Question
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Papos — Me disseram... — Disseram-me. — Hein? — O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”. — Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”? — O quê? — Digo-te que você... — O “te” e o “você” não combinam. — Lhe digo? — Também não. O que você ia me dizer? — Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. [...] — Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu... — O quê? — O mato. — Que mato? — Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem? Pois esqueça-o e para-te. Pronome no lugar certo é elitismo! — Se você prefere falar errado... — Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem-me? VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (adaptado).
Nesse texto, o uso da norma-padrão defendido por um dos personagens torna-se inadequado em razão do(a) | falta de compreensão causada pelo choque entre gerações. | contexto de comunicação em que a conversa se dá. | grau de polidez distinto entre os interlocutores. | diferença de escolaridade entre os falantes. | nível social dos participantes da situação. | B | moral_disputes |
TEXTO I SILVEIRA, R. In absentia, 1983. Instalação, 17ª Bienal de São Paulo. Disponível em: www.bienal.org.br. Acesso em: 1 set. 2016 (adaptado). TEXTO II O termo ready-made foi criado por Marcel Duchamp (1887-1968) para designar um tipo de objeto, por ele inventado, que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem critérios estéticos e expostos como obras de arte em espaços especializados (museus e galerias). Seu primeiro ready-made, de 1912, é uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho (Roda de bicicleta). Ao transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista realiza uma crítica radical ao sistema da arte. Disponível em: www.bienal.org.br. Acesso em: 1 set. 2016 (adaptado).
A instalação In absentia propõe um diálogo com o ready-made Roda de bicicleta, demonstrando que | as formas de criticar obras do passado se repetem. | a recorrência de temas marca a arte do final do século XX. | as criações desmistificam os valores estéticos estabelecidos. | o distanciamento temporal permite a transformação dos referenciais estéticos. | o objeto ausente sugere a degradação da forma superando o modelo artístico. | C | miscellaneous |
Ora, sempre que surge uma nova técnica, ela quer demonstrar que revogará as regras e coerções que presidiram o nascimento de todas as outras invenções do passado. Ela se pretende orgulhosa e única. Como se a nova técnica carreasse com ela, automaticamente, para seus novos usuários, uma propensão natural a fazer economia de qualquer aprendizagem. Como se ela se preparasse para varrer tudo que a precedeu, ao mesmo tempo transformando em analfabetos todos os que ousassem repeli-la. Fui testemunha dessa mudança ao longo de toda a minha vida. Ao passo que, na realidade, é o contrário que acontece. Cada nova técnica exige uma longa iniciação numa nova linguagem, ainda mais longa na medida em que nosso espírito é formatado pela utilização das linguagens que precederam o nascimento da recém-chegada. ECO, U.; CARRIÈRE, J.-C. Não contem com o fim do livro. Rio de Janeiro: Record, 2010 (adaptado).
O texto revela que, quando a sociedade promove o desenvolvimento de uma nova técnica, o que mais impacta seus usuários é a | dificuldade na apropriação da nova linguagem. | valorização da utilização da nova tecnologia. | recorrência das mudanças tecnológicas. | suplantação imediata dos conhecimentos prévios. | rapidez no aprendizado do manuseio das novas invenções. | A | moral_disputes |
Morte lenta ao luso infame que inventou a calçada portuguesa. Maldito D. Manuel I e sua corja de tenentes Eusébios. Quadrados de pedregulho irregular socados à mão. À mão! É claro que ia soltar, ninguém reparou que ia soltar? Branco, preto, branco, preto, as ondas do mar de Copacabana. De que me servem as ondas do mar de Copacabana? Me deem chão liso, sem protuberâncias calcárias. Mosaico estúpido. Mania de mosaico. Joga concreto em cima e aplaina. Buraco, cratera, pedra solta, bueiro-bomba. Depois dos setenta, a vida se transforma numa interminável corrida de obstáculos. A queda é a maior ameaça para o idoso. “Idoso”, palavra odienta. Pior, só “terceira idade”. A queda separa a velhice da senilidade extrema. O tombo destrói a cadeia que liga a cabeça aos pés. Adeus, corpo. Em casa, vou de corrimão em corrimão, tateio móveis e paredes, e tomo banho sentado. Da poltrona para a janela, da janela para a cama, da cama para a poltrona, da poltrona para a janela. Olha aí, outra vez, a pedrinha traiçoeira atrás de me pegar. Um dia eu caio, hoje não. TORRES, F. Fim. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.
O recurso que caracteriza a organização estrutural desse texto é o(a) | justaposição de sequências verbais e nominais. | mudança de eventos resultante do jogo temporal. | uso de adjetivos qualificativos na descrição do cenário. | encadeamento semântico pelo uso de substantivos sinônimos. | inter-relação entre orações por elementos linguísticos lógicos. | A | Moral_disputes |
Los niños de nuestro olvido Escribo sobre un destino que apenas puedo tocar en tanto un niño se inventa con pegamento un hogar Mientras busco las palabras para hacer esta canción un niño esquiva las balas que buscan su corazón Acurrucado en mi calle duerme un niño y la piedad arma lejos un pesebre y juega a la navidad Arma lejos un pesebre y juega a la navidad y juega a la navidad y juega, y juega, y juega... La niñez de nuestro olvido pide limosna en un bar y lava tu parabrisas por un peso, por un pan Si las flores del futuro crecen con tanto dolor seguramente mañana será un mañana sin sol SOSA, M. In: Corazón libre. Argentina: E.D.G.E., 2004 (fragmento).
No texto, a expressão “un mañana sin sol ” é usada para concluir uma crítica ao(à) | descaso diante da problemática de crianças em situação de rua. | violência característica do cotidiano das grandes metrópoles. | estímulo à mendicância nos centros urbanos. | tendência de informalização do trabalho. | falta de serviços de saúde adequados. | A | moral_disputes |
Ela era linda. Gostava de dançar, fazia teatro em São Paulo e sonhava ser atriz em Hollywood. Tinha 13 anos quando ganhou uma câmera de vídeo — e uma irmã. As duas se tornaram suas companheiras de experimentações. Adolescente, Elena vivia a criar filminhos e se empenhava em dirigir a pequena Petra nas cenas que inventava. Era exigente com a irmã. E acreditava no potencial da menina para satisfazer seus arroubos de diretora precoce. Por cinco anos, integrou algumas das melhores companhias paulistanas de teatro e participou de preleções para filmes e trabalhos na TV. Nunca foi chamada. No início de 1990, Elena tinha 20 anos quando se mudou para Nova York para cursar artes cênicas e batalhar uma chance no mercado americano. Deslocada, ansiosa, frustrada após alguns testes de elenco malsucedidos, decepcionada com a ausência de reconhecimento e vitimada por uma depressão que se agravava com a falta de perspectivas, Elena pôs fim à vida no segundo semestre. Petra tinha 7 anos. Vinte anos depois, é ela, a irmã caçula, que volta a Nova York para percorrer os últimos passos da irmã, vasculhar seus arquivos e transformar suas memórias em imagem e poesia. Elena é um filme sobre a irmã que parte e sobre a irmã que fica. É um filme sobre a busca, a perda, a saudade, mas também sobre o encontro, o legado, a memória. Um filme sobre a Elena de Petra e sobre a Petra de Elena, sobre o que ficou de uma na outra e, essencialmente, um filme sobre a delicadeza. VANUCHI, C. Época, 19 out. 2012 (adaptado).
O texto é exemplar de um gênero discursivo que cumpre a função social de | n arrar, por meio de imagem e poesia, cenas da vida das irmãs Petra e Elena. | d escrever, por meio das memórias de Petra, a separação de duas irmãs. | s intetizar, por meio das principais cenas do filme, a história de Elena. | l ançar, por meio da história de vida do autor, um filme autobiográfico. | avaliar, por meio de análise crítica, o filme em referência. | E | literatura |
Projeto na Câmara de BH quer a vacinação gratuita de cães contra a leishmaniose A doença é grave e vem causando preocupação na região metropolitana da capital mineira Ela é uma doença grave, transmitida pela picada do mosquito-palha, e afeta tanto os seres humanos quanto os cachorros: a leishmaniose. Por ser um problema de saúde pública, a doença pode ganhar uma ação preventiva importante, caso um projeto de lei seja aprovado na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Diante do alto número de casos da doença na Grande BH, a Comissão de Saúde e Saneamento da CMBH aprovou a proposta de realização de campanhas públicas de vacinação gratuita de cães contra a leishmaniose, tema do PL 404/17, apreciado pelo colegiado em reunião ordinária, no dia 6 de dezembro. Disponível em: https://revistaencontro.com.br. Acesso em: 11 dez. 2017.
Essa notícia, além de cumprir sua função informativa, assume o papel de | fiscalizar as ações de saúde e saneamento da cidade. | defender os serviços gratuitos de atendimento à população. | c onscientizar a população sobre grave problema de saúde pública. | p ropor campanhas para a ampliação de acesso aos serviços públicos. | r esponsabilizar os agentes públicos pela demora na tomada de decisões. | C | sociology |
As línguas silenciadas do Brasil Para aprender a língua de seu povo, o professor Txaywa Pataxó, de 29 anos, precisou estudar os fatores que, por diversas vezes, quase provocaram a extinção da língua patxôhã. Mergulhou na história do Brasil e descobriu fatos violentos que dispersaram os pataxós, forçados a abandonar a própria língua para escapar da perseguição. “Os pataxós se espalharam, principalmente, depois do Fogo de 1951. Queimaram tudo e expulsaram a gente das nossas terras. Isso constrange o nosso povo até hoje”, conta Txaywa, estudante da Universidade Federal de Minas Gerais e professor na aldeia Barra Velha, região de Porto Seguro (BA). Mais de quatro décadas depois, membros da etnia retornaram ao antigo local e iniciaram um movimento de recuperação da língua patxôhã. Os filhos de Sameary Pataxó já são fluentes — e ela, que se mudou quando já era adulta para a aldeia, tenta aprender um pouco com eles. “É a nossa identidade. Você diz quem você é por meio da sua língua”, afirma a professora de ensino fundamental sobre a importância de restaurar a língua dos pataxós. O patxôhã está entre as línguas indígenas faladas no Brasil: o IBGE estimou 274 línguas no último censo. A publicação Povos indígenas no Brasil 2011/2016, do Instituto Socioambiental, calcula 160. Antes da chegada dos portugueses, elas totalizavam mais de mil. Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 11 jun. 2019 (adaptado).
O movimento de recuperação da língua patxôhã assume um caráter identitário peculiar na medida em que | d enuncia o processo de perseguição histórica sofrida pelos povos indígenas. | c onjuga o ato de resistência étnica à preservação da memória cultural. | a ssocia a preservação linguística ao campo da pesquisa acadêmica. | estimula o retorno de povos indígenas a suas terras de origem. | aumenta o número de línguas indígenas faladas no Brasil. | B | sociology |
Pisoteamento, arrastão, empurra-empurra, agressões, vandalismo e até furto a um torcedor que estava caído no asfalto após ser atropelado nas imediações do estádio do Maracanã. As cenas de selvageria tiveram como estopim a invasão de milhares de torcedores sem ingresso, que furaram o bloqueio policial e transformaram o estádio em terra de ninguém. Um reflexo não só do quadro de insegurança que assola o Rio de Janeiro, mas também de como a violência social se embrenha pelo esporte mais popular do país. Em 2017, foram registrados 104 episódios de violência no futebol brasileiro, que resultaram em 11 mortes de torcedores. Desde 1995, quando 101 torcedores ficaram feridos e um morreu durante uma batalha campal no estádio do Pacaembu, autoridades têm focado as ações de enfrentamento à violência no futebol em grupos uniformizados, alguns proibidos de frequentar estádios. Porém, a postura meramente repressiva contra torcidas organizadas é ineficaz em uma sociedade que registra mais de 61 000 homicídios por ano. “É impossível dissociar a escalada de violência no futebol do panorama de desordem pública, social, econômica e política vivida pelo país”, de acordo com um doutor em sociologia do esporte. Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 22 jun. 2019 (adaptado).
Nesse texto, a violência no futebol está caracterizada como um(a) | problema social localizado numa região do país. | desafio para as torcidas organizadas dos clubes. | reflexo da precariedade da organização social no país. | inadequação de espaço nos estádios para receber o público. | c onsequência da insatisfação dos clubes com a organização dos jogos. | C | sociology |
Seis em cada dez pessoas com 15 anos ou mais não praticam esporte ou atividade física. São mais de 100 milhões de sedentários. Esses são dados do estudo Práticas de esporte e atividade física, da Pnad 2015, realizado pelo IBGE. A falta de tempo e de interesse são os principais motivos apontados para o sedentarismo. Paralelamente, 73,3% das pessoas de 15 anos ou mais afirmaram que o poder público deveria investir em esporte ou atividades físicas. Observou-se uma relação direta entre escolaridade e renda na realização de esportes ou atividades físicas. Enquanto 17,3% das pessoas que não tinham instrução realizavam diversas práticas corporais, esse percentual chegava a 56,7% das pessoas com superior completo. Entre as pessoas que têm práticas de esporte e atividade física regulares, o percentual de praticantes ia de 31,1%, na classe sem rendimento, a 65,2%, na classe de cinco salários mínimos ou mais. A falta de tempo foi mais declarada pela população adulta, com destaque entre as pessoas de 25 a 39 anos. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, o principal motivo foi não gostarem ou não quererem. Já o principal motivo para praticar esporte, declarado por 11,2 milhões de pessoas, foi relaxar ou se divertir, seguido de melhorar a qualidade de vida ou o bem-estar. A falta de instalação esportiva acessível ou nas proximidades foi um motivo pouco citado, demonstrando que a não prática estaria menos associada à infraestrutura disponível. Disponível em: www.esporte.gov.br. Acesso em: 9 ago. 2017 (adaptado).
Com base na pesquisa e em uma visão ampliada de saúde, para a prática regular de exercícios ter influência significativa na saúde dos brasileiros, é necessário o desenvolvimento de estratégias que | p romovam a melhoria da aptidão física da população, dedicando-se mais tempo aos esportes. | c ombatam o sedentarismo presente em parcela significativa da população no território nacional. | f acilitem a adoção da prática de exercícios, com ações relacionadas à educação e à distribuição de renda. | a uxiliem na construção de mais instalações esportivas e espaços adequados para a prática de atividades físicas e esportes. | e stimulem o incentivo fiscal para a iniciativa privada destinar verbas aos programas nacionais de promoção da saúde pelo esporte. | C | sociology |
En los suburbios de La Habana, llaman al amigo mi tierra o mi sangre. En Caracas, el amigo es mi pana o mi llave: pana, por panadería, la fuente del buen pan para las hambres del alma; y llave por... — Llave, por llave — me dice Mario Benedetti. Y me cuenta que cuando vivía en Buenos Aires, en los tiempos del terror, él llevaba cinco llaves ajenas en su llavero: cinco llaves, de cinco casas, de cinco amigos: las llaves que lo salvaron. GALEANO, E. El libro de los abrazos. Madri: Siglo Veintiuno, 2015.
Nesse texto, o autor demonstra como as diferentes expressões existentes em espanhol para se referir a “amigo” variam em função | das peculiaridades dos subúrbios hispano-americanos. | da força da conexão espiritual entre os amigos. | do papel da amizade em diferentes contextos. | do hábito de reunir amigos em torno da mesa. | dos graus de intimidade entre os amigos. | C | sociology |
Ser cronista Sei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no assunto. Crônica é um relato? É uma conversa? É um resumo de um estado de espírito? Não sei, pois antes de começar a escrever para o Jornal do Brasil, eu só tinha escrito romances e contos. E também sem perceber, à medida que escrevia para aqui, ia me tornando pessoal demais, correndo o risco de em breve publicar minha vida passada e presente, o que não pretendo. Outra coisa notei: basta eu saber que estou escrevendo para o jornal, isto é, para algo aberto facilmente por todo o mundo, e não para um livro, que só é aberto por quem realmente quer, para que, sem mesmo sentir, o modo de escrever se transforme. Não é que me desagrade mudar, pelo contrário. Mas queria que fossem mudanças mais profundas e interiores que não viessem a se refletir no escrever. Mas mudar só porque isso é uma coluna ou uma crônica? Ser mais leve só porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros quero profundamente a comunicação profunda comigo e com o leitor. Aqui no jornal apenas falo com o leitor e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não estou contente. LISPECTOR, C. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
No texto, ao refletir sobre a atividade de cronista, a autora questiona características do gênero crônica, como | relação distanciada entre os interlocutores. | articulação de vários núcleos narrativos. | brevidade no tratamento da temática. | descrição minuciosa dos personagens. | público leitor exclusivo. | C | Moral_disputes |
Vanda vinha do interior de Minas Gerais e de dentro de um livro de Charles Dickens. Sem dinheiro para criá-la, sua mãe a dera, com seus sete anos, a uma conhecida. Ao recebê-la, a mulher perguntou o que a garotinha gostava de comer. Anotou tudo num papel. Mal a mãe virou as costas, no entanto, a fulana amassou a lista e, como uma vilã de folhetim, decretou: “A partir de hoje, você não vai mais nem sentir o cheiro dessas comidas!”. Vanda trabalhou lá até os quinze anos, quando recebeu a carta de uma prima com uma nota de cem cruzeiros, saiu de casa com a roupa do corpo e fugiu num ônibus para São Paulo. Todas as vezes que eu e minha irmã a importunávamos com nossas demandas de criança mimada, ela nos contava histórias da infância de gata-borralheira, fazia-nos apertar seu nariz quebrado por uma das filhas da “patroa” com um rolo de amassar pão e nos expulsava da cozinha: “Sai pra lá, peste, e me deixa acabar essa janta”. PRATA, A. Nu de botas. São Paulo: Cia. das Letras, 2013 (adaptado).
Pela ótica do narrador, a trajetória da empregada de sua casa assume um efeito expressivo decorrente da | citação a referências literárias tradicionais. | alusão à inocência das crianças da época. | estratégia de questionar a bondade humana. | descrição detalhada das pessoas do interior. | representação anedótica de atos de violência. | E | high_school_literature |
PALAVRA – As gramáticas classificam as palavras em substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção, pronome, numeral, artigo e preposição. Os poetas classificam as palavras pela alma porque gostam de brincar com elas, e para brincar com elas é preciso ter intimidade primeiro. É a alma da palavra que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e o significado para dizer o que quer, dar sentimento às coisas, fazer sentido. A palavra nuvem chove. A palavra triste chora. A palavra sono dorme. A palavra tempo passa. A palavra fogo queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre. A palavra “palavra” diz. O que quer. E nunca desdiz depois. As palavras têm corpo e alma, mas são diferentes das pessoas em vários pontos. As palavras dizem o que querem, está dito, e pronto. FALCÃO, A. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Salamandra, 2013 (adaptado).
Esse texto, que simula um verbete para a palavra “palavra’’, constitui-se como um poema porque | t ematiza o fazer poético, como em “Os poetas classificam as palavras pela alma”. | u tiliza o recurso expressivo da metáfora, como em “As palavras têm corpo e alma”. | v aloriza a gramática da língua, como em “substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção”. | e stabelece comparações, como em “As palavras têm corpo e alma, mas são diferentes das pessoas”. | a presenta informações pertinentes acerca do conceito de “palavra”, como em “As gramáticas classificam as palavras”. | B | literatura |
Assentamento Zanza daqui Zanza pra acolá Fim de feira, periferia afora A cidade não mora mais em mim Francisco, Serafim Vamos embora Ver o capim Ver o baobá Vamos ver a campina quando flora A piracema, rios contravim Binho, Bel, Bia, Quim Vamos embora Quando eu morrer Cansado de guerra Morro de bem Com a minha terra: Cana, caqui Inhame, abóbora Onde só vento se semeava outrora Amplidão, nação, sertão sem fim Ó Manuel, Miguilim Vamos embora BUARQUE, C. As cidades. Rio de Janeiro: RCA, 1998 (fragmento).
Nesse texto, predomina a função poética da linguagem. Entretanto, a função emotiva pode ser identificada no verso: | “Zanza pra acolá”. | “Fim de feira, periferia afora”. | “A cidade não mora mais em mim”. | “Onde só vento se semeava outrora”. | “Ó Manuel, Miguilim”. | C | literatura |
TEXTO I EL GRECO. Laocoonte. Óleo sobre tela, 1,37cm x 1,72cm. National Gallery of Art, Washington, Estados Unidos, circa 1610-1614. Disponível em: https://images.nga.gov. Acesso em: 28 jun. 2019 (adaptado). TEXTO II Essa impressionante obra apresenta o sacerdote Laocoonte sendo punido pelos deuses por tentar alertar os troianos da ameaça do Cavalo de Troia, que escondia um grupo de soldados gregos. Enviadas pelos deuses, serpentes marinhas são vistas matando Laocoonte e seus dois filhos como forma de punição. KAY, A. In: FARTHING, S. (Org.). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).
Produzida no início do século XVII, a obra maneirista distingue-se pela | representação da nudez masculina. | distorção ao representar a figura humana. | evocação de um fato da cultura clássica grega. | presença do tema da morte como punição da família. | utilização da perspectiva para integrar os diferentes planos. | B | high_school_art |
Mulher ao volante, Os homens perigo constante. não choram. tem estrada para andar Disponível em: https://viva-porto.pt. Acesso em: 24 nov. 2021 (adaptado).
A articulação entre os elementos verbais e os não verbais do texto tem como propósito desencadear a | identificação de distinções entre mulheres e homens. | revisão de representações estereotipadas de gênero. | adoção de medidas preventivas de combate ao sexismo. | ratificação de comportamentos femininos e masculinos. | retomada de opiniões a respeito da diversidade dos papéis sociais. | B | sociology |
TEXTO I EI... ME LEVE PARA SUA CASA!!! 14ª FEIRA DE ADOÇÃO DE CÃES E GATOS ADOTE UM ANIMAL DE RUA DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS PARA ADOÇÃO CARTEIRA DE IDENTIDADE | CPF | COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA E muito amor!! Disponível em: https://amigodobicho.wordpress.com. Acesso em: 10 dez. 2017. TEXTO II Nas ruas, na cidade e no parque Ninguém nunca prendeu o Delegado. O vaivém de rua em rua e sua longa vida são relembrados e recontados. Exemplo de sobrevivência, liderança, inteligência canina, desde pequenininho seu focinho negro e seus olhos delineados desenharam um mapa mental olfativo-visual de Lavras. Corria de quem precisava correr e se aproximava de quem não lhe faria mal, distinguia este daquele. Assim, tornou-se um cão comunitário. Nunca se soube por que escolheu a rua, talvez lhe tenham feito mal dentro de quatro paredes. Idoso, teve câncer e desapareceu. O querido foi procurado pela cidade inteira por duas protetoras, mas nunca encontrado. COSTA, A. R. N. Viver o amor aos cães: Parque Francisco de Assis. Carmo do Cachoeira: Irdin, 2014 (adaptado).
Os dois textos abordam a temática de animais de rua, porém, em relação ao Texto I, o Texto II | problematiza a necessidade de adoção de animais sem lar. | valida a troca afetiva entre os pets adotados e seus donos. | reforça a importância da campanha de adoção de animais. | exalta a natureza amigável de cães e de gatos. | promove a campanha de adoção de animais. | A | sociology |
TEXTO I JUDD, D. Sem título. 1969. Disponível em: https://dasartes.com.br. Acesso em: 16 jun. 2022. TEXTO II Embora não fosse um grupo ou um movimento organizado, o Minimalismo foi um dos muitos rótulos (incluindo estruturas primárias, objetos unitários, arte ABC e Cool Art) aplicados pelos críticos para descrever estruturas aparentemente simples que alguns artistas estavam criando. Quando a arte minimalista começou a surgir, muitos críticos e um público opinativo julgaram-na fria, anônima e imperdoável. Os materiais industriais pré-fabricados frequentemente usados não pareciam “arte”. DEMPSEY, A. Estilos, escolas e movimentos. São Paulo: Cosac & Naify, 2003 (adaptado).
De acordo com os textos I e II, compreende-se que a obra minimalista é uma | representação da simplicidade pelo artista. | exploração da técnica da escultura cubista. | valorização do cotidiano por meio da geometria. | utilização da complexidade dos elementos formais. | combinação de formas sintéticas no espaço utilizado. | E | sociology |
É ruivo? Tem olhos azuis? É homem ou mulher? Usa chapéu? Quem jogou Cara a Cara na infância sabe de cor o roteiro de perguntas para adivinhar quem é o personagem misterioso do seu oponente. Agora, o jogo está prestes a ganhar uma nova versão. A designer polonesa Zuzia Kozerska-Girard está desenvolvendo uma variação do Guess Who? (nome do Cara a Cara em inglês), em que as personalidades do tabuleiro são, na verdade, mulheres notáveis da história e da atualidade, como a artista Frida Kahlo, a ativista Malala Yousafzai, a astronauta Valentina Tereshkova e a aviadora Amelia Earhart. O Who’s She? (“Quem é ela?”, em português) traz, no total, 28 mulheres que representam diversas profissões, nacionalidades e idades. A ideia é que, em vez de perguntar sobre a aparência das personagens, as questões sejam direcionadas aos feitos delas: ganhou algum Nobel, fez alguma descoberta? Para cada personagem há um cartão com fatos divertidos e interessantes sobre sua vida. Uma campanha entrou no ar com o objetivo de arrecadar dinheiro para desenvolver o Who’s She?. A meta inicial era reunir 17 mil dólares. Oito dias antes de a campanha acabar, o projeto já angariou quase 350 mil dólares. A chegada do jogo à casa do comprador varia de acordo com a quantia doada — quanto mais você doou, mais rápido vai poder jogar. Disponível em: www.super.abril.com.br. Acesso em: 4 dez. 2018 (adaptado).
Ao divulgar a adaptação do jogo para questões relativas a ações e habilidades de mulheres notáveis, o texto busca | contribuir para a formação cidadã dos jogadores. | refutar modelos estereotipados de beleza e elegância. | estimular a competitividade entre potenciais compradores. | exemplificar estratégias de arrecadação financeira pela internet. | d esenvolver conhecimentos lúdicos específicos dos tempos atuais. | A | sociology |
A conquista da medalha de prata por Rayssa Leal, no skate street nos Jogos Olímpicos, é exemplo da representatividade feminina no esporte, avalia a âncora do jornal da rede de televisão da CNN. A apresentadora, que também anda de skate, celebrou a vitória da brasileira, que entrou para a história como a atleta mais nova a subir num pódio defendendo o Brasil. “Essa representatividade do esporte nos Jogos faz pensarmos que não temos que ficar nos encaixando em nenhum lugar. Posso gostar de passar notícia e, mesmo assim, gostar de skate, subir montanha, mergulhar, andar de bike, fazer yoga. Temos que parar de ficar enquadrando as pessoas dentro de regras. A gente vive num padrão no qual a menina ganha boneca, mas por que também não fazer um esporte de aventura? Por que o homem pode se machucar, cair de joelhos, e a menina tem que estar sempre lindinha dentro de um padrão? Acabamos limitando os talentos das pessoas”, afirmou a jornalista, sobre a prática do skate por mulheres. Disponível em: www.cnnbrasil.com.br. Acesso em: 31 out. 2021 (adaptado).
O discurso da jornalista traz questionamentos sobre a relação da conquista da skatista com a | conciliação do jornalismo com a prática do skate. | inserção das mulheres na modalidade skate street. | desconstrução da noção do skate como modalidade masculina. | vanguarda de ser a atleta mais jovem a subir no pódio olímpico. | conquista de medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio. | C | sociology |
A escrava — Admira-me —, disse uma senhora de sentimentos sinceramente abolicionistas —; faz-me até pasmar como se possa sentir, e expressar sentimentos escravocratas, no presente século, no século dezenove! A moral religiosa e a moral cívica aí se erguem, e falam bem alto esmagando a hidra que envenena a família no mais sagrado santuário seu, e desmoraliza, e avilta a nação inteira! Levantai os olhos ao Gólgota, ou percorrei-os em torno da sociedade, e dizei-me: — Para que se deu em sacrifício o Homem Deus, que ali exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não é verdade que seu sangue era o resgate do homem! É então uma mentira abominável ter esse sangue comprado a liberdade!? E depois, olhai a sociedade... Não vedes o abutre que a corrói constantemente!… Não sentis a desmoralização que a enerva, o cancro que a destrói? Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e será sempre um grande mal. Dela a decadência do comércio; porque o comércio e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer a lavoura; porque o seu trabalho é forçado. REIS, M. F. Úrsula e outras obras. Brasília: Câmara dos Deputados, 2018.
Inscrito na estética romântica da literatura brasileira, o conto descortina aspectos da realidade nacional no século XIX ao | r evelar a imposição de crenças religiosas a pessoas escravizadas. | a pontar a hipocrisia do discurso conservador na defesa da escravidão. | s ugerir práticas de violência física e moral em nome do progresso material. | r elacionar o declínio da produção agrícola e comercial a q u e s t õ e s r a c i a i s . | i ronizar o comportamento dos proprietários de terra na exploração do trabalho. | B | sociology |
MATERNIDADES EN TIEMPOS DE PANDEMIA Maternar nunca ha sido fácil; es agotador y desgastante. El cierre de escuelas y guarderías por covid-19 incrementó el trabajo. La maternidad está romantizada. Porque en este sistema no hay lugar para la queja, se da por sentado No todas viven las mismas que las mujeres están hechas condiciones, pero aún para asumir la crianza así las madres ponen a pesar de las pocas o nulas herramientas que el Estado lo mejor de sí para o la sociedad les da para sobrellevarlo. ejercer la maternidad. PARA MATERNAR SE NECESITA UNA TRIBU, LA CRIANZA NO DEBERÍA VIVIRSE EN SOLEDAD. MURIG Mujeres en Red para la Igualdad de Género MURIG. Disponível em: https://murigcolectivafeminista.wordpress.com. Acesso em: 26 out. 2021 (adaptado).
No texto, as palavras “crianza” e “tribu ” são usadas para | e videnciar a importância de uma rede de apoio para as mães na criação de seus filhos. | d enunciar a disparidade entre o trabalho das mães de diferentes classes sociais. | r essaltar o fechamento de escolas e creches durante o período pandêmico. | r atificar a romantização da dedicação das mães na educação das crianças. | e nfatizar a proteção aos filhos em razão do isolamento social das famílias. | A | sociology |
O Recife fervilhava no começo da década de 1990, e os artistas trabalhavam para resgatar o prestígio da cultura pernambucana. Era preciso se inspirar, literalmente, nas raízes sobre as quais a cidade se construiu. Foi aí que, em 1992, com a publicação de um manifesto escrito pelo músico e jornalista Fred Zero Quatro, da banda Mundo Livre S/A, nasceu o manguebeat. O nome vem de “mangue”, vegetação típica da região, e “beat”, para representar as batidas e as influências musicais que o movimento abraçaria a partir dali. Era a hora e a vez de os caranguejos — aos quais os músicos recifenses gostavam de se comparar — mostrarem as caras: o maracatu e suas alfaias se misturaram com as batidas do hip-hop, as guitarras do rock, elementos eletrônicos e o sotaque recifense de Chico Science. A busca pelo novo rendeu uma perspectiva diferente do Brasil ao olhar para o Recife. A cidade deixou de ser o lugar apenas do frevo e do carnaval, transformando-se na ebulição musical que continua a acontecer mesmo após os 25 anos do lançamento do primeiro disco da Nação Zumbi, Da lama ao caos. FORCIONI, G. et al. O mangue está de volta. Revista Esquinas, n. 87, set. 2019 (adaptado).
Chico Science foi fundamental para a renovação da música pernambucana, fato que se deu pela | u tilização de aparelhos musicais eletrônicos em lugar dos instrumentos tradicionais. | o cupação de espaços da natureza local para a produção de eventos musicais memoráveis. | s ubstituição de antigas práticas musicais, como o frevo, por melodias e harmonias inovadoras. | r ecuperação de composições tradicionais folclóricas e sua apresentação em grandes festivais. | i ntegração de referenciais culturais de diferentes origens, criando uma nova combinação estética. | E | high_school_world_history |
“Vida perfeita” em redes sociais pode afetar a saúde mental Nas várias redes sociais que povoam a internet, os chamados digital influencers estão sempre felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida. Essas pessoas espalham conteúdo para milhares de seguidores, ditando tendência e mostrando um estilo de vida sonhado por muitos, como o corpo esbelto, viagens incríveis, casas deslumbrantes, carros novos e alegria em tempo integral, algo bem improvável de ocorrer o tempo todo, aponta Carla Furtado, mestre em psicologia e fundadora do Instituto Feliciência. A problemática pode surgir com a busca incessante por essa felicidade, que gera efeitos colaterais em quem consome diariamente a “vida perfeita” de outros. Daí vem o conceito de positividade tóxica: a expressão tem sido usada para abordar uma espécie de pressão pela adoção de um discurso positivo, aliada a uma vida editada para as redes sociais. Para manter a saúde mental e evitar ser atingido pela positividade tóxica, o uso racional das redes sociais é o mais indicado, aconselha a médica psiquiatra Renata Nayara Figueiredo, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr). Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).
Associada ao ideário de uma “vida perfeita”, a positividade tóxica mencionada no texto é um fenômeno social recente, que se constitui com base em | representações estereotipadas e superficiais de felicidade. | ressignificações contemporâneas do conceito de alegria. | estilos de vida inacessíveis para a sociedade brasileira. | atitudes contraditórias de influenciadores digitais. | padrões idealizados e nocivos de beleza física. | A | professional_psychology |
TEXTO I Projeto Mural Eletrônico desenvolvido no INT, semelhante a um totem, promete tornar o acesso à informação disponível para todos A inclusão de pessoas com deficiência se constituiu um dos principais desafios e preocupações para a sociedade ao longo das últimas décadas. E o uso da tecnologia tem se revelado um aliado fundamental em muitas iniciativas voltadas para essa área. Exemplo disso é uma das recentes criações do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) — unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Ali, com o objetivo de que as diferenças entre pessoas não sejam sinônimo de obstáculos no acesso à informação ou na comunicação, engenheiros e tecnólogos vêm trabalhando no desenvolvimento do projeto Mural Eletrônico. O Mural Eletrônico nasceu da necessidade de promover a inclusão nas escolas. Com interface multimídia e interativa, todos têm a possibilidade de acessar o Mural Eletrônico. Por meio do equipamento, podem ser disponibilizados vídeos com Libras, leitura sonora de textos, que também estarão acessíveis em uma plataforma de braille dinâmico, ao lado do teclado. KIFFER, D. Inclusão ampla e irrestrita. Rio Pesquisa, n. 36, set. 2016 (adaptado). TEXTO II Projeto Surdonews, desenvolvido na UFRJ, garante acesso de surdos à informação e contribui para sua “inclusão científica” Para não permitir que a falta de informação seja um fator para o isolamento e a inacessibilidade da comunidade surda, a jornalista e pesquisadora Roberta Savedra Schiaffino criou o projeto “Surdonews: montando os quebra-cabeças das notícias para o surdo”. Trata-se de uma página no Facebook, com notícias constantemente atualizadas e apresentadas por surdos em Libras, e veiculadas por meio de vídeos. A ideia de criar o projeto surgiu quando Roberta, ela própria surda profunda, ainda cursava o mestrado. Para isso, ela procurou traçar um diagnóstico do conhecimento informal entre as pessoas com surdez. Ela entrevistou cinquenta alunos surdos do ensino fundamental e viu que eles tinham muita dificuldade de ler, além de não captar a notícia falada. “Isso é muito grave, pois 90% do saber de um indivíduo vem do conhecimento informal, adquirido em feiras científicas, conversas, cinema, teatro, incluindo a mídia, por todas as suas possibilidades disseminadoras”, explica a pesquisadora. “Prezamos pelo conteúdo científico em nossas pautas. Contudo, independentemente disso, nosso principal trabalho é, além de informar e atualizar, fazer com que os textos não sejam empobrecidos no processo de ‘tradução’ e, sim, acessíveis”. KIFFER, D. Comunicação sem barreiras. Rio Pesquisa, n. 37, dez. 2016 (adaptado).
Considerando-se o tema tecnologias e acessibilidade, os textos I e II aproximam-se porque apresentam projetos que | garantem a igualdade entre as pessoas. | foram criados por uma pesquisadora surda. | tiveram origem em um curso de pós-graduação. | estão circunscritos ao espaço institucional da escola. | têm como objetivo a disseminação do conhecimento. | E | miscellaneous |
Urgência emocional Se tudo é para ontem, se a vida engata uma primeira e sai em disparada, se não há mais tempo para paradas estratégicas, caímos fatalmente no vício de querer que os amores sejam igualmente resolvidos num átimo de segundo. Temos pressa para ouvir “eu te amo”. Não vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras de convívio: somos namorados, ficantes, casados, amantes? Urgência emocional. Uma cilada. Associamos diversas palavras ao AMOR: paixão, romance, sexo, adrenalina, palpitação. Esquecemos, no entanto, da palavra que viabiliza esse sentimento: “paciência”. Amor sem paciência não vinga. Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência, com fome desesperada. É uma refeição que pode durar uma vida. MEDEIROS, M. Disponível em: http://porumavidasimples.blogspot.com.br. Acesso em: 20 ago. 2017 (adaptado).
Nesse texto de opinião, as marcas linguísticas revelam uma situação distensa e de pouca formalidade, o que se evidencia pelo(a) | i mpessoalização ao longo do texto, como em: “se não há mais tempo”. | c onstrução de uma atmosfera de urgência, em palavras como: “pressa”. | r epetição de uma determinada estrutura sintática, como em: “Se tudo é para ontem”. | ê nfase no emprego da hipérbole, como em: “uma refeição que pode durar uma vida”. | e mprego de metáforas, como em: “a vida engata uma primeira e sai em disparada”. | E | moral_disputes |
Criado há cerca de 20 anos na Califórnia, o mountainboard é um esporte de aventura que utiliza uma espécie de skate off-road para realizar manobras similares às das modalidades de snowboard, surf e do próprio skate. A atividade chegou ao Brasil em 1997 e hoje possui centenas de praticantes, um circuito nacional respeitável e mais de uma dezena de pistas espalhadas pelo país. Segundo consta na história oficial, o mountainboard foi criado por praticantes de snowboard que sentiam falta de praticar o esporte nos períodos sem neve. Para isso, eles desenvolveram um equipamento bem simples: uma prancha semelhante ao modelo utilizado na neve (menor e um pouco menos flexível), com dois eixos bem resistentes, alças para encaixar os pés e quatro pneus com câmaras de ar para regular a velocidade que pode ser alcançada em diferentes condições. Com essa configuração, o esporte se mostrou possível em diversos tipos de terreno: grama, terra, pedras, asfalto e areia. Além desses pisos, também é possível procurar pelas próprias trilhas para treinar as manobras. Disponível em: www.webventure.com.br. Acesso em: 19 jun. 2019.
A história da prática do mountainboard representa uma das principais marcas das atividades de aventura, caracterizada pela | competitividade entre seus praticantes. | atividade com padrões técnicos definidos. | modalidade com regras predeterminadas. | criatividade para adaptações a novos espaços. | necessidade de espaços definidos para a sua realização. | D | high_school_sociology |
Ciente de que, no campo da criação, as inovações tecnológicas abrem amplo leque de possibilidades — ao permitir, e mesmo estimular, que o artista explore a fundo, em seu processo criativo, questões como a aleatoriedade, o acaso, a não linearidade e a hipermídia —, Leo Cunha comenta que, no que tange ao campo da divulgação, as alternativas são ainda mais evidentes: “Afinal, é imensa a capacidade de reprodução, multiplicação e compartilhamento das obras artísticas/culturais. Ao mesmo tempo, ganham dimensão os dilemas envolvidos com a questão da autoria, dos direitos autorais, da reprodução e intervenção não autorizadas, entre outras questões”. Já segundo a professora Yacy-Ara Froner, o uso de ferramentas tecnológicas não pode ser visto como um fim em si mesmo. Isso porque computadores, samplers, programas de imersão, internet e intranet, vídeo, televisão, rádio, GPD etc. são apenas suportes com os quais os artistas exercem sua imaginação. SILVA JR., M. G. Movidas pela dúvida. Minas faz Ciências, n. 52, dez.-fev. 2013 (adaptado).
Segundo os autores citados no texto, a expansão de possibilidades no campo das manifestações artísticas promovida pela internet pode pôr em risco o(a) | sucesso dos artistas. | valorização dos suportes. | proteção da produção estética. | modo de distribuição de obras. | compartilhamento das obras artísticas. | C | moral_disputes |
O complexo de falar difícil O que importa realmente é que o(a) detentor(a) do notável saber jurídico saiba quando e como deve fazer uso desse português versão 2.0, até porque não tem necessidade de alguém entrar numa padaria de manhã com aquela cara de sono falando o seguinte: “Por obséquio, Vossa Senhoria teria a hipotética possibilidade de estabelecer com minha pessoa uma relação de compra e venda, mediante as imposições dos códigos Civil e do Consumidor, para que seja possível a obtenção de 10 pãezinhos em temperatura estável para que a relação pecuniária no valor de R$ 5,00 seja plenamente legítima e capaz de saciar minha fome matinal?”. O problema é que temos uma cultura de valorizar quem demonstra ser inteligente ao invés de valorizar quem é. Pela nossa lógica, todo mundo que fala difícil tende a ser mais inteligente do que quem valoriza o simples, e 99,9% das pessoas que estivessem na padaria iriam ficar boquiabertas se alguém fizesse uso das palavras que eu disse acima em plenas 7 da manhã em vez de dizer: “Bom dia! O senhor poderia me vender cinco reais de pão francês?”. Agora entramos na parte interessante: o que realmente é falar difícil? Simplesmente fazer uso de palavras que a maioria não faz ideia do que seja é um ato de falar difícil? Eu penso que não, mas é assim que muita gente age. Falar difícil é fazer uso do simples, mas com coerência e coesão, deixar tudo amarradinho gramaticalmente falando. Falar difícil pode fazer alguém parecer inteligente, mas não por muito tempo. É claro que em alguns momentos não temos como fugir do português rebuscado, do juridiquês propriamente dito, como no caso de documentos jurídicos, entre outros. ARAÚJO, H. Disponível em: www.diariojurista.com. Acesso em: 20 nov. 2021 (adaptado).
Nesse artigo de opinião, ao fazer uso de uma fala rebuscada no exemplo da compra do pão, o autor evidencia a importância de(a) | se ter um notável saber jurídico. | valorização da inteligência do falante. | falar difícil para demonstrar inteligência. | coesão e da coerência em documentos jurídicos. | adequação da linguagem à situação de comunicação. | E | moral_disputes |
Pequeño hermano Es, no cabe duda, el instrumento más presente y más poderoso de todos los que entraron en nuestras vidas. Ni la televisión ni el ordenador, no hablemos ya del obsoleto fax o de las agendas o los libros electrónicos, ha tenido tal influencia, tal predicamento sobre nosotros. El móvil somos nosotros mismos. Todo desactivado e inerte, inocuo, ya les digo. Y de repente, tras un viaje y tres o cuatro imprudentes fotos, salta un aviso en la pantalla. Con sonido, además, pese a que tengo también todas las alertas desactivadas. Y mi monstruo doméstico me dice: tienes un recuerdo nuevo. Lo repetiré: tienes un recuerdo nuevo. ¿Y tú qué sabes? ¿Y a ti, máquina demoníaca, qué te importa? ¿Cómo te atreves a decirme qué son o no son mis recuerdos? ¿Qué es esta intromisión, este descaro? El pequeño hermano lo sabe casi todo. Sólo hay una esperanza: que la obsolescencia programada mate antes al pequeño hermano y que nosotros sigamos vivos, con los recuerdos que nos dé la gana. FERNÁNDEZ, D. Disponível em: www.lavanguardia.com. Acesso em: 5 dez. 2018 (adaptado).
No texto, o autor faz uma crítica ao(à) | conhecimento das pessoas sobre as tecnologias. | uso do celular alheio por pessoas desautorizadas. | funcionamento de recursos tecnológicos obsoletos. | ingerência do celular sobre as escolhas dos usuários. | falta de informação sobre a configuração de alertas no celular. | D | moral_disputes |
CCaauussaarr uumm aacciiddeennttee éé aallggoo qquuee vvooccêê lleevvaa AArrrreeppeennddiimmeennttoo pprroo rreessttoo ddaa vviiddaa.. NNããoo bbeebbaa ssee ffoorr ddiirriiggiirr.. DDEETTRRAANN EESS Disponível em: www.portaldapropaganda.com.br. Acesso em: 29 out. 2013 (adaptado).
Para convencer o público-alvo sobre a necessidade de um trânsito mais seguro, essa peça publicitária apela para o(a) | s entimento de culpa provocado no condutor causador de acidentes. | d ano psicológico causado nas vítimas da violência nas estradas. | i mportância do monitoramento do trânsito pelas autoridades competentes. | n ecessidade de punição a motoristas alcoolizados envolvidos em acidentes. | s ofrimento decorrente da perda de entes queridos em acidentes automobilísticos. | A | high_school_government_and_politics |
Mas seu olhar verde, inconfundível, impressionante, iluminava com sua luz misteriosa as sombrias arcadas superciliares, que pareciam queimadas por ela, dizia logo a sua origem cruzada e decantada através das misérias e dos orgulhos de homens de aventura, contadores de histórias fantásticas, e de mulheres caladas e sofredoras, que acompanhavam os maridos e amantes através das matas intermináveis, expostas às febres, às feras, às cobras do sertão indecifrável, ameaçador e sem fim, que elas percorriam com a ambição única de um “pouso” onde pudessem viver, por alguns dias, a vida ilusória de família e de lar, sempre no encalço dos homens, enfebrados pela procura do ouro e do diamante. PENNA, C. Fronteira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.
Ao descrever os olhos de Maria Santa, o narrador estabelece correlações que refletem a | caracterização da personagem como mestiça. | construção do enredo de conquistas da família. | relação conflituosa das mulheres e seus maridos. | nostalgia do desejo de viver como os antepassados. | marca de antigos sofrimentos no fluxo de consciência. | E | literatura |
Esaú e Jacó Bárbara entrou, enquanto o pai pegou da viola e passou ao patamar de pedra, à porta da esquerda. Era uma criaturinha leve e breve, saia bordada, chinelinha no pé. Não se lhe podia negar um corpo airoso. Os cabelos, apanhados no alto da cabeça por um pedaço de fita enxovalhada, faziam-lhe um solidéu natural, cuja borla era suprida por um raminho de arruda. Já vai nisto um pouco de sacerdotisa. O mistério estava nos olhos. Estes eram opacos, não sempre nem tanto que não fossem também lúcidos e agudos, e neste último estado eram igualmente compridos; tão compridos e tão agudos que entravam pela gente abaixo, revolviam o coração e tornavam cá fora, prontos para nova entrada e outro revolvimento. Não te minto dizendo que as duas sentiram tal ou qual fascinação. Bárbara interrogou-as; Natividade disse ao que vinha e entregou-lhe os retratos dos filhos e os cabelos cortados, por lhe haverem dito que bastava. — Basta, confirmou Bárbara. Os meninos são seus filhos? — São. ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
No relato da visita de duas mulheres ricas a uma vidente no Morro do Castelo, a ironia — um dos traços mais representativos da narrativa machadiana — consiste no | modo de vestir dos moradores do morro carioca. | senso prático em relação às oportunidades de renda. | mistério que cerca as clientes de práticas de vidência. | misto de singeleza e astúcia dos gestos da personagem. | interesse do narrador pelas figuras femininas ambíguas. | D | literatura |
Firmo, o vaqueiro No dia seguinte, à hora em que saía o gado, estava eu debruçado à varanda quando vi o cafuzo que preparava o animal viajeiro: — Raimundinho, como vai ele?... De longe apontou a palhoça. — Sim. O braço caiu-lhe, olhou-me algum tempo comovido; depois, saltando para o animal, levou o polegar à boca fazendo estalar a unha nos dentes: “Às quatro horas da manhã... Atirei um verso e disse, para bulir com ele: Pega, velho! Não respondeu. Tio Firmo, mesmo velho e doente, não era homem para deixar um verso no chão... Fui ver, coitado!... estava morto”. E deu de esporas para que eu não lhe visse as lágrimas. NETTO, C. In: MARCHEZAN, L. G. (Org.).
O conto regionalista. A passagem registra um momento em que a expressividade lírica é reforçada pela | plasticidade da imagem do rebanho reunido. | sugestão da firmeza do sertanejo ao arrear o cavalo. | situação de pobreza encontrada nos sertões brasileiros. | afetividade demonstrada ao noticiar a morte do cantador. | preocupação do vaqueiro em demonstrar sua virilidade. | D | literatura |
Era o êxodo da seca de 1898. Uma ressurreição de cemitérios antigos — esqueletos redivivos, com o aspecto terroso e o fedor das covas podres. Os fantasmas estropiados como que iam dançando, de tão trôpegos e trêmulos, num passo arrastado de quem leva as pernas, em vez de ser levado por elas. Andavam devagar, olhando para trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não sabiam aonde iam. Expulsos de seu paraíso por espadas de fogo, iam, ao acaso, em descaminhos, no arrastão dos maus fados. Fugiam do sol e o sol guiava-os nesse forçado nomadismo. Adelgaçados na magreira cômica, cresciam, como se o vento os levantasse. E os braços afinados desciam-lhes aos joelhos, de mãos abanando. Vinham escoteiros. Menos os hidrópicos — de ascite consecutiva à alimentação tóxica — com os fardos das barrigas alarmantes. Não tinham sexo, nem idade, nem condição nenhuma. Eram os retirantes. Nada mais. ALMEIDA, J. A. A bagaceira. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978.
Os recursos composicionais que inserem a obra no chamado “Romance de 30” da literatura brasileira manifestam-se aqui no(a) | desenho cru da realidade dramática dos retirantes. | indefinição dos espaços para efeito de generalização. | análise psicológica da reação dos personagens à seca. | engajamento político do narrador ante as desigualdades. | contemplação lírica da paisagem transformada em alegoria. | A | literatura |
A senhora manifestava-se por atos, por gestos, e sobretudo por um certo silêncio, que amargava, que esfolava. Porém desmoralizar escancaradamente o marido, não era com ela. [...] As negras receberam ordem para meter no serviço a gente do tal compadre Silveira: as cunhadas, ao fuso; os cunhados, ao campo, tratar do gado com os vaqueiros; a mulher e as irmãs, que se ocupassem da ninhada. Margarida não tivera filhos, e como os desejasse com a força de suas vontades, tratava sempre bem aos pequenitos e às mães que os estavam criando. Não era isso uma sentimentalidade cristã, uma ternura, era o egoísta e cru instinto da maternidade, obrando por mera simpatia carnal. Quanto ao pai do lote (referia-se ao Antônio), esse que fosse ajudar ao vaqueiro das bestas. Ordens dadas, o Quinquim referendava. Cada um moralizava o outro, para moralizar-se. PAIVA, M. O. Dona Guidinha do Poço. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.
No trecho do romance naturalista, a forma como o narrador julga comportamentos e emoções das personagens femininas revela influência do pensamento | capitalista, marcado pela distribuição funcional do trabalho. | liberal, buscando a igualdade entre pessoas escravizadas e livres. | c ientífico, considerando o ser humano como um fenômeno biológico. | r eligioso, fundamentado na fé e na aceitação dos dogmas do cristianismo. | a fetivo, manifesto na determinação de acolher familiares e no respeito mútuo. | C | literatura |
São vários os fatores, internos e externos, que influenciam os hábitos das pessoas no acesso à internet, assim como nas práticas culturais realizadas na rede. A utilização das tecnologias de informação e comunicação está diretamente relacionada aos aspectos como: conhecimento de seu uso, acesso à linguagem letrada, nível de instrução, escolaridade, letramento digital etc. Os que detêm tais recursos (os mais escolarizados) são os que mais acessam a rede e também os que possuem maior índice de acumulatividade das práticas. A análise dos dados nos possibilita dizer que a falta de acesso à rede repete as mesmas adversidades e exclusões já verificadas na sociedade brasileira no que se refere a analfabetos, menos escolarizados, negros, população indígena e desempregados. Isso significa dizer que a internet, se não produz diretamente a exclusão, certamente a reproduz, tendo em vista que os que mais a acessam são justamente os mais jovens, escolarizados, remunerados, trabalhadores qualificados, homens e brancos. SILVA, F. A. B.; ZIVIANE, P.; GHEZZI, D. R. As tecnologias digitais e seus usos.
Ao analisarem a correlação entre os hábitos e o perfil socioeconômico dos usuários da internet no Brasil, os pesquisadores | a pontam o desenvolvimento econômico como solução para ampliar o uso da rede. | q uestionam a crença de que o acesso à informação é igualitário e democrático. | a firmam que o uso comercial da rede é a causa da exclusão de minorias. | r efutam o vínculo entre níveis de escolaridade e dificuldade de acesso. | c ondicionam a expansão da rede à elaboração de políticas inclusivas. | B | Sociology |
10 de maio Fui na delegacia e falei com o tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era tão amavel, eu teria ido na delegacia na primeira intimação. [...] O tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidade de delinquir do que tornar- se util a patria e ao país. Pensei: se ele sabe disto, porque não faz um relatorio e envia para os politicos? O senhor Janio Quadros, o Kubstchek e o Dr. Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades. ... O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome tambem é professora. Quem passa fome aprende a pensar no próximo, e nas crianças. JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.
A partir da intimação recebida pelo filho de 9 anos, a autora faz uma reflexão em que transparece a | lição de vida comunicada pelo tenente. | predisposição materna para se emocionar. | atividade política marcante da comunidade. | resposta irônica ante o discurso da autoridade. | necessidade de revelar seus anseios mais íntimos. | D | high_school_world_history |
O bebê de tarlatana rosa — [...] Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto da depravação, só, com uma roupa leve por cima da pele e todos os maus instintos fustigados. De resto a cidade inteira estava assim. É o momento em que por trás das máscaras as meninas confessam paixões aos rapazes, é o instante em que as ligações mais secretas transparecem, em que a virgindade é dúbia, e todos nós a achamos inútil, a honra uma caceteação, o bom senso uma fadiga. Nesse momento tudo é possível, os maiores absurdos, os maiores crimes; nesse momento há um riso que galvaniza os sentidos e o beijo se desata naturalmente. Eu estava trepidante, com uma ânsia de acanalhar-me, quase mórbida. Nada de raparigas do galarim perfumadas e por demais conhecidas, nada do contato familiar, mas o deboche anônimo, o deboche ritual de chegar, pegar, acabar, continuar. Era ignóbil. Felizmente muita gente sofre do mesmo mal no carnaval. RIO, J. Dentro da noite. São Paulo: Antiqua, 2002.
No texto, o personagem vincula ao carnaval atitudes e reações coletivas diante das quais expressa | consagração da alegria do povo. | atração e asco perante atitudes libertinas. | espanto com a quantidade de foliões nas ruas. | intenção de confraternizar com desconhecidos. | reconhecimento da festa como manifestação cultural. | B | high_school_psychology |
MANUAL DE ORIENTAÇÃO O primeiro guia prático da Sociedade Brasileira de Pediatria para ajudar pais e pediatras no desafio de educar nativos digitais TRABALHO DE BASE Até 2 anos De 2 a 5 anos Até 10 anos A criança não deve ser O tempo de exposição Devem ter acesso controlado exposta passivamente às às telas deve ser limitado a computadores e dispositivos telas — TV, tablet, celular a 1 hora por dia. Crianças móveis. Crianças de até 10 etc. —, principalmente dessa faixa etária devem anos não devem usar TV ou durante as refeições e até ser mais protegidas da computador no próprio quarto. 2 horas antes de dormir. violência virtual, pois não sabem separar fantasia de realidade. Disponível em: https://tab.uol.com.br. Acesso em: 25 ago. 2017 (adaptado).
O texto sobre os chamados nativos digitais traz informações com a função de | propor ações específicas para cada etapa da infância. | estabelecer regras que devem ser seguidas à risca. | explicar os efeitos do acesso precoce à internet. | determinar a incorporação de rituais à educação dos filhos. | educar com base em um conjunto de estratégias formativas. | A | high_school |
TEXTO I A língua não é uma nomenclatura, que se apõe a uma realidade pré-categorizada, ela é que classifica a realidade. No léxico, percebe-se, de maneira mais imediata, o fato de que a língua condensa as experiências de um dado povo. FIORIN, J. L. Língua, modernidade e tradição. Diversitas, n. 2, mar.-set. 2014. TEXTO II As expressões coloquiais ainda estão impregnadas de discriminação contra os negros. Basta recordar algumas delas, como passar um “dia negro”, ter um “lado negro”, ser a “ovelha negra” da família ou praticar “magia negra”. Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 22 maio 2018.
O Texto II exemplifica o que se afirma no Texto I, na medida em que defende a ideia de que as escolhas lexicais são resultantes de um | e xpediente próprio do sistema linguístico que nos apresenta diferentes possibilidades para traduzir estados de coisas. | a to inventivo de nomear novas realidades que surgem diante de uma comunidade de falantes de uma língua. | m ecanismo de apropriação de formas linguísticas que estão no acervo da formação do idioma nacional. | p rocesso de incorporação de preconceitos que são recorrentes na história de uma sociedade. | r ecurso de expressão marcado pela objetividade que se requer na comunicação diária. | D | sociology |
TEXTO I Manda o Santo Ofício da Inquisição que ninguém, seja qual for seu estado, idade ou condição, pare com carroça, caleça ou montaria nem atrapalhe com mesas ou cadeiras o centro das ruas, que vão da Inquisição a São Domingos, nem atravesse a procissão em ponto algum da ida ou da volta, amanhã, 19 do corrente, em que se celebrará auto de fé. E também que nem nesse dia nem nos dos açoites ouse alguém atirar nos réus maçãs, pedras, laranjas nem outra coisa qualquer. PALMA, R. Anais da Inquisição de Lima. São Paulo: Edusp; Giordano, 1992 (adaptado).
TEXTO II Como acontece em todos os ritos, o sentido do auto da fé é conferido pela sequência dos atos que o compõem. Os lugares, as posturas, os gestos, as palavras são fixados previamente em toda a sua complexidade. Por isso, o auto da fé apresenta momentos fortes — durante a preparação, a encenação, o ato e a recepção — que convém seguir em seus pormenores. BETHENCOURT, F. História das Inquisições: Portugal, Espanha e Itália – séculos XV-XIX. São Paulo: Cia. das Letras, 2000. O rito mencionado nos textos demonstra a capacidade da Igreja em | abrandar cerimônias de punição. | favorecer anseios de violência. | criticar políticas de disciplina. | produzir padrões de conduta. | ordenar cultos de heresia. | D | história |
Decreto-Lei n. 1 949, de 27/12/1937 Art. 1º Fica criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), diretamente subordinado ao presidente da República. Art. 2º O DIP tem por fim: h) coordenar e incentivar as relações da imprensa com os poderes públicos no sentido de maior aproximação da mesma com os fatos que se ligam aos interesses nacionais; n) autorizar mensalmente a devolução dos depósitos efetuados pelas empresas jornalísticas para a importação de papel para imprensa, uma vez demonstrada, a seu juízo, a eficiência e a utilidade pública dos jornais ou periódicos por elas administrados ou dirigidos. BRASIL apud CARONE, E. A Terceira República (1937-1945). São Paulo: Difel, 1982 (adaptado).
Com base nos trechos do decreto, as finalidades do órgão criado permitiram ao governo promover o(a) | diversificação da opinião pública. | mercantilização da cultura popular. | controle das organizações sindicais. | cerceamento da liberdade de expressão. | privatização dos meios de comunicação. | D | história |
QUANTO CUSTOU? Proposta obriga órgão público a divulgar gasto com anúncio na própria peça publicitária. Qual sua opinião? Disponível em: www.facebook.com/senadofederal. Acesso em: 9 dez. 2017.
Considerando-se a função social dos posts, essa imagem evidencia a apropriação de outro gênero com o objetivo de | promover o uso adequado de campanhas publicitárias do governo. | divulgar o projeto sobre transparência da administração pública. | responsabilizar o cidadão pelo controle dos gastos públicos. | delegar a gestão de projetos de lei ao contribuinte. | assegurar a fiscalização dos gastos públicos. | B | professional_law |
Nascidas no Líbano, as duas irmãs não puderam ser registradas no país, porque lá é exigido que os nascidos sejam filhos de pais e mães libaneses. Seus pais, de nacionalidade síria, também não puderam registrá-las no país de origem. Na Síria, crianças só são registradas por pais oficialmente casados, o que não era o caso deles. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 7 nov. 2021.
Em situações como a apresentada no texto, as pessoas ao nascerem já se encontram na condição sociopolítica de | exiladas. | apátridas. | foragidas. | refugiadas. | clandestinas. | B | sociology |
Em Vitória (ES), no bairro Goiabeiras, encontramos as paneleiras, mulheres que são conhecidas pelos saberes/fazeres das tradicionais panelas de barro, ícones da culinária capixaba. A tradição passada de mãe para filha é de origem indígena e sofreu influência de outras etnias, como a afro e a luso. Dessa mistura, acredita-se que a fabricação das panelas de barro já tenha 400 anos. A fabricação das panelas de barro se dá em várias etapas, desde a obtenção de matéria-prima à confecção das panelas. As matérias-primas tradicionalmente utilizadas são provenientes do meio natural, como: argila, retirada do barreiro no Vale do Mulembá; madeira, atualmente proveniente das sobras da construção civil; e tinta, extraída da casca do manguezal, o popular mangue-vermelho. TRISTÃO, M. A educação ambiental e o pós-colonialismo. Revista de Educação, n. 53, ago. 2014.
Uma característica de práticas tradicionais como a exemplificada no texto é a vinculação entre os recursos do mundo natural e a | manutenção dos modos de vida. | conservação dos plantios da roça. | atualização do modelo de gestão. | participação na sociedade de consumo. | especialização nas etapas de produção. | A | sociology |
Advento da Polis, nascimento da filosofia: entre as duas ordens de fenômenos, os vínculos são demasiado estreitos para que o pensamento racional não apareça, em suas origens, solidário das estruturas sociais e mentais próprias da cidade grega. Assim recolocada na história, a filosofia despoja-se desse caráter de revelação absoluta que às vezes lhe foi atribuído, saudando, na jovem ciência dos jônios, a razão intemporal que veio encarnar-se no Tempo. A escola de Mileto não viu nascer a Razão; ela construiu uma Razão, uma primeira forma de racionalidade. Essa razão grega não é a razão experimental da ciência contemporânea. VERNANT, J. P. Origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
Os vínculos entre os fenômenos indicados no trecho foram fortalecidos pelo surgimento de uma categoria de pensadores, a saber: | Os epicuristas, envolvidos com o ideal de vida feliz. | Os estoicos, dedicados à superação dos infortúnios. | Os sofistas, comprometidos com o ensino da retórica. | Os peripatéticos, empenhados na dinâmica do ensino. | Os poetas rapsodos, responsáveis pela narrativa do mito. | C | sociology |
Quando os espanhóis chegaram à América, estava em seu apogeu o império teocrático dos Incas, que estendia seu poder sobre o que hoje chamamos Peru, Bolívia e Equador, abarcava parte da Colômbia e do Chile e alcançava até o norte argentino e a selva brasileira; a confederação dos Astecas tinha conquistado um alto nível de eficiência no vale do México, e no Yucatán, na América Central, a esplêndida civilização dos Maias persistia nos povos herdeiros, organizados para o trabalho e para a guerra. Os Maias tinham sido grandes astrônomos, mediram o tempo e o espaço com assombrosa precisão, e tinham descoberto o valor do número zero antes de qualquer povo da história. No museu de Lima, podem ser vistos centenas de crânios que receberam placas de ouro e prata por parte dos cirurgiões Incas. GALEANO, E. As veias abertas da América Latina. Porto Alegre: L&PM, 2012.
As sociedades mencionadas deixaram como legado uma diversidade de | bens religiosos inspirados na matriz cristã. | materiais bélicos pilhados em batalhas coloniais. | heranças culturais constituídas em saberes próprios. | costumes laborais moldados em estilos estrangeiros. | práticas medicinais alicerçadas no conhecimento científico. | C | sociology |
Hoje sou um ser inanimado, mas já tive vida pulsante em seivas vegetais, fui um ser vivo; é bem verdade que do reino vegetal, mas isso não me tirou a percepção de vida vivida como tamborete. Guardo apreço pelos meus criadores, as mãos que me fizeram, me venderam, e pelas mulheres que me usaram para suas vendas e de tantas outras maneiras. Essas pessoas, sim, tiveram suas subjetividades, singularidades e pluralidades, que estão incorporadas a mim. É preciso considerar que a nossa história, de móveis de museus, está para além da mera vinculação aos estilos e à patrimonialização que recebemos como bem material vinculado ao patrimônio imaterial. A nossa história está ligada aos dons individuais das pessoas e suas práticas sociais. Alguns indivíduos consagravam-se por terem determinados requisitos, tais como o conhecimento de modelos clássicos ou destreza nos desenhos. FREITAS, J. M.; OLIVEIRA, L. R. Memórias de um tamborete de baiana: as muitas vozes em um objeto de museu. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, n. 14, maio-ago. 2020 (adaptado).
Ao descrever-se como patrimônio museológico, o objeto abordado no texto associa a sua história às | habilidades artísticas e culturais dos sujeitos. | vocações religiosas e pedagógicas dos mestres. | naturezas antropológica e etnográfica dos expositores. | preservações arquitetônica e visual dos conservatórios. | competências econômica e financeira dos comerciantes. | A | sociology |
Entretanto, nosso amigo Basso tem o ânimo alegre. Isso resulta da filosofia: estar alegre diante da morte, forte e contente qualquer que seja o estado do corpo, sem desfalecer, ainda que desfaleça. SÊNECA, L. Cartas morais. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1990.
O excerto refere-se a uma carta de Sêneca na qual se apresenta como um bem fundamental da filosofia promover a | valorização de disputas dialógicas. | rejeição das convenções sociais. | inspiração de natureza religiosa. | exaltação do sofrimento. | moderação das paixões. | E | moral_scenarios |
Empédocles estabelece quatro elementos corporais — fogo, ar, água e terra —, que são eternos e que mudam aumentando e diminuindo mediante mistura e separação; mas os princípios propriamente ditos, pelos quais aqueles são movidos, são o Amor e o Ódio. Pois é preciso que os elementos permaneçam alternadamente em movimento, sendo ora misturados pelo Amor, ora separados pelo Ódio. SIMPLÍCIO. Física, 25, 21. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
O texto propõe uma reflexão sobre o entendimento de Empédocles acerca da arché, uma preocupação típica do pensamento pré-socrático, porque | exalta a investigação filosófica. | transcende ao mundo sensível. | evoca a discussão cosmogônica. | fundamenta as paixões humanas. | corresponde à explicação mitológica. | C | filosofia |
Possível trajeto do voo MH370 da Malaysia Airlines antes da queda, em 2014 Último contato MALÁSIA Kuala Lumpur INDONÉSIA Possível trajeto antes da queda MADAGASCAR OCEANO AUSTRÁLIA ÍNDICO m Perth k 0 0 5 2 Local onde os destroços foram avistados Disponível em: http://imguol.com. Acesso em: 30 mar. 2014 (adaptado).
Considerando-se que a distância entre o local onde os destroços do avião foram avistados e a cidade de Perth é de 2 cm, a escala aproximada dessa representação cartográfica é: | 1 : 12 500. | 1 : 125 000. | 1 : 1 250 000. | 1 : 12 500 000. | 1 : 125 000 000. | E | high_school_geography |
RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL HORIZONTAL MÉDIA ANUAL 3,15 3,50 3,85 4,20 4,55 4,90 5,25 5,60 5,95 6,30 6,65 kWh/m² 0 200 400 600 800 1000 km PEREIRA, E. B. et al. Atlas brasileiro de energia solar. São José dos Campos: Inpe, 2006.
Uma característica regional que justifica o maior potencial anual médio para o aproveitamento da energia solar é a reduzida | declividade do relevo. | extensão longitudinal. | nebulosidade atmosférica. | irregularidade pluviométrica. | influência da continentalidade. | C | high_school_physics |
Para os Impérios Coloniais, o problema das doenças que atingiam os escravos era algo com que cotidianamente deparavam os senhores. Em vista disso, uma série de obras dedicadas à administração de escravos foi publicada com vista a implementar uma moderna gestão da mão de obra escravista em convergência com o Iluminismo. Nesse contexto, o saber médico adquiria um papel extremamente relevante. Este era encarado como um instrumento fundamental ao desenvolvimento colonial, dada a percepção do impacto que as doenças tropicais causavam na população branca e nos povos escravizados. ABREU, J. L. N. A Colônia enferma e a saúde dos povos: a medicina das “luzes” e as informações sobre as enfermidades da América portuguesa. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, n. 3, jul.-set. 2007 (adaptado).
De acordo com o texto, a importância da medicina se justifica no âmbito dos objetivos | econômicos das elites. | naturalistas dos viajantes. | abolicionistas dos letrados. | tradicionalistas dos nativos. | emancipadores das metrópoles. | A | college_medicine |
O princípio básico do Estado de direito é o da eliminação do arbítrio no exercício dos poderes públicos, com a consequente garantia de direitos dos indivíduos perante esses poderes. Estado de direito significa que nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum está acima da lei. Os governos democráticos exercem a autoridade por meio da lei e estão eles próprios sujeitos aos constrangimentos impostos pela lei. CANOTILHO, J. J. G. Estado de direito. Lisboa: Gradiva, 1999 (adaptado).
Nas sociedades contemporâneas, consiste em violação do princípio básico enunciado no texto: | Supressão de eleições de representantes políticos. | Intervenção em áreas de vulnerabilidade pela Igreja. | Disseminação de projetos sociais em universidades. | Ampliação dos processos de concentração de renda. | Regulamentação das relações de trabalho pelo Legislativo. | A | professional_law |
Brasileiros levam mais tempo de casa para o trabalho Pesquisa do IBGE aponta que a situação é mais grave no Sudeste: 13% das pessoas levam mais de uma hora para chegar ao trabalho. Nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio, o IBGE registrou os maiores percentuais de trabalhadores que levam mais de uma hora no trajeto até o emprego. Quem vê o Marcelo chegar ao trabalho nem imagina a maratona que ele enfrenta todos os dias antes das 5 h. “Acordo 4 h 30, saio de casa 5 h, pego trem 5 h 20, chego na Central umas 6 h 50, pego ônibus e chego no trabalho mais ou menos 7 h 10”, conta. Segundo especialista, são os mais pobres os que moram mais longe do emprego. Disponível em: www.portaldotransito.com.br. Acesso em: 23 nov. 2021 (adaptado).
A pesquisa desenvolvida retrata a seguinte dinâmica populacional: | Fluxo de retorno. | Migração interna. | Mudança sazonal. | Movimento pendular. | Deslocamento forçado. | D | sociology |
Lá embaixo está o Açude Itans, com seu formigueiro a cavar a terra. É mesmo impressionante o esforço daquele formigar de homens ao sol, lavados em suor, que não param, em longas filas pacientes acompanhando centenas de burricos que sobem e descem, numa ciranda comovente e silenciosa, cada burrico com duas caixas de terra no lombo. É o labor organizado para a salvação da terra e do homem. Depois do semideserto que tanto nos acabrunhou o espírito por falta de chuvas, o esforço destes milhares de sertanejos, todos vestidos de brim mescla e calçando alpercatas, no combate consciente à esterilidade da natureza, com as famílias alojadas em pequeninas casas de taipa e telha — embrião de futura cidade — impressionava-nos profundamente. VALLE, F. M. História do Açude Itans, município de Caicó (RN). Brasília, 1994 (adaptado).
Na construção do empreendimento descrito, destaca-se a presença de | engenheiros na execução de canais fluviais. | coronéis na ampliação de antigas fazendas. | operários na distribuição dos recursos hídricos. | trabalhadores na formação de novos espaços. | negociantes na organização de redes comerciais. | D | high_school_geography |
O povo Kambeba é o povo das águas. Os mais velhos costumam contar que o povo nasceu de uma gota-d’água que caiu do céu em uma grande chuva. Nessa gota estavam duas gotículas: o homem e a mulher. “Por essa narrativa e cosmologia indígena de que nós somos o povo das águas é que o rio nos tem fundamental importância”, diz Márcia Wayna Kambeba, mestre em Geografia e escritora. Todos os dias, ela ia com o pai observar o rio. Ia em silêncio e, antes que tomasse para si a palavra, era interrompida. “Ouça o rio”, o pai dizia. Depois de cerca de duas horas a ouvir as águas do Solimões, ela mergulhava. “Confie no rio e aprenda com ele”. “Fui entender mais tarde, com meus estudos e vivências, que meu pai estava me apresentando à sabedoria milenar do rio”. Rios amazônicos influenciam no agro e em reservatórios do Sudeste. Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 14 out. 2021.
Pelo descrito no texto, o povo Kambeba tem o rio como um(a) | objeto tombado e museográfico. | herança religiosa e sacralizada. | cenário bucólico e paisagístico. | riqueza individual e efêmera. | patrimônio cultural e afetivo. | E | high_school_geography |
A história do Primeiro de Maio de 1890 — na França e na Europa, o primeiro de todos os Primeiros de Maio — é, sob vários aspectos, exemplar. Resultante de um ato político deliberado, essa manifestação ilustra o lado voluntário da construção de uma classe — a classe operária — à qual os socialistas tentam dar uma unidade política e cultural através daquela pedagogia da festa cujo princípio, eficácia e limites há muito tempo tinham sido experimentados pela Revolução Francesa. PERROT, M. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
Com base no texto, a fixação dessa data comemorativa tinha por objetivo | valorizar um sentimento burguês. | afirmar uma identidade coletiva. | edificar uma memória nacional. | criar uma comunidade cívica. | definir uma tradição popular. | B | high_school_world_history |
TEXTO I A Marinha identifica, na voz de Thomas Barnett, uma ampla região potencialmente insubmissa ou simplesmente irredutível às normas gerais de funcionamento promovidas pelos Estados Unidos e sancionadas pelo Fundo Monetário Internacional, pela Organização Mundial do Comércio e pelo Banco Mundial. E não necessariamente por sua consciência rebelde, mas sim, em muitos casos, pela insubstancialidade de suas instituições estatais. TEXTO II Alta densidade e variedade germoplásmica Petróleo e gás A “brecha” crítica do “Novo Mapa do Pentágono” CECEÑA, A. E. Hegemonias e emancipações no século XXI. Buenos Aires: Clacso, 2005.
As preocupações do governo estadunidense expressas no texto e no mapa evidenciam uma estratégia para | compartilhamento de inovações tecnológicas. | promoção de independência financeira. | incremento de intercâmbios culturais. | ampliação de influência econômica. | preservação de recursos naturais. | D | us_foreign_policy |
Colegas, na mente e no coração do povo, a Crimeia sempre foi uma porção inseparável da Rússia. Essa firme convicção se baseia na verdade e na justiça e foi passada de geração em geração, ao longo do tempo, sob quaisquer circunstâncias, apesar de todas as drásticas mudanças que nosso país atravessou durante todo o século XX. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 28 jul. 2014.
Considerando a dinâmica geopolítica subjacente ao texto, a justificativa utilizada por Vladimir Putin, em 2014, para anexação dessa península apela para o argumento de que | a s populações com idioma comum devem estar submetidas à mesma autoridade estatal. | o imperialismo soviético havia se acomodado às pretensões das potências vizinhas. | o s organismos transnacionais são incapazes de solucionar disputas territoriais. | a integração regional supõe a livre circulação de pessoas e mercadorias. | a expulsão das forças navais ocidentais garantiria a soberania nacional. | A | us_foreign_policy |
TEXTO I A primeira grande lei educacional do Brasil, de 1827, determinava que, nas “escolas de primeiras letras” do Império, meninos e meninas estudassem separados e tivessem currículos diferentes. No Senado, o Visconde de Cayru foi um dos defensores de que o currículo de matemática das garotas fosse o mais enxuto possível. Nas palavras dele, o “belo sexo” não tinha capacidade intelectual para ir muito longe: — Sobre as contas, são bastantes [para as meninas] as quatro espécies, que não estão fora do seu alcance e lhes podem ser de constante uso na vida. TEXTO II No Senado, o único a defender publicamente que as meninas tivessem, em matemática, um currículo idêntico ao dos meninos foi o Marquês de Santo Amaro (RJ). Ele argumentou: — Não me parece conforme, às luzes do tempo em que vivemos, deixarmos de facilitar às brasileiras a aquisição desses conhecimentos [mais aprofundados de matemática]. A oposição que se manifesta não pode nascer senão do arraigado e péssimo costume em que estavam os antigos, os quais nem queriam que suas filhas aprendessem a ler. WESTIN, R. Senado Notícias. Disponível em: www12.senado.leg.br.
Os discursos expressam pontos de vista divergentes respectivamente pela oposição entre | liberdade de gênero e controle social. | equidade de escolha e imposição cultural. | dominação de corpos e igualdade humana. | geração de oportunidade e restrição profissional. | exclusão de competências e participação política. | C | sociology |
A dublagem é o novo campo a ser explorado pela inteligência artificial, e há empresas dedicadas a fazer com que as vozes originais de atores sejam transpostas para outros idiomas. A novidade reforça a tendência da automação de postos de trabalho nas mais diversas áreas. Tem potencial para facilitar a vida de estúdios e produtoras e, ao mesmo tempo, tornar mais escassas as oportunidades para dubladores e atores que trabalham com isso. GAGLIONI, C. Disponível em: www.nexojornal.com.br. Acesso em: 25 out. 2021.
A consequência da mudança tecnológica apresentada no texto é a | proteção da economia nacional. | valorização da cultura tradicional. | diminuição da formação acadêmica. | estagnação da manifestação artística. | ampliação do desemprego estrutural. | E | computer_security |
Após sete anos da ocupação de um terreno abandonado em Santo André, no ABC paulista, os condomínios Novo Pinheirinho e Santos Dias foram inaugurados, com a presença de representantes dos governos federal, estadual e municipal. A ocupação começou em 2012 e, desde então, o movimento vinha reivindicando o direito de usufruir do espaço para a construção de casas. A Carta Magna, em seu art. 6º, garante a todos os brasileiros o direito à moradia. PUTTI, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).
O texto apresenta uma estratégia usada pelo movimento social para | fragilizar o poder público. | fomentar a economia solidária. | controlar a propriedade estatal. | garantir o preceito constitucional. | incentivar a especulação imobiliária. | D | sociology |
Ainda que a fome ocorrida na Itália em 536 tenha origem nos eventos climáticos, suas implicações são tanto políticas quanto econômicas. Nos primeiros séculos da Idade Média, o auxílio aos famintos se inscreve no domínio da gestão pública, mesmo quando a ação de seus agentes é apresentada sob o ângulo da piedade e da caridade individuais, como é o caso da Gália merovíngia. Assim, o fato de que as respostas à fome são mostradas, na Gália, como o fruto de iniciativas pessoais fundadas no imperativo da caridade deriva da natureza das fontes do século VI. SILVA, M. C. Os agentes públicos e a fome nos primeiros séculos da Idade Média. Varia Historia, n. 60, set.-dez. 2016 (adaptado).
Na conjuntura histórica destacada no texto, o dever de agir em face da situação de crise apresentada pertencia à jurisdição | d a nobreza, proveniente da obrigação de proteção ao campesinato livre. | d a realeza, decorrente do conceito de governo subjacente à monarquia cristã. | d os mosteiros, resultante do caráter fraternal afirmado nas regras monásticas. | d os bispados, consequente da participação dos clérigos nos assuntos comunitários. | d as corporações, procedente do padrão assistencialista previsto nas normas estatutárias. | B | sociology |
As forças tectônicas dentro da litosfera, controladas pelo calor interno das profundezas, geram terremotos, erupções e soerguimento de montanhas. As forças meteorológicas dentro da atmosfera e da hidrosfera, controladas pelo calor do Sol, produzem tempestades, inundações, geleiras e outros agentes de erosão. PRESS, F. et al. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2006 (adaptado).
A interação dinâmica entre as forças naturais citadas favorece a ocupação do espaço geográfico, na medida em que provoca a formação de | solos vulcânicos. | dorsais oceânicas. | relevos escarpados. | superfícies lateríticas. | dobramentos modernos. | A | high_school_geography |
TENSÃO MORTE AGRESSÃO TENSÃO LUA DE MEL AGRESSÃO TENSÃO LUA DE MEL AGRESSÃO TENSÃO LUA DE MEL AGRESSÃO TENSÃO LUA DE MEL AGRESSÃO TENSÃO LUA DE MEL LUA DE MEL LUA DE MEL carinho, paixão, presentes, promessas, reconciliação, liberdade TENSÃO insulto, humilhação, intimidação, gritos, ameaça, controle, isolamento, medo, conflitos, descumprimento de promessa AGRESSÃO empurrão, beliscão, puxão de cabelo, sufocamento, arremesso de objetos, tapa, chute, espancamento Disponível em: https://ndmais.com.br. Acesso em: 8 out. 2021.
O ápice da ilustração se traduz por uma conduta social caracterizada pela | cultura do cancelamento. | prática do feminicídio. | postura negacionista. | ação involuntária. | defesa da honra. | B | moral_disputes |
O leproso é visto dentro de uma prática da rejeição, do exílio-cerca; deixa-se que se perca lá dentro como numa massa que não tem muita importância diferenciar; os pestilentos são considerados num policiamento tático meticuloso onde as diferenciações individuais são os efeitos limitantes de um poder que se multiplica, se articula e se subdivide. O grande fechamento por um lado; o bom treinamento por outro. A lepra e sua divisão; a peste e seus recortes. Uma é marcada; a outra, analisada e repartida. O exílio do leproso e a prisão da peste não trazem consigo o mesmo sonho político. FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.
Os modelos autoritários descritos no texto apontam para um sistema de controle que se baseia no(a): | Formação de sociedade disciplinar. | Flexibilização do regramento social. | Banimento da autoridade repressora. | Condenação da degradação humana. | Hierarquização da burocracia estatal. | A | professional_psychology |
Solos salinos ou alomórficos apresentam como característica comum uma concentração muito alta de sais solúveis e/ou de sódio trocável. Eles ocorrem nos locais mais baixos do relevo, em regiões áridas e semiáridas e próximas do mar. Em regiões semiáridas, por exemplo, o polígono das secas do Nordeste brasileiro, os locais menos elevados recebem água que se escoa dos declives adjacentes, durante as chuvas que caem em alguns meses do ano. Essa água traz soluções de sais minerais e evapora-se rapidamente antes de infiltrar-se totalmente, havendo então, cada vez que esse processo é repetido, um pequeno acúmulo de sais no horizonte superficial que, com o passar dos anos, provoca a salinização do solo. Nas últimas décadas, a expansão das atividades agrícolas na região tem ampliado esse processo. LEPSCH, I. F. Solos: formação e conservação. São Paulo: Melhoramentos, 1993 (adaptado).
As atividades agrícolas, desenvolvidas na região mencionada, intensificam o problema ambiental exposto ao | r ealizar florestamentos de pinus, desrespeitando a prática do pousio. | u tilizar sistemas de irrigação, desprezando uma drenagem adequada. | i nstalar açudes nos grotões, retardando a velocidade da vazão fluvial. | d esmatar áreas de preservação permanente, causando assoreamento. | a plicar fertilizantes de origem orgânica, modificando a química da terra. | B | anatomy |
TEXTO I Em março de 1889, quando apareceram as primeiras romarias atraídas pelos milagres da beata Maria de Araújo, Juazeiro inseriu-se no rol da fundação do espaço religioso. Construía-se mais um centro, como Aparecida do Norte, Canindé ou Lourdes. RAMOS, F. R. L. O meio do mundo: território sagrado em Juazeiro do Padre Cícero. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2014. TEXTO II Não sabemos ao certo quantas pessoas estavam presentes na capela no momento em que a hóstia sangrou na boca de Maria de Araújo. O Padre Cícero nos conta que o fato surpreendeu não só aos presentes, mas a própria beata parecia atordoada com o ocorrido. O fenômeno continuou acontecendo todas as quartas e sextas na Capela de Nossa Senhora das Dores a partir daquele dia. Os paninhos manchados do sangue que escorria da hóstia e da boca da beata, a princípio, ficaram sob a guarda do Padre Cícero, mas logo foram expostos à visitação pública e, além disso, o sangramento foi proclamado como milagre sem o conhecimento e sem a autorização do bispo diocesano. NOBRE, E. Incêndios da alma. Rio de Janeiro: Multifoco, 2016 (adaptado).
As práticas religiosas mencionadas nos textos estão associadas, respectivamente, à: | D elimitação de paisagens urbanas e abandono de componentes espiritualistas. | D emarcação de patrimônios afetivos e apropriação de elementos judaizantes. | E xpansão de fronteiras regionais e subjetivação do cristianismo medieval. | C ircunscrição de bens simbólicos e admissão de cerimônias ecumênicas. | C riação de lugares místicos e experiências do catolicismo popular. | E | sociology |
Uma nova economia surgiu em escala global no último quartel do século XX. Chamo-a de informacional, global e em rede para identificar suas características fundamentais e diferenciadas e enfatizar sua interligação. É informacional porque depende basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos. É global porque seus componentes estão organizados em escala global, diretamente ou mediante uma rede de conexões entre agentes econômicos. É rede porque é feita em uma rede global de interação entre redes empresariais. CASTELLS, M. A sociedade em rede — a era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999 (adaptado).
Qual mudança estrutural é resultado da forma de organização econômica descrita no texto? | Fabricação em série. | Ampliação de estoques. | Fragilização dos cartéis. | Padronização de mercadorias. | Desterritorialização da produção. | E | econometrics |
Olhar o Brasil e não ver o sertão É como negar o queijo com a faca na mão Esse gigante em movimento Movido a tijolo e cimento Precisa de arroz com feijão Que tenha comida na mesa Que agradeça sempre a grandeza De cada pedaço de pão Agradeça a Clemente Que leva a semente Em seu embornal Zezé e o penoso balé De pisar no cacau Maria que amanhece o dia Lá no milharal VANDER LEE. Do Brasil. In: Pensei que fosse o céu: ao vivo. Rio de Janeiro: Indie Records, 2006 (fragmento).
A letra da canção valoriza uma dimensão do espaço rural brasileiro em sua relação com a cidade ao ressaltar sua função de | fornecer a mão de obra qualificada. | incorporar a inovação tecnológica. | preservar a diversidade biológica. | promover a produção alimentar. | garantir a moradia básica. | D | sociology |
O número cada vez maior de mulheres letradas e interessadas pela literatura e pelas novelas, muitas divulgadas em capítulos, seções, classificadas comumente como folhetim, alçou a um gênero de ficção corrente já em 1840, fazendo parte do florescimento da literatura nacional brasileira, instigando a formação e a ampliação de um público leitor feminino, ávido por novidades, pelo apelo dos folhetins e “narrativas modernas” que encenavam “os dramas e os conflitos de uma mulher em processo de transformação patriarcal e provinciana que, progressivamente, começava a se abrir para modernizar seus costumes”. No Segundo Reinado, as mulheres foram se tornando público determinante na construção da literatura e da imprensa nacional. E não apenas público, porquanto crescerá o número de escritoras que colaboram para isso e emergirá uma imprensa feminina, editada, escrita e dirigida por e para mulheres. ABRANTES, A. Do álbum de família à vitrine impressa: trajetos de retratos (PB, 1920), Revista Temas em Educação, n. 24, 2015 (adaptado).
O registro das atividades descritas associa a inserção da figura feminina nos espaços de leitura e escrita do Segundo Reinado ao(à) | surgimento de novas práticas culturais. | contestação de antigos hábitos masculinos. | valorização de recentes publicações juvenis. | circulação de variados manuais pedagógicos. | aparecimento de diversas editoras comerciais. | A | sociology |
Um experimento denominado FunFit foi desenvolvido com o objetivo de fazer com que os membros de uma comunidade local se tornassem mais ativos fisicamente. Todos os participantes do estudo foram vinculados a dois outros membros da comunidade que receberiam pequenos incentivos em dinheiro para serem estimulados a aumentar a sua atividade física, que era medida por acelerômetros nos celulares fornecidos pelo estado. Assim, se a pessoa andasse mais do que o habitual, seus conhecidos receberiam o dinheiro. Os resultados foram assombrosos: o esquema mostrou-se de quatro a oito vezes mais eficaz do que o método de oferecer incentivos individuais. MOROZOV, E. Big Tech: a ascensão dos dados e a morte da política. São Paulo: Ubu, 2018 (adaptado).
Contrariando a visão prevalente sobre o impacto tecnológico nas relações humanas, o texto revela que os celulares podem desempenhar uma função | recreativa, promovendo o lazer em redes integradas. | social, estimulando a reciprocidade por meios digitais. | laboral, convertendo o desenvolvedor em usuário final. | comercial, direcionando a escolha por produtos industrializados. | cognitiva, favorecendo a aprendizagem pelas ferramentas virtuais. | B | sociology |
Na construção da ferrovia Madeira-Mamoré, o que dizer dos doentes, eternos moribundos a vagar entre delírios febris, doses de quinino e corredores da morte? O Hospital da Candelária era santuário e túmulo, monumento ao progresso científico e preâmbulo da escuridão. Foi ali, com suas instalações moderníssimas, que médicos e sanitaristas dirigiram seu combate aos males tropicais. As maiores vítimas, contudo, permaneceriam na sombra à margem do palco, cobaias sem consolo, credores sem nome de uma sociedade que não lhes concedera tempo algum para ser decifrada. FOOT HARDMAN, F. Trem fantasma: modernidade na selva. São Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado).
No texto, há uma crítica ao modo de ocupação do espaço amazônico pautada na | discrepância entre engenharia ambiental e equilíbrio da fauna. | incoerência entre maquinaria estrangeira e controle da floresta. | i ncompatibilidade entre investimento estatal e proteção aos nativos. | c ompetição entre farmacologia internacional e produtos da fitoterapia. | c ontradição entre desenvolvimento nacional e respeito aos trabalhadores. | E | sociology |
TEXTO I TÁ ESTUDANDO, JÚNIOR? CALMA, TÔ TENTANDO ACHAR UM SINAL DE WI-FI! CAZO. Disponível em: www.humorpolitico.com.br. Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado). TEXTO II É como se os problemas fossem criados pela pandemia quando, em verdade, isso só demonstra o quanto eles sofrem uma tentativa de serem naturalizados. Eles estavam lá, empurrados para debaixo de vários tapetes. Diversos levantamentos realizados indicam que parcela significativa dos estudantes não têm acesso à internet em suas casas, não têm computadores; têm celulares, mas com pacotes baratos que não permitem assistir a todas as aulas. E, caso tenham celulares e dados, pergunta-se: É possível elaborar um texto no celular? É possível interagir na aula remota pelo celular? ASSIS, A. E. S. Q. Educação e pandemia. Educação em Revista, n. 37, 2021 (adaptado).
A crítica contida no texto e na figura evidencia o seguinte aspecto da sociedade contemporânea: | Exclusão social. | Expansão digital. | Manifestação cultural. | Organização espacial. | Valorização intelectual. | A | sociology |
Os caixeiros do comércio a retalho do Rio de Janeiro estiveram entre as primeiras categorias de trabalhadores a se organizar em associações e a exigir a intervenção dos poderes públicos na mediação de suas lutas por direitos. Na década de 1880, os caixeiros participaram da arena política e ganharam as ruas com vários outros, como os republicanos e os abolicionistas. POPINIGIS, F. “Todas as liberdades são irmãs”: os caixeiros e as lutas dos trabalhadores por direitos entre o Império e a República. Estudos Históricos, n. 59, set.-dez. 2016 (adaptado).
A atuação dos trabalhadores mencionados no texto representou, na capital do Império, um momento de | manutenção das regras patronais. | desprendimento das ideias liberais. | fortalecimento dos contratos laborais. | consolidação das estruturas sindicais. | contestação dos princípios monárquicos. | E | high_school_world_history |
Eu estava pagando o sapateiro e conversando com um preto que estava lendo um jornal. Ele estava revoltado com um guarda civil que espancou um preto e amarrou numa árvore. O guarda civil é branco. E há certos brancos que transforma preto em bode expiatório. Quem sabe se guarda civil ignora que já foi extinta a escravidão e ainda estamos no regime da chibata? JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.
O texto, que guarda a grafia original da autora, expõe uma característica da sociedade brasileira, que é o(a): | Racismo estrutural. | Desemprego latente. | Concentração de renda. | Exclusão informacional. | Precariedade da educação. | A | sociology |
evapotranspiração: 40% escoamento superficial:10% infiltração subsuperficial: 25% percolação Cobertura natural do solo profunda: 25% evapotranspiração: 38% escoamento superficial: 20% infiltração percolação subsuperficial: 21% profunda: 21% 10% - 20% de superfície impermeável evapotranspiração: 35% escoamento superficial: 30% infiltração percolação subsuperficial: 20% profunda: 15% 35% - 50% de superfície impermeável evapotranspiração: 30% escoamento superficial: 55% infiltração percolação subsuperficial: 10% profunda: 5% 75% - 100% de superfície impermeável PAZ, A. D. Disponível em: www.ct.ufpb.br. Acesso em: 15 out. 2021 (adaptado).
A intensificação da ocupação urbana demonstrada afeta de forma imediata o(a) | nível altimétrico. | ciclo hidrológico. | padrão climático. | tectônica de placas. | estrutura das rochas. | B | sociology |
Espera, resignado, o dia 13 daquele mês porque, em tal data, usança avoenga lhe faculta sondar o futuro, interrogando a providência. É a experiência tradicional de Santa Luzia. No dia 12 ao anoitecer expõe ao relento, em linha, seis pedrinhas de sal, que representam, em ordem sucessiva da esquerda para a direita, os seis meses vindouros, de janeiro a junho. Ao alvorecer de 13 observa-as: se estão intactas, pressagiam a seca; se a primeira apenas se deliu, transmudada em aljôfar límpido, é certa a chuva em janeiro; se a segunda, em fevereiro; se a maioria ou todas, é inevitável o inverno benfazejo. Esta experiência é belíssima. CUNHA, E. Os sertões. São Paulo: Editora Três, 1984.
No experimento descrito, a relação com a paisagem e com a religiosidade permite que o sertanejo seja | afeito à devoção ao aceitar destinos sacralizados. | acostumado à pobreza ao admitir acasos naturais. | habituado ao solo ao conhecer terrenos cultiváveis. | íntimo à Caatinga ao interpretar condições ambientais. | próximo à vegetação ao identificar espécies arbustivas. | D | high_school_geography |
Sempre que a relevância do discurso entra em jogo, a questão torna-se política por definição, pois é o discurso que faz do homem um ser político. E tudo que os homens fazem, sabem ou experimentam só tem sentido na medida em que pode ser discutido. Haverá, talvez, verdades que ficam além da linguagem e que podem ser de grande relevância para o homem no singular, isto é, para o homem que, seja o que for, não é um ser político. Mas homens no plural, isto é, os homens que vivem e se movem e agem neste mundo, só podem experimentar o significado das coisas por poderem falar e ser inteligíveis entre si e consigo mesmos. ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
No trecho, a filósofa Hannah Arendt mostra a importância da linguagem no processo de | entendimento da cultura. | aumento da criatividade. | percepção da individualidade. | melhoria da técnica. | construção da sociabilidade. | E | filosofia |
Os resultados de um ensaio clínico randomizado na Indonésia apontaram uma redução de 77% dos casos de dengue nas áreas que receberam o mosquito Aedes aegypti infectado com a bactéria Wolbachia. Trata-se da mesma técnica utilizada no Brasil pelo Método Wolbachia, iniciativa conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz — Fiocruz. Essa bactéria induz a redução da carga viral no mosquito e, consequentemente, o número de casos de dengue na área, sendo repassada por meio do cruzamento entre os insetos. Como essa bactéria é um organismo intracelular e o vírus também precisa entrar nas células para se reproduzir, ambos necessitarão de recursos comuns. COSTA, G. Agência Fiocruz de Notícias. Estudo confirma eficácia do Método Wolbachia para dengue. Disponível em: https://portal.fiocruz.br. Acesso em: 3 jun. 2022 (adaptado).
Essa tecnologia utilizada no combate à dengue consiste na | predação do vírus pela bactéria. | esterilização de mosquitos infectados. | alteração no genótipo do mosquito pela bactéria. | competição do vírus e da bactéria no hospedeiro. | inserção de material genético do vírus na bactéria. | D | virolog |
De modo geral, a palavra “aromático” invoca associações agradáveis, como cheiro de café fresco ou de um pão doce de canela. Associações similares ocorriam no passado da história da química orgânica, quando os compostos ditos “aromáticos” apresentavam um odor agradável e foram isolados de óleos naturais. À medida que as estruturas desses compostos eram elucidadas, foi se descobrindo que vários deles continham uma unidade estrutural específica. Os compostos aromáticos que continham essa unidade estrutural tornaram-se parte de uma grande família, muito mais com base em suas estruturas eletrônicas do que nos seus cheiros, como as substâncias a seguir, encontradas em óleos vegetais. O H O CH 3 O CH H C 3 3 OH O Benzaldeído Salicilato de metila Anetol (no óleo de amêndoas) (no óleo de gaultéria) (no óleo de anis) O H CH 2 O H HO O O H C 3 OH CH 3 Vanilina Eugenol Cinamaldeído (no óleo de baunilha) (no óleo de cravos) (no óleo de canela) SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. Química orgânica. Rio de Janeiro: LTC, 2009 (adaptado).
A característica estrutural dessa família de compostos é a presença de | ramificações. | insaturações. | anel benzênico. | átomos de oxigênio. | carbonos assimétricos. | C | college_chemistry |
No processo de captação da luz pelo olho para a formação de imagens estão envolvidas duas estruturas celulares: os cones e os bastonetes. Os cones são sensíveis à energia dos fótons, e os bastonetes, à quantidade de fótons incidentes. A energia dos fótons que compõem os raios luminosos está associada à sua frequência, e a intensidade, ao número de fótons incidentes.
Um animal que tem bastonetes mais sensíveis irá | apresentar daltonismo. | perceber cores fora do espectro do visível. | enxergar bem em ambientes mal iluminados. | necessitar de mais luminosidade para enxergar. | fazer uma pequena distinção de cores em ambientes iluminados. | C | anatomy |
Em 2002, um mecânico da cidade mineira de Uberaba (MG) teve uma ideia para economizar o consumo de energia elétrica e iluminar a própria casa num dia de sol. Para isso, ele utilizou garrafas plásticas PET com água e cloro, conforme ilustram as figuras. Cada garrafa foi fixada ao telhado de sua casa em um buraco com diâmetro igual ao da garrafa, muito maior que o comprimento de onda da luz. Nos últimos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas utilizando a “luz engarrafada”. ZOBEL, G. Brasileiro inventor de “luz engarrafada” tem ideia espalhada pelo mundo. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 23 jun. 2022 (adaptado).
Que fenômeno óptico explica o funcionamento da “luz engarrafada”? | Difração. | Absorção. | Polarização. | Reflexão. | Refração. | E | high_school_physics |
O sinal sonoro oriundo da queda de um grande bloco de gelo de uma geleira é detectado por dois dispositivos situados em um barco, sendo que o detector A está imerso em água e o B, na proa da embarcação. m Sabe-se que a velocidade do som na água é de 1 540 e no ar é de m s 340 . s L B A Os gráficos indicam, em tempo real, o sinal sonoro detectado pelos dois dispositivos, os quais foram ligados simultaneamente em um instante anterior à queda do bloco de gelo. Ao comparar pontos correspondentes desse sinal em cada dispositivo, é possível obter informações sobre a onda sonora. A B l l a a n n i i S S 208 220 232 244 208 220 232 244 Tempo (s) Tempo (s)
A distância L, em metro, entre o barco e a geleira é mais próxima de | 339 000. | 78 900. | 14 400. | 5 240. | 100. | D | high_school_physics |
O veneno da cascavel pode causar hemorragia com risco de morte a quem é picado pela serpente. No entanto, pesquisadores do Brasil e da Bélgica desenvolveram uma molécula de interesse farmacêutico, a PEG-collineína-1, a partir de uma proteína encontrada no veneno dessa cobra, capaz de modular a coagulação sanguínea. Embora a técnica não seja nova, foi a primeira vez que o método foi usado a partir de uma toxina animal na sua forma recombinante, ou seja, produzida em laboratório por um fungo geneticamente modificado. JULIÃO, A. Técnica modifica proteína do veneno de cascavel e permite criar fármaco que modula a coagulação sanguínea. Disponível em: https://agencia.fapesp.br. Acesso em: 22 nov. 2021 (adaptado).
Esse novo medicamento apresenta potencial aplicação para | i mpedir a formação de trombos, típicos em alguns casos de acidente vascular cerebral. | t ratar consequências da anemia profunda, em razão da perda de grande volume de sangue. | e vitar a manifestação de urticárias, comumente relacionadas a processos alérgicos. | r eduzir o inchaço dos linfonodos, parte da resposta imunitária de diferentes infecções. | r egular a oscilação da pressão arterial, característica dos quadros de hipertensão. | A | anatomy |
Durante o ano de 2020, impulsionado pela necessidade de respostas rápidas e eficientes para desinfectar ambientes de possíveis contaminações com o SARS-CoV-2, causador da covid-19, diversas alternativas foram buscadas para os procedimentos de descontaminação de materiais e ambientes. Entre elas, o uso de ozônio em meio aquoso como agente sanitizante para pulverização em humanos e equipamentos de proteção em câmaras ou túneis, higienização de automóveis e de ambientes fechados e descontaminação de trajes. No entanto, pouca atenção foi dada à toxicidade do ozônio, à formação de subprodutos, ao nível de concentração segura e às precauções necessárias. LIMA, M. J. A.; FELIX, E. P.; CARDOSO, A. A. Aplicações e implicações do ozônio na indústria, ambiente e saúde. Química Nova, n. 9, 2021 (adaptado).
O grande risco envolvido no emprego indiscriminado dessa substância deve-se à sua ação química como | catalisador. | oxidante. | redutor. | ácido. | base. | B | virolog |
O esquema representa o ciclo do nitrogênio: Plantas Bactérias Assimilação desnitri- ficantes Bactérias fixa- Nitratos (NO −) doras de N nos Decompositores 3 2 nódulos de raízes (fungos e bactérias de leguminosas aeróbicas e anaeróbicas) Bactérias nitrificantes Amonificação Nitrificação Amônia e Amônio − Nitritos (NO ) (NH ) (NH +) 2 3 4 Bactérias fixadoras de N no solo Bactérias nitrificantes 2 A chuva ácida interfere no ciclo do nitrogênio, principalmente, por proporcionar uma diminuição do pH do solo e da atmosfera, alterando a concentração dos compostos presentes nesse ciclo. Disponível em: http://scienceprojectideasforkids.com. Acesso em: 6 ago. 2012 (adaptado).
Em um solo de menor pH, será favorecida a formação de: | N 2 | NH 3 | NH + 4 | NO − 2 | NO − 3 | C | high_school_chemistry |
A fim de classificar as melhores rotas em um aplicativo de trânsito, um pesquisador propõe um modelo com base em circuitos elétricos. Nesse modelo, a corrente representa o número de carros que passam por um ponto da pista no intervalo de 1 s. A diferença de potencial (d.d.p.) corresponde à quantidade de energia por carro necessária para o deslocamento de 1 m. De forma análoga à lei de Ohm, cada via é classificada pela sua resistência, sendo a de maior resistência a mais congestionada. O aplicativo mostra as rotas em ordem crescente, ou seja, da rota de menor para a de maior resistência. Como teste para o sistema, são utilizadas três possíveis vias para uma viagem de A até B, com os valores de d.d.p. e corrente conforme a tabela. � J � � carro � Rota d.d.p. � � Corrente � � � carro�m � � s � 1 510 4 2 608 4 3 575 3
Nesse teste, a ordenação das rotas indicadas pelo aplicativo será: | 1, 2, 3. | 1, 3, 2. | 2, 1, 3. | 3, 1, 2. | 3, 2, 1. | A | high_school_physics |
Na figura está representado o mosaicismo em função da inativação aleatória de um dos cromossomos X, que ocorre em todas as mulheres sem alterações patológicas. Gameta Amostras de células corporais masculino (22+X) Zigoto (44+XX) Gameta feminino (22+X) Blástula (44+XX) Células com cromossomo X paterno inativado Células com cromossomo X materno inativado
Entre mulheres heterozigotas para doenças determinadas por genes recessivos ligados ao sexo, essa inativação tem como consequência a ocorrência de | pleiotropia. | mutação gênica. | interação gênica. | penetrância incompleta. | expressividade variável. | E | anatomy |
Antimicrobianos são substâncias naturais ou sintéticas que têm capacidade de matar ou inibir o crescimento de microrganismos. A tabela apresenta uma lista de antimicrobianos hipotéticos, bem como suas ações e efeitos sobre o metabolismo microbiano. Antimicrobiano Ação Efeito Une-se aos 1 Impede a síntese proteica ribossomos Une-se aos Impede a segregação das 2 microtúbulos cromátides Une-se aos Reduz a permeabilidade da 3 fosfolipídeos da membrana plasmática membrana plasmática Interfere na síntese 4 Inibe a síntese de DNA de timina Interfere na síntese 5 Impede a síntese de RNA de uracila
Qual dos antimicrobianos deve ser utilizado para curar uma infecção causada por um fungo sem afetar as bactérias da microbiota normal do organismo? | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | B | college_medicine |
Em uma aula prática de bioquímica, para medir a atividade catalítica da enzima catalase, foram realizados seis ensaios independentes, nas mesmas condições, variando-se apenas a temperatura. A catalase decompõe o peróxido de hidrogênio (H O ), produzindo água e 2 2 oxigênio. Os resultados dos ensaios estão apresentados no quadro. Resultado Ensaio Temperatura (°C) �10�12 mol � Decomposição de H O � � 2 2 � min � 1 10 8,0 2 15 10,5 3 20 9,5 4 25 5,0 5 30 3,6 6 35 3,1
Os diferentes resultados dos ensaios justificam-se pelo(a) | variação do pH do meio. | aumento da energia de ativação. | consumo da enzima durante o ensaio. | diminuição da concentração do substrato. | modificação da estrutura tridimensional da enzima. | E | college_chemistry |
A biomassa celulósica pode ser utilizada para a produção de etanol de segunda geração. Entretanto, é necessário que os polissacarídeos sejam convertidos em mono e dissacarídeos, processo que pode ser conduzido em meio ácido, conforme mostra o esquema: H+ OH OH HO O O O O HO OH OH OH OH H HO O + O + O O HO OH OH OH OH HO O O HO O + HO OH O OH H H OH OH O O H+ O H O + O OH HO HO OH H OH OGEDA, T. L.; PETRI, D. F. S. [...] Química Nova, n. 7, 2010 (adaptado).
Nessa conversão de polissacarídeos, a função do íon H+ é | dissolver os reagentes. | deslocar o equilíbrio químico. | aumentar a velocidade da reação. | mudar a constante de equilíbrio da reação. | formar ligações de hidrogênio com o polissacarídeo. | C | college_chemistry |
O elemento iodo (I) tem função biológica e é acumulado na tireoide. Nos acidentes nucleares de Chernobyl e Fukushima, ocorreu a liberação para a atmosfera do radioisótopo 131I, responsável por enfermidades nas pessoas que foram expostas a ele. O decaimento de uma massa de 12 microgramas do isótopo 131I foi monitorado por 14 dias, conforme o quadro. Tempo (dia) Massa residual de 131I (µg) 0 12,0 2 10,1 4 8,5 5 7,8 6 7,2 8 6,0 14 3,6
Após o período de 40 dias, a massa residual desse isótopo é mais próxima de | 2,4 µg. | 1,5 µg. | 0,8 µg. | 0,4 µg. | 0,2 µg. | D | college_physics |
Em 2002, foi publicado um artigo científico que relacionava alterações na produção de hormônios sexuais de sapos machos expostos à atrazina, um herbicida, com o desenvolvimento anômalo de seus caracteres sexuais primários e secundários. Entre os animais sujeitos à contaminação, observaram-se casos de hermafroditismo e desmasculinização da laringe. O estudo em questão comparou a concentração de um hormônio específico no sangue de machos expostos ao agrotóxico com a de outros machos e fêmeas que não o foram (controles). Os resultados podem ser vistos na figura. 6 ) 1 − L 5 m g n ( o 4 i n ô m r o 3 h o d o ã 2 ç a r t n e c 1 n o C 0 Machos Machos Fêmeas controle expostos controle à atrazina HAYES, T. B. et al. Hermaphroditic, Demasculinized Frogs After Exposure to the Herbicide Atrazine at Low Ecologically Relevant Doses. Proceedings of the National Academy of Sciences, n. 8, 2002 (adaptado).
Com base nas informações do texto, qual é o hormônio cujas concentrações estão representadas na figura? | Estrogênio. | Feromônio. | Testosterona. | Somatotrofina. | Hormônio folículo estimulante. | C | virolog |
A nanotecnologia é responsável pelo aprimoramento de diversos materiais, incluindo os que são impactados com a presença de poluentes e da umidade na atmosfera, causadores de corrosão. O processo de corrosão é espontâneo e provoca a deterioração de metais como o ferro, que, em presença de oxigênio e água, sofre oxidação, conforme ilustra a equação química: 4 Fe (s) + 2 H2O (l) + 3O2 (g) → 2 Fe2O3 ⋅H2O (s). Uma forma de garantir a durabilidade da estrutura metálica e a sua resistência à umidade consiste na deposição de filmes finos nanocerâmicos à base de zircônia (ZrO2) e alumina (Al2O3) sobre a superfície do objeto que se deseja proteger. CLEMENTE, G. A. B. F. et al. O uso de materiais híbridos ou nanocompósitos como revestimentos anticorrosivos do aço. Química Nova, n. 9, 2021 (adaptado).
Essa nanotecnologia aplicada na proteção contra a corrosão se baseia no(a) | proteção catódica, que utiliza um metal fortemente redutor. | uso de metais de sacrifício, que se oxidam no lugar do ferro. | passivação do ferro, que fica revestido pelo seu próprio óxido. | efeito de barreira, que impede o contato com o agente oxidante. | g alvanização, que usa outros metais de menor potencial de redução. | D | college_chemistry |
Desde a proposição da teoria de seleção natural por Darwin, os seres vivos nunca mais foram olhados da mesma forma. No que diz respeito à reprodução de anfíbios anuros, os cientistas já descreveram diferentes padrões reprodutivos, como os exemplificados a seguir: Espécie 1 – As fêmeas produzem cerca de 5 000 gametas, que são fecundados na água, em lagoas temporárias de estação chuvosa. Todo o desenvolvimento embrionário, do ovo à metamorfose, ocorre, nesse ambiente, independente dos pais. Espécie 2 – As fêmeas produzem aproximadamente 200 gametas, que são depositados em poças próximas a corpos-d’água. Os embriões são vigiados pelos machos durante boa parte do seu desenvolvimento. Espécie 3 – As fêmeas produzem por volta de 20 gametas, que são fecundados sobre a superfície das folhas de plantas cujos galhos estão dispostos acima da superfície de corpos-d’água e aí se desenvolvem até a eclosão. Espécie 4 – As fêmeas produzem poucos gametas que, quando fecundados, são “abocanhados” pelos machos. Os embriões se desenvolvem no interior do saco vocal do macho até a metamorfose, quando saem através da boca do pai.
Os padrões descritos evidenciam que: | as fêmeas influenciam o comportamento dos machos. | o cuidado parental é necessário para o desenvolvimento. | o grau de evolução determina o comportamento reprodutivo. | o sucesso reprodutivo pode ser garantido por estratégias diferentes. | o ambiente induz modificação na produção do número de gametas femininos. | D | college_biology |
As células da epiderme da folha da Tradescantia pallida purpurea, uma herbácea popularmente conhecida como trapoeraba-roxa, contém um vacúolo onde se encontra um pigmento que dá a coloração arroxeada a esse tecido. Em um experimento, um corte da epiderme de uma folha da trapoeraba-roxa foi imerso em ambiente hipotônico e, logo em seguida, foi colocado em uma lâmina e observado em microscópio óptico.
Durante a observação desse corte, foi possível identificar o(a) | acúmulo do solvente com fragmentação da organela. | rompimento da membrana celular com liberação do citosol. | aumento do vacúolo com diluição do pigmento no seu interior. | quebra da parede celular com extravasamento do pigmento. | murchamento da célula com expulsão do pigmento do vacúolo. | C | anatomia |
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