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---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Ementa e Acórdão
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507 MINAS GERAIS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S)
: RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S)
: ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
: ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA
SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO.
RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS EFETUADAS NO EXTERIOR. IMPOSSIBILIDADE
DO REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que as
alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido processo
legal, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e
da prestação jurisdicional, quando dependentes de exame de legislação
infraconstitucional, configurariam ofensa constitucional indireta.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Ministro
Carlos Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, à unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora.
Brasília, 15 de dezembro de 2009.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 461791
Supremo Tribunal Federal
DJe 05/03/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Relatório
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507 MINAS GERAIS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S)
: RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S)
: ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
: ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA
SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1.
Em
15
de
abril
de
2009,
neguei
seguimento
ao
recurso
extraordinário interposto por Maria Helena Gomes Rabelo contra julgado do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o qual manteve sentença que
julgara improcedente pedido de ressarcimento de valores gastos com
tratamento médico realizado no exterior. A decisão agravada teve a
seguinte fundamentação:
“4. Cumpre anotar, inicialmente, que não prospera a alegação de
nulidade do acórdão por falta de fundamentação. O Tribunal a
quo apreciou as questões suscitadas, fundamentando-as de modo
suficiente a demonstrar as razões objetivas do convencimento do
julgador. A prestação jurisdicional foi concedida nos termos da
legislação vigente, apesar de ter sido a conclusão contrária
aos interesses da Recorrente.
5. Segundo afirma a própria Recorrente em seu recurso
extraordinário, o seu pedido de cirurgia no exterior foi
negado, pois, à época, já era possível realizá-la no Brasil, e,
ainda assim, a Recorrente optou por custear a cirurgia por
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 461792
Supremo Tribunal Federal
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507 MINAS GERAIS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S)
: RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S)
: ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
: ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA
SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1.
Em
15
de
abril
de
2009,
neguei
seguimento
ao
recurso
extraordinário interposto por Maria Helena Gomes Rabelo contra julgado do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o qual manteve sentença que
julgara improcedente pedido de ressarcimento de valores gastos com
tratamento médico realizado no exterior. A decisão agravada teve a
seguinte fundamentação:
“4. Cumpre anotar, inicialmente, que não prospera a alegação de
nulidade do acórdão por falta de fundamentação. O Tribunal a
quo apreciou as questões suscitadas, fundamentando-as de modo
suficiente a demonstrar as razões objetivas do convencimento do
julgador. A prestação jurisdicional foi concedida nos termos da
legislação vigente, apesar de ter sido a conclusão contrária
aos interesses da Recorrente.
5. Segundo afirma a própria Recorrente em seu recurso
extraordinário, o seu pedido de cirurgia no exterior foi
negado, pois, à época, já era possível realizá-la no Brasil, e,
ainda assim, a Recorrente optou por custear a cirurgia por
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9
Relatório
RE 595.507-AgR / MG
2
conta própria. Portanto, não lhe foi negado o direito ao
tratamento de saúde.
Decidir de modo contrário, ou seja, de que não havia
procedimento cirúrgico no Brasil e de que a informação prestada
pela Secretaria de Saúde estava errada, demandaria o reexame do
conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível
de ser adotado validamente no recurso extraordinário, a teor do
que dispõe a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
Confira-se, a propósito, o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
STF.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do STF. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
6. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no
sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido
processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites
da
coisa
julgada
e
da
prestação
jurisdicional,
quando
dependentes de exame de legislação infraconstitucional, como na
espécie vertente (Portarias ns. 763/94/MS e 1.236/93), podem
configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República.
Nesse sentido:
‘PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL NÃO PREQUESTIONADA.
PRINCÍPIOS
DA
AMPLA
DEFESA
E
DO
CONTRADITÓRIO.
OFENSA
CONSTITUCIONAL
INDIRETA.
PRECEDENTES.
AGRAVO
REGIMENTAL
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
2
conta própria. Portanto, não lhe foi negado o direito ao
tratamento de saúde.
Decidir de modo contrário, ou seja, de que não havia
procedimento cirúrgico no Brasil e de que a informação prestada
pela Secretaria de Saúde estava errada, demandaria o reexame do
conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível
de ser adotado validamente no recurso extraordinário, a teor do
que dispõe a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
Confira-se, a propósito, o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
STF.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do STF. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
6. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no
sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido
processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites
da
coisa
julgada
e
da
prestação
jurisdicional,
quando
dependentes de exame de legislação infraconstitucional, como na
espécie vertente (Portarias ns. 763/94/MS e 1.236/93), podem
configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República.
Nesse sentido:
‘PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL NÃO PREQUESTIONADA.
PRINCÍPIOS
DA
AMPLA
DEFESA
E
DO
CONTRADITÓRIO.
OFENSA
CONSTITUCIONAL
INDIRETA.
PRECEDENTES.
AGRAVO
REGIMENTAL
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9
Relatório
RE 595.507-AgR / MG
3
DESPROVIDO’ (AI 575.048-AgR, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 20.4.2007).
E ainda:
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso
extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente
legais. RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PRESTAÇÃO JURISDICIONAL -
DEVIDO PROCESSO LEGAL. Se, de um lado, é possível ter-se
situação concreta em que transgredido o devido processo legal a
ponto de se enquadrar o recurso extraordinário no permissivo
que lhe é próprio, de outro, descabe confundir a ausência de
aperfeiçoamento da prestação jurisdicional com a entrega de
forma contrária aos interesses do recorrente. AGRAVO - ARTIGO
557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MULTA. Se o agravo é
manifestamente
infundado,
impõe-se
a
aplicação
da
multa
prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé’
(RE 437.966-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJE
6.3.2009).
7. Não há, pois, o que prover quanto às alegações da parte
recorrente.
8. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário
(art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º,
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”
2. Publicada essa decisão no DJe de 30.4.2009, interpõe Maria Helena
Gomes Rabelo, ora Agravante, em 8.5.2009, tempestivamente, Agravo
Regimental.
3. Alega a Agravante que “a tese defendida pela Agravante, conforme
se depreende da leitura do RE, é a de que sua operação de transplante de
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Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
3
DESPROVIDO’ (AI 575.048-AgR, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 20.4.2007).
E ainda:
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso
extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente
legais. RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PRESTAÇÃO JURISDICIONAL -
DEVIDO PROCESSO LEGAL. Se, de um lado, é possível ter-se
situação concreta em que transgredido o devido processo legal a
ponto de se enquadrar o recurso extraordinário no permissivo
que lhe é próprio, de outro, descabe confundir a ausência de
aperfeiçoamento da prestação jurisdicional com a entrega de
forma contrária aos interesses do recorrente. AGRAVO - ARTIGO
557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MULTA. Se o agravo é
manifestamente
infundado,
impõe-se
a
aplicação
da
multa
prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé’
(RE 437.966-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJE
6.3.2009).
7. Não há, pois, o que prover quanto às alegações da parte
recorrente.
8. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário
(art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º,
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”
2. Publicada essa decisão no DJe de 30.4.2009, interpõe Maria Helena
Gomes Rabelo, ora Agravante, em 8.5.2009, tempestivamente, Agravo
Regimental.
3. Alega a Agravante que “a tese defendida pela Agravante, conforme
se depreende da leitura do RE, é a de que sua operação de transplante de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9
Relatório
RE 595.507-AgR / MG
4
pâncreas efetuado nos EEUU deve ser custeado pelo INSS, nos termos da Lei
nº 8.080/90 e artigo 196 da CF/88, pois esse tratamento no Brasil ainda
era incipiente e, por isso, não confiável, tudo conforme demonstrado nos
autos.
Sustenta
que
“o
conjunto
probatório
constante
dos
autos
é
incontroverso, ninguém o contesta, só o desmerecem, e, se ele é
incontroverso e eficaz, deveria conduzir à procedência da ação, não à sua
improcedência”
Afirma que “todos os precedentes citados no RE abortado, favoráveis
para reconhecer o direito à saúde com base no artigo 196 da CF/88 e na Lei
nº 8.080/90, tiveram como pano de fundo negativa de tratamento com base em
normativos inferiores. No caso sob apreço, essa situação jurídica foi
utilizada como fator impeditivo ao conhecimento do RE. Situações jurídicas
idênticas, com soluções distintas”.
Requer a manifestação sobre a repercussão geral suscitada no recurso
extraordinário e o provimento do presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 461792
Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
4
pâncreas efetuado nos EEUU deve ser custeado pelo INSS, nos termos da Lei
nº 8.080/90 e artigo 196 da CF/88, pois esse tratamento no Brasil ainda
era incipiente e, por isso, não confiável, tudo conforme demonstrado nos
autos.
Sustenta
que
“o
conjunto
probatório
constante
dos
autos
é
incontroverso, ninguém o contesta, só o desmerecem, e, se ele é
incontroverso e eficaz, deveria conduzir à procedência da ação, não à sua
improcedência”
Afirma que “todos os precedentes citados no RE abortado, favoráveis
para reconhecer o direito à saúde com base no artigo 196 da CF/88 e na Lei
nº 8.080/90, tiveram como pano de fundo negativa de tratamento com base em
normativos inferiores. No caso sob apreço, essa situação jurídica foi
utilizada como fator impeditivo ao conhecimento do RE. Situações jurídicas
idênticas, com soluções distintas”.
Requer a manifestação sobre a repercussão geral suscitada no recurso
extraordinário e o provimento do presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 595.507-AgR / MG
5
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão de direito não assiste à Agravante.
2. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu a controvérsia
nos seguintes termos:
“Ora, à época do requerimento da autora (abril de 1996) para
realizar transplante duplo de rim e pâncreas nos Estados
Unidos, sob o argumento de que no Brasil tal procedimento se
encontrava em fase experimental, vigorava a Portaria 763/94 do
Ministério da Saúde que vedava o tratamento de saúde no
exterior.
(...) A Portaria 1.236/93 do referido Ministério, revogada pela
Portaria 763/94, permitia tal tratamento, desde que esgotadas
todas as possibilidades de tratamento pelo Sistema Único de
Saúde, nos diferentes níveis de governo.
Consoante se verifica no Parecer/SDO/Nº 443/96 do Sistema Único
de Saúde de Minas Gerais (fls. 164), ‘segundo informações
obtidas na Comissão Estadual de Nefrologia/SOS/SES/SUS/MG,
através do Sr. Coordenador do MG Transplantes, Dr. Herculano M.
Salazar, o transplante renal, terapia indicada à paciente
solicitante, como inclusive consta de documento anexo à sua
solicitação, está sendo feito aqui em Belo Horizonte – MG pelo
SUS e que este tipo de transplante tem surtido bons resultados
em pacientes diabéticos. Além disso, obtivemos informações de
que transplantes combinados de pâncreas e rim vêm sendo
realizados, há algum tempo, aqui, no Brasil, pela Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre-RS’.
Assim, mesmo que a Portaria nº 1.236/93 estivesse em pleno
vigor, a autora não preencheria os requisitos nela elencados
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
5
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão de direito não assiste à Agravante.
2. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu a controvérsia
nos seguintes termos:
“Ora, à época do requerimento da autora (abril de 1996) para
realizar transplante duplo de rim e pâncreas nos Estados
Unidos, sob o argumento de que no Brasil tal procedimento se
encontrava em fase experimental, vigorava a Portaria 763/94 do
Ministério da Saúde que vedava o tratamento de saúde no
exterior.
(...) A Portaria 1.236/93 do referido Ministério, revogada pela
Portaria 763/94, permitia tal tratamento, desde que esgotadas
todas as possibilidades de tratamento pelo Sistema Único de
Saúde, nos diferentes níveis de governo.
Consoante se verifica no Parecer/SDO/Nº 443/96 do Sistema Único
de Saúde de Minas Gerais (fls. 164), ‘segundo informações
obtidas na Comissão Estadual de Nefrologia/SOS/SES/SUS/MG,
através do Sr. Coordenador do MG Transplantes, Dr. Herculano M.
Salazar, o transplante renal, terapia indicada à paciente
solicitante, como inclusive consta de documento anexo à sua
solicitação, está sendo feito aqui em Belo Horizonte – MG pelo
SUS e que este tipo de transplante tem surtido bons resultados
em pacientes diabéticos. Além disso, obtivemos informações de
que transplantes combinados de pâncreas e rim vêm sendo
realizados, há algum tempo, aqui, no Brasil, pela Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre-RS’.
Assim, mesmo que a Portaria nº 1.236/93 estivesse em pleno
vigor, a autora não preencheria os requisitos nela elencados
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 595.507-AgR / MG
6
pois já existia, à época, tratamento aqui no Brasil para os
transplantes combinados de pâncreas e rim”.
3. Como ressaltado na decisão agravada, para o deslinde da matéria
posta à apreciação judicial, as instâncias originárias examinaram os
elementos probatórios dos autos, que não podem ser reexaminados na via
extraordinária, conforme a Súmula 279 do Supremo Tribunal.
Nesse sentido, confira-se o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
STF.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do STF. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
4. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido
de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido
processo legal, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa
julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas
infraconstitucionais, configurariam ofensa indireta à Constituição da
República. Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL
CIVIL. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO ATO
JURÍDICO PERFEITO E DA COISA JULGADA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal firmou-se no sentido de que a alegação de afronta ao
princípio da legalidade e a verificação, no caso concreto, da
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 461793
Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
6
pois já existia, à época, tratamento aqui no Brasil para os
transplantes combinados de pâncreas e rim”.
3. Como ressaltado na decisão agravada, para o deslinde da matéria
posta à apreciação judicial, as instâncias originárias examinaram os
elementos probatórios dos autos, que não podem ser reexaminados na via
extraordinária, conforme a Súmula 279 do Supremo Tribunal.
Nesse sentido, confira-se o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
STF.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do STF. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
4. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido
de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido
processo legal, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa
julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas
infraconstitucionais, configurariam ofensa indireta à Constituição da
República. Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL
CIVIL. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO ATO
JURÍDICO PERFEITO E DA COISA JULGADA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal firmou-se no sentido de que a alegação de afronta ao
princípio da legalidade e a verificação, no caso concreto, da
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 595.507-AgR / MG
7
ocorrência, ou não, de ofensa ao direito adquirido, ao ato
jurídico perfeito e à coisa julgada, se dependentes de análise
prévia da legislação infraconstitucional, configurariam apenas
ofensa constitucional indireta” (AI 684.188-AgR, de minha
relatoria, Primeira Turma, DJe 18.9.2009).
5. Ressalta-se, por fim, que a Agravante foi intimada do acórdão
recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão
geral
da
questão
constitucional
em
capítulo
especial
do
recurso
extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence.
6. Os fundamentos da Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr
termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação
jurisdicional.
7. Pelo exposto, nego provimento ao Agravo Regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
7
ocorrência, ou não, de ofensa ao direito adquirido, ao ato
jurídico perfeito e à coisa julgada, se dependentes de análise
prévia da legislação infraconstitucional, configurariam apenas
ofensa constitucional indireta” (AI 684.188-AgR, de minha
relatoria, Primeira Turma, DJe 18.9.2009).
5. Ressalta-se, por fim, que a Agravante foi intimada do acórdão
recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão
geral
da
questão
constitucional
em
capítulo
especial
do
recurso
extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence.
6. Os fundamentos da Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr
termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação
jurisdicional.
7. Pelo exposto, nego provimento ao Agravo Regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Extrato de Ata - 15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S) : RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA SARAIVA DE
ABREU
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1ª Turma, 15.12.2009.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, a Ministra
Cármen Lúcia e o Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner de Castro Mathias
Netto.
Ricardo Dias Duarte
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S) : RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA SARAIVA DE
ABREU
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1ª Turma, 15.12.2009.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, a Ministra
Cármen Lúcia e o Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner de Castro Mathias
Netto.
Ricardo Dias Duarte
Coordenador
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=485864 | 2009-12-15T00:00:00 | 2010-03-05T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso
extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1ª Turma, 15.12.2009. | AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO. RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS EFETUADAS NO
EXTERIOR. IMPOSSIBILIDADE DO REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO.
A jurisprudência do Supremo Tribunal
firmou-se no sentido de que as alegações de afronta aos
princípios da legalidade, do devido processo legal, do
contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e da
prestação jurisdicional, quando dependentes de exame de
legislação infraconstitucional, configurariam ofensa
constitucional indireta. | sjur174291 | - Acórdãos citados: AI 664567 QO - Tribunal Pleno, AI 684188 AgR, AI 693249 AgR.
Número de páginas: 9.
Análise: 10/03/2010, ANA. | CÁRMEN LÚCIA | Primeira Turma | 595507 | [
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 595507 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S) : RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO | [
""
] | Ementa e Acórdão
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507 MINAS GERAIS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S)
: RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S)
: ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
: ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA
SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO.
RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS EFETUADAS NO EXTERIOR. IMPOSSIBILIDADE
DO REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que as
alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido processo
legal, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e
da prestação jurisdicional, quando dependentes de exame de legislação
infraconstitucional, configurariam ofensa constitucional indireta.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Ministro
Carlos Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, à unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora.
Brasília, 15 de dezembro de 2009.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
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Supremo Tribunal Federal
DJe 05/03/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Relatório
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507 MINAS GERAIS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S)
: RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S)
: ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
: ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA
SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1.
Em
15
de
abril
de
2009,
neguei
seguimento
ao
recurso
extraordinário interposto por Maria Helena Gomes Rabelo contra julgado do
Tribunal Regional Federal da 1... Região, o qual manteve sentença que
julgara improcedente pedido de ressarcimento de valores gastos com
tratamento médico realizado no exterior. A decisão agravada teve a
seguinte fundamentação:
“4. Cumpre anotar, inicialmente, que não prospera a alegação de
nulidade do acórdão por falta de fundamentação. O Tribunal a
quo apreciou as questões suscitadas, fundamentando-as de modo
suficiente a demonstrar as razões objetivas do convencimento do
julgador. A prestação jurisdicional foi concedida nos termos da
legislação vigente, apesar de ter sido a conclusão contrária
aos interesses da Recorrente.
5. Segundo afirma a própria Recorrente em seu recurso
extraordinário, o seu pedido de cirurgia no exterior foi
negado, pois, à época, já era possível realizá-la no Brasil, e,
ainda assim, a Recorrente optou por custear a cirurgia por
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Supremo Tribunal Federal
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507 MINAS GERAIS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S)
: RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S)
: ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
: ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA
SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1.
Em
15
de
abril
de
2009,
neguei
seguimento
ao
recurso
extraordinário interposto por Maria Helena Gomes Rabelo contra julgado do
Tribunal Regional Federal da 1... Região, o qual manteve sentença que
julgara improcedente pedido de ressarcimento de valores gastos com
tratamento médico realizado no exterior. A decisão agravada teve a
seguinte fundamentação:
“4. Cumpre anotar, inicialmente, que não prospera a alegação de
nulidade do acórdão por falta de fundamentação. O Tribunal a
quo apreciou as questões suscitadas, fundamentando-as de modo
suficiente a demonstrar as razões objetivas do convencimento do
julgador. A prestação jurisdicional foi concedida nos termos da
legislação vigente, apesar de ter sido a conclusão contrária
aos interesses da Recorrente.
5. Segundo afirma a própria Recorrente em seu recurso
extraordinário, o seu pedido de cirurgia no exterior foi
negado, pois, à época, já era possível realizá-la no Brasil, e,
ainda assim, a Recorrente optou por custear a cirurgia por
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9
Relatório
Recurso Extraordinário 595.507-AgR / MG
2
conta própria. Portanto, não lhe foi negado o direito ao
tratamento de saúde.
Decidir de modo contrário, ou seja, de que não havia
procedimento cirúrgico no Brasil e de que a informação prestada
pela Secretaria de Saúde estava errada, demandaria o reexame do
conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível
de ser adotado validamente no recurso extraordinário, a teor do
que dispõe a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
Confira-se, a propósito, o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
Supremo Tribunal Federal.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
6. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no
sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido
processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites
da
coisa
julgada
e
da
prestação
jurisdicional,
quando
dependentes de exame de legislação infraconstitucional, como na
espécie vertente (Portarias ns. 763/94/MS e 1.236/93), podem
configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República.
Nesse sentido:
‘PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL NÃO PREQUESTIONADA.
PRINCÍPIOS
DA
AMPLA
DEFESA
E
DO
CONTRADITÓRIO.
OFENSA
CONSTITUCIONAL
INDIRETA.
PRECEDENTES.
AGRAVO
REGIMENTAL
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
Recurso Extraordinário 595.507-AgR / MG
2
conta própria. Portanto, não lhe foi negado o direito ao
tratamento de saúde.
Decidir de modo contrário, ou seja, de que não havia
procedimento cirúrgico no Brasil e de que a informação prestada
pela Secretaria de Saúde estava errada, demandaria o reexame do
conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível
de ser adotado validamente no recurso extraordinário, a teor do
que dispõe a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
Confira-se, a propósito, o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
Supremo Tribunal Federal.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
6. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no
sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido
processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites
da
coisa
julgada
e
da
prestação
jurisdicional,
quando
dependentes de exame de legislação infraconstitucional, como na
espécie vertente (Portarias ns. 763/94/MS e 1.236/93), podem
configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República.
Nesse sentido:
‘PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL NÃO PREQUESTIONADA.
PRINCÍPIOS
DA
AMPLA
DEFESA
E
DO
CONTRADITÓRIO.
OFENSA
CONSTITUCIONAL
INDIRETA.
PRECEDENTES.
AGRAVO
REGIMENTAL
Supremo Tribunal Federal
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Relatório
Recurso Extraordinário 595.507-AgR / MG
3
DESPROVIDO’ (AI 575.048-AgR, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 20.4.2007).
E ainda:
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso
extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente
legais. RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PRESTAÇÃO JURISDICIONAL -
DEVIDO PROCESSO LEGAL. Se, de um lado, é possível ter-se
situação concreta em que transgredido o devido processo legal a
ponto de se enquadrar o recurso extraordinário no permissivo
que lhe é próprio, de outro, descabe confundir a ausência de
aperfeiçoamento da prestação jurisdicional com a entrega de
forma contrária aos interesses do recorrente. AGRAVO - ARTIGO
557, § 2..., DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MULTA. Se o agravo é
manifestamente
infundado,
impõe-se
a
aplicação
da
multa
prevista no § 2... do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé’
(Recurso Extraordinário 437.966-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJE
6.3.2009).
7. Não há, pois, o que prover quanto às alegações da parte
recorrente.
8. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário
(art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1...,
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”
2. Publicada essa decisão no DJe de 30.4.2009, interpõe Maria Helena
Gomes Rabelo, ora Agravante, em 8.5.2009, tempestivamente, Agravo
Regimental.
3. Alega a Agravante que “a tese defendida pela Agravante, conforme
se depreende da leitura do Recurso Extraordinário, é a de que sua operação de transplante de
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Supremo Tribunal Federal
Recurso Extraordinário 595.507-AgR / MG
3
DESPROVIDO’ (AI 575.048-AgR, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 20.4.2007).
E ainda:
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso
extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente
legais. RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PRESTAÇÃO JURISDICIONAL -
DEVIDO PROCESSO LEGAL. Se, de um lado, é possível ter-se
situação concreta em que transgredido o devido processo legal a
ponto de se enquadrar o recurso extraordinário no permissivo
que lhe é próprio, de outro, descabe confundir a ausência de
aperfeiçoamento da prestação jurisdicional com a entrega de
forma contrária aos interesses do recorrente. AGRAVO - ARTIGO
557, § 2..., DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MULTA. Se o agravo é
manifestamente
infundado,
impõe-se
a
aplicação
da
multa
prevista no § 2... do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé’
(Recurso Extraordinário 437.966-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJE
6.3.2009).
7. Não há, pois, o que prover quanto às alegações da parte
recorrente.
8. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário
(art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1...,
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”
2. Publicada essa decisão no DJe de 30.4.2009, interpõe Maria Helena
Gomes Rabelo, ora Agravante, em 8.5.2009, tempestivamente, Agravo
Regimental.
3. Alega a Agravante que “a tese defendida pela Agravante, conforme
se depreende da leitura do Recurso Extraordinário, é a de que sua operação de transplante de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9
Relatório
Recurso Extraordinário 595.507-AgR / MG
4
pâncreas efetuado nos EEUU deve ser custeado pelo INSS, nos termos da Lei
n 8.080/90 e artigo 196 da Constituição Federal de 1988/88, pois esse tratamento no Brasil ainda
era incipiente e, por isso, não confiável, tudo conforme demonstrado nos
autos.
Sustenta
que
“o
conjunto
probatório
constante
dos
autos
é
incontroverso, ninguém o contesta, só o desmerecem, e, se ele é
incontroverso e eficaz, deveria conduzir à procedência da ação, não à sua
improcedência”
Afirma que “todos os precedentes citados no Recurso Extraordinário abortado, favoráveis
para reconhecer o direito à saúde com base no artigo 196 da Constituição Federal de 1988/88 e na Lei
n 8.080/90, tiveram como pano de fundo negativa de tratamento com base em
normativos inferiores. No caso sob apreço, essa situação jurídica foi
utilizada como fator impeditivo ao conhecimento do Recurso Extraordinário. Situações jurídicas
idênticas, com soluções distintas”.
Requer a manifestação sobre a repercussão geral suscitada no recurso
extraordinário e o provimento do presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 461792
Supremo Tribunal Federal
Recurso Extraordinário 595.507-AgR / MG
4
pâncreas efetuado nos EEUU deve ser custeado pelo INSS, nos termos da Lei
n 8.080/90 e artigo 196 da Constituição Federal de 1988/88, pois esse tratamento no Brasil ainda
era incipiente e, por isso, não confiável, tudo conforme demonstrado nos
autos.
Sustenta
que
“o
conjunto
probatório
constante
dos
autos
é
incontroverso, ninguém o contesta, só o desmerecem, e, se ele é
incontroverso e eficaz, deveria conduzir à procedência da ação, não à sua
improcedência”
Afirma que “todos os precedentes citados no Recurso Extraordinário abortado, favoráveis
para reconhecer o direito à saúde com base no artigo 196 da Constituição Federal de 1988/88 e na Lei
n 8.080/90, tiveram como pano de fundo negativa de tratamento com base em
normativos inferiores. No caso sob apreço, essa situação jurídica foi
utilizada como fator impeditivo ao conhecimento do Recurso Extraordinário. Situações jurídicas
idênticas, com soluções distintas”.
Requer a manifestação sobre a repercussão geral suscitada no recurso
extraordinário e o provimento do presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
Recurso Extraordinário 595.507-AgR / MG
5
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão de direito não assiste à Agravante.
2. O Tribunal Regional Federal da 1... Região decidiu a controvérsia
nos seguintes termos:
“Ora, à época do requerimento da autora (abril de 1996) para
realizar transplante duplo de rim e pâncreas nos Estados
Unidos, sob o argumento de que no Brasil tal procedimento se
encontrava em fase experimental, vigorava a Portaria 763/94 do
Ministério da Saúde que vedava o tratamento de saúde no
exterior.
(...) A Portaria 1.236/93 do referido Ministério, revogada pela
Portaria 763/94, permitia tal tratamento, desde que esgotadas
todas as possibilidades de tratamento pelo Sistema Único de
Saúde, nos diferentes níveis de governo.
Consoante se verifica no Parecer/SDO/n 443/96 do Sistema Único
de Saúde de Minas Gerais (fls. 164), ‘segundo informações
obtidas na Comissão Estadual de Nefrologia/SOS/SES/SUS/MG,
através do Sr. Coordenador do MG Transplantes, Dr. Herculano M.
Salazar, o transplante renal, terapia indicada à paciente
solicitante, como inclusive consta de documento anexo à sua
solicitação, está sendo feito aqui em Belo Horizonte – MG pelo
SUS e que este tipo de transplante tem surtido bons resultados
em pacientes diabéticos. Além disso, obtivemos informações de
que transplantes combinados de pâncreas e rim vêm sendo
realizados, há algum tempo, aqui, no Brasil, pela Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre-RS’.
Assim, mesmo que a Portaria n 1.236/93 estivesse em pleno
vigor, a autora não preencheria os requisitos nela elencados
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Recurso Extraordinário 595.507-AgR / MG
5
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão de direito não assiste à Agravante.
2. O Tribunal Regional Federal da 1... Região decidiu a controvérsia
nos seguintes termos:
“Ora, à época do requerimento da autora (abril de 1996) para
realizar transplante duplo de rim e pâncreas nos Estados
Unidos, sob o argumento de que no Brasil tal procedimento se
encontrava em fase experimental, vigorava a Portaria 763/94 do
Ministério da Saúde que vedava o tratamento de saúde no
exterior.
(...) A Portaria 1.236/93 do referido Ministério, revogada pela
Portaria 763/94, permitia tal tratamento, desde que esgotadas
todas as possibilidades de tratamento pelo Sistema Único de
Saúde, nos diferentes níveis de governo.
Consoante se verifica no Parecer/SDO/n 443/96 do Sistema Único
de Saúde de Minas Gerais (fls. 164), ‘segundo informações
obtidas na Comissão Estadual de Nefrologia/SOS/SES/SUS/MG,
através do Sr. Coordenador do MG Transplantes, Dr. Herculano M.
Salazar, o transplante renal, terapia indicada à paciente
solicitante, como inclusive consta de documento anexo à sua
solicitação, está sendo feito aqui em Belo Horizonte – MG pelo
SUS e que este tipo de transplante tem surtido bons resultados
em pacientes diabéticos. Além disso, obtivemos informações de
que transplantes combinados de pâncreas e rim vêm sendo
realizados, há algum tempo, aqui, no Brasil, pela Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre-RS’.
Assim, mesmo que a Portaria n 1.236/93 estivesse em pleno
vigor, a autora não preencheria os requisitos nela elencados
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
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pois já existia, à época, tratamento aqui no Brasil para os
transplantes combinados de pâncreas e rim”.
3. Como ressaltado na decisão agravada, para o deslinde da matéria
posta à apreciação judicial, as instâncias originárias examinaram os
elementos probatórios dos autos, que não podem ser reexaminados na via
extraordinária, conforme a Súmula 279 do Supremo Tribunal.
Nesse sentido, confira-se o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
Supremo Tribunal Federal.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
4. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido
de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido
processo legal, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa
julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas
infraconstitucionais, configurariam ofensa indireta à Constituição da
República. Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL
CIVIL. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO ATO
JURÍDICO PERFEITO E DA COISA JULGADA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal firmou-se no sentido de que a alegação de afronta ao
princípio da legalidade e a verificação, no caso concreto, da
Supremo Tribunal Federal
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pois já existia, à época, tratamento aqui no Brasil para os
transplantes combinados de pâncreas e rim”.
3. Como ressaltado na decisão agravada, para o deslinde da matéria
posta à apreciação judicial, as instâncias originárias examinaram os
elementos probatórios dos autos, que não podem ser reexaminados na via
extraordinária, conforme a Súmula 279 do Supremo Tribunal.
Nesse sentido, confira-se o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
Supremo Tribunal Federal.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
4. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido
de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido
processo legal, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa
julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas
infraconstitucionais, configurariam ofensa indireta à Constituição da
República. Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL
CIVIL. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO ATO
JURÍDICO PERFEITO E DA COISA JULGADA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal firmou-se no sentido de que a alegação de afronta ao
princípio da legalidade e a verificação, no caso concreto, da
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
Recurso Extraordinário 595.507-AgR / MG
7
ocorrência, ou não, de ofensa ao direito adquirido, ao ato
jurídico perfeito e à coisa julgada, se dependentes de análise
prévia da legislação infraconstitucional, configurariam apenas
ofensa constitucional indireta” (AI 684.188-AgR, de minha
relatoria, Primeira Turma, DJe 18.9.2009).
5. Ressalta-se, por fim, que a Agravante foi intimada do acórdão
recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão
geral
da
questão
constitucional
em
capítulo
especial
do
recurso
extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence.
6. Os fundamentos da Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr
termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação
jurisdicional.
7. Pelo exposto, nego provimento ao Agravo Regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Recurso Extraordinário 595.507-AgR / MG
7
ocorrência, ou não, de ofensa ao direito adquirido, ao ato
jurídico perfeito e à coisa julgada, se dependentes de análise
prévia da legislação infraconstitucional, configurariam apenas
ofensa constitucional indireta” (AI 684.188-AgR, de minha
relatoria, Primeira Turma, DJe 18.9.2009).
5. Ressalta-se, por fim, que a Agravante foi intimada do acórdão
recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão
geral
da
questão
constitucional
em
capítulo
especial
do
recurso
extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence.
6. Os fundamentos da Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr
termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação
jurisdicional.
7. Pelo exposto, nego provimento ao Agravo Regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Extrato de Ata - 15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S) : RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA SARAIVA DE
ABREU
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1... Turma, 15.12.2009.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, a Ministra
Cármen Lúcia e o Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner de Castro Mathias
Netto.
Ricardo Dias Duarte
Coordenador
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S) : RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA SARAIVA DE
ABREU
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1... Turma, 15.12.2009.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, a Ministra
Cármen Lúcia e o Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner de Castro Mathias
Netto.
Ricardo Dias Duarte
Coordenador
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507",
"SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"SÚMULAS NS . 279",
"Súmulas ns . 279",
"AI 693 . 249 - AgR",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"SÚMULAS NS . 279",
"Súmulas ns . 279",
"AI 693 . 249 - AgR",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"AI 575 . 048 - AgR",
"Recurso Extraordinário 437 . 966 - AgR",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"AI 575 . 048 - AgR",
"Recurso Extraordinário 437 . 966 - AgR",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal",
"SÚMULAS NS . 279 E 454 DO Supremo Tribunal Federal",
"Súmulas ns . 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal",
"AI 693 . 249 - AgR",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal",
"SÚMULAS NS . 279",
"Súmulas ns . 279",
"AI 693 . 249 - AgR",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"AI 684 . 188 - AgR",
"Agravo de Instrumento 664 . 567 - QO",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"AI 684 . 188 - AgR",
"Agravo de Instrumento 664 . 567 - QO",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507"
],
"LEGISLACAO": [
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Portarias ns . 763 / 94",
"1",
".",
"236",
"/",
"93",
"Constituição da República",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Portarias ns . 763 / 94 /",
"MS",
"1",
".",
"236",
"/",
"93",
"Constituição da República",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 557 , § 2 . . . , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § 1 . . . , do Regimento Interno",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 557 , § 2 . . . , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § 1 . . . , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n 8 . 080 / 90",
"artigo 196 da Constituição Federal de 1988 / 88",
"artigo 196 da Constituição Federal de 1988 / 88",
"Lei n 8 . 080 / 90",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n 8 . 080 / 90",
"artigo 196 da Constituição Federal de 1988 / 88",
"artigo 196 da Constituição Federal de 1988 / 88",
"Lei n 8 . 080 / 90",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria 763 / 94 do",
"Portaria 1 . 236 / 93",
"Portaria 763 / 94",
"Portaria n 1 . 236 / 93",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria 763 / 94",
"Portaria 1 . 236 / 93",
"Portaria 763 / 94",
"Portaria n 1 . 236 / 93",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Constituição da República",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Constituição da República",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"Brasília",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO",
"MG",
"Brasil",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO",
"MG",
"Brasil",
"Brasil",
"Estados Unidos",
"Brasil",
"Belo Horizonte – MG",
"Brasil",
"Estados Unidos",
"Brasil",
"Belo Horizonte – MG",
"Brasil",
"Brasil",
"Brasil",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO",
"MG"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Tribunal Regional Federal da 1 . . . Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Tribunal Regional Federal da 1 . . . Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Secretaria de Saúde",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Secretaria de Saúde",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"INSS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"INSS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Regional Federal da 1 . . . Região",
"Ministério",
"Sistema Único de Saúde",
"Sistema Único de Saúde",
"Comissão Estadual de Nefrologia",
"/",
"SOS",
"/",
"SES",
"/",
"SUS",
"/",
"MG",
"MG",
"SUS",
"Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Regional Federal da 1 . . . Região",
"Ministério da",
"Saúde",
"Sistema Único de Saúde",
"Sistema Único de Saúde",
"Comissão",
"SOS",
"/",
"SES",
"/",
"SUS",
"/",
"MG",
"MG",
"SUS",
"Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
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"SÚMULAS NS . 279",
"Súmulas ns . 279",
"AI 693 . 249 - AgR",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"AI 684 . 188 - AgR",
"Agravo de Instrumento 664 . 567 - QO",
"Recurso Extraordinário 595 . 507 - AgR / MG",
"AI 684 . 188 - AgR",
"Agravo de Instrumento 664 . 567 - QO",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507"
],
"LEGISLACAO": [
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Portarias ns . 763 / 94",
"1",
".",
"236",
"/",
"93",
"Constituição da República",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Portarias ns . 763 / 94 /",
"MS",
"1",
".",
"236",
"/",
"93",
"Constituição da República",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 557 , § 2 . . . , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § 1 . . . , do Regimento Interno",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 557 , § 2 . . . , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § 1 . . . , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n 8 . 080 / 90",
"artigo 196 da Constituição Federal de 1988 / 88",
"artigo 196 da Constituição Federal de 1988 / 88",
"Lei n 8 . 080 / 90",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n 8 . 080 / 90",
"artigo 196 da Constituição Federal de 1988 / 88",
"artigo 196 da Constituição Federal de 1988 / 88",
"Lei n 8 . 080 / 90",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria 763 / 94 do",
"Portaria 1 . 236 / 93",
"Portaria 763 / 94",
"Portaria n 1 . 236 / 93",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria 763 / 94",
"Portaria 1 . 236 / 93",
"Portaria 763 / 94",
"Portaria n 1 . 236 / 93",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Constituição da República",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Constituição da República",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"Brasília",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO",
"MG",
"Brasil",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO",
"MG",
"Brasil",
"Brasil",
"Estados Unidos",
"Brasil",
"Belo Horizonte – MG",
"Brasil",
"Estados Unidos",
"Brasil",
"Belo Horizonte – MG",
"Brasil",
"Brasil",
"Brasil",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO",
"MG"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Tribunal Regional Federal da 1 . . . Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Tribunal Regional Federal da 1 . . . Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Secretaria de Saúde",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Secretaria de Saúde",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"INSS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"INSS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Regional Federal da 1 . . . Região",
"Ministério",
"Sistema Único de Saúde",
"Sistema Único de Saúde",
"Comissão Estadual de Nefrologia",
"/",
"SOS",
"/",
"SES",
"/",
"SUS",
"/",
"MG",
"MG",
"SUS",
"Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Regional Federal da 1 . . . Região",
"Ministério da",
"Saúde",
"Sistema Único de Saúde",
"Sistema Único de Saúde",
"Comissão",
"SOS",
"/",
"SES",
"/",
"SUS",
"/",
"MG",
"MG",
"SUS",
"Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
".",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARIA HELENA GOMES RABELO",
"RUI BATISTA MENDES",
"MARLI SOARES SOUTO",
"VANESSA SARAIVA DE ABREU",
"Carlos Ayres Britto",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARIA HELENA GOMES RABELO",
"RUI BATISTA MENDES",
"MARLI SOARES SOUTO",
"VANESSA SARAIVA DE ABREU",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Maria Helena Gomes Rabelo",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARIA HELENA GOMES RABELO",
"RUI BATISTA MENDES",
"MARLI SOARES SOUTO",
"VANESSA SARAIVA DE ABREU",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Maria Helena Gomes Rabelo",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Maria Helena Gomes Rabelo",
"Marco Aurélio",
"Maria Helena Gomes Rabelo",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Herculano M . Salazar",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Herculano M . Salazar",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARIA HELENA GOMES RABELO",
"RUI BATISTA MENDES",
"MARLI SOARES SOUTO",
"VANESSA SARAIVA DE ABREU",
"Carlos Ayres Britto",
"Carlos Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner de Castro Mathias Netto",
"Ricardo Dias Duarte",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARIA HELENA GOMES RABELO",
"RUI BATISTA MENDES",
"MARLI SOARES SOUTO",
"VANESSA SARAIVA DE ABREU",
"Carlos Ayres Britto",
"Carlos Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner de Castro Mathias Netto",
"Ricardo Dias Duarte"
],
"TEMPO": [
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"15 de dezembro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"05",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"15 de abril de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"15 de abril de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"5",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"5",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
".",
"4",
".",
"2007",
"6",
".",
"3",
".",
"2009",
"30",
".",
"4",
".",
"2009",
"8",
".",
"5",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
".",
"4",
".",
"2007",
"6",
".",
"3",
".",
"2009",
"30",
".",
"4",
".",
"2009",
"8",
".",
"5",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"abril de 1996",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"abril de 1996",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"5",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"5",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"9",
".",
"2009",
"3",
".",
"5",
".",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"9",
".",
"2009",
"3",
".",
"5",
".",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"15",
".",
"12",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
".",
"12",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
RELATOR
: MIN. EROS GRAU
AGTE.(S)
: CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S)
: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
: MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CORREÇÃO MONETÁRIA. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
Agravo regimental a que se nega provimento.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata
de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
em negar provimento ao recurso.
Brasília, 9 de março de 2010.
EROS GRAU - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 497463
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/04/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6
Relatório
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
RELATOR
: MIN. EROS GRAU
AGTE.(S)
: CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S)
: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
: MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau: Tem este teor a ementa do
acórdão embargado:
“Discute-se
nestes
autos
a
constitucionalidade
da
incidência da Taxa Referencial – TR, como índice de
correção monetária de contrato de mútuo hipotecário
celebrado antes da edição da Lei n. 8.177/91.
2. O Tribunal a quo decidiu pela inexistência de vedação
legal à utilização da TR como indexador do saldo devedor
decorrente do contrato em debate, vez que é índice
utilizado para a remuneração da caderneta de poupança.
3. O recorrente sustenta a impossibilidade de aplicação
da TR ao presente caso. Isso porque o STF, no julgamento
da ADI n. 493, Relator o Ministro Moreira Alves, declarou
a inconstitucionalidade da Lei n. 8.177/91, que a
instituiu.
4. Em análise de caso análogo, este Tribunal afirmou o
seguinte entendimento:
‘EMENTA: CONSTITUCIONAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. UTILIZAÇÃO
DA TR COMO ÍNDICE DE INDEXAÇÃO.
I. – O Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADIns
493, Relator o Sr. Ministro Moreira Alves, 768, Relator o
Sr. Ministro Marco Aurélio e 959-DF, Relator o Sr.
Ministro Sydney Sanches, não excluiu do universo jurídico
a Taxa Referencial, TR, vale dizer, não decidiu no
sentido de que a TR não pode ser utilizada como índice de
indexação em substituição a índices estipulados em
contratos
firmados
anteriormente
a
Lei
8.177,
de
01.03.91.
Essa
imposição
violaria
os
princípios
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
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Supremo Tribunal Federal
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
RELATOR
: MIN. EROS GRAU
AGTE.(S)
: CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S)
: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
: MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau: Tem este teor a ementa do
acórdão embargado:
“Discute-se
nestes
autos
a
constitucionalidade
da
incidência da Taxa Referencial – TR, como índice de
correção monetária de contrato de mútuo hipotecário
celebrado antes da edição da Lei n. 8.177/91.
2. O Tribunal a quo decidiu pela inexistência de vedação
legal à utilização da TR como indexador do saldo devedor
decorrente do contrato em debate, vez que é índice
utilizado para a remuneração da caderneta de poupança.
3. O recorrente sustenta a impossibilidade de aplicação
da TR ao presente caso. Isso porque o STF, no julgamento
da ADI n. 493, Relator o Ministro Moreira Alves, declarou
a inconstitucionalidade da Lei n. 8.177/91, que a
instituiu.
4. Em análise de caso análogo, este Tribunal afirmou o
seguinte entendimento:
‘EMENTA: CONSTITUCIONAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. UTILIZAÇÃO
DA TR COMO ÍNDICE DE INDEXAÇÃO.
I. – O Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADIns
493, Relator o Sr. Ministro Moreira Alves, 768, Relator o
Sr. Ministro Marco Aurélio e 959-DF, Relator o Sr.
Ministro Sydney Sanches, não excluiu do universo jurídico
a Taxa Referencial, TR, vale dizer, não decidiu no
sentido de que a TR não pode ser utilizada como índice de
indexação em substituição a índices estipulados em
contratos
firmados
anteriormente
a
Lei
8.177,
de
01.03.91.
Essa
imposição
violaria
os
princípios
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6
Relatório
RE 574.413-AgR / BA
2
constitucionais do ato jurídico perfeito e do direito
adquirido. C.F., art. 5º, XXXVI.
II. – No caso, não há falar em contrato em que ficara
ajustado um certo índice de indexação e que estivesse
esse índice sendo substituído pela TR. É dizer, no caso,
não há nenhum contrato a impedir a aplicação da TR.
III. – R.E. não conhecido’.
[RE n. 175.678, Relator o Ministro Carlos Velloso, 2ª
Turma, DJ de 29.1.94].
5. Decidiu-se então que a TR não poderia ser aplicada
como índice de indexação em substituição ao que fora
pactuado em contratos anteriores à Lei n. 8.177/91.
Entendeu-se, no entanto, nos termos do julgamento do AI
n. 153.516-AgR, Relator o Ministro Moreira Alves, 1ª
Turma, DJ de 2.9.94, que constando no título “‘cláusula
de que a correção monetária seria feita com a aplicação
do índice do BTN ou PELA APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE CORREÇÃO
DAS CADERNETAS DE POUPANÇA’, não há falar em ofensa ao
princípio
do
ato
jurídico
perfeito
e
do
direito
adquirido, no fato de ser mandada observar a TR, no caso
da extinção de um dos índices ajustados, dado que a TR é
o índice de correção das cadernetas de poupança”.
6. Tem-se nos presentes autos que o contrato celebrado
entre as partes prevê a incidência da taxa de remuneração
básica aplicável aos depósitos de poupança como índice de
correção monetária, qual atesta o próprio autor na
petição inicial [fl. 8]. É viável, portanto, a utilização
da TR, dado que constitui índice de correção das
cadernetas de poupança, instituído nos termos da Lei n.
8.177/91.
Nego seguimento ao recurso com esteio no artigo 21, § 1º,
do RISTF”.
2.
Os agravantes sustentam que pretendem com este recurso
“garantir que este MM. Juízo ad quem se digne de apreciar a matéria
atinente à inaplicabilidade da TR – Taxa Referencial nos contratos
de financiamento habitacional, mormente quando extirpado da Lei
8.177/91 os dispositivos que assim definiam, conforme julgamento da
ADIN 493-0/DF, ressaltando os Agravantes, ainda, que os arestos
transcritos no Recurso Extraordinário em questão são, inclusive,
mais recentes do que aqueles mencionados na r. decisão agravada, que
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
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Supremo Tribunal Federal
RE 574.413-AgR / BA
2
constitucionais do ato jurídico perfeito e do direito
adquirido. C.F., art. 5º, XXXVI.
II. – No caso, não há falar em contrato em que ficara
ajustado um certo índice de indexação e que estivesse
esse índice sendo substituído pela TR. É dizer, no caso,
não há nenhum contrato a impedir a aplicação da TR.
III. – R.E. não conhecido’.
[RE n. 175.678, Relator o Ministro Carlos Velloso, 2ª
Turma, DJ de 29.1.94].
5. Decidiu-se então que a TR não poderia ser aplicada
como índice de indexação em substituição ao que fora
pactuado em contratos anteriores à Lei n. 8.177/91.
Entendeu-se, no entanto, nos termos do julgamento do AI
n. 153.516-AgR, Relator o Ministro Moreira Alves, 1ª
Turma, DJ de 2.9.94, que constando no título “‘cláusula
de que a correção monetária seria feita com a aplicação
do índice do BTN ou PELA APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE CORREÇÃO
DAS CADERNETAS DE POUPANÇA’, não há falar em ofensa ao
princípio
do
ato
jurídico
perfeito
e
do
direito
adquirido, no fato de ser mandada observar a TR, no caso
da extinção de um dos índices ajustados, dado que a TR é
o índice de correção das cadernetas de poupança”.
6. Tem-se nos presentes autos que o contrato celebrado
entre as partes prevê a incidência da taxa de remuneração
básica aplicável aos depósitos de poupança como índice de
correção monetária, qual atesta o próprio autor na
petição inicial [fl. 8]. É viável, portanto, a utilização
da TR, dado que constitui índice de correção das
cadernetas de poupança, instituído nos termos da Lei n.
8.177/91.
Nego seguimento ao recurso com esteio no artigo 21, § 1º,
do RISTF”.
2.
Os agravantes sustentam que pretendem com este recurso
“garantir que este MM. Juízo ad quem se digne de apreciar a matéria
atinente à inaplicabilidade da TR – Taxa Referencial nos contratos
de financiamento habitacional, mormente quando extirpado da Lei
8.177/91 os dispositivos que assim definiam, conforme julgamento da
ADIN 493-0/DF, ressaltando os Agravantes, ainda, que os arestos
transcritos no Recurso Extraordinário em questão são, inclusive,
mais recentes do que aqueles mencionados na r. decisão agravada, que
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 497467
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6
Relatório
RE 574.413-AgR / BA
3
contraria, por sua vez, o julgamento deste E. STF e tantos outros
emanados do E.STJ e de outros Tribunais Regionais Federais, todos no
sentido da inaplicabilidade da TR, cujos arestos foram trazidos nas
razões do RE em trecho que deve ser considerado como se aqui
estivesse integralmente transcrito, para que se evite desnecessária
repetição”.
3.
Requerem
a
reconsideração
da
decisão
agravada
ou
provimento do presente agravo regimental.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 574.413-AgR / BA
3
contraria, por sua vez, o julgamento deste E. STF e tantos outros
emanados do E.STJ e de outros Tribunais Regionais Federais, todos no
sentido da inaplicabilidade da TR, cujos arestos foram trazidos nas
razões do RE em trecho que deve ser considerado como se aqui
estivesse integralmente transcrito, para que se evite desnecessária
repetição”.
3.
Requerem
a
reconsideração
da
decisão
agravada
ou
provimento do presente agravo regimental.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. EROS GRAU
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
V O T O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau (Relator): Os argumentos
apresentados não são suficientes para desconstituir a decisão
agravada.
2.
O entendimento mais recente deste Tribunal também não
socorre aos recorrentes. Analisando a questão no controle difuso,
este Tribunal assentou não haver questão constitucional a ser
examinada, com a conclusão de ausência de repercussão geral sobre o
tema [RE n. 579.073, Relator o Ministro Cezar Peluso]. Por outro
lado, no que respeita à exclusão da TR como índice de correção do
saldo devedor, o recurso também não prospera, eis que entendimento
diverso do adotado pelo Tribunal de origem exigiria o reexame da
legislação infraconstitucional e a análise de cláusulas contratuais
[Súmula
454/STF],
o
que
é
inviável
em
sede
de
recurso
extraordinário.
Nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
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09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
V O T O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau (Relator): Os argumentos
apresentados não são suficientes para desconstituir a decisão
agravada.
2.
O entendimento mais recente deste Tribunal também não
socorre aos recorrentes. Analisando a questão no controle difuso,
este Tribunal assentou não haver questão constitucional a ser
examinada, com a conclusão de ausência de repercussão geral sobre o
tema [RE n. 579.073, Relator o Ministro Cezar Peluso]. Por outro
lado, no que respeita à exclusão da TR como índice de correção do
saldo devedor, o recurso também não prospera, eis que entendimento
diverso do adotado pelo Tribunal de origem exigiria o reexame da
legislação infraconstitucional e a análise de cláusulas contratuais
[Súmula
454/STF],
o
que
é
inviável
em
sede
de
recurso
extraordinário.
Nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413
PROCED. : BAHIA
RELATOR : MIN. EROS GRAU
AGTE.(S) : CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
Decisão:
Negado provimento. Votação unânime. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen
Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.03.2010.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Ausentes,
justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Gonçalves.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413
PROCED. : BAHIA
RELATOR : MIN. EROS GRAU
AGTE.(S) : CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
Decisão:
Negado provimento. Votação unânime. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen
Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.03.2010.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Ausentes,
justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Gonçalves.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=519672 | 2010-03-09T00:00:00 | 2010-04-16T00:00:00 | Negado provimento. Votação unânime. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen
Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.03.2010. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CORREÇÃO
MONETÁRIA. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA
INDIRETA.
Controvérsia decidida à luz de normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do
Brasil.
Agravo regimental a que se nega provimento. | sjur175684 | - Acórdão citado: RE 579073 RG.
Número de páginas: 6.
Análise: 04/05/2010, CRE. | EROS GRAU | Segunda Turma | 574413 | [
"LEG-FED SUMSTF-000454 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 574413 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S) | [
""
] | Ementa e Acórdão
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
RELATOR
: MIN. EROS GRAU
AGTE.(S)
: CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S)
: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
: MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CORREÇÃO MONETÁRIA. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
Agravo regimental a que se nega provimento.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata
de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
em negar provimento ao recurso.
Brasília, 9 de março de 2010.
EROS GRAU - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 16/04/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6
Relatório
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
RELATOR
: MIN. EROS GRAU
AGTE.(S)
: CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S)
: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
: MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau: Tem este teor a ementa do
acórdão embargado:
“Discute-se
nestes
autos
a
constitucionalidade
da
incidência da Taxa Referencial – TR, como índice de
correção monetária de contrato de mútuo hipotecário
celebrado antes da edição da Lei n. 8.177/91.
2. O Tribunal a quo decidiu pela inexistência de vedação
legal à utilização da TR como indexador do saldo devedor
decorrente do contrato em debate, vez que é índice
utilizado para a remuneração da caderneta de poupança.
3. O recorrente sustenta a impossibilidade de aplicação
da TR ao presente caso. Isso porque o Supremo Tribunal Federal, no julgamento
da ADI n. 493, Relator o Ministro Moreira Alves, declarou
a inconstitucionalidade da Lei n. 8.177/91, que a
instituiu.
4. Em análise de caso análogo, este Tribunal afirmou o
seguinte entendimento:
‘EMENTA: CONSTITUCIONAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. UTILIZAÇÃO
DA TR COMO ÍNDICE DE INDEXAÇÃO.
I. – O Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADIns
493, Relator o Sr. Ministro Moreira Alves, 768, Relator o
Sr. Ministro Marco Aurélio e 959-DF, Relator o Sr.
Ministro Sydney Sanches, não excluiu do universo jurídico
a Taxa Referencial, TR, vale dizer, não decidiu no
sentido de que a TR não pode ser utilizada como índice de
indexação em substituição a índices estipulados em
contratos
firmados
anteriormente
a
Lei
8.177,
de
01.03.91.
Essa
imposição
violaria
os
princípios
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
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Supremo Tribunal Federal
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
RELATOR
: MIN. EROS GRAU
AGTE.(S)
: CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S)
: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
: MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau: Tem este teor a ementa do
acórdão embargado:
“Discute-se
nestes
autos
a
constitucionalidade
da
incidência da Taxa Referencial – TR, como índice de
correção monetária de contrato de mútuo hipotecário
celebrado antes da edição da Lei n. 8.177/91.
2. O Tribunal a quo decidiu pela inexistência de vedação
legal à utilização da TR como indexador do saldo devedor
decorrente do contrato em debate, vez que é índice
utilizado para a remuneração da caderneta de poupança.
3. O recorrente sustenta a impossibilidade de aplicação
da TR ao presente caso. Isso porque o Supremo Tribunal Federal, no julgamento
da ADI n. 493, Relator o Ministro Moreira Alves, declarou
a inconstitucionalidade da Lei n. 8.177/91, que a
instituiu.
4. Em análise de caso análogo, este Tribunal afirmou o
seguinte entendimento:
‘EMENTA: CONSTITUCIONAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. UTILIZAÇÃO
DA TR COMO ÍNDICE DE INDEXAÇÃO.
I. – O Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADIns
493, Relator o Sr. Ministro Moreira Alves, 768, Relator o
Sr. Ministro Marco Aurélio e 959-DF, Relator o Sr.
Ministro Sydney Sanches, não excluiu do universo jurídico
a Taxa Referencial, TR, vale dizer, não decidiu no
sentido de que a TR não pode ser utilizada como índice de
indexação em substituição a índices estipulados em
contratos
firmados
anteriormente
a
Lei
8.177,
de
01.03.91.
Essa
imposição
violaria
os
princípios
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6
Relatório
Recurso Extraordinário 574.413-AgR / BA
2
constitucionais do ato jurídico perfeito e do direito
adquirido. C.F., art. 5..., XXXVI.
II. – No caso, não há falar em contrato em que ficara
ajustado um certo índice de indexação e que estivesse
esse índice sendo substituído pela TR. É dizer, no caso,
não há nenhum contrato a impedir a aplicação da TR.
III. – R.E. não conhecido’.
[Recurso Extraordinário n. 175.678, Relator o Ministro Carlos Velloso, 2...
Turma, DJ de 29.1.94].
5. Decidiu-se então que a TR não poderia ser aplicada
como índice de indexação em substituição ao que fora
pactuado em contratos anteriores à Lei n. 8.177/91.
Entendeu-se, no entanto, nos termos do julgamento do AI
n. 153.516-AgR, Relator o Ministro Moreira Alves, 1...
Turma, DJ de 2.9.94, que constando no título “‘cláusula
de que a correção monetária seria feita com a aplicação
do índice do BTN ou PELA APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE CORREÇÃO
DAS CADERNETAS DE POUPANÇA’, não há falar em ofensa ao
princípio
do
ato
jurídico
perfeito
e
do
direito
adquirido, no fato de ser mandada observar a TR, no caso
da extinção de um dos índices ajustados, dado que a TR é
o índice de correção das cadernetas de poupança”.
6. Tem-se nos presentes autos que o contrato celebrado
entre as partes prevê a incidência da taxa de remuneração
básica aplicável aos depósitos de poupança como índice de
correção monetária, qual atesta o próprio autor na
petição inicial [fl. 8]. É viável, portanto, a utilização
da TR, dado que constitui índice de correção das
cadernetas de poupança, instituído nos termos da Lei n.
8.177/91.
Nego seguimento ao recurso com esteio no artigo 21, § 1...,
do RISTF”.
2.
Os agravantes sustentam que pretendem com este recurso
“garantir que este MM. Juízo ad quem se digne de apreciar a matéria
atinente à inaplicabilidade da TR – Taxa Referencial nos contratos
de financiamento habitacional, mormente quando extirpado da Lei
8.177/91 os dispositivos que assim definiam, conforme julgamento da
ADIN 493-0/DF, ressaltando os Agravantes, ainda, que os arestos
transcritos no Recurso Extraordinário em questão são, inclusive,
mais recentes do que aqueles mencionados na r. decisão agravada, que
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
Recurso Extraordinário 574.413-AgR / BA
2
constitucionais do ato jurídico perfeito e do direito
adquirido. C.F., art. 5..., XXXVI.
II. – No caso, não há falar em contrato em que ficara
ajustado um certo índice de indexação e que estivesse
esse índice sendo substituído pela TR. É dizer, no caso,
não há nenhum contrato a impedir a aplicação da TR.
III. – R.E. não conhecido’.
[Recurso Extraordinário n. 175.678, Relator o Ministro Carlos Velloso, 2...
Turma, DJ de 29.1.94].
5. Decidiu-se então que a TR não poderia ser aplicada
como índice de indexação em substituição ao que fora
pactuado em contratos anteriores à Lei n. 8.177/91.
Entendeu-se, no entanto, nos termos do julgamento do AI
n. 153.516-AgR, Relator o Ministro Moreira Alves, 1...
Turma, DJ de 2.9.94, que constando no título “‘cláusula
de que a correção monetária seria feita com a aplicação
do índice do BTN ou PELA APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE CORREÇÃO
DAS CADERNETAS DE POUPANÇA’, não há falar em ofensa ao
princípio
do
ato
jurídico
perfeito
e
do
direito
adquirido, no fato de ser mandada observar a TR, no caso
da extinção de um dos índices ajustados, dado que a TR é
o índice de correção das cadernetas de poupança”.
6. Tem-se nos presentes autos que o contrato celebrado
entre as partes prevê a incidência da taxa de remuneração
básica aplicável aos depósitos de poupança como índice de
correção monetária, qual atesta o próprio autor na
petição inicial [fl. 8]. É viável, portanto, a utilização
da TR, dado que constitui índice de correção das
cadernetas de poupança, instituído nos termos da Lei n.
8.177/91.
Nego seguimento ao recurso com esteio no artigo 21, § 1...,
do RISTF”.
2.
Os agravantes sustentam que pretendem com este recurso
“garantir que este MM. Juízo ad quem se digne de apreciar a matéria
atinente à inaplicabilidade da TR – Taxa Referencial nos contratos
de financiamento habitacional, mormente quando extirpado da Lei
8.177/91 os dispositivos que assim definiam, conforme julgamento da
ADIN 493-0/DF, ressaltando os Agravantes, ainda, que os arestos
transcritos no Recurso Extraordinário em questão são, inclusive,
mais recentes do que aqueles mencionados na r. decisão agravada, que
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6
Relatório
Recurso Extraordinário 574.413-AgR / BA
3
contraria, por sua vez, o julgamento deste E. Supremo Tribunal Federal e tantos outros
emanados do E.Superior Tribunal de Justiça e de outros Tribunais Regionais Federais, todos no
sentido da inaplicabilidade da TR, cujos arestos foram trazidos nas
razões do Recurso Extraordinário em trecho que deve ser considerado como se aqui
estivesse integralmente transcrito, para que se evite desnecessária
repetição”.
3.
Requerem
a
reconsideração
da
decisão
agravada
ou
provimento do presente agravo regimental.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 497467
Supremo Tribunal Federal
Recurso Extraordinário 574.413-AgR / BA
3
contraria, por sua vez, o julgamento deste E. Supremo Tribunal Federal e tantos outros
emanados do E.Superior Tribunal de Justiça e de outros Tribunais Regionais Federais, todos no
sentido da inaplicabilidade da TR, cujos arestos foram trazidos nas
razões do Recurso Extraordinário em trecho que deve ser considerado como se aqui
estivesse integralmente transcrito, para que se evite desnecessária
repetição”.
3.
Requerem
a
reconsideração
da
decisão
agravada
ou
provimento do presente agravo regimental.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6
Voto - MIN. EROS GRAU
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
V O T O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau (Relator): Os argumentos
apresentados não são suficientes para desconstituir a decisão
agravada.
2.
O entendimento mais recente deste Tribunal também não
socorre aos recorrentes. Analisando a questão no controle difuso,
este Tribunal assentou não haver questão constitucional a ser
examinada, com a conclusão de ausência de repercussão geral sobre o
tema [Recurso Extraordinário n. 579.073, Relator o Ministro Cezar Peluso]. Por outro
lado, no que respeita à exclusão da TR como índice de correção do
saldo devedor, o recurso também não prospera, eis que entendimento
diverso do adotado pelo Tribunal de origem exigiria o reexame da
legislação infraconstitucional e a análise de cláusulas contratuais
[Súmula
454/Supremo Tribunal Federal],
o
que
é
inviável
em
sede
de
recurso
extraordinário.
Nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 497469
Supremo Tribunal Federal
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
V O T O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau (Relator): Os argumentos
apresentados não são suficientes para desconstituir a decisão
agravada.
2.
O entendimento mais recente deste Tribunal também não
socorre aos recorrentes. Analisando a questão no controle difuso,
este Tribunal assentou não haver questão constitucional a ser
examinada, com a conclusão de ausência de repercussão geral sobre o
tema [Recurso Extraordinário n. 579.073, Relator o Ministro Cezar Peluso]. Por outro
lado, no que respeita à exclusão da TR como índice de correção do
saldo devedor, o recurso também não prospera, eis que entendimento
diverso do adotado pelo Tribunal de origem exigiria o reexame da
legislação infraconstitucional e a análise de cláusulas contratuais
[Súmula
454/Supremo Tribunal Federal],
o
que
é
inviável
em
sede
de
recurso
extraordinário.
Nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413
PROCED. : BAHIA
RELATOR : MIN. EROS GRAU
AGTE.(S) : CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
Decisão:
Negado provimento. Votação unânime. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen
Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2... Turma, 09.03.2010.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Ausentes,
justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Gonçalves.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413
PROCED. : BAHIA
RELATOR : MIN. EROS GRAU
AGTE.(S) : CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
Decisão:
Negado provimento. Votação unânime. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen
Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2... Turma, 09.03.2010.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Ausentes,
justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Gonçalves.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 498523
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
| {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574 . 413",
"ADI n . 493",
"ADIns",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574 . 413",
"ADI n . 493",
"ADIns 493",
"Recurso Extraordinário 574 . 413 - AgR / BA",
"Recurso Extraordinário n . 175 . 678",
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"Recurso Extraordinário n . 579 . 073",
"Súmula 454 / Supremo Tribunal Federal",
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"Súmula 454 / Supremo Tribunal Federal",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574 . 413",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574 . 413"
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"LEGISLACAO": [
"Constituição do Brasil",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei 8 . 177",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei 8 . 177",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"artigo 21 , § 1 . . . , do RISTF ”",
"Lei 8 . 177 / 91",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"artigo",
"Lei 8 . 177 / 91",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001"
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"BAHIA",
"BAHIA",
"BAHIA",
"BAHIA"
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"-",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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".",
".",
". Turma",
".",
".",
". Turma",
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".",
".",
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"EROS GRAU",
"EROS GRAU",
"CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES",
"DANILO VALVERDE CALASANS",
"MARTA BUFAIÇAL ROSA",
"Eros Grau",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
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"EROS",
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"DANILO VALVERDE CALASANS",
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"Eros Grau",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
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"Sydney Sanches",
"Carlos Velloso",
"Moreira Alves",
"Carlos Velloso",
"Moreira Alves",
"EROS GRAU",
"Eros Grau",
"Cezar Peluso",
"Eros Grau",
"Cezar Peluso",
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".",
"9",
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"/",
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"Lei n . 8 . 177 / 91",
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"Lei 8 . 177",
"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
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"Brasília",
"BAHIA",
"BAHIA",
"BAHIA",
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"Ementa e Acórdão\n \n08/09/2009 \nSEGUNDA TURMA \n \nAG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569.049 MI(...TRUNCATED) | https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=485861 | 2009-09-08T00:00:00 | 2010-03-05T00:00:00 | "A Turma, à unanimidade, negou provimento ao agravo \r\nregimental, com imposição, à parte agrav(...TRUNCATED) | AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | "EMENTAS: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. \r\n Jurisprudência assentada. Ausênci(...TRUNCATED) | sjur174283 | "- Acórdãos citados: RE 377457 - Tribunal Pleno.\r\nNúmero de páginas: 6.\r\nAnálise: 10/03/201(...TRUNCATED) | CEZAR PELUSO | Segunda Turma | 569049 | ["LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00014 INC-00002 INC-00003 ART-00017\r\n (...TRUNCATED) | RE-AgR | acordaos | RE 569049 AgR | [
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