilidade de maior segurança para o público. “Tem sido fundamental. Está ajudando muito”, pontua.A economista Catarina Carneiro da Silva, da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), reconhece que a imunização pode melhorar expectativas de consumo e reduzir restrições a atividades econômicas. Por outro lado, a analista menciona que desemprego elevado e perda de renda na crise desafiam a recuperação de parte dos negócios. Segundo ela, a vacinação é fundamental para destravar principalmente o setor de serviços. É que esse segmento, responsável por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto), reúne operações com dependência da circulação de clientes. O grupo inclui bares, restaurantes e hotéis.“Com a vacinação, as pessoas ficam mais confiantes para retomar atividades. Mesmo assim, tem gente que não se sente tão segura para sair de casa logo. A imunização é importante para que as coisas melhorem aos poucos”, analisa a economista.O engenheiro mecânico Horacio Alberto Steinmann, 71, faz parte dos vacinados que mantêm precauções enquanto a pandemia não é superada. Ele relata que, desde o início da crise sanitária, procura sair de casa apenas para trabalhar e ir ao supermercado e a farmácia.O morador de São Paulo tem planos para voltar a viajar com sua esposa, Heloísa, mas não neste momento. A ideia é esperar a melhora no quadro sanitário.“Ainda não me sinto à vontade para pegar um avião”, conta Steinmann. “Quero ir para uma praia e poder caminhar tranquilamente”, acrescenta.
2021-06-12 17:13:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/06/idosos-vacinados-planejam-retomar-antigos-habitos-de-consumo.shtml
Eric Clapton se reconcilia com a filha após seis anos afastados
O músico Eric Clapton, 76, e sua filha Ruth Clapton, 36, fizeram as pazes e se reconciliaram após seis anos sem se falarem. A cantora falou que está em contato com ele, o que teria acontecido pela primeira vez desde 2015.“Ele está indo muito bem, estou muito grata por isso. Ele está louco para voltar, como todos os músicos”, disse Ruth.Os dois não mantinham contato durante quase seis, quando Clapton completou 70 anos. Na ocasião, o músico compareceu à sua festa de aniversário vestido como Caco, o Sapo, personagem da franquia de filmes e séries “Os Muppets”, segundo relatou sua filha. Mais Na ocasião, o músico ficou insatisfeito com a exposição de sua intimidade, e teria reprimido Ruth. Após um desentendimento, ambos pararam de se falar.Em maio de 2021, Eric Clapton afirmou ter ter tido reações de saúde "desastrosas" após tomar a vacina AstraZeneca contra a Covid e culpou as "propagandas" que diziam que o imunizante era "seguro para todos". As declarações estão em carta escrita pelo músico ao amigo arquiteto Robin Monotti, que é ativista contrário ao lockdown.Monotti compartilhou o texto de Clapton no aplicativo Telegram após permissão do artista britânico. A revista Rolling Stone dos Estados Unidos confirmou a autenticidade da carta.Questionada pela revista, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA) não comentou as declarações de Clapton, mas afirmou que "mais de 56 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 já foram administradas no Reino Unido, salvando milhares de vidas por meio do maior programa de vacinação já realizado no país."“Tomei a primeira injeção de AZ [a vacina AstraZeneca] e imediatamente tive reações graves que duraram dez dias," escreveu Clapton, que recebeu a primeira dose do imunizante em fevereiro.
2021-06-12 18:47:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/06/eric-clapton-se-reconcilia-com-a-filha-apos-seis-anos-afastados.shtml
Primeira etapa de estudo do Butantan em Batatais (SP) estima 1.200 casos a mais de Covid
A primeira etapa da testagem em massa feita em parceria com o Instituto Butantan em Batatais, na região metropolitana de Ribeirão Preto, para mapear a contaminação pela Covid-19 na população terminou com a estimativa de que há 1.200 contaminados a mais na cidade, a maior parte deles assintomáticos.Oficialmente, a cidade tem até este sábado (12) 6.313 casos de Covid-19 confirmados, o que equivale a 10,02% dos 62.980 habitantes, com 145 óbitos. Foram 24 casos nas últimas 24 horas. Com a estimativa feita a partir dos dados obtidos no primeiro ciclo do estudo, o total poderia passar de 7.500.O resultado do primeiro inquérito, feito nos dias 29 e 30 de maio e que visa o isolamento inteligente, mostrou que a incidência do coronavírus está em 1,85. Foram testados 1.076 moradores, em 362 casas."Se a gente considerar a população como um todo, 62 mil pessoas, e arredondando o número [incidência] para 2, nós já temos aí em torno de 1.200 infecções que estão ocorrendo na cidade", disse o diretor do Butantan, Dimas Covas, ao apresentar os resultados na cidade na última sexta-feira (11).Os dados colhidos pelo Butantan na cidade mostram que 65% dos diagnosticados com a Covid-19 na cidade estavam assintomáticos, enquanto os 35% restantes apresentaram algum sintoma da doença. De todos os positivados, 30% tinham menos de 20 anos e 95% deles disseram não ter ideia de onde contraíram a doença.Com 100% de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de enfermaria na Santa Casa, único hospital local, três pacientes estão na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) neste sábado à espera do surgimento de vagas para internação na cidade ou em municípios próximos.Há 402 pessoas em isolamento domiciliar por terem contraído a doença, além de 317 casos suspeitos em investigação na cidade, que até este domingo (13) terá a segunda das seis etapas previstas do estudo do Butantan. Além de Batatais, Taquaritinga é outra localidade paulista que participa do projeto. A proposta do Butantan é mapear a transmissão local da Covid-19 por meio da testagem em massa, rastreando os casos positivos e aplicando a estratégia de isolamento de quem estiver com diagnóstico confirmado.As cidades foram divididas em 11 clusters e, em cada um, 32 residências serão sorteadas e visitadas por agentes de saúde. Os moradores, independentemente da idade, poderão fazer o teste rápido RT-PCR. As etapas serão feitas a cada 15 dias, por três meses.Os moradores têm sido incentivados a baixar um aplicativo e fazer autoavaliação de sintomas e contatos com pessoas infectadas, entre outras atividades.Quem apresentar sintomas ou tiver contato com alguém com sintomas ou com diagnóstico de Covid-19 deve procurar uma unidade de saúde para fazer o teste. O resultado será enviado ao morador pelo aplicativo. A secretária da Saúde de Batatais, Bruna Toneti, disse que neste sábado foram feitos mais de 800 testes em 484 imóveis, na segunda etapa da campanha.Já o Dia D de vacinação contra a Covid, também neste sábado, não teve a mesma adesão na cidade.“Tínhamos programado cerca de 900 vacinas, mas percebemos que houve pacientes que faltaram. Houve também pacientes que chegaram sem as devidas comprovações, teve paciente de fora do município que tentou se vacinar. Às vezes a gente cobra alguns documentos, não é por mal, é que precisamos nos respaldar e não deixar que essas vacinas sejam retiradas de batataenses.”Uma análise feita pelo Butantan em dez casos positivos de Covid-19 mostrou que todos eram da variante brasileira da doença.
2021-06-12 19:25:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/06/primeira-etapa-de-estudo-do-butantan-em-batatais-sp-estima-1200-casos-a-mais-de-covid.shtml
O selvagem da motociata e sua máquina de corpo estilizado de curvas femininas e voluptuosas
O menino tinha 11 anos e ficava brincando de virar homem nos reflexos das janelas: sou macho, olha aqui, gatinha, sou muito macho, e aqui tem muita testosterona, vem, vem, ui, ui, vem pro papai, vem pro rei aqui, pro titã. E ria, ria. Imitava os primos, os vizinhos, o pai, os galãs de youtube e anime. Como vou ser homem quando crescer?Ou agora, que já começo a ter pelo e, mais preocupante, que tem uma parte enigmática do meu corpo que funciona quase sozinha, a despeito de mim mesmo. Me intriga muito. Preciso ter controle sobre isso. Preciso ter um jeito de entender tudo isso sem me assustar ao extremo. Afinal, como é ser homem?O instrumento sempre foi continuação do corpo humano. Qualquer instrumento: a pedra lascada, a pedra polida, a pedra preciosa. Instrumento material e simbólico ao mesmo tempo.A máquina segue esse mesmo modelo: é prolongamento e representação do meu ser: é mais perna, é mais braço, mais memória, mais inteligência. E a máquina não só me prolonga, ela também é mais do que eu. É poder. Ela tem inevitavelmente mais potência do que a do meu pobre, orgânico e mortal corpo. Ela vai mais rápido e faz mais barulho.A moto é tudo isso e ainda mais. Ela é um corpo de fêmea. Corpo estilizado de curvas femininas e voluptuosas. Você pensa que isso é delírio de psicanalista freudiano que acha que tudo é sexo? (Tudo É sexo, tudo é Eros, no sentido de inevitavelmente ter a ver com laço, corpo e diferença; mas, ok, discussões epistemológicas profundas podemos deixar para depois).Dessa vez quem está falando isso é o Museu do Design de Londres, que no fim do século 20 fez uma exposição chamada ”O poder do design erótico”. E tinha toda uma parte só para investigar o vasto universo das motocicletas.Sempre curvilíneas, e ao mesmo tempo fortes, possantes, envenenadas. É feminina: imita e carrega a metonímia do corpo de uma mulher, fálica, sobre a qual eu mesmo me falicizo, sou um super-herói.Cartum, cinema, HQ, porn: procure um pouco e você vai achar mulheres seminuas em cima de motos dos mais variados tipos e formatos, de preferência as grandonas. Agora monta em cima e vai. Sai rasgando o pneu e se sentindo muito macho. Com o vento na cara. Que delícia. Aquela sensação de prazer, de força, de potência, se sentindo Alexandre, o Grande, em seu cavalo. E se for em grupo então? Aí é mais tesão. Somos imbatíveis. E vamos conquistar o mundo. Mete fundo, garoto. Vai, vai. Aqui tem muita testosterona. Sai cortando. Arrebenta.Pelo menos nesse minuto você existe, você é incrível, você é macho. Nesse minuto, a vida lhe sorri. Pelo menos nessas quatro horas você desfilou por ruas e estradas e saiu com os brothers pra brodagem mais gostosa dos últimos tempos.Aquela em que ainda por cima você vai berrar pra todo mundo ouvir: chupa negão. O líder grita, e a gente vibra. O grito primal, aquele que vem do fundo. Você perdeu, você tá aí cheio de papinho e mimimi, mas eu venci, melhor já ir se acostumando. E vai ter mais. Não acabou não e não vai acabar.Tô aqui batendo no peito e montado na fera para te mostrar que vai ter mais, muito mais. Nesse minuto de ouro, nessas quatro horas, nesses quatro anos ou mais quatro ainda ou décadas, você vai ter que engolir.Aceita que dói menos. A gente manda bala, rasga placa, cartaz, gente, tudo. Chupa, mano. Vai ter golpe sim. Com cabo, soldado, general. Com voto impresso, com voto ou sem voto. Treme. Perdeu, playboy. É nois na fita. É nois na máquina. Ajoelha e chora.Enfim, aqui o imaginário do macho que sofre, exausto, a infindável dialética entre o lugar de decaído e o de reconstituído. Às vezes convicto de que conseguirá manter sua posição intacta, às vezes precisando dar umas porradas destemperadas nas vagabundas, nos comunistas e nos bandidos que insistem em atravessar seu caminho.Mas a história não acaba aqui. Vamos continuar essa conversa sobre a intrincada transformação civilizatória que atravessamos.Afinal, a crise da política formal, o desrespeito a qualquer lugar de autoridade, o sonho de restaurar um mundo claramente hierárquico, o desejo de ordem, progresso e limpeza, a crença na força e no falo, o privilégio, a luta por direitos de todos os sujeitos sociais antes excluídos do jogo, o ataque à verdade e à ciência, o crepúsculo dos deuses são várias das faces da complexa crise do paradigma patriarcal.O bolsanarismo é só o exemplo mais visível de resistência desesperada e violenta a tudo isso que está aí. Que já está aí, queiramos ou não.
2021-06-12 17:12:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/06/o-selvagem-da-motociata.shtml
Martini com Kris Jenner e viagens pelo mundo: a vida com a família Kardashian
Lançado em 2007, sem grandes pretensões, Keeping Up With the Kardashians chega a sua reta final como um sucesso. Não apenas por acumular 20 temporadas e muito luxo e glamour, mas por ter redefinido o que é ser celebridade no mundo de hoje.A família Kardashian-Jenner era conhecida até então pelo patriarca, Robert Kardashian, já falecido que defendeu o jogador de futebol americano O.J. Simpson de uma acusação de assassinato e pelo vídeo de sexo de Kim com o então namorado Ray J, que vazou e inundou a internet.Mas foi com o reality no canal E! que a família deslanchou. A própria Kim entrou neste ano para a lista de bilionários da revista Forbes, tanto por sua marca de cosmético quanto pelos acordos publicitários provenientes do programa. Mais Farnaz Farjam, produtora do reality desde o início, afirma que “de alguma forma” sempre acreditou que o programa teria essa longevidade. “Na 8ª temporada, Kim e eu costumávamos brincar que queríamos ver a 20ª, e foi isso o que fizemos!”, diz.Farjam conheceu a socialite, e agora empresária, por meio de Paris Hilton, que na época estrelava o reality “Simple Life” (2003-2007), também produzido por Farjam. Mas, segundo a revista Variety, Keeping Up With the Kardashian só saiu do papel graças à matriarca, Kris Jenner.Dona de um ótimo faro para negócios, Kris teria aceitado expor o dia a dia da família como forma de promover duas lojas que tinha na época. “Mas a certa altura, ela percebeu que as lojas não eram as marcas, mas a família era a marca”, disse Farjam à publicação.“Ela usou todos os seus recursos e pessoas que conhecia na indústria e descobriu como navegar. Ela é muito inteligente. Acho que ela entrou no negócio com uma intenção maior, mas não acho que ela sabia o quão grande isso iria se tornar.” Agora, na 20ª e última temporada, Farjam afirma ter “muitas coisas boas para dizer” sobre o programa e a família. “Tenho conseguido viajar pelo mundo todo, ir aos lugares mais exclusivos, fazer amigos para a vida toda e episódios incríveis”, diz.Em entrevista cedida ao F5 pelo canal E!, a produtora revela curiosidade dos bastidores do programas, como que Kim é o membro da família que mais gosta de aparecer diante das câmeras, enquanto Kylie Jenner é a que menos gosta. Já sobre o que mais sentirá falta, Farjam afirma que é o Martini que tomava com Kris Jenner no final das filmagens. Mas, com um novo contrato com a plataforma de streaming Hulu, novos spin-offs da família mais famosa e glamourosa do mundo podem surgir. Veja trechos da entrevista abaixo. Você pode nos dar algumas ideias sobre os próximos episódios do KUTWK? Obviamente fizemos muitos episódios que são nostálgicos porque a série está terminando, e acho que a família e a equipe ficaram muito tristes. Nós fizemos uma última viagem em família, acabamos indo para Lake Tahoe por causa da pandemia.Há muitas boas lembranças, há uma pequena amostra do que será a nova vida da Kim, comemoramos o aniversário de muitas pessoas --na época em que estávamos filmando, Kris Jenner, Kendall, Kim e Caitlyn fizeram aniversário. De todos eles, Scott provavelmente viveu os momentos mais difíceis com o final do programa, e dá para testemunhar isso. Ainda há muito a descobrir nesta temporada!Sabemos que Andy Cohen será o anfitrião do Kardashian Reunion no final, mas o que podemos esperar do último episódio do KUWTK? O último episódio mostra a família encerrando este capítulo de suas vidas. Cada um escolhe um momento que foi especial para eles e nos conta porque o considera assim, e então a cortina final cai.No episódio 7 da 20ª temporada do KUWTK, vimos o anúncio da família sobre o encerramento do programa. Como foi esse momento? O que você sentiu durante o discurso? Eu estava muito nervosa, pois soube disso no fim de semana anterior. Estive lá desde o primeiro dia, grande parte da equipe esteve lá por oito ou dez anos, e a maioria deles por pelo menos cinco anos. Todos eles trabalharam muito bem juntos, então o final do programa de alguma forma foi como a separação de uma banda.A indústria da tevê é muito independente, mas não foi assim com Keeping Up With The Kardashians, continuava sendo escolhido ano após ano pela audiência, por isso todos continuamos trabalhando juntos por tanto tempo e foi ótimo. A equipe também se tornou uma família. Eu sabia que o discurso iria acontecer e iríamos informar toda a equipe, então fiquei muito emocionada, pensando em como a pequena família de trabalhadores teria que se separar. Obviamente, muitas pessoas trabalharão juntas novamente em outros programas, mas foi emocionante.Durante todas as temporadas, que momento foi o mais memorável de filmar? Um dos meus momentos mais memoráveis foi o momento do lábio de Kris Jenner. Ela não queria filmar porque seu lábio estava inchado, mas ela entendeu que estávamos de férias com a família e era isso que nesse momento estava acontecendo com ela, que ela só tinha de seguir em frente. O que eu quero dizer é que há muitos episódios que adoro.E o mais engraçado ou o mais louco de filmar? Na temporada logo após o divórcio de Kim, queríamos que ela se divertisse novamente. Então, ela fez todas aquelas coisas em que usava perucas malucas e era brincalhona e muito alegre.Você se lembra de alguma anedota durante as filmagens que não tenha entrado na série, mas que você gostaria que tivesse aparecido? Na verdade, não, sinto que sempre incluímos as melhores partes.Que Kardashian gosta mais de estar na frente das câmeras? Eu diria que a Kim.E quem menos gosta de estar na frente de uma câmera? Eu acho que a Kylie é a que menos gosta, embora ela esteja bastante presente durante a temporada final, provavelmente porque é a 20ª temporada e é o fim do programa. Se você pensar nas viagens recentes da família, Kylie não esteve presente, mas ela veio para a última e definitivamente estava mais presente nesta temporada.Quem de todos é o mais imprevisível? Elas são todas imprevisíveis. Você nunca conhece as voltas que a vida dá. Acho que Khloe já passou por muita coisa. Kourtney trabalhou muito em suas emoções durante as temporadas 19 e 20. Nesta última temporada, ela veio com uma atitude nova e mais fresca, ela foi muito positiva e quer viver bem a sua vida. É lindo quando comparado ao que ela viveu na temporada 19. Eu diria que todas se doaram e trouxeram muito amor à 20ª temporada.E qual foi o momento mais comovente? Você pode nos dar um exemplo? Eu diria que Kim sempre dá os presentes mais emocionantes para sua família. Khloe é sempre a mais atenciosa no que diz respeito à equipe, ela faz coisas muito boas. Um de nossos produtores, depois de viajar para a África do Sul, foi parar no hospital e teve que pagar uma conta de US$ 15 mil (R$ 78 mil). Ele ficou muito estressado e Khloe fez um cheque para que ele pudesse pagar as despesas.Qual é o melhor conselho que a família lhe deu? Elas me ensinaram a ser forte. Estou com elas há tanto tempo que muitas vezes falam comigo como se eu fosse parte da família. Elas me ensinaram a ser forte e a reconhecer quando algo não é pessoal.O que vem por aí para você desde que a série acabou? Ainda sou vice-presidente executiva da [produtora] Bunim/Murray, portanto, supervisiono vários programas no momento.O que você sentiu quando soube que Keeping Up With The Kardashians estava terminando depois de todos esses anos? Fiquei extremamente triste, mas sabia que era hora de acabar.Quais foram os prós e os contras de fazer Keeping Up With The Kardashians? Tenho muitas coisas boas para dizer. Tenho conseguido viajar pelo mundo todo, ir aos lugares mais exclusivos, fazer amigos para a vida toda, fazer episódios incríveis como quando elas se fantasiaram ou o episódio dos sem-teto. Pudemos fazer coisas significativas, bem como destacar as incríveis histórias da família, que sei que foram de grande ajuda para diferentes pessoas, porque me disseram mais tarde que o programa as ajudava com os problemas que tinham em casa.Portanto, há muitos pontos que são bons e ajudam as pessoas. Estou com essa família há 14 anos e quando você é uma produtora tentando contar suas histórias, às vezes surgem brigas com elas. Mas no final do dia elas me amam e eu as amo. Nós continuamos, mesmo que nem todo dia seja bom. Há momentos em que é desafiador. Cada uma tem suas necessidades especiais.Falando nisso, sendo uma família tão grande, você pode descrever em uma palavra como é trabalhar com Kim, Kourtney e Khloe? O que as define? Adoro trabalhar com elas. Nem sempre é fácil, às vezes encontrar um dia para nos ver é difícil porque elas viajam muito, isso só já é um desafio. Mas são todas muito profissionais, muito responsáveis, comunicam tudo de uma forma boa, com respeito, então gosto de trabalhar com elas. Já trabalhei em outros programas onde o desafio não era tão profissional e onde eu tinha que tirar as pessoas da cama, acordá-las, fazer todas aquelas coisas que nunca tive que fazer com essa família, pois são todos superprofissionais.Você acha que um reboot do programa será possível dentro de uma década? Nunca diga nunca! Potencialmente, acho que elas estarão abertas para fazer algo assim. Eu acho que é uma possibilidade.Você trabalha com elas há muitos anos, você é como um membro da família. O que você mais sentirá falta de fazer o KUWTK? O que vou sentir falta? Vou sentir falta de uma taça de Martini no final das filmagens com Kris Jenner.O que você acha que é diferente no KUWTK em comparação com outros reality shows sobre famílias e Hollywood? Eu acho que é tão diferente por causa de como elas interagem umas com as outras. E como cada uma é diferente. É realmente uma família em que todas têm um nome, mas ainda assim se amam e têm o apoio uma da outra, independentemente das circunstâncias. Acho que a diferença está em como elas encaram suas vidas e como são quando estão juntas. As pessoas assistem ao programa e querem fazer parte da família.Você pode nos contar sobre o episódio mais feliz de que você se lembra? O mais triste? Ou o mais polêmico? Quais são aqueles episódios que você sempre lembra? Acho que o episódio mais triste foi aquele em que Kim foi roubada. Isso foi um choque, pois não podíamos acreditar que algo assim tivesse acontecido com alguém como ela. Você pode ver como foi difícil para Kim. Eu diria que foi o mais triste. Meu episódio favorito... bem, eu tenho vários. Obviamente eu amei aquele com os sem-teto. Mas o meu favorito tem que ser o da República Dominicana, quando Kris Jenner tem aquela reação alérgica no lábio e fica parecendo o Bart Simpson.Naquela manhã ela me ligou e disse que não desceu do quarto porque teve uma reação alérgica. Então eu corri, ela apontou o lábio com a mão, da mesma forma que ela fez depois na frente da câmera, e eu caí no chão de tanto rir. E eu disse que ela tinha que filmar e mostrar sua reação alérgica para sua família exatamente da mesma maneira que ela havia mostrado para mim. Ela aceitou muito bem. Foi um daqueles momentos que sempre vou lembrar, que sempre me faz rir, que me faz amá-las porque estão dispostas a serem autocríticas e transparentes. Traduzido originalmente do espanhol por Azahara Martín Ortega.
2021-06-12 16:00:00
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Cinema e Séries
https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2021/06/martini-com-kris-jenner-e-viagens-pelo-mundo-a-vida-com-a-familia-kardashian.shtml
Audiências virtuais facilitam mediação de famílias separadas entre o Brasil e o Japão
​Foi por uma tela do Microsoft Teams que a paulista Elisabeth Sato, 35, pôs um ponto final no seu casamento no fim de março no Japão.À distância de mais de 17 mil km de um fórum brasileiro, Sato e o ex-marido conseguiram oficializar o divórcio em uma audiência virtual realizada pelo Cejusc (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania) do Tribunal de Justiça de Jundiaí, no interior de São Paulo.Sato e o ex, também paulista, namoraram e se uniram no Japão, em 2009, e depois registraram o casamento durante uma visita ao Brasil, em 2013. Eles têm dois filhos, um menino de 8 anos e uma menina de 5.“O casamento não deu certo, mas a amizade ficou”, diz ela, que trabalha como tradutora e assistente para crianças brasileiras na pré-escola na cidade japonesa de Fukuroi, na província de Shizuoka.Desde 2020, eles estavam decididos a se separar. Sem a alternativa virtual, precisariam mandar procurações para dois amigos ou advogados representá-los nos trâmites de cartório ou viajar de volta ao Brasil para assinar tudo pessoalmente. “Na pandemia, nada disso era possível.”Na verdade, já era possível realizar mediações via internet, segundo o artigo 46 da Lei 13.140 e o artigo 236 do Código de Processo Civil. “Entretanto, não era muito comum. Na pandemia, acelerou-se a abertura para sessões virtuais, inclusive internacionais”, diz a juíza Valeria Ferioli Lagrasta, que homologou o acordo do ex-casal, redigido pelo mediador Fernando Nishiyama. O documento vale como uma sentença judicial.Com a instauração de audiências virtuais a partir de abril de 2020, abriu-se uma janela para a inclusão de quem reside em outros países.Uma das primeiras sessões online presidida pela juíza Mônica Tucunduva, da Vara da Família de Assis, no interior de São Paulo, foi internacional: uma audiência de conciliação entre uma família no Brasil e o pai no Japão.Há quase 20 anos morando fora, o pai, brasileiro, viu o filho pela última vez quando ainda era bebê —hoje, ele já é um jovem estudante. No fim, eles fizeram um acordo referente ao pagamento de pensões.“Foi muito marcante: o pai ficou feliz por ser ouvido pela primeira vez, pois antes disso ele era só representado por procuração. Ele fez questão de estar presente na sessão às 2h no Japão”, conta a juíza, lembrando da diferença de 12 horas entre os dois países por conta do fuso. “Nota-se o alcance da tecnologia para aproximar mundos tão distantes.”Sato também se surpreendeu com a agilidade da audiência. “Tive sorte. Tudo foi resolvido em questão de uma hora. Foi uma conversa tranquila só para confirmar o que nós já tínhamos discutido sobre guarda, pensão, partilha de bens etc.”, lembra. Receba toda quinta um resumo das principais notícias internacionais no seu email Outras famílias não tiveram tanta sorte e, até hoje, vivem um tipo de limbo jurídico e afetivo entre Brasil e Japão. Elas não tiveram um ponto final.“Pôr os pingos nos is em situações mal resolvidas é o que querem muitas famílias que se fragmentaram entre os dois países nas últimas décadas”, diz o advogado paulista Etsuo Ishikawa, que assessorou o ex-casal. “É importante oferecer acesso a modalidades simples para resolver conflitos no âmbito pré-processual, como mediação e conciliação.”Radicado há 30 anos no Japão, Ishikawa presta consultoria para diversas instituições. Das cerca de 700 consultas que ofereceu a brasileiros entre 2018 e 2019 no banco Hamamatsu Iwata Shinkin Bank e nos consulados de Hamamatsu (Shizuoka) e Nagoia (Aichi), a maioria era assunto de família: 26,5% se referiam a divórcio, 12,2% a guarda, 11,6% a pensão alimentícia e 11% a direito de visita aos filhos.Com o movimento decasségui, o fluxo de descendentes de japoneses que foram trabalhar (a princípio) temporariamente no Japão a partir da década de 1990, o que aconteceu foi que, muitas vezes, um dos cônjuges ficou no Brasil enquanto o outro se instalou de forma definitiva no outro lado do mundo.Ao longo das décadas seguintes, muitos perderam contato e deixaram tudo para trás. “Um motivo que beira o óbvio talvez seja o principal: a imensa distância geográfica entre Japão e Brasil”, avalia o sociólogo Angelo Ishi, professor da Universidade Musashi, em Tóquio.Dada a quilometragem, o preço das passagens aéreas era e é alto. “Essa distância induz a duas posturas: primeiro, a tendência de voltar pouco para o Brasil; segundo, a oportunidade de ‘sumir’ no Japão.” Entre 1995 e 2020, foram expedidas do Brasil ao Japão 7.613 cartas rogatórias (instrumento jurídico para comunicação entre as Justiças de dois países); entre elas, 3.376 eram sobre pensão alimentícia e 1.829 sobre separação e divórcio, segundo dados levantados por Ishikawa junto aos consulados. Nem metade das cartas rogatórias foi cumprida —ao todo, apenas 2.826 chegaram ao destino final.“Se alguém quiser localizar um familiar no Japão, por exemplo, é um caminho, mas um longo caminho: a carta é redigida e traduzida, passa por um tribunal no Brasil, vai para Brasília, passa pelo Itamaraty, vai para Tóquio, passa por um tribunal no Japão, é então encaminhada pelo correio para a casa do destinatário que, no fim, às vezes ignora a correspondência, que consta como ‘não cumprida’. Nisso, passou-se mais de um ano”, exemplifica Ishikawa.Nas décadas de 1990 e 2000, muitos brasileiros buscaram localizar amores “perdidos” no Japão por outras vias: eles escreviam cartas para a imprensa voltada a imigrantes no arquipélago. Por muito tempo existiu uma seção intitulada “Procura-se Desaparecidos” no jornal Tudo Bem, publicado em português, em Tóquio.“Na época, notei que as motivações para as pessoas ‘perderem’ contato eram variadas”, relata Ishi, que foi editor do jornal.“Um rapaz disse que não aguentava mais atender a pedidos dos pais, que queriam mais e mais remessas de dinheiro. Outro confidenciou que nunca teve coragem de revelar aos pais que era homossexual e tinha conseguido encontrar um parceiro com quem construiu um lar no Japão. E, claro, os casos mais comuns eram os de ‘vida dupla’, de gente que criou um novo lar no Japão, mas não teve a decência de acertar sua situação com quem ficou no Brasil.”No International Press, também voltado a brasileiros, a seção era a “Desaparecidos”. Também eram mensagens de mães, mulheres, filhos com saudades. A maioria dos desaparecidos era do sexo masculino.Nos momentos de crise econômica, os pedidos de busca se multiplicaram —“e os ‘desaparecidos’ começaram a ‘aparecer’, só para nós, fazendo ameaças”, conta a jornalista Fátima Kamata, que esteve à frente do jornal entre 1995 e 2004.Os “procurados” passaram a ligar para a Redação, pedindo a retirada do anúncio, pois não queriam nenhum contato com quem os buscava.As cartas, lembra a editora, eram principalmente sobre pensão alimentícia, pedidos de divórcio e empréstimos (amigos cobrando o dinheiro emprestado ao decasségui).Após o fim da seção, o jornal continuou recebendo pedidos de busca, mas passou a encaminhá-los aos consulados de acordo com a jurisdição.Era de se imaginar que, com a difusão da internet, ficaria mais fácil localizar familiares atualmente. Entretanto, para muitos, apenas a tribuna mudou: em vez de cartas rogatórias e cartas à imprensa, agora há posts no Facebook.Um deles foi recentemente publicado pela cearense Marcia Viana, 39, que há cerca de 16 anos não tem notícia do companheiro.Viana conta que conheceu o cônjuge em Belém, onde moraram juntos e tiveram um filho, em 2003. Eles não se casaram no papel, mas às vezes ela se refere a ele até hoje como “meu marido”. Ele foi trabalhar como operário no Japão; ela ficou morando “de favor”, segundo suas palavras, na casa dos pais dele no Brasil.“Depois que meu marido foi embora, esperei seis meses para receber o primeiro telefonema dele. Ele dizia que ia trabalhar e juntar dinheiro para levar a família toda para lá. Esperei e nunca mais ouvi a voz dele, meu menino nunca mais ouviu a voz do pai.”Por volta de 2006, os sogros pediram para ela ir embora da casa. “Diziam que eu estava de olho no dinheiro, mas que dinheiro? Vivia na área rural e nem tinha ideia do que era iene. Queria só que meu marido voltasse. Vivo do passado, fico pensando o que fiz de errado, pois ele nunca voltou.”Viana se instalou em Castanhal do Pará (PA) e depois em Tabuleiro do Norte (CE). Ela conta que conseguiu encontrar o perfil dele duas vezes no Facebook, mas as contas foram desativadas após as tentativas de contato. “Ele é quem devia estar me procurando, né? Não minha mãe procurando ele para lembrar de mim”, diz o filho, Masayoshi Viana Yano, 18.“Trabalhei de sol a sol para criar meu filho sozinha. Não quero dinheiro dele. Quero que ele ligue para o filho no aniversário, dia 26 de outubro, nas férias, no Natal”, diz ela, que não sabe se o ex continua no Japão ou se voltou ao Brasil. “Se um dia ele quiser ligar, estamos esperando.”
2021-06-12 16:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/06/audiencias-virtuais-facilitam-mediacao-de-familias-separadas-entre-o-brasil-e-o-japao.shtml
Viagem ao espaço com dono da Amazon sai por US$ 28 milhões em leilão
Um assento em uma nave espacial com o bilionário Jeff Bezos saiu por US$ 28 milhões (R$ 143 milhões) durante um leilão neste sábado (12), concluindo o processo de licitação de um mês para a viagem turística na viagem inaugural do Blue Origin no próximo mês.Quatro minutos após a abertura do leilão, os lances superaram US$ 20 milhões (R$ 102 milhões). O leilão foi encerrado minutos depois. A identidade do vencedor não foi divulgada de imediato.O lançamento em 20 de julho do New Shepard, da Blue Origin, do Oeste do Texas, será um momento marcante, com os EUA em busca de uma nova era de viagens espaciais comerciais e privadas.Bezos, fundador da Amazon e entusiasta de longa data de viagens ao espaço, tem competido com outros bilionários com aspirações espaciais, como Richard Branson e Elon Musk, para ser o primeiro dos três a viajar além da atmosfera da Terra.Embora os fundos levantados pelo leilão estejam prometidos para instituições de caridade, a Blue Origin espera galvanizar o entusiasmo pelo seu negócio de turismo espacial. Branson, que fundou a Virgin Galactic, pode tentar roubar o momento de Bezos, ao se juntar a um possível teste de voo à beira do espaço no fim de semana de 4 de julho a bordo da nave VSS Unity, da Virgin, segundo uma pessoa a par do assunto.A corrida é alimentada por otimismo de que a viagem espacial pode ser levada ao grande público, à medida em que tecnologia for comprovada e os custos caírem.Blue Origin e Virgin Galactic, assim como a SpaceX de Musk, também discutiram usar foguetes para conectar cidades globais distantes.O UBS diz que o mercado de viagens de longa distância pode valer mais de US$ 20 bilhões (R$ 100 bilhões), mas barreiras, como a certificação de segurança aérea, possa inviabilizar os planos.
2021-06-12 15:32:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/06/viagem-ao-espaco-com-dono-da-amazon-sai-por-us-28-milhoes-em-leilao.shtml
EUA autorizam envio de 3 mi de doses da vacina da Janssen ao Brasil
A FDA, agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, autorizou o envio de 3 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 da Janssen (braço farmacêutico da Johnson & Johnson) ao Brasil.A previsão é de que os imunizantes cheguem na manhã de terça-feira (15). A informação foi divulgada em coletiva de imprensa neste sábado (12).O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que as doses, que estavam previstas para vencer no dia 27 de junho, tiveram o prazo de validade estendido até 8 de agosto deste ano.Isso foi possível porque a FDA aprovou a expansão da validade da vacina. A Anvisa está discutindo a possibilidade de estender ainda mais esse prazo.“A Anvisa está discutindo a possibilidade de ampliar o prazo da vacina, embora entendamos que isso não será necessário, porque confiamos no programa de imunização e na capacidade de vacinar toda a população brasileira.”As vacinas serão distribuídas apenas às capitais –o que já estava sendo feito com a Pfizer, que exigia um esquema especial de manutenção a baixas temperaturas.Queiroga avaliou que não deve haver problema na aplicação dessas doses por conta da validade. O país tem capacidade de aplicar até 2,4 milhões de doses de vacinas por dia.“Vamos seguir o fluxo normal do PNI [Programa Nacional de Imunizações]. A questão é somente a logística para diminuir o risco de uma eventual perda das doses”, disse.Queiroga avaliou que a vacina da Janssen, aplicada em dose única, é segura.“As autoridades sanitárias americanas são rigorosas e a nossa Anvisa também, de tal maneira que podemos atestar que é algo seguro. Que o brasileiro vai poder usar essas doses com segurança.” O contrato, assinado em março deste ano, garante 38 milhões de doses do imunizante ao Brasil. A previsão inicial de entrega era de 16,9 milhões de doses entre julho e setembro e 21,1 milhões de outubro a dezembro.A vacina fabricada pela Johnson & Johnson tem eficácia global de 72%. Já a proteção contra casos graves da doença é de 85%, segundo estudo realizado em janeiro deste ano.
2021-06-12 16:10:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/06/eua-autorizam-envio-de-3-mi-de-doses-da-vacina-da-janssen-ao-brasil-com-previsao-de-chegada-na-proxima-semana.shtml
Marcelo Adnet presta queixa contra blogueiro que apoia Bolsonaro, diz colunista
O humorista Marcelo Adnet, 39, entrou com uma queixa-crime contra o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio Filho, de acordo com o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.Segundo a coluna, a queixa foi apresentada ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e fala em difamação contra o humorista.Eustáquio há meses ataca Adnet nas redes sociais. No episódio que teria motivado a ação, o blogueiro relacionou o humorista às denúncias de assédio sexual que Dani Calabresa, sua ex-mulher, fez contra Marcius Melhem.Essa não é a primeira vez que Eustáquio vai parar na Justiça após atacar algum famoso. Felipe Neto também já foi vítima dele e fez com que o blogueiro fosse condenado por injúria.Em dezembro, Eustáquio foi preso por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes. A prisão preventiva do militante bolsonarista foi decretada após ele descumprir uma ordem de prisão domiciliar, no âmbito do inquérito que apura a organização de atos antidemocráticos.Em janeiro, o mesmo ministro converteu a prisão de Eustáquio em domiciliar mais uma vez. Mais
2021-06-12 13:05:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/06/marcelo-adnet-presta-queixa-contra-blogueiro-que-apoia-bolsonaro-diz-colunista.shtml
Referência, virologista choca colegas com adesão a teses bolsonaristas sobre Covid
Em 12 de março de 2020, quando a Covid-19 ainda era vista por muitos como menos do que uma gripezinha, o virologista Paolo Zanotto publicou um artigo na Folha defendendo que autoridades decretassem com urgência medidas duras de distanciamento social e alertando para o caráter devastador da doença.Menos de seis meses depois, em 8 de setembro daquele ano, ele estava no Palácio do Planalto junto do presidente Jair Bolsonaro, sem máscara ou distanciamento, defendendo o chamado "tratamento precoce" e sugerindo a criação de um “gabinete das sombras” para tratar de vacinas contra a Covid-19.A conversão de Zanotto às teses preferidas do bolsonarismo com relação à Covid-19 surpreendeu mesmo colegas acostumados ao estilo imprevisível do biólogo, descrito como brilhante e ególatra.Professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, Zanotto, 65, é uma referência no estudo da evolução dos vírus, com 8.500 citações na plataforma Google Acadêmico.Em sua longa carreira, estudou os patógenos responsáveis por algumas das principais doenças das últimas décadas, como Aids, Sars, dengue e gripe suína. Em 2016, foi um dos coordenadores de pesquisas sobre o vírus da zika, que causava microcefalia em bebês.Também esteve à frente de uma rede financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para mapear a diversidade genética dos vírus no país.Roqueiro e amante do surfe, com cabelos compridos até o ombro, passou a chamar a atenção nos últimos anos não apenas pelo visual pouco convencional.“Ele é um dos mais competentes virologistas do país, trabalhou com as maiores autoridades do mundo em áreas como a bioinformática [processo que usa a tecnologia como ferramenta da biologia]. Porém, de uns dois ou três anos para cá, tomou decisões políticas radicais, e não sei como isso comprometeu suas ideias”, diz Mauricio Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia.Ambos atuaram durante 15 anos em diversas pesquisas, até romperem em abril do ano passado, quando Zanotto criticou uma pesquisa sobre os efeitos da hidroxicloroquina feita em Manaus por um grupo que incluía Nogueira.O estudo concluiu que a droga, além de não fazer efeito contra a Covid-19, provocava alterações cardíacas perigosas.Zanotto acusou a equipe de ter administrado doses altas em pacientes graves propositalmente para desacreditar o remédio. Em redes sociais, chamou os pesquisadores de menguelianos, referência ao médico nazista Josef Mengele.Àquela altura, ele já havia chocado grande parte do meio científico ao se tornar defensor do chamado “tratamento precoce” —apesar de sua área de especialidade na virologia ser bastante específica, sobre o comportamento evolutivo do patógeno, sem relação direta com o combate a doenças.Os defensores do chamado tratamento precoce contra a Covid apoiam o uso nos pacientes de medicamentos como cloroquina, ivermectina, zinco e vitamina D, já descartados pela comunidade científica por não demonstrarem capacidade de barrar a Covid, prevenir a doença ou tratá-la.Embora rejeite o rótulo de bolsonarista, Zanotto passou a ligar sua imagem à do entorno do presidente. Fez uma live sobre cloroquina com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e a se alinhou a apoiadores do presidente em redes sociais, com críticas à Organização Mundial da Saúde (OMS) e à China. No Facebook, publicou uma charge do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, com uma máscara estampada com a bandeira da China cobrindo seus olhos.A aproximação com Bolsonaro culminou na célebre reunião com médicos pró-cloroquina no Palácio do Planalto de setembro, cujas imagens foram divulgadas pelo site Metrópoles.Zanotto foi saudado pelo presidente com um gesto de continência e chamado a sentar-se à mesa pelo deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que o recebeu com um tapinha nas costas. Terra é apontado como chefe do chamado “gabinete paralelo” contra a Covid-19.“Presidente, o sr. tem uma tropa aqui de leões. Os leões precisam ser guiados por um leão também”, pediu o virologista no evento, organizado pelo Médicos Pela Vida, grupo que defende o tratamento precoce e do qual Zanotto é uma espécie de consultor informal.“Ele é capaz de se posicionar e trazer o conhecimento amplo da ciência atrelado à preocupação com o ser humano”, diz Antônio Jordão, coordenador nacional do grupo, que diz ter cerca de 14 mil médicos cadastrados.Em entrevista à Folha, Zanotto diz que segue defendendo o distanciamento social, mas que sua posição “amadureceu” desde o início da pandemia.“Quando você vai vendo uma realidade, você tem que readequar. Você tem que ressignificar as coisas”, afirma.“Eu era e sou a favor das medidas de intervenção não-farmacológica [como distanciamento]. Mas se você não fizer isso de uma maneira muito inteligente, pode prejudicar pesadamente a economia e maximizar mortes. O equilíbrio entre as duas coisas é fundamental”, diz.Ele afirma que um dos fatores que o levaram a defender o tratamento precoce é sua colaboração com médicos do Senegal, na África, região onde a hidroxicloroquina é usada para combater a malária.“Os senegaleses implementaram protocolo [contra a Covid], e como usavam muito hidroxicloroquina por causa da malária, estavam tendo sucesso”, afirma.Também chamaram a atenção de Zanotto estudos feitos pela Prevent Senior com pacientes em estágio inicial de Covid-19 submetidos a esse tratamento, além de trabalhos do médico francês Didier Raoult.Estudo da operadora de saúde divulgado no ano passado defendeu o uso combinado de hidroxicloroquina e azitromicina, mas o próprio autor disse à Folha que a forma como a pesquisa foi feita impedia que fossem tiradas conclusões sobre o uso das drogas contra o coronavírus.Acusado de promoção indevida de medicamentos em seu país, Raoult é considerado por Zanotto “um grande cientista que tem sido atacado pelo lixo que infesta a academia, instituições governamentais e os meios de comunicação”.Mais importante, afirma o virologista, é que cientistas e médicos tenham liberdade para defender tratamentos que considerem adequados.“Agora é todo mundo progressistazinho, operando numa maneira monocromática, com uma ideia só, que é uma batida de tambor. Isso é pavoroso para a humanidade”, afirma.Essa posição acabou aproximando-o do grupo Docentes Pela Liberdade, criado em julho de 2019, que reúne professores universitários de direita.“O professor Zanotto é um grande pesquisador, que sofre um caso clássico de perseguição. O Brasil tem um grande problema de não reconhecer as pessoas com notório saber como ele. É uma coisa cultural nossa, talvez por isso não tenhamos um Prêmio Nobel”, afirma o presidente da entidade, Ebenezer Maurilio Nogueira da Silva, professor de música da Universidade de Brasília (UnB).Zanotto nunca foi formalmente ligado ao grupo e diz que hoje tem críticas a ele. Mas segue militando contra o suposto pensamento único de esquerda no ambiente universitário.“Há uma guerra cultural”, diz ele, que afirma estar na trincheira do Iluminismo anglo-saxão, influência burilada durante seu período de doutorado na Universidade de Oxford, na Inglaterra.Do Reino Unido veio a inspiração para a sugestão do “shadow cabinet”, o gabinete alternativo formado pela oposição para fiscalizar o primeiro-ministro britânico. “Não tem nada de ministério paralelo, isso é uma criação desses senadores [da CPI]”.A defesa do tratamento precoce e de cautela com as vacinas recém-criadas contra a Covid foi custosa do ponto de vista pessoal, diz Zanotto.“Recebo e-mails de pessoas que dizem: ‘você vai se ferrar’. Coisas bem horríveis. Inclusive colegas meus, pessoas com quem eu trabalhei, fazendo declarações bem pesadas”, afirma.Profissionalmente, também já houve consequências. Zanotto foi excluído da Plataforma Científica Pasteur USP, uma rede de pesquisadores ligada à universidade e à Fiocruz, que entrou em operação em março do ano passado.“Ele tem o direito de defender o que quiser em caráter individual, mas a associação com a plataforma começou a nos causar desconforto. Não podemos ter alguém aqui que tome atitudes anticientíficas, se esta é uma plataforma científica”, diz Paola Minoprio, coordenadora do grupo.Da mesma forma, o ICB distanciou-se de posições de Zanotto, embora o virologista continue dando aulas no instituto e fazendo pesquisas. Em nota no ano passado, o instituto disse que a defesa da hidroxicloroquina “é de inteira responsabilidade” do virologista.Na última quarta-feira (9), Zanotto foi autorizado pela direção do ICB a se ausentar do país durante dois anos para ser professor visitante no British Columbia Institute of Technology, no Canadá, em uma pesquisa sobre purificação de água.O contato com a instituição, diz Zanotto, começou no ano passado, e seu pedido de licença é anterior à polêmica sobre o “gabinete das sombras”. O instituto canadense afirmou, contudo, que a solicitação do virologista para trabalhar ainda está pendente e que ele não atuaria como professor, apenas pesquisador.Dizendo-se perseguido, ele não esconde a mágoa com os colegas. “Os malucos aqui na USP falam que eu quero matar 500 mil pessoas”, afirma. “Mas eu não concordo com essa visão de que as pessoas precisam virar dois grupos e se matarem”.
2021-06-12 12:00:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/06/referencia-virologista-choca-colegas-com-adesao-a-teses-bolsonaristas-sobre-covid.shtml
Grupo de empresários liderado por Luciano Hang apoia médicos conselheiros de Bolsonaro
O grupo Médicos pela Vida, que tem entre seus integrantes alguns dos responsáveis por aconselhar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o uso de drogas ineficazes contra a Covid-19 recebeu apoio de um movimento encabeçado pelo empresário Luciano Hang.Em pelo menos uma ocasião, o grupo Empresários em Ação, liderado por Hang, aparece associado a palestras da médica Nise Yamaguchi e do virologista Paolo Zanotto, ambos integrantes do Médicos pela Vida e na mira da CPI da Covid-19. Foi em uma live na qual eles, entre outros participantes, defenderam a cloroquina e o chamado tratamento precoce para a Covid, contrariando as evidências científicas existentes há bastante tempo. O evento, em formato de módulos, teve início em março deste ano, com a última atividade realizada no dia 2 de junho. O apoio dos Empresários em Ação consta no fim da programação do primeiro módulo.Em nota, a assessoria de imprensa de Luciano Hang disse que ele, em conjunto com médicos infectologistas, cientistas e empresários, acreditam no tratamento preventivo e precoce como parte da luta contra a Covid-19, mas que nunca destinou recurso financeiro para o grupo de médicos. Afirma ainda que a única atividade que envolveu recursos foi a compra de ivermetectina, vitamina D e zinco, produtos que compõem o chamado kit Covid e que foram entregues à Prefeitura de Brusque (SC) como doação. O kit Covid também não tem eficácia, de acordo com as publicações científicas mais respeitadas.Questionada sobre o tipo de apoio que os empresários deram aos eventos promovidos pelos médicos, a assessoria não respondeu. A assessoria de imprensa do grupo Médicos pela Vida também diz que o apoio não envolveu recurso financeiro.Em fevereiro, o Médicos pela Vida também publicou um informe publicitário em alguns dos principais jornais impressos do país, incluindo a Folha, com um manifesto em defesa do chamado tratamento precoce contra a Covid-19.Em março, outdoors em nome do grupo foram espalhados em seis bairros de Curitiba (PR). A publicidade foi retirada a pedido do Ministério Público estadual. Os promotores se basearam em trecho do Código de Ética Médica que veta “divulgar, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão competente”.A assessoria de imprensa de Médicos pela Vida diz que nenhuma das iniciativas foi bancada financeiramente pelo grupo e que as ações são financiadas por empresários e pessoas da sociedade civil, “defensores e simpatizantes do tratamento precoce.”Segundo a assessoria, em geral esses apoiadores tiveram experiências pessoais exitosas com o chamado tratamento precoce e pedem ao movimento autorização para divulgá-lo em seu nome.Sobre o custo das ações e os nomes dos apoiadores envolvidos, a assessoria diz que o movimento não tem essas informações porque, além de envolver um grande número de pessoas pelo país, toda a negociação é feita diretamente entre os apoiadores e as empresas de marketing, por exemplo. Parlamentares da cúpula da CPI da Covid estão analisando novos pedidos de convocação de integrantes desse grupo de médicos, que formariam um suposto gabinete paralelo da Saúde do governo Bolsonaro. O interesse pelo assunto cresceu após o ressurgimento de um vídeo de uma reunião no Planalto, transmitida no perfil do presidente no Facebook. No encontro, foi sugerido um "gabinete das sombras" pelo virologista da USP Paolo Zanotto.A fala de Zanotto, um dos especialistas que vêm aconselhando Bolsonaro desde o começo da crise, reforça a suspeita de que haveria uma espécie de “ministério paralelo” para lidar com a pandemia de Covid-19, fora da estrutura oficial da pasta da Saúde.A reunião, que contou com a presença do ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), de Nise Yamaguchi e de outros médicos, consta na agenda oficial do presidente como um encontro com o grupo Médicos Pela Vida.No ambiente fechado, os participantes não utilizaram máscaras e dividiram microfones, desrespeitando protocolos básicos contra a Covid-19.
2021-06-12 12:00:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/06/grupo-de-empresarios-liderado-por-luciano-hang-apoia-medicos-conselheiros-de-bolsonaro.shtml
Após motociata, Bolsonaro cita Deus e militares, enaltece PM-SP e cloroquina e ataca isolamento
Em discurso no Ibirapuera em São Paulo diante de milhares de apoiadores, após participar de uma motociata neste sábado (12), o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar as políticas de isolamento e disse comandar um governo que acredita em Deus, é leal à população e que respeita os militares.Bolsonaro também rasgou elogios aos policiais militares paulistas que trabalharam na segurança do evento e disse que que tinha certeza que a PM estaria junto a ele no "cumprimento da lei e da ordem", expressão que geralmente utiliza ao ameaçar que tomará medidas contra o isolamento social."Vocês são auxiliares das Forças Armadas. Tenho certeza que, no cumprimento da lei e da ordem, pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais, nós estaremos juntos, aconteça o que acontecer", disse o presidente, em clara provocação ao governador João Doria (PSDB), seu adversário político e chefe da PM do estado.Bolsonaro diz não estar em campanha eleitoral e falou em "problema sério do vírus", voltando a equipará-lo ao desemprego. Disse que nunca se curvou à pandemia e, mais uma vez, sugeriu uma regra para dispensar o uso de máscara. "Eu autorizo", gritaram em resposta os seus apoiadores.Alvo de investigação da CPI da Covid no Senado, o presidente de novo defendeu o tratamento precoce, citando a cloroquina, e atacou as políticas de isolamento contra a pandemia, em ataque direto a Doria. "Fora, Doria", responderam os apoiadores em mais de um momento. Bolsonaro ainda chamou o tucano de ditador, por ter decretado toque de recolher, e o desafiou a participar de um evento como a motociata.Ainda sobre a pandemia, disse que nunca mandou fechar as igrejas. O presidente citou de novo que atua dentro das "quatro linhas da Constituição"."Quando vamos no artigo 5º da Constituição, que é o capítulo das cláusulas pétreas, entre as dezenas de incisos, encontramos o direito ao trabalho, coisa que o governador de vocês retirou de vocês, quando tirou de você o direito de ir e vir. Quando o governador que se diz democrata, mas é um ditador, decretou toque de recolher", disse.Além disso, voltou a falar em supernotificação de mortes por coronavírus, o que já lhe rendeu um desmentido nesta semana pelo TCU (Tribunal de Contas da União).O uso de máscaras entres os apoiadores de Bolsonaro que compareceram ao Ibirapuera nesta tarde foi maior do que entre os motociclistas que se reuniram pela manhã para a motociata, onde a máscara era um item quase inexistente. No Ibirapuera, uma parcela significativa não usava, e parte utilizava incorretamente, sem proteger o nariz. Entre os que estavam de máscara, eram raras as de PFF2, mais seguras. A reportagem viu apenas algumas pessoas com este tipo de máscara.Os apoiadores acompanharam o discurso do presidente na praça do Monumento às Bandeiras. Cerca de metade da praça estava ocupada. Muitos dos presentes utilizavam camisetas e bandeiras do Brasil ou camisetas de apoio ao presidente.Entre os dizeres de algumas das camisetas utilizadas por apoiadores —e que podiam ser compradas em diferentes pontos do local—, estavam "Bolsonaro presidente 2022", "meu partido é o Brasil", "O Brasil é nosso, desistir jamais", "o Brasil que queremos só depende de nós".No discurso, todo de improviso, o presidente prometeu de novo liberar motociclistas de pedágios em novas concessões de rodovias e voltou a falar sobre a trajetória que o levou ao Palácio do Planalto em 2018, inclusive da facada em Juiz de Fora.Bolsonaro disse que montou um time técnico no ministério que trabalha por todos os estados do país.Bolsonaro estava ao lado dos ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), ambos sem máscara. Bolsonaro tem incentivado Tarcísio a se lançar candidato ao Governo de São Paulo em 2022. Apoiadores responderam com gritos de "governador, governador". Antes da fala do presidente, organizadores em um caminhão de som puxaram orações e gritos de 'mito' e palavras de ordem contra o STF (Supremo Tribunal Federal).Com o presidente à frente, sem máscara, a manifestação intitulada “Acelera para Cristo” começou às 10h, na região de Santana, zona norte da capital, e terminou no obelisco do Ibirapuera, às 13h30. O trajeto, que incluiu um bate-volta a Jundiaí, foi de cerca de 130 km.Apesar do pano de fundo religioso do evento, a toada de todo o dia foi de apoio a Bolsonaro. Ao longo do trajeto, gritos de “aqui é Bolsonaro”, “viva, Bolsonaro” e “isso está gigante” se misturaram com barulho de buzinas e ronco dos motores das motocicletas. Houve também gritos contra a imprensa e o governador João Doria (PSDB), adversário político do presidente.O presidente chegou de carro cerca de 15 minutos antes, cumprimentou diversos apoiadores e causou aglomeração. Antes de partir, foi levantado e cumprimentou apoiadores do alto. Eram tantas motos que as últimas delas só conseguiram deixar a concentração quase uma hora após o início da motociata.Na concentração e na dispersão houve aglomeração de apoiadores. Já a maioria dos motociclistas não usava máscara de proteção contra a Covid-19 e tinha bandeiras do Brasil amarradas no corpo. O presidente foi saudado por apoiadores em diferentes pontos do trajeto.
2021-06-12 14:30:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/06/apos-motociata-bolsonaro-cita-deus-e-militares-enaltece-pm-sp-e-cloroquina-e-ataca-isolamento.shtml
Para evitar racionamento, governo reduz vazão de usinas no rio Paraná
Na tentativa de evitar um racionamento de energia elétrica nos próximos meses, o governo decidiu reduzir a vazão das usinas hidrelétricas de Jupiá e Porto Primavera, no rio Paraná. Portaria assinada pelo ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) foi publicada em edição extra do "Diário Oficial da União" no fim da noite de sexta-feira (11).Pelo texto publicado, o concessionário da usina hidrelétrica Jupiá deverá iniciar imediatamente a realização de testes de redução de defluência mínima até atingir o valor de 2.300 m³/s de forma estável, a partir de 1º de julho. Hoje, a quantidade mínima de água liberada na usina é de 3.300 m³/s.No caso da hidrelétrica de Porto Primavera, a redução deve ser de 3.900 m³/s para 2.700 m³/s. Estas reduções já haviam sido recomendadas em uma nota técnica do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) no fim de maio.O texto do ONS informa que "os níveis de armazenamento dos reservatórios localizados na bacia do rio Paraná não se recuperaram de forma satisfatória ao longo do período úmido 2020/2021, resultado da pior sequência hidrológica dos últimos 50 anos do histórico para o período de setembro a maio observada nessa bacia".Simulações executadas pelo ONS demonstram que a geração hidráulica compulsória necessária para o atendimento das defluências mínimas das usinas de Jupiá e Porto Primavera é o fator limitante para proporcionar melhores condições de operação hidráulica na bacia do rio Paraná.De acordo com o Operador, o ganho energético do incremento de geração proveniente de outras fontes resultará em ganhos de armazenamento em outras bacias.Ainda segundo o ONS, a flexibilização nas duas usinas hidrelétricas em conjunto com a flexibilização da cota mínima de operação da hidrovia Tietê-Paraná vão proporcionar ganhos de armazenamento nos principais reservatórios da bacia do rio Grande."Especificamente para a UHE [usina hidrelétrica] Furnas, tais flexibilizações evitam o esgotamento dos recursos", informa a nota do Operador Nacional do Sistema Elétrico​.Após a pior seca da história, os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste terminam o período de chuvas no menor nível desde 2015.No fim de maio, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a aplicação do patamar 2 da bandeira tarifária vermelha para o mês de junho, ao custo de R$ 6,243 para cada 100kWh (quilowatt-hora) consumidos.A agência citou "condições hidrológicas desfavoráveis" em maio para ativar o patamar mais caro dos sistema de bandeiras tarifárias.O Ministério de Minas e Energia ampliou o leque de usinas termelétricas sem contrato que podem ser usadas para tentar evitar um racionamento de energia em 2021. Portaria de 7 de junho abriu a possibilidade de acionamento de usinas a outros combustíveis além do gás natural.A busca por novas fontes de geração é uma das prioridades do esforço do governo para evitar o racionamento, diante do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.
2021-06-12 13:44:00
mercado
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/06/para-evitar-racionamento-governo-reduz-vazao-de-usinas-no-rio-parana.shtml
Tico Santa Cruz deixa motoclube que participa de motociata com Bolsonaro
Tico Santa Cruz, 43, anunciou em suas redes sociais que está deixando o grupo de motociclistas Abutre's Moto Clube em meio à participação deste na motociata promovida em apoio a Jair Bolsonaro em São Paulo, neste sábado (12)."Venho por meio desta nota oficial comunicar que a partir de hoje, dia 12 de junho de 2021, não faço mais parte do Abutre's Moto Clube. Fui convidado em 2019 para fazer parte com a função de colaborar nas ações sociais do Clube. Nestes três anos que estive, conheci muita gente legal, fiz vários amigos, participei de várias ações importantes", escreveu o músico.Ele disse, em seguida, que no estatuto do motoclube existem cláusulas que proíbem a participação de seus membros em eventos políticos portando uniformes e outros símbolos que remetam à associação —o que foi desrespeitado durante a manifestação em apoio a Bolsonaro. Mais "No dia de hoje, por uma decisão da presidência atual, mediante a uma votação interna com seus diretores nacionais, o motoclube optou por participar de um passeio de motocicletas em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, colocando assim a marca, o colete e as cores do Abutres num movimento político", afirmou.Foi por isso que Tico Santa Cruz, que já se posicionou várias vezes contra Bolsonaro, decidiu deixar o grupo. "Não apoio a atitude do clube, não apoio Jair Bolsonaro e me desligo a partir de agora, com muita tristeza, desse que foi um lugar importante na minha vida e trajetória" finalizou.
2021-06-12 12:49:00
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Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/06/tico-santa-cruz-deixa-motoclube-que-participa-de-motociata-com-bolsonaro.shtml
Flávio Bolsonaro comemora morte de miliciano 'que não era policial'
O senador Flávio Bolsonaro comemorou neste sábado (12) a morte do miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, em publicação em suas redes sociais. Ele parabenizou a Polícia Civil pela “eliminação do miliciano que nunca foi policial e era o mais procurado do país”.A manifestação difere da feita pelo senador após a morte de outro miliciano, Adriano da Nóbrega, ex-policial militar apontado como integrante do esquema da “rachadinha” no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa. Na ocasião, ele levantou suspeita de execução extralegal.Ecko foi morto na casa de parentes em Paciência, zona oeste do Rio de Janeiro. Durante o monitoramento telefônico dele e de seus parentes, a polícia identificou que o miliciano visitaria a mulher neste Dia dos Namorados –data que batizou a operação.“Parabéns aos Policiais Civis do Rio pela eliminação do miliciano “Ecko”, que nunca foi policial e era o mais procurado do país! Todo respeito e apoio incondicional aos verdadeiros Policiais de todo o Brasil!”, afirmou o senador.Em fevereiro do ano passado, quando Adriano morreu numa operação policial na Bahia, o senador teve comportamento distinto. Ele afirmou ter recebido informações de que o ex-PM, filho e ex-marido de duas ex-assessoras suas, fio “brutalmente assassinado”."DENÚNCIA! Acaba de chegar a meu conhecimento que há pessoas acelerando a cremação de Adriano da Nóbrega para sumir com as evidências de que ele foi brutalmente assassinado na Bahia. Rogo às autoridades competentes que impeçam isso e elucidem o que de fato houve", escreveu o senador na ocasião.O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também saiu em defesa de Adriano na ocasião. Disse que a PM da Bahia “não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária”.Ecko era um "pé inchado", como os milicianos egressos das corporações policiais (maioria na origem desses grupos) chamavam os civis que atuavam no domínio de territórios.Símbolizava um novo perfil de milicianos do estado. Abandonou o discurso de combate às drogas adotado por essas quadrilhas no início dos anos 2000 e investiu na exploração do tráfico e outras atividades criminosas.Ele estava na lista dos bandidos mais procurados do Brasil, elaborada pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública ainda na gestão do ex-juiz Sérgio Moro. Havia contra ele dez mandados de prisão por homicídio, extorsão, associação criminosa, entre outros crimes. O primeiro foi expedido em dezembro de 2016.Ecko, também conhecido como Didil, assumiu a chefia da Liga da Justiça —como se autointitula a principal milícia da zona oeste— em abril de 2017, após a morte de seu irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, também um "pé inchado".A Liga da Justiça surgiu na zona oeste, nos anos 2000, e tem como símbolo o morcego do personagem de quadrinhos Batman, uma alusão ao apelido de um dos chefes da quadrilha, o ex-policial Ricardo Teixeira Cruz, hoje preso.Os seus primeiros chefes eram os irmãos Natalino, ex-deputado, e Jerônimo Guimarães, ex-vereador. Os dois também foram policiais.Adriano, por sua vez, era um ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) expulso da PM sob acusação de ligações com bicheiros. Mais As investigações apontam que ele ampliou suas atividades criminosas, assumindo a chefia da milícia de Rio das Pedras, a mais antigas do estado. De acordo com a polícia, era também membro do Escritório do Crime, grupo de assassinos de aluguel.Apesar da origem distinta, Adriano tinha respeito por Ecko. Numa investigação sobre o Escritório do Crime, o Ministério Público apontou que o ex-capitão abortou um homicídio encomendado que cometeria numa festa ao ver Ecko no local.A investigação sobre a suposta “rachadinha” no gabinete de Flávio apontou que contas controladas por Adriano foram usadas para o desvio de recursos da Assembleia.Os investigadores afirmam que Danielle Mendonça, ex-mulher de Adriano, devolveu ao menos R$ 150 mil do salário que recebeu de 2007 a 2018 a Queiroz —cerca de 19% do total de seus vencimentos. Desse volume, R$ 115 mil foram repassados por intermédio de contas bancárias controladas pelo miliciano, de acordo com o Ministério Público.Foram usadas contas em nome de dois restaurantes da família do ex-capitão e da mãe dele, Raimunda Veras Magalhães, em período anterior à nomeação dela no gabinete de Flávio.
2021-06-12 12:12:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/06/flavio-bolsonaro-comemora-morte-de-miliciano-que-nao-era-policial.shtml
Governo Doria multa Bolsonaro por não usar máscara em motociata em São Paulo
O governo João Doria (PSDB) autuou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) neste sábado (12) por não usar máscara de proteção facial contra a Covid-19 em evento em São Paulo.O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, também foram autuados. Os três participam da motociata que reúne milhares de motociclistas em São Paulo. O Governo de SP afirma que equipes da Saúde e Segurança Pública flagraram os três sem máscara. O valor da autuação é de R$ 552, 71.“O documento endereçado às três autoridades pontua a necessidade da manutenção das medidas preventivas já conhecidas e preconizadas pelas autoridades sanitárias internacionais, como uso de máscara e distanciamento”, diz a nota.O presidente já havia sido autuado pelo governo Flávio Dino (PC do B), do Maranhão, por causar aglomeração e não usar máscara de proteção facial em evento em Açailândia (a 560 km de São Luís), no dia 21 de maio.Com o presidente à frente, sem máscara, a manifestação intitulada “Acelera para Cristo” começou às 10h, na região de Santana, zona norte da capital, e irá terminar no obelisco do Ibirapuera. O trajeto, que incluiu um bate-volta a Jundiaí, é de 130 km.Gritos de “aqui é Bolsonaro”, “viva, Bolsonaro” e “isso está gigante” se misturaram com barulho de buzinas e ronco dos motores das motocicletas. Houve também gritos contra a imprensa e o governador João Doria (PSDB), adversário político do presidente.O presidente chegou de carro cerca de 15 minutos antes, cumprimentou diversos apoiadores e causou aglomeração. Antes de partir, foi levantado e cumprimentou apoiadores do alto. Eram tantas motos que as últimas delas só conseguiram deixar a concentração quase uma hora após o início da motociata.Na concentração, houve aglomeração de apoiadores. Um “pedágio solidário” foi montado para receber doações de alimentos que serão distribuídos em comunidades carentes. Duas fileiras com voluntários, em sua maioria de máscara, recepcionavam os motociclistas e distribuíam bandeiras do Brasil e adesivos.Já a maioria dos motociclistas não usava máscara de proteção contra a Covid-19 e tinha bandeiras do Brasil amarradas no corpo.
2021-06-12 12:03:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/06/governo-doria-multa-bolsonaro-por-nao-usar-mascara-em-motociata-em-sao-paulo.shtml
Vídeos de motociata mostram Bolsonaro sem máscara, aglomeração e adesão de milhares de apoiadores; assista
Milhares de motociclistas participam em São Paulo neste sábado (12) de mais uma motociata com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A manifestação intitulada “Acelera para Cristo” começou às 10h, na região de Santana, zona norte da capital, e irá terminar no obelisco do Ibirapuera. O trajeto, que inclui um bate-volta a Jundiaí, é de 130 km.Vídeos mostram o presidente sobrevoando de helicóptero a concentração do evento na companhia do filho Eduardo (PSL-SP). Nas imagens, também é possível ver aglomeração de manifestantes. Sem máscara, Bolsonaro cumprimentou os apoiadores antes de sair pilotando à frente da motociata.Assista:
2021-06-12 12:40:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/06/videos-de-motociata-mostram-bolsonaro-sem-mascara-aglomeracao-e-adesao-de-milhares-de-apoiadores-assista.shtml
Na data criada pelo pai de Doria, Bolsonaro provoca tucano em seu quintal
Após uma semana em que apanhou politicamente de forma consistente, Jair Bolsonaro passou a data criada pelo pai de João Doria em 1948 provocando o governador tucano de São Paulo.É duvidoso que o presidente tenha feito tal associação com o Dia dos Namorados, o que aumenta o caráter psicanalítico do ato, digamos.Mas sua obsessão com Doria ficou clara na escolha do palco de sua nova “motociata”, neologismo esquisito para esse tipo de ato, que remete aos desfiles análogos do ditador fascista Benito Mussolini.Bolsonaro, acuado, precisava mostrar força simbólica após uma semana difícil.Nela, viu a ativa CPI da Covid expor contradições do ministro da Saúde e do ex-número 2 da pasta, além da descoberta de uma infiltração governista gravíssima no Tribunal de Contas da União.Para complicar, os dados positivos do Produto Interno Bruto, algo intangível para a população, foram substituídos pela a aceleração recorde, maior em 25 anos, da inflação para o mês.O corolário óbvio, a necessidade de uma subida de juros por um Banco Central agora com mandato independente, apavora os governistas tanto quanto a corrosão da renda.A pandemia é um tema óbvio em 2022, até porque ainda estará entre nós. Mas uma avaliação realista, salvo alguma mudança epidemiológica trágica, sugere que a vacinação terá avançado e o tema poderá não ter o peso de hoje.Assim, o foco se volta para a economia, o desemprego recorde e a inflação que assusta qualquer pessoa que frequente um supermercado. Cereja do bolo indigesto para o Planalto, em uma semana ocorrerão novos atos oposicionistas contra Bolsonaro.O sucesso da manifestação anterior animou a esquerda, mas não só ela, embora o centro e a centro-direita majoritárias no eleitorado ainda não tenham dado as caras.Com tudo isso, Bolsonaro envergou uma jaqueta verde que trazia o brasão do Exército de um lado e o de um clube de entusiastas das motos Harley-Davidson no Espírito Santo do outro.Nota lateral, o segundo símbolo trazia o slogan “Presitente dos presidentes - Bolsonaro”, com a letra T mesmo.Promoveu uma grande e previsível concentração de apoiadores, a maioria supostamente filiada a alguma corrente evangélica, dado que o evento inicialmente era uma versão sobre duas rodas da Marcha para Jesus.Para um grupo que foi associado à contracultura no país, é curioso ver motoqueiros evangélicos bolsonaristas.Há motivos comezinhos para o apoio, claro, como a isenção anunciada pelo governo para quem usa motocicleta em pedágios federais.Assim, Bolsonaro passou um Dia dos Namorados entre seus amados, o que ressalta o caráter de nicho da manifestação deste sábado, sem retirar a observação óbvia de que ela foi relevante.A concentração final marcada para o Ibirapuera, logo ao lado do Comando Militar do Sudeste, foi uma coincidência devido ao veto da passagem pela avenida Paulista. Mas não deixa de evocar a lembrança da humilhação imposta pelo ex-capitão do Exército à Força terrestre na semana passada, com o perdão a Eduardo Pazuello.No comício, a uma concentração bem menor de pessoas, Bolsonaro ainda piscou para a Polícia Militar de Doria, além de voltar a falar em "meu Exército".Testou a versão atualizada de seu discurso delirante, segundo o qual o tratamento precoce contra a Covid-19 só não é reconhecido porque os números de mortes são superavaliados. Mude morte para voto e a receita de 2022 está ali.Doria, por sua vez, fez o esperado. Anunciou uma multa para Bolsonaro, o filho Eduardo e o ministro Tarcísio Gomes, que algum “spin doctor” com senso de humor ventilou como candidato viável ao governo paulista, e foi visitar obra de hospital no Vale da Ribeira, terra natal do presidente.Com isso, o país ruma a 2022. Pelo padrão que se desenha nos atos contra e a favor de Bolsonaro, um choque entre a tropa montada do presidente e aquela a pé nas avenidas é uma possibilidade cada vez mais palpável.
2021-06-12 12:57:00
poder
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/06/no-dia-criado-pelo-pai-de-doria-bolsonaro-provoca-tucano-em-seu-quintal.shtml
Sabrina Sato faz pegadinha e Gisele se declara; veja o Dia dos Namorados dos famosos
Celebridades de todo o país começaram as homenagens de Dia dos Namorados logo cedo neste sábado (12). Não faltam declarações nas redes sociais de atores, músicos e apresentadores apaixonados, que aproveitam a data para celebrar o amor.Mumuzinho, por exemplo, relembrou uma viagem para Nova York com a amada Thainá Fernandes, e disse: "Ao seu lado descobri que, entre o sonho e a realidade, existe um espaço chamado felicidade, e para que a minha felicidade se torne realidade, preciso estar ao seu lado. Feliz Dia dos Namorados!".Já Bianca Bin fez um poema para acompanhar as fotos ao lado de Sergio Guinzé. "Li um dia, não sei onde/ Que em todos os namorados/ Uns amam muito, e os outros/ Contentam-se em ser amados/ Fico a cismar pensativa/ Neste mistério encantado/ Diga pra mim: de nós dois/ Quem ama e quem é amado?", escreveu. Mais Mesmo em outro país, Gisele Bündchen não deixou a data passar em branco. Ela publicou uma foto com o marido Tom Brady e escreveu, em inglês e em português: "Te amo, my forever valentine. Te amo, meu eterno namorado".Alguns dos casais, no entanto, preferiram usar o Dia dos Namorados para fazer brincadeiras e pregar peças no companheiro. Foi o caso de Sabrina Sato, que gravou um vídeo fazendo uma pegadinha com o noivo, Duda Nagle.A apresentadora fez um jogo de perguntas e respostas com o parceiro. Até que questionou: "Como chama a parte amarela do ovo?". Duda, então, respondeu "gema" e foi surpreendido por gemidos de Sabrina, que quis brincar com os diferentes significados da palavra. "No Dia dos Namorados, surpreenda", escreveu ela, irônica, na legenda da publicação.
2021-06-12 11:15:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/06/sabrina-sato-faz-pegadinha-e-gisele-se-declara-veja-o-dia-dos-namorados-dos-famosos.shtml
STJ decide soltar refugiada presa há 6 meses em megaoperação policial
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu libertar a refugiada Falilatou Estelle Sarouna, presa preventivamente desde dezembro do ano passado no âmbito da Operação Anteros, que investigou um megaesquema transnacional de golpes e extorsões online.Entidades de direitos humanos, acadêmicos e parlamentares vêm defendendo que a imigrante do Togo é inocente e teve seu nome usado indevidamente pela organização criminosa em contas bancárias nas quais movimentavam valores ilícitos, conforme mostrou reportagem da Folha publicada na quinta (10).Segundo decisão que foi ao ar no portal do STJ às 20h30 de sexta, o ministro Sebastião Reis Júnior concedeu o habeas corpus pedido pela defesa da refugiada, que agora poderá aguardar o julgamento em liberdade. O conteúdo da decisão deve ser publicado na próxima terça (15), e ela deve ser solta depois dessa data. Seus advogados pediram, porém, que a liberação seja antecipada.A operação Anteros indiciou 210 pessoas acusadas de participar de um esquema de golpes pela internet que deixou ao menos 437 vítimas em 24 estados do Brasil, com prejuízo estimado em R$ 24 milhões.Segundo a Polícia Civil, os criminosos, a maioria dos quais nigerianos, usavam perfis falsos em redes sociais ou sites de namoro para se relacionar virtualmente com as vítimas. Depois, as extorquiam, ameaçando divulgar fotos íntimas —é o que a polícia chama de estelionato emocional.Natural do Togo, Falilatou, 43, mora no Brasil desde 2014 e trabalhava como vendedora ambulante, sustentando seu filho de 12 anos e parte da família, que seguem no país de origem.Ela foi acusada de ser uma das “correntistas” da organização, ou seja, de emprestar sua conta bancária para movimentar os valores ilícitos. Como prova, o Ministério Público apresentou boletins de ocorrência de vítimas do golpe em que a togolesa aparecia como titular de quatro contas e um formulário de abertura de uma dessas contas.Só que a assinatura do formulário é em letra cursiva, sendo que Falilatou é analfabeta, segundo familiares e advogados. Além disso, a letra é muito diferente da assinatura que consta em seu documento de identidade (que é basicamente um traço), assim como em seu contrato de locação e em outros documentos assinados por ela com reconhecimento em cartório.Por ser analfabeta, Fali precisava de auxílio para operações bancárias e questões burocráticas, conta seu único parente no Brasil, um padre católico que mora em Salvador. Segundo a defesa da togolesa, ela foi vítima de golpe e teve seus dados utilizados pelos criminosos para abrir a conta em seu nome, sem seu conhecimento.Segundo os advogados, outros dois elementos sinalizariam sua inocência: o primeiro é que ela não levava uma vida compatível com alguém que ganha dinheiro com atividades fraudulentas. De acordo com testemunhas, Fali acordava de madrugada para comprar roupas para revender e trabalhava o dia todo em uma calçada no Brás.O segundo elemento é que ela própria se apresentou à polícia no dia da operação. Ao chegar em casa e ver que a porta havia sido arrombada, foi a uma delegacia abrir boletim de ocorrência, achando que havia sido furtada. Chegando lá, descobriu que a própria polícia havia entrado em sua casa para cumprir o mandado de prisão. E foi detida ali.“Qual criminoso se apresentaria numa delegacia espontaneamente?”, disse Vítor Bastos, um dos advogados que estão atendendo o caso pro bono. Segundo ele, enquanto há provas de que outros réus que emprestaram suas contas voluntariamente, em troca de dinheiro, eram próximos a criminosos da organização, não há na denúncia nada que vincule Falilatou à quadrilha.Bastos já havia tentado diversos recursos para que Falilatou aguarde o julgamento em liberdade, mas foram todos negados. Para ele, por se tratar de um processo de quase 20 mil páginas e com centenas de acusados, o juiz da primeira instância não analisou cada situação individualmente, concedendo habeas corpus a grupos com base em critérios genéricos —por exemplo, mães de crianças de menos de 12 anos de idade.O caso de Falilatou foi tema de uma reunião, em 31 de maio, na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de São Paulo, presidida pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), da qual participaram representantes da USP, do Conselho Municipal de Imigrantes e da Ouvidoria da Polícia do Estado. Na reunião, o ouvidor da polícia, Elizeu Soares Lopes, disse que há, no caso de Falilatou, “muitas arbitrariedades” e que iria trabalhar “para reverter essa injustiça”.Uma campanha apoiada por ONGs, grupos acadêmicos e por deputadas como Natália Bonavides, Sâmia Bomfim e Érica Malunguinho buscava dar visibilidade ao caso e arrecadar dinheiro para que o filho de Falilatou no Togo volte a estudar —ele teve que deixar a escola por não receber mais recursos da mãe.O irmão de Falilatou, Mossi Anoumou, que havia desistido de trazer o filho da refugiada para o Brasil em março deste ano por causa da prisão, disse que agora vai retomar esses planos. "Quero trazê-lo o mais rapidamente possível. Já quero dar continuidade ao processo na semana que vem."
2021-06-12 10:08:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/06/stj-decide-soltar-refugiada-presa-ha-6-meses-em-megaoperacao-policial.shtml
Maior passarela suspensa do mundo põe pequena cidade de Portugal na rota dos amantes de aventura
As belas imagens da maior ponte suspensa para pedestres do mundo —uma gigante de aço com 516 metros de comprimento e até 175 metros de altura, inserida em um vale repleto de belezas naturais– correram o planeta desde a sua inauguração, no começo de maio.Com isso, a pacata Arouca, cidade com cerca de 20 mil habitantes no Norte de Portugal, foi catapultada à rota do turismo de aventura, atraindo viajantes de toda a Europa.Seja no centro da cidade ou nas imediações da ponte, a profusão de idiomas e de carros com placas estrangeiras ajudam a perceber a popularidade da nova estrutura.Batizada de 516 Arouca –uma referência a sua extensão—, a ponte permite uma vista panorâmica sobre o vale do Paiva, uma região de interesse reconhecida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O chão da ponte –uma grade de aço que permite ver em detalhe o fundo do vale– garante uma observação verdadeiramente panorâmica do ambiente.Ao longo do percurso, é possível apreciar pontos de interesse geológico, a vegetação abundante e ainda muitos animais. A região é habitat de espécies como a águia-d’asa-redonda e o famoso lobo ibérico.Outro destaque do caminho é a visão da Cascata das Aguieiras, uma imponente queda d’água que se precipita pelas escarpas até o rio Paiva, um dos mais limpos do continente.Da estrutura também é possível apreciar as Gargantas do Paiva, uma parte estreita do rio cujas águas revoltosas atraem adeptos do caiaque.A construção da 516 Arouca levou dois anos e custou 2,3 milhões de euros (cerca de R$ 15,5 milhões).Com o vento, é normal a ponte balançar um pouco, mas isso não significa que haja risco estrutural. O projeto foi submetido a exaustivos testes em laboratório e também in loco.Ainda assim, é necessário obedecer a uma série de regras de segurança para ter acesso à ponte. Para garantir que os limites de lotação sejam respeitados, é preciso comprar o bilhete de acesso antecipadamente no site. Não há venda no local.Os visitantes são alocados em grupos e fazem o trajeto sempre acompanhados por um guia. A ponte só pode ser visitada por crianças com mais de seis anos. Até os 17, é obrigatório estar na companhia de um adulto.Recomenda-se usar sapatos confortáveis e o uso de salto alto é proibido.Um detalhe importante a se considerar na visita: mais de um mês após a inauguração, ainda não há banheiros públicos para os usuários. Segundo os responsáveis, os sanitários estão em processo de instalação e devem ser concluídos em breve.O bilhete custa € 12 (cerca de R$ 74) e dá direito a visitar outra grande atração da região, os Passadiços do Paiva, que ficam bem ao lado. Sucesso entre os amantes de trekking, os passadiços são um caminho de 8 km pela margem esquerda do rio Paiva.A estrutura de madeira combina áreas planas de caminhada e outras de escadarias, passando pelo coração da mata nativa e por praias fluviais.
2021-06-12 09:30:00
turismo
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Com acordo de R$ 115 milhões, Carrefour evita processos pelo caso Beto Freitas
Oito dias antes de completar sete meses da morte de João Alberto Silveira Freitas, morto por asfixia depois de ser agredido por seguranças em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, em novembro do ano passado, a rede de supermercados fechou um acordo de R$ 115 milhões com instituições de justiça.O valor do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado no final da noite desta sexta-feira (11) será encaminhado a ações de combate ao racismo e deverá ser investido no prazo de três anos. O acordo evita que o Carrefour seja demandado judicialmente pelo caso.No documento, ao qual a Folha teve acesso, o Carrefour se compromete a estabelecer um plano antirracista e reforçar seus canais de denúncias —a efetividade do canal será verificada anualmente por auditores independentes.A empresa se compromete também a implementar uma política prevendo que empregados próprios terão perfil e treinamento com ênfase no acolhimento de clientes e valorização de direitos humanos, além de, com essa mesma política, fomentar e priorizar a representatividade da população brasileira em gênero e raça em suas contratações —o termo cita a contratação de pelo menos 30 mil trabalhadores negros em três anos. A rede também promete tolerância zero a práticas discriminatórias envolvendo trabalhadores seus ou de fornecedores. Além disso, estabelecimentos da rede que ainda tenham serviços terceirizados de segurança exigirão que essas empresas apliquem aos seus funcionários treinamento contra práticas discriminatórias e políticas que combatam a violência e a discriminação racial. A rede ainda declara não haver salas ou ambientes para onde seriam destinadas pessoas consideradas suspeitas e se obriga a não criar tais espaços — denúncias que vieram à tona na época da morte de Beto Freitas apontavam para isso. E promete se abster de proibir filmagens de abordagens por seus funcionários. ​O documento define que R$ 68 milhões serão encaminhados para bolsas de estudo de gradução e pós-graduação para alunos negros, em universidades públicas e privadas, R$ 6 milhões para bolsas para cursos de idiomas, inovação e tecnologia e R$ 8 milhões para projetos de inclusão social e empreendedorismo negro.Um montante de R$ 2 milhões deve ser encaminhado à elaboração de projetos de museu ou centro de interpretação do Cais do Valongo, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, principal porta de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas e reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco em 2017. Outros R$ 7,5 milhões serão destinados a editais a serem definidos pelas instituições de justiça e entidades. O TAC tem assinatura da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, dos ministérios públicos Estadual, Federal e do Trabalho, da Defensoria Pública da União e das entidades Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescentes e Carentes) e Centro Santos Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo.Para o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Enrico Rodrigues de Freitas, o TAC é um meio mais célere para obter a reparação no âmbito coletivo pelo caso."As ações judiciais iriam ser debatidas por anos. Também conseguimos fixar valores que fogem dos patamares que a Justiça dá. O valor fixa um paradigma histórico. Além disso, há construção de políticas bem determinadas", afirmou Freitas.O advogado do Carrefour, Caetano Berenguer, afirmou que a assinatura mostra compromisso da empresa em atuar no combate ao racismo após o caso. “Como a questão ainda não foi devidamente apurada como um ato de racismo, mas só um ato de violência ocorrido dentro da loja, por parte de um terceiro, um funcionário da Vector [empresa de segurança], no TAC não há nenhum reconhecimento de responsabilidade. O Carrefour fez isso como uma medida social e como integrante importante do varejo e da sociedade, um empregador muito relevante, fazendo isso para que o quadro social dos seus funcionários e da sociedade em geral melhorasse no aspecto de racismo e no combate ao racismo”, afirma o advogado do Carrefour, Caetano Berenguer. O presidente do grupo, Noël Prioux, disse que "o termo assinado não reduz a perda irreparável de uma vida, mas é mais uma medida tomada com o objetivo de ajudar a evitar que novas tragédias se repitam".Beto Freitas era um homem negro de 40 anos que, como mostram registros em vídeo da agressão sofrida por ele, foi espancado e mantido no chão por seguranças de uma unidade do Carrefour na capital gaúcha, na véspera do Dia da Consciência Negra do ano passado. O laudo apontou morte por asfixia. O valor firmado no termo é pouco mais que a metade do que foi pedido pela Defensoria Pública do RS, em uma ação civil pública, em novembro do ano passado. A ação inicial demandava R$ 200 milhões por danos morais coletivos, que seriam encaminhados a fundos de combate à discriminação e defesa do consumidor, entre outros."Como toda negociação, é normal que o valor alcançado seja um parâmetro equilibrado entre o que todos os envolvidos estabeleceu como mínimo para a satisfação dos interesses sociais que estavam sendo ali estabelecidos”, afirmou o defensor público Rafael Magagnin, que participou das negociações. A previsão inicial era de que o TAC fosse assinado ainda no meio da semana, em uma reunião que adentrou a madrugada de quinta, mas divergências e discussões suspenderam as negociações, segundo a Folha apurou com fontes. Entre elas, estava o pedido da Educafro para que a rede voltasse ao valor de R$ 120 milhões —cifra anunciada em fato relevante aos acionistas do Carrefour no último dia 9— e que cobrisse os honorários dos advogados das entidades civis.O coordenador da Educafro, Frei David Santos, afirmou que os honorários dos advogados da sociedade civil serão definidos pela Justiça dentro da ação civil pública movida pela entidade contra a empresa —a demanda principal do processo, porém, já está encerrada com a assinatura do TAC."Esperamos que o Carrefour seja eficiente e não alongue a discussão sobre os honorários dos advogados negros e brancos da sociedade civil. Esse TAC foi a maior indenização racial da America Latina. Entendemos que ele seria fundamental para servir como baliza para outros casos semelhantes", disse Frei David.Ele citou como exemplo os processos contra o supermercado Atakarejo, da Bahia, em razão da morte de dois homens negros após serem flagrados furtando carne. A Defensoria também pediu, em novembro, custeio para o aparelhamento da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, com criação prevista ainda antes do crime e instalada em 10 de dezembro de 2020 na capital gaúcha. Segundo a rede, isso foi encaminhado fora do TAC.A ação da Defensoria se estendia ainda ao Grupo Vector Segurança Patrimonial, com quem os seguranças tinham contrato. Segundo a instituição, isso segue em tratativas. A Folha não conseguiu contato com a empresa até esta publicação."O acordo, geralmente, feito nessa fase, inclui uma cláusula onde a empresa não está assumindo a culpa, está fazendo uma transação para a não realização de ação. A regra geral nos acordos extrajudiciais é essa", explica o professor do Departamento de Direito Civil da USP, Eneas Matos, especialista em responsabilidade civil e danos morais. "Entretanto, um acordo desse tipo, mesmo constando uma cláusula dessa, qualquer intérprete do Direito vai considerar isso como uma declaração de responsabilidade civil. Pelo que a imprensa divulgou, pelo vídeo, não há dúvida da responsabilidade do Carrefour e de todos os envolvidos, o que chamamos de dano pelo próprio fato", diz.No final de maio, foram concluídos os últimos acordos extrajudiciais do Carrefour com nove familiares de João Alberto por danos morais e materiais.Segundo o representante do Carrefour, os valores pagos como indenização a eles variam entre 300 e 500 salários mínimos, calculados com base na proximidade que cada um tinha com a vítima e o apoio financeiro que recebiam dele. A viúva de Beto Freitas, Milena Borges Alves, que estava com ele havia mais de nove anos e testemunhou sua morte, foi quem recebeu o valor mais alto, mais de R$ 1 milhão. O valor foi calculado de acordo com o teto do STJ (Superior Tribunal de Justiça), explica o advogado dela. O acordo também prevê auxílio psicológico por um ano, que pode ter continuidade revista.“A minha vida não é a mais a mesma, eu não consigo sair sozinha na rua porque tenho muito medo ainda. Pelo fato de eu estar no local e ter visto tudo. Estou vivendo como dá, no Carrefour não entro mais”, conta ela.A loja onde Beto Freitas foi morto, diz ela, era onde faziam as compras todas as semanas. Depois da morte dele, Milena também não conseguiu seguir com o trabalho como cuidadora de idosos.“Quando vejo um segurança em algum lugar, fico meio assustada”, afirma. “Nada justifica. Nada. Só estou esperando a Justiça agora das pessoas envolvidas. É muito importante.”A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou seis pessoas por homicídio triplamente qualificado na morte de Freitas.O Ministério Público estadual recorre para que todos os denunciados sejam presos. Atualmente, dois estão no sistema prisional, uma pessoa está em prisão domiciliar e três estão em liberdade, de acordo com a Promotoria.
2021-06-12 10:43:00
mercado
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Mara Maravilha quer adotar nome do filho como sobrenome: 'Família Benjamin'
Quase dois anos após receber a reportagem do F5 em sua casa, Mara Maravilha, 51, agora responde através da tela do celular. Com maquiagem e cabelo impecáveis, e mais uma vez interrompendo seu almoço. "Estou louca para comer meu feijãozinho com farofa e pimenta", afirma ela ao iniciar a conversa.Mas tudo está diferente agora. Qualquer um poderia citar a pandemia como responsável pelas mudanças, mas a sacudida na vida de Mara veio na forma de um menininho de três anos, chamado Benjamin. Segundo nome, na verdade, já que ela e o noivo, Gabriel Torres, 32, preferem deixar o primeiro "resguardado".Em 2019, Mara Maravilha, então com 51 anos, já citava a maternidade como algo importante em sua vida. Eram mais de dois anos na fila de adoção na época e muita emoção ao falar sobre o assunto. De lá para cá, ela cogitou outros métodos, se preparou para uma fertilização in vitro com óvulos doados, até que veio Benjamin. Mais “Você vê que sou mulher determinada, empoderada. Quando eu quero, eu penso, falo e acontece. Meu milagre já aconteceu, meu milagre está na escolinha agora”, diz a apresentadora orgulhosa. “Eu acordo feliz e, independentemente do que aconteça no meu dia, quando ele termina, estou completa. O carinho de Benjamin é muito extraordinário."Como qualquer mãe, Mara comemora tudo. Cita as “unhinhas dos pés” cortadas pela manhã e o “cocozinho” limpos mais cedo, e não se esquece de citar a espontaneidade e a inteligência do pequeno. “Você acredita que ele já está falando?! Está toda hora cantando ‘Brilha, Brilha Estrelinha’. Ele tem um jeito muito parecido comigo”, diz.A apresentadora foi informada sobre a chegada de seu filho no Carnaval de 2020. Ainda no Fofocalizando (SBT), ela conta que passou por um período puxado com viagens diárias ao “interior distante” para visitar o bebê e para as entrevistas com psicólogas e assistentes sociais, antes de levá-lo para casa.Mara diz que as coisas foram acontecendo da melhor forma a partir daí. Até o afastamento do programa do SBT ela aponta como positivo para controlar seu lado “hiperativo e workaholic”. “O protagonista da minha vida chegou, e o nome dele é Benjamin”, diz ela, em tom de brincadeira, que continua com contrato com a emissora de Silvio Santos e aguarda "coisas boas em breve".Entre licença-maternidade e pandemia, Mara passou mais de um ano com cuidado integral ao pequeno Benjamin. E agora, quer colocar essa ligação, essa paixão, como ela mesma diz, no papel. A apresentadora e o noivo afirmam que entrarão na Justiça para registrar o nome do filho em seus próprios nomes e documentos. Mais "Queremos colocar Benjamin em nossos nomes. Eu sou Eliemary Silva Silveira e quero virar Eliemary Benjamin Silva Silveira. Benjamin já tinha esse nome e nós acrescentamos mais um --o primeiro nome, que a apresentadora mantém em segredo. Queremos colocar o sobrenome dele para sermos a família Benjamin.”E os planos de Mara e Gabriel não param por aí. O casal, junto há cerca de seis anos, planeja agora casamento. Se há dois anos ela franzia a testa e dizia que oficializar a união não era prioridade, os planos mudaram completamente."Gabriel é o melhor pai, é realmente o pai perfeito para o meu filho. Acertei duas vezes na loteria. Só agradeço, muita gratidão. Estou com saúde, com Deus, bem resolvida com meus sonhos aqui, um de 30 e outro de 3 anos", afirma a apresentadora (aos risos). “Esse é o símbolo do empoderamento feminino.”E Mara promete mais. Segundo ela, o filho pode "dar as caras", como ela mesma diz, na cerimônia de casamento dos pais. Até agora, a apresentadora mantém o rosto de Benjamin resguardado, assim como o primeiro nome. Perguntada sobre o porquê, ela diz que é um pedido do noivo. "Ele é mais discreto, ciumento. Eu já estaria mostrando em todo lugar", brinca.E a família Benjamin pode ganhar novos membros em breve. Mara afirma que quer ter mais filhos e vai recorrer novamente à adoção. “A adoção tem me feito completa como mãe”, diz ela, ao revelar ter apenas uma exigência para a nova criança: que seja mais nova que Benjamin. “Ele é nosso primogênito”, ressalta.Mara conta que, na primeira vez, ela e o noivo pediram por um menino de até três anos, que tivesse as mesmas características físicas deles. Agora, no entanto, só querem que seja mais novo que Benjamin. “Pode ser negro, loiro, ser menino ou menina, pode ser gêmeos ou gêmeas.”“Vamos deixar até mais fácil para que venha logo a segunda criança, já que estamos muito mais flexíveis. Como Benjamin tem por volta de três anos, tem que ser até essa idade. Até pode ter um pouquinho mais, já que [o processo de adoção] demora. Mas é dessa forma que a gente está estruturando nossa família”, afirma Mara.Apesar de a maternidade ter chegado após os 50 anos, Mara Maravilha afirma que sempre soube que seria mãe. “Desde menininha, brincando de boneca. Mas coloquei minha carreira como prioridade, e acho que perdi um pouco o timing. O que acredito que deva acontecer com muitas mulheres na atualidade."A apresentadora diz que, se pudesse voltar no tempo, teria feito diferente e aconselha as mulheres que não adiem demais o sonho de serem mães. Ainda assim, Mara se diz grata pela forma como aconteceu a maternidade em sua vida, quando ela já estava preparada, tanto mentalmente, quanto no coração, na estrutura financeira e na profissional.“Estávamos na fila de adoção havia quase quatro anos e já cogitávamos a inseminação com doação de óvulos. A adoção estava muito morosa, a gente já estava no finalzinho do segundo tempo. Gabriel já tinha colhido o esperma, eu já tinha conseguido a doadora, estava me preparando para ficar grávida.”“Foi quando recebi a ligação da assistente social, aí Deus falou: ‘Não, vai ser desse jeito’”, revela Mara. “Ele [Benjamin] não nasceu de mim, mas nasceu para mim. Nasceu no meu coração, e todo filho tem que nascer do coração. A adoção é um ato divino, de maternidade."Mara afirma que durante o período em que aguardou Benjamin, recebeu propostas e ofertas para adoções ilegais e admite que ficou “muito tentada”. “Mas eu não estaria fazendo da forma legal, criança não é um produto, que a gente pega como um fast food, é uma responsabilidade para a vida. Porque um dia ele vai saber de toda a história.”A apresentadora diz que nunca pensou em esconder a adoção do filho, tanto por gostar da transparência quanto por sua vida pública. “E a verdade é que ele nunca foi uma criança rejeitada. Ele foi uma criança que veio com um propósito, veio ao mundo já para ser nosso. Ele teve uma genitora, e essa pessoa, a meu ver, é muito especial, mas eu sou a mãe dele. Quando ele crescer, aí o tempo dirá."Contratada pelo SBT, Mara Maravilha continua a fazer suas aparições no Jogo dos Pontinhos e afirma que deve vir coisa boa por aí, apesar de não dar detalhes. Mas isso não quer dizer que não haja novos projetos. A apresentadora revela ter planos que vão da música ao seu canal no YouTube, todos com um quê na maternidade.Em relação à música, ela fará uma live neste sábado (12), Dia dos Namorados, com canções suas e de outros artistas, como Peninha, Markinhos Moura e Zezé Di Camargo e Luciano. Além disso, Mara prepara a gravação de duas novas músicas ao lado do noivo, Gabriel Torres. Perguntada sobre o estilo, ela diz que serão em homenagem a Benjamin.“Ele é nosso protagonista, acabou, não pensamos em outra coisa”, diz Mara, aos risos. Ela também prepara para o segundo semestre, em seu canal no YouTube, programas focados em criança e educação, com entrevistas com pedagogos e psicólogos, “porque é o que tem me interessado mais”, diz.“Também tenho trabalhado muito minhas redes sociais, sou uma influencer digital [risos]. Meus seguidores são extremamente orgânicos, não são comprados da Arábia Saudita, por isso que tenho mais de 15 parceiros. É home office, sendo artista em casa. Só agradeço, estou com saúde, estou com Deus e bem resolvida.”Outro motivo de celebração para a apresentadora é a recuperação de toda a família após contrair Covid-19. Ela afirma que todos em sua casa tiveram a doença, inclusive o pequeno Benjamin. “Trabalhei muito minha mente, anestesiada, com o medo. Triste com tudo que vemos no noticiário, gente partindo, até pessoas próximas."Mara afirma que, de tudo, sai uma lição. E deve ser assim também com a pandemia. Ela mesma é só agradecimentos e celebração após a doença. “Fiz um check-up e, como estava tudo bem, fiz até uma lipo [lipoaspiração] para ficar bem e poder comer, eu gosto de comer. Vou agora para o meu feijão com farinha e pimenta”, finaliza a apresentadora, ao brincar com a nossa conversa.
2021-06-12 09:00:00
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/06/mara-maravilha-quer-adotar-nome-do-filho-como-sobrenome-familia-benjamin.shtml
Morre aos 80 anos Marco Maciel, vice-presidente da República nos dois mandatos de FHC
Morreu na madrugada neste sábado (12), aos 80 anos, em Brasília, Marco Maciel, vice-presidente da República durante os oito anos de mandato de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002, e ex-senador.A informação foi confirmada à Folha por familiares. Ele estava internado em um hospital da capital federal."Se me pedirem uma palavra para caracterizá-lo diria: lealdade. Viajei muito, sem preocupações: Marco exercia com competência e discrição as funções que lhe correspondiam. Deixa saudades", escreveu FHC em uma rede social.Políticos, como ACM Neto, o vice-presidente, Hamilton Mourão, o governador João Doria (PSDB), e os ex-ministros Ciro Gomes (PDT-CE) e Mendonça Filho (DEM-PE), lamentaram a morte do político. O presidente Jair Bolsonaro decretou luto oficial de três dias em todo o país.Desde 2014, Maciel sofria de Alzheimer. Segundo familiares, ele recuperou-se da Covid-19 após período de internação em março, mas retornou ao hospital em decorrência de uma infecção. Morreu de falência de múltiplos órgãos. Maciel deixa mulher e três filhos. O enterro está previsto para a tarde deste sábado, em Brasília. Maciel fez parte da geração de políticos conservadores que se projetaram nacionalmente sob a ditadura militar.Governista desde o golpe de 1964, o político filiado ao DEM só passaria à oposição em 2003, com a posse do presidente Lula. Nascido em 1940, no Recife, Maciel defendeu desde a juventude um ideário liberal que o colocava na contramão da política estudantil.Em 1963, aluno de direito, presidiu a União dos Estudantes de Pernambuco, que lhe deu uma tribuna de onde criticava o governo do presidente João Goulart e do governador de seu estado natal, Miguel Arraes, ambos apoiados por forças de esquerda.Nesse ano, perdeu a disputa pela presidência da UNE (União Nacional dos Estudantes) para José Serra, dirigente da UEE (União Estadual dos Estudantes de São Paulo).Depois do golpe, Serra deixaria o Brasil exilado e Maciel daria início a uma bem-sucedida carreira política.Antes de testar sua popularidade nas urnas, Maciel foi secretário-assistente do governador Paulo Guerra, nomeado pelo novo regime para substituir Arraes.Com a experiência acumulada no executivo, elegeu-se deputado estadual em 1966, pela Arena (Aliança Renovadora Nacional), o partido que dava sustentação à ditadura.Na legislatura seguinte, Maciel já estava em Brasília, para exercer o mandato de deputado federal.Reeleito em 1974, se tornaria, três anos depois, presidente da Câmara dos Deputados, posição em que viveria um episódio desabonador para sua biografia.Em abril de 1977, pouco mais de um mês após a posse de Maciel no cargo, o presidente Ernesto Geisel fechou provisoriamente o Congresso com o objetivo de implementar reformas que vinham sendo barradas pela oposição consentida, o MDB (Movimento Democrático Brasileiro). O objetivo das medidas, que ficaram conhecidas como o “pacote de abril”, foi garantir a hegemonia da Arena e, assim, na perspectiva do governo, dar prosseguimento ao projeto de distensão política.O Congresso ficou fechado por duas semanas e, nesse período, o Executivo legislou com a colaboração do presidente da Câmara. Em declaração posterior, Maciel diria em sua defesa que “poderia ter sido pior” se ele e o então presidente do Senado, Petrônio Portela, também da Arena, não tivessem negociado com os militares.Em depoimento aos historiadores Maria Celina D’Araujo e Celso Castro para o livro “Ernesto Geisel”, o general cita Maciel como um dos que cooperaram com o governo. “Nós nos reunimos nos dias da Semana Semana Santa no Riacho Fundo, tivemos muitos debates e por fim fomos redigindo a lei.”Em “A Ditadura Encurralada”, Elio Gaspari diz que, enquanto o Congresso estava com as atividades suspensas, Maciel “despachava no Gabinete Civil e cruzava suas salas carregando pastas de papelão de cujo interior transbordavam tiras de documentos com pedaços da legislação estripada na produção da nova ordem política e eleitoral”.A recompensa pela fidelidade ao governo veio no ano seguinte, quando Geisel o nomeou governador de Pernambuco, posto que assumiu em 1978. Com o fim do bipartidarismo, em 1979, foi um dos articuladores do PDS (Partido Democrático Social), herdeiro da base arenista.Nessa legenda elegeu-se senador no pleito de 1982 e, já a partir do ano seguinte, passou a articular sua pré-candidatura à sucessão do presidente João Baptista Figueiredo. Como o PDS tinha maioria absoluta no Colégio Eleitoral, acreditava-se que quem vencesse a disputa interna no partido seria presidente.Depois da derrota da emenda constitucional que reintroduzia a eleição direta, no entanto, Paulo Maluf emergiu como candidato, rachando o partido, e Maciel aderiu ao grupo dissidente Frente Liberal, que ajudou a eleger Tancredo Neves, do PMDB, no Colégio Eleitoral.No governo José Sarney, o vice que assumiu com a morte de Tancredo antes da posse, Maciel foi ministro da Educação e, em 1986, chefe do Gabinete Civil, de onde fez a ponte entre o governo e o Congresso.Em 1987 voltou ao Senado e se dedicou a defender uma pauta conservadora na Assembleia Nacional Constituinte. Sem chance de se firmar como pré-candidato à Presidência em 1989, Maciel apoiou o correligionário Aureliano Chaves no primeiro turno e fez campanha para Fernando Collor no segundo.No início de 1991, assumiu a liderança do governo Collor no Senado, posição onde ficaria até setembro do ano seguinte, quando já estava evidente que o presidente seria afastado devido ao processo de impeachment. Após um hiato de poucos dias na oposição, Maciel voltaria às hostes do governo, agora apoiando Itamar Franco, o vice que foi catapultado à chefia do Executivo depois do afastamento de Collor.Em 1994, ao defender que seu partido não lançasse candidato na eleição presidencial, desempenhou papel importante na costura do acordo entre o PFL e o PSDB, que resultou na eleição do tucano FHC.O acordo pressupunha que o PFL indicaria o nome do vice na chapa. Maciel, que seria uma opção natural, foi vetado pelo PSDB pelo temor de que seu forte vínculo com a ditadura fosse explorado na campanha. Maciel só foi admitido na chapa depois que o escolhido, o senador alagoano Guilherme Palmeira, foi envolvido em denúncias de favorecimento a uma empreiteira.O passado governista de Maciel foi efetivamente usado pelo candidato Lula contra a chapa encabeçada por FHC, que acusou o golpe, escondendo Maciel nos programas do horário eleitoral gratuito na televisão.No governo, a partir de 1995, Marco Maciel conferiu importância à vice-presidência, posto que usava, com eficiência, para fazer articulações políticas. Em 2002 voltou ao Senado, mas em 2010, já filiado ao DEM, não conseguiu se reeleger naquela que seria a sua primeira derrota eleitoral desde que perdeu a UNE para Serra.Deixou a vida pública com um patrimônio declarado tão magro quanto sua figura longilínea (pouco mais de 60 quilos distribuídos em 1,87 m). Autor de obras sobre a política brasileira contemporânea, Maciel foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2003 para integrar o chamado “grupamento dos expoentes”, formado por personalidades que não se destacam necessariamente por seus escritos."O Democratas se despede, já com o coração saudoso, de um dos seus fundadores. Marco Maciel foi um dos mais importantes quadros do nosso partido. Com sua exemplar atuação na vida pública, escreveu uma história irretocável de dedicação ao nosso país", disse ACM, presidente do DEM e ex-prefeito de Salvador."Homem decente e de espírito público, dignificou as melhores tradições pernambucanas na política brasileira", afirmou Ciro.O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) classificou Marco Maciel como um "político com extrema capacidade de negociação e dotado de espírito público" e afirmou que ele "contribuiu para o engrandecimento do Brasil, sempre pautado pela ética e probidade".O ex-presidente Michel Temer (MDB) lamentou a perda de quem chamou de "pacificador e cultor das instituições e do federalismo"."Marco Maciel dignificou a classe política com seu espírito público, seu preparo intelectual e a boa prática administrativa", afirmou.Em nota, o ex-presidente Lula (PT) prestou sentimentos a amigos e familiares de Maciel. "Desde Pernambuco para Brasília teve das mais longas carreiras políticas do país no século 20 e início do século 21. Atuou na transição democrática e era um homem civilizado”, disse.O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também lamentou. Segundo ele, Maciel foi um "homem de espírito público, aberto ao diálogo, um democrata".O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que a partida de Maciel "inflige enorme perda para a política brasileira e a arte da conciliação"."Marco Maciel deixou marcas na história do Brasil nas últimas décadas como jurista, parlamentar, governador e vice-presidente da República. O país perde um grande brasileiro, com elevado espírito republicano", disse o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux."Triste com a morte do ex-vice-presidente da República, Marco Maciel. Aos familiares e amigos minha solidariedade neste momento de dor", disse o governador de São Paulo, João Doria."Falar de Marco Maciel é falar de uma história de honradez, de trabalho em defesa do país e dos valores democráticos. Conciliador, foi um homem público que simboliza a seriedade, a honestidade, o trabalho, a integridade e a simplicidade", disse Mendonça Filho.​
2021-06-12 08:13:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/06/morre-aos-80-anos-marco-maciel-vice-presidente-da-republica-nos-dois-mandatos-de-fhc.shtml
Hong Kong liberta ativista pró-democracia após 7 meses
A ativista pró-democracia de Hong Kong Agnes Chow foi libertada neste sábado (12), após quase sete meses presa por ter participado de protestos contra o governo em 2019.Chow, 24, foi condenada com outros dois conhecidos ativistas, Joshua Wong e Ivan Lam, que ainda estão na prisão. Ela comemorou no Instagram "o fim da agonia" e disse que deseja se recuperar dos meses detida, que "a deixaram muito fraca".A razão da libertação antecipada de Chow, que havia sido sentenciada a dez meses, não foi divulgada. O Departamento de Serviços Correcionais de Hong Kong não respondeu a um pedido de comentário da agência de notícias Reuters.A jovem faz parte da geração de ativistas que começou a militar na política ainda na adolescência, com os movimentos da chamada Revolução dos Guardas-chuvas, em 2014. Sua libertação ocorre exatamente dois anos após os mais recentes grandes protestos em favor da democracia, um aniversário que coloca a ex-colônia britânica sob pressão.Cerca de 2.000 policiais foram deixados em alerta neste sábado, enquanto chamados para manifestações eram lançados nas redes sociais.As autoridades mantiveram a proibição de protestos, com o argumento de combater a pandemia do coronavírus, embora apenas três novos casos tenham sido identificados no mês passado. Muitos ativistas foram presos nos últimos meses, e a oposição agora é criminalizada sob novas leis repressivas impostas pelo governo de Pequim.Em 12 de junho de 2019, milhares de pessoas cercaram a sede do Parlamento de Hong Kong, na tentativa de impedir a aprovação de uma lei que favorece extradições, inclusive de opositores, para a China continental. A brutal dispersão policial dos protestos não impediu por mais de sete meses uma forte mobilização.As autoridades chinesas se recusaram a ceder e impuseram a Hong Kong uma lei de segurança nacional, que permitiu a prisão de mais de cem pessoas, incluindo Agnes Chow. Dezenas de militantes foram levados à Justiça, incluindo o magnata da imprensa Jimmy Lai. A maioria não tem direito a fiança e pode pegar prisão perpétua.Joshua Wong, o mais famoso desses jovens, teve recentemente sua sentença aumentada por uma nova condenação, por ter convocado em 2020 uma manifestação em 4 de junho para marcar o aniversário da repressão sangrenta na Praça da Paz Celestial em 1989.Até agora, Agnes Chow cumpriu pena apenas pelos fatos do dia 12 de junho de 2019 e corre o risco de ser acusada novamente pelos eventos subsequentes.As manifestações agora estão quase todas proibidas, mas aniversários, como o deste sábado, continuam sendo momentos de tensão. Na sexta-feira, dois ativistas de um grupo pró-democracia foram presos após serem acusados de convocar uma manifestação. Receba toda sexta-feira um resumo das principais notícias da China no seu email Na semana passada, as autoridades proibiram eventos que marcariam o aniversário do massacre da Praça da Paz Celestial, e a polícia bloqueou o acesso ao Victoria Park, onde uma vigília é realizada anualmente há 32 anos.Muitos em Hong Kong não desistiram de protestar e acenderam velas ou ligaram as luzes de seus celulares nas ruas adjacentes e por toda a cidade.
2021-06-12 11:33:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/06/hong-kong-liberta-ativista-pro-democracia-apos-7-meses.shtml
Polícia do RJ mata maior miliciano do estado em operação para prendê-lo
O miliciano mais procurado do Rio de Janeiro, Wellington da Silva Braga, o Ecko, foi morto neste sábado (12) numa operação policial que tinha como objetivo capturá-lo após mais de quatro anos de fuga.De acordo com a Polícia Civil, Ecko foi preso em Paciência, zona oeste do Rio de Janeiro, sua principal área de atuação. Segundo a corporação, o miliciano foi baleado, socorrido de helicóptero, mas morreu no hospital.A operação para prendê-lo ganhou o nome de Dia dos Namorados. A investigação aproveitou a data comemorativa para monitorar parentes de Ecko que ele visitaria neste sábado. As últimas interceptações telefônicas duraram cinco meses, segundo o Tribunal de Justiça.Ecko é mais um miliciano morto em operações policiais. No ano passado, o ex-capitão da Polícia Militar Adriano da Nóbrega, ligado ao senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), também foi morto na tentativa de prendê-lo no interior da Bahia.Ele estava na lista dos bandidos mais procurados do Brasil, elaborada pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública ainda na gestão do ex-juiz Sérgio Moro. O Disque-Denúncia oferecia R$ 10 mil por informações que levassem à sua prisão —a maior recompensa disponibilizada pela entidade.Havia contra ele dez mandados de prisão por homicídio, extorsão, associação criminosa, entre outros crimes. O primeiro foi expedido em dezembro de 2016.O governador Cláudio Castro (PL) afirmou que este sábado “é um dia histórico”.“Havia alguém que sintetizava como eles se achavam impunes. Essa figura se materializava no miliciano Ecko”, disse o governador.“Não estou celebrando uma morte. Não celebramos a morte de ninguém. Celebramos o objetivo de tirar de circulação uma pessoa que fazia tão mal à sociedade. Resgatados ele com vida, porque nosso objetivo era levá-lo preso”, declarou Castro.De acordo com a polícia, Ecko apontou um fuzil em sua tentativa de fuga na casa e foi baleado pela primeira vez.O segundo disparo contra o criminoso foi feito dentro da van da polícia, usada para levá-lo até o helicóptero que o transportou para um hospital. Segundo os delegados envolvidos na operação, ele tentou, dentro do veículo, retirar um fuzil de uma policial, tendo sido baleado pela segunda vez.De acordo com a Polícia Civil, Ecko não estava algemado na viatura "para não agravar o ferimento [provocado pelo primeiro tiro], o que acabou possibilitando a ação do bandido".A primeira grande operação para tentar prender Ecko ocorreu durante a intervenção federal na segurança pública no estado, organizada pelo Exército. A polícia prendeu 149 pessoas numa festa em um sítio em Santa Cruz (zona oeste).Ecko fugiu e a Justiça mandou soltar 137 pessoas duas semanas depois. O Ministério Público entendeu que não havia provas contra a maior parte dos detidos.Em outubro do ano passado, a polícia matou 12 pessoas apontadas como membros da quadrilha de Ecko. Entre eles, estava o ex-policial militar Carlos Eduardo Benevides Gomes, conhecido como Bené. Ele era apontado como líder da "franquia" miliciana de Ecko em Itaguaí.Ecko era símbolo de um novo perfil de milicianos do estado. Abandonou o discurso de combate às drogas adotado por essas quadrilhas no início dos anos 2000 e investiu na exploração do tráfico e outras atividades criminosas.Era um "pé inchado", como os milicianos egressos das corporações policiais (maioria na origem desses grupos) chamavam os civis que atuavam no domínio de territórios. Mais Investigações da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) apontavam que o grupo de Ecko mantinha uma aliança com traficantes da facção TCP (Terceiro Comando Puro). Os milicianos deixam os traficantes atuarem na favela, com a venda livre de drogas, mas exigem parte do lucroEcko, também conhecido como Didil, assumiu a chefia da Liga da Justiça —como se autointitula a principal milícia da zona oeste— em abril de 2017, após a morte de seu irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, também um "pé inchado".A Liga da Justiça surgiu na zona oeste, nos anos 2000, e tem como símbolo o morcego do personagem de quadrinhos Batman, uma alusão ao apelido de um dos chefes da quadrilha, o ex-policial Ricardo Teixeira Cruz, hoje preso.Os seus primeiros chefes eram os irmãos Natalino, ex-deputado, e Jerônimo Guimarães, ex-vereador. Os dois também foram policiais.A Liga é considerada a milícia mais poderosa e a que mais conseguiu ampliar o seu território, a partir da absorção de outros grupos menores. Ecko intensificou essa expansão, a partir de "franquias" do grupo criminoso na Baixada Fluminese.Assim como outras milícias, obriga moradores de lugares pobres a contratarem serviços urbanos. Em 2015, a Polícia Civil estimava o lucro do grupo em R$ 1 milhão por mês com a exploração de serviços como segurança e ligações clandestinas de internet e TV a cabo em 12 bairros.A quadrilha também invadiu conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, controlando quem ocupa os apartamentos. Os métodos nos últimos anos se diversificaram —elas cobram por qualquer atividade que movimente dinheiro.
2021-06-12 11:02:00
cotidiano
Cotidiano
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Caneladas do Vitão: Alegria nas pernas
A palavra legado está desgastada, maltratada e degenerada pelo mau uso. A razão mostra que o verdadeiro legado não carece explicação, documentação, comprovação. À vera, é 100% emoção. Sentimento, coração.Legado é carimbado pelo tato. Atestado pela audição do gargalhar, da visão do sorriso, do olfato apurado para farejar em cada desgraça a oportunidade única de fazer graça.Legado não tem nada a ver com cartório. Nem com autenticação em duas vias. Legado são quatro filhos. Sete netos. Congestionamento não contabilizado (quase) imensurável de viúvas. Legado é viver intensamente sem jamais se importar com o que os outros vão pensar e, ainda assim, jamais deixar de pensar nos outros que importam.Legado são gestos imortalizados na memória. Indescritíveis. Sensíveis. Legado é a briga entre a tristeza e a alegria ao sofrer ao reviver os prazeres vivenciados na imortal saudade.Legado é explicado no sentido. Sempre em frente, com sorriso fixado no rosto, debochando dos desgostos, dos problemas, gargalhando sem medo do degredo.Fumar o último cigarro entre a ligação para o Samu e a chegada da ambulância é sorrir para a morte. Desencanado com a matéria, Alderico desencarnou. Corinthians Paulista natural do Maranhão, coração cristão sem professar religiosamente nenhuma fé, leitor letrado sem formação formal, amoroso inimigo do falso moralismo, figura alta, magricela, brasileiríssima e comum gritava a sua presença única inclusive nas ausências.Inimigo número um da pontualidade, de datas e de qualquer burocracia, era amigo, pai, avô, marido, ex-marido e sogro para qualquer hora. Misto do cara de pau com transparência surreal, amava as coisas boas e simples da vida como bebericar a caipirinha da filha, dançando e cantando Martinho da Vila com outra.Gratidão eterna ao homem que passou o DNA da alegria, da honestidade, da gargalhada e do corinthianismo à minha mulher. Legado é sujeito. Alderico viverá para sempre nas pernas alegres, compridas e magrelas, nos trejeitos malucos e no insuportável bom humor do meu filho e seu neto Basílio.A vida, eterna, continua, Alderico. E chupa que Alderico Jefferson é pior que Vitor Mauricio! Frase atribuída a Alan Kardec, esculpida em sua lápide: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei". 44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-06-12 07:00:00
esporte
Esporte
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Para Anthony Fauci, mundo conduziu mal pandemia, mas EUA se saíram pior
Em um momento em que o mundo se aproxima da marca de 150 milhões de casos confirmados de Covid-19 e mais de 3,1 milhões de mortes em menos de um ano e meio de pandemia, pode-se dizer que a resposta global ao novo coronavírus teve falhas.Mesmo com o advento das vacinas contra a doença que já matou 400 mil brasileiros, a vacinação tem se mantido em um ritmo acelerado somente em um punhado de países, que conseguiram reduzir drasticamente o número de internações e mortes. A a pandemia segue em crescimento em todo o mundo, puxada, principalmente, por países como a Índia –que bateu os recordes mundiais de casos registrados— e Brasil.Para Anthony Fauci, o diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas (Niaid) dos Estados Unidos e principal autoridade de saúde hoje no país, o mundo se saiu mal como um todo, mas os EUA se saíram muito pior.O problema, segundo ele, foi a falta de uma ação coordenada, dada a própria característica federativa do país. “O inimigo em comum era o vírus, mas estávamos lutando entre nós mesmos, porque tinha um governador que dizia ‘acredito em tudo o que vocês disserem, vamos seguir as orientações [do CDC]’ e outro que passava uma mensagem à população de que não podiam ceder à imposição de medidas sanitárias”, disse Fauci.As mensagens confusas e os erros iniciais, principalmente de não centralização da testagem em massa no país, dificultaram ainda mais a condução adequada da pandemia. “Lutamos contra uma pandemia no momento mais dividido da história dos Estados Unidos. Eu nunca vivenciei isso nos meus 37 anos à frente da saúde pública.”O principal conselheiro em saúde da Casa Branca falou no evento virtual Cúpula do Prêmio Nobel, que ocorreu de segunda (26) a quarta (28), organizado pela Fundação do Prêmio Nobel, pela Academia Nacional de Ciências norte-americana, pelo Instituto Potsdam para a Pesquisa do Impacto Climático e pelo Centro de Resiliência de Estocolmo/Instituto Beijer.Além de Fauci, uma centena de autoridades em ciência e saúde globais, líderes mundiais, laureados do prêmio Nobel e artistas participaram do encontro, dividido em painéis de entrevistas nos dois primeiros dias e sessões de discussão científica, com propostas de soluções coletivas para a mudança climática e a perda da biodiversidade, a redução da desigualdade e a tecnologia usada para sustentabilidade nas sociedades no terceiro dia.A pandemia da Covid se espalhou pelo mundo e por todo o território dos países, uma vez que os vírus não veem fronteiras, mas algumas regiões enfrentaram dificuldades especiais na contenção do Sars-CoV-2, como é o caso dos EUA e do Brasil, onde o vírus entrou, primeiro, pelas capitais e rapidamente se espalhou no interior do país.“Para o vírus, não há diferença entre Mississippi e Indiana, entre Maine e Vermont. Nós agimos como se pudéssemos combater o coronavírus independentemente, mas isso não faz sentido porque ele se espalha por todos os lados”, afirmou Fauci.Nesse sentido, enfrentar um presidente que negou a importância da pandemia, fez pouco das medidas preventivas e atacou diversas vezes a China por ter sido o epicentro do Sars-CoV-2, como o ex-presidente Donald Trump, foi um agravante.Fauci afirma que é preciso sempre manter a integridade, mesmo que isso signifique falar “verdades inconvenientes”. “Como autoridades em saúde, é preciso se ater à ciência e falar o que é preciso ser dito. Não podemos aconselhar apenas aquilo que os governantes querem ouvir”, disse.De forma parecida no Brasil, os embates entre os ex-ministros da saúde Henrique Mandetta e Nelson Teich e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto à estratégia correta de condução da Covid-19 no Brasil foram as causas para a saída do primeiro e demissão do segundo.Desde o início da pandemia, Bolsonaro se posicionou contra as medidas sanitárias, como uso de máscaras e isolamento social, mentiu sobre a eficácia dessas medidas e das vacinas, se colocou a favor do relaxamento de medidas restritivas de circulação das pessoas e ainda endossou o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes no combate ao vírus, como a hidroxicloroquina.Em relação às vacinas, Bolsonaro mentiu ao dizer que a vacina pode transformar as pessoas em jacaré, causar morte, sequelas ou ainda que as farmacêuticas não se responsabilizam pelos efeitos e, por isso, as pessoas seriam cobaias dos estudos.Fauci lembra, no entanto, que as vacinas contra a Covid-19 não surgiram do nada em 2020: elas foram resultado de décadas de pesquisa científica, e sua produção em tempo recorde só foi possível por um alto investimento em pesquisa e no seu desenvolvimento.“A história por trás das vacinas contra a Covid-19 é de décadas de pesquisa biomédica, de dezenas de milhares de pessoas trabalhando dia e noite na estrutura imunogênica da proteína S do Sars-CoV-2 e como usá-la, como estabilizar essa proteína e como fazer com que ela leve a uma resposta imune. Isso não aconteceu em janeiro, isso vem acontecendo nos últimos 10, 15 anos.”Uma das duas vencedoras do prêmio Nobel em Química de 2020, Jennifer Doudna (a outra laureada foi a francesa Emmanuelle Charpentier), também falou no evento sobre a técnica de edição genética Crispr e sua aplicação na pandemia.A descoberta da técnica descrita pela primeira vez há oito anos ocorreu graças ao estudo do sistema imune de bactérias, o que Doudna considera um paralelo perfeito ao momento que estamos vivendo. “É interessante pensar que o Crispr é um sistema imune bacteriano cuja função é detectar vírus no organismo e guardar informações sobre eles. É quase como uma célula de memória. Então podemos usar a técnica para identificar o Sars-CoV-2 no organismo de maneira muito mais rápida e sem a necessidade de amplificação do material genético pelo método de RT-PCR”, disse.Além disso, a pesquisadora explica que a técnica tem sido estudada também para uso em pesquisas do meio ambiente, como melhorar o sequestro de carbono por plantas de produção agrícola, diminuindo assim a quantidade de gás CO2 na atmosfera. “Estamos dando um passo além agora para usar o Crispr no combate à mudança climática”, afirmou.
2021-04-29 18:38:00
ciencia
Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2021/04/para-anthony-fauci-mundo-conduziu-mal-pandemia-mas-eua-se-saiu-pior.shtml
Anvisa rebate fundo russo e diz que dados que apontam possíveis riscos da Sputnik vieram da fabricante
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) negou nesta quinta-feira (29) que tenha tido "qualquer interesse" ao vetar a importação da vacina Sputnik V contra a Covid-19 e disse que os dados que levaram a agência a avaliar possíveis riscos à segurança com o uso do imunizante vieram do próprio desenvolvedor do produto.A declaração ocorreu após representantes do Fundo de Investimento Direto da Rússia, responsáveis por financiar o desenvolvimento da vacina, acusarem a Anvisa de ser antiprofissional, de ter sido alvo de pressão política internacional e de divulgar, segundo eles, informações falsas sobre o imunizante.Na segunda-feira (27), a Anvisa negou um pedido feito por dez estados para importação e distribuição excepcional da vacina. Na ocasião, diretores e equipe técnica apontaram falta de dados mínimos para aprovação e falhas em estudos e no desenvolvimento da Sputnik, os quais trazem dúvidas sobre a segurança, qualidade e eficácia da vacina.Um dos pontos críticos apontados foi a presença, em lotes da vacina especificados em documentos, de adenovírus que pode se replicar nas células humanas, o que indica riscos à segurança.O adenovírus é usado na tecnologia de desenvolvimento da vacina como vetor para carregar informação genética do coronavírus e induzir a resposta imune. O vírus, no entanto, não pode ser capaz de se replicar.Mais cedo, representantes da Sputnik V disseram que vão acionar a agência na Justiça por difamação. O grupo nega a presença de adenovírus replicante no produto. Mais "As informações sobre a presença de adenovírus replicantes constam de documentos entregues à Anvisa pelo desenvolvedor da vacina Sputnik V", rebateu, por meio de comunicado, o diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres."Iremos apresentar prova de que Anvisa atuou com os documentos enviados pelo próprio desenvolvedor. Não há nesta instituição nenhuma pessoa que tenha qualquer interesse ou júbilo em negar a importação de qualquer vacina."Em seguida, a agência apresentou trechos dos documentos e um vídeo de uma reunião, ocorrida em 23 de março, na qual representantes da vacina são questionados por técnicos da agência sobre o caso.Em resposta, por meio de tradutor, o grupo diz, sem detalhamento, que "usou uma linha de células caracterizada, o que pode ter seus defeitos". Diz ainda que poderia ir atrás de outras substâncias, mas que esse processo levaria tempo.Segundo o gerente-geral de medicamentos da agência, Gustavo Mendes, os documentos mostram que o material estaria em quantidade 300 vezes acima do maior limite encontrado pela agência em regras internacionais para outros produtos."A empresa atesta em seu dossiê que o processo de fabricação pode produzir partículas replicantes", disse o gerente, segundo quem a empresa apresentou justificativas que apontam a não replicação para apenas um dos dois componentes da vacina. "E o esperado pelos reguladores é a ausência de vírus replicante."Ainda segundo Mendes, a agência enviou um documento aos responsáveis pela vacina com pedidos de explicações sobre o caso, mas não teve resposta a esses pontos.No comunicado, Barra disse ainda que a decisão representou um "retrato do momento", mas que a agência está "receptiva" a novas informações que possam ser apresentadas sobre o caso. ​Para ele, a Sputnik fez acusações "graves" que "impactam na confiança e credibilidade" da agência, daí a decisão por rebater as declarações. Disse ainda ter enviado os resultados da avaliação da Anvisa à Organização Mundial de Saúde e outras agências estrangeiras.Minutos após a declaração da Anvisa, os representantes da Sputnik V disseram, por meio das redes sociais, ter enviado uma carta à agência em 26 de março em que o Instituto Gamaleya, que desenvolve a vacina, "confirma que os controles de qualidade garantem que nenhum RCA esteja presente no Sputnik V."Já o diretor-presidente da agência, no mesmo momento, disse em coletiva de imprensa que a quantidade de vírus replicante identificada na vacina Sputnik V estava fora de qualquer padrão. Disse ainda que os mesmos critérios foram avaliados para outras vacinas contra Covid que foram aprovadas pela agência."Com o que foi apresentado, é impossível autorizar o uso [da Sputnik] no Brasil", disse ele, segundo quem as declarações da fabricante sobre a agência levaram à reação de divulgar os vídeos e documentos."O Estado [brasileiro] foi hoje achincalhado no exterior, porque a agência é de Estado. E foi acusado de veicular mentiras, de gerar fake news, de agir sob pressões e potências estrangeiras. Foi ressuscitada uma coisa que parece a Guerra Fria, coisa que acabou há muito tempo. As nossas respostas foram na altura do adequado", disse.
2021-04-29 17:59:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/04/anvisa-rebate-fundo-russo-e-diz-que-dados-que-apontam-possiveis-riscos-da-sputnik-vieram-da-fabricante.shtml
Por que 'Nomadland' levou os principais prêmios do Oscar 2021? Ouça
No domingo, dia 25, "Nomadland" abocanhou os principais prêmios do Oscar. Dirigido por Chloe Zhao, o longa acompanha Fern, interpretada por Frances McDormand, uma mulher que vive em uma van viajando pelos Estados Unidos. A protagonista é uma das poucas atrizes do longa, que reúne um elenco formado por não atores.O Expresso Ilustrada dessa semana analisa o que levou o filme se destacar na temporada de premiações de cinema. Além disso, o episódio comenta como o filme traduz as consequências da crise financeira de 2008 por meio da história das pessoas que foram afetadas por ela. Para isso, o podcast conta com a participação da jornalista da Folha Teté Ribeiro, que comenta sobre suas impressões em relação ao filme; Alexa Salomão, editora de Mercado do jornal, que analisa como o longa dialoga com a crise econômica de 2008 e Guilherme Genestreti, editor-adjunto da Ilustrada, que reflete sobre a cerimônia do Oscar e os vencedores.Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição desta semana é de Natalia Silva, e o roteiro é de Lucas Brêda e Isabella Menon, que também apresentam o programa.O feed RSS é https://folhaexpressoilustrada.libsyn.com/rs.SpotifyiTunesDeezerGoogle PodcastsCastbox
2021-04-29 16:34:00
podcasts
Podcasts
https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2021/04/por-que-nomadland-levou-os-principais-premios-do-oscar-2021-ouca.shtml
Ministério da Saúde diz que 100 mil doses de Coronavac não estavam perdidas em depósito
O Ministério da Saúde rebateu nesta quinta-feira (29) o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e afirmou que as 100 mil doses da vacina Coronavac não estavam perdidas em um depósito, mas separadas para serem distribuídas aos estados junto a uma remessa maior de imunizantes.Em passagem por Guarulhos (SP), onde ficam armazenadas todas as vacinas e insumos adquiridos e distribuídos pelo Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, secretário-executivo da pasta, disse que os 100 mil imunizantes contra o coronavírus faziam parte de um pedido de antecipação do governo ao Instituto Butantan, e que eles estão armazenados desde o dia 22 de abril no depósito.Segundo o secretário, o governo solicitou ao Butantan a antecipação de algumas doses de Coronavac para atender a uma demanda judicial, que determinou o envio de 75 mil doses à Paraíba e a alguns estados e municípios que precisam da segunda dose da vacina. O ministério teria pedido o máximo de doses possível."O Butantan conseguiu antecipar e entregar ao ministério no dia 22 de abril 180 mil doses, 75,1 mil para serem enviadas à Paraíba, para cumprimento da decisão judicial, e outras 104,8 mil, encaminhadas na pauta ontem [28]", afirmou Cruz.Pela manhã, Doria escreveu em um perfil de rede social que era inacreditável que 100 mil doses de vacina do Butantan estivessem esquecidas em um centro de distribuição em São Paulo."O povo precisando de vacinas e o governo federal esquece vacinas em depósito. Vergonhoso", disse.A justificativa para o armazenamento no centro de distribuição por seis dias é que os produtos seriam agregados a uma leva de vacinas da AstraZeneca, totalizando 5,2 milhões de doses. Elas foram encaminhadas ontem à noite para estados e municípios, segundo o ministério."Elas ficaram em Guarulhos para se somar às da AstraZeneca e para enviarmos um carregamento maior aos estados, porque a gente sabe que 100 mil doses é uma quantidade pequena para distribuir ao Brasil inteiro, então houve um somatório", afirmou Cruz.Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, também presente no evento, limitou-se a afirmar que o foco do governo é trabalhar em parceria com estados e municípios para conscientizar a população brasileira em relação às medidas não farmacológicas para evitar o contágio pelo vírus."E pedir a vocês da imprensa que nos ajudem a orientar os brasileiros para vencer essa grande dificuldade", disse, sem comentar a marca de 400 mil mortes pela Covid-19, atingida nesta quinta.Em nota, o governo de São Paulo diz que "considera uma prova de desorganização, de falta de consideração pela vida humana e de senso de urgência o Ministério da Saúde deixar 100 mil doses paradas durante uma semana" e que elas poderiam ter já sido aplicadas em 50 mil brasileiros."Esse tipo de atuação morosa não cabe a nenhuma gestão pública, quanto mais no país que figura entre os que mais registraram mortes pela doença no mundo."O Brasil ultrapassou 400 mil óbitos provocadas pelo coronavírus, 14 meses após a detecção da doença no Brasil e apenas 37 dias depois de registrar 300 mil óbitos. Às 12h41 desta quinta, o consórcio de veículos de imprensa formado por Folha, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1, Extra e UOL registrava 400.021 mortes no país, com mais de 14,5 milhões de casos desde fevereiro de 2020.É o segundo maior saldo absoluto de mortos no mundo, superado apenas pelos mais populosos Estados Unidos (574 mil), onde a epidemia já dá sinais de declínio. Mais
2021-04-29 17:11:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/04/ministerio-da-saude-diz-que-100-mil-doses-de-coronavac-nao-estavam-perdidas-em-deposito.shtml
Amazônia perdeu boa parte de sua população antes da chegada dos europeus, indica análise de pólen
A Amazônia pode ter perdido parte significativa de sua população alguns séculos antes da chegada dos europeus ao continente americano, de acordo com uma análise que tentou estimar como a vegetação amazônica flutuou ao longo do tempo.Ainda não está claro o motivo das mudanças no passado da região, que é considerada um dos principais centros populacionais da América pré-colombiana. Antigas epidemias ou guerras entre os grupos indígenas também poderiam ter contribuído para um relativo despovoamento. Além disso, os dados levantados pela pesquisa não mostram mudanças tão claras nos séculos 16 e 17, embora isso fosse esperado, já que a população nativa foi dizimada pelas doenças e armas trazidas pelos europeus nesse período.O estudo acaba de sair no periódico especializado Science, um dos mais importantes do mundo, e tem entre seus autores a brasileira Majoi Nascimento, que realiza pesquisas de pós-doutorado no Instituto de Biodiversidade e Dinâmica de Ecossistemas da Universidade de Amsterdam. Coordenada por Mark Bush, do Instituto de Tecnologia da Flórida, a equipe internacional responsável pela pesquisa conta ainda com cientistas da Costa Rica, do México e de outros países europeus.Para tentar estimar as flutuações populacionais da Amazônia ao longo dos últimos 2.000 anos, os pesquisadores usaram camadas de pólen obtidas em 39 lagos espalhados pela região, num arco que vai do Equador e da Bolívia até as vizinhanças da ilha de Marajó.Como cada tipo de planta produz grãos de pólen com características únicas, as camadas funcionam como um registro das mudanças da vegetação ao longo dos séculos. Os dados arqueológicos mostram que, desde o início da Era Cristã, a prática da agricultura e a construção de aldeias se intensificaram na região, em alguns casos com a produção de estruturas monumentais, como morros artificiais e grandes estradas. Estima-se que a população amazônica, no auge do processo, tenha chegado a 8 milhões de pessoas. Para que essas transformações acontecessem, os antigos indígenas precisaram transformar parte da mata em lavoura, o que deveria aparecer na composição do pólen dos lagos com o passar do tempo. Por outro lado, alguns pesquisadores acreditam que a área coberta pela floresta aumentou muito nos primeiros séculos após o contato com os europeus, por causa da grande mortandade dos grupos indígenas, que teria levado ao abandono de aldeias e lavouras. Esse fenômeno às vezes é aventado como explicação para uma queda considerável da concentração de gás carbônico na atmosfera no começo do século 17. Nesse caso, ao voltar a crescer, a floresta teria absorvido o gás, acentuando ainda mais uma fase de resfriamento da temperatura global (já que o dióxido de carbono, como também é chamado, esquenta a atmosfera). Se essa ideia estiver correta, o genocídio indígena na época colonial teria alterado até o clima da Terra.No entanto, a nova pesquisa revela uma situação mais complexa. Majoi Nascimento explica que, além das análises de pólen, a equipe também levou em conta a presença de carvão, material que, na Amazônia, costuma ser sinal claro de ocupação humana (já que a mata, na região, em geral não pega fogo espontaneamente). No caso dos grãos de pólen, um indicador importante foi a presença do gênero Cecropia (popularmente, as embaúbas). São árvores de crescimento rápido, que precisam de ambientes ensolarados. Ou seja, a presença de muito pólen de embaúba pode indicar que uma área antes desmatada para o plantio ou para a construção de aldeias foi abandonada pelos seres humanos e está sendo retomada pela floresta.Embora 80% dos 39 lagos abriguem sinais de ocupação humana antes da chegada dos europeus, o registro do pólen e do carvão, ao longo do tempo, mostra diferentes tendências. Na época em que deveria ter ocorrido o maior impacto do contato entre indígenas e invasores, entre os anos 1550 e 1750 d.C., o número de locais onde o pólen de floresta estava aumentando (ou seja, menos ocupação humana) era mais ou menos igual ao lagos onde o pólen florestal estava diminuindo (mais plantações, portanto). O efeito que seria esperado de um abandono dos locais pelos seres humanos aparece com mais força, numa área maior, entre os anos 950 e 1350.“Sempre houve a ideia de que o pico populacional na Amazônia foi mais alto imediatamente antes da chegada dos europeus, mas alguns dados arqueológicos já indicavam que isso poderia não ser verdade. O nosso trabalho reforça isso”, diz Nascimento. “Mas é claro que isso não equivale a negar o impacto negativo do contato nas populações do nosso continente. A gente vê o peso desse impacto em outras regiões e mesmo na Amazônia, é inegável.”“O artigo traz mais evidências que questionam a narrativa de que as populações amazônicas estariam em uma trajetória de ininterrupto crescimento até serem contactadas pelos europeus. Isso não deveria ser uma surpresa, já que ciclos de crescimento e colapso muito antes de 1492 são atestados em outras partes das Américas. O caso dos maias pode ser o exemplo mais óbvio”, diz o arqueólogo Jonas Gregorio de Souza, brasileiro que trabalha na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona.“Eu não concordo totalmente com as conclusões do artigo, mas acho bom que ele seja publicado porque é uma baita síntese de dados”, analisa Eduardo Góes Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. “Os resultados indicando a falta de desmatamento nos séculos 16 e 17 são, para mim, ambíguos.” Por outro lado, Neves aponta que os dados sobre o declínio por volta do ano 1000 da Era Cristã casam bastante bem com os estudos arqueológicos.“Essa foi uma época de mudanças profundas, notáveis na Amazônia central, em Santarém [no Pará] e no estuário do Amazonas. Novos estilos cerâmicos surgem, a monumentalidade aparece em alguns lugares e desaparece em outros”, explica. Algumas dessas mudanças indicam possíveis conflitos, como o surgimento de aldeias fortificadas por valas e paliçadas e a diminuição da área desses povoados, o que ajudaria a explicar a diminuição populacional.
2021-04-29 17:18:00
ciencia
Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2021/04/amazonia-perdeu-boa-parte-de-sua-populacao-antes-da-chegada-dos-europeus-indica-analise-de-polen.shtml
Bolsonaro usa distribuição de alimentos da Ceagesp para criticar lockdown em Araraquara
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou uma distribuição de alimentos feita pela Ceagesp, nesta quarta-feira (29), em Araraquara, para novamente criticar restrições como o lockdown. A cidade paulista, administrada por um prefeito do PT, foi a primeira a adotar a medida e, desde então, viu os índices de novos casos, internações e mortes provocadas pela Covid-19 despencarem.Bolsonaro foi às redes sociais e compartilhou vídeo com imagens que mostravam um comboio pronto para deixar São Paulo e partir para Araraquara, distante 273 quilômetros, para a entrega de cerca de 200 toneladas de alimentos a entidades e a moradores em situação de vulnerabilidade social.“Nesse momento, comboio parte da Ceagesp rumo a Araraquara/SP, levando alimentos para aqueles vitimados pela política do ‘fique em casa que a economia a gente vê depois’”, disse o presidente, que parabenizou o presidente da Ceagesp, coronel da reserva Mello Araújo, permissionários, Exército e Polícia Militar paulista pela ação.A afirmação de Bolsonaro foi feita horas antes de o país atingir a marca de 400 mil mortes provocadas pela pandemia da Covid-19, 100 mil delas em apenas 37 dias, num cenário que inclui a insistência do presidente em investir em remédios sem eficácia contra a doença e a demora na aquisição de vacinas.Há cinco dias, Araújo disse em redes sociais que era necessário solidariedade para sair da pandemia e, sem citar nome, criticou o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT).“Peço a todos que puderem ajudem ao próximo vamos para Araraquara essa semana, povo ficou fechado, PREFEITO acabou com sua cidade, vamos levar um pouco de esperança para mais de 20 entidades e para muitos que estão em situação crítica.”A ação social foi feita em parceria com comerciantes e os alimentos foram transportados com apoio do Exército e da PM, ainda durante a madrugada, até o armazém da Ceagesp na Vila Xavier, em Araraquara.Houve uma fila com cerca de 2.000 pessoas, formada ainda durante a madrugada, para o recebimento dos alimentos (frutas, verduras, legumes e cestas básicas) destinado às famílias de baixa renda.A ação da Ceagesp já ocorreu anteriormente em cidades como Potim e Aparecida, além de comunidades indígenas, mas, segundo a companhia, ocorreram após pedidos das prefeituras ou de políticos locais.A prefeitura diz não ter feito nenhuma solicitação nesse sentido. A Ceagesp alega que atendeu pedido feito por um grupo de empresários da cidade e da população.Araraquara se tornou símbolo em São Paulo do avanço da variante brasileira da doença.Entre o fim de janeiro e março, UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) ficaram com 100% de ocupação e pacientes da cidade chegaram a ser transferidos para hospitais distantes até 389 quilômetros devido ao crescimento vertiginoso de casos, internações e óbitos causados pela doença.Com esse cenário, a prefeitura decidiu decretar lockdown em 21 de fevereiro, com severas restrições nos sete primeiros dias, que incluíram o fechamento de supermercados, postos de combustíveis e até mesmo de caixas eletrônicos nos bancos.A medida gerou protestos de um grupo de comerciantes e, no primeiro fim de semana de vigência, quatro bancos foram arrombados por clientes que queriam sacar dinheiro nos terminais de autoatendimento. Dois meses após a decretação do lockdown, a cidade viu os novos casos caírem 65% (de 189 para 65 por dia, em média). O total de mortes desde o início da pandemia está em 385, três das quais registradas nas últimas 24 horas, de pacientes com idades entre 62 e 67 anos, com comorbidades.A Prefeitura de Araraquara não comentou o assunto. A ação da Ceagesp chegou ao conhecimento da administração local por meio de postagens em redes sociais e, segundo relatos à Folha, não foi feito nenhum pedido pela Ceagesp sobre as pessoas em condição de vulnerabilidade social cadastradas em órgãos públicos.
2021-04-29 17:16:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/04/bolsonaro-usa-distribuicao-de-alimentos-da-ceagesp-para-criticar-lockdown-em-araraquara.shtml
PwC, Deloitte, EY e KPMG sofrem com disputa entre órgãos regulatórios e empresas chinesas
Quando começou a examinar a carcaça da empresa China Medical Technologies, que entrou em colapso depois de uma suspeita de fraude em valor de US$ 400 milhões, Cosimo Borrelli, profissional encarregado de liquidar a empresa, encontrou um obstáculo.A KPMG, que auditava a companhia sediada em Pequim, desde quando ela abriu capital na bolsa de valores de Nova York em 2005, se recusou a entregar os registros financeiros da companhia a ele.A empresa chegou a desafiar uma liminar judicial que ordenava que o fizesse, invocando as leis financeiras da China, que proíbem a retirada de documentos financeiros delicados do país.Determinado a localizar o dinheiro desaparecido –Borrelli suspeitava que a mulher de um dos mais importantes executivos da empresa tivesse perdido mais de US$ 100 milhões desse montante em cassinos de Las Vegas—, ele preparou um plano.Nos dois anos seguintes, sua equipe de oito subordinados se instalou perto do escritório da KPMG em Pequim e fez anotações detalhadas sobre mais de cinco mil documentos de auditoria. A KPMG relutou, mas concedeu o acesso aos papéis, a fim de evitar que as autoridades processassem 91auditores da empresa por terem ignorado a liminar judicial que ordenava a entrega dos documentos.As anotações agora estão sendo usadas pela equipe de liquidantes para processar a KPMG em Hong Kong por suposta negligência. Tanto Borrelli quanto a KPMG preferiram não comentar.O caso se tornou uma disputa chave em um impasse duradouro entre a China e autoridades regulatórias internacionais e outros interessados em ganhar acesso aos registros financeiro das companhias do país.O confronto deixou as "Quatro Grandes" companhias mundiais de auditoria —Deloitte, PwC, KPMG e EY—, que dedicaram três décadas a criar grandes operações no país asiático, encurraladas entre antagonizar Pequim ou sofrer punições em outras jurisdições.É o mais recente desafio para as "Quatro Grandes", que têm enfrentado críticas crescentes quanto ao controle de qualidade de suas auditorias, depois das fraudes na Wirecard, Luckin Coffee e outras empresas. Elas estão sob ameaça de autoridades regulatórias, que querem coibir suas práticas oligopolistas, e seus modelos mundiais de negócios estão sendo submetidos a um escrutínio renovado.A disputa é mais um ponto de confronto na tensão cada vez mais forte entre Washington e Pequim sobre questões que variam do comércio à segurança, e já levou à exclusão das ações de três companhias chinesas dos mercados americanos e a uma proibição de que investidores americanos detenham ações em companhias chinesas suspeitas de manter elos com as forças armadas de seu país.A questão ferveu em março, quando a SEC (Securities and Exchange Commission), agência federal que regulamenta os mercados de valores mobiliários dos Estados Unidos, começou a implementar uma lei aprovada no governo Trump que compele empresas estrangeiras com ações negociadas em bolsas dos Estados Unidos a permitir que as autoridades americanas revisem suas auditorias financeiras, sob pena de expulsão dos mercados. Em resposta, o Ministério do Exterior chinês acusou os Estados Unidos de “politizar a regulamentação do mercado financeiro”, e diversas companhias chinesas começaram a listar ações na bolsa de Hong Kong a fim de mitigar as possíveis consequências negativas.“As empresas de auditoria estão encurraladas entre duas jurisdições em conflito”, disse Daniel Goelzer, membro fundador do PCAOB (Public Company Accounting Oversight Board), a organização americana que regulamenta o setor de contabilidade e auditoria. “Parece cada vez menos provável que a China venha a aceitar um compromisso [com os Estados Unidos], e ao mesmo tempo a China vem se tornando mais importante em termos econômicos para as empresas de auditoria”.Desde que a lei Sarbanes-Oxley foi adotada, em 2002, depois do escândalo da Enron, todas as companhias que tenham ações cotadas em bolsas de valores dos Estados Unidos devem submeter ao PCAOB as inspeções de suas auditorias.O número de empresas chinesas com ações cotadas nos Estados Unidos explodiu daquele ano para cá, e o investimento em ofertas públicas iniciais de ações chinesas atingiu um nível recorde nos Estados Unidos neste ano.As "Quatro Grandes", que dominam o mercado de auditoria na China, auditam cerca de 140 empresas chinesas que têm ações cotadas nos Estados Unidos, de acordo com a SEC.Com honorários generosos obtidos de startups de internet florescentes que buscam acesso aos mercados internacionais de capitais, as operações das "Quatro Grandes" na China cresceram para dimensões próximas às de suas bases britânicas, e as equipes das empresas na China respondem por 6% de seu pessoal internacional.Mas muitas das maiores empresas de tecnologia chinesas, como Alibaba, JD.com e Baidu, estão entre os clientes de auditoria que não fornecem documentação de auditorias na China às autoridades regulatórias americanas.“As normas da SEC têm por objetivo aumentar a transparência”, disse Catherine Ide, vice-presidente de práticas profissionais no US Center for Audit Quality (Centro mericano de qualidade da auditoria, em tradução livre). “Enquanto prossegue a atividade regulatória, os profissionais de auditoria americanos continuam a ter forte compromisso com a manutenção da qualidade de auditoria”.Se não surgir uma solução, as operações chinesas das Quatro Grandes podem perder seu registro no PCAOB, o que as impediria de auditar companhias nos Estados Unidos. As Quatro Grandes também se preocupam com a possibilidade de perder seu acesso ao mercado da China.Isso poderia ter ramificações prejudiciais para a auditoria de empresas multinacionais como a Apple e a General Motors, que têm sede nos Estados Unidos mas mantêm grandes operações na China.“Isso não é bom, para toda a profissão de auditoria”, disse Paul Leder, antigo diretor do Escritório de Assuntos Internacionais da SEC e que esteve diretamente envolvido no diálogo da agência com as autoridades chinesas sobre essa questão. “Como resultado do conflito entre as autoridades de governo nos Estados Unidos e na China, os auditores enfrentam a ameaça de ações repressivas em ambos os países, e os custos a isso associados.“O impasse atual não serve aos interesses das companhias internacionais de auditoria, dos emissores de títulos, dos investidores ou dos mercados”, afirmou Leder, que hoje trabalha para o escritório de advocacia Miller & Chevalier, em Washington.Desde a Lei Sarbanes-Oxley, as autoridades regulatórias americanas tentaram de diversas maneiras forçar o cumprimento das medidas adotadas, o que inclui negociações diretas com as autoridades regulatórias chinesas e processos judiciais contra as companhias de auditoria.Em 2012, a agência regulatória agiu contra os escritórios das empresas de auditoria na China quanto a escândalos contábeis em nove companhias, que resultaram em prejuízos de bilhões de dólares para os acionistas.Os processos mudaram o panorama da profissão. Algumas empresas de segundo escalão decidiram abandonar o trabalho de auditoria para empresas chinesas com ações cotadas nos Estados Unidos, depois que seus provedores de seguros suspenderam a cobertura a esse tipo de atividade.Uma disparada recente no número de escândalos contábeis levou as autoridades a adotar medidas mais duras para proteger investidores, entre as quais regras mais severas para as companhias de auditoria.“Vivemos uma era dourada da fraude”, disse Jim Chanos, um renomado investidor de mercado futuro, apontando para o caso da Luckin Coffee, a maior fraude de uma empresa chinesa em Wall Street.Mike Pompeo, então secretário de Estado dos Estados Unidos, alertou os investidores americanos quanto a “um padrão de práticas contábeis fraudulentas em companhias sediadas na China”. As "Quatro Grandes" da auditoria se promovem como entidades mundiais com uma cultura compartilhada e padrões coerentes, mas operam como franquias legalmente distintas.Isso é especialmente importante na China, onde as empresas são obrigadas por lei a manter uma associação com uma empresa local de auditoria, mas ainda assim manter controle de qualidade centralizado sobre milhares de auditorias.“A estrutura das redes existe primariamente para proteger o grupo de auditoria contra responsabilidade judicial por riscos que existam fora de seu país de origem”, disse o vice-presidente de auditoria de uma das grandes empresas de contabilidade.Uma potencial solução proposta pelas autoridades regulatórias americanas no ano passado teria exigido que grupos americanos de auditoria “co-auditassem” o trabalho de suas companhias parceiras na China.Isso teria tornado os sócios americanos das empresas potencialmente responsáveis perante a Justiça pelo trabalho realizado por seus parceiros chineses, em caso de um colapso e de processos de investidores ou das autoridades regulatórias —algo que as empresas de auditoria vêm tentando evitar de toda maneira.Para alívio das "Quatro Grandes", essa proposta “está praticamente morta”, de acordo com pessoas informadas sobre as negociações. Há outras soluções em debate —muitas das quais indesejáveis.O diretor de políticas públicas de uma das "Quatro Grandes" disse que “talvez tenhamos de realizar auditorias duplicadas no mundo inteiro só para satisfazer o requisito [da SEC], que na verdade não necessariamente garante a qualidade. Acho que isso é um risco”.No entanto, o modelo em vigor também se provou vulnerável a desafios. No processo aberto contra a KPMG por suas auditorias da China Medical Technologies, um juiz de Hong Kong decidiu que todos os sócios da empresa “têm a obrigação pessoal de tomar medidas que facilitem o cumprimento das normas”, quer eles estejam baseados na China, quer não.Uma decisão semelhante foi tomada por um tribunal britânico com relação à EY Global em um processo quanto à auditoria da refinadora de ouro Kaloti, em Dubai, no ano passado.Enquanto isso, as "Quatro Grandes" prometeram tentar melhorar os padrões mundiais de qualidade de auditoria em toda a sua rede, depois que Jay Clayton, ex-chairman da SEC, as instou no ano passado a melhorar a qualidade das auditorias realizadas na China sobre empresas que têm ações cotadas nos Estados Unidos.“Com base na atual trajetória do relacionamento entre os Estados Unidos e a China, parece provável que o impasse continue e que as companhias chinesas decidam cotar suas ações em outras bolsas”, disse Leder. “As divisões chinesas das empresas internacionais de auditoria ficarão menos conectadas às entidades como um todo, e um novo elo se romperá entre os Estados Unidos e a China”.
2021-04-29 16:37:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/04/pwc-deloitte-ey-e-kpmg-sofrem-com-disputa-entre-orgaos-regulatorios-e-empresas-chinesas.shtml
Ex de Viih Tube é criticado por vídeo simulando sexo com gato
O nome do influenciador digital Luis Mariz, 22, está entre os assuntos mais comentados da internet desde quarta-feira (28). Um vídeo antigo em que ele aparece simulando sexo com um gato viralizou, fazendo com que ele fosse duramente criticado.Mariz é ex-namorado de Viih Tube —os dois ficaram juntos por cerca de dois anos. A ex-participante do BBB 21 (Globo) também causou polêmica nas redes sociais por causa de um vídeo em que cuspia dentro da boca de um gato.Entre os internautas e defensores dos animais, o vídeo causou indignação. O influenciador tem sido acusado de zoofilia por muitas pessoas. Mais Com a repercussão negativa, Mariz se pronunciou nas redes sociais. Ele afirmou que o vídeo é de 2015, quando ele era adolescente, e que se arrepende da "brincadeira de mau gosto"."O vídeo não é de agora, eu tinha apenas 16 anos, era um adolescente que não sabia o que estava fazendo", diz. "Assim como qualquer outro adolescente, fiz bobeira e me arrependendo dessa brincadeira de mau gosto. Eu peço desculpas a todos vocês, hoje eu tenho a consciência do quão errado eu estava.""As pessoas estão me acusando de coisas graves, sendo que eu jamais maltrataria algum animal", afirmou. "Estou recebendo xingamentos e ameaças, algo que eu nunca imaginei passar na minha vida.""Eu só gostaria de frisar: que adolescente nunca errou? Você que está aí me acusando e me ofendendo, você nunca fez nada do que se arrependeu? Sua adolescência foi perfeita?", questionou. "Eu sei que isso não justifica a minha brincadeira de mau gosto, mas também não é motivo para eu ser detonado, não cometi nenhum crime, apenas agi de forma impensada.""Eu sou um jovem correndo atrás de uma vida melhor para mim e para a minha família", finalizou. "Mais uma vez, eu peço desculpas e vou estar aqui para esclarecer qualquer dúvida."
2021-04-29 16:15:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/04/ex-de-viih-tube-e-criticado-por-video-simulando-sexo-com-gato.shtml
Livro-reportagem sobre pracinhas brasileiros na Segunda Guerra ganha nova edição
Quando se fala de um tema como as Forças Armadas, escreveu o jornalista Ricardo Bonalume Neto em 1995, é raro que uma discussão ou análise seja pautada por nuances. “Geralmente os partisans [partidários] exigem uma definição: ou se está contra ou se está a favor.”As palavras de um quarto de século atrás caberiam facilmente no atual debate político do país, sobre a presença dos militares no governo Jair Bolsonaro.O trecho, que hoje soa profético, está na introdução de “A Nossa Segunda Guerra”, celebrada obra da longa trajetória de repórter de Bonalume, que trabalhou na Folha durante mais de três décadas, até sua morte em 2018, aos 57 anos. O livro-reportagem, lançado pela extinta editora Expressão e Cultura, conta a história da FEB (Força Expedicionária Brasileira) no combate ao nazifascismo na Itália.Hoje esgotado e encontrado apenas em sebos, ganha agora uma nova edição, revisada, pela editora Contexto. “Os livros sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra em geral se dividem em dois grupos opostos. Um que apenas exalta a eficiência militar dos brasileiros, e outro que mostra os pracinhas como mixurucas, covardes”, diz o historiador Jaime Pinsky, diretor-editorial da Contexto.O livro de Bonalume, afirma ele, trabalha com documentos e evita juízos de valor. “É um livro útil para quem quer conhecer o Exército brasileiro e entender os militares”, diz.Em sua carreira, Bonalume cobria principalmente ciência, história e temas militares. Os direitos do livro eram propriedade de sua viúva, Anita Galvão, que assinou o contrato com a nova editora.Foi feita uma nova edição de fotos e foram corrigidos pequenos erros da versão original, além do acréscimo de um posfácio do jornalista Leão Serva, que era amigo de Bonalume e com quem ele trabalhou. O livro se baseia em documentos e depoimentos de pracinhas, colhidos pelo jornalista nos anos 1990, cinco décadas depois da aventura na Europa. Bonalume também visitou alguns dos palcos das principais batalhas na Itália, entrevistando pessoas que ainda se lembravam da presença brasileira por lá.Além de relatar episódios de heroísmo em solo italiano, a obra destrincha o contexto social e político do Brasil do início dos anos 1940. O país daquele momento era ainda uma sociedade majoritariamente rural, isolada do restante do mundo e sem o menor apetite para uma aventura do outro lado do oceano.Mas tudo muda a partir de 1942, quando o Brasil opta pelo lado dos aliados, e navios na costa passam a ser alvo de submarinos alemães. A descrição deste período que precede o embarque das tropas é um dos pontos altos do livro. Bonalume relata com detalhes os ataques alemães, sem deixar de lado o componente humano da grande quantidade de vidas perdidas, como faz no trecho sobre o afundamento do navio Baependy, que deixou 270 mortos.“Os passageiros tinham acabado de jantar e comemoravam o aniversário do imediato Antônio Diogo de Queiroz. Uma orquestra tocava no salão. Com a explosão, as luzes se apagaram, e o pânico começou”, diz.Em questão de semanas criou-se um sentimento de revanche popular que foi o combustível para a formação da FEB. “Para muitos brasileiros, em agosto de 1942 a honra do país só seria lavada se também fossem enviadas tropas para a Europa, para combater alemães e italianos em seus países. Para isso uma força expedicionária teria de ser formada”, relata Bonalume.Não eram poucos os percalços para montar essa força expedicionária. Para começar, o equipamento militar brasileiro era obsoleto. Não havia, por exemplo, nenhum navio na Marinha capaz de detectar um submarino submerso, e os oficiais brasileiros só foram conhecer um sonar, tecnologia de guerra primordial naquele momento, depois de fazer cursos específicos nos EUA. Havia ainda a inexperiência e o provincianismo da tropa. Poucos tinham alguma vivência em combate, no caso da Revolução Constitucionalista de 1932 —ainda assim um conflito de relativa baixa intensidade, incomparável à carnificina que ocorria na Europa.“De repente, eles saíram do seu país tropical e tiveram de cavar trincheiras no solo duro e coberto de neve, subindo montanhas íngremes debaixo de fogo de metralhadora, canhão e morteiro”, escreve Bonalume.Foram cerca de 25 mil a embarcarem para a Itália, chegando lá a partir de julho de 1944, para a fase final da guerra. Uma saga de heroísmo, sem dúvida, mas nem por isso o autor deixou de elencar aspectos menos engrandecedores da epopeia, como o persistente racismo nas fileiras da FEB e a censura ao trabalho dos correspondentes de guerra.Tampouco ele se furta a mexer com um totem da historiografia militar brasileira, a tomada de Monte Castelo, definido no livro como “de baixo valor estratégico, mas que se tornou ponto de honra para o Exército brasileiro, após diversas tentativas fracassadas”. “A tomada dessa elevação nos montes Apeninos ganhou um significado extra, muito acima da sua importância tática local. Virou um símbolo.”Tão importante quanto a ida dos pracinhas para a Europa, uma rara ocasião em que o país se uniu em torno de um genuíno sentimento nacional de ufanismo, foi a volta.Bonalume partilha da avaliação de diversos historiadores de que o retorno dos militares, com status adquirido de heróis, ajudou a acelerar a fase final da ditadura de Getúlio Vargas. Afinal, qual o sentido de arriscar a vida em defesa da democracia em outro continente se não se podia fazer o mesmo em casa?Um ‘vírus democrático’, de defesa das instituições, foi inoculado no país, escreve o repórter.Lida hoje, quando vemos a sucessão de arroubos autoritários do militar reformado que ocupa a Presidência, sua conclusão parece conter uma nova profecia do repórter, e um aviso às futuras gerações de leitores.“Houve recaídas [autoritárias] perigosas, mas em 1995, eu acredito (e espero) que o ciclo de intervenção militar na política tenha virado história.”
2021-04-29 16:59:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/04/livro-reportagem-sobre-pracinhas-brasileiros-na-segunda-guerra-ganha-nova-edicao.shtml
Saque do auxílio emergencial 2021 começa nesta sexta (30); confira as regras
​Nesta sexta-feira (30), a Caixa libera o saque da primeira parcela do auxílio emergencial 2021 para beneficiários nascidos em janeiro, que não estão inscritos no Bolsa Família. A ordem de liberação obedece o mês de nascimento do trabalhador. A cada dia há novas autorizações para saques em dinheiro, com exceção de sábados e domingos. Confira aqui o calendário completo.Como a conta digital não tem cartão, o beneficiário vai precisar usar o aplicativo Caixa Tem para liberar o resgate da grana. O processo é exatamente igual ao do ano passado. Ao acessar o Caixa Tem, é preciso clicar em "saque sem cartão" e digitar o valor desejado. Será informado um código, necessário para retirar o dinheiro no banco.Com o código, o beneficiário vai a uma lotérica, terminal de autoatendimento da Caixa (caixas eletrônicos) ou nos correspondentes Caixa Aqui e informa o número para efetuar o saque. Segundo a Caixa, o beneficiário também pode comparecer em uma agência para a geração desse código. O saque da primeira parcela foi antecipado. Antes, a operação só seria possível no dia 4 de maio. A Caixa avalia antecipar também a data de saque das próximas parcelas do auxílio. De acordo com o presidente do banco, Pedro Guimarães, a antecipação vai depender da dinâmica do primeiro pagamento.Na mesma data em que o saque é liberado, o beneficiário também poderá transferir o valor para outra conta bancária pelo Caixa Tem (por meio de TED, DOC e Pix) . É uma opção para quem quiser fugir das filas nas agências e do risco de contaminação do coronavírus. A outra conta pode ser de qualquer banco e estar no nome de outra pessoa.A transferência é feita pelo aplicativo Caixa Tem, sem o pagamento de tarifa. Segundo a Caixa, após o trabalhador pedir a transferência, o dinheiro normalmente entra na conta indicada no dia seguinte de manhã, que é o tempo para a compensação bancária.Atenção! Será preciso informar o código autorizador emitido pelo aplicativo Caixa Tem para fazer o saqueHorário das agências1 - Não saia de casa sem máscara de proteção 2 - Mantenha distância social3 - No caixa eletrônico4 - Quando chegar em casaFontes: Caixa Econômica Federal e FebrabanAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-04-29 16:22:00
grana
Grana ou Dinheiro
https://agora.folha.uol.com.br/grana/2021/04/saque-do-auxilio-emergencial-2021-comeca-nesta-sexta-30-confira-as-regras.shtml
Lewandowski rejeita pedido de senadores governistas e mantém Renan na relatoria da CPI da Covid
O ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), rejeitou o pedido de senadores governistas e manteve o senador Renan Calheiros (MDB-AL) na relatoria da CPI da Covid.Aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentavam retirar o parlamentar da condição de relator da comissão, mas o magistrado negou o pedido e disse que não cabe ao Supremo opinar sobe o assunto.O mandado de segurança foi assinado pelos senadores Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE).Os senadores argumentam que há impedimento de Renan participar da CPI, principalmente na função de relator, por causa do grau de parentesco com possíveis investigados.Renan é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), enquanto a comissão terá de investigar repasses federais a estados e municípios, além de ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia. Os parlamentares da base do governo citaram o artigo 306 do regimento interno do Senado, que determina que nenhum senador pode se recusar a votar em uma sessão, “salvo quando se tratar de assunto em que tenha interesse pessoal, devendo declarar o impedimento antes da votação”.Os parlamentares afirmaram que, além de Renan, o senador Jader Barbalho (MDB) também deveria ser impedido de participar da comissão por ser pai do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).Lewandowski, porém, disse que não seria adequado ao STF interferir no tema por se tratar de questão interna do Senado.“A remansosa orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é firme no sentido de que as matérias relativas à interpretação de normas regimentais do Congresso Nacional revestem-se de natureza interna corporis, que refogem à revisão judicial.”Segundo o ministro, para chegar à mesma conclusão dos autores da ação “seria necessário examinar as normas internas do Senado” e os atos praticados pelo presidente da CPI, questões que extrapolariam a competência do Judiciário. Série de reportagens aponta principais eixos de investigação da CPI da Covid, comissão do Senado que apura o enfrentamento da pandemia no país No início desta semana, a decisão judicial de primeira instância que barrava a indicação de Renan para a relatoria da CPI da Covid foi vista por especialistas em direito como uma intromissão indevida do Judiciário no Legislativo.O emedebista foi designado relator nesta terça-feira (27), momentos após o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) revogar a decisão do juiz federal Charles Renaud Frazão de Moraes, da 2ª Vara Federal do Distrito Federal —Renan seria indicado de qualquer forma, já que o Senado já havia decidido ignorar a decisão do juiz.Especialistas ressaltam que a definição da composição das comissões é uma competência interna do Legislativo, como prevê a Constituição, não cabendo ao Judiciário interferir. O recurso, como feito pela Mesa Diretora, é destacado como o meio adequado de reação à ordem judicial.A decisão havia sido proferida em uma ação popular movida pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP), uma das principais apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro.Zambelli argumentava que o senador não poderia ocupar o cargo por ser réu em ações no STF, o que comprometeria a esperada “imparcialidade que se pretende de um relator”.
2021-04-29 15:25:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/04/lewandowski-rejeita-pedido-de-senadores-governistas-e-mantem-renan-na-relatoria-da-cpi-da-covid.shtml
Todos devemos abraçar aspirações sem precedentes para promover harmonia entre homem e natureza
Enquanto a mudança climática impõe um desafio cada vez mais severo à sobrevivência e ao desenvolvimento da humanidade, a pandemia da Covid-19 aprofundou a reflexão sobre o relacionamento entre o ser humano e o meio ambiente.Na recente Cúpula de Líderes sobre o Clima, o presidente Xi Jinping propôs a construção de “uma comunidade de vida entre o homem e a natureza”, contribuindo com uma solução chinesa para fortalecer a governança global nas agendas do clima e da proteção ambiental.Em primeiro lugar, indicou a direção para a evolução da governança global do clima. O presidente Xi Jinping assinalou que a comunidade internacional deve abraçar aspirações e ações sem precedentes para promover a harmonia entre o homem e a natureza, o desenvolvimento verde, a governança sistêmica e a abordagem centrada no povo. É preciso seguir a tendência da revolução tecnológica e industrial e fazer bom uso das oportunidades de desenvolvimento trazidas pela transformação verde.É preciso aproveitar a inovação para impulsionar vigorosamente a modernização das nossas estruturas econômicas, energéticas e industriais, de modo a garantir um ambiente ecológico que dê respaldo à sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social em nível global. E é necessário, ainda, criar sinergias entre a proteção ambiental, o crescimento econômico, a criação de empregos e a erradicação da pobreza, a fim de alcançar equidade e justiça sociais no processo da transição verde.Além disso, o presidente Xi reiterou os princípios para uma melhor governança global do clima. Ele salientou o papel fundamental do multilateralismo, do direito internacional, do princípio de equidade e justiça e das ações eficazes para defender o sistema internacional centrado nas Nações Unidas, respeitar os objetivos e os princípios estabelecidos na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris e implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Mais Observando o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, os países desenvolvidos devem mostrar maior ambição e mais ações, com esforços concretos para ajudar os países em desenvolvimento a fortalecer a capacidade de lidar com as mudanças climáticas e acelerar a transição para um crescimento verde e de baixa emissão de carbono.Por fim, o presidente Xi evidenciou a determinação da China de se engajar na governança global do clima. O tempo prometido pela China para alcançar a neutralidade climática (até 2060) desde seu pico de emissões de CO₂ (até 2030) é muito mais curto que o dos países industrializados.Serão aplicados controles mais rígidos aos projetos de termelétricas a carvão e à emissão de outros gases de efeito-estufa fora o CO₂. Além disso, o mercado nacional de carbono da China iniciará sua transação. A China continua a ajudar os países em desenvolvimento a fortalecer a capacidade de resposta às mudanças climáticas por meio de diversas formas de cooperação substancial Sul-Sul.Comprometida em tornar a cooperação ecológica uma prioridade da construção conjunta da parceria Cinturão e Rota, a China está empenhada em criar um sistema justo e equitativo de governança global do meio ambiente e uma cooperação que beneficie a todos.Como dois grandes e populosos países emergentes, a China e o Brasil se deparam com os desafios do crescimento econômico e da proteção ambiental. Compartilham, portanto, um vasto gama de interesses comuns e enorme potencial para a parceria. A COP26 da UNFCCC será realizada ainda neste ano, e a China sediará em outubro a COP15 da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica. Mais Este é o momento oportuno de nossos países aumentarem concertações multilaterais nessas agendas, assim como o alinhamento em políticas sobre uma “recuperação verde” da economia no pós-pandemia.Ao ampliar a cooperação em domínios como a inovação científica e tecnológica, energias limpas, agricultura inteligente e ecoturismo, uniremos forças para viabilizar uma nova convivência harmoniosa entre o homem e a natureza.
2021-04-29 15:20:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/04/todos-devemos-abracar-aspiracoes-sem-precedentes-para-promover-harmonia-entre-homem-e-natureza.shtml
Governo do Rio diz que leilão da Cedae está mantido apesar de derrota na Alerj
O governo do Rio diz que manterá o leilão de concessões de saneamento previsto para esta sexta (30), apesar de votação da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) que suspendeu decreto que autorizava a licitação.Logo após a votação, o governador interino, Cláudio Castro (PSC) publicou em edição extraordinária do Diário Oficial um novo decreto defendendo que a competência para conceder os serviços é dos municípios e, por isso, a decisão da Alerj invade a autonomia administrativa de outros entes.O decreto aprovado pela assembleia estadual determina que a concessão só seja licitada após a prorrogação do pacote de socorro assinado pelo estado com o governo federal em 2017, que venceu no fim de 2020."O Decreto Legislativo recém-aprovado cria para o Governo do Estado uma obrigação que ele não pode cumprir, já que não é o titular do serviço público a ser concedido", disse, em nota, o governo estadual, alegando que ele apenas conduz o processo a pedido dos municípios. A concessão da Cedae é celebrada pelo governo como o maior projeto de infraestrutura do país, com outorga mínima de R$ 10,6 bilhões e cerca de R$ 30 bilhões em investimentos previstos para atender 13 milhões de pessoas.Na terça (27), quatro consórcios se habilitaram na B3 para participar da disputa, que envolve quatro diferentes blocos de concessões, todos eles compostos por uma região da capital e cidades do interior.Em discurso durante evento na B3, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, garantiu a realização do leilão e questionou a oposição ao projeto, lembrando que nos últimos anos a região metropolitana do Rio vem sofrendo com a má qualidade da água. "E ainda tem gente que defende isso."O decreto legislativo aprovado esta quinta revoga decreto de Castro que autorizou o processo de licitação. Foi aprovado com 34 votos a favor e 22 contra, em uma derrota para a base governista, reforçada pela exoneração de deputados que ocupavam cargos no Executivo estadual."A votação [desta quinta] entra no rol das votações históricas do parlamento fluminense", disse após a sessão o deputado estadual Luiz Paulo (PSDB). "Corremos o risco de perder a Cedae e não aderir ao regime [de recuperação fiscal]."A concessão da Cedae foi uma das contrapartidas dadas pelo governo do Rio ao assinar sua adesão ao regime de recuperação fiscal, que suspendeu o pagamento de dívidas do estado com o Tesouro, garantindo algum fôlego para a recuperação da crise iniciada em 2014.O prazo do acordo se encerrou em setembro de 2017, mas as negociações para sua renovação não avançaram, levando o estado a recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para manter a suspensão da dívida.Os deputados do Rio reclamam que, agora, o Minstério da Economia oferece ao estado condições menos favoráveis, que constam da nova lei de recuperação fiscal aprovado em janeiro. Para o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), são "regras muito mais draconianas" e "que inviabilizam qualquer administração pública".A concessão da Cedae vinha enfrentando também uma guerra judicial às vésperas do leilão: duas liminares inviabilizando a concessão já foram concedidas e derrubadas pelo governo. A segunda caiu nesta terça, um dia após ser concedida a sindicatos de trabalhadores.​
2021-04-29 15:11:00
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Mercado
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BBB 21: Sarah Andrade diz que sua mãe e Jacira, mãe de Gil, são amigas
A ex-BBB Sarah Andrade usou as redes sociais para compartilhar a mudança de Brasília para São Paulo. "Vocês sabiam que mesmo antes do BBB eu já sonhava morar em São Paulo? Amo tudo aqui, o clima, a arquitetura, as oportunidades. Muito grata por ser tão acolhida por aqui", escreveu.A consultora de marketing também contou, em entrevista a colunista Patrícia Kogut, que está passando a temporada em São Paulo "por conta dos compromissos profissionais e, coincidentemente, acabei indo para o mesmo prédio onde o Lucas [Penteado] está morando."Ela e o ex-BBB Lucas Penteado tiveram uma boa relação no programa, e ela garante que fora da casa mais vigiada do Brasil ela ficou "muito feliz ao saber que estamos tão próximos. Ele é um menino muito bom. Eu torço por ele." Mais Ela ainda conta: "já conheci a família dele, todos muito simpáticos. Nos falamos sempre". Sarah também afirma que o carinho que tem por Gilberto se estendeu para a família do brother. "A minha mãe e a dona Jacira, mãe do Gil, viraram grandes amigas.""Elas se falam todos os dias. Eu também já falei com a família dele toda. São pessoas maravilhosas. Torço demais para que o Gil seja campeão. Vou puxar mutirão e fazer o que puder", completa. Por fim, a consultora disse que com a fama que veio pelo reality, começou a ser procurada por pessoas distantes."Com os meus ex-namorados eu sempre mantive contato. Sou amiga deles. Mas têm aparecido muitos amigos com quem eu não falava há dez ou 15 anos e que agora querem forçar uma intimidade", completa a ex-BBB.
2021-04-29 15:15:00
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BBB 21: Juliette ganhou mais seguidores do que os outros 4 finalistas juntos
O Big Brother Brasil 21 (Globo) está a apenas cinco dias do fim e, apesar de o campeão ser ainda incerto, a paraibana Juliette Freire, 31, já pode ser considerada o fenômeno da edição. Pelo menos no que diz respeito a suas redes sociais. A advogada e maquiadora, que tinha 4.000 seguidores quando foi anunciada no reality, em 19 de janeiro, totaliza agora 22,7 milhões de fãs no Instagram. O número mostra um crescimento maior do que dos outros quatro finalistas juntos.Juliette, que é a atual líder, disputa o prêmio de R$ 1,5 milhão com a influenciadora Camilla de Lucas, 26, o ator e cantor Fiuk, 30, o economista Gilberto Nogueira, 29, e a funkeira Pocah, 26. Um deles, porém, deixará o programa nesta quinta (29). Mais No que diz respeito a seguidores no Instagram, Gil foi o segundo que mais cresceu, com ganho de 8,7 milhões, seguido por Camilla (alta de 6,6 mi), Fiuk (alta de 2,6 mi) e Pocah (alta de 2,3 mi). Somados, os quatro ganharam 20,2 milhões de fãs.Juliette também se destaca na comparação com antigos participantes do reality. Ela supera todos da edição de 2020, que tem a apresentadora Rafa Kalimann, 28, como destaque, com 21,4 mi de seguidores. Incluindo de edições anteriores, ela perde apenas para Grazi Massafera (23,3 mi) e Sabrina Sato (29,5 mi).Em sua reta final, o BBB 21 realiza nesta quinta-feira o penúltimo Paredão, com Camilla, Gil e Pocah disputando a preferência do público. Mais um Paredão deverá ocorrer no domingo (2) antes da final, que acontece na próxima terça-feira (4).As redes sociais acabaram sendo um dos destaques da atual edição. Tanto pelo sobe e desce de seguidores de cordo com a temperatura do jogo, como pelos adms (administradores) dos perfis do competidores, mais ativos que nos BBBs anteriores.Enquanto alguns optaram por deixar essa missão com amigos, outros contrataram empresas especializadas. Entre trabalho voluntário, reuniões na madrugada e muito frio na barriga, equipes de até 20 pessoas foram formadas para auxiliar os brothers.
2021-04-29 14:00:00
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MTV Movie e TV Awards terá comediante Leslie Jones como anfitriã
Indicada ao Emmy, a atriz e comediante Leslie Jones, 53, vai apresentar o MTV Movie e TV Awards, premiação do cinema e da televisão dos Estados Unidos transmitida anualmente pela MTV. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (29) pela emissora.Eleita uma das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista Time em 2017, Jones é conhecida do público por ser roteirista e participação do programa Saturday Night Live entre 2014 e 2019 —ela chegou a ser indicada Emmy com o melhor atriz coadjuvante em série de comédia pela atração entre 2017 e 2018.Recentemente, a atriz esteve em "Um Príncipe em Nova York 2" (Amazon Prime Video), sequência do clássico dos anos 1980 estrelada por Eddie Murphy. Ela também participou de "Os Caça-Fantasmas" (2016), estrelado por ela e por mais três mulheres, Melissa McCarthy, Kristen Wiig e Kate McKinnon. Mais Neste ano, o MTV Movie e TV Awards será realizado em dois dias, direto do Palladium, em Los Angeles. A primeira cerimônia será em 16 de maio e, no dia seguinte, a MTV estreia o Movie e TV Awards: Unscripted, voltado ao universo de reality shows. O público pode votar no site da MTV até 30 de abril nas 25 categorias da premiação, que incluem ainda melhor beijo, série, artista revelação, briga, programa de pegação entre outras. As séries "WandaVision (Disney+), "Emily em Paris" (Netflix) e "The Boys" (Amazon Prime Video) e o reality show RuPaul’s Drag Race foram os programas com o maior número de indicações do MTV Movie e TV Awards.Primeira série original da plataforma encarregada de expandir o chamado Universo Cinematográfico Marvel para o streaming —e de reaproveitar personagens que, nos cinemas, tiveram pouco tempo de tela, “WandaVision” teve cinco indicações, melhor série, melhor atriz (Elizabeth Olsen/Wanda Maximoff), melhor herói (Teyonah Parris/Monica Rambeau), melhor vilão (Kathryn Hahn/Agnes) e melhor briga (Wanda vs. Agatha). Mais Na sequência, com quatro indicações cada uma, vem "Emily em Paris", série de Darren Star e estrelada por Lily Collins; e "The Boys", cujos heróis são inspirados nos quadrinhos homônimos de Garth Ennis e Darick Robertson. Já no MTV Movie e TV Awards: Unscripted, o reality RuPaul’s Drag Race aparece indicado nas categorias melhor apresentador (RuPaul), elenco de reality, série de competição e melhor briga.Chadwick Boseman, que morreu de câncer em 2020, recebeu indicação póstuma na categoria melhor atuação em filme por seu trabalho em "A Voz Suprema do Blues" ("Ma Rainey’s Black Bottom"). No início de abril, o ator foi premiado na 27ª edição do SAG Awards, um dos principais termômetro para o Oscar, como melhor ator no mesmo filme.MELHOR FILME "Borat: Fita de Cinema Seguinte" ("Borat Subsequent Moviefilm") "Judas e o Messias Negro" ("Judas and The Black Messias") "Bela Vingança" ("Promising Young Woman") "Soul" "Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre" ("To All the Boys: Always and Forever")MELHOR SÉRIE "Bridgerton" "Cobra Kai" "Emily em Paris" ("Emily in Paris") "The Boys" "WandaVision"MELHOR ATUAÇÃO - FILME Carey Mulligan - "Bela Vingança" ("Promising Young Woman") Chadwick Boseman - "A Voz Suprema do Blues" ("Ma Rainey’s Black Bottom") Daniel Kaluuya - "Judas e o Messias Negro" ("Judas and The Black Messias") Sacha Baron Cohen - "Os 7 de Chicago" ("The Trial of the Chicago 7") Zendaya - "Malcolm e Marie"MELHOR ATUAÇÃO - SÉRIE Anya Taylor-Joy - "O Gambito da Rainha" ("The Queen’s Gambit") Elizabeth Olsen - "WandaVision" Elliot Page - "The Umbrella Academy" Emma Corrin - "The Crown" Michaela Coel - "I May Destroy You"MELHOR HERÓI Anthony Mackie - "Falcão e o Soldado Invernal" ("The Falcon and the Winter Soldier") Gal Gadot - "Mulher Maravilha 1984" ("Wonder Woman 1984") Jack Quaid - "The Boys" Pedro Pascal - "The Mandalorian" Teyonah Parris - "WandaVision"MELHOR BEIJO Chase Stokes e Madelyn Cline - "Outer Banks" Jodie Comer e Sandra Oh - "Killing Eve" Lily Collins e Lucas Bravo - "Emily em Paris" ("Emily in Paris") Maitreyi Ramakrishnan e Jaren Lewison - "Eu Nunca..." ("Never Have I Ever") Regé-Jean Page e Phoebe Dynevor - "Bridgerton"MELHOR ATUAÇÃO CÔMICA Annie Murphy - "Schitt’s Creek" Eric Andre - "Bad Trip" Issa Rae - "Insecure" Jason Sudeikis - "Ted Lasso" Leslie Jones - "Um Príncipe Em Nova York 2" ("Coming 2 America")MELHOR VILÃO Aya Cash - "The Boys" Ewan McGregor - "Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" ("Birds of Prey and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn") Giancarlo Esposito - "The Mandalorian" Kathryn Hahn - "WandaVision" Nicholas Hoult - "The Great"ARTISTA REVELAÇÃO Antonia Gentry - "Ginny e Georgia" Ashley Park - "Emily em Paris" ("Emily in Paris") Maria Bakalova - "Borat: Fita de Cinema Seguinte" ("Borat Subsequent Moviefilm") Paul Mescal - "Normal People" Regé-Jean Page - "Bridgerton"MELHOR BRIGA "Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" ("Birds of Prey and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn") ("Birds of Prey and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn") - Final Funhouse Fight "Cobra Kai" - Finale House Fight "The Boys" - Starlight, Queen Maeve, Kimiko vs. Stormfront "WandaVision" - Wanda vs. Agatha "Liga da Justiça", de Zack Snyder) ("Zack Snyder’s Justice League") - Final Fight vs. SteppenwolfMELHOR ATUAÇÃO ASSUSTADA Elisabeth Moss - "O Homem Invisível" ("The Invisible Man") Jurnee Smollett - "Lovecraft Country" Simona Brown - "Por Trás de Seus Olhos" ("Behind Her Eyes") Victoria Pedretti - "A Maldição da Mansão Bly" ("The Haunting of Bly Manor") Vince Vaughn - "Freaky - No Corpo de um Assassino" ("Freaky")MELHOR PARCERIA "Duas Tias Loucas de Férias" ("Barb e Star Go To Vista Del Mar") - Star (Kristen Wiig) e Barb (Annie Mumolo) "Falcão e o Soldado Invernal" ("The Falcon and the Winter Soldier") - Falcon (Anthony Mackie) e Winter Soldier (Sebastian Stan) "The Mandalorian" - Din Djarin (Pedro Pascal) e Grogu "Emily em Paris" ("Emily in Paris") - Emily Cooper (Lily Collins) e Mindy Chen (Ashley Park) "Borat: Fita de Cinema Seguinte" ("Borat Subsequent Moviefilm") - Borat Sagdiyev (Sacha Baron Cohen) e Tutar Sagdiyev (Maria Bakalova)MELHOR DOC-REALITY Below Deck Mediterranean Black Ink Crew New York Império da Ostentação (Bling Empire) Jersey Shore: Os Originais (Jersey Shore Family Vacation) Love & Hip Hop: AtlantaMELHOR PROGRAMA DE PEGAÇÃO 90 Dias para Casar (90 Day Fiancé) De Férias com o Ex (Ex On The Beach) Casamento às Cegas (Love Is Blind) Ready to Love A Despedida (The Bachelorette)MELHOR ELENCO DE REALITY 90 Dias para Casar (90 Day Fiancé) Jersey Shore: Os Originais (Jersey Shore Family Vacation) Love & Hip Hop: Atlanta RuPaul’s Drag Race The Real Housewives of AtlantaMELHOR SÉRIE DE COMPETIÇÃO Legendary RuPaul’s Drag Race The Challenge The Circle The Masked SingerMELHOR PROGRAMA DE LIFESTYLE Deliciousness Fixer Upper: Welcome Home Making The Cut Nailed It! Queer EyeMELHOR SÉRIE NÃO ROTERIZADA Império da Ostentação (Bling Empire) Cardi Tries Selena + Chef The Real Housewives of Salt Lake City VH1 Family Reunion: Love e Hip Hop EditionMELHOR TALK SHOW A Little Late with Lilly Singh Red Table Talk The Breakfast Club The Daily Show with Trevor Noah Watch What Happens Live with Andy CohenMELHOR PROGRAMA DE COMÉDIA Floor Is Lava Impractical Jokers Kids Say the Darndest Things Nick Cannon Presents: Wild ‘N Out RidiculousnessMELHOR APRESENTADOR Nicole Byer - Nailed It! Rob Dyrdek - Ridiculousness RuPaul - RuPaul’s Drag Race T.J. Lavin - The Challenge Tiffany Haddish - Kids Say the Darndest ThingsESTRELA DAS REDES SOCIAIS Addison Rae Bretman Rock Charli D'Amelio Jalaiah Harmon Rickey ThompsonMELHOR REALITY DE MISTÉRIO E CRIME Catfish: The TV Show Evil Lives Here Night Stalker: The Hunt for a Serial Killer Tiger King: Murder, Mayhem and Madness Unsolved MysteriesMELHOR BRIGA Selling Sunset - Chrishell Stause vs. Christine Quinn The Real Housewives of New Jersey - Jackie Goldschneider vs. Teresa Giudice Untucked: RuPaul's Drag Race - Kandy Muse vs. Tamisha Iman Keeping Up With The Kardashians - Kourtney Kardashian vs. Kim Kardashian West Legendary - Law Roach vs. Guest Judge Dominique JacksonMELHOR REALITY INTERNACIONAL Acapulco Shore Geordie Shore Love Island (ITV) ¡Nailed it! México RuPaul’s Drag Race UK
2021-04-29 14:30:00
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Câmara acelera tramitação de projeto que multa discriminação salarial contra mulheres
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (29) a urgência do projeto que pune com multa as empresas que pagarem às mulheres salário menor que o de homens que exerçam a mesma função. A multa proposta é de cinco vezes a diferença salarial constatada, a ser paga à funcionária lesada.A urgência foi aprovada por 390 votos a favor e 19 contrários. Os deputados ainda precisam apreciar o mérito do projeto, mas ainda não há data para isso.Coordenadora da bancada feminina na Câmara, a deputada Celina Leão (PP-DF), defendeu a aprovação do texto. "A igualdade salarial é uma busca incansável das mulheres, e isso já estava previsto na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) no artigo 461", disse. "A aprovação dessa lei é um marco histórico para a bancada feminina."Já o deputado Gilson Marques (Novo-SC) criticou a proposta e, como argumento, citou a diferença entre homens e mulheres. "As mulheres sofrem mais como vítimas de estupro, homens, mais crimes de outras naturezas", defendeu."Uma discriminação positiva nem sempre tem o fim que a gente espera que tenha. Muitas vezes têm o sentido inverso. E é justamente essa a proposta. Dizer que vai dar uma multa de cinco vezes para alguém só porque tem uma diferença salarial é muito ruim. Vai tirar as mulheres do mercado de trabalho."Ele afirmou ainda que os empreendedores pagam conforme o resultado, e não conforme o sexo ou a cor."Essa é uma realidade dura que a gente precisa encarar. Fosse assim, os empreendedores só contratariam homens. E isso não é uma verdade. Os empreendedores querem sempre economizar. Mas eles contratam sim as mulheres, porque muitas vezes elas são competentes, elas são merecedoras e têm habilidades diferentes."A fala de Marques foi rechaçada por parlamentares. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) lembrou que o projeto garante penalizações para empresas que desrespeitam a CLT pagando salários menores às mulheres."O reflexo do machismo está na demora para termos essa garantia, mas também em falas machistas que dizem que 'as mulheres até são competentes' como ouvimos do representante do Novo. Querendo justificar a desigualdade salarial por questões biológicas e desqualificando as mulheres brasileiras", disse. "Somos muito competentes e corajosas, mas ainda enfrentamos a superexploração da mão de obra feminina e o machismo arraigado na sociedade e na política.​"A tramitação do projeto foi cercada por controvérsias. A Câmara aprovou o projeto em dezembro de 2011. No Senado, o texto chegou a ser arquivado no final de 2018, sendo desarquivado em março de 2019. O senador Paulo Paim (PT-RS) foi escolhido como relator.No final de março deste ano, o texto foi aprovado no Senado, com uma emenda de redação que acabou alterando o mérito do texto. Os senadores mudaram o artigo da CLT a que se referia a penalidade: em vez do 401, dentro do capítulo de proteção à mulher, o dispositivo foi inserido no 461, que trata do contrato individual de trabalho. Também incluíram alusão a prazo para prescrição constitucional, de cinco anos, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.Em 5 de abril, o projeto foi enviado à sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No último dia 22, Bolsonaro criticou o projeto e afirmou ter dúvidas sobre se deveria sancioná-lo ou vetá-lo.​Para decidir o que fazer, o presidente da República disse que consultaria as redes sociais e pediu a um programa de rádio que faça uma enquete, embora tenha ressaltado que pode não seguir o que o resultado indicar."Não quer dizer que, de acordo com a resposta da pesquisa, eu vá atender. Que deve ter muita gente que vai votar para eu vetar para depois me criticar. Então, isso eu vou levar em conta, que a gente tem um sentimento aqui do que acontece no Brasil também", afirmou."Se eu veto o projeto, imagine como é que vai ser a campanha das mulheres contra mim. 'Ah, o machista, eu sabia, ele é contra a mulher, quer que mulher ganhe menos etc etc'. Se eu sanciono, os empregadores vão falar o seguinte: 'poxa, pode o que eu estou pagando aqui ser questionado judicialmente'. Na Justiça trabalhista, dificilmente o patrão ganha, quase sempre o empregado ou empregada, no caso, ganha", disse Bolsonaro.O presidente disse que, se vetar, será "massacrado", mas, se sancionar, questionou se as mulheres teriam mais facilidade de conseguir emprego.No dia seguinte às declarações de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pediu a devolução do texto para nova apreciação pela Casa, apontando para a mudança de mérito, o que exigiria nova apreciação pelos deputados.
2021-04-29 14:25:00
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Governo pode bloquear R$ 26 milhões de confederações olímpicas após reeleições
O ano de 2021 tem sido de tensão entre a Secretaria Especial do Esporte do governo federal e as confederações esportivas olímpicas.Todo ano, a pasta precisa reavaliar os certificados que permitem que as entidades recebam repasses de verbas federais, por exemplo oriundas das loterias (Lei Agnelo/Piva) e da Lei de Incentivo ao Esporte, além de garantirem isenção de uma série de impostos. Desta vez, porém, há um entrave inédito.Recentemente, o governo federal já negou a renovação das certidões da Confederação Brasileira de Surf (CBS) e da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) —esta conseguiu reverter a decisão na Justiça e teve a certidão renovada no dia 16 de abril. As certidões dizem se a entidade cumpre, ou não, os requisitos do artigo 18 da Lei Pelé para poder receber as verbas: "Somente poderão receber recursos da administração pública federal direta e indireta caso seu presidente ou dirigente máximo tenham o mandato de até quatro anos, permitida uma única recondução”.É nesse ponto em que há discordância na interpretação do texto. O requisito foi incluído na lei em 2013 e passou a valer em abril de 2014. O entendimento das confederações é de que a lei não pode retroagir e que a regra passa a contar para os mandatos posteriores à sua aplicação.Já a secretaria se baseia em pareceres de sua consultoria jurídica e em uma recomendação da AGU (Advocacia-Geral da União). O órgão afirma que deve ser respeitado o tempo do mandato que estivesse em vigor, mesmo superior a quatro anos, mas que o pleito seguinte à lei deve, sim, contar para a limitação de reeleições.Como as eleições das confederações seguem os ciclos olímpicos, elas acontecem no ano dos Jogos ou no seguinte: em 2020 ou 2021, e antes em 2016 e 2017.Segundo o ponto de vista da secretaria, então, os presidentes de 2014 que foram reeleitos no último ciclo não teriam direito a mais uma recondução ao cargo. Para as confederações, a primeira eleição seria em 2016 ou 2017, e a reeleição, no atual ciclo.Segundo o portal do Ministério da Cidadania, 18 confederações precisarão renovar o seu documento ainda neste ano. Levantamento da Folha identificou outras cinco (Beisebol e Softbol, Ciclismo, Ginástica, Levantamento de pesos e Tênis de mesa) geridas por cartolas com mais de dois mandatos seguidos. Somadas, essas entidades e a CBS têm aprovados R$ 26.217.345 para receber em 2021 das verbas das loterias.Confederação Brasileira de Surf (CBS)Adalvo Argolo é presidente desde 2010, reeleito em 2020Certidão está vencida desde junho de 2020Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS)Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC)Confederação Brasileira de Ginástica (CBG)Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos (CBLP)Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM)Esses valores são repassados da Caixa Econômica Federal ao COB (Comitê Olímpico do Brasil), que distribui para as confederações com base em uma série de critérios esportivos e administrativos.Treze entidades questionaram o COB ainda em janeiro sobre a sua posição. A resposta: “Ao surgir tal restrição legal, esta terá sua eficácia a partir de mandato futuro, não daquele em curso quando da entrada em vigor da lei”.No início de abril, a CBV viu o governo negar a sua certidão, em razão da reeleição de Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca. Ele assumiu o cargo em 2014, já com a lei vigente. Foi eleito em 2017 e novamente em 2021. O entendimento da secretaria é de que o atual seria seu terceiro mandato e, por isso, a certidão não foi renovada.A confederação acionou a Justiça alegando que, quando o mandatário assumiu o cargo pela primeira vez, não havia sido eleito para presidente, mas conduzido à presidência após a renúncia de Ary Graça."Esse entendimento proferido foi construído pela secretaria somente em 2020, para um artigo que está em vigor desde abril de 2014. Entendemos que a lei não pode retroagir para afetar situações e direitos consolidados, pois gera instabilidade e insegurança jurídica, afirma Vantuil Gonçalves Jr, sócio do Trengrouse.Gonçalves Advogados, que presta consultoria à CBV.Após uma liminar favorável no processo, que tramita sob segredo de Justiça, a confederação viu sua certidão ser renovada no último dia 16. Mesmo assim, a secretaria afirma que não mudou sua posição geral no assunto.No caso do Surf, o pleito que reelegeu Adalvo Argolo para presidente em 2020 ainda é questionado na Justiça e pode ser anulado.Ele preside a confederação desde 2010, mas defende que devem ser contados apenas os mandatos a partir de quando a entidade aderiu ao programa olímpico e solicitou a certidão pela primeira vez, em 2017 —este, então, seria o seu segundo mandato. A secretaria interpreta que ele está no terceiro e não renovou o documento.Membros de confederações, ouvidos sob condição de anonimato, sustentam que há uma crescente tensão entre a secretaria e as entidades do esporte olímpico desde a última eleição do COB, em 2020. Eles dizem que o órgão do governo federal era simpático ao candidato a vice na oposição, Emanuel Rego, ex-funcionário da pasta e que perdeu a disputa para a chapa do presidente Paulo Wanderley.​A judicialização, como fez a CBV, poderá ter um custo de quase R$ 50 mil com honorários advocatícios. O gasto já é previsto por algumas entidades, que também preparam a papelada dos processos. Enrique Montero foi reeleito presidente da Confederação de Levantamento de Pesos em 2021, seu terceiro mandato. Antes, havia sido alçado ao posto em 2013 e 2017. Ele é filho de David Montero Gomez, ex-mandatário que foi afastado do cargo em 2008, acusado de improbidade administrativa.Em ação que buscava suspender a eleição no Surf, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, estado sede da confederação, entendeu que a limitação a uma reeleição imposta pela Lei Pelé deve contar para novos mandatos a partir de quando a regra entrou em vigor (2014).O desembargador Roberto Soares de Vasconcellos e Paes cita o artigo 5º da Constituição Federal, que diz que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.Especialista em direito desportivo e sócio do Corrêa da Veiga Advogados, Mauricio Corrêa da Veiga concorda com a Justiça mineira.“[A limitação] não viola a autonomia desportiva, na verdade estabelece apenas uma condição para se receber recursos públicos. Mas você não pode atropelar os princípios do direito brasileiro. Esse artigo [da Constituição] garante que uma situação que já tenha sido estabelecida por direito não pode ser alterada por uma condição futura. É para evitar um efeito surpresa, uma insegurança jurídica”, argumenta.Já o advogado Raimundo da Costa Santos Neto afirma que a disposição dos cartolas por um terceiro mandato coloca em risco a democracia no esporte e a própria confederação. “Ainda que muitos estatutos tenham sido modernizados por força de lei, as estruturas de poder resistem à entregar o poder às novas gerações."Sobre o repasse a entidades que não tenham ou venham a ficar sem o certificado, a Secretaria Especial do Esporte afirma que "não existe dinheiro obrigatoriamente reservado/destinado às confederações olímpicas/paralímpicas por meio de previsão legal"."A legislação prevê repasses de recursos ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) e ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que podem executar os recursos diretamente ou de forma descentralizada, mediante repasses financeiros às entidades filiadas (confederações). Em regra, uma confederação sem Certidão não pode receber tais recursos", completa.Outras confederações, como de basquete e vela, tem a certidão suspensa há mais tempo, e em razão de outros descumprimentos da Lei Pelé que não envolvem eleições. A entidade que gere os Desportos Aquáticos estava nessa situação, mas obteve nesta semana a certificação para voltar a receber recursos.Nos casos de impedimento, o COB administra a verba e transfere de acordo com projetos apresentados e orçados pelas confederações —por exemplo, uma temporada de treinos fora do país."É uma forma para que o esporte olímpico não pare. O problema é que o próprio COB, hoje, também se encontra em situação de precariedade em relação à percepção desses recursos", diz Santos Neto.Em fevereiro deste ano, o Ministério Público do Distrito Federal recomendou que a Caixa Econômica suspendesse o repasse das verbas ao comitê. O órgão também fez uma consulta à Secretaria Especial do Esporte, ainda sem resposta.O COB não possui a certidão negativa de débitos (CND) porque está inserido no polo passivo de uma dívida tributária de R$ 191 milhões da extinta Confederação Brasileira de Vela e Motor.Beisebol e SoftbolEm primeiro lugar, o mandato de Presidente que venho exercendo na CBBS sempre foi norteada pelo princípio da legalidade, motivo pela qual continuo nessa presidência. As limitações hoje existentes vêm na alteração da Lei 12.886/13 que as entidades desportivas nos cargos e funções devem ter o mandato de 4 anos permitida uma única recondução.Por sua vez, o parágrafo terceiro do Artigo 18-A da mesma Lei menciona que as limitações impostas no inciso I do artigo 18-A respeitarão o período de mandato anterior a vigência da Lei 12.886 ou seja 15 de outubro de 2013. Portanto, o mandato iniciado até 14 de outubro de 2013, não foi afetado pela limitação do inciso I do artigo 18-A da lei 12.868/2013.De outro lado, os mandatos iniciados a partir de 15 de outubro de 2013, deverão ter o prazo máximo de 4 anos e poderá se reeleger apenas uma vez.Em nosso caso, a primeira eleição ocorrida após a vigência da Lei 12.868/2013, foi em 16/12/2016. Por conta disso foi e é entendimento da nossa Diretoria Jurídica de que, com base no artigo 18-A c/c o parágrafo terceiro do mesmo artigo, foi essa Presidência orientada que cumprido o mandado de 4 anos, está poderia se candidatar à reeleição de 2020.Ressalto que essa narrativa foi objeto de esclarecimento em nossa assembleia, a todos os presentes, estando transcrita e devidamente registrada no 6º. Cartório de Notas.Encaminhada essa ata de eleição a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania e ao Comitê Olímpico Do Brasil, COB estes não fizeram qualquer objeção a nossa reeleição.Levantamento de pesosCaso a entidade seja notificada pela Secretaria Especial do Esporte, esta Confederação fará sua defesa, conforme as premissas legais. Entende-se que não existe qualquer ilegalidade, sendo o entendimento da Secretaria absolutamente equivocado, pois além de trazer insegurança jurídica para o sistema desportivo, fere interpretação já consolidada da Lei 12.868/2013, que alterou a Lei Pelé.Tênis de mesa1) A eleição e posse da Presidência na CBTM ocorreu em 2012, 2016 e 2020. Portanto, segundo preceitos constitucionais, em que diz que uma lei não pode retroagir, entende-se que o mandato vigente é uma reeleição, tendo havido uma primeira eleição após a lei em 2016.2) O princípio constitucional que diz que uma lei não pode retroagir. Assunto já pacificado no âmbito jurídico, com dezenas de pareceres, inclusive de ex-ministros do STF, que ratificam essa posição.3) A entidade compreende sua responsabilidade perante o desenvolvimento do tênis de mesa no Brasil. E assim o tem feito desde a sua criação em 1979. Portanto, caso haja decisão judicial contrária, irá seguir as determinações desta.CiclismoTomará providências judiciais cabíveis na eventual negativa da certificação.GinásticaTomará providências judiciais cabíveis na eventual negativa da certificação.SurfNão se manifestou.
2021-04-29 14:00:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2021/04/governo-pode-bloquear-r-26-milhoes-de-confederacoes-olimpicas-apos-reeleicoes.shtml
Reforma tributária deve ser fatiada e começar pela fusão de PIS e Cofins, diz líder do governo
O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou nesta quinta-feira (29) que a reforma tributária deve ser votada de forma fatiada, provavelmente em quatro etapas, e começar pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).Barros fez discurso no plenário no início desta tarde. Segundo ele, a decisão de fatiar a reforma foi pactuada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o ministro Paulo Guedes (Economia) e líderes partidários da Casa.A CBS, que funde PIS e Cofins, faz parte da primeira fase da reforma enviada pelo governo. “Vamos começar pela simplificação tributária e depois vamos avançar na direção de organizarmos o sistema tributário mais fácil para o contribuinte, portanto, mais simples, que custe menos para o contribuinte poder pagar corretamente os seus impostos”, disse Barros. Mais Segundo o líder do governo na Câmara, com a reforma será possível simplificar o sistema e obter uma tributação mais justa.“Temos que pensar um pouco sobre o fato de que o Brasil incentiva a exportação de produtos não manufaturados, não processados, e desincentiva a geração de empregos e a industrialização do país e, na medida que um produto para exportação não paga PIS e Cofins, é desonerado, pois o produto para consumo interno é onerado”, afirmou.Na segunda-feira (26), Lira defendeu o fatiamento da reforma tributária e disse que conversaria com o governo para analisar as convergências em torno do texto, com o objetivo de aprovar as mudanças ainda neste ano.Na mesma noite, o presidente da Câmara se reuniu com Guedes e disse ter enviado um ofício para o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma, dando o prazo máximo de até 3 de maio para que o parecer se torne público. Lira reforçou que pretende avaliar, no texto, o que é consensual com o governo.No início de fevereiro, logo após a eleição de Lira e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ambos apresentaram um cronograma que previa a aprovação da reforma nas duas Casas até outubro.A reforma, em elaboração pelo Congresso, não deve trazer a criação de um imposto nos moldes da CPMF, como defende Guedes.O projeto proposto por líderes da Câmara estabelece a junção de IPI, ICMS, ISS, Cofins e PIS com uma transição mais lenta que o desejado pelo governo.Esse modelo reúne tributos federais, estaduais (ICMS) e municipais (ISS). O imposto, resultado da fusão, seria chamado IBS (imposto sobre bens e serviços).Também está em discussão um tratamento diferenciado no IBS para os setores de saúde, educação e transportes.O Ministério da Economia defende que a PEC traga mudanças alinhadas com o governo. Nesse caso, IPI, por exemplo, seria reformulado de modo a ter uma alíquota única para todos os setores. Hoje, a cobrança varia de acordo com o tipo de atividade da empresa.Para harmonizar conceitos no texto, Ribeiro fez uma série de reuniões com integrantes do governo em dezembro. As novas gestões do Congresso e as mudanças nas lideranças partidárias, no entanto, diminuíram o ritmo das conversas em torno do relatório final.Governo diz que carga tributária ficará estável após a reforma​PEC 45 – Funde cinco tributos atuais (PIS, Cofins, IPI, o estadual ICMS e o municipal ISS) no IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Criação de um imposto seletivo federal sobre certos bens (como cigarros e bebidas alcoólicas). Apresentada em abril de 2019. Autoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP)PEC 110 – Funde nove tributos (IPI, IOF, PIS, Pasep, Cofins, Salário-Educação, Cide-Combustíveis, o estadual ICMS e o municipal ISS) no IBS, a ser criado. Cria o imposto seletivo para itens como combustíveis, cigarros e energia. Extingue a CSLL (sobre o lucro de empresas), a ser incorporada pelo Imposto de Renda --que tem suas alíquotas ampliadas. Apresentada em julho de 2019. Autoria de Davi Alcolumbre (DEM-AP) e outros senadoresPL do Executivo – Funde apenas os tributos federais PIS e Cofins na CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), com alíquota de 12% e entrada em vigor seis meses após publicação da lei. ​Objetivo principal é simplificar regras e reduzir brigas entre contribuintes e Receita
2021-04-29 13:40:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/04/reforma-tributaria-deve-ser-fatiada-e-comecar-pela-fusao-de-pis-e-cofins-diz-lider-do-governo.shtml
Tragédia da Covid nas periferias acaba com vidas, conexão e acolhimento
As periferias são sinônimos de comunidade. Locais onde se pode colocar a cadeira na calçada e papear com quem passe pela rua. A sensação, porém, vem mudando.Após um ano de luto contínuo, de tempos de confinamento, temos perdido essa conexão e acolhimento. E com pouca expectativa de melhora.Chegamos (é até difícil de escrever) aos 400 mil mortos registrados por Covid-19 no Brasil. E essa curva da morte desemboca sempre nas periferias.Dessa triste marca completada nesta quinta-feira (29), uma em cada oito vítimas estava na Grande São Paulo, onde estamos perto dos 50 mil —é um estádio do Corinthians lotado ou mais de 700 ônibus cheios— que simplesmente desapareceram.Quem vive nas bordas da cidade passou a conviver com o sentimento diário de vulnerabilidade para si mesmo e para as pessoas próximas. É entrar no Facebook, por exemplo, e encontrar ali um repositório de mensagens de luto. Na rolagem pela tela, uma sequência de perfis compartilham as perdas familiares que tiveram, sem contar vizinhos, amigos e conhecidos da igreja do bairro.A dor coletiva de ver alguém querido morrer se une a desesperança, sem saber se terá trabalho, dinheiro para pagar as contas, o gás ou ter comida na mesa no dia seguinte. Para piorar, nunca houve uma unidade em relação à proteção. Quando a pandemia começou, falamos como a guerra de discursos sobre o uso de máscaras e o distanciamento social entre governos federal e estadual poderia matar ainda mais nas periferias. Difícil dizer que não foi o que aconteceu ao olhar para os bairros periféricos.Na capital paulista, os distritos com mais mortes estão nas regiões periféricas da cidade: Sapopemba e Itaquera, na zona leste; Brasilândia, zona norte; e Grajaú, zona sul. Todos eles com mais de 600 óbitos confirmados, somam 2.701 mortes. É mais do que boa parte das capitais do país. Dez subprefeituras que estão nas periferias superaram mil vítimas.Isso tudo em meio ao dilema de uma população que nunca pode se proteger de verdade, em especial em casas apertadas com famílias numerosas —mas também uma parcela que entende que a pandemia faz parte de um destino cruel para quem a saúde nunca foi um direito.O costume de ver familiares morrendo precocemente muitas vezes é tido como normal, coisa do destino, infelizmente.Diferente do dito pelo ministro da Economia, que vê uma longevidade de todos que buscam os serviços de saúde (“todo mundo quer viver 100, 120, 130 anos”), vivemos em regiões onde a idade média ao morrer fica nos 58 anos, como no Jardim Ângela, na zona sul. E mesmo os idosos desses bairros são menos atendidos pela vacinação, a principal esperança de melhora.É nesse cenário que os moradores das periferias vão às ruas para conseguir um pouco de renda e se veem em situação de exposição. Muitos não têm o home office como opção e tomam ônibus e trens lotados no caminho até o serviço.Frentistas de postos de gasolina, caixas de supermercado, motoristas de ônibus, vigilantes, por exemplo, não puderam ficar em casa e foram os mais atingidos pelo coronavírus. São trabalhadores que, muitas vezes, não pararam de trabalhar mesmo com suspeitas (afinal, ainda são vítimas de demora para conseguir o resultado do exame).Ainda há muita gente que questiona se a doença é tudo isso, se agora só “morre de Covid”, mesmo com a partida de pessoas próximas.A desigualdade, potencializada pela crise sanitária e ineficiência do atual governo em freá-la, também afeta a saúde mental dos moradores. Casos de depressão e ansiedade aumentaram no período de isolamento e grupos que vivem em situação de vulnerabilidade no Brasil precisam de atenção.Por isso, estão sendo criadas iniciativas como a Rede de Apoio às Famílias de Vítimas Fatais de Covid-19 no Brasil, apoiada por dezenas de organizações da sociedade civil e movimentos sociais.O objetivo é gerar uma rede de solidariedade preventiva, reunindo apoio especializado e humano que possa amenizar um pouco o sofrimento.A rede, entre outras propostas, pretende oferecer orientações emergenciais para sepultamentos e rituais de despedida, além de sugerir canais para garantir o direito à memória, ao luto, ao velório (ainda que virtual).É um pequeno exemplo de esperança. Não faltaram redes de solidariedade entre moradores das periferias que dão suporte nesse momento, ajudam a conseguir comida para quem viveu e vive sem auxílio. É o apoio para quem não pode velar o corpo do familiar, enterrado meia-noite e meia.Muito se insiste que dizer os números já não é o suficiente. É preciso refletir que o dono da padaria ali do lado já não está mais entre nós. O líder comunitário que ajudava na cultura da leste também não, assim como o jogador que era craque no time de várzea da zona norte.Não são apenas números, são infinitas histórias interrompidas. E elas precisam ser lembradas.
2021-04-29 13:33:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/04/tragedia-da-covid-nas-periferias-acaba-com-vidas-conexao-e-acolhimento.shtml
Mayra Cardi rebate críticas após falar de jejum: 'Não fiz para emagrecer'
A influenciadora Mayra Cardi, 37, foi as redes sociais para rebater críticas após ter contado que ficou sete dias em jejum. "Fiz jejum de sete dias. Com supervisão e com a finalidade de saúde, alma, oração e estudos", começou."Quem quiser saber mais, tem uma live com o profissional do meu IGTV", explicou ela. "Não fiz para emagrecer porque sou contra jejum para emagrecer. Tenho dois programas de emagrecimento e nenhum usa jejum. Sem mais!", completou a influenciadora em seu Twitter.Além disso, ela afirmou que "as coisas foram tiradas completamente de contexto". Em seu Instagram, ela fez uma publicação dando mais detalhes do jejum. "Eu não fiz nem sou a favor de fazer jejum para emagrecer! Jamais faria", escreveu a ex-mulher de Arthur Aguiar, 32. Mais Ela afirma que colocou artigos científicos que comprovam os benefícios de se fazer jejum, e ainda completou: "quero que um ser humano me apresente um artigo científico que comprove que jejum faz mal, ou seja, ao contrário que aí sim eu mudo de opinião sem problema algum."A polêmica começou na noite desta quarta-feira (28) quando Cardi fez uma publicação dizendo: "sete dias de jejum e eu não imaginava que iria ser tão mágico". "Queria ficar mais dias, pois ainda não tenho fome, mas eu obedeci sendo um primeiro de sete dias", continuou.Muitos internautas criticaram a publicação e o jejum feito pela influenciadora. "A gente tá falando de alguém que está publicamente promovendo transtorno alimentar para 6 milhões de pessoas", escreveu a youtuber Laura Sabino.
2021-04-29 13:30:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/04/mayra-cardi-rebate-criticas-apos-falar-de-jejum-nao-fiz-para-emagrecer.shtml
BBB Dia 101: Globo fará especial com reencontro dos participantes
Após os 100 dias da 21ª edição do reality, o Big dos Bigs promete mais um reencontro dos confinados. Os fãs do programa poderão acompanhar o BBB Dia 101, um especial que vai ao ar no dia 8 de maio e reunirá os participantes na casa do programa, para celebrar a temporada.Durante algumas horas, os brothers e sisters poderão rever seus lugares preferidos, relembrar e destacar grandes momentos que aconteceram durante os 100 dias de confinamento. O apresentador Tiago Leifert irá comandar, dos estúdios, o encontro inédito.Além da apresentação de Leifert, o especial terá direção-geral de Rodrigo Dourado. O ex-BBB Arcrebiano não irá participar do encontro por já estar confinado para a nova temporada do reality No Limite. Apenas com cinco confinados, o BBB 21 se aproxima da final que acontecerá na próxima terça-feira (4). Mais Procurada, a Rede Globo afirmou que para prevenção da Covid-19, "assim como em todas as gravações que estão acontecendo nos Estúdios Globo, todos os participantes serão testados e seguirão os protocolos de segurança necessários."O penúltimo Paredão da edição coloca Pocah, Gilberto e Camilla de Lucas na disputa pela permanência na casa. A líder Juliette Freire, vencedora da última Prova do Líder do Big Brother Brasil 21 (Globo), indicou a cantora, que salvou Fiuk, colocando assim Gil e Camilla na berlinda.A paraibana ganhou, além do título de Líder e o poder de indicar um dos competidores ao paredão, R$ 10 mil e aparelhos de smartphone da empresa que patrocinou a prova. Ela também escolheu Camilla e Gil para o Vip, deixando Pocah e Fiuk na Xepa.
2021-04-29 13:17:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/bbb21/2021/04/bbb-dia-101-globo-fara-especial-com-reencontro-dos-participantes.shtml
Brazil's Foreign Minister Denies Funding Cuts to Environmental Inspections
Carlos Alberto França, Brazil's minister of foreign affairs, denied on Wednesday (28) that Brazil cut the money allocated for environmental inspection. In his assessment, President Jair Bolsonaro did not break a promise made at the Leaders’ Summit on Climate.The minister participated Wednesday morning in a public hearing whose purpose was to address Itamaraty's priorities this year."The commitment that President Bolsonaro stipulated, this has been fulfilled," said the minister, in relation to the promise made by the president during the Leaders' Summit on Climate, last week.On Thursday (22), during the Summit, Bolsonaro said he was determined to double the resources for environmental inspection actions in Brazil.On the same day as the Climate Summit, however, Bolsonaro sanctioned the 2021 Budget with some vetoes. The increase promised by him at the international meeting is not on the agenda for the year and, and as a sanction, the president cut almost R$240 million (US$ 44 million) from the Environment ministry.Translated by Kiratiana FreelonRead the article in the original language
2021-04-29 12:56:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/world/2021/04/brazils-foreign-minister-denies-funding-cuts-to-environmental-inspections.shtml
Mortos por Covid-19 equivalem às populações de 128 cidades paulistas
A pequenina Motuca (SP) viveu momentos de apreensão nos últimos dois meses devido ao agravamento da pandemia de Covid-19. Sem uma rede hospitalar com UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ela dependia de Araraquara (a 273 km de São Paulo), da qual um dia já foi distrito para internar seus pacientes.No entanto, a circulação da variante brasileira do coronavírus fez com que as UTIs de Araraquara ficassem por semanas com ocupação de 100% de seus leitos, o que obrigou Motuca, que tem 4.795 habitantes, a levar seus pacientes para municípios distantes até 185 quilômetros.A típica cidade interiorana, porém, seria uma das 128 localidades varridas do mapa —as menores do estado— caso as 400 mil mortes relacionadas à Covid-19, registradas nesta quinta (29), estivessem concentradas nos pequenos municípios paulistas. Juntas, elas têm pouco mais de 403 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Uma em cada cinco das 645 cidades de São Paulo também sumiria do mapa —desde a menor delas, Borá, com seus 838 habitantes, até Motuca.Toda a população de Borá, aliás, poderia ter desaparecido logo nas primeiras semanas da pandemia, já que em 9 de abril do ano passado o país acumulava 957 óbitos.“Temos pedido sempre que a população colabore, é o que tem de ser feito. Fui com o prefeito num assentamento e passamos por uma cachoeira, que faz parte de outro município, e tinha umas 40 pessoas sem máscaras tomando banho, aglomeradas. Se não houver conscientização, a tendência é só piorar”, afirmou Márcio Contarim, secretário da Saúde de Motuca.Com 7 óbitos registrados dentre 266 casos de infecção confirmados de Covid-19, a cidade tem atualmente três pacientes internados em Araraquara, segundo a secretaria de Saúde do município vizinho.Motuca, até sua emancipação, em 1993, era distrito de Araraquara, cidade que se tornou símbolo do avanço da variante P.1 do vírus, viu explodir casos, internações e mortes e foi a primeira a decretar lockdown, em fevereiro. Com a rede hospitalar de sua cidade referência lotada, Motuca enviou pacientes para São Carlos (77 km) e até Ituverava, distante 185 km.“A variante P.1 preocupa, mas, geralmente, temos condições de estabilizar os casos na unidade de saúde local, que tem atendimento 24 horas e sala de urgência com respirador [até a internação]”, disse Contarim.Uma das preocupações na cidade é a realização de festas não autorizadas, que têm sido coibidas pela Polícia Militar e pela fiscalização municipal.Da lista de 128 cidades paulistas cujas populações, somadas, equivalem às 400 mil vítimas da Covid-19 registradas no país desde o início da pandemia, ainda estão localidades espalhadas por praticamente todas as regiões do estado, como Ribeirão Corrente e Jeriquara, na região de Franca, Marinópolis e Turmalina, na região de São José do Rio Preto, ou Nova Guataporanga, na região de Presidente Prudente.Em geral, elas têm pequenas unidades de atendimento de saúde aos seus moradores, sem leitos de UTI, o que amplia a preocupação em meio à escalada na ocupação de leitos intensivos registrada nos últimos meses. A lista inclui Monteiro Lobato, que, com seus 4.696 moradores, registrou um aumento grande de casos entre março e abril. Sem UTI, a cidade do Vale do Paraíba tem como referência hospitalar São José dos Campos e possui apenas uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e uma equipe de saúde da família. Por isso, desde o ano passado a prefeitura contratou até seguranças privados para dispersar aglomerações, inclusive de turistas. Ex-distrito de São José dos Campos, ganhou o nome em 1949, em homenagem ao escritor, que viveu na Fazenda do Buquira.Embora seja pouco populosa, registra grande fluxo de veículos que passam pela cidade, já que é rota para o sul de Minas Gerais ou para cidades como Campos do Jordão.Hoje, Monteiro Lobato tem 5 mortes confirmadas e 224 casos confirmados de Covid-19. Cinco pacientes fazem o tratamento em casa e não havia nesta semana nenhum paciente internado em enfermaria ou UTI.“Estávamos tranquilos quando começamos [o mandato, em janeiro], mas, de repente, em março, houve aquele pico. Felizmente, achamos que já conseguimos passar pela fase mais difícil. Os índices de internação no Vale estão melhorando. Mas a preocupação tem de ser diária”, disse o secretário da Saúde da cidade, João Francisco Ferreira.Em Mira Estrela, cidade de 3.106 habitantes na região de Rio Preto, a prefeitura decidiu adotar lockdown em março, seguindo o que fizeram o maior município da região e outras dez cidades, devido à lotação nas UTIs de Rio Preto.Então com 4 óbitos e 156 casos, hoje Mira Estrela tem 9 mortes e 289 confirmações da doença, segundo dados do governo paulista.De todas as cidades que desapareceriam nesse cenário hipotético, apenas Borá, Fernão e Sagres (as duas últimas com 1.727 e 2.430 habitantes, respectivamente) não registraram até esta semana óbitos ligados ao coronavírus.
2021-04-29 12:57:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/04/mortos-por-covid-19-equivalem-as-populacoes-de-128-cidades-paulistas.shtml
Invisible Sexual Crimes
In two articles published by Folha this week, lawyer Luciana Temer and Folha columnist Djamila Ribeiro addressed the same theme: a long and detailed report by the Âgencia Pública on decades of accusations of sexual exploitation involving businessman Samuel Klein, the founder of Casas Bahia. He died at the age of 91 in 2014.Were it not for the texts of the two women—who talk about how silence covers up crimes with these characteristics—the reader of Folha might not even have been aware of the very serious accusations.Published on Wednesday (15), the report by Âgencia Pública says that for decades Samuel Klein enticed minors and sexually exploited them, even doing this inside the company's headquarters in São Caetano do Sul (SP).In exchange for the meetings, Klein would offer money and other gifts, from basic food baskets to cars to products from the retailer's stores.Director, editor, and reporter of the Âgencia Pública, Thiago Domenici tells the column that the investigation lasted four months and six reporters worked on it, from a tip received about the story of Saul Klein, the son of Samuel accused of sexual crimes for more than 30 women.Interestingly, the suspicions about the son, denied by his lawyers, were revealed by Folha in an article by Mônica Bergamo published in December 2020.The director of Pública says that, in a few days, they found more than ten lawsuits against Samuel Klein for moral damages due to sexual abuse. According to him, if all the women sought by Pública had agreed to speak, there would be at least 30 depositions to find out. There were ten, three of whom agreed to have their names disclosed.In total, 35 people were heard, including alleged victims, lawyers, former employees, neighbors, and even a taxi driver.In addition to lawsuits and police investigations, there are documents, photos and videos of parties, as well as audio recordings, which include facts that occurred at least between 1989 and 2010 (with Klein already close to 90 years old).Despite widespread circulation on social media, repercussions in outlets such as Nexo, El País, and magazines such as Marie Claire and Claudia, in addition to published opinion articles (all written by women, according to Domenici), the large media outlets ignored the story.Contrary to what usually happens in cases of this dimension, the mainstream press did not investigate, resonate or republish the material."Of the major media outlets, including television channels, no one has discussed the issue so far [April 23] in their daily coverage. In our perception, the revelation did not gain national repercussions due to the lack of news coverage," says the director of Pública.In the case of Folha, the stance draws even more attention because the newspaper has a partnership with the Public Agency and, if it wanted to, it could have published the full story.Roberto Dias, editor in chief, says he considers the information reported by the Âgencia Pública to be in the public interest. "We discussed the case and decided to carry out our own investigation on this matter, in view of the possible criminal charges involved."However, in a quick search for articles from Âgencia Pública in Folha, it is possible to find texts from the agency that even involved criminal charges.One of the articles, published in August 2020, revealed a series of sexual abuse of children in Minas Gerais.Domenici affirms that Pública agreed that Folha would publish a shorter version last week. In the end, they received the news that the text would not be published because it was an editorial decision. "We didn't understand," says the journalist.There are more incomprehensible things. Cases like this seem to involve gears that have operated for years without those responsible being disturbed - neither by the police nor by the press.The alleged scheme of sexual exploitation unveiled by Âgencia Pública ran in parallel, and were often dependent on the main business. It is strange that such a well-considered case only appears in Folha in opinion articles, that is, it does not exist in the form of news. Republishing the whole of a case like this can be a choice. Including it in the news coverage is a must.In response to Âgencia Pública, Via Varejo, the company that controls the Casas Bahia brand, clarified that the Klein family never exercised any control role in the holding company established in 2011 to manage the Casas Bahia, Pontofrio, Extra.com.br, and Bartira brands. The Klein family lamented that the patriarch was not alive to defend himself against the accusations mentioned. Regarding two lawsuits in progress, the family said that they are running in secret from the courts and that the decisions will be upheld.Translated by Kiratiana Freelon
2021-04-29 12:49:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/ombudsman/2021/04/invisible-sexual-crimes.shtml
Após fala de Mainardi, Cultura diz que acionou produtora do Manhattan Connection
A TV Cultura afirmou nesta quinta-feira (29) que já acionou a produtora do Manhattan Connection para que medidas sejam tomadas após Diogo Mainardi agredir verbalmente o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido como Kakay. "A TV Cultura não concorda com o ocorrido e já tomou providências junto à empresa produtora do Manhattan Connection", diz, em nota, a emissora sem especificar quais medidas seriam tomadas. ​O programa desta quarta (28) trouxe a participação de dois convidados. Na primeira parte, o apresentador e humorista Fábio Porchat abordou a liberdade de expressão. Na sequência foi a vez do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, que debateu sobre as últimas decisões do STF (Supremo Tribunal Federal). Mais No final da edição, Mainardi xinga o advogado com palavras de baixo calão. "Como diria Olavo de Carvalho, vai ...", disse o jornalista, que teve a fala cortada por um sinal. Na leitura labial, porém, é possível identificar a frase "vai tomar no c...".A declaração aconteceu após Lucas Mendes, âncora do programa, agradecer a presença de Kakay no Manhattan Connection. Pedro Andrade e Caio Blinder compunham a bancada da atração.Em sua coluna no site Antagonista, Diogo Mainardi afirmou que o xingamento se referia a algo que havia sido dito na primeira parte do programa. "O 'convidado' era Kakay, que durante o programa vaticinou a prisão de Sergio Moro. O xingamento era uma referência singela a algo que foi dito na primeira parte do programa, por Fábio Porchat."Manhattan Connection estreou na TV Cultura no dia 20 de janeiro de 2021, data da posse do 46º presidente dos EUA, Joe Biden, após passagem pelo GNT (1993-2011) e pela GloboNews (2011-2020.).
2021-04-29 12:34:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2021/04/apos-fala-de-mainardi-cultura-diz-que-acionou-produtora-do-manhattan-connection.shtml
Príncipe Harry entregou anel de Diana para William e Kate, diz fonte
O documentário "The Diana Story" (Amazon Prime Video) revelou que o príncipe Harry, 36, deu o anel de noivado de safira de sua mãe, a princesa Diana, para seu irmão, o príncipe William, 38, poder dar a joia a sua noiva Kate Middleton, 39.As informações foram contadas por Paul Burrell, ex-mordomo da princesa Diana. Segundo uma publicação do site The Mirror, depois da morte da princesa de Gales em 1997, o príncipe Charles, 72, permitiu que os filhos selecionassem peças da coleção de joias de Dianna para guardar.Acredita-se que o anel de safira foi escolhido por Harry, e William ficou com um relógio Cartier de ouro. Burrell explicou no filme que pouco tempo antes de William pedir Kate em casamento, no ano de 2010, Harry ofereceu o anel de sua mãe. Mais O mordomo diz que: "Harry disse a ele [Wiliam]: 'Não seria adequado se ela tivesse o anel da mamãe?'. Então, um dia, o anel será colocado no trono da Inglaterra". A joia tem uma safira oval de 12 quilates envoltos por 14 diamantes solitários, e é definido como ouro branco 18 quilates.Porém, Harry também garantiu que sua esposa Meghan Markle, 39, tivesse uma peça da coleção da princesa. O príncipe desenhou seu anel de noivado com dois diamantes antes pertencentes a sua mãe e os colocou ao lado de uma pedra central de Botswana, onde ele e a duquesa de Sussex passaram férias. Mais
2021-04-29 12:37:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/04/principe-harry-entregou-anel-de-diana-para-william-e-kate-diz-fonte.shtml
El canciller niega el recorte en inspección ambiental y dice que Bolsonaro no ha roto su promesa
El canciller Carlos Alberto França negó el miércoles (28) que se haya producido un recorte en el monto destinado a la inspección ambiental, así que, según el ministro, el presidente Jair Bolsonaro no ha roto la promesa hecha en la Cumbre de Líderes sobre el Clima.El ministro asistió a una audiencia pública esta mañana. El propósito de la reunión fue abordar las prioridades de Itamaraty para este año."El compromiso que estipuló el presidente Bolsonaro ha sido cumplido", dijo el ministro, en relación a la promesa hecha por el mandatario durante la Cumbre de Líderes sobre el Clima, la semana pasada.El jueves (22), durante el evento convocado por el presidente estadounidense, Joe Biden, Bolsonaro afirmó que había determinado la duplicación de los recursos destinados a las acciones de inspección ambiental en Brasil.Sin embargo, el mismo día de la Cumbre del Clima, Bolsonaro sancionó el Presupuesto de 2021 con algunos vetos. El aumento prometido por él en el encuentro internacional no está en la agenda del año y, en el acto de sanción, el presidente recortó casi R$ 240 millones (US$ 44 millones) de la cartera de Medio Ambiente.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2021-04-29 11:48:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/mundo/2021/04/el-canciller-niega-el-recorte-en-inspeccion-ambiental-y-dice-que-bolsonaro-no-ha-roto-su-palabra.shtml
Críticas a Bolsonaro dominam debate do Parlamento Europeu sobre pandemia
Um debate organizado pelo Parlamento Europeu nesta quinta (29) para discutir a pandemia de coronavírus na América Latina virou uma sessão de críticas ao "negacionismo" e à "necropolítica" do presidente Jair Bolsonaro. O objetivo da audiência era discutir o impacto da Covid na região e as possibilidades de ajuda da União Europeia (UE) aos esforços dos governos para enfrentar a crise sanitária.Os debates pretendiam analisar especialmente a relação entre o elevado nível de desigualdades sociais e econômicas na região, assim como o avanço fora de controle da pandemia, mas as críticas ao líder brasileiro dominaram a sessão. "Por ação ou omissão, a necropolítica de Bolsonaro constitui um crime contra a humanidade que deve ser investigado", afirmou o eurodeputado espanhol Miguel Urbán.Outro eurodeputado espanhol, Jordi Solé, advertiu que a gestão da crise de saúde por parte do presidente do Brasil pode "transformar o país em uma incubadora de novas cepas" do coronavírus. Para a legisladora portuguesa Isabel Santos, a situação no Brasil é mais difícil devido ao "irracional negacionismo de Bolsonaro", a quem acusou de "fazer tudo para que a população não seja vacinada"."Não é um erro, e sim uma irresponsabilidade deliberada", completou.Os legisladores conservadores que participaram no debate também apresentaram críticas, mas sem mencionar o nome do presidente brasileiro. Para o português Paulo Rangel, o impacto da pandemia foi agravado "por erros políticos e por visões negacionistas, como é o caso do Brasil". O eurodeputado espanhol Leopoldo López afirmou que é necessário "destacar a negação da gravidade por parte dos governantes de alguns dos países com maior população". A comissária europeia de Estabilidade Financeira, Mairead McGuiness, por sua vez, destacou que a UE já destinou 38 milhões de doses de vacinas contra a Covid a 30 países da América Latina por meio do Covax, mecanismo internacional da OMS (Organização Mundial da Saúde) para fornecer imunizantes a países em desenvolvimento.O Senado brasileiro instalou nesta semana uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a atuação do governo na pandemia, no momento em que o número de mortos no país se aproximava de 400 mil (barreira ultrapassada nesta quinta).Desde o início da pandemia no Brasil, em fevereiro de 2020, Bolsonaro se opôs às medidas de isolamento social, rejeitou o uso de máscara, questionou a eficácia das vacinas e defendeu o uso de remédios, como a hidroxicloroquina, sem eficácia comprovada contra a doença.
2021-04-29 11:43:00
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Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/04/criticas-a-bolsonaro-dominam-debate-do-parlamento-europeu-sobre-pandemia.shtml
Justiça derruba censura a reportagem publicada por colunista do UOL
A desembargadora Maria Angélica Guimarães, do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), informou ao ministro Kassio Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal), que reconsiderou uma decisão que determinava a exclusão de conteúdo jornalístico publicado pelo colunista do UOL Amaury Ribeiro Jr.Intitulado "Juíza investigada por usar família em rede de lucro ilegal com falências", o material foi publicado inicialmente em dezembro de 2020. Em decisão proferida no âmbito de um processo que corre sob sigilo, a própria desembargadora havia determinado, além da exclusão do conteúdo, a proibição de publicação de novas matérias sobre o tema, sob pena de responsabilização civil e criminal.O UOL não teve acesso aos autos deste processo até o momento. O UOL recorreu ao STF por meio de uma reclamação, que foi distribuída ao ministro Kassio Nunes Marques.O ministro, então, oficiou a desembargadora Guimarães a prestar esclarecimentos sobre um eventual descumprimento da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 130/DF, que regula a liberdade de pensamento e de manifestação no país.Em resposta a Kassio, a magistrada informou que já havia reconsiderado a decisão. "Naquela ocasião entendi por bem determinar a supressão de publicações que poderiam prejudicar o sigilo das investigações ora em andamento, de modo que determinei a remoção de conteúdo", escreveu ela."Todavia, debruçando-me novamente sobre a questão entendo por oportuno rever o entendimento", disse ainda a magistrada, citando o direito fundamental à liberdade de imprensa e o entendimento do Supremo sobre a ADPF 130.A manifestação foi enviada ao STF no dia 27 de abril, mas não se sabe em que data a desembargadora efetivamente proferiu a decisão que cassou a censura anteriormente imposta à coluna do UOL.No despacho em que reconsidera a decisão, anexado à resposta enviada ao Supremo, a desembargadora diz que, "no sentido do necessário prestígio à ampla liberdade de imprensa", assegura ao UOL "o direito de manter em qualquer plataforma a matéria divulgada, bem como noticiar eventuais aspectos outros relacionados ao tema".O conteúdo excluído da coluna de Amaury Ribeiro Jr tratava do caso de uma juíza que supostamente usava contas de parentes e empresas familiares para ocultar recursos que teriam sido desviados de empresas em situação de falência no estado do Rio de Janeiro.A coluna procurou ouvir a juíza antes da publicação do conteúdo, tanto por meio da assessoria de imprensa do TJ-RJ como por meio de parentes da magistrada. No entanto, nenhuma resposta ou manifestação foi recebida.
2021-04-29 11:06:00
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Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/04/justica-censura-reportagem-publicada-por-colunista-do-uol.shtml
PIB dos EUA cresce no 1º trimestre impulsionado por estímulos do governo
A economia dos Estados Unidos ganhou velocidade no trimestre passado, e deixou para trás alguns dos efeitos persistentes da pandemia, com uma alta no consumo, reforçada pelos pagamentos de estímulo do governo federal americano e por um relaxamento das restrições à circulação em muitas áreas do país.O Departamento do Comércio americano reportou nesta quinta-feira (29) que a economia cresceu em 1,6% no primeiro trimestre de 2021, ante 1,1% no trimestre final do ano passado.Em base anualizada, o ritmo de crescimento do primeiro trimestre foi de 6,4%.“Foi uma ótima maneira de começar o ano”, disse Gregory Daco, economista chefe da Oxford Economics para o mercado dos Estados Unidos. “Tivemos a mistura perfeita de melhora nas condições de saúde, estímulo fiscal forte e clima mais quente”.“Os consumidores agora estão de volta ao comando, em termos de atividade econômica, e é assim que gostamos que as coisas sejam”, ele disse. “Um consumidor que se sinta confiante sobre as perspectivas econômicas em geral gastará mais livremente”.Para o futuro, os economistas dizem antecipar números ainda melhores no trimestre em curso.“As notícias são boas, mas notícias ainda melhores estão por vir”, disse Ian Shepherdson, economista chefe da Pantheon Macroeconomics. “Não existe coisa alguma no relatório mais recente que me leve a pensar que a economia não crescerá em ritmo explosivo no segundo e terceiro trimestres”.A expansão do trimestre passado foi alimentada pelos pagamentos de estímulo do governo, ele disse, que se traduziram rapidamente em aquisição de bens duráveis como carros e eletrodomésticos.“Isso demonstra o valor da intervenção governamental quando a economia está em crise grave por causa da Covid”, ele disse. “Mas nos próximos trimestres, a economia dependerá muito menos do estímulo, e as pessoas usarão as economias que acumularam durante a pandemia”.A atividade econômica geral deve retornar os níveis anteriores à pandemia no trimestre atual, disse Anderson, acautelando que vai demorar até o final de 2022 para que o emprego reconquiste o terreno perdido como resultado da pandemia. Mas o mercado de trabalho parece estar reagindo. No mês passado, empregadores criaram 916 mil postos de trabalho novos e o índice de desemprego caiu a 6%, enquanto os pedidos iniciais de benefícios-desemprego caíram acentuadamente nas últimas semanas.“É o melhor mercado de trabalho que vi nos últimos 25 anos”, disse Tom Gimbel, presidente-executivo da LaSalle Network, uma empresa de recrutamento e recursos humanos de Chicago. “Temos 50% mais vagas do que tínhamos antes da Covid”.As contratações cresceram para postos de entrada e intermediários, com forte demanda por profissionais de contabilidade, finanças, marketing e vendas, entre outras áreas.“As companhias estão ampliando suas áreas de back-office e suas cadeias de suprimento”, ele disse. “Creio que isso deva persistir por entre 18 meses e dois anos, pelo menos”.Os gastos com bens como automóveis lideraram o caminho no primeiro trimestre, mas a demanda por serviços como os de restaurantes deve ressurgir no segundo trimestre, disse Rubeela Farooqi, economista chefe da High Frequency Economics para o mercado dos Estados Unidos. “Creio que veremos uma disparada nos gastos com serviços”, ela disse.Traduzido por Paulo Migliacci
2021-04-29 11:19:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/04/economia-dos-eua-acelera-no-1o-tri-e-pedidos-de-auxilio-desemprego-recuam.shtml
Viih Tube fala sobre papel de 'vilã' no BBB 21: 'Sobrou para mim'
A atriz e youtuber Viih Tube, 20, foi eliminada em seu primeiro Paredão com 96,69% dos votos. Emplacando a terceira maior rejeição do programa, a influenciadora agora brinca com o posto de vilã da edição e afirma "tem que sobrar uma vilã na história, e sobrou para mim.""Entendo o pensamento do público, sabia de tudo que eu estava fazendo lá dentro, já esperava um número alto", continua em entrevista ao jornal O Globo. "Acho que a galera aqui fora não esperava o meu jogo, mas foi uma escolha minha. Joguei demais, passei do ponto, sim", continuou."Só que não tenho vergonha, foi a forma que levei", afirma a atriz. "Nunca menti pra ninguém, não fui falsa, só fui jogadora. Fugi dos paredões como o Tiago pedia", assegurou. A youtuber também comentou sobre sua trajetória no jogo durante o programa BBB: A eliminação (Multishow). Mais "É gente, eu sou assim, grossa, estúpida, teimosa, às vezes muito injusta... É verdade, eu tenho esse lado mesmo. E quando a gente tá cego, com uma visão que a gente só olha pra nós mesmos, é muito difícil de abrir a cabeça", explicou Viih que admitiu ter sido injusta com Juliette."Eu era aquela amiga teimosa, eu reconheço, vendo de fora. Eu realmente fui muito injusta com ela, eu acho que eu nem merecia a amizade dela, não sei como ela aguentou, como me suportou dentro daquela casa", afirma.Na entrevista com o jornal, ela também comentou sobre a relação com a sister: "Sempre torci pela Ju, nossa amizade é muito madura. Eu não conseguia ser falsa com ela, falava as coisas que me incomodava. Posso ter extrapolado em algum momento, mas nada muda entre a gente."Quanto ao cancelamento, a youtuber afirma não ter mais medo. "Nada mais me abala. Agora, se eu fizer algo e alguém não gostar, a pessoa que lute". Em seu Twitter, ela também falou sobre o assunto e disse que agora se sente "segura porque tô soltinha pra ser eu sem medo aqui fora, finalmente!""Esperei muito por esse momento, o medo não me pertence mais! Foi um prazer levar alegria e memes pra vocês aqui fora, e agora a vilãzinha chata que faltava sair, saiu, poxa more, cuidado pra não sentir minha falta", brinca a artista.A youtuber fica atrás apenas da cantora Karol Conká, eliminada com 99,17% dos votos, e do humorista Nego Di, que deixou a casa com 98,76%. Agora ela acumula 19 milhões de seguidores em seu Instagram e mais de 11 milhões de inscritos em seu canal no YouTube.
2021-04-29 10:31:00
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https://f5.folha.uol.com.br/televisao/bbb21/2021/04/viih-tube-fala-sobre-papel-de-vila-no-bbb-21-sobrou-para-mim.shtml
Primeira sessão de trabalho da CPI da Covid tem bate-boca e convocação de ex-ministros da Saúde de Bolsonaro
Em sessão marcada por discussões e tentativas de governistas de retardarem os trabalhos da comissão, os senadores que integram a CPI da Covid aprovaram na manhã desta quinta-feira (29) requerimentos para convocar ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro, incluindo o general Eduardo Pazuello.Esses foram os primeiros requerimentos aprovados pela comissão e vão definir a pauta de depoimentos da próxima semana. Os requerimentos aprovados convocam também os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que deixaram o cargo após desentendimentos com o presidente Jair Bolsonaro.Além desses, também foram convocados o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, além do diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres. Todos esses comparecerão ao Senado na condição de testemunhas.Como a Folha havia informado, os senadores acordaram que os depoimentos vão começar na próxima terça-feira (4), com Mandetta e Teich. No dia seguinte, será ouvido Pazuello. Já a sessão de quinta-feira será destinada para a participação de Queiroga (Saúde) e Barra Torres (Anvisa). Inicialmente, também estava prevista a convocação do ex-secretário especial de Comunicação da Presidência Fabio Wanjngarten. No entanto, após resistência dos senadores governistas, houve acordo para que apenas os requerimentos referentes aos depoimentos da próxima semana fossem aprovados.O requerimento de convocação de Wajngarten deve ser votado na próxima semana, para que ele participe de audiência da CPI provavelmente na terça-feira (11).O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou após a reunião que é "imprescindível" ouvir o ex-secretário de Comunicação, principalmente após fala recente no qual atribui responsabilidade pelo atraso da compra da vacina da Pfizer ao Ministério da Saúde."Nós queremos saber por que a gente não comprou as 70 milhões de vacinas [da Pfizer]. Esse é o objetivo", afirmou o presidente da CPI. "Estamos atrás de soluções, mas também saber por que não entramos nos consórcios, por que não participamos da compra de outras vacinas", completou.Os senadores, no entanto, ainda não aprovaram o plano de trabalho da CPI, que era o propósito inicial da reunião desta quinta-feira. Após a reunião, o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), minimizou a não votação do plano."Não temos o plano de trabalho aprovado, mas temos um plano de trabalho em curso, com a aprovação dos requerimentos [de convocação].", afirmou o senador. "Esse roteiro que hoje iniciamos está contemplado nas preocupações do relator. Não há prejuízo [pela não aprovação do plano]." Instalada na terça (27), a CPI já recebeu uma enxurrada de pedidos de senadores. Os requerimentos, que passam de 200, abrem caminho para uma devassa na condução do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia.Além de convocações, os requerimentos também solicitam informações sobre o fornecimento de respiradores, EPIs (equipamentos de proteção individual), "kit intubação", abertura de leitos, fornecimento de oxigênio, aquisição de vacinas, seringas e distribuição de cloroquina para o chamado tratamento precoce.A sessão desta quinta-feira, a primeira de trabalho da comissão após a sua instalação, foi marcada por algumas tentativas de obstrução dos senadores governistas, que são minoria na CPI.Senadores apresentaram questões de ordem que foram vistas como meramente protelatórias, como para determinar o regime presencial de trabalhos na comissão. Ao negar o pedido, Omar Aziz abriu a possibilidade que algumas das oitivas sejam feitas em sessões semipresenciais.Também argumentaram que não tiveram acesso ao plano de trabalho preparado pelo senador e relator Renan Calheiros (MDB-AL) e a requerimentos, por isso defendiam que não fossem votados O senador governista Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais líderes do centrão, e o relator Renan chegaram a discutir sobre a necessidade ou não de colocar em votação todos os requerimentos.Nogueira insinuou que Renan tinha medo dos pedidos de informações que eventualmente fossem apresentados, provocando a reação do senador alagoano.Renan então se exaltou e respondeu que não votaria requerimentos que fossem encaminhados pelo Palácio do Planalto, em referência a documentos protocolados na comissão mas que, segundo análise dos metadados, podem ter sido elaborados por uma servidora da Secretaria de Governo, da Presidência."Nós não vamos transformar esta comissão parlamentar de inquérito numa batalha eleitoral, política", afirmou Renan. "Se algum dos senhores tem problemas a ajustar nos seus estados...", completou Renan, insinuando que alguns parlamentares poderiam usar os requerimentos contra adversários políticos locais."Quem tem problema para ajustar é o senhor, senador", respondeu Ciro Nogueira. Série de reportagens aponta principais eixos de investigação da CPI da Covid, comissão do Senado que apura o enfrentamento da pandemia no país Os governistas já haviam tentado de outras maneiras, inclusive pela via judicial, tirar Renan da relatoria, argumentando que há impedimento em sua função por ser pai do governador de Alagoas, Renan Filho.Os senadores também aprovaram em bloco 310 requerimentos de solicitação de documentos, como todos os processos administrativos e demais tratativas relacionadas com a contratação de vacinas contra a Covid-19 e insumos médicos e todos os contratos e convênios da União que resultaram em repasses para estados e capitais.Outro requerimento solicita ao Ministério da Saúde o envio de cópia de todos os documentos que incentivem ou avalizem o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19. Também pede informações sobre o aplicativo TrateCov, desenvolvido pelo ministério e que indicava o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da doença.Renan, em um requerimento aprovado, pediu o compartilhamento de toda a documentação da CPMI das Fake News. Os membros da CPI buscam investigar se há ligação entre alguns atores e a difusão de notícias falsas durante a pandemia do novo coronavírus.Um outro requerimento, por exemplo, pede explicações da Presidência sobre os deslocamentos do presidente Bolsonaro pelos comércios de Brasília e entorno do Distrito Federal, que geralmente resultam em aglomerações.Por outro lado, Renan retirou dois requerimentos que pediam ao Supremo o compartilhamento das informações colhidas no âmbito dos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.
2021-04-29 11:02:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/04/primeira-sessao-de-trabalho-da-cpi-da-covid-tem-bate-boca-e-convocacao-de-ex-ministros-da-saude-de-bolsonaro.shtml
Navalni aparece mais magro, cansado e de cabeça raspada em 1º vídeo após greve de fome
Alexei Navalni, 44, principal opositor de Vladimir Putin, voltou a fazer denúncias contra o sistema judiciário e o presidente russos nesta quinta-feira (29), durante sua primeira aparição em vídeo desde que encerrou uma greve de fome, na semana passada, após 24 dias.O ativista, cujas declarações e rede de apoiadores vêm gerando dores de cabeça ao Kremlin, perdeu 22 kg nesse período, segundo um de seus advogados. Nesta quinta, ele participou por vídeo de uma audiência no caso em que é acusado de difamar um veterano russo da Segunda Guerra Mundial.Navalni disse ter sido levado para tomar banho e parecer "decente" durante a audiência. "Eu me olhei no espelho. Claro, sou apenas um esqueleto horrível", disse ele, acrescentando que agora pesava 72 kg, o mesmo peso de quando estava na escola.Sobre sua alimentação, o opositor afirmou ter conseguido comer apenas quatro colheres de mingau na quarta (28) e que tomar dez colheradas seria um avanço. "Há quatro dias que peço um pouco de maçã, mas a questão ainda não foi resolvida", disse ele, insinuando maus-tratos que estaria recebendo na prisão. "Mas mingau —o quanto você quiser."Visivelmente mais magro, com a cabeça raspada e parecendo cansado, Navalni manteve o tom desafiador e partiu para o ataque a Putin, reiterando acusações de corrupção, e ao Judiciário, exigindo que os promotores responsáveis pelo seu caso sejam levados à Justiça criminal."Quero dizer à querida corte que seu rei está nu", disse ele em referência ao líder russo. "Milhões de pessoas já estão gritando sobre isso, porque é óbvio. Sua coroa está pendurada e escorregando. Seu rei nu e ladrão quer continuar governando até o fim. Mais dez anos virão, uma década roubada virá."Navalni está preso desde janeiro, acusado formalmente de violar os termos de sua liberdade condicional ao sair do país, ainda que a saída tenha ocorrido sob uma justificativa médica —ele estava em coma.Em fevereiro, no entanto, ele foi considerado culpado de difamar um militar russo que combateu na Segunda Guerra e que participou de um vídeo em apoio às reformas constitucionais no ano passado —um referendo autorizou a mudança que deu a Putin o direito de concorrer a mais dois mandatos no Kremlin e permanecer no poder até 2036.Navalni descrevera as pessoas que aparecem no material promocional como traidores e lacaios corruptos, mas se defendeu dizendo que os comentários não foram dirigidos especificamente ao veterano —na Rússia, é crime ofender pessoas consideradas heróis de guerra.A pressão crescente sobre Navalni, além de ter levado à sua prisão, também se traduziu em centenas de detenções a pessoas que participaram de manifestações contra o governo de Putin e em operações policiais nas sedes das organizações ligadas a ele e até nas casas de seus colaboradores, o que a oposição denuncia como uma perseguição judicial com o objetivo de silenciá-la.Nesta quinta, Leonid Volkov, um dos principais aliados de Navalni, publicou um vídeo no YouTube em que anuncia a suspensão das atividades de escritórios regionais da Fundação Anticorrupção (FBK, na sigla em russo), fundada pelo opositor. "Estamos oficialmente dissolvendo a rede Alexei Navalni", disse Volkov, indicando, no entanto, que alguns escritórios de outros grupos ligados ao adversário do Kremlin manterão suas atividades de forma independente. A dissolução das organizações obedece a uma decisão da Justiça que, na segunda-feira (26), determinou a suspensão com base em um processo em que os promotores pedem o banimento definitivo dos grupos, sob acusação de extremismo. O Judiciário russo é nominalmente independente, mas as decisões frequentemente estão alinhadas aos interesses do Kremlin.O termo "extremismo" tem uma definição muito ampla na lei russa e permite às autoridades lutar contra organizações de oposição, facções racistas ou terroristas, como o Estado Islâmico, bem como grupos religiosos, como, por exemplo, as Testemunhas de Jeová.O fim da FBK e de outros grupos ligados a Navalni ainda não é certo, já que a Justiça, em tese, ainda está analisando o caso para uma decisão definitiva. Se condenadas, as organizações ficarão proibidas de participar das eleições, organizar protestos ou publicar qualquer conteúdo na internet. Além disso, as autoridades terão poder legal para prender seus colaboradores e congelar suas contas bancárias."Manter o trabalho da rede de Navalni em sua forma atual é impossível: isso imediatamente levaria a sentenças criminais para aqueles que trabalham na sede, que colaboram com eles e para aqueles que os ajudam", disse Volkov.Ainda segundo seus aliados, Navalni também é alvo de um novo processo criminal, segundo o qual ele teria criado uma organização sem fins lucrativos que infringe direitos de cidadãos russos.A FBK é conhecida por apontar casos de corrupção da elite política. Uma das produções da organização acusa Putin de possuir um luxuoso palácio às margens do Mar Negro. O vídeo publicado em janeiro de 2020 teve mais de 11 milhões de visualizações no YouTube e forçou Putin a negar a acusação. Blogueiro e advogado, Navalni surgiu na cena pública nos protestos contra o presidente em 2012. No ano seguinte, candidatou-se a prefeito de Moscou e conquistou 27% dos votos. Mas foi em 2017 que ele apareceu para o mundo, ao comandar via internet a convocação de uma jornada de protestos que uniu milhares nas ruas. Devido a acusações judiciais, foi impedido de concorrer contra Putin em 2018.Passou então a uma outra tática: fomentar qualquer candidatura em nível regional contrária ao Rússia Unida, o partido governista. Ele logrou sucessos simbólicos nos pleitos locais de 2019 e 2020, e sua volta à Rússia era vista como uma preparação para o embate das eleições parlamentares de setembro. Agora, com ele preso, há a expectativa de que sua esposa, Iulia Navalnaia, ganhe destaque na oposição a Putin.Navalni foi envenenado em agosto de 2020 e acusou diretamente Putin pela tentativa de assassinato. Ele foi tratado em Berlim, onde os médicos afirmaram ter encontrado em seu corpo traços de Novitchok, famoso veneno utilizado pelos serviços secretos russos.Depois, Navalni divulgou a gravação de um trote que aplicou em um dos agentes do FSB (Serviço Federal de Segurança, sucessor da KGB) apontados como autores do ataque —nele, o espião acredita falar com um superior e admite ter colocado veneno na cueca do ativista no quarto de um hotel. O Kremlin nega qualquer envolvimento, e Putin ironizou que, se a Rússia quisesse matar Navalni, o teria feito.O opositor foi preso em janeiro, ao voltar à Rússia depois de receber tratamento na Alemanha contra o envenenamento. Navalni teve uma sentença de prisão por fraude comutada em 2014, em uma ação que classifica como perseguição judicial. A Justiça russa confirmou em fevereiro a sentença do ativista anticorrupção. No total, foi condenado a três anos e meio de prisão, dos quais já cumpriu dez meses em regime domiciliar.2012 Alexei Navalni, blogueiro e advogado, surge na cena pública em protestos contra o presidente russo, Vladimir Putin2013 Candidata-se à Prefeitura de Moscou e conquista 27% dos votos; Serguei Sobianin foi eleito com 51,37% dos votos2017 O opositor ganha notoriedade mundial ao comandar via internet a convocação de uma jornada de protestos que levou milhares às ruas da Rússia; comissão eleitoral do país impede Navalni de concorrer contra Putin na eleição do ano seguinte por condenação, em 2013, de desvio de recursos em uma província20.ago.20 Navalni é internado em hospital da Sibéria por passar mal durante voo para Moscou e fica em coma; sua porta-voz diz que ele foi vítima de envenenamento, mas o chefe do centro médico diz que o diagnóstico é uma doença metabólica causada pelo baixo nível de açúcar no sangue22.ago.20 Após pressão, médicos recuam, e o opositor é transferido para um hospital em Berlim, na Alemanha24.ago.20 Médicos alemães responsáveis pelo tratamento de Navalni confirmam o envenenamento por uma substância que atua no sistema nervoso2.set.20 Alemanha afirma que o líder opositor foi envenenado com Novitchok, grupo de agentes neurológicos desenvolvido pela União Soviética nos anos 1970 e 1980 e substância da mesma família do veneno identificado pelo Reino Unido, em 2018, no envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal; Kremlin nega envolvimento7.set.20 Navalni sai do coma induzido, mas ainda depende da ajuda de um respirador artificial15.set.20 Opositor publica primeira foto da recuperação em redes sociais, em que diz não precisar mais de aparelhos para respirar23.set.20 Hospital dá alta para Navalni, que permanece na Alemanha17.dez.20 Sob acusação, Putin diz, em tradicional entrevista coletiva anual, que se os serviços secretos da Rússia quisessem envenenar o líder opositor, "provavelmente teriam acabado com ele"21.dez.20 Navalni divulga a gravação de um trote que deu em um dos agentes do FSB (Serviço Federal de Segurança, sucessor da KGB) apontados como autores do ataque no qual o espião acredita falar com um superior e admite ter colocado veneno na cueca do ativista no quarto de um hotel17.jan.21 Líder opositor deixa a Alemanha, volta para Rússia e é preso ao desembarcar no aeroporto de Moscou, pois sua saída prolongada do país violou sua liberdade condicional de uma sentença por fraude suspensa em 201423.jan.21 Milhares vão às ruas na Rússia contra a prisão de Navalni em atos em cerca de cem cidades que acabam com ao menos 2.500 detidos31.jan.21 Mais 5.600 manifestantes pró-Navalni são detidos em novos protestos2.jan.21 Justiça russa reativa sentença de 3,5 anos contra Navalni por violação da liberdade condicional; como já havia ficado 10 meses preso em casa após uma condenação inicial, ele cumprirá os dois anos e oito meses restantes numa colônia penal; audiência gera protestos no país e ao menos 1.200 são detidos, segundo ONG5.fev.21 Rússia expulsa diplomatas da Alemanha, da Suécia e da Polônia, sob acusação de que eles teriam participado de protestos em janeiro contra a prisão do líder opositor8.fev.21 Alemanha, Suécia e Polônia reagem e também expulsam diplomatas russos de seus países14.fev.21 No Dia dos Namorados na Rússia, apoiadores de Navalni organizam atos de protesto à luz de velas20.fev.21 Opositor sofre dupla derrota judicial após corte negar recurso contra sua prisão e o considerar culpado em caso de difamação contra um veterano da Segunda Guerra Mundial, aplicando multa de 850 mil rublos (R$ 61,8 mil) por calúnia e difamação24.fev.21 Navalni deixa centro de detenção em Moscou para ser transferido para colônia penal a 200 km da capital russa; segundo a agência de notícias russa RIA, ele chegou ao local quatro dias depois, em 28.fev12.mar.21 Líder opositor é transferido para outra colônia penal, sem conhecimento dos advogados25.mar.21 Navalni acusa guardas da colônia penal a 100 km de Moscou de o privarem de sono durante a noite, prática que ele compara à tortura, e terem negado acesso a tratamento médico adequado31.mar.21 O opositor inicia uma greve de fome por condições da prisão17.abr.21 Médicos que o acompanham a distância disseram que ele poderia sofrer uma parada cardíaca a qualquer momento, devido à falta de nutrientes em seu corpo19.abr.21 Navalni é transferido para unidade hospitalar23.abr.21 O opositor encerra greve de fome, após 24 dias26.abr.21 Justiça determina suspensão de atividades de organizações ligadas a Navalni29.abr.21 Navalni faz primeira aparição em vídeo após fim da greve de fome, e seus apoiadores anunciam dissolução de organizações ligadas ao ativista
2021-04-29 09:39:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/04/navalni-aparece-mais-magro-cansado-e-de-cabeca-raspada-em-1o-video-apos-greve-de-fome.shtml
Inflação do aluguel acumula alta de 32,02% em 12 meses
O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) subiu 1,51% em abril, informou nesta quinta (29) a FGV (Fundação Getúlio Vargas). A inflação do aluguel, como o indicador é conhecido, acumula alta de 32,02% em 12 meses, a maior variação acumulada desde março de 2003.A variação mensal é a maior para meses de abril desde 1995, quando chegou a 2,10%. A expectativa dos analistas consultados pela Bloomberg era de que a variação mensal ficasse em 1,34%, chegando a 31,8% em 12 meses.O resultado do mês mostra uma desaceleração do índice devido à menor pressão do preço dos combustíveis, principal influência no mês anterior. Em março, o IGP-M havia registrado alta de 2,94%, a maior para o mês desde o início do plano Real, em julho de 1994. Em abril, o subgrupo de despesas com combustíveis recuou 1,08%, ante uma alta de 18,64% no mês anterior.A desaceleração já era vista na 2ª prévia de abril, quando a variação do índice havia sido de 1,17%, menor do que os 2,98% no mesmo período em março.André Braz, coordenador de índices de preços do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, diz que a tendência é o que IGP-M ainda siga em alta até o próximo mês.O IGP-M é calculado a partir de três índices de inflação, que registram a variação de preços para os produtores (no atacado), para os consumidores e para a construção civil.O primeiro tem o maior peso sobre o índice e é também o que acumula a maior variação no último ano, puxada principalmente por produtos negociados em dólar, como grãos e minério. Em 12 meses, as matérias-primas brutas acumulam alta de 66,58%. Entre os produtos agropecuários, a alta é de 49,57%, e de 41,35% entre os industriais.Em abril, as maiorias influências para a alta do IGP-M foram milho em grãos (8,70%), entre os produtos ao produtor, gasolina (3,03%), no índice ao consumidor, e condutores elétricos (11,15%), na inflação da construção civil.Por outro lado, a carne suída recuou 10,48% em abril. Também registram queda de preços a maça (-11,14%), o farelo de soja (-5,40%) e o etanol (-2,75%).A inflação divulgada pela FGV nesta quinta terá efeito sobre os contratos de locação com vencimento em maio. O IGP-M é o índice padrão nos aluguéis em todo o país, mas os proprietários podem optar por aplicar um reajuste menor. Caso decidam corrigir integralmente o contrato, um aluguel de R$ 2.000 passaria a R$ 2.640,40 no mês de junho.Segundo a pesquisa de locação do Secovi-SP (sindicato da habitação), os donos de imóveis têm adiado a aplicação dos aumento. Nos 12 meses até março, o aumento médio ficou em 1,26%. Enquanto o IGP-M mensal variou 2,96%, os aluguéis em São Paulo oscilaram 0,05%."Os dados comprovam a estabilidade nos novos contratos de locação, resultado das renegociações entre proprietários e inquilinos, que vêm ocorrendo desde o início da pandemia, o que tem sido extremamente positivo para o mercado”, diz Adriano Sartori, vice-presidente de gestão patrimonial e locação do Secovi-SP, em nota.Com o descolamento do IGP-M em relação à variação do IPCA, administradoras de imóveis chegaram a anunciar a substituição dele pelo índice de inflação oficial calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Entidades como o Secovi-SP e Creci-SP, porém, dizem que a substituição não chega a ser uma tendência e recomendam que os proprietários negociem correções que permitam a manutenção de contratos com bons inquilinos.Nas locações comerciais, proprietários de lojas começaram a buscar o Judiciário na tentativa de garantir a aplicação de índices menores do que o acumulado pelo IGP-M. Empresários relataram à Folha dificuldades nas negociações de reajustes com shoppings e aeroportos, apesar das medidas de restrição à circulação colocadas em vigor por diversas vezes no último ano para o controle da pandemia de Covid-19.No fim de março, durante seminário online realizado pela Folha e pelo Ibre, o professor Paulo Picchetti, da FGV, disse que a instituição está estudando um índice que possa substituir o IGP-M nos contratos de locação.Segundo o pesquisador, a fundação está levantando fontes de informação que permitam a construção de um índice que reflita as oscilações do mercado de imóveis e seja menos exposta às oscilações cambiais.
2021-04-29 08:19:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/04/inflacao-do-aluguel-acumula-alta-de-3202-em-12-meses.shtml
Catalyst 2030 promove evento para troca de experiências globais no campo social
O Catalyst 2030, movimento global que busca criar ambiente e condições de acelerar a implantação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, promove a segunda edição do evento Catalysing Change Week entre os dias 3 e 7 de maio.O encontro virtual terá 85 sessões, das quais sete são lideradas por empreendedores e ativistas sociais brasileiros. Adriana Barbosa (Feira Preta), Rodrigo Baggio (Recode), Paula Fabiani (Idis) e Rodrigo Pipponzi (Editora MOL) são alguns dos participantes.O Catalysing Change Week tem inscrições gratuitas pelo site catalyst2030.net/ccwsessions. “Ao longo de uma semana, reuniremos especialistas, empreendedores de impacto, ativistas das causas sociais, representantes do legislativo e de governos para troca de experiências", diz Jeroo Billimoria, cofundadora do movimento global."Nosso objetivo é que a partir desses encontros seja possível estreitar laços e fomentar um ambiente de cooperação entre países, regiões e os mais diversos setores da sociedade,” explica.O evento está pautado em seis objetivos, como celebrar iniciativas que possam se tornar modelo de ação, construir compromissos em torno de mudanças nas políticas públicas e apresentar exemplos práticos de iniciativas capazes de serem replicadas.Os empreendedores de impacto e ativistas sociais que estão na linha de frente do Catalyst também desejam trazer mais vozes ao centro do debate.Lançado em janeiro de 2020, durante o Fórum Econômico Mundial, o Catalyst 2030 reúne mais de 500 empreendedores sociais, cujo trabalho impacta diretamente cerca de 2 bilhões de pessoas em 180 países. Mais A edição 2021 vem na esteira do sucesso obtido no ano anterior, quando reuniu cerca de 4.000 participantes de 131 países. Dessa vez, o ponto de partida dos debates serão os impactos causados pela pandemia de Covid-19, cujos efeitos sanitários, sociais e econômicos são vistos como fontes potenciais para atrasar, em pelo menos 50 anos, o atingimento dos 17 ODSs.Neste contexto, o encontro ganha importância ao propiciar um ambiente de troca de experiências, garantindo a possibilidade da cocriação de projetos e iniciativas capazes de acelerar a implantação das metas pactuadas.Financiadores colaborando de forma eficaz 5 de maio, às 10h, com Paula Fabiani (Idis) Dois grandes doadores brasileiros compartilham suas experiências de trabalho em colaboração para alcançar mudanças sociais positivas. Barreiras e preocupações no processo colaborativo também serão debatidas, identificando possibilidades de superá-las.“Desarmados”: Ninguém escapa do amor 5 de maio, às 10h, com Valdeci Ferreira (Fbac) O painel compartilha a história do sistema penitenciário da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), fundada pelo Dr. Mario Ottobon. As Apacs buscam a plena recuperação e reabilitação do autor do crime e a reparação da vítima do crime. Mais O papel das grandes empresas na transformação social 6 de maio, às 10h, com Rodrigo Pipponzi (Editora MOL) O objetivo da sessão é inspirar líderes e empreendedores sociais sobre o poder que grandes empresas têm ao usar seus ativos a favor da sociedade, trazendo depoimentos e projetos reais. O papel das lideranças, a importância do engajamento e do envolvimento de todos os públicos e a necessidade de se conectar com os agentes de transformação e organizações sociais das comunidades onde estão inseridos.Mulheres que alimentam o mundo 6 de maio, às 12h, com Nicola Gryzcka e Mark Brand (Social Gastronomy Movement) A população do planeta é sustentada por fazendas do sul global, predominantemente mantidas por mulheres. Não há segurança alimentar sem o empoderamento de mulheres. O painel reune profissionais que trabalham nas interseções de alimentos, capacitação econômica, tecnologia e gênero, criando sistemas alimentares resilientes e equitativos.Economia inclusiva: Garantindo oportunidades para todos, com geração de renda, acesso e inclusão social 6 de maio, às 13h30, com Fernanda Zemel, fundadora da Labora Diante dos desafios das ODSs, o trabalho é protagonista na geração de inclusão social, bem-estar, saúde e renda, assim como a diversidade nas empresas.Onde estão as pessoas nos ODSs? 7 de maio, às 10h, com Adriana Barbosa (Instituto Feira Preta) Incorporar a diversidade aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é sobre colocar pessoas e suas existências plurais em conexão com os desafios que temos pela frente. É urgente oferecer soluções inclusivas, efetivas e humanas aos desafios coletivos. Mais Capacitação digital: Lições da Covid-19 e o novo conjunto de desafios e oportunidades ​7 de maio, às 11h, com Rodrigo Baggio (Recode), Konstanze Frischen (Ashoka) e Carlos Centeno (MIT Solve) Histórias de empreendedores e inovadores sociais que, por meio da alfabetização digital, inclusão digital e capacitação, reconhecem o papel da tecnologia no novo contexto global para contribuir para uma mudança sistêmica na liderança. O objetivo é desenvolver ambientes propícios para o florescimento da ação colaborativa, a fim de co-criar mudanças culturais e aumentar o movimento dos criadores de mudanças sociais.
2021-04-29 10:03:00
empreendedorsocial
Empreendedorismo Social
https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2021/04/catalyst-2030-promove-evento-para-troca-de-experiencias-globais-no-campo-social.shtml
Após 2 meses fechados, parques aquáticos de Olímpia, em SP, reabrem em busca de turistas
Um decreto publicado nesta quarta-feira (28) permitirá a reabertura, a partir de sábado (1º), dos parques aquáticos de Olímpia (a 438 km de São Paulo), destino turístico impulsionado por suas águas termais que antes da pandemia chegou a atrair ao ano 3 milhões de turistas.Com 23 mil leitos em sua rede hoteleira, para uma cidade que tem 55 mil habitantes, Olímpia aposta que a retomada, feita com restrições devido à pandemia da Covid-19, possa significar também o retorno do turista e dos investimentos no setor, que chegou a ficar fechado por seis meses no ano passado.De todos os turistas que a cidade recebe, 56% são paulistanos ou da Grande São Paulo, conforme dados da prefeitura.Com isso, os parques aquáticos Thermas dos Laranjais, que chegou a ter 2 milhões de visitantes por ano antes das restrições causadas pelo novo coronavírus, e Hot Beach, que fechou 2019 com cerca de 600 mil visitas, poderão funcionar após um novo hiato, desta vez de dois meses, provocado pela fase emergencial determinada pelo governo do estado.Com capacidade para atender 20 mil visitantes por dia, o Thermas poderá abrir para 5.000, conforme o decreto do prefeito Fernando Cunha (PSD), 64, que estabelece o limite de pessoas em 25% da capacidade.Já o Hot Beach, que comporta 8.000 visitantes por dia, poderá receber 2.000.Setores como quadras esportivas e saunas devem seguir fechados. Atividades de recreação, que reuniam grupos de dezenas de crianças, também estão sendo restringidas.“Apesar de ser um retorno gradual, ainda tímido, temos uma perspectiva otimista porque as pessoas anseiam por atividades de lazer. Além disso, temos condições favoráveis, tendo em vista que os atrativos locais são ao ar livre e estudos apontam que o tratamento da água das piscinas com cloro é capaz de inativar o vírus, minimizando o risco de transmissão”, disse o prefeito. O decreto permite a abertura já no sábado, que é o que acontecerá no Thermas dos Laranjais, mas há quem tenha optado por postergar o reinício das atividades, como os empreendimentos ligados ao grupo Ferrasa.O parque Hot Beach será reaberto na próxima quinta-feira (6). Já os resorts Hot Beach e Celebration reabrirão dias 7 e 8, respectivamente. No Thermas Park Resort & Spa, a abertura acontecerá nesta sexta-feira (30).“A expectativa é que as pessoas, semelhante ao que ocorreu em outubro de 2020, depois de mais esta quarentena, estejam ávidas por viajar e retomem seus projetos. Estamos com todos os protocolos de segurança sanitária revisados tanto no parque aquático quanto nos nossos três resorts, e esperamos aumento gradual dos visitantes e hóspedes”, disse o gerente-geral comercial do grupo, Marcos Bittencourt.Segundo ele, para evitar aglomeração o parque segue sem bilheteria aberta, somente com vendas online no site e nas agências de viagem. A perspectiva da rede é receber muitos hóspedes por reabrir próximo ao Dia das Mães, data que habitualmente é forte para o turismo local, e por contar com clientes que já compraram pacotes ou ingressos nos meses de maio e junho.Com o fechamento entre março e abril e o consequente sumiço dos turistas, a rede colocou a maioria dos empregados em férias coletivas e, posteriormente, suspendeu contratos de trabalho por 30 dias, mantendo o pagamento de 50% dos salários.“Outra medida que adotamos é evitar cancelamentos de produtos já vendidos. Com este objetivo, o Hot Beach lançou campanha para remarcação de data para clientes que já haviam comprado ingressos e pacotes de hospedagem e conseguimos índices acima dos 90% de remarcação para data futura”, afirmou Bittencourt.No Thermas, as vendas também serão feitas somente pelo site ou por parceiros autorizados. No mesmo sábado, o parque seco Vale dos Dinossauros, que foi inaugurado em 2019, reabrirá as portas para a visitação das 38 réplicas de animais pré-históricos ao ar livre.O prefeito disse ainda que tem reforçado a importância do cumprimento dos protocolos, que no caso dos parques aquáticos inclui o desafio de manter distanciamento nas piscinas. Além do limite no total de visitantes que os locais poderão receber, serão adotadas medidas como entrada única para as piscinas e redução de ocupantes nos toboáguas.
2021-04-29 08:00:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/04/apos-2-meses-fechados-parques-aquaticos-de-olimpia-em-sp-reabrem-em-busca-de-turistas.shtml
Zé Felipe detona Felipe Neto, que criticou omissão de sertanejos contra Bolsonaro
O youtuber Felipe Neto, 33, criticou famosos brasileiros na última terça-feira (27) pelo "silêncio de artistas com o atual governo fascista". Cantores sertanejos como Zé Felipe, 23, e Gusttavo Lima, 31, usaram as redes sociais para rebater a crítica."O Felipe Neto disse que esses os sertanejos ficam fazendo livezinha bebendo cachaça. Primeira coisa: livezinha é a puta que te pariu. Segunda coisa: a cachaça que nós bebemos na live não pedimos pra você pagar", começou o filho do cantor Leonardo, 57, nos stories de seu Instagram."E terceira: tenho certeza que o artista que canta forró, sertanejo, o que for, ajudou muito mais com álcool em gel nessa pandemia do que você", finalizou o artista. Já Gusttavo Lima escreveu no Instagram: "Quem é esse cara? Não o conheço, alguém me ajuda, por favor? Quero me inteirar do assunto." Mais Em seu discurso, o youtuber havia falado: "o que eu disse há um ano, repito: quem se cala diante de ameaças fascistas, que sem cala com o assassinato da população, é conivente. Vou repetir na cara de cantor, de atriz ou ator, de youtuber, de tiktoker", começou."Se você tem um público de milhões de pessoas e opta por calar o diabo da boca perante mortes. Não estamos falando de debate político, é sua obrigação como ser humano", continuou. "Abre a porra da boca, irmão! Para de se esconder! Para de ter medo de perder dinheiro, perder seguidor.""Seguidor é mais importante que vida, que a democracia do seu pais? Dinheiro é mais importante que tudo?”, questionou. A crítica se estendeu ao nicho dos cantores de sertanejo: "Cadê os artistas sertanejos? Cadê vocês? Estão fazendo o que?", indagou o youtuber. Mais "Tem gente morrendo e a única preocupação é fazer é livezinha enchendo a cara? É isso mesmo? Não fala uma frase, uma! Eu não tenho mais paciência pra esse tipo de gente". Em seu Twitter, o criador de conteúdo rebateu as críticas."Ao rapaz do sertanejo com a máscara no queixo me xingando: eu não critiquei fazer live com bebida, eu critiquei o silêncio sobre o atual governo fascista. E não existe disputa de quem faz mais caridade. Faça sua doação sem pedir biscoito, ela é o mínimo", concluiu. Mais
2021-04-29 10:03:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/04/ze-felipe-detona-felipe-neto-que-criticou-omissao-de-sertanejos-contra-bolsonaro.shtml
Com recorde mundial de casos de Covid, Índia identifica nova variante do coronavírus
A falta de leitos de enfermaria e UTI, de insumos para atendimento hospitalar dos doentes e as cremações em massa ilustram a situação de horror vivida pela Índia na segunda e mais devastadora onda da pandemia.Em meio ao caos, o país identificou ainda uma nova variante que tem circulado cada vez mais e causa preocupação.A nova linhagem, batizada de B.1.617, está sendo investigada para descobrir se é mais perigosa do que a forma original do vírus, mas sua rápida disseminação por toda a Índia e em outros 16 países já mostra que é preciso criar um sinal de alerta.A Índia detém hoje o recorde m undial de casos de Covid por dia, com média móvel semanal de 340 mil casos por dia. Desde o dia 1˚ de abril até esta quarta-feira (28), o número de casos reportados em 24 horas sextuplicou.A B.1.617 surgiu em outubro de 2020, mas, até o início de abril, ela correspondia a cerca de 24% das amostras sequenciadas do vírus no país. Já no dia 24 de abril, ela era dominante e representava mais de 80% das amostras analisadas.Embora sua presença crescente coincida com o aumento exponencial do número de casos e óbitos no último mês, ainda não foi demonstrada uma associação direta da variante indiana com essa alta. “É uma situação complicada. Sem medidas de distanciamento, falta acesso a sistemas de saúde, desigualdade social, tudo isso somado à presença de uma variante, e não só por ela, leva a uma crise sanitária muito grande”, explica o virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede Corona-ômica e professor da Universidade Feevale.Para ele, é a mesma situação já observada em outros lugares do mundo, como Manaus e África do Sul, onde foram implementadas medidas paliativas de controle do vírus que acabaram sendo palco para a origem de novas variantes. Até o momento, a variante ainda não é classificada como uma variante de preocupação (ou VOC, na sigla em inglês), ou seja, formas do vírus com mutações que podem causar estrago do ponto de vista de saúde pública.De acordo com o boletim epidemiológico semanal da OMS (Organização Mundial da Saúde) publicado na última terça (27), a B.1.617 é uma variante de interesse (ou VOI), isto é, possui mutações em regiões-chave do coronavírus, mas ainda não há dados suficientes sobre maior transmissibilidade ou letalidade da linhagem.Pesquisadores e autoridades de saúde, no entanto, seguem monitorando a presença da B.1.617 em diversos países e na própria Índia, onde foram encontradas três sub-linhagens dela.“Ela é uma variante com potencial para se tornar uma VOC e as medidas que puderem ser tomadas para evitar seu espalhamento, como testar indivíduos com viagem recente à Índia ou monitorar os passageiros em trânsito entre o país e os outros do entorno devem ser feitas”, afirma Spilki.Por enquanto, o que se sabe é que ela possui 23 mutações que resultaram em trocas de aminoácidos (mudando, assim, as proteínas que formam o vírus), das quais quatro ocorreram na proteína S do Spike (espícula usada pelo vírus para invadir e infectar as células).Duas dessas mutações, a D614G e a L425R, já são conhecidas de outras formas do vírus por conferirem uma capacidade maior de transmissão ao invasor. Outra mutação, a E484Q, é muito semelhante a uma mutação encontrada nas variantes P.1 e B.1.351 (sul-africana), e permite ao vírus fugir da proteção conferida por anticorpos neutralizantes.A mesma mutação foi também encontrada em uma possível nova variante (batizada de “P.4”) na região metropolitana de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais.Por conter duas mutações presentes em outras VOCs (a variante californiana possui também a mutação L425R), a B.1.617 tem sido chamada de “mutante duplo”. Spilki frisa, no entanto, que não é o número de mutações que uma variante carrega que importa, mas, sim, o local onde elas estão.“O que interessa é que desde janeiro temos visto essa e outras variantes com mutações ocorrendo quase sempre nas mesmas regiões do vírus, em geral naquelas associadas ou à entrada do vírus nas células humanas —conferindo vantagem de ser mais transmissível, permitindo assim replicação melhor no organismo— ou nas chamadas regiões de neutralização do vírus [onde os anticorpos do nosso sistema imune vão se ligar ao Sars-CoV-2 e bloquear sua entrada]. A mutação E484Q pode se comportar da mesma forma que a mutação na variante sul-africana, diminuindo a ação dos anticorpos e até mesmo afetando as vacinas em uso contra a Covid”, diz.Um estudo recente publicado na forma de pré-print testou o soro convalescente de indivíduos que tiveram Covid no passado contra a nova variante e também o soro de vacinados com a vacina Covaxin para saber se há perda de imunidade, e viram que não houve bloqueio da ação de neutralização dos anticorpos.Porém, o número de pessoas analisadas foi baixo (menos de 40) e a pesquisa foi feita em laboratório, quando o ideal é avaliar a eficácia da vacina na vida real contra a nova variante. Para isso, argumentam os autores, é preciso acelerar a vacinação no país para tentar reduzir drasticamente o número de novos casos e óbitos.
2021-04-29 10:00:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/04/com-recorde-mundial-de-casos-de-covid-india-identifica-nova-variante-do-coronavirus.shtml