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Lula larga na contramão do que levou ao sucesso de seus dois governos
Ao defender furar o teto de gastos como "responsabilidade social" e tentar manter fora da atual âncora fiscal despesas do Bolsa Família ressuscitado, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca na contramão do caminho que levou ao sucesso de seus dois governos, entre 2003 e 2010.Estimativas apontam um valor mínimo de R$ 175 bilhões ao ano, equivalente a cerca de 2% do PIB, o que o novo governo quer manter fora do teto ao longo de seu mandato.O valor pressionará o aumento da dívida pública e tornará muito difícil a Lula conseguir terminar seu governo (com essas despesas adicionais) realizando um superávit primário de 2% do PIB, considerado necessário para estabilizar a dívida pública em relação ao PIB.O superávit primário é a economia que o governo deveria fazer, entre arrecadação e despesas, para pagar juros da dívida pública. Se não o faz, a dívida aumenta, e o mercado exigirá juros cada vez mais altos do governo para financiá-lo.Isso compromete investimentos produtivos e encarece empréstimos a consumidores, derrubando a economia. Também acaba levando a mais inflação, à medida que o governo terá de emitir dinheiro para financiar gastos e o pagamento de juros, trazendo um cenário de estagflação (recessão com inflação).Dados dos últimos 20 anos deixam claro que a responsabilidade fiscal e os superávits primários foram fundamentais para que Lula fizesse mais pelo social —como diz ser sua prioridade agora.Ao realizar superávits todos os anos, entre 2003 e 2010, para reduzir a dívida pública, Lula obteve taxa média anual de crescimento do PIB de 4% (quase o dobro da era FHC), baixou o desemprego, a miséria, a inflação, o dólar e aumentou os investimentos no país.Isso ocorreu pelo fato de os agentes econômicos (empresas, mercado financeiro, empreendedores) confiarem na solvência do país com a diminuição da dívida pública proporcionada pelos superávits. Mais Com isso, o governo pagou juros mais baixos para se financiar, afastando a necessidade de um eventual aumento da carga tributária para pagar a dívida. Deu-se, então, um ciclo virtuoso de crescimento sustentável.Ponto que Lula mais enfatiza em seus discursos, o período de superávits contribuiu para que seu governo cortasse à metade o total de miseráveis no Brasil, de 29% em 2003, para 14% em 2010.Segundo dados da FGV Social daquele período, quanto mais pobre, maior foi o aumento real na renda, o que contribuiu para a travessia de milhões de brasileiros da classe D/E para a C —agora mais próxima do bolsonarismo.A taxa de pobreza extrema inclusive continuou caindo quando Lula deixou a Presidência. Mas só até quando sua sucessora, Dilma Rousseff, interrompeu o controle de gastos e deixou de fazer superávits, a partir de 2014. Dali em diante, todos os indicadores pioraram, e o Brasil viveu a estagflação ao final do governo Dilma.Os gráficos abaixo mostram detalhes dessa trajetória.O longo período de baixo crescimento que se seguiu ao fim dos superávits em 2014 afetou diretamente os mais pobres e os trabalhadores informais, agora alvos de programas sociais como o Auxílio Brasil e da polêmica em torno da responsabilidade fiscal versus social.É bastante provável que, se o Brasil tivesse mantido as contas em ordem, a queda da renda e o aumento da informalidade não teriam sequer existido nos últimos anos. Pois foi quando empresários e o mercado passaram a apostar, a partir de 2014, que haveria um estouro na dívida pública que eles reduziram drasticamente investimentos no Brasil.O resultado dessa retração diante do descontrole fiscal acabou afetando sobretudo aqueles que Lula agora diz querer ajudar. Quanto mais pobre, maior é hoje o grau de informalidade no trabalho —e maior a queda de renda na última década.O período de desarranjo das contas públicas e de baixo crescimento foi tão agudo que até mesmo o aumento da escolaridade dos mais pobres foi insuficiente para que conseguissem aumentar sua renda.Na metade mais pobre do país, enquanto os anos de estudo aumentaram 27% entre 2012 e 2021, a renda caiu 26,2%. É como se todo o esforço educacional deles não tivesse surtido efeito algum —em termos de renda— por conta do baixo crescimento engendrado pelo fim da responsabilidade fiscal.A grande questão agora é como retomar a responsabilidade fiscal (e os superávits primários) em um cenário de Orçamento apertado e com imensas demandas sociais.Persio Arida, da equipe de transição de Lula, defendeu nesta semana a necessidade de "revisar os gastos" do governo. "Vemos camadas e camadas de gastos que perderam o sentido", disse.Sobre esse ponto, o Brasil deixa de arrecadar mais de R$ 300 bilhões todos os anos com benefícios tributários concedidos a empresas e setores —quase o dobro do que a chamada PEC da Transição poderá custar para adequar o Orçamento de 2023 e atender as promessas de campanha de Lula.Os chamados benefícios tributários, financeiros e creditícios a setores e empresas dobraram nos governos Lula e Dilma e hoje equivalem a quase 4,5% do PIB. Grande parte deles refere-se ao Simples, que tem levado muitos empresários individuais a pagarem, proporcionalmente, menos impostos.Mas, mesmo que se mantenha o Simples, especialistas veem muito espaço para cortes nesses benefícios. Análise do Banco Mundial sobre políticas de incentivos em Brasil, Austrália, Canadá, Coreia do Sul e México concluiu que só o caso brasileiro resultou na combinação de aumento dos gastos tributários e queda na arrecadação —sugerindo que eles não aceleraram o crescimento.O Brasil também gasta cerca de 25% do PIB (R$ 2,2 trilhões) na área social, incluindo saúde, educação e Previdência. Enquanto vigorou, o Bolsa Família consumia pouco mais de 0,5% do PIB (cerca de 43,5 bilhões a preços de 2021), sendo bem-sucedido por conta da focalização.Especialistas defendem, por exemplo, um programa que chegasse a 1% do PIB (quase R$ 90 bilhões), mas muito bem focalizado, e que leve em conta as vulnerabilidades de cada família e número de filhos, entre outros fatores.A proposta de Lula (assim como a de Jair Bolsonaro) prevê, ao contrário, um valor linear de R$ 600 a todos os atendidos, independentemente do tamanho da família e de suas necessidades. Isso só torna o programa mais caro e sem foco naqueles que de fato estão na pobreza extrema —cerca de 14% dos brasileiros (30 milhões).Diante da precariedade das contas públicas e da experiência pregressa, Lula e equipe poderiam se debruçar sobre o que deu certo, e onde é possível economizar e melhorar a eficiência da despesa pública.Como a trajetória de Lula e Dilma na Presidência demonstrou, há dois caminhos a seguir. Lula parece estar pegando a via errada.
2022-11-17 10:56:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/11/lula-larga-na-contramao-do-que-levou-ao-sucesso-de-seus-dois-governos.shtml
Lula exige recursos a los países ricos y asegura que combatir la crisis climática será prioridad
En su primer discurso internacional desde las elecciones, Lula (PT) exigió en la COP27, la conferencia climática de la ONU, este miércoles (16), una "nueva gobernanza global" y más relaciones multilaterales para combatir la crisis climática. El presidente electo enfatizó que el asunto tendrá un papel destacado en su próximo gobierno. El petista pidió acciones concretas de los países contra el cambio climático y citó promesas incumplidas por parte de naciones ricas.El tema "tendrá prioridad en la estructura de mi próximo gobierno", dijo, quien criticó el desmantelamiento en el área ambiental en la gestión de Jair Bolsonaro (PL). "No hay seguridad climática para el mundo sin la Amazonía protegida". Para Lula, "necesitamos más empatía y más confianza entre los pueblos". "Superar y trascender los intereses nacionales inmediatos, para poder tejer colectivamente un nuevo orden internacional que refleje las necesidades del presente y del futuro", afirmó. El discurso en el espacio de las Naciones Unidas, en Sharm el-Sheikh, Egipto, fue ofrecido luego de que anunciara en la mañana, en un evento con gobernadores de la Amazonía Legal, que pedirá a la ONU que Brasil sea sede del COP en 2025.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2022-11-17 11:05:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/cienciaysalud/2022/11/lula-exige-recursos-a-los-paises-ricos-y-asegura-que-combatir-la-crisis-climatica-sera-prioridad.shtml
Flávio Dino defende revogação de decretos de Bolsonaro e devolução de armas de grosso calibre
O senador eleito e integrante do governo de transição Flávio Dino (PSB-MA) afirmou nesta quinta-feira (17) que a revogação dos decretos de armas é um "escopo principal" do grupo técnico de Justiça e Segurança Pública.Dino também disse que armas de grosso calibre, liberadas pelos decretos, poderão ser recolhidas e que seu porte permitido pelos decretos não configura um direito adquirido.O ex-governador do Maranhão é um dos cotados para ser ministro da Justiça e Segurança Pública – embora ainda há a possibilidade de separação dessas pastas.Um dos coordenadores do grupo de trabalho de Justiça e Segurança Pública, ele esteve no Centro Cultural Banco do Brasil, sede do governo provisório, para a primeira reunião do seu grupo técnico.Na tarde desta quinta, Dino e o titular da pasta da Justiça, Anderson Torres, se reuniram e acertaram uma agenda conjunta entre o governo atual e a equipe de transição."Nós propusemos, e o ministro concordou, que haverá doravante reuniões bilaterais entre a equipe de transição e atual equipe", disse o senador eleito ao deixar o ministério.A expectativa é que ocorram quatro ou cinco encontros em torno de temas como Amazônia, armas, homicídios, fronteiras, drogas e o papel das polícias, em especial da PRF (Polícia Rodoviária Federal). O relatório setorial deve ser fechado até 12 de dezembro."Ao longo do tempo, [a PRF] foi assumindo atribuições para além daquelas originárias, que era cuidar das rodovias federais. Esse é um dos temas que será objeto desse diálogo", afirmou.O comando da PRF é alvo de investigações por sua conduta no segundo turno das eleições, quando a corporação apertou o cerco ao transporte público de eleitores principalmente no Nordeste, e pela inação no primeiro dia de protestos antidemocráticos promovidos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) nas rodovias federais após a após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).Quanto à questão das armas, Dino disse que a lei que instituiu o Estatuto do Desarmamento foi "objeto de desmonte" pela atual gestão, que editou portarias e decretos flexibilizando a posse e o porte."O tema daqui para trás exige algumas reflexões. Existe direito adquirido a faroeste? Não. Existe direito adquirido a andar com fuzil, metralhadora? Não também. Imaginemos uma situação de um medicamento que hoje é permitido e amanhã passa a ser proibido. Alguém terá direito adquirido a continuar tomar esse medicamento? Resposta: não", afirmou o senador eleito."Então é possível que haja um efeito imediato inclusive no que se refere aos arsenais já existentes? É possível. Agora a decisão de mérito o grupo ainda vai tratar, fazer uma proposta ao presidente da República", completou.Especificamente sobre o armamento já em circulação, Dino afirmou que será preciso haver uma "modulação", para que uma parte de grosso calibre seja recolhida Mais "O outro tema: e o que está em circulação? Provavelmente, haverá uma modulação, no sentido de que aquilo que for de grosso calibre, por exemplo, deve ser devolvido, algum tipo de recadastramento, recenseamento", afirmou.O senador afirmou que, em relação aos clubes de tiro, locais ligados aos militantes bolsonaristas, não haverá fechamento generalizado, mas algum tipo de controle."Vai haver fechamento generalizado de clubes de tiro? Não. Seguramente, não. Mas não pode ser algo descontrolado, não pode ser liberou geral, porque todos os dias se noticiam tiros em lares, em vizinhança, em bares e restaurantes de pessoas e cuja observação estão lá nas matérias dos senhores, possuía registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador)", afirmou."Então mostra que esse conceito realmente fracassou e aquilo que fracassou deve ser revisto", completou.Ao deixar a reunião, o senador eleito disse que o coordenador dos grupos de trabalho da transição, Aloizio Mercadante, estabeleceu prazo até 30 de novembro para que seja apresentada uma proposta de decretos e portarias que deverão ser revogadas."No que se refere a arma não há dúvida que nós temos hoje um desacordo entre o Estatuto do Desarmamento e decretos e portarias. Então, seguramente, um dos primeiros produtos do grupo de trabalho vai ser esta sugestão, indicação ao presidente Lula, de revogação de atos que recomponham para o futuro o sistema de controle e nós ponhamos fim ao liberou geral. O 'liberou geral' é um fracasso, alimenta a violência e coloca armas na mão do crime organizado", afirmou.O atual governo já editou 17 decretos, 19 portarias, duas resoluções, três instruções normativas e dois projetos de lei que flexibilizam as regras de acesso a armas e munições. Os CACs têm sido os principais beneficiados com uma série de normas.O atirador desportivo, por exemplo, antes dos decretos era dividido em três níveis. O maior nível, aquele que participa de campeonatos nacionais, poderia comprar até 16 armas e 40 mil munições ao ano.Com as mudanças, não há mais a divisão por nível e qualquer um pode comprar até 60 armas, podendo chegar a adquirir 180 mil munições anualmente.O governo também revogou três portarias que aprimoram as regras de rastreamento e identificação de armas de fogo. Essas normas foram publicadas em março de 2020 e revogadas no mês seguinte a pedido do presidente Jair Bolsonaro.O senador eleito pelo Maranhão, cotado para ser ministro, também comentou a possibilidade de desmembramento da pasta da Justiça e Segurança Pública. Como a Folha mostrou, aliados de Lula resistem à ideia de divisão do ministério, embora tenha sido uma das promessas de campanha do presidente eleito.Dino defendeu a "integração" das atividades relacionadas à investigação e execução penal."Tecnicamente eu sempre defendi o modelo de integração, porque eu fui juiz, fui juiz criminal e sei que só existe política pública de segurança integrada com Justiça e em diálogo com as instituições dos outros poderes. Então eu sempre defendi esse modelo de integração", afirmou,"Claro que a integração pode se dar com dois ministérios? Pode. Agora, separar no sentido de imaginar que são funções distantes é um equívoco metodológico, político e de eficiência", completou.Outro membro do grupo técnico da Justiça e Segurança Pública, o ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ), tem uma posição mais assertiva contra o desmembramento."Particularmente, eu acho que é um equívoco desmembrar. Embora haja respeitáveis opiniões em contrário, que defendem o desmembramento. Eu não consigo conceber a concepção de Justiça separada de segurança pública", afirmou, ao chegar ao CCBB.
2022-11-17 11:04:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/11/flavio-dino-defende-revogacao-de-decretos-de-bolsonaro-e-devolucao-de-armas-de-grosso-calibre.shtml
PEC e falas de Lula derrubam Bolsa, mas queda é amenizada após renúncia de Mantega
Depois de um dia de turbulência em reação a falas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição, a queda da Bolsa de Valores brasileira foi significativamente amenizada no encerramento da sessão desta quinta-feira (17) após a notícia, no final da tarde, de que o ex-ministro Guido Mantega comunicou sua renúncia à equipe de transição.O evento coincidiu com um salto do Ibovespa, que saiu dos 107.668 pontos às 16h46, para fechar o dia aos 109.702 pontos, às 18h20. Isso não foi suficiente, porém, para evitar a queda de 0,49% do indicador de referência para as ações brasileiras, negociadas ao longo do dia sob a pressão da perspectiva de ampliação dos gastos públicos.Em carta endereçada ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), que comanda os trabalhos, o ex-titular da Fazenda apontou a intenção de adversários em "tumultuar" e "criar dificuldades para o novo governo" como uma das razões para o seu afastamento.Mantega foi anunciado na semana passada como integrante do grupo técnico responsável pelo planejamento, orçamento e gestão na equipe de transição.Por estar inabilitado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a exercer cargo em comissão ou função de confiança na administração pública federal por punição envolvendo o caso das pedaladas fiscais, no entanto, sua participação se daria de forma voluntária.Esse não era o único ruído: sua presença na equipe de transição simbolizava o período em que ditou as normas e adotou uma política desenvolvimentista. O declínio posterior da economia desgastou sua imagem, e hoje Mantega sofre forte resistência de setores do mercado financeiro.A renúncia do petista, assim, fez o setor amenizar as perdas observadas durante o dia, que refletiram a proposta do futuro governo de furar o teto de gastos para pagar o Bolsa Família e as declarações de Lula sobre a reação de investidores. Pela manhã, o Ibovespa chegou a ceder mais de 2%, recuando à mínima de 107.245 pontos.Lula defendeu nesta quinta, durante um discurso na COP27 com representantes da sociedade civil brasileira, furar o teto de gastos para conseguir financiar programas sociais."Se eu falar isso vai cair a Bolsa, vai aumentar o dólar? Paciência", disse Lula na conferência do clima da ONU que ocorre em Sharm el-Sheikh, no Egito. O petista afirmou ainda que a flutuação dos índices não acontece "por causa das pessoas sérias, mas por conta dos especuladores que ficam especulando todo santo dia"."Quando você coloca uma coisa chamada teto de gastos tudo que acontece é você tirar dinheiro da saúde, tirar dinheiro da educação, tirar dinheiro da ciência e tecnologia, tirar dinheiro da cultura. Você tenta desmontar tudo aquilo que faz parte do social. E você não mexe em um centavo do sistema financeiro. Você não mexe um centavo daquele juro que os banqueiros têm que receber", afirmou o presidente eleito.O dólar comercial, cujas negociações terminam às 17h, fechou com alta 0,44%, cotado a R$ 5,4080 na venda. A alta da moeda americana também foi suavizada em relação à abertura do mercado de câmbio, quando a divisa disparou mais de 2% e atingiu um pico de R$ 5,53.Antes da notícia sobre a renúncia de Mantega se espalhar, porém, os indicadores do mercado vinham melhorando aos poucos. Analistas atribuíram isso aos ajustes que investidores promoveram em suas carteiras conforme avaliaram os setores que podem ser mais ou menos prejudicados pela mudança nas expectativas quanto à economia do país, mas também consideraram que alguns sinais da equipe de transição e do Congresso podem ter ajudado a acalmar o mercado."O mais simbólico é o ajuste de posição em relação a empresas que se beneficiariam da queda dos juros, que por sinal devem voltar a subir, então, o movimento de hoje representa também ajuste de carteira dos gestores", disse Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.A renúncia de Mantega foi apontada por Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, e por Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital, como um fator que contribuiu para acalmar investidores.Beyruti ainda pontuou que as declarações de Lula tiveram impacto ainda na abertura do mercado, o que deu tempo para ajustes ao longo do dia. Ele também destacou que o mercado passou a considerar que a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição não passará sem alterações pelo Senado."Em um segundo momento, tivemos um discurso do [ex-ministro petista] Aloizio Mercadante, que mostrou alguma intenção de revisar gastos e cortar subsídios", completou Beyruti.Além disso, o mercado doméstico já vinha de um dia de prejuízos. Na quarta-feira (16), o Ibovespa tombou 2,58% e o dólar avançou 1,52% enquanto a PEC era aguardada. O texto só foi apresentado à noite pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).A medida é considerada necessária pelo governo petista para evitar um apagão social no ano que vem, já que a proposta de Orçamento enviada em agosto por Jair Bolsonaro (PL) assegura apenas um valor médio de R$ 405,21 para os beneficiários, além de impor cortes severos nas verbas para a habitação e no Farmácia Popular.Apesar de reconhecerem a necessidade de ampliar despesas, analistas alertam que, caso o governo não estabeleça limites claros para isso, o mercado passará a ser movido pela expectativa de que o dinheiro público irá impulsionar a inflação e os juros, em consequência.Eles afirmam que, para controlar essa pressão inflacionária, o Banco Central pode retomar as elevações da taxa de juros do país, hoje em 13,75% ao ano. Juros altos tendem a esfriar o mercado de ações, pois investidores se voltam para os ganhos oferecidos pela renda fixa. Isso reduz a capacidade das empresas financiarem seus projetos, prejudicando a geração de emprego.Além disso, o descontrole dos gastos públicos pode dificultar a execução do plano financeiro traçado pelo governo. É o chamado risco fiscal. Investir no país fica mais arriscado e os dólares dos estrangeiros vão para fora, tornando a moeda americana mais cara por aqui (o que também gera mais inflação devido aos custos de importação).Quem continua investido no Brasil passa a exigir um retorno maior dos títulos do governo para compensar o risco, o que exerce ainda mais pressão no mercado de juros.Esse efeito bola de neve, dependendo da proporção, pode ser devastador para a economia e o principal sintoma de que isso pode estar em curso é a alta dos contratos de juros futuros de curto prazo, que são referência para o mercado.Em mais um dia de acentuada elevação, a taxa DI (depósitos interbancários) para 2024 oscilava em torno dos 14% ao ano na tarde desta quinta."Os juros sobem com a ideia de que o Brasil pode ter um problema fiscal devido à intenção do governo de aumentar os gastos", comentou Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos. "Já que o país quer gastar mais, o investidor cobra um prêmio maior." Mais No exterior, o cenário também não foi positivo. Pelo segundo dia seguido, os principais mercados de ações mundiais negociavam com quedas moderadas, o que também criava uma tendência ainda mais desfavorável para a Bolsa brasileira, com forte presença de investidores estrangeiros.Parâmetro para a Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 caiu 0,31% nesta quinta. Na véspera, o mercado americano abandonou o otimismo provocado nos últimos dias pela expectativa de que os juros no país poderiam subir menos nos próximos meses após a inflação ter perdido força em outubro.Autoridades do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), porém, passaram a reafirmar que o aperto ao crédito para frear a inflação será mantido.Paralelamente, sinais de que a alta dos juros já provoca sinais de recessão voltaram a chamar a atenção. Entre esses sinais está o balanço trimestral com resultados abaixo do esperado da varejista Target."Dados da gigante varejista americana Target também preocuparam investidores, demonstrando um mercado desafiador para o varejo e aumentando a preocupação de uma recessão no país", comentou Antonio Sanches, analista de investimentos da Rico.O banco JP Morgan também apontou em relatório que os Estados Unidos caminham para uma leve recessão, segundo a agência Bloomberg.A desaceleração da economia tende a reduzir a demanda por energia e isso afetava o preço de referência do petróleo. O barril do Brent perdia 3,11%, cotado a US$ 89,97. Na Bolsa brasileira, porém, as ações mais negociadas da petrolífera Petrobras conseguiram uma recuperação no final do dia e fecharam com ligeira alta de 0,03%.Colaborou Lucas Bombana
2022-11-17 09:20:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/11/dolar-dispara-mais-de-2-e-supera-r-550-com-proposta-de-gasto-fora-do-teto-e-falas-de-lula.shtml
Culture COP defende a arte como essencial à agenda climática
Durante a COP27 (conferência da ONU sobre mudanças climáticas), a rede global Climate Heritage Network lançou um manifesto que destaca o poder da cultura como aceleradora das ações climáticas.O documento foi apresentado durante a Culture COP, um encontro de artistas, produtores culturais, povos indígenas e comunidades locais que ocorreu em paralelo à programação da conferência.Além de mesas de debates, houve um set do DJ indígena Eric Terena e falas das deputadas federais Sônia Guajajara (PSOL-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG).O evento foi codirigido pela advogada e ativista britânica Farhana Yamin, uma das principais articuladoras do Acordo de Paris.Na abertura do evento, Yamin afirmou que é preciso ocorrer uma mudança de paradigma, exigindo que as dimensões culturais da ação climática sejam priorizadas na ciência, na política e no planejamento.Para a advogada, um dos momentos mais marcantes da programação foi o encontro de beduínos com lideranças indígenas da Amazônia no deserto do Sinai. O evento contou com comida local, música, troca de presentes e contação de histórias ao redor de uma fogueira.Alice Aedy, cofundadora e CEO da Earthrise, estúdio dedicado a comunicar a crise climática de forma criativa, afirmou ser necessário redefinirmos quem são considerados hoje produtores culturais. Mais "Na última COP, por exemplo, os eventos mais importantes e mais inspiradores dos quais participei foram com as vozes que estão na linha de frente, que são desproporcionalmente afetadas pela crise climática, que falam sobre as experiências vividas e sua relação com a terra."Aedy acredita que a política é influenciada pela cultura, e afirma que a Culture COP não foi construída para ser anti-COP. Na verdade, suas agendas devem ser integradas."Eu admiro muito o trabalho que acontece aqui na COP27, é incrivelmente importante, mas não podemos ter um local como o que estamos agora desprovido de cultura, quase sem oxigênio, fisicamente e metaforicamente", diz."Estamos discutindo uma política global que vai produzir mudanças profundas no mundo, e a cultura também precisa de um lugar nessas discussões." Mais Alison Tickell, fundadora e CEO da Julie's Bicycle, que participou da concepção da Culture COP, lembra do relatório lançado por sua empresa na COP26, em Glasgow."Nesse trabalho, descobrimos que apenas um Ministério da Cultura incluiu a meta do Acordo de Paris em sua política cultural, que é o da Argentina", afirma Tickell.Ela reconhece que começam a haver mudanças, e usa como exemplo o trabalho do Arts Council, que usa o relatório ambiental como um requisito para todas as organizações que financia."Você pode imaginar como as conferências seriam diferentes se a cultura tivesse a oportunidade de fazer parte da programação?", questiona Tickell.O projeto Planeta em Transe é apoiado pela Open Society Foundations
2022-11-17 09:00:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2022/11/culture-cop-defende-a-arte-como-essencial-a-agenda-climatica.shtml
Marido de Andressa Urach expõe suposto áudio dela oferecendo filho em sacrifício
Depois de dizer que Andressa Urach, 35, teria oferecido o filho Leon, 9 meses, para um sacrifício religioso, o empresário e marido dela, Thiago Lopes, publicou em seus stories um áudio que supostamente seria da esposa no momento do surto.Nele, é possível ouvir: "Sangue e sacrifício no altar. Clama a Justiça e dá tempo de buscar o Leon", frase que teria sido dita pela modelo que segue internada numa clínica.Segundo Lopes, Andressa está na ala psiquiátrica de um hospital porque ela teve um delírio psicótico místico e uma certa desconexão com a realidade. Mãe da influenciadora, Marisete De Faveri não concorda. Por conta disso, sogra e genro tem tido brigas que ele fez questão de expor. Mais Segundo Lopes, a mãe da esposa queria que ela fosse levada à Igreja Universal. "Quem não tem compromisso com a verdade tenta fazer acordo de como mentir. Cada um com suas versões. Ainda bem que me preveni dessa família doentia. Só quero distância", começou."Que tipo de mãe usufrui dos benefícios da prostituição da própria filha? Como existe gente ruim e sem princípios. Adivinha quem não deixou a Andressa passar pelo tratamento e internação? Por isso ela veio surtar aqui em casa. Olha o que o fanatismo faz", encerrou.Por outro lado, Marisete afirma que Andressa estaria trancada e sem poder se defender. "Não concordo com nada que ele [Thiago] falou. Acordamos que só falaríamos depois que ela saísse. Ela está bem, sendo tratada, com acompanhamento médico. Antes estava sendo privada de tomar os medicamentos, porque Thiago acha que é frescura", disse.A sogra ainda acusa o genro de ameaçar tirar a guarda do Leon. "O bebê está com a avó paterna, mãe do Thiago. A gente tinha concordado de só colocar na mídia depois que ela saísse ou nem colocar, depois que conversássemos com ela", completou.
2022-11-17 08:50:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2022/11/marido-de-andressa-urach-expoe-suposto-audio-dela-oferecendo-filho-a-sacrificio.shtml
Promessa de Lula, benefício extra para crianças do Bolsa Família deve atrasar
A fatura com o programa Bolsa Família em 2023 pode ficar abaixo de R$ 175 bilhões projetados pela equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diante de uma já esperada demora na implementação do benefício extra de R$ 150 por criança de até seis anos.Apesar dos esforços em tirar a proposta do papel o quanto antes, aliados do petista admitem que o valor só começará a ser pago meses após Lula assumir o Palácio do Planalto.Alguns integrantes da equipe de transição acreditam que isso não deve ocorrer no primeiro semestre. Nesse cenário, nem todo o valor de R$ 18 bilhões previsto para essa parte do programa seria usado no próximo ano.Nos bastidores, já há estimativas de que o gasto efetivo com o Bolsa Família no ano que vem deve ficar mais próximo dos R$ 160 bilhões. Este é um ponto sensível, uma vez que o programa ficará fora do teto de gastos caso a equipe de Lula seja bem-sucedida na aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição.A PEC pretende liberar espaço no Orçamento para o presidente eleito cumprir promessas de campanha, entre elas a manutenção do valor mínimo de R$ 600 para as famílias contempladas pelo programa social e a implementação do benefício extra de R$ 150.Os negociadores do PT também incluíram uma autorização para bancar até R$ 23 bilhões em investimentos públicos fora do teto —o que eleva o impacto da PEC a R$ 198 bilhões. Mas há a avaliação de que o novo governo dificilmente conseguirá executar esse valor, além do risco de esse trecho ser derrubado durante a votação da proposta no Congresso.No caso do Bolsa Família, a estimativa de R$ 18 bilhões para bancar a parcela adicional às crianças foi feita por integrantes da transição considerando uma expectativa de pagamentos durante o ano todo a cerca de 9 milhões de crianças entre zero e seis anos alcançadas pelo programa –e que seriam o público-alvo da promessa de Lula.Segundo pessoas que trabalham na área social da transição, no entanto, a proposta para criar esse benefício extra ainda precisa ser desenhada e, depois, validada pelo novo governo e encaminhada ao Congresso.Mesmo que Lula opte por uma medida provisória (que teria efeito imediato), aliados do petista dizem que ainda seria preciso regulamentar o pagamento —o que normalmente é feito após a aprovação do texto final pelo Congresso, para ter mais segurança sobre o desenho do programa.Por isso, a expectativa é que o benefício extra de R$ 150 por criança de até seis anos não seja implementado logo no início do mandato de Lula.Ainda que o gradualismo na implementação do benefício extra às crianças tenha um efeito mais concentrado nas despesas previstas para 2023, o gasto com o Bolsa Família nos anos seguintes deve ser impactado por outros fatores.Integrantes do grupo de transição veem a necessidade de aprimorar o Cadastro Único, que centraliza as informações das famílias beneficiárias de programas sociais.Durante o governo Jair Bolsonaro (PL), houve no CadÚnico uma multiplicação de famílias de uma pessoa só, embora não tenha havido mudanças demográficas significativas em um espaço tão curto de tempo. Mais Em novembro, quando foi implementado o Auxílio Brasil, havia 2,2 milhões de famílias com um único integrante. Em menos de um ano, esse número saltou a 5,3 milhões, segundo dados do Ministério da Cidadania.Especialistas de fora do governo atribuem o problema às regras atuais do Auxílio Brasil, que fixa um valor mínimo por família independentemente do número de integrantes ou do grau de pobreza. Dessa forma, uma mãe com três filhos menores acaba recebendo o mesmo valor que um homem solteiro, por exemplo.Em outubro, a socióloga Leticia Bartholo, ex-secretária nacional adjunta de Renda de Cidadania, publicou nas redes sociais uma estimativa de que os "erros grosseiros de inclusão" no programa devido à divisão artificial das famílias gera um gasto indevido de ao menos R$ 16 bilhões ao ano.A equipe do petista avalia que será necessário mexer no desenho do programa para consertar esse tipo de problema. Uma análise criteriosa da situação do cadastro também é considerada essencial para equacionar novamente a política.O objetivo é que famílias com maior número de crianças possam receber mais dinheiro do que famílias sem filhos.Apesar da possibilidade de um gasto final menor com o Bolsa Família, petistas e articuladores da PEC seguem trabalhando com a estimativa de R$ 175 bilhões —embora o valor não esteja fixado na proposta apresentada ao Congresso.A ideia foi resolver logo a questão orçamentária e deixar os técnicos da área social do novo governo com caminho aberto para implementar a nova parcela do programa.Uma ala da equipe de transição chegou a questionar o valor estimado a ser liberado com a PEC da Transição, buscando uma saída mais conservadora –com uma licença para gastar menor do que defendem aliados políticos de Lula.No entanto, o que prevaleceu foi a proposta que tira o Bolsa Família do teto de gastos, sem fixar um valor. A medida vai liberar um espaço de R$ 105 bilhões atualmente reservado para o programa social na proposta orçamentária de 2023.
2022-11-17 07:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/11/promessa-de-lula-beneficio-extra-para-criancas-do-bolsa-familia-deve-atrasar.shtml
PEC da Transição, demissões na Amazon e o que importa no mercado
Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta quinta-feira (17). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Depois de duas semanas de negociação, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), apresentou nesta quarta a minuta da PEC da Transição, que propõe retirar o Bolsa Família do teto de gastos de forma permanente. Em números: o texto não apresenta um valor, mas as estimativas da equipe do presidente eleito Lula (PT) apontam para R$ 175 bilhões para o programa social – R$ 157 bi para o benefício de R$ 600 e R$ 18 bi do adicional de R$ 150 por criança.Incerto: o texto não estipula um prazo para que o benefício social fique de fora do teto, mas uma ala do Congresso defende limitar a validade para 2023. De olho em um meio-termo, o PT admite negociar um prazo de quatro anos. Outras exceções: a PEC também permite ao governo usar, fora do teto, recursos de doações para projetos ambientais e destinar uma parcela das receitas extraordinárias (obtidas, por exemplo, com bônus de assinatura de leilões de petróleo) para custear investimentos. Mais A reação do mercado: antes da apresentação da PEC, os investidores já digeriam os números. O sentimento apareceu nos indicadores:O que explica o mau humor? Antes do resultado das eleições, o mercado já esperava um furo no teto de cerca de R$ 70 bi a R$ 80 bi para aumentar o benefício social dos R$ 405 do Orçamento para os R$ 600 das promessas de campanha.Opinião | Vinicius Torres Freire: Governo já paga caro pela PEC da Transição para Lula 3.A Amazon confirmou nesta quarta que demitiu empregados de sua unidade de dispositivos. Segundo o New York Times, o plano da empresa é fazer um corte de 3% de sua equipe corporativa, atingindo cerca de 10 mil funcionários. Caso se confirme, a demissão em massa será a maior já registrada na história da empresa. As demissões devem se concentrar na área da assistente de voz Alexa e nas divisões de varejo e de recursos humanos, relatou o New York Times. Os cortes não devem atingir os trabalhadores dos centros de distribuição. Mais Demissões em série: a Amazon é mais uma entre as big techs a adotar um plano de demissões em massa para cortar custos. Twitter, Meta (dona do Facebook) e Lyft também fazem parte da lista.Opinião: Elon Musk enviou uma mensagem aos trabalhadores do Twitter com um ultimato. Para fazer parte do "novo Twitter", onde deverão "trabalhar longas horas em alta intensidade", eles têm até esta quinta (17) para confirmar seu desejo de permanência. Quem não clicar em um link enviado aos funcionários, está demitido e receberá uma indenização de três meses de pagamento. O que explica: não é novidade que Musk é contrário à cultura corporativa do Twitter, que até a aquisição pelo bilionário era conhecida por ser uma das mais flexíveis do Vale do Silício.Vaivém do selo azul: o recém-nascido plano de assinatura que verificava perfis de usuários ficou poucos dias disponível.Atrás de um substituto: o bilionário afirmou nesta quarta que deverá encontrar um novo CEO para o Twitter depois que fizer uma "reorganização da empresa". A fala vem após críticas de acionistas da Tesla de que ele estaria ocupando muito do seu tempo com a rede social.Uma fila de 7.000 pessoas na abertura da loja que acabou gerando tumulto, peças com preço entre R$ 14,99 e R$ 166,95 e visitantes relatando decepção com a baixa variedade de itens. A abertura da primeira loja pop-up (temporária) da chinesa Shein no Brasil não passou despercebida. A estreia do modelo foi no shopping Vila Olímpia, em São Paulo, e durou dos dias 12 a 16 de novembro. Segundo a empresa, outros testes como esse devem ser feitos no país. Como foi: para controlar o fluxo de clientes que formaram filas para visitar a loja, a Shein organizou as visitas com 20 minutos por grupo de 30 a 40 pessoas, que tinham o direito de levar, cada uma, quatro peças para o provador.O segredo no algoritmo: a Shein revolucionou o setor do fast fashion (antes dominado por marcas como Zara e H&M) com uma inteligência artificial muito azeitada.
2022-11-17 07:00:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/11/pec-da-transicao-demissoes-na-amazon-e-o-que-importa-no-mercado.shtml
PF faz operação que mira uso de estudos da FGV para camuflar corrupção e fraudes
A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta (17) 29 mandados de busca e apreensão para avançar na investigação sobre a suspeita do uso de estudos e pareceres da FGV (Fundação Getúlio Vargas) para fraudar licitações e corromper agentes públicos.Segundo a PF, a operação Sofisma mira um esquema de corrupção, fraudes a licitação, evasão de divisas e lavagem de dinheiro implementado por uma organização criminosa que utilizava a instituição de ensino.As sedes da instituição em São Paulo e Rio de Janeiro foram alvo de busca e apreensão.A FGV chegou a ser alvo de investigações relacionadas à Lava Jato no Rio de Janeiro e foi apontada pelo ex-governador Sergio Cabral como um "biombo legal" que fabricava pareceres e estudos para esconder desvios em contratos públicos e pagamento de propina para agentes públicos."Como a FGV é uma instituição, com muita justiça, de reputação, ela sempre foi usada como um biombo, de cobertura legal para efetivação de entendimentos prévios, digamos assim. Ela fugia da licitação e dava cobertura legal para estudos feitos por nós", disse Cabral à época.O inquérito na PF foi aberto após o surgimento dessas informações de desvios em contratos do governo fluminense envolvendo a FGV.Segundo a PF, a FGV emitia pareceres inverídicos utilizados para camuflar a corrupção de agentes públicos."A entidade superfaturava contratos realizados por dispensa de licitação e era utilizada para fraudar processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela", diz a PF em nota sobre a operação.Após os recebimentos milionários para emitir os pareceres e estudos, o dinheiro era repassado para executivos da FGV que ocupavam postos de comando na entidade.A PF apurou que esses executivos ocultavam a origem desses valores por meio de repasses para empresas de fachada no Brasil e, também, para offshores sediadas em paraísos fiscais como Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas.Procurada na manhã desta quinta, a instituição não respondeu a reportagem até a publicação deste texto.Para os investigadores, essas transações indicam lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outros possíveis ilícitos fiscais.A operação foi autorizada pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro e os mandados de buscas são cumpridos em São Paulo e na capital fluminense. A Justiça também autorizou o sequestro de bens.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...A FGV afirmou em nota que foi surpreendida com a operação da PF e que a investigação tem como base depoimentos de Sergio Cabral. "Não obstante a sua delação ter sido anulada pelo Supremo Tribunal Federal", diz a nota."Desde 2019 a FGV, assim como seus dirigentes, vêm sendo alvo de perseguição e vítimas de imputações quanto a supostos fatos de até 15 anos atrás."A instituição afirma que assinou um Termo de Ajustamento com o Ministério Público do Rio de Janeiro que tem sido cumprido.Segundo a FGV "causa estranheza" e indignação o retorno a esses tema esclarecidos no âmbito estadual agora na esfera federal."Agora requentados, maculam gravemente a imagem de uma entidade que, há mais de 70 anos, tanto contribui para o desenvolvimento do Brasil, que, atualmente, é a 3ª mais respeitada instituição do mundo, em sua área de atuação", afirma a instituição.
2022-11-17 08:42:00
cotidiano
Cotidiano
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BH resgata história de igreja símbolo da comunidade negra no século 19
Desde outubro, pedestres mais atentos que cruzam o centro de Belo Horizonte têm a oportunidade de conhecer um pedaço da história que foi soterrado durante a construção da capital de Minas Gerais, que foi fundada em dezembro de 1897.Entre a rua dos Timbiras e a rua da Bahia foi instalado pela prefeitura no último mês um totem informativo sobre o largo do Rosário. Local construído pela Irmandade dos Homens Pretos, era a referência para a população negra do antigo Curral del-Rey, constituído por uma capela e um cemitério erguidos, respectivamente, em 1819 e 1811.Uma placa informativa, que deve ser inaugurada no próximo sábado (19), véspera do Dia da Consciência Negra, com detalhes sobre a importância do espaço, apresenta-se como mais uma iniciativa para preservar a memória do largo. Neste ano, o local ganhou registro definitivo de patrimônio cultural imaterial.Há até pouco mais de cinco anos, a memória do largo do Rosário estava restrita aos documentos históricos preservados pelo Arquivo Público de Belo Horizonte e o Museu Histórico Abílio Barreto.Iniciativas em busca do resgate do passado da população negra da cidade possibilitaram o acesso à história uma cidade que antecede a criação de Belo Horizonte."Não se fala nada sobre a história do Curral del-Rey, isso não entrou na nossa história. Isso é algo muito cômodo para algumas instituições, como as imobiliárias, dizer que não havia nada a ser preservado. Não é verdade", diz o criador e curador do Muquifu (Museu dos Quilombos e Favelas Urbanas), padre Mauro Luiz da Silva.Segundo os documentos recuperados, o largo do Rosário se situava na região onde hoje estão as ruas dos Guajajaras, dos Timbiras, Espírito Santo e da Bahia e a avenida Álvares Cabral.Tudo construído dentro do que seria a avenida Dezessete de Dezembro —atual avenida do Contorno— foi demolido para a execução de uma cidade mais republicana e positivista. É que uma cidade moderna não comportaria os curralenses e seus costumes, afirma o professor e pesquisador Alessandro Borsagli."Se pensarmos de uma maneira paisagística, a posição do Rosário era muito mais atraente do que a posição da Igreja da Boa Viagem [no bairro Funcionários, erguida no lugar de uma capela]. A ideia era acabar com o lugar para as pessoas perderem a identidade daquele local e não frequentar mais", diz Borsagli.O registro do largo do Rosário como Patrimônio Imaterial foi confirmado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte.O processo, iniciado em 2021, é uma tentativa de reparar o apagamento da Irmandade dos Irmãos Pretos e da comunidade negra na história da cidade, segundo pesquisadores."Expulsar as irmandades e os reinados atendia o desejo não só da igreja católica como dos construtores da cidade em expulsar a população negra", diz padre Mauro.O religioso cita documento em que o engenheiro da época, Aarão Reis, apontava que a população do Arraial não habitaria a nova cidade. "E eles [os moradores] vão para fora da cidade, ficando esse conceito de muro imaginário que divide a periferia da cidade."Demolido em 1897, o largo composto pelo Cemitério dos Homens Pretos e a Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos não foi devidamente registrado ou substituído.Uma nova capela foi erguida e inaugurada dois meses antes da fundação oficial de Belo Horizonte, em 26 de setembro, com uma procissão.Os registros da época não citam a participação da Irmandade dos Homens Pretos. O mesmo descaso histórico, apontam pesquisadores, acontece com os registros das 60 sepulturas que faziam parte do cemitério."Quem foi sepultado ali pagou para ser sepultado, ser velado e protegido, não para ser devorado por animais ou soterrado. É incômoda a memória de dizer que aquelas pessoas foram deixadas para trás", diz o padre, que no último dia 2 celebrou a primeira missa de Finados em 125 anos no lugar onde se estima ter sido largo do Rosário.A placa indicativa será inaugurada com cortejo de Reinados e congados de Belo Horizonte."A nossa luta agora é reparar essa história", diz o religioso. "Passamos 125 anos sem ter nada que nos dizia que existia um monte de gente negra que construiu um templo, rezou por décadas e sepultou aqui seus mortos."
2022-11-17 04:15:00
cotidiano
Cotidiano
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Bolsonaro não fez quase nada entre derrota eleitoral e saída do palácio; veja dia a dia
Após sua derrota no segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) viveu uma rotina de reclusão, com agenda oficial enxuta e número reduzido de postagens em suas redes sociais, meios que adotou como principal forma de comunicação ao longo de seu mandato.Desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o atual mandatário evitou falar sobre o assunto e, nas poucas vezes que o fez, atiçou os atos antidemocráticos realizados por seus apoiadores.Nesta sexta-feira (30), Bolsonaro fez uma live de despedida do cargo e horas depois embarcou em uma aeronave oficial com destino aos Estados Unidos, onde deve ficar até o final de janeiro.Veja o dia a dia do presidente desde o resultado do segundo turno, de acordo com agenda oficial da Presidência e publicações em redes:31.out (segunda-feira)1º.nov (terça-feira)À tarde, após reunião com ministros, quebrou o silêncio de 45 horas e se pronunciou pela pela primeira vez após a derrota eleitoral.O pronunciamento, de cerca de dois minutos, no Palácio do Alvorada, foi divulgado em sua conta no Facebook.2.nov (quarta-feira)3.nov (quinta-feira)4.nov (sexta-feira)5.nov (sábado)6.nov (domingo)7.nov (segunda-feira)8.nov (terça-feira)9.nov (quarta-feira)10.nov (quinta-feira)11.nov (sexta-feira)12.nov (sábado)13.nov (domingo)14.nov (segunda-feira)15.nov (terça-feira)16.nov (quarta-feira)17.nov (quinta-feira)18.nov (sexta-feira)19.nov (sábado)20.nov (domingo)21.nov (segunda-feira)22.nov (terça-feira)23.nov (quarta-feira)24.nov (quinta-feira)25.nov (sexta-feira)26.nov (sábado)27.nov (domingo)28.nov (segunda-feira)29.nov (terça-feira)30.nov (quarta-feira) Mais 1º.dez (quinta-feira)2.dez (sexta-feira)3.dez (sábado)4.dez (domingo)5.dez (segunda-feira)6.dez (terça-feira)7.dez (quarta-feira)8.dez (quinta-feira)9.dez (sexta-feira)10.dez (sábado)11.dez (domingo)12.dez (segunda-feira)13.dez (terça-feira)14.dez (quarta-feira)15.dez (quinta-feira)16.dez (sexta-feira)17.dez (sábado)18.dez (domingo)19.dez (segunda-feira)20.dez (terça-feira)21.dez (quarta-feira)22.dez (quinta-feira)23.dez (sexta-feira)24.dez (sexta-feira) a 29.dez (quinta-feira)30.dez (sexta-feira)
2022-11-17 04:04:00
poder
Poder
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Guerra da Ucrânia vira laboratório para novas armas de aliados ocidentais
Três meses atrás, quando tropas ucranianas estavam avançando com dificuldade contra as forças russas no sul do país, o QG militar em Kiev enviou para o campo de batalha uma arma nova e valiosa.Não era um lançador de foguetes, um canhão ou qualquer outro tipo de armamento pesado de aliados ocidentais. Era um sistema de informação em tempo real conhecido como Delta: uma rede online que tropas militares, autoridades civis e até cidadãos comuns autorizados podiam usar para rastrear e compartilhar informações urgentes sobre as forças russas.Desenvolvido em coordenação com a Otan, o software mal havia sido testado em batalha até então.Mas quando as forças ucranianas atravessaram a região de Kherson numa grande contraofensiva, utilizaram o Delta, além de armamentos poderosos fornecidos pelo Ocidente, para expulsar os russos de cidades e vilarejos ocupados havia meses.A grande recompensa veio na sexta-feira (11), com o recuo russo da capital regional, um dos alvos mais visados na guerra que já dura quase nove meses.O Delta é um exemplo de como a Ucrânia virou um campo de testes de armas e sistemas de informação de ponta e de novas maneiras de usá-los —que, políticos e militares ocidentais preveem, poderão definir como se travam guerras por gerações.É verdade que a batalha na Ucrânia ainda é em grande medida uma exaustiva guerra de atrito, com implacáveis e constantes ataques de artilharia e outras táticas usadas na Segunda Guerra. Os dois lados utilizam principalmente armas da era soviética, e Kiev já informou que seus estoques de munições para algumas delas estão minguando.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Mas, ao mesmo tempo que é travada a guerra tradicional, novos avanços em tecnologia e treinamento estão sendo monitorados de perto para averiguar como modificam a aparência dos combates. Além do Delta, essas ferramentas incluem barcos operados por controle remoto, armas antidrones SkyWipers e uma versão modernizada de um sistema de defesa aérea fabricado na Alemanha que as próprias Forças Armadas alemãs ainda não usaram."A Ucrânia é o melhor campo de testes, já que temos a oportunidade de colocar todas as hipóteses à prova em situação de batalha e introduzir alterações revolucionárias na tecnologia e em instrumentos modernos", disse Mikhailo Fedorov, vice-primeiro-ministro e ministro da Transformação Digital da Ucrânia, em outubro, numa conferência da Otan na Virgínia, na qual discutiu o Delta publicamente pela primeira vez.Fedorov também destacou a utilização crescente de aeronaves e barcos operados remotamente, que, segundo especialistas militares, estão se tornando armamentos de primeira opção, algo que nunca foi visto em qualquer guerra anterior."Nas últimas duas semanas voltamos a nos convencer que as guerras do futuro usarão o máximo de drones e o mínimo de humanos." Mais No mar Negro, esses barcos carregados de explosivos culminaram num ataque ousado contra a frota russa em outubro.As autoridades militares têm se negado, de modo geral, a comentá-lo ou dar detalhes das embarcações, mas EUA e Alemanha forneceram navios semelhantes à Ucrânia. Chaurav Gairola, analista da empresa de inteligência Janes, diz que o ataque no mar Negro revelou um nível sofisticado de planejamento, dado o aparente sucesso dos barcos pequenos e relativamente baratos contra poderosos navios de guerra russos.Segundo ele, o ataque "impõe uma mudança de paradigma nas doutrinas da guerra naval e simboliza uma expressão de táticas de guerra futuristas", mostrando como a guerra no mar pode transcorrer no momento em que EUA e aliados se preparam para potenciais futuras agressões navais da China contra Taiwan.Como não poderia deixar de ser, o uso aumentado de drones pelas forças russas incentivou os aliados da Ucrânia a enviar tecnologia nova para barrá-los.No final do ano passado as forças ucranianas começaram a usar os SkyWipers, que fazem interferência contra drones, para frustrar a ação de separatistas russos na região do Donbass. Eles podem desviar drones ou atrapalhar seu funcionamento, bloqueando sinais de comunicação. Foram desenvolvidos na Lituânia e estavam no mercado havia apenas dois anos —até serem dados à Ucrânia por meio de um programa da Otan.Hoje os SkyWipers são apenas um tipo de bloqueador de drones em uso por Kiev. Mas foram identificados como um instrumento altamente cobiçado.Rafael Loss, do European Council on Foreign Relations, diz que as defesas antiaéreas modernizadas não serão capazes por si de mudar drasticamente a situação da guerra, mas que o uso delas na Ucrânia mostra como Kiev já evoluiu, deixando para trás métodos da era soviética e alinhando-se com o que é feito pela Otan. Mais Mais que um sistema de alerta precoce, o Delta combina mapas e imagens em tempo real de ativos inimigos, chegando a mostrar quantos soldados estão em movimento e o tipo de armas que carregam.Essas informações são combinadas com inteligência —incluindo informações obtidas por satélites espiões, drones e fontes governamentais— para decidir onde e como as tropas ucranianas devem atacar.Kiev e as potências ocidentais determinaram que precisavam do sistema depois de a Rússia ter instigado uma guerra apoiada por separatistas no leste da Ucrânia, em 2014. O sistema foi desenvolvido pelo Ministério da Defesa com assistência da Otan e foi testado inicialmente em 2017, em parte para ensinar as tropas a não seguir o padrão russo de dividir informações entre unidades terrestres, em vez de compartilhá-las.Desde então, o sistema foi incluído em exercícios de treinamento envolvendo os planejadores militares da Ucrânia e da Otan.A partilha de informações é há anos prática corrente das forças americanas e da Otan. O que autoridades da aliança consideraram surpreendente no Delta é que a rede é tão amplamente disponível para as tropas que as ajudou a tomar decisões no campo de batalha de modo ainda mais ágil que Forças Armadas mais modernas. Em Kherson, ajudou a rapidamente identificar linhas de fornecimento russas a serem atacadas, segundo Inna Honchar, comandante do grupo não governamental Aerorozvidka, que desenvolve drones."As pontes foram pontos-chave. Armazéns e pontos de controle foram danificados, e o abastecimento das tropas tornou-se crítico", disse, à medida que os russos foram ficando cada vez mais isolados.A primeira vez em que o Delta foi realmente posto à prova foi nas semanas imediatamente seguintes à invasão de fevereiro, quando um comboio russo de 65 km se pôs a caminho de Kiev. Drones ucranianos o sobrevoaram e rastrearam seu avanço, e as tropas avaliaram os melhores pontos para interceptar o comboio. Moradores enviaram informações constantemente atualizadas ao governo com detalhes que só poderiam ser vistos muito de perto.Todas as informações foram colhidas, analisadas e disseminadas por meio do Delta para ajudar as forças ucranianas a obrigar os russos a bater em retirada, segundo líderes do país."Aquele foi o primeiro momento em que as possibilidades de uso do Delta foram postas em ação plenamente", disse o Ministério da Defesa em comunicado. Desde então, o Delta teria ajudado a identificar em média 1.500 alvos russos em todo o país por dia, "centenas dos quais foram eliminados" em 48 horas.Os testes dos armamentos na Ucrânia estão ajudando autoridades e planejadores de defesa dos EUA e seus aliados a decidir como investir verbas militares nas próximas duas décadas.
2022-11-17 04:03:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/11/guerra-da-ucrania-vira-laboratorio-para-novas-armas-de-aliados-ocidentais.shtml
Atuação do TSE contra fake news expõe omissão do Ministério Público e esbarra em censura
A postura da Justiça Eleitoral no segundo turno e após o pleito é vista por pesquisadores como resultado da omissão do Ministério Público sobre a propagação de fake news no período.Para especialistas em direito, a atuação do Judiciário foi adequada, apesar de alguns casos questionáveis. Parte deles avalia que houve censura prévia.Do início da campanha, em agosto, até 6 de novembro, o Observatório da Desinformação Online nas Eleições de 2022 da FGV-SP identificou somente seis ações movidas pelo Ministério Público Eleitoral no pleito em relação à desinformação.Isso aconteceu apesar de a legislação atribuir ao órgão o papel de representante legítimo contra informações inverídicas e/ou descontextualizadas veiculadas para prejudicar a credibilidade do processo eleitoral.Três ações com base no dispositivo foram apresentadas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Outros delitos eleitorais motivaram dois processos no tribunal regional de Roraima e um no do Rio Grande do Norte.A coleta automatizada com base em palavras-chaves feita pelo projeto da FGV identificou 427 ações sobre desinformação apresentadas à Justiça por partidos, coligações, federações e candidatos. O Ministério Público, portanto, foi o autor em apenas 1% dos casos."Houve uma omissão do Ministério Público Eleitoral, aquele que tem que ser o fiscal da lei, ir atrás do que está acontecendo e promover investigações. Olhando para a nossa base, essa participação foi muito pequena, e não sabemos ainda o motivo", afirma o professor Alexandre Pacheco. Mais O pesquisador Antonio Bloch Belizario diz que, em 2018, o Ministério Público Eleitoral em Santa Catarina pediu, de forma espontânea, a retirada de posts que atacavam a confiabilidade das urnas eletrônicas.Nas eleições deste ano, isso não aconteceu, apesar do forte discurso nas redes procurando minar a integridade do processo eleitoral, completa Belizario.O observatório verificou 331 pedidos de remoção de conteúdos publicados em redes sociais e veículos de comunicação durante as eleições. Em 54% das ações, a retirada foi determinada pela Justiça Eleitoral; em 47% dos processos a solicitação foi negada.Os pesquisadores afirmam que a taxa é considerada elevada, mas o mesmo padrão foi observado nas eleições de 2018. Uma comparação direta não é possível, contudo, pois os processos referentes ao pleito deste ano ainda estão sendo incluídos nos sistemas dos tribunais.Reportagem da Folha mostrou que a PGE (Procuradoria-Geral Eleitoral) passou 70 dias da campanha sem apresentar questionamentos ao TSE sobre o uso de desinformação contra o processo eleitoral.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...No dia 20 de outubro, a corte eleitoral aprovou por unanimidade uma resolução que permitiu ao tribunal determinar a remoção de conteúdos, em decisão fundamentada, sem a necessidade da atuação do Ministério Público."A criação do artigo 2º, que foi polêmica por permitir ao tribunal atuar mesmo não provocado, acabou sendo uma reação a esse vácuo deixado pelo Ministério Público Eleitoral", afirma o professor Caio Mario Pereira Neto, do Observatório da FGV, para quem o TSE assumiu um papel de regulador do processo eleitoral.Outros trechos da mesma resolução foram criticados.Para Ivar Hartmann, professor associado do Insper, os artigos que deram ao TSE o poder de suspender perfis, contas ou canais em redes sociais e estabeleceu um prazo para monetizar conteúdos antes e após a votação são inconstitucionais. Ele diz que apenas legisladores poderiam estabelecer essas restrições."O TSE errou nisso. Em um caso concreto, o TSE poderia proibir um candidato específico de publicar alguma coisa, mas não poderia criar uma norma genérica para aplicar a todo e qualquer candidato", diz.Hartmann também considera que houve excesso quando, ao determinar que a Jovem Pan concedesse direito de resposta a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o tribunal decidiu que a empresa não poderia usar inserções e manifestações dizendo que Lula mente a respeito de ter sido inocentado pela Justiça."Não posso deixar de dizer que manifestações que foram restringidas eram protegidas pela Constituição, e o TSE errou", diz. Mais Para a presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB de Minas Gerais, Isabela Damasceno, ao proibir o uso dos termos, o TSE praticou censura prévia.Estela Aranha, presidente da Comissão de Proteção de Dados do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), afirma que, diante das limitações de recursos, o TSE conteve os principais problemas do pleito."A liberdade de expressão no Brasil tem limites, especialmente nos processos eleitorais, porque está em jogo o equilíbrio do processo, a lisura das eleições e os equilíbrios de poder econômico e de poder político."Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...Para Aranha, a decisão sobre a Jovem Pan foi correta, pois veio após o descumprimento reiterado a decisões da Justiça Eleitoral. Além disso, ela afirma que a emissora não seguiu os mesmos procedimentos que a imprensa imparcial e não praticava uma cobertura equilibrada.Em relação à suspensão de perfis, os especialistas afirmam que é preciso analisar caso a caso. No processo envolvendo a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), a leitura é que a decisão de bloqueio veio após o descumprimento reiterado de decisões judiciais e outros casos de ataques ao sistema eleitoral.Em nota, Zambelli repudiou a interpretação. "Quem fala isso, certamente sequer leu a decisão, pois em momento algum consta qualquer palavra que seja nesse sentido. Cumpri todas as decisões contra mim durante as eleições, mesmo tendo sido vítima de forte censura".Sobre o deputado eleito Nikolas Ferreira (PSL-MG), que teve o perfil suspenso por compartilhar uma live de um canal argentino questionando as urnas, a interpretação da corte também foi considerada adequada. Mais
2022-11-17 04:07:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/11/atuacao-do-tse-contra-fake-news-expoe-omissao-do-ministerio-publico-e-esbarra-em-censura.shtml
Ditadura de Mianmar liberta 6.000 prisioneiros com lei de anistia
A ditadura de Mianmar libertou na manhã desta quinta-feira (17), noite de quarta no Brasil, cerca de 6.000 prisioneiros após a aprovação de uma lei de anistia, segundo a imprensa local.Entre os contemplados estão ao menos quatro estrangeiros. Já foram soltos o economista australiano Sean Turnell, a ex-embaixadora do Reino Unido Vicky Bowman, o documentarista japonês Toru Kubota e o civil mianmarense com passaporte americano Kyaw Htay Oo. Todos foram deportados, apontou o regime.Turnell foi conselheiro da ex-líder civil Aung San Suu Kyi e estava preso desde o ano passado. Ele foi acusado de violar a Lei de Segredo de Estado, que prevê pena máxima de 14 anos. O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, agradeceu aos líderes da Tailândia e do Camboja por pressionarem os militares para libertar seu conterrâneo. "Ele viajará durante a noite para a Austrália para ficar com sua família", disse o premiê.Já Bowman, que atuou como diplomata de 2002 a 2006, foi presa em agosto por supostamente não declarar que morava em um endereço diferente daquele que seu certificado de registro de estrangeiro apontava. Kubota foi condenado a dez anos de prisão por incitação à dissidência contra os militares e violação das leis de telecomunicações. E Oo foi acusado de terrorismo. Todos se declararam inocentes.Ao todo, 5.774 prisioneiros foram libertados pela ditadura nesta quarta, incluindo 600 mulheres, 11 celebridades e 3 ex-ministros do governo de Suu Kyi. A anistia livra presos que têm ligações com outros países ou que precisam de ajuda humanitária –regras, de certa forma, superficiais.O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que as libertações foram "um ponto brilhante no que, de outra forma, seria um período incrivelmente sombrio". "Se isso sinaliza algo mais amplo sobre as intenções do regime, não posso dizer. É muito cedo para falar", acrescentou. Mais Mianmar sofreu um golpe de Estado no ano passado que colocou fim à transição democrática no país iniciada havia dez anos. No poder, a junta militar tem reprimido e prendido opositores.O golpe foi realizado após os militares alegarem fraude nos resultados da eleição —embora observadores independentes não tenham constatado qualquer irregularidade. Eles assumiram o poder horas antes da posse da legislatura, por meio da deposição e da detenção de Suu Kyi, do presidente Win Myint e de várias outras lideranças.Na quinta (17), o governo paralelo da Unidade Nacional de Mianmar, organização que apoia movimentos de resistência, disse estar animado com a anistia, mas defendeu que "esse tipo de tática não deve levar a comunidade internacional a acreditar que os militares mudaram suas cores".Na mesma linha, a Associação de Assistência aos Presos Políticos, que tem documentado a repressão militar, disse que os presos políticos estão sendo usados pelo regime como moedas de troca.
2022-11-17 00:14:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/11/ditadura-de-mianmar-liberta-6000-prisioneiros-com-lei-de-anistia.shtml
Justiça condena a 76 anos de prisão acusados de matar aposentada e diarista no Rio
A Justiça do Rio de Janeiro condenou a 76 anos, dois meses e 20 dias de prisão os pintores Jhonatan Correia Damasceno e William Oliveira Fonseca pelos assassinatos da aposentada Martha Maria Lopes Pontes, 77, e da diarista Alice Fernandes da Silva, 51.As duas foram encontradas degoladas e carbonizadas na tarde do dia 9 de junho em um apartamento de alto padrão no bairro do Flamengo, zona sul do Rio.O juiz Flavio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal, destacou na sentença a violência e crueldade do crime."Um dos delitos perpetrados pelos condenados foi o de latrocínio, que é um crime hediondo, o que evidencia a periculosidade dos condenados. Esta, aliás, também pode ser evidenciada pela extrema violência e crueldade empregada no crime, o que deixa inequívoco que a liberdade dos condenados poderia gerar perigo para a sociedade", diz trecho da sentença.Jhonatan já havia trabalhado como pintor no apartamento de Martha, além de ter realizado serviços no prédio do Flamengo.Segundo a Justiça, ele e William foram ao prédio para conseguir mais dinheiro e avisaram a um dos porteiros que iriam ao apartamento da aposentada.No imóvel, eles ameaçaram as duas mulheres e obrigaram Martha a assinar três cheques no valor de R$ 5 mil cada.William manteve as vítimas em cárcere privado e Jhonatan foi a uma agência bancária para descontar os cheques. Segundo depoimento de uma funcionária do banco, a aposentada confirmou a emissão dos cheques, por meio de contato telefônico.Nos depoimentos, os dois trocaram acusações sobre os assassinatos. Um disse que o outro teve medo de ser reconhecido e por isso optaram pelas mortes.De acordo com a Justiça, William admitiu ter matado as duas mulheres por ordem de Jhonatan, que foi responsável por incendiar o apartamento e carbonizar os corpos das vítimas. Eles roubaram também joias e celulares.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...O juiz afirmou que os dois agiram de maneira fria, calculista, insensível, covarde e bárbara. Sem chance de defesa, as duas mulheres foram mortas por esgorjamento –lesões incisivas no pescoço.A sentença destaca também a longa duração do crime. Os dois pintores entraram no apartamento por volta das 13h30 e de lá saíram juntos por volta das 16h40. Nesse período, as duas mulheres ficaram amordaçadas e amarradas, o que o juiz descreve como tortura física e moral.O crime, segundo a Justiça, provocou comoção, revolta e danos psicológicos em familiares das vítimas e entre empregados e moradores do condomínio.Os dois réus foram presos nos dias seguintes aos assassinatos e, antes da condenação, cumpriam prisão preventiva. Eles ficaram em silêncio durante interrogatório em audiência realizada em setembro na 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
2022-11-17 01:53:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/11/justica-condena-a-76-anos-de-prisao-acusados-de-matar-aposentada-e-diarista-no-rio.shtml
Herança cultural pode influenciar a escolha de ferramentas por macacos-prego, aponta estudo
Os macacos-prego são alguns dos poucos primatas a utilizar ferramentas no dia a dia. Um dos principais usos no Cerrado e na Caatinga são os martelos e bigornas de pedra, que servem para quebrar a casca de alimentos duros, como as vagens do jatobá e a castanha-de-caju.Em estudo publicado na revista Scientific Reports, pesquisadores brasileiros mostraram que a correlação entre a dureza dos alimentos e o tamanho das ferramentas nem sempre é precisa como se pensava.Ao observar três populações brasileiras de macacos-prego da espécie Sapajus libidinosus e medir a resistência dos recursos, o tamanho e peso das ferramentas usadas e a disponibilidade de pedras no local, os cientistas concluíram que a cultura do grupo —informação mantida ao longo de gerações por aprendizado social— também pode influenciar a escolha."Em uma das três populações analisadas, mesmo quando possuem pedras mais adequadas para determinado recurso, eles podem usar ferramentas desproporcionalmente pesadas, o que pode indicar um traço cultural daquele grupo", explica Tiago Falótico, pesquisador da EACH-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo) apoiado pela Fapesp.A população a que o pesquisador se refere vive no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. A comparação se deu com outras duas, residentes no Piauí: no Parque Nacional Serra das Confusões e no Parque Nacional Serra da Capivara, distantes 100 quilômetros um do outro.As ferramentas, no caso, referem-se a pedaços de rocha quartzito e arenito encontrados em locais conhecidos como sítios de quebra. Os animais frequentam esses lugares exclusivamente para ter acesso a esses martelos e bigornas. Os primeiros são batidos pelos macacos contra os alimentos, que ficam apoiados nas bigornas."Na Serra das Confusões, quando quebram frutos pequenos e menos resistentes, os macacos-prego usam ferramentas menores. Quando precisam abrir cocos maiores e duros, usam martelos grandes e pesados. Na Chapada dos Veadeiros, mesmo tendo variedade de ferramentas, eles usam as mais pesadas mesmo para alimentos mais frágeis", conta o pesquisador.Não por acaso, foi na Chapada dos Veadeiros que os pesquisadores registraram o maior peso já levantado por macacos-prego. Um indivíduo desses pequenos primatas, que têm 3,5 quilos em média (machos adultos), foi filmado erguendo um martelo de 4,65 quilos. "São verdadeiros halterofilistas", nota Falótico.Os resultados são fruto de um trabalho minucioso. Nos três locais onde vivem as populações de macacos-prego estudadas foram documentados os alimentos mais encontrados nos sítios de quebra, como coco do babaçu, jatobá, castanha-de-caju e semente de maniçoba (um parente próximo da mandioca).Foi documentada ainda a disponibilidade de pedras, além do tamanho e o peso das ferramentas encontradas. Com um aparelho especial, os pesquisadores mediram ainda a resistência de cada alimento encontrado. Por fim, observaram e filmaram como os macacos de cada uma das populações utilizavam as ferramentas com determinados alimentos."Esperávamos encontrar uma correlação muito direta entre o tamanho e peso da ferramenta e o alimento, mas a população da Chapada dos Veadeiros, que tem uma grande disponibilidade de rochas e poderia escolher maiores ou menores, usa predominantemente as maiores. Esse comportamento é provavelmente herdado dos antepassados, uma diferenciação cultural das outras populações", afirma Falótico.Outra amostra de que os macacos têm aprendizado cultural é que, em outras regiões do Brasil, como na Serra de Itabaiana, em Sergipe, e na Chapada Diamantina, na Bahia, também há macacos-prego do mesmo gênero, pedras e os mesmos frutos disponíveis. No entanto, não há sítios de quebra e, portanto, o comportamento de abrir os frutos para comer. Já na Serra das Confusões, os macacos quebram vários alimentos, menos a castanha-de-caju, ainda que esta seja abundante."Não é só a disponibilidade ou a escassez de recursos que define a ocorrência do comportamento, mas a herança cultural", diz.Os pesquisadores agora realizam análises genéticas das três populações para verificar se as diferenças culturais podem ser detectadas no genoma.O trabalho teve apoio da Fapesp também por meio de bolsa concedida a Tatiane Valença na EACH-USP.Em outro trabalho, publicado no Journal of Human Evolution, Falótico e um time de arqueólogos da Espanha, Alemanha e do Reino Unido analisaram, em um experimento de campo, a formação de lascas de pedra pelos macacos-prego quando usavam diferentes tipos de rocha como bigorna.Na natureza, os fragmentos são formados quando esses primatas batem uma pedra na outra para utilizar o pó produzido para passar no corpo e nos dentes. Não se sabe para que os macacos-prego usam esse produto, mas os pesquisadores acreditam que ele possa ter efeito contra parasitas. No experimento, a fragmentação das bigornas de material mais homogêneo também criou esses tipos de lascas.As lascas, contudo, não são usadas pelos macacos, embora muito parecidas com as ferramentas líticas encontradas em sítios arqueológicos de várias partes do mundo. A hipótese dos pesquisadores é de que, antes de criarem lascas intencionalmente para usar como ferramentas, os primeiros seres humanos as obtiveram por acidente. Mais "Da mesma forma, em tese, os macacos-prego podem passar a usar lascas no futuro, caso um indivíduo inovador comece a usar e os outros aprendam observando. Por isso, esses primatas podem ser um modelo para entender a evolução humana", aponta o brasileiro.Em um trabalho anterior, o grupo mostrou como as ferramentas líticas usadas pela população de macacos-prego da Serra da Capivara ganham marcas específicas de acordo com o uso (leia mais aqui).A comparação das marcas nas ferramentas dos macacos com as dos hominídeos pode ajudar a desvendar como os primeiros humanos usavam esses instrumentos líticos. Com isso, os macacos-prego brasileiros abrem caminho para que se conheça melhor nossos antepassados.O artigo Stone tools differences across three capuchin monkey populations: food’s physical properties, ecology, and culture está disponível em acesso aberto.E o estudo A primate model for the origin of flake technology pode ser lido aqui.
2022-11-17 04:00:00
ciencia
Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2022/11/heranca-cultural-pode-influenciar-a-escolha-de-ferramentas-por-macacos-prego-aponta-estudo.shtml
Lula levará à TV promessa de isenção do IR até faixa de R$ 3.000
Em um aceno à classe média, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levará na semana que vem ao programa eleitoral promessa de reajustar a tabela do Imposto de Renda, o que não é feito desde 2015. A proposta é fazer a correção acumulada dos sete anos.Segundo cálculo da equipe de Lula, a inflação acumulada no período é de cerca de 50%.Com o reajuste, a faixa faixa de isenção do Imposto de Renda subiria para R$ 3.000. Hoje a faixa de isenção é de até R$ 1.903,98. Ou seja, quem ganha pouco mais de um salário mínimo paga Imposto de Renda.O reajuste da faixa de isenção teria o efeito de empurrar as demais faixas.Os valores terão de ser recalculados, mas, numa simulação meramente ilustrativa, tomando como base os intervalos atuais, pode-se dizer que quem ganha entre R$ 3.000 e R$ 3.900 passaria a pagar a alíquota de 7,5%. Sobre rendimentos no intervalo seguinte, até R$ 4.800, incidiria a alíquota de 15%. A alíquota de 22,5% passaria a incidir até cerca de R$ 5.700, sendo que a alíquota máxima recairia acima desse valor.Hoje, paga alíquota máxima quem ganha acima de R$ 4.664."Queremos levar a faixa de isenção para onde ela deveria estar se o reajuste tivesse sido feito, com isso, as demais faixas serão afetadas e toda a classe média vai pagar menos Imposto de Renda", disse um dos integrantes da comissão de redação do programa de governo do petista, o economista Guilherme Mello.Segundo Mello, em caso de eleição de Lula, a correção da tabela seria implementada dentro de uma proposta de reforma tributária.A perda de arrecadação provocada pelo reajuste da tabela do IR, diz, seria parcialmente compensada pela tributação sobre distribuição de lucros e dividendos, além de outras medidas como combate à sonegação."A perda vai ser compensada na tributação dos mais ricos", afirmou o economista.Segundo Mello, a incidência de um tributo sobre lucros e dividendos também se daria de forma progressiva. A proposta é fazer os ajustes para equiparar a tributação sobre a renda do capital à tributação sobre a renda do trabalho. Ao mesmo tempo, haveria redução da tributação sobre o lucro da empresa.A meta é, ao final, manter a carga total atual, mas garantir à empresa uma alíquota efetiva dentro da média internacional. Mais Na campanha de 2018, Jair Bolsonaro (PL) prometeu que faria o reajuste da tabela do Imposto de Renda, mas não concretizou a promessa eleitoral. Com a alta da inflação nos últimos dois anos, a defasagem atingiu pico histórico.Segundo Mello, o reajuste foi uma prática dos governos anteriores do PT que Lula pretende manter em um eventual terceiro mandato.Lula está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, à frente de Bolsonaro.Na largada da disputa do segundo turno da disputa presidencial deste ano, o petista marca 49% da intenção de votos aferida pelo Datafolha em sua primeira pesquisa desta etapa da corrida. Se a eleição fosse hoje, 44% dizem votar no atual presidente.Os indecisos são 2%, e brancos e nulos somam 6%. A pesquisa é um retrato do momento e não necessariamente reflete a votação que os candidatos terão.Colaborou Alexa Salomão.
2022-10-07 20:23:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/lula-levara-a-tv-promessa-de-isencao-do-ir-ate-faixa-de-r-3000.shtml
Mourão defende mudanças no STF para limitar decisões, mudar composição e tempo de mandato
O vice-presidente da República e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), fez críticas nesta sexta-feira (7) ao STF (Supremo Tribunal Federal) e propôs reformas na corte com mudanças no número de magistrados, duração de mandatos e da idade de aposentadoria dos ministros, além de limitações às decisões monocráticas."Olha, o que eu deixo muito claro, e vejo hoje, é que a nossa Suprema Corte tem invadido contumazmente aquilo que são atribuições do Poder Executivo, do Poder Legislativo e, algumas vezes, rasgando aquilo que é o processo legal", afirmou Mourão em entrevista à GloboNews.Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que recebeu propostas para aumentar o número de ministros do STF e que pode discutir o tema após as eleições.Segundo o mandatário, chegou para ele o projeto para incluir mais cinco magistrados na corte —atualmente, o tribunal tem 11 assentos.Mourão endossou a proposta e sugeriu que o Congresso discuta também o tema. Segundo ele, os parlamentares não poderão se omitir ao debate sobre a corte "sem paixões ideológicas" e "sempre buscando aquilo que é o melhor para o sistema democrático"."Não é só uma questão de aumentar o número de cadeiras na Suprema Corte. Eu vejo que a gente tem que trabalhar em cima do que são as decisões monocráticas, temos que trabalhar em cima do que vem a ser um mandato para os mandatários da Suprema Corte. Eu acho que não pode ser algo até os 75 anos, né? Ou 10, 12 anos, tem que ser discutido", afirmou Mourão.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...O vice-presidente afirmou também que os senadores têm o dever de julgar crimes de responsabilidade, insinuando a possibilidade de processos de impeachment contra magistrados da corte."E temos até a questão de crimes de responsabilidade que são deveres do Senado Federal de julgar. Então eu acho que nós temos uma ampla gama de assuntos a serem tratados e que não podemos nos omitir."O aumento no número de ministros seria uma forma de Bolsonaro ampliar o poder de influência no Supremo, que impôs limites à atuação do presidente durante seu mandato, principalmente na gestão da pandemia da Covid-19.A alteração na composição do STF, que tem a palavra final para decidir se medidas do Executivo e do Legislativo respeitam a Constituição e podem vigorar, já foi feita, por exemplo, pela ditadura militar iniciada em 1964 no Brasil e por presidentes autoritários de outros países.O próximo presidente do país terá o direito de indicar dois ministros do STF no lugar de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, que irão fazer 75 anos em 2023, idade limite para atuar no tribunal. Mais
2022-10-07 20:28:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/mourao-defende-mudancas-no-stf-para-limitar-decisoes-mudar-composicao-e-tempo-de-mandato.shtml
Brasil registra 90 mortes por Covid; média móvel segue em alta
O Brasil registrou, nesta sexta-feira (7), 90 mortes por Covid e 7.149 casos da doença. Com isso, o país chega a 686.849 vidas perdidas e a 34.757.257 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.A média móvel de mortes agora é de 107 por dia. Na comparação com o dado de duas semanas atrás, a média subiu 76%, o que indica tendência de alta pelo quarto dia seguido, após um período de 78 dias de queda ou estabilidade. Já a média móvel de casos está em 6.015 por dia (redução de 9% em relação a 14 dias atrás).A tendência de alta é verificada quando há variação superior a 15% em um período de 14 dias. O movimento de queda, por sua vez, acontece quando a variação negativa ultrapassa os 15%.Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.Ao todo, 181.781.446 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil. Somadas as doses únicas da vacina da Janssen, são 170.977.254 pessoas com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen.Assim, o país já tem 84,62% da população com a 1ª dose e 79,59% dos brasileiros com as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen.Até o momento, 104.693.922 pessoas já tomaram a terceira dose, e 33.999.239, a quarta.A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (PL), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes.
2022-10-07 20:28:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/10/brasil-registra-90-mortes-por-covid-e-media-movel-segue-em-alta.shtml
Atirador desportivo reage a tentativa de assalto e fere suspeito na zona sul de SP
Um homem com registro de CAC (sigla para colecionador de armas, atirador desportivo e caçador) reagiu a uma tentativa de assalto contra sua família e baleou o suspeito na noite de quinta-feira (6) na avenida Bosque da Saúde, na zona sul de São Paulo.O suspeito da tentativa de assalto, um jovem de 19 anos, foi atingido por disparos e socorrido. Seu estado de saúde não foi informado pelo hospital.A policiais militares o autor dos tiros, um homem de 31 anos que não teve a profissão e a identidade reveladas, relatou que saía de carro do estacionamento de uma farmácia quando dois homens o abordaram. Ele estava com a esposa, também de 31 anos, e duas filhas, de 9 e 3 anos.De acordo com a versão, um dos homens bateu no vidro da janela do carro e, em seguida, abriu a porta do lado do passageiro, onde ele estava sentado.Baleado, um dos suspeitos foi socorrido para o Hospital Municipal Doutor Arthur Ribeiro de Saboya, no Jabaquara, zona sul. O outro conseguiu fugir.A ocorrência foi registrada como legítima defesa e roubo tentado no 16º DP (Vila Clementino). Foi requisitada perícia para o local e para as armas envolvidas.No país, o número de armas de fogo nas mãos dos CACs chegou a 1 milhão em julho deste ano. Essas categorias têm sido as mais beneficiadas por normas editadas na gestão Bolsonaro (PL) que facilitaram o armamento da população.O crescimento foi de 187% em relação a 2018, antes do atual governo, segundo dados do Exército obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação) pelos institutos Sou da Paz e Igarapé. Mais Em 18 de julho, um suspeito morreu e outro ficou gravemente ferido após um colecionador de armas, registrado no Exército, reagir a uma tentativa de assalto a um restaurante no Bom Retiro, região central de São Paulo.O atirador, um marceneiro de 34 anos, tem documentação da pistola 9 mm legalizada e o porte de trânsito válido até 2024. Com o documento, ele pode transportar uma arma municiada até um clube de tiro —e apenas nesse trajeto.Os policiais civis que registraram ocorrência consideraram que o marceneiro, embora não tenha porte de arma, agiu em legítima defesa e utilizou os meios necessários para se proteger. Entenderam, assim, que não havia necessidade da prisão em flagrante do CAC.
2022-10-07 21:03:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/10/atirador-desportivo-reage-a-tentativa-de-assalto-e-fere-suspeito-na-zona-sul-de-sp.shtml
Datena aparece em entrevista de Bolsonaro no Palácio do Planalto e é 'confundido' com segurança
José Luiz Datena esteve em Brasília a convite de Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (7). O apresentador do Brasil Urgente, da Band, negou que a visita era uma declaração direta de um apoio a reeleição do presidente no segundo turno das eleições 2022. Ele ressaltou que a sua ida ao Palácio Alvorada era de "interesse puramente jornalístico"."Sou jornalista. Não seria ético e nem leal para com a minha empresa que eu assumisse uma posição em um momento como esse. Vim aqui agradecer o presidente pelo que fez por mim", disse Datena. Só que o apresentador ficou ao lado de Bolsonaro durante a coletiva para a imprensa, e sua presença de óculos escuros e cara fechada, acabou sendo comparada com um segurança do presidente.Várias internautas brincaram com a situação. Inclusive seu colega de emissora, Milton Neves. " E o Datenão de segurança ?". "Fiquei animado vendo o Datena fazendo bico de segurança", comentou um internauta e outro completou: "Poucos tem o Datena como segurança".Datena chegou a ser anunciado como o candidato de Bolsonaro ao Senado por São Paulo. Ficou animado com a corrida política, mas desistiu da candidatura no final de junho. "Repito, gratidão não se pode deixar de lado em momento nenhum, há dois Datenas: o cidadão que ia fazer questão de vir aqui a convite do presidente e o cidadão jornalista que vem aqui com interesse de saber o que o presidente pensa dessa campanha no segundo turno", completou o apresentador da Band.
2022-10-07 20:06:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2022/10/datena-aparece-em-coletiva-de-bolsonaro-no-palacio-do-planalto-e-e-confundido-com-seguranca.shtml
Lula visita FHC após encontro com Tebet e fala em 'reencontro democrático'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na tarde desta sexta-feira (7), em São Paulo. O encontro ocorre dois dias depois de o tucano ter declarado publicamente apoio ao petista no segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PL)."Um reencontro democrático com @presidentefhc", escreveu Lula na legenda da foto compartilhada em seu perfil no Instagram.Na quarta (5), FHC declarou publicamente seu voto no petista em publicação nas redes. "Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva", escreveu FHC no Twitter.A manifestação de FHC foi acompanhada de fotos históricas dos dois.Lula foi às redes agradecer o apoio. "Pela democracia e pela inclusão social. Obrigado pelo seu voto e confiança. O Brasil precisa de diálogo e de paz", escreveu o petista.Após a troca de mensagens, Lula manifestou o desejo de visitar o ex-presidente, o que foi viabilizado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB).Mais cedo nesta sexta, Lula se reuniu com a senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada da disputa à Presidência no primeiro turno.Esse foi o primeiro encontro público dos dois após ela ter declarado apoio ao petista no segundo turno. Lula deixou o hotel onde ocorreu a reunião com a senadora e seguiu para a casa do ex-presidente tucano. Mais
2022-10-07 19:17:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/lula-visita-fhc-apos-encontro-com-tebet-e-fala-em-reecontro-democratico.shtml
Toyota alerta para vazamento de cerca de 296 mil informações de clientes
A Toyota disse na sexta-feira (7) que descobriu que cerca de 296 mil informações de clientes de seu serviço T-Connect podem ter vazado.A montadora disse que 296.019 endereços de email e números de clientes que usam o T-Connect, um serviço que conecta veículos por meio de uma rede, foram potencialmente vazados. Os clientes afetados são indivíduos que se inscreveram no site do serviço usando seus endereços de email desde julho de 2017.Um acesso de terceiros não pôde ser confirmado a partir do histórico de acesso do servidor de dados onde as informações foram armazenadas com base na investigação de especialistas em segurança, disse a Toyota em comunicado.Ao mesmo tempo, acrescentou que o acesso "não pode ser completamente descartado".Não havia possibilidade, porém, de que informações pessoais confidenciais dos usuários, como nomes, números de telefone ou informações de cartão de crédito, tenham sido vazadas, disse a Toyota.A montadora japonesa não confirmou casos de uso indevido de informações, mas alertou que existe a possibilidade de spam, golpes de phishing e mensagens de email não solicitadas sendo enviadas para os usuários.A empresa disse que um engenheiro que desenvolveu o site T-Connect acidentalmente carregou partes do código-fonte com configurações públicas de dezembro de 2017 até 15 de setembro deste ano. Mais
2022-10-07 19:42:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/toyota-alerta-para-vazamento-de-cerca-de-296-mil-informacoes-de-clientes.shtml
Queda dos combustíveis nos postos perde força, diz ANP
Após 14 semanas consecutivas de forte queda, os preços dos combustíveis começam a se estabilizar nos postos brasileiros, segundo pesquisa de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) divulgada nesta sexta-feira (7).A desaceleração do ritmo de queda reflete a falta de cortes de preços nas refinarias em um cenário de petróleo mais caro. Os repasses dos cortes de impostos aprovados no fim de junho também já chegaram integralmente aos estabelecimentos.Geradora de boas notícias para a campanha pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras vem agora sendo pressionada a não repassar ao consumidor a alta das cotações internacionais do petróleo.Na abertura do mercado desta sexta, segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras estava R$ 0,32 por litro abaixo da paridade de importação —espécie de baliza das cotações internacionais.Segundo a agência, a gasolina foi vendida, em média, a R$ 4,79 por litro, recuo de apenas 0,4% em relação aos R$ 4,81 verificados na semana anterior. Desde o início de setembro, a Petrobras não promove cortes no preço de venda por suas refinarias.Nesta semana, a ANP encontrou a gasolina mais barata do país em São Paulo, a R$ 4,15 por litro. A mais cara foi encontrada também na capital paulista, a R$ 6,99 por litro.O preço do diesel caiu um pouco mais, com repasse do corte nas refinarias em meados de agosto, e fechou a semana a R$ 6,52 por litro, valor 0,6% inferior ao verificado na semana passada. É o menor preço desde a segunda semana de março, em valores corrigidos pela inflação.O preço do etanol subiu 0,9%, para R$ 3,40 por litro. As sucessivas quedas no preço de bomba do combustível ampliaram sua competitividade em relação à gasolina para seis estados e o Distrito Federal, de acordo com os dados da ANP da semana passada.O etanol mais barato do Brasil foi encontrado pela ANP em São Paulo, a R$ 2,79 por litro.O preço do gás de botijão também seguiu em queda, como reflexo de dois cortes nas refinarias durante o mês de agosto. Segundo a ANP, o botijão de 13 quilos foi vendido, em média, a R$ 110,62, recuo de 1,3% em relação à semana anterior.A queda do preço dos combustíveis vem sendo usada pelo governo e por apoiadores como argumento em favor da reeleição de Bolsonaro. O cenário externo, porém, é mais adverso neste segundo turno, após corte de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).Em uma semana, a cotação do Brent, referência internacional negociada em Londres, subiu 9%, fechando esta sexta a US$ 95,89 por barril. Analistas acreditam que o mercado continuará apertado e projetam negociações acima dos US$ 100 por barril nos próximos trimestres. Mais
2022-10-07 18:47:00
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Mercado
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'Food porn': como nosso cérebro reage a fotos de comidas gostosas, segundo a ciência
Você já pode revirar os olhos de contentamento ou até deixar escapar um gemido na mesa do restaurante (talvez sem o talento de Meg Ryan) quando o garçom trouxer seu próximo prato de comida. A ciência, ao menos, estará do seu lado.Um novo estudo realizado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) comprovou que a ideia de "food porn" é real, e não apenas uma hashtag. Ou seja, existe uma nova constelação de neurônios de processamento de imagens identificadas pelos especialistas que são estimulados exclusivamente por imagens de comida.Esses neurônios ativados por imagens de alimentos (e até então desconhecidos) estão localizados no córtex visual, a parte do cérebro que processa e interpreta os estímulos enviados pelos olhos, ao lado de outros que respondem especificamente a rostos, corpos, lugares ou palavras, por exemplo — estes anteriormente mapeados.A descoberta nos ajuda a entender o significado especial dos alimentos na cultura humana, dizem os pesquisadores. Isso porque a comida não é apenas criticamente importante para a sobrevivência, mas ocupa um sentido fundamental na forma como organizamos nossa vida social."O alimento é central para as interações sociais humanas e práticas culturais. Não é apenas sustento", comenta sobre o estudo Nancy Kanwisher, professora de neurociência cognitiva do MIT e uma das precursoras nos estudos dos neurônios do fluxo visual ventral —foi ela quem descobriu, há duas décadas, regiões corticais que respondem seletivamente aos rostos."A comida é essencial para muitos elementos de nossa identidade cultural, prática religiosa e interações sociais (…). Interessante que tenhamos neurônios que sejam especialmente estimulados por ela."As recentes descobertas vieram à tona a partir de uma análise de um grande banco de dados público de respostas do cérebro humano a um conjunto de 10 mil imagens que o pós-doutorando do MIT Meenakshi Khosla, principal autor do artigo, e seu colega e pesquisador, N. Apurva Ratan Murty, estavam fazendo.Os dados, a partir de um método matemático, foram captados através de ressonância magnética funcional de cérebro inteiro (fMRI) de oito pessoas enquanto visualizavam milhares de imagens.O objetivo era tentar perceber se as principais seletividades de estímulos visuais (rostos, lugares, palavras, etc) se confirmavam ou se poderia haver algumas que os estudos anteriores não tenham identificado.Batata: foi só analisar as imagens para perceber que os alimentos estimulavam uma nova população de neurônios até então não estudada. "Ficamos bastante intrigados com isso porque a comida não é uma categoria visualmente homogênea", diz Khosla, em um artigo publicado pelo MIT."Coisas como maçãs, milho e macarrão parecem tão diferentes umas das outras, mas encontramos uma única população [de neurônios] que responde de maneira semelhante a todos esses diversos itens alimentares."Ou seja, ao identificar algo como "comestível", neurônios específicos do nosso cérebro são ativados. Para não ter dúvida de que esses neurônios respondiam mesmo à comida, e não apenas a forma dela, os cientistas usaram imagens com formatos semelhantes, como uma banana e a lua crescente amarela, ou até fotos de chihuahua ao lado de muffins — ideia que, segundo conta Khosla, surgiu de um meme que viralizou nas redes."Embora a maioria das imagens mais bem classificadas sejam de alimentos preparados (por exemplo, uma fatia de pizza), os alimentos in natura (por exemplo, brócolis, cenoura, banana etc.) também mostraram grande evidência na seletividade alimentar", diz o estudo.Isso significa que uma fatia de pizza com queijo derretido atinge os neurônios de forma diferente e mais potente que frutas ou vegetais crus. As fotos com "cores mais quentes e saturadas, curvatura mais alta e uma estrutura espacial complexa com textura rica" tiveram mais respostas, afirma a publicação.Pode ser uma evidência, por exemplo, do porquê fotos de ovos com gema mole, chocolate derretido, ou mesmo uma porção generosa de molho de tomate sobre a macarronada podem gerar mais engajamento do que outras em que o alimento aparece antes de ser processado.Embora cunhada em 1984 pela crítica feminista Rosalind Coward, em seu livro "Female Desire", a expressão "food porn" foi mesmo difundida com o advento das redes sociais, especificamente o Instagram, em que fotos de comidas suntuosas e hedonistas trazendo pingos, texturas, caldos e molhos se tornaram extremamente populares, levando à viralização da hashtag #foodporn (atualmente com mais de 290 milhões de posts na plataforma).Nos filmes e séries de televisão, o artifício de fazer "closes pornográficos" para atiçar o apetite e prender a atenção do espectador passou a ser mais usado a partir do documentário "O Sushi dos Sonhos de Jiro", lançado em 2011.No filme, uma cinematografia expansiva "enfatiza tomadas longas e quase sensuais enquanto os chefs cortam um atum vermelho e massageiam um polvo até ele ficar perfeitamente macio", como recentemente publicou o portal Eater. Mais O diretor de Jiro depois aperfeiçoou a técnica: David Gelb é o responsável pelo sucesso de Chef's Table, da Netflix, que mostra chefs do mundo todo cozinhando diante de câmeras tão precisas e com tamanha resolução que poderiam estar filmando as penas de um pássaro ou a textura da asa de um inseto nesses programas de natureza —uma inspiração dele, aliás.Hoje, a estética "food porn" se tornou bastante difundida e até habitual, mas é quase impossível pensar na food que vemos nas telas (da televisão, mas também dos celulares) sem o porn que a acompanhou por tanto tempo.De volta ao estudo, os pesquisadores querem detalhar quais alimentos e que tipo de imagens podem ter ainda mais resposta no nosso cérebro, induzindo esses estímulos arbitrários por meio do modelo preditivo e muitas mais imagens. No futuro, esperam explorar como fatores como familiaridade a um alimento e gostar ou não de uma determinada comida podem afetar as respostas.Eles sabem que existe um componente alimentar ventral (VFC) nos nossos cérebros, espalhado por dois aglomerados de neurônios, que respondem ao menor estímulo de uma comida na nossa frente.Se a quantidade de fotos de receitas que vemos todos os dias em múltiplas telas contribuiu para aprimorá-los é algo que ainda precisa ser comprovado. Mas já não há dúvidas de que uma foto de pizza pode acender neurônios adormecidos dentro de nós.Este texto foi publicado originalmente aqui.
2022-10-07 19:11:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2022/10/food-porn-como-nosso-cerebro-reage-a-fotos-de-comidas-gostosas-segundo-a-ciencia.shtml
Familiares velam crianças de massacre na Tailândia; 4 sobreviveram
Parentes e familiares em luto choraram agarrados a brinquedos e cobertores infantis nesta sexta-feira (7) em frente à creche alvo de um massacre na Tailândia. Na véspera, um ex-policial matou 34 pessoas no local, em um dos ataques mais mortais da história do país.A maioria das vítimas —incluindo 24 crianças de dois a cinco anos— foi morta a facadas. O massacre em Uthai Sawan, cidade 500 km a nordeste de Bancoc, terminou com o agressor matando a própria esposa e o filho de quatro anos antes de se suicidar.Três meninos e uma menina sobreviveram, informou a polícia nesta sexta. Eles foram esfaqueados na cabeça, foram atendidos por neurocirurgiões e apresentam boas condições de saúde.Um policial afirmou à agência Reuters que as autópsias mostram que as crianças foram atingidas com uma faca grande e os adultos, baleados.A polícia identificou o autor dos crimes como Panya Kamrab, ex-policial de 34 anos afastado do cargo de tenente-coronel no ano passado por problemas ligados ao uso de drogas. Ele enfrentava um julgamento por posse de metanfetamina e havia estado na corte horas antes do ataque.Uma testemunha disse que viu o agressor saindo da creche após o massacre "como se estivesse dando um passeio".A autópsia indicou que ele não estava drogado no dia do ataque, segundo o chefe da polícia nacional, Damrongsak Kittipraphat. "As razões [para o ataque] provavelmente envolvem a frustração pelo desemprego, pela falta de dinheiro e problemas familiares", afirmou, acrescentando que o agressor e a mulher tinham discussões de longa data."Eu não sei [por que ele fez isso], mas ele estava sob muita pressão", disse a mãe do agressor à Nation TV, citando dívidas que o filho contraiu e o uso de drogas.Durante o funeral nesta sexta, alguns parentes desmaiaram e tiveram que ser atendidos por médicos. Após a cerimônia, parte dos enlutados foi ao templo Sri Uthai, onde ao menos 11 caixões seriam enterrados. O rei Maha Vajiralongkorn visitou o hospital para onde feridos foram levados.O primeiro-ministro, Prayuth Chan-Ocha, deixou flores na creche e fez um momento de silêncio antes de se encontrar com as famílias das vítimas. Seu porta-voz, Anucha Burapachaisri, afirmou que o governo fará o possível para cuidar dos familiares e disse que o premiê pediu a todos que "sejam fortes para superar essa grande perda". Mais O papa Francisco, em comunicado, se disse profundamente entristecido, condenando o ataque como um "ato de violência indescritível contra crianças inocentes". Cerca de 30 delas estavam no local durante o massacre.Uma testemunha relatou que o ex-policial de início atacou quatro ou cinco funcionários da creche, incluindo uma professora grávida de oito meses. A princípio, as pessoas confundiram o som dos tiros com fogos de artifício. O agressor então forçou a entrada em uma sala trancada onde as crianças dormiam e as esfaqueou.Segundo as autoridades, o agressor ainda atropelou várias pessoas ao fugir do local. Além dos mortos, o ataque deixou ao menos 12 feridos, três deles em estado grave.O episódio é um dos piores ataques solo envolvendo crianças da história. Em 2011, na Noruega, o militante da ultradireita Anders Brevik matou 69 pessoas, adolescentes em sua maioria, em uma colônia de férias organizada pela juventude trabalhista. Mais Outros casos incluem o massacre de Dunblane, na Escócia, em 1996, em que morreram 16 crianças, e o de Uvalde, no Texas, este ano, em que 19 crianças foram mortas.A Tailândia é um dos países com o maior número de armas em circulação do mundo, e autoridades há muito se preocupam com o potencial de violência armada.A Tailândia também é uma das nações com uma das maiores taxas de homicídios causados por armas no continente e o maior mercado para contrabando de armas de fogo do Sudeste Asiático, seguido por Camboja e Vietnã. Especialistas dizem que muitas das armas ilegais vêm de países vizinhos.
2022-10-07 19:15:00
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Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/10/familiares-velam-criancas-de-massacre-na-tailandia-4-sobreviveram.shtml
Tarcísio diz que vai retirar câmeras de fardas de PMs se eleito em SP
O candidato ao Governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) reforçou na sexta-feira (7) que irá retirar as câmeras instaladas nos uniformes dos policiais militares caso seja eleito, conforme havia indicado nos meses anteriores da campanha.A adoção dos equipamentos é uma das principais medidas da gestão tucana na área de segurança pública.O sistema registra, em áudio e vídeo, intervenções no estado e tem sido um dos responsáveis pela queda da letalidade policial.Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, Tarcísio afirmou que o uso da câmera limita a atuação das forças de segurança. Ele também se comprometeu em valorizar a carreira do policial."O Estado está do lado dele [policial], por isso eu tive uma postura muito crítica com relação às câmeras. O que representa a câmera? É uma situação deixar o policial em desvantagem em relação ao bandido", disse o candidato.Na sequência, questionado pelo apresentador Emílio Surita se deverá determinar a retirada das câmeras, Tarcísio respondeu: "Ah, com certeza".O candidato, aliado de Jair Bolsonaro (PL), disse também que a decisão é um recado aos criminosos. "Chega no dia seguinte, eu vou tirar a câmera. O bandido então: ‘Opa, mudou. Tem que respeitar esta polícia, porque o governo está do lado dela’. Isso já tem um efeito sobre o crime imediato."O ex-ministro de Infraestrutura já havia se comprometido em rever a utilização de câmeras —e se opôs ao longo da campanha a Rodrigo Garcia (PSDB), que agora apoia sua candidatura no segundo turno. Na sexta, o candidato do Republicanos foi enfático em dizer que acabará com a obrigatoriedade.Em abril, Tarcísio dizia que que pretendia "acabar com a obrigatoriedade de câmeras no fardamento policial por considerar que a forma mais efetiva de combate ao crime é garantir treinamento contínuo e capacitação de qualidade para a tropa, de forma a assegurar a capacidade de agir de acordo com as circunstâncias enfrentadas nas ruas de São Paulo".Já nas diretrizes do seu plano de governo, documento entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Tarcísio escreveu que irá "rever a política das câmeras corporais".O seu concorrente no segundo turno, Fernando Haddad (PT), diz que pretende ampliar a instalação de câmeras.Reportagem da Folha, publicada em janeiro deste ano, mostrou que os equipamentos são responsáveis pela queda da letalidade policial em até 85%. Mais
2022-10-07 19:12:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/tarcisio-diz-que-vai-retirar-cameras-de-fardas-de-pms-se-eleito-em-sp.shtml
Brasil Game Show retorna depois de três anos com mais influencers que videogames
Videogames não são o único foco da 13ª edição da Brasil Game Show, maior evento do gênero no país, que acontece até a próxima quarta-feira (12) em São Paulo.Hoje, a feira se divide entre testar jogos e vivenciar pessoalmente a cultura que gira em torno desse assunto na internet. Influencers, youtubers, streamers e atletas de esportes chamam até mais a atenção do público do que empresas como Nintendo e PlayStation.Não que estas ainda não sejam reconhecidas e aclamadas. Na quinta (6), dia exclusivo para imprensa e influenciadores, uma multidão se reuniu em torno do estande da Nintendo para assistir, sob aplausos, ao trailer da animação de Super Mario, que estreia no ano que vem.Mas, na maior parte do tempo, o público parece mais interessado em ganhar brindes, tirar fotos com personalidades da internet e criar seu próprio conteúdo. Segundo Marcelo Tavares, CEO e fundador da BGS, isso é um reflexo de como a indústria dos videogames se transformou nos últimos três anos."A gente tentou equilibrar as duas coisas. É um movimento que a gente acompanha e não tem como frear. A indústria está crescendo e o conteúdo agora está sendo propagado além das paredes do pavilhão", disse.Na BGS, é comum se deparar com influencers produzindo vídeos para redes sociais e streamers andando pelos corredores com celulares transmitindo ao vivo.Tavares cita como exemplo disso o número de influenciadores credenciados, que quase dobrou entre 2019 e 2022, e a presença de estandes de marcas como TikTok."É um cartão de visitas do mercado brasileiro para o resto do mundo, porque isso é sério, gera trabalho e diversão. A gente não pode ficar só falando de Lula ou Bolsonaro o tempo todo e não se divertir."A 13ª edição da Brasil Game Show acontece entre 6 e 12 de outubro. A última feira ocorreu em 2019, antes da pandemia de Covid-19, e reuniu cerca de 326 mil pessoas ao longo de cinco dias.Segundo Marcelo Tavares, a BGS deste ano é a maior em termos de investimento e trabalho, e deve bater recorde de público. Mais Diferentemente de 2019, contudo, a programação tem menos figuras conhecidas da indústria. Naquele ano, a feira recebeu Hidetaka Miyazaki, criador de "Dark Souls", e o trio de atores que interpretam os protagonistas de "GTA V", Steven Ogg, Shawn Fonteno e Ned Luke.Neste ano, a lista de convidados gira em torno de personalidades da internet. As presenças internacionais são Takashi Iizuka, diretor da Sonic Team, responsável pelos jogos do Sonic, e Takayuki Nakayama, diretor da franquia de luta "Street Fighter".Com ou sem influencers, os videogames resistem. Como nos anos anteriores, desenvolvedores de jogos indie ficaram restritos a uma avenida de pequenos estandes separados por divisórias. A discrição, contudo, não impediu que chamassem a atenção de curiosos.Uma das produtoras desse corredor não aposta na juventude, tampouco em gráficos de última geração para atrair o público do evento. Trata-se da Bitnamic Software, empresa especializada em lançar jogos para plataformas obsoletas.A empresa produziu um game inédito para Atari 2600 quase 40 anos depois que o console foi lançado, o "Alien Holocaust", criado pelo programador Fernando Salvio."Tem gente que é maluca e compra", disse Salvio, que também dirigiu um curta-metragem com o mesmo título. Mais "Quem era criança na época do Atari hoje é adulto e tem dinheiro. E, para criar jogos para essas plataformas, é muito mais fácil do que era naquela época", explica Marcus Garrett, fundador da empresa.Enquanto no estande da PlayStation é possível testar títulos recém-lançados para PS5, como "The Last of Us: Part 1", no da Bitnamic o público pode conhecer mais sobre "Incidente em Varginha", lançado em 1998 para MS-DOS.Na Nintendo, jogos como "Mario Strikers: Battle League", "Splatoon 3" e o inédito "Mario + Rabbids: Sparks of Hope" divertiam os fãs dedicados da marca. No palco, o público ainda podia jogar "Nintendo Switch Sports" e "Just Dance" em um telão, o mesmo que exibiu o trailer do filme do mascote da empresa.Como esta sexta (7) foi o primeiro dia aberto ao público, filas faziam parte da paisagem da feira. Não só para testar jogos e computadores de última geração, mas também para ganhar brindes e participar de ações promocionais. No espaço da Twitch, entusiastas da plataforma ficaram esperando até uma hora para receber presentes."Para ganhar um brinde, às vezes você tem que postar foto com a marca no Instagram e provar que segue a marca. Então é um brinde, mas não é de graça", diz Nathan Kussler, 31, streamer de games e política."Mas é um evento que reúne muita gente bacana. O que eu mais gosto é conhecer pessoas novas, que antes você só conhecia pela tela", explica.
2022-10-07 19:08:00
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Tecnologia
https://www1.folha.uol.com.br/tec/2022/10/brasil-game-show-retorna-depois-de-tres-anos-com-mais-influencers-que-videogames.shtml
Lula e Bolsonaro confirmam presença em primeiro debate do 2ª turno
Os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) confirmaram presença no debate presidencial organizado por Folha, UOL, TV Bandeirantes e TV Cultura, o primeiro do 2ª turno das eleições. O evento será no dia 16 de outubro, um domingo, às 20h.Na próxima terça-feira (11), haverá uma reunião com as campanhas de Lula e Bolsonaro para definir as regras para o confronto entre os dois adversários.Em agosto, o mesmo pool de veículos promoveu o primeiro debate entre os presidenciáveis, que teve as presenças de Lula, Bolsonaro e outros quatro candidatos — Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe D'Ávila (Novo).O debate de agosto marcou o primeiro enfrentamento entre Lula e Bolsonaro. A dupla, que já liderava as pesquisas, concentrou as atenções e duelou com trocas de acusações sobre corrupção.A então candidata Simone Tebet (MDB), que terminou em terceiro na disputa do primeiro turno, se destacou em debates com o atual presidente e foi a mais bem avaliada, segundo pesquisa quantitativa do Datafolha feita com eleitores indecisos.Além do organizado pelo pool, houve outros dois debates no primeiro turno. Lula não compareceu ao evento no SBT, em setembro, alegando outros compromissos marcados na agenda.No debate da Globo, em 29 de setembro, todos os candidatos convidados estiveram presentes, inclusive o indicado pelo PTB, Padre Kelmon. Ele fez dobradinha com Bolsonaro e foi criticado pelos outros presentes, que o chamaram de "padre de festa junina", caso de Soraya, e de "candidato laranja", por Lula.Não há ainda a confirmação de quantos debates serão realizados no segundo turno. Além do evento do pool (Folha, UOL, TV Bandeirantes e TV Cultura ), a TV Globo e outro grupo de empresas de comunicação — formado por SBT, CNN, Estadão/Eldorado, Portal Terra, Veja e Rádio Nova Brasil FM— reservaram datas.O evento da Globo será o último da eleição, marcado para o dia 28 de outubro, uma sexta-feira. A votação acontece no domingo, dia 30.Lula afirmou que pretende ir a um ou dois debates no segundo turno. "Não sei se já estão organizando outros, mas eu não vou fazer mais debate do que o necessário", disse. "Posso fazer um ou dois, mas quero ir para a rua conversar com o povo", completou.No último domingo (2), o petista recebeu 48,4% dos votos válidos, ante 43,2% do presidente.Após terminar o 1º turno na segunda colocação, Bolsonaro afirmou que pretende estar em todos os debates organizados. "Quero participar para convencer as pessoas sobre qual o melhor lado para elas", disse o presidente. Mais
2022-10-07 18:24:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/lula-e-bolsonaro-confirmam-presenca-em-primeiro-debate-do-2a-turno.shtml
Datafolha: Duelo de rejeições de Lula e Bolsonaro afunila na largada do 2º turno
Numa disputa consolidada como um duelo de rejeições, a nova pesquisa Datafolha deve reforçar os apelos de Lula (PT) e Bolsonaro (PL) a quem ainda pode escolher um lado para evitar a vitória do outro.A concorrência entre os candidatos recomeça relativamente apertada nesse quesito. Segundo o Datafolha, 42% dos eleitores afirmam rejeitar apenas Lula, enquanto 48% dizem que só não votam em Bolsonaro. Outros 3% declaram que não votam em nenhum dos dois, e 6% não rejeitam nenhum.As cifras sugerem que as campanhas têm um caminho para brigar por 9% dos votos –somados os 6% que estão abertos a ambos e os 3% que recusam os dois, mas podem ser convencidos a optar por um lado.Nas intenções de voto, boa parte da vantagem de Lula se explica pela votação construída no primeiro turno. O ex-presidente mantém a preferência dos eleitores de baixa renda (54% a 37%) e do Nordeste (66% a 28%) –região em que saiu das urnas com uma frente de quase 13 milhões de votos sobre Bolsonaro.O novo embate direto com o petista, no entanto, oferece ao atual presidente um clima menos árido do que aquele dos últimos meses. A avaliação do desempenho do governo se tornou um peso menor para a campanha de Bolsonaro, com sua taxa de reprovação caindo de 44% para 40% desde a semana passada.A melhora desses indicadores é um fator a ser monitorado no segundo turno. Se houver menos gente disposta a punir Bolsonaro por sua passagem pelo governo, o presidente pode investir em outros elementos para obter novos votos, como a rejeição ao rival.Um resumo com o que de mais importante a Folha destaca sobre a eleiçãoCarregando...Uma das principais metas do candidato à reeleição na atual fase da disputa é aumentar os números negativos de Lula, uma aposta do presidente para conquistar eleitores que não votaram em nenhum dos dois candidatos no primeiro turno, mas também uma maneira de manter o engajamento de seus apoiadores –aumentando as chances de que eles apareçam para votar, com o objetivo de derrotar o PT.Os novos índices de rejeição não podem ser comparados com os de pesquisas anteriores porque o Datafolha muda a forma de fazer essa pergunta. No primeiro turno, os eleitores são instados a apontar numa cartela os nomes dos candidatos nos quais não votariam. No segundo, cada entrevistado deve dizer se "votará com certeza", "talvez vote" ou "não votará de jeito nenhum" em Lula e Bolsonaro.Essa divisão ajuda a medir o grau de incerteza das preferências dos eleitores neste segundo turno, além de permitir a identificação de potenciais focos de crescimento para cada candidato. Mais Os dados indicam que, apesar de boa parte do eleitorado já ter escolhido um lado, há espaço para mudanças. Com Lula, há 47% que se dizem convictos e outros 6% que poderiam votar no petista. Com Bolsonaro, 42% afirmam votar nele com certeza, enquanto outros 6% dizem que podem fazer o mesmo.Há bolsões de eleitores em potencial para Lula entre os jovens (13%), entre apoiadores de Ciro Gomes e Simone Tebet (24%) e até entre os evangélicos (8%). Já Bolsonaro tem chance de conquistar os votos de 10% dos entrevistados mais jovens, 8% dos evangélicos e 22% dos eleitores de Ciro e Simone.Com quatro semanas de duração, a campanha para o segundo turno dá aos eleitores a oportunidade de olhar mais uma vez as vitrines antes de fazer uma escolha. No início dessa etapa, alguns grupos específicos se mostraram mais interessados em refletir antes de decidir o voto. Mais Os eleitores de 16 a 24 anos são aqueles que estão menos decididos: 12% podem mudar de voto –acima da média de 7% detectada no universo da amostra. Já 9% dizem que podem mudar de ideia.Uma parcela larga dos eleitores de Ciro e de Simone começou a se posicionar cedo, ainda que haja a chance de muitos deles mudarem de ideia. Entre aqueles que optaram pela senadora do MDB no primeiro turno, 69% se dizem decididos, enquanto 31% admitem trocar o voto. Esses entrevistados se dividem em fatias praticamente iguais entre votos em Lula, Bolsonaro e nulos.Já os apoiadores de Ciro pendem levemente para Bolsonaro –e muitos deles também já estão decididos. Entre eleitores do pedetista, 73% dizem ter escolhido seu candidato, e 26% falam em mudar de ideia.
2022-10-07 18:25:00
poder
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/datafolha-duelo-de-rejeicoes-de-lula-e-bolsonaro-afunila-na-largada-do-2o-turno.shtml
Datafolha: Em SP, Bolsonaro tem 46% e Lula marca 44%; brancos e nulos são 8%, indecisos, 2%
No maior colégio eleitoral do país, São Paulo, a corrida final para a eleição presidencial deste ano está empatada tecnicamente entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente tem, segundo o novo levantamento do Datafolha, 46% das intenções de voto totais, ante 44% do petista.A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos. Dizem que vão anular ou votar em branco 8% dos ouvidos, enquanto 2% afirmam estar indecisos. A pesquisa é uma fotografia do sentimento declarado do eleitorado de quarta (5) a esta sexta (7), não representando necessariamente o que irá acontecer no segundo turno do dia 30 de outubro.Na primeira rodada, domingo passado (2), Bolsonaro acabou à frente de Lula no estado, marcando 47,7%, ante quase 41% do petista. No Brasil todo, o ex-presidente ficou com 48,4% e o atual, com 43,2%.Em São Paulo, Bolsonaro viu seu candidato ao governo do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) ficar à frente de Fernando Haddad (PT) no primeiro turno. Ambos se enfrentarão, e o terceiro colocado, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), declarou apoio à dupla bolsonarista.A decisão foi objeto de grande contestação de tucanos históricos, mas reflete uma reorientação do conservadorismo político no mais populoso estado da Federação, que tem 34 milhões de eleitores —seguindo a média nacional, pouco mais de 20% não apareceram para votar no domingo. Mais O apoio de Rodrigo pode ter algum impacto maior no interior, onde de todo modo a dupla Bolsonaro e Tarcísio já se deu melhor. A região compreende 53% do eleitorado, de acordo com a amostra populacional do Datafolha. Já a capital e a região metropolitana somam 47% de quem vota.Com efeito, nesta primeira pesquisa do Datafolha para o segundo turno, 53% dos eleitores do interior preferem Bolsonaro, ante 37% que vão de Lula. Na capital e entorno, a situação se inverte: o petista vence por 52% a 38%.O Datafolha ouviu 2.884 pessoas em todo o Brasil, distribuídas em 179 cidades. O levantamento, encomendado pela Folha e pela TV Globo, está registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-02012/2022. Mais
2022-10-07 18:30:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/datafolha-em-sp-bolsonaro-tem-46-lula-marca-44-brancos-e-nulos-sao-8-indecisos-2.shtml
Fala de Bolsonaro sobre canibalismo entre indígenas gera indignação, diz líder yanomami
A afirmação do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre canibalismo entre indígenas na região de Surucucu, feita em 2016 e resgatada na disputa eleitoral em segundo turno, é mentirosa, repulsiva, ofensiva e causadora de indignação entre os indígenas. É o que afirma Júnior Yanomami, presidente do Condisi (Conselho Distrital de Saúde Indígena) dos Yanomami e Ye’kuana."Estou indignado, com raiva. Como um presidente que é candidato fala isso? Ele é uma pessoa que não conhece o Brasil. Meu povo não é canibal, não come humanos. Isso não existe nem nunca existiu, nem entre ancestrais", diz Júnior à Folha.O presidente do Condisi é da região de Surucucu, uma das maiores áreas da Terra Indígena Yanomami, na região de Alto Alegre (RR). Ali vivem 3,5 mil yanomamis, em 34 comunidades. O Exército tem um PEF (Pelotão Especial de Fronteira) na região.O antropólogo Rogério Pateo, professor do Departamento de Antropologia e Arqueologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), morou em Surucucu por nove meses para um doutorado sobre os indígenas. O convívio com eles se dá desde 1998. Para Pateo, a referência de Bolsonaro é aos yanomami da região de Surucucu em Roraima."O que ele fala é um delírio. É uma coisa absurda num nível. Típica de quem vive nessa bolha de preconceito contra os indígenas. Os yanomamis têm códigos alimentares rigorosos. Eles não comem nem carne de bicho mal passada", afirma o antropólogo, que disse não saber de nenhuma prática de canibalismo entre outros indígenas brasileiros.As afirmações de Bolsonaro, feitas quando era deputado federal, ressurgiram nas redes sociais e foram exploradas pela campanha do ex-presidente Lula (PT), que levou as falas à propaganda eleitoral na TV. A campanha de Bolsonaro disse que acionará o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o vídeo.O vídeo está no próprio canal de Bolsonaro no Youtube. Ele identifica o material, que tem mais de uma hora de duração, como uma entrevista dada ao jornal The New York Times. A data da postagem é 24 de março de 2016."Quase comi um índio em Surucucu uma vez", afirma o então deputado no vídeo. Bolsonaro diz ter estado uma vez em Surucucu. "Comecei a ver lá as mulheres índias passando com um carregamento de bananas nas costas. E o índio passa limpando os dentes com capim. ‘O que está acontecendo?’ Eu vi muita gente andando. ‘Morreu um índio e eles estão cozinhando.’ Eles cozinham o índio."Bolsonaro prossegue na fala ao jornalista: "É a cultura deles. Bota o corpo. É para comer. Cozinha por dois, três dias, e come com banana. E daí eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: ‘Se for, tem de comer.’ ‘Eu como.’ Aí da comitiva ninguém quis ir."O então deputado ainda reforça: "Eu comeria o índio sem problema nenhum. É cultura deles".Não existe essa cultura, nem hábito, nem prática, nem histórico de ações do tipo entre os yanomamis de Surucucu, segundo Junior Yanomami, que nasceu e cresceu na comunidade, onde permanece com a família."Não tinha conhecimento dessa fala de Bolsonaro", diz Júnior.Ele detalha como funcionam os rituais fúnebres entre os yanomamis. Primeiro, são dois dias de reunião entre os indígenas. Depois, duas pessoas são escolhidas para colocar o corpo na floresta adentro, onde fica entre 30 e 45 dias, guardado e suspenso em estruturas finas de madeira.Em seguida ocorre a cremação, e as cinzas são guardadas em utensílios. Se o indígena que morreu é uma pessoa considerada importante para a comunidade, como um pajé, uma liderança ou um caçador, a retenção das cinzas pode durar anos. E pode haver repartição do material entre os indígenas."O que Bolsonaro disse ofende e chateia muito. Não há nenhum registro de que ele tenha ido a Surucucu", afirma Júnior. "A sociedade vai pensar que somos canibais. Essa pessoa não está bem da cabeça. Não tem o que oferecer ao Brasil."Para o antropólogo Rogerio Pateo, o que Bolsonaro faz é reproduzir uma imagem de desenho animado."Os relatos que existem são sobre guerreiros tupinambás, no litoral e no século 16, capturarem e assarem inimigos", afirma. "Os yanomamis não comem nem carne de onça, porque dizem que onça come gente."Segundo Pateo, as afirmações de Bolsonaro são a manifestação de um "preconceito num nível baixíssimo". "Ele tem na cabeça aquela imagem que assustou a Europa 500 anos atrás. É preconceito e racismo. Atualmente, não há resquício dessa imagem de canibalismo entre indígenas brasileiros." Mais
2022-10-07 18:00:00
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Crédito da Nota Fiscal Paulista pode ser usado para pagar parte do IPVA 2023
Os consumidores cadastrados na Nota Fiscal Paulista podem utilizar os créditos do programa para abater o valor total, ou parcial, do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) de 2023. O prazo para fazer o pedido de abatimento se encerra no dia 31 de outubro.Outubro é o único mês do ano em que os consumidores podem aproveitar os créditos para abater o imposto do ano seguinte. É necessário acessar o site da Nota Fiscal Paulista. É possível escolher pela quitação do valor integral ou parcial.Em outubro de 2021, 89.174 consumidores solicitaram o abatimento do IPVA deste ano, totalizando cerca de R$ 5,4 milhões. Em 2020 foram 20.846 adeptos.Para poder usar os créditos no IPVA, o veículo precisar estar no nome do usuário cadastrado na Nota Fiscal Paulista. Também é preciso informar o número do Renavam.Segundo a Sefaz (Secretaria da Fazenda e Planejamento) de São Paulo, os créditos só podem ser utilizados para reduzir o valor do IPVA, não o das taxas de licenciamento e de multas, se houver.Caso o consumidor envie mais do que é necessário para a quitação, o dinheiro será restituído na conta da Nota Fiscal Paulista. Até o ano passado o valor excedente não era devolvido.Em caso de venda do veículo, o valor não será devolvido. Mais Os créditos da Nota Fiscal Paulista são liberados mensalmente e permanecem à disposição dos consumidores por um ano, a contar da liberação.Neste mês expiram os valores liberados em outubro do ano passado.Cerca de R$ 13,5 milhões em créditos perdem a validade em outubro de 2022, pertencentes a 11,5 milhões de usuários, segundo a Secretaria da Fazenda. São várias datas de vencimento durante o mês, mas o maior volume expira no dia 18 de outubro, portanto os consumidores têm até o dia 17 para fazer a transferência.Os valores não resgatados retornam ao Tesouro Estadual e os recursos são empregados em diferentes setores da sociedade.
2022-10-07 17:59:00
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Amamentar pode se tornar 'pesadelo sensorial' para mães autistas
Wendy Graves estava cada vez mais preocupada, até apavorada. Antes mesmo de a mídia começar a noticiar uma escassez aguda de fórmula infantil nos Estados Unidos, no início de maio, ela já havia voltado de duas idas ao supermercado de mãos vazias.Graves, que é autista e particularmente sensível ao toque, depende da fórmula infantil desde que teve sua filha, em 2018. Inicialmente ela pretendia amamentar a bebê, mas mudou de ideia quando a consultora de lactação do hospital tocou seus seios sem avisá-la antes.Sua filha, que agora tem quatro anos, também é autista e não come muita a coisa a não ser macarrão e legumes cortados em palitos. Para suprir suas necessidades nutricionais, Graves precisa comprar seis latas de fórmula hipoalergênica por mês.Mas esse tipo especial tem estado particularmente em falta, obrigando-a a dirigir por horas de sua casa em Hope, Arkansas, para chegar a alguma loja que tenha algumas latas no estoque. Graves chegou a pedir ajuda a seus amigos, familiares e pessoas que ela não conhece pessoalmente, participantes de grupos do Facebook de apoio a pais neurodivergentes, para lhe comprar e enviar o que puderem."Estou numa enrascada, e a situação só está piorando", comentou. "Já tive que pagar centenas de dólares adicionais para cobrir o transporte, só para conseguir a fórmula da qual minha filha depende."A crise da escassez de fórmula infantil começou há meses, e milhões de famílias americanas ainda estão em situação difícil. De acordo com a empresa de pesquisas de mercado IRI, em meados de setembro ainda faltavam 19% para as lojas terem um estoque completo de fórmulas de bebê. As mães autistas, que têm probabilidade menor de amamentar seus filhos, têm sido especialmente afetadas.Numa revisão recente, pesquisadores britânicos identificaram várias razões que explicam a baixa taxa de mulheres autistas que amamentam seus filhos. Para algumas delas, ser mãe significa ter menos controle sobre sua rotina, levando a um risco aumentado de ansiedade e depressão. Os serviços de lactação raramente são adaptados para pessoas autistas, e isso leva a situações incômodas que podem desencorajar mulheres como Wendy Graves, que também tem a síndrome de Ehlers-Danlos, uma doença rara do tecido conjuntivo."Já é difícil para a mãe branca de classe média, que mesmo assim não está recebendo apoio suficiente", disse Aimee Grant, pesquisadora da Universidade de Swansea, que ajudou a redigir a revisão. "Quando somamos as barreiras extras, como ser autista e fazer parte de um grupo marginalizado, os problemas se agravam."Grant pesquisa aleitamento materno há anos. Em 2019, decidiu estudar mães autistas, após ela própria receber o diagnóstico. Mais Segundo pesquisadores, um dos obstáculos mais comuns para as mães autistas é sua sensibilidade ao toque. A amamentação é uma experiência física intensa. Um bebê esfomeado, aconchegado contra o peito da mãe, pode chutar ou agitar seus punhos e então abocanhar um bico do seio que já está dolorido e inchado.Essas sensações são incômodas e dolorosas para muitas mulheres, mas a sensibilidade aumentada das mães autistas pode converter a amamentação em um "pesadelo sensorial", segundo Jane Wilson, professora de enfermagem na Palm Beach Atlantic University e especialista em saúde materna e infantil.Em 2020, Wilson e uma colega, Bri Andrassy, conduziram um pequeno estudo sobre as experiências de mães autistas de todo o mundo com a amamentação. Elas entrevistaram 23 mulheres autistas, 14 das quais viviam nos Estados Unidos, fazendo uma pergunta apenas: "Pode nos falar de sua experiência de amamentação?"A maioria das mulheres falou que o contato físico durante a amamentação era excessivo para elas. Estudos já mostraram que as pessoas autistas vivenciam sinais corporais –como arrepios, barriga tensa ou bexiga cheia— diferentemente das pessoas não autistas. Algumas das mulheres no estudo de Wilson só sentiam dor quando seus mamilos já estavam sangrando. Outras, porém, tinham sinais corporais hiperativos, tornando o ato da amamentação incrivelmente doloroso.Sam, uma mulher de 40 anos de Washington, teve dificuldade em produzir leite suficiente depois de dar à luz sua filha. A especialista em lactação a aconselhou a bombear leite regularmente. Mas a bomba fria e dura, além do barulho rítmico alto que emitia, eram insuportáveis para ela.O impacto do estresse gerado pela bomba de leite não era apenas psicológico: afetava o volume de leite que Sam conseguia produzir depois de 30 minutos bombeando. "Às vezes eu olhava e tinha vontade de chorar", disse ela, que pediu para que seu sobrenome não fosse informado. "Não dava nem para encher um copinho para uma dose de bebida." Mais Quando sua filha tinha cinco meses, os médicos aconselharam que Sam lhe desse uma fórmula hipoalergênica para ajudá-la a ganhar peso. Ela ainda tentou continuar amamentando ocasionalmente, mas sentiu tristeza intensa por não conseguir alcançar suas metas de lactação.Para melhorar a experiência dessas mães, especialistas disseram que as profissionais que prestam atendimento a lactantes deveriam, idealmente, receber treinamento de uma pessoa autista em como comunicar-se com mães autistas. Mesmo considerações simples podem fazer uma grande diferença, disseram –medidas como nunca tocar os seios de uma mãe sem pedir permissão ou suavizar a iluminação forte do quarto de hospital.Os pesquisadores também têm conselhos a dar a pessoas autistas que esperam um filho. Falar com uma consultora de lactação antes do parto pode diminuir a ansiedade em torno da amamentação. Algumas mães também podem sentir-se reconfortadas se puderem fazer contato com outras mães autistas que optam por amamentar.Jay Eveson-Egler e Tayler Egler são autistas e terão uma filha em outubro. As duas vêm se preparando há meses com a ajuda de uma equipe de profissionais especializados em aconselhar indivíduos neurodiversos com parto, amamentação e depressão pós-parto. Mas a escassez de fórmula infantil as está levando a sentirem ansiedade e incerteza.Eveson-Egler, que está gestando o feto, prevê que sentirá sobrecarga sensorial quando amamentar e achou que a fórmula infantil serviria de auxílio. Com esse apoio comprometido devido à escassez de fórmula no comércio, ela vem tendo pesadelos recorrentes sobre não conseguir cuidar corretamente da bebê.Devido às circunstâncias incertas, Egler, que é mais sensível a estímulos sensoriais que Eveson-Egler, começou mesmo assim a tomar medicamentos para induzir a lactação. Ambas as mães estão determinadas a amamentar a filha, a despeito de suas dificuldades sensoriais."Muita gente pensa que pessoas autistas são podem ser boas mães ou sequer são capazes de ser mães", disse Egler. "Precisamos de mais compreensão por parte do sistema médico."
2022-10-07 17:57:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2022/10/amamentar-pode-se-tornar-pesadelo-sensorial-para-maes-autistas.shtml
Solidariedade e Pros anunciam que pretendem se fundir
Solidariedade e Pros, 2 dos 10 partidos que integram a coligação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciaram nesta sexta-feira (7) que pretende se fundir, primeira consequência concreta da cláusula de barreira aplicada nas eleições de 2022.A regra corta verba e espaço na propaganda de legendas que não tiverem um desempenho mínimo nas urnas, o que força a fusão ou incorporação entre elas com o objetivo de cumprir os requisitos."No mesmo dia, 24 de setembro de 2013, nasceram as duas agremiações que se unem para ofertar ao país um projeto partidário democrático que vislumbra, como instrumento político, melhorar a vida das pessoas", diz nota conjunta assinada pelos presidentes do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, e do Pros, Eurípedes Jr.Quinze dos 32 partidos existentes não conseguiram superar, nessas eleições, a cláusula de barreira —Novo, PTB, Solidariedade, Pros, PSC, Patriota, Agir, DC, PCB, PCO, PMB, PMN, PRTB, PSTU e UP.Esses 15 partidos não conseguiram superar o piso eleitoral de ao menos 2% dos votos válidos nacionais para a Câmara dos Deputados, ou a eleição de 11 ou mais deputados federais.Unidos, Solidariedade e Pros têm 8 deputados federais eleitos, mas conseguem superar a cláusula no número de votos válidos nacionais, 2,59%.Em 2018, 14 siglas não superaram a cláusula de barreira. Patriota, Podemos e PC do B incorporaram siglas menores, na ocasião, para atingir o índice e não perder as verbas e o espaço na propaganda.As eleições deste ano ofereceram aos partidos a oportunidade de se unir em federações como um caminho para conseguirem superar a cláusula de barreira. Três foram formadas: PT se uniu ao PV e ao PC do B, o PSDB se juntou ao Cidadania e a Rede, ao PSOL.Isso permitiu que Cidadania, PC do B, PV e Rede mantivessem o acesso aos fundos eleitorais e partidários, o que não ocorreria se tivessem ido à disputa de forma isolada. PSOL, PT e PSDB escapariam da cláusula de barreira mesmo sem a federação.Para 2026, a cláusula, que também é chamada de clausula de desempenho, subirá para 2,5% dos votos válidos em todo o país, com um mínimo de 1,5% em pelo menos nove estados ou 13 deputados distribuídos por nove unidades da federação. Mais
2022-10-07 18:01:00
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Datafolha: 93% dizem já estar totalmente decididos sobre voto a presidente
A pouco mais de três semanas do segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), 93% dos eleitores se dizem totalmente decididos sobre o voto para presidente, enquanto 7% afirmam que a escolha ainda pode mudar, segundo a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta (7).O percentual de convicção é ainda mais elevado entre os entrevistados que optam pelos dois competidores. Dos eleitores do ex-presidente, 95% declaram plena certeza sobre a escolha. Dos apoiadores do atual mandatário, 94% dão a mesma resposta.Entre os eleitores que declaram a intenção de votar nulo ou em branco, 65% se dizem totalmente decididos e 34% afirmam que ainda podem mudar.Realizado de quarta-feira (5) a esta sexta (7), o levantamento tem margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O instituto ouviu 2.884 eleitores em 179 municípios. A pesquisa, contratada pela Folha e pela TV Globo, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-02012/2022.Na parcela do eleitorado volátil, aquele que ainda pode mudar o voto, 67% têm como alternativa votar em branco ou anular. A segunda opção mais citada é o voto em Lula (19%) e terceira é votar em Bolsonaro (12%).Os números da pesquisa mostram uma tendência maior de migração dos eleitores voláteis de Bolsonaro em direção a Lula do que o contrário.Quando questionados sobre o que fariam caso não votem no ex-presidente, os apoiadores do petista que admitem rever a atual decisão respondem em sua maioria (75%) que anulariam ou votariam em branco. Já 25% dizem que migrariam para Bolsonaro.No caso dos eleitores do atual mandatário que ainda podem mudar sua decisão, 59% trocariam para nulo ou branco, mas 37% escolheriam Lula.
2022-10-07 17:09:00
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Datafolha: Tarcísio tem 50%, e Haddad, 40%; indecisos são 4%, e brancos e nulos, 6%
Tarcísio de Freitas (Republicanos) lidera a eleição para o Governo de São Paulo, com 50% das intenções de voto. Fernando Haddad (PT) tem 40%, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta (7).Brancos e nulos somam 6%. Há ainda 4% que não sabem.O novo levantamento, contratado pela Folha e pela TV Globo, ouviu 1.806 pessoas, de quarta (5) a esta sexta-feira, em 74 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número SP-09303/2022.Considerando os votos válidos, Tarcísio tem 55%, e Haddad, 45%. A totalização de votos válidos, que exclui da conta brancos, nulos e indecisos, é o critério usado pelo TSE para contabilizar o resultado do pleito.Candidato de Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio terminou o primeiro turno na liderança, com 42,32% dos votos válidos. Haddad, apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), obteve 35,7%.Numa derrota histórica para o PSDB, que governa São Paulo desde 1995, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) ficou em terceiro, com 18,4%. Na terça-feira (4), ele anunciou apoio a Tarcísio.Quem declara voto em Lula no segundo turno se divide entre 80% para Haddad e 13% para Tarcísio. Os eleitores de Bolsonaro votam em Tarcísio (88%) e Haddad (6%).Tarcísio vai melhor no interior, com 56% ante 34% de Haddad. Na região metropolitana, o petista tem 47% e o bolsonarista, 43%. Mais Tarcísio, que pontua 50% na média, tem 55% entre homens e 45% entre mulheres. Entre jovens de 16 a 24 anos, ele marca 45%, e tem 56% entre quem tem de 35 a 44 anos.O candidato bolsonarista marca 44% entre quem tem ensino fundamental; 55% entre quem tem ensino superior; 44% entre quem recebe até dois salários mínimos; 56% entre quem recebe de 5 a 10 salários mínimos; 52% entre quem recebe mais de 10 salários mínimos.Ele pontua ainda 40% entre pretos; 61% entre evangélicos; 79% entre empresários e 35% entre desempregados.Já Haddad, que tem 40% na média, marca 37% entre homens e 43% entre mulheres. Tem 43% entre jovens de 16 a 24 anos e 42% entre quem tem mais de 60 anos.O petista alcança 45% entre quem tem ensino fundamental; 38% entre quem tem ensino superior; 43% entre quem recebe menos de dois salários mínimos e os mesmos 43% entre quem recebe mais de dez salários mínimos.Ele marca 51% entre pretos; 29% entre evangélicos; 18% entre empresários e 55% entre desempregados.O Datafolha perguntou ainda se os eleitores estão decididos sobre a escolha ou se o voto pode mudar: 88% se dizem convictos, e 12% admitem alterar seu candidato. Entre eleitores de Tarcísio, 90% estão decididos e 10% podem mudar. Já entre quem vota em Haddad, 88% estão decididos e 12% podem mudar.Tarcísio também lidera como segunda opção de voto, com 19%, ante 13% de Haddad. A maioria, porém, cogita votar branco ou nulo (61%) se não votar no escolhido; 7% afirmam não saber sua segunda opção.Haddad é o candidato mais rejeitado pelo eleitor de São Paulo. Não votariam de jeito nenhum nele 51% dos entrevistados, enquanto Tarcísio tem rejeição de 39%.Em relação a Haddad, 36% dizem que votarão nele com certeza e 12% afirmam que talvez votem. Para Tarcísio, 45% dizem que votarão com certeza e 14% que talvez votem.Nesta semana, Tarcísio saiu na frente na corrida por apoios. Além de Rodrigo, recebeu a adesão do candidato derrotado do Novo, Vinicius Poit, e dos partidos PP, MDB, União Brasil e Podemos.Já Haddad somou o PDT e o Solidariedade em sua campanha. Mais
2022-10-07 17:30:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/datafolha-tarcisio-tem-50-e-haddad-40-indecisos-sao-4-e-brancos-e-nulos-6.shtml
Entenda como ler uma pesquisa eleitoral
As diferenças entre os cenários apontados por pesquisas eleitorais dias antes das eleições e a apuração final do primeiro turno nas urnas levantaram dúvidas e suscitaram críticas aos institutos que fazem os principais levantamentos do país.Alguns esclarecimentos ajudam a entender melhor as informações trazidas pelas sondagens. As pesquisas erraram os resultados do primeiro turno?Pesquisa não é uma projeção do resultado eleitoral, que só será conhecido no dia do pleito, com a apuração oficial. Entre as entrevistas e o instante de apertar o botão na urna, muitas variáveis podem fazer com que as pessoas mudem de posição.Portanto pesquisas não "erram" ou "acertam". Estimam uma intenção futura, não a apuração de um voto já dado.Qual é então o objetivo das pesquisas?Retratar a preferência dos eleitores apenas no momento em que ela é realizada, capturando movimentos e dinâmicas de opinião usados pela própria população na hora da decisão.As pesquisas bem feitas ouvem uma amostra representativa da sociedade e, com base nas respostas, "fotografam" um instante, que necessariamente será diferente do que ocorrerá nas urnas, já que é anterior. Por isso é importante sempre considerar a data das entrevistas.De posse das pesquisas, o eleitor pode fazer suas escolhas de maneira mais bem informada do que se estivesse proibido de saber das tendências mais recentes.Mas e a pesquisa de boca de urna, não serve para acertar o resultado?As pesquisas de boca de urna, realizadas no dia da eleição nos locais de votação, são as únicas que poderiam ser comparadas ao resultado oficial, porque medem uma ação já concretizada (o voto).Elas, porém, não são mais realizadas pelos principais institutos por serem muito caras e perderem a validade logo após o início da apuração, que hoje é bastante ágil.Como ler os resultados de uma pesquisa eleitoral?Um dos pontos mais importantes é levar em conta o conjunto de questões que ela aborda, e não um único indicador, como a intenção total dos votos. Isso ajuda a fazer uma análise mais ampla do cenário eleitoral daquele momento.Todas as rodadas do Datafolha, por exemplo, trazem também os votos válidos (que simulam o cálculo que a Justiça Eleitoral fará na apuração), a parcela de indecisos, o percentual daqueles que pretendem votar em branco ou nulo, a rejeição aos candidatos e a convicção dos eleitores, entre outros recortes. Mais O que é margem de erro e como ela é definida?É preciso sempre prestar atenção à margem de erro. Qualquer pesquisa por amostragem —ou seja, que seleciona uma amostra que representa as principais características da população— tem atrelada a ela uma diferença tolerada entre o valor medido e o "verdadeiro" valor.Essa margem é definida quando os estatísticos planejam o tamanho da amostra que vão utilizar. Quanto menor é a margem de erro que eles desejam, maior deve ser a quantidade de entrevistados para alcançá-la.O que é intervalo de confiança e empate técnico?O intervalo formado pelos valores máximo e mínimo da margem de erro é chamado de intervalo de confiança. Como os resultados de uma pesquisa nunca são números exatos, e sim estimativas, eles devem ser interpretados dentro desse intervalo.O empate técnico ocorre quando a diferença entre os candidatos se encontra dentro das margens de erro da pesquisa, ou seja, quando os intervalos de confiança se sobrepõem.O mesmo princípio é seguido para interpretar os dados da evolução de um mesmo candidato ao longo do tempo. Se, de um mês para o outro, suas intenções de voto variaram dentro das margens de erro, dizemos que ele apenas oscilou.Qual é a metodologia das pesquisas eleitorais?Ela varia de acordo com o instituto ou empresa que a realiza. O Datafolha costuma entrevistar cerca de 2.500 pessoas (podendo chegar a 8.000 quando se estende às disputas estaduais) em pontos de fluxo das cidades que farão parte da amostra.Esses pontos são sorteados dentro do banco de dados do instituto. O pesquisador recebe o endereço e é informado com antecedência sobre quantas entrevistas serão realizadas com homens e mulheres por faixa etária, seguindo o perfil do eleitorado total.No ponto de fluxo, a busca do entrevistado tem que ser aleatória: o pesquisador não deve escolher nem aceitar que a pessoa se ofereça para responder.Uma pesquisa pode ser fraudada?As pesquisas dos principais institutos do país passam por um controle de qualidade de todos os seus questionários.O Datafolha, por exemplo, faz uma checagem no local e por telefone de 30% das entrevistas, além de uma série de processos internos de verificação. Os pesquisadores recebem treinamento específico, e todas as entrevistas são gravadas.Como posso conferir se uma pesquisa é séria?Todos os levantamentos divulgados precisam ser registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), informando sua metodologia, amostra, questionário, cartões utilizados, contratante, valor pago e estatístico responsável.Essas informações são abertas e podem ser acessadas no site do órgão.
2022-10-07 17:14:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/entenda-como-ler-uma-pesquisa-eleitoral.shtml
Temporal no interior de SP deixa igreja destelhada e criança atingida por muro
O temporal que atingiu o estado de São Paulo na tarde desta quinta (6) deixou um rastro de problemas no interior. Uma igreja foi destelhada e bairros ficaram sem energia em Lucélia, na região de Presidente Prudente, e árvores foram derrubadas em Ribeirão Preto, onde uma criança foi atingida por um muro. Segundo o Corpo de Bombeiros, foram registradas quedas de árvores em diversos pontos de Ribeirão Preto. Um veículo e o portão de uma empresa foram danificados.A criança atingida pela queda de um muro na zona norte da cidade teve ferimentos no peito e no rosto. O menino de cinco anos foi levado para o Hospital das Clínicas, que informou que não pode dar informações de seu estado. A chuva e o vento forte que atingiram a cidade de Lucélia arrancaram parte do telhado da Igreja Matriz e Paróquia Sagrada Família de Lucélia. Quinze árvores de grande porte caíram e casas foram destelhadas. Ninguém foi ferido. Uma família ficou desabrigada, mas já foi acolhida, segundo a prefeitura "A chuva nem estava tão forte, mas estava ventando com muita força, por volta das 16h30, quando o telhado da igreja foi arrancado", informou o setor de imprensa da administração municipal. Mais O telhado, feito de zinco, caiu em uma rua movimentada da cidade e onde ocorre uma feira às quartas. "O telhado danificou a entrada de algumas residências, um trailer de lanche e cortou um caminhão baú", informou a prefeitura. Os dados da Defesa Civil local indicam que houve cerca de 66,5 mm de precipitação, mas não há como precisar a velocidade do vento por falta de equipamentos específicos. Parte da cidade ficou sem energia elétrica, mas segundo a Energisa, companhia responsável pela distribuição em Lucélia, o fornecimento já foi restabelecido. "Com chuvas fortes e ventos, objetos, galhos e até árvores inteiras foram lançados sobre a rede elétrica, provocando quebra de postes, rompimento de cabos e outros danos ao sistema elétrico da distribuidora", afirmou.Em Campinas não houve estrago, mas a chuva impediu a conclusão da montagem de um circo com estrutura de 3.500 m² que se apresentaria no final de semana em um shopping. A data de estreia foi adiada para o fim de semana seguinte.De acordo com o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, da Unicamp), no sábado (8) haverá predomínio do sol no interior do estado, com céu parcialmente nublado, com possíveis pancadas de chuva de forma isolada, no período da tarde. Já no domingo, a previsão é de pancadas de chuva e trovoadas em todos o estado, a qualquer momento do dia. "Há potencial para temporais severos no setor oeste, especialmente entre Assis, Marília e Presidente Prudente a partir da tarde. A segunda-feira segue com tendência de pancadas de chuva em todo o estado", diz o órgão.
2022-10-07 16:46:00
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Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/10/temporal-no-interior-de-sp-deixa-igreja-destelhada-e-crianca-atingida-por-muro.shtml
Datafolha: 51% dizem não votar em Bolsonaro de jeito nenhum, ante 46% em Lula
Passado o primeiro turno da eleição geral deste ano, a rejeição segue como principal nó a desatar pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e surge como um problema maior para o líder Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o Datafolha, dizem não votar nele 51% dos eleitores, enquanto 46% afirmam o mesmo do petista.No domingo passado (2), Bolsonaro teve uma votação surpreendente e aproximou-se mais de Lula do que haviam aferido antes do pleito as pesquisas. Ele teve 43,2%, ante 48,4% do petista.Desde então, a campanha do presidente vinha tentado apresentar um político menos estridente e mais moderado, apesar de intensidade dos ataques pessoais contra o antecessor que ocupou o Planalto de 2003 a 2010 ter subido. O mesmo ocorre no caminho inverso, com o PT recuperando até uma frase de Bolsonaro sobre canibalismo.Mas por ora saíram de cena as contestações do sistema eleitoral e das urnas eletrônicas, somadas a ameaças golpistas supostamente apoiadas pelas Forças Armadas —subsistiram críticas às pesquisas.O Bolsonaro do segundo turno segue a chamar Lula de ladrão, quando não satanista ou cristofóbico, mas se apresenta como alguém que cometeu erros e apresenta apoios institucionais de governadores eleitos.Isso até aqui: nesta sexta (7), o presidente fez ataques destemperados ao seu antecessor, chamado de "pinguço", e ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que comanda o Tribunal Superior Eleitoral. Desde maio de 2021, quando foi iniciada a série desta eleição, Bolsonaro nunca ficou abaixo desses 51% de rejeição.Tudo dentro do roteiro de quem tem uma rejeição considerada proibitiva por estrategistas eleitorais. Com o estreitamento da disputa, de certa forma já notado com a desidratação de Ciro Gomes (PDT) no dia do pleito, a tática dual de Bolsonaro é o que lhe sobra para atrair indecisos e eleitores remanescentes do pedetista e de Simone Tebet (MDB) —ambos os rivais lhe emprestaram apoio com entusiasmo comedido. Mais Resta agora saber se a tática de demonização de Lula e do PT, que pode ter auferido votos na reta final para Bolsonaro, servirá para desgastar o petista. De saída, está dando resultado.Ao longo do primeiro turno, não foi efetivo. O ex-presidente oscilou algo para cima sua taxa de rejeição, mas nunca passou dos 40%, mesmo depois da exposição no agressivo último debate daquela etapa na Globo, ocorrido no dia 29. Agora, está nos 46%, de resto uma alta esperada numa rodada só com dois competidores.O petista, assim como o presidente, passou a semana organizando apoios para o segundo turno. Além de Ciro, bem a contragosto, e Tebet, com condicionantes, recebeu aval de diversos economistas de renome, o que pode lhe dar pontos de imagem em uma certa elite.Nesta primeira rodada de pesquisa do segundo turno, o Datafolha ouviu 2.884 eleitores em 179 cidades, de quarta (5) a esta sexta. Contratado pela Folha e pela TV Globo, o levantamento está registrado no TSE sob o número BR-02012/2022 e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos.
2022-10-07 17:05:00
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Datafolha: Aprovação de Bolsonaro sobe para 37%; reprovação recua para 40%
O desempenho melhor do que o previsto do presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno da disputa pelo Planalto, no domingo passado (2), se refletiu em uma melhor avaliação de seu governo.Segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, 40% dos eleitores consideram a gestão de Bolsonaro ruim ou péssima —eram 44%, ou seja, no limite superior da margem de erro de dois pontos percentuais. Já a classificam como ótima ou boa, 37% (eram 31%), e 22% dizem a avaliar como regular (eram 24%).Este é o melhor índice de aprovação alcançado pelo presidente desde dezembro de 2020.Nesta primeira rodada de pesquisa do segundo turno, o Datafolha ouviu 2.884 eleitores em 179 cidades. Contratado pela Folha e pela TV Globo, o levantamento está registrado no TSE sob o número BR-02012/2022.Na mais recente ocasião em que havia feito o questionamento, de quarta (27) a quinta (29) da semana passada, o instituto aferiu 44% de reprovação, 31% de aprovação e 24%, de nota regular dada a Bolsonaro.Ao longo da campanha, o ruim/péssimo associado a Bolsonaro oscilou de 48% a 44%, uma estabilidade. Já foi pior: em dezembro de 2021, o presidente marcou seu pior índice, com 53% de reprovação. Mais Já a aprovação teve um crescimento: era de 25% em maio e chegou à casa dos 30% em setembro, quando empacou e ficou oscilando nesta faixa. Tradicionalmente, governos têm melhoria de aprovação em ano eleitoral, com a adoção de medidas populistas ou populares e a maior exposição do presidente.Bolsonaro focou seu trabalho nesse sentido em abrir o cofre para gastos sociais. Viu aprovada uma PEC que lhe garantiu R$ 41,5 bilhões até o fim do ano, aumentou o Auxílio Brasil para 20 milhões de famílias mais necessitadas e, principalmente, promoveu uma intervenção na política de preços administrados da Petrobras para baixar o valor cobrado por combustíveis.Há dúvidas sobre a viabilidade fiscal da continuidade dos gastos em 2023, contudo, e o recente corte de produção internacional de petróleo, no contexto da Guerra da Ucrânia, fez aumentar a defasagem entre os preços mundiais e o praticado pela Petrobras, o que gera pressões na estatal.
2022-10-07 17:06:00
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Datafolha: Lula tem 49%, e Bolsonaro, 44%; indecisos somam 2%, e brancos e nulos, 6%
Na largada da disputa do segundo turno da disputa presidencial deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marca 49% da intenção de votos aferida pelo Datafolha em sua primeira pesquisa desta etapa da corrida. Se a eleição fosse hoje, 44% dizem votar em Jair Bolsonaro (PL).Os indecisos são 2%, e brancos e nulos somam 6%. A pesquisa é um retrato do momento e não necessariamente reflete a votação que os candidatos terão.Esses números (cuja soma total passa de 100% em razão de arredondamentos) dizem respeito ao total de votos, incluindo aí nulos, brancos e indecisos. Quando a métrica aplicada é a da contagem final do Tribunal Superior Eleitoral, a de votos válidos, Lula tem 53% e Bolsonaro 47%. No primeiro turno, disputado no domingo passado (2), o ex-presidente somou 48,4% dos votos válidos e o atual, 43,2%.Na modalidade dos válidos, são excluídos os nulos e brancos na urna eletrônica, e os indecisos na pesquisa.Lula pode ter na fotografia dos votos totais de 47% a 51%, ante de 42% a 46% de Bolsonaro, que voltou a colocar em dúvida a lisura da apuração, mas sem a estridência usual, e tem focado na crítica ao que chama de erro dos institutos de pesquisa. O voto se mostra bastante cristalizado, com 93% dizendo já saber quem escolherão no próximo dia 30. Entre aqueles que apoiaram no primeiro turno Simone Tebet (MDB, 4% de votos válidos no primeiro turno ), 47% dizem que a candidata deveria fazer o que fez, apoiar Lula, e 36%, que deveria ter ido de Bolsonaro. Dizem votar no petista, nesse grupo 31%, enquanto 29% vão com o presidente.Já 44% dos eleitores do quarto colocado, Ciro Gomes (PDT, 3% de válidos no domingo passado), que deu um apoio mais envergonhado a Lula, afirmam que ele deveria ter feito isso, enquanto 40% sugeriram voto no presidente. Entre eles, 42% dizem apoiar Bolsonaro e 31%, Lula.O desempenho de Bolsonaro, turbinado por bons resultados de seus aliados nas disputas estaduais e pelo Congresso, além do voto útil presumido da desidratação final de Ciro, mostrou-se superior ao que se via na fotografia dos dois dias anteriores ao pleito.Nesta primeira rodada de pesquisa do segundo turno, o Datafolha ouviu 2.884 eleitores em 179 cidades, de quarta (5) a esta sexta-feira (7). Contratado pela Folha e pela TV Globo, o levantamento está registrado no TSE sob o número BR-02012/2022 e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos. Mais Nesta primeira semana da disputa final, os candidatos se concentraram em rearranjar forças e somar apoios. Lula trouxe para seu barco o PDT de Ciro, com a chancela a contragosto do presidenciável derrotado, e Tebet, que apresentou condicionantes e não carregou consigo o MDB em bloco.Por sua vez, Bolsonaro demonstrou musculatura política ao angariar declarações de voto de seis governadores, inclusive Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou de fora do segundo turno em São Paulo, e do reeleito Romeu Zema (Novo-MG).Embora seja limitado o efeito do trabalho de nomes estaduais, são líderes dos dois maiores colégios eleitorais do país —o terceiro é o Rio, onde o reeleito Cláudio Castro (PL) já era aliado de Bolsonaro. No primeiro turno, os estados somaram 36% dos votos válidos do país.Na amostra populacional desta pesquisa, o Sudeste, aí incluído o pequeno Espírito Santo, tem 43% do eleitorado total. É o campo de batalha mais óbvio do país, e Bolsonaro inverteu a vantagem que Lula tinha até aqui: tem 47% dos votos totais, ante 44% do petista. Estão tecnicamente empatados. Mais A dianteira do petista segue o padrão do primeiro turno no Nordeste (27% do eleitorado), onde é rei: tem 66% dos votos totais, enquanto o rival tem 28%. Depois de um escorregão feio ao comentar o primeiro turno, no qual associou o petismo nordestino ao analfabetismo, Bolsonaro tem feito uma declaração de amor por dia à região.Resta saber se isso mudará uma tendência que se desenha desde os tempos em que o PT se antagonizava com o hoje nanico PSDB na disputa pelo poder federal. O mapa eleitoral do primeiro turno mostrou um país cindido na diagonal, com Minas Gerais sendo o ponto de fratura mais evidente: no dia 2, Lula prevaleceu por 48% a 43% dos votos válidos, emulando o país.Outra frente já delineada pela campanha bolsonarista é tentar recuperar o voto feminino. Um problema, dado que ao longo da disputa do primeiro turno ele se mostrou bastante refratário ao presidente, colecionador de tiradas machistas e da imagem pouco empática.Entre elas, donas de 52% da amostra, Lula lidera com 50% dos totais e Bolsonaro marca 41%. Não por acaso, o presidente tem tentado se mostrar mais moderado e feito promessas de políticas para mulheres e voltou a colocar a primeira-dama, Michelle, em papel de destaque na sua propaganda.Ela tem sido voltada particularmente para os evangélicos que já apoiavam consistentemente o presidente, com acusações fartas de que Lula é anticristão, satanista, cristofóbico e afins. No segmento, que soma 27% da amostra, Bolsonaro tem 62% e o rival, 31%.O apoio se mostra consistente com o apurado pelo Datafolha ao longo do primeiro turno, demonstrando que o mal-estar de redes sociais com a campanha associando Bolsonaro à maçonaria não se converteu em perda de votos no grupo.Já entre os católicos, 53% do eleitorado mas muito mais desorganizados politicamente, o petista lidera com 55% ante 38%.No mais, o retrato é semelhante ao aferido ao longo da campanha. Lula encontra seu bastião entre os mais pobres, liderando entre os 49% que ganham até 2 salários mínimos por 54% a 37% dos votos totais. Novamente, a aposta de Bolsonaro tem sido em ampliar benesses, como na antecipação do Auxílio Brasil, mas até aqui isso se mostrou inócuo nesta parcela da população.Já o presidente vai bem na faixa acima, derrotando o petista entre os 36% que ganham de 2 a 5 mínimos por 52% a 41%.
2022-10-07 17:05:00
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Lula tenta reconciliação de Marília Arraes com PSB para 2º turno em PE
O PSB sinalizou apoio a Marília Arraes (Solidariedade) no segundo turno da disputa pelo Governo de Pernambuco. A candidata disputará contra Raquel Lyra (PSDB) no dia 30 quem será a primeira governadora do estado.Sem mencionar a candidata, a legenda disse que irá apoiar a candidatura que tiver o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na nova etapa da eleição.Nesta sexta, o PT oficializou o apoio a Marília Arraes, após aval de Lula. O apoio marcou um reencontro do partido com a deputada, que foi filiada ao partido durante seis anos e deixou a sigla em março para ser candidata a governadora pelo Solidariedade.No primeiro turno, o candidato do PSB foi o deputado federal Danilo Cabral, apoiado por Lula. Na etapa inicial da eleição pernambucana, Marília fez campanha para o ex-presidente, mas sem ter o apoio oficial do petista."Em Pernambuco, defendemos e indicamos, no segundo turno das eleições para o governo do estado, a candidatura que for apoiada pelo presidente Lula e que simbolize esses valores", diz trecho de nota do PSB. A sigla também disse que seguirá empenhada para assegurar a vitória de Lula na disputa presidencial.Marília irá a São Paulo neste fim de semana para se reunir com Lula e fazer gravações para o programa eleitoral de rádio e televisão. No encontro, eles também devem discutir sobre a confirmação do apoio do PSB a Marília. Lula também deverá fazer atos de campanha ao lado de Marília no estado.O ex-presidente tenta promover uma conciliação de Marília com o PSB. O rompimento dela com o antigo partido aconteceu em 2014. Na ocasião, Marília era vereadora do Recife e acusou o primo, o ex-governador Eduardo Campos (1965-2014), de promover uma guinada à direita no partido.Um resumo com o que de mais importante a Folha destaca sobre a eleiçãoCarregando...Marília Arraes decidiu enfrentar o comando do PSB e declarou apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT) para a Presidência, contra a candidatura própria de Eduardo, assumida posteriormente por Marina Silva após o trágico acidente aéreo que culminou com a morte do ex-governador.Apesar do distanciamento dos Campos com Marília, Lula disse, em diversas ocasiões, que tem boa relação com todos da família Campos-Arraes. Como pano de fundo para a possível reconciliação, está o discurso de que é preciso unir forças para derrotar o bolsonarismo.Em 2016, Marília se filiou ao PT, com a ficha abonada por Lula. Foi reeleita vereadora e se tornou líder da oposição ao PSB na Câmara do Recife. Dois anos depois, lançou-se como pré-candidata a governadora, mas foi rifada do páreo após um acordo das direções nacionais de PT e PSB envolvendo as eleições de Pernambuco e outros estados.Como alternativa, Marília disputou e venceu para uma das cadeiras na Câmara dos Deputados. Neste ano, a deputada decidiu sair do PT para se lançar na disputa pelo governo estadual. A saída aconteceu pois o PT fechou uma aliança nacional com o PSB, na qual os pessebistas seriam o cabeça de chapa em Pernambuco, como aconteceu.Além da disputa política, Marília tem um rompimento familiar com a ala familiar dos Campos. Durante o período de rompimento, eles disputaram o legado do ex-governador Miguel Arraes (1916-2005).Em 2020, no segundo turno para a prefeitura do Recife, o primo de segundo grau de Marília, João Campos (PSB), usou o antipetismo como estratégia para vencer a disputa.Neste ano, o lançamento da candidatura de Marília Arraes trouxe dificuldades principalmente para o PSB, já que parte do eleitorado de Lula se identificou com a ex-petista, dificultando a migração de votos lulistas para Danilo Cabral.No primeiro turno, uma das apostas do PSB era atacar Marília para chegar ao segundo turno. Danilo Cabral tentou associar a adversária ao orçamento secreto e criticou a atuação dela como deputada. Marília era taxada como a principal opositora do PSB pelo próprio partido.O possível apoio do PSB a Marília é visto com duas vertentes pela própria campanha da candidata. Ao mesmo tempo em que a estrutura do partido com prefeitos e vereadores pode dar musculatura à candidata, por outro lado, a campanha de Raquel Lyra (PSDB) deverá vincular a adversária ao atual governador Paulo Câmara (PSB), que tem alta rejeição.A derrota do PSB no primeiro turno é atribuída, entre outros fatores, à reprovação elevada ao governador Paulo Câmara, conforme integrantes do PSB nos bastidores.Há aliados de Marília que defendem uma recusa ao apoio, o que poderia jogar o PSB para a posição de neutralidade. No entanto, com o apelo de Lula, as chances da negativa acontecer são remotas, segundo aliados da candidata a governadora.Marília já recebeu apoio de PC do B, Republicanos, PDT, PT e PSOL. A estratégia da ex-petista no segundo turno é reforçar seu vínculo a Lula e tentar associar Raquel Lyra ao bolsonarismo. Pernambuco deu, no primeiro turno, 65,27% dos votos válidos a Lula, e 29,91% a Bolsonaro.Adversária de Marília Arraes, Raquel Lyra está reclusa com a família desde o domingo (2), após a morte do marido, o empresário Fernando Lucena, 44, depois de um mal súbito. Raquel ainda não se manifestou sobre a disputa nacional. Mais
2022-10-07 16:35:00
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Lima Duarte, aos 92 anos, sobre Bolsonaro: 'Estou de volta para tirar ele daí'
O veterano e consagrado ator Lima Duarte ainda faz questão de exercer seu direito de votar, mesmo aos 92 anos de idade. Em vídeo que circula pelas redes sociais, ele é visto na região do bairro da Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, local onde mantém sua zona eleitoral.Ele opinou que não concorda com o atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). "Eu estive aqui em 2018, votei e desci ao Teatro de Arena para pedir perdão, sem entender porque estávamos elegendo esse cavalheiro. Quatro anos depois estou de volta para tirar ele daí. Eu acho que vamos tirar." Mais O bairro paulistano tem muita importância para o artista, já que foi nele que Lima montou um quarto hospitalar para a mãe doente. Foi no local que ela acabou morrendo. "Uma noite eu demorei muito com uma amiga querida. Dobrei aquela esquina e, quando eu cheguei aqui, ela tinha morrido e eu não estava", lembrou.Daqui mais quatro anos, ele conta que espera voltar a exercer seu voto nas urnas e brinca: "Agora vamos trabalhar, tá? Daqui quatro anos eu volto aqui, eu acho. Se eu não tiver com a minha mãe."
2022-10-07 15:31:00
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Eleições 2022: 'Precisamos sair deste coma', diz Christiane Torloni
Participante ativa do movimento pelas eleições diretas, Christiane Torloni, 65, é sucinta ao ser perguntada sobre sua percepção do Brasil atual, em que a democracia aparece sob ataques do governo federal: 'Precisamos sair deste coma urgente', disse a atriz ao F5 na noite de abertura do Festival do Rio, nesta quinta-feira (6).A cerca de três semanas da disputa do segundo turno das eleições presidenciais, Torloni disse ainda que "já tem data marcada" para o país acordar. E mais não falou -pelo menos sobre política. A atriz, que em 2019 lançou o documentário "Amazônia – O Despertar da Florestania", se animou mesmo ao comentar as novelas de que participou e que vêm sendo reprisadas em Portugal, de onde acaba de voltar: "Mulheres Apaixonadas", "Ti Ti Ti" e "Fina Estampa"."Isso mostra que meus trabalhos continuam em dia", comenta, levantando a bola para a pergunta seguinte. Quiseram saber então quando ela volta às novelas. E Christiane: "Como eu vou saber? Minha bola de cristal está antenada nas eleições". Mais
2022-10-07 16:00:00
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Mortes: Marcado pela dedicação, foi homenageado pelo Círculo Militar de SP
Por trás do jeito "mandão" de Daniel Carlos dos Santos Ferreira, havia um sujeito carinhoso, brincalhão e extremamente dedicado ao que fazia e às pessoas que amava.Nascido em 18 de janeiro de 1949, em São Paulo, Daniel morou a vida inteira na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Também só teve um emprego, no Banco Itaú. Começou a trabalhar em uma das agências em 1970 e por lá ficou durante 30 anos, até que decidiu se aposentar.Conheceu sua esposa aos 20 anos por meio de amigos em comum e com ela se manteve casado até a morte. Do casamento, nasceram duas filhas. "Meu pai era extremamente protetor. Quando estávamos fora de casa, ele ligava 50 vezes. Enquanto a gente não chegasse, ele não sossegava, não dormia em paz", lembra a comunicadora Tathiana Barbar, filha de Daniel.Seu gênio forte levava as pessoas a não ficarem em cima do muro: ou não gostavam do bancário ou o amavam. "Mas em geral ele tinha bons amigos de infância, pessoas que gostavam muito dele e que conheciam quem ele era. Tinha um coração enorme", diz Tathiana.Metódico e organizado, Daniel era zeloso com todas as coisas e pessoas de quem realmente gostava. Um exemplo marcante foi sua trajetória no Círculo Militar de São Paulo, um clube no bairro do Ibirapuera, zona sul paulistana, no qual tanto militares como civis podem se associar."Desde que a gente nasceu, a família frequentava muito ali", afirma Tathiana. "Ele fazia parte de uma comissão para desempenhar melhorias e se dedicava muito a essas ações."Essa dedicação foi reconhecida em 2019, quando o aposentado recebeu uma medalha da entidade, algo que geralmente é reservado aos militares.Daniel era portador de fibrose pulmonar, uma doença rara, agressiva e sem cura, que engrossa o tecido do pulmão a ponto de impedir a passagem do oxigênio para a corrente sanguínea conforme vai avançando. Os sintomas se iniciaram em uma viagem no início de 2020 e logo a condição foi diagnosticada.O tratamento, que ajuda a diminuir a velocidade da progressão da doença, começou de forma tardia, quando cerca de 30% a 40% do pulmão já estava comprometido.Os remédios conseguiram amenizar a situação até o fim de 2021, quando ele precisou ser levado para a UTI, já com 90% do pulmão afetado. A partir daí, tornou-se necessário passar o dia ligado ao respirador.Internado, Daniel soube que o Círculo Militar queria homenageá-lo novamente. Tathiana diz acreditar que a vontade do pai de viver e o amor pelo que fazia o deu forças para melhorar e ir receber a nova medalha pessoalmente no clube, mesmo estando debilitado.Porém a fibrose piorou de novo e foi necessário voltar ao hospital. Tempos depois, ele preferiu interromper o tratamento devido aos efeitos colaterais.Daniel morreu em 29 de setembro, aos 73 anos, e deixou a esposa, duas filhas e dois [email protected] os anúncios de mortesVeja os anúncios de missa Mais
2022-10-07 16:00:00
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Governo promete benefício extra de até R$ 500 a taxistas em meio à campanha eleitoral
O governo Jair Bolsonaro (PL) vai pagar uma parcela extra a taxistas que recebem o auxílio de R$ 1.000, criado sob a justificativa de ajudar a categoria em meio à alta no preço dos combustíveis. O grupo é uma das bases de apoio do presidente, que busca a reeleição.Segundo estimativas preliminares, o benefício extra pode chegar a R$ 500. O pagamento seria feito no mês de dezembro.O Ministério do Trabalho e Previdência também vai antecipar o calendário de pagamento desse benefício e das transferências aos caminhoneiros, outra importante categoria alinhada ao chefe do Executivo.A decisão vem num momento em que aliados de Bolsonaro buscam notícias positivas para impulsionar a campanha do presidente, que terminou o primeiro turno em segundo lugar, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O segundo turno será realizado no próximo dia 30.O pagamento da parcela extra foi noticiado pelo jornal O Globo e confirmado à Folha pelo ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira."Vamos fazer uma reprogramação do calendário para que a gente possa fazer o cálculo e ver se há algum recurso remanescente para pagar aos taxistas", disse.O auxílio aos taxistas é previsto na emenda aprovada a partir da PEC (proposta de emenda à Constituição) das bondades. O texto autoriza repassar até R$ 2 bilhões entre 1º de julho e 31 de dezembro deste ano a motoristas cadastrados e em situação regular até 31 de maio.O valor era suficiente para bancar um benefício de R$ 1.000 a até 330 mil taxistas. No entanto, segundo o ministro, cerca de 300 mil se mostraram elegíveis à ajuda governamental.Com isso, haveria uma sobra de aproximadamente R$ 150 milhões. Como a PEC não limita o número de parcelas a serem pagas, nem especifica seu valor, a ideia do governo é usar a sobra de recursos para bancar a parcela extra —a medida é vista no ministério como uma saída mais apropriada do que devolver o dinheiro ao Tesouro Nacional. Mais O valor exato desse adicional ainda será calculado, mas estimativas preliminares apontam a possibilidade de um repasse de cerca de R$ 500 aos taxistas contemplados pelo programa.No caso dos caminhoneiros, o governo não tem como bancar uma prestação adicional porque a PEC previu expressamente que os pagamentos seriam de R$ 1.000 mensais.Para fazer um aceno também a esse público, a decisão foi a de antecipar o calendário de pagamento.Antes, a previsão era que o dinheiro caísse na conta de taxistas e caminhoneiros no dia 22 de outubro. O novo cronograma antecipa essa data para 18 de outubro.O calendário de novembro e dezembro também está sendo antecipado. Antes, as parcelas finais seriam pagas em 26 de novembro e 17 de dezembro. Agora, a previsão é fazer os repasses nos dias 19 de novembro e 10 de dezembro.O ministro nega interesse eleitoral no anúncio das medidas. "Pensei um zilhão de vezes nessa questão, mas o Brasil não pode parar pela questão eleitoral", disse. "Se não fizer isso agora, vamos perder o dinheiro e deixar de pagar um benefício." Nos últimos dias, diversos órgãos de governo foram a campo para anunciar medidas de impacto para famílias de baixa renda e mulheres, públicos que apresentam elevados índices de rejeição a Bolsonaro. Categorias fiéis ao presidente também vêm recebendo acenos.Na terça-feira (4), a Caixa anunciou a antecipação dos pagamentos do Auxílio Brasil no mês de outubro. Em uma entrevista a jornalistas com a presidente da Caixa, Daniella Marques, e o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, o governo também informou que vai incluir cerca de 500 mil famílias no programa social.Na quinta-feira (6), mais uma vez a Caixa anunciou que pretende começar a oferecer o empréstimo consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil ainda em outubro, ou seja, antes do segundo turno das eleições. O banco também divulgou uma iniciativa para perdoar dívidas de famílias brasileiras.Apresentado como um lançamento pela Caixa Econômica Federal, o programa Você no Azul da Caixa, na verdade, já existe desde 2019, e renegocia débitos que pessoas e empresas tenham com a instituição financeira. O programa oferece descontos de até 90%.O anúncio da renegociação, feito inicialmente por Bolsonaro, se deu após Lula, que já tinha apresentado um plano para auxiliar famílias endividadas, aceitar considerar também a proposta de Ciro Gomes (PDT), cuja campanha tinha como carro-chefe a negociação de dívidas.Na quarta-feira (5), o presidente editou um ato autorizando o Ministério da Justiça e Segurança Pública a nomear até 625 novos policiais rodoviários federais —categoria que inclui apoiadores de Bolsonaro.O Executivo alega que as contratações se encaixam na exceção da lei eleitoral que permite contratações no período de campanha em situações necessárias ao "funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais".
2022-10-07 15:38:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/governo-promete-beneficio-extra-de-ate-r-500-a-taxistas-em-meio-a-campanha-eleitoral.shtml
É falso áudio atribuído a Ciro Gomes sobre tomada de poder pelas Forças Armadas caso Lula seja eleito
É falso que seja Ciro Gomes (PDT) falando em um áudio atribuído a ele com mensagem sobre a tomada de poder pelas Forças Armadas caso Lula (PT) seja eleito presidente da República. A gravação faz parte de um vídeo postado no Facebook que atingiu mais de 1 milhão de visualizações de 3 a 6 de outubro.No áudio verificado pelo Projeto Comprova, é dito que as Forças Armadas estão cientes que existe um esquema armado para eleger Lula, e que, por isso, estão preparadas para tomar o poder caso o candidato do PT seja eleito.À reportagem, os peritos Mario Gazziro, da UFABC (Universidade Federal do ABC), Paulo Matias, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e Kalinka Castelo Branco, da USP (Universidade de São Paulo), analisaram o material e concluíram que o áudio é falso. Como base de comparação, os pesquisadores utilizaram áudio do discurso de Ciro Gomes na convenção nacional do PDT, que ocorreu no dia 20 de julho deste ano.A similaridade encontrada nas gravações foi de 47% —o que indica que é falso. Gravações do mesmo autor devem apresentar similaridade acima de 80%, de acordo com Gazziro.Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa de Ciro Gomes respondeu que os áudios não são do ex-governador do Ceará. "Infelizmente as eleições de 2022 foram e estão sendo violentadas com diversas mentiras distribuídas por gabinetes de ódio montados pelas principais candidaturas", afirmou.Como verificado pelo Projeto Comprova, outra evidência de manipulação, é o fato de o áudio não guardar relação com o posicionamento de Ciro Gomes, que divulgou, nesta terça-feira (4), vídeo em que afirma seguir a decisão do seu partido, o PDT, em apoio à candidatura de Lula no segundo turno."Frente às circunstâncias, é a última saída", declara Ciro Gomes, que ainda afirma, no vídeo, não acreditar que a democracia esteja em risco nesta disputa eleitoral.Falso, para o Comprova, é todo o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.Até 7 de outubro, a publicação no Facebook tinha 1,3 milhão de visualizações, 64 mil curtidas, 66 mil compartilhamentos e 14 mil comentários.A postagem foi sinalizada como falsa na rede social. Em relação à circulação no WhatsApp, não é possível dimensionar o alcance de conteúdos que viralizam no aplicativo de mensagem.A reportagem entrou em contato com o responsável pela postagem. Questionado sobre como obteve o áudio e por qual motivo decidiu compartilhá-lo sem confirmação de veracidade, ele respondeu que a voz é idêntica a de Ciro Gomes. E questionou: "Aonde está a declaração do partido dizendo que o áudio não é do Ciro?".Para descobrir a veracidade do áudio, o Comprova entrou em contato com profissionais de perícia para uma análise da gravação e buscou um posicionamento da assessoria de imprensa de Ciro Gomes.A equipe também pesquisou declarações recentes de Ciro sobre o atual cenário político nacional e sobre a legislação brasileira.De acordo com o perito Mario Gazziro, quando a semelhança dos áudios é abaixo de 10%, é possível identificar que não se trata de um conteúdo verídico apenas pelo ouvido. Em casos de produção pela técnica deepfake, é necessário realizar uma análise cepstral —criada inicialmente para identificar problemas no aparelho do trato vocal humano.O resultado da análise realizada pelos peritos apontou que a similaridade do áudio verificado é de 47%. Quando abaixo de 10%, é provável que a fraude tenha sido realizada por um imitador. Já entre 10% e 80%, o conteúdo é gerado por meio de deepfake —quando uma base grande de dados da voz é copiada e utilizada para gerar o text-to-speech (texto lido por uma voz aprendida artificialmente sintetizada via computador).Ainda que a análise cepstral tenha sido criada para fins médicos, a combinação com técnicas modernas possibilita levantar a identidade vocal de um indivíduo analisado, conforme explicação do pesquisador da UFABC. "Do ponto de vista matemático, trata-se de uma análise em frequência que ‘desembaralha’ o espectro vocal e o atribui a uma escala de cores logarítmica, adequada à sensibilidade do ouvido humano para as frequências audíveis".No laudo elaborado, esta análise foi realizada a partir do áudio do discurso de Ciro Gomes na convenção nacional do PDT, quando o partido confirmou sua candidatura no dia 20 de julho de 2022. Segundo Gazziro, é importante que, na análise cepstral, as vozes comparadas sejam da mesma época em que a amostra foi supostamente gerada. "Uma vez que a análise cepstral identifica componentes do trato vocal, isso pode sofrer mudanças com o avanço da idade", explica.Por fim, a análise gera um mapa relativo ao trato vocal, e se assemelham a impressões digitais dos dedos. Quando a gravação é feita pelo mesmo autor, a variação é baixa entre diferentes tipos de fala. Como exemplo, ele diz que se uma mesma pessoa cantar rápido em inglês e narrar calmamente em português em áudios diferentes, a similaridade ainda será acima de 80%, já que são gravações de mesma autoria.Também procurado pelo Comprova, o perito forense computacional João Benedito dos Santos Junior, membro da Apecof (Associação Nacional dos Peritos em Computação Forense), fez uma análise preliminar, com base no critério de audibilidade, em que se utiliza apenas o ouvido treinado do perito como instrumento para a comparação de locutores.Ao analisar o áudio questionado em confronto com trechos de dez áudios comprovadamente de Ciro Gomes, Junior concluiu que "há forte possibilidade de rejeitar a hipótese de que a voz (presente no áudio verificado) seja do senhor Ciro Gomes".A assessoria de Ciro encaminhou nota com o seguinte teor: "Infelizmente as eleições de 2022 foram e estão sendo violentadas com diversas mentiras distribuídas por gabinetes de ódio montados pelas principais candidaturas. São estruturas especializadas em criar fake news e espalhar pelas redes, chegando, inclusive, a encontrar eco em alguns setores da mídia. Estes áudios claramente não são de Ciro Gomes".No áudio atribuído falsamente a Ciro, é dito que as Forças Armadas irão colocar em prática o artigo 142 da Constituição Federal para restabelecer a ordem. No entanto, não há no artigo, nem no conjunto de normas da legislação brasileira, nenhum dispositivo legal que autorize a intervenção das Forças Armadas no governo.Em 22 de abril de 2020, durante reunião ministerial cujo registro teve divulgação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro citou o Artigo 142 como um dispositivo a ser empregado em um contexto de intervenção militar no país. Desde então, apoiadores passaram a repetir o discurso.Em junho daquele ano, ainda durante a repercussão do conteúdo da reunião, a Câmara dos Deputados emitiu um parecer esclarecendo que o Artigo 142 não autoriza a intervenção militar a pretexto de "restaurar a ordem", como havia sugerido Bolsonaro.O Comprova investiga conteúdos suspeitos que viralizam na internet relacionados às eleições presidenciais de 2022, à pandemia e a políticas públicas do governo federal. Áudios manipulados de uma personalidade política conhecida, como é o caso de Ciro Gomes, com falsa acusação de haver um esquema armado para eleger Lula, são prejudiciais às eleições, às instituições e ao Estado Democrático de Direito. E podem contribuir para contestações infundadas ao resultado das eleições presidenciais.
2022-10-07 16:00:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/e-falso-audio-atribuido-a-ciro-gomes-sobre-tomada-de-poder-pelas-forcas-armadas-caso-lula-seja-eleito.shtml
Uso de robôs aumenta fila de recursos para se aposentar pelo INSS
O uso de inteligência artificial na concessão de benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) contribuiu para reduzir a fila de pedidos de aposentadoria, mas aumentou uma outra espera: a dos segurados que entram com recurso após terem a solicitação de benefício negada.Segundo especialistas, a análise feita por robôs gerou uma quantidade significativa de indeferimentos desnecessários, o que fez surgir uma fila paralela de trabalhadores à espera de benefício.A tecnologia foi implantada em maio deste ano, com o objetivo de agilizar e automatizar a análise dos processos iniciais no INSS. Procurado, o órgão disse que a concessão automática de benefícios está em constante evolução.De acordo com os dados obtidos pelo IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), por meio do Portal da Transparência, o Brasil tinha 363.462 pedidos de aposentadorias represados no mês de agosto, dados mais recente divulgado. Os números não consideram pedidos de BPC (Benefício de Prestação Continuada), renda assistencial paga a idosos e pessoas com deficiência.Naquele mês, a aposentadoria por idade liderava a fila, com 208.271 solicitações. Os pedidos parados de aposentadoria por tempo de contribuição somavam 136.549, por incapacidade permanente previdenciária (aposentadoria por invalidez), 18.022 e, por incapacidade permanente acidentária, 620.Os números de agosto representam uma queda de 24,1% na comparação com maio —antes do início do uso de inteligência artificial—, quando havia 478.930 pessoas aguardando uma resposta.A advogada Adriana Bramante, presidente do IBDP, diz que essa queda está associada ao uso dos robôs, que aceleram a análise dos pedidos.Por outro lado, a mesma tecnologia é responsável por aumentar a quantidade de indeferimentos automáticos, que acabam virando pedidos de recurso. Mais Desde o início do ano, houve um aumento de 27% nos pedidos de recursos no CRPS (Conselho Regional de Previdência Social). Em janeiro, eram 590.400 processos e o número saltou para 750.511 em julho –dado mais recente disponibilizado.Com mais benefícios negados, os pedidos de contestação também aumentam, afirma a advogada.Ao analisar os pedidos, o robô não considera informações como averbação de tempo, salários de contribuição, tempo rural em aposentadoria urbana, entre outros, afirmam especialistas. Como há uma quantidade significativa de indeferimentos, a fila estaria sendo transferida."Você resolve o problema de um lado, diminui o estoque inicial de análises, mas você joga o problema para o recurso ou para a Justiça. Se não for analisado corretamente o pedido de benefício, você acaba mudando de lugar a fila.""É importante que o INSS tenha um tutorial para ajudar os segurados que fazem seus pedidos pelo Meu INSS e que o segurado tenha cuidado ao fazer o requerimento, observando em seu Cnis [Cadastro Nacional de Informações Sociais] se está tudo em ordem".Por meio de nota, o INSS informou que elaborou um passo a passo para orientar o cidadão a fazer o pedido corretamente.O órgão também afirma que o processamento automático de benefícios está "em constante evolução" e que, entre outubro de 2021 e setembro deste ano, a produtividade na análise de pedidos aumentou 40%. "O efeito é que mais benefícios sejam decididos, aumentando a disponibilidade para interposição de recurso." De acordo com o Painel de Produção das Unidades Julgadoras do CRPS, o tempo médio para análise de um recurso pode ser superior a um ano.Levantamento com dados até 8 de setembro estima que o tempo médio de tramitação de um recurso no caso de aposentadoria por invalidez é de 589 dias. Para aposentadoria por tempo de contribuição, a espera é de 561 dias, em média, e de 517 dias para o auxílio-doença.Segundo o Sinssp (Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo), o uso de robôs impacta as pessoas mais carentes, pois aumenta a negativa para os segurados que solicitam o BCP/Loas.Um dos requisitos básicos para ter o BPC é estar no CadÚnico (Cadastro Único) do governo federal. Caso a pessoa não tenha o cadastro, o robô nega o benefício.Segundo a entidade, se a análise fosse feita por um servidor, por exemplo, o BPC não seria negado imediatamente, caso o funcionário público identificasse outros indícios de que o cidadão atende às regras de pobreza para ter a renda, mas não tem o nome no CadÚnico.Nesse caso, seria dado o prazo de até 30 dias para a pessoa se inscrever no cadastro e levar documento comprovando essa condição.
2022-10-07 15:43:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/uso-de-robos-amplia-fila-de-recursos-para-se-aposentar-pelo-inss.shtml
Polícia prende rapaz e apreende adolescente suspeitos de matar atriz no Rio
A Polícia Civil prendeu um homem e apreendeu um adolescente suspeitos de matar a atriz Eliane Lorett de Campos, 58. Ela foi baleada durante uma tentativa de assalto em Marechal Hermes, na zona norte do Rio de Janeiro, na noite da última quarta-feira (5).O adolescente de 15 anos é apontado pela polícia como o responsável pelo tiro que matou a vítima. Já Ely Luiz da Silva, 20, é o segundo suspeito que aparece nas imagens do crime.Os dois foram localizados na noite desta quinta (6) e levados para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que está à frente das investigações, na manhã desta sexta (7). A arma usada no crime foi um revólver calibre 38, mas ainda não foi encontrada.Câmeras de segurança flagraram o momento em que a dupla tenta roubar o carro da vítima na rua Costa Filho, pouco depois das 21h40. As imagens mostraram que Eliane não parou diante da abordagem, e o adolescente atirou acertando a cabeça da vítima. Toda a ação durou menos de dez segundos.O atirador e o comparsa saíram correndo logo em seguida, sem levar nada. Na gravação, ainda é possível ver que, após os disparos, o carro da vítima seguiu alguns metros até bater em um poste.A atriz voltava de um ensaio no Teatro Armando Gonzaga, na mesma região. Ela estava com uma amiga no banco do carona que não se feriu.Eliane chegou a ser levada para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos.O corpo da atriz foi enterrado nesta sexta (7) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste do Rio. Ela deixa dois filhos e um neto.
2022-10-07 15:48:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/10/policia-prende-rapaz-e-apreende-adolescente-suspeitos-de-matar-atriz-no-rio.shtml
Caixa e 11 bancos têm autorização para oferecer empréstimo do Auxílio Brasil e BPC
A pouco mais de 20 dias do segundo turno das eleições, o Ministério da Cidadania autorizou a Caixa e mais 11 bancos a realizar empréstimos consignados para beneficiários do Auxílio Brasil e do BPC (Benefício de Prestação Continuada).De acordo com o ministério, as instituições estão autorizadas a oferecer o novo empréstimo a partir desta segunda-feira (10). As prestações serão descontadas diretamente do benefício junto às fontes pagadoras.A contratação está liberada para as seguintes instituições: O crédito tem sido alvo de críticas pela possibilidade de levar a população mais vulnerável ao endividamento, mas há duas situações em que o empréstimo pode ajudar: para empreender e para pagar parcelas da casa própria, caso haja alto risco de perder o bem.O empréstimo é limitado a 40% do valor permanente de R$ 400 do Auxílio Brasil. Não é considerado o valor extra de mais R$ 200 programado para ser pago somente até dezembro deste ano. Com isso, o desconto máximo é de R$ 160 mensais em até 24 meses. É possível, portanto, contratar até R$ 2.569. A taxa de juros é de até 3,5% ao mês, o equivalente a 51% ao ano.Os valores são depositados pela instituição financeira na mesma conta onde é feito o pagamento do benefício, em até dois dias úteis após a contratação do empréstimo, segundo o ministério. Segundo a pasta, o Ministério da Cidadania ofertará ações de educação financeira. Ao contratar o produto, diz, os beneficiários terão de responder a um questionário que medirá os conhecimentos sobre o tema e a capacidade de administrar o empréstimo. Mais
2022-10-07 14:25:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/caixa-e-11-bancos-poderao-fazem-emprestimo-para-auxilio-brasil-e-bpc.shtml
Hackers roubam US$ 570 milhões de criptomoedas da Binance
Hackers roubaram cerca de US$ 570 milhões em moedas digitais da Binance, em um golpe raro contra a maior bolsa de criptomoedas do planeta. Trata-se de um novo baque para o conturbado setor de ativos digitais, que está lutando para reconquistar a confiança dos investidores depois de um colapso nos preços.A Binance estimou na sexta-feira (07) que moedas digitais em valor de cerca de US$ 110 milhões tinham sido roubadas, e bloqueou as operações do blockchain por aproximadamente oito horas.No entanto, a empresa revelou mais tarde que os hackers haviam roubado cerca de dois milhões de BNB, a moeda digital da própria Binance, cotada a US$ 284. O hack tomou como alvo o BSC Token Hub, uma ponte entre dois dos sistemas da Binance.O incidente surge em um momento em que os ativos digitais estão tentando se recuperar de uma crise de crédito que derrubou em quase dois terços o valor das moedas digitais de maior destaque, por exemplo o bitcoin.Dados da indústria também indicaram que os roubos de moedas digitais estão subindo muito este ano. Criminosos cibernéticos roubaram quase US$ 2 bilhões até o final de julho deste ano, quase o dobro do total dos primeiros sete meses do ano passado, de acordo com dados da Chainalysis.Os roubos de maior impacto incluíram US$ 600 milhões do blockchain que embasa a popular plataforma de jogos criptográficos Axie Infinity.Muitas dessas ações de hackers tiveram sua origem identificada como agentes patrocinados pelo governo da Coreia do Norte.A posição da Binance como maior bolsa de criptomoedas do mundo significa que a ação da sexta-feira representa um abalo significativo para o setor de ativos digitais."Seus fundos estão seguros", diz fundador da Binance após golpe hacker de US$ 570 milhõesEm uma série de posts de mídia social, Changpeng Zhao, fundador e presidente-executivo da Binance, disse aos usuários do site que "a questão está contida, agora. Seus fundos estão seguros. Pedimos desculpas pelo inconveniente e forneceremos mais informações quando disponíveis."A Binance pediu aos validadores da rede afetada, encarregados de proteger o sistema, que interrompessem seu trabalho. Os fundos foram roubados do BSC Token Hub, uma ponte que permite aos clientes transferir moedas digitais vinculadas a um determinado blockchain para blockchains diferentes. O hack explorou um ponto fraco que criava moedas digitais BNB adicionais na rede, de acordo com Zhao.Muitos dos blockchains mais usados do planeta, como a Binance Smart Chain e Ethereum, funcionam com tecnologias separadas ou usam moedas diferentes. Isso significa que investidores e desenvolvedores não são capazes de transferir moedas digitais facilmente de um blockchain para outro, a fim de usá-los ou negociá-los em outro lugar.A Binance estimou que cerca de US$ 7 milhões em moedas digitais roubadas haviam sido congelados pela comunidade de criptomoedas e por suas operações de segurança.A Binance Smart Chain permitiu que a maior bolsa de criptomoedas do planeta abrisse suas portas para que desenvolvedores construam aplicativos que usam contratos inteligentes, com base na moeda digital da Binance. A Binance lançou o novo blockchain em setembro de 2020, um período em que o setor de criptomoedas via grande interesse em projetos financeiros descentralizados.(tradução de Paulo Migliacci)
2022-10-07 13:43:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/hackers-roubam-us-570-milhoes-de-criptomoedas-da-binance.shtml
EUA e Coreia do Sul aumentam pressão contra Norte com mais exercícios militares
A Coreia do Sul e os Estados Unidos iniciaram exercícios marítimos conjuntos, com a presença de um porta-aviões americano, nesta sexta-feira (7), informaram militares de Seul —as atividades, que ocorrem nas águas da costa leste do país, se estenderão pelo fim de semana.A demonstração conjunta de força é uma resposta à Coreia do Norte, que disparou na quinta (6) mísseis balísticos em direção ao mar e depois voou com caças perto da fronteira com o Sul. Pyongyang já havia lançado um míssil do mesmo tipo no início da semana, que sobrevoou o Japão antes de cair no mar, fazendo com que o governo pedisse a parte da população que buscasse abrigo, pela primeira vez desde 2017."Continuaremos a fortalecer nossas capacidades operacionais de prontidão para responder a quaisquer provocações da Coreia do Norte por meio de exercícios conjuntos com o USS Ronald Reagan", disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, referindo-se ao porta-aviões americano e seu conjunto de ataque de navios de guerra. O grupo de ataque dos EUA já havia participado de exercícios de defesa antimísseis na região nesta semana.Autoridades de defesa de Tóquio, Seul e Washington discutiram os movimentos mais recentes em uma ligação nesta sexta. Os países concordaram que seus testes conjuntos melhoram a capacidade de responder à Coreia do Norte e condenaram novamente as provocações de Pyongyang.Em uma reunião com o ministro da Defesa sul-coreano, Lee Jong-sup, o almirante John Aquilino, chefe do Comando Indo-Pacífico dos EUA, afirmou que as provocações da Coreia do Norte ameaçam seriamente a segurança da região.Lee também teve uma reunião com o alto escalão para avaliar o sistema de defesa de Seul, projetado para combater as ameaças militares do vizinho. "Ele enfatizou a necessidade de entregar uma mensagem clara de que o desenvolvimento nuclear e de mísseis apenas criará uma situação mais difícil para a Coreia do Norte", disse o Ministério da Defesa americano, em comunicado. Mais O raro exercício de bombardeio de pelo menos oito caças norte-coreanos e quatro bombardeiros na quinta levou Seul a mobilizar 30 caças. Na quinta, Pyongyang condenou os EUA por reposicionarem seu porta-aviões perto da península coreana, dizendo que isso representava uma séria ameaça à estabilidade.No comunicado, a chancelaria da Coreia do Norte também criticou Washington por convocar uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre os lançamentos, dizendo que eles eram uma "justa contramedida" aos exercícios conjuntos EUA-Coreia do Sul.Na manhã deste sábado (8), ainda noite de sexta no Brasil, o país reforçou o argumento de que seus testes são "medidas normais e planejadas de autodefesa para proteger o país e a paz regional de ameaças diretas dos EUA", dizendo ainda que eles não colocaram em risco a aviação civil ou a segurança de países vizinhos.Pyongyang está proibida de realizar testes nucleares e lançamentos de mísseis balísticos pelo órgão das Nações Unidas, que reforçou as sanções para tentar cortar o financiamento desses programas —o que de resto não dissuadiu a ditadura, a ponto de se especular que o país prepare um teste nuclear para as próximas semanas.
2022-10-07 14:28:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/10/eua-e-coreia-do-sul-aumentam-pressao-contra-coreia-do-norte-com-mais-exercicios-militares.shtml
Deborah Secco reforça cobertura da Copa do Mundo no SporTV
A atriz Deborah Secco, 42, anunciou na manhã desta sexta-feira (7) que é a mais nova integrante do Tá Na Copa (SporTV), programa que promete levar descontração e bom humor durante a Copa do Mundo, que se inicia no dia 20 de novembro.Ela estará no programa ao lado de outros três nomes, sendo eles: Igor Rodrigues, Magno Navarro e o ex-atacante Aloísio Chulapa, de quem é amiga. O programa estreia no mesmo dia em que o torneio de futebol começa e irá ao ar das 22h30 às 23h30.No vídeo publicado em seu Instagram, a atriz promete estar no programa "todas as noites trazendo o lado leve e descontraído dessa cobertura". A novidade também foi compartilhada no Instagram oficial do canal de esportes. Mais Recentemente, o nome da atriz foi parar entre os tópicos mais comentados do Twitter nesta quinta-feira (6) após ela revelar um crush na apresentadora Giovanna Ewbank, 36. No fim de setembro, ela havia se declarado bissexual."Sempre quis te pegar", disse a atriz durante sua entrevista ao podcast Quem Pode Pod, de Ewbank com Fernanda Paes Leme, 39. "Eu tenho muito para te oferecer. Bruno, deixa a Giovanna ir lá em casa. Se você tem curiosidade, vamos resolver isso. São coisas que a gente não pode deixar passar."
2022-10-07 13:10:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2022/10/deborah-secco-reforca-cobertura-da-copa-do-mundo-no-sportv.shtml
Northeast Voters under Attack after Mass Voting for Lula
The wide margin of Luiz Inácio Lula da Silva (PT), who won 67% of the valid votes in the Northeast, triggered a wave of attacks against Northeastern voters that came from supporters of President Jair Bolsonaro (PL).One of the attacks came from the president himself, this Wednesday (6). On social media, Bolsonaro associated illiteracy with Lula's victory in the Northeast and blamed the PT for negative results in the region. "Lula won in 9 of the 10 states with the highest illiteracy rate. Do you know which states are these? In our Northeast", he said.The statement was refuted this Thursday (6th) by Lula, who sought to bring the issue to the center of the electoral debate: "Whoever has a drop of Northeastern blood cannot vote for this guy."On social networks and messaging apps, the attacks began with the advance of the counting of votes on Sunday (2).In an apocryphal voice message that went viral, a man says that voters in the Northeast should die. "Half of these Northeasterners must die, how is that possible, these guys... 66% for Lula, these guys don't deserve it. [...] These Northeasterners should starve to death[sic], Northeast of Brazil needs to be torn apart".In Uberlândia (MG), the lawyer and vice president of the OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) in the city, Flávia Moraes, posted a video in an offensive tone against voters in the Northeast.Beside two friends, she attacked: "We generate jobs, pay taxes and spend our money there in the Northeast. We are no longer going to the Northeast to give our money to those who live on crumbs. We are going to spend it in the Southeast, the South, or even abroad. " In Ouro Preto do Oeste, in Rondônia, a dentist posted a video on a social network in which she criticizes the vote of the Northeasterners. "Regarding the Northeast still voting for Lula, I think the Northeast should stop to think that whoever goes there and supports tourism are us Brazilians who really work [sic]", she said.Translated by Cassy DiasRead the article in the original language
2022-10-07 13:13:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/brazil/2022/10/northeast-voters-under-attack-after-mass-voting-for-lula.shtml
Lula Insists on Defining Ministry after Runoff Despite Pressure
Former president Luiz Inácio Lula da Silva (PT) said this Thursday (6th) that he intends to define his team of ministers only after the runoff if elected. From now on, however, he indicates that he wants a composition not only with members of the PT or allied parties but also with "outsiders".The signal comes at a time when businessmen and market representatives are demanding more details from the PT in the proposals for the economic agenda, as well as a name to lead the Treasury Office– which should be separated from the current Ministry of Economy."First I have to win the elections. After I win the elections I will assemble the government. And I'm going to assemble the government not just with my party or with my allies here, there are people from outside who will participate," Lula said during an event with PSD representatives in Rio.Translated by Cassy DiasRead the article in the original language
2022-10-07 13:18:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/business/2022/10/lula-insists-on-defining-ministry-after-runoff-despite-pressure.shtml
Stormi, filha de Kylie Jenner, chama atenção ao usar bolsa de R$ 2.400
Stormi, a filha de 4 anos da modelo Kylie Jenner, 25, chamou atenção após um passeio com a mãe por Los Angeles, nos Estados Unidos. A pequena usava uma mini bolsa de luxo, feita em couro preto de crocodilo.Segundo o site britânico Daily Mail, a bolsinha era da grife By Far e custa cerca de US$ 465, cerca de R$ 2.400. Já Kylie vestia um look de couro da nova coleção da grife Ottolinger, cujo preço também ainda não foi revelado.As duas estavam almoçando no restaurante The Ivy, conhecido por receber diversos famosos. Stormi é fruto do relacionamento de Kylie com o cantor Travis Scott, 31. Os dois também têm um menino, que inicialmente se chamava Wolf, porém eles decidiram mudar e o novo nome ainda não foi revelado. Mais "O nome do nosso filho não é mais Wolf", escreveu em uma publicação feita nas redes sociais. "Nós percebemos que esse nome não parecia com ele. Quis dividir isso porque continuo vendo as pessoas se referindo a ele como Wolf."Pouco mais de uma semana após o nascimento, Kylie havia afirmado que o menino se chamaria Wolf Webster. O prenome, em inglês, quer dizer lobo. Já o sobrenome é o do marido da modelo e socialite. Tudo indica que ele não receberá o sobrenome da mãe, integrante do clã Kardashian.
2022-10-07 12:16:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2022/10/stormi-filha-de-kylie-jenner-chama-atencao-ao-usar-bolsa-de-r-2400.shtml
Pese a las presiones del mercado, Lula insiste en elegir a sus ministros tras la segunda vuelta
El expresidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dijo este jueves (6) que pretende definir su equipo de ministros sólo después de la segunda vuelta, en caso de ser elegido. De ahora en adelante, sin embargo, indica que quiere una composición no sólo con miembros del PT o partidos aliados, sino también con "foráneos".La señal llega en un momento en que empresarios y representantes del mercado exigen al PT más detalles en las propuestas de la agenda económica, así como un nombre para liderar el Ministerio de Hacienda –que debería independizarse del actual Ministerio de Economía."Primero tengo que ganar las elecciones. Cuando gane las elecciones armaré el gobierno. Y armaré el gobierno no solo con mi partido o con mis aliados aquí, hay gente de fuera que va a participar", dijo Lula durante un evento con representantes del PSD en Río.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2022-10-07 12:22:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/economia/2022/10/pese-a-las-presiones-del-mercado-lula-insiste-en-elegir-a-sus-ministros-tras-la-segunda-vuelta.shtml
Institutos têm dever de antecipar resultado das urnas, diz líder de Bolsonaro na Câmara
Autor do projeto de lei que pretende obrigar institutos de pesquisas eleitorais a antecipar o resultado das urnas em até 15 dias, o líder do governo Jair Bolsonaro (PL) na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou em entrevista à Folha que as empresas do setor têm a obrigação de "acertar" ou devem sair do ramo.Sem responder diretamente como será estabelecido erro em levantamentos cujo intuito não é antecipar o voto dado, mas medir a intenção de voto, Barros indicou que a redação da proposta pode ser alterada.O aliado de Bolsonaro afirmou, ainda, em um primeiro momento, ter sido um "erro grotesco" institutos terem apontado a possibilidade de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeiro turno, cenário que não se confirmou por apenas 1,57 ponto percentual. Depois, disse ter sido "um erro menor".Um instituto publica uma pesquisa 15 dias antes da eleição. Como ele pode supostamente "acertar" se nesses 15 dias pode haver flutuação eleitoral? Ele vai ter que fazer uma pesquisa na véspera para poder publicar e não errar.Mas esses 15 dias seriam o que então? Quinze dias são... Se o instituto começar a publicar, ele vai ter que ir até o último dia. Ele não pode publicar uma pesquisa e depois esquecer do pleito.Mas e se alterar a intenção de voto do eleitor nesses 15 dias? A pesquisa no último dia vai... Ele vai publicar o resultado da véspera, e ele tem que acertar.Um resumo com o que de mais importante a Folha destaca sobre a eleiçãoCarregando...E aquela de 15 dias atrás? Aquela de 15 dias atrás será substituída pela mais recente. Se ele fez várias pesquisas nos últimos 15 dias, obviamente ele vai ter que acertar a mais recente, não a anterior. Cada vez que ele publica uma nova está valendo um novo resultado.Mas isso não está no texto do projeto. Tá bom. Se não tá no texto... Se você... Isso, para mim, está óbvio, né, mas se você acha que precisa explicitar, o relator poderá escrever isso, não tem problema nenhum.O argumento dos institutos é o de que eles não têm a missão de traduzir o voto efetivo do eleitor, dado no dia do pleito, mas de medir a intenção de voto e eventuais tendências. Por que o sr. não concorda com esse argumento? Não concordo porque isso não tem utilidade nenhuma para a sociedade, só tem para eles. Para que serve saber no sábado que Izalci [Lucas, que disputou o governo do DF pelo PSDB] tem 16% e no domingo abrir com 4%? Te ajudou no que a informação do sábado?Pode ajudar o eleitor até para ele mudar o voto, fazer um eventual voto útil. Exatamente, o instituto fez o cara mudar de voto, de alguém que tinha menos chance na pesquisa para alguém que tinha mais chance. Na hora que abriu a urna, foi o contrário. O povo vota em quem quer votar, não precisa de pesquisa para alterar o humor dele no dia da votação.Objetivamente, como será definido no projeto qual pesquisa errou? Se a pessoa não tem condição de precisar a pesquisa, não publica. Não faz a pesquisa. Se não tem expertise, não se meta no ramo. Ou o cara vai elaborar uma metodologia que bata com o resultado ou nós não queremos pesquisa que não bate com o resultado, porque ela é inútil para a sociedade. Mais Intenção de voto é uma coisa e o voto dado é outra. Por que o sr. considera a intenção de voto, que é uma intenção da véspera, em que o eleitor pode mudar no dia da eleição, como um voto já decidido? Não considero um voto já decidido. Porque a própria pesquisa da véspera faz a pessoa mudar de voto. Por que dar a alguém um instrumento de interferir no processo eleitoral?Mas a informação para o eleitor não é importante para ele definir o voto? Não, porque a informação é errada e está induzindo ele a erro.Na justificativa do projeto, o fato de sete institutos terem publicado pesquisas com a possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno é classificado de "erro grotesco". O resultado da urna mostrou que houve essa possibilidade, a diferença para vitória no primeiro turno foi de apenas 1,57 ponto percentual. Por que isso seria um erro grotesco? É um erro grotesco. Claro que é. Uma eleição pode ser decidida por 0,5%. O que se criou é um clima para [Lula] ganhar no primeiro turno. Quando errou em São Paulo, colocando Fernando Haddad [PT] na frente e Tarcísio de Freitas [Republicanos] atrás, quando fizeram isso no Rio Grande do Sul também, foi para criar um conjunto de informações que levasse o eleitor a acreditar que Lula ganharia no primeiro turno. Se esse ambiente falso não fosse criado, talvez Bolsonaro tivesse vencido no primeiro turno. Você não sabe quantos eleitores mudam de voto para não perder o voto.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...O sr. está usando como argumento principal que um resultado de intenção de voto tem que ser cravado com o da urna. No caso do ex-presidente Lula, o resultado bateu com a urna, mas o sr. o desconsidera. Não são dois pesos e duas medidas? Não, a pesquisa não bateu com a urna. Com qual pesquisa bateu?Do Lula, com todas essas sete que o sr. cita. [Silêncio] Sim, a do Lula, sim. A do Lula foi um erro menor. Mas a de São Paulo, que eu cito na justificativa [do projeto], e a do Rio Grande do Sul são um escárnio. Amigo, a Sabesp deu 18% de alta na ação quando apareceu o Tarcísio na frente. Alguém tá ganhando dinheiro, e não é pouco, com essa brincadeira de manipular pesquisa. Não estou considerando ninguém mais suspeito nem menos. A investigação da Polícia Federal e a eventual CPI é que vão verificar quem é que especulou na véspera e se essas pessoas que ganharam dinheiro têm alguma ligação com institutos de pesquisa, se receberam ou não informação privilegiada. Isso é uma questão de polícia.No projeto, há uma pena de quatro a dez anos de prisão. Pode ser maior do que de homicídio, em que a mínima é de seis anos. Qual critério o sr. usou para estabelecer essa pena? Fiz uma sugestão de pena e coloquei um atenuante, que é no caso de ser culposo. Se não se provar a má-fé, ele será menos punido. Mas aí é ele quem tem que provar que não teve dolo. Estamos punindo com dolo e sem dolo.
2022-10-07 12:55:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/institutos-tem-dever-de-antecipar-resultado-das-urnas-diz-lider-de-bolsonaro-na-camara.shtml
Pará investiga un caso de poliovirus
La Secretaría de Salud del Estado de Pará dijo este jueves (6) que investiga un virus de poliomielitis encontrado en las heces de un niño de tres años en el municipio de Santo Antônio do Tauá. El Ministerio de Sanidad sospecha que el caso esté relacionado con un error de vacunación."El tipo de virus detectado en el análisis es uno de los componentes de la vacuna, no siendo el poliovirus salvaje, que está erradicado en el país desde 1994", dijo el secretario de Pará en una nota.El Ministerio de Sanidad dijo que enviaría un equipo al Estado para dar seguimiento a la investigación. Según miembros de la cartera, el virus no circula en Brasil y el caso se deriva de una probable aplicación errónea de la vacuna. Dicen que todavía temen que la repercusión se interponga en el camino de la campaña de inmunización contra la enfermedad.Si la condición está, de hecho, relacionada con el virus de la vacuna, será uno de los casos documentados muy raros. Hay estimaciones que apuntan de 2 a 4 casos de parálisis asociados a la vacuna contra la poliomielitis por millón de nacidos vivos en países que hacen uso de la vacuna oral contra la enfermedad.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2022-10-07 12:37:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/cienciaysalud/2022/10/para-investiga-un-caso-de-poliovirus.shtml
Ampliação de biometria pode ter colaborado para filas; entenda
A Justiça Eleitoral ainda não tem uma explicação conclusiva para as longas filas observadas por todo o país no primeiro turno das eleições. No último domingo (2), eleitores em diferentes estados reclamaram da espera que durava horas e chegou a atrasar o início da apuração dos votos em algumas localidades.Uma das hipóteses é que a ampliação do uso da identificação biométrica tenha contribuído para a demora, segundo representantes de Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Em 2018, longas filas também foram registradas pelo país e, à época, também houve menção à biometria como uma das causas.Além do aumento do número de eleitores que tiveram a biometria coletada pela Justiça Eleitoral, uma parcela que não tinha cadastrado sua digital nos TREs neste ano também se identificou por meio dela.Isso foi possível devido a um convênio do TSE com outros órgãos públicos —como o Denatran, o Departamento Nacional de Trânsito— para que o tribunal pudesse utilizar as bases de dados dessas entidades, desde que respeitadas as regras legais sobre compartilhamento de dados pessoais.Ao todo, as digitais de 9,8 milhões de pessoas foram incluídas nas urnas junto às que já haviam sido recolhidas pelo TSE. Não houve, portanto, coleta de biometria no domingo, apenas validação.Os dados de biometria foram todos inseridos dentro das urnas junto com as demais informações sobre os eleitores e candidatos. Tanto o leitor biométrico quanto a urna não são conectados à internet.Um resumo com o que de mais importante a Folha destaca sobre a eleiçãoCarregando...Como a iniciativa não era de amplo conhecimento, a mudança gerou ruído. Para o eleitor, não muda quase nada: o procedimento para quem coletou a biometria na Justiça Eleitoral é igual aos daqueles que tiveram os dados importados de outros órgãos: bastava colocar o dedo na máquina para fazer a leitura.Já os demais votantes, que não possuem biometria documentada nas bases usadas, foram identificados com os documentos válidos para votação e tiveram que assinar os registros com os mesários.Segundo a Justiça Eleitoral, o Bioex, projeto de importação de dados de outros órgãos, acelera o cadastro biométrico de eleitores e diminui despesas. Ele dispensa a necessidade de o votante comparecer ao cartório para a coleta –quem teve a digital validada já nesse pleito não precisará passar pelo processo.A meta do TSE é cadastrar 100% do eleitorado, diretamente ou com dados de outros órgãos, até 2026. Mais O estranhamento dos eleitores se aliou aos diversos relatos de falhas de leitura.É o leitor biométrico que libera a urna para o voto, e, nos casos de erro de identificação, o mesário só pode fazer a liberação manual da urna após quatro tentativas com as digitais, como prevê a legislação.Essas falhas podem acontecer tanto com quem teve a digital obtida por meio do convênio com outros órgãos quanto com aqueles que compareceram a um órgão eleitoral para o cadastro.Diferentes condições ou características físicas individuais podem estar entre os motivos para a dificuldade de leitura, como mal posicionamento do dedo, dedos molhados ou secos demais e até mudanças no padrão das digitais, provocadas pelo envelhecimento, cortes e substâncias abrasivas.Das quase 156 milhões de pessoas aptas a votar neste ano, cerca de 118 milhões já tinham cadastrado a biometria na Justiça Eleitoral. Em 2018, esses eleitores somavam 73,7 milhões, e, em 2014, 21,7 milhões. Além disso, outros 9,8 milhões podem ter a digital validada neste pleito por meio do convênio. Para que essa validação ocorra, os eleitores cujos dados foram importados têm de votar em ao menos um dos turnos desta eleição. Ao ter a digital lida com êxito na máquina antes de votar, o sistema entende que está tudo correto e que essa pessoa não precisará mais cadastrar sua biometria na Justiça Eleitoral.A consolidação dos dados só acontecerá após o pleito, quando a Justiça Eleitoral pretende divulgar um balanço. A identificação por biometria começou a ser testada em 2008 e estava em expansão até 2020. A coleta era executada em cartórios e postos dos TREs, mas foi interrompida há dois anos devido à Covid. Mais Em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, 67% dos mais de 34 milhões de eleitores têm a biometria coletada pelo órgão eleitoral. Outros 12% tiveram as digitais importadas da base do Denatran. Em 2018, 45% do eleitorado paulista tinha biometria registrada, e a captação foi prejudicada pela pandemia.O procedimento de identificação ocorrerá do mesmo modo no segundo turno, durante o qual digitais de eleitores que não compareceram no dia 2 ainda poderão ser autenticadas. Quem não coletou a biometria na Justiça Eleitoral antes do pleito ainda precisará apresentar um documento com foto válido para votar.Na terça (4), o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, disse que a Justiça Eleitoral trabalha para evitar filas. Em nota, a corte e o TRE-SP citaram o menor número de cargos em disputa desta vez —presidente e, em alguns casos, governador—, e familiaridade maior de mesários e eleitores com o processo.Não há ainda um posicionamento conclusivo do TSE sobre os motivos do tempo elevado de espera. Em resposta à Folha, o tribunal afirmou que "os dados oficiais sobre as filas ainda não foram consolidados" e que foram observadas filas mesmo em estados "com volumes irrisórios de biometrias importadas de órgãos externos", como Distrito Federal, com 1.060 digitais, e Amazonas, com 1.061.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...No domingo, Moraes minimizou o impacto da demora e apontou que o período do almoço concentra mais eleitores. Já Claucio Corrêa, diretor-geral do TRE-SP, disse que o tempo de espera ficou dentro da expectativa e que a biometria não é um meio ágil de votar, mas um meio seguro. "Ela serve para garantir que o eleitor que comparecer perante a mesa receptora de votos realmente é de fato quem diz ser."O TRE-RS apontou a dificuldade em identificar a digital de idosos como uma das razões. O TRE-AM atribuiu as filas à biometria, à quantidade de cargos para votação, à falta de anotação dos números pelos eleitores e à alteração de horários —pela primeira vez o país todo votou segundo o horário de Brasília.Já o TRE-DF identificou a dificuldade na identificação por biometria em alguns locais de votação com urnas de modelos menos recentes, que teriam um leitor biométrico menos sensível e calibrado do que o mais atual. Isso ocorreu, segundo o tribunal, com urnas do modelo 2015. Além delas, o TRE-DF utiliza apenas o modelo 2020, que estreou este ano. No país, foram usados também os modelos 2013, 2011, 2010 e 2009.Entre outros motivos apontados estão falhas na distribuição das seções eleitorais, com salas muito próximas umas às outras e dificuldade de eleitores para digitar os votos.
2022-10-07 12:55:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/ampliacao-de-biometria-pode-ter-colaborado-para-filas-entenda.shtml
Governo de SP abre processo contra Thiago Brennand por discriminação; entenda
A Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo abriu um processo administrativo contra o empresário Thiago Brennand sob acusação de discriminação contra mulher.A Coordenação de Políticas para Mulheres da Secretaria de Justiça concluiu que Brennand teria infringido uma lei estadual que veda atos de discriminação contra a mulher ao agredir a modelo Helena Gomes, 37, em uma academia da capital paulista em agosto.O processo, publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo nesta quarta-feira (5), corre sob sigilo e, se considerado culpado, Brennand poderá ter de pagar ao estado uma multa de R$ 16 mil.Antes do processo instaurado pelo governo de São Paulo, Brennand teve a prisão preventiva decretada no último dia 27 de setembro pelo Ministério Público por lesão corporal e corrupção de menores pela agressão a Gomes.A reportagem entrou em contato com o escritório de Ricardo Sayeg, que representa Brennand, porém o advogado disse que não vai comentar o caso.De acordo com o secretário Fernando José da Costa, o processo corre paralelamente ao do Ministério Público. "Trata-se de mais um mecanismo de punição que o estado, por meio do processo administrativo, confere àqueles que praticam discriminação."Recentemente, a Secretaria de Justiça também entrou com processo administrativo contra o deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos). Na ocasião, a pasta também considerou que o parlamentar infringiu a lei estadual ao atacar a jornalista Vera Magalhães em um debate na TV Cultura, no dia 13 de setembro. O secretário explica que a discriminação pode ser aplicada tanto quando há uma violência contra a mulher quanto em casos, por exemplo, em que uma empresa não dá a mesma oportunidade de trabalho a uma funcionário por ela ser mulher. "São processos mais amplos que a violência contra a mulher", diz ele."Abrimos uma investigação em todos os casos que tomamos conhecimento. Em qualquer tipo de discriminação, o estado de São Paulo pune administrativamente. Além disso, o judiciário pune criminalmente e civilmente, caso a vítima entre com uma ação indenizatória", conclui o secretário.Além do caso da academia, Thiago Brennand também é investigado sob suspeita de 11 crimes sexuais pelo Ministério Público de São Paulo, que começou a ouvir as mulheres que o acusam.A antiga defesa de Brennand afirmou que as agressões verbais na academia foram iniciadas pela modelo e que ele pediu desculpas por "qualquer excesso cometido ao reagir às ofensas". Ele nega ao menos um caso de agressão sexual e diz que a acusação é "absolutamente inverossímil". Mais Brennand é considerado foragido, uma vez que não retornou ao Brasil no prazo estipulado pelo Ministério Público. Ele viajou para Dubai no último dia 4 de setembro, horas antes de ser denunciado pela Promotoria sob a suspeita de lesão corporal e corrupção de menores no episódio da academia.A defesa de Brennand entrou com pedido de revogação da decisão de prisão preventiva, porém foi negadoReceba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...A reportagem teve acesso à decisão do TJ-SP. Nela, os advogados do empresários argumentam que está claro "o flagrante constrangimento ilegal na tramitação da presente ação penal com prisão preventiva decretada, sob o ponto de vista da imputação do pretenso crime de corrupção de menor, devendo essa ser imediatamente trancada e a prisão cassada".Eles afirmam que é "esdrúxula" a denúncia de corrupção de menor, que a medida demonstra que Brennand está sendo "avaliado baseado em notícias jornalísticas, suposições, boatos e fofocas não submetidas ao contraditório e ampla defesa, acerca de seu caráter, traços de sua personalidade e polidez, o que é inaceitável".Além disso, criticam o Ministério Público e dizem que o órgão estaria usando a medida como estratégia para almejar, ao final, a "condenação restritiva de liberdade, tendo em vista que ele está sendo literalmente 'caçado' na sua pessoa pelo órgão acusador, como 'troféu' em deturpação ao combate à violência contra a mulher".
2022-10-07 13:02:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/10/governo-de-sp-abre-processo-contra-thiago-brennand-por-discriminacao-entenda.shtml
'Seremos para sempre uma família', diz Arthur Aguiar sobre Maíra Cardi
O cantor e vencedor do Big Brother Brasil 22 (Globo) Arthur Aguiar, 33, falou pela primeira vez após o término do casamento anunciado por Maíra Cardi, 39, nas redes sociais dela."Independente[mente] de estarmos juntos ou não no momento, seremos pra sempre uma família. Como eu disse ontem, a última palavra vem de Deus", publicou ao mostrar imagens dele com a agora ex-mulher e a filha. Mais Arthur e Maíra estavam juntos desde 2017. Em maio de 2020, ela anunciou a separação e, na época, disse que o término teria sido amigável. No entanto, meses depois ela acusou o ex-parceiro de tê-la traído várias vezes e uma delas com a ex-panicat Arícia Silva. Maíra também contou que era vítima de um relacionamento abusivo."Eu vivi um relacionamento abusivo e manipulador, no qual eu era extremamente traída, por muitos anos. Fiz de tudo para ele se sentir mais homem. Talvez, para se sentir mais homem ele tenha me traído tanto. Pode ser. Me responsabilizei pelas traições dele. Quando eu menos percebi, eu já havia deixado de ser eu. As pessoas não me reconheciam", explicou ela que acabou virando assunto nacional. Meses depois, Maíra perdoou Arthur.
2022-10-07 12:00:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2022/10/seremos-para-sempre-uma-familia-diz-arthur-aguiar-sobre-maira-cardi.shtml
Torcedor morre em confronto em jogo na Argentina
Um torcedor morto por parada cardíaca é o trágico balanço preliminar dos graves incidentes que na quinta-feira (6) causaram a suspensão do jogo entre Gimnasia y Esgrima e Boca Juniors, no estádio Carmelo Zerillo, em La Plata, pelo Campeonato Argentino.O jogo foi suspenso aos nove minutos do primeiro tempo devido a graves distúrbios que afetaram o desenvolvimento da partida disputada no estádio Carmelo Zerillo, cerca de 50 quilômetros ao sul de Buenos Aires."Confirmo que há uma pessoa morta. Essa pessoa morreu de parada cardíaca", disse Sergio Berni, ministro da Segurança da província de Buenos Aires.As autoridades do hospital San Martín de La Plata confirmaram a morte de César Regueiro, 57 anos, devido a uma parada cardíaca enquanto era transferido do estádio do Gimnasia para um posto de saúde.Um cinegrafista do canal esportivo TyC foi ferido por balas de borracha e dezenas de torcedores tiveram que ser levados para hospitais devido ao gás lacrimogêneo, segundo relatos da mídia local.O jogo foi interromido "por falta de garantias", segundo o árbitro Hernán Mastrángelo, minutos após os jogadores e comissão técnica terem se retirado para o vestiário."A realidade é que não tínhamos integridade física para continuar a partida, isso afetou a todos em campo, o ar ficou irrespirável. A situação saiu do controle, e não havia garantias de segurança", acrescentou o árbitro.Os incidentes começaram com travessias violentas na periferia do estádio. A polícia reprimiu com balas de borracha e gás lacrimogêneo os torcedores que lutavam para entrar em um estádio já lotado.A partida foi a mais importante na rodada 23, a quatro dias da final, com o Gimnasia jogando a última chance de lutar pelo título em casa, enquanto o Boca buscava uma vitória para voltar ao topo do campeonato."O que ia ser uma festa acabou nisso, o que aconteceu magoa todos nós, é horrível e nós lamentamos", disse o técnico do Boca Juniors, Hugo Ibarra, a jornalistas.Com o estádio lotado, os incidentes começaram quando as pessoas continuaram chegando decididas a entrar, muitas delas com ingressos válidos, segundo as autoridades locais.Detonações foram ouvidas no estádio e a fumaça do gás chegou rapidamente ao campo do jogo. Os jogadores, o árbitro e os membros do corpo técnico tiveram que sair rapidamente do campo, ao mesmo tempo em que os torcedores entravam em campo em busca de uma saída e ar mais fresco, uma vez que os acessos estavam fechados.No futebol argentino, as partidas da liga são disputadas sem o público visitante, o que não impediu que alguns integrantes do time do Boca ajudassem os torcedores rivais com água."A primeira coisa que vi foram as pessoas que começaram a sair das arquibancadas, e comecei a sentir o que o gás causa. Pensei na minha família e comecei a me preocupar. Estou com raiva de tudo o que aconteceu", disse Nicolás Contín, jogador do Gimnasia, enquanto carregava seu filho pequeno nos braços, horas após a suspensão do jogo, ainda no vestiário. Mais A AFA (Associação Argentina de Futebol) emitiu um comunicado no qual "repudia veementemente os eventos publicamente conhecidos que ocorreram nas proximidades do estádio Gimnasia y Esgrima La Plata" e expressou "seu compromisso de continuar trabalhando para erradicar essa classe de episódios que mancham a festa do futebol".Eduardo Aparicio, chefe da agência que previne a violência em estádios na Argentina, lamentou os incidentes."É muito amargo, tudo está sob investigação, sob as ações da polícia. Os incidentes começaram de fora para dentro, ao redor do estádio havia 10 mil pessoas querendo entrar, alguns tinham ingressos, outros, não. Todo o mundo viu como estava o campo, não havia espaço para um alfinete", disse, descartando a realização do jogo na sexta (7).Segundo estatísticas da ONG Salvemos al Fútbol, os confrontos dentro e fora dos estádios produziram mais de 300 mortes na Argentina desde que o futebol se profissionalizou no país sul-americano na década de 1930, embora dois terços das mortes tenham ocorrido a partir da década de 1990.Antes da violência desencadeada na periferia do estádio de La Plata, dois jogos foram disputados, com a vitória do Argentinos Juniors como visitante por 4 a 0 sobre o Lanús e a do Huracán por 1 a 0 sobre o Talleres de Córdoba.
2022-10-07 11:21:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2022/10/torcedor-morre-em-confronto-em-jogo-na-argentina.shtml
Nobel escapa da armadilha Zelenski e marca Putin como pária
Vladimir Putin completou 70 anos nesta sexta (7) com um presente do comitê norueguês do Nobel. Ao ungir forças contrárias ao regime do Kremlin com a prestigiosa láurea da Paz, os organizadores selaram simbolicamente o presidente russo como o pária de estimação do Ocidente.Não que Putin se importe, ao contrário: é excelente para sua retórica de emparedamento da Rússia por um mundo hostil ele ver ativistas contrários a seu governo incensados pelo Ocidente. Naturalmente, num contexto em que ele equivale seu regime à nação.No infame discurso no qual decretou a anexação de quatro territórios que não controla totalmente na Ucrânia, na sexta passada (30), o presidente repassou toda sua litania de críticas ao que vê como um conjunto de países subservientes aos Estados Unidos na Europa, que visam ao fim tolher a liberdade russa e enterrar sua herança histórica.O problema para Putin é que sua retórica tem ressoado por paredes cada vez mais frágeis de uma elite que se mostra crescentemente contrária aos rumos da Guerra da Ucrânia. Não tanto pela violação do Memorando de Budapeste, no qual Moscou entre outras coisas reconheceu as fronteiras ex-soviéticas da Ucrânia, da Belarus e do Cazaquistão em 1994.Mas há sinais públicos de descontentamento com a guerra e o isolamento internacional aplicado à Rússia. É bom ser claro: os pedidos são mais por uma guerra aumentada do que por uma paz imediata. O beco político parece ser bastante estreito para Putin, que sempre governou pela divisão e luta darwinista entre as facções da elite.Nesse sentido, para aqueles insatisfeitos em ver seus iates e contas no exterior aprisionadas, a premiação de rivais de Putin apenas confirma que o mundo deles nunca mais voltará ao dia 23 de fevereiro, a véspera da invasão. Para a linha dura, é a confirmação de que é hora de dobrar a aposta. Mais Significativa também na premiação é a escolha de ativistas da tríade de países originária do antigo Rus de Kiev, depositários de herança linguística, religiosa e histórica comuns. A ditadura de Minsk deixou de ser uma aliada maleável de Putin e tornou-se sua vassala, e a Ucrânia está sob agressão. Em ambos os casos, a motivação central é geopolítica, retomar a profundidade estratégica entre o maior país do mundo e a Europa.Em particular a escolha do Memorial, uma ONG de direitos humanas fundada ainda nos anos finais do império comunista que foi dissolvida pela Justiça no ano passado. O papel histórico de sua atuação, do apoio a dissidentes presos à defesa dos direitos de homossexuais na Tchetchênia, é enorme.É o segundo tiro destinado a Putin em dois anos, após a premiação em 2021 do jornalista Dmitri Muratov, que viu seu jornal Novaia Gazeta virar um refugiado digital, proibido de operar em solo russo.Por fim, o Nobel da Paz mostrou uma argúcia não vista em outras edições, quando por exemplo foi premiado um Barack Obama em seu primeiro ano de governo —ele não viria a merecer o prêmio nem ao fim de oito anos na Casa Branca. Mais O comitê escapou da armadilha de premiar Volodimir Zelenski, o controverso presidente da Ucrânia transformado em herói no Ocidente por sua resistência obstinada, e amparada por armas americanas, à invasão russa. Fosse ele o laureado, seriam lavados os anos de corrupção e de práticas autoritárias do líder.Zelenski marcou sua gestão até a guerra por políticas titubeantes, perseguição da oposição e imposição da língua ucraniana a populações russófonas. Não chegou, claro, a executar o genocídio de que Putin o acusa, mas não era exatamente bem-vindo no leste e sul do país.O líder ucraniano é visto com suspeitas no próprio Ocidente, pelos relatos disponíveis de que ele não é considerado confiável, não divide suas decisões militares com quem as sustenta na prática e age por impulso. Mas é o que se tem para hoje, e sua bravura na resistência basta para a justificativa moral da posição de Washington e aliados.Além disso, haveria a contradição de transformar em Nobel da Paz um homem em armas, que na véspera havia pedido para que a Otan (aliança militar ocidental) atacasse a Rússia antes que Putin use uma ogiva nuclear contra os ucranianos, ignorando a Terceira Guerra Mundial que tal ato ensejaria —o "Armagedom", como definiu o presidente Joe Biden no mesmo dia.Mais sentido há em premiar uma ONG que trabalha com a apuração de crimes de guerra atribuídos aos russos, assim como uma figura mais inimputável, como a do ativista belarusso Ales Bialiatski, encarcerado pela ditadura de Aleksandr Lukachenko. Mais
2022-10-07 11:31:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/10/nobel-escapa-da-armadilha-zelenski-e-marca-putin-como-paria.shtml
Nordestinos sufren ataques tras votar a Lula
El amplio margen de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que obtuvo el 67% de los votos válidos en el Nordeste, desencadenó una ola de ataques contra los votantes del Nordeste por parte de los simpatizantes del presidente Jair Bolsonaro (PL).Uno de los ataques vino del presidente el miércoles (6). En las redes sociales, Bolsonaro asoció el analfabetismo a la victoria de Lula en el Nordeste y culpó al PT de los índices negativos en la región. "Lula triunfó en 9 de los 10 estados con mayor tasa de analfabetismo. ¿Sabes cuáles son? Nuestro Nordeste", dijo.Esta afirmación fue refutada este jueves (6) por Lula, quien buscó llevar el tema al centro del debate electoral: "Quien tenga una gota de sangre nordestina no puede votar a este tipo".En las redes sociales y aplicaciones de mensajería, los ataques comenzaron con el avance del conteo de votos el domingo (2).En un audio que se hizo viral, un hombre dice que los votantes del Noreste deberían morir. "Estos nordestinos se tienen que morir la mitad, dónde se ha visto… 66% a Lula, estos muchachos no se lo merecen. […] Estos nordestinos se tienen que morir de hambre [sic], tienen descuartizar el Nordeste de Brasil".En Uberlândia (MG), la abogada y vicepresidenta de la OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de la ciudad, Flávia Moraes, publicó un video en tono ofensivo contra los votantes del Nordeste.Junto a dos amigas, arremetió: "Nosotras generamos empleos, pagamos impuestos y gastamos nuestro dinero en el Nordeste. Ya no vamos al Nordeste a dar nuestro dinero a los que viven de las migajas. Lo gastaremos en el Sudeste, el Sur o incluso en el extranjero".En Ouro Preto do Oeste, en Rondônia, una dentista publicó un video en una red social en el que critica el voto de los nordestinos. "El Nordeste debería de pensar que los que van allí y apoyan el turismo son brasileños que realmente trabajan [sic]", dijo.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2022-10-07 12:06:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/brasil/2022/10/nordestinos-sufren-ataques-tras-votar-a-lula.shtml
Irã diz que Mahsa Amini morreu por doença, não agressões da polícia
O regime iraniano divulgou nesta sexta-feira (7) o relatório de um legista que se prestou a reforçar a versão oficial de que a morte da jovem Mahsa Amini, que estava sob custódia da polícia moral do país, está ligada a um quadro médico —e não, portanto, a agressões de que ela teria sido vítima, segundo afirmam sua família e ativistas.A morte da jovem curda, detida em Teerã por supostamente não usar o hijab, o véu islâmico, da forma correta, disparou uma onda de protestos que já dura três semanas. Com mulheres e meninas à frente e palavras de ordem contra o líder supremo do país, Ali Khamenei, os atos se tornaram a maior demonstração de oposição ao regime em anos.Ante a repressão brutal de Teerã, as manifestações já somam 154 mortes, segundo a organização Direitos Humanos no Irã, e centenas de detenções. O governo acusa EUA e Israel de estarem por trás da ação, numa tentativa de desestabilizar o país, e nega que a jovem tenha sido agredida pela polícia moral."A morte de Mahsa Amini não foi causada por pancadas na cabeça ou em órgãos vitais", disse o legista em atestado divulgado nesta sexta pela agência estatal IRNA. Sem mencionar possíveis agressões, o documento faz referência a um desmaio da jovem, quando estava sob custódia, e o atribui a um quadro preexistente, citando uma "intervenção cirúrgica devido a um tumor cerebral quando ela tinha oito anos".Segundo o relatório, ela recuperou a consciência, mas desmaiou novamente. "Devido à ressuscitação cardiorrespiratória ineficaz nos primeiros minutos críticos, Amini sofreu hipóxia [falha de oxigenação] grave e, como resultado, teve danos cerebrais, apesar da recuperação do funcionamento cardíaco." O legista afirma, então, que o quadro levou a uma falência de múltiplos órgãos.A família curda nega que a jovem tivesse problemas clínicos. Seu pai responsabiliza a polícia moral pela morte, dizendo que ela sofreu golpes nas pernas e em outras partes do corpo. O advogado da família, Saleh Nikbakht, disse que médicos independentes atestam que ela foi agredida.Amini foi presa em Teerã em 13 de setembro e levada a uma delegacia "para ser educada" quanto ao rígido código de vestimenta para mulheres em vigor no Irã desde a Revolução de 1979. Ela morreu três dias depois, após entrar em coma. Mais Khamenei, 83, disse nesta semana que a morte da jovem "partiu os corações" dos iranianos. "Mas o que não é normal é que algumas pessoas, sem provas, transformem as ruas em um perigo, queimem o Alcorão, as mulheres retirem o véu", disse, referendando a repressão aos atos, da mesma forma que fez o presidente ultraconservador Ebrahim Raisi.Enquanto isso, multiplicam-se notícias de abusos por parte do regime. Ainda nesta sexta, autoridades negaram a acusação de que forças de segurança mataram uma menina de 16 anos durante a repressão aos protestos. Segundo a versão oficial, a jovem se suicidou; relatos nas redes sociais e um comunicado da Anistia Internacional afirmam que Sarina Esmaeilzadeh foi morta com golpes de cassetetes na cabeça.A Justiça da província de Alborz, onde ocorreu o caso, informou que uma investigação preliminar mostrou que ela caiu do telhado de um prédio de cinco andares no último dia 24. "Com base no relato de sua mãe, Esmaeilzadeh tinha um histórico de tentativas de suicídio", disse um porta-voz. Mais A agência Reuters não conseguiu contato com a família. O caso chama a atenção porque repete o roteiro de outro ocorrido no início desta semana, para justificar a morte de Nika Shakarami, 17. Ativistas afirmam que a jovem morreu devido a agressões da polícia, que aponta que ela se atirou de um telhado.A mídia estatal disse que uma investigação judicial foi aberta sobre a morte. A mãe da jovem disse que as autoridades mentem sobre as circunstâncias do caso e "roubaram" o corpo da filha para enterrá-lo às escondidas.
2022-10-07 10:57:00
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Zelenski fala em 'ataque preventivo' da Otan, e Moscou o acusa de incitar guerra nuclear
Uma fala do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, em que ele sugeriu que a Otan "atacasse preventivamente" a Rússia atraiu críticas do Kremlin e obrigou o próprio governo ucraniano a prestar esclarecimentos nesta sexta-feira (7).Em um discurso ao think thank australiano Lowy realizado na véspera por videoconferência, Zelenski afirmou que a aliança militar liderada pelos Estados Unidos deveria atacar o território russo para que eles "saibam o que acontecerá com eles se usarem" armas nucleares.O líder ucraniano se referia a uma advertência feita por Vladimir Putin há menos de 20 dias, ao anunciar a anexação de quatro regiões ucranianas ocupadas. Na ocasião, o presidente russo disse que usaria todos os meios à sua disposição para proteger as áreas, incluindo bombas atômicas, e concluiu afirmando que aquilo não era um blefe. Mais A fala mais recente de Zelenski foi encarada como uma ameaça aberta de guerra nuclear por alguns dos principais porta-vozes do governo russo, segundo reportaram agências de notícias locais.Ministro das Relações Exteriores do país, Serguei Lavrov afirmou que Zelenski "essencialmente apresentou ao mundo mais evidências das intimidações do regime de Kiev" e que sua fala justificaria a "operação militar especial" na Ucrânia —é assim que os russos se referem à invasão do país vizinho.Porta-voz da pasta, Maria Zakharova chamou o líder ucraniano de "marionete inflada por armamentos", "um monstro cujas mãos podem destruir o planeta". Dmitri Peskov, representante do Kremlin, também condenou o apelo de Zelenski e afirmou que ele buscava "iniciar mais uma guerra mundial, com consequências imprevisíveis, monstruosas". Ambos acusaram o Ocidente de estar por trás da intensificação do conflito, EUA e Reino Unido em especial.O governo ucraniano, por sua vez, buscou minimizar a fala. O porta-voz do presidente afirmou que ele se referia às sanções preventivas impostas pelos países ocidentais antes da guerra e assegurou que a Ucrânia jamais defenderia o uso de armas nucleares.A ameaça também esteve na boca do americano Joe Biden, que nesta quinta (6) citou o risco de "Armagedom". Ele também, porém, teve a fala explicada por auxiliares. "O presidente reforçou o que temos dito, que é o quão seriamente levamos essas ameaças", disse a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre, acrescentando que Washington não vê razão para mudar sua postura nuclear e não tem indicações de que a Rússia esteja se preparando para usar armas nucleares em breve.Kiev formalizou um pedido de adesão rápida à Otan na sexta passada (30). A organização tem sido personagem central do conflito —um dos argumentos listados pela Rússia para justificar a invasão era o avanço da aliança militar em sua vizinhança estratégica.No front, autoridades ucranianas disseram nesta sexta ter encontrado uma vala comum na cidade de Liman, recentemente reconquistada na região de Donetsk. Segundo o governador Pavlo Kirilenko, é incerto o número de corpos enterrados no local, mas um agente de segurança informou à agência de notícias Ukrinform que seriam cerca de 180.No mês passado, as forças ucranianas encontraram 436 corpos sepultados na cidade de Izium, no nordeste do país –segundo Kiev, a maioria parecia ter sofrido mortes violentas. Situação semelhante aconteceu em Butcha, onde mais de 450 cadáveres foram encontrados espalhados pela cidade em abril.
2022-10-07 11:01:00
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Produção de veículos cresce 11,7% entre o primeiro e o segundo trimestres
A produção de veículos leves e pesados em setembro registrou alta de 19,3% na comparação com o mesmo período de 2021. O resultado confirma que o terceiro trimestre manteve estabilidade no fornecimento de componentes, embora ainda ocorram problemas.Foram fabricadas 207,8 mil unidades no último mês, segundo a Anfavea (associação das montadoras). Na comparação com agosto, houve queda de 12,7%. O terceiro trimestre terminou com 665 mil unidades produzidas, um crescimento de 11,7% em relação aos três meses anteriores."O problema de semicondutores existe, irá atravessar para 2023, mas a expectativa é que comece a haver um cenário melhor a partir do segundo semestre do próximo ano", diz Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea.Setembro terminou com 194 mil unidades emplacadas, o que representa crescimento de 25,1% em relação ao mesmo período de 2021. Na comparação com agosto, contudo, há queda de 7% nos licenciamentos.Os números foram divulgados pela Fenabrave (associação dos revendedores) e incluem carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.O presidente da Anfavea atribuiu a queda nas vendas em relação a agosto ao menor número de dias úteis. "Setembro, além de ir até o dia 30, teve o feriado do dia 7. Na comparação mês contra mês, acaba impactando."A associação das montadoras acredita que será possível crescer 1% em vendas na comparação com 2021, mantendo a previsão feita em julho. Para que isso ocorra, 637 mil veículos leves e pesados terão de ser vendidos no último trimestre deste ano.As locadoras são fundamentais para que esse objetivo seja alcançado. As empresas do setor foram responsáveis pela compra de 50 mil unidades em setembro, segundo cálculo da Anfavea.No varejo, a preocupação da entidade está na alta dos juros de financiamento. O presidente da associação diz que, até o momento, o encarecimento do crédito não tem sido um impeditivo.Mas o desafio, segundo Leite, é entender em qual momento as vendas serão mais impactadas pela alta das taxas. O resultado do problema já pode ser visto no aumento das vendas à vista."Há uma demanda muito forte, reprimida também pelas limitações da produção. O nosso desafio é entender qual é o teto disso", diz o executivo. "Há cada vez mais um descolamento entre vendas a vista e vendas a prazo no setor, o que não é normal."O número de carros disponíveis a pronta entrega é outro sinal de mudança no mercado em relação a 2021. Há 176,3 mil veículos em estoque, volume suficiente para atender a 27 dias de vendas. Mais Esse número tem registrado leve alta nos últimos meses, mas a Anfavea considera que há estabilidade."É natural essa subida de estoque, não é significativa. Está relacionada a produtos com menos opcionais, menor conectividade, [câmbio] manual", diz Leite.O executivo menciona também a formação de estoque para atender às vendas no fim do ano —historicamente, dezembro é o mês com maior volume de emplacamentos.Outro dado que chamou a atenção nos resultados de setembro foi a queda de 10,6% no volume de exportações em comparação a agosto.Os motivos apontados pela Anfavea são as barreiras aos importados na Argentina e o estouro da cota de 50 mil veículos estipulada no acordo com a Colômbia.Ao ultrapassar esse número, os carros enviados ao mercado colombiano perdem os benefícios tributários. Há negociações que buscam ampliar essa cota.Márcio Lima Leite disse que a recente viagem de representantes do governo e da indústria ao Japão buscou viabilizar a produção de semicondutores no Brasil.Uma das possibilidades é a produção desses componentes em Minas Gerais, na fábrica construída pela Unitec no município de Ribeirão das Neves. A unidade segue inoperante.Leite afirmou que o governo vai publicar uma medida provisória com simplificação no sistema de importação e exportação de alguns insumos. Essa MP teria ainda o objetivo de facilitar os investimentos em tecnologia.O executivo, contudo, procurou afastar a Anfavea de questões ligadas às eleições. "O nosso setor vive um descolamento da questão política. O que nos impacta é o acesso ao crédito, a taxa de juros."Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...
2022-10-07 10:46:00
mercado
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Pocah vira meme após doar dinheiro para fã e o defende: 'Não ataquem ele'
A cantora Pocah, 27, precisou defender um fã após virar meme no Twitter. Tudo começou nesta quinta-feira (6), quando um seguidor da artista pediu ajuda a ela para comprar o gás de sua casa, que custa R$ 130 em Queimados, no Rio de Janeiro.Após a também ex-BBB fazer um pix, outra fã republicou um tuíte em que o mesmo seguidor estaria comemorando a compra de um ingresso para o show de Ludmilla, o Numanice –que tem ingressos que vão de R$ 150 a R$ 520, no primeiro lote."Fui tapeada", escreveu Pocah em resposta à sua fã. "Nossa, mano, eu sou muito trouxa", continuou. Após diversos memes envolvendo a cantora e a doação feita para o seguidor, a cantora fez um esclarecimento e afirmou que ele não tinha comprado o ingresso para o show. Mais "Oi galera, passando para avisar que o menino do pix esclareceu tudo! Ele respondeu a Lud com um print que era de outra pessoa que comprou ingresso do Numanice. Ele realmente estava precisando do dinheiro para o gás. Não ataquem ele, está tudo certo", afirmou."Te amo, obrigada por ter me ajudado", respondeu o fã. "Estava até agora vendo todo mundo falar de mim, eu não ia conseguir dormir com medo de pessoas bater no meu portão, agora vou dormir bem e feliz obrigado Pocah", completou.
2022-10-07 11:16:00
celebridades
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Mick Jagger se relacionou com Keith Richards e com o guitarrista Mick Taylor, diz biografia
Vocalista do The Rolling Stones, Mick Jagger, 79, teria tido casos amorosos com os companheiros de banda Keith Richards e com o guitarrista Mick Taylor. É isso o que revela a biografia ‘The Stone Age: Sixty Years of Rolling Stones’, cuja repercussão foi publicada pelo Daily Mirror.Os dois estão numa lista dos amantes que o cantor já teve em sua vida. Vale lembrar que o músico tem um filho com Luciana Gimenez, 52. Mais O suposto caso de Jagger com David Bowie (1947-2016), na década de 1970 também é mencionado -mas este não causa maiores surpresas porque já foi contado em outras biografias, e também por Angie Bowie, ex-mulher do músico.O livro da escritora Lesley-Ann Jones se refere a Jagger como um "ícone bissexual". A obra chegou recentemente às livrarias do Reino Unido e dos Estados Unidos. Procurado, Jagger não se pronunciou à publicação.
2022-10-07 11:10:00
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Lula leva à TV vídeo em que Bolsonaro diz que comeria carne humana
A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou na sua propaganda eleitoral da televisão um trecho de uma entrevista antiga de Jair Bolsonaro (PL) em que o presidente diz que comeria carne humana.A declaração foi dada em 2016, em entrevista do então deputado federal ao jornalista Simon Romero, do The New York Times. Ela está disponível em vídeo publicado na íntegra no canal do presidente no YouTube."Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: se for, tem que comer. Eu como", disse o presidente no trecho destacado na propaganda petista.Na entrevista, Bolsonaro relatou uma experiência numa comunidade indígena em Sururucu, localizada em Vista Alegre (RO). "Morreu um índio e eles estão cozinhando. Eles cozinham o índio, é a cultura deles. Cozinha por dois três dias e come com banana" disse na entrevista."Como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá", explica. "Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo", finalizou o presidente.A campanha de Bolsonaro afirmou que vai acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "O desespero bateu. Nossa opinião é essa propaganda vai ser negativa para o PT. Vamos entrar no TSE contra ela, para que eles coloquem a matéria dentro de contexto", afirmou Fábio Faria, ministro das Comunicações e um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro, ao Painel, da Folha.A peça indica uma mudança na estratégia da propaganda petista, que vai aumentar o tom contra o presidente no segundo turno.Após evitar entrar de maneira mais contundente em pautas de costumes na propaganda eleitoral no rádio e na televisão no primeiro turno, a campanha de Lula pretende abordar esses temas para se contrapor a Bolsonaro.Declarações polêmicas e falas racistas e de ataques às mulheres do atual presidente serão usadas em peças de propagandas do PT.Além disso, Lula vai abordar assuntos como religião para tentar conquistar votos de evangélicos. Um vídeo em que o petista afirma ser "a favor da vida" e contra o aborto foi divulgado em anúncios no YouTube.A propaganda deverá ser exibida também na televisão e no rádio. A propaganda eleitoral começou nesta sexta (7) e vai até o dia 28 de outubro. Cada candidato à Presidência da República terá 25 inserções por dia ao longo da programação das televisões e nas rádios e dois blocos de 5 minutos, cada, no horário eleitoral. Mais Na estreia do horário da tarde, a propaganda de Lula apresentou seu aliados no segundo turno. Mostrou vídeo de Simone Tebet, citou Ciro Gomes (PDT), Fernando Henrique Cardoso e mostrou imagem de Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), que declaram apoio ao petista.Também houve críticas ao atual presidente. "Mau militar", "deputado omisso" e um "desastre na economia" afirmou a locutora do programa petista sobre Bolsonaro. Lula, em seu depoimento, não citou o nome do adversário e disse que ele "quer espalhar mentiras e fake news pela internet".A campanha bolsonarista seguiu a mesma linha e mostrou os apoios ao presidente no segundo turno, como os governadores Romeu Zema (Novo) e Ratinho Jr.(PSD). Também atacou os institutos de pesquisa e a imprensa.O presidente terminou o primeiro turno, no dia 2 de outubro, com 43,23% dos votos, atrás de Lula, que teve 48,39%. Pesquisa Datafolha, divulgada no dia 1º de outubro, apontava que 54% dos eleitores diziam que iriam votar no petista, contra 38% que preferiam o atual presidente.Um resumo com o que de mais importante a Folha destaca sobre a eleiçãoCarregando...
2022-10-07 10:48:00
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Brasil se abstém em votação da ONU para monitorar direitos humanos na Rússia
Em medida inédita, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou nesta sexta-feira (7) a criação de um mandato para um relator especial sobre violações de direitos humanos na Rússia. O Brasil, no entanto, se absteve na votação em Genebra.O Kremlin deixou claro que não vai cooperar com o relator —o que, na prática, limita seriamente a eficácia da resolução.A moção, apresentada por quase 50 países —incluindo EUA, Reino Unido, Ucrânia e Colômbia—, obteve 17 votos favoráveis e 6 contrários. Além do Brasil, abstiveram-se outras 23 nações, a exemplo de México, Índia e Paquistão. Ao todo, 47 países compõem o conselho.É a primeira vez que o colegiado abre uma relatoria especial para examinar a temática em um dos chamados "P5", países que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e têm, portanto, maior poder de barganha na organização —Rússia, EUA, França, China e Reino Unido.Em Moscou, o Ministério das Relações Exteriores rejeitou firmemente a resolução, dizendo que ela contém alegações falsas, segundo a agência de notícias Tass. "A Rússia vai ignorar o mecanismo especial estabelecido pelo conselho e se recusa a cooperar com ele", informou a pasta.À agência de notícias Reuters o embaixador britânico, Simon Manley, disse que a medida da ONU visa "não esquecer aqueles que lutam pela liberdade em casa, enquanto [Vladimir] Putin realiza opressão no exterior". Referia-se, respectivamente, à repressão contra russos contrários às medidas do governo e à Guerra da Ucrânia, iniciada em fevereiro.Depois, no Twitter, o britânico celebrou a aprovação e, em tom irônico, desejou feliz aniversário a Putin, que completa 70 anos nesta sexta.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...O chefe da diplomacia russa em Genebra, Gennadi Gatilov, também afirmou durante a votação que o texto continha alegações falsas. "Essa resolução é mais um exemplo de como países ocidentais estão usando o conselho para alcançar objetivos políticos."O relator será encarregado de, por um ano, coletar, examinar e avaliar informações relevantes, junto à sociedade civil, sobre potenciais violações de direitos humanos, em especial de opositores do governo.A medida não necessariamente se traduz em mudanças. No Irã, por exemplo, onde uma mobilização ocorre após a morte da jovem curda Mahsa Amini, o relator especial Javaid Rehman têm tido acesso negado para investigações in loco.A votação nesta sexta ganha também feição simbólica. Horas antes, em Oslo, o prêmio Nobel da Paz foi concedido à organização de direitos humanos russa Memorial, pioneira no país —além do ativista belarusso Ales Bialiatski e do Centro para Liberdades Civis da Ucrânia. Mais O comitê norueguês do Nobel, como já havia feito na edição de 2021, que laureou o jornalista russo Dmitri Muratov (ao lado da filipina Maria Ressa), criticou a repressão posta em prática pelo regime de Putin.Russos que, no final de fevereiro, manifestaram-se contra a invasão da Ucrânia foram detidos em diferentes partes do país. Mais recentemente, em setembro, aqueles que questionaram a decisão de uma ampla mobilização para o conflito também foram presos.O Brasil tem sido criticado por adotar uma posição de alegada neutralidade em relação a Moscou, importante parceira comercial e aliada no Brics. Na última semana, o país se absteve em uma resolução no Conselho de Segurança que condenava a anexação de partes do território ucraniano por Moscou. Mais A posição da diplomacia brasileira chegou a ser repreendida pelo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. "Não acredito que alguém possa se manter neutro quando há uma guerra no mundo", afirmou, em julho, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro (PL).Ainda na atual sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, outra posição do Brasil chamou a atenção. Na quinta (6), o país se absteve durante a votação de uma moção para debater a situação da minoria muçulmana uigur em Xinjiang, região a oeste da China. Diferentemente do projeto desta sexta sobre a Rússia, porém, o texto da véspera não obteve sucesso em Genebra.
2022-10-07 10:37:00
internacional
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Kanye West admite ter crush em melhor amiga de Kylie Jenner, sua ex-cunhada
O rapper Kanye West, 45, também conhecido como Ye, usou novamente seu Instagram para fazer revelações aos fãs e seus mais de 17 milhões de seguidores. Nesta quinta-feira (6), ele afirmou ter uma queda por Stassie Karanikolaou, melhor amiga de sua ex-cunhada, Kylie Jenner, 25."O mundo inteiro sabe que eu tenho um crush na Stas", escreveu o ex-marido de Kim Kardashian, 40. Na publicação –que foi apagada na manhã desta sexta-feira (7)– o rapper ainda admitia ter "conseguido" fazer com que Johan Fleury, diretor de relações VIP da Balenciaga, colocasse Stassie no desfile da grife.No entanto, apesar da afirmação do artista, de acordo com o site norte-americano Page Six, Stassie posou para fotos profissionais antes do desfile que ocorreu na Paris Fashion Week, o que indicaria que ela era uma convidada. Mais Ainda nesta quinta, o artista gerou polêmicas após dizer que o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) é uma "farsa". Ele chegou a mandar um recado para Justin e Hailey Bieber, além de chamar Khloé Kardashian, irmã de sua ex-mulher, de "mentirosa".Hailey defendeu a editora de moda Gabriella Karefa-Johnson após ela ser criticada por West, dizendo que ela era "a mais gentil, talentosa, divertida e chique". Pouco tempo depois do pronunciamento da esposa de Justin Bieber, 28, West mandou um recado para o cantor em seu perfil.Além disso, o artista continua alfinetando a família Kardashian-Jenner. Após fazer uma publicação dizendo estar longe de seus filhos e culpando Kim Kardashian, Khloé, irmã da empresária, veio à público se pronunciar e pedir que West parasse com os ataques."Ye, eu te amo. Eu não queria estar fazendo isso nas redes sociais, mas você continua trazendo isso para cá. Você é o pai de minhas sobrinhas e sobrinhos, e estou tentando manter o respeito, mas pare de tentar destruir Kimberly e usar o nome de nossa família quando quer desviar o assunto", escreveu a empresária.
2022-10-07 10:14:00
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Veja em tuítes as reviravoltas da negociação entre Elon Musk e Twitter
Nunca houve uma saga de aquisição corporativa como esta, onde o alvo da aquisição também é o campo de batalha do negócio.Quando o homem mais rico do mundo –e autodenominado "senhor dos memes"–, Elon Musk, assumiu uma participação minoritária no Twitter, em março, nem mesmo ele poderia imaginar a rapidez com que a situação ganharia vulto.A maioria dos negócios é discutida a portas fechadas. A oferta de US$ 44 bilhões de Musk pelo Twitter não poderia ter sido mais pública. Primeiro, o bilionário provocou a empresa no próprio site, em sua conta pessoal de 108 milhões de seguidores. Depois, a discussão na Justiça sobre sua tentativa de voltar atrás produziu uma vasta coleção de mensagens privadas entre Musk e uma lista de investidores, executivos e consultores do Vale do Silício.Para quem perdeu a noção dos ataques, denúncias, promessas rompidas, ameaças vazias e memes durante os últimos meses, aqui está uma linha do tempo tuíte a tuíte de como a batalha pela praça pública da internet explodiu.Sem o conhecimento da empresa, Elon Musk silenciosamente adquire uma participação de 9,2% no TwitterMusk publica uma enquete no Twitter em que pergunta a opinião dos usuários sobre liberdade de expressão na plataformaEm um pedido ao regulador financeiro dos EUA, Musk é revelado como o maior acionista do TwitterUm dia após a divulgação de sua participação, Musk é convidado a participar do conselho do Twitter e aceita a proposta. O executivo-chefe, Parag Agrawal, diz estar "animado" com a nomeaçãoMusk decide não entrar no conselho do Twitter, em um gesto que alimentou especulações de que ele montaria uma aquisição hostil. Agrawal diz que a empresa continua aberta à "colaboração" de MuskMusk lança uma oferta hostil pelo Twitter com avaliação de US$ 44 bilhões, mas diz que "não tem certeza" se terá sucessoTwitter se defende com uma "poison pill" para tentar impedir a aquisição de MuskMusk revela pacote de financiamento de US$ 46,5 bilhões para bancar a oferta pelo Twitter, colocando-o pessoalmente em dívida de US$ 33,5 bilhões, segundo análise do Financial Times, a menos que ele pudesse obter apoio externo adicionalO Twitter aceita a oferta de aquisição de Musk por US$ 44 bilhões. O cofundador e ex-executivo-chefe Jack Dorsey apoia publicamente a proposta, chamando-a de "solução singular" para os problemas do siteEm seu primeiro relatório trimestral de ganhos desde a notícia da oferta de aquisição de Musk, o Twitter admite ter inflado os números de audiência durante três anosMusk aumenta sua posição de caixa antes do acordo com o Twitter, vendendo US$ 8,5 bilhões em ações da Tesla e dizendo que não há mais vendas planejadasLarry Ellison, Binance e Sequoia contribuem com financiamento da oferta de Musk. O executivo-chefe da Binance, Changpeng Zhao, diz ao FT que o apoio de sua empresa é essencialmente um "cheque em branco"O Twitter anuncia congelamento de contratações e saídas de executivos, incluindo seu diretor de consumidores, Kayvon BeykpourMusk afirma que o acordo do Twitter está "pausado" por causa de bots e contas de spam e pede a Agrawal que "comprove" métricas de contas falsas na plataformaMusk se dirige à equipe do Twitter em reunião geral, dizendo que a empresa precisa "ficar saudável"Musk anuncia formalmente sua intenção de desistir do acordo. O presidente do conselho do Twitter diz que a empresa continua comprometida com o acordo, criando a perspectiva de uma batalha judicial de alto riscoO Twitter processa Musk e as duas partes rumam para um confronto no Tribunal de Chancelaria de DelawareNegando o pedido de adiamento de Musk, a chanceler Kathaleen McCormick, do Tribunal de Chancelaria de Delaware, concede ao Twitter um julgamento rápido. Explicando sua decisão, ela diz que o Twitter estava sendo prejudicado por uma "nuvem de incerteza"O Twitter divulga seus ganhos no segundo trimestre, culpando Musk e a queda de anúncios pela receita abaixo das expectativas de Wall StreetApós serem instruídas pelo juiz a resolverem entre si, as partes concordam com a data de 17 de outubro para iniciar o julgamento Mais Musk contesta o Twitter sobre o acordo, com detalhes mantidos em sigiloO Twitter responde às denúncias de Musk, chamando-as de "implausíveis"Musk vende mais US$ 7,5 bilhões em ações da Tesla, aproveitando uma recente recuperação em seu preço. Ele diz que a venda é necessária para cobrir a eventualidade ("espero que improvável") de ele precisar de financiamento adicional caso o acordo com o Twitter fosse forçado a seguir em frente.Musk intima Dorsey por qualquer comunicação relacionada ao "impacto ou efeito de contas falsas ou de spam nos negócios e operações do Twitter"O ex-chefe de segurança do Twitter Peiter "Mudge" Zatko vira denunciante, alegando fraude em bots e segurança, reforçando a tese de MuskO influente Comitê Judiciário do Senado dos EUA anuncia que Zatko testemunhará em 13 de setembro para discutir possíveis falhas de segurança no TwitterA juíza de Delaware determina que o Twitter deve entregar mais dados a Musk com o objetivo de analisar a autenticidade das contas, mas não atende à demanda total por uma enorme quantidade de dados históricosA juíza de Delaware atende ao pedido de Musk para revisar seu processo contra o Twitter para incluir as recentes revelações de denunciantesUm denunciante diz em audiência no Senado que o Twitter colocou "lucros acima da segurança", alegando que os sistemas da empresa estavam mais de uma década atrasados em relação aos padrões da indústriaDurante audiência de pré-julgamento, o Twitter afirma que os pesquisadores contratados por Musk não conseguiram respaldar a afirmação do empresário de que o número de contas de spam e bots na plataforma era "extremamente maior" do que a empresa havia divulgado aos investidoresCentenas de mensagens privadas enviadas e recebidas por Musk revelam uma lista de figuras da tecnologia se oferecendo para ajudá-lo a concluir o acordo. O podcaster Joe Rogan perguntou a Musk se ele pretendia "libertar o Twitter da turma feliz da censura".As mensagens, divulgadas em um documento judicial, também parecem mostrar a aparente ruptura das relações entre Musk e Agrawal."Isto é uma perda de tempo", escreveu Musk numa mensagem ao executivo-chefe do Twitter nos dias que antecederam a oferta de aquisição hostil.Em uma reviravolta impressionante, Musk envia carta ao Twitter dizendo que o acordo original de US$ 44 bilhões continua em vigor –desde que ele ainda possa obter o financiamento necessário e com a condição de que o litígio seja interrompido. Ele diz que a propriedade do Twitter formará a base de sua visão para um novo aplicativo que "faz tudo"Enquanto os dois lados buscam uma maneira de finalmente fechar o acordo, o Twitter concorda em adiar um depoimento de Musk que estava agendado para 6 de outubro.Juiz suspende a ação legal, dando a Musk e ao Twitter até o final de outubro para fechar o negócio.Musk visita a sede do Twitter em São Francisco carregando uma pia e muda seu perfil no Twitter para "Chief Twit", sugerindo que ele administrará a empresa até nomear uma nova liderança.Musk tenta garantir aos anunciantes que a plataforma não irá se tornar um "inferno livre para todos" sob seu comando."Além de cumprir as leis do país, nossa plataforma deve ser calorosa e acolhedora para todos, onde você possa escolher a experiência que deseja de acordo com suas preferências, assim como pode escolher, por exemplo, ver filmes ou reproduzir videogames que variam de infantis a adultos", escreveu ele.Musk confirma que completou o acordo para comprar o Twitter."O pássaro está liberto", escreveu o bilionário.
2022-10-07 10:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/veja-em-tuites-as-reviravoltas-da-negociacao-entre-elon-musk-e-twitter.shtml
Médicos que prescrevem tratamento com derivados de maconha viram alvo de processos
A demora do CFM (Conselho Federal de Medicina) em atualizar suas regras sobre o uso de substâncias derivadas da cânabis tem deixado médicos que receitam esse tipo de tratamento expostos a processos.Em 2014, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) autorizou pela primeira vez a importação de CBD (Canabidiol, substância não psicoativa derivada da Cannabis) para tratamento e, desde então, vem ampliando a gama de medicamentos permitidos.Mas o CFM, que regula a atividade médica no país, não tem acompanhado a agência nessas mudanças. Na prática, isso significa que os profissionais de saúde legalmente podem receitar os tratamentos com base em substâncias da cânabis, mas correm o risco de serem processados pelos conselhos regionais de medicina por isso.No limite, essas ações podem levar até a cassação da inscrição profissional, impedindo a pessoa de exercer a medicina no país —embora, até hoje, não exista registro de que alguém de fato tenha sido punido dessa forma.A questão gira em torno da norma 2113 do CFM, publicada em 2014 e que classifica a Cannabis como terapia experimental."Como não havia estudos científicos de grande impacto que comprovassem o tratamento, o CFM se viu na obrigação de orientar os médicos", diz o neurologista Lécio Figueira Pinto, vice-presidente da Associação Brasileira de Epilepsia. "Por isso, editou a norma 2113, que depois de oito anos precisa ser atualizada."A regra orienta o tratamento apenas em casos de epilepsia infantil refratária (que não responde ao tratamento convencional) e congênita. Também limita a prescrição a neurologistas e psiquiatras. Na prática, porém, as substâncias são indicadas por médicos de diversas especialidades e para outras finalidades não previstas, como câncer, dor crônica, e depressão.Procurado pela reportagem, o CFM não informou o número de sindicâncias ou processos abertos devido à prescrição de Cannabis. Assim, os casos acabam sendo divulgados pelos próprios médicos, em geral nas redes sociais.Foi o que aconteceu com Paulo Fleury, 58, especializado em medicina preventiva e social, autor de uma pesquisa sobre a eficiência da Cannabis no tratamento de crianças autistas."Eu estou sendo processado no Conselho Regional de Medicina em dois estados, por receitar maconha, canabinóides, THC e CBD. E por divulgar esta alternativa terapêutica para diversos problemas de saúde, em especial, para o autismo", escreveu ele.Conhecido como Dr. Green pelos internautas, Fleury costuma fazer conferências pelo Brasil sobre a terapia canábica e defende abertamente o plantio da Cannabis para o uso medicinal. Mais Vitor Ceribino, advogado de Fleury, explica: "O Cremeb (Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia) abriu sindicância porque ele prescreveu Cannabis para autismo, divulgou o tratamento em redes sociais e prescreveu fora do estado de atuação".O médico é de Minas Gerais e receitou na Bahia. Para fazer isso, precisaria de uma autorização especial temporária, que ele não tinha.Para o advogado, essa determinação perdeu sentido depois que a telemedicina foi liberada pelo CFM. Fleury é acusado também de apologia às drogas. O conselho da Bahia diz que a investigação segue em sigilo.A segunda denúncia contra o médico foi no conselho do Paraná, e já evoluiu para um processo. A entidade também disse que não pode dar informações sobre o caso.Para Fleury, as atuais regras do CFM estão defasadas e não refletem mais a realidade.Para resolver esse descompasso, o conselho realizou uma audiência pública sobre o tema e pediu que os médicos se manifestassem sobre possíveis mudanças. Mas enquanto a reformulação não for aprovada, a norma atual segue em vigor.O CFM também afirmou que não iria se manifestar sobre o assunto e não quis detalhar quais as alterações que estão sendo analisadas.Desde que o conselho publicou a primeira norma, há oito anos, houve um boom de estudos sobre o tema. Só na base da PubMed, plataforma que reúne pesquisas científicas publicadas, há 28 mil trabalhos sobre o assunto."O CFM deveria ter atualizado a norma em 2016", diz a psiquiatra Eliane Nunes, diretora da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis).Ela responde a uma sindicância por ter receitado óleo com THC (Tetrahidrocanabidiol, substância com efeito psicoativo derivada da maconha) para um paciente —que, logo depois, ganhou no STJ (Superior Tribunal de Justiça) o direito de cultivar a planta para produzir o próprio óleo.O oftalmologista Renan Abdalla, 38, da clínica paranaense Renasce, é outro que responde processo por não ter a especialidade exigida para prescrever a substância."A denúncia aconteceu logo depois de o filho de um paciente postar nas redes sociais sobre a melhora do glaucoma do pai com a Cannabis", diz o médico. "Vivemos em insegurança jurídica, enquanto esperamos a atualização da norma, tanto para pesquisa científica como para a prática clínica."Para Pinto, o CFM terá que ampliar o leque de doenças tratadas com Cannabis, mas é preciso alguns cuidados."Há pacientes que procuram o médico para conseguir uma prescrição de Cannabis e não para receber um diagnóstico, resultando em uma inversão perigosa para a saúde", diz o neurologista. "Existe uma alta demanda de pacientes e, em alguns casos, abusos na prescrição".
2022-10-07 10:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/10/medicos-que-prescrevem-tratamento-com-derivados-de-maconha-viram-alvo-de-processos.shtml
Gabriela Prioli se recusa a falar sobre corte de verba na educação e é criticada
A advogada Gabriela Prioli, 36, grávida de sete meses, se recusou a dar a sua opinião a pedido de seguidores sobre o governo Jair Bolsonaro bloquear R$ 2,4 bilhões do orçamento do MEC (Ministério da Educação) deste ano."Recebi mensagens: ‘Gabi fala sobre o corte na educação’. Galera, estou em Nova York fazendo o enxoval da minha filha. Mas assim não vou [falar sobre], talvez semana que vem", disse.No Twitter, o nome dela virou um dos assuntos mais comentados como se ela não estivesse muito preocupada com a situação. "Por que você quer saber o que a Gabriela Prioli, rica, grávida e em Nova York tem a dizer sobre educação pública? Às vezes o problema nem está nela e sim em quem deposita essa importância", postou um seguidor. Mais "A Gabriela Prioli olhando pra câmera com cara de desdém falando que está em NY comprando enxoval da filha enquanto o país agoniza. É o retrato da branquitude cafona", opinou outra.Após a repercussão, Prioli rebateu. Em texto divulgado em seus Stories, se disse "indignada". "Sabe qual é o erro que a gente comete? É achar que estamos entre amigos. Que construímos aqui alguma intimidade", começou."Me perdoem aqueles que durante os últimos dias me mandaram inúmeras mensagens carinhosas me encorajando a descansar. Vocês são maioria e não merecem esse desabafo. Mas eu acordei de um cochilo e me deparei com esse absurdo e estou aqui indignada, precisando desabafar", concluiu.
2022-10-07 09:57:00
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Brasil avança um estado de SP em pastagens e perde quase um Maranhão em vegetação florestal
Em duas décadas, a vegetação nativa (florestal e campestre) encolheu no Brasil, enquanto atividades de origem econômica ampliaram suas áreas de atuação, como pastagem com manejo para gado e produção agrícola.As conclusões são do estudo Contas Econômicas Ambientais da Terra, divulgado nesta sexta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).De 2000 para 2020, a área de vegetação florestal no país diminuiu em 7,9%. Em valores absolutos, a redução foi de 320,7 mil quilômetros quadrados, aponta o levantamento. A área perdida é comparável ao território do Maranhão (329,7 mil quilômetros quadrados).A vegetação campestre, por sua vez, perdeu 10,6% da área no mesmo período. A retração foi de 192,5 mil quilômetros quadrados, quase o território do Paraná (199,3 mil quilômetros quadrados).Com isso, a vegetação nativa (soma da florestal e da campestre) mostrou perda de 513,1 mil quilômetros quadrados nas duas décadas. A quantia equivale a cerca de 6% do território do país, aponta o IBGE.No sentido contrário, o instituto destaca que a área destinada à pastagem com manejo cresceu 27,9% no mesmo período. O incremento foi de 247 mil quilômetros quadrados, número comparável à área do estado de São Paulo (248,2 mil quilômetros quadrados).Já a área agrícola cresceu 50,1%, ou 229,9 mil quilômetros quadrados. O número supera o tamanho do estado de Roraima (223,6 mil quilômetros quadrados).Outro destaque da pesquisa é o avanço da silvicultura (cultivo de florestas), cuja área aumentou em 71,4% de 2000 para 2020. Mais O acréscimo chegou a 36 mil quilômetros quadrados, conforme o IBGE. É mais do que o território de Porto Velho (34,1 mil quilômetros quadrados), capital de Rondônia.Segundo o estudo, é possível observar uma tendência geral de expansão da área agrícola sobre a vegetação campestre, com conversão de 75,8 mil quilômetros quadrados no período, e da pastagem com manejo sobre a vegetação florestal, com 167,5 mil quilômetros convertidos."O que a gente vê é uma dinâmica econômica avançando sobre áreas naturais. É a dinâmica econômica que movimenta áreas de pastagem com manejo, agrícolas e silvicultura", aponta Ivone Batista, gerente de contas ambientais do IBGE.De acordo com o instituto, o Pará foi a unidade da federação que registrou a maior expansão da área de pastagem com manejo: 87,9 mil quilômetros quadrados.Em seguida, vieram Mato Grosso (45,9 mil quilômetros quadrados), Rondônia (35,9 mil quilômetros quadrados), Maranhão (27,4 mil quilômetros quadrados) e Tocantins (18,7 mil quilômetros quadrados).O Pará também teve a maior redução da vegetação nativa (soma da florestal com a campestre). A perda foi de 123,3 mil quilômetros quadrados.Mato Grosso (97,8 mil quilômetros quadrados), Rondônia (40,8 mil quilômetros quadrados), Goiás (31,2 mil quilômetros quadrados) e Tocantins (30,3 mil quilômetros quadrados) apareceram na sequência.A base da publicação do IBGE é o Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra do Brasil. Essa análise, também divulgada pelo órgão, acompanha, a cada dois anos, a dinâmica do território, seus processos de ocupação e suas transformações, a partir de imagens de satélite.De acordo com o monitoramento, na passagem de 2018 para 2020, período destacado, 70 mil quilômetros quadrados do país tiveram alguma mudança de cobertura e uso da terra.Isso corresponde a 0,7% do território nacional ou a uma área equivalente à dos estados de Alagoas e do Rio de Janeiro, somados.O monitoramento sinaliza que, de 2018 para 2020, as principais conversões de terras foram de áreas de pastagem com manejo para áreas agrícolas (14,9 mil quilômetros quadrados).Outras substituições de destaque foram de mosaicos de ocupações em área florestal para pastagem com manejo (12,3 mil quilômetros quadrados) e de vegetação florestal para mosaicos de ocupações em área florestal (11,8 mil quilômetros quadrados).Os mosaicos de ocupações em área florestal são caracterizados pela ocupação mista de área agrícola, pastagem ou silvicultura.Jair Bolsonaro (PL) assumiu a Presidência da República em 2019. De lá para cá, a política ambiental do governo gerou uma série de críticas ao Brasil na esfera internacional. As contestações ganharam força a partir de casos de queimadas e desmatamento na Amazônia.
2022-10-07 10:00:00
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Bolsas levam novo tombo após alta dos empregos nos EUA
Índices do mercado financeiro desta sexta-feira (7) voltaram a revelar a preocupação de investidores quanto ao futuro da economia global após um relatório sobre a criação de empregos nos Estados Unidos indicar que os juros continuarão subindo agressivamente na batalha do Federal Reserve, o banco central americano, contra a inflação.O temor da desaceleração econômica que a alta do custo do crédito pode causar derrubou os mercados de ações mais uma vez e valorizou o dólar globalmente diante da procura de investidores por segurança em ativos ligados à moeda americana.Em Wall Street, os principais índices de ações fecharam em forte queda. O S&P 500, parâmetro da Bolsa de Nova York, caiu 2,80%. O Dow Jones perdeu 2,11%, enquanto o Nasdaq afundou 3,80%.Embora tenha sustentado uma alta semanal de 1,5% nesta semana, o S&P 500 mergulha quase 24% em 2022.No Brasil, o impacto da pressão negativa do exterior segue amenizado por um cenário de inflação em queda, juros estabilizados (em um elevado patamar de 13,75% ao ano) e redução das preocupações com a condução da economia após a eleições.O dólar comercial à vista subiu 0,05%, cotado a R$ 5,2130. A moeda caiu 3,3% em relação ao real sobre o fechamento da última sexta, seu maior recuo semanal desde julho.Na Bolsa de Valores, o índice Ibovespa recuou 1%, aos 116.376 pontos. No acumulado desta semana, o indicador subiu 5,76%.A Cosan desabou 8,72% após anunciar que adquiriu participação de 4,9% do total de ações ordinárias da Vale, que caiu 0,05% Mais Relatório do Departamento do Trabalho americano mostrou que a criação líquida de empregos fora do setor agrícola foi de 263 mil no mês passado, após 315 mil em agosto.Os dados também mostraram que a taxa de desemprego caiu para 3,5% em setembro, abaixo da expectativa de manutenção em 3,7%."O dado de hoje reiterou uma geração muito sólida de emprego, o que deve pressionar o banco central americano a seguir no ritmo atual de alta de juro", disse o economista Carlos Macedo, especialista em alocação de investimentos da Warren.Operadores passaram a precificar uma chance de 92% de haver alta de 0,75 ponto percentual nos juros pelo Fed em novembro, acima da probabilidade de 83,4% vista antes do relatório, reportou a agência ReutersO aumento agressivo dos custos dos empréstimos pelo banco central dos EUA tem alimentado temores de desaceleração do crescimento econômico e impacto nos lucros corporativos, mas, com o mercado de trabalho permanecendo apertado, o Fed provavelmente continuará com seu plano de aperto monetário."Os investidores não têm confiança em um pouso suave porque o Fed continua tendo que subir cada vez os juros mais para começar a desacelerar a economia", disse Kim Forrest, diretora de investimentos da Bokeh Capital Partners, à Reuters.
2022-10-07 09:26:00
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Mulheres lideram ONG ucraniana ganhadora do Nobel da Paz que integra coalizão contra Putin
Mulheres estão na linha de frente do Centro para Liberdades Civis da Ucrânia, ONG ganhadora do prêmio Nobel da Paz ao lado do ativista da Belarus Ales Bialiatski e da organização russa Memorial.De 13 membros de sua equipe, a ONG fundada em 2007 e projetada durante a Guerra da Ucrânia conta com 11 mulheres, de acordo com informações oficias, incluindo a líder do grupo, a advogada Oleksandra Matvitchuk, e a diretora-executiva, Oleksandra Romantsova.Com agenda voltada para a promoção dos direitos humanos na ex-república soviética, o centro encampou as investigações sobre crimes cometidos desde o início da invasão russa, em fevereiro. Uma das frentes de atuação é o mapeamento de desaparecimentos forçados de ativistas e profissionais de imprensa.A ONG compõe, por exemplo, o T4P –Tribunal for Putin, ou tribunal para Putin–, coalizão de 21 organizações de direitos humanos lançada em março para investigar, por meio de relatos, redes sociais e imagens e vídeos coletados, incidentes que possam configurar crimes de genocídio, de guerra ou contra a humanidade. Mais O banco de dados da aliança mostra que ao menos 21 mil incidentes que podem ser crimes de guerra foram documentados desde então, sendo a maioria no mês de março. Os principais alvos seriam prédios residenciais, e a principal forma de ataque, os bombardeios."O centro se empenhou em documentar crimes de guerra contra a população ucraniana", disse Berit Reiss-Andersen, do comitê norueguês do Nobel, ao anunciar os laureados nesta sexta (7). Com a escolha, afirmou, a premiação envia um sinal de que "a guerra deve acabar". Mais A homenagem, por óbvio, foi celebrada pela equipe da ONG, mas também serviu de janela de oportunidade para dar tração a críticas. No Facebook, Matvitchuk pediu que os Estados-membros da ONU decidam pela expulsão da Rússia do Conselho de Segurança, o mais alto colegiado da organização, que tem o país de Vladimir Putin como membro permanente –e, portanto, com poder de veto.Ela exigiu também que as Nações Unidas abracem a responsabilidade de criar um tribunal internacional que julgue Putin e Aleksandr Lukachenko, ditador da Belarus, por crimes de guerra."Vinte anos lutando por liberdade e direitos humanos me mostraram de maneira convincente que pessoas comuns têm muito mais influência do que pensam", escreveu a ucraniana. "A mobilização em massa pode mudar a história mundial mais rapidamente do que a intervenção da ONU. Se não queremos viver em um mundo onde as regras são ditadas por quem tem maior potencial militar, e não pelo Estado de Direito, o estado das coisas precisa mudar."A ONG tem atuado em certa consonância com o governo do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, ao pedir apoio internacional. Foi muito crítica, por exemplo, à recusa da Otan a estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre o território ucraniano, como pleiteava Kiev.Antes da guerra, porém, o centro criticou a figura de Zelenski, um ator e outsider político que chegou ao poder em 2019 com grande apoio. Em relatório anual do Centro para Liberdades Civis de 2020, o grupo disse que o presidente, "como um populista clássico", alegava representar a voz do povo contra a elite política corrupta.Então, adendou: "Mesmo tendo apoio amplo para realizar reformas estruturais, ele não o aproveitou. Zelenski não conseguiu fortalecer as instituições democráticas."A tarefa, bem como o combate a corrupção, é uma das exigências feitas pela União Europeia (UE) para que, no futuro, o país do Leste Europeu possa se somar ao bloco composto por 27 Estados-membros.Por parte do governo ucraniano, coube a Mikhailo Podoliak, assessor de Zelenski, comentar o prêmio. Ao menos publicamente, porém, ele não parabenizou a ONG se deu país. No lugar, criticou a escolha do comitê. No Twitter, apontou uma espécie de falsa equivalência."O comitê tem uma compreensão interessante da 'paz', já que representantes de dois países que atacam um terceiro recebem o prêmio juntos."
2022-10-07 09:36:00
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Internacional
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A Fazenda 14: Pétala toca sino, e Deborah pede expulsão de Deolane por agressão
Depois da eliminação de Rosiane em A Fazenda 14 (Record), os ânimos ficaram à flor da pele na sede. Teve tentativa de desistência e uma suposta agressão de Deolane em Deborah.Em vídeos que circulam pelas redes sociais é possível ver Pétala dizer que bateu o sino e pediu para sair. Antes disso, olhou as fotos da família e disse que estava com saudades. Depois, sumiu da casa e preocupou alguns colegas.Minutos depois, ela reapareceu e confessou que tocou o sino, mas que teria sido orientada a receber algum tipo de ajuda profissional antes de deixar a sede. Ainda não é possível confirmar se ela de fato sairá pela porta principal ou se essa ideia foi demovida da cabeça dela pela produção. Ela continuava na sede na manhã desta sexta (7). Procurada, a Record ainda não havia se pronunciado. Mais Porém, nas redes sociais o público parece ter ficado na bronca pelo que andam chamando de "passada de pano" da emissora perante a vontade dela de ir embora. "A Pétala acabou de falar para a Deolane que pediu para sair do programa, aí a produção cortou a câmera! Que palhaçada isso. Pede para sair e a produção não toma uma atitude?", indagou uma seguidora.Outra questão que agitou a madrugada foi uma suposta agressão de Deolane com Deborah. As duas discutiam em um dos quartos quando a câmera cortou o sinal. Depois, ao voltar, Deborah reclamava de ter sido cuspida e prensada contra uma madeira, o que machucou sua perna."Agressão e ameaça. Bora votar, Twitter, hashtag #DeolaneExpulsa. Olha a minha perna, isso aqui não pode fazer. Não quero fazer isso com o programa e com a direção, mas isso é agressão", bradou Deborah. Deolane saiu deperto e a chamou de "vaquinha adestrada".A Record também não havia respondido sobre se pretende analisar as imagens para tomar alguma atitude.
2022-10-07 08:45:00
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https://f5.folha.uol.com.br/televisao/a-fazenda-14/2022/10/a-fazenda-14-petala-toca-sino-e-deborah-pede-expulsao-de-deolane-por-agressao.shtml
Com 'prosperidade comum', China sinaliza mais gastos com políticas sociais
Esta é a edição da newsletter China, terra do meio. Quer recebê-la todas as sextas no seu email? Inscreva-se abaixo.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...A "prosperidade comum" (do chinês, gòng tóng fù yù 共同富裕) voltará à agenda do Partido Comunista e deve ser estabelecida como objetivo estratégico no congresso que reconduzirá Xi Jinping a um terceiro mandato, informou o jornal South China Morning Post.Segundo o jornal, citando falas do diretor de economia da Escola Central do Partido em Pequim, Han Baojiang, a nova liderança chinesa vai se ocupar em produzir "um roteiro mais claro e detalhado para impulsionar a prosperidade comum antes de o Congresso começar no dia 16 de outubro." Dando sinais de que o tema será de fato ressuscitado, o presidente da Associação de Seguridade Social e membro do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, Zheng Gongcheng, participou na última semana de um seminário e discursou sobre o assunto.O vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências Sociais —principal instituição de pesquisa no país e responsável pela base teórica de várias políticas públicas—, Gao Peiyong, esteve presente no mesmo evento e complementou dizendo ser necessário "dar pleno destaque ao papel dos grupos e empresários de alta renda, incentivando-os a retribuir mais à sociedade, o que não é, de forma alguma, ‘tirar dos ricos para dar aos mas pobres’." Por que importa: Ninguém sabe exatamente o que Xi Jinping entende como "promoção da prosperidade comum", o que leva a especulações sobre a forma como a política será implementada. Os sinais indicam para uma taxação maior de fortunas, regulação contra monópolios, regras mais específicas quanto ao direito de uso da terra, transferência de renda e desembolso de subsídios às famílias. Em resumo: uma China mais intervencionista e disposta a gastar mais com despesas sociais. Empresas locais não vão esperar e já se apressam para causar boa impressão com os reguladores: Tencent e Alibaba, por exemplo, anunciaram fundos bilionários para sustentar iniciativas de prosperidade comum. Como serão usados? Talvez a resposta esteja mais clara depois do Congresso Nacional, marcado para o dia 16. Dica da semana: Em maio, a Asia Society publicou um relatório em que avalia o que "prosperidade comum" significa na prática e como o conceito deve moldar várias políticas públicas chinesas. A seu favor, o think tank conta com o ex-premiê australiano Kevin Rudd na presidência, conhecido por ter vários contatos na alta roda do poder na China e ser um entusiasta do tópico. Disponível aqui (em inglês).Naufragaram as negociações para liberação da vacina contra a Covid-19 produzida pela farmacêutica Moderna na China. Segundo o jornal britânico Financial Times, Pequim exigiu que a empresa cedesse a propriedade intelectual por trás da fórmula baseada na tecnologia de mRNA. A Moderna recusou o pedido citando "preocupações comerciais e de segurança" e desistiu de entrar no mercado chinês por ora. Há duas semanas, a CEO da companhia, Stephane Bancel, confirmou que tentava receber a luz verde dos reguladores chineses para a vacina. Se as conversas tivessem avançado, o imunizante seria o primeiro estrangeiro autorizado para uso na China continental.Taiwan está estocando "suprimentos críticos" em preparação para possíveis bloqueios ou um conflito com a China continental, informou à imprensa o vice-ministro da Economia da ilha, Chern-Chyi Chen. Segundo ele, os preparativos se concentram em torno de suprimentos essenciais como minerais, produtos químicos, alimentos e energia. "Temos um sistema e estamos fazendo um inventário todo mês. Queremos garantir que tenhamos o suficiente para um determinado período de tempo", afirmou o representante. A preocupação se justifica pelo cerco promovido por Pequim à ilha em agosto. Na ocasião, a China continental disparou mísseis reais sobre Taiwan e bloqueou algumas rotas de navegação com exercícios militares que duraram vários dias. A iniciativa foi uma retaliação à visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taipé. Mais As Ilhas Salomão decidiram chancelar um acordo das nações insulares do Pacífico com os Estados Unidos que prevê cooperação em mais de 11 áreas, entre elas desenvolvimento sustentável, combate às mudanças climáticas e segurança regional. A assinatura, porém, só veio depois dos americanos concordarem em remover todos os trechos interpretados pelos salomônicos como ataques velados à China. O ministro das Relações Exteriores do país, Jeremiah Manele, disse à imprensa que o texto anterior forçava seu povo a "escolher lados". O acordo original não se referia à China em nenhum momento, embora condenasse a invasão russa na Ucrânia e pedisse proatividade internacional para resolver o problema. Por que importa: O pacote estabelecido por este acordo —algo na casa dos US$ 800 milhões (R$ 4,57 bilhões)— é uma tentativa americana de "voltar ao jogo" e tentar conter a influência chinesa no Pacífico.O South China Morning Post conta nesta excelente reportagem como a língua chinesa sobreviveu a séculos de reformas fracassadas, diferentes métodos de transliteração e previsões de extinção. (paywall poroso, em inglês) Outro portal a trazer boa reportagem nesta semana é o Sixth Tone, que escreve sobre a dificuldade de jovens chinesas para encontrar pretendentes na zona rural (e como elas são estigmatizadas por estarem solteiras). (gratuito, em inglês) A Universidade Harvard vai realizar uma mesa de discussão no dia 8 de novembro sobre as transformações na China após o Congresso Nacional do Partido Comunista. O evento será híbrido e quem quiser assistir online deve se inscrever aqui. (gratuito, em inglês)
2022-10-07 08:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/10/com-prosperidade-comum-china-sinaliza-mais-gastos-com-politicas-sociais.shtml
Médica incorpora 'Lupita Glamurosa' e humaniza atendimentos no litoral de SP
Pacientes de hospitais públicos do Guarujá e Mongaguá, no litoral paulista, são surpreendidos por uma espécie de princesa loira usando máscara, envolta por um vestido amarelo e uma coroa da mesma cor vibrante. Ela entra na enfermaria fazendo brincadeiras em portunhol (mistura de português e espanhol), dançando e tocando músicas latinas, como as da cantora Shakira.A mulher que leva sua potência a prontos-socorros e a pessoas internadas é Lupita Glamurosa, personagem criada há três anos pela médica colombiana Sandra Lopez para proporcionar um atendimento mais acolhedor, trabalho que ela realiza fora do seu expediente."A Lupita é uma maneira de mostrar que é possível fazer medicina humanizada. Ela prova que com alegria você mexe com o emocional e tem resultados na parte clínica. Funciona como uma espécie de programação neurolinguística", afirma Sandra, com um carregado sotaque espanhol.Sandra se divide em três especialidades: ginecologia obstétrica, pediatria e clínica geral. Seus jalecos são diferentes, coloridos e desenhados por ela própria, assim como seus figurinos.Com o avental, ela costuma trabalhar nos hospitais e, depois das visitas médicas, sugere ao paciente uma brincadeira rápida e logo encarna seu papel."Até as colegas enfermeiras interagem e dançam, deixando o astral bem divertido. Todo mundo se envolve e entra na onda da Lupita Glamurosa", diz a médica.Mas quando termina o expediente e inicia seu trabalho voluntário em outros hospitais, CAPs (Centro de Atenção Psicossocial), lar para idosos, para crianças e até canis, Sandra coloca seu figurino de Lupita.Ela se lembra de uma paciente que sofreu um derrame e não respondia aos tratamentos. "Coloquei canções latinas e ela demonstrou resposta ao som. A música é um instrumento muito poderoso, porque leva alegria", afirma.As crianças também demonstram entusiasmo. "Elas ficam doidinhas, abraçam e querem brincar. Até me convidam para os seus aniversários. Quando posso, marco presença e faço homenagens."A médica conta que sempre gostou de brincar com seus pacientes no pronto-socorro do hospital Vicente de Carvalho, no Guarujá. Mas sua personagem surgiu quando ela começou a interpretá-la em festas beneficentes."Para um desses festejos fiz um vestido com uma coroa. Foi aí que o figurino foi surgindo", afirma Sandra, que também apoia campanhas de saúde, como a do setembro amarelo (de prevenção ao suicídio).Depois dessas celebrações, a médica costumava passar pelos hospitais e prontos-socorros caracterizada e as enfermeiras a chamavam de Lupita."O meu cabeleireiro viu e falou que a Lupita era glamorosa. Aí o nome da personagem pegou", explica a médica.Para Ronaldo Aguiar, diretor artístico da ONG Doutores da Alegria, grupo de atores profissionais que leva a linguagem dos palhaços a hospitais públicos, uma personagem como Lupita Glamurosa dá um respiro tanto à equipe médica quanto aos acompanhantes."Essas pessoas têm que lidar com diagnósticos, com o psicólogo do paciente e com tudo que ele está vivendo ali dentro. Não tem nada mais lindo quando um ser humano está inteiro para o outro. O paciente também entra na brincadeira porque percebe que aquilo é verdadeiro", diz.Aguiar avalia que a atitude de Sandra Lopez rompe com aquilo que foi estabelecido para ela como médica. "Ela mostra que também pode brincar. As pessoas geralmente olham o médico e enrijecem por ele ser aquela figura muito séria, e a Lupita quebra isso."Originária de Cali, na Colômbia, Sandra Lopez chegou ao Brasil há dez anos para fazer residência médica. Gostou tanto que por aqui ficou.Ela se especializou em ginecologia obstetrícia e pediatria. Naturalizou-se brasileira e prestou concursos. Há sete anos, atua em hospitais públicos do Guarujá e de Mongaguá.Sandra afirma trabalhar 12 horas por dia, e, às vezes, descansa aos domingos. "No plantão, surge todo tipo de atendimento. Infartados, acidentados, feridos graves que precisam de sutura. Na maternidade tem de curetagem a parto. É bem dinâmico."Para o secretário municipal de Saúde, Luís Cláudio Sartori, a iniciativa é interessante. "Trata-se de uma médica voluntária que colabora com a humanização do atendimento, proporcionando momentos lúdicos a pessoas que estão mais sensíveis por vivenciaram algum tipo de tratamento de saúde."Numa rotina tão dura, muitas vezes, a médica afirma que Lupita Glamurosa quer passar a seguinte mensagem: "A vida é uma festa viva, viva a vida, viva o amor". Esse é o lema dela, diz Sandra.De acordo com o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), não há restrições para médicos realizarem atividades voluntárias semelhantes às de Sandra Lopez. Mais
2022-10-07 06:00:00
cotidiano
Cotidiano
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Acompanhou as notícias do mercado nesta semana? Teste no quiz
Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta sexta-feira (7). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...A definição de um segundo turno na disputa presidencial deu largada a uma sequência de anúncios de apoios não apenas no mundo político, mas também entre atores importantes da economia nacional —analistas, pesquisadores, técnicos, executivos e empresários. Nesta quinta (6), os economistas Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, e Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), anunciaram apoio à candidatura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).Do lado do atual mandatário Jair Bolsonaro (PL), estão associações de empresários do agronegócio paulista (Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e setores do empresariado. Mais Mais Veja quem mais na economia já anunciou apoio público aos candidatos: Lula:Bolsonaro:O cliente aproxima ou insere o cartão na maquininha, coloca a senha, e uma mensagem de erro aparece. Em uma nova tentativa, a transação é efetuada. Na grande maioria das vezes, o que ocorreu foi um problema técnico. Em alguns casos, porém, o que houve foi um golpe. Entenda: nesse tipo de crime, criminosos se passam por funcionários da adquirente (empresa de maquininha) ao ligarem para o lojista e solicitarem o download de um arquivo para uma suposta atualização dos sistemas.A Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) diz que o Prilex é conhecido e combatido em sistemas de pagamentos e não é capaz de comprometer a segurança do chip.O que fazer? Para os lojistas, a recomendação é confirmar a identidade do profissional que está ligando em nome da adquirente. Para o consumidor, é sempre conferir a fatura do cartão e entrar em contato com a central de atendimento quando encontrar um problema. Outros golpes revelados pela Folha:Em um país conhecido por suas empresas centenárias e tradicionais, faltava à Alemanha uma novata que acompanhasse a onda de tecnologia vista com as americanas no Vale do Silício. É aí que entra a Wirecard, fintech que chegou a valer 24 bilhões de euros (R$ 122 bilhões) e cuja derrocada após uma sequência de fraudes é tema de documentário recém-lançado pela Netflix. Entenda: a Wirecard era uma processadora de pagamentos que se tornou uma queridinha do mercado financeiro alemão mesmo com seu histórico ligado a clientes obscuros, como sites de pornografia e de jogos de azar.Foi só quando as autoridades alemãs analisaram de perto as operações da companhia na Ásia, que na verdade eram praticamente criadas no Excel, que o negócio desmoronou, em 2020.Boa parte desses esquemas também está na série humorística alemã "Rei dos Stonks", outra da Netflix. A produção, porém, nega que seu enredo seja uma imitação do que aconteceu na Wirecard.
2022-10-07 07:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/acompanhou-as-noticias-do-mercado-nesta-semana-teste-no-quiz.shtml
Veja o valor do consignado do INSS com o limite de 45%
Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) podem comprometer até 45% da renda previdenciária com créditos consignados.A ampliação de 5% da margem diz respeito exclusivamente às despesas feitas no cartão consignado de benefício, uma nova modalidade de cartão. As parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamentos da aposentadoria ou pensão.Também é permitido sacar até 70% do limite do cartão sem comprometer a margem consignável para contratação de novos empréstimos.O novo produto tem cobrança de juros e especialistas alertam para o risco de endividamento, ainda que as taxas sejam menores que de cartões de crédito comuns. É obrigatório ter seguro de vida, auxílio e assistência funeral gratuitos, além de descontos em redes de farmácias conveniadas.A pedido da Folha o advogado Wagner Souza, sócio do Escritório Roberto de Carvalho Santos Advogados Associados, calculou como ficam valores de parcelas, pagamento de juros e endividamento de beneficiários com diferentes faixas de renda que tomarem o empréstimo com desconto direto no benefício, o cartão de crédito consignado e o novo cartão do consignado.No caso do empréstimo pessoal consignado, as simulações mostram que, apesar de haver um limite de juros de 2,14% ao mês, abaixo das taxas aplicadas em outras modalidades de crédito no mercado, a dívida do contratante do consignado pelo prazo máximo de 84 meses será de quase o dobro do crédito tomado.Se uma pensionista do INSS recebe o piso de R$ 1.212 e comprometer 35% da sua renda com 84 parcelas de R$ 424,20, por exemplo, pegará emprestado cerca de R$ 16.475. Ao final do contrato, terá pago à financeira R$ 35.633, mais que o dobro do que colocou no bolso.O mesmo pensionista pode utilizar mais 5% (R$ 60,60, neste exemplo) no cartão consignado de benefício para comprar remédios em farmácias ou saques em dinheiro. É preciso, porém, ficar atento ao pagamento de juros. Se utilizar toda a margem liberada para o novo cartão, o beneficiário que recebe um salário mínimo do INSS irá pagar R$ 320,65 de juros.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Ao menos três bancos estão oferecendo o novo cartão de benefício consignado do INSS.No Santander, a contratação é feita em correspondente bancário do Santander Olé, por agência do Santander ou pelo Crediperto, que pertence ao mesmo grupo, de forma digital, por meio de biometria facial e SMS. Se não quitar toda a fatura, há a cobrança de juros de 3,06% na conta do próximo mês.Pelo Banco BMG, a taxa de juros varia de 3,06% a 4,70% quando há o pagamento do valor mínimo da fatura. Mais
2022-10-07 04:00:00
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Mercado
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Pré-venda do iPhone 14 começa nesta sexta (7) no Brasil
A pré-venda do iPhone 14 começa nesta sexta-feira (7) no Brasil, um mês depois do lançamento nos Estados Unidos. Os novos smartphones da Apple têm preços a partir de R$ 7.599 e serão distribuídos na próxima semana.O iPhone 14 está disponível nas cores preto (meia-noite), branco (estelar), azul, roxo e vermelho. Segundo a Apple, o produto acompanha um cabo de energia para recarga do aparelho, mas não o adaptador para tomadas.A pré-venda é exclusiva do site da empresa. Será possível parcelar a compra em até 12 vezes ou fazer o pagamento à vista, com desconto de 10%. A linha foi anunciada em 7 de setembro, durante o evento "Far Out", e abrange o iPhone 14, o iPhone 14 Plus, o iPhone 14 Pro e o iPhone 14 Pro Max.O Plus, contudo, ainda não tem data para chegar ao mercado brasileiro. Nos EUA, o modelo também começa a ser vendido nesta sexta.Sem grandes transformações visuais e computacionais, os modelos agora podem mandar mensagens de emergência via satélite, mesmo em lugares sem internet e nem sinal de celular, e detectar batidas de carro.O iPhone 14 Pro e o iPhone 14 Pro Max, os mais caros da nova linha, apresentam telas, materiais e câmeras melhores, além de uma "franja" interativa. Eles usam o chip A16 Bionic, que a Apple diz ser o "mais rápido disponível em um smartphone".A câmera, uma das principais qualidades da linha, também teve melhorias no processamento de imagem. Segundo o site da Apple, as fotos ficarão até 2,5 vezes melhores em ambientes pouco iluminados. As câmeras dos iPhone 14 e do 14 Plus têm 12 MP, enquanto as do iPhone 14 Pro e 14 Pro Max têm 48 MP.No Brasil, contudo, os quatro celulares serão lançados sem as mensagens de emergência via satélite e a exclusividade do eSIM, dois recursos que receberam destaque no evento de setembro.
2022-10-07 04:00:00
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Tecnologia
https://www1.folha.uol.com.br/tec/2022/10/pre-venda-do-iphone-14-comeca-nesta-sexta-7-no-brasil.shtml
BNDES tenta adiar devolução de recursos ao Tesouro, e TCU sobe o tom contra banco
O plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) subiu o tom contra o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) após a instituição financeira tentar uma manobra para retardar a devolução de recursos ao Tesouro Nacional.Ministros da corte de contas afirmaram que a instituição demonstra "persistente relutância" em cumprir determinações do tribunal e chegaram a mencionar a possibilidade de afastar dirigentes como punição.O TCU também ameaçou expedir uma medida cautelar para suspender qualquer distribuição de participação nos lucros a seus empregados até que as verbas da União sejam devolvidas.Como revelou a Folha, enquanto retém os aportes do Tesouro (feitos durante governos petistas), a atual gestão do BNDES distribuiu um benefício médio de R$ 108,1 mil a seus empregados por meio de seu programa de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) referente aos resultados de 2021. O PLR mais alto passou de R$ 257 mil.O BNDES informa que tem cumprido as orientações do TCU no fluxo de devoluções de recursos ao Tesouro e que, desde a nova determinação da corte de contas, já vem trabalhando em conjunto com o Ministério da Economia para apresentar um novo cronograma.Em setembro, o TCU determinou que o banco cumpra um cronograma mais rápido de devolução dos recursos injetados pelo Tesouro Nacional durante governos petistas. Os repasses foram considerados irregulares pela corte de contas, e sua manutenção nos cofres do BNDES mantém a dívida pública mais elevada e obriga o país a pagar juros.A decisão deve significar a antecipação de R$ 88 bilhões em recursos públicos que ainda estão em posse do banco de fomento —dos quais R$ 10 bilhões já tiveram a devolução aprovada nas instâncias internas da instituição.O BNDES recorreu alegando que a restituição mais veloz dos valores obrigará o banco a captar recursos no mercado (a uma taxa de juros maior) ou vender ações de empresas que estão na carteira do BNDESPar, braço de participações da instituição.O banco questionou o TCU se essas providências seriam legais e se ele poderia assumir o risco de ter prejuízo nos contratos, uma vez que as taxas cobradas nos empréstimos concedidos com recursos do Tesouro são menores que as potencialmente cobradas para se financiar no mercado."Esses embargos possuem claramente um caráter protelatório e estão inseridos no contexto já conhecido pelos senhores da persistente relutância do BNDES em dar cumprimento às determinações deste tribunal para proceder à devolução de vultosos valores que, é importante ressaltar, lhe foram transferidos de forma irregular", disse o ministro do TCU Jorge Oliveira, relator do pedido de revisão do BNDES. Mais Ele lembrou que o tribunal também determinou, em setembro, a instauração de um processo específico para avaliar a utilização dos rendimentos obtidos com o dinheiro do Tesouro para pagar PLR aos empregados do banco."Que fique claro, a postergação da elaboração de um cronograma adequado de devoluções poderá levar esse tribunal a adotar medida cautelar para impedir a distribuição de lucros a seus empregados. Talvez assim a burocracia interna do banco abdique da postura resistente que vem adotando", afirmou Oliveira.O relator disse ainda que não cabe ao TCU definir os procedimentos a serem adotados para o cumprimento do cronograma e que as alternativas devem ser analisadas pelo BNDES em conjunto com o Ministério da Economia, pasta à qual o banco é subordinado.O ministro Walton Alencar, decano do TCU, disse que a resistência do BNDES em cumprir decisões "atravessa gestões"."Passam as gestões e o BNDES continua exatamente o mesmo. Ele vem ao tribunal, faz promessas de emendas, mas é sempre a mesma recalcitrância no atender ao interesse público. É um órgão que não induz nenhuma confiança dos órgãos de controle, desobedece sistematicamente as normas mais básicas de direito administrativo", criticou Alencar."Só quando o TCU passar a punir sistematicamente todos esses diretores, todos esses dirigentes, nós passaremos a obter resultados. Vamos afastá-los, nós temos competência legal para afastar dirigentes que se recusam a cumprir decisões do TCU", disse o decano. Apesar da defesa, nenhuma medida concreta nesse sentido foi apreciada pelo plenário do tribunal.Alencar disse ainda que o BNDES tem em sua carteira ações de empresas já maduras e rentáveis, como Vale e Marfrig, o que seria, em sua visão, inapropriado para um banco de desenvolvimento, cuja função é fomentar pequenos e novos negócios no país."Essas ações pagam bons dividendos, que são auferidos como lucros e são distribuídos a seus empregados. Isso é criminoso", disse o ministro. Ele defendeu a realização de uma auditoria para avaliar as razões de o banco manter a posse dessas ações —embora o banco tenha agido para vender parte das ações que detém de grandes empresas."O BNDES é um dos casos mais gritantes de recalcitrância dentro da administração pública e de utilização do patrimônio público em benefício dos seus empregados", disse o ministro.O presidente da AFBNDES (Associação de Funcionários do BNDES), Arthur Koblitz, que também representa os empregados no conselho de administração, afirma que o recurso apresentado pela instituição buscava dar segurança jurídica à tomada de decisão dos diretores para devolver os recursos.Segundo ele, há a visão de que a Lei das Estatais proíbe os dirigentes de adotar medidas ou políticas que resultem em prejuízo à instituição. "Diante de todas as mudanças de interpretação, as devoluções tinham que ser feitas respeitando segurança jurídica e os contratos. Se não a gente corre o risco de o próprio TCU mudar a decisão", diz.Koblitz afirma ainda que os empregados esperam uma posição da diretoria do banco sobre as acusações de que a posição dos advogados é corporativista. Ele também rechaça as ligações feitas entre a retenção dos aportes do Tesouro e o pagamento de PLR aos funcionários do banco."A posição da associação dos funcionários sobre as devoluções sempre foram em defesa do banco. O banco está sofrendo um desmonte, ficando sem recursos para ajudar no desenvolvimento do país", diz.
2022-10-07 04:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/bndes-tenta-adiar-devolucao-de-recursos-ao-tesouro-e-tcu-sobe-o-tom-contra-banco.shtml
A 24 dias do segundo turno, Johnny Massaro diz que é preciso manter a calma: 'Único jeito'
Estreante na função de diretor, Johnny Massaro estava suando em bicas no tapete vermelho do Festival do Rio, no Cine Odeon, no centro da cidade. Além do clima bem abafado na noite desta quinta-feira (6), ele estava tenso pela estreia de seu primeiro longa, "A Cozinha". Enquanto usava a manga da camisa para limpar o suor do rosto, o ator deixava à mostra uma tatuagem no pulso onde se lia: CALMA."É o que tento sentir neste momento, mas está difícil ", assumiu Massaro, não só pela sua produção, mas também pelo segundo turno das eleições presidenciais, daqui a pouco mais de três semanas. "Não posso ser leviano em dizer que não existem componentes de desespero e angústia por tudo que nós estamos vivendo. Mas faz parte do artista manter uma postura de coragem e esperança. Isso tudo tem a ver com manter a calma", explicou Johnny.O ator também falou sobre a polarização entre os dois candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) nas eleições à presidência da República. "Acho que essa sensação de torcida, de rivalidade não leva a lugar nenhum. Não existe essa de quem ganha ou quem perde. Temos que pensar coletivamente em como todos podemos ganhar e evoluir", observou. Mais Ele também explicou que "A Cozinha" é o primeiro projeto artístico de um grupo de atores, que pesquisa sobre dramaturgia proposta para espaços (ou cômodos) que já existem. '"A Cozinha" é totalmente produzido por mim e pelo Felipe Haiut. Queremos muito que 'A Garagem' seja nosso segundo momento", completou Massaro.
2022-10-07 01:26:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2022/10/a-24-dias-do-segundo-turno-johnny-massaro-diz-que-e-preciso-manter-a-calma-unico-jeito.shtml
Maçons admitem força do bolsonarismo e se dizem alvo de preconceito
Enquanto Jair Bolsonaro (PL) acusava a esquerda de fazer "estardalhaço" com imagens suas numa loja maçônica, grupos maçons compartilhavam outro vídeo, que fazia um escarcéu sobre a possibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltar ao poder.Gravado pelo locutor Fábio Dub, um entusiasta do presidente, o material diz que, se optarem pelo PT, professores não podem reclamar de levar tapas e chutes de alunos, tampouco valem queixas do agricultor que tiver sua propriedade invadida pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), ou do comerciante que for assaltado.A peça termina lembrando, em tom de desprezo, artistas que endossam o petista: "Caetano Veloso, Daniela Mercury e Anitta —isso, Anitta".Opositores têm usado a visita a uma reunião de maçons, em 2017, contra o presidente, que entrou na defensiva sobre o tema, um tanto indigesto para sua principal base religiosa. Evangélicos, em geral, veem a maçonaria como uma seita incompatível com a fé cristã, posição compartilhada pelo Vaticano.Bolsonaro virou "Maçonaro" nas redes sociais, e sua tropa de choque correu para reduzir danos. O pastor Silas Malafaia divulgou vídeo minimizando a confraternização do presidente com maçons, e a deputada Carla Zambelli (PL) rogou: "Coloquem a mim na fogueira". Ela se casou numa loja maçônica em 2020, com Michelle Bolsonaro entre os convidados, o que virou munição contra o mandatário. Mais Também foi recuperada pelas redes uma nota recente, publicada pela revista Veja, sobre a participação de Bolsonaro no 2º Encontro de Lideranças Empresariais Maçônicas. O evento aconteceu no dia 15 de setembro, mas o presidente acabou não indo."Segundo informações que recebemos, foi por conta do falecimento da rainha [Elizabeth], aí a agenda dele acabou sendo ajustada", diz um dos vice-presidentes da Associação Comercial de São Paulo, João Bico.Bolsonaro não foi convidado por ser candidato, e sim por ser a autoridade máxima do país, ele afirma. Lula também o seria, se presidente fosse.Bico é membro da Sagrada Família, loja sob guarda da potência maçônica Grande Oriente de São Paulo. Não acha "justo nem ético" dizer em quem vota, dada sua posição hierárquica, mas sinaliza que em ao menos um ponto concorda com Bolsonaro: a política do "fique em casa", que se estendeu por meses durante a pior pandemia em gerações, desamparou a classe empresarial."Milhares de negócios foram fechados porque fomos obrigados a ficar presos. Acho que isso foi, de certa forma, uma certa arbitrariedade que prejudicou", diz.A Folha conversou com cinco maçons para esta reportagem. Fora Bico, que não se posicionou abertamente, dois são bolsonaristas e os outros dois não gostam nem do atual presidente nem do ex.Um maçom que não quis ter o nome divulgado diz que uma grande maioria é Bolsonaro. Afirmou ter votado em Ciro Gomes (PDT), mas que não sabe quem será seu candidato no segundo turno.Ele e outros três concordam que, a despeito das preferências pessoais, a maçonaria pode até ser um ambiente plural, mas a inclinação ao bolsonarismo no segundo turno é patente. O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) está num dos grupos de WhatsApp onde circularam o vídeo anti-PT. A repórter, por ser mulher, jamais poderia fazer parte dele. A maçonaria tradicional só acata membros homens."Em geral, são pessoas que não aceitam comportamentos de esquerda, como ideologia de gênero, drogas e aborto", afirma o bolsonarista Tadeu, não reeleito para a Câmara. "Até tem petistas, mas eles são minoria."Não se trata de um filtro ideológico a priori, mas consequência do perfil mais habitual das lojas maçônicas, segundo o parlamentar. O maçom médio é branco e de classes mais altas. "Onde o PT tem mais voto? Nas classes de baixa renda."É preciso ter algum poder aquisitivo, diz, para ser um deles. Tadeu paga R$ 200 de mensalidade para pertencer à sua ordem. Dá um exemplo de gasto: viúvas recebem, após uma vaquinha de irmãos maçons do falecido, uma espécie de seguro de vida, que pode chegar a R$ 100 mil.Outro maçom, que prefere o anonimato, ratifica a ideia de que esquerda e maçonaria não são o melhor match. São os liberais e os conservadores que mais procuram as lojas, diz.Ao menos dois aliados de Lula nesta eleição fizeram o mesmo que Bolsonaro: discursar num encontro maçônico sobre projetos políticos. Um deles é Geraldo Alckmin (PSB), na época governador pelo PSDB, hoje vice do petista com quem já disputou a Presidência. Outro é Márcio França (PSB), também ex-governador, recém-derrotado na eleição para o Senado.Ele lembra de outros irmãos políticos: Michel Temer (MDB) e Hamilton Mourão (Republicanos).Algumas jovens lideranças vieram da Ordem DeMolay, uma espécie de pré-escola da maçonaria, para jovens de 12 a 21 anos. O ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), morto em 2021, passou por lá.Na segunda (3), um grupo de WhatsApp do DeMolay-SP recebeu a mensagem de que estará "muito bem representado pelos irmãos Seniores Baleia Rossi, na Câmara, e Matheus Coimbra, na Assembleia Legislativa de São Paulo". Tenente Coimbra é do PL de Bolsonaro, e Rossi preside o MDB nacional.Políticos da "esquerda radical", como esse maçom define o PT, ele nunca viu discursar na maçonaria. Já a "esquerda moderada", como enquadra Alckmin, França e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), tiveram a palavra em encontros passados.Maçons pasmaram por terem virado arma contra Bolsonaro. Um dos que conversou com a reportagem disse que a maçonaria é alvo de preconceito e que, como aconteceu com os comunistas, ganhou fama infundada de pactuar com o demônio, comer criancinhas.João Bico, o empresário que não pôde recepcionar Bolsonaro em setembro por conta do funeral da rainha da Inglaterra, aposta que os políticos não vão deixar de procurar as lojas maçônicas."A maçonaria é uma entidade muito importante e participou de vários momentos importantes do país. Nunca pode estar fora do contexto de discussão para o Brasil, seja o presidente que for."
2022-10-07 04:10:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/macons-admitem-forca-do-bolsonarismo-e-se-dizem-alvo-de-preconceito.shtml
Governador do Acre admite fiscalização frouxa e fala em 'prejuízo grande' se não apoiasse Bolsonaro
Reeleito governador do Acre em primeiro turno, após nova derrota do PT num estado governado pelo partido por 20 anos, Gladson Cameli (PP) afirmou à Folha que "não há fiscalização assídua" do governo federal no estado e que essa ausência influencia na presença de facções do narcotráfico na região. Mesmo assim, o apoio à tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) é automático."Com meu eleitor no Acre, eu teria um prejuízo muito grande se não o apoiasse", disse Cameli, que viajou a Brasília para reunião com Bolsonaro nesta quinta-feira (6).O encontro teve outros governadores da Amazônia que também dão apoio ao projeto político do presidente, cujo resultado é o aumento expressivo do desmatamento da Amazônia nesses lugares."Essa eleição tem dado recados claros. Não é partido, são ideias e pessoas", afirmou o governador.A seguir, os principais trechos da entrevista:O senhor foi reeleito em primeiro turno, e a votação de Bolsonaro no Acre foi até mais expressiva. A que atribui esse êxito do presidente? Foi uma conquista de votos que ele já havia conseguido desde a primeira eleição. É a forma dele de agir. Houve 20 anos de esquerda, tanto no governo estadual quanto no federal. Bolsonaro conseguiu concluir obras que foram promessa de anos e anos da esquerda, como a ponte do Abunã. E a política de agronegócio, de geração de emprego e renda, pegou muito desde 2018.O êxito eleitoral se deu em estados com aumentos expressivos dos índices de desmatamento na Amazônia, como Acre e Rondônia. Existe correlação entre o avanço do desmatamento e o avanço do bolsonarismo nesses lugares? Vários fatores explicam isso. As pessoas ficaram paradas por muito tempo na pandemia sem poder plantar, trabalhar. E, com a ansiedade de querer fazer tudo, teve realmente um relaxamento. Houve um recomeço de tudo. Até conseguir colocar o servidor público num gás, para que pudesse rodar mais, isso leva tempo. A política do agronegócio foi o cavalo mestre da economia. E não há fiscalização muito assídua, além de ser ano político, de reeleição. Acabou acontecendo essa situação. Sou a favor da preservação, mas também do agronegócio. Acredito no agronegócio com sustentabilidade, sem precisar estar reprimindo.Mas existe relação direta entre o avanço dos votos em candidatos com essa política e a redução de fiscalização e repressão de crimes ambientais? Não totalmente dessa forma. Enxergo que há uma politização. Parece tipo um código. Quem é ambientalista é de esquerda, quem é do agronegócio é de direita. Isso não tem nada a ver. Tudo isso está acontecendo porque houve sim uma política do agronegócio, houve exagero e houve enfraquecimento dos cuidados com a preservação.O senhor concorda com a política do presidente de redução da fiscalização ambiental? No Acre, o desmatamento de 2019 a 2021 foi de 2.259 km², mais do que o dobro dos três anos anteriores, conforme dados do Inpe. Não tenho esses números de fato. Não concordo com nada que seja ilegal. Se for desmatamento através de um projeto, manejo, perfeito. Eu vou investir no agronegócio, mas vou triplicar a fiscalização no que for competência dos órgãos estaduais, mais parceria com os órgãos federais, para que a gente possa fazer o que está na lei. Eu preciso do meio ambiente e das florestas intactas para explorar o turismo. Não preciso desmatar uma árvore para o agronegócio, porque já ganhou gás. Aquilo que está sendo feito através de irregularidades, tem de punir. Na fronteira, a Bolívia não tem controle, e acaba sobrando para gente.Como os governadores da chamada Amacro, região que inclui sul do Amazonas, Acre e Rondônia, estão se organizando para pedir votos ao presidente no segundo turno? Quem é de esquerda vai na esquerda, quem é de direita vai na direita. Só vai ter de conquistar aquele voto indeciso. É conversar com o eleitor. Nós, governadores, não nos reunimos ainda.O apoio desses governadores da Amazônia ao presidente é automático? Com meu eleitor no Acre, eu teria um prejuízo muito grande se não o apoiasse.Por quê? Porque é esquerda e direita. O meu eleitor, que é contra os [irmãos] Viana, contra o PT, que quis uma alternância de poder pelo tempo que eles passaram, vai me ver apoiando o presidente Lula? Essa eleição tem dado recados claros. Não é partido, são ideias e pessoas. Quem não está entendendo o recado das urnas vai ter prejuízo nas próximas.Nos últimos anos, houve um avanço das maiores facções criminosas do país, de Rio e São Paulo, na Amazônia e especificamente no Acre. Esse avanço só não foi possível por causa da redução da presença do Estado e da fiscalização no Acre? Não somente pela questão ambiental. O primeiro ponto foi a presença do Estado. O PT deixou as fronteiras totalmente abertas, sem condições de impedirmos o contrabando. Com Bolsonaro, reestruturamos todo o sistema de segurança. Houve aumento do contrabando de drogas. Facção é droga. Chegou ao ponto de eu achar que o Estado de Direito ia perder para as facções. O que está pegando é essa política polarizada, essa guerra de meio ambiente com agronegócio. Sou contra esse radicalismo da conjuntura do momento.Uma maior presença do governo federal, com mais ações de fiscalização, não inibiria as ações das facções? Concordo que sim. Agora, é preciso dizer que a população é contra o desmatamento. Da região de Rio Branco a Cruzeiro do Sul, a tendência lá é criar gado, que não precisa desmatar, e cuidar do meio ambiente. Já não posso dizer que é a mesma coisa pro lado de Brasileia, que é mais do plantio de soja. O grande gargalo nosso é facção e proteção da fronteira.Os governadores bolsonaristas da Amacro tentaram criar essa zona de produção para o agronegócio, houve bastante crítica e um relativo recuo. Mesmo assim, a região é um arco do desmatamento na Amazônia. Se Bolsonaro for reeleito, o projeto pode ser retomado? Pode. O que estava acontecendo é que invasores de terra estavam invadindo fazendas. Esse consórcio da Amacro… A polícia do Amazonas não tem como atender todas as ocorrências se não for com apoio da nossa. Só se pode fazer isso se houver acordo de cooperação.Mas houve um relativo recuo. Não tem nada agendado sobre essa pauta Amacro nos próximos dias. O negócio agora é a reeleição presidencial.Esse alinhamento automático a Bolsonaro pode deixar esses governadores em posição difícil, em caso de deslocamento de poder e eleição de Lula? Aí vai muito da consciência de cada candidato. Imagina se eu ficasse neutro ou apoiasse o presidente Lula. Não ia dar um voto pra ele, porque meu eleitor não ia votar nele. Toda vez que eu fosse falar com ele, ele ia pedir autorização para o Jorge Viana [ex-senador e ex-governador do PT, derrotado por Cameli]. Quem for o próximo presidente, vou procurar. No outro dia estou pedindo uma audiência com a bancada federal. Mais
2022-10-07 04:05:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/governador-do-acre-admite-fiscalizacao-frouxa-e-fala-em-prejuizo-grande-se-nao-apoiasse-bolsonaro.shtml
Tarcísio reúne 9 partidos no 2º turno e deve ter maioria na Assembleia de SP se eleito
O candidato do Republicanos ao Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, teve a adesão de mais cinco partidos, além das siglas que já compõem sua coligação, na primeira semana do segundo turno.Com isso, caso seja eleito, ele pode ter apoio de pelo menos 52 do total de 94 deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo.Tarcísio recebeu apoio da União Brasil, com 8 parlamentares eleitos em São Paulo, do MDB, com bancada de 4 deputados, além do Podemos e do PP, com 4 e 3 representantes, respectivamente.As novas adesões se somam aos quatro partidos que integram a campanha do candidato e elegeram 33 representantes em São Paulo: PL (19), Republicanos (8), PSD (4) e PSC (2).O movimento tende a fortalecer a candidatura de Tarcísio para o segundo turno. Nesta terça (4), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, organizou um jantar na capital paulista com a presença de Tarcísio e de deputados estaduais e federais, além de prefeitos e do senador eleito Marcos Pontes.No encontro, que contou ainda com Marcos Pereira e Gilberto Kassab, chefes dos Republicanos e do PSD, respectivamente, foi discutida a estratégia de Tarcísio diante de Fernando Haddad (PT).Na campanha do petista, apenas dois partidos declararam apoio até o momento, PDT e Solidariedade. No total, caso eleito, Haddad teria em tese, com base nas adesões do período eleitoral, 30 deputados estaduais como aliados.O PSDB, que formou uma bancada de 9 parlamentares nestas eleições estaduais, ainda não declarou apoio formal a nenhum dos dois candidatos que disputam o segundo turno, apesar de o governador Rodrigo Garcia (PSDB) ter se posicionado a favor da candidatura de Tarcísio.A expectativa é que os deputados tucanos, principalmente os mais alinhados com Rodrigo —como o atual presidente da Alesp, Carlão Pignatari, Carla Morando e o líder do governo, Vinícius Camarinha— também fechem apoio a Tarcísio.O apoio de Rodrigo foi formalizado em encontro com Tarcísio e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, menos de 48 horas após a divulgação do resultado do primeiro turno."A decisão é coerente com a minha história e com aquilo que eu defendi na campanha. São Paulo vai bem porque o PT nunca governou, e quero que continue bem", disse Rodrigo, nesta quinta (6).A presença de Rodrigo é vista como mais útil para Bolsonaro, que neste segundo turno priorizará a sua campanha no Sudeste do país como forma de descontar a vantagem de Lula no Nordeste.No entanto, a participação do tucano não deixa de ser útil para Tarcísio ampliar sua base no Legislativo paulista, caso seja eleito.Tarcísio terminou a primeira rodada de votação na liderança com 42,32% dos votos válidos. Haddad teve 35,70% e Rodrigo ficou em terceiro lugar, com 18,40% dos votos.A adesão do governador paulista deflagrou uma série de manifestações de apoio de prefeitos tucanos em São Paulo à campanha do Republicanos. Já na segunda, dia seguinte à derrota de Rodrigo no primeiro turno, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), gravou um vídeo a favor de Tarcísio e com críticas a Haddad."Temos obras importantes na cidade que dependem do governo do estado. Por isso, meu apoio também vai ao Tarcísio de Freitas. Haddad, quando teve a chance, se mostrou totalmente incompetente. Foi o pior prefeito da história de São Paulo", diz Nogueira. Mais Em evento que formalizou o apoio da União Brasil, na tarde de quarta (5), Tarcísio ressaltou a "maior capilaridade" com a "adesão enorme de prefeitos" adquirida neste início de segundo turno em comparação com o começo da campanha."Não está mais faltando muita coisa para chegar, nós estamos pegando tudo", disse o candidato sobre os apoios de partidos. "Estamos tendo alianças porque o projeto está ganhando adesão", continuou.Entre os prefeitos tucanos que aderiram à campanha de Tarcísio está o mandatário de São Bernardo do Campo (ABC), Orlando Morando (PSDB), integrante da executiva nacional do partido. "É quase um processo natural a adesão dos prefeitos que apoiavam o Rodrigo à campanha de Tarcísio", afirma o prefeito."Eu, particularmente, sempre fiz oposição ao PT, derrotei o Luiz Marinho (PT) e a hegemonia petista em São Bernardo, não tinha como seguir por outro caminho", disse Morando.O prefeito de São Bernardo, inclusive, é casado com a deputada tucana Carla Morando, reeleita para mais quatro anos na Alesp.Para o deputado reeleito Paulo Fiorilo (PT), a maioria de deputados aliados não significa, necessariamente, vitória garantida em votações de projetos do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo."Acho possível ter rearranjos [de alianças]. Além disso, defendemos a proporcionalidade", diz Fiorilo ao se referir à composição das comissões e da mesa diretora de acordo com a quantidade de deputados eleitos por partido.
2022-10-07 04:15:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/tarcisio-reune-9-partidos-e-deve-ter-maioria-na-assembleia-de-sp-se-for-eleito.shtml
Bolsonaro é ameaça ao Brasil, diz cofundador da Natura ao abrir voto em Lula
O empresário Pedro Passos, cofundador da Natura, foi um dos primeiros, ainda no início de 2021, a defender a construção de uma terceira via nas eleições presidenciais. Depois, escolheu Simone Tebet (MDB) e fez contribuições para a sua candidata.Com a polarização se mostrando intransponível nas urnas no primeiro turno, ele também toma a frente em outro movimento que foi destaque na cena econômica nesta primeira semana do segundo turno: declarou voto em em Luiz Inácio Lula da Silva (PT)."Abro o voto para Lula porque estamos diante de uma ameaça institucional com o governo Bolsonaro", afirmou. "E o Brasil não pode viver sob ameaça."Segundo Passos, o atual presidente da República também descumpriu promessas na economia. " É um governo que prometeu ser liberal, mas de liberal não tem nada", disse. "É intervencionista."O empresário destaca que o risco institucional da atual gestão contaminou até a economia, com estouros do teto de gastos e o uso indiscriminado do instrumento da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para viabilizar medidas que não são saudáveis à economia."Não tenho nenhuma expectativa de que ele possa fazer algo muito diferente daqui para frente", afirmou. Em 2018, o sr. escreveu um artigo na Folha intitulado "Qual é o meu voto", defendendo uma agenda de mudanças, mas não citou nomes. Agora, por que o sr. sente essa necessidade de abrir o voto? Abro o voto para Lula porque estamos diante de uma ameaça institucional com o governo Bolsonaro e também porque tenho acompanhado a eleição. Eu apoiei a construção de uma agenda com o programa da Simone.Efetivamente, no primeiro turno, tivemos a surpresa de uma maior votação no Bolsonaro do que o previsto nas pesquisas, e vimos a eleição de um Congresso muito radical de direita, na linha do Bolsonaro. Eu tenho muito medo que isso se reflita num governo forte e com tendências reacionárias. Tenho muito medo do que pode acontecer institucionalmenteBasta ver o que ocorreu em períodos recentes. Vários aspectos, que a gente supunha serem inconstitucionais foram implementados. Tivemos a PEC Kamikaze, a PEC dos precatórios, os benefícios em ano eleitoral. E o Supremo [Tribunal Federal] ainda é desrespeitado. A gente está diante de muitos desafios.Eu achei importante abrir até para manifestar a orientação que discutimos dentro do grupo que apoiou a Simone, que decidiu apoiar Lula.Cinco economistas ligados à criação do Real e à estabilidade da moeda, bem como empresários como sr. já declararam apoio a Lula. O sr. espera algum aceno de Lula na área econômica a partir desse apoio público? Eu espero que sim. Infelizmente, o programa que o PT tem sinalizado é muito ultrapassado. Seja pelo intervencionismo, seja pela influência que prevê nas estatais, pela manutenção de uma economia fechada, ou pela revisão de algumas reformas importantes, como a trabalhista.Não é a agenda que imaginamos para o Brasil. Mais E qual seria? Em primeiro lugar, precisamos de estabilidade fiscal. A melhor forma para atingir objetivos sociais é mantendo as contas públicas em ordem, porque assim baixa a taxa de juros e atrai investimentos. Mas também precisamos de uma agenda de modernização. Não podemos ter o Brasil sempre atrasado, isolado do mundo, com baixa inserção internacional e baixa produtividade.Na agenda de produtividade há vários componentes e ela anda meio esquecida. É importante que o governo Lula vá na direção das reformas necessárias para elevar a produtividade.Qual é sua avaliação do governo Bolsonaro na economia? É um governo que prometeu ser liberal, mas de liberal não tem nada. É intervencionista. Interveio na Petrobras várias vezes. Não respeitou o teto de gastos. Não evoluiu com as reformas. A reforma tributária está acordada, mas não foi implementada.Falando em educação, a reforma do ensino médio, aprovada no governo de Michel Temer, não foi implementada pelo governo Bolsonaro. Aliás, a educação foi uma tragédia. Sem falar da questão ambiental. Mais Não tenho nenhuma expectativa de que ele possa fazer algo muito diferente daqui para frente.Mas a minha maior preocupação com o Bolsonaro é como ele lida com a parte institucional, com a democracia. Ele é uma ameaça, e o Brasil não pode viver sob ameaça.Qual o seu cenário para a economia no ano que vem? Vai ser um ano difícil. Sem grande crescimento. Vamos ter de discutir como fazer a transição diante das dinamites deixadas pelo governo atual. O cenário internacional sinaliza recessão, ou ao menos baixo crescimento nos Estados Unidos. E ainda tem a guerra na Ucrânia, que está indefinida. Não vai ser fácil em 2023, nem em 2024.O sr. notou que traçou um cenário de transição como se Lula já tivesse sido eleito? [risos] Eu não tenho capacidade de análise eleitoral. Talvez aqui eu tenha manifestado o cenário que eu acho melhor.
2022-10-07 05:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/10/bolsonaro-e-ameaca-ao-brasil-diz-cofundador-da-natura-ao-abrir-voto-em-lula.shtml
PT recupera 258 cidades de Minas Gerais, termômetro da eleição presidencial
Minas Gerais manteve, no primeiro turno das eleições de 2022, a sua tradição de refletir os resultados nacionais da corrida presidencial.As votações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no estado e no país foram quase idênticas, em termos proporcionais. Os dois disputam o segundo turno no próximo dia 30.Com todas as urnas apuradas, Lula obteve 48,43%, e Bolsonaro, 43,20% das preferências dos eleitores brasileiros. Entre os mineiros, esses índices foram de 48,29% e 43,60%, respectivamente.A ordem de colocação dos 11 candidatos nos rankings nacional e estadual também ficou praticamente igual, com Simone Tebet (MDB) em terceiro e Ciro Gomes (PDT) em quarto lugar, e assim sucessivamente, até Eymael (DC), em último.A única diferença foi que, em Minas, Soraya Thronicke (União Brasil) terminou na sexta posição. A senadora foi superada no estado por Felipe D'Avila (Novo), candidato apoiado pelo governador Romeu Zema, do mesmo partido.Para o segundo turno, um novo tempero na disputa mineira entre Lula e Bolsonaro é o apoio anunciado por Zema ao atual presidente. O chefe do Executivo estadual foi reeleito em primeiro turno com 56,18% dos votos.Em 2002, 2006 e 2010, os mineiros não tiveram objeção à ideia de eleger presidente e governador de campos políticos opostos.O estado contribuiu para as vitórias nacionais do PT, primeiro com Lula e depois com Dilma Rousseff. Simultaneamente, manteve no comando local o então antagonista PSDB, com maioria nas urnas para Aécio Neves e Antonio Anastasia.Neste ano, o voto paralelo em Lula e Zema foi recorrente. Os dois foram os mais votados para os respectivos cargos no primeiro turno em 436 dos 853 municípios mineiros (51%).Em cinco cidades de diferentes regiões, tanto o ex-presidente quanto o governador reeleito conseguiram votações superiores a 65% dos votos válidos: Divisópolis (Jequitinhonha), Frei Gaspar (Vale do Mucuri), Pintópolis (Norte de Minas), Presidente Juscelino (Central) e Santa Rita de Ibitipoca (Zona da Mata).Na disputa presidencial, o estado voltou a refletir a polarização observada desde 2006 entre o sul e o norte do país, mas com avanço do PT em relação aos resultados obtidos por Fernando Haddad em 2018.Lula foi o mais votado em 630 municípios mineiros, e Bolsonaro, nos outros 223. No pleito anterior, o atual presidente havia largado com vantagem no primeiro turno em 481 cidades, contra 372 do ex-prefeito paulistano, hoje candidato ao Governo de São Paulo. No saldo, o PT conseguiu mais 258 cidades.De 129 redutos petistas que haviam abandonado o partido em 2018 no estado, Lula recuperou 106. Um deles é Juiz de Fora, palco da facada sofrida por Bolsonaro há quatro anos. A cidade é a maior da Zona da Mata, umas das regiões mineiras em que a legenda mais ganhou terreno.Presidente Kubitschek, no Jequitinhonha, foi o município mais lulista e menos bolsonarista de Minas no primeiro turno deste ano. Os eleitores de lá deram 82,81% dos votos válidos para o petista e 12,63% para o atual presidente.O oposto aconteceu em Monte Sião, na divisa com São Paulo, onde a apuração das urnas terminou com 70,26% das preferências para Bolsonaro e 23,22% para Lula.O estado tem o segundo maior colégio eleitoral do país (15,8 milhões de eleitores), só atrás de São Paulo (33,1 milhões).Conforme mostrou a Folha antes das eleições, dados históricos corroboram com a máxima "quem ganha em Minas ganha no Brasil".Desde a redemocratização, todos os presidentes eleitos triunfaram nas urnas mineiras: de Fernando Collor (1989) a Bolsonaro (2018), passando por Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998), Lula (2002 e 2006) e Dilma (2010 e 2014).O fenômeno só se repete no Amazonas e no Amapá, com a ressalva de que, neste segundo estado, FHC não alcançou a maioria absoluta dos votos (42,3%) em 1998, quando foi reeleito em turno único.Os números, contudo, reforçam ser Minas Gerais a parte que melhor representa o todo, com os resultados mais semelhantes aos do país em diferentes indicadores.No acumulado de todos os pleitos, o estado apresenta a maior sobreposição em relação às ordens ocupadas em ambos os turnos por todos os postulantes após a apuração, do mais ao menos votado.Em 2002, por exemplo, as escolhas dos mineiros refletiram perfeitamente o ranking nacional, com Lula em primeiro, José Serra (PSDB) em segundo, e assim em diante, até Rui Costa Pimenta (PCO) na última colocação. Essa coincidência perfeita ainda se repetiu no estado em 2010 e 2014.Testes estatísticos de correlação revelam ainda que Minas apresenta a maior similaridade entre os percentuais obtidos historicamente, por todos os candidatos, no país e nas unidades federativas.Para citar dois exemplos, Dilma foi a preferida de 46,91% dos brasileiros e de 46,98% dos mineiros em 2010, enquanto Serra obteve 23,19% no país e 22,86% no estado em 2002, ambos no primeiro turno.Segundo especialistas consultados pela reportagem, a principal explicação é o fato de o estado ser também o que melhor resume o país em sua diversidade, em termos geográficos, demográficos e socioeconômicos.Localizado entre estados com perfis distintos, o território mineiro possui grande variedade regional. Reúne áreas ricas e pobres, rurais e urbanas, agropecuárias e industrializadas, representando assim uma boa amostra da realidade brasileira.Dados das Nações Unidas apontam que, na média, Minas Gerais tem o nono Índice de Desenvolvimento Humano entre os estados (0,731), muito próximo ao do Brasil (0,727).A desigualdade social também reflete o cenário nacional. Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, tem um dos melhores IDHs do país (0,813), enquanto São João das Missões, no norte mineiro, um dos piores (0,529).O Censo de 2010 também mostra o estado como aquele que mais se assemelha à composição étnica da população brasileira, com 45% dos mineiros autodeclarados brancos, 44% pardos, 9% pretos e 1% indígenas.
2022-10-07 04:00:00
poder
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/pt-recupera-258-cidades-de-minas-gerais-termometro-da-eleicao-presidencial.shtml
Unemployment Drops to 9.1% and Income Rises again in The Country
The unemployment rate in Brazil has receded and reached the lowest level since October 2015, 9.1%, in the quarter that finished in July, as announced by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). Thus, the number of unemployed people was below 10 million (9.9 million) for the first time since January 2016.The IBGE also pointed to an increase in the income of the employed population after months of pressure from inflation.In the last quarter, the average income of this group –an amount that only considers earnings from work, without the impact of sources such as social benefits– reached R$2,693.The value is 2.9% higher than that recorded in the quarter that ended in April and marks the first significant growth in two years. As a result of previous declines, however, the increase remains below the figure for the same period last year (R$ 2,773) and is the second worst in the series of figures registered for the second quarter.Economists see the federal government's fiscal stimulus on the brink of the elections and the resumption of commercial activities with the cooling off of the pandemic as the contributing factors to the drop in unemployment.Translated by Cassy DiasRead the article in the original language
2022-09-01 13:47:00
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https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/business/2022/09/unemployment-drops-to-91-and-income-rises-again-in-the-country.shtml
A urgente reindustrialização do Brasil
O crescimento econômico do país é essencial para o bem-estar das pessoas. Não podemos, porém, nos contentar com índices ainda tão aquém do potencial da indústria brasileira, do agronegócio e de tantos outros segmentos da nossa economia.O Brasil vem enfrentando, nos anos 2000, um preocupante processo de desindustrialização.A indústria de transformação nacional se consolidou na segunda metade do século passado como uma importante geradora de vagas de trabalho de alta qualificação, com melhores remunerações e uma participação na formação do PIB que se reduziu de um patamar superior a 25% para cerca de 10% nas últimas décadas, com forte impacto na geração de empregos e bem-estar para as pessoas.E por que a indústria nacional perdeu e continua perdendo espaço? Por uma série de fatores, especialmente pelos aspectos estruturais que fazem com que o chamado custo Brasil impacte fortemente nossa competitividade e nosso desenvolvimento. Nesse sentido, temos desafios de várias naturezas, como questões de tributação, burocracia, infraestrutura logística e tantos outros.Além do custo Brasil, novos desafios vêm sendo colocados com o passar do tempo. Soma-se a ele o forte protecionismo em escala mundial que hoje marca as grandes economias, a pandemia e, mais recentemente, o conflito entre Rússia e Ucrânia, dois importantes players da economia globalizada.Hoje, a indústria do aço, para ficar no setor no qual atuo há mais de 45 anos, trabalha com uma capacidade ociosa, conforme o Instituto Aço Brasil, superior a 30%. O consumo de aço no país segue muito aquém do potencial. Segundo o mesmo instituto, de 1980 a 2021, o consumo interno passou de 100,6 em 1980 para 122,3 quilos por habitante em 2021. Já a China, no mesmo período, teve um crescimento de 32 para 666,5 quilos por habitante/ano.Embora as dificuldades antecedam à pandemia, a Covid-19 agravou ainda mais a situação, com a indústria de transformação brasileira acumulando expressiva queda de produção na última década.Precisamos nos mobilizar pela reindustrialização do Brasil, já que tivemos uma industrialização tardia e uma desindustrialização prematura. O enfraquecimento da nossa indústria vem se refletindo em menos emprego e muitas vezes fuga de mão de obra qualificada para outros países.À parte todos os grandes desafios que temos pela frente, a indústria brasileira, em sua grande maioria, é muito competitiva nos intramuros. Por isso mesmo, acredito na nossa imensa capacidade de vencer esses obstáculos e de gerar, cada vez mais, valor para toda a sociedade brasileira. Mais
2022-09-01 13:38:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/09/a-urgente-reindustrializacao-do-brasil.shtml
Putin deixa flores no caixão de Gorbatchov, mas culpa agenda por não ir a funeral
Com ar solene, Vladimir Putin deixou flores ao lado do caixão de Mikhail Gorbatchov nesta quinta-feira (1º), dois dias depois da morte do ex-presidente da Rússia. O atual mandatário observou o morto por alguns segundos -o caixão ficou aberto, seguindo a tradição russa- e fez o sinal da cruz no estilo ortodoxo antes de deixar o local.A homenagem desta quinta, transmitida pela TV estatal, substituiu a presença de Putin no próximo sábado (3), dia oficial do funeral de Gorbatchov. Segundo um porta-voz do Kremlin, a agenda de trabalho do presidente não permite que ele vá à cerimônia, o que denota a certa ambiguidade na relação com o falecido.Putin levou mais de 15 horas após a morte de Gorbatchov para publicar uma mensagem contida de condolências, na qual disse que o ex-líder teve um "enorme impacto no curso da história mundial" e "compreendeu profundamente que as reformas eram necessárias" para enfrentar os problemas da União Soviética nos anos 1980.Outros líderes mundiais foram mais rápidos em prestar suas homenagens, incluindo a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.A relação entre Putin e Gorbatchov data ao menos da primeira eleição de Putin, em 2000. Gorbatchov considerava necessárias as medidas que ele propunha para colocar a casa em ordem após a confusão que sucedeu o fim da União Soviética. O apoio cessou, no entanto, em 2006, quando o ex-líder passou a criticar o presidente por suas tendências autoritárias crescentes, chamando-o, inclusive, de idiota em um documentário de 2020.Segundo o Kremlin, a cerimônia de Gorbatchov será organizada com a ajuda do Estado e terá elementos de um funeral nacional, como a presença de uma guarda de honra. O evento será realizado no famoso Salão das Colunas, dentro da Casa dos Sindicatos de Moscou, mesmo local onde o corpo de Josef Stálin foi exposto após sua morte, em 1953.O funeral será aberto ao público, e Gorbatchov será enterrado no cemitério Novodevichi de Moscou, onde figuras importantes da sociedade russa estão enterradas -entre elas Boris Iéltsin, o primeiro presidente da Rússia e rival político de Gorbatchov.A cerimônia terá menos pompa em comparação à de Iéltsin; quando ele morreu, em 2007, Putin declarou um dia nacional de luto e, ao lado de líderes mundiais, participou de um grande funeral de Estado na catedral de Cristo Salvador, em Moscou. Mais A invasão russa na Ucrânia parece destinada a reverter, pelo menos em parte, o colapso da União Soviética que Gorbatchov não conseguiu evitar em 1991.Sua decisão de deixar os países do bloco comunista do pós-guerra seguirem seu próprio caminho e a reunificação da Alemanha Oriental e Ocidental ajudaram a desencadear movimentos nacionalistas dentro das 15 repúblicas soviéticas, que ele não conseguiu -ou não quis- reprimir.Cinco anos depois de assumir o poder em 2000, Putin chamou a dissolução da União Soviética de "a maior catástrofe geopolítica do século 20".
2022-09-01 13:51:00
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Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/09/putin-deixa-flores-no-caixao-de-gorbatchov-mas-culpa-agenda-por-nao-ir-a-funeral.shtml
Governo comemora alta do PIB e vê potencial para crescimento maior
O Ministério da Economia comemorou nesta quinta-feira (1º) o avanço do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no segundo trimestre e disse ver potencial para crescimento ainda maior."Se no segundo trimestre, com juro real no pico, com política monetária no pico, a gente cresceu 1,2%, a economia tem robustez para crescer mais ainda quando esses fatores aliviarem", afirmou o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos, Rogério Boueri.O PIB brasileiro cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, segundo informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).De acordo com a equipe econômica, o resultado mostra uma consolidação da retomada da atividade, que avançou pelo quarto trimestre consecutivo, apesar dos impactos da Guerra da Ucrânia e dos efeitos remanescentes da pandemia.A pasta destacou também que os indicadores mostram o bom desempenho dos serviços, a recuperação do emprego e a taxa dos investimentos em níveis elevados. Conforme indicou o IBGE, os serviços puxaram o crescimento da economia de abril a junho, com alta de 1,3% do segmento.As medidas recentemente adotadas pelo governo, como o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600, não devem gerar efeito significativo sobre o PIB, argumentou Boueri. Como exemplo, citou que o saque extraordinário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) teve impacto estimado em 0,09 ponto percentual. No último boletim macrofiscal da SPE (Secretaria de Política Econômica), divulgado em julho, a equipe econômica elevou a projeção de crescimento do PIB para 2022 de 1,5% para 2%.Segundo Boueri, a estimativa atual está "datada" e será revisada para cima no próximo relatório, em setembro. O técnico do Ministério da Economia, contudo, evitou adiantar a nova projeção."2% já está datado, só o carrego já está em 2,4%, e a gente não acha que o Brasil vai parar de crescer", disse. "Vai ter de subir, para quanto é uma resposta que vou me privar porque prefiro dar essa resposta quando o pessoal da SPE efetivamente rodar as projeções e tiver o número baseado nos modelos." Mais Após participação em evento no Rio de Janeiro, o ministro Paulo Guedes (Economia) exaltou a força da economia brasileira e repetiu que o país está "condenado a crescer". De acordo com o governo, o Brasil cresceu mais do que os países do G7 no primeiro semestre do ano."O que era uma previsão otimista para o ano inteiro, que era crescer 2%, já foi superada em seis meses", exaltou. "Se [o Brasil] não crescer nada daqui até o fim do ano, já tem, o que a gente chama de 'carry' [carrego], um crescimento de 2,4%", acrescentou.A equipe econômica destacou também que os resultados mais recentes levaram os analistas do mercado financeiro a revisarem sistematicamente suas projeções para o PIB de 2022, cuja mediana saltou de 0,3% no início do ano para 2,1%, de acordo com o boletim Focus divulgado na última segunda-feira (29).A pasta reforçou ainda sua convicção no vigor do crescimento da economia em 2023, apesar do pessimismo dos economistas da iniciativa privada.Para 2023, o Ministério da Economia prevê crescimento de 2,5%, enquanto os economistas estimam alta de 0,37%. Como mostrou a Folha, esse descolamento das projeções sobre o PIB do próximo ano ocorre de forma precoce quando se olha para todo o período do governo Jair Bolsonaro (PL).Segundo a equipe econômica do governo, o aperto monetário implementado pelo Banco Central para frear a inflação dificilmente terá efeito rápido e devastador sobre a atividade.No início de agosto, o Copom elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, a 13,75% ao ano. Desde o primeiro movimento, quando partiu de seu piso histórico (2% ao ano) em março de 2021, o ciclo de aperto acumula elevação de 11,75 pontos percentuais."Para termos crescimento bastante baixo, próximo de zero em 2023, vamos ter de ter uma desaceleração, um 'crash landing' muito grande, que é improvável dado que os efeitos de política monetária que já estão aí", afirmou Boueri.De acordo com análise da pasta, caso a atividade econômica ficasse estagnada no segundo semestre deste ano e o crescimento médio de 2023 fosse de 0,3%, ainda assim, o PIB do país avançaria 1,4% no próximo ano.Na visão do chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos, este é um cenário conservador. "Precisa de um efeito externo muito forte para você tirar a plausibilidade desse intervalo de 1,4% e 2,9%", disse.
2022-09-01 12:56:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/09/economia-comemora-alta-do-pib-e-ve-robustez-para-crescimento-maior.shtml
Detention Center in the US where Brazilian Man Died Piles up Complaints
The detention center where the Brazilian citizen Kesley Vial, who died four months after his detention by immigration agents in the US, was being held accumulates accusations of mistreatment by human rights organizations.In March, the US Department of Homeland Security (DHS) even asked for operations on the site to be suspended.Vial, 23, died on August 24 in Albuquerque, New Mexico. According to Rebecca Sheff, a lawyer for the ACLU (American Civil Liberties Union) who provides assistance to the family, he committed suicide. Vial had been detained at the end of April by Border Patrol agents in El Paso (Texas) after entering the country irregularly.In the custody of the official immigration agency, ICE, he was taken to the Torrance County Detention Center (TCDF). In March, Department of Homeland Security Inspector General Joseph Cuffari released a 19-page alert calling for the removal of all detainees from the TCDF after finding out about a series of problems at the site."Torrance is critically understaffed, and that has prevented it from meeting contractual requirements that ensure detainees reside in a safe, secure, and humane environment," the document states.Translated by Cassy DiasRead the article in the original language
2022-09-01 13:57:00
internacional
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https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/world/2022/09/detention-center-in-the-us-where-brazilian-man-died-piles-up-complaints.shtml
Relator do Orçamento quer reajuste de 9% para servidores do Executivo, igual ao do Judiciário
O relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou nesta quinta-feira (1º) que vai buscar espaço para conceder um reajuste maior para os servidores do Executivo, equivalente aos 9% previstos para o Judiciário.Castro também criticou duramente o presidente Jair Bolsonaro (PL) por prometer durante a sua campanha pela reeleição a manutenção no próximo ano do Auxílio Brasil no valor de R$ 600, mas enviar a peça orçamentária para o Congresso sem esse valor."Para nós foi uma surpresa não ter mandado [o Auxílio Brasil de R$ 600]. Se ele vai dar, não precisa prometer. Era só mandar para o Congresso. Se não, não fica crível essa promessa", afirmou.O relator ainda acrescentou que o novo valor do Auxílio Brasil e também a correção da tabela do Imposto de Renda são assuntos que precisarão ser discutidos após a eleição presidencial, com o candidato vencedor.Marcelo Castro concedeu entrevista coletiva um dia após o governo federal encaminhar o projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. A proposta prevê um benefício médio de R$ 405 para o Auxílio Brasil, portanto abaixo do valor que está sendo pago entre agosto e dezembro deste ano. O projeto também não concede aumento real do salário mínimo.Outro ponto da peça encaminhada prevê reserva de R$ 11,6 bilhões para aumentar salários de servidores do Poder Executivo, valor suficiente para conceder reajuste linear de ao menos 4,85%.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Marcelo Castro afirmou que o aumento para os servidores do Executivo é um "grande problema" a ser enfrentado durante a tramitação da proposta e que promete grande esforço para "equacionar o problema"."Qual o nosso objetivo? Fazer estudo para que o servidor do Executivo possa ter reajuste próximo do Judiciário", afirmou."Vamos trabalhar para que não fique uma situação em que servidores com salários mais elevados tenham reajuste maior que os do Executivo, que tradicionalmente ganham menos", completou.O senador lembrou que o STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou reajuste de 18% para os servidores do Judiciário, que será pago em dois anos.O senador, que é aliado político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou Bolsonaro por não cumprir suas promessas de campanha passadas e as atuais, em referência à correção da tabela do Imposto de Renda, prometida em 2018 pelo atual presidente, e ao Auxílio Brasil de R$ 600.Em relação à tabela do IR, ele afirmou que Bolsonaro está perto de concluir o quarto ano de sua gestão sem ter enviado proposta para mudá-la. Castro disse que a falta de correção achata os salários e impacta o poder de compra, em particular da classe assalariada.O senador emedebista também apontou a possibilidade de o próximo presidente encaminhar uma medida provisória extraordinária para permitir o valor de R$ 600 do programa social.Questionado se defendia o pagamento do benefício fora do teto, Castro evitou manifestar uma posição e disse que a iniciativa não deveria partir dele. Mais O relator também defendeu a proposta do governo de manter a redução de tributos federais sobre combustíveis em 2023"O preço dos combustíveis está elevado e a medida pode aliviar a classe média, é justo", avaliou.O relator do Orçamento também afirmou não ver problemas na iniciativa do governo de destinar R$ 10 bilhões das emendas de relator para o cumprimento do mínimo constitucional para a Saúde.
2022-09-01 13:12:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/09/relator-do-orcamento-quer-reajuste-de-9-para-servidores-do-executivo-igual-aos-do-judiciario.shtml
Filha de Kate Moss choca fãs ao mostrar unhas dos pés compridas e pontudas
A modelo Lila Moss, 19, surpreendeu os fãs ao publicar em seu perfil do Instagram uma foto de suas unhas do pé. A filha de Kate Moss, 48, posou em um ensaio para a revista britânica Perfect com as unhas dos pés compridas e pontudas.Na publicação, ela compartilhou uma foto em que segura três cerejas espetadas por várias agulhas com a boca, e em sequência, a foto dos pés com as unhas pintadas de vermelho. "Uma honra ser fotografada pela Zhong Lin para a revista Perfect", escreveu na legenda.Nos comentários da publicação, internautas se chocaram e fizeram piadas com as unhas de Lila. "Meu Deus, as unhas me fizeram passar mal", escreveu um. "Diríamos que são unhas de pés de galinha?", brincou outro. "Os dedos estão prestes a cortar as pessoas, caramba", disse um terceiro. Mais Em setembro do ano passado, Lila ganhou elogios nas redes sociais após participar de um desfile da grife Versace expondo sua bomba de insulina. A jovem revelou ter diabetes tipo um em uma entrevista ao jornal The Kit, em 2020, na época com 17 anos."Uma honra, eternamente grata", escreveu Lila em uma publicação feita em seu Instagram. O desfile da modelo para a Versace aconteceu como parte da Semana de Moda de Milão. "Uma declaração tão maravilhosa, orgulhosa e positiva", escreveu uma internauta no Twitter, na época.Nascida em 2002, Lila é fruto do relacionamento de Kate com o editor e empresário Jefferson Winston Hack, criador da revista e selo editorial Dazed & Confused.
2022-09-01 12:49:00
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2022/09/filha-de-kate-moss-choca-fas-ao-mostrar-unhas-dos-pes-compridas-e-pontudas.shtml