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Shantal Verdelho tem casa invadida e diz desconfiar de quem passou informações | Shantal Verdelho diz ter tido a casa invadida no último domingo (23). Ninguém estava em casa, mas ela afirma ter perdido um celular. Ela disse que já está cuidando de blindar o andar de cima de sua residência e que aumentou a segurança."Três homens entraram em casa, conseguiram arrombar o portão, tem vídeo, tudo filmado, já está com a polícia e se Deus quiser vão encontrar quem fez isso", começou ela."Nós não estávamos em casa, nem as crianças nem os cachorros. Lição que fica é a de nunca deixar a casa sozinha, agora está com segurança. Já desconfiamos de quem pode ter passado essa fita (informação) de que a casa estaria sozinha, tanto é que os caras foram direto no meu quarto e nos lugares que tinha alguma coisa", emendou. Mais Segundo Shantal, não havia muita coisa de valor na casal. Ela também disse que não pretende voltar para o local antes de o marido, Mateus Verdelho, voltar de uma viagem."Me sinto mais segura assim. Contratamos seguranças bem profissionais e vamos ter que arrumar um monte de coisa, desde portão até o closet que eles quebraram, mas isso é o de menos", finalizou.Ultimamente, parece que Shantal passa por uma maré de coisas negativas. No início do mês, ela voltou às redes sociais para comentar mais sobre o caso de violência obstétrica que ela afirma ter sofrido durante o parto de sua segunda filha, Domênica, em setembro de 2021.Perguntada por uma seguidora qual foi a reação do marido, o também modelo Mateus Verdelho, 38, ela disse que agora ele precisa fazer terapia para superar todo o abalo emocional sofrido."Ele estava em situação de vulnerabilidade tanto quanto eu. A vida e a saúde da esposa e da filha dele estavam nas mãos do médico. Ele iria fazer o que? Brigar? Ele é vítima igual a mim. Ele está fazendo terapia por conta disso tudo, está muito abalado", afirmou.Shantal entrou com um requerimento de inquérito policial para apurar a condução do trabalho de parto da segunda filha pelo médico obstetra Renato Kalil. Em trechos de áudios vazados de uma conversa entre amigas, a influenciadora alega ter sofrido violência obstétrica ao ser xingada sucessivas vezes pelo médico."Demorei para perceber o que tinha acontecido porque na hora do parto estava em uma outra dimensão. Foram várias posturas muito ruins e acabou sendo horrível meu parto. Se eu mostrar [o vídeo], vocês vão sentar e chorar", conta ela para as amigas em trecho do áudio.Shantal é casada com Mateus desde 2017. Além de Domênica, eles também são pais de Filippo, 3. | 2022-01-24 08:30:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2022/01/shantal-verdelho-tem-casa-invadida-e-diz-desconfiar-de-quem-passou-informacoes.shtml |
Bolsonaro mantém aval para fundo eleitoral de R$ 4,9 bi e protege emendas de relator | O presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve a autorização de despesas de R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral.Este fundo é a principal verba pública das campanhas e foi inflado no Congresso com o apoio de uma ampla gama de partidos.O texto sancionado do Orçamento foi publicado na edição desta segunda-feira (24) do Diário Oficial da União.Bolsonaro também vetou R$ 3,1 bilhões em despesas aprovadas pelo Congresso Nacional no Orçamento de 2022. O corte foi necessário para recompor gastos com pessoal que foram subestimados pelos parlamentares.O governo ainda manteve intocadas as chamadas emendas de relator, instrumento usado por congressistas aliados para irrigar seus redutos eleitorais com verba federal. O valor destas emendas autorizado para 2022 é de R$ 16,5 bilhões.Um dispositivo incluído na LDO prevê que a verba do fundo eleitoral será equivalente a 25% do orçamento da Justiça Eleitoral em 2021 e 2022, mais o valor informado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A soma totaliza R$ 5,7 bilhões, maior patamar desde que o fundo foi instituído, em 2017.O fundo ainda pode chegar a este valor. Para isso, Bolsonaro teria que sacrificar mais R$ 777,9 milhões de outras áreas e enviar um projeto de lei pedindo crédito suplementar para turbinar a despesa destinada às campanhas.A avaliação nos bastidores do governo é que ficaria "ruim politicamente" para o governo fazer esse movimento agora.Bolsonaro havia vetado esse trecho da LDO, mas aliados do governo se articularam para derrubar o veto no fim do ano passado. Legendas do centrão também deram apoio, como o PP, de Ciro Nogueira (ministro da Casa Civil), e o PL, de Valdemar Costa Neto, ao qual o presidente se filiou no fim de novembro.No entanto a derrubada do veto ocorreu após a aprovação do Orçamento, que detalha as despesas e receitas da União e reservou um valor menor para o fundo. Mais Pressionado por sua base mais ideológica, Bolsonaro criticou publicamente o fundão para as eleições de 2022 quando ele foi aprovado pelo Congresso, em julho de 2021. O presidente chegou a dizer que "houve uma extrapolação" do valor.Além disso, a possibilidade de cortes mais drásticos às despesas dos ministérios acendeu o alerta entre ministros, que trabalham para manter suas fatias no Orçamento, sobretudo em ano eleitoral.Em meio ao impasse nos bastidores da sanção do Orçamento, a AGU (Advocacia-Geral da União) defendeu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a rejeição da ação em que o partido Novo pede a derrubada do trecho da LDO que trata do fundo eleitoral.Em manifestação enviada à corte no último dia 19, o órgão que faz a defesa judicial do governo afirmou que seria correto o Supremo manter a decisão do Congresso de destinar o montante ao pleito deste ano.O chamado fundão eleitoral foi criado após o STF proibir, em 2015, o financiamento privado de campanhas, na esteira dos escândalos da Operação Lava Jato.Com o novo formato, o Brasil se torna o país que mais destina recursos públicos para campanhas eleitorais no mundo, na comparação com 25 das principais nações do planeta. A verba é distribuída aos partidos, em linhas gerais, de acordo com o tamanho das bancadas na Câmara e no Senado.Bolsonaro, que na disputa de 2018 foi crítico dos partidos do centrão, se aliou a essas legendas, fiadoras do aumento do valor do fundo. O presidente costuma dizer que não fará uso de recursos públicos em sua campanha, mas, candidato à reeleição, deve ser um dos beneficiados da mudança.Seus aliados mais pragmáticos nunca esconderam preocupação com o financiamento de uma campanha presidencial. Eles sabem que, neste ano, as condições são muito diferentes das de 2018, e o principal adversário de Bolsonaro, o ex-presidente Lula, conta com grande fatia do fundo eleitoral.O atual presidente é o segundo colocado nas pesquisas para eleição ao Planalto deste ano, atrás de Lula.Dirigentes partidários se queixam ainda que as campanhas são caras e, desde que o STF proibiu financiamento privado, precisam recorrer cada vez mais ao fundão. Mais | 2022-01-24 08:51:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/01/bolsonaro-mantem-aval-para-fundo-eleitoral-de-r-49-bilhoes.shtml |
Ataque mata 1 e fere 3 em universidade da Alemanha; atirador está morto | Autoridades da Alemanha anunciaram nesta segunda-feira (24) que uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas após um jovem de 18 anos abrir fogo em uma sala de aula da cidade universitária de Heidelberg, localizada no vale do rio Neckar, no sudoeste do país.Além da vítima, o autor, um estudante de biologia, também morreu, ao se suicidar na sequência.Logo depois de o ataque ser divulgado pela polícia alemã, as autoridades informaram que quatro feridos haviam sido levados para hospitais, alguns dos quais em estado grave. Mais tarde, o governo local confirmou a morte de um deles —uma mulher de 23 anos, que não teve a identidade revelada.O premiê alemão, Olaf Scholz, disse estar consternado com o ataque e lamentou o episódio.O crime teria ocorrido com uma arma de cano longo, e o atirador, agido sozinho. A polícia informou que o jovem comprou duas armas no exterior, mas não deu mais detalhes, alegando que isso poderia prejudicar as investigações. Foram encontradas outras cem balas em sua mochila.O jornal Bild disse que o estudante abriu fogo no local antes de sair e apontar a arma contra si mesmo. Ainda de acordo com a publicação alemã, os investigadores por enquanto descartaram motivações políticas ou religiosas.Antes, a polícia afirmou que um grande destacamento de agentes e serviços de emergência estava na região de Neuenheimer Feld, que abriga diversas instalações da universidade local, incluindo cursos de ciências naturais e partes de um hospital. O tráfego de toda a região havia sido interditado, mas a situação já foi normalizada, e apenas o edifício onde o crime ocorreu está ocupado pela polícia.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Segundo informações da emissora pública Sudwestrundfunk (SWR), a universidade pediu aos alunos por email que não se desloquem ao campus, embora "não haja mais uma ameaça iminente". O prefeito de Heidelberg, Eckart Würzner, 60, no posto desde 2006, lamentou o crime em uma rede social. "Hoje é um dia terrível para todos nós", disse. "Peço que sigam as informações e instruções da polícia e não espalhem especulações ou rumores prematuros."Fundada em 1386, a Universidade de Heidelberg é a mais antiga da Alemanha e contava, inicialmente, com os cursos de teologia, direito e filosofia. Onze egressos da instituição já foram laureados com o prêmio Nobel, em diferentes categorias.Depois de vários semestres com ensino remoto devido à pandemia de Covid, as aulas presenciais foram retomadas na universidade em outubro, segundo informou à agência de notícias AFP um pesquisador que trabalha no local. Controles de entrada, como a exigência do comprovante de vacinação, são realizados.A lei alemã sobre porte de armas de fogo tornou-se mais severa após dois ataques a escolas nas cidades de Freising, na região da Bavária, e Erfurt, no leste, em 2002. No primeiro, um ex-aluno, expulso da escola de comércio, atirou em três pessoas antes de se matar. Já no segundo, um homem armado abriu fogo depois de dizer que não faria um teste de matemática; 17 pessoas morreram, além do atirador.Anos depois, em março de 2009, um jovem de 17 anos matou 16 pessoas na escola que estudava em Winnenden. O país conta atualmente com uma das legislações mais restritas da Europa e exige que os menores de 25 anos sejam submetidos a exames psiquiátricos antes de solicitar o porte de armas.Em 2016, nove pessoas morreram após David Ali Sonboly, então com 17 anos, abrir fogo em um shopping em Munique. Outras 35 pessoas ficaram feridas no ataque, que terminou com o atirador se suicidando. O atentado abriu um debate sobre a necessidade de endurecer iutra vez a legislação nacional sobre armas. | 2022-01-24 10:28:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/01/ataque-deixa-dezenas-de-feridos-em-cidade-universitaria-na-alemanha-atirador-esta-morto.shtml |
Parque Augusta recebe público eclético em busca de lazer em SP; veja fotos | Menos de três meses após a inauguração, o Parque Augusta se consolida como opção de lazer para a população de São Paulo na região central da cidade.Localizado no bairro da Consolação, o espaço de 23 mil m² foi inaugurado no dia 6 de novembro. No mês passado, o parque recebeu 118 mil visitantes, segundo a administração.Para efeito comparativo, o parque da Água Branca, na zona oeste, tem 136 mil m² e recebia 2,9 milhões de visitantes por ano antes da pandemia, o que equivalia a uma média de 241 mil pessoas por mês, segundo o governo do estado.No parque Augusta, os dias de maior movimento são sábados e domingos, especialmente quando está sol."O Parque Augusta mudou a atmosfera da região", diz Heraldo Guiaro, gestor do local. Segundo a administração, o espaço recebe um público com perfil diversificado: grupos de jovens, famílias com crianças, idosos, pessoas LGBTQIA+, entre outros. Veja a seguir ensaio fotográfico do parque: Mais O parque possui caminhos para passeios, playground, cachorródromo, equipamentos de ginástica, academia de terceira idade, arquibancada e deck elevado. Também conta com áreas de manejo e compostagem.O cachorródromo e a chamada "prainha", onde tem um gramado e as pessoas sentam e deitam para tomar sol, são os locais mais frequentados.Na pandemia, o parque tem sido usado para a realização de atividades culturais ao ar livre. Foram realizadas apresentações de stand up e atividades de contação de história. O investimento para a implantação do Parque Augusta girou em torno de R$ 11 milhões, segundo a administração.Estudo registrou no parque 21 espécies de aves silvestres, entre elas o beija-flor-tesoura, o carcará e o periquito-rico.Em relação à flora do local, há um bosque heterogêneo que inclui espécies exóticas como a aglaia, falsa-seringueira e jacarandá-mimoso. | 2022-01-24 10:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/01/parque-augusta-recebe-publico-ecletico-em-busca-de-lazer-em-sp-veja-fotos.shtml |
Patinação terá primeira pessoa abertamente não binária dos Jogos de Inverno | Quando Timothy LeDuc, 31, entrar no rinque em Pequim como a primeira pessoa competidora olímpica de inverno abertamente não binária, o objetivo será desafiar os estereótipos de gênero e abrir caminho a outros esportistas que não desejam se definir nem como homens nem como mulheres.LeDuc, dos Estados Unidos, que usa pronomes neutros para se designar, deseja deixar de lado o conceito tradicional de que todas as duplas da patinação artística contam histórias de "Romeu e Julieta". Em lugar disso, busca uma exibição de igualdade e força com sua parceira olímpica Ashley Cain-Gribble, 26."Minha esperança agora é a de que ser uma pessoa abertamente não binária, e ter franqueza quanto a isso, talvez abra caminho para outros atletas não binários e queer que competem em duplas na patinação", disse.Um número recorde de atletas LGBTQIA+ competirá nos Jogos Olímpicos de Inverno, de acordo com o site Outsports, um serviço de notícias LGBTQIA+, depois do recorde estabelecido nas Olimpíada de verão em 2021.Tóquio também viu os primeiros atletas olímpicos transgênero ou não binários, entre os quais Quinn, da equipe de futebol do Canadá, que usa apenas um nome, e Alana Smith, do skate, que ouviu pronomes incorretos na boca dos narradores na transmissão dos Jogos."Não me preocupo com a percepção das pessoas a meu respeito, ou que elas me designem incorretamente em termos de gênero", disse LeDuc."Espero que, com abertura e autenticidade, eu ajude a levar o diálogo adiante e as pessoas a compreender melhor que alguém pode ser um atleta maravilhoso e ainda assim viver fora do mundo binário".A proximidade entre LeDuc e Cain-Gribble era aparente mesmo que tenham conduzido suas entrevistas de locais separados, porque estavam desfrutando de um período de repouso depois de conquistar seu segundo título nacional americano neste mês.Crain-Gribble usava um agasalho branco da equipe olímpica dos Estados Unidos, e LeDuc, uma blusa preta com gola em V e maquiagem cintilante nos olhos."Timothy esteve sempre presente para me apoiar, e me apoiou em cada parte de minha jornada e de minha vida. Por isso, sempre estarei presente para apoiar sua jornada", disse Cain-Gribble."Nós já tínhamos deixado de seguir uma narrativa padrão de masculino e feminino, no gelo", disse LeDuc."E não tinha coisa alguma a ver com Ashley ser casada com outra pessoa... ou com eu ser gay. Tinha tudo a ver com nós dois sermos atletas muito fortes e maravilhosos, e que não queríamos diminuir o talento maravilhoso de qualquer um de nós dois no gelo."Em um de seus números, Cain-Gribble usa um collant longo que lhe cobre as pernas, um traje incomum para uma patinadora artística."Se eu usar vestido, será porque quero, não porque alguém deseja que eu pareça mais feminina", disse a patinadora. "Eu me sinto realmente poderosa usando um collant de corpo inteiro."LeDuc explicou que Cain-Gribble costumava sofrer "constrangimentos" por ser mais alta do que a maioria das patinadoras artísticas, e por isso nunca era vista como provável vencedora. E LeDuc tinha de manter o silêncio.Aos 18 anos, também teve de combater tentativas de colegas cristãos que desejavam que passasse por uma terapia de conversão gay. Agora, LeDuc elogia os membros de sua família por terem aprendido a aceitar sua identidade."Houve momentos difíceis logo que me assumi, e pessoas que achavam que rezar poderia me fazer deixar de ser gay", disse."Mas não há elogios que bastem para dizer quanto minha família é maravilhosa. Mudaram completamente de posição. Agora meus pais marcham comigo em paradas do orgulho gay e trans", acrescentou.A dupla ocupa a sétima posição no ranking mundial, atrás de patinadores russos, chineses e canadenses, mas quer terminar em uma das cinco primeiras posições em Pequim."Esse é um sonho que tive a vida inteira", afirmou Cain-Gribble. "É a primeira vez que não precisamos batalhar por uma vaga ou disputar a classificatória para uma competição. Poderemos chegar lá e patinar, só isso." Mais | 2022-01-24 10:56:00 | esporte | Esporte | https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2022/01/patinacao-tera-primeira-pessoa-abertamente-nao-binaria-dos-jogos-de-inverno.shtml |
Delivery com drone, fundos de pensão miram renda fixa e o que importa no mercado | Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta segunda-feira (24). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Considerados como um dos lemes do mercado, os fundos de pensão passaram a priorizar os ativos de renda fixa nas suas estratégias de investimento para 2022.O que explica: o ciclo de alta dos juros no Brasil tornou a rentabilidade dos títulos públicos, um dos investimentos mais seguros do país, bastante atrativa.Por que importa: esses fundos fazem a gestão de aproximadamente R$ 1,14 trilhão em recursos previdenciários, o que corresponde a cerca de 14,1% do PIB. É por isso que suas estratégias são importantes para o mercado.Com o apetite para risco em baixa aqui e lá fora, o direcionamento de recursos para a renda fixa, tanto em títulos públicos como na emissão de dívidas de empresas de primeira linha, deve aumentar em 2022.Mais sobre a Bolsa: Enquanto as ações da Méliuz derretiam, perdendo mais de 70% do valor em seis meses, seus controladores venderam mais de 5 milhões de papéis, de acordo com documentos aos quais o site Monitor do Mercado, do colunista Marcos de Vasconcellos, teve acesso.Da bola à Bolsa: conheça a trajetória de ex-jogadores de futebol que passaram a atuar como assessores em escritórios de investimento após a aposentadoria dos gramados.Michael Viriato, do blog De Grão, comparou duas estratégias de aplicação de R$ 100 mil; veja qual a melhor.O bitcoin atingiu sua menor cotação em seis meses no sábado (22), quando chegou a US$ 35.127 (R$ 191.793), perdendo quase um quarto de seu valor em 2022.A Folha já havia mostrado que, após um 2021 positivo, quando acumulou ganhos de 75,83%, este ano seria mais desafiador para a cripto.O que explica:Mais sobre ativos digitais:As promessas da Web 3.0; Brasil tem chance de ser competitivo globalmente na nova geração de serviços da internet, afirma o colunista Ronaldo Lemos. Mais A Anac concedeu na sexta-feira (21) a primeira autorização para delivery de produtos com drone no Brasil.Entenda: a liberação foi dada à fabricante e operadora de drones Speedbird Aero, startup que tem parceria com o iFood. As aeronaves têm locais de partida e chegada definidos, ou seja, não farão entregas na porta das casas. Elas podem levar cargas de até 2,5 kg em uma distância de 3 km.O iFood afirma que iniciou o projeto de uso de drones há dois anos e ele será tratado como complementar ao trabalho dos entregadores.Por que importa: essas aeronaves podem agilizar as entregas com o transporte de encomendas até locais mais distantes das grandes cidades e de difícil acesso, podendo ser útil também às empresas de ecommerce.Transporte verde: outro ponto que conta a favor da novidade é a redução de emissão de carbono na atmosfera, que se encaixa na agenda ESG das empresas. A sigla compreende compromissos ambientais, sociais e de governança corporativa.Mil e uma utilidades: as startups estão na dianteira no uso de drones para os mais variados setores da economia brasileira, como a Folha mostrou no ano passado.Alguns exemplos são a pulverização de defensivos agrícolas, o monitoramento de grandes ativos - como linhas de transmissão - e o inventário de estoques de grandes varejistas.Em um reflexo dos gargalos das cadeias de abastecimento provocados pelos efeitos da pandemia, as empresas voltaram a estocar seus insumos.Entenda: o fechamento de portos e outros importantes elos logísticos no início da pandemia gerou um nó nas cadeias de suprimento a nível global. Ficou tudo mais caro: começando pelos contêineres usados para transportar insumos até os chips usados na produção de carros e videogames, por exemplo.O problema ainda não acabou, e as empresas voltaram a estocar peças para evitar o risco de um pedido não ser atendido por falta de material para produzir.Em números: em dezembro, 83% das micro e pequenas indústrias de São Paulo ainda relatavam alta de preços em matérias-primas, segundo pesquisa Datafolha para o Simpi (sindicato do setor). Para 51%, ainda havia falta de produto nos fornecedores.Vai demorar: durante painel sobre o assunto no Fórum Econômico Mundial, na quinta-feira, o presidente-executivo da gigante da logística DP World apostou que ainda levará cerca de dois anos para as condições melhorarem.Os impactos da variante ômicron para o setor ainda não são conhecidos, e a nova cepa pode apertar ainda mais o nó da cadeia logística.Por que os games são o novo campo de batalha das big techsBolsonaro sanciona Orçamento de 2022, mas não detalha gastos vetadosBC comunica vazamento de dados pessoais de 160 mil chaves PixFreio na China expõe risco de dependência brasileira nas exportaçõesLuz mais cara já força 22% dos brasileiros a atrasar a conta para comprar comidaIBGE:IPCA-15 (janeiro) - quarta, 26Pnad Contínua (novembro) - sexta, 28EUA:Decisão de política monetária - quarta, 26PIB do quarto trimestre - quinta, 27Ministério do Trabalho e Previdência:Caged (dezembro) - quinta, 27FGV:IGP-M (janeiro) - sexta, 28 | 2022-01-24 08:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/01/delivery-com-drone-fundos-de-pensao-miram-renda-fixa-e-o-que-importa-no-mercado.shtml |
BBB 22: Tiago Abravanel defende que reality não precisa de brigas para ser legal | Tiago Abravanel, 34, compartilhou a sua perspectiva sobre a edição do Big Brother Brasil 22 (Globo) para os colegas de confinamento na madrugada desta segunda (24), após a formação do primeiro paradão do programa.O ator disse não entender porque é visto como ruim o fato de todos os participantes estarem se dando bem, até o momento sem grandes conflitos e brigas. "Por quê esse jogo precisa ser um inferno para ser interessante?", afirmou."Talvez a temática dessa edição seja a autoaceitação", rebateu Eliezer. Abravanel completou seu pensamento dizendo que ano é diferente, e não vê problemas nisso. "Não significa que vai ser paz e amor aqui e dentro, mas respeitar é o básico. Por quê não pode viver de maneira justa, legal e se respeitar?", indagou."A gente pode fazer o BBB do amor, estamos na era da revolução do amor", propôs Eliezer. "Talvez a gente esteja contando outra história do que as pessoas esperam que seja o Big Brother, de todo mundo se matando", completou Abravanel, que também deu a ideia de boicotar o jogo da discórdia que acontece nesta segunda.No quarto Lollipop, Bárbara compartilhou uma visão totalmente diferente. A sister disse que está no programa para jogo e não criar amizades. "Vocês vão me desculpar, mas isso aqui é um jogo. Vou priorizar jogar aqui dentro. Eu vim pra brigar por 1.5m. Lidem com isso vocês também. Isso aqui não é BBB 19 não", afirmou. Mais Na internet, os telespectadores reclamam sobre o clima de amizade entre os brothers. Os internautas também apontam que "falta entretenimento" no programa, e criticam a escolha do elenco, principalmente dos participantes do Pipoca."Tiago Abravanel infiltrado do SBT para acabar com a maior fonte de audiência da Globo", disse uma página do Twitter. "Não quero BBB do amor quero briga por causa de feijão na xepa", escreveu outro. "Tiago abravanel quer acabar com o jogo da discórdia, destruir o BBB e a Globo pra depois o Silvio Santos comprar por míseros 50 reais".Confira as reações: | 2022-01-24 03:07:00 | televisao | Televisão | https://f5.folha.uol.com.br/televisao/bbb22/2022/01/bbb-22-tiago-abravanel-defende-que-reality-nao-precisa-de-brigas-para-ser-legal.shtml |
Warren Buffett se aproxima de Cathie Wood após queda de ações de tecnologia | O Ark Fund, o principal dos fundos administrados por Cathie Wood, está a ponto de ser ultrapassado pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, no ranking de desempenho de investimento pós-pandemia, refletindo uma dramática reversão de situação entre os dois grandes investidores.O fundo Ark Invest Innovation –conhecido como ARKK, sigla pelo qual é cotado na bolsa de valores – derrotou a maioria de seus concorrentes em 2020 graças às agressivas apostas de Wood em empresas desordenadoras e de alto crescimento como a Tesla. Isso atraiu bilhões de dólares dos investidores, elevando os ativos gerais do Ark Invest a um pico de US$ 61 bilhões no começo do ano passado.No entanto, muitas das maiores apostas de Wood começaram a encontrar obstáculos no ano passado e estão caindo ainda mais este ano, diante de uma violenta virada na direção de ações mais baratas em setores menos glamorosos, mais antigos ou simplesmente desfavorecidos.Enquanto isso, as ações da Berkshire Hathaway continuam a subir firmemente, estreitando a distância entre o desempenho do conglomerado de investimento de Buffett e o fundo negociado em bolsa (ETF) Ark Innovation para apenas oito pontos percentuais, do começo de 2020 para cá.O desempenho relativo dos dois administradores de fundos apresenta um contraste especialmente forte este mês, com as ações da Berkshire Hathaway registrando alta de cerca de 2% desde o começo de janeiro enquanto as cotas do maior ETF da Ark caíram em 24%. O ARKK caiu em 43% do começo de 2021 ao fechamento da sexta-feira (21), enquanto a Berkshire Hathaway subiu em 34%.O Ark Invest, de Wood, e a Berkshire Hathaway são vistos muitas vezes como exemplos primários de dois estilos de investimento muito diferentes –um privilegia o crescimento e o outro o valor. A reversão dos preços de seus títulos reflete uma rotação perturbadora entre as duas tribos, nos últimos anos.O começo de 2022 vem sendo especialmente difícil para as ações de companhias de tecnologia em crescimento, muitas vezes deficitárias, favorecidas por Wood, e as ações mais estáveis que são o marco do estilo de investimento de Buffett. A força da virada causou espanto nos mercados e gerou especulações sobre a possibilidade de que um novo ambiente de mercado esteja para surgir."Será que a violência da rotação sugere que uma mudança de regime está para acontecer, e que uma reversão sustentada no desempenho das ações de crescimento comparadas às de valor está em curso?", ponderou a equipe de analistas da administradora de investimentos Wellington Management em uma nota de pesquisa recente.Os investidores que procuram crescimento selecionam empresas que podem não ser lucrativas mas estão se expandindo rapidamente, muitas vezes encontradas em setores quentes como o de tecnologia. Os investidores que procuram valor se preocupam mais com o preço e muitas vezes buscam pechinchas em setores mais antiquados ou problemáticos –como, recentemente, o setor de energia e os bancos.A melhora na perspectiva de crescimento e a virada dos bancos centrais para uma posição mais dura com relação à inflação –liderados pelo Fed (Federal Reserve), o banco central dos Estados Unidos– foi o gatilho primário para a rotação dos investidores do crescimento para o valor. As ações de valor costumam ser encontradas em setores que se beneficiam do forte crescimento econômico e das taxas de juros mais altas, enquanto os atrativos das ações de crescimento se reduzem um pouco em ambientes como esses, dizem analistas.Muitos administradores de fundos, consultados em uma pesquisa do Bank of America, antecipam que a virada deva continuar, e 50% dos entrevistados em janeiro preveem que as ações de valor continuarão a apresentar desempenho superior às de crescimento –um resultado próximo do recorde para esse indicador."Com o Fed se virando na direção de um aperto, é possível que as taxas subam com alguma persistência", afirmou Lisa Shalett, vice-presidente de investimento da Morgan Stanley Wealth Management, em uma nota de pesquisa. "Isso sinalizaria que a rotação de crescimento para valor que estamos observando tem algum espaço para prosseguir em 2022". | 2022-01-24 04:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/01/warren-buffett-se-aproxima-de-cathie-wood-apos-queda-de-acoes-de-tecnologia.shtml |
Nathalia Arcuri assume vida financeira de endividados no reality Me Poupe! | Nathalia Arcuri, 36, está mais uma vez ajudando os endividados. Pelo menos três deles, que estão na terceira temporada do seu reality de finanças, Me Poupe!, no canal de mesmo nome no YouTube. O programa, que estreou dia último dia 10, foi dividido em 12 episódios, quatro para cada participante, e que serão disponibilizados semanalmente —sempre às segundas.Os participantes são uma gerente de call center colecionadora de cartões de crédito, um motorista que gasta mais do que ganha e a dona de uma cafeteria que não sabe separar CPF e CNPJ. Eles terão que mudar a vida financeira e sair do endividamento em apenas quatro semanas com um método desenvolvido por Nathalia, jornalista especializada em finanças e fundadora do Me Poupe!.Nathalia, que tem 6,71 milhões de seguidores no canal, conta que recebeu 900 inscrições em apenas três dias de pessoas endividadas na cidade de São Paulo. Segundo ela, um sistema de computador processa as informações dos inscritos e libera aqueles aptos a participar da seleção. Este ano, foram selecionadas 200 pessoas, e a produção, após análise, separou 20 que concorreram às três vagas. Mais "Para poder estar nesse grupo tem que ser uma dívida muito difícil de resolver, uma pessoa muito lascada que representa a massa do Brasil", explica ela. Os selecionados passam por um teste psicológico antes de entrar no programa porque é uma mudança muito drástica. "Precisa ter o desprendimento de abrir a vida para as câmeras", afirma.Nathalia e uma equipe analisam durante uma semana toda a vida financeira do participante e todas as dívidas são sempre maiores do que ele passa para a produção. Durante quatro semanas, ela toma conta do dinheiro do endividado e traça metas a serem cumpridas, como um limite que poderá gastar com alimentação e levantar uma renda extra, com valor estipulado por ela, para ajudar a pagar as dívidas.A gerente de call center Tainá, que aparece no episódio de estreia, tem dez cartões de crédito e uma dívida de R$ 19 mil. Ela não tem nenhum controle sobre as finanças e a família promove festas nos cartões dela. Tainá chega a sacar dinheiro de um cartão de crédito para pagar o outro e ainda pega emprestado o cartão da vizinha.No primeiro episódio do reality, Nathalia faz Tainá cortar com uma tesoura todos os cartões de crédito e pedir o cancelamento. Em seguida, ela apresenta as metas que a gerente de call center tem que cumprir: terminar o mês com uma quantia investida, quitar um valor estipulado de dívidas e fazer a renda extra.A segunda participante do reality é a empreendedora Raquel, que trabalhava com TI e resolveu abrir um café no bairro do Santa Cecília, no centro de São Paulo. Nathalia diz que ela abriu o negócio no início da pandemia e foi do céu ao inferno. "Ela não se preparou para abrir o negócio, não tinha fluxo de caixa. Meu desafio é equilibrar a vida financeira da pessoa física", diz a jornalista.Com uma dívida de R$ 30 mil, Lucas é o terceiro participante que espera mudar a vida financeira. Para ser selecionado, ele fez um vídeo de inscrição rastejando e pedindo ajuda para Nathália. Mas uma semana antes do início do reality teve o celular e o carro do pai, que usava para fazer entregas, roubados. Resta saber, como ele vai fazer renda para pagar as dívidas.Mas Nathalia garante que, se todos seguirem o método proposto por ela, não tem como dar errado e vão sair das dívidas. "Todos terminam o programa com um investimento." | 2022-01-24 04:00:00 | televisao | Televisão | https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2022/01/nathalia-arcuri-assume-vida-financeira-de-endividados-no-reality-me-poupe.shtml |
Como a Guerra Civil levou à 1ª epidemia de drogas dos EUA | O médico Albert Wymer Henley servia como cirurgião do Exército dos Estados Confederados na Guerra Civil Americana (1861-1865) quando começou a usar morfina.Durante o conflito, o então tenente do 36º Regimento de Infantaria do Mississippi contraiu febre tifoide e passou a sofrer de diarreia crônica. Em 1863, aos 28 anos de idade, foi capturado por forças da União e mantido prisioneiro por várias semanas, o que debilitou ainda mais sua saúde."Seguindo o conselho de ilustres médicos (...), tive de usar opiáceos devido a complicações de doenças formidáveis e dolorosas", escreveu Henley em 1878. "Era morte ou ópio. Eu, naturalmente, preferi o segundo. Mas, se pudesse prever o futuro, teria escolhido a primeira opção de bom grado."Quando fez essa confissão, Henley já lutava contra a dependência de morfina havia 15 anos. "Só Deus sabe quantas vezes tentei me livrar e quantas vezes fracassei", escreveu Henley, que descrevia sua condição como uma "escravidão cruel".Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Henley morreu em 1893, aos 58 anos. Seu caso é um entre milhares de soldados tratados com morfina e outros opioides durante a Guerra Civil que se tornaram dependentes, no que historiadores descrevem como a primeira grande epidemia de drogas nos Estados Unidos.Hoje, mais de 150 anos depois do fim daquela guerra, o país enfrenta uma nova epidemia de drogas, iniciada na década de 1990 e que, segundo os dados mais recentes, deixou mais de 100 mil mortos por overdose somente no período entre abril de 2020 e abril de 2021.Segundo historiadores, há vários paralelos entre as duas crises, entre os quais o fato de que ambas começaram com medicamentos legais prescritos por médicos, estenderam-se por várias décadas e deixaram milhares de mortos. Mais O historiador Jonathan Jones, professor do Instituto Militar da Virgínia, pesquisou arquivos médicos, diários pessoais, registros de serviço militar e de pedidos de pensão, entre outros documentos do século 19, para reconstruir a vida e a morte de 200 soldados que ficaram dependentes de opioides durante a Guerra Civil. "A maioria morreu de causas ligadas ao abuso de opioides", diz Jones à BBC News Brasil.Sua pesquisa sobre a origem e o impacto daquela crise resultou no livro "Opium Slavery: The Civil War Veterans and America's First Opioid Crisis" (escravidão do ópio: os veteranos da guerra civil e a primeira crise de opioides da América", em tradução livre), com lançamento previsto para 2023."Opioides já eram amplamente usados nos Estados Unidos antes da Guerra Civil", ressalta Jones.No século 19, o ópio e substâncias derivadas, como morfina e láudano (mistura de ópio e álcool), eram medicamentos comuns no país, vendidos sem restrições e recomendados por médicos para tratar de uma série de problemas de saúde, como dor de cabeça, cólicas menstruais, febre, tosse, diarreia e insônia."Havia tantas maneiras de consumir", observa Jones. "Você podia injetar ópio ou morfina e também usar ambos em forma de pó ou comprimidos."O historiador ressalta que as substâncias eram legais, acessíveis e baratas, além de servirem de ingrediente em uma série de outros remédios. Em lojas de departamentos, como a Sears, Roebuck & Co, era até mesmo possível encomendar kits com a droga e seringas e receber a mercadoria pelo correio."Foi só no início do século 20 que os narcóticos começaram a ser regulados nos EUA", lembra Jones.Mas, com o início da Guerra Civil, em 1861, os opioides e, principalmente, a morfina, passaram a ser usados mais amplamente para aliviar a dor dos feridos, e houve uma explosão no número de prescrições.O conflito entre a União e os Estados Confederados deixou mais de 700 mil mortos. Muitos dos sobreviventes tiveram de superar ferimentos gravíssimos, amputações e sequelas permanentes.As péssimas condições sanitárias dos campos de batalha levavam a diarreia, disenteria e outras doenças que debilitavam os soldados e podiam ser fatais e que também eram tratadas com opioides.Além disso, alguns soldados usavam as substâncias para se automedicar e combater o medo e o estresse antes das batalhas. "Milhões de soldados da Guerra Civil sofreram problemas físicos horríveis, ferimentos a bala, amputações, lesões realmente traumáticas. E não havia muito o que os médicos pudessem fazer além de oferecer analgésicos", afirma Jones.Vários relatos da época ilustram como ópio e morfina eram administrados em enormes quantidades para tratar dos feridos. O médico Silas Weir Mitchell, que era cirurgião no hospital Turner's Lane, na Filadélfia, escreveu sobre como, em apenas um ano, cerca de 40 mil injeções de morfina foram aplicadas em soldados naquele estabelecimento.Mitchell destacava casos como o de um soldado da União que recebeu injeções com altas doses de morfina três vezes por dia durante os quatro meses em que ficou internado.Jones cita um manual médico usado pelas forças confederadas segundo o qual "o ópio é a droga mais indispensável do campo de batalha, tão importante para o cirurgião como pólvora para a artilharia".Segundo o manual, cirurgiões militares deveriam usar opioides para aliviar a dor dos feridos, tratar de vômitos, diarreias, sangramentos internos, inflamação de ferimentos a bala e espasmos musculares nos amputados e até mesmo para sedar os pacientes.Quando esses combatentes voltaram para casa, continuaram a usar morfina e outros opioides para aliviar dores e problemas crônicos resultantes da guerra. "Muitos desses ferimentos nunca foram curados, eram lesões que causaram dor para o resto da vida", salienta Jones.Um relatório da comissão de saúde do Estado de Massachusetts em 1872 afirmou: "Soldados que adquiriram o hábito em hospitais militares ainda estão dependentes do uso de ópio".Em 1889, quase 25 anos depois do fim da guerra, o médico James Adams escreveu sobre o "grande número" de veteranos que ainda sofriam de diarreia crônica. "Como era de se esperar, muitos se tornaram comedores de ópio", disse o médico. Mesmo entre os que se curaram completamente dos ferimentos e doenças contraídas na guerra, muitos já estavam dependentes e mantiveram o uso de opioides, que continuavam a ser facilmente obtidos, sem restrições.Antes da Guerra Civil, médicos e até mesmo muitos americanos comuns já sabiam que o consumo de opioides podia levar à dependência. "Mas o número de casos ainda não havia explodido. As pessoas sabiam que o problema existia, mas ainda não era urgente", observa Jones.Após a guerra, porém, o problema se tornou uma epidemia de proporções nacionais. Não há números exatos mas, segundo historiadores, centenas de milhares de americanos enfrentavam dependência de opioides no final do século 19. Apesar de a crise afetar também a população e especialmente as mulheres, a atenção da imprensa e da sociedade se concentrava nos ex-soldados que se tornaram dependentes."Esses veteranos tinham um lugar especial na sociedade americana, eram celebrados, colocados em um pedestal. Então, o fato de terem se tornado dependentes [de drogas] virou notícia", ressalta Jones.Depoimentos da época ilustram o sofrimento físico e mental enfrentado por esses ex-combatentes. Era comum que precisassem usar opioides diariamente, durante décadas, em doses cada vez maiores, à medida que a tolerância às drogas aumentava. Muitos sofriam de fadiga, náusea, constipação, indigestão, perda extrema de peso e impotência e tinham o corpo coberto de feridas nos locais das injeções. Como não conseguiam trabalhar, dependiam da família e de amigos."Eu não conseguia dormir até receber uma injeção. Minha esposa tinha de acordar a qualquer hora da noite para aplicar a seringa. Minha saúde estava tão debilitada que eu vivia confinado a uma cama", escreveu em 1871 o médico John Patterson, que havia lutado pela União e começou a usar morfina na guerra, por prescrição de outro médico.Registros de um hospital militar no Estado de Indiana descrevem o estado físico do marinheiro George Gardner, que lutou com as forças da União, ao ser admitido na instituição, em 1891. Segundo o documento, Gardner havia perdido um terço de seu peso, chegando a apenas 45 kg, e apresentava feridas em marcas de injeção que cobriam "toda a superfície de seu corpo, do pescoço para baixo".Ele morreu de overdose dois anos depois.Mas, em vez de simpatia, o drama desses soldados provocava críticas. Os ex-combatentes, antes respeitados por seus sacrifícios durante a guerra, passaram a ser humilhados e vistos como imorais, fracos e sem força de vontade para deixar o vício. Segundo Jones, mortes por overdose eram noticiadas como sendo culpa dos dependentes, não dos médicos que haviam receitado a droga."É incrível como a reação da população, da mídia e até do governo depois da Guerra Civil é semelhante ao que vimos nas duas últimas décadas em relação à atual crise de opioides", compara.Muitos foram presos ou internados contra a vontade em instituições para doentes mentais, nos quais era comum que sofressem abusos. O estigma em relação à dependência de drogas também dificultava que conseguissem receber pensão ou tivessem acesso à moradia pública. Um exemplo é o caso de Clinton Smith. Ferido com um tiro durante a guerra, ele passou a depender de morfina para combater a dor crônica e acabou morrendo de overdose em 1884, duas décadas após o fim do conflito.Quando sua mulher, Eliza Smith, conquistou o direito de receber pensão militar, o então presidente americano, Grover Cleveland, condenou o veterano por sua incapacidade de suportar dor sem recorrer a drogas e vetou o pagamento à viúva. Segundo o presidente, dor não era "desculpa" para tomar morfina.Muitos tentavam se livrar da dependência por conta própria, mas a maioria não suportava os sintomas da ausência súbita de narcóticos no organismo e acabava recaindo. Esse fracasso era recriminado pela sociedade da época. "Se eu não tomasse morfina, ficava completamente prostrado. Sentia muito calor em um momento e muito frio no instante seguinte", descreveu Joseph Darrow, que havia lutado com as forças da União, em um depoimento em 1868."Eu tentei tantos remédios diferentes e fracassei que fiquei completamente desencorajado e desisti, em desespero", confessou Darrow, na época com 35 anos de idade, ao afirmar que era "escravo do hábito de usar morfina" havia seis anos.As supostas curas para dependência logo se transformaram em uma indústria milionária. Centenas de clínicas de tratamento se espalharam pelo país, mas essas eram caras e inacessíveis para a maioria dos dependentes. Muitos acabavam vítimas de golpes e falsos "antídotos milagrosos", anunciados em grande número nos jornais da época e na verdade continham opioides, agravando ainda mais o problema."Havia muita fraude na época, quando nem as drogas nem a prática de medicina eram reguladas", salienta Jones. "As pessoas se aproveitavam do desespero dos dependentes."Segundo Jones, com o tempo e o enorme número de dependentes, muitos veteranos de guerra passaram a resistir à recriminação e a insistir que sua situação era culpa dos médicos que haviam receitado os opioides. "Por volta da década de 1890, a situação começou a mudar, e as pessoas passaram a ser mais solidárias com os veteranos dependentes de drogas", afirma o historiador."Foi também nessa época que o governo americano começou a proibir o uso de ópio entre imigrantes chineses", ressalta Jones, lembrando que esses imigrantes substituíram os ex-soldados como alvo das críticas da sociedade. Mas, segundo o pesquisador, apesar da simpatia que conquistaram no fim de suas vidas, os ex-combatentes que enfrentavam dependência nunca receberam ajuda."É realmente uma história muito trágica", diz Jones. "A crise só terminou quando eles morreram, seja de overdose, de outros problemas exacerbados pelo abuso de opioides ou pela idade avançada.""Gradualmente, o governo, médicos e ativistas de proteção ao consumidor passaram a adotar medidas que ajudaram a solucionar a epidemia, mas já era tarde demais para os veteranos da Guerra Civil", afirma. | 2022-01-24 04:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/01/como-a-guerra-civil-levou-a-1a-epidemia-de-drogas-dos-eua.shtml |
Governo avalia indicar médico pró-cloroquina à Anvisa após embates com Torres | O presidente Jair Bolsonaro (PL) busca nomes para integrar a cúpula da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e reagir à disputa com o chefe do órgão regulador, o contra-almirante Antonio Barra Torres.A ideia é indicar para o cargo de diretor, que ficará vago em julho, alguém com perfil alinhado ao governo e favorável às bandeiras negacionistas de Bolsonaro, como Hélio Angotti, médico pró-cloroquina que comanda atualmente a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde.O nome foi colocado sobre a mesa em conversas de integrantes do governo favoráveis ao kit Covid. A proposta agradou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que deseja afastar Angotti da pasta, sem entrar em atritos com o médico, segundo integrantes do governo.A indicação do presidente Bolsonaro precisa ser aprovada pelo Senado, e o secretário encontra resistências no centrão. Integrantes desses partidos dizem que as chances de Angotti chegar à Anvisa são pequenas.Seguidor do escritor Olavo de Carvalho, Angotti é um dos líderes do núcleo pró-cloroquina do Ministério da Saúde, também integrado pela secretária Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã cloroquina".Na última sexta-feira (20), ele rejeitou diretrizes de tratamentos do SUS que contraindicavam medicamentos como a hidroxicloroquina. O texto havia sido elaborado por especialistas e aprovado pela Conitec, comissão ligada à Saúde que avalia tratamentos da rede pública.Para justificar a rejeição da diretriz, Angotti assinou nota que contraria entidades científicas ao apontar eficácia e segurança comprovadas da hidroxicloroquina para a Covid. O mesmo texto diz que a vacina não apresenta essas características.Esse texto gerou reação e repúdio de especialistas e integrantes da própria Anvisa. Mais Procurados, Saúde, Planalto e Angotti não se manifestaram sobre as discussões para indicação à Anvisa.Interlocutores do centrão afirmam que o ideal é indicar alguém de perfil mais discreto, que consiga a aprovação no Senado sem ruídos, em vez de tentar alimentar a briga com a Saúde.Barra Torres foi decisivo em aprovar ou vetar nomes sugeridos dentro do governo para a agência, mas não irá participar das discussões sobre a próxima vaga. Integrantes do governo dizem que essas indicações despertam interesses do governo, Congresso e do lobby do setor.A aposta da ala política do governo é que a indicação poderia servir no máximo para constranger Barra Torres e agradar apoiadores do presidente.Antes aliado de Bolsonaro, o presidente da Anvisa passou a liderar decisões que desagradam o mandatário, como o aval para uso de vacina da Covid em crianças.Bolsonaro ameaçou expor nomes de servidores da agência e sugeriu que havia interesses na aprovação dos imunizantes. Em resposta, Barra Torres cobrou retratação do presidente.Os diretores da Anvisa têm mandatos de cinco anos. A vaga que abrirá em julho é ocupada hoje pela médica Cristiane Jourdan, que tenta a recondução com base em brechas da nova lei das agências.Jourdan foi militante da fosfoetanolamina, a "pílula do câncer" e, antes de entrar na Anvisa, chegou a compartilhar publicações em defesa do tratamento precoce.Na agência, não defendeu publicamente medicamentos sem eficácia e apoiou reações do órgão regulador aos ataques de Bolsonaro. As chances de Jourdan conseguir novo mandato são consideradas também pequenas por integrantes do governo.Integrantes do centrão afirmam que é cedo para escolher um nome para a indicação, ainda que a sabatina no Senado possa ocorrer antes de julho. Uma autoridade do governo que acompanha as discussões lembra que diversas sugestões às agências foram feitas precipitadamente e não prosperaram.Barra Torres, por exemplo, foi o quarto indicado para a mesma vaga —os dois primeiros nomes foram apresentados ainda pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).Em 2021 o governo ainda desistiu de duas sugestões à Anvisa, entre elas Roberto Dias, que acabaria mais tarde exonerado do cargo de diretor de Logística do Ministério da Saúde, em meio a apurações sobre supostas irregularidades na compra de vacinas.Todos os cinco diretores atuais da Anvisa foram indicados por Bolsonaro, ainda que a agência hoje seja vista pelo mandatário como inimiga política.As especulações sobre a indicação de Angotti chegaram à Anvisa. Integrantes do órgão consideraram a ideia uma provocação, pois o secretário tem posições diferentes daquelas defendidas pela atual cúpula da agência em temas como vacinas e medicamentos para a Covid.Angotti tem boa relação com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ambos participaram de viagem do governo à Israel, em 2021, para conhecer um spray nasal anti-Covid. O secretário também esteve em transmissões nas redes sociais ao lado do presidente Bolsonaro.Ao entrar no governo, em março de 2021, Queiroga tentou, mas não conseguiu retirar Angotti do primeiro escalão da Saúde. Mais O ministro também relatou incômodo com intervenções do secretário no debate sobre tratamentos do SUS. Isso porque Queiroga indicou o médico e professor da USP Carlos Carvalho, contrário aos fármacos ineficazes, para coordenar o grupo de especialistas que apresentou o parecer à Conitec.Mas Angotti aponta possíveis conflitos de interesse neste grupo e pediu para a Comissão de Ética da Pública da Presidência investigar o parecer que contraindica o kit Covid, além de ter rejeitado o texto.Ele tenta ainda exonerar a servidora Vania Canuto do comando da Conitec, pois ela votou a favor das diretrizes elaboradas por especialistas. Como mostrou a Folha, o secretário sugere a nomeação do biólogo Regis Bruni Andriolo ao cargo.Desde que chegou ao comando da Saúde, Queiroga modulou o discurso e tem investido na pauta bolsonarista para se agarrar ao cargo. Ele passou a evitar o tema do kit Covid, ainda que admita a colegas que não vê benefícios no uso desses medicamentos. | 2022-01-24 04:15:00 | equilibrio-e-saude | Equilibrio e Saúde | https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/01/governo-avalia-indicar-medico-pro-cloroquina-a-anvisa-apos-embates-com-torres.shtml |
Segundo transplante de rim de porco em humano é anunciado nos EUA | Um rim de porco foi transplantado para um corpo humano, anunciou na última quinta-feira (20) uma equipe médica dos Estados Unidos. Trata-se da segunda operação do tipo e a primeira realizada dentro do corpo de um paciente, que estava em estado de morte cerebral.O procedimento foi realizado por médicos da Universidade do Alabama (UAB), em Birmingham, e descrito em um artigo científico, revisado por pares, publicado no periódico American Journal of Transplantation.A cirurgia, que ocorreu em 30 de setembro de 2021, e envolveu a colocação de dois rins de um porco geneticamente modificado em Jim Parsons, 57. Os rins permaneceram funcionalmente viáveis até o término do estudo, 77 horas depois."Os resultados de hoje são uma conquista notável para a humanidade e fazem avançar o xenotransplante no âmbito clínico", disse Selwyn Vickers, reitor da Escola Heersink de Medicina da UAB, que realizou o procedimento."Os rins transplantados filtraram sangue, produziram urina e, o mais importante, não foram imediatamente rejeitados", disse a UAB em comunicado.Espera-se que os avanços no campo dos chamados xenotransplantes, ou transplante de órgãos interespécies, um dia resolvam a escassez crônica de doações de órgãos humanos.A equipa da UAB indicou que esse procedimento está a um passo de se tornar uma realidade clínica. Eles planejam passar para testes em humanos em breve e, em seguida, buscar aprovação regulatória para esses tipos de intervenções.Um primeiro rim de porco já havia sido transplantado em um humano por uma equipe da Universidade de Nova York (NYU) em 25 de setembro de 2021 e envolveu um paciente com morte cerebral, cuja família havia dado permissão para o experimento. Neste caso, porém, o órgão foi colocado fora do corpo.Esse procedimento em particular envolveu anexar um rim aos vasos sanguíneos na parte superior de uma das pernas do paciente, para que os cientistas pudessem examiná-lo e coletar amostras de biópsia.A mesma equipe realizou outro experimento semelhante em 22 de novembro.Atualmente, as válvulas cardíacas de porco são amplamente utilizadas em humanos, e a pele de porco é enxertada em vítimas de queimaduras.Os porcos são doadores ideais devido ao tamanho de seus órgãos, seu rápido crescimento e grandes ninhadas. | 2022-01-24 07:00:00 | equilibrio-e-saude | Equilibrio e Saúde | https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/01/segundo-transplante-de-rim-de-porco-em-humano-e-anunciado-nos-eua.shtml |
BBB 22: Gil do Vigor para Boninho: 'Coloca eu lá dentro nem que seja um dia' | Gil do Vigor, 30, está acompanhando o Big Brother Brasil 22 (Globo) e em seu Twitter, nesta madrugada de segunda-feira (24), o ex-participante do reality show afirmou que tem o desejo de entrar no programa novamente, mas dessa vez para ensinar algumas coisas para os novos confinados."Boninho, coloca eu lá dentro nem que seja um dia", escreveu Gil, que logo foi respondido por Sarah Andrade, 30, também ex-BBB da edição anterior. "Coloca nós lá Boninho. Nunca te pedi nada", digitou na rede social. "Bora amiga! Não quero nem o prêmio, só explicar o que é o BBB", completou o economista. Mais Os internautas responderam o tuíte de Gil e concordaram que ele deveria entrar no programa para passar os seus aprendizados aos novos participantes. "Esse BBB tá precisando vigorar", escreveu uma telespectadora. "Assino embaixo! O Brasil pede, exige, tem necessidade desse acontecimento", disse outra.Thais Braz, 28, também do BBB 21, respondeu dizendo que quer ver Gil na nova edição. "Boninho é o seguinte coloca Gil e Sarah por dois dias ali dentro, eles só precisam de dois dias para ressuscitar esse programa", comentou uma seguidora. | 2022-01-24 04:35:00 | televisao | Televisão | https://f5.folha.uol.com.br/televisao/bbb22/2022/01/bbb-22-gil-do-vigor-para-boninho-coloca-eu-la-dentro-nem-que-seja-um-dia.shtml |
'Troquei casa própria por aluguel para poupar gasolina': como inflação alta tem mudado hábitos do brasileiro | O aumento generalizado de preços fez desaparecer a carne da mesa dos brasileiros e levou muita gente a fazer pesquisa de preço no supermercado.O impacto da inflação alta, contudo, vai muito além da cozinha.Com o aumento dos custos, algumas famílias se veem sem alternativa a não ser cancelar o plano de saúde. Outras têm organizado compras coletivas para economizar nos gastos com material escolar dos filhos e muitas têm evitado sair de casa, seja por conta dos preços salgados dos restaurantes ou o custo do combustível.Essas são algumas das histórias que a reportagem da BBC News Brasil ouviu de brasileiros em diferentes regiões e dão dimensão do que está por trás das estatísticas —não só de inflação, mas também de desemprego, endividamento e comprometimento da renda. Cenário que não deve mudar consideravelmente em 2022, dada a expectativa de inflação ainda alta (mesmo que desacelerando) e estagnação da economia.Os mais prejudicados são os mais pobres, mas a classe média também sente o impacto —e cada vez mais. Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que calcula a inflação por faixa de renda, mostram que esse foi o grupo que enfrentou o índice mais elevado de inflação em 2021, entre 10,26% (média) e 10,4% (média-baixa).Ainda que mais alto, ele ficou próximo daquele que experimentaram os mais pobres, também acima dos 10% —cenário bem diferente de 2020, quando o aumento significativo dos preços dos alimentos fez disparar a inflação principalmente para as famílias de baixa renda.O aumento do preço do combustível foi o que mais pesou no bolso da classe média no ano passado. Mais A pesquisa do Ipea apontou que as principais pressões para os grupos de renda mais alta vieram do grupo transportes, que registrou alta de 47,5% da gasolina e 62,2% do etanol. Para efeito de comparação, para as famílias de baixa renda a pressão maior veio do grupo habitação, afetado especialmente pelo reajuste de 21,2% da energia elétrica e de 37% do gás de botijão.Para a professora Juliete Castro Oliveira, a escalada do preço da gasolina foi um dos fatores que pesaram para que ela tomasse uma decisão que mudaria completamente a dinâmica do dia a dia da família: colocar sua casa própria para alugar e se mudar para mais perto do trabalho.Quando casou, há cerca de 10 anos, ela deu entrada no financiamento de um imóvel no bairro José Walter, na periferia de Fortaleza, e estava acostumada a se deslocar para áreas mais próximas do centro por conta do trabalho —até que veio a pandemia."No terceiro mês de pandemia, fui olhar minhas contas e vi que estava sobrando dinheiro. Pensei: 'Só pode ter alguma coisa errada!'. Fui refazer, mas era aquilo mesmo."A redução dos gastos com combustível tinha feito uma diferença grande no orçamento, assim como o abatimento que conseguira na mensalidade da escola do filho, de quatro anos, e a suspensão da cobrança das parcelas do financiamento da casa da mãe, que ela paga."Nunca tinha parado para calcular, mas ali percebi que, trabalhando em três turnos, eu chegava a me deslocar 43 km em um dia só dentro da cidade", conta Oliveira.Quando as aulas presenciais voltaram e a gasolina passou dos R$ 6 por litro, ela não pensou duas vezes quando uma colega falou sobre a oportunidade de alugar um imóvel próximo a uma das escolas em que dá aula."E ainda foi num dia em que eu gastei mais de uma hora para chegar (no trabalho), estava estressada", recorda bem-humorada a professora, que diz que o espaço maior do imóvel novo e a perspectiva de ganho em qualidade de vida também contaram na decisão do casal.Passados cerca de dois meses, ela não se arrepende. A diferença entre o gasto de combustível antes e depois da mudança é de impressionantes R$ 700, que paga parte do aluguel na casa nova.A renda do aluguel do imóvel próprio tem sido usada para pagar as parcelas do financiamento."No fim do mês, vi que compensou. Agora consigo me alimentar mais em casa, também é um gasto a menos, e tem a questão da qualidade de vida", ela destaca.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Também na tentativa de cortar gastos, ela e o marido têm se revezado para deixar e buscar o filho na escola. Isso porque valor do transporte escolar, impactado pela alta dos combustíveis, foi outra despesa que deu um salto. "Está quase a mensalidade da escola."Às famílias com filhos, aliás, não faltam estratégias para economizar diante da alta de preços e do aperto na renda. Oliveira cita os grupos de mães que se reúnem nas redes sociais para vender e trocar produtos que não usam mais —um hábito que já se espalhou pelas diversas regiões do país.Em Brasília, a bióloga Sula Salani soube das "mães do desapego" quando estava grávida de seu filho, um pouco antes do início da pandemia. Hoje, não faz uma compra sem antes consultar pelo menos três grupos do WhatsApp em que centenas de mães compram, vendem e doam produtos novos e usados.Uma delas chegou a organizar um clube de compras informal, em que as mães se reúnem para comprar em grandes quantidades, em busca de descontos, e racham o frete. "Já comprei um sapatinho por R$ 40 que geralmente custa mais de R$ 100. A gente economiza com material escolar, roupa, material de limpeza — foi uma das formas que a gente encontrou para driblar (os preços altos)."Com menos renda disponível e diante do aumento expressivo dos gastos com transporte, energia e alimentação, para conseguir manter os gastos básicos muitas famílias se viram obrigadas a cortar despesas —e, muitas vezes, aquelas que não eram supérfluas.Uma pesquisa realizada em julho do ano passado pelo Instituto Locomotiva mostrou que viagens de avião e refeições em restaurantes foram os itens que os brasileiros mais tiveram de abrir mão por conta da crise. Em terceiro lugar veio o plano de saúde: cerca de uma em cada quatro entrevistados (26%) que faziam uso do serviço afirmou tê-lo cancelado.Residente em São Paulo, Andréa Carvalho, 55, se viu nessa situação recentemente, quando a mensalidade do seu plano chegou a R$ 1,6 mil."O valor subiu exageradamente para minha idade. E não é um plano de saúde 'chique', é básico."Agora, ela procura os postos de saúde quando precisa de atendimento e de medicamentos, outro item que tem pesado bastante no orçamento."Mas muitas vezes não consigo nem encontrar medicamentos simples, como dramin e paracetamol, nos postos —estão em falta", acrescenta.Em paralelo, a mudança de hábitos para ela também chegou à cozinha —e não apenas à sua. Carvalho faz parte de uma ONG que doa marmitas e já teve de mudar o cardápio algumas vezes por causa dos preços dos ingredientes."A princípio foi a carne, mas também os outros insumos: arroz, feijão, couve —uma verdura que deveria ser mais barata—, está tudo muito caro", diz ela."Então nós tivemos que mudar novamente o cardápio. A gente começou fazendo picadinho, depois fizemos feijoada. Agora a gente vai tentar fazer um estrogonofe de frango, enfim, o que a gente conseguir."Alimentação e saúde também têm pesado no orçamento da aposentada Alzira de Souza, 65, que também mora em São Paulo. Para ela, uma das alternativas tem sido cortar do lazer. Com o aumento do preço dos combustíveis e do transporte por aplicativo, ela sai cada vez menos de casa."Não costumo sair mais para fazer refeições fora. Antes eu fazia isso bastante; agora muito raramente eu faço, porque os preços nos restaurantes também estão muito caros", conta.Como síndica do prédio em que mora, ela também viu os custos darem um salto no último ano. As despesas com itens como água, luz e gás mais que dobraram. A última assembleia de moradores foi difícil: "Ano passado não fizemos reajuste nenhum por conta da pandemia, que estava muito forte, havia muitas pessoas desempregadas, mas neste ano a gente não conseguiu deixar sem aumento". Mais A taxa de desemprego vem caindo consistentemente desde maio, tendo recuado de 14,7% para 12,1% no trimestre encerrado em outubro, o dado mais recente da Pnad (Pesquisa por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE.Essa redução, contudo, vem se dando pela geração de empregos mais precários, que pagam salários menores. O cenário fica visível quando se olha o indicador de renda da mesma pesquisa: no trimestre encerrado em outubro, o rendimento médio de quem estava empregado era 11,1% menor do que o registrado no mesmo período de 2020.Essa dinâmica vem comprimindo a renda disponível das famílias, como mostra um outro indicador, desta vez do Banco Central. O comprometimento de renda das famílias atingiu em setembro (dado mais recente) seu nível máximo desde o início da série, em 2005. Cerca de 26,8% de todo o rendimento das famílias —aí incluído não apenas o do trabalho, mas de outras fontes e também benefícios como o emergencial— foi usado para pagamento de dívidas, entre empréstimos, financiamentos e despesas com cartão de crédito. | 2022-01-24 12:12:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/01/troquei-casa-propria-por-aluguel-para-poupar-gasolina-como-inflacao-alta-tem-mudado-habitos-do-brasileiro.shtml |
Guedes diz que entorno de Bolsonaro barrou reforma administrativa | O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta quinta-feira (2) que o entorno do presidente Jair Bolsonaro bloqueou o andamento da reforma administrativa, que altera regras para servidores públicos."A [reforma] administrativa eu entreguei no Executivo e o entorno do presidente bloqueou, não deixou ela andar no início. Depois veio a Covid e embaralhou tudo", disse em seminário virtual sobre a reforma do serviço público.A reforma estava programada originalmente para ser entregue após a conclusão da reforma da Previdência, aprovada em 2019, mas foi sendo postergada por decisão do governo até setembro de 2020 –quando ela finalmente foi enviada ao Congresso (e ainda não foi aprovada).O relator da reforma, deputado Arthur Maia (DEM-BA), afirmou no seminário que não vê empenho do governo no tema e não vê a proposta andando em 2022. Recentemente, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que não vê disposição do Executivo para aprovar a proposta.Guedes afirmou que o maior inimigo da República hoje é o descontrole dos gastos públicos e que, por isso, resolveu atacar as três principais despesas do governo –Previdência, juros da dívida e o funcionalismo.Segundo ele, a reforma administrativa ficou "suave, desidratada e generosa" com o funcionalismo atual. O texto não interfere de maneira significativa nos direitos dos atuais servidores (como o da estabilidade).A reforma economizaria R$ 300 bilhões em dez anos, disse Guedes, e o número pode ser ainda maior se for considerada a menor taxa de reposição de vagas surgidas com a aposentadoria de servidores –movimento que, segundo ele, tem sido beneficiado pela digitalização dos serviços do governo.Para ele, os servidores públicos teriam que trabalhar por mais tempo antes de ganhar o direito da estabilidade e, depois disso, deveriam passar mais tempo na ativa antes de se aposentar.Guedes comentou ainda a PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios, que dribla o teto de gastos. Ele afirma que gostava mais da versão inicial que foi desenhada pelo ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas, mas que a proposta acabou sendo alterada até ser aprovada no Senado —para ele, a versão atualizada é um "mal menor" e tem como objetivo não "inviabilizar a República".Durante o seminário virtual, Guedes também disse em tom de brincadeira ao ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que não foi convidado para o Fórum Jurídico de Lisboa –que ocorreu em novembro.O evento em Portugal foi organizado pelo IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), que tem Gilmar como sócio. O ministro do STF participava do seminário com Guedes nesta quinta."Desculpem, eu me alonguei [nas declarações]. Eu fico aqui nessa toca sendo apedrejado, apanhando o dia inteiro seguidamente, não tenho tempo para ir lá, não sou nem convidado para o nosso brilhante painel em Lisboa. De repente me dão dez minutos e um microfone, e me perco. Desculpem", afirmou Guedes.Gilmar, que acompanhava a fala virtualmente, não respondeu imediatamente os comentários. O evento prosseguiu com as declarações de outros participantes.Reportagem da Folha publicada em novembro mostrou que os cofres públicos bancaram os gastos de ao menos 25 autoridades para que elas participassem do evento em Portugal.Somados, os gastos com passagens de avião, diárias e seguros ultrapassam R$ 500 mil para ministros do Executivo, do TCU (Tribunal de Contas da União), presidentes de agências reguladoras, parlamentares e seus cônjuges, além de servidores. | 2021-12-02 21:35:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/guedes-diz-que-entorno-de-bolsonaro-barrou-reforma-administrativa.shtml |
Câmera 'grava-tudo' registra 1º caso de PMs de SP matando suspeito desarmado | A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo concluiu as investigações do que considera o primeiro caso no qual as novas câmeras corporais usadas pelos policiais flagraram os agentes matando um suspeito desarmado.De acordo com o relatório das investigações, ao qual a Folha teve acesso, a descoberta do suposto crime foi possível apesar de uma tentativa dos PMs envolvidos de obstruir as gravações."Foi o primeiro caso, com indícios de fraude processual, de homicídio doloso. Foi o primeiro caso com documentos visuais da ação policial militar que contradizem [o que] os policiais disseram", afirma o tenente-coronel Gilson Luiz da Costa, chefe do departamento de operações da Corregedoria.Existem ao menos outros dois casos semelhantes em andamento sendo analisados, mas ainda sem conclusão.Na mesma ação, segundo a Corregedoria, os policiais tentaram matar outro suspeito —ele só sobreviveu porque estava usando um colete à prova de balas sob a camiseta.Oito policiais, entre praças e oficiais, tiveram o pedido de prisão preventiva solicitado pela Corregedoria sob a suspeita de homicídio doloso (quando há a intenção de matar), fraude processual, prevaricação e falsidade ideológica.O Ministério Público, que recusou um pedido semelhante feito em setembro, ainda analisa o caso. Procurada, a Promotoria não respondeu aos questionamentos da reportagem.A operação policial suspeita, revelada pelo Fantástico, ocorreu em 9 de setembro deste ano em São José dos Campos (a 97 km da capital paulista).Na tarde daquele dia, segundo a versão apresentada pelos policiais, uma equipe do Baep (Batalhão de Operações Especiais) passou a perseguir um veículo que, segundo os PMs, levava suspeitos de terem participado de um roubo a um mercado.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Durante a perseguição, um dos suspeitos atirou para fora do veículo uma arma de brinquedo. Na sequência, o motorista perdeu o controle do veículo e bateu na entrada de um condomínio.Na versão dos PMs, o motorista, após a colisão, pulou pela janela do veículo e saiu correndo. Nesse momento, um dos passageiros do banco de trás, identificado como Douglas, desceu com uma arma em punho e, "ao tentar apontar em direção a guarnição, foi alvejado pelo policial [Diego Fernandes Imediato da Silva] na altura do peito". Como estava com colete à prova de balas, Douglas sobreviveu.Na sequência, segundo os agentes, o passageiro do banco dianteiro chegou a levantar as mãos para se render, mas, em seguida, tentou sacar uma arma que estava em sua cintura, mesmo após receber ordens para largá-la.O sargento Frederico Manoel Inácio de Souza, então, disparou três vezes com um fuzil contra a pessoa, que morreu. Em depoimento, o policial disse que tomou a atitude "para repelir iminente agressão". A vítima foi identificada como Vinícius David de Souza Castro Gomes.Como todos os policiais envolvidos estavam usando as câmeras corporais no uniforme, as equipes da Corregedoria tiveram acesso às imagens para entender o que de fato tinha ocorrido na ação, disse o tenente-coronel Gilson Luiz da Costa, chefe do departamento de operações do órgãoO governo estadual ampliou no primeiro semestre o uso do equipamento nos uniformes. O programa atualmente conta com 3.000 câmeras, usadas por policiais de 18 batalhões. Mais Eles possuem uma tecnologia inédita no mundo que grava o turno de serviço em sua totalidade (grava tudo), não sendo necessário o acionamento manual por parte do PM. No primeiro mês após essa ampliação, o estado de São Paulo atingiu o menor índice de letalidade policial em oito anos.Conforme relatório da Corregedoria, a apuração concluiu que o sargento Inácio, como é conhecido, atirou em Gomes mesmo ele estando desarmado e sem apresentar resistência."A imagem 8, a mais contundente, ilustra o momento em que o civil Vinícius [Gomes] desembarca do veículo GM/Corsa com as duas mãos na cabeça, rendido, desarmado, sendo que, neste instante, o sargento Inácio dá início aos disparos", diz trecho do relatório apontando um dos frames de vídeo anexado ao relatório.As imagens obtidas revelaram que Douglas desceu do carro com uma arma na mão, possivelmente um revólver calibre 22, mas que a soltou assim que os policiais se aproximaram. Mesmo assim, ele foi baleado pelo policial Imediato, que, momentos depois, aparece lamentando o erro."Eu ia adivinhar? Devia ter dado na cara. Moleque de colete, mano. Eu ia adivinhar?", disse o policial, conforme vídeo divulgado pela TV Globo.A arma que estava com o suspeito é então recolhida pelo militar e jogada dentro do veículo, sobre o corpo de Gomes. As imagens conseguem captar o PM segurando a revólver entre as pernas e, em seguida, ela aparece sobre o corpo de Gomes dentro do Corsa.Os outros PMs indiciados na ação, segundo a Corregedoria, "assistiram ao ato criminoso e não fizeram nada". O órgão disse que eles agiram para tentar evitar que as câmeras captassem imagens da ação.Para fazer isso, os policiais chegaram a desligar os equipamentos (quando deixam de gravar o som) e a virar para o lado oposto, impedindo que fossem captadas as imagens da operação. Eles também tentaram tapar a câmera com as mãos e as armas.Além dos policiais que tiveram a prisão preventiva pedida pela Corregedoria, há ainda um segundo grupo de agentes que chegou para dar apoio. Estes não serão indiciados, mas devem sofrer um processo interno para serem expulsos da corporação por terem obstruído as câmeras."Nós pedimos a apuração em processo regular também para os policiais militares que não estão indiciados, mas que acintosamente colocavam as mãos ou qualquer outro instrumento sobre as câmeras para ocultar a produção dessas imagens", disse o tenente-coronel Costa, da Corregedoria.A Folha tentou contato com os advogados dos policiais. Um dos defensores localizados, o advogado João Carlos Campanini, que representa o PM Andrios Valuto (que teria ajudado a dificultar as gravações), disse considerar um absurdo que parte das imagens tenha sido divulgadas antes da conclusão das investigações e "já condenando os policiais sem antes dar-lhes o direito de defesa".A Polícia Militar afirma que não repassou nenhuma imagem para a emissora de TV e que não fez nenhuma avaliação antecipada das investigações. | 2021-12-02 21:35:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/camera-grava-tudo-registra-1o-caso-de-pms-de-sp-matando-suspeito-desarmado.shtml |
Edir Macedo perde processo contra donos de sebo por placa na porta | O líder da Igreja Universal, Edir Macedo, perdeu uma ação que tinha proposto contra donos de um sebo no interior do Rio de Janeiro por causa de uma placa com uma piada que tinha sido colocada na porta.Na vitrine de seu sebo Gregas e Troianas, em uma discreta rua em Resende (RJ), o casal Luciano Gonçalves e Mariângela Ribeiro havia colocado um banner com a intenção de "ser algo divertido"."Se você é racista, machista, homofóbico, se não acha que as 'obras' de Bolsonaro, Malafaia e Edir Macedo envergonham a humanidade... Entre! Esta é uma casa de inteligência e cultura. Nós podemos ajudar você", dizia o cartaz.Ao ter conhecimento do banner, Edir Macedo —dono de um dos maiores grupos de comunicação e líder de uma das maiores igrejas evangélicas do Brasil— entrou com um processo por danos morais contra os donos do comércio local com o argumento de que a placa era "intolerância religiosa".Luciano Gonçalves diz que em nenhum momento citou religião no banner e que as "obras" citadas se referiam à atuação de Edir Macedo em geral. Além disso, segundo o comerciante, não havia discriminação porque as pessoas não eram proibidas de entrar —eram na verdade convidadas a frequentar o local e ter acesso a diferentes pontos de vista."Era uma crítica à obra, não fazia nenhuma ofensa pessoal, não citava religião", diz Luciano, que vende em seu sebo diversos livros religiosos, incluindo de líderes evangélicos.No processo, Edir Macedo pedia uma indenização de R$ 25 mil e a colocação de uma placa "de retratação" com a mesma visibilidade da original —ambos os pedidos foram negados pela Justiça.Segundo a juíza do caso, se Jair Bolsonaro, Silas Malafaia e Edir Macedo "notoriamente veiculam em suas exposições para a mídia o que pensam e sentem sobre os temas relacionados no banner", outras pessoas também precisam ter o direito de se manifestar."O fato de livremente poderem manifestar seu pensamento, suas ideias e crenças permite que os demais membros da sociedade também as manifestem, na mesma proporção que o fazem", diz a juíza Silvia Regina Portes Criscuolo na sentença, de outubro deste ano.Além disso, entende a magistrada, "a proteção à intimidade de pessoas públicas deve ser relativizada em razão da ponderação de interesses, pois o interesse público, em determinadas situações, deve preponderar". Ela lembra que este é também o entendimento de tribunais superiores sobre o assunto e que a liberdade de expressão é um valor protegido pela Constituição.Macedo ainda pode recorrer da decisão. A BBC News Brasil procurou sua assessoria, mas não recebeu uma resposta até a publicação desta reportagem."Eu estava muito tranquilo (antes da decisão de primeira instância), porque não há base legal nenhuma para o pedido (do pastor)", argumenta Luciano."Na realidade o que mais me deixou feliz foi poder avisar a população, nossos amigos e clientes que acompanharam o processo, que torceram pela gente. Está todo mundo feliz, todo mundo comemorando", afirma Luciano.Se a decisão for mantida ou se Macedo não recorrer, o bispo terá que pagar os custos do processo."Felizmente não gastamos nada, tivemos vários advogados se oferecendo para nos defender pro-bono (sem custos)", conta Luciano.Colocado em 2017, o banner ficou um longo tempo na frente do sebo, e uma foto dele começou a circular na internet. Até que, nas eleições de 2018, quando Bolsonaro venceu a corrida à Presidência, a foto viralizou e foi compartilhada milhares de vezes.E acabou chegando até Edir Macedo —ou, pelo menos, a seus advogados, que mandaram uma notificação extrajudicial pedindo para que Mariângela retirasse o banner.O casal resolveu acatar o pedido e retirou a faixa da frente da loja, mesmo acreditando que afixar aquele banner era algo que estava dentro do seu direito à liberdade de expressão."Eu nunca tinha tido nenhum tipo de conflito na Justiça. Então, eu fiquei bastante assustada com a notificação, mesmo sendo extrajudicial (ou seja, sendo apenas um 'pedido', sem envolvimento da Justiça)", contou Mariângela à BBC News Brasil em 2019.A retirada do banner, no entanto, não aplacou o incômodo do bispo, que entrou com uma ação de danos morais contra Mariângela - quem, juridicamente, é a dona do espaço.Questionada sobre o caso em 2019, a assessoria de imprensa de Edir Macedo afirmou que um estabelecimento que comercializa livros "supõe-se que seja administrado por pessoas esclarecidas, que sabem que não há mais espaço no Brasil para o preconceito e o ódio religioso"."Trata-se de algo que não pode ser tolerado pela sociedade, nem por parte de grandes redes de lojas, tampouco em comerciantes locais", afirmou a assessoria em nota.Para os advogados do casal, Apolo Luis Hager e Renata Gonçalves Santos, não houve nenhum tipo de dano moral causado a Macedo pela placa, que apenas continha uma "opinião dos proprietários sobre a obra de Edir Macedo"."Não vejo nada nos autos que ampare a pretensão (de Macedo), valendo observar que se trata de um mero cartaz afixado na entrada de uma pequena livraria da cidade de Resende, no interior do Estado do Rio de Janeiro, de abrangência restrita e de conteúdo não ofensivo, mas de mera propaganda e convite à uma literatura com visão diversa das dos personagens citados", afirmou a juíza na decisão favorável ao casal, em outubro de 2021.Ela diz também que, mesmo se considerasse que o casal expressou uma opinião sobre Macedo e não apenas sobre sua obra, "na ponderação entre a liberdade de expressão e o direito à imagem, prevalece a liberdade da ré", diz a sentença."É patente que a imagem fixada no ideário popular é que o autor (da ação) defende posições polêmicas quanto aos temas mencionados no banner, de modo que, ao emitir suas ideias, há de respeitar o espaço para que outros manifestem-se sobre tais ideias", afirma a juíza.Além disso, diz ela na sentença, "a ré se expressou nos limites do admissível, sem atingir a honra ou imagem do autor".Luciano e Mariângela se declaram "de esquerda e feministas", decoraram a loja com uma foto da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018, e criaram uma seção de livros sobre os "anos de resistência à covarde ditadura de 64".Luciano diz que a loja já havia sido atacada anteriormente por causa da posição política do casal. "Um professor de artes marciais, discípulo do [presidente Jair] Bolsonaro, entrou aqui derrubando prateleira, me ameaçando", contou à BBC em 2019.Agora, depois de ganhar a ação em primeira instância, Luciano diz que o sebo continua "firme e forte", apesar das dificuldades da pandemia."Não somos um empreendimento comercial que visa lucro, então só preciso conseguir me manter", afirma ele. "O sebo está maior, com mais acervo, e mais organizado." | 2021-12-02 21:12:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/12/edir-macedo-perde-processo-contra-donos-de-sebo-por-placa-na-porta.shtml |
2022 terá cinco feriados prolongados; veja calendário | Terminadas as festas de fim de ano, o trabalhador brasileiro volta à rotina nesta semana de olho no calendário.Serão cinco possíveis feriadões nacionais, a depender da decisão de empresas e, eventualmente, do governo federal.Algumas cidades brasileiras, como São Paulo, adiantaram dias de folga para formar um megaferiado em 2021 e, assim, tentar frear a disseminação da Covid-19. A gestão Bruno Covas (PSDB), por exemplo, antecipou as folgas referentes ao aniversário da cidade (25 de janeiro), Corpus Christi (16 de junho) e Dia da Consciência Negra (20 de novembro).O decreto que estabelece a mudança na capital paulista não abrangeu, no entanto, todos os setores da economia. Ficaram de fora "unidades de saúde, segurança urbana, assistência social e serviço funerário, além de outras atividades que não possam ser suspensas", segundo o texto.Infelizmente, a primeira folga nacional dá a nota de como será o ritmo do novo ano. Cai no sábado o feriado de 1º de janeiro, quando é celebrada a confraternização universal.Quem vive na cidade de São Paulo pode ter, em 25 de janeiro, motivos para comemorar o aniversário do município, já que a data cai em uma terça-feira. Vai depender se a empresa em que trabalha antecipou ou não a folga para 2021.O Carnaval, ponto facultativo, será em 1º de março, também uma terça-feira. Não se anime, porém, com o feriado prolongado, já que muitas cidades do interior paulista cancelaram a folia oficial. Nada impede, por outro lado, que festas particulares sejam organizadas.A Paixão de Cristo, também conhecida como Sexta-feira Santa, cai em 15 de abril. Na semana seguinte, 21 de abril, é celebrado o feriado de Tiradentes. Como é uma quinta-feira, possivelmente será um feriado prolongado.Comemorado em 1º de maio, o Dia do Trabalho em 2022 cairá em um domingo, que já é naturalmente um dia de folga para muita gente.Em junho, o Corpus Christi será celebrado em 16 de junho, uma quinta-feira, como de costume. Por ser ponto facultativo, é provável que seja um feriado prolongado, dependendo da cidade onde mora. Mais Em 9 de julho, o estado de São Paulo celebra a Revolução Constitucionalista, feriado paulista. Infelizmente para quem esperava prolongar, no próximo ano a data cairá em um sábado.Os três feriados seguintes serão em quartas-feiras: Independência do Brasil (7 de setembro), Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro) e Finados (2 de novembro), o que diminui bastante a chance de um feriadão.A Proclamação da República, ao menos, pode dar o gostinho de uma folga prolongada, já que 15 de novembro será em uma terça-feira em 2022.Cinco dias depois, os paulistanos e algumas cidades pelo país terão o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), em um domingo. A Prefeitura de São Paulo antecipou a folga para 2021. Neste caso, por ser domingo, pouca gente vai sentir falta do feriado.E, quando menos esperar, Simone estará novamente avisando que é Natal. A data festiva combina com domingo, não? Pois deu match em 2022.1º.jan (sábado): Dia da confraternização universal 1º.mar (terça): Carnaval (facultativo) 15.abr (sexta): Paixão de Cristo 21.abr (quinta): Tiradentes 1º.mai (domingo): Dia do Trabalho 16.jun (quinta): Corpus Christi (facultativo) - Prefeitura de São Paulo antecipou para 2021 7.set (quarta): Independência do Brasil 12.out (quarta): Nossa Senhora Aparecida 2.nov (quarta): Finados 15.nov (terça): Proclamação da República 25.dez (domingo): Natal25.jan (terça): Aniversário da cidade - Prefeitura antecipou para 2021 9.jul (sábado): Revolução Constitucionalista 20.nov (domingo): Dia da Consciência Negra - Prefeitura antecipou para 2021 | 2021-12-02 20:36:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/calendario-de-2022-promete-cinco-feriados-prolongados-veja-datas.shtml |
Bebê morre durante travessia de 283 migrantes da África para Ilhas Canárias | Um bebê de dois meses morreu nesta quinta (2) durante a travessia de quase 300 migrantes da África para o território espanhol das Ilhas Canárias, segundo divulgou o serviço de emergência do país europeu.Em rede social, o órgão informou que 283 pessoas estavam em cinco botes infláveis e tinham como destino a ilha de Fuerteventura, a mais próxima do Marrocos. Quase todos eram de origem subsaariana, com exceção de 11 pessoas de Bangladesh, de acordo com o jornal espanhol Ultima Hora.Membros do grupo de resgate afirmaram à agência de notícias AFP que estavam na embarcação 208 homens, 68 mulheres e 7 menores de idade, incluindo o bebê que não sobreviveu após uma parada cardiorrespiratória. O jornal espanhol divulgou que a mãe dele pensava que a criança estava dormindo.Desde o início do ano, 36.379 migrantes sem documentos chegaram ao litoral espanhol, 511 a mais que no mesmo período em 2020, segundo os números mais recentes do Ministério do Interior do país europeu.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Em maio, a crise se agravou quando mais de 10 mil pessoas tentaram entrar em Ceuta, enclave espanhol vizinho ao Marrocos. Os viajantes chegavam nadando, a bordo de flutuadores ou botes infláveis e até a pé, quando a maré permitia. Outros tentavam cruzar a fronteira terrestre, protegida por uma cerca dupla.O estopim foi o relaxamento da vigilância na fronteira por parte do Marrocos, num contexto de tensão com a Espanha, devido à presença no país ibérico do líder do movimento de independência do Saara Ocidental.O governo marroquino reagiu com indignação à notícia de que o chefe da Frente Polisário, Brahim Ghali, encontrava-se internado desde meados de abril em um hospital espanhol para ser tratado de Covid-19.À época, o país africano afirmou que o dirigente havia viajado com passaporte falso e pediu uma investigação transparente sobre a chegada dele à Espanha, justificada por Madri por razões humanitárias. A Frente Polisário, apoiada pela Argélia, luta há décadas pela independência do Saara Ocidental, uma ex-colônia espanhola controlada em sua maioria pelo Marrocos, que quer manter a região sob seu comando.Em meio ao fluxo migratório, o Ministério do Interior espanhol divulgou que 7.500 pessoas foram devolvidas ao Marrocos, sem saber especificar quantos eram menores. Por isso, ONGs advertiram que menores desacompanhados não podem ser devolvidos sem um exame detalhado de sua situação. Mais A Espanha enfrenta o reflexo do endurecimento da fiscalização no mar Mediterrâneo, o que fez aumentar, a partir de 2019, as chegadas ao arquipélago das Canárias, palco de uma outra crise migratória em 2006.Segundo a Organização Internacional para Migrações (OIM), 2021 está sendo um dos anos mais mortais nas rotas até o país europeu, com ao menos 936 óbitos ou desaparecimentos de pessoas que tentavam chegar ao arquipélago desde o início do ano. Isso porque, para chegar às Canárias, embarcações muitas vezes pequenas e cheias de pessoas que nem sempre sabem nadar enfrentam correntes fortes. | 2021-12-02 21:15:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/12/bebe-morre-durante-travessia-de-283-migrantes-da-africa-para-ilhas-canarias.shtml |
Antecipação de reforço contra Covid não tem base na ciência, dizem médicos | Para infectologistas, a decisão do estado de São Paulo de antecipar a dose de reforço da vacina contra Covid não tem justificativa científica. O anúncio foi realizado nesta quinta-feira (2) e ocorreu por conta do surgimento da variante ômicron e pela proximidade com as festas de fim de ano.Antes os paulistanos deveriam esperar cinco meses após a segunda dose para receber o reforço do imunizante. Agora a espera caiu para quatro meses.O calendário de início das aplicações varia conforme o município. Na cidade de São Paulo, a nova medida passa a valer a partir desta sexta-feira (3) —será usado o imunizante da Pfizer, independentemente de qual produto tenha sido aplicado no esquema vacinal primário.Renato Kfouri, pediatra e diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), afirma que "não há nenhuma evidência para se fazer isso em indivíduos com menor idade"."Temos dados que mostram que há uma perda de proteção acima de 50 anos —e com o passar do tempo. Essa perda é mais rápida de acordo com a vacina e a idade, então a Coronavac perde primeiro a proteção do que a AstraZeneca, assim como os idosos perdem primeiro", explica ele.Kfouri afirma ainda que dados sobre perda de proteção contra o coronavírus para pessoas abaixo de 50 anos não existem no Brasil.No entanto, o médico destaca que tomar o reforço mesmo com menor idade e no prazo mais curto não deve trazer malefícios às pessoas. "Todos vão precisar do reforço, mas nesse intervalo mais curto eu não vejo vantagem. Fazer um reforço com intervalo de cinco meses, privilegiando aqueles que mais precisam, é uma ideia melhor", diz."O programa de imunização se faz com estratégias, recomendações que não são mudadas a toda hora e com evidências. No Ministério da Saúde, a conta que fizemos é que até o final do ano estaríamos oferecendo dose de reforço para todos acima de 50 anos cinco meses após a segunda dose", afirma.Quanto à ômicron, Kfouri diz que não há evidência, ao menos por enquanto, de que, com a nova variante, seja necessária uma mudança no esquema de vacinação. Mais "Não acho que é uma atitude que trará benefícios, só serve para criar confusão. As pessoas podem se perguntar 'por que São Paulo está fazendo assim?'. Parece que sempre querem criar um programa diferente do resto do país", completa.Nesta quinta, após o anúncio do governo de João Doria (PSDB), membros do Ministério da Saúde informaram que atualmente a pasta não pretende recomendar a redução do intervalo de doses de cinco para quatro meses. Até o momento, dizem esses integrantes da pasta, não há benefícios comprovados dessa redução.Ao informar o novo calendário, o governo paulista diz ter levado "em consideração que São Paulo é porta de entrada, via portos e aeroportos, de pessoas de todo o mundo e o Brasil ainda não tem a obrigatoriedade da apresentação de comprovante de esquema vacinal completo para os viajantes". Mais Raquel Stucchi, professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e consultora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), concorda com Kfouri que faltam evidências para essa antecipação do reforço.Para ela, já foi observado por cientistas que as pessoas até 50 anos mantêm uma proteção boa por até cinco meses, que passa a diminuir a partir de 60 e 70 anos. "Antecipar mais um mês parece um desperdício de vacina", diz ela.De acordo com Stucchi, seria mais recomendável que o estado doasse doses para países que mais precisam."Outra atitude que o governo do estado de São Paulo deveria fazer é buscar quem não tomou a primeira dose e os faltosos da segunda dose. Esforços deveriam estar concentrados para isso e não ficar mudando a política", afirma. | 2021-12-02 20:18:00 | equilibrio-e-saude | Equilibrio e Saúde | https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/12/antecipacao-de-reforco-contra-covid-nao-tem-base-na-ciencia-dizem-medicos.shtml |
Abalo na avaliação da Capes afeta espinha dorsal da pós-graduação no país | A autorização judicial para que a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) retome a avaliação dos programas de pós-graduação do país até disfarça, mas não altera o desmonte que a instituição tem sofrido.Na prática, pela nova determinação da Justiça, os resultados da avaliação quadrienal da agência não poderão mais ser divulgados. Isso impacta toda a pós-graduação do país, que tem se desenvolvido há décadas ao redor de um sistema de notas.Estamos falando de mais de 4.000 programas de pós-graduação ativos no Brasil. É como se todos os cursos que formam cientistas e que fazem pesquisa em áreas como astronomia, genética ou linguística, antes balizados pelos indicadores da Capes, agora ficassem às cegas.A Capes foi criada na década de 1950, vinculada ao MEC, quando universidades como a USP tinham acabado de debutar —e instituições como a Unicamp e a UnB ainda não tinham nem sido criadas. É, portanto, tão jovem quanto nosso próprio ensino superior.Na década de 1970, a agência assumiu o papel de reconhecer, acompanhar e avaliar os programas de mestrado e de doutorado do país a partir de comitês em diferentes áreas do conhecimento.Esse foi um dos maiores acertos da nossa política de ciência e de educação superior: a avaliação se dá a partir de especialistas independentes, reconhecidos em suas respectivas áreas de atuação, que estão a serviço do MEC. Mais O próprio sistema acadêmico passou a se autorregular com aquilo que ele próprio definiu que é pós-graduação de qualidade. Os critérios desenhados pelos comitês da Capes acabaram se tornando padrão de qualidade perseguidos pelos programas de pós-graduação em todo o país.Mais do que isso, o sistema criado pela agência atribuiu ao desempenho dos programas a distribuição de recursos para infraestrutura e para concessão de bolsas de pesquisa. Quanto melhor, mais verba.Os indicadores, claro, eram recorrentemente tema de debate nos corredores acadêmicos. Ressaltava-se, por exemplo, que programas jovens ou localizados em regiões periféricas do país não conseguiram se desenvolver —e, consequentemente, sempre receberiam menos recursos.Ao que parece, esse tipo de discussão, no entanto, não tem balizado os rompantes recentes na agência federal. Há percepção generalizada de interferência de instituições privadas, que torciam o nariz para o ranking da Capes de pós-graduação.O ciclo de avaliação de 2017 a 2020 —paralisado em setembro por decisão judicial— ainda não foi concluído. Com isso, pelo menos 80 pesquisadores de áreas como química e física pediram desligamento da agência alegando falta de compromisso com a avaliação quadrienal por parte da Capes e pressão para aprovação de novos cursos de pós (especialmente a distância). Mais Debandada parecida aconteceu recentemente no Inep, órgão também ligado ao MEC que, por sua vez, avalia a educação básica e a superior (graduação) no país. Em outubro, dezenas de servidores do Inep pediram exoneração. Isso às vésperas da realização do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) e do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).É inaceitável que as duas instituições federais responsáveis pela avaliação de sistemas de educação do país —Capes e Inep— estejam colapsando concomitantemente sob o guarda-chuva do MEC. Avaliações educacionais podem revelar realidades desagradáveis. É preciso analisá-las no lugar de mudar a métrica ou silenciar os resultados. | 2021-12-02 20:08:00 | educacao | Educação | https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/12/abalo-na-avaliacao-da-capes-afeta-espinha-dorsal-da-pos-graduacao-no-pais.shtml |
PIB do Brasil deve ficar entre estagnação e recessão em 2022 | Após a queda de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre de 2021, a expectativa da maior parte dos analistas é de uma economia ainda estagnada de outubro a dezembro deste ano. Para 2022, há dúvidas entre um cenário de crescimento muito fraco ou até de recessão.Entre os fatores mais importantes para o próximo ano estão a intensidade do aumento dos juros, a continuidade da reabertura das atividades econômicas e o ambiente eleitoral, que costuma gerar incertezas.O resultado do terceiro trimestre ficou muito próximo do esperado pelo mercado, que era de estabilidade (0%), embora tenha havido alguma surpresa na sua composição, principalmente por causa da queda na agropecuária, que chegou a 8%.O fato de a redução dos estoques nesse mesmo setor ter retirado 0,5 ponto percentual do PIB também trouxe algum otimismo diante da avaliação de que a demanda cresceu 0,4% no período, puxada pelo consumo das famílias e do governo.Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, projeta crescimento de 0,5% em 2022 para o PIB e diz que o resultado dependerá, principalmente, do tamanho do aperto monetário promovido pelo BC (Banco Central). O cenário considera uma taxa básica de juros passando dos atuais 7,75% para 11% ao ano, abaixo das projeções de mercado, em torno de 12%.Ela lembra que esse crescimento ainda representa um quadro de estagnação para o país, mas diz enxergar a possibilidade de um dado mais positivo.Isso dependeria de uma política monetária menos restritiva, de uma normalização de problemas de oferta e da possibilidade de uma recuperação total dos serviços, que ainda estão abaixo do nível pré-crise."Acho que vamos começar a ter um debate de que não precisamos mais de choques de juros. Choques de juros têm um custo alto para a economia, essa estagnação mostra isso. Uma alta mais moderada pode trazer pequeno alívio para a atividade e afastar esse risco de uma recessão severa em 2022", afirma a economista-chefe do Inter."Estamos no caminho de controlar a inflação, e agora o debate é que o Brasil precisa voltar a crescer."No quarto trimestre de 2021, o PIB tende a ser beneficiado novamente pelo setor de serviços, que ainda registra uma base de comparação fragilizada pela pandemia, diz a economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).Isso, contudo, não tiraria a atividade econômica de um cenário de estagnação, aponta a analista. Segundo ela, o PIB deve avançar 0,6% entre outubro e dezembro deste ano e 0,7% no acumulado de 2022."O crescimento de serviços é automático, consequência da reabertura da economia. Por isso, tem de ser visto com cautela", pondera.O economista do Itaú Luka Barbosa diz que a instituição mantém a projeção de alta de 0,1% no quarto trimestre deste ano e de queda do PIB de 0,5% em 2022.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Para ele, um aumento menor da taxa básica de juros, uma recuperação mais forte dos serviços e um cenário global mais favorável são os principais fatores que poderiam levar a um resultado melhor para o Brasil."A economia está crescendo muito pouco na margem, próxima de zero. A nossa visão, olhando mais para o futuro, é de uma leve recessão."Na opinião do economista Fernando Veloso, pesquisador do Ibre/FGV e membro do Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), os dois trimestres consecutivos de PIB negativo e próximo de zero sugerem uma economia estagnada."O resultado é, sem dúvida, bastante negativo. O PIB está próximo do patamar do final de 2019. É insuficiente diante de tudo que aconteceu depois, na pandemia", analisa.Em relatório divulgado nesta quinta, a Asa Investments sinaliza preocupação com o quadro fiscal do país, em meio às negociações envolvendo o pagamento do Auxílio Brasil. Na visão da gestora, as incertezas com o rumo das contas públicas sustentam projeções de atividade econômica fraca no próximo ano.A Asa agora projeta queda de 0,5% para o PIB em 2022. "Com a inflação rodando acima de dois dígitos, chegamos à estagflação [atividade fraca e preços em alta], mesmo em contexto de crescente normalização da atividade econômica pela redução dos impactos da pandemia", aponta o relatório.Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos, diz esperar um crescimento de 0,6% no quarto trimestre e de 1% em 2022. Ele afirma não estar tão pessimista quanto grande parte do mercado, por fatores como recuperação do mercado de trabalho e a expectativa de safra.Mas diz que, para evitar cair em uma recessão, o país precisa de um ambiente doméstico um pouco mais estável, o que pode depender do resultado das eleições e do tamanho da alta dos juros no próximo ano. Mais Igor Velecico, economista-chefe da Genoa Capital, afirma que o aperto monetário promovido pelo BC será sentido de forma mais intensa a partir do quarto trimestre, período em que o PIB deverá ficar estável.Ele projeta uma queda de 0,5% no próximo ano e afirma que a alta dos juros será o fator mais relevante para definir esse cenário.Afirma ainda que, se o BC realizar um aumento insuficiente para controlar a inflação, o resultado de 2022 será melhor, mas o crescimento dos anos seguintes estará comprometido."Tem algumas histórias boas quando a gente olha para o ano que vem, o problema é que o choque de inflação ficou tão grande que está obrigando o BC a dar uma resposta mais intensa de juros." | 2021-12-02 20:15:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/pib-do-brasil-deve-ficar-entre-estagnacao-e-recessao-em-2022.shtml |
Carlos Santana cancela shows após cirurgia de emergência no coração | O célebre guitarrista mexicano Carlos Santana, 74, cancelou uma série de shows programados para dezembro devido a uma cirurgia cardíaca de emergência. O representante do músico, Michael Vrionis, afirmou ao The Hollywood Reporter que "Carlos está ótimo e ansioso para voltar logo aos palcos".Santana publicou, na mesma rede social, outros dois comentários. O primeiro aconselha, "não tenha medo de sua mortalidade. Nós somos luz, espírito, alma, imutável, indestrutível". Ele continua, dizendo: "Eu não sou o corpo. Eu sou livre, porque ainda sou como Deus me criou". Mais Michael Vrionis, presidente da Universal Tone Management, que gerencia a carreira do mexicano, disse que o músico passou por um "procedimento cardíaco imprevisto", mas não especificou qual procedimento. "[Carlos] sente profundamente por este obstáculo ter obrigado o cancelamento de suas próximas performances", acrescentou.O autor da canção "Black Magic Woman", ganhou fama global apresentando-se no festival hippie Woodstock, nos Estados Unidos. Em 2021, ele lançou o álbum "Blessings and Miracles", e faria oito apresentações na cidade de Las Vegas neste mês. | 2021-12-02 19:11:00 | musica | Música | https://f5.folha.uol.com.br/musica/2021/12/carlos-santana-cancela-shows-apos-cirurgia-de-emergencia-no-coracao.shtml |
Cuca faz Atlético-MG voltar a ser campeão brasileiro após 50 anos | As imagens de Cuca mostrando ao meio-campista argentino Matías Zaracho, no Mineirão, o dedo quebrado da mão direita dimensionam a face mais autêntica do treinador do Atlético-MG.A fratura foi resultado de uma comemoração empolgada do gol marcado pelo atacante chileno Eduardo Vargas, no último dia 3 de novembro, na vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, em jogo atrasado pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro.Na partida, viralizou ainda outro registro excêntrico do técnico. No auge de seus 58 anos, deixou o gramado correndo e pulando em direção aos vestiários.Antes da conquista do título brasileiro nesta quinta-feira (2), rompendo um jejum de 50 anos, que o eleva, para muitos, à condição de maior técnico da história do clube, Cuca precisou superar nos primeiros meses deste ano um roteiro pessoal com tons dramáticos.Menos de um mês depois de conduzir um improvável Santos a uma final de Libertadores, em janeiro, o treinador se viu cotado a assumir o clube mineiro, com o qual conquistou o torneio sul-americano, em 2013, mas boa parte das menções ao seu nome nas redes sociais eram de rejeição.Ele seria o substituto de Jorge Sampaoli, que foi para o Olympique (FRA).Encabeçada por uma mobilização de torcedores do Atlético-MG, a hashtag "CucaNão" se transformou em termo viral na ocasião.O título continental de 2013, o maior da história do clube mineiro, não era o suficiente para garantir a volta.Um caso policial de 1987, enquanto jogador do Grêmio, em uma excursão do clube gaúcho em Berna, na Suíça, quando ele e três companheiros de time –Eduardo Hamester, Fernando Castoldi e Henrique Etges– foram detidos e condenados por violência sexual a uma menor de 13 anos, reverberava com força, principalmente em coletivos feministas da torcida atleticana. Mais Cuca precisou vir a público para jurar inocência ao lado da família. O clube mineiro, por sua vez, tratou o assunto como "superado", dizendo acreditar na palavra do treinador.Era intragável ainda para parte dos atleticanos o último ato na passagem anterior, quando aceitou a proposta do Shandong Luneng, da China, às vésperas do Mundial de Clubes. A surpreendente derrota para o marroquino Raja Casablanca foi para a conta dele.Pichações de "fora, Cuca", apenas sete jogos após a estreia, surgiram nos tapumes da obra do novo estádio do clube. Tudo isso aliado a situação delicada de saúde com a mãe, dona Nilde, internada por complicações da Covid-19."Eu tenho os meus problemas. Me concentrei com a minha neta no hospital, aqui em Belo Horizonte, passando mal, com todos os indícios dessa doença maldita. Uma criança de 4 anos, a gente correndo para lá e para cá", relatou. "Ainda tive o problema com a minha mãe", acrescentou.Cuca e Atlético-MG têm em comum o romper do improvável. Se em 2013, embalado pelo coro de "eu acredito", o clube conseguiu o inédito título da Libertadores com reações inesperadas, desta vez a experiência foi pessoal para o treinador."É o maior gestor de vestiários que já vi. É um estrategista e um cara de muita fé, mas muita mesmo. Ele conseguiu usar tudo o que viveu e ouviu para reverter a situação em seu favor", explica à Folha o ex-goleiro Victor, atualmente gerente de futebol do clube."Há muitas semelhanças com 2013, de um ambiente com competição interna grande, mas respeitosa. Para muitos viraria uma gestão de egos e vaidades incontroláveis, mas ele conseguiu", completa.O técnico transformou o Atlético de contratações milionárias em referência de resultados. "Vamos falar em números? Eu adoro falar números, porque eu só fico com eles na cabeça", disse Cuca em 4 de novembro.Com ele, o clube alcançou 15 vitórias seguidas como mandante, um recorde histórico na competição. Fez, também, o melhor primeiro turno –ainda tem o melhor aproveitamento em casa e o melhor fora."Ele parece ficar inspirado no clube, as coisas não teriam acontecido em 2013 sem ele e vejo o mesmo agora. Cuca costumava dizer que o time dele era o desorganizado organizado", conta Evaldo Prudêncio, responsável pela logística atleticana à época.Até Cuca vencer a Libertadores, o Atlético vivia no atual século os anos mais difíceis de sua história. De 2001 a 2013 conquistou somente três estaduais –2007, 2010 e em 2013– e ainda carregava marcas de um doloroso rebaixamento à Série B, em 2005, enquanto o rival empilhava conquistas relevantes."Quando cheguei, em 2000, o clube treinava em uma sede social cheia de torcedores. Caras que davam até pitaco no treinamento. Quando retorno, vejo um clube totalmente estruturado e diferente, mas que precisava de um vencedor por trás. O Cuca teve muita habilidade para fazer um time campeão", relata Gilberto Silva, presente na campanha de 2013.Cuca embalou uma nova versão capaz de deixar para trás críticas ao "Cucabol" –termo irônico e crítico sobre o estilo de jogo adotado por ele– e se consolidar como um grande treinador.O clube do "eu acredito" virou, com ele, "o Galo ganhou", novo coro cantado pela torcida nas partidas, criado em 2015 pela torcedora Marci e popularizado durante a campanha deste ano pelo jornalista Fael Lima, do Alterosa Esporte. | 2021-12-02 19:57:00 | esporte | Esporte | https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2021/12/cuca-faz-atletico-mg-voltar-a-ser-campeao-brasileiro-apos-50-anos.shtml |
Zagueiro do Cruzeiro emociona a internet ao dar apartamento para a mãe; veja o vídeo | O zagueiro Paulo Eduardo, do Cruzeiro, compartilhou em seu Instagram um vídeo do momento em que conta para a mãe que comprou um apartamento para a família. A postagem desta quinta-feira (2) emocionou os seguidores do atleta.O jogador de 19 anos inicia o vídeo explicando que saiu sem contar para a mãe onde iria. "Você sabe que eu não escondo nada de você, mas nesses dias não tinha como contar", começou. "A senhora sabe o tanto que a gente luta. Quando eu saí daqui, a senhora sabe que o meu maior sonho era ver você, a Alana e meu pai bem, e a gente ter nosso cantinho, nosso lar.""Hoje a gente tem que agradecer a Deus por tudo que está acontecendo na minha vida", diz Paulo Eduardo, que começou a atuar no time principal do Cruzeiro em 2020 após anos na base da Raposa. "Tenho certeza de que vão acontecer mais coisas ainda. Hoje eu assinei um papel e comprei um apartamento para a senhora, isso é só para a senhora comemorar." Mais Ele então entrega uma caixa à mãe, que começa a chorar. "Eu vou pegar a chave. Hoje eu te dei um apartamento, minha mãe. Eu te amo, tudo que eu faço é pela senhora, por vocês", termina o filho, também emocionado.Paulo também agradeceu a repercussão do vídeo e as mensagens de apoio enviadas a ele. "Não sou muito de ficar postando sobre a minha vida pessoal nas minhas redes sociais", conta. "Espero de alguma forma ter incentivado alguém a ir em busca dos seus sonhos e de sua família! E agradeço a Deus pela oportunidade de realizar meu maior e principal sonho."O gesto foi elogiado por outros atletas nos comentários, incluindo os colegas de time Léo Santos e Weverton Silva, além de Pedro Bicalho, do Palmeiras. | 2021-12-02 19:43:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/12/zagueiro-do-cruzeiro-emociona-a-internet-ao-dar-apartamento-para-a-mae-veja-o-video.shtml |
Moraes rejeita pedido de Moro e mantém válido depoimento de Bolsonaro | O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), rejeitou um pedido do ex-juiz Sergio Moro e manteve a validade do depoimento prestado pelo presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura se ele tentou violar a autonomia da Polícia Federal.Os advogados de Moro contestaram o fato de não terem participado da oitiva do chefe do Executivo. Moraes, no entanto, afirmou que o formato do depoimento não prejudicou as apurações em curso."Destaque-se, ainda, ausência de qualquer prejuízo à investigação, conforme manifestação da Procuradoria-Geral da República, destinatária da prova colhida nestes autos", disse.E prosseguiu: "O Ministério Público Federal, titular da ação penal pública e destinatário da prova colhida, não vislumbrou qualquer irregularidade no procedimento adotado pela autoridade policial para a oitiva do presidente da República nestes autos, de modo que o inconformismo manifestado, além de extemporâneo, não merece êxito".O inquérito em questão foi aberto após Sergio Moro pedir demissão do governo federal sob o argumento de que teria se negado a aceitar uma interferência política desejada por Bolsonaro na PF.No depoimento realizado no início do mês, o presidente afirmou que Moro condicionou uma troca no comando da PF à sua indicação para uma vaga de ministro do STF. Mais Bolsonaro é suspeito de interferir na cúpula da PF para proteger parentes e aliados. O chefe do Executivo, porém, negou interferência na corporação e afirmou que trocou seu comando por uma questão de diálogo."Nunca teve como intenção, com a alteração da direção geral [da PF], obter informações privilegiadas de investigações sigilosas ou de interferir no trabalho de Polícia Judiciária ou obtenção diretamente de relatórios produzidos pela Polícia Federal", afirmou o presidente, segundo transcrição da PF.Ele disse que Moro teria concordado com a nomeação do delegado Alexandre Ramagem, atualmente na direção da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), para o comando da PF desde que isso ocorresse após sua indicação para vaga de ministro do STF.As declarações do presidente ocorreram a uma semana da anunciada filiação do ex-ministro ao Podemos. Ele é apontado como pré-candidato à Presidência em 2022. | 2021-12-02 19:31:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/12/moraes-rejeita-pedido-de-moro-e-mantem-valido-depoimento-de-bolsonaro.shtml |
Mariska Hargitay pede para homem parar de cantar para não estragar gravação | A atriz Mariska Hargitay, 57 estrela da série "Law & Order:Special Victims Unit", pediu com diplomacia para um homem parar de cantar durante as gravações da série criminal no Washington Square Park, em Nova York.Um vídeo de 30 segundos compartilhado nas redes sociais mostra a atriz negociando com o artista para ele parar de cantar quando começassem a gravar. "Seu canto é lindo, mas estamos apenas tentando fazer a gravação", disse Hargitay educadamente ao homem, que estava parado longe das câmeras. "Tudo bem se você não cantar quando dissermos 'ação'?", perguntou.A resposta do artista não está audível no vídeo, mas pela reação da atriz deu perceber que ele concordou. "Faremos um acordo. Ficarei feliz em fazer isso por você, é que estamos filmando, então [o canto] não funciona para a cena. Tudo bem? Eu vou voltar aqui", ela prometeu. Mais O showrunner Warren Leight disse exclusivamente ao The Post que, embora ele não estivesse no set naquele dia, ele conversou com Hargitay e um produtor que estava lá. Depois que os membros da equipe não conseguiram fazer o homem parar de cantar, Hargitay se aproximou, elogiou a sua "bela voz" e gentilmente pediu que ele pudesse fazer sua serenata até que eles tivessem que gravar nova cena."Ele disse: 'Quem é você?'", disse Leight, rindo enquanto recontava a história de Hargitay. "E ela disse: 'Bem, eu estou no programa.' E ele disse: 'Você está no programa?' Ela fala: "Sim, na verdade, eu sou", conta Leight"Acho que ele percebeu que algo estava acontecendo quando todo mundo começou a filmar ela falando com ele", acrescentou Leight. "Ele olhou em volta e disse: 'Você é famosa?' E ela disse: 'Bem, sim, acho que sim’", disse o showrunner Warren Leight. | 2021-12-02 19:52:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/12/mariska-hargitay-pede-para-homem-parar-de-cantar-para-nao-estragar-gravacao.shtml |
Cardi B é a nova diretora criativa da Playboy e convoca criadores | A rapper Cardi B, 29, compartilhou com os fãs nas redes sociais que é a primeira diretora de criação residente da Playboy, nesta quinta-feira (2). Após a notícia, as ações da empresa reverteram as perdas e subiram até 9,7%, segundo a Bloomberg."Sou a primeira diretora de criação residente da Playboy! Que sonho! Estou começando a festa como diretora criativa fundadora e membro fundadora da Centerfold, a nova plataforma liderada por criadores da Playboy. Estou tão animada com tudo o que está por vir", tuitou a artista.Segundo a Bloomberg, a artista fornecerá direção artística em áreas como merchandising e editorial digital. Cardi B também atuará como diretora criativa fundadora e membro fundadora do Centerfold, um site voltado para criadores que deve ser lançado ainda neste mês. Mais A parceria destaca os esforços de Playboy para reviver uma marca que já foi um nome influente entre as revistas masculinas e na cultura. Com o objetivo de expandir seus negócios focados diretamente ao consumidor, o acordo com Cardi B incluirá coleções de produtos de moda e bem-estar sexual de marcas compartilhadas.Em um comunicado, a cantora disse que sente-se conectada com a Playboy. "É realmente a plataforma original para a criatividade sem censura e estou inspirado por seu incrível legado de luta pela liberdade pessoal. Já tenho tantas ideias - mal posso esperar!"Cardi B falou que deseja que os criadores se sintam seguros para se expressarem "livremente e sem filtros". Ela convocou pessoas que estão fazendo "coisas ousadas, revolucionárias e que realmente mudam a cultura" para se juntarem ao esforço.Os fãs ficaram felizes com a notícia e demonstraram apoio. "Cardi B significa mulher de negócios", escreveu um fã. "Parabéns, Cardi, literal lenda", tuitou a conta oficial da Atlantic Records no Twitter. | 2021-12-02 18:02:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/12/cardi-b-e-a-nova-diretora-criativa-da-playboy-e-convoca-criadores.shtml |
Luísa Sonza é atingida por cocô de cobra durante gravação de clipe | A cantora Luísa Sonza, 23, publicou nesta quinta-feira (2) cenas da gravação de seu próximo clipe, da música "Anaconda", que será lançado no dia 9 de dezembro. Em um dos vídeos, a artista mostra imagens do momento em que uma serpente defecou em seu rosto durante as filmagens em uma banheira.No Twitter, a loira brincou com a situação: "eu literalmente sensualizei na bosta pelo pop", disse. No vídeo, com quase 100 mil visualizações até o fim da tarde desta quinta, é possível ver a cantora com fezes do animal no rosto. Em seguida, uma pessoa de sua equipe retira o cocô.A artista postou outro vídeo em seu Instagram – desta vez sem o perrengue. Nas imagens, também gravadas na banheira, ela está seminua e tem diversas serpentes rastejando pelo corpo. Mais Também nesta quinta, Luísa postou no Twitter que fará o lançamento do clipe no mesmo dia do aniversário da cantora Nicki Minaj. "Bem que ela podia notar a gente, né?", escreveu. A música será lançada um dia antes do clipe, em 8 de dezembro.Para promover o lançamento, a cantora trocou sua imagem de perfil em todas as redes sociais pelo desenho de uma cobra.Em novembro, hackers invadiram o site oficial da artista e publicaram na página fotos de famosos mortos. A invasão ocorreu poucos dias depois de Luísa ter feito homenagens à cantora Marília Mendonça, que morreu no dia 5 daquele mês em um acidente aéreo.Luísa já relatou em diversas entrevistas que é alvo do ataque de haters pela internet. Em setembro, declarou que já chegou até a receber fotos de armas. | 2021-12-02 18:56:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/12/luisa-sonza-e-atingida-por-coco-de-cobra-durante-gravacao-de-clipe.shtml |
Inflação e pandemia atingem recuperação da zona do euro em estágio inicial, diz membro do BCE | A recuperação da zona do euro do baque da pandemia ainda está incompleta e o recente choque de inflação e uma nova onda pandêmica estão colocando em risco a retomada, disse o membro do BCE (Banco Central Europeu) Fabio Panetta nesta quinta-feira (2)."O salto inflacionário decorrente de choques de oferta global e o ressurgimento da pandemia estão atingindo a zona do euro em um estágio inicial de sua recuperação", disse Panetta em conferência."Não apenas ainda estamos longe de ter devolvido a economia à sua tendência pré-pandêmica, mas a atividade de serviços e o investimento continuam bem abaixo de seus níveis pré-pandemia", disse ele.Já o chefe do banco central finlandês, Olli Rehn, manteve sua descrição do atual aumento da inflação como "transitória", mesmo com colegas do banco central norte-americano defendendo nesta semana abandonar o mantra."Reconheço que a experiência micro de nossos cidadãos na bomba de combustível é bastante diferente da leitura macro de economistas e banqueiros centrais", disse Rehn em uma conferência."Ainda assim, em nossa opinião, a inflação da zona do euro é em grande parte transitória... mesmo que alguns de seus componentes provavelmente prevaleçam por mais tempo no próximo ano do que o esperado", disse ele.A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta quinta-feira que reduzir as tarifas impostas pelo governo Trump sobre produtos importados da China por meio de uma retomada de um processo de exclusão tarifária poderia ajudar a aliviar algumas pressões inflacionárias, mas não representaria "uma virada de jogo".Yellen disse na conferência Reuters Next acreditar que as tarifas de até 25% sobre centenas de bilhões de dólares em importações anuais da China "contribuem para a alta dos preços nos Estados Unidos"."E as tarifas de Trump que foram postas em prática, algumas delas criam problemas sem nenhuma justificativa estratégica real", acrescentou ela.Exclusões anteriores de tarifas específicas para produtos chineses haviam expirado no fim de 2020, mas a representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, lançou um novo processo de exclusão tarifária direcionada como parte de seu compromisso com as autoridades chinesas no acordo comercial de "Fase 1" assinado no início de 2020.Yellen citou o processo de exclusão entre outras etapas nas quais a administração Biden está trabalhando para mitigar pressões de preços, incluindo trabalhar com portos e empresas privadas para desbloquear as cadeias de abastecimento e manter os produtos fluindo para os consumidores."Este é um processo pelo qual as tarifas podem ser reduzidas. E acho que isso poderia ser útil", disse ela sobre o processo de exclusão tarifária. "Novamente, não é uma virada de jogo. Mas essas são coisas que estamos fazendo para tentar mitigar essas pressões."Yellen disse que atualmente não tem uma visita à China em sua agenda, mas espera continuar a se envolver com seu colega, o vice-premiê Liu He, em uma série de questões econômicas.Na lista dessas questões estão as práticas de tecnologia da China, os mercados de valores mobiliários, as práticas nas taxas de câmbio e os esforços da China para reequilibrar sua economia na direção de dar maior peso ao consumo das famílias.Yellen disse que o país asiático "poderia dar uma grande contribuição para mitigar os desequilíbrios globais. Todos esses são tópicos que estivemos discutindo e espero que esses diálogos continuem". Mais O presidente do Federal Reserve (Fed) de Atlanta, Raphael Bostic, disse na conferência Reuters Next nesta quinta-feira que, se a inflação não recuar como esperado nos próximos um ou dois anos, o Fed (banco central norte-americano) pode precisar "tomar medidas mais estridentes" para controlá-la.Bostic, que já ventilou pelo menos um aumento nas taxas de juros em 2022, afirmou que seu caminho preferido rumo à chamada taxa de juros "neutra" do Fed nos próximos anos seria "lento e estável".Mas o integrante do banco central ponderou que, se a dinâmica que ele espera agora que imponha pressão de baixa sobre a inflação falhar em sua materialização, "podemos ter que dar passos mais estridentes".Como as autoridades do Federal Reserve (Fed) sempre precisam estar preparadas para vários cenários econômicos, pode ser hora de começar a traçar um plano para subir os juros de forma a enfrentar a inflação acima da meta, disse nesta quinta-feira a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly.Os formuladores de política monetária podem precisar começar a reduzir algumas das medidas extras de alívio monetário que estão "dando à economia e começar a traçar um plano para, pelo menos, você sabe, pensar sobre aumentar a taxa de juros", disse Daly durante evento virtual organizado pela o Instituto Peterson de Economia Internacional. | 2021-12-02 18:40:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/inflacao-e-pandemia-atingem-recuperacao-da-zona-do-euro-em-estagio-inicial-diz-membro-do-bce.shtml |
CCEE vai propor mudanças na formação de preços de energia até junho de 2022 | A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) prevê apresentar, na primeira metade de 2022, propostas de mudanças na formação dos preços de energia elétrica no mercado de curto prazo, o PLD, com o objetivo de começar a corrigir distorções observadas entre os preços e a realidade da operação do sistema elétrico.A ideia é que esse conjunto de medidas seja debatido no âmbito da Comissão Permanente para Análise de Metolodogias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (Cpamp) e em consulta pública até 31 de julho, para que possa entrar em vigor a partir de 2023.Segundo o presidente do conselho da CCEE, Rui Altieri, as medidas em estudo são de curto prazo e não vão resolver totalmente o problema do PLD.Mesmo durante a crise hídrica, o preço da energia chegou a operar em níveis relativamente baixos no mercado de curto prazo, elevando a conta de encargos aos consumidores.Isso gerou um custo bilionário para consumidores, cativos e livres, via ESS (Encargos de Serviço de Sistemas), segundo estudo da Anace (Associação Nacional dos Consumidores de Energia).Altieri lembrou que algumas mudanças já foram aprovadas neste ano e passarão a ser incorporadas no PMO (Programa Mensal de Operação Energética) de janeiro de 2022.Segundo ele, a atualização do volume mínimo operativo dos reservatórios nos modelos computacionais tenderá a elevar a aversão a risco e, por consequência, o PLD."Não resolve de maneira nenhuma o problema, mas atenua."Conforme o executivo, soluções definitivas para o PLD, como uma eventual migração para um modelo de formação de preços por oferta, demandarão estudos aprofundados e só serão alcançadas no médio prazo. Mais Os custos de despacho por segurança energética dispararam neste ano e atingiram R$ 24,3 bilhões, com a crise hídrica levando a maiores acionamentos de termelétricas e importações de energia, apontou a CCEE.Para o consumidor, essa despesa equivale a um encargo no valor de R$ 39 por megawatt-hora (MWh).Os custos foram elevados, mas necessários para garantir que o país não enfrentasse um racionamento ou cortes de carga, na avaliação de Altieri."O mês de novembro fechou com 26% de armazenamento em reservatório equivalente. Todo esse esforço (de despacho) agregou 20 pontos percentuais de armazenamento. Imagine se começássemos o período úmido com 6%, não teria como o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) operar esse sistema", disse o executivo, em conversa com jornalistas.Segundo Altieri, soluções estruturais para reduzir o custo de operação do sistema elétrico brasileiro são um dos "deveres de casa" da CCEE para o próximo ano. | 2021-12-02 17:57:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/ccee-vai-propor-mudancas-na-formacao-de-precos-de-energia-ate-junho-de-2022.shtml |
'Dúvida é se recuperação em V continua', diz José Márcio Camargo | Ao contrário do que possa parecer em uma avaliação preliminar, o recuo de -0,1% no PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre aponta para uma recuperação mais rápida do que se antecipava, segundo avaliação do economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo.Para ele, o setor de serviços deve continuar reagindo ao longo do ano que vem, caso a pandemia fique sob controle no país. A estagnação nos últimos trimestres é um sinal de dificuldades em 2022? Se olharmos o resultado do PIB, ele está estagnado. Mas se considerarmos a parte mais geradora de empregos do PIB, ela cresce de forma robusta. Não sei se tem um nome para isso, mas a pergunta que é difícil de ser respondida é o que vai acontecer em 2022. Isso depende fundamentalmente do comportamento da pandemia.Se tivermos mais redução do número de óbitos e de casos, o setor de serviços vai continuar crescendo e isso vai ser positivo para o crescimento do PIB em 2022. Em caso de reversão do comportamento da pandemia, se tivermos que fazer novos lockdowns, isso vai ter impacto na recuperação dos serviços, principalmente aqueles ligados à alimentação e viagens.Uma piora da pandemia poderia nos fazer entrar em uma recessão, com aumento do desemprego.EconomistaA recuperação em 'V' aconteceu, como previa o ministro da Economia, Paulo Guedes? A recuperação em 'V' aconteceu, a pergunta é se ela vai continuar. Estamos com o nível de PIB praticamente recuperado e pouca gente estava prevendo a volta do PIB em tão pouco tempo. A inflação pode ser prejudicial. Se ela continuar acelerando, vai gerar queda na massa salarial, com redução da demanda e do crescimento.Se essa velocidade surpreende, o que faz o nível de confiança na economia estar mais baixo agora do que há três meses? É paradoxal, tivemos duas quedas seguidas do PIB (de -0,4% no segundo trimestre e de -0,1% no terceiro), alguns chamam isso de recessão técnica. Mas é curioso, pois ao olhar os dados de mercado de trabalho, ele está gerando postos de forma dinâmica. O desemprego saiu de perto de 15% no primeiro trimestre para abaixo de 13% em setembro, apesar de supostamente estarmos em uma recessão técnica.Mas a recuperação de postos de trabalho, por exemplo, não ocorre com uma queda na renda? Sim, mas a maior parte da queda da renda está ligada ao fato de que os setores que estão gerando empregos (como a construção e outros serviços), são intensivos em mão de obra pouco qualificada, com salários mais baixos que a média. Como os novos empregos gerados são concentrados nesses setores, o salário médio da economia acaba caindo. Tanto é assim, que a massa salarial está basicamente estável, o valor do salário pelo total de postos de trabalho gerados não mudou muito.José Márcio Camargo, 74Doutor em economia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e graduado em economia pela Universidade Federal de Minas Gerais, foi professor do Departamento de Economia da PUC-Rio e é economista-chefe da Genial Investimentos | 2021-12-02 18:14:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/duvida-e-se-recuperacao-em-v-continua-diz-jose-marcio-camargo.shtml |
No Chipre, papa Francisco volta a pedir que Europa acolha refugiados | O papa Francisco voltou a pedir nesta quinta-feira (2) a união dos povos e soluções para a crise migratória que afeta a Europa há anos. O local escolhido para proferir as declarações é simbólico: a ilha mediterrânea de Chipre, dividida em duas partes desde 1974 e porta de entrada para milhares de refugiados que tentam chegar às grandes potências do continente.Francisco chegou à ilha por volta das 10h, no horário de Brasília, e foi recebido na cidade de Larnaca, no sul do país, sob gritos de crianças da região. "Te amamos, papa Francisco", diziam. Os cristãos representam 78% da população cipriota, a grande maioria seguidora da Igreja Ortodoxa. Segundo a União Europeia, 18% do país é muçulmano e os outros 4% se dividem entre hindus, judeus e outras religiões.O pontífice foi à Catedral Maronita de Nossa Senhora da Graça, na capital Nicósia. Lá, encontrou-se com Béchara Rai, patriarca da igreja, que tem laços com o Vaticano e representa menos de 1% da população da ilha, mas é bastante presente no Líbano e na Síria –origem de muitos dos que tentam chegar à Europa.Na catedral, o papa pediu a união dos povos e disse que, "para construir um futuro digno para o ser humano, é preciso trabalhar juntos, superar divisões, acabar com muros e cultivar o sonho da unidade".Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...O Chipre é dividido em dois há quase 50 anos. Dois terços do país, na parte sul, são conhecidos como República do Chipre, um membro da União Europeia. O outro terço, originado após conflitos na década de 1970, é a autoproclamada República Turca do Norte do Chipre (RTNC), reconhecida apenas pela Turquia.Em meio ao conflito que segue até hoje, a capital Nicósia é a única do mundo ainda dividida por um muro.O papa ainda comentou a crise enfrentada há anos pela Europa em relação a imigrantes de África e Ásia que fogem da pobreza ou conflitos políticos e militares em busca de vida melhor no continente europeu."Precisamos acolher e nos integrar, caminhar juntos", acrescentou, dizendo que o Mediterrâneo —um dos principais caminhos utilizados pelos refugiados— é "um mar que foi berço de tantas civilizações e é onde ainda desembarcam pessoas, povos e culturas de todo o mundo".O Chipre é o país da UE mais próximo ao Oriente Médio e, assim como outros localizados no Mediterrâneo, como Grécia, Malta e Itália, sente as consequências da chegada dos milhões de refugiados ao continente.Em novembro, a ilha anunciou que, nos dez primeiros meses do ano, 10.868 imigrantes entraram no país —mais de 9.000 deles chegaram após atravessar a fronteira desmilitarizada entre as duas repúblicas. Mais Segundo o governo cipriota, estão em curso negociações com o Vaticano para a transferência de famílias de imigrantes à Itália, como aconteceu em 2016, durante visita do papa à ilha grega de Lesbos, quando ele levou três famílias sírias para Roma. Dessa vez, espera-se que Francisco consiga levar 50 pessoas.Além disso, nesta quinta-feira, 36 ONGs de defesa dos direitos humanos pediram a Francisco que ele atue para impedir expulsões de imigrantes na fronteira entre Grécia e Turquia.A poucos metros da catedral, pessoas se reuniam para ver o discurso do papa pela televisão. "Vim para escutar o coração dele. Um coração que está cheio de respeito, dignidade, direitos humanos e que busca abordar os problemas dos imigrantes", disse a cristã Avril Fortuin, 57, à agência de notícias AFP.O papa também comentou a crise econômica e social enfrentada pelo Líbano, país vizinho ao Chipre –estima-se que mais de mil libaneses viajaram para acompanhar o discurso do pontífice na ilha. "Sinto a dor do povo, cansado e afetado pela violência e pelo sofrimento" disse Francisco. Mais Mais tarde, o papa se reuniu com o presidente Nicos Anastasiades, com quem falou sobre o conflito na ilha. "O caminho da paz, que sana os conflitos e regenera a beleza da fraternidade, está marcado com uma palavra: diálogo", disse Francisco.O presidente da área ligada aos turcos, Ersin Tatar, porém, acusou as autoridades do país de usar a visita para "objetivos políticos contra Turquia e RTNC". A grande maioria da população turca é muçulmana.Essa é a segunda vez que um papa vai à ilha; a primeira foi em 2010, quando Bento 16 ainda era o chefe da Igreja Católica. A visita faz parte de uma viagem de cinco dias, que também contará com a ida de Francisco à Grécia. Na sexta (3), o papa celebrará uma missa em um estádio de Nicósia, onde são esperados cerca de 7.000 fiéis, e realizará uma oração com imigrantes em local próximo à região desmilitarizada entre as duas partes da ilha. Mais de 500 policiais acompanharão o evento. Mais Desde que se tornou papa, Francisco faz questão de trazer para o debate os conflitos envolvendo os refugiados. Em setembro, em viagem à Eslováquia e à Hungria, criticou o individualismo e o egoísmo da sociedade, deixando claro o apoio da Igreja Católica à acolhida de imigrantes em países europeus."Que este país reafirme a mensagem de integração e paz e que a Europa se distinga por uma solidariedade que, atravessando fronteiras, possa levá-la de volta ao centro da história", disse na Bratislava.Dias antes, em Budapeste –cidade sede do governo de Viktor Orbán, premiê húngaro anti-imigração–, o papa também havia defendido a abertura do continente."A cruz, conectada ao chão, não só nos convida a estar enraizados, mas também estende seus braços a todos", disse. "Meu desejo é que vocês sejam assim: ancorados e abertos, enraizados e respeitosos." | 2021-12-02 17:50:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/12/no-chipre-papa-francisco-volta-a-pedir-que-europa-acolha-refugiados.shtml |
'Estagnação para 2022 parece contratada', diz Armando Castelar | Para Armando Castelar, coordenador de economia aplicada do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas), a retração de 0,1% no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no terceiro trimestre reforça o quadro de estagnação, que contamina as expectativas para o ano que vem.Segundo ele, a economia retornou ao ponto de antes da pandemia, mas não avançou depois disso. Como avaliar o resultado do terceiro trimestre? Sem dúvida é uma estagnação, tivemos dois trimestres seguidos sem crescimento. As quedas são pequenas, mas o sinal é negativo. O negativo no terceiro trimestre veio da agropecuária e dos impactos da falta de chuvas na geração de energia. A imunização funcionou, os serviços cresceram e se observou alguma recuperação do emprego. Nesse sentido, a recuperação em 'V' [prometida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes] até ocorreu, mas voltamos ao ponto de antes da pandemia e não conseguimos sair disso. Estamos lidando com uma economia em estagnação há dois trimestres? De certa forma, até regredimos. A discussão que precisa ser feita hoje é quais são os motivos que nos fizeram parar. A vacinação ajuda e ainda vamos ter mais impactos positivos dela na economia, mas o esperado era que alguns setores crescessem mais com a vacinação. É preciso lembrar também que o segundo trimestre foi o da segunda onda, era uma base deprimida e que criava expectativas para uma recuperação mais forte agora.Olhando para frente, o que segura a recuperação da economia? É a inflação, que está corroendo a renda das pessoas. A escassez de insumos também continua prejudicando a indústria —e antes se imaginava que isso seria resolvido mais rapidamente. A energia mais cara também atrapalha a vida das pessoas e o desempenho das empresas, e a alta dos juros inibe o setor de construção.Não há expectativa de crescimento nos próximos trimestres.Coordenador do Ibre/FGVA tendência é levarmos essa estagnação para 2022, com alguma recuperação, mas a tendência é essa. A estagnação para o ano que vem parece contratada.O que poderia ser feito para evitar esse cenário de crescimento medíocre? Parte do crescimento deve vir de uma recuperação que ainda precisa acontecer com a volta presencial da administração pública e a reabertura dos outros serviços. O restante é mais complicado.A indústria ainda sofre muito com o que acontece lá fora, com a nova variante. A agropecuária tende a ter um ano bom no ano que vem, mas isso está condicionado ao clima. A confiança é baixa pela incerteza do que vai ocorrer em 2023, há muitas dúvidas quanto à política fiscal e que tipo de modelo econômico será contratado após a eleição. A estagnação em 2022 tem muita relação com isso.Armando Castelar Pinheiro, 66 Coordenador de economia aplicada do Ibre/FGV, foi analista na Gávea Investimento, pesquisador do Ipea e chefe do Departamento Econômico do BNDES; é doutor em economia pela Universidade da Califórnia, Berkeley, mestre em administração pela Coppead/UFRJ e em estatística pelo Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e engenheiro eletrônico pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). | 2021-12-02 18:25:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/estagnacao-para-2022-parece-contratada-diz-armando-castelar.shtml |
Estou num beco sem saída, diz brasileira retida na África do Sul após descoberta da ômicron | Há quase uma semana, a rotina da paulista Karen Rozembrá, 35, é entrar em sites de hospedagem na África do Sul atrás de opções minimamente decentes e com custo modesto."Já passei por três lugares diferentes desde sábado [27], alguns sujos e não muito seguros", diz ela, que não consegue voltar ao Brasil em razão das restrições impostas pela descoberta da variante ômicron.O sequenciamento da nova cepa, anunciada por cientistas sul-africanos na quinta (25), teve como efeito quase imediato o fechamento de grande parte do mundo a voos da África do Sul e de países vizinhos.Moradora de Cotia (SP), Rozembrá fez intercâmbio de inglês na Cidade do Cabo durante um mês, e no sábado (27) dirigiu-se ao aeroporto para voltar ao Brasil, num voo com conexão em Dubai.Estava com o teste de Covid negativo e relativamente tranquila, porque o fechamento do Brasil aos voos sul-africanos ocorreria apenas a partir da segunda (29). Chegando ao check-in, contudo, recebeu a informação de que o voo estava cancelado, por decisão das autoridades do emirado do Oriente Médio.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando..."A companhia aérea [Emirates] deu uma explicação muito vaga, disseram apenas que precisaram cancelar por determinação sanitária. Ficamos sem saber o que fazer", disse ela.Segundo Rozembrá, cerca de dez brasileiros que fizeram o mesmo curso ficaram na mesma situação."Eu me programei para ficar um mês. Quando acabou o intercâmbio, acabou a acomodação, o seguro saúde, acabou tudo. A companhia disse que não oferecia nada porque não era culpa dela", diz.Rozembrá tem dividido acomodação com outra brasileira na mesma situação. Gasta em média o equivalente a R$ 120 por noite em um quarto simples, mais despesas com alimentação e deslocamento.Calcula que o prejuízo já passou de R$ 800, dinheiro que vem sendo drenado de suas economias no Brasil.A paulista afirma ainda que algumas poucas companhias aéreas estão operando desde o aeroporto da Cidade do Cabo, mas com passagens a preços exorbitantes, que chegam a R$ 10 mil apenas por um trecho de ida para São Paulo, com conexão na Europa ou na África. Mais Ela diz que não tem condição de pagar essa quantia. Um mês antes de iniciar o intercâmbio, Rozembrá foi demitida de uma empresa farmacêutica em que trabalhava no setor de recursos humanos. Mesmo assim, manteve a viagem, que já estava paga.Os brasileiros retidos estão em contato com o consulado do país na Cidade do Cabo, que tem tentado ajudar recomendando opções baratas de acomodação. Rozembrá pediu auxílio financeiro ao governo, e para isso teve de mostrar extratos bancários seus e de seus pais, para demonstrar que não tem condições de se manter por muito tempo. Por enquanto, não houve resposta ao pedido de ajuda, no entanto.Ela diz que a única possibilidade de resolver a situação é o envio de um avião do governo brasileiro para resgatá-la e a outros na mesma condição. "Precisamos de um voo de repatriação o quanto antes. Não temos possibilidade de esperar até essa situação se resolver", afirma.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...A falta de perspectiva é frustrante, diz ela, que programou a viagem como uma forma de investir no crescimento profissional. "Planejei esse intercâmbio por mais de um ano, fiz tudo certinho, paguei a passagem. E agora na hora de voltar cancelam meu voo e fico aqui nesse beco sem saída", diz.O Itamaraty afirmou que as embaixadas nos países africanos afetados pelas restrições de voos estão "acompanhando atentamente a situação dos brasileiros impossibilitados de viajar, prestando-lhes toda a assistência consular cabível". Segundo o ministério, até o momento houve registro de 325 pedidos de assistência, concentrados, sobretudo, na África do Sul."Os postos no exterior estão realizando gestões junto às companhias aéreas que atuam na região, para que os brasileiros possam embarcar, que haja voos ao Brasil ou que rotas alternativas sejam encontradas." | 2021-12-02 18:34:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/12/estou-num-beco-sem-saida-diz-brasileira-retida-na-africa-do-sul.shtml |
Little Mix anuncia pausa após 10 anos, mas garante que grupo não acabou | O grupo Little Mix anunciou na quinta-feira (2) que fará uma pausa nas atividades após uma turnê em maio de 2022. As três integrantes, Perrie Edwards, 28, Leigh-Anne Pinnock, 30, e Jade Thirwall, 28, vão se dedicar a "outros projetos", segundo comunicado publicado nas redes sociais da banda.O Little Mix começou como um quarteto durante a temporada de 2011 do programa The X Factor, tornando-se o primeiro e único grupo feminino a vencer o programa. Em dezembro de 2020, a integrante Jesy Nelson anunciou sua saída e, em 2021, começou carreira solo."Nós queríamos contar a todos vocês que, depois da turnê Confetti em abril/maio do ano que vem, nós vamos dar uma pausa no Little Mix", começou o anúncio, publicado junto a uma compilação em vídeo de momentos do grupo. "Têm sido 10 anos incríveis, uma incrível aventura sem fim, e sentimos que agora é o momento certo para fazer uma pausa para nos recarregarmos e trabalhar em outros projetos." Mais Além da carreira musical, 2021 foi um ano agitado na vida pessoal das integrantes. Perrie Edwards deu à luz seu primeiro filho em agosto, e Leigh-Anne revelou sua primeira gravidez em maio.Junto ao anúncio, a girlband lançou uma nova música chamada "Between Us". A letra faz referência à relação entre as cantoras, narrando que elas continuarão próximas mesmo "quando as cortinas fecharem e as luzes se apagarem".O texto publicado nas redes fez questão de afirmar que o grupo "não está acabando", e que as artistas têm planos para futuras músicas e turnês em conjunto. "O Little Mix está aqui para ficar. Fizemos tantas memórias incríveis com vocês, e mal podemos esperar para fazer mais", escreveram.A decisão por um hiato foi comparada por fãs, nos comentários, com a separação de outro grupo formado apenas um ano antes do Little Mix, no mesmo programa: One Direction. A boyband britânica anunciou em 2016 uma pausa por tempo indefinido. O integrante Zayn Malik já havia deixado o grupo. Os demais membros, Harry Styles, Liam Payne, Niall Horan e Louis Tomlinson seguem carreiras solo atualmente. | 2021-12-02 17:05:00 | musica | Música | https://f5.folha.uol.com.br/musica/2021/12/little-mix-anuncia-pausa-apos-10-anos-mas-garante-que-grupo-nao-acabou.shtml |
Tesla lança quadriciclo elétrico de R$ 10 mil para crianças nos EUA | A Tesla lançou nos Estados Unidos uma quadriciclo elétrico para crianças por US$ 1.900 (R$ 10,7 mil), dois anos depois que a fabricante de carros elétricos revelou o veículo junto com a picape Cybertruck.O quadriciclo, batizado de Cyberquad for Kids, é inspirado na Cybertruck e começará a ser comercializado em 2 a 4 semanas, segundo o site da empresa.O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, havia escrito em sua conta no Twitter em 2019 que um veículo elétrico todo-terreno chegaria como uma opção para a Cybertruck.Do lançamento de uma bebida à base de agave "Tesla Tequila" a um protótipo de robô humanóide "Tesla Bot", a empresa criou vários produtos diferentes no passado. | 2021-12-02 16:40:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/tesla-lanca-quadriciclo-eletrico-de-r-10-mil-para-criancas-nos-eua.shtml |
Whindersson Nunes mostra foto com Cauã Reymond e brinca: 'Sou muito feio' | O humorista Whindersson Nunes, 26, compartilhou com seus seguidores um registro ao lado do galã Cauã Reymond, 41, após um dia de gravações. "Gravei com Cauã Reymond hoje o dia todinho... Eu sou muito feio", escreveu ele em seu Twitter.No Instagram, Whindersson também publicou a foto, na noite desta quarta-feira (1º). "Um é galã no Brasil o outro é ídolo na Irlanda do Norte", escreveu ele na legenda. Nos comentários, fãs e internautas elogiaram os dois artistas."Já foi o tempo dele, agora você chegou para ser o novo galã. Esqueça tudo!", escreveu um. "Tirar foto sem camisa do lado do Cauã é para poucos", disse outro. "De corpo os dois estão de parabéns", pontuou uma terceira. Mais No início de outubro, o humorista e youtuber revelou que já viajou por um grande número de países. Ele contou a informação em uma conversa com seus fãs, onde eles poderiam mandar perguntas através do Instagram."Quantos lugares viajou?", questionou um fã. "Mais de 40 países", respondeu Whindersson, escrevendo como legenda de um vídeo no qual ele mergulha no mar, pulando de um barco. | 2021-12-02 17:03:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/12/whindersson-nunes-mostra-foto-com-caua-reymond-e-brinca-sou-muito-feio.shtml |
Hamilton admite desconforto com F1 na Arábia Saudita e critica lei anti-LGBTQIA+ | O piloto heptacampeão Lewis Hamilton reconheceu nesta quinta-feira (2) que não se sente confortável de correr na Arábia Saudita. O país sediará pela primeira vez uma etapa da F1, neste domingo (5), em uma pareceria que tem sido alvo de severas críticas por associar a categoria a um governo acusado de violar os direitos humanos."Eu não posso fingir que eu tenho mais conhecimento do que alguém que cresceu nesta comunidade e é fortemente afetada por certas regras e o regime. Eu me sinto confortável aqui? Eu não diria que me sinto, mas não é escolha minha estar aqui. O esporte escolheu isso. Se é certo ou errado, acredito que enquanto estivermos aqui, é importante promover conscientização", afirmou o piloto da Mercedes.A decisão de realizar a prova em solo saudita também foi criticada pela Anistia Internacional e pela ONG Human Rights Watch, que alertaram para o risco de que a promoção do evento poderia desviar a atenção de acusações das quais o governo liderado por Salman bin Abdulaziz Al Saud, 85, é alvo, como o assassinato do jornalista opositor Jamal Khashoggi, em 2018, dentro da embaixada saudita em Istambul.A Arábia Saudita é, ainda, um dos países a criminalizar a homossexualidade, além de ter uma série de leis restritivas para as mulheres. Até 2018, por exemplo, o país não permitia que elas pudessem dirigir. A regra só foi derrubada depois de 30 anos de reivindicação à monarquia saudita."Algumas das mulheres aqui ainda estão na prisão por muitos e muitos anos porque dirigiram um carro. Há muitas mudanças que precisam acontecer e nosso esporte precisa fazer mais", afirmou Hamilton.Antes, se uma mulher desafiasse a proibição, ela poderia ser condenada a anos de prisão, receber multas e chibatadas. Foi o que aconteceu com a ativista saudita Loujain al-Hathloul, liberta da prisão em março, após passar três anos encarcerada.O piloto da Mercedes usará neste fim de semana um capacete com as cores da bandeira LGBTQIA+, como ele fez na última etapa, realizada no Qatar. O modelo foi feito pelo brasileiro Raí Caldato e utiliza uma arte de Daniel Quasar, um artista não-binário que ressalta a representatividade de pessoas trans e negras."Vocês viram o capacete que eu usei na última corrida. Vou usá-lo de novo aqui, e na próxima corrida [em Abu Dhabi], porque isso é um problema. Há mudanças que precisam ser feitas. Temos o dever de ajudar a aumentar a conscientização para questões relacionadas aos direitos humanos nesses países em que vamos", disse o britânico.Ele também criticou as leis homofóbicas em vigor na Arábia Saudita. "Se alguém quiser ler o que é a lei para a comunidade LGBTQIA+, é muito assustador. Há mudanças que precisam ser feitas."A realização da prova em solo saudita foi uma decisão tomada pela Liberty Media, grupo americano que controla a categoria, e faz parte de um acordo de patrocínio firmado com a Saudi Aramco, gigante estatal saudita de petróleo e gás natural, em março de 2020. Mais Foi o primeiro acordo de patrocínio global assinado pela Liberty desde 2017, ano em que o grupo comprou o campeonato, então sob as rédeas do inglês Bernie Ecclestone. Segundo o site SportBusiness.com, a F1 vai receber da Saudi Aramco cerca de US$ 40 milhões (R$ 224 milhões) por temporada.As críticas por associar a categoria a países com histórico de violação de direitos humanos, contudo, não são exclusividade da empresa americana. Há várias passagens polêmicas na história da F1, como o fato de o Mundial ter sido o último evento esportivo a deixar a África do Sul por causa do apartheid, regime de segregação racial.Em 1985, em um dos períodos mais críticos do regime, em que o então presidente Willem Botha perseguiu opositores com suas tropas e negros foram abusados, torturados e mortos, a F1 desembarcou no país. O apartheid só chegaria ao fim em 1994.Apesar do boicote de duas equipes francesas, Ligier e a Renault, os demais times do grid participaram da corrida, que gerou uma onda de críticas à categoria como agora, ao chegar à Arábia Saudita. | 2021-12-02 16:49:00 | esporte | Esporte | https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2021/12/hamilton-admite-desconforto-com-f1-na-arabia-saudita-e-critica-lei-anti-lgbtqia.shtml |
Mendonça irá à prova no STF como ex-agente de Bolsonaro na erosão constitucional | André Mendonça, cuja indicação ao STF (Supremo Tribunal Federal) foi aceita pelo Senado, tem em seu passado a defesa (por vezes personalíssima) do presidente Jair Bolsonaro (PL), seja como advogado-geral da União, seja como ministro da Justiça.No futuro, uma vez empossado ministro do tribunal, terá sob sua relatoria uma série de ações de interesse do governo.No passado, enquanto ocupou o cargo de AGU, Mendonça direcionou a instituição para defender a comemoração do golpe militar em uma série de ações levadas ao Judiciário.Para a advocacia pública da União, a pluralidade de ideias permitiria às Forças Armadas fixar "datas comemorativas para ressaltar as efemérides relativas às [suas] tradições peculiares" e afirmar que "o dia 31 de março de 1964 sempre foi objeto de lembrança pelas Forças Armadas".Defendeu, também, a extinção de conselhos participativos, a mudança das regras de demarcação de terras indígenas e a liberação do armamento.A política de propagação da pandemia também contou com apoio da Advocacia-Geral da União, que defendeu o esvaziamento de competências de municípios e estados e assistiu às contratações de produção desenfreada de cloroquina por laboratórios públicos.Os novos advogados-gerais mantiveram a posição e foram além, defendendo até a liberdade de expressão do presidente da República recomendar medicamento ineficaz durante uma pandemia (este é, inclusive, um dos pontos indicados pelo relatório da CPI da Covid como fundamento do crime de propagação de pandemia com resultado morte). Importante esclarecer que a Advocacia-Geral da União não está incumbida da defesa pessoal do presidente Bolsonaro ou de todo e qualquer ato que este pratique.Há um debate interessante sobre ser uma advocacia de Estado ou uma advocacia de governo, mas não há dúvidas de que não pode ser uma advocacia anticonstitucional.Enquanto um tipo de burocracia do sistema de Justiça, a advocacia pública deve estar vinculada aos limites constitucionais. Ou deveria estar.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Por isso, ao não apresentar limites e criar argumentos jurídicos para justificar a atuação do governo federal, a AGU pode ser identificada como responsável, em parte, pela construção de uma arquitetura jurídica que tem contribuído para a erosão constitucional no país.Não foi só à frente da AGU que Mendonça se alinhou ideologicamente ao governo. Enquanto ministro da Justiça, solicitou a instauração de investigações contra críticos do presidente Bolsonaro, valendo-se para tanto da Lei de Segurança Nacional.Confrontado em sabatina, disse que apenas cumpria a lei da época da ditadura, ainda que, para isso, descumprisse a Constituição democrática.Por essas razões, as desconfianças sobre o papel que terá daqui para frente como ministro do Supremo, cuja missão é a guarda da Constituição, não são infundadas.Como sucessor da cadeira de Marco Aurélio, Mendonça deverá assumir a relatoria de importantes processos, como a arguição que trata do estado de coisas inconstitucional no sistema prisional brasileiro, ações contra censura nas escolas e sobre o montante e distribuição do fundo eleitoral.Assumirá também uma série de ações propostas contra atos do governo do qual fez parte, seja como AGU, seja como ministro da Justiça.Dentre elas, as que alegam violações ao meio ambiente por omissão generalizada na criação de planos de combate a incêndios no Pantanal, as que imputam omissões criminosas ao governo diante da precária resposta à Covid-19, violações à saúde e aos direitos territoriais de remanescentes de quilombos, inconstitucionalidades da liberação massiva de agrotóxicos, violações no desinvestimento da Caixa Econômica Federal.Como relator, ditará o ritmo dos processos. Como ministro, julgará toda gama de processos. Na Segunda Turma, enfrentará processos criminais contra parlamentares com prerrogativa de foro e ações ainda relativas à Lava Jato.Diante dessa amplíssima agenda, coloca-se uma questão importante neste momento: saber se Mendonça se declarará impedido de atuar nos casos referentes aos atos do presidente Bolsonaro, dos quais participou como AGU ou titular da Justiça.O tribunal recentemente tem decidido que, em ações abstratas (como são as de controle de constitucionalidade), cada ministro pode avaliar individualmente a pertinência ou não sua participação no julgamento, mesmo que tenha atuado na produção ou defesa da norma impugnada.Afinal, o exercício de uma função pública pretérita à de ministro, em estrita legalidade e constitucionalidade, não poderia ser um óbice à apreciação da matéria posteriormente.Porém, a natureza deste governo é distinta e se afasta, cada vez mais, das balizas democráticas, legais e constitucionais.Uma explosão de litigiosidade no Supremo contra atos de Bolsonaro denuncia justamente a sistematicidade dos ataques à Constituição.Se, como demonstrou na sabatina feita pelo Senado, Mendonça prefere se afastar da adesão ideológica ao governo, talvez seja prudente afastar-se das ações nas quais, sob a sua batuta, a Advocacia-Geral da União defendeu todo e qualquer ato de Bolsonaro.Senão, corre-se o risco de o novo ministro ser um agente de apoio à erosão constitucional, agora de dentro do tribunal.Resta avaliar se o futuro de Mendonça no Supremo não imporá a todos nós um grande passado pela frente. Mais | 2021-12-02 17:21:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/12/mendonca-ira-a-prova-no-stf-como-ex-agente-de-bolsonaro-na-erosao-constitucional.shtml |
'La Casa de Papel' abriu caminho para 'Round 6' e 'Lupin' | Primeiro sucesso mundial da Netflix em um idioma diferente do inglês, "La Casa de Papel" se despede na sexta-feira (3) com a exibição de seus últimos episódios, depois de abrir o caminho para outras produções como a sul-coreana "Round 6" ou a francesa "Lupin". Produzida inicialmente pela emissora espanhola Antena 3 com um orçamento limitado, a série sobre o roubo da Fábrica Nacional da Moeda e Selos se tornou uma das mais vistas na Netflix após ser comprada pela principal plataforma de streaming do mundo no final de 2017.Seu sucesso foi tanto que os macacões vermelhos e as máscaras de Dalí dos ladrões da série, assim como a música italiana "Bella Ciao", protagonizaram protestos no mundo todo. Mais "É uma série de idioma não-inglês que foi a primeira que, de forma muito enfática, se tornou um fenômeno global", explicou Elena Neira, professora de comunicação na UOC (Universidade Aberta da Catalunha, na sigla em catalão).As personagens Tóquio, Lisboa e Berlim conseguiram até mesmo manter um público que fala inglês, especialmente nos Estados Unidos, pouco acostumado a produções dubladas ou legendadas."Graças ao sucesso de 'La Casa de Papel', eles perceberam que não precisam produzir tudo nos Estados Unidos" para alcançar uma audiência mundial, acrescenta Elena Neira.Desde então, a plataforma produziu outros sucessos globais em um idioma diferente do inglês, como "Lupin" e "Round 6", cuja primeira temporada quebrou um recorde de melhor estreia de uma série.No início, o sucesso da série espanhola não era nada óbvio. O roteiro "não tem nada de revolucionário", considerou Elena Neira, mas a série conta "uma história muito universal, que é a luta entre os bons e os maus, onde os bons não são quem parecem ser e os maus não são tão maus como parecem".Tudo isso junto a "mensagens relacionadas com o empoderamento feminino, com a camaradagem, com a rebeldia".Outra série de sucesso fora do idioma inglês, como a francesa "Lupin", "inclui muitos elementos de 'La Casa de Papel' a nível de 'storytelling': o ladrão que sai impune, o ladrão de colarinho branco" com uma certa moral e que é "muito inteligente", conclui Neira.A produção da Espanha, cujo governo deseja transformar em um centro audiovisual, se beneficiou do sucesso de "La Casa de Papel".A série "colocou a indústria [espanhola] em um lugar que sequer nos atrevíamos a pensar, porque somos um país muito complexo", explicou o criador da série Alex Piña na terça-feira.Devido ao sucesso de "La Casa de Papel", a Netflix escolheu Madri em 2019 para instalar seu primeiro estúdio europeu.A série "confirmou que as histórias podem ser criadas em qualquer lugar do mundo e amadas em todo o mundo", explicou à AFP o vice-presidente de conteúdos da Netflix na Espanha e Portugal, Diego Avalos, destacando a importância estratégica do espanhol, idioma falado por 500 milhões de pessoas. | 2021-12-02 15:42:00 | cinema-e-series | Cinema e Séries | https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2021/12/la-casa-de-papel-abriu-caminho-para-round-6-e-lupin.shtml |
Emirados Árabes Unidos chegam aos 50 anos como potência regional | Os Emirados Árabes Unidos chegam aos 50 anos nesta quinta-feira (2) em plena expansão de seu poder regional, projeto que reflete a consolidação de um dos pontos mais paradoxais de todo o Oriente Médio.Essa faixa costeira na península Arábica, do tamanho aproximado de Pernambuco, sempre viveu espremida entre a aridez do deserto às suas costas e as possibilidades que o golfo Pérsico lhe ofertava: até o século 19, pirataria e comércio; depois, pérolas e petróleo; e agora, negócios, logística e turismo.O resultado é uma combinação inusitada de tolerância religiosa e intolerância política, de um cenário futurista de arranha-céus impossíveis de Dubai e a onipresença da areia em cada pedaço de solo que não está coberto pela intervenção humana.Ação essa que é tocada por um exército quase invisível de trabalhadores mais pobres de países asiáticos, como prova o paquistanês Mahmoud, 32. Ele, que hoje dirige um carro de frota que atende clientes particulares e corridas da Uber, chegou a Dubai em 2014 para trabalhar na construção civil."Ganhava o equivalente a US$ 1.500 [R$ 8,5 mil, na cotação atual] por mês. Era pouco, então mandava quase tudo para a minha família e vivia às custas da construtora, que nos acomodava em galpões e dava comida duas vezes por dia. Agora as coisas estão melhores, ganho duas vezes mais, às vezes três", diz, pedindo reserva sobre seu sobrenome.Não que o salário banque os custos exorbitantes que se apresentam a visitantes e moradores de áreas centrais, expostos a um verdadeiro shopping de luxo ao ar livre, embora seja suficiente para sobrevivência básica. Se a gasolina obviamente é barata, coisa de R$ 4 o litro, uma cerveja de 500 ml sai por até R$ 80.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Nas largas e manicuradas avenidas de Dubai e Abu Dhabi, aqui e ali é possível ver Mahmouds em potencial, fugindo do sol incandescente sob viadutos nos intervalos de trabalho. E haja obras: estima-se que um terço dos guindastes de construção pesada do mundo esteja nos Emirados.Um observador casual notaria que boa parte dos brilhantes prédios que sobem por todo canto parecem integrar uma bolha imobiliária. Segundo a Nakheel, a segunda maior incorporadora de Dubai, famosa pela construção da ilha artificial em forma de palmeira Palm Jumeirah, não.A empresa afirma que a taxa de ocupação de seus principais projetos é de quase 100%, mas não informa o quanto disso é para investimento —russos e indianos abastados são ávidos frequentadores de Dubai. Mais O esforço mostra a preocupação dos Emirados em deixar para trás o petróleo, fator unificador do país após ter sido processado em Abu Dhabi nos anos 1960. Em Dubai, segundo maior entre os sete emirados que compõem o país, é o turismo e o setor de serviços que puxam a economia.Mas ela, apesar de ser a estrela arquitetônica com o maior prédio do mundo, o Burj Khalifa, só representa 25% dos US$ 410 bilhões do PIB anual dos Emirados. A capital, Abu Dhabi, responde por 60%, quase tudo vindo de hidrocarbonetos. Os outros Estados somam o restante da produção econômica.Apesar de toda a propaganda sobre tecnologias sustentáveis, a escala do artificialismo de parque temático para turista rico dos Emirados desafia a noção de que os petrodólares bancarão uma economia mais verde. Mesmo emirados menos conhecidos, como Sharjah, são imersos em aparelhos de ar-condicionado até em pontos de ônibus.O foco em serviços tem buscado colocar o país na posição de entreposto comercial entre o Oriente Médio, a Índia e a Europa, com ramificações até a América Latina. As suas companhias aéreas principais, Emirates e Etihad, fazem o papel de embaixadoras globais. Mais "Temos as melhores condições para a instalação de empresas do mundo. Aqui não há impostos, enquanto em Singapura eles são de 22%", afirmou o presidente da zona franca Abu Dhabi Global Market, Mark Cutis.O fato de o país todo funcionar como uma grande empresa, com o governo dominando ou participando de todos os empreendimentos, curiosamente parece favorecer a abertura aos estrangeiros. Por outro lado, aumenta o escrutínio sobre práticas comerciais, com acusações de opacidade e monopólios.Até o Brasil se posiciona por lá. Em novembro, uma delegação do governo paulista liderada pela agência InvestSP fechou parcerias locais, como com o gigante de logística DP World. Na mão contrária, fundos locais investem pesado por aqui. Com ou sem limitações à frente, nada parece deter a obstinação dos emires. Hoje, os Emirados são uma potência regional tão ativa que deixaram a sombra da mãe de todas as monarquias do Golfo, a Arábia Saudita, buscando agenda própria. Mais "Os Emirados são o país mais flexível e pragmático, embora às vezes imprevisível, do Oriente Médio. Isso é evidente ao analisar sua abordagem dos problemas na Síria e no Iêmen", afirma Hilal Khashan, professor de ciência política da Universidade Americana de Beirute.No caso da ditadura de Bashar al-Assad, em guerra civil desde 2011, Abu Dhabi inicialmente apoiou rebeldes contrários ao regime. Depois, colaborou com o financiamento da presença militar russa que ajudou a estabilizar o conflito em favor do governo. Agora, busca uma acomodação com o antigo rival.No mês passado, aproveitou a gigantesca feira mundial Expo Dubai 2020 para promover encontros ministeriais com os sírios, e seu chanceler visitou Damasco. Os EUA protestaram, mas de forma protocolar, já que dificilmente não sabiam do arranjo.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...As boas relações com os americanos, que mantêm uma base aérea no país, contudo, não impediram Abu Dhabi de ser acusada de deixar a China construir uma instalação militar dentro de uma área de porto por lá —o que foi negado. A Rússia de Vladimir Putin é outro parceiro constante.No Iêmen, foram à guerra contra rebeldes pró-Irã com os sauditas, mas há dois anos deixaram o conflito e trabalham para encerrá-lo. Ao mesmo tempo, escalaram suas divergências com Riad na condução da política de preços do petróleo. "O sucesso de Abu Dhabi em reabilitar o regime de Assad e ajudar a acabar com o conflito fará dos Emirados a mais significante potência regional árabe", diz Khashan.Na mira, musculatura para enfrentar o temido Irã do outro lado do golfo: o acordo de paz com Israel, no ano passado, trouxe ganhos econômicos junto à perspectiva de frente ampla contra os aiatolás xiitas.O preço dessa proatividade, além das condições questionáveis de trabalho para os Mahmouds de sua economia, também se reflete na política interna.O paradoxo é tremendo. Embora haja graus diferentes de liberalidade de costumes nos emirados —com o tradicionalista Sharjah não aceitando com bons olhos as turistas com roupas curtas que passeiam por Dubai, por exemplo—, de forma geral o país é mais aberto do que a Arábia Saudita ou o Irã.Isso se deve ao fato de que a escola sunita oficial das monarquias é a Maliki, mais tolerante. Há aulas sobre aceitação de costumes ocidentais e respeito a outras religiões nas escolas. Ao mesmo tempo, escândalos de costumes, como o da princesa de Dubai mantida em cárcere privado, seguem em pauta.Por outro lado, isso antagonizou ao longo dos anos o governo com grupos como a Irmandade Muçulmana, que tinha forte presença na região até ser declarada ilegal em 1994, o que abriu o caminho para repressão política mais acentuada, que pegou não só os islamistas radicais, mas qualquer agente de dissenso."Em termos de estrutura econômica e disciplina social, é um dos países mais avançados do mundo. Politicamente, os Emirados são incrivelmente repressivos, considerando qualquer mudança uma ameaça existencial ao regime", diz Khashan.Ele cita cadeias para presos políticos em condições terríveis no deserto e a extrema vigilância que marca o país —tente tirar uma fotografia perto de uma área militar para descobrir a rapidez da polícia local. Algo bem diferente do país que se apresenta ao mundo na cintilante Expo, que custou US$ 34,6 bilhões.Com tudo isso, o cinquentenário da independência dos Emirados do Reino Unido, de quem os sete pequenos reinos eram tributários desde o século 19, marca um fascinante —e algo assustador— experimento político e social, único em suas características.O jornalista Igor Gielow viajou a convite da InvestSP | 2021-12-02 15:14:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/12/emirados-arabes-unidos-chegam-aos-50-anos-como-potencia-regional.shtml |
Fux e Mendonça se reúnem, e posse no STF é marcada para dia 16 | O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, reuniu-se nesta quinta-feira (2) com o ex-advogado-geral da União André Mendonça e ambos decidiram que a posse do novo integrante da corte será no próximo dia 16.Mendonça foi aprovado na quarta (1) pelo Senado para integrar o tribunal com 47 votos favoráveis e 32 contrários. Ele é o segundo indicado do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo e assumirá o assento deixado por Marco Aurélio, que se aposentou em julho.A indicação de Mendonça ficou travada por mais de quatro meses devido à resistência do presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Davi Alcolumbre (DEM-AP), e de um grupo de senadores que eram contra seu nome e demoraram para marcar a data da sabatina.Na reunião desta quinta, Fux e Mendonça também discutiram o formato da cerimônia. Ainda não está definido quantos convidados poderão comparecer ao plenário de maneira física no evento.No entanto, ficou acordado que o evento deverá respeitar as medidas sanitárias em vigência na corte que visam reduzir o risco de disseminação da Covid-19.A norma estabelece, entre outras exigências, que para entrar na sede do Supremo é necessário apresentar cartão de vacinação ou teste negativo de coronavírus nas últimas 72 horas, por exemplo.Nenhum dos dois deu entrevista ao final do encontro, mas a assessoria do STF informou que a reunião durou uma hora e que ficou definida a posse para o dia 16, às 16h. Mais Na quarta-feira, Fux já havia emitido uma nota para comemorar a aprovação de Mendonça."Manifesto satisfação ímpar pela aprovação de André Mendonça porque sei dos seus méritos para ocupar uma cadeira no STF. Além disso, em função da atuação na Advocacia-Geral da União, domina os temas e procedimentos da Suprema Corte, que volta a ficar mais forte com sua composição completa", disse.Nos bastidores, integrantes do Supremo e do Congresso comemoraram os gestos de ponderação feitos pelo ex-AGU na sabatina, mas adotaram cautela a respeito da atuação que ele terá quando sentar na cadeira da principal corte do país.Mendonça era tido como um dos nomes mais ponderados do primeiro escalão de Bolsonaro quando esteve na AGU (Advocacia Geral da União), mas à frente do Ministério da Justiça se envolveu em polêmicas, vistas como formas de agradar o presidente para ser o segundo indicado ao Supremo.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Durante a sabatina, congressistas e integrantes da corte comemoram o que entenderam ser gestos de ponderação em relação ao perfil "terrivelmente evangélico" que o levou a ser escolhido pelo presidente.Embora reconheçam que ele fez alguns gestos para conseguir ser aprovado, senadores e ministros do Supremo ouvidos pela Folha em reserva torcem para que a postura do Mendonça equilibrado prevaleça quando ele chegar à corte.A primeira entrevista depois da aprovação, contudo, causou receio no STF e foi interpretada como uma mudança no tom em relação às afirmações que vinha fazendo quando ainda precisava do aval do Senado."É um passo para um homem, um salto para os evangélicos", disse ele, após afirmar que deu "glória a Deus" pela vitória na votação. Mais | 2021-12-02 15:22:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/12/fux-e-mendonca-se-reunem-e-marcam-posse-do-novo-ministro-do-stf-para-dia-16.shtml |
Senado aprova Auxílio Brasil e retoma brecha para fila de espera | Por articulação do governo, o Senado alterou a proposta que cria o Auxílio Brasil e retomou a brecha para que haja fila de espera no programa social. O Auxílio Brasil foi elaborado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para substituir o Bolsa Família –marca ligada a gestões petistas.Por votação simbólica, o plenário da Casa fez alterações na versão já aprovada pela Câmara e derrubou um mecanismo que tinha potencial de ampliar o número de famílias atendidas pelo programa. O texto aprovado pelos deputados iria pressionar a verba do Auxílio Brasil já em 2022.Com a conclusão da votação no Senado, a proposta que cria o Auxílio Brasil agora segue para sanção.Houve apoio inclusive de partidos de oposição, como o PT.Por ter criado o Auxílio Brasil por meio de uma MP (medida provisória), o ato de Bolsonaro teve efeito imediato. No entanto, o projeto precisava do aval das duas Casas do Congresso até 7 de dezembro para não perder a validade.A Câmara havia aprovado mudanças nas regras do programa que elevariam a cobertura da transferência de renda à população mais vulnerável, pressionando a verba do programa social para 2022. O orçamento de quase R$ 86 bilhões, que tem sido planejado para o ano que vem, poderia não ser suficiente.Segundo o relator da MP na Câmara, deputado Marcelo Aro (PP-MG), a versão da proposta que passou pela Câmara elevaria o número de famílias beneficiadas para 20 milhões.O governo trabalha com o cenário de que o Auxílio Brasil atenderá 17 milhões de famílias —a cobertura hoje é de 14,7 milhões.Após atuação do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e do ministro João Roma (Cidadania), o relator MP no Senado, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), retomou um trecho em que condiciona o atendimento das famílias à disponibilidade de recursos financeiros.Hoje, por lei, o governo não é obrigado a atender todas as famílias que estão dentro da faixa de pobreza e extrema pobreza.A fila, que atualmente está em torno de 1,2 milhão de cadastros, se forma porque a verba do Bolsa Família tem ficado menor que o necessário para atender a todos que tiveram o pedido analisado pelo governo.No entanto, além da fila que já se formou, houve um aumento no número de famílias que se inscreveram na faixa de pobreza e extrema pobreza pelo Cadastro Único (sistema para programas sociais), como relataram técnicos do governo à Folha em outubro diante do fim do auxílio emergencial.Rocha alterou a versão da MP aprovada na Câmara, que obrigava o governo a manter a fila sempre zerada independente de verba disponível no programa."Ao longo do ano que vem, se forem se formando novos cadastros, vai ser formada uma fila, mas o Orçamento já foi aprovado e nós não temos como fazer essas pessoas serem atendidas dentro do próprio ano. Então, elas serão atendidas no ano subsequente", disse Bezerra. O Senado, porém, manteve uma mudança aprovada pelos deputados que eleva as faixas de pobreza e extrema pobreza (critérios de entrada de uma família no programa social). Isso também abre margem para que mais pessoas se enquadrem na transferência de renda.No início de novembro, o governo atualizou esses critérios. Hoje, para entrar no Bolsa Família, o Cadastro Único considera em extrema pobreza pessoas com renda mensal de R$ 100 por membro da família.Rendimentos entre R$ 100,01 e R$ 200 são classificados como situação de pobreza.O texto aprovado pela Câmara eleva essas faixas para R$ 105 por membro da família (extrema pobreza) e R$ 210 (pobreza). Com isso, mais pessoas se tornam aptas a receber a transferência de renda pelo Auxílio Brasil.A versão aprovada também flexibiliza as regras para calcular essa renda per capita. Não entram no cálculo, por exemplo, rendas eventuais ou sazonais.Apesar de flexibilizar os critérios de entrada no programa social, o novo texto aprovado pelo Senado determina que o atendimento dessas famílias ocorra apenas se houver verba. Ou seja, abre brecha para a fila de espera novamente.A Mesa Diretora do Senado afirmou que as alterações feitas por Rocha não configuravam mudança de mérito na proposta, o que obrigaria uma nova apreciação na Câmara. Por isso, a MP seguiu já para a sanção. Mais Apesar de ter aprovado a MP que cria o Auxílio Brasil, o governo precisa concluir o aval do Congresso para ampliar a margem de gastos no Orçamento e, com isso, cumprir a promessa de Bolsonaro para elevar o benefício médio do programa do patamar atual de R$ 220 por mês para, no mínimo, R$ 400.A ampliação da margem de gastos se dará pela PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios, que foi aprovada pelo Senado nesta quinta, mas, por causa de mudanças feitas pela Casa, precisará ser votada novamente pela Câmara.Com essa PEC, será possível expandir o orçamento do programa para cerca de R$ 86 bilhões no próximo ano, quando Bolsonaro pretende concorrer à reeleição.As bases do Auxílio Brasil seguem o formato do Bolsa Família. Quem já está no programa criado na gestão do PT é automaticamente transferido para a versão de Bolsonaro.O programa de Bolsonaro altera a forma de calcular o benefício de cada família. Ao todo, serão nove tipos de benefício que, ao final da conta, serão reunidos no valor a ser recebido.No entanto, a principal diferença entre o Auxílio Brasil e o Bolsa Família é a intenção do governo de ampliar a verba para o programa.De olho nas eleições de 2022, Bolsonaro foi aconselhado por aliados a destinar mais recursos para essa área.A popularidade dele subiu no auge do auxílio emergencial, mas agora segue em queda —mesmo com o aumento do orçamento do Auxílio Brasil, o novo programa ainda estará longe de alcançar a cobertura de famílias carentes que o auxílio emergencial teve.A aprovação da medida provisória acontece minutos após a votação da PEC dos Precatórios, mecanismo encontrado pelo governo para pagar o Auxílio Brasil de R$ 400.A PEC, no entanto, ainda precisa ser votada novamente pela Câmara dos Deputados. | 2021-12-02 16:31:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/senado-aprova-texto-base-da-mp-que-cria-auxilio-brasil-com-brecha-para-fila-de-espera.shtml |
PSB diz a Alckmin que Lula pode vencer no 1º turno caso o tenha como vice | Integrantes do PSB mostraram a Geraldo Alckmin, em vias de se desfiliar do PSDB, resultado parcial de pesquisas internas com o impacto no eleitorado da Grande São Paulo caso o ex-governador se junte como vice na chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).De acordo com esses políticos, o levantamento mostra que Lula ganharia votos em São Paulo com o apoio do ainda tucano, que governou o estado por quatro mandatos, o que o levaria a ficar mais próximo de uma vitória em primeiro turno.Por outro lado, a mesma pesquisa teria mostrado que Alckmin perderia cerca de metade do eleitorado caso decida mesmo se aliar ao petista.O levantamento foi feito na tentativa de subsidiar a decisão de Alckmin de ir para o PSB e tentar convencê-lo de que o projeto nacional é um bom negócio.O esforço é feito enquanto as direções das siglas conversam sobre os termos de uma eventual aliança na disputa presidencial e da formação até de uma federação entre partidos de centro-esquerda.Em reunião na quarta-feira (1º), o presidente do PSB, Carlos Siqueira, reiterou à presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), que o partido gostaria de ter o apoio dos petistas para concorrer ao governo de seis estados em 2022 como condição para se unir a Lula.À Folha Gleisi confirma que Siqueira reforçou o pedido de apoio nesses locais, mas afirma que esta não é uma exigência para que as conversas prossigam. Ela reconhece, porém, que a situação mais delicada é São Paulo.Durante a reunião de quarta, Gleisi disse a Siqueira que o PT não pediu a Alckmin que se filie ao PSB nem que o partido aliado faça essa solicitação. Se o ingresso de Alckmin no partido aliado vier a ocorrer, diz Gleisi, o PT estará aberto a conversar.Quem esteve com o tucano nos últimos dias disse ter sentido o ex-governador de São Paulo bastante indeciso. A expectativa de pessoas próximas a Alckmin é a de que ele se desfilie do PSDB nos próximos dias, mas que demore a escolher o novo partido.A própria presidente do PT diz que Lula afirmou internamente que só anunciará oficialmente se será candidato em fevereiro ou março. Mais Como mostrou a Folha no mês passado, o PSB quer o apoio do PT para seus candidatos a governador no Acre, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco, além de São Paulo, onde o partido pretende lançar o ex-governador Márcio França.Para isso, o PT teria de retirar a pré-candidatura de Fernando Haddad (PT), o que tem se mostrado um importante ponto de divergência entre as duas siglas.No Espírito Santo, o PSB quer que os petistas não lancem candidato e fiquem neutros na disputa.Gleisi diz que o PT está conversando sobre essas costuras, mas que não há nenhuma condição imposta na negociação."Nunca é faca no pescoço. Política é processo. Requer o exercício de ceder. Ele coloca os interesses que eles têm e como a gente pode trabalhar para chegar a um bom termo. Se vamos chegar, não sabemos", disse.A prioridade do PT, segundo Gleisi, é a candidatura de Lula, mas o partido também demonstra interesse em composições no Rio Grande do Norte, para lançar Fátima Bezerra (PT) à reeleição, na Bahia, no Piauí e em outros estados. Mais A reunião desta quarta teve como pano de fundo o debate sobre a formação de uma federação que una PT ao PSB. Ambos os partidos deram inícios a discussões internas.Além do encontro com Gleisi, Siqueira recebeu nesta quarta a bancada do PSB na Câmara. Dos 25 parlamentares presentes, só o deputado Heitor Schuch (RS) foi contra a federação, sob o argumento de divergências no estado.Siqueira disse que convocou para a próxima semana uma reunião com os dirigentes estaduais do partido, para tratar das eleições, e que o tem federações deve ser abordado."Há apoio da bancada, mas essa não é uma decisão que não é da bancada, mas da direção do partido, e isso será levado à direção no momento oportuno", disse Siqueira. "Esse é um assunto sério e não pode ser decidido de afogadilho."O PT também reuniu a bancada de deputados federais e estaduais e, ainda em dezembro, deve reunir a Executiva e o diretório nacional do partido para deliberar sobre o assunto.A federação partidária é uma novidade da legislação, tendo sido aprovada pelo Congresso neste ano como forma de salvar alguns partidos da extinção.Ela tem o objetivo também de driblar, em termos, a proibição de que as siglas façam coligações para disputar as vagas na Câmara dos Deputados e nas Assembleias Legislativas.Nas coligações, os partidos se uniam só para disputar a eleição, em acertos que variavam de estado a estado. Abertas as urnas, eles não tinham nenhum compromisso entre si.Já nas federações, os partidos que a compõem são obrigados a atuar de forma unitária nos quatro anos seguintes, nos níveis federal, estadual e municipal, sob pena de sofrerem várias punições.Essa união em coligações ou federações é importante para vários partidos pois o sistema de eleição atual, o proporcional, distribui as cadeiras do Legislativo com base nos votos obtidos por todos os partidos que formam a chapa. Ou seja, quanto mais robusta a união, mais chance de eleger parlamentares.Além disso, os partidos que não atingirem no mínimo 2% dos votos válidos nacionais para a eleição para a Câmara em 2022 perdem direito a mecanismos essenciais à sua sobrevivência, como verba pública e espaço na propaganda. | 2021-12-02 15:47:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/12/psb-diz-a-alckmin-que-lula-pode-vencer-em-1o-turno-caso-o-tenha-como-vice.shtml |
Influenciadora diz ter sido estuprada em festival em Jaguariúna (SP) | A Polícia Civil de Jaguariúna (a cerca de 125 km da capital paulista) investiga um possível caso de estupro que teria ocorrido durante um tradicional evento de música sertaneja, o Jaguariúna Rodeo Festival, no interior de São Paulo, que teve início no último fim de semana.A criadora de conteúdo digital Franciane Andrade, 23, publicou um vídeo em uma rede social, no formato de stories (que se apaga após 24 horas de publicação) na tarde da última terça-feira (30). Nele, ela diz ter sido vítima de violência sexual enquanto estava inconsciente. Ela havia ido ao local com amigos, mas disse que se desencontrou deles durante a festa.À reportagem, por mensagem de áudio, ela relatou estar muito abalada desde o episódio. "A ficha está começando a cair, dá aquela angústia, a gente não consegue falar, só chora, chora. Não consigo comer, já emagreci muito, devido também aos medicamentos que toma, fica o tempo todo com náusea", disse.Ela ainda diz que espera por Justiça e "conseguir prender essas pessoas maldosas. "Não tem nem o que falar, é inacreditável como as pessoas podem fazer isso."Segundo a organização do festival, o recinto possui 53 câmeras de monitoramento, que podem auxiliar os policiais a identificar possíveis suspeitos pelo crime. Amigos da jovem que haviam ido com ela à festa também devem ser ouvidos pela polícia.Em nota publicada numa rede social, a organização do JFR (Jaguariúna Rodeo Festival) informou estar em contato com a vítima desde o início da noite de terça. "Toda a operação do evento neste momento está voltada para o esclarecimento do episódio relatado por Franciane e para a busca de elementos que ajudem as autoridades policiais a encontrarem os responsáveis pelo ocorrido."Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...A organização diz ter efetivo de mais de 400 seguranças treinados e com registro na Polícia Federal para preservar a integridade dos clientes. "O JRF lamenta profundamente o ocorrido e presta solidariedade à Franciane, amigos e familiares. A organização reafirma seu compromisso com o bem-estar do público e repudia qualquer forma de abuso e discriminação, dentro ou fora dos eventos que realiza", encerra a nota.Franciane gravou o relato enquanto aguardava atendimento na Santa Casa de Mogi Guaçu, onde recebeu o coquetel de prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis (DST)."Eu estou arrasada. Ter que falar para os meus pais que eu fui estuprada, que dor que eu estou sentindo. Inconsciente, sem ver quem era", narrou no vídeo.Segundo Franciane, o exame que realizou no IML (Instituto Médico-Legal) comprovou a violência sexual. "O doutor da polícia constatou que realmente houve estupro e ele não sabe realmente me dizer se foi um, dois ou três. Eu não sei o que fazer."A jovem, que também é estudante de veterinária, queixou-se de não ter recebido nenhum tipo de ajuda. "Paguei um dos camarotes mais caros para ter segurança e aconteceu isso e ninguém me ajudou. Nenhum segurança me ajudou."Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que o caso foi registrado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Mogi Guaçu e encaminhado para a delegacia de Jaguariúna para continuidade das investigações. "Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos. Outros detalhes não podem ser divulgados devido à natureza do crime." | 2021-12-02 15:54:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/influenciadora-diz-ter-sido-estuprada-em-festival-em-jaguariuna-sp.shtml |
Entenda por que o PIB do Brasil está estagnado e o país pode ter recessão | Apesar de a economia brasileira ter registrado dois trimestres seguidos de retração, ainda não é possível ter certeza de que o país está em recessão. Entre os economistas, a avaliação é que a situação é de estagnação.Não há uma definição oficial sobre o que caracteriza uma recessão. Embora alguns economistas utilizem a métrica de que esse é o período marcado por dois trimestres seguidos de queda na atividade, a maior parte dos institutos considera uma análise mais ampla de dados.O termo "recessão técnica", por exemplo, é considerado tecnicamente equivocado por muitos economistas, e a Folha recomenda, em seu manual, que não seja utilizado.No Brasil, destaca-se a análise feita pelo Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), órgão ligado ao Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) e formado por oito economistas de diversas instituições.Para o comitê, o declínio na atividade econômica de forma disseminada entre diferentes setores econômicos é denominado recessão. Em junho do ano passado, o Codace definiu que o Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre de 2020, encerrando um ciclo de fraco crescimento de três anos (2017-2019). Não houve novo comunicado sobre a questão depois disso. Mais Na opinião do economista Fernando Veloso, pesquisador do Ibre/FGV e membro do Codace, os dois trimestres consecutivos de PIB negativo e próximo de zero sugerem uma economia estagnada."O resultado é, sem dúvida, bastante negativo. O PIB está próximo do patamar do final de 2019. É insuficiente diante de tudo que aconteceu depois, na pandemia", analisa.A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, afirmou nesta quinta-feira (2) que o instituto evita chamar variações de -0,5% a +0,5% do PIB de queda ou crescimento. "É uma variação pequena [a queda de 0,1% do terceiro trimestre] que para a gente é uma estabilidade."Ela disse que a definição de dois trimestres de queda do PIB como recessão não faz muito sentido do ponto de vista estatístico, nem é um conceito utilizado em outros países. Afirmou ainda que é necessário analisar um conjunto maior de dados para fazer essa avaliação.Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, afirma que o país vive uma situação de estagnação, e não de recessão, pois projeta um quadro de estabilidade no quarto trimestre e um crescimento de 0,5% em 2022."A gente está estagnado desde 2019. Mesmo antes o crescimento era muito baixo", diz a economista, se referindo ao período pós-recessão de 2014-2016.O economista do Itaú Unibanco Luka Barbosa diz que prefere esperar uma definição do Codace sobre a questão, mas afirmou que vê um quadro de recessão mais à frente. A instituição projeta queda de 0,5% do PIB para 2022."A economia está crescendo muito pouco na margem, próxima de zero. A nossa visão, olhando mais para o futuro, é de uma leve recessão. Não acho fácil dizer que já está em recessão agora. O Codace é uma das instituições que vão olhar não só o PIB, mas outros indicadores para definir isso."O economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, também considera que o quadro atual do PIB está mais para estagnação do que para recessão."Os números estão muito próximos de zero. A estagnação é nesse sentido. O que preocupa é o risco de irmos para uma situação ainda mais complicada, com um cenário inflacionário persistente, juros altos e riscos eleitorais no próximo ano." | 2021-12-02 15:52:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/entenda-por-que-o-pib-do-brasil-esta-estagnado-e-o-pais-pode-ter-recessao.shtml |
Mãe de Beyoncé diz que novo álbum da cantora será lançado 'muito em breve' | A mãe da cantora norte-americana Beyoncé, Tina Knowles, deixou escapar na quarta-feira (1º), durante transmissão ao vivo no Instagram, que o próximo álbum de sua filha está prestes a ser lançado. A designer de 67 anos respondeu a um fã que perguntou sobre o novo disco. "Fiquem ligados", disse. "Muito em breve".Logo depois de mencionar o álbum, Tina desconversou e encerrou a live. A atitude só aumentou o ar de mistério em torno do sétimo lançamento de estúdio de Beyoncé. Na segunda (30), os fãs da cantora identificaram um novo material registrado no banco de dados do mercado musical "Discogs" pela Sony Music Publishing, distribuidora de Bey.A intérprete de "Formation" criou um hábito de preparar seus lançamentos em segredo, divulgando-os em sua totalidade como surpresa para o público. O mesmo foi feito com o álbum visual "Lemonade", de 2016, e "Everything is Love", de 2018, feito em parceria com o marido da cantora, Jay Z. Mais Desde seu último disco solo com músicas inéditas, a texana lançou uma compilação de performances ao vivo, "Homecoming", em 2019, e participou da trilha sonora do filme live action "O Rei Leão", da Disney. A trilha veio acompanhada de mais um álbum visual, que complementa a mensagem do longa com a celebração de culturas do continente africano e a beleza negra.Mais recentemente, em 12 de novembro, ela lançou a canção "Be Alive", gravada para o filme "King Richard: Criando Campeãs", que conta a história das irmãs estrelas do tênis Serena e Venus Williams. Beyoncé ainda prepara para venda uma nova linha de roupas de sua marca, Ivy Park, em parceria com a Adidas. | 2021-12-02 15:55:00 | musica | Música | https://f5.folha.uol.com.br/musica/2021/12/mae-de-beyonce-diz-que-novo-album-da-cantora-sera-lancado-muito-em-breve.shtml |
Empobrecimento gera nova recessão no Brasil | Mais uma vez a economia brasileira entrou tecnicamente em recessão. Depois de um primeiro trimestre de forte expansão (1,3%), tivemos duas retrações consecutivas de -0,4% e -0,1% no segundo e terceiro trimestres, respectivamente.Contaminados pelo bom desempenho do início do ano, até meados de 2021 ainda predominava a expectativa de que a economia brasileira havia ingressado em uma recuperação mais robusta e não raras eram as projeções superiores a 5,5% para 2021.O otimismo estava, em grande medida, assentado em um maior crescimento previsto para aquelas atividades de maior interação entre as pessoas e que, portanto, beneficiaram-se do crescente relaxamento das medidas restritivas vigentes ao longo da pandemia. Entre tais atividades, destacam-se o comércio varejista e, principalmente, os serviços.A despeito da forte segunda onda da pandemia que acometeu o país no início do ano, o volume de comércio varejista mostrou de fato uma tendência de alta, crescendo 5,5% entre janeiro e julho. Já a tendência de alta dos serviços foi ainda mais intensa e durou um pouco mais, estendendo-se até agosto, com expansão real acumulada de 7,2%.Na visão dos analistas, com a aceleração da vacinação a partir do início da segunda metade do ano era esperado um impulso ainda maior ao crescimento nos últimos trimestres, principalmente por conta do que poderíamos denominar de "efeito euforia", decorrente do maior controle da pandemia e o retorno crescente à normalidade.No entanto, o que de fato ocorreu foi uma reversão na tendência de alta, justamente no período de maior otimismo entre os sanitaristas devido ao importante avanço no número de imunizados.Uma das principais explicações para a recessão confirmada com a divulgação de hoje está sem dúvida no processo de empobrecimento que vem reduzindo o poder de compra de parte expressiva da população. A manutenção da elevada taxa de desemprego (12,6% em setembro) vem provocando uma impressionante precarização do trabalho, com reduções significativas dos salários oferecidos pelos empregadores --salários estes que a imensa maioria daqueles que estão na fila do desemprego não podem recusar.A situação torna-se ainda mais dramática quando se observa o aumento de preços no mercado interno. Enquanto o salário médio nominal recuou 9,1% entre janeiro e setembro, neste mesmo período a inflação acumulada medida pelo IPCA foi de 6,9%, a qual segue em franca expansão, devendo superar os 10% até dezembro. Salários nominais em queda associados à forte aceleração nos preços significam uma brutal contração no poder de compra, em particular dos menos favorecidos.Esta situação vem impedindo uma dinâmica mais consistente de retomada do comércio e dos serviços. Vale ressaltar que parte expressiva dos serviços está vinculada a classes de renda mais elevada (turismo, hotéis, restaurantes, serviços de informação), as quais são menos afetadas pela referida retração no poder de compra médio.Não por acaso, os serviços no terceiro trimestre ainda registraram crescimento na margem de 1,1%. Neste sentido, a queda do PIB teria sido ainda maior não fosse a expansão na demanda pelos serviços por parte dos mais ricos. Nas atuais circunstâncias, uma recuperação mais consistente depende necessariamente de uma reversão do contexto de forte declínio do poder aquisitivo das faixas de renda média e baixa, permitindo uma retomada sustentada do consumo.O controle inflacionário por meio da escalada da taxa básica de juros não é a saída para reverter o atual quadro. As origens do processo inflacionário são choques de oferta (nacionais e internacionais) em diferentes setores, os quais deveriam ser combatidos por medidas setoriais específicas.A grande maioria dos Bancos Centrais decidiram tolerar um pouco mais de inflação e não estão elevando os juros neste momento. O atual ritmo de elevação da taxa Selic tende a deteriorar ainda mais o poder de compra, aumentando os custos do crédito, além de ser extremamente prejudicial à decisão empresarial por novos investimentos produtivos.Enfim, o prognóstico não é favorável. O crescimento de 2021 ficará abaixo de 5%, com chances crescentes de uma estagnação em 2022. A política de renda básica de R$ 400 proposta pelo governo é sem dúvida importante, mas não suficiente para as reais necessidades da economia brasileira.A expansão sustentada da renda per capita (e do poder de compra) depende essencialmente de uma retomada dos investimentos (públicos e privados) em infraestrutura e desenvolvimento tecnológico, acompanhada do resgate e do fortalecimento das capacidades industriais. | 2021-12-02 14:49:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/empobrecimento-gera-nova-recessao-no-brasil.shtml |
Variante ômicron na África expõe falta de solidariedade global com o continente | Não foi novidade. Mas nem por isso deixou de causar indignação. A resposta mundial à descoberta da variante ômicron do coronavírus, capitaneada por cientistas sul-africanos, foi recebida por países da África como um balde de água fria: prestes a retomar minimamente suas economias após quase dois anos pandêmicos, muitos deles viram as fronteiras do mundo se fecharem.Já nas primeiras horas após o anúncio do sequenciamento da ômicron, cientistas pediam que a resposta fosse condizente com o conhecimento científico. "Espero que seja hora de fazer uma abordagem global para uma pandemia global e acabar com o nacionalismo; não é culpa das nações se os vírus evoluem", publicou no Twitter o brasileiro Túlio de Oliveira, um dos responsáveis pela identificação da variante.O que se observou dali em diante, com diversas nações fechando as fronteiras para países do sul da África, porém, chancelou a discriminação global em relação ao continente. E o que evidenciou o preconceito foi a proibição da entrada de viajantes de nações da África Austral que nem sequer haviam identificado casos da ômicron, afirma Carlos Lopes, professor da Universidade da Cidade do Cabo."Tem um pouco a ver com a ideia de que a África é uma coisa só, ou de que uma zona do continente é homogênea, uma associação fácil que se faz", explica. "Me lembrou do ebola, que estava afetando majoritariamente três países [Guiné, Libéria e Serra Leoa], mas falava-se como se fosse em toda a África."Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Um exemplo do argumento é o caso de Moçambique. O país lusófono confirmou os dois primeiros casos da ômicron apenas na terça (30), mas, dias antes, já havia restrições contra seus viajantes nas fronteiras de países como EUA, Canadá, Austrália, França, Portugal, Itália e Alemanha.O cenário é "claramente discriminatório", disse o diretor-geral adjunto do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique, Eduardo Samo Gudo. "Costumo dizer que a pior pandemia não é a da doença, mas a do egoísmo, do nacionalismo e da falta de colaboração a nível global."Ele afirma que a situação epidemiológica moçambicana é favorável —o país está no primeiro nível em uma escala nacional de cinco categorias de alerta, em que 1 significa menor transmissão, e 5, maior.Com o fim da época de alta nos contágios ligados a doenças respiratórias agudas, a taxa semanal de resultados positivos em amostras gira em torno de 0,5% —relação que, há poucos meses, foi de 50%. Mais Ainda que haja influência de algum nível de subnotificação, Gudo afirma que a taxa se manteria proporcional mesmo que o ritmo de testes aumentasse. Para ele, a disponibilidade de exames, outrora um problema, hoje é suficiente. O mesmo não se pode dizer das vacinas: o país tem pouco mais de 11% da população com esquema vacinal completo, segundo o Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford."Faltam vacinas, mas a aceitação da população é grande. Se Moçambique tivesse acesso completo aos imunizantes, estou certo de que nesse momento teríamos uma cobertura altíssima de vacinação."O cientista critica ainda a efetividade do fechamento de fronteiras: "Não é baseado na ciência. Cada país é soberano para tomar decisões, mas, como cientista, olho como um retrocesso para a época medieval."Augusto Paulo Silva, pesquisador para países africanos do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, faz apontamento semelhante. Ele explica que a contenção da ômicron, identificada em mais de 20 países, deveria ser feita por meio de vigilância epidemiológica, isolamento dos infectados e vacinação."A Fiocruz juntou-se às vozes que se indignaram contra medidas que são uma punição à África do Sul e a países vizinhos por terem compartilhado dados científicos. É o apartheid reerguido devido à pandemia." Mais Professora de antropologia da Universidade de North-West, na África do Sul, Jess Auerbach afirma que a resposta global à ômicron esteve permeada de elementos de racismo. "O preconceito que está na imaginação e que chega a níveis estatais é uma questão que precisa ser pensada", diz.Ela relata que a proibição levou ao desalento de sul-africanos, especialmente os da Cidade do Cabo, capital cuja economia é essencialmente baseada no turismo, que estava prestes a ser retomado.Em artigo na revista African Arguments, a antropóloga afirma que o cenário observado pode desencorajar a transparência global. "Não nos surpreendamos se da próxima vez um país não disser nada com temor de ser culpado por resultados lógicos de uma falha global em proteger a população do planeta." Mais Racismo também é a palavra usada por Fatima Hassan, fundadora do Health Justice Initiative, para descrever os impactos impostos pela comunidade global à África. O projeto que lidera foi criado na África do Sul em julho de 2020 para, entre outros pontos, advogar em favor da quebra de patentes das vacinas.Ela diz que a chegada da ômicron poderia ter sido janela de oportunidade para os países organizarem outro tipo de resposta para a África —diferentemente, por exemplo, da que foi dada quando concentraram doses de vacina e não compartilharam acesso a tecnologia."Mas a maneira como o mundo respondeu a isso mostrou que realmente não há solidariedade global." | 2021-12-02 14:46:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/12/variante-omicron-na-africa-expoe-falta-de-solidariedade-global-com-o-continente.shtml |
Dose de reforço contra variante ômicron pode sair em março, diz presidente da Moderna | O laboratório farmacêutico Moderna poderá ter uma vacina de reforço contra Covid-19 visando a variante ômicron testada e pronta para solicitar a autorização dos Estados Unidos em março, informou a direção da empresa na quarta-feira (1).O presidente da Moderna, Stephen Hoge, disse acreditar que doses de reforço contendo genes que visam especificamente mutações da variante ômicron, recém-descoberta, seriam a maneira mais rápida de lidar com reduções previstas na eficácia da vacina que a variante possa causar."Já iniciamos esse programa", disse ele à agência Reuters.A companhia também está trabalhando em uma vacina polivalente que incluiria até quatro variantes diferentes do coronavírus, incluindo a ômicron.Isso poderá levar mais vários meses, segundo Hoge.Os Estados Unidos identificaram seu primeiro caso de Covid-19 causado pela variante ômicron na Califórnia, disseram os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês) na quarta.A ômicron, considerada uma "variante de preocupação" pela Organização Mundial da Saúde, está sendo estudada para ver se é mais contagiosa ou causa doença mais grave do que outras variantes e se pode escapar das vacinas atuais.Dada a orientação anterior da Agência de Alimentos e Drogas (FDA), que exigiu testes clínicos intermediários, Hoge disse que o processo poderá durar de três a quatro meses."Os reforços específicos para a ômicron, realisticamente, não são para antes de março, e talvez mais no segundo trimestre", disse Hoge, a menos que a FDA mude a orientação sobre quais informações serão necessárias para dar a autorização. Mais A Moderna poderia fabricar a vacina enquanto realiza os testes, afirmou Hoge, e assim a teria pronta para ser lançada o mais rápido possível.Ele explicou que a FDA está avaliando a ameaça à proteção vacinal representada pela nova variante. A agência poderia apresentar um cronograma mais rápido, semelhante à forma como aprova vacinas contra a gripe, ao aprovar mudanças nas cepas de gripe, o que reduziria o cronograma em três a quatro meses.Nos Estados Unidos, as vacinas contra a gripe licenciadas podem ser atualizadas a cada temporada, substituídas por novas cepas do vírus com maior probabilidade de causar a doença na próxima temporada de gripe, sem necessidade de grandes ensaios clínicos randomizados.Com base no padrão de mutações visto na variante ômicron, algumas das quais comprovadamente reduziram a eficácia da vacina em estudos de laboratório, Hoge disse: "Esperamos que haja um impacto".Ainda não está claro qual será o grau de redução da eficácia das vacinas atuais para a variante ômicron, mas poderá ser significativo, Hoge supôs."As mutações que anteriormente levaram às maiores quedas de eficácia foram observadas na delta e na beta. E todas essas também apareceram na ômicron", disse Hoge."Então a questão aqui é: teremos um desempenho semelhante ao da delta? Teremos um desempenho semelhante ao da beta? Ou teremos um múltiplo cruzamento das duas? Acho que esse último cenário é o que mais preocupa as pessoas", disse ele.Hoge afirmou que a empresa está testando para ver se as pessoas totalmente vacinadas com a vacina da Moderna estão protegidas contra a variante, assim como aquelas que receberam as doses de reforço de 50 microgramas e 100 microgramas do imunizante."Ainda acredito que as vacinas existentes serão capazes de pelo menos desacelerar, ou mesmo deter completamente, a variante ômicron", disse.Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves | 2021-12-02 15:00:00 | equilibrio-e-saude | Equilibrio e Saúde | https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/12/dose-de-reforco-contra-variante-omicron-pode-sair-em-marco-diz-presidente-da-moderna.shtml |
SP reduz de 5 para 4 meses intervalo da dose de reforço contra Covid | O governo de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (2) que vai reduzir de cinco para quatro meses o intervalo da dose de reforço da vacina contra Covid. A decisão ocorreu por conta do surgimento da variante ômicron e a proximidade com as festas de fim de ano.A antecipação vale para quem tomou as duas doses de Coronavac, AstraZeneca e Pfizer, com qualquer idade.Segundo o estado, 10 milhões de pessoas, que se vacinaram nos meses de julho e agosto, já podem receber a dose extra. O intervalo de quatro meses é contado a partir da data de aplicação da segunda dose.O governo do estado informou que o início da aplicação da dose de reforço com intervalo reduzido será definido de acordo com o calendário de cada município, mas diz recomendar a adaptação à nova regra o quanto antes.A Prefeitura de São Paulo informou que a partir desta sexta (3) inicia a aplicação das doses de reforço para pessoas com mais de 18 anos que tomaram a segunda dose há pelo menos quatro meses."Nós fizemos nota técnica ontem [quarta, 1º] solicitando a antecipação à Anvisa e ao governo do estado. O estado nos liberou hoje pela manhã. Estamos soltando nosso instrutivo então, a partir de amanhã [sexta-feira, 3] a gente inicia a aplicação da terceira dose com quatro meses", disse Edson Aparecido, secretário municipal de Saúde da capital.Na cidade de São Paulo, o imunizante da Pfizer tem sido usado para a dose de reforço, independentemente de qual vacina a pessoa recebeu nas duas primeiras doses.A decisão da prefeitura segue recomendação do Ministério da Saúde, que orienta usar "preferencialmente" imunizantes da plataforma de RNA mensageiro, como o da Pfizer.O temor da possibilidade de aumento de casos após a confirmação de pessoas infectadas com a variante ômicron levou o governo paulista a também recuar nesta quinta na liberação do uso de máscaras em ambientes externos.O governador João Doria (PSDB) havia anunciado na última semana que o uso não seria mais obrigatório ao ar livre a partir de 11 de dezembro.Segundo o governo paulista, a antecipação da dose de reforço também leva em consideração que São Paulo é uma das principais portas de entrada do país, via portos e aeroportos. Mais "O estado tem hoje condições logísticas e técnicas de ampliar a vacinação e reduzir o intervalo de aplicação das doses para que todos possam estar ainda mais protegidos. Vale ressaltar também a necessidade de quem não tomou ainda a segunda dose retornar aos postos de saúde para se imunizar", disse o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn.Quem tomou a dose única da Janssen poderá receber a dose adicional do mesmo imunizante com intervalo a partir de 2 meses. No entanto, o governo paulista diz não ter doses desse produto por falta de entrega do Ministério da Saúde e informa que está aplicando dose adicional da Pfizer.Na cidade de São Paulo, a ação para os imunizados com Janssen começou na terça-feira (30).As medidas de antecipação do reforço adotadas por São Paulo não devem ser, porém, seguidas pelo governo federal.Nesta quinta, membros do Ministério da Saúde informaram que atualmente a pasta não pretende recomendar a redução do intervalo de doses de cinco para quatro meses.A diretriz tem sido modificada com base em dados internacionais e estudos de efetividade realizados no Brasil. Até o momento, dizem esses integrantes da pasta, não há benefícios comprovados dessa redução. | 2021-12-02 15:00:00 | equilibrio-e-saude | Equilibrio e Saúde | https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/12/sp-reduz-de-5-para-4-meses-intervalo-da-dose-de-reforco-contra-covid.shtml |
Tim Burton Reveals a Mural on São Paulo Building and Says that Brazilians Are Inspiration | Flying saucers are now hovering over downtown São Paulo, under the watchful eyes of a huge robot, in recent days. That's because a mural created by the American filmmaker Tim Burton is going up on the Parque 25 garage building, in the 25 de Março region.But the work can already be seen in its entirety by anyone passing by. It is the first mural in the world to receive an original illustration drawn by the director of films such as "Edward Scissorhands" and "Beetlejuice - Ghosts Have Fun." The mural previews an exhibition dedicated to Burton,"The Dark Beauty of Monsters: Ten Years of 'The Art of Tim Burton,' which will take drawings, paintings and other works of his to Oca, in Ibirapuera Park, starting in May.The filmmaker plans to come to Brazil for the event and also to see the mural, an initiative of the Municipal Department of Culture and the São Paulo Street Art Museum.Translated by Kiratiana FreelonRead the article in the original language | 2021-12-02 14:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/culture/2021/12/tim-burton-reveals-a-mural-on-sao-paulo-building-and-says-that-brazilians-are-inspiration.shtml |
Entenda a queda de 8% da agropecuária no PIB | A queda da agropecuária no PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre reflete uma combinação de fatores que inclui efeitos sazonais, base de comparação elevada e prejuízos do clima adverso no país, indicou nesta quinta-feira (2) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).O setor caiu 8% na comparação com os três meses imediatamente anteriores. É a maior redução desde o primeiro trimestre de 2012, quando houve tombo de 19,6%. Com o impacto negativo do campo, o PIB nacional recuou 0,1% entre julho e setembro.Segundo o IBGE, a baixa da agropecuária reflete, em grande parte, o fim da safra de soja, que também impactou exportações. A colheita da principal commodity agrícola do país está mais concentrada nos dois primeiros trimestres do ano.Assim, a produção do setor tende a ficar menor a partir de julho, explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.No terceiro trimestre, o Brasil também amargou períodos de seca e geadas. Em conjunto, os fatores extremos prejudicaram o plantio e a produtividade de vários segmentos, incluindo café, milho e cana-de-açúcar."A agropecuária vem de uma base de comparação alta, já que foi a atividade que mais cresceu no período de pandemia e, para este ano, as perspectivas não foram tão positivas, em ano de bienalidade negativa para o café e com a ocorrência de fatores climáticos adversos na época do plantio de alguns grãos", apontou a analista do IBGE.O pesquisador Felippe Serigati, do centro de estudos FGV Agro, também chama atenção para o impacto do clima no desempenho do setor. "Isso pegou trigo, milho, café e hortaliças, por exemplo."Segundo o especialista, o cenário para a agropecuária tende a ser mais positivo em 2022, a partir de melhores condições climáticas. Por outro lado, o pesquisador relata que o setor deve seguir pressionado por questões como a alta dos preços de parte dos insumos. Entre eles, estão adubos e fertilizantes."Os mapas meteorológicos são mais favoráveis para 2022, mas é óbvio que isso pode mudar. Não estamos totalmente tranquilos. Também temos dificuldades de acesso a algumas mercadorias, como fertilizantes", aponta.Nesta quinta, o Ministério da Economia relacionou a queda do PIB às condições do clima."É fundamental distinguir o que é política econômica de fatores climáticos adversos e pontuais da natureza", afirmou a SPE (Secretaria de Política Econômica), vinculada à pasta."A maior crise hídrica em 90 anos de história e a ocorrência de severas geadas tiveram impacto tanto em setores intensivos em energia como em setores que dependem do clima, como agricultura", diz. Mais | 2021-12-02 13:58:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/entenda-a-queda-de-8-da-agropecuaria-no-pib.shtml |
Fintech de investimentos Gorila recebe aporte de R$ 100 milhões | A plataforma brasileira de investimentos Gorila anunciou nesta quinta-feira (2) que recebeu um aporte superior a R$ 100 milhões, de fundos como Ribbit, Apis Partners, Iporanga, monashees e 2TM.Criada em 2016, a empresa tem um aplicativo no qual o usuário pode inserir seus investimentos ou por meio da integração com a B3, a Bolsa de Valores brasileira, para conferir rentabilidade e cotações das aplicações, dados que são atualizadas automaticamente, mesmo tendo aplicações em bancos e corretoras diferentes.Além de atender clientes de forma direta, o Gorila também oferece vários de seus serviços para as próprias corretoras e para assessores de investimentos.Segundo a fintech, uma parte dos recursos recebidos será aplicada em tecnologia, produto, funcionários e crescimento do negócio —e em aquisições. A companhia também planeja comprar fatias minoritárias de escritórios de investimentos.Recentemente, o Gorila se tornou sócio da consultoria Vita Investimentos, que presta assessoria para clientes com mais de R$ 1,5 bilhão em ativos.Segundo o presidente e fundador da Gorila, Guilherme Assis, a meta da fintech é dobrar a carteira de clientes pessoa física em 2022, para cerca de 1 milhão, e triplicar o número de escritórios, para 300. | 2021-12-02 15:01:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/fintech-de-investimentos-gorila-recebe-aporte-de-r-100-milhoes.shtml |
Senate Approves André Mendonça for Supreme Court and Confirms 2nd Nomination for Bolsonaro | On Wednesday (1), the Senate approved the nomination of André Mendonça, 48, for a vacancy as a Supreme Court Justice. The name of Mendonça, former attorney general of the Union and former justice minister of the Bolsonaro government, was endorsed by 47 votes in favor and 32 against — there were two absences among the 81 senators. At least 41 votes were needed to confirm Mendonça's nomination in the plenary. The number of votes in favor in the Senate was the lowest obtained among all current members of the STF.Earlier this Wednesday, Mendonça was questioned for eight hours by the Constitution and Justice Commission. The committee members then confirmed the nomination by 18 votes in favor and 9 against.The central theme of the meeting was the question of his religion, an Evangelical Presbyterian, and how this would affect Mendonça's performance at court. The "terribly evangelical" nominee, as Bolsonaro had promised, committed himself to state secularism, discarding the use of religion in the Supreme Court. "As I have said about myself: in life, the Bible; in the Supreme Court, the Constitution," he said.Translated by Kiratiana FreelonRead the article in the original language | 2021-12-02 13:52:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/brazil/2021/12/senate-approves-andre-mendonca-for-supreme-court-and-confirms-2nd-nomination-for-bolsonaro.shtml |
Prefeitura do Rio amplia exigência de comprovante de vacina contra Covid | A gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD) ampliou, nesta quinta-feira (2), o grupo de atividades no Rio de de Janeiro que devem exigir o comprovante de vacinação contra Covid-19 para a entrada dos clientes.Em decreto, a prefeitura estendeu a medida a hotéis, shoppings, serviços de transporte de passageiros, como táxis e carros de aplicativo, e bares e lanchonetes que queiram acomodar os clientes em área interna ou coberta.No entanto, horas depois de o decreto ter sido publicado, Paes disse que foi um exagero cobrar o comprovante para entrar em táxis, carros de aplicativo e shoppings. Por isso, afirmou que iria rever essas regras nesta sexta (3)."Tem que ver a praticidade e efetividade de algumas medidas. Shopping é muito difícil fazer o controle", disse o prefeito. "No caso dos táxis e shoppings, a gente vai recuar amanhã. Acho que houve um certo exagero."Para os demais casos, a regra continua valendo.No caso de hotéis e de imóveis alugados por temporada, as reservas e contratos só poderão ser firmados depois que todos os hóspedes ou inquilinos tenham apresentado o comprovante. A medida prevê ainda a aplicação de multas caso os estabelecimentos descumpram a determinação.O decreto anterior, publicado no dia 27 de agosto, não incluía essas atividades na lista daquelas que deveriam exigir o comprovante. Também constam da relação estabelecimentos como academias, cinemas, teatros e estádios, que já apareciam no decreto anterior. Mais Daniel Soranz, secretário de saúde da capital, disse que a determinação é uma forma de estimular a vacinação dos cariocas e aumentar a proteção contra a ômicron."A gente está muito preocupado com a nova variante. A princípio, ela responde bem à vacinação. Ela protege contra a variante. Não existe evidência do contrário. E a principal estratégia de todos os países e também da cidade do Rio é exigir o passaporte da vacina", disse ele, em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo.A prefeitura amplia a exigência do passaporte vacinal um dia após ter anunciado o primeiro caso suspeito da ômicron. As autoridades investigam se uma mulher de 29 anos que chegou de Joanesburgo, na África do Sul, foi infectada pela nova cepa, classificada como de risco elevado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Mais Soranz diz que o primeiro teste de Covid-19 ao qual a mulher se submeteu, quando chegou ao país, no último dia 21, deu negativo. No dia 29, porém, ela fez um novo teste por causa do trabalho e o resultado foi positivo. "Os contactantes da paciente também estão sendo monitorados, assim como seu companheiro de viagem, sem outros casos positivos até o momento", afirma em nota a Secretaria Municipal de Saúde. O resultado dos testes deve ser divulgado ainda nesta semana. | 2021-12-02 13:55:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/prefeitura-do-rio-amplia-exigencia-de-comprovante-da-vacina-contra-covid.shtml |
São Paulo Cities Ban Street Carnival, but Will Allow it in Clubs and Bars | City halls in the interior and coast of São Paulo have announced in recent days the mass cancellation of carnival activities in 2022 due to fears of a new wave of Covid-19 contagion, even more so with the discovery of the omicron variant. In many of the cities, however, the bans are restricted to the public sphere.This means that parades of samba schools, musical shows or other activities that involve expenses to the public coffers during Carnival are suspended, but companies, restaurants, bars or clubs interested in offering attractions to revelers will be able to organize events.More than 50 cities in the interior and along the coast of São Paulo have been announcing the cancellation of carnival celebrations since last week, including cities without cases of coronavirus, not even suspected ones, for many weeks.Translated by Kiratiana FreelonRead the article in the original language | 2021-12-02 13:55:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/saopaulo/2021/12/sao-paulo-cities-ban-street-carnival-but-will-allow-it-in-clubs-and-bars.shtml |
Tim Burton inaugura un mural en un edificio de São Paulo | Los platillos voladores sobrevuelan el centro de São Paulo, bajo la atenta mirada de un enorme robot. Así lo refleja un mural creado por el cineasta estadounidense Tim Burton en la pared lateral del edificio, en la zona de la calle 25 de Março. Aunque todavía no está terminada, la obra ya puede ser vista por cualquiera que pase por el barrio. Es el primer muro que plasma una ilustración original del director de películas como "Eduardo Manostijeras" y "Beetlejuice".La intervención anticipa una exposición dedicada a Burton bajo el nombre "La oscura belleza de los monstruos: Diez años de 'El arte de Tim Burton", que recogerá dibujos, pinturas y otras obras del director en el espacio de la Oca, en el Parque de Ibirapuera, a partir de mayo. El cineasta planea venir a Brasil para la apertura y también para ver cómo ha quedado el mural, que ha sido una iniciativa del Departamento Municipal de Cultura y el Museo de Arte Callejero de São Paulo.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original | 2021-12-02 12:57:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/cultura/2021/12/tim-burton-inaugura-un-mural-en-un-edificio-de-sao-paulo.shtml |
Veja como será o pagamento do abono aos professores em SP | Os deputados estaduais de São Paulo aprovaram nesta quarta (1º) projeto de lei que autoriza o governo João Doria (PSDB) a pagar um abono salarial aos professores da rede estadual de ensino neste ano. Confira a seguir como será o pagamento e quem terá direito à bonificação.Quem irá receber o bônus? Apenas profissionais do quadro do magistério, ou seja, professores, coordenadores e diretores das escolas estaduais. Supervisores e dirigentes de ensino também receberão a bonificação. Docentes com contrato temporário, que tiverem atuado na rede durante todo o ano de 2021, também serão contemplados.O governo calcula que 190 mil profissionais devam receber o abono.Quem ficou de fora da bonificação? Aposentados e servidores que integram o quadro de apoio da educação, como agentes de organização escolar, não foram incluídos no projeto do governo paulista para receber o abono. São esses trabalhadores que têm os menores salários na rede de ensino estadual.Deputados tentaram aprovar emendas para incluir esses servidores e inativos no pagamento, mas a base governista rejeitou a inclusão.Na noite de quarta, o secretário de Educação, Rossieli Soares, divulgou nas redes sociais que o governo paulista pretende mandar um novo projeto de lei à Assembleia para o pagamento de bônus específico para esses outros profissionais. No entanto, não disse que seria neste ano.Como será o pagamento? O abono será proporcional à carga-horária semanal de trabalho dos profissionais e também proporcional aos meses de trabalho em 2021.Em outubro, quando anunciou a bonificação, o governo divulgou uma tabela com os valores a serem pagos:Quando será pago? O projeto aprovado pela Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) ainda precisa ser sancionado pelo governador. Só depois da publicação de um decreto para o pagamento do abono é que será divulgado o calendário de pagamento.O abono, no entanto, precisa ser pago aos professores até 31 de dezembro para que o governo estadual não enfrente problemas com órgãos de controle ou perca recursos da União. Mais Por que o governo paulista decidiu pagar um abono aos professores? A bonificação foi uma medida emergencial encontrada pelo governo Doria para não desrespeitar a lei federal do novo Fundeb, que aumentou o percentual obrigatório de destinação dos estados e municípios ao pagamento dos profissionais da educação.Antes, a lei previa que 60% do fundo deveria ser gasto nessa finalidade. A partir deste ano, o mínimo é 70%.Uma cartilha elaborada pelo FNDE, órgão do Ministério da Educação responsável pela operacionalização do fundo, diz que o pagamento de abono deve acontecer apenas em "caráter provisório e excepcional", não devendo se tornar uma prática permanente.A recomendação é para que os recursos do fundo sejam usados para melhorar os salários dos profissionais da educação e a estruturação de um plano de carreira para que a área se torne mais atrativa e valorizada.Por que o pagamento de abono não é incentivado? A bonificação não é incorporada aos salários dos servidores, ou seja, só será pago neste ano. Ela também não entra na conta para evolução de carreira ou cálculo da aposentadoria. Portanto, é vista como uma medida que não valoriza o salário dos profissionais da educação. | 2021-12-02 12:51:00 | educacao | Educação | https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/12/veja-como-sera-o-pagamento-do-abono-aos-professores-em-sp.shtml |
El Senado aprueba al candidato de Bolsonaro André Mendonça como magistrado del Supremo | El miércoles (1), el Senado aprobó el nombramiento de André Mendonça, de 48 años, como magistrado del STF (Tribunal Supremo Federal). El nombre de Mendonça, exfiscal general de la Unión y exministro de Justicia del gobierno de Bolsonaro, fue avalado por 47 votos a favor y 32 en contra, hubo dos ausencias entre los 81 senadores. Eran necesarios al menos 41 votos para confirmar la nominación de Mendonça en el pleno. El número de votos a favor en el Senado fue el más bajo obtenido entre todos los miembros actuales del Supremo.A primeras horas de este miércoles, Mendonça fue cuestionado durante ocho horas por la Comisión de Constitución y Justicia. Los miembros del comité confirmaron la nominación por 18 votos a favor y 9 en contra.El tema central del encuentro fue la cuestión de su religión, un presbiteriano evangélico, y cómo esto afectaría la actuación de Mendonça en el Tribunal. El candidato "terriblemente evangélico", como había prometido Bolsonaro, garantizó el laicismo estatal, descartando el uso de la religión en la Corte Suprema. "Como ya he dicho: en la vida, la Biblia; en el Supremo, la Constitución", justificó.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original | 2021-12-02 12:36:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/brasil/2021/12/el-senado-aprueba-al-candidato-de-bolsonaro-andre-mendonca-como-magistrado-del-supremo.shtml |
Alemanha impõe lockdown para não vacinados em meio a alta de Covid | A Alemanha anunciou nesta quinta-feira (2) um lockdown parcial, com novas restrições a cidadãos não vacinados contra a Covid, para tentar conter o aumento dos casos da doença no país, que registrou nesta quarta-feira (1º) o maior número de mortes por coronavírus nos últimos nove meses.Aqueles que não receberam as doses do imunizante serão impedidos de acessar quase todos os estabelecimentos, exceto supermercados e farmácias, locais considerados essenciais, informou a primeira-ministra Angela Merkel. Testes adicionais também serão ofertados a cidadãos já imunizados.A líder da maior economia europeia também afirmou que a vacinação obrigatória poderia ser definida pelo país a partir de fevereiro, caso aprovado pelo Bundestag, o Parlamento alemão. O comentário vem um dia após a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, especular medida semelhante para o bloco —embora regras de saúde pública nos países-membros sejam decididas pelos governos nacionais.A Áustria, por exemplo, pretende tornar compulsória a vacina anti-Covid a partir de fevereiro. Na terça (30), o país estendeu por mais dez dias o lockdown geral imposto para conter o surto de Covid-19. Assim, o período total da restrição será de 20 dias, o que o governo já disse ser o máximo que irá durar.A primeira-ministra alemã, que se despede do cargo nesta quinta, voltou a destacar que a situação da Covid no país é muito séria, com aumento do número de casos e hesitação vacinal superior à de outros países europeus e descoberta de infecções pela variante ômicron, potencialmente mais transmissível.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...O Instituto Robert Koch, a agência federal de controle de doenças do país, relatou 446 óbitos pela doença nesta quarta —maior cifra diária desde 18 de fevereiro. A taxa de incidência nos últimos sete dias por 100 mil habitantes, porém, caiu pelo terceiro dia consecutivo: 439,2, contra 452,2 na terça.Epidemiologistas locais, porém, afirmam que, se seguir assim, o país pode ter 6.000 pessoas com Covid em UTIs até o feriado do Natal, independentemente das medidas que as autoridades tomarem.Para evitar um lockdown completo que poderia inviabilizar a frágil recuperação do país, Merkel e seu sucessor, Olaf Scholz, preferiram manter os comércios abertos para quase 69% da população que está totalmente vacinada, bem como para aqueles com provas de recuperação da Covid. Essa taxa de vacinação de quase 70% está na média da UE, mas é menor do que a de países como Portugal e Irlanda. Mais Merkel disse que solicitará a um comitê de ética para redigir uma legislação que torne a vacinação obrigatória. A primeira-ministra, que descreveu as restrições como um "ato nacional de solidariedade" necessário, afirmou que, em regiões onde a incidência semanal de casos chega a 350 por 100 mil habitantes, medidas como o fechamento de casas noturnas e a limitação de eventos fechados a um máximo de 50 pessoas devem ser adotadas.Especialistas atribuem o novo surto à resistência à vacinação de uma parte significativa da sociedade e criticam os políticos por agirem tarde demais para controlar o contágio. Controlar o vírus será uma das prioridades de Scholz, líder dos social-democratas, que governarão junto com os progressistas Verdes e os liberais do FDP. Scholz, que assumirá formalmente o poder na próxima semana, afirmou que a Alemanha tentará administrar mais 30 milhões de doses de vacinas contra a Covid até o Natal. Mais 1 - Medidas de saúde pública2 - Medidas individuais | 2021-12-02 11:35:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/12/alemanha-endurece-restricoes-contra-nao-vacinados-em-meio-a-alta-de-covid.shtml |
Covid: CEO da Pfizer prevê vacina anual e defende lucro bilionário das farmacêuticas | As pessoas provavelmente vão precisar de vacinação anual contra a Covid-19 por muitos anos, disse o CEO da Pfizer em entrevista exclusiva à BBC. Segundo Albert Bourla, isso seria necessário para manter um "nível muito alto de proteção."Na entrevista, realizada antes do surgimento da variante ômicron, descoberta na África do Sul, ele também defendeu os lucros bilionários das fabricantes de vacinas, argumentando que a recompensa financeira era justificada por "milhões de vidas terem sido salvas" e pelos "trilhões de dólares" economizados para o mundo.A vacina Pfizer-BioNTech é, atualmente, a segunda mais prevalente no Brasil, depois da AstraZeneca, produzida pela Fiocruz, com quase 100 milhões de doses aplicadas até agora, segundo o Ministério da Saúde. A Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, é a terceira mais usada.Bourla disse que a Pfizer já produziu vacinas atualizadas em resposta às variantes beta, também inicialmente detectada na África do Sul, e a delta, identificada pela primeira vez na Índia, mas que essas versões não foram necessárias.A empresa agora está trabalhando em uma atualização do imunizante em resposta à variante ômicron, que pode estar pronta em 100 dias. Segundo Bourla, as vacinas ajudaram a salvar milhões de vidas durante a pandemia, e sem elas a "estrutura fundamental de nossa sociedade estaria ameaçada".Até o fim do ano, a Pfizer espera ter fornecido 3 bilhões de doses de sua vacina de RNA mensageiro (mRNA) com mais 4 bilhões planejadas para o próximo ano. Houve uma corrida global para proteger as pessoas vulneráveis, acrescentou o CEO da Pfizer, mas em 2022, os países teriam "tantas doses quanto precisassem".Muitos consideram imoral o dinheiro que a Pfizer, BioNTech e Moderna estão ganhando com a pandemia.A Pfizer deve obter receita de pelo menos US$ 35 bilhões (R$ 197 bilhões) apenas com a venda de vacinas contra a Covid neste ano. O valor das ações da companhia disparou.Mas, embora a maioria das pessoas no mundo já tenham recebido pelo menos uma dose do imunizante, apenas sete em 100 estão totalmente vacinadas na África.Bourla não se desculpou pelo lucro que sua empresa obteve, argumentando que "o resultado final é que milhões de vidas foram salvas". "Economizamos trilhões de dólares para a economia global. É um forte incentivo à inovação para a próxima pandemia", disse. Mais "Mas as pessoas verão que, se melhorarmos nosso nível, para trazer algo que salva vidas e dinheiro, há uma recompensa financeira (por isso)."No entanto, ele negou que seu objetivo seja o lucro a qualquer preço —alegando que a vacina custava o equivalente a "uma refeição" nos países ricos, enquanto é vendida sem ganhos para os mais pobres.Por outro lado, Bourla admitiu que nações mais desenvolvidas como o Reino Unido fizeram pedidos antecipadamente e a disponibilidade dos imunizantes foi inicialmente limitada.Tendo que ser armazenada a -70°C, a vacina Pfizer tem sido difícil de implantar em países com serviços de saúde limitados.Mas dentro de um mês ou mais, a Pfizer anunciou que vai lançar uma nova formulação do imunizante que pode ser armazenada por três meses em uma geladeira, o que, segundo Bourla, faria uma "enorme diferença" para os países da África Subsaariana.A Pfizer também desenvolveu uma pílula antiviral, Paxlovid, que em testes cortou internações hospitalares e mortes em quase 90%.Ela deve ser aprovada nos EUA em breve e o governo do Reino Unido concordou em comprar quantidade suficiente para 250 mil pacientes.A Pfizer também está conduzindo testes da vacina contra Covid em crianças com menos de cinco anos.Em outubro deste ano, a Food and Drug Administration (FDA, agência de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos) aprovou a vacina da Pfizer para crianças de cinco a 11 anos.Imunizar essa faixa etária no Reino Unido e na Europa seria uma ideia muito boa, disse Bourla. "A Covid está prosperando nas escolas", disse ele. "Isso está perturbando, significativamente, o sistema educacional, e há crianças que terão sintomas graves. Portanto, não tenho dúvidas desses benefícios." Mais Bourla também aproveitou para enviar uma mensagem àqueles que não querem se vacinar. "Para aqueles que estão apenas com medo, o único sentimento dos seres humanos mais forte do que o medo é o amor", disse ele."Por isso, estou sempre usando esse argumento de que a decisão de tomar outra vacina não vai influenciar só a sua saúde, vai afetar a saúde de outras pessoas e principalmente a saúde das pessoas que você mais ama, porque são elas com as quais você vai interagir.""Portanto, tome coragem para superar seus medos e fazer a coisa certa", concluiu.Recentemente, Bourla foi alvo de uma série de fake news. Alguns boatos alegavam que ele havia sido preso por fraude pelo FBI (a polícia federal dos EUA) e outros que sua mulher morreu em consequência dos efeitos colaterais da vacina Pfizer. Ela está viva e passa bem."Nas primeiras notícias, de que fui preso pelo FBI, é claro que ri", disse ele."Na segunda notícia, que minha esposa morreu, com uma foto dela, eu fiquei muito (bravo). Fiquei preocupado com os meus filhos, por isso tentei ligar para eles e não consegui falar com o meu filho.""O que a gente teve que passar não é nada comparado às vidas que vão se perder por causa do lixo que essas pessoas publicaram, porque as pessoas vão pensar mesmo que minha mulher morreu por causa da vacina... e ela está bem —está excelente." | 2021-12-02 11:48:00 | equilibrio-e-saude | Equilibrio e Saúde | https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/12/covid-ceo-da-pfizer-preve-vacina-anual-e-defende-lucro-bilionario-das-farmaceuticas.shtml |
Britney Spears chega aos 40 anos livre e planejando casamento e filho | Um ano atrás, quando completou 39 anos, Britney Spears não tinha muito o que comemorar. A justiça americana tinha acabado de recusar o pedido para que Jamie Spears fosse removido da tutela da filha. Presa sob esse estrito acordo judicial desde 2008, pouco se sabia sobre o que a artista pensava da situação.Britney chega agora aos 40 anos, celebrados nesta quinta (2), em uma situação completamente diferente —e com muito a comemorar. Em uma trajetória digna de filmes, a vida real da artista virou tema de documentário do jornal New York Times e emocionou fãs anônimos e famosos que se juntaram ao movimento #FreeBritney.Mais do que isso, ela, enfim, conseguiu se livrar do controle do pai após 13 anos. A tutela chegou oficialmente ao fim em 12 de novembro, mas desde agosto Jamie já tinha informado que desistiria da função de administrar o patrimônio da filha. Mais Livre, Britney passou a se expressar muito mais nas redes sociais. Entre as suas primeiras publicações estão fotos nuas que compartilhou no Instagram durante viagem com o ator Sam Asghari, 27, com quem pretende se casar e ter filhos —anteriormente, ela disse em audiência que era impedida pela tutela de retirar o DIU e ser mãe novamente (a cantora tem dois filhos com o ex-marido Kevin Federline, Sean, 16, e Jaden, 15)."Se divertir no Pacífico nunca machucou ninguém", escreveu a cantora na legenda das imagens que tinham emojis cobrindo as partes íntimas. Em outro momento, postou fotos de topless (cobrindo os seios com as mãos) e questionou os padrões de beleza. "Prefiro cair de um penhasco do que um médico me dizer o que ele acha que está errado com a minha imagem corporal... lição aprendida!", escreveu.Com 37 milhões de seguidores na rede social, ela também agradeceu, mais de uma vez, os fãs pela campanha "FreeBritney" e por terem "salvo a vida" dela. Ela também já disse estar empolgada com pequenas coisas como poder "dirigir o próprio carro, usar o cartão de crédito para sacar dinheiro e até mesmo comprar velas".Além disso, a artista afirmou que vai atuar para ajudar pessoas impactadas pelo sistema de tutela americano. "Não estou aqui para ser uma vítima. Eu vivi como vítima minha vida inteira quando eu era criança. Por isso eu saí de casa e trabalhei por 20 anos. E eu trabalhei duro. Eu sou uma mulher muito forte, então eu sei o que o sistema pode fazer com essas pessoas."Britney tem feito também muitas publicações divertidas, em que aparece fazendo dancinhas e vídeos engraçados.O que não está claro ainda é o seu futuro profissional. Em publicação em outubro, ela escreveu que iria ficar afastada um tempo dos negócios e que tinha medo de cometer erros agora que estava livre para tomar decisões após tanto tempo cerceada pela família.Mas nesta terça (30), ela deixou os fãs entusiasmados ao publicar a imagem de uma boca rosa com as palavras "Free Woman". Para os seguidores, é um indicativo de uma parceria de Britney com Lady Gaga, que lançou a música "Free Woman" em 2020, em que fala sobre a importância da mulher ter a sua liberdade preservada.As duas têm trocado declarações de apoio e elogios pelas redes sociais. "Te amo, Britney Spears. Viva a sua melhor vida. Eu rezei para o sistema judicial te tratar como uma pessoa. Você mudou o rumo das mulheres nessa indústria para sempre", escreveu Gaga. | 2021-12-02 12:00:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/12/britney-spears-chega-aos-40-anos-livre-e-planejando-casamento-e-filho.shtml |
Tempestade perfeita no campo provoca queda recorde do PIB da agropecuária | A agropecuária prometia dar um novo impulso ao PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, mas chega ao terceiro trimestre como um dos principais entraves ao crescimento geral da economia.O setor tem uma queda recorde de 9% para esse período, em relação ao terceiro trimestre de 2020, e acumula recuo de 0,1% no ano.Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (2). O instituto mostra que o PIB geral cresceu 4% de julho a setembro, em relação a igual período do ano passado.O resultado da agropecuária é ruim porque o setor viveu uma tempestade perfeita nesta safra. No setor agrícola, plantio atrasado, crise hídrica e geadas impediram a supersafra esperada para 2021.Ao contrário, o setor termina o período da safra 2020/21 com apenas 251 milhões de toneladas de grãos, nos números do IBGE.A pecuária, outro setor importante na formação do PIB, também não teve seus melhores dias. Os dados mais recentes do IBGE indicam que os abates de bovinos deste terceiro trimestre foram 11% inferiores aos de igual período do ano passado.Além de ser afetada pela seca, a pecuária teve uma forte redução de animais para abate, o que elevou os preços internos, ajudados ainda pela demanda chinesa.A captação de leite caiu 5,1% no trimestre, e a produção de ovos, um substituo às carnes, recuou 2,5%. Já os setores de suinocultura e de avicultura, incentivados pelas exportações, aumentaram os abates no período.A seca e as diversas geadas que afetaram as lavouras frustraram a perspectiva de uma grande safra, principalmente nos produtos de inverno. Com isso, acabaram afetando o desempenho do PIB agropecuário neste terceiro trimestre.O milho foi um dos principais destaques nessa quebra, com redução de 21% na produção no período da safrinha, a de maior volume para o país. Isso reduziu a safra total do ano em 17 milhões de toneladas, em relação à anterior, conforme os números do IBGE.A redução de 32% na produção de café arábica também pesou muito na formação do PIB agrícola. A cultura, além de ser afetada por geadas, o que deverá refletir ainda mais na safra de 2022, passou pela bienalidade negativa. Ou seja, após uma safra abundante, como foi a de 2020, as árvores perdem força e produzem menos no ano seguinte. O grande problema da safra deste ano foi a perda de produtividade. No caso do milho semeado na safrinha, a redução foi de 26,5%, enquanto a produtividade do café arábica recuou 28,5%.O algodão, outro importante componente da safra agrícola neste período do ano, teve uma redução de 17% na produção e de 2% na produtividade. O volume colhido foi reduzido para 5,85 milhões de toneladas do produto em caroço.A cana-de-açúcar, também afetada por seca e por geadas, teve uma perda de 7,6% na produção, que recuou para 626 milhões de toneladas, e de 5,2% na produtividade.Já a laranja, conforme as previsões feitas em outubro pelo IBGE, perde 14% na produtividade e no volume produzido.O destaque positivo neste período do ano ficou para o trigo, cuja produção deverá atingir 7,83 milhões de toneladas, 26% a mais do que em 2020.O PIB agropecuário ficará distante da projeção de 3%, prevista no início do ano. O quarto trimestre não tem nenhum fator de peso como influência positiva, à exceção dos setores de carnes suína e de aves.O consumo interno e as exportações dessas duas proteínas devem melhorar neste quarto trimestre, devido à demanda do final de ano, mas o setor de bovinos continua com restrições na oferta.A agropecuária conseguiu uma participação importante de 6,8% na formação do PIB brasileiro em 2020. Esse percentual, porém, não deverá ser mantido em 2021. | 2021-12-02 11:54:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/tempestade-perfeita-no-campo-provoca-queda-recorde-do-pib-da-agropecuaria.shtml |
Sobe número de bebês internados na África do Sul e médicos avaliam se ômicron é culpada | Dados obtidos em uma área da África do Sul atingida pesadamente pela variante ômicron do coronavírus demonstram grande número de internações hospitalares de crianças de menos de dois anos de idade, o que desperta a preocupação de que a variante possa gerar riscos para crianças pequenas.Cientistas sul-africanos afirmaram que ainda não podem confirmar um vínculo entre a ômicron e a elevação no número de crianças internadas, que pode estar relacionada a outros fatores. Leia abaixo o que sabemos e não sabemos sobre a questão.O que está causando preocupação?Os dados, divulgados pelo Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul (NICD), demonstram que 52 crianças de menos de dois anos estavam entre os 452 pacientes de Covid-19 admitidos em Tshwane —a área metropolitana que inclui a capital do país, Pretória— no período entre 14 e 28 de novembro, um número superior ao de qualquer outra faixa etária.No entanto, levando em conta o tamanho das populações das diferentes faixas etárias, o risco de internação continua a ser mais alto para as pessoas com idade superior a 60 anos.As internações foram vinculadas à variante ômicron?Não. Apenas uma pequena porcentagem das amostras positivas de testes na África do Sul é submetida a sequenciamento genômico a fim de detectar a variante do vírus envolvida, devido a limitações de capacidade. Isso significa que não há como saber com certeza se as crianças pequenas internadas foram infectadas pela ômicron, de acordo com cientistas do NICD.Também há incerteza quanto a se todas as crianças pequenas incluídas nos dados foram infectadas pela Covid-19, já que nem todas elas passaram por testes para detectar a presença do vírus, disseram os cientistas.Por motivos práticos, as crianças pequenas que apresentam sintomas respiratórios são tratadas como se tivessem Covid-19, mas é possível que tenham doenças diferentes, como a gripe. Mais Qual era a gravidade da doença nas crianças internadas?Os dados demonstram que 29% das crianças internadas por Covid-19 na faixa etária de zero a quatro anos apresentam a doença em grau severo —proporção semelhante à de outras faixas etárias, e significativamente inferior à porcentagem de casos graves em pacientes com idade de mais de 60 anos.Entre as crianças com idade de quatro anos ou menos, 1% das internações resultaram em morte, de acordo com os dados. No entanto, o número total de internações nessa faixa etária foi de 70, o que não deixa claro o que esse dado de 1% representa.O NICD não respondeu a perguntas da Reuters quanto a esse e outros elementos dos dados apresentados, afirmando que divulgaria um novo relatório sobre internações pediátricas ainda esta semana.O possível vínculo com a variante ômicron deve nos preocupar?Perguntada se as pessoas deveriam se preocupar com o número de internações de crianças pequenas, Anne von Gottberg, microbiologista clínica do NICD, disse à Reuters que "ainda não"."Parece que algumas dessas internações podem ter sido iniciadas antes que a ômicron emergisse", ela disse. "Estamos preocupados o bastante para observar os dados com muito, muito cuidado, mas no momento não tenho tanta certeza de que os casos possam ser ligados à ômicron".O que mais pode estar acontecendo?A província de Gauteng, onde fica Tshwane, passou por uma alta no número de casos de gripe no mês passado."Precisamos observar com muito cuidado as demais infecções e doenças respiratórias para determinar o motivo para as internações de crianças. Elas foram submetidas a exames [de Covid-19] ao serem internadas ou a admissão foi feita por precaução?", disse Von Gottberg.Cientistas do NICD também disseram que os pais de bebês e crianças pequenas que estejam doentes as levam rapidamente ao hospital, enquanto pacientes de outras faixas etárias demoram mais a buscar ajuda médica.Quando saberemos mais?O NICD informou que está preparando um relatório sobre internações pediátricas que deve estar disponível até o final da semana.A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na quarta-feira que esperava contar com dados sobre a transmissibilidade da variante ômicron dentro de alguns dias, mas cientistas afirmaram que demoraria de duas a quatro semanas para saber mais sobre a variante.Reuters, tradução de Paulo Migliacci. | 2021-12-02 12:00:00 | equilibrio-e-saude | Equilibrio e Saúde | https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/12/sobe-numero-de-bebes-internados-na-africa-do-sul-e-medicos-avaliam-se-omicron-e-culpada.shtml |
PIB foi mal, mas por motivos nem tão ruins quanto se esperava | O desempenho da economia, do PIB (Produto Interno Bruto), no terceiro trimestre foi ruim, como quase todo mundo já sabia ou já sentiu na carne. Mas, olhando os números por dentro, não foi o pior. O problema é que, mesmo assim, na hipótese otimista, vamos para uma estagnação ou quase isso no ano que vem, 2022.O PIB deste 2021, o nível médio da produção ou também da renda, vai ficar praticamente na mesma em relação a 2019, ano anterior à epidemia —apenas vamos recuperar o tombo de 2020. Um problema que deve ser também óbvio é que, assim, o PIB (renda) per capita fica no mesmo nível registrado no longínquo 2009. São 12 anos perdidos.Como a recuperação da atividade no trimestre final deste ano dever ser fraca, a perspectiva básica para 2022 é de estagnação, com risco de recessão para o ano inteiro, "fechado".O PIB do terceiro trimestre caiu um tico, 0,1%. Não seria lá grande má notícia se o ritmo do PIB do segundo trimestre não tivesse sido revisado para baixo (a queda foi maior do que a anunciada faz três meses).Houve um tombo maior do que esperado na agricultura, de 8% ante o trimestre anterior —a seca causou grande estrago, um efeito conjuntural e incontrolável. A inflação prejudicou o comércio, bidu, assim como a confiança deprimida do consumidor (que continuou se deprimindo neste último trimestre). Mas o consumo privado em geral cresceu.A indústria caiu pelo terceiro trimestre consecutivo, apanhando de vários lados: inflação, de insumos e energia caros, além de falta de peças e materiais para produzir. Mas não caiu tanto quanto se previa. A construção civil continuou bem. A recuperação do setor de serviços, em especial educação e saúde, foi razoável.O que tirou mais pontos do crescimento no trimestre? As indústrias desfizeram estoques (em vez de "produzi-los"). O setor externo levou um tombo (as exportações, vendas para o exterior, caíram ainda mais do que as importações, em números absolutos). O investimento (em novas instalações produtivas, máquinas, equipamentos, residências etc.) caiu um pouco. Dada a mistura de riscos e espessa névoa de incerteza, vai ser difícil que se recupere daqui até 2023 (sim, depois da eleição). Os problemas climáticos e algum outro tombo no mercado de carne derrubaram a agricultura —os céus não ajudaram (assim como a seca causou mais problemas na produção de energia). A crise externa prejudicou a indústria e teve grande contribuição para o aumento da inflação, carestia que foi piorada pelo desgoverno geral e pelo tumulto político e econômico causado por Jair Bolsonaro e sua turma.Embora não tenha cara nada boa, 2022 ainda é uma incógnita. Ou, pelo menos, o tamanho da besteira é uma incógnita.De mais certo, teremos juros mais altos e tumulto financeiro devido à campanha eleitoral. Isso quer dizer, tudo mais constante, retração em investimentos (em expansão da capacidade produtiva, da construção civil etc.). Não sabemos até onde vai a inflação (e, portanto, não sabemos bem até onde vão as taxas de juros). Por ora, a previsão não é boa, mas não dá para descartar surpresas positivas (mais chuva para as hidroelétricas, menos crise mundial de abastecimento da indústria, arrefecimento da crise mundial de energia, tempo bom para a agricultura, volume grande de investimentos "em obras" de estados e municípios).Por ora, repita-se, a expectativa mais razoável é de estagnação econômica. | 2021-12-02 12:07:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/pib-foi-mal-mas-por-motivos-nem-tao-ruins-quanto-se-esperava.shtml |
KGB da Belarus usou perfis falsos no Facebook para inflamar crise na fronteira com UE | A Meta, dona do Facebook, afirmou em relatório publicado nesta quarta (1º) que a polícia secreta da ditadura da Belarus, a KGB, atuava em dezenas de perfis falsos para impulsionar a crise migratória que há meses se arrasta na fronteira do país com a União Europeia (UE). Mais de 40 contas foram removidas.Os perfis teriam sido usados para criticar o comportamento das autoridades da Polônia, país onde há o maior fluxo de migrantes, com informações falsas que incluíam denúncias de intimidação e uso da força por parte dos guardas poloneses. As publicações eram em inglês, polonês e curdo, diz o relatório da Meta.Embora a real identidade das contas tenha sido ocultada, o documento afirma que foi possível encontrar elos com a KGB. Por outro lado, a Meta também aponta que 31 perfis falsos com origem na Polônia foram deletados por razões semelhantes, ainda que não tenha sido possível vinculá-los ao governo do país.As contas alegavam compartilhar suas próprias experiências negativas ao tentarem cruzar a fronteira da Belarus para a Polônia e escreviam sobre as dificuldades dos imigrantes na Europa, segundo o relatório. Postagens sobre medidas anti-imigração na Polônia e grupos neonazistas também foram encontradas.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...A UE acusa a ditadura da Belarus, liderada por Aleksandr Lukachenko, de empurrar migrantes em direção às fronteiras com a Lituânia, a Letônia e a Polônia —países-membros do bloco— como forma de vingança após sanções serem aplicadas ao país, conhecido por reprimir opositores e manifestações pela democracia. O ditador belarusso já admitiu, em diferentes manifestações públicas, que suas tropas incentivam migrantes a entrarem de forma ilegal na UE.Grupos de direitos humanos afirmam que ao menos 13 pessoas morreram devido às precárias condições nos acampamentos improvisados na fronteira. Os locais começaram a ser esvaziados por soldados da Belarus em novembro, e os migrantes foram levados para armazéns na região. Autoridades da UE dizem que a situação melhorou com a medida, mas que ainda há de 8.000 a 10 mil migrantes na região. Mais O bloco propôs nesta quarta um pacote polêmico com a justificativa de amenizar a situação. O documento prevê que Letônia, Lituânia e Polônia tenham permissão para deter migrantes em centros de processamento de pedidos de asilo por até 16 semanas —o período permitido hoje é de quatro semanas.Organizações da sociedade civil, já críticas à maneira como a UE tem lidado com o fluxo migratório, afirmam que o bloco tem sido influenciado em excesso pelo partido nacionalista conservador no poder na Polônia, o Lei e Justiça (PiS), e que as medidas anunciadas violam a lei de asilo internacional.O Twitter também anunciou nesta quinta-feira (2) ter excluído cerca de 3.500 contas que realizavam operações de propaganda de governos. A maior parte das publicações divulgava o discurso oficial do Partido Comunista da China em relação à minoria muçulmana uigur da região de Xinjiang, segundo a rede social. Cerca de cem contas estavam vinculadas a uma empresa ligada ao governo da província. Mais Organizações internacionais afirmam que Pequim tem detido arbitrariamente pessoas uigur e as submetido a práticas de trabalho forçado e doutrinação política em centenas de centros de detenção.Outras contas excluídas da rede social estavam ligadas a autoridades de países como México, Rússia, Tanzânia, Uganda e Venezuela. | 2021-12-02 12:25:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/12/kgb-da-belarus-usou-perfis-falsos-para-inflamar-crise-na-fronteira-com-ue-diz-meta.shtml |
EUA apertam exigências, e viajantes terão que fazer teste de Covid na véspera do embarque | O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou nesta quinta (2) novas medidas de combate ao coronavírus a serem adotadas pelo país, incluindo mudanças nos protocolos de entrada de viajantes internacionais.Agora, será necessário apresentar um teste de Covid-19 com resultado negativo realizado até um dia antes do embarque. Atualmente, o exame pode ser feito até três dias antes da viagem.A medida, que entrará em vigor às 2h01 (hora de Brasília) de segunda-feira (6), atinge todos os viajantes internacionais, que também precisarão estar completamente vacinados para entrar nos Estados Unidos.Aos viajantes haverá ainda uma ampliação na exigência do uso de máscaras em aviões, trens e transporte público, até 18 de março, em viagens domésticas e internacionais. A multa em caso de descumprimento da regra será de US$ 500 (R$ 2.817) e poderá chegar a US$ 3.000 (R$ 16,9 mil) em caso de reincidência.O governo não anunciou novas restrições de viagem, como na semana passada, quando vetou a entrada de passageiros de oito países africanos. Os EUA estão abertos a turistas brasileiros desde novembro.Biden busca dar uma resposta em meio ao avanço da ômicron, potencialmente mais contagiosa, que teve o primeiro caso registrado nos EUA na quarta (1º). Ao anunciar as medidas, disse que a mudança de prazo nos testes dos viajantes aumenta a proteção no país enquanto os cientistas estudam a nova cepa.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...O democrata reafirmou que a variante é motivo de preocupação, mas não de pânico. Ressaltou que os EUA estão em condição bem melhor do que no inverno passado, quando a vacinação estava prestes a começar, mas que o país precisa estar preparado para uma nova alta de casos nas próximas semanas."Eu sei que a Covid-19 tem sido muito divisiva neste país, que ela se tornou uma questão política, o que é triste. Não deveria ser assim, mas é. Agora, conforme nos aproximamos do inverno e encaramos o desafio desta nova variante, este é um momento em que deveríamos deixar as diferenças para trás e fazer o que não fomos capazes de fazer, de modo suficiente, durante toda a pandemia: unir a nação em um propósito comum", discursou o presidente, no centro médico Walter Reed, nos arredores de Washington.Ao todo, o plano do governo tem nove pontos, com destaque para a ampliação da distribuição de doses de reforço. Elas serão oferecidas a todos os adultos e deverão ser tomadas seis meses após a segunda dose dos fármacos de Pfizer e Moderna, e dois meses depois da aplicação da dose única da Janssen. O reforço será oferecido em 80 mil pontos, e mais de 41 milhões de pessoas já receberam a dose extra. Mais O governo também fará campanha para ampliar a vacinação de crianças a partir de cinco anos de idade, para dar mais segurança para as escolas permanecerem abertas —no país, 99% dos centros de ensino estão com aulas presenciais, segundo a Casa Branca. Há planos ainda para garantir que empresas continuem abertas e para a realização de campanhas para que mais empregadores cobrem a imunização de funcionários. Trabalhadores federais também poderão se afastar do expediente para tomar a dose de reforço, ou para acompanhar algum parente na vacinação, sem ter desconto no salário.Biden também exigirá que os planos privados de saúde reembolsem todos os 150 milhões de clientes que pagam por esse serviço no país com 100% do custo de testes caseiros, segundo funcionários da Casa Branca, que falaram em condição de anonimato, antes do anúncio —a regra não valerá retroativamente. O governo também deve disponibilizar 50 milhões de testes em clínicas rurais e centros de saúde.No entanto, ainda não está claro como a medida funcionará na prática. Há dúvidas se as pessoas terão de comprar o teste e depois pedir reembolso ou se poderão obtê-lo de forma mais simples.No país, as cidades e os estados ficam responsáveis por organizar a política de testes, e na prática cada governo local age de uma forma. Na capital Washington, por exemplo, há cerca de 15 pontos fixos nos quais é possível fazer testes gratuitos. Alguns atendem na hora e outros pedem agendamento.Há, também, um serviço de entrega gratuita de testes rápidos em casa, que podem ser pedidos por telefone. Os kits de autoexame também podem ser retirados em 27 endereços da cidade. Para ajudar o tratamento de infectados pelo coronavírus, a administração do democrata aumentará o número de equipes médicas de resposta rápida a serem enviadas aos estados onde houver alta súbita de casos.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...A Casa Branca promete ainda aumentar o acesso a medicamentos para tratar a Covid e garantir que novas drogas aprovadas cheguem rapidamente a todo o país. No cenário internacional, o governo Biden deve se comprometer a acelerar a doação de vacinas. Os EUA falam em fornecer 1,2 bilhão de doses a outras nações, sendo que 200 milhões seriam entregues nos próximos cem dias."Eu sempre vou garantir que nosso povo seja protegido primeiro, mas vacinar o mundo não é apenas uma obrigação moral que temos, na minha visão. É como nós protegemos os americanos. É uma pandemia global, e todos precisam lutar juntos", disse o presidente.Há ainda a perspectiva de expandir a produção de imunizantes no exterior, bem como acelerar a adaptação de vacinas para a nova variante, caso seja necessário. Estudos ainda estão sendo feitos para aferir a capacidade dos imunizantes atuais de conterem a ômicron. | 2021-12-02 10:39:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/12/eua-apertam-exigencias-e-viajantes-terao-que-fazer-teste-de-covid-na-vespera-do-embarque.shtml |
Atriz de 'Carrossel', Noemi Gerbelli morre aos 68 anos | A atriz Noemi Gerbelli, que interpretou a diretora Olívia Veidar na novela "Carrossel" (SBT, 2012), morreu aos 68 anos nesta quarta-feira (1º). A informação foi confirmada por sua sobrinha, a atriz Vanessa Gerbelli, 48, em uma publicação no Instagram."Certas dores são mudas. Hoje se foi esta pessoa tão importante na minha vida. Abriu os meus caminhos para o teatro e foi, em muitos momentos da minha juventude, uma mestra, uma protetora. Noemi Gerbelli, atriz paulistana, minha tia. Fique com Deus e os anjos", escreveu a artista.Segundo nota do SBT, a atriz faleceu em decorrência de uma embolia pulmonar. O texto explica que a artista sofreu um AVC há cerca de 20 dias, e, após tratamento em UTI, estava se recuperando em casa, quando ocorreu a embolia. Mais A emissora informa que a família da atriz fará a doação de seus órgãos, e que não haverá velório. O corpo de Gerbelli será cremado em uma cerimônia reservada aos familiares."Carismática, bem humorada e carinhosa, Noemi era muito querida pelos colegas e amigos do SBT, que prestam toda a solidariedade à filha Bianca, a sobrinha Vanessa Gerbelli, aos amigos e familiares, desejando que Deus os conforte neste momento", completa o texto.Nas redes sociais, artistas lamentaram pela morte da veterana. "Obrigado por todos os ensinamentos. Descanse em paz", escreveu o ator Mateus Ueta, que interpretou Kokimoto na novela infantil. "Meus sentimentos, eterna Noemi! Grande atriz! Sempre nos ensinava!", completou Thomaz Costa."Poxa, diretora… essa doeu. Uma grande mulher, uma grande atriz! Foi uma honra fazer parte de ao menos um pouquinho da sua longa trajetória! Vai deixar saudade… fique em paz, Nono!", publicou Nicholas Torres, que viveu Jaime na trama.A atriz Ilana Kaplan também deixou uma homenagem. "Minha parceira em 'Carrossel' e na 'Patrulha Salvadora'. Que triste notícia sua partida. Aprendi e me diverti muito com você. O Brasil perde uma atriz extraordinária. Você vai fazer muita falta", afirmou.Entre outros trabalhos da artista estão sucessos como "Presença de Anita" (2001), "Os Normais" (2002), "A Diarista" (2007), "A Favorita" (2008), "Sansão e Dalila" (2011) e "Carinha de Anjo" (2017). Seu último trabalho em novelas foi na tela da Globo, com "Deus Salve o Rei" (2018).Já no cinema, a veterana esteve em filmes como "A Marvada Carne" (1985), "O Dia M" (2008) e nos dois longas derivados da novela "Carrossel", "Carrossel: O Filme" (2015) e "Carrossel 2: O Sumiço de Maria Joaquina" (2016). | 2021-12-02 10:49:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/12/noemi-gerbelli-diretora-olivia-de-carrossel-morre-aos-68-anos.shtml |
Tenista chinesa Peng Shuai está bem, reafirma COI após nova conversa | O COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou nesta quinta-feira (2) que entrou em contato pela segunda vez com Peng Shuai, tenista chinesa que no último mês acusou o ex-vice-premiê Zhang Gaoli de forçá-la a ter relações sexuais."Compartilhamos a mesma preocupação de muitas outras pessoas e organizações sobre o bem-estar e a segurança de Peng Shuai. É por isso que, ainda ontem, uma equipe do COI fez outra videochamada com ela. Oferecemos amplo apoio, manteremos contato regular com ela e já combinamos um encontro pessoal em janeiro", declarou o comitê em comunicado.O paradeiro de Peng Shuai tornou-se uma preocupação internacional por quase três semanas depois que ela publicou uma mensagem nas redes sociais afirmando que Zhang Gaoli a havia agredido sexualmente.Após vários dias sumida, a atleta reapareceu há cerca de dez dias, em Pequim, e fez uma videochamada com o presidente do COI, Thomas Bach."Os esforços do COI levaram a uma videoconferência de meia hora com Peng Shuai em 21 de novembro, durante a qual ela explicou sua situação e parecia estar bem e segura, dada a difícil situação em que se encontra. Isso foi reconfirmado na ligação de ontem", afirmou a entidade.A WTA (Associação do Tênis Feminino), porém, não considerou que o episódio aliviou as preocupações sobre o bem-estar da atleta e anunciou nesta quarta (1º) a suspensão de todos os seus torneios na China.O presidente da entidade, Steve Simon, afirmou não ver "como posso pedir às nossas atletas para competir lá, quando Peng Shuai não tem permissão para se comunicar livremente e aparentemente foi pressionada a contradizer sua alegação de agressão sexual". Mais "Dada a situação atual, também estou muito preocupado com os riscos que todas as nossas jogadoras e equipes poderiam enfrentar se realizássemos eventos na China em 2022", continuou.A decisão é um marco nas relações de entidades esportivas com o país que sediará as Olimpíadas de Inverno em fevereiro de 2022 e constitui um mercado importante para o esporte global.Em 2019, a WTA realizou nove torneios na China. Desde então, todos os campeonatos internacionais de tênis marcados no país acabaram cancelados por causa da pandemia da Covid-19. Há três anos, a entidade havia celebrado a assinatura de um grandioso contrato com a cidade de Shenzhen para sediar o WTA Finals, evento com as melhores tenistas da temporada.O COI, por sua vez, foi acusado de querer apenas aliviar a pressão diplomática sobre a realização dos Jogos de Pequim, daqui a dois meses."O comportamento do COI em relação às alegações de agressão sexual e ao desaparecimento de Peng Shuai é irresponsável e mostra o quão oco é na realidade seu entendimento dos direitos humanos", afirmou Andrea Florence, diretora interina da Sport & Rights Alliance.O comitê argumentou nesta quinta que trata a questão diretamente com as organizações esportivas chinesas. "Estamos usando uma 'diplomacia silenciosa' que, dadas as circunstâncias e com base na experiência de governos e outras organizações, é apontada como a forma mais promissora de proceder com eficácia em tais questões humanitárias." | 2021-12-02 10:16:00 | esporte | Esporte | https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2021/12/tenista-chinesa-peng-shuai-esta-bem-reafirma-coi-apos-nova-conversa.shtml |
Qualidade das rodovias sob gestão pública piora desde 2019, diz pesquisa | A situação das rodovias sob gestão pública piorou nos últimos dois anos no Brasil, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (2) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte). A pesquisa apontou que saltou de 67,5%, em 2019, para 71,8%, em 2021, o percentual de trechos considerados regulares, ruins ou péssimos.Esse aumento corresponde a mais 2.773 km de rodovias em condições insatisfatórias de circulação, o que representa cerca de seis vezes a distância entre São Paulo e Rio de Janeiro.Outro quesito que apresentou piora significativa foi a sinalização das rodovias. Houve uma piora de 12,1 pontos percentuais de 2019 para 2021, de 56,4% para 68,5%.No mesmo período, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias, a qualidade da malha concedida à iniciativa privada permaneceu estável. Em 2019, 25,3% dos trechos eram considerados regulares, ruins ou péssimos. Agora são 25,8%.De forma geral, 61,8% da malha rodoviária brasileira pavimentada, seja sob gestão pública ou de concessionárias, é classificada como regular, péssima ou ruim.Durante o levantamento, foram encontrados 1.739 pontos críticos no país, sendo que 1.363 trechos tinham buracos maiores que um pneu.A região Norte teve a pior avaliação, com 77,8% da malha considerada como regular, ruim ou péssima. No Acre, por exemplo, 100% da malha avaliada apresentou algum tipo de problema, sendo 50,7% classificada como péssima.Mesmo no Sudeste, a região mais bem avaliada, 51,1% da malha foi apontada como regular, ruim ou péssima no geral. Em São Paulo, 79,6% da malha foi apontada como boa ou ótima, a melhor qualificação entre as unidades da federação.Entre 2016 e 2020, o investimento por parte das concessionárias foi de R$ 7,16 bilhões. Já o governo federal investiu R$ 8,90 bilhões, em média.Segundo a CNT, o investimento médio por quilômetro, porém, é muito superior na malha gerenciada pela iniciativa privada. As rodovias concedidas receberam R$ 381 mil por quilômetro, ante R$ 162,9 mil nas rodovias federais sob gestão pública.Para realizar a pesquisa, a CNT contou com 21 equipes que percorreram mais de 109 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, em todas as regiões do país, entre 28 de junho e 27 de julho deste ano. Mais | 2021-12-02 10:20:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/qualidade-das-rodovias-sob-gestao-publica-piora-desde-2019-diz-pesquisa.shtml |
Globo apresenta nova logomarca e internautas lembram Hans Donner | A Globo apresentou na noite desta quarta (1º) a sua nova identidade visual. Exibida após a tradicional campanha de final de ano da emissora, a mudança na logomarca gerou repercussão nas redes sociais.O nome de Hans Donner, 73, ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter. Foi o designer austríaco o responsável por criar a linguagem gráfica da Globo na década de 1970. Ele deixou a emissora neste ano, mas não assinava mais as vinhetas e aberturas desde 2016. O tradicional plim plim segue presente, mas agora as cores extrapolam a logomarca e ocupam toda a tela. Segundo Manuel Falcão, diretor de Marca e Comunicação da Globo, a ideia foi manter o DNA da criação de Hans Donner, mas mostrar que a emissora evoluiu e se adaptou aos tempos atuais. Mais "E é acessível, humana, flexível, conversa com as pessoas. Mais do que nunca, nesse 'novo on-air look,' a emoção do conteúdo se funde e dá vida a essa marca", afirma Falcão.Diretor de Criação da Globo, Ricardo Moyano diz que a paleta de cores escolhida é "quente, orgânica e versátil". "A multiplicidade de tons borra os limites entre marca e conteúdo e esse conceito é o pilar da nova identidade", afirma.Nas redes sociais, a novidade dividiu opiniões. "O Brasil clama pelo retorno do gradiente, do 3D exagerado. Morte à era clean minimalista. Volta, Hans Donner", escreveu um internauta no Twitter."Hans Donner saiu da Globo, mas a Globo não sai do Hans Donner. Pessoalmente, adorei a nova logo", afirmou outro."Prefiro a anterior, eu gosto bastante dos logos 3D chamativos e criativos do Hans Donner", escreveu uma internauta.O pacote gráfico passa a acompanhar toda a programação da TV Globo, e está também nos perfis do canal nas redes sociais. | 2021-12-02 09:48:00 | televisao | Televisão | https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2021/12/globo-apresenta-nova-logomarca-e-internautas-lembram-hans-donner.shtml |
Banir viajantes da África é racista e ineficaz contra a ômicron, apontam especialistas dos EUA | O fechamento de fronteiras para conter a propagação da nova variante ômicron do coronavírus é ineficaz e pode ser considerado racista, avaliam especialistas dos EUA ouvidos pela Folha.A nova cepa foi considerada como de risco muito elevado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), pois pode ser mais contagiosa, mas os dados para comprovar isso ainda estão sendo obtidos e analisados."O veto a viagens da África é uma reação racista, que não se baseia em ciência ou biologia. É moralmente repugnante", afirma Mark Schleiss, do Instituto de Virologia Molecular da Universidade de Minnesota.Países como Brasil e EUA adotaram vetos a viajantes vindos de nações africanas que relataram casos da nova variante. A proibição começou a valer nesta semana, e governos já debatem novas restrições.Schleiss aponta que não há evidências de que a variante ômicron surgiu na África e que já há registros de que ela circulava na Europa antes mesmo do anúncio feito pela África do Sul, na semana passada."Repete-se o caso da gripe de 1918, conhecida como ‘espanhola’ porque a Espanha foi o primeiro país a ser transparente sobre ela", diz. Pesquisadores consideram hoje que aquela infecção surgiu nos EUA."Fechar fronteiras raramente funciona do modo como as pessoas imaginam e geralmente traz consequências negativas para os países que relataram os casos, então a medida deveria ser usada de modo muito cuidadoso", avalia Andy Pekosz, virologista na Universidade Johns Hopkins.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando..."Temos de ter mais foco em testar, rastrear contatos, sequenciar [o material genético] dos vírus, identificar infectados e colocá-los em quarentena. São caminhos muito mais efetivos", sugere Pekosz.Para Aubree Gordon, professora de epidemiologia na Universidade de Michigan, o monitoramento das variantes e o compartilhamento de informações entre os países deveriam ser a prioridade neste momento."Gestos como banir viagens realmente desencorajam isso e não são efetivos ao prevenir a transmissão já em andamento", aponta ela. "Está claro que a variante já se espalhou por muitas partes do mundo."Os especialistas consideram que os governos de países desenvolvidos deveriam ajudar a ampliar a vacinação em países africanos, de modo a conter a circulação do vírus e, assim, reduzir a chance do surgimento de novas variantes. A taxa de imunização na África, até esta quinta-feira (2), está em torno de 7,3% da população, enquanto a média global é de 43,8%. No Brasil, 63% estão plenamente vacinados. Mais "É biologia. Para novas variantes surgirem, o vírus precisa circular. A melhor maneira de impedir a criação de variantes é, em primeiro lugar, conter as infecções. Se todo mundo estiver completamente imunizado, haverá uma queda na circulação do vírus e na geração de variantes", explica Schleiss. "Havia muitos especialistas falando em desigualdade de vacinas desde o começo do ano, e o que os países fizeram? O que acontece com uma criança em Botsuana tem impacto no que pode acontecer com os meus filhos."Para Pekosz, da Johns Hopkins, os países que doam vacinas devem fazê-lo com uma estratégia bem definida. "Não podemos dar apenas 100 mil doses para um país com 5 milhões de pessoas. Temos que dar vacinas em quantidade suficiente para fazer diferença", afirma ele.O virologista também aponta a necessidade de ajudar os países mais pobres a criarem estruturas para distribuir os imunizantes. Vacinas de RNA, como a fabricada pela Pfizer, precisam ser mantidas sob refrigeração, o que gera dificuldades extras. Os especialistas explicam que ainda é preciso esperar dados mais claros para ter certeza de que a ômicron é mais perigosa e que essas informações deverão ser obtidas em um prazo entre uma e três semanas. "O dado mais importante será o quão rápido o vírus é capaz de se espalhar. Se ele transmitir pouco, gerará menos preocupação", avalia Pekosz.Gordon, da Universidade de Michigan, explica que há dois tipos de dados em análise: os que vêm de humanos e os de laboratório. "Na parte humana, precisamos ver se o vírus é transmitido de forma rápida, se atinge pessoas já imunizadas ou que já tiveram a doença, e em que intensidade. E, no laboratório, serão feitos testes para ver se as vacinas e os remédios atuais conseguem neutralizá-lo, e em que nível." Mais Mesmo que as vacinas tenham efetividade menor contra o vírus, elas poderão ser modificadas para serem usadas contra a nova variante: pode-se manter a mesma estrutura e trocar o modelo de vírus em uso."Será muito fácil mudar as vacinas para focar a variante ômicron e produzi-las em massa. A questão é que os países e as agências reguladoras precisam entender que já fazemos isso com outros vírus, como o da gripe, e que não será preciso passar por todo um processo de testes clínicos desde o começo", diz Pekosz.Scheiss, que também é pediatra, aponta que ainda não há dados que mostrem se a ômicron pode atingir as crianças de modo mais intenso. A vacinação para menores de 12 anos ainda não foi liberada na maioria dos países, incluindo o Brasil. A Anvisa analisa um pedido de autorização da Pfizer para aplicar o imunizante em crianças maiores de cinco anos de idade, como foi liberado nos EUA. A empresa pretende também pedir autorização para vacinar crianças com idade a partir de seis meses.Enquanto as respostas não chegam, os cientistas consideram que a medida mais importante é avançar a vacinação para quem ainda não foi imunizado. "Usar máscara também continua altamente recomendado. E é preciso prestar atenção às condições locais. Se o número de casos subir muito, você deveria reduzir as interações, especialmente as de risco, como se reunir em espaços abertos em vez de espaços fechados. Pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença no curso da pandemia", diz Gordon. | 2021-12-02 09:14:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/12/banir-viajantes-da-africa-e-racista-e-ineficaz-contra-a-omicron-apontam-especialistas-dos-eua.shtml |
PIB caiu em razão do clima, diz ministério de Guedes | O Ministério da Economia afirmou nesta quinta-feira (2), em nota que analisa a queda do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, que fatores climáticos adversos da natureza tiveram impacto no desempenho da atividade."É fundamental distinguir o que é política econômica de fatores climáticos adversos e pontuais da natureza", afirma a SPE (Secretaria de Política Econômica) do ministério. "A maior crise hídrica em 90 anos de história e a ocorrência de severas geadas tiveram impacto tanto em setores intensivos em energia como em setores que dependem do clima, como agricultura", diz.De acordo com a secretaria, houve forte elevação dos custos de produção como adubos, fertilizantes e defensivos, o que também afetou os números da agropecuária.O agronegócio mostrou queda de 8% contra o trimestre imediatamente anterior. Caso o campo tivesse variação zero, diz a SPE, o PIB cresceria ao menos 0,3% no período.No total, a economia brasileira recuou 0,1% no terceiro trimestre de 2021, frente aos três meses imediatamente anteriores, mostram dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta quinta-feira (2º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Por outro lado, a SPE destaca que há recuperação do setor de serviços, que cresceu 1,1% no período, "condizente com a melhora no mercado de trabalho e aumento da mobilidade"."Pelo lado da demanda, há elevação da absorção interna, puxada principalmente pelo maior crescimento do consumo das famílias desde o final do ano passado", afirma.A secretaria afirma haver uma forte recuperação do mercado de trabalho e citou dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, que aponta criação de 1,2 milhão de postos de trabalho por mês. A SPE aponta ainda que a taxa de poupança, que chegou a 18,6% do PIB no trimestre, retornou ao nível de 2014."Os indicadores coincidentes e o carregamento estatístico mostram que a atividade continuará crescendo a taxas elevadas no final do ano", afirma a SPE. Conforme os dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB está no mesmo patamar registrado entre o fim de 2019 e o início de 2020, período pré-pandemia. Por outro lado, encontra-se 3,4% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.Mesmo com a alta de 1,1% no setor de serviços, que responde por cerca de 70% do PIB nacional, o resultado do terceiro trimestre foi puxado para baixo pela queda de 8% na agropecuária e pelo recuo de 9,8% nas exportações de bens e serviços.A indústria, por sua vez, ficou estagnada (0%). Segundo o IBGE, as fábricas sentem o encarecimento de insumos na pandemia e os efeitos da crise energética, que eleva os custos de produção.Projeções sinalizam que o PIB brasileiro deve fechar o ano de 2021 com crescimento, associado em grande parte à base de comparação deprimida —em 2020, a pandemia causou forte queda do indicador. | 2021-12-02 10:58:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/ministerio-da-economia-diz-que-fatores-climaticos-afetaram-pib.shtml |
Luiza Trajano é eleita uma das mulheres mais influentes de 2021 pelo Financial Times | Luiza Trajano, presidente do conselho de administração da Magazine Luiza, foi escolhida como umas das 25 mulheres mais influentes de 2021 pelo jornal britânico Financial Times nesta quinta (2). Ela é a única brasileira selecionada.Na lista, Trajano é definida como uma das mulheres de negócios e líderes sociais mais notáveis do Brasil, considerada uma inspiração para empreendedores em todos os lugares —mesmo não sendo bem conhecida fora do país, o que, de acordo com o jornal, deveria ser.O trabalho de Trajano em questões sociais envolvendo igualdade de gênero e raça foi destacado. O Financial Times diz que é ainda mais notável por conta da desigualdade social no Brasil, no qual "a elite empresarial costuma ser acusada de viver em uma bolha".O jornal destaca também sua história no empreendedorismo. Trajano começou a trabalhar aos 17 anos na loja de calçados da família, no município de Franca (SP), e transformou o negócio varejista em uma das maiores potências da América Latina. Segundo o jornal, o grupo Magazine Luiza está avaliado em mais de US$ 10 bilhões (R$ 56,1 bilhões) e emprega mais de 40 mil funcionários.A empresária também integra o conselho editorial da Folha.O texto de apresentação é assinado por Gillian Tett, presidente do conselho editorial do Financial Times.A seleção das Mulheres do Ano é feita anualmente com o objetivo de celebrar não somente a influência, mas as conquistas femininas em diversos lugares do mundo.Neste ano, as biografias foram escritas por personalidades como Jane Fraser, Christine Lagarde, Elizabeth Warren, Billie Jean King, Malala e Greta Thunberg.A lista está dividida em três categorias: líderes, heroínas e criadoras.Na parte de líderes, na qual Trajano foi indicada, aparece a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) e a política norte-americana Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Estados Unidos.Como criadoras, a atriz Scarlett Johansson e a produtora e roteirista Shonda Rhimes, ambas dos EUA, foram escolhidas, além da cineasta chinesa Chloé Zhao.Dentre as heroínas, o jornal indicou a cientista de dados Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook que liberou à imprensa documentos da empresa após deixar seu cargo em maio deste ano e deu origem aos chamados Facebook Papers. | 2021-12-02 09:20:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/luiza-trajano-e-eleita-uma-das-mulheres-mais-influentes-de-2021-pelo-financial-times.shtml |
'Cabelo de Bombril' revela como estamos longe de uma educação antirracista | A notícia de que uma professora de Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), pediu para que seus alunos usassem palha de aço para representar um cabelo crespo causou indignação nos últimos dias. Na tentativa de explicar a atividade escolar, a docente disse que sua intenção não era ofender."Não houve preconceito da minha parte, nós temos que quebrar esse preconceito. Só de eu estar trabalhando com Bombril, eu vi que há, sim, um preconceito em trabalhar com Bombril", afirmou a educadora ao site de notícias G1, e também se desculpou publicamente. Por conta da repercussão do caso, ela foi demitida.Justificativas como a dada pela educadora são comuns em casos de racismo e injúria racial. Frases como "Não sou racista, tenho amigos negros" são apenas um exemplo de como ainda parece difícil para muitas pessoas detectarem e desconstruírem seus preconceitos.É por isso que a escola deve ser um lugar primordial para o debate sobre intolerâncias de todos os tipos, discutindo representatividade, lutas sociais, diversidade e empatia. A escolha de uma atividade como essa para homenagear o Dia da Consciência Negra vai contra tudo isso porque reforça estereótipos preconceituosos que movimentos sociais tentam combater há décadas.A ideia do cabelo crespo sempre foi associada a algo negativo, como se precisasse ser domado para se enquadrar em padrões de beleza disseminados, histórica e sistematicamente, pelas mídias por meio de novelas, campanhas publicitárias, filmes, séries e capas de revista. Imagens de pele branca e cabelo liso sempre foram reproduzidas e valorizadas como ideais em detrimento do cabelo afro, mesmo que sejam completamente diferentes das texturas que a maioria da população brasileira possui.Isso ainda pode ser facilmente observado quando fazemos um simples teste no Google. Pesquise o termo "cabelo feio" e escolha o resultado por imagens. A resposta será uma variedade de fotos de penteados crespos e cacheados utilizados por pessoas negras.Outro exemplo disso foi um caso ocorrido em 2020, quando veio a público o relançamento do produto "Krespinha", uma esponja de aço da Bombril voltada para a limpeza em produtos inox, o que fez com que usuários das redes sociais acusassem –justamente– a empresa de racismo. Na década de 1950, a publicidade dessa mesma esponja estampava a imagem de uma menina, fazendo alusão a seus cabelos crespos.Retratações e notas de repúdio são comuns, como mostram os casos da escola, da Bombril e tantos outros. Mas, se há anos um produto como a tal esponja não causava indignação, hoje é diferente. Ainda bem, pois chegou-se a um ponto de esgotamento em que ações como essa não podem mais ser toleradas.É preciso fazer mais e agir antes que situações de opressão e racismo aconteçam. E o espaço escolar é um dos ambientes ideais para a realização de projetos de prevenção e conscientização das novas gerações. Crianças e jovens precisam crescer tendo valores como empatia e diversidade como partes fundamentais da cidadania.Se em um passado recente, falas e atitudes racistas eram vistas como brincadeira, sem consequências para seus agressores, resquícios do longo período escravocrata que o País passou, hoje vivemos o início de uma cultura que se opõe ao racismo e combate o ódio, e que parece estar no início de um processo de resgate e enaltecimento das múltiplas contribuições culturais e sociais que o povo preto trouxe e traz para a sociedade brasileira.Milton Santos, um dos maiores intelectuais que já tivemos, afirmou em um artigo: "Ser negro no Brasil é frequentemente ser objeto de um olhar vesgo e ambíguo. Há, sempre, o risco de cair na armadilha da emoção desbragada e não tratar do assunto de maneira adequada e sistêmica". A reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, motivo pelo qual existe o Dia da Consciência Negra, deve ser tratada por educadores e pela sociedade em geral de forma coerente e estruturada, sem espaços para reforçar ainda mais o racismo. | 2021-12-02 08:30:00 | educacao | Educação | https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/12/cabelo-de-bombril-revela-como-estamos-longe-de-uma-educacao-antirracista.shtml |
Ben Affleck celebra segunda chance e diz estar feliz com Jennifer Lopez | Ao promover o seu novo filme, "The Tender Bar", o ator Ben Affleck, 49, afirmou ao The Wall Street Journal que está feliz com o retorno do romance com a cantora Jennifer Lopez, 17 anos após o rompimento do casal. Os dois estão namorando e ele considera essa segunda chance como uma das consequências de seu amadurecimento."Posso dizer que é definitivamente maravilhoso para mim", afirmou.Jennifer Lopez, 52, e Ben Affleck foram noivos entre 2002 e 2004. Na época, ele deu à cantora um anel de diamante rosa de 6,1 quilates, de Harry Winston, de acordo com a Vogue britânica.Eles reataram o relacionamento este ano. Em julho, Lopez compartilhou uma foto em que aparece beijando o astro de Hollywood.Na entrevista, Affleck evitou dar detalhes sobre a nova fase do romance. "Uma das lições que aprendi é que não é sábio compartilhar tudo com o mundo", disse. Tenho muita sorte por ter me beneficiado com as segundas chances".Em agosto, o ator foi flagrado em uma loja da joalheria Tiffany’s, em Los Angeles, olhando anéis de noivado. Ele estava acompanhado da mãe, Sam, e do filho Samuel.As especulações sobre um novo romance entre os dois artistas começaram em maio, dias após Lopez anunciar o rompimento do noivado com o ex-jogador de beisebol Alex Rodriguez, 45, com quem permaneceu por quatro anos. Já Affleck colocou um ponto final na relação com a atriz Ana de Armas, 33, em janeiro, pouco menos de um ano após assumir o namoro.Os dois artistas teriam mantido contato ao logo dos anos e agora se reconectaram.Lopez foi casada com o cantor Marc Anthony, 52. Os dois são pais dos gêmeos Emme e Maximilian, 13. Eles se divorciaram em 2014. Affleck foi casado por 13 anos com a atriz Jennifer Garner, 49, com quem teve três filhos: Violet, 15, Seraphina, 12, e Samuel, 9. | 2021-12-02 05:28:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/12/ben-affleck-revela-estar-feliz-apos-retomar-romance-com-jennifer-lopez.shtml |
Prefeitura de São Paulo vai aumentar ISS de autônomo em 2022 | O ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) pago por autônomos vai subir na capital paulista a partir de fevereiro de 2022. A medida deve afetar profissionais como médicos, engenheiros, arquitetos, economistas, psicólogos, veterinários, advogados, auditores e contadores.As novas faixas de valores estão na lei 17.719, de 26 de novembro de 2021. Elas serão aplicadas no caso das sociedades uniprofissionais, que são aquelas cujos profissionais (sócios, empregados ou não) são habilitados ao exercício da mesma atividade e prestam serviços de forma pessoal, em nome da sociedade, assumindo responsabilidade pessoal sobre o trabalho.Atualmente, as empresas do tipo pagam ISS sobre uma base de cálculo fixa, que não leva em conta a receita do local. A partir de fevereiro de 2022, haverá o escalonamento das alíquotas, conforme o número de profissionais na sociedade.Até janeiro de 2022, a base de cálculo para pagar o imposto é de R$ 1.995,26, independentemente da quantidade de profissionais na sociedade ou do faturamento. A alíquota é de 2% ou 5%, conforme o ramo de atividade. A partir de janeiro de 2022, os R$ 1.995,26 serão mantidos, mas para empresas com até cinco habilitados, na primeira faixa definida pela lei.Na segunda faixa, o valor sobe para R$ 5.000, para sociedades entre seis e dez profissionais, até chegar a R$ 60 mil para sociedades cujo número de profissionais for acima de cem. Para calcular o imposto, é preciso multiplicar o número de profissionais pela alíquota de pagamentos e, depois, aplicar o percentual de ISS referente à atividade para saber quanto irá pagar.Hoje, a Prefeitura de São Paulo tem pouco mais de 7.000 sociedades do tipo, com mais de 34,3 mil profissionais.Confira as novas faixas de valores para calcular o ISS:O advogado Rodrigo Prado, sócio da área Tributária do Felsberg Advogados, afirma que o cálculo para pagar o imposto é feito de forma escalonada, aplicando o valor por faixa. Ele diz que, no entanto, a nova legislação pegou os profissionais de surpresa e há queixas, já que, em alguns casos, a alta dos valores poderá chegar a 1.000%.Segundo Prado, o aumento expressivo pode ferir os princípios constitucionais e ser questionado na Justiça. "Todo tributo, para ser instituído, tem que observar algumas normas. Existem dois princípios que devem ser respeitados, que é a razoabilidade e a proporcionalidade. O aumento precisa ser razoável e proporcional. É razoável ter um aumento de um ano para outro que pode ultrapassar 1.000%, ainda mais neste momento complicado de pandemia?"O especialista diz que os novos valores vão entrar em vigor em fevereiro de 2022, conforme texto da própria lei, que determina aplicação da medida em 1º de janeiro ou 90 dias após a publicação, respeitando o que ocorrer por último.De acordo com o tributarista Robson Brasil, consultor sênior da IOB, a nova regra exige atenção das empresas enquadradas como sociedades uniprofissionais na hora de fazer os cálculos. O pagamento deste imposto não é mensal, mas trimestral. No entanto, o cálculo deve ser feito mês a mês, conforme o número de profissionais.Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que as medidas valerão a partir de 28 de fevereiro de 2022 e reforçou que "o valor da base de cálculo das sociedades uniprofissionais em 2021, de R$ 1.995,26, continuará assim em 2022 para as sociedades uniprofissionais com até cinco sócios. Nos anos seguintes este valor será atualizado conforme a inflação, nos moldes do que já ocorre atualmente." Mais | 2021-12-02 04:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/prefeitura-de-sao-paulo-vai-aumentar-iss-de-autonomo-em-2022.shtml |
STF e Congresso adotam cautela com Mendonça, e Planalto aposta em diálogo | Nas horas que sucederam a sabatina de André Mendonça no Senado, integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso comemoraram os gestos de ponderação do ex-ministro da Justiça, mas adotaram cautela a respeito da atuação que ele terá quando estiver na cadeira da principal corte do país.A expectativa em torno da postura de Mendonça é maior nos mundos político e jurídico não apenas por ser um novo integrante do Supremo, mas pelo fato de ele poder representar o voto de desempate em matérias importantes em um tribunal rachado.Em outra frente, no Palácio do Planalto, a expectativa é que Mendonça ajude a melhorar o diálogo do governo com o Supremo.Mendonça era tido como um dos nomes mais ponderados do primeiro escalão de Jair Bolsonaro (PL) quando era titular da AGU (Advocacia Geral da União), mas à frente do Ministério da Justiça se envolveu em polêmicas, vistas como formas de agradar o presidente para ser o segundo indicado ao Supremo.Durante a sabatina, congressistas e integrantes da corte comemoram o que entenderam ser gestos de ponderação em relação ao perfil "terrivelmente evangélico" que o levou a ser escolhido por Bolsonaro.Historicamente considerado um lava-jatista, o ex-advogado-geral da União se credenciou para a vaga por causa, principalmente, da religião, como disse Bolsonaro antes de indicá-lo.Aos senadores, porém, ele se autodenominou como garantista, ala do direito que é crítica da Lava Jato, e prometeu que não levará religião em consideração nos julgamentos.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Embora reconheçam que ele fez alguns gestos para conseguir ser aprovado, senadores e ministros do Supremo ouvidos pela Folha em reserva torcem para que a postura do Mendonça equilibrado prevaleça quando ele chegar à corte.A primeira entrevista depois da aprovação, contudo, causou receio no STF e foi interpretada como uma mudança no tom em relação às afirmações que vinha fazendo quando ainda precisava do aval do Senado."É um passo para um homem, um salto para os evangélicos", disse ele, após afirmar que deu "glória a Deus" pela vitória na votação. Mais Outro temor da ala garantista do Supremo é que o presidente da corte, Luiz Fux, aproveite a chegada de Mendonça para ressuscitar pautas ligadas à operação de combate à corrupção.Os julgamentos sobre o tema costumavam acabar com placar apertado de 6 a 5. A chegada do ex-AGU para a vaga aberta por Marco Aurélio Mello, que se aposentou, pode consolidar uma maioria favorável à operação.Apesar disso, a aposta de ministros é que Mendonça não fará uma defesa incisiva desses casos logo na chegada.Isso porque, apesar de não depender mais do Congresso ou dos futuros colegas de STF, ele precisará manter uma mínima coerência com o que disse no período em que ainda buscava apoios para entrar na corte.Um de seus principais apoiadores, por exemplo, foi o ministro Dias Toffoli, que integra a corrente garantista no Supremo —com uma visão de mais respaldo às alegações de defesa dos réus.Nesta semana Toffoli e Kassio Nunes Marques intensificaram a busca por votos a favor de Mendonça. Nesta quarta (1º), especialmente, fizeram uma bateria de ligações a senadores na tentativa de angariar apoios.O temor, no entanto, existe porque Mendonça já defendeu abertamente pautas lava-jatistas. O futuro ministro já se posicionou, por exemplo, a favor da possibilidade de prisão após segunda instância —e um eventual voto dele nesse sentido, caso o assunto volte à pauta, poderia reverter a atual jurisprudência.O cenário é similar em relação ao entendimento fixado pela corte que retira da Justiça Federal e leva à Justiça Eleitoral a competência para analisar crimes que tenham relação com campanhas políticas.Um argumento que integrantes da ala garantista do STF tem usado para argumentar que Mendonça não ressuscitaria a operação é que a Lava Jato não é hoje o que já foi um dia. Segundo eles, a operação tem descrédito maior do que já teve, e boa parte dos processos rumorosos já foi julgada.Somada à posição histórica de Mendonça está o atual momento de Fux. Um dos principais defensores da Lava Jato no Supremo, ele tem acumulado derrotas na corte na área criminal, e a posse de Mendonça pode representar uma mudança no perfil do tribunal.A felicidade do presidente do STF após Mendonça passar pelo Senado ficou clara na nota emitida logo após a aprovação. "Manifesto satisfação ímpar pela aprovação de André Mendonça porque sei dos seus méritos para ocupar uma cadeira no STF", afirmou."Além disso, em função da atuação na Advocacia-Geral da União, domina os temas e procedimentos da Suprema Corte, que volta a ficar mais forte com sua composição completa. Pretendo dar posse ao novo ministro ainda neste ano", disse Fux.No Congresso, a expectativa é parecida. O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), usou o histórico lava-jatista de Mendonça para tentar coletar votos contra o ex-ministro da Justiça.Daí a necessidade de ele ter se mostrado equilibrado e ponderado na sabatina e nas conversas individuais que teve com senadores.Fabiano Contarato (Rede-ES), primeiro senador declaradamente gay da história da Casa, disse que Mendonça possivelmente imporá entraves à agenda progressista no Supremo, com uma postura conservadora."Isso, que parece um fato consumado, seria até tolerável, para oxigenar o tribunal com visões de mundo diversas. Resta saber, porém, se além disso também se portará como os outros ‘10% de Bolsonaro’ no tribunal, como disse o presidente um dia desses. Isso seria lamentável", disse.O mandatário afirmou, recentemente, que tem 10% de si na corte, com o ministro Kassio Nunes Marques, indicado por ele no ano passado. Nesta quinta, após a aprovação de Mendonça, Bolsonaro voltou ao tema, dizendo agora que os nomes que indicou à corte representam 20% daquilo que gostaria que fosse decidido e votado. Mais O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), parlamentar considerado de centro, ainda que próximo ao governo, disse acreditar que Mendonça se pautará na corte "pela defesa da Constituição".Para auxiliares palacianos, a ida de Mendonça para o Supremo pode representar uma forma de melhorar o diálogo com a corte.Quando ainda atuava no governo Bolsonaro, tanto como AGU quanto como ministro da Justiça, Mendonça trabalhava nos bastidores como interlocutor do presidente —era um dos auxiliares com melhor trânsito no tribunal.Mesmo que nos últimos meses tenha havido um descanso na crise institucional, a relação de Bolsonaro com os ministros do STF, em especial aqueles que ajudaram Mendonça na indicação, é conhecidamente ruim.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...Inclusive, alguns consideram no Planalto ser uma questão de tempo para que desande mais uma vez. Durante a filiação ao PL, na terça-feira (30), Bolsonaro se queixou de uma pessoa que para ele "extrapola", se referindo ao ministro Alexandre de Moraes, de forma indireta."Alguns extrapolam aqui na região, na Praça dos Três Poderes. Mas essa pessoa vai ser enquadrada, vai se enquadrando, vai vendo que a maioria somos nós. Nós aqui, que temos votos, em especial, é que devemos conduzir o destino da nossa nação", disse, durante a cerimônia.Ainda que o governo não tenha atuado de forma intensa para que a sabatina de Mendonça fosse pautada, ministros e auxiliares de Bolsonaro foram às redes sociais comemorar a aprovação.Fábio Faria (Comunicações) disse esperar que o ex-colega de Esplanada "seja um bom guardião da Constituição". Já o ministro da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos, disse que "Deus não falha nunca".Ciro Nogueira, da Casa Civil, afirmou que o Brasil ganha muito com a confirmação do nome do ex-AGU para a vaga, que ocorreu após "longa sabatina que atestou o preparo e a capacidade do novo ministro". Mais | 2021-12-02 04:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/12/stf-e-congresso-adotam-cautela-com-mendonca-e-planalto-aposta-em-dialogo.shtml |
Minhocão, em São Paulo, reabre para pedestres no período noturno em dias úteis | A partir desta segunda-feira (6), o Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão, ficará aberto para pedestres e ciclistas durante a noite em dias úteis. A via, que se estende do centro à zona oeste de São Paulo, será liberada de segunda a sexta, das 20h às 22h.O uso do Minhocão por pedestres e ciclistas à noite estava suspenso havia 20 meses, em decorrência da pandemia de Covid-19, e a reabertura integra o processo de retomada de atividades na cidade. Durante esse período, a via ficou liberada das 9h às 20h para veículos e, depois, era totalmente bloqueada.Com a reabertura, a prefeitura informou que seguranças farão rondas no local.Além da reabertura no período noturno, a partir deste fim de semana, paulistanos terão mais três horas para andar de bicicleta, correr, brincar com os animais de estimação e descansar no Minhocão. O horário de funcionamento aos sábados, domingos e feriados passa a ser das 7h às 22h —antes, era das 7h às 19h.Desde maio, são disponibilizados, aos finais de semana, móveis no elevado. Ao todo, são 20 praticáveis (similar a um palco), 5 tablados e 3 arquibancadas, todos modulares. As estruturas são disponibilizadas nos trechos acima do Terminal Amaral Gurgel e da praça Marechal Deodoro. Mais Além disso, a prefeitura instalou dois acessos de pedestres no Minhocão. Também houve a implantação de grades de segurança e de portões de controle de acesso na parte superior do elevado para garantir a segurança dos frequentadores.Para desfrutar do elevado, os pedestres devem seguir as recomendações sanitárias —até dia 11 de dezembro, se nada mudar, ainda é exigido o uso de máscaras em locais abertos. É recomendado, ainda, que pedestres evitem aglomerações e higienizem as mãos. | 2021-12-02 04:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/minhocao-reabre-para-pedestres-no-periodo-noturno-em-dias-uteis.shtml |
Pico da renovação política passou, diz ativista que lança livro sobre mobilizações | Leandro Machado não se esquece do dia em que, passeando por Buenos Aires, ficou paralisado diante de uma cena de injustiça: um garoto maltrapilho que entrou em uma sorveteria com dinheiro na mão foi enxotado pelo balconista, que viu esperando do lado de fora o pai do menino, um catador de papel.O cientista político conta que remoeu por anos a frustração de não ter feito nada para ajudar o garotinho argentino, que saiu cabisbaixo e sem o sorvete de chocolate que queria. Do episódio o brasileiro diz ter tirado uma lição: a de nunca mais se omitir perante uma causa pela qual seja válido lutar.Mais de uma década depois, Machado lança o livro "Como Defender Sua Causa", em que narra experiências com mobilizações na iniciativa privada e na arena pública —e ainda oferece uma espécie de manual de advocacy (conjunto de ações de comunicação e pressão política em prol de uma bandeira)."Fui afortunado o bastante ao longo da vida para ter naquele momento ferramentas para agir, mas falhei miseravelmente. Fiquei questionando de que forma eu estava utilizando todos os meus privilégios, se numa hora dessas eu poderia ter feito uma intervenção e não fiz nada."Assessor de Marina Silva na campanha à Presidência de 2010 e conselheiro do apresentador Luciano Huck em seus ensaios de ingresso na briga eleitoral, o autor ganhou espaço nos últimos anos como cofundador da Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade) e do movimento Agora!."O pico [da renovação política] foi entre 2014 e 2018. Aí começou a arrefecer, mas há ainda um rescaldo", diz ele à Folha, acrescentando ser natural que demandas mudem a cada ciclo eleitoral.Machado também analisa no livro exemplos de iniciativas das quais não participou diretamente, como a campanha pela Lei da Ficha Limpa e as manifestações de junho de 2013. Além disso, fornece um passo a passo para ativistas que sonham em impactar a vida de sua comunidade ou os rumos do país. A opção de não se aprofundar no livro na questão da renovação política pode ser lida como sintoma de que essa causa fracassou? Decidi abordar na obra mais o caminho profissional que trilhei nos últimos 20 anos, nas áreas de relações institucionais e organizações sociais, e menos a minha atuação cívica dos últimos cinco anos.Já tem muita gente bacana estudando os movimentos de renovação, enquanto a questão do advocacy, que resumo como ações integradas de comunicação e pressão política em prol de uma causa, ainda é pouco pesquisada. Quis compartilhar esse ferramental.A renovação é um ciclo que se encerrou? As demandas sociais mudam conforme mudam o contexto, a política, a sociedade. Eventos como a pandemia mudam o curso da história, o zeitgeist [espírito do tempo], e consequentemente o que os grupos sociais demandam. O pico foi entre 2014 e 2018. Aí começou a arrefecer, mas há ainda um rescaldo. Com a crise da Covid-19, entrou o debate sobre gestão e experiência.O declínio se relaciona com o mandato de Jair Bolsonaro, presidente que se elegeu com discurso de renovação? Primeiro, é bom deixar claro que só quem estava em coma acreditou que Bolsonaro era renovação de alguma coisa. Ele era do sistema, mas muito espertamente e sem nenhum pudor se colocou como renovação, assim como surfou a onda da Operação Lava Jato.Acredito que, sim, possa ter tido um refluxo na questão por conta do Bolsonaro, em parte. E também por causa da falta de qualidade de alguns parlamentares que entraram. Com desempenho sofrível, foram ser youtubers no Congresso Nacional, com produção irrelevante e repetindo velhas mazelas e mecanismos.Não adianta ser uma pessoa nova, mas com ideias e métodos arcaicos. Renovação é algo que independe de idade, e a Marina [Silva] é um exemplo disso. Ela foi um grande motor da renovação e uma inspiração para muitos jovens.A desistência de Huck de se candidatar em 2022 teve a ver com a superação da onda de outsiders, os candidatos de fora do sistema? Nunca conversei com ele diretamente sobre isso, até porque ele nunca postulou que seria candidato. Mas analisávamos cenários e movimentações das forças políticas dominantes, com a mudança dos anseios do eleitorado. É claro que houve um certo declínio desse tema [renovação] como a questão política central, e esse é um fator que impacta a estratégia de qualquer candidato à Presidência. Mais Bolsonaro, que prometeu "botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil", inibiu a ebulição de causas ou conseguiu um efeito contrário? É cedo para concluir, mas já dá para ver algumas consequências. É fato que este governo faz o que estiver ao alcance para fechar o espaço cívico, tentar calar opositores, desacreditar quem pensa diferente, acabar com conselhos e fóruns participativos. Falando de participação social e ativismo, é o governo mais retrógrado desde a redemocratização.No entanto, a sociedade tem resistido com força e conseguido minimamente manter algumas questões livres desse fechamento total de espaço. [Setores da] Justiça, movimentos sociais, OAB, órgãos de Estado e várias outras organizações têm se aliado e reagido.Bolsonaro, então, não conseguiu matar o ativismo? De jeito nenhum. Nem teria poder para isso. Nem o militarismo todo, quando ilegalmente exerceu o poder no Brasil [na ditadura], conseguiu matar. Não vai ser um capitão excluído do serviço ativo do Exército que conseguirá. Espaço para causas sempre vai haver.O sr. era da ala do Agora! que quis em 2018 declarar apoio a Fernando Haddad (PT) no segundo turno, proposta que acabou sendo rejeitada na época, com o movimento optando pela neutralidade. Sob uma gestão petista, o cenário para o ativismo estaria diferente? Não posso dizer como seria um governo Haddad, mas algumas coisas efetivamente não mudariam. Por exemplo, o estado financeiro do Brasil. Desde a Dilma [Rousseff], já estávamos com escassez de recursos públicos. Nesse sentido, parcerias e destinação de recursos para ONGs diminuiriam de qualquer forma.Entretanto, é óbvio que faz muita diferença ter um governo, e seja ele de quem for, que diga que as organizações da sociedade civil têm seu papel e um que fala que ONGs são nocivas ao país e passa uma mensagem de que só o ativismo do outro lado é coisa de vagabundo, e o meu, não.Como, na sua visão, esse caldo de ativismos, ódios e paixões que o país vive vai desembocar em 2022? Eu não cometeria a sandice de fazer previsão de desfecho eleitoral, mas acho que a eleição vai ser pautada pelas causas que nos tocam neste momento de crise, como a questão da saúde gratuita como direito universal. Pautas que emergiram na pandemia, como o combate à fome e a busca de igualdade racial, vão impactar os temas discutidos.Como contornar a evidência de que o poder econômico é determinante para uma causa ser bem-sucedida? É um fato: quem tem mais poder econômico consegue defender seus interesses com maior facilidade no Brasil. Algo que impacta muito isso no país é a não regulamentação do lobby, da defesa de interesses específicos, que não é algo ilegal.Ao não regulamentar, os mais fortes e poderosos ficam sempre em vantagem. Mas não só organizações ricas conseguem ter sucesso, e dou o exemplo da Cufa [Central Única das Favelas].A ferramenta do advocacy deveria então ser democratizada? O desejo de torná-la mais acessível para mais pessoas foi o principal impulsionador do livro. Às vezes, a pessoa pensa que ativista é só a Malala [paquistanesa que milita pela educação], alguém distante que vai assumir uma pauta. Causa é aquilo que te move, te faz levantar do sofá, que te incomoda. E aí há infinitas possibilidades de atuação, quer seja assinando uma petição online, quer seja com uma carreira política.A campanha da Lei da Ficha Limpa e os atos de junho de 2013, citados no livro, foram bem-sucedidos em algum momento, mas se enfraqueceram ou se desvirtuaram. Defender uma causa pode também ser perigoso? Sem dúvida nenhuma. A Ficha Limpa vem sendo enfraquecida nos últimos anos, mas ainda assim está vigente há uma década. Já o Movimento Passe Livre, com uma organização mais horizontal e sem lideranças claras, conseguiu juntar gente e criar momentum, mas acabou arrefecendo. Enfim, acho que há espaço para todos, e é bom que haja esses movimentos orgânicos.Há quem veja 2013 como uma fagulha que levou à eleição de Bolsonaro. Foi se transformando. E sempre será assim, porque a sociedade é dinâmica e um ativista não tem controle total. Outros movimentos conseguiram pegar nacos e métodos daquela iniciativa para serem a base de um novo ciclo de manifestações. Mais A hipervalorização do papel da sociedade civil pode se confundir com defesa do neoliberalismo ou transferência de responsabilidades do Estado para o cidadão? Essa é uma crítica que caberia algumas décadas atrás. Com a revolução digital, a sociedade e o tempo de resposta que esperamos mudaram. Antes, canais de atuação e pressão eram muito limitados, na mão de poucos. Hoje há uma estrutura mais distribuída.Em uma sociedade como a brasileira, é impossível pensar que esse ente que chamamos de governo pode resolver tudo sozinho. As soluções só virão com todos à mesa. Não defendo Estado mínimo, acho uma bobagem. O Estado tem que ter o tamanho necessário para resolver os problemas. No Brasil, precisamos de um Estado grandinho, mas a sociedade precisa e deve ajudar.Como vê o senso comum de que o brasileiro é passivo, apático? Não acredito que haja uma cultura do imobilismo em relação às questões políticas. Sempre há uma parcela da população com ímpeto de se envolver mais, sair de casa, se mexer.O que afeta a mobilização no Brasil é a falta de renda de uma enormidade de cidadãos que precisam cuidar de problemas muito mais básicos e urgentes. Fica difícil imaginar que um cara que está pensando se vai ter ou não o que comer fará uma passeata na [avenida] Paulista. Talvez não tenha nem dinheiro para ir até lá.Apesar disso, vejo uma sociedade cada vez mais engajada, em níveis diferentes. Desde o ativista de sofá, que fica ali clicando e pelo menos está fazendo alguma coisa, até aquele que tem o ímpeto de criar um movimento, uma ONG.A febre do ESG (governança corporativa, social e ambiental, na sigla em inglês) no âmbito das empresas favorece o avanço de causas no curto prazo? O que se tem hoje é que 80% de empresas nem sabem ainda o que é ESG nem têm ideia de como começar. Acho que é positivo que nasça esse padrão e tenho uma visão realista. Acredito que, assim como a onda da sustentabilidade não tornou todas as empresas do mundo sustentáveis, a do ESG também vai ser duradoura.Como se sentirá se seu livro for usado para impulsionar causas das quais discorda, como maior acesso a armas ou proibição do aborto mesmo em casos legais? Já pensei bastante sobre isso [risos]. É uma preocupação, porque estou apresentando uma metodologia que pode ser usada para coisas que absolutamente estão muito distantes daquilo em que acredito.Por outro lado, há o benefício de ter mais e mais pessoas usando esse material para lutar pelas causas certas. Mas é aquilo: quando você cria uma mobilização, nem sempre sabe exatamente onde ela vai parar. E por isso você vai deixar de fazer?Leandro Machado, 43 Cientista político formado pela UnB e mestrando em administração pública na Universidade Harvard, trabalha com temas como advocacy, democracia e renovação política. Trabalhou em empresas como IBM, Shell e Natura e é um dos sócios da Cause, consultoria de defesa de causas. É cofundador da Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), do movimento Agora! e da plataforma Tem Meu Voto. Trabalhou na campanha de Marina Silva à Presidência em 2010 pelo PSB. Foi selecionado como Jovem Líder Global em 2015 pelo Fórum Econômico Mundial | 2021-12-02 04:10:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/12/pico-da-renovacao-politica-passou-diz-ativista-que-lanca-livro-sobre-mobilizacoes.shtml |
Elza Soares afirma que teve Covid e destaca vacina: 'Salvou minha vida' | A cantora Elza Soares disse que teve Covid-19 e foi assintomática. Em publicação no Instagram, ela destacou a importância de ter sido vacinada contra a doença. "Foi um susto pavoroso, mas ao mesmo tempo uma experiência que passei sem qualquer sintoma e venci o vírus. Eu tive Covid, e as vacinas salvaram a minha vida", afirmou ela.Ela acrescentou que fez questão de falar sobre o assunto como exemplo para outras pessoas. "Por favor, vacinem-se. Essa doença horrorosa é muito perigosa. Viva a ciência." Mais Elza Soares fará uma participação na série documental "Abre Alas", uma homenagem a mulheres pretas que abriram caminho no mercado musical para outras artistas.O projeto é uma parceria entre Hysteria, YouTube Originals e Conspiração e tem apresentação da cantora Agnes Nunes. Nomes como Sandra de Sá, Liniker e Tássia Reis também participam. | 2021-12-02 08:21:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/12/elza-soares-diz-ter-tido-covid-e-destaca-importancia-da-vacina-salvou-minha-vida.shtml |
Esculturas de onças-pintadas são expostas nas ruas de BH | No último mês, as ruas de Belo Horizonte foram ocupadas por diversas esculturas de onças-pintadas. As obras de arte fazem parte da Jaguar Parade BH 2021. O evento busca usar a arte para fazer as pessoas refletirem sobre a preservação da espécie.A exposição segue nas ruas até o dia 9 de dezembro. Também até essa data, as obras ficarão disponíveis em um leilão online. Os lances iniciais são de R$ 7.000 e metade do valor arrecadado será destinado para a ONG Onçafari, que trabalha pela preservação das onças-pintadas no Brasil."A gente elegeu a onça-pintada como um símbolo da fauna brasileira por ser um animal bonito e imponente, que está em uma situação de vulnerabilidade e, também, por ter um espaço bom para pintura", diz Caroline Barreto, diretora da Artery, empresa responsável pela mostra.Ao todo, 61 peças estão espalhadas pela capital de Minas Gerais. As obras foram criadas por artistas selecionados por meio de um edital. Vinte e seis delas foram pintadas em Belo Horizonte, exclusivamente para o evento, enquanto outras 35 vieram do acervo da primeira edição, realizada em São Paulo, em 2019.Ana Carolina Pádua, conhecida como Bobylly, foi uma das artistas selecionadas. Segundo ela, que já recebeu diversas fotos de pessoas ao lado de sua obra, a repercussão tem sido muito positiva, principalmente por parte das crianças."É muito bom poder conscientizar as pessoas através da arte. Às vezes, só falar não tem o mesmo impacto, o visual desperta o interesse e fica na cabeça das pessoas", diz Bobylly.No Brasil, a onça-pintada é um animal em situação vulnerável, com um declínio populacional nos últimos anos. Segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), o animal já foi extinto na região dos pampas e se encontra em situação mais crítica em biomas como a mata atlântica e a caatinga. A população de onças é maior no Pantanal e na Amazônia. Mais "Os maiores problemas que as onças enfrentam hoje em dia são a descaracterização dos habitats, a fragmentação das florestas, o desmatamento e o isolamento das populações", afirma Rogério de Paula, analista ambiental do Centro de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros do ICMBio.Segundo ele, outra questão que merece atenção é a caça a esses animais. Ela é motivada por medo e desconhecimento da espécie, retaliação a atitudes predatórias das onças, caça esportiva e ligada a tradições culturais.Receba no seu email reportagens, previsão do tempo e programação cultural de MG; aberta para não assinantes.Carregando...Buscando promover a conscientização da sociedade sobre esses animais, a primeira edição da Jaguar Parade foi realizada em 2019, em São Paulo. Naquela ocasião foram arrecadados cerca de R$ 600 mil. A metade desse valor foi destinada para quatro instituições: Onçafari, Ampara Silvestre, SOS Pantanal e Black Jaguar Foundation.Após a exposição nas ruas de Belo Horizonte, a próxima edição do evento acontecerá entre setembro e outubro de 2022 em Nova York.Além do compromisso com a causa animal, o evento também tem a proposta de aproximar a arte do cotidiano das pessoas. "Nosso objetivo é fazer as pessoas felizes, trazer um colorido para o dia a dia delas e aumentar esse contato com a cultura e com a arte", afirma Caroline Barreto.Para o artista Pedro Bahia, que pintou uma das onças, o mais interessante do evento é a promoção das obras fora de espaços considerados elitistas, como as galerias de arte."As pessoas se deparam com um elemento que não é comum na paisagem urbana e que desperta o interesse. A arte tem que estar na rua também, porque esse é um espaço democrático, onde todo mundo pode estar", diz ele.A gerente de projetos Ana Clara Assis, moradora do bairro Lourdes, em BH, passa sempre por alguns dos pontos onde as onças estão instaladas e as obras despertaram sua curiosidade."As onças mudam um pouco a paisagem diária e trazem mais cor para o nosso dia. E além desse impacto visual, é importante para refletirmos sobre a importância de protegermos esses animais tão característicos da fauna brasileira", diz ela. | 2021-12-02 06:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/esculturas-de-oncas-pintadas-sao-expostas-nas-ruas-de-bh.shtml |
Cientistas apostam em impressoras 3D para criar pele idêntica à humana | Uma impressora 3D solta uma solução aquosa e, em cerca de uma hora, ela se transforma em um pequeno material que, à primeira vista, assemelha-se a um plástico. Essa substância, no entanto, é um tecido fabricado artificialmente que será usado para testes de cosméticos. Hoje, substitui o uso de animais; no futuro, poderá ser aplicada à pele humana que não consegue se regenerar.São essas as premissas que guiam a 3DBS (3D Biotechnology Solutions), startup que tem uma parceria com a faculdade São Leopoldo Mandic. A empresa atua com uma tecnologia chamada bioimpressão."Utilizamos materiais vivos, como células humanas, para reconstrução de tecidos humanos", resume Ana Luiza Millás, diretora de pesquisa e desenvolvimento da empresa e doutora em engenharia química pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)."Hoje em dia, é possível fazer pequenos tecidos, como cartilagem, fragmentos de ossos, peles e modelos de tumor, com a tecnologia de bioimpressão, mas a promessa é que no futuro teremos órgãos mais complexos para entrar nas filas de transplante. Eu acredito que isso vai acontecer daqui a dez a 20 anos", explica a pesquisadora.A bioimpressora automatiza a construção de tecidos biológicos de forma padronizada e escalável. Ela funciona por meio de arquivos digitais, que são como desenhos que a impressora lê e imprime, camada a camada, exatamente com a forma que o pesquisador desejar.Quando comparada a impressoras 3D convencionais, uma bioimpressora tem suas diferenças. Ela precisa ficar em um ambiente totalmente asséptico, para evitar contaminações, e com células, funciona na temperatura máxima de 37°C. Uma impressora 3D comum, por exemplo, pode chegar até 240°C, diz Millás.Além disso, para gerar um material orgânico, a bioimpressora utiliza polímeros que são compatíveis com o corpo humano e biodegradáveis, como o colágeno e o ácido hialurônico.A partir daí, essas substâncias são misturadas em uma solução aquosa, transformando-se em um hidrogel, e depois é feita a adição de células humanas. Todo esse processo resulta na chamada biotinta, a matéria-prima básica de uma bioimpressora, que possibilita a formação de tecidos biológicos.Atualmente, a 3DBS só trabalha com a bioimpressão de tecidos utilizados na indústria cosmética e farmacêutica. Esses materiais simulam uma pele real, evitando o uso de animais como cobaias para testar esses produtos, mas não tem a mesma complexidade do maior órgão do corpo humano."Nós estamos reconstruindo camadas da pele e uma delas atua como barreira a entrada de microorganismos e proteção a desidratação", explica Millás. Mais No entanto, a intenção da empresa é atingir a medicina regenerativa, ramo da saúde que atua diretamente com o organismo de seres humanos. Um exemplo seria o desenvolvimento de um biocurativo que poderia ajudar na regeneração de uma pele que sofreu uma grande queimadura.Atingir esse fim demanda vascularizar o material. Um tecido impresso que não é vascularizado, ao ser aplicado em um ser humano, não consegue se manter por muito tempo saudável porque não receberia nutrientes e oxigênio pela falta de vasos sanguíneos.Desenvolver um tecido vascularizado consiste principalmente em adicionar mais células, tornando o processo de impressão mais complicado, por deixá-lo mais próximo do natural ao corpo humano.Atualmente, a startup utiliza dois tipos celulares —queratinócitos e fibroblastos, encontradas na pele humana. Para vascularizar o tecido, seria preciso adicionar mais dois tipos de células —as endoteliais e os pericitos, relacionadas com as formações dos vasos sanguíneos.Outro desafio de formar tecidos vascularizados é o próprio avanço tecnológico. "Conforme você for complexificando a quantidade de células e o tamanho das estruturas [dos tecidos], você vai colocando cada vez mais pressão nas tecnologias [necessárias para a bioimpressão]", afirma Pedro Massaguer, presidente da 3DBS.Ernesto Goulart, pesquisador do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células Tronco da USP, trabalha com bioengenharia tecidual e explica que a vascularização do tecido também pode ocorrer por um processo do corpo humano chamado angiogênese que consiste na formação de vasos espontâneos."As células começam a sentir que está faltando oxigênio em um tecido e daí sinalizam para as células vasculares próximas para fazer a angiogenese [de forma a formar novos vasos sanguíneos onde está defeituoso]. Então não necessariamente é preciso projetar todo o sistema vascular [do tecido impresso] porque o próprio corpo pode colaborar com a angiogênese", afirma.O objetivo de se aproximar o máximo possível de órgãos naturais pela bioimpressão se relaciona à biomimética, conceito que consiste basicamente em "chegar ao mais próximo do tecido nativo [de uma pessoa]", afirma Millás.Nesse caso, além de vascularizar os tecidos para ter as funções naturais da pele humana, os pesquisadores também se preocupam com o aspecto visual. Segundo Millás, a ideia é que o material, depois de ser aplicado, se adapte ao corpo de forma a ficar semelhante ao resto da pele."Depois de aplicado em uma ferida, a tendência é que [o material] ajude a regenerar o tecido e, com o tempo, será absorvido pelo corpo. Não é igual um curativo que você põe e depois precisa tirar. Na realidade, o próprio corpo assimila", explica.As expectativas de validar o uso de tecidos bioimpressos em humanos, entretanto, ainda têm um longo caminho. A empresa planeja iniciar os testes pré-clínicos em animais dos materiais sem vascularização em janeiro ou fevereiro de 2022 —para aqueles com vascularização, a previsão é para o primeiro semestre do próximo ano.Ainda será necessário fazer os testes clínicos junto a humanos. Só depois disso, será possível entrar com um pedido de avaliação na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar a autorização do produto.Goulart também ressalta que os testes em laboratórios não são suficientes para indicar o sucesso de um projeto como este."Muitas vezes nós vemos um ótimo resultado nos laboratórios e então fazemos teste em animais que podem dar certo ou não. Se deu certo, pode ser que quando chegar ao humano dê errado. Isso acontece porque as respostas são muito diferentes e estamos aumentando a complexidade do sistema", diz. | 2021-12-02 07:00:00 | equilibrio-e-saude | Equilibrio e Saúde | https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/12/cientistas-apostam-em-impressoras-3d-para-criar-pele-identica-a-humana.shtml |
Terceira via é incerta, e Moro ainda precisa passar por teste político, diz Lira | Às vésperas do ano eleitoral, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), enxerga um cenário político em que predomina a polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e diz que a terceira via está "bastante dividida"."Tem muitos eleitores que pensam: nem um nem outro. Mas quem vai personificar os interesses desse eleitor é que está difícil", disse em entrevista à GloboNews na noite desta quarta-feira (1).Para Lira, o ex-juiz Sergio Moro está em evidência porque teve a pré-candidatura a presidente recém-lançada, mas ainda será julgado sob o ponto de vista político. "Era um homem da Justiça, reconhecido pelos atos de juiz, certos ou errados. A política ainda vai testar."Na avaliação do presidente da Câmara, existe curiosidade em torno da figura de Moro, mas na política o tema do combate à corrupção, apesar de ser uma pauta de todos, não basta. Ele citou questões como o combate à fome e a necessidade de investimentos sociais."A vida não é tão fácil quando você está com uma caneta na mão e um papel em branco para fazer despachos", afirmou.Apesar de considerar que a Operação Lava Jato teve acertos, o político aponta erros grosseiros que culminaram com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de apontar a parcialidade de Moro em relação a Lula.Em março, após avaliação da Segundo Turma do STF, Lira afirmou que a parcialidade da operação "jamais poderá merecer o perdão da história".Aliado de Bolsonaro, o presidente da Câmara afirmou também que o centrão sempre garantiu a estabilidade do país e contribuiu inclusive com os governos dos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).Lira ainda desconversa sobre a própria reeleição para o comando da Câmara.Durante a entrevista, no entanto, ele afirmou que fez muitos esforços para dialogar no "chão de fábrica" do Legislativo, independentemente das ideologias políticas, e isso pode fortalecê-lo em uma eventual tentativa de permanecer no cargo.Discretamente, ele chegou a minimizar o apoio de Bolsonaro para a sua eleição ao afirmar que conquistou a confiança e o voto dos parlamentares, mesmo disputando com um candidato da oposição. Mais A defesa do Auxilio Brasil, programa social criado pelo governo e modificado pela Câmara, foi um dos pontos de destaque na entrevista de Lira."O grande erro nesse momento é misturar as 20 milhões de famílias brasileiras que passam fome com a eleição 2022", disse, ao tentar desvincular a criação do programa a uma prática eleitoreira. "A pandemia machucou muito e os que estão lá embaixo precisam desse auxílio".Ao ser questionado sobre o uso de recursos que seriam destinados a pagamentos de precatórios para o programa, Lira afirmou que não vê como uma alternativa orçamentária viável o corte de recursos de emendas parlamentares. Para ele, isso atingiria investimentos em áreas como o saneamento básico e outros programas sociais."A realidade do Brasil de verdade é muito diferente da realidade de Brasília", pregou. "As emendas são necessárias".Ainda sobre os precatórios, o presidente da Câmara defendeu a criação de uma comissão para avaliar no futuro os pagamentos das dívidas que forem reconhecidas pela Justiça.Com votação prevista para esta quinta (2) no Senado, a PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios viabiliza o Auxílio Brasil de R$ 400 no próximo ano. O governo quer estabelecer um teto para a quitação de precatórios. Os que não entrarem nessa lista serão adiados e quitados em anos posteriores. Mais | 2021-12-02 07:05:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/12/terceira-via-e-incerta-e-moro-ainda-precisa-passar-por-teste-politico-diz-lira.shtml |
Terreiros de umbanda são alvos de ataques no interior de SP | Nos últimos 90 dias, ao menos três terreiros de umbanda de Sumaré, a 120 km de São Paulo, foram alvos de intolerância religiosa. Criminosos invadiram os locais, destruíram imagens e outros acessórios sagrados.Os religiosos afirmam que se sentem desamparados. Eles procuraram os políticos locais e uma representação foi protocolada no Ministério Público.O primeiro desses ataques aconteceu na madrugada de 11 de setembro, no Terreiro Oxalá e Iemanjá, no Jardim Bela Vista. O portão foi estourado e os criminosos vandalizaram todo o local, quebraram os objetos utilizados nos rituais religiosos, rasgaram as roupas de santo e ainda tiraram o relógio medidor de energia do poste. Tudo ficou espalhado pela casa.O segundo ataque ocorreu em 7 de outubro, na casa espiritual Pai João da Guiné, no Jardim Picerno, no período da manhã. Várias imagens de santos foram quebradas e os atabaques, rasgados.A terceira tentativa de invasão ocorreu neste mês, no terreiro de uma mãe de santo que registrou o boletim de ocorrência, mas, por medo de represálias, ela não revela o local nem a data. Os criminosos não conseguiram invadir a casa, mas vandalizaram a fachada e arrancaram o toldo."É dever do Estado proteger o cidadão e a casa de oração, seja ela católica, evangélica, budista, kardecista, seja de matriz africana. Sentir esse racismo religioso, essa intolerância religiosa comendo a gente vivo, deixa a gente bastante chateado", diz Fabiana Cavalcanti, 39, dirigente da Casa de Caridade Pai João de Oyó, que representa a maioria dos pais e mães de santo de Sumaré.Vários terreiros em funcionamento informaram que perceberam um carro Chevrolet Corsa rondando suas imediações. A placa foi anotada, mas na consulta constou um Chevrolet Meriva. "Vários pais e mães reclamaram sobre isso. Disseram que ele passa bem devagar, tira várias fotografias e sai cantando pneu. Estamos bem apreensivos", relata.A cada dia de realização da gira (culto), o medo é o companheiro constante dos religiosos. "Cada casa coloca um dos filhos para vigiar a entrada. É perigoso, mas orientamos para apenas tentar tirar fotos e filmar", conta Fabiana."Sou mãe de santo há muito tempo e eu não posso deixar que outro irmão meu de fé venha me ligar chorando mais uma noite porque perdeu tudo nesses ataques", afirma. "Sumaré está esperando um corpo de um pai ou uma mãe de santo estendido no meio do terreiro, com um tiro no peito, para selar a intolerância religiosa e o racismo religioso."A líder religiosa reclama que desde o primeiro ataque houve reuniões entre eles e contatos com assessores de políticos, mas nada foi feito.Edna Lourenço, presidente da Armac (Associação de Religiosos das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana de Campinas e Região) diz que onde há desrespeito a fiéis, rituais, sacerdotes e casas religiosas, agressões e violências de qualquer tipo, há intolerância religiosa."Cabe ao poder público coibir atos e posturas de intolerância religiosa, em suas diversas manifestações, em qualquer espaço da sociedade brasileira. A intolerância manifesta-se pela violência simbólica, física e psicológica. As agressões começam com palavras e ofensas aos fiéis e aos deuses africanos, passam pela destruição de casas e símbolos religiosos e chegam ao extremo com o assassinato dos seus membros", comenta Edna.No último dia 21 de outubro, ela fez uma representação no Ministério Público expondo as situações recentes enfrentadas em Sumaré, além de outras cidades da região.A Promotoria informou que um inquérito civil está em fase de instrução e que aguarda resposta de ofício encaminhado ao Deinter 2 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo) para que informem quantos boletins de ocorrência sobre intolerância religiosa foram registrados em 2020 e 2021.Na semana passada (25), o vereador William Souza (PT), presidente do Legislativo local, encaminhou ofícios para a Secretaria Municipal de Segurança Pública, para o Comandante do 48º Batalhão de Polícia Militar do Interior e para o delegado do município apontando os problemas e pedindo providências para o reforço da segurança dos templos.A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informa que o caso ocorrido em 7 de outubro é investigado pelo 2º DP de Sumaré. O segundo caso teve o boletim registrado pela internet indeferido, mas foi efetuado pessoalmente. "A unidade também investiga um furto de fios em um centro espírita ocorrido em 11 de setembro. Diligências prosseguem visando à identificação dos autores de ambos os delitos. Quanto ao BO registrado pela Delegacia Eletrônica, o mesmo foi indeferido por divergências nos dados", diz. | 2021-12-02 08:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/terreiros-de-umbanda-sao-alvos-de-ataques-no-interior-de-sp.shtml |
'Um Lugar ao Sol': Ana Baird celebra Nicole e cita impactos da gordofobia | Ser filha dos atores Antônio Pedro, 81, e Margot Baird, 76, fez com que seguir a carreira artística fosse uma coisa natural para Ana Baird. Tudo começou quando ainda era uma menina de cinco anos, matriculada no balé clássico após dizer ao pai que queria ser atriz. Para ele, esse era um pré-requisito.Quarenta e seis anos depois, Ana, 51, se delicia com seu trabalho de maior destaque. Ela dá vida a Nicole, uma mulher vítima de gordofobia dentro e fora de casa, e que se vê envolta em inseguranças e desentendimentos em "Um Lugar ao Sol" (Globo), de Lícia Manzo, que ocupa hoje horário nobre na Globo.Baird estava longe das novelas havia 30 anos quando chegou o convite, "lá por volta de 1915, antes da pandemia", brinca a atriz em conversa por telefone. Com muita simpatia e risadas a todo tempo, a atriz conta que até duvidou quando viu a mensagem de Maurício Farias, diretor artístico da trama, no celular. Mais "Foi um negócio tipo, meu Deus do céu. Uau! Nessa altura do campeonato... Uma loucura. Muito bom, não esperava mesmo", afirma em tom empolgado e sem pausas na fala. Ela até havia mandado seus dados atualizados à produtora de elenco Andrea Imperatore, mas não sabia em que projeto ela atuava.O convite obviamente foi aceito. Vieram encontros com o elenco, leituras de texto, e de repente: a pandemia. Ana Baird diz que foi outra loucura, mas também vê pontos positivos na paralisação que pegou a produção de surpresa no início de 2020. "Foi bom para acalmar minhas expectativas, tive mais tempo para entender isso", dizNo final, as gravações se estenderam por mais de um ano, passando por dois período de paralisação devido a agravamentos da pandemia, e muitos protocolos sanitários, que chegaram a mudar algumas vezes nesse período. Para Baird, uma situação que aproximou mais os atores. "A gente só vivia aquilo."Ao ser questionada sobre as parcerias formadas no set, a atriz é só elogios a Alinne Moraes, 38, e Andrea Beltrão, 58. As três são irmãs na trama, que vivem uma relação bem típica de irmãos, com muita cumplicidade, mas também com muitos atritos. O pai desse trio é Santiago, vivido por José de Abreu, 75.E muitos dos atritos envolvendo Nicole e sua família giram em torno de seu peso. Se por um lado Bárbara (Alinne Moraes) a constrange com censuras aos seus hábitos alimentares, por outro é ela também que defende a irmã do pai, que a classifica como preguiçosa e sem vontade para emagrecer.Baird afirma que emprestou a Nicole muito de suas experiências, já que tem o mesmo "tamanho da personagem" e também muito das consequências que a gordofobia deixa. E para a atriz, isso aparece na forma dos rompantes e ataques que a personagem tem, principalmente, contra seus familiares."Nicole é crítica, fala as coisas, chega a ser grosseira às vezes. Mas é por causa de um lugar dolorido que ela tem. Achei muito importante a personagem trazer essa dor. As pessoas têm que saber o impacto do que elas falam. As pessoas praticam gordofobia com o pretexto de ajudar, só que isso não ajuda." Mais "As pessoas falam ‘quero o melhor para você’, mas não! Não é assim que você vai me ajudar", continua. "Não é querendo que eu mude meu corpo que você vai me ajudar. Existe a questão de saúde? Sim. Algumas pessoas gordas têm problemas de saúde, mas não são todas. Então colocar a pessoa gorda num lugar de doença é a questão."E para mostrar que gordo não é doente, a atriz teve a ajuda do figurinista Antônio Medeiros, que lhe garantiu "looks bafônicos". "Nicole se veste muito bem e isso ajuda muito. Apesar de ela passar por aquilo tudo, tem algum lugar de aceitação ali dentro dela. O que para mim foi muito legal de mostrar. Mostrar meu corpo, mostrar minhas pernas, mostrar quem eu sou, esse é meu corpo e está tudo bem."Apesar disso, Baird diz que Nicole "vai sofrer um pouco ainda" na trama de "Um Lugar ao Sol". E a reviravolta virá apenas quando a personagem iniciar um romance com Paco (Otávio Müller), um dublador, como ela, mas que diferente da personagem dela aceita muito bem seu corpo, mesmo estando acima do peso.Apesar de ter iniciado sua "preparação" para ser atriz aos cinco anos, com aulas de balé clássico, Ana Baird fez sua estreia aos sete, na peça "Os Saltimbanco". A irmã, Alice Borges, na época com 11 anos, estava lá ao seu lado. Mas antes disso, as duas já estavam nos palcos, na coxia, na plateia e em todas as partes do teatro.Morando com o pai, ela conta que ia para o teatro nas noites em que ele não tinha com quem deixar ela e a irmã. E mesmo dentro de casa, ela estava rodeada pelo teatro. Tinha ensaios constantes, leituras na sala de estar e purpurina de figurinos por todo lado, até dentro da geladeira. "Uma maluquice", afirma ela.As novelas, no entanto, foram poucas: "Final Feliz" (Globo, 1982), quando tinha entre 12 e 13 anos, e depois "Que Rei Sou Eu" (Globo, 1989) e "Sexo dos Anjos" (Globo, 1989-1990), já por volta dos 19 anos. Depois veio um hiato de 30 anos, onde a atriz focou o teatro, a música e se deu ao direito até mesmo de "chutar o balde"."Eu sinto que não estava nesse lugar [fazendo novelas] porque não me permiti estar. E talvez o mundo não estive pronto também para ter uma mulher gorda em um lugar de destaque. Não tenho uma única explicação para esse tempo todo sem fazer novelas", afirma Baird que, nem por isso, parou de trabalhar no meio artístico.Além das peças e músicas, ela afirma que sempre foi curiosa em relação a questões espirituais e de autoconhecimento, o que a levou a se formar em thetahealing, sendo hoje terapeuta e instrutora desse tipo de meditação, e a fazer mapa astral. "Me envolvi com muita coisa. Às vezes por necessidade, outras para abrir o meu leque.""Ser uma atriz que não está em evidência por muitos anos pode ser desafiador. Tanto que chegou uma hora que desisti. Chutei o balde, me mudei para serra e abri um bar, chamado Lado B, fiquei dois anos trabalhando lá. Foi um sucesso, mas era um trabalho insano. É maneiro, mas, rapaz, que trabalheira", recorda.Analisando esse período, Baird diz que foi dolorido e muito bom. "Tive distanciamento para olhar a carreira, o sucesso que eu projetava, se vinha e não vinha. No fim, não desisti da carreira artística, mas de uma expectativa que tinha em cima da profissão. Encontrei aceitação, fiquei tranquila, em paz, feliz".Hoje, Baird permanece em Nova Friburgo, região serrana do Rio, mas não mais no Lado B. Vive com o marido, o músico Ricardo Ferraz, com quem está há mais de dez anos, e os dois gatos do casal. Busca financiamento para lançar sua peça, "Chave de Cadeia", e espera novas oportunidades, talvez novas novelas. | 2021-12-02 04:00:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/12/um-lugar-ao-sol-ana-baird-celebra-nicole-e-cita-impactos-da-gordofobia.shtml |
A Fazenda 13: Dayane, Marina e Solange disputam roça; vote na enquete | Dayane Mello, Marina Ferrari e Solange Gomes disputam a permanência em A Fazenda 13 (Record) nesta semana. Uma das três será a décima primeira eliminada do programa e deixa a competição nesta quinta-feira (2).Rico Melquiades, que havia recebido cinco votos dos colegas, conseguiu se livrar da berlinda porque ganhou a Prova do Fazendeiro. Na votação de terça-feira (30), ele havia puxado Dayane para a disputa. Além disso, a modelo foi vetada por Marina de participar da prova que poderia salvá-la.Marina, por sua vez, foi parar na roça após Sthe Matos decidir que ela e Aline Mineiro disputariam uma votação exclusiva para decidir qual das duas iria para a roça. Esse poder foi dado à influenciadora pela chama vermelha, que ela ganhou de Dynho Alves. Mais Por fim, Solange foi a indicação do fazendeiro MC Gui.A prova que sagrou o novo fazendeiro consistia em uma série de atividades inspiradas em desafios do TikTok. O primeiro era inspirado no jogo conhecido como "O Chão É Lava".Na prova, os participantes precisavam fazer um circuito no menor tempo possível sem encostar o pé no chão. Marina saiu na frente, completando o circuito em 44 segundos, contra 49 de Rico. Já Solange precisou de 1 minuto e 55 segundos para completar a prova.Na sequência, a prova era inspirada no "Desafio do Copo", em que as pessoas fazem um copo escorregar por uma mesa, sem deixá-lo cair do outro lado. Quanto mais próximo do final da mesa, maior a pontuação.No programa, o copo foi substituído por um balde. Cada participante tinha 3 chances, sendo a maior pontuação a que valeria para a disputa. Solange alcançou a pontuação máxima, de 15 pontos, enquanto Marina e Rico conseguiram 14 cada um.Por fim, o último desafio era inspirado no "Jogo da Velha". Os participantes disputavam entre si quem conseguia encontrar primeiro três logomarcas do patrocinador escondidas atrás de um painel. Rico venceu as disputas com Marina e com Solange, enquanto Marina venceu apenas a disputa com Solange. Esta última, perdeu todas as rodadas.Ao final, a apresentadora Adriane Galisteu revelou as pontuações que cada prova em disputa (antes, só o público sabia). Com 100 pontos por ter vencido o "Jogo da Velha", Rico se tornou o fazendeiro da semana pela terceira vez. Solange ficou com 75 pontos, enquanto Marina ficou com 50. Mais | 2021-12-02 00:13:00 | televisao | Televisão | https://f5.folha.uol.com.br/televisao/a-fazenda-13/2021/12/a-fazenda-13-dayane-marina-e-solange-disputam-roca-vote-na-enquete.shtml |
Pai de Meghan Markle pede para ver netos e acusa filha de só se preocupar com dinheiro | Thomas Markle, pai de Meghan Markle, 40, com quem mantém uma tensa relação, pediu à filha, em uma entrevista na terça-feira (19), que o deixe ver os netos, ao mesmo tempo em que a acusou de se preocupar apenas com dinheiro."Estamos em um ponto em que acho que devíamos ambos amadurecer, conversar, nos reconciliar pelo bem das crianças", afirmou, referindo-se ao neto Archie, nascido em 2019, e a sua neta Lilibet, que nasceu em junho passado.A entrevista foi concedida de sua casa, no México, ao canal britânico ITV. Diretor de iluminação aposentado de Hollywood, Markle, de 77 anos, não tem contato com sua filha desde que ela se casou com o príncipe Harry, em maio de 2018. Ainda não conheceu seus netos. Mais "Isso é ridículo, quase quatro anos, é uma loucura", considerou. "Sua bisavó é a rainha da Inglaterra e acho que é importante que saibam que têm duas famílias e que, com o tempo, vão crescer e vão querer saber mais sobre elas", acrescentou.Como já havia feito em entrevistas anteriores, não poupou ataques à sua filha, que ficou famosa como atriz na série de televisão "Suits". Segundo Markle, Meghan quer que ele pare de falar com seus outros filhos, fruto de um segundo casamento."Não poderia", afirmou. "Ela nunca tinha sido assim", mas, "depois que ficou com Harry, ela mudou", reclamou.Markle se separou de Doria Ragland, a mãe de Meghan, quando ela era criança. Nesta terça-feira, ele também acusou sua filha e o príncipe Harry de se preocuparem apenas com a riqueza: "Essa é a única coisa que parece importar para eles agora". | 2021-10-19 08:52:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/10/pai-de-meghan-markle-pede-para-ver-netos-mas-acusa-filha-de-se-preocupar-com-dinheiro.shtml |
Glória Menezes faz 87 anos e lembra com a nora que 'navio foi seu primeiro palco' | Nesta terça (19), dia em que Glória Menezes comemora 87 anos, Mocita Fagundes, nora da atriz, publicou no Instagram uma imagem da sogra aos 5 anos, quando ela estava se mudando com a família do Rio Grande do Sul para São Paulo."E ela me conta com o mesmo brilho nesse olhar vivaz de menina que o navio foi seu primeiro palco", relata Mocita na legenda. Segundo a descrição, artistas a bordo viram na menina "aquela chama" e a convidaram para se apresentar no palco do navio."Hoje ela me conta essa história, rindo da sua molecagem, porque 'ensaiava' com o grupo, escondida da mãe —a fim de fazer uma grande e amorosa surpresa. Para os músicos embarcados não era surpresa nenhuma. Essa menina da foto, de olhar curioso, nasceu artista!", escreve Mocita, que é casada com Tarcísio Filho. Mais "Existem pessoas que mantêm o brilho no olhar. O mesmo brilho infantil da busca, do aprendizado, do amor pela vida. Aos 87 anos a Glória mantém essa luz. Amo sem fim ouvir suas histórias. Sempre digo que a Glória seria uma grande professora! Ela fala com vontade, encantando a gente", acrescenta Mocita.A nora de Glória Menezes publicou outras fotos e mensagens parabenizando a atriz pelo seu aniversário.Após a morte de Tarcísio Meira em agosto, a artista voltou a morar no Rio. Anteriormente, por causa da pandemia, ela e o ator tinham se isolado na fazenda da família em Porto Feliz, interior de São Paulo.O casal recebeu diagnóstico positivo para a Covid-19 no início de agosto. Ambos foram internados no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Tarcísio morreu no dia 12 de agosto, vítima de complicações da doença.Glória se recuperou e teve alta poucos dias depois. Os atores estavam juntos desde 1962. Em setembro de 2020, eles encerraram o contrato que tinham havia mais de 50 anos com a Globo. | 2021-10-19 08:38:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/10/gloria-menezes-faz-87-anos-e-lembra-com-a-nora-que-navio-foi-seu-primeiro-palco.shtml |
Como a alfabetização sofreu na pandemia: 'criança que já deveria saber ler ainda não domina o abc' | Na turma da professora Ana Carolina Guimarães há, hoje, desde crianças que já conseguem ler textos com facilidade até os alunos que, aos 8 ou 9 anos de idade, ainda sequer criaram familiaridade com todas as letras do alfabeto.O cenário da volta às aulas preocupou a professora do 3° ano do ensino fundamental 1 na Escola Estadual São Bento, em Belo Horizonte (MG) —que por enquanto está funcionando em modelo híbrido, em que as crianças alternam entre uma semana na escola e uma semana no ensino remoto.A preocupação da professora se deve ao fato de que, em condições normais, na 3ª série, as crianças já costumam estar na fase final do aprendizado básico de leitura e escrita."Todos os alunos teriam que estar lendo, e não é a realidade. Percebemos que há uma carência nesse retorno às aulas e que a alfabetização foi muito afetada pela pandemia", diz Guimarães à BBC News Brasil. Crianças vulneráveis de 5 a 10 anos de idade —e, portanto, as que cursam o final da educação infantil e todo o ensino fundamental 1— foram um grupo particularmente sensível às dificuldades dos mais de 18 meses de ensino à distância na pandemia. É porque elas estão em uma fase crucial de seu desenvolvimento escolar: a da alfabetização e da consolidação da leitura, da escrita e dos fundamentos matemáticos. E também porque, nessa idade, elas têm pouca autonomia no ensino remoto, e portanto o contato próximo aos professores fez muita falta.Em abril, uma pesquisa divulgada pela Unicef (braço da ONU para a infância) e a organização Cenpec Educação apontou que a faixa etária correspondente ao ensino fundamental 1 foi a mais afetada pela exclusão escolar durante a pandemia.Segundo a pesquisa, das mais de 5 milhões de crianças e adolescentes que estavam sem acesso à educação no Brasil em novembro de 2020, cerca de 40% tinham entre 6 e 10 anos de idade."Isso engloba desde crianças que não estavam matriculadas nas escolas ou que, no último mês (antes da pesquisa), não tinham tido nenhum tipo de contato com sua escola, nem por WhatsApp ou por acesso às aulas online. E o vínculo com a escola é importantíssimo", explica Anna Helena Altenfelder, presidente do Cenpec.Um ponto crucial é que, até a ruptura causada pela pandemia, essa era uma faixa etária em que o ensino estava praticamente universalizado no Brasil, ou seja, quase todas as crianças dessa idade estavam frequentando a escola.Além disso, o ensino fundamental 1 público vinha melhorando constantemente seus indicadores de ensino —e embora estivesse aquém do ideal, repetidamente superava as metas oficiais de desempenho na grande maioria dos Estados brasileiros. Segundo os dados mais recentes, de 2019, o Brasil tinha em média 57% dos alunos do 5° ano do fundamental 1 com conhecimentos adequados em língua portuguesa, aumento de sete pontos percentuais em relação a 2015.Agora, a pandemia reverteu, pelo menos temporariamente, essa universalização corre o risco de trazer retrocessos conquistados ao longo de décadas, aponta o economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social e especialista em mensuração de desigualdades.Neri identificou que a taxa de evasão escolar (ou seja, de crianças fora da escola) nas idades de 5 a 9 anos era de apenas 1,39% em 2019, mas subiu para 5,5% no final de 2020 —o maior aumento percentual entre todas as faixas etárias."Era a faixa etária onde a gente havia tido grandes avanços não apenas na universalização, a partir dos anos 1990, mas também na aprendizagem", diz Neri à BBC News Brasil.O economista explica que, para além do fato de muitas crianças dessa idade estarem na delicada fase de alfabetização, elas também são desproporcionalmente mais afetadas pela desconectividade e pela pobreza no Brasil."A criança de 5 a 9 anos tem menos intimidade com a internet que um adolescente e ela é, em geral, mais pobre —o ápice da pobreza no Brasil é nessa faixa etária", particularmente em famílias mais numerosas e sem renda suficiente ou ainda sem aposentadoria, pontua.Não à toa a evasão observada por Neri foi mais aguda nas regiões mais remotas e carentes do país (principalmente na região Norte), e entre a população negra, também desproporcionalmente afetada pela desigualdade social e de renda.Agora, uma preocupação de especialistas e educadores é que as lacunas na alfabetização durante a pandemia, caso não sejam enfrentadas, virem uma bola de neve que prejudique o desempenho das crianças nas etapas seguintes de ensino."A urgência é que essa fase do aprendizado é fundamental: as competências de leitura e escrita que a criança desenvolve ali são cruciais para seguir com a aprendizagem", diz Anna Helena Altenfelder."E para aprender a ler e escrever elas precisam de experiências pedagógicas intencionais e de interações (com adultos e entre si) que não aconteceram na quantidade necessária durante a pandemia."Mas isso não significa que essas crianças estejam "fadadas a arrastar esse fracasso" ao longo de sua vida, prossegue a educadora, sobretudo porque elas ainda têm bastante tempo de anos escolares pela frente."Um trabalho consistente certamente é capaz de resgatar essas competências de leitura e escrita. (...) É algo possível e que sabemos fazer no Brasil —temos experiência com classes de aceleração de aprendizagem e correção de fluxo escolar (ou seja, de adequar a idade da criança à série que ela deve cursar). Mas as escolas não farão isso sozinhas, os professores vão precisar de apoio."Na turma da professora Ana Carolina Guimarães, em Belo Horizonte, citada no início desta reportagem, a combinação de pobreza e desconexão marcou a trajetória escolar de muitos alunos durante os meses de escola fechada."Trabalhamos com crianças carentes. Algumas não tinham nem condições de ir buscar na escola a cesta básica que foi oferecida. Imagina então ter internet para fazer aula online", explica.Agora, ela está avaliando as crianças uma a uma, e "conversando de família em família, para identificar quais são as maiores dificuldades. Quando os pais não são alfabetizados, por exemplo, a gente tem que ficar muito mais próximo aos alunos".Uma vez por mês, Guimarães tem ligado para cada aluno para ouvi-lo ler um texto para ela e, assim, medir sua capacidade de leitura. "E cada vez que eles evoluem, me mandam um áudio (de WhatsApp), comemorando", conta.Os alunos também são convidados a fazer um podcast explicando as atividades para os colegas que tenham mais dificuldades, prossegue a professora.Guimarães e suas colegas professoras da Escola Estadual São Bento transformaram esse desafio pedagógico em um projeto de trabalho no curso de pós-graduação de Aprendizagem Criativa, que cursam na PUC Minas em parceira com o instituto educacional Iungo e o governo mineiro.O objetivo é que o projeto, focado na recuperação da alfabetização das crianças, possa ajudar não apenas as turmas individuais de cada professora envolvida, mas toda a escola."Isso porque a demanda não é só minha: se o aluno não se alfabetizar até o terceiro ano, isso vai virar um problema para o professor do quarto ano", aponta.Agora que os alunos começam a voltar a frequentar a escola com mais regularidade, desafios como o enfrentado por Guimarães estão frequentes na pós de Aprendizagem Criativa, explica Paulo Emilio Andrade, diretor do Instituto Iungo."Mas os professores estão vendo que, em vez de empurrar o problema para a frente, conseguem construir soluções para seus alunos avançarem", diz Andrade. No curso, a ideia é, a partir dos problemas identificados em sala de aula, seja possível elaborar atividades e estratégias que ajudem a engajar as famílias e as crianças na recuperação da aprendizagem.Para Anna Helena Altenfelder, do Cenpec, de fato será necessário agir de modo amplo para evitar que as defasagens de alfabetização escalonem em diversas partes do Brasil."As redes e secretarias de ensino vão ter que se organizar de forma diferente. E seria necessário haver a coordenação técnica e financeira do Ministério da Educação em projetos de apoio aos municípios (que concentram a maior parte das escolas de fundamental 1 no país)", diz ela —criticando o que vê como inação federal nas ações de enfrentamento à pandemia e a ênfase da pasta em projetos polêmicos e de baixo alcance, como o de ensino domiciliar e o de escolas cívico-militares.O ministério, por sua vez, diz à reportagem que fez destinação emergencial de recursos por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE); criou uma plataforma para apoiar professores e trabalhadores da educação no planejamento e execução de atividades e planos de aula para alunos que estão aprendendo a ler e escrever; e tem oferecido, para famílias, um aplicativo gratuito e o programa de contação de histórias Conta pra Mim de forma a apoiar o letramento dentro de casa.E afirmou à reportagem que seus cursos online recém-lançados sobre práticas de alfabetização estão entre os mais frequentados (e bem avaliados) pelos professores."Ciente da gravidades dos impactos desse evento (pandemia) sobre a educação, a Secretaria de Alfabetização do MEC estive ativa em elaborar ações e projetos para dirimir (o problema), não apenas voltados às crianças, mas também aos profissionais da educação", diz a pasta, por e-mail.Segundo Altenfelder, agora será necessário buscar ativamente os estudantes desvinculados da escola neste período pandêmico, olhar individualmente para a realidade de cada escola e criar uma espécie de "acolhimento em cascata", que responda às dificuldades emocionais e de aprendizado vividas na pandemia —com a ajuda dos setores de assistência social e saúde."Os alunos vão precisar de acolhimento por parte dos professores, que precisarão ser acolhidos por seus diretores de escola, e estes, pelos seus secretários e assim por diante", diz.Esse olhar individualizado, seguido de intervenções concretas, diz ela, pode ajudar a amenizar os enormes abismos que ficaram latentes durante a pandemia.Um exemplo desse abismo, explica o economista Marcelo Neri, é exposto na quantidade de horas-aula que crianças de diferentes extratos sociais tiveram. Ele calcula que, em média, alunos de 6 a 15 anos das classes A e B tiveram, na prática, mais de 50% de tempo a mais de aulas online em comparação com os alunos da classe E durante a pandemia.Esses alunos pobres também tiveram menos acesso a atividades escolares e, quando as receberam, dedicaram menos tempo a elas.Particularmente na faixa etária das crianças em fase de alfabetização, o risco é o Brasil "regredir duas décadas no acesso e meninos e meninas à educação", na visão do Unicef."Crianças de 6 a 10 anos sem acesso à educação eram exceção no Brasil, antes da pandemia. Essa mudança observada em 2020 pode ter impactos em toda uma geração", afirmou, em abril, Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil."É essencial agir agora para reverter a exclusão, indo atrás de cada criança e cada adolescente que está com seu direito à educação negado, e tomando todas as medidas para que possam estar na escola, aprendendo." | 2021-10-19 08:12:00 | educacao | Educação | https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/10/como-a-alfabetizacao-sofreu-na-pandemia-crianca-que-ja-deveria-saber-ler-ainda-nao-domina-o-abc.shtml |
Cuba cometeu tortura e abusos em repressão a protestos, afirma ONG | Um relatório da ONG Human Rights Watch divulgado nesta terça (19) aponta que mais de 130 cubanos foram vítimas de abusos cometidos por agentes da ditadura durante as manifestações de 11 de julho.Os atos, provocados pelo desabastecimento de alimentos e remédios, acusaram problemas na resposta do governo à pandemia de coronavírus e pediram mais liberdade de expressão. Os primeiros focos da revolta, que indicava não ter uma liderança aparente, foram manifestações de artistas contra um decreto do líder Miguel Díaz-Canel que buscava regulamentar e controlar a atividade artística.Na semana passada, o tema voltou à tona, com o regime recusando-se a permitir as novas mobilizações, marcadas para 15 de novembro, e os manifestantes afirmando que sairão às ruas mesmo assim.De acordo com o levantamento da Human Rights Watch, realizado por meio de entrevistas telefônicas com mais de 150 pessoas, as forças de repressão realizaram detenções arbitrárias e cometeram maus-tratos, além de terem recorrido ao uso de força em procedimentos de prisão e interrogatório.Segundo esses relatos, muitos detidos ficaram dias sem poder dormir e foram deixados nus em celas sem iluminação depois de sofrerem agressões físicas. Mulheres afirmam ainda terem sido alvo de abusos sexuais. Tampouco havia nesses locais condições adequadas de higiene, distribuição de máscaras ou mesmo água e sabão —medidas indicadas para evitar a contaminação por coronavírus.Na newsletter de Mundo, semanalmente, as análises sobre os principais fatos do globo, explicados de forma leve e interessante.Carregando...As principais testemunhas do relatório são ativistas, jornalistas, advogados, vítimas da repressão e seus parentes —a ONG também investigou vídeos e gravações realizadas no dia dos protestos. Há, ainda, diversos relatos de ameaças a familiares de pessoas que estavam presas.O documento indica também que os abusos foram cometidos em quase todo o território cubano, em 13 das 15 províncias, e que foram uma resposta a um movimento "em sua imensa maioria" pacífico.A reação das autoridades cubanas demonstrou, de acordo com a organização, um padrão para a repressão, com a prisão de centenas de manifestantes e simpatizantes, "incluindo críticos conhecidos e cidadãos comuns", e casos de abuso e de desrespeito a protocolos de interrogatório."O governo respondeu com uma estratégia brutal de repressão destinada a instalar medo e suprimir as dissidências", afirma Juan Pappier, pesquisador da Human Rights Watch. "Manifestantes pacíficos foram detidos de modo sistemático e deixados sem comunicação. Houve abusos em condições horrendas e julgamentos falsos que seguem padrões de tipo de violação de direitos humanos." Mais O relatório ainda dá conta da participação dos "boinas negras", esquadrão especial que responde ao Ministério do Interior, além de guardas civis em apoio às forças de segurança.Um dos casos relatados no documento da ONG é o de Juan Raúl del Río Noguez, 75, que ia à casa de familiares a pé quando viu a marcha e resolveu participar do ato. Ao notar que um parente estava sendo preso, tentou intervir e acabou detido por dois agentes, que o levaram de carro até uma delegacia.Depois de um interrogatório, ele foi encaminhado para a prisão de Aldabó, onde ficou numa cela com outros três prisioneiros, sem direito a um advogado ou a sair à luz do dia. Terminou condenado a um ano de prisão por "promover desordem pública".Outro caso é o dos irmãos Michel, 20, e Ana Laura, 22, detidos em Matanzas durante a manifestação. O jovem conta que, no interrogatório, foi chutado por oito policiais antes de ser levado para a prisão Combinado del Sur. Ambos também foram acusados de "promover a desordem pública", mas estão em liberdade desde agosto, aguardando julgamento. | 2021-10-19 07:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/10/regime-cubano-cometeu-tortura-e-abusos-em-repressao-a-protestos-diz-ong.shtml |
Brasil ocupa 75º lugar em ranking de competitividade para atrair e desenvolver talentos | O Brasil está em 75º lugar em um ranking global que mede a competitividade de talentos a partir de fatores como capacidade de desenvolver pessoas para o mercado de trabalho, retê-las e atraí-las.Na nona posição no Global Talent Competitiveness Index (Índice Global de Competitividade de Talentos), entre as nações de América Latina e Caribe, o Brasil figura do meio para o final da lista (de 134 países) devido à combinação de baixa performance na educação interna e na capacidade de atrair talentos de fora.Apesar de ocupar posições mais razoáveis em subíndices como "acesso a oportunidade de crescimento" (55º lugar) e "nível de sustentabilidade" (53º), o déficit de segurança e educação afetam a capacidade de o país competir em força de trabalho qualificada.Além da insuficiência orçamentária da União para quitar bolsas de formação de professores, o governo Bolsonaro cortou R$ 600 milhões de recursos previstos para ciência e tecnologia.O ranking anual é produzido pela escola de negócios francesa Insead em parceria com a consultoria Accenture e o Portulans Institute. O estudo parte de pesquisas qualitativas de executivos do Fórum Econômico Mundial aliadas a dados de fontes como Banco Mundial, Unesco e OCDE. Ele é auditado por um centro de pesquisa da Comissão Europeia.Com 17 países da Europa nas 25 primeiras posições, o ranking é encabeçado por Suíça, Cingapura e Estados Unidos. A China está em 37º lugar.Fora da Europa, destacam-se Austrália (11º), Canadá (13º), Nova Zelândia (15º), Japão (20º), Israel (21º) e os Emirados Árabes Unidos (25º). A região de América Latina e Caribe é, pela primeira vez, representada no top 40, com o Chile em 33º lugar.Um dos destaques do estudo, que tem ênfase na pandemia de Covid, é que os governos passam a ter novo papel na formação de profissionais para os próximos anos, com pacotes financeiros de recuperação e estímulo ao mercado de trabalho. Além disso, as desigualdades internacionais voltam a se agravar, com uma lacuna separando os mais competitivos dos países na lanterna.O estudo indica que as "divisões digitais", ou seja, a separação de países que conseguiram movimentar a economia digitalmente dos que não conseguiram, serão um dos propulsores da desigualdade global.Segundo o Banco Mundial, a pobreza aumentou em todo o mundo durante a pandemia e mais 125 milhões de pessoas vivem com menos de US$ 1,90 (R$ 10) por dia. No Brasil, apesar do novo Auxílio Brasil, que pode ser de R$ 400, as classes mais pobres devem seguir inchando e com perda de renda.Outro apontamento é uma provável recuperação em K: trabalhadores empregados em setores não afetados pela crise, como tecnologia, varejo e serviços de software, encontrariam mais oportunidades do que os trabalhadores de áreas já sob pressão, como de viagens e entretenimento. "Todavia, não se deve subestimar a capacidade de as empresas (e às vezes de setores inteiros) se reinventarem quando confrontadas com grandes crises. Inovação e agilidade podem desempenhar um papel crítico na reparação do ramo inferior do K", diz o estudo.A pesquisa também traz um ranking de cidades prósperas" ao trabalho, que considera variáveis como PIB per capita, facilidade de fazer negócios, produção de patentes, universidades, segurança e bem-estar.A primeira posição ficou com San Francisco, nos EUA, seguida de Genebra (Suíça), Boston (EUA), Zurique (Suíça) e Luxemburgo (Luxemburgo). Mais | 2021-10-19 08:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/10/brasil-ocupa-75o-lugar-em-ranking-de-competitividade-para-atrair-e-desenvolver-talentos.shtml |
Temporal causa danos em Minas Gerais e Defesa Civil faz alerta | A chuva forte que atingiu Belo Horizonte (MG) na noite desta segunda (18) alagou ruas e avenidas e levou a Defesa Civil a emitir um alerta para risco geológico alto na cidade. Segundo o comunicado, a tendência é de mais temporais nas próximas horas. O alerta é válido até quarta (20).Os pontos de alagamento desta segunda deixaram o trânsito mais lento e provocaram o bloqueio da região afetada pelo córrego do Ferrugem e ribeirão Arrudas. O retorno do shopping Ponteio também foi fechado devido ao alagamento do local.A Empresa de Transportes e Trânsito informou queda de árvore e entulho em ruas e avenidas após o temporal. Na Via Expressa, região noroeste da cidade, motoristas ficaram presos em carros por causa do alagamento e bombeiros foram acionados para ajudar.Segundo a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), houve queda de energia em alguns bairros.De acordo com a Defesa Civil, alguns sinais de alerta devem ser observados para evitar ser vítima de deslizamentos: trinca nas paredes, água empoçando no quintal, portas e janelas emperrando, rachaduras no solo, água minando da base de barrancos e inclinação de postes ou árvores.Choveu forte também em Cachoeira do Campo e Amarantina, distritos de Ouro Preto (a 100 km de Belo Horizonte). O rio Maracujá transbordou e deixou moradores ilhados. Ao menos 25 famílias precisaram ser resgatadas pela Defesa Civil da cidade, com a ajuda de tratores. Algumas pessoas estavam nos telhados de suas casas para fugir da inundação. Além disso, imóveis foram destelhados e ruas danificadas."Faremos o levantamento de todo esse prejuízo e envolveremos secretarias para voltar à normalidade", disse o coordenador da Defesa Civil, Neri Moutinho.Segundo a Prefeitura de Ouro Preto, uma tromba d’água atingiu a região e em pouco tempo foram registrados aproximadamente 200 mm de chuva.A Defesa Civil de Ouro Preto pediu a ajuda do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Guarda Municipal e da Defesa Civil de Itabirito para resgatar os moradores. | 2021-10-19 05:57:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/10/temporal-causa-danos-em-minas-gerais-e-defesa-civil-faz-alerta.shtml |
AnnaSophia Robb conta como é viver promotora 'dona de si' em 'Dr. Death' | "Que terrível, isso é tão assustador!", diz AnnaSophia Robb, 27, levando as mãos à boca, ao saber do caso do médico brasileiro Roger Abdelmassih, que foi condenado a 181 anos de prisão por abusar de pacientes sedadas, entre outros crime. A atriz estava curiosa para saber se havia casos tão estarrecedores quanto os da série "Dr. Death", que ela estrela no serviço de streaming Starzplay, em outros países.Na trama, ela interpreta a jovem advogada Michelle Shughart, a única do escritório da procuradoria federal do Texas a se interessar pelo caso do médico Christopher Duntsch (na série vivido por Joshua Jackson). Colegas dele, Randall Kirby (Christian Slater) e Robert Henderson (Alec Baldwin) o acusam de más práticas, que levaram dezenas de pacientes a óbito ou a ficarem com sequelas graves.Duntsch conseguiu continuar operando porque os hospitais não queriam se responsabilizar, nem o conselho de classe, o que fez com que o número de vítimas continuasse aumentando por meses. Por incrível que pareça, a história é real. Mais "Eu consegui falar com a Michelle antes das gravações e também trocamos emails", conta Robb ao F5 durante bate-papo com jornalistas. "Como eu já estava com todos os roteiros, consegui fazer muitas perguntas para ela, que foi bastante aberta e honesta."Porém, interpretar alguém que realmente existe não tem só vantagens. "Eu diria que tem um pouco de pressão a mais, porque você não quer desapontar a pessoa", explica. "Claro que sou uma pessoa diferente e que estamos criando uma história dramática, mas acho que foi mais fácil de acessar a personagem porque tinha a referência dela na cabeça."Outra coisa que ajudou, nesse caso, foram os figurinos. "Eu usava muitos terninhos, que é algo que não costumo usar no meu dia a dia", conta. "Só de vesti-los você já fica com uma postura diferente, tem um aspecto empoderador neles. E também adorei meu corte de cabelo."Ela diz que o papel a atraiu por ser extremamente profissional, mas também adicionar ingredientes inesperados à história da série. "Achei uma personagem pouco usual e estimulante, mas também muito admirável", avalia. "Ainda mais depois de conhecê-la, porque ela é muito focada e dona de si."A atriz confessa que, antes de se interessar pela série, não havia ouvido o podcast homônimo, que fez bastante sucesso nos Estados Unidos após ser lançado em 2018. "Não estava familiarizada com a história até ser chamada para o teste, mas quando comecei a ouvir não consegui parar", lembra. "Fiquei horrorizada e também fascinada pelos personagens."E isso que ela não é a maior fã do "true crime", sub-gênero de obras que narram histórias escabrosas que realmente ocorreram. "O 'true crime' pode ser meio sórdido e macabro às vezes para capturar a atenção das pessoas", avalia. "Mas a série é muito respeitosa com as vítimas.""Não quero estragar o final, mas a história culmina com uma prestação de contas, o que nós queremos é entender como esse cara conseguiu se livrar de ser responsabilizado pelas coisas que fez para tantas pessoas por tanto tempo", antecipa. "Espero que as pessoas que tenham passado por isso ou algo parecido consigam encontrar acolhimento." Mais Ela conta que o que a deixa mais atônita com o caso é o fato de as autoridades terem demorado tanto para agir —Duntsch começou a mutilar pacientes em 2010, mas só teve sua licença médica revogada em 2013 e foi preso em 2015."Quando o Henderson e o Kirby fizeram a primeira denúncia alertando as pessoas do que estava acontecendo, ele tinha operado sete pacientes", afirma. "Mas quando tudo terminou, eram 37. Tem 30 pessoas que poderiam ter se salvado."Apesar do tema pesado da série, ela garante que conseguiu dar boas risadas nas gravações por causa dos colegas. "Foi estressante e diferente do normal porque estávamos todos de máscara porque ainda não havia vacina quando gravamos", lembra. "Mas em termos de dinâmica entre os atores, com Alec, Christian e Josh, me diverti muito." | 2021-10-19 04:00:00 | cinema-e-series | Cinema e Séries | https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2021/10/annasophia-robb-conta-como-e-viver-promotora-dona-de-si-em-dr-death.shtml |
O que explica a onda de violência na fronteira entre Brasil e Paraguai; ouça podcast | As cidades vizinhas de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, no Brasil, vivem uma onda de violência nos últimos dias. No dia 10 de outubro, atiradores mataram quatro pessoas com mais de cem tiros, incluindo duas brasileiras e a filha do governador do estado paraguaio de Amambay.A região é estratégica pro tráfico internacional de drogas, e é controlada pelo PCC. Diante da escalada de violência, as polícias dos dois países resolveram se juntar e montar barreiras contra a ação de grupos criminosos dos dois lados da fronteira.No episódio desta terça (19), o Café da Manhã conversa com o repórter da Folha Artur Rodrigues, que esteve em Pedro Juan Caballero, sobre como o crime organizado atua na região e o que explica essa onda de mortes.O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando abaixo. Para acessar no aplicativo basta se cadastrar gratuitamente.Ouça o episódio:O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Maurício Meireles e Magê Flores com produção de Jéssica Maes, e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann. | 2021-10-19 05:00:00 | podcasts | Podcasts | https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2021/10/o-que-explica-a-onda-de-violencia-na-fronteira-entre-brasil-e-paraguai-ouca-podcast.shtml |
Winning Paralympic Swimmer Carol Santiago Says Her Accomplishments at The Tokyo Games Will Open Doors for Women | The five medals that Maria Carolina Santiago "stacked" in Tokyo, as they say in sports jargon, were literally stacked beside her bed this Thursday morning.The swimmer, who competes in classes for athletes with visual impairments, had carefully left them there before falling asleep. Upon waking up, she soon went to check out and admire the new heritage once more.Faced with the extensive competition program, only now has she been able to relax and to reflect on her campaign in Japan. At 36, the Recife-born swimmer made her Paralympic debut this year and will leave with the best performance among all Brazilian participants.She won three gold medals (50 m freestyle, 100 m freestyle, and 100 m breaststroke), a silver (relay 4 x 100 m mixed freestyle), and a bronze (100 m backstroke)—unprecedented numbers for an athlete in the country in a single edition of the Games.The Pernambuco woman discovered several of the feats she performed as they happened."Today I feel the weight of this. I know how important each stage was. We women have gained a lot from this. It has opened doors for people to believe that it is possible. If there is an investment, we will arrive. The five medals are useful for a girl to look at and see that if she can do it, I can do it too," Carol said in a telephone interview with Folha from Japan.Translated by Kiratiana FreelonRead the article in the original language | 2021-09-03 14:10:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/sports/2021/09/winning-paralympic-swimmer-carol-santiago-says-her-accomplishments-at-the-tokyo-games-will-open-doors-for-women.shtml |
Fila do INSS passa de 1,8 milhão de pedidos; veja documentos para destravar seu benefício | A fila de espera do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) passou de 1,8 milhão de pedidos em julho deste ano. Também se destaca a quantidade de requerimentos que estão travados por falta de alguma documentação: 25% dos casos. Para auxiliar quem vai solicitar um benefício, o INSS forneceu a lista com os principais documentos que devem ser apresentados, de acordo com o tipo de benefício. Veja abaixo.O total de processos em tramitação em julho era de 1.823.972, de acordo com os dados do INSS enviados à reportagem. Considerando os números fornecidos pelo INSS ao IBDP (Instituto Nacional de Direito Previdenciário), o estoque chegou a 1.844.820 naquele mês. A diferença pode ocorrer por conta do dia em foi feita a coleta dos dados.Segundo o IBDP, o resultado é 0,6% maior do que a fila de abril, quando havia 1.833.815 casos. Os dados não incluem os pedidos de auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadoria por incapacidade que estejam à espera da realização da perícia médica.A fila, que já chegou a atingir um estoque de 2,3 milhões no país, também aumentou na comparação com janeiro deste ano, quando havia 1,76 milhão de requerimentos. A advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP, destaca a falta de servidores do órgão. "Existe um problema crônico no INSS que é a falta de servidores, então precisa urgente abrir concurso. Enquanto isso não acontecer, nós vamos continuar vendo essa fila cada vez maior ou sem diminuição alguma, porque é uma questão operacional", diz.Para ela, quando havia o atendimento presencial, os servidores faziam também uma triagem de parte dos benefícios: o próprio servidor do INSS já informava que estava faltando um documento e quais comprovações deveriam ser apresentadas pelo trabalhador."Hoje não, as agências estão com atendimento extremamente precário, até por causa até da pandemia. Então temos o atendimento via Meu INSS e isso acaba gerando um número significativo de pedidos com documentação incompleta, por isso há um número grande de processos aguardando documentos pelo segurado", diz.Para o advogado Rômulo Saraiva, o tamanho da fila do INSS é um problema histórico e que atravessa gerações. "Por mais que o instituto tenha investido em tecnologia e atendimento remoto, a análise do enquadramento de cada segurado é muito artesanal, uma vez que há uma enxurrada de exceções normativas, que muitas vezes colidem entre si. Nesse aspecto, precisa mesmo contratar, ao menos, aqueles 7 mil servidores prometidos desde janeiro de 2020 pelo governo federal", afirma.Quase 700 mil brasileiros aguardavam a resposta para um pedido de BPC (Benefício de Prestação Continuada), renda no valor de um salário mínimo paga a idosos a partir de 65 anos e portadores de deficiência de baixa renda. Desse total, 574.574 eram pedidos de benefício assistencial à pessoa com deficiência.Outro benefício que se destaca é a aposentadoria por tempo de contribuição, com quase 260 mil pedidos. O benefício passou a ter regras mais duras para quem completou as condições depois do início da reforma da Previdência, em novembro de 2019.Cerca de 25% dos requerimentos que estão na fila dependem de documentação que deve ser entregue pelos segurados, segundo o INSS. É o caso, por exemplo, das certidões de casamento atualizada ou de óbito para a liberação de pensões por morte. O governo informou que está em andamento uma parceria com cartórios para reduzir o tempo de espera para a liberação dos documentos, com o objetivo de fazer a concessão automática de pensões. Para trabalhador empregado/desempregadoPara contribuinte individual e facultativoOs documentos abaixo devem ser apresentados somente quando solicitados pelo INSS:Será necessária ainda, a apresentação dos seguintes documentos conforme o caso: Cônjuge/filhos Companheiro (a) Equiparado a filho Pais Irmãos Fonte: INSSRecurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem. | 2021-09-03 13:52:00 | grana | Grana ou Dinheiro | https://agora.folha.uol.com.br/grana/2021/09/fila-do-inss-passa-de-18-milhao-de-pedidos-veja-documentos-para-destravar-seu-beneficio.shtml |
Armando Babaioff critica teste de elenco que exige do artista fama no Instagram | O ator Armando Babaioff, 40, se revoltou ao publicar nas redes sociais uma mensagem de um convite para teste de elenco que exige do artista ter, no mínimo, 10.000 seguidores.“Isso aqui é o resumo do que virou a profissão de ator. Um teste de elenco que exige que as atrizes tenham mais de 10k seguidores. Às vezes me bate uma sensação ruim e me pego pensando que a nossa profissão já não existe mais”, disparou.Famosos como Regiane Alves, 43, e Marcelo Adnet, 39, repercutiram a postagem e deram suas opiniões. “Muito triste, amigo. Até de pensar sobre”, postou a atriz em resposta. Mais “Muito triste ver esse movimento acontecer. O desinteresse do público em artes. Não sei o que esperar de um futuro”, respondeu Babaioff.Adnet usou de ironia para concordar com o colega. “Para ser ator agora tem que arrastar pra cima”, comentou ele.Em 2020, Babaioff fez seu primeiro vilão na novela “Bom Sucesso” (Globo). Em entrevista ao F5 à época, ele disse que se sentia mais preparado para se jogar em desafios e que a vilania o ganhou para futuros trabalhos na TV e fora dela.“A vilania me ganha, sim, pela possibilidade de jogo, da cena. Porque ele vai nesse lugar, quase didático, de criação do caos. É vivo, é intenso, é ridículo, é um desenho animado. Eu quero bons personagens, não existe um tipo que eu prefira mais, eu quero trabalhar.” | 2021-09-03 13:45:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2021/09/armando-babaioff-critica-teste-de-elenco-que-exige-do-artista-fama-no-instagram.shtml |