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Castello Branco é interditada por incêndio em empresa de produto tóxico
Um incêndio de grandes proporções em uma empresa, em Jandira, na Grande São Paulo, interditou todas as pistas da rodovia Castello Branco, uma das principais vias de ligação entre a região metropolitana e o interior, na manhã desta segunda-feira (10).O Corpo de Bombeiros enviou dez viaturas até o local, nas margens da rodovia, por volta das 10h para combater a fumaça que pode ser tóxica, já que a empresa trabalha com cloro, um produto químico. Não há informação sobre vítimas.Segundo a CCR ViaOeste, concessionária que administra a via, as pistas ficaram fechadas por 1 h 30 e o engarrafamento, reflexo da interdição, é de 6 km, no sentido interior.Desde o início da manhã a rodovia está intransitável em alguns trechos também por causa das fortes chuvas e alagamentos registrados em quase 800 pontos da Grande São Paulo. Os motoristas não conseguem acessar a rodovia entre o km 13 e 15, tanto no sentido do interior quanto na chegada à capital.Isso porque estão debaixo de água partes das duas marginais, Pinheiros e Tietê, por causa do transbordamento do rio Pinheiros, junto a ponte Cidade Universitária e ponte do Jaguaré, e do rio Tietê, junto a ponte do Piqueri no sentido Castello Branco/Ayrton Senna.A Ayrton Senna também tem dois bloqueios, segundo a Ecopistas, concessionária que administra o corredor, para dar fluidez ao tráfego e reforçar a segurança dos motoristas devido ao risco de transbordamento do rio Tietê entre o km 18 e o km 11, sentido São Paulo.O primeiro ocorre na pista expressa do km 21 da rodovia, no sentido de São Paulo, para que os veículos sigam viagem pela pista marginal da via. O segundo bloqueio, na mesma rodovia e sentido, está na altura do km 19 da pista marginal para que os condutores sejam encaminhados para a rodovia Hélio Smidt, onde, então, poderão acessar a rodovia Presidente Dutra no sentido do interior e, posteriormente, podem acessar Rodoanel.As vias serão liberadas assim que o nível da água diminuir e os pontos de alagamentos acabarem, informa a Ecopistas.
2020-02-10 13:50:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/02/castello-branco-e-interditada-por-incendio-em-industria-de-produto-toxico.shtml
Luke Perry e outros nomes que foram esquecidos em homenagem póstuma do Oscar
O conhecido momento In Memoriam do Oscar sempre lembra os atores, produtores e profissionais do cinema que morreram no ano interior. Mas, desta vez, alguns nomes foram esquecidos pelos organizadores, como de Luke Perry, 52, Cameron Boyce, 20, e Sid Haig, 20.Algumas mortes não entraram porque foram recentes. Orson Bean, 91, de "Quero Ser John Malkovich", morreu na sexta-feira (7), após ser atropelado. E também, Robert Conrad, conhecido por estrelar a série de televisão "James West", na década de 1960, morreu no sábado (8), aos 84 anos. Segundo a revista americana Variety, a academia não teve tempo de alterar a tempo a apresentação, que já estava pronta. Já os demais atores realmente foram esquecidos. Perry morreu em março aos 52 anos. Além de ter fazer parte do elenco da recente série "Riverdale", ele participou do último filme de Quentin Tarantino, "Era Uma Vez em Hollywood...", que rendeu o Oscar de ator coadjuvante a Brad Pitt.Outra morte marcante do ano foi de Cameron Boyce. O ator conhecido por produções da Disney como "Descendentes", morreu em julho, aos 20 anos. Segundo a família, o ator morreu durante o sono, após ter uma convulsão ligada a uma "condição médica preexistente".​Já Sid Haig ficou conhecido por atuar em filmes de terror. Ele também esteve no elenco de "Kill Bill: Volume 2" (2004), de Tarantino.As fotos que passaram pelo telão foram acompanhadas pela jovem cantora Billie Eilish, 18, que interpretou o clássicos dos Beatles "Yesterday".
2020-02-10 14:04:00
cinema-e-series
Cinema e Séries
https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2020/02/luke-perry-e-outros-nomes-que-foram-esquecidos-em-homenagem-postuma-do-oscar.shtml
Rede convida Marta para disputar Prefeitura de SP e oferece vaga de vice ao PV
A Rede Sustentabilidade convidou a ex-prefeita Marta Suplicy para se filiar ao partido e disputar a Prefeitura de São Paulo, na eleição de outubro.O convite foi feito em jantar na última quinta-feira (6) durante o qual participaram Marta, seu marido, Márcio Toledo, e o comando regional da legenda.Estiveram presentes a coordenadora do diretório paulistano da Rede, Duda Alcântara, o coordenador estadual, Giovanni Mockus, e a deputada estadual Marina Helou.Os representantes do partido chegaram a mencionar uma possível data de filiação: 18 de março, aniversário de 75 anos de Marta.Para poder disputar a eleição, ela precisa estar filiada a um partido até 4 de abril.A ex-prefeita, que governou a cidade de 2001 a 2005 pelo PT, está sem legenda desde que deixou o MDB, em 2018.Marta ficou de dar uma resposta ao convite da Rede, mas não fixou prazo. Também não encerrou conversas que tem mantido com outras siglas.Ela vem sendo cortejada por partidos como PDT e Pros e vem dizendo que gostaria de formar uma frente democrática contra a direita representada pelo bolsonarismo.Houve até contatos com petistas, mas um retorno a seu ex-partido enfrenta resistências pela defesa que ela fez do impeachment de Dilmar Rousseff.Segundo relatos, Marta ainda não está totalmente convencida da ideia de ser candidata novamente. A ex-prefeita tentou voltar ao cargo sem sucesso em 2008 e em 2016."Ela vê a Rede como um partido limpo e sem corrupção, conectado com a juventude e disse estar disposta a ajudar na construção da Rede para 2020 e 2022, o que para nós é fundamental", afirmou Alcântara. Mais A ex-prefeita também já teve conversas com representantes nacionais da Rede, como o senador Randolfe Rodrigues (AP).De imediato, Marta se comprometeu a participar de evento do Vote Nelas, movimento por mais mulheres na política, que conta com participação de lideranças da Rede.Haverá um ato nesta quinta-feira (13), em que será lançada uma pesquisa com candidatas.Uma dificuldade da Rede para lançar Marta está no fato de não ter conseguido eleger o mínimo de cinco parlamentares em 2018 para garantir a presença em debates.Seria necessária, assim, uma coligação. Para sanar esse problema, a Rede ofereceu a vaga de vice ao PV.Uma aliança, contudo, enfrentaria problemas, segundo o presidente municipal da legenda, Roberto Tripoli."Não descarto, mas vejo com dificuldades, pelo histórico de relacionamento de algumas lideranças do partido com a Marta", afirmou Tripoli.Tripoli e o atual vereador Gilberto Natalini fizeram oposição a Marta quando ela era prefeita. Além disso, o partido cogita lançar candidato próprio a prefeito.Nomes mencionados, segundo Tripoli, são o ex-deputado Eduardo Jorge e o ex-secretário de Educação Alexandre Schneider, colunista da Folha, e que deixou o PSD.Marta foi procurada, mas não respondeu aos contatos da Folha.
2020-02-10 14:52:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/rede-convida-marta-para-disputar-prefeitura-de-sp-e-oferece-vaga-de-vice-ao-pv.shtml
Bolsonaro's Proposed Amazon Plan Is Vague and Uncertain
Bolsonaro's finalized his plan for the Amazon right before the World Economic Forum in Davis, Switzerland. The government wanted to alleviate investor doubts about the government's inaction in forest preservation.Both the council to be chaired by Vice President Hamilton Mourão and the reactivation of the CBA (Amazon Biotechnology Center)—announced on the days of the forum—lack deadlines, structure, clear objectives, and funds, according to the authorities involved.Still hollow, official hacked together the plans after the Brazilian government was surprised by the fact that the environmental issue was a vertex of the event in Davos.In an attempt to respond to criticisms of his environmental policy, President Jair Bolsonaro, who did not attend the meeting in the Swiss Alps, announced from Brazil the creation of the Amazon Council after the topic was discussed at a ministerial meeting.Until the publication of this report, however, the decree regulating the council was not published in the Federal Official Gazette. The expectation is that this will happen next week. "The decree is in the hands of the president and he is finalizing it," said Mourão.The president also announced the creation of the National Environmental Force, which is still under study, according to Mourão.The technical team of the Ministry of Justice and Public Security is analyzing the topic, and Minister Sergio Moro should meet with Mourão to define format and deadline.The idea is for a police contingent similar to that of the National Security Force, but with environmental police assigned by state governments.As the process depends on the federative units, even the most optimistic government members find it unlikely that the National Environmental Force will start to act effectively in the forest until May, a month before the drought period, when the risk of burning increases. Translated by Kiratiana FreelonRead the article in the original language
2020-02-10 13:09:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/scienceandhealth/2020/02/bolsonaros-proposed-amazon-plan-is-vague-and-uncertain.shtml
'Arquivo' de miliciano morto ia além do gabinete de Flávio Bolsonaro
A morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega deixa uma série de perguntas não respondidas sobre a relação dos Bolsonaros com o miliciano. Mas o "arquivo" do ex-PM morto neste domingo (9) ia além da família presidencial.Investigações apontam que Adriano atuava em diferentes atividades ilegais: milícia, jogo do bicho, máquinas caça-níqueis e homicídios profissionais.Conhecido como um exímio atirador, a fama nos bastidores da polícia e da contravenção se transformou em notoriedade pública após a Operação Os Intocáveis, quando a Justiça determinou sua prisão e ele se tornou foragido. Mais Naquele janeiro de 2019, foi identificado que Adriano mantinha duas parentes no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Foi nesse período que se descobriu também as medalhas concedidas ao ex-PM por Flávio, bem como o discurso de 2005 do então deputado federal Jair Bolsonaro em sua defesa.A denúncia da Operação Intocáveis apontou o ex-PM como chefe da milícia de Rio das Pedras, a mais antiga da cidade. Em telefonemas gravados com autorização da Justiça ele era chamado de "patrão".Investigadores afirmam que a milícia era um dos "investimentos" de Adriano, que delegava o dia a dia do controle do território a comparsas.O ex-capitão tem uma história mais longa com a contravenção. Já foi acusado pelo atentado a um bicheiro e expulso da PM porque atuava na segurança de outro. Há a suspeita de que Adriano havia crescido na hierarquia dessa quadrilha, tornando-se sócio de metade das máquinas caça-níqueis da cidade.Ele também era apontado como o líder de um grupo de assassinos profissionais. Há a suspeita de que outro integrante dessa equipe seja o PM aposentado Ronnie Lessa, acusado da morte da vereadora Marielle Franco. Essa interseção fez com que Adriano também fosse investigado no crime —ele prestou depoimento no inquérito, mas não foi acusado. Mais Depoimentos apontam que os dois grupos (de contraventores e de homicidas) contavam com a cobertura de policiais militares e civis corruptos. Embora seja conhecido no meio policial como um assassino profissional, ele não responde atualmente a nenhuma denúncia pelo crime. Há quem atribua a “ficha limpa” ao fato de matar sem deixar rastros.No grupo de contraventores, Adriano mantinha fortes vínculos com a família do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, morto em 2004. Ele foi segurança da filha de Maninho, Shanna Harrouche Garcia, alvo de um atentado recentemente.Já no grupo de supostos homicidas, o PM aposentado Ronnie Lessa chegou a ser baleado em abril de 2018. A Justiça considerou o caso apenas uma tentativa de latrocínio.​Adriano foi morto numa operação policial oficial na Bahia. O advogado Paulo Catta Preta, contudo, afirma que seu cliente temia ser morto por “queima de arquivo”."Ele disse que se se entregasse tinha certeza de que estaria morto no dia seguinte e também que estaria morto se o encontrassem. Falou, inclusive, que seria queima de arquivo", disse o advogado.A investigação sobre o grau de envolvimento de Adriano no gabinete de Flávio ainda estava em apuração.O Ministério Público do Rio de Janeiro já havia identificado que contas controladas pelo ex-PM abasteceram Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador suspeito de ser o operador da “rachadinha”. Mais
2020-02-10 13:21:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/arquivo-de-adriano-ia-alem-do-gabinete-de-flavio-bolsonaro.shtml
Police Kill Militia Man Linked to Bolsonaro's Son
A police operation in Esplanada (BA) resulted in the death of ex-PM captain Adriano Magalhães da Nóbrega, 43. Adriano reportedly commanded the oldest militia in Rio de Janeiro.He was connected to Flávio Bolsonaro, son of the President of the Republic.According to his lawyer, Magalhães had mentioned his fear of being killed in an effort to eliminate him as a witness.Senator Flávio honored him twice in the Rio de Janeiro Legislative Assembly. But recently, Adriano was mentioned in the senator's money embezzlement investigation. Two of Adriano's relatives worked in Flavio's state deputy office.According to the police version, police shot him after he exchanged shots with them. Police professionals from Bahia and Rio conducted the operation.The militiaman was hiding on the site of PSL councilor Gilsinho da Dedé, of the PSL. The councilman said he was unaware of the fugitive's presence at the scene.Police say Adriano was carrying a pistol and that three more firearms and 13 cell phones were found in the property.Translated by Kiratiana FreelonRead the article in the original language
2020-02-10 13:03:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/brazil/2020/02/police-kill-militia-man-linked-to-bolsonaros-son.shtml
La Policía Militar de SP considera lícita la operación en Paraisópolis que dejó 9 muertos
La investigación realizada por la Policía Militar de São Paulo concluyó que los 31 agentes que participaron en la operación en la favela de Paraisópolis, que acabó con la vida de nueve jóvenes, el pasado diciembre durante un baile funk, no cometieron errores durante la ejecución de la redada.El oficial responsable de la investigación solicitó el cierre de la IPM (Investigación de la Policía Militar) porque considera que los agentes desarrollaron una acción lícita. Esta decisión fue respaldada por el subcomandante de la PM, el coronel Fernando Alencar Medeiros, quien había pedido la apertura de diligencias.La IPM investiga si fue cometido un crimen militar por parte de los efectivos de la policía. La instrucción del caso depende de la Justicia Militar y ahora se enviará al Ministerio Fiscal que someterá a análisis el informe final. Serán los fiscales lo que decidirán si están de acuerdo con archivar la causa, si difieren de las conclusiones o solicitan nuevas diligencias.Paralelamente, la Policía Civil está realizando su propia investigación, cuyo resultado puede ser diferente.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2020-02-10 12:52:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/saopaulo/2020/02/la-policia-militar-de-sp-considera-licita-la-operacion-en-paraisopolis-que-dejo-9-muertos.shtml
Ana Maria Braga se casa com o namorado Johnny Lucet em cerimônia íntima
A apresentadora Ana Maria Braga, 70, casou com o francês Johnny Lucet, 55. O anúncio foi feito no programa Mais Você (Globo) desta segunda-feira (10) pelos apresentadores Fabrício Battaglini e Patrícia Poeta, que estão a substituindo. A cerimônia aconteceu na casa da apresentadora. Pedro e Mariana, filhos de Ana Maria, foram padrinhos. "O casamento civil foi celebrado na casa dela, em São Paulo. Só para a família, cerimônia íntima e bilíngue, porque o noivo é francês. Ele falou o 'sim' em português", relatou Battaglini. O casal está de azul e jeans. "Eles estavam usando a mesma roupa do dia que se conheceram em Algarve, em Portugal", complementou o apresentador. Braga optou por antecipar suas férias para descansar devido ao seu tratamento contra câncer no pulmão, doença que já teve outras três vezes. Ela será substituída por Battaglini e Poeta durante todo o mês de fevereiro. Foi em novembro do ano passado, que a apresentadora foi fotografada com Johnny Lucet. O casal passeava em clima de romance em um shopping no Rio de Janeiro. À época, a assessoria de imprensa de Braga disse que o namoro era recente, mas não deu detalhes sobre como se conheceram.Em dezembro de 2015, Ana Maria Braga revelou durante o Mais Você (Globo) que estava tratando um câncer no pulmão. Na época, a apresentadora teve que passar por uma cirurgia para a retirada de um tumor em seu pulmão esquerdo."Tive um anjo na minha vida. Eu poderia estar até hoje sem saber que estava com um problema no pulmão. Bill, meu companheiro hoje, me cobra muito e comecei a fazer ginástica. Ele dizia para eu parar de fumar e que eu precisava fazer alguns exames. Ele tanto insistiu que marquei uma consulta. Fiz uma tomografia e quando eu saí disseram que acharam uma coisa pequena, um início de um tumor cancerígeno. [...] É um risco que toda pessoa que fuma tem", contou. Antes disso, Ana Maria enfrentou um câncer de pele em 1991 e descobriu, em 2001, que estava com câncer detectado na virilha e no reto. "Tinha hora em que eu ligava o chuveiro, deitava embaixo e chorava muito", contou em uma entrevista à Folha, em 2016."É natural que isso aconteça. Mas você tem que acreditar de verdade. Eu dizia 'vou aguentar'. Nunca imaginei que a doença seria maior do que eu", contou. "Eu fumei por tanto tempo, é previsível. Foi minha culpa. Quer dizer, não é questão de culpa, é vício. Sou viciada em nicotina, como um drogado ou um alcoólatra".A apresentadora também afirmou na época que a radioterapia havia sido "arrasadora", mas que se sentiu "sortuda" por ter acesso "ao que há de melhor na medicina". "Eu tenho um limiar alto de dor, mesmo assim sofri. Tomava muita morfina quando eu podia. Nas outras horas, eu trabalhava. Continuei trabalhando porque era um grande motivo para levantar todo dia. Gosto muito do que faço".
2020-02-10 12:05:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/02/ana-maria-braga-se-casa-com-o-namorado-johnny-lucet-em-cerimonia-intima.shtml
Modelo de drenagem não foi pensado para chuvas como as desta segunda em SP, diz secretário
O secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo, Marcos Penido, afirmou que o sistema de drenagem de São Paulo não foi pensado para chuvas atípicas como as que atingiram a cidade nesta segunda-feira (10). "Fevereiro é um mês chuvoso normalmente, a gente fala em torno de 220 mm de chuva o mês inteiro —66% foi nessa madrugada. Você tem um sistema de drenagem previsto para essa média histórica", afirma Penido. "Todo modelo de drenagem é baseado nos modelos matemáticos em função das médias históricas. Isso aqui não tem nada a ver com nenhuma média histórica nem a forma como ocorreu."Para o secretário, mesmo que obras de drenagem não concluídas estivessem funcionando haveria problemas na cidade devido à intensidade das chuvas. Conforme mostrou a Folha, há ao menos 17 obras de drenagem da prefeitura, a maioria delas atrasada, em curso atualmente. "Os piscinões cumpriram o seu trabalho. O problema é que é uma total atipicidade dessa chuva. Em qualquer lugar que uma chuva dessa vem, infelizmente causa muito prejuízo. Seja aqui no nosso estado, seja nos estados vizinhos ou como nós vimos no último verão na Europa." Penido afirma que o fato de a chuva ter sido em toda São Paulo e partes da Grande São Paulo causa uma situação ainda mais difícil de ser contornada. "Além da chuva imediata, que vai para o rio, temos todos os afluentes que foram colaborando. Tivemos extravasão de Perus, Paciência, Zavuvus, Pirajussara, Tamanduateí", disse. O secretário afirma que cidades da Grande SP também tiveram problemas intensos, como Osasco, Taboão da Serra, Guarulhos e Francisco Morato. Ele afirma que o governo estadual atua em uma sala de situação, operando comportas, bombeando a água e, assim que a situação aliviar, preparando a limpeza dos piscinões para mais chuva. Penido recomenda que a população não saia de casa sem planejamento e evite pontos afetados pela cheia nesta segunda. "A grande instrução é: não saia sem planejamento. Vai para a Paulista? OK, na Paulista não tem cheia. Vai utilizar o metro até a praça da República, OK. Antes de sair de casa, veja qual é o seu trajeto e o que está acontecendo. Precisa ir para a marginal? Por favor, não vá. Precisa ir para Osasco? Por favor, não vá."O governador João Doria (PSDB) está nos Emirados Árabes Unidos (EAU) para o lançamento de um escritório do estado em Dubai. O prefeito Bruno Covas (PSDB) fez um vídeo afirmando que "o desastre seria muito maior se não tivesse sido o trabalho preventivo que a prefeitura fez ao longo dos últimos meses". "Limpamos vários córregos da cidade, limpamos todos os piscinões. Aliás, nenhum piscinão transbordou". Segundo ele, no entanto, os rios não aguentaram "essa quantidade de água imensa".
2020-02-10 12:17:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/02/modelo-de-drenagem-nao-foi-pensado-para-chuvas-como-as-desta-segunda-diz-secretario.shtml
São Paulo vive o caos exibido no filme 'Parasita'
Uma água barrenta escorre em velocidade pela longa escadaria que leva a família ao bairro onde vive. Sob chuva forte, o pai e seus dois filhos continuam correndo. Quando chegam à casa deles (um porão, na verdade), veem objetos flutuando —potes de plástico, sandálias, papéis. A água imunda está à altura da cintura.Não é São Paulo, é Seul. Não é fato, é ficção. No entanto, nesta segunda (10), a vida real paulistana parece mais desoladora do que as cenas terríveis da capital sul-coreana sob chuva forte em “Parasita”, de Bong Joon-ho. Por volta de 1h30, Jane Fonda anunciou o Oscar de melhor filme para “Parasita”, que já tinha vencido em outras três categorias: direção, roteiro original e filme internacional. Por uma coincidência triste, quando Bong e sua equipe agradeciam, atônitos, pelo maior prêmio da noite em Los Angeles, São Paulo já enfrentava a chuva, e o caos estava por vir.Quatro horas depois, a marginal Tietê foi interditada devido a alagamento na altura da ponte da Casa Verde. Entre meia-noite e 9h, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender 320 ocorrências de enchente na cidade.As cenas de inundação em “Parasita” foram gravadas durante a noite. Não fosse por isso, imagens publicadas nas primeiras horas da manhã desta segunda poderiam compor a tragicomédia sul-coreana. Mas há uma diferença entre a São Paulo dos temporais (alguém se lembra da terra da garoa?) e a Seul imaginada pelo cinema.Em texto publicado no domingo (9) na Ilustríssima, o arquiteto e professor Guilherme Wisnik falou das escadas no filme como um emblema da exclusão social.“O conflito de classes se espacializa na oposição entre a família rica, que reside em uma espaçosa e ensolarada casa na parte alta de Seul, e a família pobre, que habita o úmido e malcheiroso porão semienterrado de um edifício nos baixios alagáveis da mesma cidade”, escreveu.Diferentemente da Seul de Bong, a perturbação em São Paulo é para todos. Dezenas de ruas do Alto de Pinheiros, bairro com casas de alto padrão, foram inundadas pela água que transbordou do rio Pinheiros, uma água marrom como a que se vê em “Parasita”.Como registrou a TV Globo, as piscinas da sede social do São Paulo, no Morumbi, outro bairro nobre, estão repletas de lama.Sem planejamento e sem grandes obras de prevenção, a tragédia urbana em que se converteu a cidade mais rica do país castiga todas as classes sociais. Nesse ponto, alguma igualdade prevalece –e isso não é um consolo.
2020-02-10 12:21:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/02/sao-paulo-vive-o-caos-exibido-no-filme-parasita.shtml
Contra xenofobia por coronavírus, brasileiros mandam mensagens de apoio a chineses
“Força, China”; “Diga não ao preconceito”; “Toda a nossa solidariedade ao povo chinês”. Em meio ao discurso de ódio contra chineses que prolifera desde o surgimento de um surto de coronavírus, internautas brasileiros decidiram mostrar, com frases como essas, seu apoio ao país asiático. As mensagens foram reunidas e traduzidas para o mandarim por uma imigrante chinesa que mora em São Paulo desde 2011 e que tem família e amigos vivendo na região de Wuhan, epicentro da epidemia. A professora de chinês Si Liao, 32, fez o pedido em seu canal do YouTube, o Pula Muralha, que tem mais de 638 mil seguidores, e propôs que as pessoas postassem fotos fazendo corações com as mãos e que incluíssem a hashtag #EuNaoSouUmVirus —já utilizadas em outros idiomas, como francês e inglês. Diferentemente de outras gravações, em que costuma aparecer animada abordando assuntos leves como diferenças culturais entre chineses e brasileiros, Sisi, como é conhecida, aparece séria neste vídeo, falando sobre os comentários racistas que têm aparecido em suas postagens desde que começou a publicar vídeos informativos sobre o coronavírus. “Neste momento tão triste, tão delicado, tão grave, os comentários preconceituosos atrapalham”, diz. “Talvez você só esteja vendo os números, só que cada número é uma história. Você já pensou que a história pode ser muito triste e seu comentário preconceituoso pode causar um mal?”A professora afirma que ela própria se viu afetada pelo medo de sofrer discriminação na rua. “Li tantos comentários preconceituosos que acho que todo mundo ao meu redor acha que eu sou um vírus”, conta. Finaliza dizendo que acredita que “a maioria dos brasileiros tem bom coração, gosta da China e entende que é de amor que os chineses precisam agora”.Ela leu as mensagens de solidariedade enviadas pelos brasileiros para seus pais, que estão na China, em um vídeo transmitido ao vivo em seu canal.Também em São Paulo, uma entidade que promove o intercâmbio cultural entre Brasil e China criou duas iniciativas para combater a desinformação e o preconceito que surgiu com o coronavírus. O Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina) publica diariamente o Observatório do Coronavírus, um boletim diário com informações sobre o surto. A ideia surgiu depois que o presidente da entidade, Thomas Law, 38, recebeu notícias falsas sobre o tema. “Comecei a receber muitas fake news, como fotos de pessoas caindo, de uma mulher comendo um morcego como se fosse na China, quando nem era no país. Decidimos reunir informações confiáveis para que nossa população tenha conhecimento dos fatos com transparência.”O boletim usa como fontes agências de notícias chinesas e informações da universidade Johns Hopkins, nos EUA.Na sexta (7), a entidade criou também uma central de denúncias para casos de discriminação relacionados ao tema. Segundo Law, desde que o Ibrachina foi criado, há dois anos, é a primeira vez que as páginas da entidade nas redes sociais recebem comentários preconceituosos.“Tem conteúdos extremamente ofensivos, de que tem que ‘exterminar os chineses’, ‘matar todos os amarelos’. Com esse problema do coronavírus, está surgindo esse discurso de ódio”, diz.
2020-02-10 12:00:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/02/contra-xenofobia-por-coronavirus-brasileiros-mandam-mensagens-de-apoio-a-chineses.shtml
Chuvas no litoral de SP provocam queda de árvores e deixam ruas bloqueadas
O temporal, que provocou alagamentos e caos no transporte de São Paulo, também causou transtornos e atingiu diversas cidades do litoral paulista.Em Santos (a 72 km da capital), os terrenos em morros estão em estado de atenção. Somente o registro de chuvas entre às 18h deste domingo (9) até às 9h desta segunda-feira (10) representou quase metade da média do índice registrado nos últimos 25 anos no mês de fevereiro na cidade.Desde a noite de domingo (9), houve nove quedas de árvores e deslizamentos de terra em morros da cidade. A avenida Nossa Senhora de Fátima, que interliga Santos e São Vicente (a 65 km de SP), estava bloqueada na manhã desta segunda para veículos comuns. Ainda há interdição de outras avenidas e ruas na cidade devido à queda de árvore e pontos de alagamento.Em São Vicente, de acordo com a Defesa Civil, o nível é de atenção. Não há registros de ocorrências, somente de alagamentos que ocasionaram o bloqueio de inúmeras vias da cidade. O mesmo ocorre em Guarujá e Praia Grande, que ainda realiza o levantamento de possíveis ocorrências.Já a cidade de Itanhaém registrou o maior volume de chuvas das últimas 24 horas na Baixada Santista. O temporal causou a queda do telhado de uma marina, a Daipré, localizada no bairro Baixio. De acordo com a prefeitura, parte da estrutura desabou sobre algumas embarcações, mas ninguém ficou ferido.Moradores da cidade ainda sofreram com alagamentos nos bairros Santa Cruz e Jardim Grandesp. O acumulado das chuvas é de 195 mm no bairro Gaivota, o mais atingido.As fortes chuvas que atingiram o litoral paulista deixaram 75 pessoas desabrigadas e outras 23 desalojadas em Peruíbe (a 141 km de São Paulo).A maior parte está abrigada no Centro Comunitário Caraminguava. Outras 23 pessoas foram para casa de parentes.Durante a tarde, o volume de água aumentou por causa da maré alta e canais cheios, sem condições de desaguarem no Rio Preto, ocasionando novos problemas na cidade.Ao todo, oito escolas ficaram sem aulas. A cidade já registrou um dos maiores volumes históricos no mês de fevereiro. Os bairros Jardim Veneza, com 389,21 milímetros, Parque do Trevo, 405,70 milímetros, e Guaraú, 432,58 milímetros, foram os mais atingidos.Assim como em maio do último ano, a estrada da Serra do Guaraú foi interditada pelo risco de quedas de árvores e barreiras e segue sem previsão para liberação.Em Santos, nesta segunda-feira (10), houve atendimentos referentes a deslizamentos de terra no centro e no morro da Penha, com necessidade de interdição de cinco moradias. Quatro famílias foram para casas de parentes e uma para o abrigo da Prefeitura.Em Guarujá (86 km de SP), duas famílias foram para casas de parentes até que ocorra um período de estiagem de 72 horas.
2020-02-10 12:11:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/02/chuvas-no-litoral-de-sp-provocam-queda-de-arvores-e-deixam-ruas-bloqueadas.shtml
Chuva leva escolas de SP a cancelarem aulas
As fortes chuvas levaram escolas públicas e particulares de São Paulo a cancelarem aulas nesta segunda-feira (10).Na rede estadual, as aulas foram suspensas em 37 das 5.100 unidades. O conteúdo deverá ser reposto posteriormente. Na municipal, as aulas foram mantidas como regra geral, mas a secretaria de Educação informa que 1% das cerca de 4.000 escolas não estão atendendo por dificuldades no entorno. Haverá reposição.Na rede privada, ao menos cinco colégios foram afetados. ​Em Alto de Pinheiros (zona oeste), o Colégio Santa Cruz ficou completamente isolado pelo temporal.A avenida Arruda Botelho, por onde os alunos costumam entrar, está bloqueada pela chuva. Na área interna, pátios ficaram completamente alagados, e no local onde ficará a nova biblioteca do colégio, mesas e cadeiras ficaram cobertas pela água.O Colégio Visconde de Porto Seguro também cancelou as aulas no campus Morumbi. "As fortes chuvas que ocorreram nesta madrugada causaram alagamentos em toda a região, o córrego ao lado do colégio transbordou e afetou diretamente os nossos estacionamentos. Iremos realizar toda a higienização para a segurança de nossos estudantes", afirmou a direção em nota.Em Perdizes (zona oeste), o São Domingos também cancelou as aulas da tarde, seguindo as orientações das autoridades para evitar deslocamentos desnecessários."Na dinâmica de nossa escola, os mais atingidos são os funcionários e os professores que moram mais distante e dão o suporte para o nosso funcionamento. Durante a manhã procuramos atender, com bastante precariedade, os alunos que chegaram", diz nota da direção aos pais.No Brooklin, a escola Aubrick seguiu a mesma linha, cancelando as aulas da tarde.Decisão semelhante foi tomada pela Escola Castanheiras, em Santana de Parnaíba (Grande SP), que suspendeu as aulas regulares e acolheu os alunos que têm chegado.O Dante Alighieri, nos Jardins, informou as famílias que os alunos que não conseguiram chegar ao colégio terão suas faltas justificadas e poderão repor o conteúdo em horários de plantão. Aqueles que perderam avaliações poderão fazê-las em outra oportunidade.Uma reunião de pais marcada para a tarde será transmitida pela internet para que quem não puder ir tenha a possibilidade de acompanhar online.
2020-02-10 12:06:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/02/chuva-leva-escolas-de-sp-a-cancelarem-aulas.shtml
Paramilitar relacionado con el hijo de Bolsonaro muere en Bahía durante una operación policial
Una operación policial en Esplanada (BA) tuvo como resultado la muerte del ex capitán de la Policía Militar Adriano Magalhães da Nóbrega, de 43 años, acusado de comandar el grupo paramilitar más antiguo de Río de Janeiro. Su muerte se torna todavía más llamativa debido al vículo que mantuvo con Flávio Bolsonaro, hijo del Presidente de la República.Según su abogado, el paramilitar había admitido su temor a ser asesinado para "quemar pruebas".Homenajeado hasta en dos ocasiones en la Asamblea Legislativa Fluminense por el hoy senador Flávio, Adriano aparece en el sumario de la investigación por malversación de fondos dentro del gabinete del entonces diputado del Estado (Flavio), en el que figuraban como empleados dos familiares del exagente.Según la versión policial, recibió un tiro al intentar huir disparando contra los efectivos que lo tenían rodeado.El paramilitar se escondía en la finca del concejal Gilsinho da Dedé, del PSL, un partido a través del cual el presidente Jair Bolsonaro y su hijo presentaron su candidatura en 2018 y que abandonaron hace unos meses. El concejal dijo que no estaba al tanto del escondite del fugitivo.La policía asegura que Adriano llevaba una pistola y que se encontraron tres armas de fuego y 13 teléfonos celulares en la propiedad.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2020-02-10 11:29:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/brasil/2020/02/paramilitar-relacionado-con-el-hijo-de-bolsonaro-muere-en-bahia-durante-una-operacion-policial.shtml
Chuva em São Paulo já atingiu 83% da média esperada para o mês de fevereiro, segundo CGE
A chuva que começou na noite de domingo (9) e se estende até esta segunda-feira (10) já chegou a 83% do esperado para o mês de fevereiro, segundo a CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas).A previsão de chuva para este mês era de 216,7 mm, e até as 7h da manhã foram registrados 179,9 mm, o que equivale a mais de 80% da média esperada para apenas dez dias A chuva ganhou força a partir da primeira hora da madrugada, acumulando, em aproximadamente três horas, cerca de 60 mm de média na capital.Registros acima da média foram maiores na zona oeste. Na Lapa choveu 98,9 mm. Em Pinheiros, 86,9 mm, e no Butantã, 82,1. Na Sé, região central, foram 76,5 mm. A tendência é que a chuva se intensifique até começar a diminuir no fim da tarde desta segunda. Segundo o CGE, o temporal foi provocado por uma passagem de uma frente fria pela costa paulista, associada a uma área de baixa pressão atmosférica, que produz fortes temporais.A situação levou o porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Marcos Palumbo, a pedir para as pessoas que podem trabalhar de casa evitar sair nesta manhã. O secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, fez a mesma recomendação. "Pedimos para as pessoas fiquem em casa, não é o momento para deslocamentos", afirmou em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo. De acordo com o Penido, a chuva na madrugada e na manhã de hoje excedeu o limite do sistema de drenagem da capital."Num período curto de três horas choveu 50% do que era esperado para todo o mês de fevereiro. O sistema funcionou até o limite, mas a chuva veio acima da capacidade. Temos de cuidar das emergências para evitar danos maiores", afirmou.No início da manhã, a Prefeitura de São Paulo anunciou que o rodízio de veículos está suspenso. Escolas particulares da cidade também suspenderam as aulas.Segundo informações do Corpo de Bombeiros, entre a meia-noite e 9h, a corporação foi acionada para atender 320 ocorrências de enchentes 36 e 47 quedas de árvores.A marginal Tietê foi interditada devido a alagamento na altura da ponte da Casa Verde, no sentido Cebolão, por volta das 5h30. Na marginal Pinheiros também teve interdições com trechos totalmente alagados e veículos parcialmente cobertos pela água. Na avenida Rebouças, uma árvore caiu e bloqueou totalmente a pista na altura do Hospital das Clínicas, sentido bairro, em direção à avenida Faria Lima. Carros e ônibus precisaram fazer retorno e andar um trecho na contramão. Na avenida Roberto Marinho, ao menos um carro chegou a ficar ilhado por causa da enchente.A avenida dos Bandeirantes, sentido rodovia dos Imigrantes, na altura da rua Conde de Porto Alegre, também inundou. O trânsito ficou parado na rodovia Castello Branco, sentido capital.
2020-02-10 10:52:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/02/chuva-em-sao-paulo-ja-atingiu-83-da-media-esperada-para-o-mes-de-fevereiro-segundo-cge.shtml
Doria pede para população evitar deslocamentos não necessários até chuva diminuir em SP
O governador João Doria (PSDB-SP) pediu para que as pessoas evitem se deslocar após os temporais que atingiram o estado de São Paulo nesta manhã. “Evitem deslocamentos que não sejam absolutamente necessários até que as chuvas diminuam”, disse ele, que está nos Emirados Árabes Unidos (EAU) para o lançamento de um escritório do estado em Dubai. Doria afirmou que está acompanhando o movimento das chuvas no estado de São Paulo desde a madrugada no Brasil. “A situação é grave em alguns locais, mas a defesa civil do Estado de São Paulo está mobilizada.” Segundo ele, não é possível “evitar por completo” tragédias do tipo “já que a mudança climática está impondo um volume maior de chuvas”. Ele afirma, no entanto, que o governo tem ampliado a possibilidade de investimento nos piscinões, usados para o escoamento da água. “É o que estamos fazendo sobretudo no piscinão de jaboticabal na região do grande ABC.” O governador diz ainda que os planos de investimento foram revistos com relação ao que foi destinado para a prevenção de enchentes no ano passado. “Essa é a medida mais importante. A outra é evitar a ocupação irregular de áreas de risco. Que não oferecem nenhuma estrutura para quem irregularmente constroi a sua casa numa encosta”, afirmou. A Folha mostrou na semana passada, no entanto, que a maioria das grandes obras contra enchentes na cidade de São Paulo está atrasada. Bruno Covas (PSDB) assumiu a prefeitura após Doria deixar o cargo para disputar o governo do estado.A repórter viajou a convite do governo de São Paulo
2020-02-10 11:11:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/02/doria-pede-para-populacao-evitar-deslocamentos-nao-necessarios-ate-chuva-diminuir-em-sp.shtml
A importância dos fundos filantrópicos na educação
Se é verdade que a educação é o passaporte para saltos qualitativos na economia dos países, os grandes investimentos de capital privado em fundos filantrópicos têm sido a ponte usada por vários países para levar ensino de qualidade aos mais pobres.A distribuição de renda e mobilidade social advindas do acesso igualitário à educação de ponta é um dos grandes benefícios dos endowments —termo em inglês para os fundos patrimoniais que movimentam no mundo US$ 1,5 trilhão a diversas causas coletivas.No Brasil, ainda engatinhamos neste setor. Mas saímos da inércia no ano passado com a promulgação da Lei Federal 13.800, que pela primeira vez trouxe à legislação pátria a figura dos endowments.Tive uma amostra dos efeitos do salto que pode ser dado pelo Brasil na área educacional ao participar voluntariamente da banca que seleciona os bolsistas de um fundo filantrópico criado pelo Insper. Ainda não é um fundo patrimonial, mas um embrião dele.Me chamou especial atenção a história de um dos solicitantes, com a trajetória mais difícil dentre as que conheci nesse dia. Tirou leite de pedra para estudar em boas escolas públicas ou como bolsista em escolas privadas para, enfim, conseguir ser aprovado em universidades de ponta. Sua ambição: seguir carreira acadêmica em engenharia mecânica e trabalhar na área Brasil afora para, lá na frente, ser Ministro da Infraestrutura.​Vi a importância da esperança que o Insper dá a eles, que veem na bolsa a possibilidade de fazer uma boa faculdade, crescer e transformar sua realidade.No exterior os endowments garantem a bolsa integral, moradia e despesas aos estudantes que precisam desse apoio. É um fundo perpétuo cujas regras garantem que a escola sempre dê oportunidades a quem precisa.Não é à toa que o ambiente universitário por lá é mais fértil e a distância social entre as classes, menor.O Brasil ocupa a 122ª posição no Índice de solidariedade. Podemos melhorar se fortalecermos a atuação conjunta da filantropia e do mercado, na solução de nossos desafios, reduzindo a dependência de soluções governamentais.A lei dos fundos patrimoniais é uma boa oportunidade para esse avanço, podendo servir de fonte de sustentabilidade e de inovação para soluções socioambientais, que podem se tornar políticas públicas ou serem absorvidas pelo mercado.No Rio de Janeiro, deputados da nova geração, que estudaram em grandes universidades no exterior e se beneficiaram dos endowments, aprovaram uma lei estadual para incentivar as instituições públicas fluminenses a buscar essa fonte de recursos.Mas precisamos avançar na legislação para ter segurança jurídica. A questão tributária não foi abordada na lei 13.800 e na lei do Rio de Janeiro. É preciso reconhecer o direito à imunidade de impostos aos fundos patrimoniais voltados para a educação, saúde e assistência social.É preciso dar isenção do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras aos fundos patrimoniais dedicados às demais causas de interesse público, como há aos fundos de pensão.Seria muito útil estender aos fundos patrimoniais os inventivos fiscais à doação que já temos no Brasil, sem aumentar o atual limite de renúncia fiscal, o qual usamos apenas cerca de 5% de seu potencial.Incrementar a legislação dos fundos patrimoniais com redução da sua carga tributária e com incentivos fiscais à doação é um dever estratégico das elites econômicas pensantes brasileiras. É confiar na iniciativa privada e na sociedade civil como partes interessadas e relevantes na busca de melhoria das condições da sociedade brasileira.
2020-02-10 10:00:00
empreendedorsocial
Empreendedorismo Social
https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2020/02/a-importancia-dos-fundos-filantropicos-na-educacao.shtml
Aos 40 anos, PT acumula vitórias e escândalos; relembre a trajetória do partido
O PT comemora, nesta segunda-feira (10), 40 anos. A quarta década chega dois anos após a sua primeira derrota nas urnas desde 2002 e com o seu principal líder, Luiz Inácio Lula da Silva, solto, mas ainda condenado e vetado pela Lei da Ficha Limpa a disputar eleições. O berço no sindicato dos metalúrgicos do ABC deu ao partido ideais de estatização de bancos, reforma agrária radical e moratória da dívida externa. Em 2002, porém, ele chega ao Planalto com acenos ao empresariado, grupo representado pelo vice de Lula, José Alencar.Os representantes do PT foram chancelados pela população nas três eleições seguintes, apesar dos escândalos de corrupção que eclodiram durante seu governo, como o mensalão.Dilma Rousseff, destituída em 2016 por um processo de impeachment, foi a primeira mulher a presidir o país.Lula, o candidato escolhido pelo partido para disputar as eleições de 2018, era líder nas pesquisas quase duas décadas depois de se candidatar à presidência pela primeira vez. Em abril de 2018, foi preso pela Lava Jato e não concorreu. Hoje solto, continua centralizando a principal pauta do partido com a campanha Lula Livre, que luta pela reconquista de seus direitos políticos. Leia abaixo os principais marcos da sigla. 1980: Fundação A sigla foi fundada em 10 de fevereiro de 1980 por 242 delegados no Colégio Sion, em São Paulo. Estiveram presentes o crítico de arte Mário Pedrosa, o historiador Sérgio Buarque de Holanda e o economista Paul Singer. Em sua carta de princípios, o partido rejeita a participação de empresários. "O PT recusa-se a aceitar em seu interior representantes das classes exploradoras. Vale dizer, o Partido dos Trabalhadores é um partido sem patrões!"1982: Campanha de Lula para governador Lula tenta o governo de SP com o slogan "Vote no 3, o resto é burguês". Acaba em o 4º lugar. Hélio Bicudo, jurista que, em 2016, seria o autor do pedido de impeachment de Dilma, foi seu vice. O PT elege 8 deputados federais e dois prefeitos.1986: Eleição de Lula para deputado federal O PT não elege governadores ou senadores, mas dobra a bancada na Câmara para 16 deputados federais, dentre eles, Lula, com 651.763 votos, o mais votado no país. 1988: Eleição de Erundina para prefeitura de São Paulo Em abril, o partido expulsa a prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenelle, mas consegue na eleição as prefeituras de São Paulo, com Luiza Erundina, Porto Alegre, com Olívio Dutra e Vitória, com Vitor Buaiz. Erundina defendia para a cidade o passe livre no transporte público e a taxação progressiva no IPTU. Ela deixa a prefeitura, em 1992, com apenas 20% da aprovação da população, segundo pesquisa do Datafolha.1989: Lula candidato à Presidência Em 1989, o líder petista tenta, pela primeira vez, a Presidência. Ele chega ao segundo turno e é apoiado por Mário Covas (PSDB) e Leonel Brizola (PDT). Lula foi derrotado por Fernando Collor de Mello, que, em meio a escândalos de corrupção e um processo de impeachment em andamento, renunciou em 1992. 1990: Primeiro senador do PT Eduardo Suplicy consegue uma vaga no Senado em 1990. Ficaria na casa até 2015, quando assume a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Em 2018, candidato novamente a senador, acabou em 3º lugar.1994: Primeira vitória de FHC O programa de 1994 do PT propõe reduzir a jornada de trabalho, aumentar salários e restringir as privatizações, além de prever o assentamento de 800 mil famílias sem-terra. O discurso mais moderado não convence e Lula perde para o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no primeiro turno. O partido elege 50 deputados federais e dois governadores. 1995: José Dirceu na presidência do partido O Campo Majoritário, linha ideológica no PT representada naquele ano por José Dirceu, derrota o programa mais à esquerda para o partido. A vitória atenua as propostas da sigla e incentiva a busca de mais alianças. Após escândalos envolvendo os seus principais líderes, a corrente mudou de nome e passou a se chamar Construindo um Novo Brasil. 1998: Segunda vitória de FHC Com o antigo oponente Leonel Brizola na vice-presidência, Lula perde novamente para FHC. Apesar disso, o partido tem vitórias importantes nos estados, com três governadores eleitos. Também elege 59 deputados federais e 85 deputados estaduais. 2000: Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo Além da prefeitura da maior cidade do país, o partido conquista mais cinco cadeiras nos executivos municipais, em Porto Alegre (Tarso Genro), Recife (João Paulo), Aracaju (Marcelo Déda), Belém (Edmilson Rodrigues) e Goiânia (Pedro Wilson).2002: Assassinato do prefeito Celso Daniel O prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), é assassinado após um sequestro. Ele seria coordenador da campanha daquele ano de Lula. Após sua morte, foi substituído por Antonio Palocci. Naquele ano, o PT elege 142 deputados estaduais, 91 deputados federais e 3 governadores. 2003: PT chega ao Palácio do Planalto Vitorioso nas eleições de 2002 contra José Serra (PSDB), Lula chega à presidência em 2003. Dilma Rousseff é nomeada ministra para a pasta de Minas e Energia, e o governo lança o programa de transferência de renda Bolsa Família, que se mantém como vitrine dos anos petistas até hoje.2005: Mensalão O então presidente do PTB, Roberto Jefferson, denuncia o esquema de pagamento de mesadas do partido a aliados em entrevista à Folha de S.Paulo. O caso, conhecido como mensalão, desencadeou uma crise política que impôs a primeira reforma ministerial de Lula. Ele cede ministérios ao PMDB (hoje MDB) e no lugar de José Dirceu, na época citado por Jefferson, entra Dilma na Casa Civil.2007: Início de Lula 2 Lula se recupera nas pesquisas e vence o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, no segundo turno. Na eleição, o PT obteve 122 deputados estaduais, 83 deputados federais e 5 governadores. 2010: Dilma vence Serra Lula termina seu segundo mandato com recorde de aprovação de 87%, mas sem um sucessor com a sua popularidade. Ele escolhe Dilma para a tarefa de disputar em 2010. Ela vence o tucano Serra no segundo turno com 56% dos votos. O PT elege 144 deputados estaduais, 86 deputados federais e 5 governadores. 2012: Julgamento do Mensalão Em dezembro de 2012, o STF (Supremo Tribunal Federal) entendeu que existiu um esquema de compra de votos no Congresso. Dos 38 réus, 25 foram considerados culpados, entre ele José Genoíno, ex-presidente do PT, e José Dirceu. No mesmo ano, o petista Fernando Haddad é eleito prefeito de São Paulo e a Comissão Nacional da Verdade, que iria investigar os crimes da Ditadura Militar, foi instalada.2013: Manifestações de junho As manifestações contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo se espalham por todo o país com pautas pulverizadas. Os atos derrubam a popularidade de Dilma, que tenta reverter o quadro com promessas de reformas. Naquele ano ela também lança o programa Mais Médicos. 2014: Dilma vence Aécio Neves Em eleição polarizada, Dilma vence o candidato do PSDB, Aécio Neves, e assume o país com um rombo nas contas públicas e alta inflação. Após derrota, Aécio questiona resultado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O PT elege 106 deputados estaduais, 68 deputados federais e 5 governadores. 2016: Impeachment de Dilma Dilma sofre impeachment acusada de praticar pedaladas fiscais. Nas eleições municipais, mais derrotas ao partido, que perde metade das prefeituras que havia conquistado no último pleito.2018: Lula é preso e Bolsonaro vence o PT Em abril, Lula é preso após condenação em segunda instância no processo do tríplex em Guarujá (SP). O ex-presidente liderava as pesquisas e é substituído por Fernando Haddad, que perde para Jair Bolsonaro, então no PSL. O PT elege 83 deputados estaduais, 56 deputados federais e 4 governadores. 2019: Lula é solto O ex-presidente Lula é solto em 9 de novembro de 2019, após 580 dias preso na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba.
2020-02-10 02:00:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/aos-40-anos-pt-acumula-vitorias-e-escandalos-relembre-a-trajetoria-do-partido.shtml
Temporal provoca alagamentos, interdições e caos no transporte em São Paulo
A cidade de São Paulo viveu um dia de caos nesta segunda-feira (10) após receber o segundo maior volume de chuvas para o mês de fevereiro em 77 anos.Os rios Pinheiros e Tietê transbordaram, ruas foram alagadas, moradores ficaram ilhados, escolas suspenderam aulas e transportes e serviços públicos foram interrompidos. As autoridades chegaram a recomendar a quem pudesse que evitasse sair de casa. A chuva também atingiu a região metropolitana e o interior. Em Botucatu, uma pessoa morreu e duas estão desaparecidas.Apenas na Grande São Paulo, os bombeiros receberam mais de 7.650 chamados da meia-noite às 15h.No final da tarde, a corporação registrava 915 ocorrências de enchentes, 163 de desabamentos ou desmoronamentos e 170 relacionadas a quedas de árvores.Os agentes fizeram ainda quatro resgates de pessoas ilhadas e três deslocamentos para transportar pacientes de hemodiálise.As precipitações ganharam força na primeira hora do dia e continuaram ao longo de todo o dia. No final da tarde, já havia chovido em dez dias na capital paulista 96% do esperado para todo o mês.Em três horas, o volume do rio Pinheiros atingiu o maior nível desde que o governo começou a monitorar o sistema, em 1967, segundo a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado. O transbordamento do Pinheiros e do Tietê em diversos trechos contribuiu para travar a circulação na cidade.Os bairros que receberam maior volume de precipitações foram a Lapa, na zona oeste, Tremembé, na zona norte, e São Miguel Paulista, na leste, mas todas as regiões foram atingidas.Na Vila Itaim, no extremo leste, moradores já acostumados a enchentes voltaram a ver a água subir em alguns casos até o telhado e perderam móveis e eletrodomésticos.Na Barra Funda, na zona oeste, condôminos ficaram ilhados em prédios e assistiram, sem poder sair de casa, a resgates em botes e à subida do nível da água, que entrou na garagem de alguns dos edifícios.No estádio do Morumbi, a água invadiu toda a área social, inclusive a piscina.O centro expandido paulistano ficou vazio, porque poucos conseguiam chegar a ele. O trânsito fluía em avenidas como Angélica, Rebouças, Brasil, Faria Lima, Nove de Julho e Consolação, em geral entupidas.Diversos serviços foram interrompidos. O Tribunal de Justiça cancelou expediente nas unidades da Grande São Paulo e das comarcas de Botucatu, Cubatão, Mongaguá, Praia Grande e São Vicente. Na Lapa, a Superintendência da Polícia Federal suspendeu a emissão de passaportes.Principal entreposto de abastecimento da cidade, a Ceagesp foi também inundada. Alimentos foram perdidos e, ilhados no entorno, caminhões de transporte ficaram parados por horas.Os alagamentos afetaram até a alimentação de 8.203 detentos e 484 jovens menores de idade em medida socioeducativa. Ao menos nove unidades da Fundação Casa e seis Centros de Detenção Provisória ficaram sem receber almoço entre a manhã e a tarde desta segunda-feira.No Complexo Vila Maria da Fundação Casa, próximo à marginal Tietê, refeições só chegaram de helicóptero, com auxílio da Polícia Militar.Os pontos de alagamento afetaram gravemente o transporte dentro da cidade e também nas entradas e saídas.Ônibus deixaram de circular pelo menos em algum momento por 13 vias da cidade, como as marginais e as avenidas Braz Leme, Chucri Zaidan, Francisco Morato, Interlagos, Marquês de São Vicente e Santo Amaro.Devido a alagamentos, os trens da linha 9-Esmeralda da CPTM circularam apenas entre as estações Grajaú e Santo Amaro a partir das 4h. O mesmo ocorreu em parte da extensão da linha 8-Diamante até as 9h. Por volta das 9h20, houve interferências nos fios da rede elétrica que alimentam os trens da linha 7-Rubi entre as estações Jaraguá e Vila Aurora, que passaram a circular em menor velocidade.No Terminal Rodoviário do Tietê, mais de 350 partidas de ônibus foram canceladas. Na rodoviária da Barra Funda, foram ao menos 90.Diversas rodovias tiveram trechos bloqueados pelos estragos causados pela chuva, como a Castello Branco, a Ayrton Senna e Anhanguera. O trânsito na Bandeirantes fez passageiros de ônibus desistirem da viagem e seguirem o caminho a pé. O sistema de transporte intermunicipal na região metropolitana também foi afetado.O rodízio municipal de veículos foi suspenso.Os aeroportos ficaram abertos, mas muitos passageiros e tripulantes não conseguiram chegar a tempo de viajar.Até as 18h30, 28 voos haviam sido cancelados em Cumbica, e 40 tinham atrasado. Já Congonhas registrou 23 atrasos e 9 cancelamentos.Conforme a Folha mostrou, a cidade de São Paulo tem ao menos 17 obras de drenagem, a maioria delas atrasada. A administração afirma que, até o momento, inaugurou oito piscinões, cinco deles no último ano.Outros municípios do estado também foram gravemente afetados pelos temporais. Em Botucatu (a 238 km da capital), o motorista de um caminhão morreu ao cair com o veículo na cratera que se abriu na rodovia Marechal Rondon. O corpo foi encontrado às margens de um córrego em local de difícil acesso.Um casal levado pela enxurrada na estrada do Capivara desapareceu. O carro foi localizado. O prefeito Mário Pardini (PSDB) decretou estado de emergência e calamidade pública na cidade.Em Osasco, na Grande SP, um deslizamento de terra no morro do Socó deixou famílias desabrigadas e chegou a soterrar um menino de sete anos de idade. Ele teve uma parada cardíaca, mas foi resgatado com vida, reanimado pela equipe de socorristas e encaminhado para um hospital em Barueri.A gestão Bruno Covas (PSDB) afirmou que decidiu manter o rodízio de veículos suspenso nesta terça-feira (11). A medida foi anunciada após reunião do gabinete de crise com o prefeito.Segundo secretários, a decisão foi tomada para amenizar o desconforto desta segunda, em que cidadãos acabaram ficando com carros ilhados em vários pontos da cidade, sem poder voltar para suas regiões de origem. Entre as medidas anunciadas para amenizar os problemas na cidade estão a limpeza dos locais onde as águas baixaram para liberação das ruas para os veículos.Após o forte temporal que atinge São Paulo desde a noite de domingo (9), a previsão para os próximos dias é de tempo instável e de mais pancadas de chuva.A frente fria se afasta lentamente, mas a circulação de vento em vários níveis da atmosfera ainda favorece a formação de nuvens carregadas. Chove em vários momentos do dia, o sol pouco aparece e ainda há risco de chuva moderada a forte, principalmente no leste e no norte paulistas. Há risco de raios e vendavais, segundo o Clima Tempo.Mas, até o fim da semana, não há expectativa de outro temporal como o da última madrugada; porém, não se pode descartar o risco de alagamentos e deslizamentos de terra, principalmente na região metropolitana.A temperatura também segue baixa para os padrões de fevereiro. Nesta terça (11), os termômetros oscilam entre 17°C e 21ºC. Na quarta (12), entre 17ºC e 23ºC. A Climatempo estima que o nível das chuvas devem ficar em 30 mm na terça e 8 mm na quarta.Esse nível é bem menor do que o que causou estragos no estado. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou 114 mm de chuva na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte da capital paulista, em 24h.A explicação para o temporal com tanta água está na junção de uma frente fria e uma área de baixa pressão atmosférica —ventos que giram no sentido horário no hemisfério sul e provocam a formação de nuvens carregadas.(Alfredo Henrique, Angela Pinho, Artur Rodrigues, Cristina Camargo, Emilio Sant'Anna, Fabiana Schiavon, Guilherme Seto, Isabella Menon, Jairo Marques, Julia Zaremba, Livia Marra, Matheus Moreira, Patrícia Pasquini, Regiane Soares, Thaiza Pauluze, Thiago Amâncio)
2020-02-10 04:32:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/02/temporal-provoca-alagamentos-e-quedas-de-arvores-em-sao-paulo.shtml
Podcast 40 Semanas fala sobre gestação de gêmeos
Em todo o mundo, o número de gestações de um ou mais bebês saltou de 1% para 3% do total de partos.As técnicas de reprodução assistida, bastante pulverizadas nos últimos anos, são apontadas por obstetras como motor dessa elevação. O podcast 40 Semanas explica como funciona uma gestação de múltiplos; ouça o episódio abaixo:​Renan Sukevicius e Melina Cardoso, do Blog Maternar, acompanham três mulheres grávidas ao longo de 40 semanas, que é o tempo médio de uma gravidez.Como num reality show em áudio, eles debatem a cada episódio um assunto diferente pautado pelas três personagens principais e pelas angústias, medos e alegrias vividas por mães mundo afora.Publicado semanalmente, o 40 Semanas está disponível no site da Folha e em todas as plataformas que disponibilizam podcast, como Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts, Castbox, Pocket Casts, Stitcher e TuneIn, entre outras. Em aplicativos, o usuário pode assinar —sem qualquer custo— o podcast, passando assim a receber notificações quando novos episódios são publicados.
2020-02-10 04:00:00
podcasts
Podcasts
https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2020/02/podcast-40-semanas-fala-sobre-gestacao-de-gemeos.shtml
Centrais públicas têm 6.409 vagas nesta semana
O trabalhador que procura um emprego pode se candidatar a uma das 6.409 oportunidades oferecidas nesta semana pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Paulo e pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico.Na capital, o CATe (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo) oferece 4.229 vagas. Os setores de telemarketing e operador de vendas estão com diversas oportunidades com destaque para o cargo de atendente com 264 vagas. Os salários variam entre R$ 1.016 e R$ 1.164. É exigido o ensino médio completo para algumas das oportunidades, assim como comprovação da experiência. Há 81 vagas para o cargo de costureira. Os candidatos precisam ter o ensino fundamental completo em andamento e a comprovação de no mínimo seis meses de experiência.Para os cargos de auxiliar e de chefe de limpeza há 120 chances e os salários estão entre R$ 1.100 e R$ 1.527.Na área de vendas, os interessados podem concorrer a uma das 200 oportunidades, com vencimentos a partir de R$ 1.200.Para se inscrever, é preciso levar RG, CPF, PIS e carteira de trabalho a uma das unidades do CATe.EstadoJá no PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), do governo do estado, há 2.180 chances para quem precisa de recolocar. Há ofertas de emprego em várias cidades. Em Sorocaba (99 km de SP) tem vagas para 100 auxiliar de cozinha. Na cidade de Santana de Parnaíba (Grande SP) há 100 oportunidades para auxiliar operacional de logística. As exigências e os salários não foram divulgados. Para concorrer, o candidato precisa ir a uma das unidades do PAT com os documentos pessoais e a carteira de trabalhoAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-02-10 02:00:00
grana
Grana ou Dinheiro
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Educação de SP homologa concursos para supervisor de ensino e oficial administrativo
A Secretaria da Educação de São Paulo publicou, no Diário Oficial do último sábado (8), a classificação final e a homologação dos aprovados nos concursos de supervisor de ensino e de oficial administrativo.Ambas as seleções foram realizadas em 2019.De acordo com a pasta, são 372 vagas autorizadas para supervisor de ensino. Entre as atribuições destes profissionais, está a elaboração de relatórios pedagógicos, orientação e acompanhamento do planejamento e desenvolvimento e avaliação do ensino nas escolas.Para oficial administrativo, são 167 vagas. Os aprovados poderão atuar nas Diretorias Regionais e nos Órgãos Centrais. A função do cargo é fazer o atendimento ao público interno e externo, organizar documentos e executar tarefas de apoio.As próximas etapas do concurso acontecerão dentro da validade de dois anos, a partir da data da homologação, diz a Educação. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-02-10 02:00:00
grana
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Pagamento do IPVA e DPVAT precisa ser feito até fevereiro ou veículo não poderá ser licenciado no Detran
A segunda parcela do IPVA 2020 começa a vencer nesta terça-feira (11) para donos de veículos do estado de São Paulo que optaram por pagar o imposto em três vezes. O calendário de vencimentos segue até o dia 24 de fevereiro, de acordo com o final da placa do veículo.Os proprietários de veículos que ainda não acertaram o IPVA também têm a chance de pagar o imposto agora, em cota única, mas sem desconto. O estado utiliza o mesmo calendário de vencimentos para o pagamento em cota única em fevereiro, de 11 a 24 de fevereiro.Essas datas são importantes pois, quem não optou pelo pagamento parcelado só poderá quitar à vista o imposto ou não conseguirá licenciar o veículo, além de ficar sujeito a multas e pontos na carteira de motorista. O IPVA pode ser pago na rede bancária autorizada (guichê do caixa, autoatendimento, internet banking, débito agendado) ou nas lotéricas.É preciso informar o código Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), que está no CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos). É possível verificar diretamente no site da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. O pagamento do DPVAT também é obrigatório para licenciar o veículo. Os proprietários de veículos devem realizar o pagamento do DPVAT até as datas de vencimento da cota única do IPVA, ou seja, agora em fevereiro, segundo a Seguradora Líder, empresa privada responsável pela administração do seguro obrigatório.Para automóveis, camionetas, caminhonetes, ônibus, micro-ônibus, motos e similares O licenciamento é o processo que emite anualmente o CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo), documento obrigatório que permite a circulação dos veículos no país. O valor do documento é, atualmente, R$ 93,87 e pode ser pago nos caixas dos bancos credenciados, terminais eletrônicos ou internet banking.É necessário apenas apresentar o número do Renavam para fazer o pagamento. Ao fazer o licenciamento eletrônico antecipado, o motorista pode incluir o custo de envio do documento pelos Correios, de R$ 11. Em fevereiro, aqueles que tenham optado pelo pagamento em cota única sem desconto do IPVA podem antecipar o processo.Já em março, os proprietários que tenham optado pelo pagamento parcelado do IPVA também poderão fazer o acerto.A partir de abril, o licenciamento começa a seguir o calendário padrão, tornando obrigatório o pagamento a partir da placa do veículo, mas ainda é possível antecipar o pagamento.Também em abril, as unidades do Detran-SP começam a receber os proprietários dos veículos e o processo passa a ter a opção de ser feito presencialmente. O contribuinte que deixar de recolher o imposto fica sujeito a multa de 0,33% por dia de atraso e juros de mora com base na taxa Selic. Passados 60 dias, o percentual da multa fixa-se em 20% do valor do imposto. Se continuar inadimplente, o débito irá para a dívida ativa.Conduzir veículo com o licenciamento em atraso é infração gravíssima e o proprietário recebe multa de R$ 293,47 e sete pontos na carteira de motorista.Além disso, o veículo é removido a um pátio, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro. Por isso, é importante dar atenção ao processo.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-02-10 02:00:00
grana
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https://agora.folha.uol.com.br/grana/2020/02/pagamento-do-ipva-e-dpvat-precisa-ser-feito-ate-fevereiro-ou-veiculo-nao-podera-ser-licenciado-no-detran.shtml
Governo estuda limitar auxílio a pescador para ampliar Bolsa Família
Para aumentar os repasses ao Bolsa Família, o governo federal estuda mudanças nas regras do seguro-defeso, auxílio pago ao pescador artesanal durante o período em que ele fica impedido de exercer a atividade por causa da preservação das espécies.O Ministério da Economia quer reduzir despesas ao transformar esse seguro num benefício condicionado à renda da família.A ideia é que o seguro deixe de ter caráter unicamente trabalhista e passe a ser um programa de transferência de renda para os pescadores mais dependentes da atividade. Outro critério em avaliação é a exigência de prestação de serviço de conservação ambiental.Hoje, o benefício equivale a um salário mínimo (R$ 1.045) por mês durante o período de pesca proibida. O gasto anual do governo é de aproximadamente R$ 2,5 bilhões. O valor do benefício, segundo os estudos, poderá variar de acordo com a dependência em relação ao dinheiro obtido na pesca e com a renda per capita (que considera o número de membros da família).Uma possibilidade levantada é que, para receber o seguro-defeso, o pescador se enquadre nas mesmas condições do Bolsa Família: situação de extrema pobreza, com renda per capita de até R$ 89 mensais, e de pobreza, com renda de R$ 89,01 a R$ 178 por mês.Cálculos preliminares de técnicos da Economia indicam que, com o endurecimento nas regras e um pente-fino nos benefícios, o governo cortaria até R$ 2 bilhões por ano no auxílio a pescadores artesanais.Desde que assumiu o cargo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem investido no combate a irregularidades nessa assistência financeira temporária e também quer taxar o seguro-defeso.A cobrança de 7,5% sobre o auxílio é a mesma a ser aplicada sobre o seguro-desemprego (pago a quem perdeu trabalho formal). As medidas precisam de aval do Congresso e foram adotadas para bancar o contrato Verde e Amarelo, que reduz encargos de empresas visando estimular a geração de novas vagas.Apesar de ser um gasto pequeno em relação, por exemplo, ao orçamento da Previdência dos trabalhadores privados, de quase R$ 680 bilhões neste ano, o auxílio a pescadores entrou na mira da equipe econômica por causa das dificuldades financeiras.Plano em análiseMedidasO Orçamento de 2020 está apertado e o Bolsa Família é um dos maiores exemplos. O programa que visa proteger a população mais carente tem uma verba de R$ 29,5 bilhões. Só que no ano passado, quando já houve redução da cobertura e o ressurgimento da fila de espera, os gastos somaram R$ 32,5 bilhões.Sem um aumento nos repasses ao Bolsa Família, o governo do presidente Jair Bolsonaro deverá ter —mais uma vez— dificuldades para honrar com os pagamentos de quem já está no programa de transferência de renda.No fim de dezembro, foi necessário cortar o orçamento de outras áreas para conseguir pagar a 13ª parcela do Bolsa Família, prometida pelo presidente desde a campanha.A Previdência foi um dos setores afetados, já que o governo economizou dinheiro por causa de outra fila: a espera por aposentadorias e demais benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).Diante do aperto nas contas do Bolsa Família para 2020, a equipe dos ministros Paulo Guedes (Economia) e Osmar Terra (Cidadania) buscam formas de elevar a verba.Esse debate se arrasta desde o ano passado, junto com a reformulação do programa. Mas os ministérios não conseguem chegar a um consenso e, além disso, estudam medidas impopulares no Congresso.Mudanças no seguro-defeso, por exemplo, já foram rejeitadas pelo Congresso em outros governos.A gestão Bolsonaro já defendeu também regras mais rígidas para o abono salarial como forma de aumentar o orçamento do Bolsa Família. O abono é uma espécie de 14º salário pago pelo governo a trabalhadores formais de baixa renda.No entanto, o Congresso derrubou, no ano passado, proposta de Guedes para cortar as despesas com o abono salarial, limitando a faixa de trabalhadores que teriam direito ao benefício.A equipe de Guedes argumenta que o gasto com abono, cujo orçamento é de R$ 20 bilhões, poderia ser aplicado em programas mais eficientes no combate à pobreza, como o Bolsa Família.Outra forma de tentar bancar uma ampliação do Bolsa Família é enviar ao Congresso proposta que acaba com a isenção de impostos da cesta básica. Como compensação aos mais pobres, os inscritos no programa de transferência de renda receberiam um valor extra —próximo de R$ 24.Técnicos dizem que, na prática, todas as classes usufruem da isenção da cesta existente hoje. Em vez disso, a ideia é que somente os mais pobres contem com os benefícios.Ainda não há previsão para que Bolsonaro apresente a reformulação do Bolsa Família.O Ministério da Cidadania insiste num aumento de R$ 10 bilhões na verba do programa, o que abriria espaço para uma ampliação da cobertura. Mas o time de Guedes, até o momento, sustenta que o repasse seja entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões.Com isso, o programa praticamente iria repetir os pagamentos do ano passado, reduzindo a expectativa de quem pediu o benefício e ainda aguarda uma resposta. A fila de espera está próxima de 1 milhão de famílias.Renilson da Costa, 32, tem dois filhos —Lara, 5, e Jeremias, 1—, mas não consegue entrar no programa. Ele e a esposa, Francelia, 22, apresentaram o pedido em maio do ano passado.A partir de junho, o governo criou uma forte barreira a novos beneficiários por causa da falta de verba para o Bolsa Família. Em Belágua (MA), um dos municípios mais pobres do país e onde Renilson mora, nenhuma família passou a ser atendida desde então.Atualmente, a única renda da família vem da comércio de farinha de mandioca produzida por eles mesmos. Renilson carrega a mercadoria, por uma hora, numa bicicleta até chegar na região onde o saco de 32 kg é comprado por até R$ 50. “Espero que algum dia saia [a liberação do Bolsa Família]”, disse.O governo diz que a liberação de novos benefícios é feita por um sistema automatizado e que funciona de acordo com os recursos financeiros disponíveis. Mais dinheiro, maior a cobertura.No caso do Bolsa Família, quando o benefício é concedido, o pagamento não é retroativo à data do requerimento. Os meses de espera, portanto, não serão compensados às famílias da fila de espera.
2020-02-10 02:00:00
mercado
Mercado
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'Em algum momento, veremos a globalização da maconha', diz czar de cânabis em Los Angeles
Para os turistas que chegam a Los Angeles, a cidade é o paraíso da maconha, com anúncios coloridos na porta do aeroporto, centenas de lojas, produtos de luxo e serviços de entrega. Já para os empresários da indústria, a cidade é um inferno. Mas um inferno com muito dinheiro. Com 4 milhões de habitantes, é o maior mercado municipal de maconha do mundo.Desde que foi criado, em 2017, após a Califórnia liberar o uso da substância para maiores de 21 anos, o Departamento de Regulação da Cannabis de Los Angeles já emitiu 190 licenças para lojas, mas centenas de estabelecimentos ilegais permanecem.Quem comanda o órgão, formado por 30 funcionários, é Cat Packer, que deixou o ativismo há dois anos para assumir o departamento.Aos 27 anos, ela é a nova cara da legalização.Negra, gay e sempre elegantemente vestida com ternos feitos sob medida, a “czar da maconha de Los Angeles” se formou em direito em Ohio e veio para a Califórnia coordenar uma campanha pela legalização liderada pela Drug Policy Alliance, organização não governamental para políticas sobre drogas. Como descreve o momento atual da legalização na cidade? É uma nova transição. Por duas décadas, Los Angeles foi um epicentro de atividades de maconha, e as políticas do passado eram focadas em eliminar vendedores. Agora, pela primeira vez, muitos estão obedecendo a regulamentações e pagando impostos. E também se sentando com policiais para pedir ajuda contra os ilegais que prejudicam seus negócios.Há muita frustração, mas é parte do risco de ser o primeiro no mercado. Apenas 35% dos municípios do estado permitem venda. Então Los Angeles sente a pressão, é muito cobiçada. Qual o número ideal de lojas na cidade? Segue a lógica de mercado? A cidade já chegou a ter mais de mil lojas, e mais de três quartos eram ilegais. Vimos que o mercado sustentava. Mas será que esses operadores estavam testando seus produtos, vendendo para menores?Temos de descobrir não apenas o número apropriado, mas também como será a supervisão. No momento, o objetivo é permitir uma loja para cada 10 mil habitantes. Seriam 400 operadores licenciados. Mas há uma demanda gigante de gente querendo abrir negócio e querendo comprar. O mercado ilícito ainda é maior que o regulamentado.Como funciona o Programa de Equidade Social do seu departamento? O conceito por trás é o reconhecimento de que leis sobre maconha no passado tiveram impacto muito maior nas comunidades afro-americanas e latinas nos EUA. Essas pessoas têm quatro vezes mais chance de serem presas pela simples posse de maconha. Então elas deveriam poder participar dos benefícios da legalização e dessa nova indústria multibilionária. Para muitos, o jeito seria por meio de oportunidades de licenciamento de negócios. Para essas comunidades, falar sobre maconha é falar de justiça social.E, nesses dois anos de legalização, o que já foi feito nessa direção? Existem programas para facilitar a participação dessas comunidades na indústria. É preciso educação, entender as leis e fugir de práticas predatórias. Vai muito além de lojas. Há uma receita tributária significativa e jeitos de revertê-la para essas comunidades em educação, emprego, saúde. Sabemos que há implicações para a saúde, positivas e negativas, e não podemos ignorá-las. Serviços de saúde de suporte ou para abuso precisam estar disponíveis nessas comunidades também.O que acha das experiências no Canadá e no Uruguai? Ainda é cedo para dizer se uma experiência é perfeição absoluta ou fracasso absoluto. O que dá para dizer que foi fracasso absoluto é a guerra às drogas.Qualquer tentativa dos países ou estados, seja por meio de um rígido controle do governo ou envolvendo mais os empreendedores, é reforma, é progresso. Estamos vivendo um grande experimento social, e cada modelo vai trazer um resultado diferente. Temos pesquisas de diversos lugares, o mundo inteiro está falando de legalização. Em algum momento, veremos a globalização da cânabis.Quais os acertos e erros de Los Angeles para ser copiados e evitados em outros países? Algo a ser feito imediatamente, e que nos levou algum tempo, é ter uma espécie de agência para reunir as melhores práticas e comunicar todos os esforços de transição.Porque a legalização é muito interdisciplinar. É preciso ter na mesa especialistas de saúde, agentes de segurança, membros da comunidade e empresários. E levar à mesa equidade social desde o início e não no meio do caminho. Tire o tempo máximo possível antes de implementar, porque há muitas peças no jogo. E você só vai se dar conta delas quando baterem na sua cara.Como foi sua transição de ativista na Drug Policy Alliance para funcionária de governo? Ainda faço o mesmo trabalho, mas com uma perspectiva e ferramentas diferentes. Com a DPA, visitei o estado todo e conheci diferentes tipos para ouvir suas histórias e saber como a legalização poderia beneficiá-las. Ainda faço isso, interajo com essas comunidades.A burocracia pode ser frustrante aqui. Quero equidade agora, já, mas os sistemas não foram criados para permitir mudanças imediatas. Às vezes a gente avança, às vezes retrocede, mas o importante é a vontade de se manter no jogo.Como foi sua chegada e a criação do departamento? Sentiu olhares tortos? Ainda há estigma com maconha, mesmo na progressista Los Angeles. Nos últimos 50 anos, a Lei de Substâncias Controladas coloca maconha no mesmo grupo que heroína. Quando fui criar o site oficial do departamento, o cannabis.lacity.org, fui atrás do pessoal de tecnologia. Mas eles não queriam deixar, achavam que não devia ter maconha no nome. Imagine só! Mas hoje acho que as pessoas aqui reconhecem que há maneiras de tratar maconha como qualquer outro negócio, com regras, impostos e penalidades.De onde veio sua vontade de trabalhar com legalização? Sempre me interessei por iniciativas de justiça social. Mesmo estudando direito, queria mais saber de políticas públicas do que virar advogada.Descobri que cânabis é algo interdisciplinar que me permite trabalhar em diferentes frentes. Aprendi isso lendo o livro “The New Jim Crow”, de Michelle Alexander. Ela diz que nada contribuiu mais para o encarceramento sistemático em massa de pessoas negras nos Estados Unidos do que a guerra às drogas. Isso me marcou. Queria ajudar, seguir alguém, mas descobri também que havia uma falta de liderança.Qual sua experiência pessoal com maconha? Fuma? Eu já fumei, não é nenhum segredo. O que é importante deixar claro é que ainda existem consequências para quem fuma. As pessoas podem ter um emprego negado por conta de maconha porque precisam fazer testes. Há leis de habitação que discriminam se você é usuário. Sei que existem pessoas que me seguem, preciso ser um exemplo. Então, quando eu uso cânabis, uso de forma responsável.Para trabalhar no seu departamento é preciso fazer teste de urina para drogas? Depende. Para trabalhar na prefeitura, para alguns cargos, é preciso, sim.
2020-02-10 02:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/02/em-algum-momento-veremos-a-globalizacao-da-maconha-diz-cat-packer.shtml
Fetiche por leite materno impulsiona fakes na internet e assédio a mães
Combinaram um “mamaço virtual”: todas as mães colocando nas redes sociais uma foto amamentando. Queriam protestar contra um espaço cultural que proibira uma mulher de nutrir seu bebê ali.O segurança justificou dizendo ser proibida a alimentação no lugar, lembra Patrícia Russo, 48, dona de um café. Balela, diz. “O que estava incomodando era a mulher de peito de fora. Tenho certeza que se fosse mamadeira seria tudo bem.”Russo se solidarizou e trocou sua imagem de perfil por uma com suas filhas de três anos, e para impactar mesmo. “Amamentar gêmeas publicamente causa. Aprendi várias posições, falo que é o Kama Sutra da amamentação.”Passou um tempo, e uma amiga veio perguntar por que uma tal de Maria Rosa solicitou a amizade dela no Facebook —com a imagem da empresária com as gêmeas. “Levei um susto: entrei no perfil da pessoa, e estava lá minha foto mesmo. Algum tarado pegou do meu perfil.”Referências aos “tarados”, da internet e das ruas, multiplicam-se entre mães lactantes. Seriam homens eriçados por seus seios expostos, mas não só. Há um fetiche específico para quem se excita com amamentação: lactofilia.Há sites dedicados a esse desejo, justificado por um deles assim: “É muito gostoso para quem não tem nenhum preconceito idiota em voltar à provar o líquido que provém dos peitos, uma vez que todos nós já fomos amamentados quando crianças e muitos beberam do leite das vacas”. Casos assim não costumam virar ocorrência policial. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio diz nunca ter lidado com uma denúncia do gênero.Não há previsão no Código Penal para essa conduta específica, mas ações que a caracterizam podem ser enquadradas em vários crimes, diz Thiago Tavares, da ONG SaferNet Brasil, como uso indevido de imagem e delito de falsa identidade, que dá até um ano de prisão.Se o réu for primário, o mais comum é que sofra sanções mais leves, como pagar cesta básica.Há cantos em que a fantasia extrapola a interação a dois. Em Tóquio, por exemplo, há bares nessa linha, como o Bonyu. Reportagem do Japan Daily diz que um shot de leite materno “direto da fonte” saía por cerca de R$ 200. Esse fetiche, contudo, pode resvalar num transtorno parafílico: impulsos sexuais que colocam em risco crianças (no caso da pedofilia) ou adultos que não consentem com a prática na qual acabam involuntariamente envolvidos. A advogada Ana Renkert, 39, viu-se alvo quando voava de Londres para o Brasil e alimentava a filha de quatro meses. “Sempre tive os seios fartos, e amamentando eles estavam muuuuito grandes. Mas, mesmo assim, nunca tive medo ou timidez de colocá-los para fora quando precisava amamentar.” Ela estava na primeira fila da classe econômica, perto do banheiro. Formou-se uma fila. “Quando olhei, havia um cara de seus 50 anos olhando fixamente para os meus peitos. Meu constrangimento foi visível. Quando meu marido o olhou, ele instantaneamente virou a cara.” Renkert sempre se achou uma mulher de atitude. Mas, na hora, “fiquei sem reação, porque nunca achei que fosse acontecer isso”. Muitas vezes o achaque é virtual. Nem por isso os danos são menos reais, assim como nem sempre a erotização do gesto se restringe a um punhado de fetichistas. Em 2019, um site de fofocas dizia: “Isis Valverde mostra os peitos em foto íntima e faz grande anúncio: ‘hoje tem’”. A atriz, na verdade, tinha escrito que “hoje tem amor de mãe” ao posar com o neném.A humorista Tatá Werneck, que teve a primeira filha em outubro, saiu em sua defesa: “Não bastasse constrangimento que as mulheres sofrem quando querem amamentar seus filhos em público. Parem de sexualizar uma mulher amamentando seu filho!”. Nas redes sociais, pululam perfis falsos que forjam uma desculpa para persuadir mães a ceder imagens de aleitamento, ou para roubar as fotos das contas reais. A obstetriz Ana Cristina Duarte, 54, virou uma caçadora desses fakes. “O modus operandi dessas pessoas é começar a pedir amizade no Facebook, conseguir umas cinco aprovações de gente que não se preocupa em filtrar solicitações”, diz. “Aí muita gente vai aceitando porque já tem ‘amigos em comum’.” Com a relação digital selada, a pessoa vai pegando fotos que, segundo Duarte, “podem ser trocadas entre pessoas com a mesma perversão, como fazem os pedófilos”. Ela aprendeu a sacar quem é fake. Muitas das contas são estrangeiras e sem fotos pessoais, diz. “Em várias, quando você entra na lista de amigos, são mulheres com bebês.”Há outras pistas para identificar se a pessoa é quem realmente diz ser. Caso de perfis que não são reais tendem a não ter muitas atividades, diz Fabio Malini, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura, da federal do Espírito Santo.O desconfiômetro também apita se a variedade de fotos for baixa. “Usuários comuns vão trocando de imagens e deixam [as antigas] disponíveis publicamente.” Duarte diz que, nos últimos anos, fez campanha para derrubar vários fakes no Facebook. Recentemente, conta, uma amiga foi acionada pelo perfil de uma suposta fotógrafa. Tudo batia: “Estrangeira, sem fotos pessoais”. A amiga em questão: a fisioterapeuta e doula Tatiane Letícia Alves, 32. Uma tal de Andreya Nunes a procurou. Dizia ser uma portuguesa que faria a primeira mostra fotográfica, sobre maternidade, com mulheres de todo o mundo. “Até aí, não desconfiei. Então ela perguntou se eu não poderia fazer um vídeo ordenhando e enviar para ela. Achei bem estranho. Exposição de fotos com vídeo?”A reportagem adicionou a conta de Andreya, que parou de responder após questionamentos sobre o trabalho. Procurado, o Facebook disse que removeu o avatar por violar suas políticas, que não permitem contas falsas. Outras mulheres relatam dificuldade em convencer a empresa a retirar com avatares falsos, pois muitos se apresentam como mulheres amamentando, e a princípio a rede social diz não ver problema nisso. Sua política sobre nudez veta mamilos descobertos, mas abre exceções, como para mães lactantes.A advogada Thaís Peres Lucas, 34, horrorizou-se com comentários num retrato com sua filha de então seis meses. Fuçando o perfil da mulher que os escrevia, descobriu um telefone que o dono do perfil deixou. Sim, era um homem.“Foi fácil achar o perfil real do ser humano. Ele trocava mensagens nojentas com outras pessoas sobre amamentação e crianças. Meu marido se passou por uma pessoa interessada pra ver o que ele falaria. Um nível sórdido.” Coisas como “ai, que bebê delicinha, dá vontade de comer com vontade”, lembra.Não foi a única vítima. “Na época eram umas 20 mulheres e bebês expostos só do grupo [no Facebook]. Cheguei a ir na delegacia com mais de 200 folhas de material, mas precisávamos adequar a representação de todos, e a logística ficou inviável.”A advogada decidiu, então, enviar os documentos à esposa do homem. Os dois tinham uma filha pequena. “Ela chegou a me ligar uma vez. Nunca mais soube dos finalmentes.”
2020-02-10 02:00:00
cotidiano
Cotidiano
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É preciso mais cuidado ao estimar o mercado da cracolândia
Embora seu fim já tenha assumido forma de promessa e mesmo de decretação, a cracolândia existe e, segundo o Levantamento das Cenas de Uso nas Capitais (Lecuca), realizado pela Unifesp, cerca de 1680 pessoas circulam diariamente por ela.As informações disponíveis do estudo ainda não publicado indicam o empenho metodológico dos pesquisadores, já que se trata de uma população que desafia as ferramentas estatísticas.De maneira geral, os dados concordam com os de outras pesquisas já realizadas na região, inclusive uma avaliação preliminar junto a beneficiários do extinto programa De Braços Abertos, que fizemos em 2015: uma população majoritariamente pobre, negra, de baixa escolaridade, com histórico de rompimentos de vínculos (sobretudo os familiares) e com longa permanência na região (cerca de 50% vivem ali há mais de cinco anos). As motivações para permanecerem por lá também coincidem: acesso ao crack e a recursos, proteção e redes de afeto. Não foram esses dados nem os desafios que eles impõem que ganharam manchetes, mas a robustez do mercado de crack na região, que movimentaria mensalmente R$ 9,7 milhões. Esse valor suscitou, para muitos, uma pergunta: é possível riqueza dessa monta em um lugar associado à pobreza e à degradação? Sim, é possível. Mercados de psicoativos costumam ser superlativos. Isso pode ser mais precisamente medido no caso de drogas lícitas, como tabaco e álcool, por meio de dados comerciais. No caso de drogas ilícitas, as estimativas precisam de outras fontes de dados, e o Lecuca utilizou a quantidade estimada de usuários e os seus gastos com a substância.No entanto, esse dado deve ser visto com cautela por três motivos principais:1. É difícil para uma pessoa estimar seu gasto financeiro médio com uma droga. Por exemplo, você acha mais fácil dizer quantas xícaras de café toma por dia ou estimar seu gasto financeiro com essa bebida? Quem faz uso problemático de uma droga ilícita tem ainda mais dificuldade nessa conta, o que especulamos ser a explicação para o improvável gasto diário de pelo menos R$ 700 relatado por um entrevistado.2. Cenas de uso público de drogas, como a cracolândia, têm importante movimentação econômica não monetária. Há escambo, e o preço e as formas de acesso ao crack variam, criando obstáculos para estimativas individuais.3. O principal problema da estimativa está na metodologia que a sustentou. Embora o Lecuca tenha sido realizado com uma amostra de 240 pessoas, o dado sobre o gasto diário teve origem em 30 entrevistas selecionadas sem critério estatístico. Assim, ele não permite extrapolações com validade para toda a cracolândia. Em 2016, um levantamento do Datafolha utilizou uma amostragem mais confiável para estimar a média de gasto diário com crack e chegou a R$ 89, mas não houve extrapolação equivocada para estimação do mercado local.Para além desses problemas, que tipo de debate destacar o faturamento do tráfico na região pode sustentar? Ainda há dúvida da lucratividade e da potência do mercado de drogas ilícitas? Por que, então, não contrapor o suposto faturamento da cracolândia ao de outros mercados da cidade, como os que fazem entrega domiciliar de cocaína por mais de R$ 100 o grama? Ainda: esses outros mercados constam do ranking dos relatórios policiais citados na reportagem que premiam a cracolândia como o “maior ponto de venda de entorpecentes do país”?Parece-nos mais produtivo debater os dados do Lecuca e de outras pesquisas sobre a região à luz do planejamento de políticas públicas que não sejam criadas e encerradas por conta da disputa eleitoral. Por exemplo, discutir se o diagnóstico de “doentes” é válido e que impacto produz no cuidado e nas perspectivas de futuro de quem usa crack e vive na região. Chamar a atenção para valores estimados de forma pouco confiável e compará-los disparatadamente com o orçamento público alimenta, por outro lado, expectativas autoritárias sobre como lidar com a cracolândia. As mesmas que resultaram, nas duas últimas décadas, em políticas de tiro, porrada e bomba.
2020-02-10 02:00:00
cotidiano
Cotidiano
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Planos de Bolsonaro para Amazônia não têm prazos, metas nem verba
Os anúncios a respeito da Amazônia feitos pelo Brasil no encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, foram costurados às vésperas do evento, no fim de janeiro, de forma reativa para amenizar dúvidas de investidores sobre a inação do governo na preservação da floresta.Tanto o conselho a ser liderado pelo vice-presidente Hamilton Mourão quanto a reativação do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia), ambos anunciados nos dias do fórum, carecem de prazos, estrutura, objetivos claros e verba, indicam entrevistas com autoridades envolvidas.Ainda ocos, os planos foram improvisados após o governo brasileiro se surpreender com o fato de a questão ambiental ser um vértice do evento em Davos, embora os temas do encontro tenham sido anunciados três meses antes.Como a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas havia ocorrido em dezembro, a aposta brasileira era que o tema perderia peso no fórum. Por isso, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não foi escalado para a viagem —o que, posteriormente, foi avaliado no Palácio do Planalto como equívoco. Sua presença poderia ter poupado o ministro da Economia, Paulo Guedes, de causar polêmica ao relacionar desmatamento e pobreza quando tentava sublinhar de forma desajeitada que os países mais ricos desmataram e poluíram mais ao longo da história do que as nações emergentes.Após a repercussão da declaração de Guedes, a delegação do governo brasileiro entrou em modo de crise. Um dos integrantes da missão, o secretário especial Carlos da Costa, chegou a interromper um painel e subir ao palco para falar dos planos do governo.“Nossa imagem foi muito prejudicada por algumas informações equivocadas que foram divulgadas sem que o governo conseguisse comunicar algumas coisas que estávamos fazendo”, disse Costa à Folha ainda durante o fórum, aludindo às notícias sobre as queimadas na floresta. Na tentativa de responder às críticas à sua política ambiental, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que não foi ao encontro nos Alpes Suíços, anunciou do Brasil a criação do Conselho da Amazônia após o tema ter sido discutido em reunião ministerial. Mais A ideia de retomar o comitê federal, criado por decreto durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi de Salles, para quem a iniciativa responderia às críticas tanto de países europeus e de investidores estrangeiros, além de envolver na pauta de forma direta outros ministérios. Para comandá-lo, o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, propôs o nome de Mourão, sugestão aceita por Bolsonaro.Até a publicação desta reportagem, no entanto, o decreto regulamentando o Conselho da Amazônia, que deve corrigir problemas jurídicos da iniciativa anterior, não foi publicado no Diário Oficial da União. A expectativa, disse Mourão, é que isso ocorra na próxima semana. “O decreto está na mão do presidente e está ultimando isso aí”, afirmou.A criação da Força Nacional Ambiental, também anunciada pelo presidente durante o fórum, ainda engatinha —está em estudo, segundo Mourão. O tema está em análise pela equipe técnica do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e o ministro Sergio Moro deve se reunir com Mourão para definir formato e prazo. A ideia é de um contingente policial similar ao da Força Nacional de Segurança, mas com policiais ambientais cedidos pelos governos estaduais.Como o processo depende das unidades federativas, até os integrantes do governo mais otimistas acham improvável a Força Nacional Ambiental começar a atuar efetivamente na floresta até maio, um mês antes do período de seca, quando sobe o risco de queimadas.Com empresas e investidores estrangeiros cobrando de forma inédita a responsabilidade ambiental como uma prioridade, o terceiro braço da iniciativa ficou sob a batuta de Guedes, com a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), comandada por Costa.Trata-se da conversão do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia), gerenciado pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e pelo governo do Amazonas, em centro de negócios sustentáveis a partir de abril. Mais No entanto, o governo ainda não sabe o que fazer no prédio de 12.000 m2 na Zona Franca de Manaus aberto em 2002 e desde então subutilizado.“O CBA passou a dispersar energia em muitas atividades dos mais diferentes tipos”, disse Costa. “O que nós fizemos foi reorientar o centro para que ele esteja relacionado à conexão, a trazer empresas, a resolver os problemas que atrapalham as empresas.”Embora o foco primeiro deva ser a bioindústria —com forte representação na cosmética e na farmacêutica, por exemplo— armamento e outros equipamentos de defesa, como drones, são cogitados. “Há uma demanda local por equipamentos de defesa muito grande, o mercado está lá. Você já pode desenvolver e já testar”, afirmou —o que remete ao receio dos militares brasileiros de que potências estrangeiras possam atentar contra a soberania da região.De qualquer forma, a decisão sobre o CBA parece distante. O secretário prevê que antes de tomar forma o centro atraia cérebros de grandes universidades americanas, como Stanford e o MIT, para ajudar a desenvolvê-lo.“Queremos os melhores caras do mundo para ajudar as empresas da região a desenvolverem negócios sustentáveis, para que a gente ocupe as pessoas na região, reduza a miséria e com isso aumente o chamado custo de oportunidade para atividades ilegais” afirmou, ecoando Guedes.“O que falta hoje na Amazônia é menos o conhecimento do que existe, embora ele não seja tão grande, e mais o conhecimento das oportunidades de negócios.”A ideia está em fase embrionária, o que torna o prazo de abril questionável para que se lance algo mais concreto do que uma promessa ou compromisso. “Estamos selecionando uma empresa que fará um estudo sobre as potencialidades [da floresta]”, diz Costa.O secretário não respondeu como os entraves logísticos ao crescimento do CBA original poderiam ser suplantados (ele chegou a citar os aeroportos locais e a navegação fluvial e o que chamou de “criatividade”, sem detalhar). Também foi vago quanto à questão de segurança na região norte, ascendente na rota do narcotráfico (“o trabalho que o governo federal tem feito mitigará isso”).Sem um projeto concreto, Costa ainda citou o desejo de acolher start-ups no local e de fomentar o turismo amazônico (ecossustentável, frisou).Planos para desenvolver o potencial comercial de produtos como o açaí, ideia do cientista Carlos Nobre apresentada em Davos, são alvo de desdém do secretário especial. “Empreendedores não gostam de queimar dinheiro. Eles não estão investindo em açaí, estão investindo em gado.”10.jan Salles promete criar Secretaria da Amazônia, mas não detalha projeto 21.jan Jair Bolsonaro anuncia criação do Conselho da Amazônia subordinado à Vice-PresidênciaGoverno quer criar a Força Nacional Ambiental, similar a Força Nacional de Segurança, mas não detalha efetivo ou orçamentoGoverno propõe converter Centro de Biotecnologia da Amazônia em centro centro de negócios, mas não define o que fomentar
2020-02-10 02:00:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2020/02/planos-de-bolsonaro-para-amazonia-nao-tem-prazos-metas-nem-verba.shtml
Restrição aos vistos gold preocupa setor imobiliário em Portugal
Recém-aprovado pelo Parlamento português, o fim dos chamados vistos gold —autorizações de residência para estrangeiros que investem 500 mil euros em imóveis— em Lisboa e no Porto foi encarado como um duro golpe para os negócios imobiliários e de serviços jurídicos no país.A venda de imóveis de alto padrão para investidores estrangeiros alimenta uma complexa engrenagem, que envolve desde corretores e advogados até despachantes, tradutores e decoradores.Várias entidades têm criticado o governo do premiê socialista, António Costa, e chegaram a afirmar que as regras podem afetar diretamente a economia do país, pois investidores internacionais não estariam dispostos a comprar imóveis nas cidades menores. Em nota conjunta, as confederações de comércio e serviços e de construção e imóveis afirmaram que a medida não leva em conta os interesses econômicos das empresas. Afirmam que as consequências “não foram devidamente avaliadas” e que a alteração “transmite aos investidores estrangeiros uma imagem de instabilidade e insegurança, que põe em risco o nome de Portugal” como destino receptor de investimento.“Creio que a aprovação de tais alterações irão ditar o fim do sucesso do programa, porque nenhum estrangeiro vai querer investir em locais onde a valorização se encontra seriamente comprometida", afirma Ricardo Amantes, diretor da Coporgest, promotora imobiliária do segmento de luxo em Lisboa."Se assim for, impedirá qualquer desenvolvimento do interior de Portugal e, consequentemente, será um fracasso.”Consultora imobiliária especializada em clientes brasileiros em Portugal, a carioca Flavia Motta conta que o clima entre os corretores tem sido de apreensão. “Muita gente acabou fazendo uma carreira focada em vistos gold, em uma carteira de clientes não europeus que queriam investir em imóveis para ter a residência”, afirma.A advogada Patrícia Viana, sócia da Abreu Advogados e corresponsável pela área imobiliária, avalia que a medida pode ser negativa para o país.“É um visto que desde o surgimento tem sido um enorme sucesso, beneficiando muito o país. Em 2012, Portugal estava em uma crise financeira enorme, que teve um grande reflexo no imobiliário. Quando golden visa [visto] surgiu, ajudou a dinamizar o mercado”, diz. “No início, os investidores compravam apartamentos em prédios novos já prontos, mas eles rapidamente esgotaram. Então, hoje em dia, o que nós temos visto são prédios antigos lisboetas sendo recuperados para serem vendidos como vistos gold. Foi um sucesso enorme para o país”, avalia.Aprovadas no âmbito do orçamento de Estado para 2020, as mudanças ainda não têm data para entrar em vigor, uma vez que os deputados agora precisam legislar especificamente sobre as novas regras.“Notamos dois comportamentos nos nossos clientes: alguns estão correndo para fechar negócios que já tinham em vista, enquanto outros optaram por já desistir do visto gold”, diz a advogada Viana.A decisão de acabar com os vistos gold para a compra de imóveis em Lisboa e no Porto, restringindo o benefício ao interior e aos arquipélagos da Madeira e dos Açores, foi justificada como forma de ajudar a conter a disparada dos preços dos imóveis nas duas principais cidades portuguesas.Líder parlamentar do Partido Socialista, a deputada Ana Catarina Mendes justificou a alteração como uma tentativa de “dar resposta à especulação imobiliária”.“Com esta medida, procuramos retirar a pressão [no mercado imobiliário] existente nas áreas metropolitanas. Esta nossa medida contribuirá para a uma maior coesão territorial”, justificou.Outro ponto que sempre levantou polêmica quanto a esse tipo de visto é a falta de informações públicas sobre os beneficiários.Em 2018, um relatório da ONG Transparência e Integridade, braço português da Transparência Internacional, pediu a suspensão da modalidade devido à falta de transparência e controle no processo.“Apesar de vários pedidos, inclusive de parlamentares, o governo jamais divulgou a lista dos estrangeiros que obtiveram os vistos gold”, critica a ex-eurodeputada Ana Gomes, que foi vice-presidente da Comissão Especial para Crimes Financeiros do Parlamento Europeu.Criado em 2012, em plena crise econômica, o sistema dos vistos gold rapidamente se tornou um sucesso. Em números absolutos, o investimento total em imóveis foi de 4,6 bilhões de euros (cerca de R$ 21,5 bilhões) durante o período de vigência.O sistema atribui autorização de residência em Portugal (e liberdade de locomoção nos 26 países que integram o espaço Schengen, perímetro sem controle de fronteira) a interessados em três modalidades de negócio: compra de imóveis, transferência de ao menos 1 milhão de euros (cerca de R$ 4,66 milhões) para o país ou criação de um negócio com dez ou mais postos de trabalho.O método mais popular sempre foi a aquisição de imóveis de alto padrão, responsável, segundo dados do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), por cerca de 90% dos vistos gold emitidos.A exigência mínima, antes de 500 mil euros, pode cair para 350 mil euros (R$ 1,63 milhão) caso a propriedade esteja em área de interesse de recuperação.Os brasileiros são a segunda nacionalidade que mais se beneficia desse programa, atrás apenas dos chineses. Enquanto em 2019 a fatia asiática encolheu, a dos brasileiros aumentou 16,6%, chegando a 210 vistos gold concedidos. Entre 2012 e 2019, foram concedidos 8.207, sendo 863 para cidadãos do Brasil.
2020-02-10 02:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/02/restricao-aos-vistos-gold-preocupa-setor-imobiliario-em-portugal.shtml
Na Austrália, casal cuida de filhotes de cangurus que ficaram órfãos após incêndios
Enquanto um incêndio florestal arrasava a comunidade rural de Wytaliba, na Austrália, Gary Wilson e Julie Willis decidiram não abandonar sua casa de madeira –ela estava cheia de bebês cangurus órfãos que eles queriam proteger.Mais de uma dúzia de animais estava aninhada em bolsas de tecido penduradas na sala de estar. Cangurus adultos e outros animais silvestres que não recebiam cuidados há muito tempo também foram à casa em busca de refúgio quando as chamas chegaram perto."Tínhamos animais demais dentro da casa e ao redor dela, então realmente não podíamos ir embora. Decidimos ficar e lutar", disse Wilson na residência do casal, que não tem eletricidade e hoje está cercada por terra arrasada e veículos carbonizados."Às 15h era um lindo dia de verão, e às 16h parecia meia-noite", contou Wilson. "Não dava para ver mais que 20 metros à frente, então a tempestade de fogo se aproximou e queimou praticamente tudo."O casal defendeu a casa durante pelo menos 14 horas com extintores, bombas de água e um sistema de borrifador no telhado, que apagava as brasas que caíam do céu.Boa preparação e uma boa dose de sorte fizeram com que a estrutura continuasse de pé –e com que os filhotes sobrevivessem. O incêndio de 8 de novembro que varreu a comunidade de Wytaliba matou dois vizinhos.Willis disse que nunca tinha visto um fogo tão intenso, e que a maioria dos animais, como gambás, pequenos roedores, lagartos e até muitas aves, não foi rápida o suficiente para escapar das chamas. "É só depois que você percebe como esteve perto de morrer, mas na hora você está ocupada demais tentando apagar", disse ela. A temporada prolongada de incêndios florestais no país matou 33 pessoas e cerca de 1 bilhão de animais desde setembro.O número de hóspedes na casa em Wytaliba, que há 25 anos funciona como um santuário da vida silvestre, aumenta à medida que as consequências do incêndio continuam a aparecer, como queimaduras, falta de alimento e água poluída.O casal normalmente cuida de bebês cangurus resgatados depois que suas mães são atropeladas por veículos, mas agora estão abrigando um número cada vez maior de órfãos do incêndio.Segundo Willis, os filhotes, que recebem leite especialmente preparado a cada duas a quatro horas, serão soltos futuramente na natureza. "Nós não tivemos filhos, é com isto que ocupamos nosso tempo."Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves
2020-02-10 02:00:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2020/02/na-australia-casal-cuida-de-filhotes-de-cangurus-que-ficaram-orfaos-apos-incendios.shtml
STJ decide se trabalhador terá que arcar com despesas de perito
Que a perícia do INSS é conhecida por conceder alta médica precipitada muitos já devem ter ouvido falar. Mal termina a convalescença do incapacitado e a Previdência já pressiona-o para voltar ao batente. Na recente operação pente-fino, por exemplo, de cada dez auxílios-doença avaliados, oito eram cessados. A insatisfação com a negativa administrativa impulsiona os segurados a buscarem o Judiciário. Esse movimento, principalmente em se tratando de benefício acidentário, pode sair mais caro daqui para frente. No recurso especial 1823402, o Superior Tribunal de Justiça sinalizou que todas as despesas do perito judicial podem ficar a cargo do segurado, mesmo pobre, caso ele seja considerado apto ao serviço. O assunto ainda não está sacramentado pelo STJ, mas esse “custo” poderá amedrontar novas discussões. Sabendo disso, a Previdência faz esforços para que seu recurso saia vitorioso. Nos casos em que o enfermo não consiga pagar as despesas do processo judicial, em tese, ele poderia discutir seu direito sem desembolsar um real. Essa conta poderia ser paga pelo INSS ou pelo Judiciário, se tivesse dinheiro em caixa sobrando. Normalmente o instituto era chamado para antecipar as despesas do exame pericial, que nem sempre reavia, mesmo ganhando o processo. Mas isso pode mudar. O INSS provocou a discussão e pede que quem perde a ação, mesmo pobre, tenha responsabilidade pelo custeio de honorários periciais, adiantados pelo órgão. A solução que será dada pelo STJ terá aplicação uniformizadora em todo o país. O tema é polêmico e controverso, pois se, de fato, o segurado é pobre não teria como pagar nada. Nesse ponto, na minha ótica, o resultado do julgamento não teria o fim de atingir os verdadeiros pobres, mas aqueles que têm condições financeiras e mesmo assim se nomeiam pobres. Além, evidentemente, de ter um efeito pedagógico e desestimulador social de se ter novas demandas previdenciárias.Advogado, professor e consultor de PrevidênciaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-02-10 02:00:00
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Grana ou Dinheiro
https://agora.folha.uol.com.br/grana/2020/02/stj-decide-se-trabalhador-tera-que-arcar-com-despesas-de-perito.shtml
Em dois meses de gestão, presidente argentino tem apoio popular e dívida como desafio
Nesta segunda-feira (10), o presidente argentino, Alberto Fernández, 60, chega ao segundo mês de governo com avanços na política exterior, na contenção das manifestações sociais e com boa aprovação popular (59%), segundo o instituto Opinaia. É a mesma cifra obtida por seu antecessor, Mauricio Macri, no mesmo período de sua gestão.O índice de popularidade é importante porque, nos primeiros dois meses, Macri não lançou um pacote de aumento de impostos, como fez Fernández. Agora, os argentinos pagam 30% a mais para compras no exterior ou com cartão de crédito (se o gasto for por meio de sites estrangeiros) e na compra de dólares, restrita a US$ 200 ao mês. Além disso, há novos tributos para exportadores e transferências de propriedades. As dificuldades de Fernández, porém, vêm ganhando mais espaço nos noticiários, à medida que a euforia da vitória e a tradicional trégua dada pelos meios de comunicação ao primeiro mês de todos os governos vêm deixando de existir.Entre os desafios está a atração de investidores, o retorno de vários tipos de câmbio (há mais de 10 valores atualmente) e as dívidas externa e interna.Isso sem contar a inflação e o índice de pobreza, que em janeiro ficaram em 3% e 36%, respectivamente.No caso das dívidas, o ministro da Economia, Martín Guzmán, iniciou na semana passada a negociação com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e com seus credores internos. Continuará nesta semana, com a chegada de um comitê do fundo ao país para tratar de temas técnicos.Hoje, a dívida total argentina corresponde a 96% de seu PIB (Produto Interno Bruto), e Fernández tem repetido que os adiamentos dos prazos de vencimento são prioritários, pois o país precisa de "tempo para crescer primeiro e pagar a dívida depois".Do lado dos avanços da gestão Fernández, o principal é a relativa calma social que vive o país, sem protestos de ruas, piquetes ou greves."É como se, num jogo de futebol muito tenso em que nós estivéssemos perdendo, tivéssemos conseguido colocar a bola no chão e ter calma para poder enfrentar as próximas jogadas", disse o economista Martín Tetaz.O peso deixou de se desvalorizar, e as medidas do governo para aplacar o impacto da alta inflação --que fechou 2019 com alta de 55%-- estão tendo resultado para conter a insatisfação popular.O governo lançou planos de ajuda aos mais pobres, incluindo um "carnê de alimentação", que pode ser trocado por alimentos da cesta básica, e aumentou o número de produtos que entraram para o plano "Preços Cuidados", que vigia e impede aumentos abusivos de mais de 100 itens.Além disso, foram congelados os preços de serviços de eletricidade, gás e transporte.Os problemas de fundo continuam existindo. Por isso, esta semana será muito importante para o governo. Além de receber o FMI, Guzmán vai ao Congresso detalhar o que está sendo negociado.O novo ano legislativo começa em março, e o governo pretende anunciar como será a reforma da Justiça e o cronograma para votação de um novo projeto de lei para legalizar o aborto até a 14ª semana, uma promessa de campanha de Fernández.Outro dos grandes desafios a partir deste terceiro mês é relançar a relação com o Brasil, abalada com os comentários e insultos entre Fernández e Jair Bolsonaro, desde a época da campanha eleitoral e da vitória do kirchnerista. O presidente brasileiro não compareceu à posse do colega, o que causou incômodo. Agora, a palavra com a qual os dois lados concordaram para definir como será a relação adiante é pragmatismo."Já estamos avançando neste aspecto, há ministros dos dois lados se comunicando e tenho feito um trabalho de explicar aos distintos setores da sociedade brasileira que a Argentina vai resolver sua crise da dívida e que voltará a crescer", disse à Folha o embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli. "O presidente Fernández disse que precisa de tempo para que retomemos o crescimento, mas a relação com o Brasil não pode parar, o comércio bilateral é prioridade, assim como o turismo, e ambos precisam crescer mais", afirmou Scioli, que na semana passada esteve em São Paulo e se encontrou com empresários, investidores e com Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Na próxima quarta (12), o chanceler da Argentina, Felipe Solá, viajará a Brasília para se reunir com seu homólogo Ernesto Araújo.A expectativa da Argentina é que, daí, saia uma data para um primeiro encontro entre os dois mandatários.Sob Fernández, as relações exteriores têm sido conduzidas de modo diferente do período de Néstor e Cristina Kirchner (hoje vice-presidente), no qual praticamente não se deu importância para as relações com EUA e Europa.O presidente acaba de retornar de uma viagem avaliada como positiva por analistas locais por Israel, Itália, Espanha, Alemanha e França.De Angela Merkel, Emmanuel Macron e do papa Francisco, recebeu apoio para a renegociação com o FMI. E de muitos empresários desses países, promessas de investimentos na Argentina.
2020-02-10 02:00:00
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Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/02/presidente-argentino-tem-apoio-popular-mas-divida-e-desafio.shtml
Cabral terá 1º teste como colaborador ao falar sobre sua mulher, Adriana Ancelmo
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral terá nesta segunda-feira (10) seu primeiro teste como colaborador da Justiça ao depor sobre acusações contra sua mulher, Adriana Ancelmo, pela suposta lavagem de dinheiro por meio do escritório de advocacia dela.Este será o primeiro interrogatório do ex-governador após ter o acordo de colaboração com a Polícia Federal homologado pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal). O processo ganha relevância porque os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro desconfiam que o agora delator omitiu crimes cometidos pela ex-primeira-dama mesmo após passar a confessar seus delitos.A defesa do ex-governador chegou a tentar adiar o depoimento. Mas ele foi mantido pelo magistrado. Cabral será ouvido pelo juiz Marcelo Bretas sobre a acusação de ter lavado R$ 3,1 milhões da propina obtida junto a fornecedores do estado por meio da rede de restaurantes de comida japonesa Manekineko e o escritório da ex-primeira-dama.De acordo com o Ministério Público Federal, o dinheiro vivo obtido como suborno do ex-governador era usado para remunerar funcionários dos restaurantes. Em contrapartida, o Manekineko fazia transações bancárias de mesmo valor para o escritório de Adriana, que por sua vez emitia notas fiscais para simular serviços advocatícios não prestados à empresa.A dinâmica solucionava um problema para os dois lados. Cabral conseguia dar aparência legal, por meio do escritório da mulher, aos valores que recebeu ilegalmente. A empresa, por sua vez, pagava seus funcionários por fora do registro em carteira, o que reduzia custo de encargos e eventuais ações trabalhistas futuras –que usam como base de condenação o valor do salário oficial.O esquema da lavagem foi detalhada pelo dono do Manekineko, o empresário Ítalo Garritano. Ele firmou acordo de delação premiada após a Folha revelar as suspeitas sobre a rede de restaurantes.Garritano era cunhado do advogado Thiago Aragão, sócio de Adriana Ancelmo. Os três também vão depor nesta segunda.O depoimento é esperado com expectativa por procuradores fluminenses. Um dos pontos de resistência à delação de Cabral no Ministério Público Federal era a suspeita de que ele buscava proteger a mulher.Foi o que ele fez em seu primeiro depoimento a Bretas em que confessou os crimes que lhe eram imputados. Cabral disse que enganou a mulher ao pedir que dinheiro de propina fosse repassado ao seu escritório. Na ocasião, ele se referia aos repasses da Reginaves, empresa também conhecida como Frangos Rica. “A Adriana tinha o escritório dela e eu contaminei esse escritório quando eu pedi o repasse de caixa dois, que ela não sabia, para o dono da Rica [empresário Alexandre Igayara]. Eu contaminei. Ela insistiu comigo e questionou para saber por que estava sendo utilizado. Eu enganei e a prejudiquei. E ela entrou como orcrim [organização criminosa] de uma maneira que me dói o coração”, afirmou o emedebista.A versão parece inverossímil para os investigadores. Cabral ainda não explicou como ela permitiu a entrada de recursos sem a prestação de serviço correspondente.O casal, inclusive, já foi condenado por lavagem por meio do Manekineko. A ação penal da Operação Calicute, a primeira contra o ex-governador, já relatava a lavagem de R$ 990 mil dessa mesma forma.Adriana já foi condenada em quatro ações penais e já soma 36 anos e 1 mês de pena. Ela está em liberdade, usando tornozeleira eletrônica, após ter passado um período presa. A ex-primeira-dama também responde pela lavagem de dinheiro por meio da compra de joias.Cabral, por sua vez, já foi condenado em 13 processos e soma mais de 282 anos de prisão. Preso há mais de três anos, ele espera conseguir a liberdade usando o selo de colaborador da Justiça para derrubar os quatro mandados de prisão que tem contra si.A expectativa da defesa de Cabral —e temor dos procuradores fluminenses— é a de que, ao se tornar colaborador, não há mais razão para mantê-lo preso preventivamente, sob risco de interferir na investigação ou permanecer cometendo crimes.O advogado Alexandre Lopes, que defende a ex-primeira-dama, afirmou que ela “jamais participou de qualquer ilícito porventura praticado por terceiros envolvendo o restaurante Manekineko”.“O referido restaurante contratou o escritório Ancelmo Advogados para a prestação de serviços jurídicos, que efetivamente foram realizados. A denúncia formulada pelo Ministério Público Federal não possui base real”, disse o advogado.A defesa de Cabral não se manifestou.
2020-02-10 02:00:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/cabral-tera-1o-teste-como-colaborador-ao-falar-sobre-adriana-ancelmo.shtml
Rose reafirma que formava família com Gugu: 'Fomos muito felizes durante esses 20 anos'
Em vídeo enviado ao Fantástico (Globo), Rose Miriam Di Matteo reafirmou que Gugu — morto em novembro de 2019 — e ela formavam uma família. “Às pessoas que disserem que nós não éramos uma família, eu gostaria que entendessem que estão cometendo um grave erro. Nós fomos muito felizes durante esses 20 anos. Tivemos, claro, os nossos altos e baixos, como qualquer casal tem”. Em outro trecho, a médica conta ter conhecido Gugu em 1983, namorado por um tempo com o apresentador e retomado a relação anos depois, em 2000. "Nós nos reencontramos para constituir uma família, filhos, pai, mãe, esposo, esposa, companheiro, companheira. Gugu sempre dizia: 'Rose, quando chegar a high school (equivalente ao ensino médio) vamos para os Estados Unidos, vamos criar as crianças lá, nós vamos ser muito felizes', relembrou. De acordo com o advogado de Rose, Nelson Wilians, o documento assinado por Liberato e ela em 2011 foi feito durante uma separação momentânea do casal. Ele alegou, ainda, que o apresentador não desfez tanto o acordo quanto o testamento após a crise matrimonial por ter esquecido. Para ele, não há a menor dúvida que a médica e Gugu viviam em um união estável, o que é refutado pelos advogados da família Liberato, Carlos Regina e Dilermando Cigagna Júnior. Pela primeira vez, os filhos de Gugu, se manifestaram sobre a polêmica envolvendo a herança deixada pelo pai. Por meio de advogados, João Augusto, 18, e as gêmeas Marina e Sofia, 15, afirmaram em nota que "em respeito a memória de seu pai e à vista das últimas declarações postadas na mídia pela defesa de sua mãe, esclarecem que não esperavam e não pactuam deste espetáculo que pretende transformar a mentira em verdade, para desvirtuar os legítimos desejos de seu pai e principalmente a realidade por todos eles vivenciada". Os adolescentes deixam claro que respeitam a mãe, mas entendem que ela deveria ser favorável e não contrária a eles. "Entendem, ainda, que a mãe foi envolvida numa teia, mas acreditam que mais cedo ou mais tarde ela deixará de ser influenciada por pessoas que querem dela se aproveitar, induzindo-a a negar os fatos, a se expor pessoalmente em situação vulnerável para impressionar desavisados", diz trecho do comunicado. "Os filhos de Gugu Liberato entendem ainda que nem Rose Miriam, nem os seus defensores, estão autorizados a se apropriar da imagem de Gugu por afrontar judicialmente sua última vontade, desrespeitando o testamento por ele deixado, e sendo os únicos responsáveis por indevida exposição pública... O Poder Judiciário é, e sempre será, a sede própria para análise da verdade real, como vem sendo feito", finaliza a nota. Wilians nega que Rose esteja agindo pensando em dinheiro. "Ela não é gananciosa. Rose busca uma coisa: reconhecimento. Reconhecimento de uma vida dedicada à família”. Após a exibição da reportagem do Fantástico, o advogado se manifestou."É um absurdo o nível de alienação parental que está sendo promovido pela inventariante, Aparecida Liberato. Ela usa de sua assessoria jurídica para fazer uma declaração envolvendo os filhos, inclusive filhos menores. Vamos acionar o Ministério Público".
2020-02-10 01:08:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/02/rose-reafirma-que-formava-familia-com-gugu-fomos-muito-felizes-durante-esses-20-anos.shtml
Seleção brasileira domina Argentina e se classifica para Olimpíada
A seleção brasileira masculina de futebol venceu a Argentina por 3 a 0 na noite deste domingo (9), em Bucaramanga, na Colômbia, e conseguiu a classificação para a Olimpíada de Tóquio.Com o resultado, a equipe formada por jogadores de até 23 anos chegou aos 5 pontos e terminou o quadrangular final do Pré-Olímpico na segunda colocação, atrás justamente da Argentina, que permaneceu com 6. Os dois países serão os representantes da América do Sul nos Jogos.A seleção entrou pressionada para a partida decisiva, já que só a vitória daria a vaga em Tóquio. Mais cedo, o Uruguai havia vencido a Colômbia por 3 a 1, chegado a quatro pontos ganhos e assumido provisoriamente a segunda colocação do quadrangular.O time treinado por André Jardine jogou bem, e a vitória foi mais fácil do que se imaginava. Pelas chances criadas, o placar poderia ter sido ainda mais elástico.Logo aos 12 minutos, Paulinho recebeu dentro da área e tocou no canto direito do goleiro Cambeses para abrir o placar. Aos 29, Matheus Cunha aproveitou bobeira da zaga argentina, deu um chapéu no goleiro e ampliou o placar após duas tentativas —na primeira, o zagueiro tirou em cima da linha.Além da vantagem aberta, o Brasil conseguiu manter os adversários longe de seu gol na primeira etapa. As principais chances do rival foram criadas por meio de chutes de fora da área.No segundo tempo, a equipe de Jardine conseguiu manter o domínio e ampliar a vantagem. Aos 9 minutos, Matheus Cunha tabelou com Reinier dentro da área e chutou para fazer o terceiro. De quebra, ele se tornou artilheiro isolado da competição, ultrapassando o argentino Mac Allister, que terminou com 4.O Brasil começou muito bem o Pré-Olímpico. Ganhou todos os jogos da primeira fase (Peru, Uruguai, Bolívia e Paraguai). No quadrangular final, porém, não conseguiu repetir o aproveitamento: antes da vitória deste domingo, empatou com Uruguai e Colômbia por 1 a 1, sem jogar bem. A situação acabou pressionando o time na reta final. Mais Além de Brasil e Argentina, Espanha, Alemanha, França, Romênia, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Austrália, Costa do Marfim, Egito, África do Sul e Nova Zelândia disputarão o torneio masculino de futebol na Olimpíada. Ainda há duas vagas em disputa, para representantes das Américas Central e do Norte. O Pré-Olímpico da Concacaf acontece em março, na Costa Rica.Atual campeã olímpica, a seleção brasileira tentará o bicampeonato no Japão. O Brasil conquistou medalhas nas últimas três Olimpíadas (bronze em Pequim-2008, prata em Londres-2012 e ouro no Rio-2016).A última vez que a equipe ficou de fora da competição foi nos Jogos de Atenas, em 2004. Ao todo, o país tem seis medalhas olímpicas: uma de ouro, três de prata e duas de bronze.O futebol feminino brasileiro também estará em Tóquio. Diferentemente do masculino, não houve um torneio pré-olímpico específico. O Brasil se classificou porque venceu a Copa América, disputada no Chile em 2019.O histórico da seleção feminina em Olimpíadas registra duas medalhas, ambas de prata, em 2004 e 2008.
2020-02-10 00:22:00
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Internação por surto psicótico ligado à maconha cresce 30 vezes em Portugal
Em 15 anos, as internações por surtos psicóticos ou esquizofrenia associadas ao consumo de maconha aumentaram quase 30 vezes em hospitais públicos de Portugal, revela estudo publicado na revista científica International Journal of Methods in Psychiatric Research.Foram quase 600 pessoas hospitalizadas por ano, a maioria homens (90%), com idade média de 30 anos. Os pesquisadores, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, analisaram 3.233 internações ocorridas entre 2000 e 2015.No período, as hospitalizações por doenças psicóticas associada ao uso de Cannabis pularam de 20 para 588 hospitalizações —de 0,87% do total em 2000 para 10,60% em 2015. O custo médio de cada episódio foi de € 3.500 (R$ 15,8 mil). No Brasil, não há estudo semelhante. Para os pesquisadores, há duas hipóteses para o aumento: houve mais registros do uso de maconha como diagnóstico secundário (ou seja, ao receber um paciente em surto psicótico, o médico passou a perguntar mais se ele era ou não usuário de maconha) e pode ter havido uma mudança nos padrões de consumo (as pessoas passaram a consumir mais a droga).Mesmo ilegal para fins recreativos na maior parte do mundo, a Cannabis é uma das drogas recreativas mais comumente usadas e nos últimos anos tem aumentado a sua utilização para fins medicinais. Pelo menos 40 países já a legalizaram para essa finalidade, inclusive o Brasil, que aprovou novas regras no início deste mês.As substâncias mais conhecidas são o canabidiol (que não dá barato), e o THC (delta 9-tetrahidrocanabinol), que é psicoativo.Segundo os autores do estudo, outros países, como a França e os Estados Unidos, já relataram que o uso recreativo de Cannabis está ligado a um aumento nas taxas de utilização de serviços hospitalares e de emergência por surtos psicóticos.Em Portugal, a propriedade e o consumo de Cannabis e outras drogas foram descriminalizados em 2001. Só é considerado crime se a pessoa possuir mais de dez doses da droga.“Nesses tempos em que muitos países estão considerando a legalização da Cannabis para consumo recreativo, a pesquisa sobre o papel dessa droga na doença psicótica surge como uma ferramenta importante para entender o seu verdadeiro impacto em termos de saúde pública e mental”, escreveram os autores.Embora seja difícil estabelecer um nexo de causalidade direto entre o uso de Cannabis e as doenças psicóticas, um grande número de estudos observacionais encontrou uma forte associação entre as duas ocorrências.Em março deste ano, um estudo multicêntrico publicado na revista científica The Lancet demonstrou o aumento da prevalência de pessoas que tiveram o primeiro surto psicótico relacionado ao consumo de maconha.O trabalho envolveu 901 pacientes de 11 instituições na Europa e uma no Brasil (USP) e reforça que o aumento do número de surtos está relacionado a uma concentração de THC superior a 10%. Em Amsterdã e Londres, o aumento da prevalência de surtos nessas circunstâncias foi de 50% e 30%, respectivamente. Só para efeito comparativo, nos produtos à base de Cannabis para fins medicinais aprovados no Brasil, a concentração de THC começa a partir de 0,2%.Para o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, professor titular da Unifesp e diretor da Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, o estudo português e os outros artigos recentes reforçam a ideia de que o uso de maconha piora todos os indicadores de saúde mental de jovens.Ele cita, por exemplo, uma metanálise publicada no Jama (jornal da Associação Médica Americana) em fevereiro deste ano, com 11 estudos que incluíram 23.337 adolescentes usuários de maconha. O trabalho concluiu que houve aumento de depressão na vida adulta (37%), pensamentos suicidas (50%) e um risco de tentativa de suicídio três vezes maior em relação aos jovens não usuários da droga.“Dizem que as políticas de saúde levam em média 17 anos para mudar mesmo quando existem evidências. Foi o que aconteceu com o cigarro e vai acontecer com a maconha.”Já o professor da Unicamp Luís Fernando Tófoli, pesquisador sobre políticas de drogas, aponta limitações no estudo português, como o fato de que a coleta de dados não foi desenhada para dar conta da pergunta de pesquisa (aumentou a incidência de uso de maconha entre os psicóticos internados?) e sim para atender a fins administrativos. Ainda assim, segundo ele, não invalidam os achados.“Dados retirados de prontuários ou bancos de dados são afamados por serem extremamente problemáticos. Ainda assim, o tamanho da mudança [mais de 30 vezes] chama a atenção, e é pouco provável que isso tenha acontecido por puro acaso.”Segundo Tófoli, existe uma correlação bem explícita entre o aumento da popularidade do tema (medida pelo número de artigos publicados) e o número relativo de consumidores de maconha identificados entre os psicóticos.“Claro que não é possível afirmar cabalmente que o aumento de diagnósticos se deu por conta de uma ‘moda’ em perceber a relação.”Na opinião do pesquisador, levando em consideração que os estudos epidemiológicos não encontraram maiores taxas de esquizofrenia em populações que consomem mais maconha, é possível que os psiquiatras portugueses começaram a se dar conta da importância de se perguntar sobre consumo de maconha para pessoas com diagnóstico de psicose.“Estar atento para essa correlação é importante, embora ainda não esteja clara ainda qual é a relação causal entre o uso de maconha e o diagnóstico de psicose.”Segundo ele, pode ser tentador, para quem defende políticas proibicionistas, relacionar a flexibilização da lei de porte de drogas em Portugal com o aumento no percentual de psicóticos hospitalizados com relato de consumo de maconha.“Isso é ainda menos provável, uma vez que para tal seria fundamental examinar um bom número de anos antes do início da descriminalização e não apenas a partir dela. A melhor evidência disponível sobre a descriminalização das drogas não parece apontar qualquer relação com aumento ou diminuição do consumo.”No entanto, Tófoli afirma que o artigo português acende um alerta e indica que é preciso fazer outros estudos comparativos em outros países. “Da forma como está, ele não permite afirmar (e nem negar) que mudanças no uso adulto da maconha tenham causado esses efeitos”, diz ele.A prevalência estimada de uso de maconha pela população portuguesa é mais baixa quando comparada à média europeia (7,4% contra 9,7%), mas no que se refere ao consumo moderado e alto, estima-se que em Portugal seja maior (cerca de 3% contra 1%).Os autores dizem que a doença psicótica relacionada ao uso de Cannabis pode ocorrer em três situações distintas: autolimitada, ou seja, termina após a interrupção do consumo; a que requer tratamento médico ou hospitalização mesmo após a interrupção do consumo e aquela em que o surto se manifesta anos após o uso de maconha, mas que provavelmente está relacionado a ele.
2019-12-19 12:00:00
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Equilibrio e Saúde
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Ídolo do Liverpool elogia Brasil, mas só conhece 'europeus' do Fla
Michael Owen, 40, faz expressão de incredulidade quando perguntado se o futebol brasileiro não produz tantos jogadores de alto nível quanto no passado. Ele parece não acreditar na questão.“Vocês [brasileiros] são os únicos que acham isso. Se amanhã começasse uma Copa do Mundo, o Brasil seria o maior favorito ou um dos principais favoritos. O Brasil sempre vai produzir grandes jogadores. É algo quase genético”, afirma à Folha.Convidado pela Fifa para o Mundial de Clubes por fazer parte do programa “Legends” da entidade, ele passou dois dias em Doha, no Qatar, mas teve de voltar à Inglaterra. Sua principal atividade hoje em dia não é mais fazer gols.Foram 308 de uma carreira que surgiu como uma explosão, mas acabou atrapalhada por um problema crônico na panturrilha. Ele é comentarista da BT Sport, uma das emissoras do Reino Unido que têm os direitos de transmissão da Premier League.“Menino maravilha” do Liverpool e metade de uma das duplas de ataque mais memoráveis da história da Premier League, ao lado de Robbie Fowler, Owen está até hoje na cabeça do torcedor de futebol como a revelação de 19 anos que, então desconhecida, fez gol contra a Argentina partindo quase do campo de defesa nas oitavas de final da Copa do Mundo de 1998, na França.Ele não estará em Doha para ver a final do Mundial de Clubes, onde sua ex-equipe enfrentará o Flamengo neste sábado (21), às 14h30 (de Brasília). Competição que luta, no Reino Unido, com a mesma rejeição que a Copa do Mundo um dia teve. A Inglaterra apenas aceitou participar da competição de seleções organizada pela Fifa em 1950. Owen reconhece que o torneio de clubes não tem em seu país a mesma importância dada na América do Sul.“Uma nação se importa quanto tem mais envolvimento e sucesso. Talvez não capturou a imaginação das pessoas porque os times do país não tiveram tantas vitórias. Se o Liverpool ganhar, isso pode começar a mudar”, admite, lembrando também que quando ganhou a Bola de Ouro, prêmio dado pela revista France Football ao melhor europeu do ano, em 2001, ninguém na Inglaterra deu muita importância.“Quando fui para o Real Madrid [em 2004], o prêmio da Bola de Ouro era o único assunto que falavam.”Ao reconhecer não saber muito sobre o Flamengo, já que os jogos do Campeonato Brasileiro dificilmente são transmitidos no Reino Unido, Owen coloca a diferença de visibilidade entre o futebol europeu e o sul-americano. Mesmo no Qatar, a cobertura da Premier League toma horas de programação dos canais esportivos. O Liverpool conta com a maioria do público em Doha. No elenco rubro-negro, o ex-atacante de três Copas do Mundo conhece Rafinha e Filipe Luís porque tiveram carreiras importantes no Bayern de Munique (ALE) e Atlético de Madrid (ESP), respectivamente.Mas também está informado dos problemas que Gabriel (“aquele rapaz”, cita, ao esquecer o nome do camisa 9 flamenguista) teve na Europa. Em duas temporadas por Internazionale (ITA) e Benfica (POR) fez dois gols no total. Neste ano, anotou 43 pelo time carioca.“Não creio que a liga italiana seja a ideal para um atacante jovem como ele era quando foi contratado pela Internazionale [tinha 20 anos]. É um campeonato mais defensivo e tático. Claro que a confiança do jogador sofre um abalo quando acontece algo assim. Se você não está em um time que faz muitos gols, que vive boa fase e se não tem a confiança do técnico, tudo fica muito difícil”.“Mas ele mostrou que tem muita força mental e qualidade. Porque ninguém sai de um para 43 gols se não for bom. Agora ele está mais maduro e será muito interessante se ele voltar para a Europa para ter sucesso. E eu acho que ele terá”, completa. Mesmo com poucas informações, ele define a final do Mundial como o confronto do time dominante na Premier League neste ano (o Liverpool tem dez pontos de vantagem na liderança) contra a equipe que controlou o futebol sul-americano em 2019.O eventual título do Liverpool, motivo de satisfação para o atacante que cresceu no Liverpool (embora tenha sido torcedor do Everton quando criança), não será vingança. Nada vai apagar a maior decepção de sua carreira. Esta foi causada pelo Brasil.“Antes das quartas de final da Copa de 2002 nós pensamos: se ganharmos este jogo, seremos campeões”, afirma.Era a partida contra a seleção de Felipão. Owen fez um gol e a Inglaterra controlava a partida até os acréscimos do primeiro tempo, quando levou o empate. Depois Ronaldinho anotou de falta em que ficou a dúvida se ele chutou ou cruzou. A Inglaterra não conseguiu reagir, mesmo com um jogador a mais em campo. Há duas semanas, os dois se encontraram e o inglês perguntou se o gol de 17 anos atrás foi intencional ou seu querer. O brasileiro apenas riu.“Eu nunca fiquei tão decepcionado depois de um jogo. Às vezes você não consegue explicar, às vezes o outro time é simplesmente melhor. Aquele jogo, não sei o motivo para jogarmos tão mal no segundo tempo. Não criamos nada. Não conseguimos pegar na bola”, relembra.Dois anos após a derrota nas quartas de final do Mundial, foi contratado pelo Real Madrid para ser colega de Ronaldo.“Fomos companheiros quando ele estava no final da carreira e mesmo assim ele era fantástico. Quando ele começou, eu era um garoto em Liverpool e achava que seria jogador de futebol e muito bom. Mas eu via os vídeos do Ronaldo e pensava: se é este o nível que eu tenho de atingir para ser considerado um dos melhores do mundo, será impossível”, finaliza.
2019-12-19 12:01:00
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Bolsonaro diz que avalia todas as opções, mas que CPMF está demonizada
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a reconhecer nesta quinta-feira (19) que o retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) é uma opção avaliada, mas ressaltou que o imposto está "demonizado".Na quarta-feira (18), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a equipe econômica estuda incluir na reforma tributária um imposto sobre transações financeiras em meios digitais.O ministro argumentou, no entanto, que o novo tributo não seria igual à extinta CPMF, que foi anteriormente barrado pelo presidente. A proposta estudada inicialmente pela equipe econômica previa um imposto sobre pagamentos mais abrangente."Sobre CMPF, todas as cartas estão na mesa, mas é um imposto que está demonizado", disse o presidente nesta quinta-feira (19), na entrada do Palácio do Alvorada.Em café da manhã com jornalistas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que mesmo o imposto sobre transações financeiras em meios digitais não será aprovado na Casa."A resposta da Câmara vai ser não", afirmou. "Imposto sobre movimentação financeira, com o nome que se queira dar, é não. Pode dar o nome que você quiser, apelido", acrescentou.O cardápio de medidas em estudo pela equipe econômica para tentar compensar a desoneração da folha de pagamentos não deve, na avaliação de técnicos do governo federal, ser suficiente para bancar uma desoneração completa —incentivo para baratear o custo da mão de obra no país.A fonte para os recursos é o principal desafio do governo para atender a vontade de Guedes, de retirar os encargos das empresas. Hoje, o empregador paga 20% sobre a folha de salários como forma de contribuição para as aposentadorias dos trabalhadores.
2019-12-19 12:12:00
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Declarações de Bolsonaro e aliados sobre queimadas e AI-5 afastam investidores, diz Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (19) que declarações sobre o AI-5 e sobre queimadas na Amazônia dadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e membros do governo afugentam investidores e diminuíram crescimento do país em 2019. "É ruim para o governo, né? Fica falando de AI-5, fica falando de queimada, aí o investidor não coloca dinheiro no Brasil. Aí a economia ia crescer 2,5% este ano e vai crescer 1%, para mim culpa dessas declarações", afirmou. "E se continuar com essas declarações, ano que vem que pode crescer 2,5% também vai crescer menos. É uma questão de bom senso", disse durante reunião com jornalistas na residência oficial da Câmara. Questionado sobre se em algum momento teve medo de que o governo passasse a ter uma postura mais autoritária, para além de declarações como a de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Paulo Guedes (Economia) sobre um "novo AI-5", Maia disse que nunca viu essa possibilidade. Apesar disso, disse que as declarações geram insegurança e prejudicam o próprio governo. "Há um compliance de muitas empresas de que o tema 'meio ambiente' é relevante, democracia é relevante. Não há nenhum do presidente que vá ao encontro do que disse o Eduardo e do que disse o Paulo Guedes, mas é o filho e o ministro da Economia, então vai gerando insegurança", afirmou. "Atrapalha o Brasil, óbvio, mas atrapalha também o governo do próprio presidente." "Com a queda da taxa de juros e a inflação, você tem um espaço enorme, como já está acontecendo internamente, de sair do mercado de renda fixa e caminhar para o mercado de capitais", disse. "Isso já está acontecendo com dinheiro de brasileiros, os estrangeiros para valer não entraram com dinheiro novo. Essas declarações atrasam a entrada", disse. Em entrevista à jornalista Leda Nagle, em outubro, o deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que "se a esquerda brasileira "radicalizar", uma resposta pode ser "via um novo AI-5". Um dia depois, ele disse que foi "um pouco infeliz" na declaração.Em novembro, Guedes afirmou que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir o AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil.
2019-12-19 12:33:00
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Gestão Covas propõe reajustar passagem de ônibus de SP para R$ 4,40
O secretário municipal de Transportes da gestão Bruno Covas (PSDB), Edson Caram, propôs reajustar a passagem de ônibus de R$ 4,30 para R$ 4,40 no próximo ano. O reajuste seria de 2,33%, abaixo da inflação. Se fosse seguir o IPCA, com inflação acumulada de 3,27%, o novo preço da passagem seria de R$ 4,44. A proposta foi apresentada pelo secretário durante reunião do CMTT (Conselho Municipal de Transportes e Trânsito). ​A decisão ainda será tomada pelo prefeito Bruno Covas. "Nós não estamos reajustando, estamos corrigindo um pouquinho a tarifa abaixo da inflação. É um realinhamento de 2,33%", disse o secretário Caram. De acordo com ele, a proposta já foi apresentada ao governo estadual, responsável pelo Metrô e CPTM. Tradicionalmente, a decisão é alinhada para que as duas passagens tenham o mesmo preço que o do ônibus da capital. Caram afirma que a proposta foi pensada levando em conta forte redução do subsídio para o sistema de ônibus no próximo ano. "Para isso, serão necessárias readequações não só no sistema como fazer a reposição", disse o secretário. Outro ponto que pode pesar na decisão final de Covas é a questão eleitoral. Covas tenta a reeleição e, tradicionalmente, prefeitos não costumam reajustar a passagem em ano eleitoral. Além da impopularidade da medida, o aumento da tarifa acabou virando tabu após os protestos de junho de 2013. Após o desgaste sofrido por Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), que acabaram revertendo o aumento na ocasião, os reajustes de ônibus, trem e metrô ficaram abaixo da inflação —enquanto os três reajustes anteriores a 2013 tinham superado a inflação acumulada.João Doria (PSDB) se elegeu prefeito em 2016 prometendo congelar a passagem. Covas, em janeiro deste ano, aumentou a passagem de R$ 4 para R$ 4,30, um reajuste maior do que a inflação do ano anterior, de 3,75%. Na ocasião, a gestão afirmou que se tratava de uma reposição por anos anteriores em que não houve aumento. O pesquisador de mobilidade urbana do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Rafael Calabria afirma que o reajuste não é justo."A Secretaria [de Transportes] anunciou no conselho que o custo do sistema de ônibus será reduzido no ano que vem, mas a redução do subsídio decorrente disso foi ainda maior que essa economia, gerando um déficit que eles querem cobrir com esse aumento de tarifa", afirma Calabria. De acordo com ele, a mudança ocorre em um ano em que o orçamento deve aumentar, em contraponto à crise e ao desemprego. "[O reajuste] torna injusto a prefeitura realizar economias às custas do usuário comum de transporte", afirma.​
2019-12-19 12:12:00
cotidiano
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Arrecadação federal de novembro tem maior resultado em cinco anos
A arrecadação do governo apresentou alta de 1,48% acima da inflação em novembro, na comparação com o mesmo período de 2018. As receitas federais somaram R$ 125,2 bilhões no mês.O resultado, informado pela Receita Federal nesta quinta-feira (19), é o melhor registrado em cinco anos.De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, a arrecadação federal está se aproximando do patamar que era registrado em 2014, no período pré-crise.De acordo com o fisco, a maior parte dos indicadores econômicos teve melhora no mês, em comparação com o ano anterior, o que contribuiu para a ampliação das receitas. Houve elevação na massa salarial (4,4%), vendas de bens (5,6%) e venda de serviços (2,7%).Os maiores saltos de arrecadação foram observados no Imposto de Renda, IOF (Imposto sobre operações financeiras) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).Segundo Malaquias, a melhora no Imposto de Renda de pessoas físicas, com alta de 31% no mês, é explicada em boa parte pelos resultados da bolsa de valores, que teve ampliação do número de investimentos.A trajetória de queda da taxa de juros, por sua vez, impactou as receitas de IOF, que subiram 19% em novembro.“Com os juros nesse patamar, estamos vendo a consolidação do movimento crescente de operações de crédito. Por isso, vemos aumento do IOF”, disse.No período acumulado entre janeiro e novembro, a arrecadação está em R$ 1,389 trilhão, uma alta real de 1,88% em relação ao ano anterior.Embora tenham sido alvo de críticas da equipe econômica desde o início do governo, as desonerações ficaram mais altas neste ano. As renúncias tributárias somaram R$ 87,2 bilhões de janeiro a novembro, contra R$ 79,6 bilhões do mesmo período de 2018.Parte da ampliação das desonerações é explicada pela redução de tributos sobre o óleo diesel, instituída em junho do ano passado após a greve dos caminhoneiros. A renúncia sobre o diesel passou de R$ 4,5 bilhões em 2018 para R$ 9,8 bilhões neste ano.
2019-12-19 11:04:00
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Bolsonaro desafia Congresso e reafirma intenção de veto a fundo para eleições de 2020
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a desafiar o Congresso e confirmou a intenção de vetar o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para 2020. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ameaça retaliação caso o veto se concretize.Ao deixar o Palácio da Alvorada, onde cumprimentou simpatizantes na manhã desta quinta-feira (19), Bolsonaro disse que hoje a tendência é barrar o montante. Os recursos públicos vão financiar as campanhas para prefeitos e vereadores.A equipe jurídica do presidente ainda avalia a questão. No início da noite, o núcleo político do Planalto tentou demover Bolsonaro, evitando que ele crie uma nova crise com o Legislativo, que tem poder de derrubar o veto. Segundo relato, o presidente disse que irá refletir melhor sobre o assunto."Em havendo brecha para vetar, eu vou fazer isso. Não vejo, com todo respeito, como justo usar recursos para fazer campanha. A tendência é vetar, sim", afirmou Bolsonaro pela manhã.O fundo eleitoral foi aprovado pelos congressistas para o Orçamento do próximo ano em sessão realizada na terça-feira (17). Deputados mantiveram o valor da proposta orçamentária enviada pelo próprio governo. Na CMO (Comissão Mista do Orçamento), houve tentativa de inflar o fundo em R$ 1,8 bilhão, o que totalizaria R$ 3,8 bilhões. Os congressistas recuaram justamente diante de um eventual veto de Bolsonaro."Aquela proposta de R$ 2 bilhões é em função de uma lei que tinha. Não é que quero isso. Agora, chegando a peça orçamentária, tenho poder de veto. Não quero afrontar o Parlamento, mas pelo amor de Deus", afirmou o presidenteO artigo 16 da Lei Eleitoral especifica que o fundo eleitoral é constituído "por dotações orçamentárias da União em ano eleitoral".No Orçamento de 2020, há dois instrumentos para abastecer o caixa de partidos com recursos públicos. O primeiro é o fundo partidário, de aproximadamente R$ 1 bilhão (distribuído anualmente), e segundo, o eleitoral, criado para financiar campanhas em ano de eleições.Um eventual veto de Bolsonaro pode beneficiar a Aliança pelo Brasil, partido que tenta fundar nos próximos meses após deixar o PSL, ao prejudicar partidos rivais e colocá-los em condições de igualdade com a sigla em criação.Caso consiga oficializar o partido na Justiça Eleitoral em pouco tempo (um cenário ainda incerto, porém), a Aliança poderá disputar a eleição municipal de 2020, mas sem recursos do fundo eleitoral e sem tempo de rádio e TV. Hoje, a distribuição dos fundos partidário e eleitoral leva em conta os votos obtidos na última eleição para a Câmara. Pelas estimativas, o PSL deverá receber R$ 203 milhões em 2020, e o PT, R$ 201 milhões.Para Bolsonaro, os recursos eleitorais dificultarão uma renovação na política, uma vez que, na avaliação dele, servirão apenas para manter no cargo quem já está no poder."O dinheiro vai para quem? Manter no poder quem já está, dificilmente vai para um jovem candidato. O povo fala em renovação. E tem de ter igualdade. A campanha tem de estar em condição de igualdade. Não é maldade minha contra o Parlamento, eu respeito o Parlamento", afirmou. Maia, em café da manhã com jornalistas na residência oficial da Câmara, criticou Bolsonaro e listou possíveis pautas-bomba contra o governo, caso o veto seja concretizado. "É um direito do presidente [vetar]. Ele mandou [a proposta com] o valor de R$ 2 bilhões. O Congresso aprovou o valor, ratificou a posição do presidente neste tema. Se ele vai vetar sua própria proposta, é uma decisão deles", afirmou. Maia disse que esse jogo de vetos do Executivo para desgastar o Legislativo junto à opinião pública gera insegurança e pode levar a um círculo de retaliação mútua prejudicial à sociedade. "Ele veta o que ele quer, a gente vota a pauta da Câmara, a do Senado. Vão retaliar, o que posso fazer?", questionou.Se o objetivo de Bolsonaro é agradar a opinião pública, Maia disse que tem um arsenal para fazer acenos populares também. "Quer fazer um aceno popular, a Câmara tem um arsenal. Não é o que fizemos nos últimos anos.""Se começar este jogo de a gente, em vez de priorizar nossa responsabilidade, priorizar a pressão de segmentos da sociedade, vamos gerar uma insegurança na relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo", afirmou o presidente da Câmara.Ele disse, por exemplo, que a Câmara poderia aprovar inclusive propostas de campanha de Bolsonaro, como a diminuição do preço do diesel. Sem previsão orçamentária, Bolsonaro seria obrigado a vetar. Assim, o desgaste seria do Executivo."Imagina se o Parlamento começar também a querer falar para uma parte da sociedade: vamos fazer uma política do salário mínimo com 5% de aumento real todos os anos. Vamos ser aplaudidos por grande parte da sociedade brasileira, mas vamos obrigar o presidente da República a vetar este projeto porque ele não tem amparo no Orçamento público", disse. Maia questionou ainda o discurso de que aliados do governo não teriam interesse no fundo eleitoral."Mas para que eles estão querendo brigar pelo PSL? Porque, se eles não querem dinheiro, para que eles queriam brigar pelo PSL? Então tem uma incoerência desses defensores do governo na rede social. Eles falam uma coisa, mas querem um partido pelo dinheiro, porque fora do dinheiro o que é que o PSL tem?”, afirmou, em referência à briga de parte dos deputados do PSL, que quer deixar o partido mas levar consigo os mandatos e fundo. Sem justa causa, os deputados da ala bolsonarista do PSL que migrarem para a Aliança pelo Brasil perderiam o dinheiro do fundo e seus mandatos.Apesar das críticas, Maia disse que a relação do Executivo com o Congresso melhorou, em especial no segundo semestre, quando o presidente parou de "atacar o Parlamento". "A relação com a equipe econômica é boa desde o início do ano, e com o Planalto desde o segundo semestre", afirmou.Maia ainda disse que é preciso retomar o debate sobre financiamento por pessoas jurídicas para a eleição de 2022. "Esse é um debate mais sensível, não é tão simples."O financiamento empresarial está proibido desde 2015 após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), e, por isso, seria necessária a aprovação de uma mudança na Constituição.O que é? É uma verba pública que os partidos recebem em ano eleitoral para financiar campanhas. Passou a valer em 2018, quando distribuiu cerca de R$ 1,7 bilhão.Ele é a única fonte de verba pública para as campanhas? Não. Os partidos também podem usar recursos do fundo partidário (verba pública para subsidiar o funcionamento das legendas, distribuída mensalmente). Em 2018, foram repassados R$ 889 milhões. Neste ano, total gira em torno dos R$ 928 milhões.Quais são as outras formas de financiamento possíveis? Os candidatos podem recolher doações de pessoas físicas e podem financiar as próprias campanhas. O autofinanciamento é limitado a 10% do teto de gastos, que varia de acordo com o cargo disputado. As doações empresariais são proibidas desde 2015.Qual o valor previsto para o fundo eleitoral em 2020? O valor final foi discutido na comissão do Congresso que debate o Orçamento de 2020. Relatório preliminar aprovado no dia 4 previa R$ 3,8 bilhões, mas, após pressões da sociedade e a ameaça de veto pelo presidente Bolsonaro, a quantia final foi reduzida para R$ 2 bilhões.Como é possível aumentar o valor do fundo eleitoral? A Lei do Teto de Gastos limita o crescimento das despesas públicas. Segundo técnicos, cortes em outras áreas permitiram que os congressistas sugerissem o aumento do fundo eleitoral.De quanto é o corte proposto? São previstos cortes de R$ 1,7 bilhão no orçamento de mais de 15 ministérios. Do total, são R$ 500 milhões em saúde (dos quais R$ 70 milhões iriam para o Farmácia Popular, que oferece remédios gratuitos à população), R$ 380 milhões em infraestrutura e desenvolvimento (que inclui obras de saneamento e corte de R$ 70 milhões do Minha Casa Minha Vida) e R$ 280 milhões em educação.Como o fundo é distribuído? A distribuição do fundo público para campanha entre os partidos acontecerá da seguinte forma nas próximas eleições: Houve uma mudança recente da divisão do fundo. Antes, o que valia era o tamanho das bancadas na última sessão legislativa do ano anterior à eleição (o que contou em 2018 foi a bancada no fim de 2017). Agora, conta o resultado da eleição.
2019-12-19 10:48:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/12/bolsonaro-desafia-congresso-e-reafirma-intencao-de-veto-a-fundo-para-eleicoes-de-2020.shtml
Marcelo Odebrecht culpa a su padre por la crisis de la constructora
Marcelo Odebrecht ha estado enviando correos electrónicos a familiares y directores de Odebrecht con denuncias que afectan a la dirección del grupo, informa Bruna Narcizo.Los mensajes tratan discusiones y quejas que el empresario ha estado haciendo internamente tras su salida de prisión en diciembre de 2017.Los objetivos críticos incluyen a su padre, Emilio Odebrecht, y a su cuñado, Mauricio Ferro, quien anteriormente trabajó como director legal y está casado con Monica Odebrecht.También es citado Ruy Lemos Sampaio, un ejecutivo que asumió el lunes el cargo de CEO del holding.Según los mensajes a los que Folha ha tenido acceso, Marcelo elaboró ​​una tesis sobre los motivos de la situación actual de la constructora.Sin decirlo directamente, el empresario recprocha a Emilio los errores que habrían derivado en la recuperación judicial, con deudas que ascienden a un total de R$ 98,5 mil millones.Muchos de los correos electrónicos detallan el borrador de 64 páginas que Marcelo escribió y envió a los líderes de la compañía, incluso al área de buenas prácticas corporativas.En uno de ellos, tiene la intención de compartir el documento con los fiscales de la Operación Lava Jato.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGA Lea el artículo original
2019-12-19 10:55:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/economia/2019/12/marcelo-odebrecht-culpa-a-su-padre-por-la-crisis-de-la-constructora.shtml
Após 'Superman', Henry Cavill é bruxo em série da Netflix: 'Vivo na fantasia'
Conhecido por interpretar o herói ficcional Superman nos cinemas, Henry Cavill, 36, foi recebido aos gritos pelos brasileiros no início deste mês, quando veio a São Paulo de surpresa para participar da CCXP 2019.A vinda do ator não foi sem motivo: novo protagonista da série “The Witcher”, que estreia nesta sexta-feira (20) na Netflix, ele viajou a convite da plataforma de streaming para falar sobre a produção, junto à produtora Lauren Schmidt Hissrich.Em conversa com a imprensa, Cavill afirmou que já era fã da sequência de livros que serviu de base para a série homônima, bem como do game inspirado nela, “The Witcher 3”. A história gira em torno de um dos últimos bruxos do Planeta Geralt e suas aventuras como um caçador de monstros solitário.“Ele é essencialmente bom”, diz o ator sobre seu personagem, que ele caracteriza como “muito interessante”. “Todos são heróis nessa história [...] Foi muito fácil para mim me transportar para esse lugar."Inserido em um mundo de fantasia, especialmente por sua trajetória como personagem na DC, Cavill diz que foi um prazer participar da nova série, assim como ainda gostaria de interpretar diversos outros personagens do universo fantástico. "Não sei se foi eu que aceitei [participar da série]. Acho que eles que me aceitaram", brinca. “Foram vários motivos [que me fizeram querer participar]. Sou fã de 'The Witcher', e tenho vivido na fantasia desde pequeno [...] Este é um sonho se tornando realidade.” ​Hissrich adianta que a nova série "terá um pouco de tudo": "Têm aventura, romance… [...] É por isso que escolhemos fazê-la”. Ela também diz que costuma ser questionada sobre se a produção se baseia em seu cunho político.“Não é, porque 'The Witcher' não se passa na América de 2019. [...] Dito isso, qualquer um que tenha lido os livros sabe que é um mundo bastante politizado. É uma história de um monte de pessoas que estão vivendo em uma época e em um lugar realmente muito difíceis, e lutando para que se sintam pertencendo. E isso me faz querer que as pessoas que assistam comecem a ter empatia por eles.”Com gravações em diferentes lugares da Europa, mas especialmente em Budapeste, Cavill afirma que chegou a ficar “fisicamente exausto”, mas que não vê a hora de a produção estrear. Um segundo ano da série já está confirmado para 2021, e terá oito episódios, assim como a primeira temporada.Hissrich diz que a continuação começa a ser produzida no segundo trimestre de 2020, e se sente ansiosa para isso. “É muito legal porque a primeira temporada passa por um período difícil muito rapidamente. A história fica mais centrada na temporada dois. Temos mais personagens interagindo entre si, novos relacionamentos, e foi muito feliz escrever isso."
2019-12-19 10:00:00
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Cinema e Séries
https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2019/12/apos-superman-henry-cavill-e-bruxo-em-serie-da-netflix-vivo-na-fantasia.shtml
Com maioria conservadora, Parlamento britânico vai votar acordo do brexit nesta sexta
O governo britânico anunciou nesta quinta-feira (19) que o esperado acordo para a saída do país da União Europeia será votado nesta sexta (20) no Parlamento. Com a maioria conservadora conquistada eleição da semana passada, a expectativa é que o pacto passe com tranquilidade. A confirmação da data da votação ocorreu momentos antes de a rainha Elizabeth 2ª, 93, fazer seu tradicional discurso na Casa. A fala marca o início oficial da nova sessão Legislativa no país. O texto, escrito pelo premiê Boris Johnson e seus ministros, apresenta o programa do governo para o próximo ano. Como não poderia deixar de ser, o brexit foi citado como uma das prioridades, mas sem muitos detalhes.Além da saída do bloco europeu, o aumento de recursos para o NHS (sistema público de saúde) e penas mais duras para terroristas estiveram entre os principais pontos do discurso de Elizabeth.A proposta para o NHS prevê aumentar os recursos da saúde em 33,9 bilhões de libras (R$ 179 bi) até 2024. Já a mudança na lei para casos de terrorismo prevê pena mínima de 14 anos de prisão para envolvidos em ataques, entre outras medidas.Elizabeth também falou sobre uma "lei de espionagem", que iria "prover os serviços de segurança com as ferramentas de que eles precisam para desmantelar atividades hostis".As medidas dessa possível lei foram citadas de forma vaga, como "criar novas tipificações criminais para enquadrar outras atividades prejudiciais".O discurso citou, ainda, propostas para ampliar o tempo de prisão em casos de crimes violentos e sexuais e o plano de exigir documento com foto na hora de votar em eleições. A fala da rainha foi bastante similar ao discurso que ela fez em outubro, quando se iniciou outra legislatura, suspensa pouco depois, pois o Parlamento decidiu antecipar as eleições.Nas duas ocasiões, a monarca citou o brexit como prioridade. Ela afirmou também que uma nova lei de imigração tiraria as vantagens de cidadãos do bloco, hoje com livre trânsito. Eles passariam a ser tratados da mesma forma que os demais estrangeiros. O governo defende um sistema de pontos, similar ao da Austrália, para escolher quais imigrantes serão aceitos no país. Logo após a fala da monarca, o próprio Boris afirmou aos parlamentares que seu primeiro objetivo é aprovar logo a saída da UE para, depois, tratar dos outros assuntos.Seu governo já publicou a versão atualizada o texto do acordo que será votado pelos parlamentares na sexta.Em relação a edição anterior, o texto diminui a proteção a trabalhadores, retira garantias a crianças refugiadas desacompanhadas e minimiza o papel do Parlamento nas próximas negociações com o bloco europeu. A aprovação do pacto —que estabelece como ficará a relação entre Londres e Bruxelas após a separação— é, até este momento, o maior entrave para o brexit. Foi a incapacidade de conseguir fazer o texto passar pelo Parlamento que levou a primeira-ministra anterior, Theresa May, a renunciar ao cargo e que obrigou Boris a convocar uma nova eleição para tentar resolver o impasse. Mas, com a maioria conquistada na eleição, a expectativa é que o texto finalmente passe com tranquilidade na primeira votação na Câmara dos Comuns (a Câmara Baixa do Parlamento, a mais importante no país) nesta sexta. O Parlamento deve entrar em recesso depois disso e só retornará na primeira semana de janeiro, quando a expectativa é que o texto seja aprovado em definitivo e siga para a Câmara dos Lordes (a Câmara Alta, que não tem poder para barrar o acordo, apenas para atrasá-lo).Se tudo correr como esperado, o acordo deve ser receber a bênção da rainha até meados de janeiro, o que permitiria que o brexit finalmente acontecesse na data para a qual está marcado: 31 de janeiro de 2020. Em seguida, começaria um período de transição. O governo de Boris inclui no novo acordo uma cláusula para impedir que essa fase seja estendida além de 2020. Além disso, o premiê também deve ter como desafio manter a unidade no Reino Unido. A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, enviou nesta quinta uma carta para Boris pedindo que ele permita um plebiscito sobre a independência do território.O premiê britânico negou o pedido de imediato e foi alvo de críticas dos deputados do separatista Partido Nacional Escocês, que também saiu fortalecido das urnas.
2019-12-19 09:39:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/12/em-discurso-rainha-elizabeth-2a-defende-mais-recursos-para-saude-e-pena-maior-para-terroristas.shtml
'Não tenho nada a ver com isso', diz Bolsonaro sobre suspeitas contra filho Flávio
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou nesta quinta-feira (19) a operação realizada um dia antes pelo Ministério Público do Rio de Janeiro com foco em seu filho mais velho, o senador Flávio (sem partido-RJ). E disse não ter nada a ver com as suspeitas contra o filho e seus ex-assessores.A Promotoria aponta suspeitas sobre um policial militar, uma loja de chocolate e imóveis de Flávio Bolsonaro como meios para lavagem de dinheiro da suposta "rachadinha" no gabinete dele na Assembleia Legislativa de 2007 a 2018. A prática da "rachadinha" consiste em coagir servidores a devolver parte do salário para os deputados.Nesta quinta-feira, na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para cumprimentar simpatizantes, o presidente inicialmente se negou a comentar a investigação. Depois, disse não ter nada a ver com o caso."O Brasil é muito maior do que pequenos problemas. Eu falo por mim. Problemas meus podem perguntar que eu respondo. Dos outros, não tenho nada a ver com isso", disse, ao recomendar que a imprensa procure o advogado do filho.O pivô da investigação é Fabrício Queiroz, policial militar aposentado que era assessor de Flávio. A origem da relação de Queiroz com a família Bolsonaro é o presidente da República. Os dois se conhecem desde 1984 e pescavam juntos em Angra dos Reis.Queiroz depositou R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro em 2016. O presidente afirma se tratar de parte da quitação de um empréstimo de R$ 40 mil.Nesta quinta, o presidente citou investigações e apurações contra ele que, na opinião dele, foram injustas. Ele lembrou, por exemplo, quando foi acusado de racismo, inquérito que acabou arquivado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).Bolsonaro também ressaltou depoimento citando seu nome como parte do inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL). O porteiro do condomínio do presidente, que havia feito referência a seu nome, depois corrigiu o depoimento.O presidente foi, então, questionado se insinuava que o Ministério Público estava perseguindo Flávio. Como resposta, citou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, seu adversário político.Segundo ele, uma gravação, identificada pela inteligência do governo, tentou relacioná-lo a atividades de milícias. Bolsonaro não explicou, no entanto, sobre que áudio fazia referência. "Vocês sabem o caso Witzel, que foi amplamente divulgado. A inteligência levantou. Já foram gravadas conversas de dois marginais usando meu nome para dizer que sou miliciano", disse. Um dia antes, agentes do Ministério Público cumpriram 24 mandados de busca e apreensão ligados à apuração sobre a prática de "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio. Estão sendo investigados crimes de peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.A operação ocorreu após quase dois anos do início das investigações contra Fabrício Queiroz, policial militar aposentado que foi assessor de Flávio de 2007 a 2018 e cujas movimentações financeiras atípicas estenderam as suspeitas ao filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Em 2019, após pedido de Flávio, as apurações do caso chegaram a ser suspensas a partir de julho por liminar (decisão provisória) do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli. Após decisão do plenário da corte, foram retomadas neste mês. A apuração sobre Flávio começou em janeiro de 2018. O antigo Coaf, órgão federal hoje rebatizado de UIF (Unidade de Inteligência Financeira) e ligado ao Banco Central, enviou na época espontaneamente um relatório indicando movimentação financeira atípica de Queiroz de R$ 1,2 milhão de janeiro de 2016 a janeiro de 2017.Além do volume movimentado, chamou a atenção a forma com que as operações se davam: depósitos e saques em dinheiro vivo em datas próximas do pagamento de servidores da Assembleia Legislativa do Rio.Queiroz afirmou que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem conhecimento do então deputado estadual. A sua defesa, contudo, nunca apontou os beneficiários finais dos valores.​Queiroz também passou a ser uma dor de cabeça para a família presidencial para além da questão financeira. Foi o PM aposentado quem indicou duas parentes do ex-capitão Adriano da Nóbrega para ocupar cargos no gabinete de Flávio na Assembleia. O ex-PM é acusado de comandar uma das milícias mais violentas da cidade e é considerado foragido há quase um ano. Quem eram os assessores informais que Queiroz afirma ter remunerado com o salário de outros funcionários do gabinete de Flávio?Por que o único assessor que prestou depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro não confirmou esta versão de Queiroz?Como Flávio desconhecia as atividades de um dos seus principais assessores por dez anos?Por qual motivo Jair Bolsonaro emprestou dinheiro a alguém que costumava movimentar centenas de milhares de reais?De que forma foi feito esse empréstimo pelo presidente e onde está o comprovante da transação? Onde estão os comprovantes da venda e compra de carros alegadas por Queiroz?Por que há divergência entre as datas do sinal descrita na escritura de permuta de imóveis com o atleta Fábio Guerra e as de depósito em espécie fracionado na conta de Flávio?Pessoas não nomeadas por Flávio Bolsonaro - Há três casos de pessoas sem vínculo político com Flávio que foram alvo de quebra de sigilo. Elas estavam nomeadas no gabinete da liderança do PSL na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando o senador assumiu o cargo e, em seguida, as demitiuRemuneração de Queiroz - Ao comparar gastos com vencimentos de Fabrício Queiroz, o Ministério Público considera apenas salário da Assembleia e ignora remuneração que ele recebe da Polícia MilitarSaques - Há erro na indicação do volume de saques feitos por Queiroz em dois dos três períodos apontadosLaranja potencial - Promotoria atribui ao gabinete de Flávio servidora da TV Alerj que acumulava cargo com outro emprego externoPatrimônio - Ao falar sobre um negócio que envolve 12 salas comerciais, os promotores do Ministério Público do Rio escreveram que Flávio adquiriu os imóveis por mais de R$ 2,6 milhões, quando, na verdade, ele deteve apenas os direitos sobre os imóveis, que ainda não estavam quitados e continuaram sendo pagos em prestações por outra empresa que assumiu a dívida
2019-12-19 09:59:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/12/bolsonaro-chama-de-pequenos-problemas-suspeitas-sobre-filho-flavio.shtml
Iate luxuoso de Marc Anthony, ex de Jennifer Lopez, é destruído por incêndio em Miami
Equipes de bombeiros foram chamadas na noite desta quarta-feira (18) para conter as chamas que destruíram o iate luxuoso do cantor Marc Anthony.A embarcação de 120 pés, avaliada em US$ 7 milhões (cerca de R$ 28 milhões), fica em Miami, e o fogo já estava quase atingindo outras as embarcações próximas, segundo informou o site TMZ. No início do ano, o cantor havia colocado o iate à venda. Ainda não há informações sobre as causas do acidente. Marc Anthony foi casado com a cantora e atriz Jennifer Lopez de 2004 a 2014.
2019-12-19 11:22:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2019/12/iate-luxuoso-de-marc-anthony-e-destruido-por-incendio-em-miami.shtml
Mauricio Mattar já está em casa com a família após fazer bateria de exames
Após sofrer um infarto e passar por um cateterismo, o ator e cantor Mauricio Mattar já está em casa com a família, no Rio de Janeiro.Passado o susto, ele voltará a às suas atividades normais, segundo informou a assessoria de imprensa do artista. Mattar estava trabalhando em Bauru (SP) quando se sentiu mal durante a madrugada de segunda-feira (16). Após exames, os médicos descobriram que ele estava sofrendo um infarto. Ele foi, então, transferido para o Hospital das Clínicas de Botucatu, onde passou por um cateterismo. O procedimento identificou uma pequena obstrução, mas que não precisa de tratamento cirúrgico. Foi recomendado mudança de hábitos na rotina de atividade física, na alimentação e no controle do estresse. No dia seguinte, ele foi transferido de UTI móvel para o Incor (Instituto do Coração), em São Paulo, onde passou por uma bateria de exames, antes de ter alta da equipe médica.
2019-12-19 11:39:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2019/12/mauricio-mattar-ja-esta-em-casa-com-a-familia-apos-fazer-bateria-de-exames.shtml
Imposto sobre transação financeira não passa na Câmara, diz Maia sobre proposta de Guedes
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (19) que o imposto sobre transações financeiras em meios digitais proposto pelo ministro Paulo Guedes (Economia) não será aprovado na Câmara."A resposta da Câmara vai ser não", afirmou a jornalistas em reunião na residência oficial da Câmara. "Imposto sobre movimentação financeira, com o nome que se queira dar, é não. Pode dar o nome que você quiser, apelido", disse. Nesta quarta (18), Guedes disse que o governo estuda incluir na reforma tributária um imposto sobre transações financeiras em meios digitais, como por aplicativos de celular ou via o internet banking. Ao defender a proposta, ele argumentou que o novo imposto não seria igual à extinta CPMF, que sofreu críticas dentro do governo e foi barrada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).Maia, no entanto, disse que o Congresso não aceitará a criação do imposto. "Já falei com eles [equipe econômica] que não passa. O que digo a eles é que o DEM está nisso desde 2007, quando foi derrubada a CPMF. Não posso ter ficado contra a CPMF no governo do PT e no governo em que a agenda econômica é mais convergente com a que eu penso, defender a CPMF, seria uma incoerência", disse. O presidente disse ainda que a reforma tributária deve trazer alguma outra solução para a desoneração da folha, argumento usado pelo governo para afirmar que é necessária a criação do novo imposto. No entanto, não detalhou o que seria esse caminho. "Deixa o pessoal da comissão trabalhar", afirmou. Segundo Maia, a previsão é de que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma tributária seja aprovada ainda no primeiro semestre de 2020 na Câmara. Além da tributária, o presidente também desenhou um calendário de votações prioritárias do Congresso para 2020. Por ser ano eleitoral, as votações devem se concentrar apenas no primeiro semestre —a partir de agosto, as atenções dos parlamentares ficam voltadas para o pleito municipal. Mais Maia diz que tem intenção de pautar no início do ano o projeto de recuperação judicial e a autonomia do Banco Central, tema polêmico em que Maia tenta avançar desde o governo de Michel Temer. Além disso, o presidente afirmou que deve pautar o projeto de parcerias público-privadas em concessões, e o projeto de ampliação do Bolsa Família capitaneado pela deputada Tabata Amaral (PDT-SP). O licenciamento ambiental também deve entrar na agenda da Casa, e Maia voltou a afirmar que tem compromisso de votar a PEC do fim do foro privilegiado e a prisão em segunda instância, que está em tramitação na comissão especial. O presidente da Câmara defendeu ainda a necessidade de uma reforma administrativa. "Tem que ter objetivo, melhorar a qualidade do serviço e estimular o servidor público a trabalhar com um mínimo de meritocracia", disse. Para isso, é preciso criar novas regras de estabilidade. "Hoje, é passar no concurso público", disse. "Se não fizer isso, a pessoa sente que passou no concurso e não precisa fazer mais nada." Sobre privatizações, o presidente afirmou que o projeto de capitalização da Eletrobras enfrenta resistência do Senado, e portanto não deve nem chegar à Câmara no próximo ano.
2019-12-19 11:42:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/12/imposto-sobre-transacao-financeira-nao-passa-na-camara-diz-maia-sobre-proposta-de-guedes.shtml
Maia critica ameaça de Bolsonaro sobre fundo eleitoral e vê incoerência em caso PSL
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta quinta-feira (19) a sinalização do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de vetar o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões aprovado nesta semana pelo Congresso. "É um direito do presidente [vetar o fundo eleitoral]. Ele mandou [a proposta com] o valor de R$ 2 bilhões. O Congresso aprovou o valor, ratificou a posição do presidente neste tema. Se ele vai vetar sua própria proposta, é uma decisão deles", afirmou. Maia disse que esse jogo de vetos do Executivo para desgastar o Legislativo junto à opinião pública gera insegurança e pode levar a um círculo de retaliação mútua prejudicial à sociedade. “Ele veta o que ele quer, a gente vota a pauta da Câmara, a do Senado. Vão retaliar, o que posso fazer?”, disse.No Orçamento de 2020, há dois instrumentos para abastecer o caixa de partidos com recursos públicos: o fundo partidário, de aproximadamente R$ 1 bilhão (distribuído anualmente), e o fundo eleitoral, criado para financiar campanhas em ano de eleição.Na prática, um eventual veto de Bolsonaro pode prejudicar partidos rivais e colocá-los em condições de igualdade com a Aliança pelo Brasil, legenda que pretende criar nos próximos meses.Se o partido for viabilizado na Justiça Eleitoral de forma célere (um cenário, no entanto, ainda incerto), a Aliança poderá disputar a eleição municipal de 2020, mas sem recursos do fundo eleitoral e sem tempo de rádio e TV. Hoje, a distribuição dos fundos partidário e eleitoral (que financiam as legendas com verbas públicas) leva em conta os votos obtidos na última eleição para a Câmara. Pelas estimativas, caso o valor do fundo eleitoral aprovado pelo Congresso seja mantido, o PSL receberá R$ 203 milhões em 2020, e o PT, R$ 201 milhões.Maia, questionado sobre se o veto ao fundo de R$ 2 bilhões seria uma maneira de o presidente deixar o desgaste de sua aprovação com o Parlamento (já que aí caberia ao Congresso derrubar o veto, sendo que o valor aprovado foi negociado com o governo), disse que a Câmara tem um arsenal para fazer acenos populares também. “Quer fazer um aceno popular, a Câmara tem um arsenal. Não é o que fizemos nos últimos anos. Se começar esse jogo de um querer vetar para deixar o desgaste para o outro, a gente vai gerar uma insegurança para a sociedade”, disse. Depois, afirmou que pode gerar desgaste entre os dois Poderes."Se começar este jogo de a gente, em vez de priorizar nossa responsabilidade, priorizar a pressão de segmentos da sociedade, vamos gerar uma insegurança na relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo."Ele afirmou, por exemplo, que a Câmara poderia passar a aprovar pautas que têm apelo popular e inclusive propostas de campanha de Bolsonaro, como a diminuição do preço do diesel, mas não têm previsão orçamentária, obrigando o presidente a vetá-las para não ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim, o desgaste seria do Executivo."O que parece é que ele está olhando para uma parte da sociedade que, com razão, tem críticas ao fundo eleitoral e fala para esta sociedade. Agora, imagina se o Parlamento começar também a querer falar para uma parte da sociedade: vamos fazer uma política do salário mínimo com 5% de aumento real todos os anos. Vamos ser aplaudidos por grande parte da sociedade brasileira, mas vamos obrigar o presidente da República a vetar este projeto porque ele não tem amparo no Orçamento público", disse. Maia questionou ainda o discurso de que aliados do governo não teriam interesse no fundo eleitoral. "Mas para que eles estão querendo brigar pelo PSL? Porque, se eles não querem dinheiro, para que eles queriam brigar pelo PSL? Então tem uma incoerência desses defensores do governo na rede social. Eles falam uma coisa, mas querem um partido pelo dinheiro, porque fora do dinheiro o que é que o PSL tem?”, afirmou, em referência à briga de parte dos deputados do PSL, que quer deixar o partido mas levar consigo os mandatos e fundo. Sem justa causa, os parlamentares da ala bolsonarista do PSL que migrarem para a Aliança pelo Brasil perderiam o dinheiro do fundo.Apesar das críticas, Maia afirmou que a relação do Executivo com o Congresso melhorou, em especial no segundo semestre, quando o presidente parou de “atacar o Parlamento”. "A relação com a equipe econômica é boa desde o início do ano, e com o Planalto desde o segundo semestre", afirmou. Maia também defendeu a criação de um teto para o financiamento de pessoas físicas em campanhas eleitorais e de autofinanciamento de candidatos.Segundo ele, deixar apenas a limitação de 10% de renda do ano anterior gera uma distorção em favor dos mais ricos na hora de se candidatar, e dos candidatos que consigam o apoio do setor empresarial. O ideal, disse, seria acrescentar um dispositivo limitando o total a cinco salários mínimos, ou cerca de R$ 5.000."Tem que organizar um sistema que limite de um lado e limite do outro. Não pode ter um financiador financiando com R$ 10 milhões, R$ 20 milhões. Porque aí no fundo é o CNPJ dele sendo usado como CPF, e aí gera outra distorção, a favor de quem representa o setor empresarial brasileiro", afirmou.Ele afirmou ainda que é preciso retomar o debate sobre financiamento por pessoas jurídicas para a eleição de 2022. "Esse é um debate mais sensível, não é tão simples", afirmou. O financiamento empresarial está proibido desde 2015 após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), e, por isso, seria necessária a aprovação de uma mudança na Constituição. Nas últimas semanas, o Congresso chegou a discutir a possibilidade de elevar o fundo eleitoral para R$ 3,8 bilhões em 2020. A diferença, que seria de R$ 1,8 bilhão, como mostrou a Folha, representaria um desfalque nos orçamentos de áreas como saúde, educação e estrutura. Diante da repercussão negativa, líderes partidários decidiram manter o valor apresentado pelo governo para evitar um veto presidencial, em R$ 2 bilhões. A revisão no destino dos recursos públicos foi aprovada nesta terça-feira (17) e agora segue para a sanção presidencial.Caso Bolsonaro vete o fundo, os partidos podem ficar sem recursos públicos para a campanha municipal. Segundo técnicos do Congresso, cabe ao presidente decidir se toda ou nenhuma verba aprovada no Orçamento será liberada. Isso porque, no entendimento desses técnicos, o veto ocorre em todo o trecho do projeto de Orçamento.Mas, do jeito que o texto está escrito, há uma linha para destinar cerca de R$ 300 milhões e outra, no valor de R$ 1,7 bilhão, ao financiamento de campanha. Assessores legislativos dizem que um veto a apenas uma dessas linhas, que desidrataria o fundo eleitoral, seria irregular.Um veto total ou parcial geraria um desgaste ainda maior com líderes partidários. O Congresso teria poder para derrubar o ato do presidente. O que é? É uma verba pública que os partidos recebem em ano eleitoral para financiar campanhas. Passou a valer em 2018, quando distribuiu cerca de R$ 1,7 bilhão.Ele é a única fonte de verba pública para as campanhas? Não. Os partidos também podem usar recursos do fundo partidário (verba pública para subsidiar o funcionamento das legendas, distribuída mensalmente). Em 2018, foram repassados R$ 889 milhões. Neste ano, total gira em torno dos R$ 928 milhões.Quais são as outras formas de financiamento possíveis? Os candidatos podem recolher doações de pessoas físicas e podem financiar as próprias campanhas. O autofinanciamento é limitado a 10% do teto de gastos, que varia de acordo com o cargo disputado. As doações empresariais são proibidas desde 2015.Qual o valor previsto para o fundo eleitoral em 2020? O valor final está sendo discutido na comissão do Congresso que debate o Orçamento de 2020. Relatório preliminar aprovado no dia 4 previa R$ 3,8 bilhões, mas, após pressões, a quantia final deve ser reduzida para R$ 2 bilhões.Como é possível aumentar o valor do fundo eleitoral? A Lei do Teto de Gastos limita o crescimento das despesas públicas. Segundo técnicos, cortes em outras áreas permitiram que os congressistas sugerissem o aumento do fundo eleitoral.De quanto é o corte proposto? São previstos cortes de R$ 1,7 bilhão no orçamento de mais de 15 ministérios. Do total, são R$ 500 milhões em saúde (dos quais R$ 70 milhões iriam para o Farmácia Popular, que oferece remédios gratuitos à população), R$ 380 milhões em infraestrutura e desenvolvimento (que inclui obras de saneamento e corte de R$ 70 milhões do Minha Casa Minha Vida) e R$ 280 milhões em educação.Como o fundo é distribuído? A distribuição do fundo público para campanha entre os partidos acontecerá da seguinte forma nas próximas eleições: Houve uma mudança recente da divisão do fundo. Antes, o que valia era o tamanho das bancadas na última sessão legislativa do ano anterior à eleição (o que contou em 2018 foi a bancada no fim de 2017). Agora, conta o resultado da eleição.
2019-12-19 11:32:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/12/maia-critica-ameaca-de-bolsonaro-sobre-fundo-eleitoral-e-ve-incoerencia-em-caso-psl.shtml
Rio Police Target Senator Flavio Bolsonaro in Anti-Corruption Operation on Wednesday
Rio de Janeiro's prosecutor suspects that Senator Flavio Bolsonaro used real estate as a means of laundering the money from his employees' salaries during his tenure in the Rio de Janeiro Legislative Assembly between 2007 and 2018.Police agents served 24 warrants related to the corruption in Flávio's former office, which included coercing servants to share part of their salary to the parliamentarian. Agents are also investigating crimes of embezzlement, money laundering, concealment, and criminal organization.The senator's defense criticized the action but said there would be nothing that could incriminate him in the seized material.The operation took place almost two years after investigations against Fabrício Queiroz, a retired PM who was Flávio's advisor, began, and whose atypical financial movements extended suspicions to President Jair Bolsonaro's eldest son.In 2019, after Flavio's request, the findings of the case were suspended from July by the injunction of the President of the Supreme Court (Supreme Court), Dias Toffoli. After the decision of the court plenary, they were resumed this month.One of the targets of Wednesday's operation was the senator's Kopenhagen franchise at Shopping Via Parque in Barra da Tijuca (west of Rio).Flávio has owned 50% of the franchise since January 2015. The firm is cited in a report by Coaf (financial intelligence agency) that describes eight transfers, totaling $ 120,000, from it to Flavio between August 2017 and January 2018. The company was subject to bank and tax confidentiality breaches by Justice in April.Translated by Kiratiana FreelonRead the article in the original language
2019-12-19 11:53:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/brazil/2019/12/rio-police-target-senator-flavio-bolsonaro-in-anti-corruption-operation-on-wednesday.shtml
Fiat-Peugeot Merger Prepares for Success in South America
The merger between the groups FCA Fiat Chrysler and PSA Peugeot Citroën, announced in October, was confirmed on Wednesday (18) by the companies.The new company, the world's fourth-largest in sales, has a portfolio based on city compact cars, SUVs, and light cargo vehicles. South America is an integral part of this strategy.Operations in the region are subject to less stringent environmental and safety laws than those applied in European markets, North America, and even China, where there is greater pressure to electrify vehicles. This change of energy matrix implies high investments with long term returns.Recovering sales in Brazil and Argentina, the largest South American markets, means improving profitability. Most of the vehicles proposed for the continent use well-developed and well-accepted engines, with efficiency gains by combining turbo and ethanol.Recent investments made by merging automakers put them in comfortable positions for vehicle refurbishment. From 2020, PSA will produce models on the new CMP platform in Brazil and Argentina. Between 2020 and 2022, the company will launch new generations of Peugeot (208 and 2008) and Citroën (C3 and Aircross) models.Translated by Kiratiana FreelonRead the article in the original language
2019-12-19 11:57:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/business/2019/12/fiat-peugeot-merger-prepares-for-success-in-south-america.shtml
'A Ascensão Skywalker' é o filme mais criticado da saga 'Star Wars' desde 1999
“A Ascensão Skywalker”, filme ansiosamente aguardado da franquia “Star Wars”, dividiu os críticos de cinema nesta quarta-feira (18), conquistando mais detratores do que qualquer episódio da saga desde “A Ameaça Fantasma”, de 1999.“A Ascensão Skywalker”, que estreia em todo o mundo nesta quinta-feira (19), é o nono e último capítulo de uma história iniciada em 1977, quando George Lucas apresentou um jovem herói espacial chamado Luke Skywalker juntamente com uma coleção encantadora de dróides e personagens de outros mundos.No site Rotten Tomatoes, 57% das 157 críticas de “A Ascensão Skywalker” eram positivas na manhã de terça-feira —a segunda menor cifra dos nove filmes, só à frente dos 53% de “A Ameaça Fantasma”.Os espectadores que aplaudiram o novo filme consideraram “A Ascensão Skywalker” uma conclusão gratificante de uma história amada, enquanto os críticos disseram que o título dirigido por J.J. Abrams parece não ter corrido riscos para poder agradar os fãs de longa data. Para Jack Coyle, da Associated Press, trata-se de “um final disperso, de ritmo impaciente, que se curva aos fãs e reaproveita muito do que veio antes”.Justin Chang, dos The Los Angeles Times, o descreveu como “uma falta de brios épica”. “Esta ‘Ascensão’ mais parece um recuo, uma volta a uma zona de segurança emocional e temática de um cineasta com o dom de apresentar nostalgia como subversão”, disse.Outros disseram que os cineastas triunfaram na tarefa difícil de produzir um final adequado a uma história que conquistou gerações de fãs apaixonados.“Um épico de fato é, cheio de passagens magníficas —batalhas espaciais enormes e duelos de sabres de luz—, atuações cativantes e várias surpresas realmente arrebatadoras”, opinou Soren Andersen, do Seattle Times.Brian Lowry, da CNN.com, disse que o filme “se mostra altamente gratificante como um final não somente desta trilogia, mas de uma saga que levou 42 anos para ser feita”. “Abrams fez um filme ‘Star Wars’ visando as pessoas que mais o amam”, disse.As reações dos fãs divergiram daquelas dos críticos, e especialistas em bilheteria acreditam que as plateias comprarão o equivalente a cerca de US$ 200 milhões (R$ 810,8 milhões) em ingressos para “A Ascensão Skywalker” nos Estados Unidos e no Canadá durante o final de semana —o que lhe garantiria uma das maiores estreias de todos os tempos.
2019-12-19 08:53:00
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Cinema e Séries
https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2019/12/a-ascensao-skywalker-e-o-filme-mais-criticado-da-saga-star-wars-desde-1999.shtml
Exame de HIV inocenta homem que ficou preso no lugar do irmão por dois anos e meio no RN
Sem saber ler nem escrever, e com a rotina de ir trabalhar e voltar para casa, o vaqueiro Eldis Trajano da Silva, 36, se viu em um labirinto quando foi preso pela segunda vez na vida.Foi detido em meados de 2017 no lugar do irmão, Eudes Trajano da Silva, 35, procurado pela Justiça por fuga do regime semiaberto. O vaqueiro ficou por pouco mais de dois anos atrás das grades. A família sequer tinha notícias dele, que foi solto no último dia 9.O problema, segundo o juiz Henrique Baltazar, que concedeu o alvará de soltura, é que o irmão Eudes usou a documentação do familiar em crimes anteriores.No site do Tribunal de Justiça constam processos que deveriam ser atribuídos a Eudes no nome de Eldis.“Entendi que realmente ele [Eldis] estava preso no nome do outro, porque todas as vezes que o outro [Eudes] era preso, dava o nome dele”, conta o juiz. Casos como de Eldis não são exceção no país neste ano. Em novembro, foi solto o cabeleireiro Sidney Sylvestre Vieira, 31, depois de ficar 16 meses detido sem provas em Itapecerica da Serra (SP). Ele era suspeito de participar da morte de um homem que diz nunca ter visto.Em janeiro, o pai do DJ Leonardo Nascimento, 27, conseguiu soltar o filho após uma semana detido suspeito de assassinar um jovem de 22 anos. A única semelhança entre o suspeito e o DJ preso de maneira equivocada era a cor de pele, negra.Eldis é natural do Piquiri, distrito de Canguaretama, a 79 km de Natal (RN). Ainda abalado, conta que tem dificuldades para comer, dormir e sair de casa.Diz sentir dores nas costas por procedimentos na cadeia —sempre se abaixar e ficar encurvado, abraçando as pernas. Os pouco, mais de dois anos na prisão são constantemente lembrados, diz, como “uma tortura que levou parte de minha juventude”. “Tá sendo difícil demais para esquecer os momentos que passei lá dentro. Apanhando, spray de pimenta. Sofri um bocado. Era pra Justiça ter conhecido o erro que meu irmão fez, os nomes que estavam errados. Uma parte de mim ele tirou, né? De construir alguma coisa. Tem que trabalhar pra construir tudo de volta”, disse Eldis à reportagem.A agricultora e tia de Eldis, Raimunda Trajano, 69, disse que não sabia onde ele estava esse tempo todo, mas que “tinha fé que ele estava vivo”. Ela conta que, um dia antes da soltura, sonhou e sentiu que ele voltaria para casa. “Tinha essa esperança que um dia ele ia chegar. Foi a alegria maior do mundo. Foi o presente melhor que Deus me deu de Natal”.Analfabeta, ela revela que não tinha como procurar pelo sobrinho. Chegou a saber por um parente de outro preso que Eldis estava detido, mas não tinha como ir atrás dele. “Ele mandou essa notícia só uma vez. Não pude ir, não sei ler, não sei de nada, não sei andar pelo meio do mundo”, diz.Essa não foi a primeira vez que Eldis foi preso. Em 2010, após briga, deu facadas em um primo e ficou detido por cerca de um ano. O crime foi qualificado como lesão corporal e ele foi condenado a quatro meses e três dias de prisão, sendo solto em 2012. Sobre a pena mais recente, ele declara: “É uma tortura. Fica vindo na minha cabeça porque eu fiquei meio perturbado. Até hoje não esqueço dos momentos que passei lá dentro. Eu estando ali dentro estava arriscando a minha vida por causa do meu irmão. Eu pensava todo dia: meu Deus, o que eu estou fazendo aqui num canto desse? Não mexi em nada de ninguém e estou passando pelo que estou passando hoje. Vai dar um tempo pra esquecer o que eu passei lá dentro”.O quebra-cabeça envolvendo o caso de Eldis começa pela própria família e o vaqueiro, que não sabem precisar quando ele foi preso. Porém, na Justiça, consta que foi em 28 de agosto de 2017, quando ele voltava da fazenda onde trabalhava na cidade de Pedro Velho. Analfabeto, Eldis não sabia diferenciar os nomes e estava sem documentos.A possível troca só foi percebida quando foram aplicar a medicação para HIV em Eldis na cadeia. Era seu irmão, Eudes, quem tinha o vírus. O vaqueiro, então, se recusou a tomar o coquetel. Um exame confirmou que ele não tinha Aids.Quando o juiz Baltazar assumiu o caso, pediu diligências para apurar a troca. Em setembro de 2018, foi feita uma acareação entre os irmãos para saber quem era quem. Mesmo assim, Eldis continuou preso —a Promotoria pediu para analisar o caso e a situação se estendeu.Feita a identificação, o juiz acrescentou que só concluiu o engano por causa da doença. “Só tive certeza por causa disso. Porque o diretor me disse que o foragido tinha Aids. O que estava em Ceará-Mirim não tinha. Eu tive confirmação que o que estava preso era o errado por causa disso. Aids não desaparece”, conta. A defesa vai solicitar uma indenização ao estado. “Esse dinheiro nunca vai devolver o que ele viveu. É um dano irreparável”, disse a advogada Marilene Oliveira, voluntária da Pastoral Carcerária. Tentando recuperar as forças para voltar a rotina o qual estava acostumado, Eldis busca um recomeço e quer voltar a trabalhar. “Saí daquele lugar e agora vou construir minha vida. Pretendo fazer minha vida trabalhando. Sou um cabra novo.” Livre das grades que o destino lhe reservou por quase três anos, ele agora quer fechar as portas para as incertezas e abrir caminhos para uma nova vida. Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do governo potiguar afirma que recebeu o interno depois de acontecida a sua prisão "com todos os procedimentos realizados pelos órgãos da segurança pública (cumprimento do mandado prisão e exame de corpo de delito)". Quanto a agressões citadas por Eldis na prisão, a nota do estado diz: "Não existe nenhuma denúncia formalizada do interno ou de sua família nessa secretaria. Havendo, será aberta uma sindicância para a devida apuração".
2019-12-19 08:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/12/exame-de-hiv-inocenta-homem-que-ficou-preso-no-lugar-do-irmao-por-dois-anos-e-meio-no-rn.shtml
Bola pro Mato: O profeta da bola
Quando se aproxima o Ano-Novo, muitas pessoas consultam numerólogos, astrólogos, tarólogos e outros especialistas para saber o que o futuro lhes reserva. Se eu fosse boleiro, certamente buscaria as previsões não de Hernanes, o Profeta tricolor, mas do técnico, comentarista e proprietário de restaurante René Simões.“Vocês não acreditam que podem derrotar um gigante?”, perguntava ele, ainda em 1995, a um punhado de atletas amadores em uma pobre ilha do Caribe. Três anos depois, René levou os Reggae Boyz à primeira e única Copa do Mundo disputada pela Jamaica.Em 2010, veio nova previsão certeira: “Está na hora de alguém educar esse rapaz ou vamos criar um monstro”, disse o treinador, quando Neymar tinha 18 anos e xingou o então técnico do Santos, Dorival Júnior, e o capitão Edu Dracena.De lá para cá, os ataques de estrelismo do craque se tornaram constantes e, blindado por familiares e amigos, ele não liga de chamar a atenção pelas polêmicas em vez do futebol.Em maio deste ano, antes de um desconhecido Jorge Jesus pintar na Gávea para comandar o Flamengo, René acionou sua bola de cristal: “É um profissional sensacional, estatísticas são com ele. Jorge Jesus, esse eu recomendo. Vai fazer muito bem ao Flamengo e ao futebol brasileiro”.A máquina em que o Rubro-Negro se transformou sob o comando do português, com conquistas da Libertadores e do Brasileiro, dispensa comentários.Em novembro, uma opinião de René provocou um misto de críticas e gargalhadas ao comparar o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, a Cristiano Ronaldo.“Acho o Bruno Henrique do estilo do Cristiano Ronaldo com mais habilidades técnicas, mais ‘samba no pé’. É melhor [tecnicamente] do que o CR7!”Concorde-se ou não, o rubro-negro é o melhor jogador do Brasil hoje e tem tudo para se consagrar se levar o Fla ao caneco do Mundial sobre o Liverpool.Precisa de previsão para 2020? Chame o René!38 anos, é jornalista formado pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), coordenador do caderno Vencer e apaixonado pelo futebol do interior de São Paulo e do Brasil. E-mail: [email protected] podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-12-19 07:00:00
esporte
Esporte
https://agora.folha.uol.com.br/esporte/2019/12/bola-pro-mato-o-profeta-da-bola.shtml
Repórter explica operação que teve como alvos Flávio Bolsonaro e Queiroz; ouça
O senador Flávio Bolsonaro (sem partido), o policial militar aposentado Fabrício Queiroz e outros ex-assessores do filho do presidente Jair Bolsonaro foram alvo de uma operação comandada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para apurar suposta lavagem de dinheiro. As buscas e apreensões ocorrem após quase dois anos do início das investigações contra o PM aposentado. A Promotoria recebeu em janeiro de 2018 um relatório do Coaf apontando movimentações financeiras atípicas de Queiroz.Queiroz é pivô da investigação sobre a prática de “rachadinha” no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A prática consiste em coagir servidores a devolver parte do salário para os deputados. A defesa de Flávio considerou as buscas uma "invasão". Já a da família de Queiroz afirmou que recebe a ação "com tranquilidade e, ao mesmo tempo surpresa, pois é absolutamente desnecessária". O repórter Italo Nogueira participa do episódio explicando a evolução do caso Queiroz.O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando abaixo. Para acessar no aplicativo basta se cadastrar gratuitamente.Ouça o episódio:O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia.O programa é conduzido pelos jornalistas Rodrigo Vizeu e Magê Flores e tem edição de som de Thomé Granemann.
2019-12-19 05:00:00
podcasts
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https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2019/12/reporter-explica-operacao-que-teve-como-alvos-flavio-bolsonaro-e-queiroz-ouca.shtml
Caneladas do Vitão: Corinthians tem de brigar por Pedrinho na pré-Libertadores!
Ainda é cedo, amor, mal começaste a conhecer a vida, já anuncias a hora de partida sem saber mesmo o rumo que irás tomar... Alô, povão, agora é fé! A diretoria corinthiana não pode se dar ao luxo de pensar nos confrontos com o Palmeiras pela fase de grupos da Taça Libertadores do ano que vem!Para minimizar a possibilidade de um novo vexame à Tolima, como aconteceu em 2011, é imperativo a diretoria bater o pé e não abrir mão de Pedrinho! Com todo o respeito à seleção pré-olímpica da CBF, o mínimo que se espera do Corinthians é que priorize o próprio time... E, da série "cada um com seus problemas", a CBF que se vire!O Corinthians já errou tudo que podia ao adiar a demissão de Fábio Carille, que claramente já havia perdido o grupo, e aumentou o tamanho do equívoco ao aceitar que o cansadinho Tiago Nunes assumisse o time só em 2020! Tivesse trabalhado direito, o Coringão já estaria qualificado para a fase de grupos.Leite derramado, a questão agora é limpar a barra sem passar pano para a CBF! O primeiro confronto, contra um time boliviano ou o Guaraní-PAR, que tirou o Timão da Libertadores-2015, tem de rolar com Pedrinho em campo. E mais: o meia-atacante não pode ficar de fora da pré-temporada! É o que eu acho que o Corinthians deveria fazer. Não é o que, acredito, fará!Passando dessa primeira fase, mesmo pipocando para a CBF, o Timão tem ainda Cerro Largo-URU ou Palestino-URU, para, sobrevivendo aos dois mata-matas, só aí pensar no Grupo 2, encabeçado pelo maior rival.É compreensível que a Fiel (que ainda não sabe o que será o amanhã com Tiago Nunes) e a torcida que canta, vibra e corneta (que tem a esperança de que Luxa volte aos bons tempos) já projetem os duelos da fase de grupos. Diretoria, comissão técnica e elenco corinthiano não têm esse direito ainda! Guimarães Rosa: "O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia".Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!43 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do BasílioAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-12-19 07:00:00
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Carros abandonados atrapalham trânsito no Americanópolis
O autônomo Aguinaldo do Nascimento Silva, 51 anos, de Americanópolis (zona sul), reclama que alguns carros abandonados na ruas de seu bairro estão atrapalhando os moradores da região.“O problema central fica entre as ruas Pastor Rubens Lopes e Delfino Fachini. Alguns motoristas abandonaram há tempos seus veículos em local público e proibido. Por conta disso, fica difícil a passagem de outros carros nessas ruas. Peruas escolares e ambulâncias do Samu não conseguem se locomover por ali, um verdadeiro absurdo”, conta Silva. De acordo com o leitor, vários moradores se sentem incomodados com a situação e já reclamaram diversas vezes com a CET. “Nada mudou. Os carros atrapalham os moradores e o trânsito, mas ninguém faz nada. Queremos uma fiscalização rígida no local e que uma medida real seja tomada. Não dá para ficar assim. Peço a ajuda do Defesa do Cidadão para resolver essa questão. Espero que, finalmente, a CET nos ouça.” A CET informa, em nota enviada por sua assessoria, que realizou vistoria e ações de fiscalização no cruzamento das ruas Pastor Rubens Lopes com Delfino Fachini, e orientou motoristas e comerciantes sobre o estacionamento irregular. Após orientação os motoristas retiraram seus veículos estacionados no localItaú A professora Juliana de Moraes Menezes, 32 anos, afirma que fez um depósito em cheque no banco Itaú e a caixa a informou que o dinheiro estaria em sua conta em um prazo de três dias, porém o recurso não entrou. “Estou muito preocupada. Cadê meu dinheiro?”, diz a leitora. Resposta O Itaú informa, por meio de nota de sua assessoria, que lamenta que o atendimento prestado na agência bancária para a leitora não tenha ocorrido de acordo com as expectativas da consumidora. Caixa O aposentado Waltermiro Ferreira Barbosa, 78 anos, do Jaraguá (zona norte), diz que é cliente da Caixa há anos e que, recentemente, percebeu que o banco descontou um valor de sua conta sem sua autorização. “Quero uma retratação e o meu dinheiro de volta. Isso não se faz com um cliente tão antigo. Mesmo que seja um valor pequeno, tenho os meus direitos”, afirma o leitor. Resposta A Caixa informa, em nota enviada por assessoria de imprensa, que entrou em contato com o leitor e o informou que ele havia autorizado anteriormente o débito por aceite vocal. Embratel O aposentado Carlos Pinto de Almeida, 82 anos, do Jardim Patente Novo (zona sul), informa que enfrenta problemas com a Embratel, que está cobrando por serviços que ele não contratou. “Inclusive já paguei uma fatura com medo de sujarem meu nome, mesmo sem ter usado nada da empresa. Gostaria do reembolso dos valores”, diz o leitor. Resposta A Embratel informa, em nota enviada por assessoria de imprensa, que efetuou a devolução dos valores ao cliente. A empresa diz ainda que permanece disponível para esclarecer dúvidas do leitor. Carrefour"Comprei uma televisão no site do Carrefour e, ao ligá-la pela primeira vez, o equipamento apresentou uma enorme mancha escura na tela. Reclamei e a empresa retirou a TV, mas nunca mais entrou em contato para entregar uma nova", diz Ruy Kimura, 70 anos RespostaO Carrefour informa, em nota enviada por assessoria de imprensa, que fez o estorno do valor do produto no cartão do cliente. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-12-19 02:00:00
grana
Grana ou Dinheiro
https://agora.folha.uol.com.br/grana/2019/12/carros-abandonados-atrapalham-transito-no-americanopolis.shtml
Discreto no Brasil, Firmino faz jus à idolatria de fãs do Liverpool
Por trás do sorriso muito branco depois do clareamento artificial, do cabelo tingido com luzes e roupas extravagantes, Roberto Firmino é uma pessoa tímida. Idolatrado no Liverpool e adorado pelo técnico Jürgen Klopp, o atacante passa longe do mesmo reconhecimento no seu próprio país.Na última quarta (18), em Doha, ele já havia pagado a fé do treinador com gol. “Eu fiquei mais do que feliz com o que ele fez”, disse Klopp.A frase veio depois da vitória do time inglês por 2 a 1 sobre o Monterrey (MEX), na semifinal do Mundial de Clubes, no Qatar. O gol da vitória foi de Firmino e marcado aos 46 minutos do segundo tempo. Ele havia saído do banco seis minutos antes.A explosão de Klopp, que pulou na área técnica e abraçou reservas, não foi apenas pelo resultado que então garantiu o confronto com o Flamengo, na final. Firmino evitou prorrogação para um time que está desgastado fisicamente. Na decisão neste sábado (21), Firmino marcou novamente e deu ao Liverpool seu primeiro Mundial.O alemão escalou equipe quase toda reserva contra o Monterrey. Dos titulares, apenas o goleiro Alisson, o lateral Robertson e o atacante Salah começaram a partida.No sábado, Firmino (ou “Bobby” como Klopp o chama) voltou a uma das pontas de um dos tridentes mais letais do futebol mundial, ao lado do senegalês Sadio Mané e do egípcio Mohamed Salah.Maior artilheiro brasileiro na Premier League, com 52 gols em 154 jogos, o maceioense de 28 anos é muito admirado no Liverpool.Firmino tem a sua música-homenagem como uma das mais populares no estádio de Anfield, e o cântico pode ecoar pelo Khalifa International Stadium durante a decisão. Deverá ser cantado não apenas pelos ingleses, mas também pelos qataris, que abertamente preferem o Liverpool ao Flamengo.Em tradução do inglês, os versos da canção dedicada ao brasileiro seriam "Existe algo que a Kop [setor da torcida] quer que você saiba/ O melhor do mundo, o nome dele é Bobby Firmino/ Nosso número nove/ Dê a bola para ele e ele vai marcar gol sempre/ Si Señor/ Dê a bola para Firmino e ele vai marcar gols".O trecho em espanhol tem explicação. Os torcedores criaram a música após um pedido público de Klopp."Existe uma música para o Bobby Firmino? É só 'Bobby Firmino', certo? Isso não é uma música. Acho que ele realmente merece uma. Por isso quero encomendar uma música para o Bobby...", disse o treinador em 2018.Quando os torcedores decidiram atender ao apelo do alemão, os problemas de violência na final da Copa Libertadores daquele ano, entre Boca Juniors e River Plate, eram assunto também na Inglaterra. Com a exposição do caso, os torcedores adaptaram o ritmo das arquibancadas argentinas –e mantiveram parte do idioma– no tributo ao camisa 9.O canto tem a melodia da música "Y dale alegría a mi corazón", de argentino Fito Páez. Em jogos no Brasil, Firmino é quase ignorado pela torcida. Não há cantos para ele. Foi assim no título da Copa América, disputado no país neste ano. O atacante marcou dois gols, um deles na vitória contra a Argentina, na semifinal. Atual titular no ataque de Tite, ficou relegado à reserva na Copa do Mundo na Rússia, apesar das fracas atuações de Gabriel Jesus, então seu concorrente direto por uma vaga. Mesmo na condição suplente, Firmino marcou um gol. Jesus passou o torneio em branco.“Ele não fala sobre essa falta de reconhecimento”, afirma o ex-jogador Luciano Lopes, mais conhecido como Bilu, conterrâneo de Maceió que ajudou Firmino a conseguir testes no início da carreira. “Ele é muito frio, caladão, tranquilo e não se abala com isso”.O amigo aponta que a trajetória Firmino pode explicar essa diferença de prestígio na Inglaterra e no Brasil. “Talvez isso seria diferente se ele tivesse jogado em um clube do Sudeste”.Na Inglaterra, o fato de o atacante não ser titular de Tite também assusta nomes marcantes da história da Premier League.“Bobby seria titular absoluto da seleção inglesa”, disse à Folha Michael Owen, atacante histórico do Liverpool (1996 a 2004) e da Inglaterra (1998-2008).Firmino até tentou jogar no São Paulo, mas foi reprovado. Em 2008, estava de saída da base do CRB, e o DVD com lances chegou nas mãos de Bilu. De acordo com o mentor de Firmino, a avaliação no clube paulista foi malfeita porque, segundo ele, o garoto treinou só um dia com bola. Dali, Bilu bateu na porta de um ex-clube seu para apresentar o projeto de jogador: o Figueirense.Um dos destaques na campanha que promoveu o clube à Série A do Brasileiro em 2010, Firmino foi vendido ao Hoffenheim sem atuar na elite do futebol do país. Em junho de 2015, os alemães negociaram o ainda meia com o Liverpool por 41 milhões de euros (R$ 184,5 milhões em valores atuais), recorde na Bundesliga na época. No Liverpool, virou um dos xodós da fanática torcida. “Nós adoramos quem se dedica muito, tem qualidade e carisma”, avalia Matt Ladson, editor do “This is Anfield”, site independente dedicado aos Reds.“O Bobby tem tudo isso. O enorme empenho dele às vezes pode passar despercebido para quem assiste às partidas pela TV. Posso dizer que não o trocaríamos por nenhum jogador”.Nem Jurgen Klopp.
2019-12-19 02:00:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2019/12/discreto-no-brasil-firmino-faz-jus-a-idolatria-de-fas-do-liverpool.shtml
Justiça dá prazo de 60 dias para INSS responder aos segurados
A 5ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) tem confirmado decisões que podem afetar, positivamente, todos os segurados do INSS que aguardam respostas a um pedido de benefício previdenciário há mais de dois meses.O tribunal, que atende estados do Sul, está determinando que o INSS analise e conclua em 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias (se forem explicados os motivos), os pedidos de benefícios assistenciais de idosos e pessoas com deficiência. A tolerância de 60 dias já é prevista em lei federal, mas segurados têm esperado por muito mais tempo. Segundo o TRF-4, na semana de 3 de dezembro, 25 casos foram analisados. Os requerentes apresentaram mandados de segurança na Justiça Federal após esperarem mais de um ano pela resposta do instituto.Para especialistas, as decisões do tribunal podem servir de base para que segurados exijam uma resposta do órgão dentro do prazo máximo de 60 dias, seja no posto ou na Justiça."O benefício previdenciário tem natureza alimentar. Quanto mais cedo o segurado ou seu dependente tiver a resposta do INSS, melhor, principalmente a pensão por morte", diz a advogada Adriane Bramante, do IBDP."Mas eles [técnicos do INSS] não estão dando conta. Muitos nem decisões judiciais estão cumprindo", ressalva a advogada.Em nota, o INSS afirma que, "nos últimos anos, em especial em 2018, houve significativa diminuição da produtividade na análise de benefícios por parte do INSS, gerando um represamento mensal de processos não analisados e atraso na resposta ao cidadão".O órgão diz que, em 2019, série de ações foi planejada para agilizar o processo e tem gerado resultados.Segundo o INSS, em janeiro a produtividade mensal era de 655 mil decisões e, em outubro, foi de 977 mil. O órgão diz que o tempo médio de concessão de benefícios em novembro foi de 59 dias."Ainda que não se desconheça o acúmulo de serviço a que são submetidos os servidores do INSS, impossibilitando, muitas vezes, o atendimento dos prazos estipulados em norma legal, a demora na resposta por parte da Administração não pode extrapolar limite aceitável, sob pena de contrariar os princípios da eficiência e da razoabilidade", afirmou o desembargador federal Osni Cardoso Filho, em sua decisãoO INSS tem prazo para conceder o benefício? E se demorar mais do que o prazo previsto na lei?Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-12-19 02:00:00
grana
Grana ou Dinheiro
https://agora.folha.uol.com.br/grana/2019/12/justica-da-prazo-de-60-dias-para-inss-responder-aos-segurados.shtml
O ano do podcast na Folha
O rápido crescimento da produção e do consumo de podcasts no Brasil faz com que há algum tempo se celebre cada ano que passa como “o ano dos podcasts” no país. Assim foi dito a respeito de 2018, de 2017, e de antes disso.De tão repetida a expressão —e 2019, é o novo ano dos podcasts?— é usada em tom de gracejo, mas vamos lá: este ano que caminha para o fim é sem dúvida um marco para a produção de jornalismo em áudio na Folha.As sementes foram plantadas antes, sobretudo no ano passado, quando produzi, com Victor Parolin, o Presidente da Semana. Dedicado a contar a história de todos os presidentes do Brasil, o programa acumula mais de 5 milhões de acessos em seus 29 episódios.Os bons números do podcast presidencial deram força a uma proposta feita ainda no começo de 2018: um programa diário de notícias. O plano ganhou tração com uma parceria com o Spotify, e em 1º de janeiro de 2019 estreou o Café da Manhã, apresentado por mim e Magê Flores.Acessível pelo Spotify e pelo site da Folha, o Café, para os íntimos, conta de maneira direta e acessível o fundamental do noticiário. Conciliando leveza na narrativa e o rigor do jornalismo da Folha, navegamos pelos principais acontecimentos de 2019, como as novidades e controvérsias do novo governo brasileiro e as convulsões políticas e sociais pelo mundo.O ouvinte do Café teve acesso em um novo formato aos principais conteúdos produzidos no ano pelo jornal: a série especial sobre desigualdade e o GPS eleitoral; conversas com Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Sergio Moro e Nicolás Maduro; as informações, análises e opiniões de Clóvis Rossi, Patrícia Campos Mello, Antonio Prata, Ana Estela de Sousa Pinto, Mônica Bergamo, Reinaldo Azevedo, Sylvia Colombo, João Pereira Coutinho e Alexa Salomão, entre outros.Investimos, por vezes com apoio de colegas da Redação, em conteúdo exclusivo em áudio. Fizemos gráficos sonoros. Fomos a um clube de tiro para debater a flexibilização do acesso a armas. Trouxemos ex-presos da Lava Jato ao estúdio. Testemunhamos como é viver 100% offline —ou totalmente online. Relacionamos passado e presente para falar dos 50 anos da fantástica viagem humana à Lua e dos 130 anos da combalida República brasileira. Fizemos três episódios com plateia.O Café se tornou o segundo maior podcast do Brasil no ar no Spotify, com 77% da audiência formada por ouvintes com menos de 34 anos. Uma das maiores alegrias da equipe que o produz é acompanhar o constante retorno do público, com elogios, críticas e sugestões —em alguns casos, são pessoas que começam a se relacionar com o jornalismo profissional. “Eu me sinto muito maduro ouvindo o Café da Manhã” é um comentário não exatamente raro.O que começou com uma produção de podcasts em ritmo de guerrilha lá atrás se consolidou em 2019 em uma editoria com jornalistas trabalhando exclusivamente com áudio, e em outros nove produtos além do Café.Todo esse material sonoro é editado por Thomé Granemann, à frente do design sonoro do Café da Manhã, e Renan Sukevicius, que, além de editar, produz e apresenta o Todas as Letras, sobre diversidade, e 40 Semanas, sobre gravidez (com Melina Cardoso). Sob coordenação da editoria de podcasts, jornalistas da Folha produzem programas como Expresso Ilustrada, que trata de cultura; Ilustríssima Conversa, de entrevistas com autores de não-ficção; Bola de Chumbo, sobre futebol e política; Do Lado Direito do Peito, a respeito da direita; e Folha na Sala, sobre educação, feito em parceria com o Itaú Social.De olho na ascensão do conteúdo acessado via comando de voz em smartphones e alto-falantes, produzimos ainda um boletim diário em áudio com um resumo das notícias do dia, com edições no começo da manhã e no fim da tarde.No ano que vem, tem nova temporada do Café da Manhã e mais projetos no forno. Só posso imaginar que 2020 será o ano dos podcasts no Brasil —e na Folha.
2019-12-19 02:00:00
podcasts
Podcasts
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Marcelo Odebrecht acusa o pai de levar empresa à recuperação judicial
Nos últimos dias, o empresário Marcelo Odebrecht, 51, tem encaminhado emails para familiares e diretores da Odebrecht com denúncias que atingem pessoas-chave da direção do grupo.No conjunto, as mensagens trazem discussões e queixas que o empresário vem fazendo internamente desde que deixou a prisão, em dezembro de 2017, mas que estavam restritas a um grupo pequeno.São alvos de críticas o seu pai, Emílio Odebrecht, o seu cunhado, Maurício Ferro, que já atuou como diretor jurídico do grupo e é casado com Mônica Odebrecht, bem como Ruy Lemos Sampaio, executivo que assumiu nesta segunda-feira (16) o posto de diretor-presidente da holding. De acordo com as mensagens às quais a Folha teve acesso, Marcelo construiu uma tese sobre os motivos que levaram a Odebrecht à atual situação. A companhia passa por uma das maiores recuperações judiciais da história do país, com dívidas que chegam a R$ 98,5 bilhões.Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do grupo Odebrecht afirmou que o conglomerado não irá se pronunciar sobre o assunto.Muitos dos emails detalham o conteúdo de uma minuta com 64 páginas que o próprio Marcelo redigiu e enviou para executivos da empresa, inclusive para a área de compliance (responsável por boas práticas corporativas).Em uma das mensagens, o empresário manifesta a intenção de enviar a minuta para a força-tarefa da Lava Jato.Questões familiares aparecem em muitas mensagens. Até hoje, por exemplo, Marcelo narra nunca ter conseguido aceitar o que ele chama de “traição de Mauricio Ferro”, que chegou a ser preso por suspeita de corrupção. Ele escreve que “o maior prejuízo nem foram os R$ 200 milhões roubados, mas tudo o que ele fez, destruindo a Odebrecht e as relações familiares, para ocultar este roubo”. O suposto desvio ainda está sob investigação.O pai também é citado. Ainda que não afirme diretamente, Marcelo coloca na conta de Emílio muitos dos erros que teriam levado à recuperação judicial da Odebrecht, sobretudo por omissão. Filho e pai romperam relações quando Marcelo ainda estava cumprindo pena em Curitiba. Em um dos emails, Marcelo questiona uma operação feita por Emílio Odebrecht. Segundo ele, o pai teria esvaziado a Kieppe, holding familiar controladora da Odebrecht, ao adquirir para si fazendas avaliadas em R$ 600 milhões e ter feito o pagamento com ações da Kieppe e não com seus próprios recursos. Marcelo diz num texto que as ações da Kieppe “tinham um valor totalmente questionável desde 2016, e hoje não valem praticamente nada”.O pai, segundo Marcelo, ainda teria utilizado o seu poder no comando para nomear executivos que tinham “conflito de interesse”. Na avaliação dele, os escolhidos não focavam na gestão dos negócios e, muitas vezes, tomavam decisões em benefício próprio e em prejuízo à Odebrecht. Marcelo questiona em particular a escolha de Sampaio para assumir o conselho de administração do grupo e, mais recentemente, o cargo de diretor-presidente, argumentando que o executivo atua em favor dos interesses de Emilio e de seus próprios, inclusive para evitar investigações que poderiam incriminá-lo. Em um dos emails, Marcelo relata para um grupo de diretores, incluindo a diretora de compliance, Olga Pontes, que “existem evidências fortes, inclusive registros no My Web Day e Drousys [sistemas usados pela empresa para gerir o pagamentos de propinas], de que RLS [sigla para Ruy Lemos Sampaio], o representante escolhido pelo mandatário [Emílio Odebrecht], recebeu ou intermediou pagamentos indevidos. Isto entre outros fatos, como de obstrução à Justiça, que precisam ser urgentemente apurados”. O empresário também diz que Sampaio trabalhou para impedir que sua atuação fosse descoberta. “No âmbito da ODB [sigla para Odebrecht], porém, RLS não apenas conseguiu bloquear as investigações, passando por cima de todos os compromissos que assumimos publicamente e com as autoridades, como deflagrou uma jornada rancorosa de vingança pessoal [contra Marcelo].”O empreiteiro detalha que solicitou investigações internas sobre os fatos, que teriam sido bloqueadas por Sampaio. Marcelo afirma que alguns desses pagamentos, que Sampaio teria acompanhado, já foram identificados na ação penal do sítio de Atibaia. As informações que envolvem Sampaio, inclusive, estão em um parecer técnico feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nele, o perito contador Claudio Wagner destaca: “Visando identificar as iniciais ‘RLS’ e não deixar nenhuma margem para suposições, localizamos referidas iniciais em mais seis ocasiões na planilha [que registrava propina]”. A questão do conflito de interesses é uma temática recorrente dos emails e remete até ao acordo de delação firmado com o DoJ (sigla em inglês para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos).Marcelo diz que é necessário investigar a troca do escritório de advocacia americano contratado pela Braskem, ainda em janeiro de 2015, em alinhamento com o DoJ, para iniciar as investigações independentes no âmbito da Braskem. “Neste sentido tudo indica que esta troca fez parte da estratégia de, no âmbito do acordo de leniência da Braskem, fornecer apenas ‘informações controladas’, tanto às autoridades brasileiras, quanto ao DoJ”, afirma Marcelo na minuta encaminhada para a chefe do compliance. Segundo ele, “a troca do escritório de advocacia americano contratado pela Braskem parece ser também parte da estratégia (ou do “efeito cascata”) de ações para obstruir as investigações”.“Agiram de má fé, quando não criminosamente no entendimento do colaborador (Marcelo), quando da negociação do acordo com as autoridades americanas, em evidente prejuízo não apenas da verdade dos fatos, como da efetividade da colaboração, e dos próprios colaboradores. Ressalte-se, também o imenso prejuízo tangível e intangível que trouxe a Odebrecht nas suas operações internacionais. Um prejuízo que seguramente supera os U$$ 5 bilhões em perdas de ativos (especialmente concessões) e contratos de obra no exterior”, diz o trecho da minuta. Marcelo afirma ainda que foi este fato “a principal causa para a deterioração econômica da Odebrecht ocorrida desde 2015, e que acabou por conduzir a Odebrecht SA e várias de suas controladas a grave situação financeira atual com quase todas as empresas em recuperação judicial ou extra-judicial”.A empresa firmou um acordo de colaboração com o DoJ em dezembro de 2016 e o departamento tornou público parte das delações, expondo negociações de propinas em vários países que a empresa atuava. Após esse procedimento que a empresa perdeu contratos e renda nestes locais. Marcelo ainda faz críticas recorrentes à falta de transparência do comando da empresa, principalmente em relação à recuperação judicial. Quando foi informado que a Odebrecht buscava um parecer para justificar a não abertura destas informações, ele rebateu em um email: “Parecer se busca para proteger uma decisão que se quer tomar, e não para se tomar a decisão certa.”O capítulo mais recente das divergências ocorreu há uma semana, no dia 12, quando Ruy Sampaio pediu a demissão de Zaccaria Junior, então diretor de relações com a imprensa da construtora Odebrecht. Zaccaria atuava como assessor de imprensa de Marcelo e isso foi usado para justificar o seu desligamento.O anúncio da demissão foi mal recebido internamente. Luciano Guidolin, então presidente, colocou o cargo à disposição, e foi seguido pelo diretor de RH, Daniel Villar.Ruy Sampaio, então, assumiu a companhia, provocando forte reação de Marcelo.“É uma aberração, em todos os sentidos, ele [Zaccaria] ser demitido por estar fazendo justamente o que foi orientado pela empresa/por seus líderes: me apoiar no contato com a mídia, justamente para assegurar, dado o impacto de tudo que falo, alinhamento de meus posicionamentos com a empresa”, diz Marcelo em um email endereçado a Alexandre Assaf, do comitê de ética da construtora.A partir daí, Marcelo trouxe à tona questões que, até então, estavam restritas.Procurado pela Folha, o empresário Marcelo Odebrecht afirmou que “tudo que tem a dizer já foi declarado à empresa e às autoridades”.
2019-12-19 02:00:00
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Mercado
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Para criar novas represas, Turquia alaga cidades com tesouros arqueológicos
O minarete se ergue das águas do rio Eufrates, dando prova inconteste de que ali havia uma mesquita.Se a torre à qual o imã sobe para chamar os fiéis à oração é o ponto mais alto do templo, imagina-se quanto jaz ali embaixo —aliás, não se imagina apenas; entrevê-se, sob o tom azul-esverdeado do rio.A emoção de navegar pelas águas de um dos cursos fluviais mais importantes da história da humanidade se tinge de melancolia diante da visão do vilarejo semisubmerso de Savasan, que fica no distrito de Halfeti, província de Sanliurfa, no sudeste do país.O caso da cidade, cuja fundação remete ao ano 855 a.C., sepultada pela construção da represa de Birecik (pronuncia-se "Biredjik") não é único na história da Turquia, país onde os rios se represam para geração de energia e irrigação. A represa Atatürk, por exemplo, permitiu, entre outras atividades, o plantio de algodão nos arredores de Sanliurfa. Para isso, tiveram de desaparecer Nevali Çori, importante sítio arqueológico do Neolítico, e Samósata, capital do reino de Comagena.Em pouco tempo, a história deve se repetir em Hasankeyf, cidade que tem entre 10 mil e 12 mil anos de existência, situada às margens do rio Tigre.Houve movimentação de arqueólogos e historiadores, desistência de financiadores, queixas ao Parlamento Europeu, protestos dos próprios habitantes, tudo para impedir essa nova inundação, que permitirá o funcionamento de uma hidrelétrica. O governo manteve-se firme na intenção, e as águas podem subir a qualquer momento. Uma porção dos moradores foi deslocada para novos assentamentos, bem como parte dos monumentos.Jardins, mesquita, igrejas e tumbas, porém, perecerão com o fechamento das comportas da barragem de Ilisu.Acontece que a porção da Mesopotâmia que coube ao que hoje é a Turquia não é a do Crescente Fértil —arco territorial favorecido pelos rios Tigre, Eufrates e Nilo.O sudeste da Turquia corresponde à Alta Mesopotâmia, bastante mais árida. Para vencer o peso desse fator natural no desenvolvimento da região, desde os anos 1970 o país investe num plano de represas e hidrelétricas.Como as nascentes do Tigre e do Eufrates se encontram em território turco, as obras interferem na vazão dos rios, segundo a Síria e o Iraque. Os governos dos dois países mais ao sul, banhados pelos rios, protestaram contra os prejuízos que os projetos da Turquia acarretariam. A Turquia e a Síria fecharam um acordo para garantir a vazão do Eufrates, mas a guerra na Síria não contribui para sua observação.Em Halfeti, existe a intenção de tornar os edifícios remanescentes em hotéis, lojas e restaurantes. Por ora, navega-se até o que são ruínas.O passeio pelo rio Eufrates pode incluir uma parada no Rum Kale, uma fortaleza que, no momento da visita desta jornalista, encontrava-se fechada para restauro.Resta a Halfeti, além de ser uma das testemunhas da escolha de sepultar o passado em nome do futuro, a fama por suas dúbias rosas negras. Uns dizem que elas só nascem ali e só no verão, graças ao pH da água do rio Eufrates. Outros, que não são negras, mas carmesim escuro. Botânicos não dão registro fidedigno da existência dessa variedade. A jornalista viajou a convite do Ministério da Cultura e Turismo da República da Turquia R$ 2.944 8 noites em Istambul, na Decolar Hospedagem em quarto duplo, sem regime de alimentação, no Timeks Hotel. Não inclui passeios. Com passagem aérea a partir do aeroporto de Guarulhos (SP)€ 869 (R$ 3.909) 8 noites em Istambul e na Capadócia, na Schultz Três noites em Istambul, duas na Capadócia, uma em Pamukkale, uma em Kusadasi e uma em Çanakkale. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui cinco almoços e cinco jantares. Com passeios pelos principais pontos turísticos dos destinos (guia em português acompanha) e traslados. Sem passagem aérea. Pacote válido até março de 2020, com saídas às sextas-feirasUS$ 1.567 (R$ 6.362) 9 noites em Istambul, Ancara e Capadócia, na Trains & Tours Duas noites em Istambul, duas na Capadócia, duas em Kusadasi, uma em Ancara, uma em Pamukkale e uma em Çanakkale. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Sem aéreoR$ 15,8 mil 7 noites em Istambul, no Shangri-La Bosphorus Pacote para casal, com check-in em 27 de dezembro. Inclui café da manhã. Sem passagens aéreas
2019-12-19 01:00:00
turismo
Turismo
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Na Turquia, suba o morro para ver sol nascer em tumba de rei
Na província de Adiyaman, localiza-se um dos mais surpreendentes sítios arqueológicos da Turquia. Considerado patrimônio pela Unesco desde 1987, o monte Nemrut é um passeio para viajantes mais dispostos.Isso porque o mausoléu do rei Antíoco 1º de Comagena (69-34 a.C.) situa-se numa montanha a mais de 2.000 metros de altitude, cuja porção final se sobe a pé —ou no lombo de burricos. Para explorá-lo, é preciso primeiro escolher um pouso. Kahta e Karadut, este um vilarejo, são mais próximas. Já as cidades de Malatya e Adiyaman ficam a cerca de 100 km do sítio— a segunda, onde ficou a repórter, tem rede hoteleira mais completa. A hora mais deslumbrante para a visita é também a que exige mais sacrifício do turista: o amanhecer. Considerando o deslocamento do hotel até o sítio e os trâmites para a subida (primeiro uma van, depois o trecho final, que na maior parte tem degraus), será necessariamente uma noite de pouco ou nenhum sono.No entanto é de fato um espetáculo ver o sol extrair da escuridão o monumento.Aos poucos vão se dourando as milhares de lascas de pedras que compõem o “hierotheseion” —palavra de origem grega que designa o local sagrado de sepultamento do rei que se clamava indicado por deus. O que parecia o topo de uma montanha é uma construção humana feita para louvar Antíoco.Enormes estátuas sem cabeças e suas enormes cabeças sem corpo, dispostas em dois terraços, cercam a tumba de 145 metros de diâmetro e 50 metros de altura. São animais —um leão, uma águia— e deidades —como Zeus e Apolo—, além do próprio Antíoco. É preciso dizer que será difícil obter numa visita comum as lindas fotos que uma busca na internet mostra. Haverá quantidades de turistas com o mesmo objetivo, e mesmo observar com calma as estátuas exige paciência.A dica é apreciar o nascer do sol, guardar na memória as imagens que a maioria das câmeras não reproduziria de maneira fidedigna e, depois, com vagar, observar os detalhes do monumento. O rei Antíoco era supostamente descendente de Dario da Pérsia, pelo lado paterno, e de Alexandre, o Grande, pelo materno. A importância simbólica desse sincretismo genealógico, verdadeiro ou não, era afirmar a independência do pequeno reino de Comagena, situado entre leste e oeste.Nas estátuas, compostas de blocos que chegam a pesar nove toneladas, misturam-se traços dessas civilizações.Quando der por encerrada a visita, tome uma das vans que descem de volta para o ponto de partida, uma construção onde há loja e café. Será uma pausa bem-vinda em especial para os visitantes matinais. A região sudeste da Turquia tem clima bastante seco e, em boa parte do ano isso se traduz em temperaturas baixas, sobretudo em grandes altitudes. Ou seja, há grandes chances de que faça frio no dia da sua visita, ainda mais —de novo— se ela for de madrugada, mesmo na época mais recomendável para ir o país, entre a primavera e o outono do hemisfério Norte.Por isso, ainda que no ponto de partida haja aluguel de cobertores, o melhor é ir preparado com trajes adequados, como sapatos confortáveis, de preferência para trilha, evitando escorregões nas pedras, e roupa quente. Vale a velha recomendação de se vestir por camadas. O caminho de volta deve incluir uma parada nos vestígios de Arsameia, a capital de verão do reino de Comagena —a sede-titular do reino era Samósata, que ficava situada à margem oeste do rio Eufrates e, como o sítio arqueológico de Nevali Çori, foi inundada pela represa Atatürk. Ali encontram-se outras esculturas em pedra, entre as quais destaca-se um grande relevo de uma “dexiosis” —termo, na arte grega, para a representação de um aperto de mão. No caso, entre o semideus Héracles e o rei —de acordo com algumas fontes, o próprio Antíoco, segundo várias outras, Mithridates.A peça, talhada por volta do ano 50 a.C., situa-se à entrada de um túnel, de uso incerto, sobre o qual há uma extensa inscrição em grego. O texto relata a fundação da cidade pelo rei Arsames, do império Selêucida, fala da paz selada com Comagena pelo casamento entre sua filha Laódice e Mithridates e, por fim, descreve que ali Antíoco construiu a tumba de seu pai.R$ 2.944 8 noites em Istambul, na Decolar ( decolar.com) Hospedagem em quarto duplo, sem regime de alimentação, no Timeks Hotel. Não inclui passeios. Com passagem aérea a partir do aeroporto de Guarulhos (SP)€ 869 (R$ 3.909) 8 noites em Istambul e na Capadócia, na Schultz (schultz.com.br) Três noites em Istambul, duas na Capadócia, uma em Pamukkale, uma em Kusadasi e uma em Çanakkale. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui cinco almoços e cinco jantares. Com passeios pelos principais pontos turísticos dos destinos (guia em português acompanha) e traslados. Sem passagem aérea. Pacote válido até março de 2020, com saídas às sextas-feirasUS$ 1.567 (R$ 6.362) 9 noites em Istambul, Ancara e Capadócia, na Trains & Tours (lufthansacc.com) Duas noites em Istambul, duas na Capadócia, duas em Kusadasi, uma em Ancara, uma em Pamukkale e uma em Çanakkale. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Sem aéreoR$ 15,8 mil 7 noites em Istambul, no Shangri-La Bosphorus (shangri-la.com) Pacote para casal, com check-in em 27 de dezembro. Inclui café da manhã. Sem passagens aéreas
2019-12-19 01:00:00
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Turismo
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FGTS é liberado para 2,6 milhões do estado de São Paulo
Os trabalhadores nascidos nos meses de novembro e dezembro já podem fazer o saque imediato da grana do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).A liberação começou nesta quarta-feira (18). Segundo a Caixa Econômica Federal, estão sendo disponibilizados R$ 3,34 bilhões para mais de 8,3 milhões de trabalhadores em todo o país.No estado de São Paulo, dados da Caixa mostram que cerca de 2,6 milhões de trabalhadores serão beneficiados com R$ 1,16 bilhão.É possível retirar até R$ 998 da conta, no caso do trabalhador que tinha, em 24 de julho deste ano, saldo de até R$ 998. Para profissionais com valores maiores, o limite de saque dos valores é de R$ 500. O prazo final para resgatar a grana é até 31 de março de 2020. Caso o saque não seja feito até lá, os valores retornam para a conta de FGTS do trabalhador.Para facilitar o atendimento, desde ontem, 2.381 agências da Caixa funcionam em horário especial. O atendimento vai até sexta (20). Para as agências que abrem às 8h, o fechamento será feito duas horas depois.No caso das que abrem às 9h, a agência fechará uma hora depois. Já as unidades que abrem 10h ou 11h começam a funcionar duas horas antes. A lista das agências com horário especial está no site fgts.caixa.gov.br.Para quem nasceu nos meses de janeiro e tinha até R$ 998 na conta do FGTS em 24 de julho, a Caixa fará a liberação do valor complementar do saque imediato nesta sexta-feira (20). Esses trabalhadores já haviam tido direito de retirar R$ 500 da conta.Segundo a Caixa, os novos valores contemplam mais de 10 milhões de profissionais e trarão incremento de aproximadamente R$ 2,6 bilhões em relação ao previsto inicialmente. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-12-19 02:00:00
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Grana ou Dinheiro
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Bancada evangélica promete a Bolsonaro apoio para criação da Aliança
Uma aliança evangélica pela Aliança pelo Brasil. "Porque só amém não basta, tem que ter assinatura também", brinca um pastor durante a primeira conferência nacional da bancada evangélica, promovida nesta quarta-feira (18) numa casa de eventos em Brasília.Principal orador do dia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) arranca da plateia a promessa de empenho para coletar os 491.967 nomes necessários para a fundação da nova legenda bolsonarista. "Lógico que a Aliança poderá contar conosco", disse à Folha o presidente do bloco religioso, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM).Ele afirmou que não chegará a tanto a ponto de aderir ao recém-lançado chamado para que parlamentares abandonem suas siglas e se filiem ao projeto partidário. Mas evangélicos, segundo Câmara, estão mobilizados para atuar "na base, nas igrejas" atrás das assinaturas.Não é que "um pastor vai chegar e falar 'irmãos, se inscrevam num partido'", disse o pastor Marcos Galdino, da Assembleia de Deus paulista. "Mas vemos claramente que o evangélico apoiará essa causa. Eu, como cidadão, apoio."O próprio presidente deixa claro: não acredita que dará tempo de colocar a Aliança de pé para o pleito municipal de 2020.Seu discurso é polvilhado por frases de efeito que extraem um ou outro "glória a Deus" do público. "Quando acaba a saliva, entra a pólvora", disparou, ao rememorar dos embates internacionais que travou no primeiro ano de mandato, como aquele com o presidente francês, Emmanuel Macron.Sobre seu temperamento, o mandatário parodiou um ex-técnico da seleção brasileira. "Vou dar uma de Zagallo: vão ter que me engolir!"E calma, gente. "Sou Messias mas não tem nada a ver, meu nome é por acaso Messias", afirmou Jair Messias Bolsonaro. Ao lembrar do decreto que assinou para liberar a plantação de cana-de-açúcar na Amazônia, achincalha ambientalistas preocupados com danos irreversíveis provocados pelo cultivo, imprensa ("Vão dizer que transformei [a floresta] num grande canavial") e até seu maior rival político. Capaz de Lula até querer visitar a região, já que "canavial tem duplo sentido, cana é cana", diz. Uma troça que se aplica ao tempo na prisão do ex-presidente e à sua afeição por uma boa cachaça.Ladeado por dois de seus soldados ideológicos, os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Bolsonaro elencou tópicos que seriam caros a ele e a seu público evangélico. "Questões de aborto, drogas, liberdade religiosa... mais alguma coisa?" Acrescentou, na sequência, o item por pouco não esquecido. "Família!"O "cast" da conferência, que deve terminar com jantar e uma "santa ceia", mostra a força do bloco religioso, que tem pouco mais de cem parlamentares —cerca de 20% da Câmara: também bateu ponto no evento o ministro da Justiça, Sergio Moro."Entendo que Estado é laico. Mas isso não significa que homem público, mulher pública, precisa se despir dos seus valores cristãos para atuar na vida pública", disse o ex-juiz da Lava Jato.O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), passou no início da tarde para agradecer o respaldo da bancada em pautas econômicas. Nos bastidores, há desconforto com a agenda moral ter sido até aqui escanteada em votações no Congresso. Publicamente, o coro é uníssono: tudo bem deixar os "temas família" para um segundo momento, uma vez que ter um conservador como Bolsonaro no comando já faz com que os evangélicos deixem de jogar na defesa o tempo todo. É como funcionava quando o PT estava no poder, dizem.Na sua vez de discursar, Damares criticou o ataque de traficantes evangelizados a credos afrobrasileiros. Respeita a fé alheia, mas de uma coisa está certa: "Um dia essas religiões vão estar todas cultuando o Senhor".Ernesto fustigou uma "elite cultural e intelectual" da qual, "para fazer parte, parece ser necessário desprezar a fé cristã".O ministro, católico como o presidente, acena aos amigos evangélicos. "A possibilidade de glorificar a Deus no palácio presidencial foi um momento de libertação."Resgatou o culto da véspera realizado no Planalto, em que Bolsonaro e a primeira-dama Michelle oraram ao lado de Cristiane e Renato Cardoso, filha e genro do bispo Edir Macedo.Na manhã desta quarta, deputados e líderes evangélicos se apertaram sob três toldos num terreno no Eixo Monumental da capital brasileira. Ali ficará o Museu da Bíblia, um prédio no formato do livro sagrado, com projeto de Oscar Niemeyer e custo público. Silas Câmara fala em R$ 20 milhões iniciais da União. Outros milhões viriam em verba de emendas parlamentares no ano que vem.A cerimônia teve sua rodada de falas e orações. "A Bíblia é mais atual do que o jornal que vai circular amanhã. Graças a Deus por isso", diz o bispo Oídes José do Carmo, que representou Manoel Ferreira, líder de uma das alas mais poderosas da Assembleia de Deus, o Ministério Madureira. O tempo todo, o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), que se diz ex-gay, permaneceu com uma cópia das Escrituras erguida para o alto."Só serve bancada se for pra evangelizar o presidente", ele afirma à reportagem. "Se for só pra bajular, 'ai, ai' pra tudo o que ele faz, não serve."Isidório é das raras vozes a criticar abertamente ao menos um ponto de Bolsonaro. É contra a política pró-armamento patrocinada por ele, diz."A arma está totalmente fora de sintonia com o Evangelho. Todo homem de Deus precisa chamar o presidente pro lado de Cristo. Deus disse amai-vos, não armar-vos."
2019-12-19 02:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/12/bancada-evangelica-promete-a-bolsonaro-apoio-para-criacao-da-alianca.shtml
Sob pressão, relator admite mudar projeto eleitoral e põe regras em xeque para 2020
A pressão contra a proposta que restringe mecanismos de transparência e controle de gastos de partidos políticos fez o relator do texto no Senado, Weverton Rocha (PDT-MA), admitir alterações e colocar em risco a vigência das novas regras para as eleições de 2020. O texto aprovado neste mês pela Câmara altera normas eleitorais e partidárias e, como a Folha revelou na semana passada, amplia brechas para caixa dois e reduz a possibilidade de punição por irregularidades, além de esvaziar os mecanismos de controle e transparência no uso de verbas públicas eleitorais.Ele depende agora de aprovação do Senado, onde, se houver alterações, pode obrigar a Câmara a se debruçar novamente sobre o tema.Se isso ocorrer, as novas regras correm o risco de não serem aprovadas a tempo de valer já para as próximas eleições. Pela lei, as novas normas precisam ser aprovadas até um ano antes do pleito, no início de outubro. "Todo relatório está sujeito a alteração. A princípio vejo mais desinformação [por parte de quem critica o texto]. Muitas coisas vão ser melhor esclarecidas. Será conversado com o conjunto da Casa. Ainda vou conversar com os líderes. Sinceramente, não tenho opinião formada em relação ao texto", disse Weverton à Folha.O projeto aparece como o primeiro item da pauta do plenário nesta terça-feira (17). No entanto, só há sessão da CCJ prevista para quarta (18). Os próximos passos devem ser discutidos na reunião de líderes partidário.O relator chegou a protocolar na manhã de segunda-feira (16) um parecer que acolhe integralmente o texto aprovado pela Câmara há duas semanas e rejeita todas as emendas. Ele afirmou, no entanto, que apresentou o relatório para garantir espaço na pauta de votações, mas que analisará emendas apresentadas durante a leitura do projeto."A contratação de advogados de político com dinheiro público é imoral, ilegal e inconstitucional. É um tapa na cara da população brasileira que não tem dinheiro público nos serviços mais básicos. É uma afronta", protestou a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), senadora Simone Tebet (MDB-MS), referindo-se a um dos trechos mais polêmicos do projeto.O texto permite o uso praticamente livre das verbas públicas para pagamento de escritórios de contabilidade e advogados para filiados, incluindo aqueles que respondam acusações de corrupção. Hoje a Justiça tem barrado esse tipo de gasto. Pelo projeto, o uso fica autorizado e seus valores não serão contabilizados para efeito dos limites de gastos pelos candidatos e de doações feitas pelas pessoas físicas. De acordo com especialistas, isso amplia a possibilidade de caixa dois por meio da declaração de serviços fictícios de advocacia ou contabilidade.O grupo pluripartidário "Muda Senado" tem uma reunião na manhã desta terça-feira (17) para tomar uma posição --senadores da equipe dizem que a maioria deles é contra a proposta.Na Câmara, o texto-base do projeto foi aprovado por 263 votos contra 144. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tentou votar o projeto na semana passada, sem passar por nenhuma comissão. Houve reação de partidos do governo e da oposição. Rede, Cidadania, Podemos e PSL obstruíram a votação e Alcolumbre recuou. Foi feito um acordo de que a proposta seria apreciada nesta semana, primeiro na CCJ e, horas depois, em plenário. Weverton disse que pretende acatar ao menos duas emendas --em tese, se houver só ajustes de redação ou de supressão não há obrigatoriedade de o Senado devolver o projeto à Câmara.Para valer na eleição do ano que vem, o projeto precisa ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) até 4 de outubro.A proposta sob discussão no Senado ameniza a punição às siglas que tenham a sua prestação de contas rejeitada pela Justiça. Pelo texto aprovado, só será aplicada multa e cobrado o ressarcimento aos cofres públicos caso seja provada conduta dolosa do partido —ou seja, se a legenda agiu com pleno conhecimento de que estava cometendo uma infração.O projeto não estabelece valor para o fundo eleitoral, que será definido na discussão do Orçamento-2020.A expectativa de boa parte dos partidos é a de que o valor de R$ 1,7 bilhão distribuído em 2018 seja reajustado acima da inflação para o pleito do ano que vem, mas essa definição só deve ocorrer no final do ano.Os congressistas já tentaram, por outros meios, elevar essa cifra a até R$ 3,7 bilhões, mas houve recuo após desgaste público.Uma das emendas que devem ser acatadas pelo relator no Senado suprime trecho que abre brecha para a contratação de advogados para defesa de candidatos filiados que respondem a ações penais e de improbidade administrativa.A autora da emenda, a senadora Juíza Selma (PSL-MT), diz que sua emenda tem o propósito de evitar que "gestores de má-fé façam uso de recursos partidários para pagar, por exemplo, honorários de advogados criminais".O afrouxamento da punição por desaprovação das contas beneficiará os partidos que são hoje processados por problemas antigos. O texto estende a esses casos a determinação de que precisa ser provado ato doloso —não meramente erro formal— da sigla.A proposta ressuscita ainda a veiculação de propaganda dos partidos no rádio e na TV —obrigação que havia sido extinta pela última minirreforma eleitoral justamente em razão da criação do fundo eleitoral.Outra das mudanças trazidas pelo projeto é a que permite que seja criado instituto com CNPJ específico para gerir a cota de 5% do fundo partidário destinado à promoção da participação feminina na política. O discurso oficial é permitir às mulheres gerir esse instituto e, consequentemente, as verbas. Nos bastidores, a intenção é evitar que dirigentes partidários, que continuarão com poder de definir o destino do dinheiro, sejam punidos por eventuais desvios.Como a Folha revelou no início deste ano, o PSL patrocinou em Minas e Pernambuco candidaturas de laranjas nas últimas eleições com uso de verbas da cota feminina. Prestação de contas Torna facultativo o uso do sistema da Justiça Eleitoral, o que permitiria a cada partido usar um modelo diferente de prestação de contas, derrubando a padronização e dificultando em muito a fiscalização pública e por parte das autoridadesPunição Erros, omissões e atrasos serão perdoados caso sejam corrigidos até o julgamento da prestação de contas. Além disso, só haverá punição caso seja provado que o partido agiu com dolo, ou seja, com pleno conhecimento de que estava cometendo uma infraçãoContabilidade de gastos Doações recebidas pelos candidatos para gasto com advogado e contabilidade não entrarão na conta do teto de doação e gasto eleitoral. Isso cria espaço para caixa 2 travestido de serviço advocatício ou contábilConteúdo na internet Hoje, partidos não podem gastar verba do fundo partidário impulsionando conteúdos na internet. Se o projeto for aprovado, isso passa a ser permitidoParticipação feminina Partidos têm que destinar ao menos 5% do que recebem do fundo partidário para promoção de políticas de estímulo à participação feminina na política. O projeto prevê que as legendas possam criar instituto com personalidade jurídica própria para gerir essa verba, o que livra dirigentes de punição por eventual aplicação irregularFichas sujas Problemas que possam barrar a candidatura dos políticos devem ser aferidos até a data da posse, não mais no momento do pedido de registro
2019-09-17 02:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/09/sob-pressao-relator-admite-mudar-projeto-eleitoral-e-poe-regras-em-xeque-para-2020.shtml
Após atritos com Bolsonaro e Lava Jato, Dodge deixa PGR e pressiona sucessor
Preterida pelo presidente Jair Bolsonaro para mais um mandato de procuradora-geral da República, Raquel Dodge, 58, deixa o posto nesta terça-feira (17) e passará o bastão ao vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal, Alcides Martins —que assumirá as funções interinamente.Após dois anos de uma gestão marcada por atritos com a Lava Jato e por ter denunciado Bolsonaro antes de ele se tornar presidente, Dodge buscou elevar a cobrança sobre o subprocurador-geral Augusto Aras, indicado pelo presidente para sucedê-la na PGR. Em discurso na véspera de deixar o cargo, Dodge reforçou na noite desta segunda-feira (16) a necessidade de o Ministério Público Federal se manter independente e autônomo para exercer suas funções.Aras, que ainda depende de aprovação no Senado, foi escolhido por Bolsonaro após correr por fora da lista tríplice da categoria e defender bandeiras alinhadas às do presidente. “É com independência e autonomia que o Ministério Público cumpre a sua missão constitucional, que é cara no sentido de que fora da ordem democrática não há salvação. Sem proteção dos direitos fundamentais não há sociedade justa, e sem justiça não tem democracia”, afirmou Dodge.Na última semana, a procuradora-geral fez discurso no Supremo Tribunal Federal pedindo "um alerta para que fiquem atentos a todos os sinais de pressão sobre a democracia liberal". Mais Na quarta (18) está prevista uma transferência de cargo protocolar, no próprio gabinete da PGR, em reunião na qual Dodge deve repassar ao interino Alcides Martins algumas informações importantes para que seja dada continuidade ao seu trabalho.Mas a expectativa é que ele permaneça só até a semana que vem no comando do Ministério Público Federal. O relator da indicação de Aras na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), apresentou nesta segunda (16) parecer favorável ao subprocurador-geral. A sabatina e a votação tanto na comissão como no plenário da Casa devem ocorrer no próximo dia 25.Os senadores não têm demonstrado resistências a Aras, que percorre gabinetes em busca de apoio.O relator Eduardo Braga, em seu parecer, destacou dois compromissos assumidos por ele diante de líderes partidários.O indicado por Bolsonaro prometeu devolver sua carteira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e retirar-se da sociedade do escritório Aras Advogados Associados, com sede em Salvador.Braga diz, porém, que não há impedimento para que Aras seja sócio de um escritório de advocacia porque ele ingressou no Ministério Público antes da promulgação da Constituição de 1988. Mais Antes de deixar a cadeira de comando da PGR, Dodge pretende apresentar um relatório de sua gestão nesta terça. Uma prévia do documento foi apresentada na sexta (13) a integrantes de sua equipe.Na ocasião, ela enfatizou sua ação na área social e de direitos humanos. Disse ter apresentado 65 ações diretas de inconstitucionalidade e de descumprimento de preceito fundamental no STF, defendendo, por exemplo, direitos de presos e o cumprimento, pelos estados, dos mínimos constitucionais em gastos com saúde.Embora criticada por, supostamente, reduzir o ritmo de delações premiadas, abertura de inquéritos e de denúncias contra políticos por corrupção, reiterou que, durante seu mandato, nunca faltou apoio para as investigações e para as forças-tarefas do MPF, entre elas a da Lava Jato.Dodge chegou à PGR pela primeira vez em setembro de 2017, indicada pelo então presidente Michel Temer (MDB), após ter ficado em segundo lugar na eleição para formar a lista tríplice, promovida pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).Neste ano ela não disputou a eleição interna, após ter tido uma série de atritos com membros da carreira, sobretudo por causa da Lava Jato.Nascida em Morrinhos (GO), Dodge é filha do procurador aposentado José Ferreira. Tem mestrado em direito pela Universidade Harvard e ingressou no Ministério Público Federal em 1987.Já atuou no STJ (Superior Tribunal de Justiça) na área criminal, coordenou a câmara criminal do MPF, atuou na operação Caixa de Pandora —que revelou o mensalão do DEM no Distrito Federal, em 2009— e participou da redação do Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo.Quando chegou ao comando da PGR, em 2017, Dodge fez um forte discurso em defesa dos direitos humanos e da proteção de direitos fundamentais, aspectos que foram ficando menos destacados em seus discursos ao longo do tempo no cargo.No meio político e jurídico, acreditava-se inicialmente que Dodge não teria chances de ser reconduzida para um novo mandato, sobretudo por ter denunciado Bolsonaro em abril de 2018 sob acusação de racismo, antes de ele ser eleito presidente.Desde maio deste ano, porém, o cenário mudou e ela cresceu na bolsa de apostas. Com a simpatia de ministros do Supremo e apoio de parlamentares, Dodge declarou que estava à disposição de sua instituição caso fosse reconduzida, mesmo por fora da lista tríplice.A declaração aumentou a desconfiança e as críticas de colegas, que consideram a eleição interna para a formação da lista tríplice um instrumento importante para garantir a independência da PGR em relação ao Executivo. Mais Dodge assumiu o cargo há quase dois anos com o desafio de mudar o estilo de condução da instituição em relação a seu antecessor, Rodrigo Janot, mas, ao mesmo tempo, evitar que o ritmo de investigações criminais, como as da Lava Jato, diminuísse.Nesse quesito, ao longo do mandato, procuradores apontaram demora dela para fechar novos acordos de delação premiada e uma queda no número de denúncias oferecidas ao STF contra políticos de destaque.Aliados da procuradora-geral defendem sua gestão afirmando que era preciso pôr ordem na casa e resgatar a credibilidade da PGR, que, na visão deles, ficou abalada na administração de Janot. O antecessor de Dodge deixou o órgão em meio à polêmica delação da JBS.Nos quase dois anos no cargo, Dodge não concedeu entrevista a nenhum jornalista, exceto em ocasiões em que participou de pequenas entrevistas coletivas, como quando rompeu a barragem de Brumadinho (MG), no início deste ano. Seu estilo sempre foi definido por seus pares como discreto e centralizador.As declarações mais duras de Dodge foram nos autos de processos no Supremo. Num dos exemplos mais ruidosos, Dodge contestou a legalidade do fundo de R$ 2,5 bilhões que a Lava Jato de Curitiba pretendia criar com dinheiro de multas acertadas pela Petrobras nos EUA, como reparação pelo esquema de corrupção desbaratado.A ação ajuizada pela procuradora-geral contra o fundo bilionário ampliou o distanciamento que havia entre ela e setores do MPF mais alinhados à Lava Jato. Mais No mês passado, em protesto contra Dodge, a equipe de trabalho da Lava Jato na PGR fez um pedido de demissão coletiva citando "grave incompatibilidade de entendimento" com manifestação do órgão enviada ao Supremo —com arquivamento de trechos da delação do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.Em outro episódio que provocou duros embates, Dodge foi contra o inquérito aberto pelo presidente do STF, Dias Toffoli, para apurar fake news, ameaças e ofensas contra ministros da corte.Apesar de ela ter determinado o arquivamento, o inquérito continua a tramitar sob sigilo e sem a participação da PGR.Racismo Em abril de 2018, Dodge denunciou o então deputado Jair Bolsonaro pelo crime de racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs. A ação se referia a uma palestra de Bolsonaro no clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em abril de 2017. Na ocasião, Bolsonaro, entre outras coisas, disse que tem uma filha porque deu "uma fraquejada", criticou a presença de refugiados no país e afirmou que quilombola "não serve nem para procriar". Em setembro do ano passado, o STF rejeitou a denúncia da PGRFundo da Lava Jato Dodge contestou no STF a legalidade do fundo bilionário que a Lava Jato de Curitiba pretendia criar com dinheiro de multas acertadas pela Petrobras nos EUA, como reparação pelo esquema desbaratado. O acordo inicial previa a criação de uma fundação privada para combater a corrupção. Por decisão do ministro Alexandre de Moares, o dinheiro foi bloqueado e a criação de entidade foi suspensa. No início do mês, governo, PGR e Supremo acordaram que os recursos serão destinados para a Amazônia e para a educaçãoInquérito das fake news Dodge é contra o inquérito que corre no Supremo e apura fake news, ameaças e ofensas a ministros e seus familiares. Ela pediu esclarecimentos à corte e sugeriu que o STF extrapolou suas atribuições ao instaurar a investigação. Dodge defende o arquivamento do inquérito, que, para ela, é inconstitucional, violou o devido processo legal e feriu o sistema acusatório, segundo o qual o órgão que julga não pode ser o mesmo que investigaDeportação sumária Na semana passada, Dodge pediu ao STF que suspenda portaria do ministro da Justiça, Sergio Moro, que prevê o impedimento da entrada, a repatriação e a deportação sumária de estrangeiros considerados perigosos, ainda que não tenham sido condenadosCensura na Bienal No dia 7, Dodge pediu ao Supremo que derrubasse a decisão do tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que permitia a apreensão de livros com temática LGBT na Bienal do Livro do Rio. Um dia depois, o presidente da corte, Dias Toffoli, acatou o pedido de PGR Próximos passos para a nomeação do PGRSabatina - Augusto Aras precisa ser sabatinado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. A sessão foi marcada para o dia 25.setVotação na CCJ - Após a sabatina, os 27 senadores da comissão votam para decidir se aprovam seu nome Votação no plenário - O parecer da CCJ é encaminhado ao plenário, onde Aras precisará de maioria absoluta (41 senadores) para ser aprovadoInterino - O mandato da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, termina nesta terça (17). Até a aprovação de Aras, assume interinamente o vice-presidente do Conselho Superior do MPF, Alcides Martins
2019-09-17 02:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/09/apos-atritos-com-bolsonaro-e-lava-jato-dodge-deixa-pgr-e-pressiona-sucessor.shtml
Mudança na política de preços seria precipitado e um retrocesso
O ataque de rebeldes do Iêmen à Arábia Saudita representa um divisor de águas na geopolítica do petróleo do Oriente Médio. Com a bênção e proteção americanas, a capacidade de produção saudita nunca esteve seriamente ameaçada nas frequentes crises políticas e militares na região.Entretanto, este ataque abalou não apenas 50% da capacidade de produção saudita, mas também a confiança do mercado em relação ao futuro de cerca de 30% da produção mundial de petróleo localizada no Oriente Médio.A imediata subida dos preços do petróleo após os ataques reflete justamente o medo de que a escalada do conflito na região comprometa o equilíbrio do mercado para além do curto prazo.Os efeitos do novo contexto do mercado mundial de petróleo sobre o Brasil serão importantes.No curto prazo, o Brasil terá que novamente enfrentar pressões políticas para que os preços domésticos deixem de acompanhar o mercado internacional. Muitos dirão que não é justo que os consumidores brasileiros paguem por guerras e conflitos alheios.Este caminho, aparentemente justo para muitos, representaria um retrocesso para a tentativa de mudar a estrutura do mercado brasileiro de derivados e de atrair investidores para nosso setor de refino, além potencialmente impactar o tesouro nacional num momento delicado para as contas públicas.A última experiência de intervenção nos preços de combustíveis em resposta à greve dos caminhoneiros deixou um gosto muito amargo na boca dos contribuintes brasileiros.Mais a médio prazo, o impacto da elevação dos preços na economia brasileira vai depender do novo patamar de equilíbrio dos preços. É importante lembrar que o Brasil já e um grande exportador de petróleo, com uma exportação líquida de quase um milhão de barris por dia. Certamente, preços mais elevados afetam positivamente nossas exportações.Ademais, a indústria de petróleo nacional encontra-se em franca expansão, em particular na área do pré-sal. O investimento no setor está numa trajetória ascendente, com a progressiva superação da crise decorrente da forte queda dos preços em 2014. Ressalte-se ainda o fato que este ano o país está implementando uma política arrojada de promoção de rodadas de licitação, com a oferta de um grande volume de ativos para concessões. A expectativa de preços mais elevados certamente é um fator que afeta positivamente os investimentos e aumenta a chance de sucesso das rodadas planejadas este ano.Por fim, e não menos importante, preços mais elevados aumentam a arrecadação de royalties e participações governamentais. Isto pode contribuir em muito para aliviar o sufoco fiscal de estados grandes produtores de petróleo como o Rio de Janeiro.É certo que preços de mercado mais elevados são ruins para os consumidores. Mas, é também importante entender nenhuma indústria é sustentável com preços artificiais. Assim, é preciso muita calma nesta hora para que o governo não tome decisões precipitadas que possam comprometer a retomada do setor petrolífero nacional.Esta indústria representa um dos poucos motores ainda funcionando e com capacidade de puxar o crescimento nacional.
2019-09-17 02:00:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/09/reajustar-combustiveis-agora-seria-precipitacao-e-um-retrocesso.shtml
Um em cada cinco brasileiros torce para o Flamengo, aponta Datafolha
Pesquisa nacional feita pelo Datafolha mostrou que o Flamengo conta com a maior torcida do Brasil. Segundo o levantamento, o clube carioca tem a preferência de 20% dos brasileiros, seguido pelo Corinthians, com 14%. No entanto, o instituto apontou que 22% não têm clube.A diferença entre rubro-negros e alvinegros supera a margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foram ouvidas 2.878 pessoas, todas com mais de 16 anos, em 175 municípios de todo o país, entre os dias 29 e 30 de agosto.Em relação ao levantamento anterior realizado pelo Datafolha, em janeiro de 2018, o percentual do Flamengo foi de 18% para 20% (dentro da margem de erro). O Corinthians ficou estável nos 14%, com ampla vantagem em relação ao terceiro colocado.São Paulo (8%), Palmeiras (6%), Vasco (4%), Cruzeiro (4%), Grêmio (4%), Internacional (3%), Santos (3%), Atlético-MG (2%), seleção brasileira (2%), Botafogo (1%), Bahia (1%), Fluminense (1%), Sport (1%), Santa Cruz (1%), Fortaleza (1%), Vitória (1%) e Ceará (1%) completam a lista dos times que atingiram ao menos 1%.Entre os que têm, há vantagem do Flamengo em quase todas as cores. O Corinthians só aparece numericamente à frente entre os brancos (16% a 13%), mas isso significa um empate técnico, já que a margem de erro para esse item é de três pontos percentuais para mais ou para menos.Entre os negros, a diferença é de 24% a 11%, com margem de erro de cinco pontos percentuais para mais ou para menos. Os flamenguistas também são maioria entre pessoas que se declaram pardas (23% a 14%, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos).No recorte por renda familiar, a maior vantagem rubro-negra aparece na faixa dos mais ricos. Entre aqueles com mais de dez salários mínimos, o time do Rio aparece com 24%, contra 10% do Corinthians, com margem de erro de nove pontos percentuais para mais ou para menos.Há predomínio de torcedores do clube carioca em três das cinco regiões brasileiras. Ele tem a preferência de 39% no Norte (margem de erro de seis pontos percentuais para mais ou para menos), a de 28% no Centro-Oeste (margem de erro de seis pontos percentuais para mais ou para menos) e a de 27% no Nordeste (margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos).No Sudeste, é registrado um empate técnico com o Corinthians, que aparece numericamente à frente, mas a diferença está dentro da margem de erro (três pontos percentuais para mais ou para menos): 18% a 17%. Já no Sul, com margem de erro de cinco pontos percentuais para mais ou para menos, as equipes com mais torcedores são Grêmio (23%) e Internacional (17%), seguidos por Corinthians (11%), Flamengo (4%), São Paulo (4%) e Santos (4%).A vantagem do Flamengo na liderança é maior do que a margem de erro pela primeira vez desde 2012. Na pesquisa daquele ano, realizada três dias antes de o Corinthians conquistar o Mundial, foi registrado um empate numérico entre as duas maiores torcidas, com 16% para cada uma.Nos levantamentos subsequentes, os flamenguistas voltaram a aparecer numericamente à frente dos corintianos, mas com a vantagem no limite da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o que representava um empate técnico. Foi assim em 2014 e em 2018, com o mesmo resultado apresentado: 18% a 14%. Com os 20% a 14% de agora, a primeira posição está consolidada.Neste momento, o Flamengo ocupa também a liderança do Campeonato Brasileiro e exibe a maior média de público da competição. No último sábado (14), 62.510 pagantes acompanharam a vitória por 1 a 0 do time sobre o Santos, no Maracanã, resultado que lhe assegurou o topo da tabela ao fim do primeiro turno.A equipe da Gávea levou 50.693 pagantes, em média, aos jogos que realizou como mandante até aqui na competição, um reflexo da força da torcida e também da boa campanha. No Nacional do ano passado, o time foi vice-campeão e teve média de 47.139 pagantes. Na edição de 2017, longe da briga, atraiu 14.484 por jogo. Confira os detalhes da pesquisa Datafolha sobre as torcidas:– Um em cada cinco brasileiros torce para o Flamengo, aponta Datafolha – Brasileiros sem time igualam torcida do Flamengo, mostra Datafolha ​ – Dupla Grenal faz região Sul única sem Fla e Corinthians com mais torcida – Quase metade no Norte torce por times de futebol do Rio – Em sua região, times nordestinos têm menos torcida do que Fla – Centro-Oeste tem domínio de torcidas de times do Sudeste – Corinthians e Flamengo empatam em torcida no Sudeste – Torcidas de Santos e Vasco têm mais homens do que mulheres ​
2019-09-17 02:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2019/09/um-em-cada-cinco-brasileiros-torce-para-o-flamengo-aponta-datafolha.shtml
Relatório denuncia organizações criminosas, violência e impunidade na Amazônia
Há uma década denunciando a extração ilegal de madeira, Osvalinda e Daniel Pereira encontraram duas covas com duas cruzes de madeira no quintal de casa, no assentamento Areia, próximo a Trairão (oeste do Pará), em junho do ano passado.Depois de denunciar ao Ministério Público o desmatamento ilegal, Gilson Temponi, presidente de uma associação de agricultores em Placas (PA), foi executado a tiros em casa em dezembro de 2018.Em março deste ano, criminosos mataram a ativista Dilma Ferreira da Silva no assentamento Salvador Allende, na região de Tucuruí (PA), e mais cinco pessoas, segundo a polícia a mando de um fazendeiro envolvido em extração ilegal que temia ser denunciado.Casos como esses de ameaças e assassinatos estão compilados no relatório “Máfias do Ipê: como a violência e a impunidade impulsionam o desmatamento na Amazônia brasileira”, da organização não-governamental Human Rights Watch. Mais O documento detalha a ação de redes criminosas na região da Amazônia, seu custo ambiental e humano e como ações do governo Bolsonaro prejudicam essa situação.Segundo a organização Human Rights Watch, a extração ilegal de madeira na Amazônia é “impulsionada por redes criminosas que têm a capacidade logística de coordenar a extração, o processamento e a venda de madeira em larga escala, enquanto empregam homens armados para proteger seus interesses.”Os agentes ambientais da região apelidaram esses grupos de “máfias dos ipês”, em referência à extração de madeira dessas árvores tidas como “diamante da Amazônia"."Os criminosos responsáveis por uma grande parte da destruição da Amazônia estão usando da intimidação, ameaças, ataques e assassinatos para continuar suas atividades ilícitas. Há um nível de violência vinculado ao desmatamento, que às vezes as pessoas não percebem", diz César Muñoz, autor do relatório e pesquisador da ONG.Citando dados da Comissão Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica, a organização afirma que houve mais de 300 assassinatos na última década envolvendo conflitos pelo uso da terra e de recursos naturais. O documento detalha 28 desses assassinatos.Um dos casos citados é o do assentamento Terra Nossa, próximo a Novo Progresso (sudoeste do Pará). Em janeiro do ano passado, um agricultor local, Romar Roglin, conhecido como “Polaquinho”, avisou a uma liderança local que relataria o desmatamento ilegal à polícia. Foi morto 20 dias depois.Seu irmão, Ricardo Roglin, começou a investigar o assassinato por conta própria. Ele foi morto em julho daquele ano.Pouco antes, em maio, Antonio Rodrigues dos Santos, o Bigode, que vivia no mesmo assentamento, ameaçou denunciar um fazendeiro que ocupou cerca de 800 hectares de uma reserva florestal. Ele está desaparecido desde então. Caso parecido aconteceu em outubro, ainda no Terra Nossa, com o agricultor Aluisio Sampaio, conhecido como Alenquer.A Human Rights Watch aponta o grave problema de impunidade, que piora o clima de violência na região amazônica. Segundo a organização, das 300 mortes relatadas pela Pastoral da Terra, apenas 14 foram a julgamento.A organização entrevistou policiais envolvidos na investigação de seis assassinatos. Em dois casos, os investigadores nem sequer foram à cena do crime. Em cinco casos, não houve autópsia do cadáver.O relatório ainda cita a violência contra agentes públicos de fiscalização. Em julho, em Rondônia, bandidos queimaram um caminhão-tanque que levaria gasolina a helicópteros do Ibama, destruíram pontes e derrubaram árvores sobre uma estrada. O órgão federal precisou cancelar a operação. No mesmo mês, criminosos queimaram duas pontes da Transamazônia próximo ao município de Placas (PA), em retaliação contra uma operação do mesmo órgão.A Human Rights Watch entrevistou 170 pessoas, a maior parte de comunidades indígenas e de comunidades locais que têm sofrido com ameaças, além de policiais, promotores, advogados, membros de órgãos do governo (como Ibama, ICMBio e Funai), representantes de ONGs e acadêmicos.A pesquisa foi feita entre 2017 e julho de 2019.A organização faz críticas contundentes ao governo Jair Bolsonaro (PSL). Embora reconheça que os episódios de violência começaram antes do atual governo, a entidade afirma que Bolsonaro “retrocedeu na aplicação das leis de proteção ambiental, enfraqueceu as agências federais responsáveis, além de atacar organizações e indivíduos que trabalham para preservar a floresta". "A violência rural na Amazoônia é um problema crônico, que o Brasil nunca respondeu adequadamente. Mas piorou desde janeiro, porque quando você enfraquece o ICMBio e outros órgãos de fiscalização, não só dá carta branca para os criminosos destruírem a floresta. Eles se sentem livres para atacar qualquer um que entre no caminho deles", afirma Muñoz à Folha.A organização faz algumas recomendações ao governo brasileiro. Segundo a Humans Right Watch, o Ministro da Justiça deveria elaborar e implementar, junto a autoridades federais e estaduais, um plano de ação para desmantelar as redes criminosas e reduzir os atos de violência e intimidação; o procurador-geral da República deveria fazer do combate à violência na Amazônia uma de suas prioridades e o Congresso Nacional deveria criar uma CPI para apurar o desmatamento ilegal e os atos de violência.A Human Rights Watch afirma ainda que o governo Bolsonaro deveria se pronunciar de forma clara em apoio aos defensores da floresta, estabelecendo mecanismos para que as comunidades possam denunciar o desmatamento ilegal ou atos de intimidação.
2019-09-17 00:01:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/09/relatorio-denuncia-organizacoes-criminosas-violencia-e-impunidade-na-amazonia.shtml
Imigrantes desistem de aborto por medo de deportação nos EUA
Elas estão com medo. Algumas temem ser paradas por patrulhas da fronteira durante o percurso. Outras dizem ter visto agentes de imigração estacionados em frente a hospitais e clínicas de aborto. Então, desistem.A política anti-imigração do governo Donald Trump tem feito com que mulheres sem documentos para permanecer nos EUA cancelem ou adiem consultas relativas a aborto por medo de deportação.Organizações que dão assistência à saúde da mulher confirmam o aumento de desistências de procedimentos agendados em Texas e Novo México, na fronteira com o México, onde o aborto é legal.Segundo elas, ativistas são testemunhas de que a promessa de deportação em massa feita pelo presidente em julho impacta o acesso de imigrantes a cuidados médicos.“A retórica de Trump teve efeito inibidor sobre nossas comunidades imigrantes, que têm medo de circular livremente. Isso impacta a capacidade de buscar todo tipo de cuidado, inclusive serviços de aborto e outros de saúde reprodutiva”, afirma Ann Marie Benitez, diretora do Instituto Nacional Latina para Saúde Reprodutiva.“Nossas ativistas têm recebido telefonemas, ouvido histórias e falado com pessoas na região do Lower Rio Grande Valley [no sul do Texas] com medo de ir a consultas pela presença de agentes da fronteira em suas rotas e porque dizem ter visto agentes do ICE [Agência de Imigração e Alfândega] parados do lado de fora das clínicas.”A organização de Benitez —com unidade no Texas e em mais três estados, além da capital, Washington— auxilia imigrantes latinas de todo o país no acesso a serviços e procedimentos de saúde. O aborto é legalizado nos EUA desde 1973, mas leis estaduais podem restringir ou vetar a prática. O Texas tem 18 clínicas de aborto, todas elas em grandes cidades —fazendo com que mulheres em pequenos municípios ou áreas rurais podem ter de viajar longas distâncias até uma delas.De acordo com a lei do estado, quem vai realizar o aborto só pode fazê-lo 24 horas após o aconselhamento de profissionais —com exceção de pacientes que vivem a mais de 160 km da clínica.“Com esse prazo, ela é forçada a passar mais tempo fora de casa, conseguir folga no trabalho, um lugar para dormir e alguém para cuidar dos filhos”, diz Sarah Lopez, coordenadora da Fund Texas Choice, que auxilia imigrantes que vão fazer aborto no estado.Lopez diz que notou um pico no número de mulheres que não responderam ou cancelaram consultas nos últimos meses, mas diz que não faz perguntas sobre o motivo que as levaram a mudar de ideia, o que considera invasivo.“Dito isso, é possível que algumas delas tenham medo de cruzar o estado diante das patrulhas de agentes imigratórios.”A ofensiva anti-imigrantes feita por Trump inclui uma megaoperação em que a ICE deportaria cerca de 2.000 pessoas em pelo menos dez cidades —que acabou sem relatos oficiais sobre esse volume de detenções. E, na semana passada, ele anunciou um novo processo de deportação acelerada que vai contornar os tribunais de imigração.Mesmo sem o resultado prático desejado por Trump, as ameaças e o aumento dos crimes de ódio causam tensão e ansiedade nas comunidades imigrantes, em especial nas mulheres. Entre as que não desistem de abortar, por exemplo, estão aquelas que resolvem adiar suas consultas, o que pode custar mais dinheiro e risco para saúde.Ultimamente, as imigrantes têm demorado mais do que a média de 11 semanas apontada pelas organizações para comparecer às clínicasAinda segundo as especialistas, a retórica de Trump tem reflexos não só no direito ao aborto nos Estados Unidos. Atinge ainda estrangeiras que querem ter filhos ou precisam fazer seus exames de rotina.Benitez diz que grávidas preocupadas com deportação têm evitado o pré-natal e demais exames. Decidem ir a um órgão de saúde apenas quando estão em trabalho de parto.O discurso anti-imigrantes de Trump e as restrições ao aborto aprovadas com o apoio do presidente em 9 dos 50 estados somente em 2019 têm impacto duplo na vida dessas mulheres.Mais pobres, menos escolarizadas e muitas vezes não familiarizadas com idioma e leis do país, as imigrantes são prejudicadas, segundo as especialistas, na autonomia de seus corpos —a capacidade de decidir se querem ou não ter filhos— ou simplesmente veem limitada a necessidade básica de cuidar de sua saúde.
2019-08-01 02:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/08/imigrantes-desistem-de-aborto-por-medo-de-deportacao-nos-eua.shtml
Funcionalismo: agentes de organização escolar vão receber retroativo
Os agentes de organização escolar da rede estadual de ensino de SP que passaram na prova de reajuste da categoria vão receber os valores retroativos, segundo informou a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Governo do Estado de São Paulo. Os profissionais aprovados fizeram a Prova de Valorização pelo Mérito em dezembro do ano passado. O reajuste de 35% para quem passa no exame era referente ao ano de 2018, conforme constava em edital do concurso de promoção. Segundo servidores, os retroativos ainda não foram pagos. Em nota, a Fazenda informa que está calculando os valores. “Com relação aos valores retroativos, as folhas estão sendo reprocessadas e recalculadas para o pagamento da diferença”, afirma o órgão.O reajuste salarial já foi acertado, segundo estado. “O pagamento da promoção dos agentes de organização escolar foi efetivado na folha de pagamento do mês 06/2019.”Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-08-01 02:00:00
grana
Grana ou Dinheiro
https://agora.folha.uol.com.br/grana/2019/08/funcionalismo-agentes-de-organizacao-escolar-vao-receber-retroativo.shtml
Sem nomeação do MEC, universidade federal fica sem reitor na Bahia
Sem uma nomeação de um novo reitor pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) está oficialmente sem comando desde 0h desta quarta-feira (31).O mandato da reitora em exercício Georgina Gonçalves dos Santos foi encerrado na terça-feira (30) sem que o Ministério da Educação tivesse homologado a nomeação de um novo gestor para a universidade.A lista tríplice com os três indicados à reitoria foi enviada ao Ministério da Educação em março deste ano. Mas, cinco meses depois, não houve uma escolha do governo federal. Mais Diante da situação, o Conselho Universitário reuniu-se para discutir uma solução temporária. Mas houve um entendimento de que o estatuto da universidade não prevê substituto legal em caso de vacância permanente das vagas de reitor e vice-reitor.“Não encontramos base legal para nomear um substituto. Então, estamos nesta situação surreal em que a universidade ficou sem ninguém para responder por ela”, afirma o professor Jorge Cardoso, membro do Conselho Universitário e diretor do Instituto de Artes, Humanidades e Letras.Sem um representante legal, a universidade não terá uma figura jurídica que possa firmar contratos, fazer pagamentos a fornecedores e até mesmo liberar a folha salarial dos professores e servidores.A retenção da nomeação de novos reitores de universidades tem sido uma constante na gestão do presidente Bolsonaro, com intervalos de meses entre a eleição da lista tríplice e a nomeação. Desde o início do governo, o presidente Bolsonaro nomeou reitores de seis instituições de ensino. Em cinco delas, foi nomeado o primeiro nome da lista tríplice. A exceção foi a Universidade Federal do Triângulo Mineiro, onde foi escolhido o segundo colocado, em uma decisão inédita nos últimos 15 anos.Presidente da Andifes (Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais do Ensino Superior), o reitor da Universidade Federal da Bahia, João Carlos Salles, diz ver com preocupação o atraso na nomeação de reitores. “O governo tem feito manifestações de caráter político-ideológico na área da educação, mas a nomeação dos reitores tem que passar ao largo disso. A vontade da comunidade acadêmica deve ser respeitada”, afirma.A votação para a escolha do novo reitor da UFRB foi feita pelo Conselho Universitário no dia 27 de fevereiro. A vice-reitora e atual reitora em exercício Georgina Gonçalves foi a mais votada para comandar a universidade no período entre 2019 e 2023.A eleição, contudo, foi contestada pelo professor José Fernandes de Melo Filho, que ficou em quarto lugar e ficou fora da lista tríplice.O professor alega que o conselho universitário descumpriu prazos na eleição e questiona o formato da escolha da lista, já que ele ficou em segundo lugar na consulta informal junto à comunidade universitária. Mais Depois dos questionamentos, o Conselho Universitário obteve, em abril, parecer favorável da comissão jurídica no Ministério da Educação, que não viu irregularidades na eleição da UFRB. O Ministério Público Federal também recomendou a nomeação do reitor.Uma liminar movida por Fernandes para barrar a nomeação do novo reitor foi negada pela Justiça Federal da Bahia no início deste mês. Também foram negados embargos de declaração movidos pela defesa de Fernandes.Criada em julho de 2006, UFRB é a segunda maior universidade federal da Bahia com cerca de 12 mil alunos, 800 professores e 700 servidores. Possui campi nas cidades de Cruz das Almas, Amargosa, Cachoeira, Feira de Santana, Santo Amaro e Santo Antônio de Jesus.Procurado pela reportagem, o MEC não respondeu até a publicação deste texto
2019-08-01 02:00:00
educacao
Educação
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/08/sem-nomeacao-do-mec-universidade-federal-fica-sem-reitor-na-bahia.shtml
Ações judiciais contra reajuste de plano crescem em São Paulo
As ações judiciais contra reajustes de planos de saúde vêm apresentando uma escalada no estado de São Paulo nos últimos oito anos. Foram 2.250 processos entre janeiro e junho deste ano contra 258 no mesmo período de 2011. A participação dessa queixa no total de ações julgadas contra os planos mais do que dobrou nesse intervalo, saltando de 14,74% para 32,43%. O levantamento é do Observatório da Judicialização da Saúde Suplementar da USP e se refere aos julgamentos de segunda instância no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que tendem a ser mais definitivos—embora ainda possa haver recurso. As reclamações por reajustes, sejam por aumentos abusivos de contratos coletivos, mudança de faixa etária ou de sinistralidade, representam a segunda causa de judicialização contra planos de saúde, depois das exclusões de cobertura ou negativas de tratamento (48% das decisões). Com os recentes reajustes anuais de planos coletivos, de até 20%, quase o triplo do aumento definido pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para os planos individuais (7,35%), a tendência é que o número de ações siga em ritmo crescente, segundo especialistas do setor. De 2012 a 2018, o acúmulo dos reajustes pelas operadoras nos planos coletivos chegou a 111,72%, ao passo que o acumulado pelos planos individuais alcançou 77,29%. Os planos coletivos representam 80% do mercado de saúde suplementar brasileiro, de 47,18 milhões de beneficiários, e não têm o reajuste definido pela ANS, como os individuais. O aumento anual segue livre negociação. Para Mario Scheffer, professor da USP e coordenador do levantamento, o aumento da judicialização é previsível diante da falta de regulação da ANS sobre os planos coletivos, da quase extinção dos planos individuais e das ciladas dos novos contratos coletivos. Ele cita exemplos de operadoras que oferecem planos empresariais a partir de três vidas, dizendo que eles são até 40% mais baratos que os individuais. No entanto, não mencionam que os reajustes anuais são muito superiores. “Esse tipo de trambique tem ido muito à Justiça. A ‘vantagem’ só dura um ano, até o primeiro reajuste. Em um primeiro momento, a pessoa pensa que cabe no bolso e depois a coisa explode lá na frente.” Entre as queixas contra planos de saúde no Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), reajustes considerados abusivos estão no topo. Em 2018, eles responderam por 52,8% das reclamações recebidas. Segundo a advogada Ana Carolina Navarrete, desde 2017 tem havido mudança no padrão de reclamações recebidas, antes lideradas pelas negativas de atendimento. “Os aumentos abusivos expulsam os usuários dos planos. Pelo volume de judicialização, fica claro que falta regulação da ANS nesses contratos coletivos”, afirma. Pesquisa do Idec de 2017 avaliou 113 ações judiciais por reajustes considerados abusivos em contratos coletivos. Em 75% dos casos, os aumentos foram suspensos.Entre os consumidores que tiveram êxito, 56% obtiveram ressarcimento do valor pago indevidamente e outros 26% conseguiram, de forma provisória, impedir o reajuste já na decisão de primeira instância. Os aumentos contestados foram, em média, de 89%. Navarrete diz que quando o índice de aumento fixado pela operadora é de 30% ou mais, as chances de a Justiça derrubá-lo e dar ganho de causa ao usuário são maiores. Os reajustes são permitidos anualmente, para repor a inflação do período; por sinistralidade, aplicado quando há uso do plano acima do previsto pela operadora; e por mudança de faixa etária. É comum, por exemplo, haver sobreposição do aumento anual com a sinistralidade. Tanto o TJ de São Paulo quanto o STJ (Superior Tribunal de Justiça) têm reconhecido o direito de os usuários de planos coletivos com poucas vidas terem reajustes semelhantes aos individuais aplicados pela ANS. Foi o caso de decisão do STJ de abril sobre um plano que tinha quatro beneficiários. O relator entendeu que o número ínfimo configurava um contrato coletivo atípico e autorizou aumento semelhante ao plano individual/familiar. “Não existe pacificação sobre isso. Há juízes que entendem que sim e outros que não. Na falta de consenso, há uma enxurrada de ações sobre o mesmo tema”, diz o advogado Sérgio Tannuri, especialista em defesa do consumidor. Na decisão do STJ de abril, o relator argumentou também que o reajuste aplicado por aumento da sinistralidade não foi minimamente justificado pela operadora. A falta de transparência nos dados sobre sinistralidade tem sido um argumento recorrente dos juízes em decisões que revertem aumentos. “As pessoas nunca conseguem acesso fácil ao balanço de prestação de contas das operadoras que justifique o aumento”, afirma Tannuri. Em nota, a ANS diz que reajuste dos planos coletivos com menos de 30 beneficiários conta com uma regra específica de agrupamento de contratos, que prevê a diluição do risco entre os clientes. Para os planos com 30 beneficiários ou mais, o reajuste é estabelecido a partir da relação comercial entre a empresa contratante e a operadora, onde há espaço para negociação, segundo a agência. A ANS informa também que as operadoras devem seguir regras para a aplicação dos reajustes coletivos, tais como informar e colocar à disposição do cliente a memória de cálculo do reajuste e metodologia utilizada com o mínimo de 30 dias de antecedência da data prevista para o reajuste. Após o aumento, os consumidores também podem solicitar formalmente à operadora as informações, que tem 10 dias para fornecê-las. A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) diz que as operadoras lidam com gastos cada vez maiores, e que os índices de reajuste determinados pela ANS são historicamente inferiores à variação de custos médico-hospitalares. A inflação médica de 2018 foi de 16,9%, segundo a associação. O índice é bem acima do IPCA, a inflação oficial do país, que fechou 2018 em 3,75%. De acordo com a Abramge, são vários os fatores que influenciam nos altos custos, como a incorporação de tecnologia, o envelhecimento da população e a pressão da indústria da saúde.
2019-08-01 02:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/08/acoes-judiciais-contra-reajuste-de-plano-crescem-em-sao-paulo.shtml
Mortes: Amiga de Tomie Ohtake, foi artista do presente
Sachiko Koshikoku fez parte da segunda geração de artistas plásticos de ascendência japonesa radicados no Brasil. Nascida na província de Fukui, no Japão, mudou-se para São Paulo na década de 60 e se aproximou do Grupo Seibi, que reuniu artistas orientais como Tomoo Handa (1906-1996), Hajime Higaki (1908-1998) e Takahashi (1908-1977).Dedicou a vida à pintura abstrata. Participou da 9ª Bienal de São Paulo (1967) e do 1° Panorama da Arte Atual Brasileira no MAM (1969), entre outros eventos. Há pinturas suas expostas em instituições como o Masp (Museu de Arte de São Paulo) e o MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo). Era vista como uma mulher determinada, independente e discreta. Não costumava falar sobre a vida no Japão e tinha pouco contato com os familiares de lá. Gostava de viver o presente e de estar com os amigos. Uma de suas grandes companheiras foi a artista plástica Tomie Ohtake (1913-2015). Tinha hábito de fazer comida japonesa (costumava levar uma amostra das receitas para os encontros com colegas) e de pintar quadros durante a madrugada. Sonhava em fazer uma nova exposição com suas obras —uma das mais recentes foi em 2015, na Galeria Deco, em São Paulo, para celebrar os seus 50 anos no Brasil. Sachiko morreu na última sexta (26), aos 82 anos, em decorrência de um câncer. [email protected] os anúncios de mortesVeja os anúncios de missas​​
2019-08-01 00:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/08/mortes-amiga-de-tomie-ohtake-foi-artista-do-presente.shtml
Coma muito e pague pouco em rodízio chinês de Nova York
A língua oficial de um dos maiores restaurantes de Nova York é o chinês. Com 800 lugares, o Jing Fong, aberto em 1978, fica no coração do bairro de Chinatown.Seu principal destaque é o dim sum, refeição de origem cantonesa composta por pequenas porções —desde pastéis fritos recheados com carne de porco até pés de galinha cozidos. Elas são servidas apenas no almoço, num esquema similar ao rodízio brasileiro.O dim sum básico pode chegar a 48 itens, entre opções doces e salgadas.No Jing Fong, garçonetes vestidas em trajes típicos empurram carrinhos (grandes e pesados) repletos de cestinhas de bambu, que comportam três ou quatro porções.Não há cardápio. Os pratinhos são escolhidos direto dos carrinhos —os mais populares tendem a esgotar rápido. Diante da variedade e do fato de que as atendentes mal falam inglês, ajuda saber de antemão quais são as opções.A comilança começa com um chá de jasmim, bebida típica para esse tipo de refeição, considerada pelos nova-iorquinos um brunch chinês. Mas também dá para escolher vinhos, destilados e cervejas.Depois do chá, começa o desfile de pratos. Um dos carrinhos traz o hao gao, uma massa de arroz com recheio de camarão, entrada tradicional da culinária cantonesa, encontrada em restaurantes chineses de São Paulo e do Rio. Outra opção é o siu mai, uma massa fina de farinha de trigo recheada com carne de porco. O prato aparece frito, cozido ou no vapor. Há ainda versões do guioza. Para os mais aventureiros, vale experimentar o pé de galinha, apreciado principalmente por chineses mais velhos. Ele é frito, braseado em um molho doce com alho e depois cozido no vapor, para que a carne se torne ainda mais macia. Outra opção exótica é o nor mai gai, arroz grudento envolto em folhas de lótus e recheado com carnes bovina e suína, além de cogumelos.Terminado o almoço, chega a hora de pagar. O visitante não recebe uma conta, apenas a indicação do garçom de que é preciso ir até o caixa, ao lado da adega do restaurante, levando o cartão recebido no começo da refeição.A experiência, com muita comida para duas pessoas, custa US$ 23 (R$ 87).Saindo do Jing Fong, vale dar uma volta por Chinatown, para conhecer um pedaço da história dos Estados Unidos. No século 18, milhares de chineses deixaram seu país natal para participar da corrida do ouro e da expansão do sistema ferroviário que interligou as costas leste e oeste americanas. Uma grande parte dos imigrantes se instalou na Califórnia, em São Francisco; outra, em Nova York, que hoje reúne o maior número de chineses fora da Ásia. Essa história é contada no Museum of Chinese in America (Moca), que fica em uma das principais ruas de Chinatown (Center street, 215). O ingresso custa US$ 12 (R$ 45).O bairro ainda abriga alguma das principais joalherias de Nova York e reúne centenas de lojas de eletrônicos, legítimos ou falsificados. Perambulando pelas ruas menores, o viajante descobre pequenos mercados que vendem doces, especiarias, cogumelos e frutas típicos. Um bom destino é a loja Aji Ichiban, uma rede de Hong Kong (Mott street, 37) que vende aperitivos com pedaços de lula seca, entre outros itens.
2019-08-01 01:00:00
turismo
Turismo
https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2019/08/coma-muito-e-pague-pouco-em-rodizio-chines-de-nova-york.shtml
Inteligência artificial prediz falhas renais em pacientes, mostra estudo
Estima-se que 11% das mortes em hospitais aconteçam por falhas no monitoramento dos doentes, ou seja, os órgãos começam a parar de funcionar e, quando a equipe se dá conta, é tarde demais.Nem sempre o corpo dá sinais de que está indo ladeira abaixo, mas um novo estudo, publicado nesta quarta (31) na revista Nature, mostra que a inteligência artificial é capaz de detectar, com até dois dias de antecedência, a chamada lesão renal aguda.O prejuízo na função dos rins faz com que o organismo perca a capacidade de metabolizar e eliminar toxinas, que passam a se acumular no sangue. Chega uma hora em que o risco de morte é altíssimo.O projeto DeepMind se baseou em dados provenientes de exames bioquímicos, toxicológicos, microbiológicos e histopatológicos, medicamentos administrados, sinais vitais, além de outros fatores.Foram detectados 55,8% dos casos de lesão renal aguda e 90,2% daqueles mais graves, que precisaram de hemodiálise. A ideia dos pesquisadores, ligados ao Google e a instituições americanas e do Reino Unido, é usar o sistema para conseguir atendimento rápido para quem precisa.
2019-08-01 02:00:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2019/08/inteligencia-artificial-prediz-falhas-renais-em-pacientes-mostra-estudo.shtml
Veja quanto o trabalhador vai receber de grana extra do FGTS
Os trabalhadores com saldo positivo na conta do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em 31 de dezembro do ano passado devem ter um rendimento de 6,18% sobre a grana.O percentual corresponde ao rendimento anual do fundo mais o lucro de 2018, que será dividido integralmente com os trabalhadores que têm conta vinculada. O balanço, em análise pela Caixa, mostra que o lucro do ano passado foi de R$ 12,2 bilhões. As contas do FGTS rendem 3% ao ano mais TR (Taxa Referencial), que segue zerada. Com a distribuição do lucro, segundo o Ministério da Economia, o rendimento do fundo em 2018 deve ser de 6,18%, superando a poupança, que rendeu em torno de 4,55%.Um trabalhador que tinha R$ 1.000 de FGTS no dia 31 de dezembro de 2018 terá saldo de R$ 1.061,80, após a divisão dos lucros, por exemplo.É a terceira vez que o lucro do fundo é distribuído entre os cotistas. A política de distribuição foi implantada no governo Temer, mas a divisão era de metade dos resultados. Agora, todo o valor será distribuído entre os trabalhadores. Em 2016, foram divididos R$ 7,2 bilhões e, em 2017, foram R$ 6,23 bilhões.A Caixa tem até 31 de agosto para fazer o crédito nas contas do FGTS. A consulta aos valores parados no fundo pode ser feita pela internet ou por telefone. Veja mais abaixo como consultar.A grana do fundo não pode ser sacada, a não ser nas situações previstas em lei, como para compra ou financiamento da casa própria, na demissão sem justa causa e em casos de doenças graves, como o câncer.Medida provisória do governo Bolsonaro de 24 de julho autorizou o saque de até R$ 500 para todos os trabalhadores que têm contas vinculadas no FGTS, ativas e inativas. A grana será liberada entre setembro deste ano e março de 2020.A MP também ampliou as opções de saque, permitindo que o trabalhador possa fazer retiradas anuais. A modalidade foi batizada de saque-aniversário e entra em vigor a partir de abril do ano que vem. Quem optar por este tipo de saque terá que abrir mão, por dois anos, de sacar todo o saldo do fundo em caso de demissão sem justa causa. Neste caso, o profissional continuará apenas com o direito de retirar a multa de 40% paga pela empresa sobre o saldo depositado na conta.Aproveitar a oportunidade de sacar o dinheiro do fundo exige análise cuidadosa. É o que orientam especialistas em finanças. Criado em 1966, antes do seguro-desemprego, o FGTS é uma espécie de poupança do trabalhador, que serve de garantia no caso de demissão ou de uma doença grave."O ideal é que o dinheiro não seja utilizado para o consumo e que seja investido como uma reserva de emergência para eventualidades que evitem que a pessoa entre no cheque especial", diz Alexandre Amorim, planejador financeiro e gestor de investimentos da Par Mais."A tendência de quem adotar o saque-aniversário será usar o dinheiro como um 14º salário, pagando as contas ou estimulando novos gastos que fogem do orçamento. Porém, essa não é a função do FGTS", ressalta Amorim."Para as pessoas que estão em dúvida se compensa ou não sacar agora é válido pensar em qual será a destinação deste dinheiro que está guardado e caso este motivo não seja de necessidade imediata, retirar o valor integral daqui um tempo pode ser melhor do que retirar menos agora", afirma Karina Garbes, economista do app Renda Fixa.Crédito A Caixa tem até o dia 31 de agosto deste ano para fazer o crédito dos valores nas contas vinculadasCom a divisão dos lucros e o rendimento mensal do FGTS, a grana do trabalhador terá rendido, no total, 6,18% em 2018O rendimento mensal, porém, já foi pago mês a mês, no ano passado, conforme determina a legislaçãoNeste mês, o trabalhador recebe apenas o dinheiro referente ao lucro do fundo em 2018, o que dá um rendimento de 3,088%COMO CONFERIR O SALDOPessoalmente nas agências da Caixa, com CPF e NIS/PISPelo celular no Aplicativo FGTSNa internet pelo site www.fgts.gov.brPor carta cadastrando seu endereço completo no site do FGTS, em uma agência da Caixa ou por telefone Por SMS ou email cadastrando o celular e o email na CaixaMais informações em 0800-7260207Fontes: Caixa Econômica Federal, Ministério da Economia e advogado Luiz Felipe Pereira Veríssimo, do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários)Versão anterior da tabela que acompanha esta reportagem possuía dois números errados. Para quem tinha saldo de R$ 8.500, o valor de 31 de dezembro de 2018 corrigido deverá ser de R$ 9.025,30. Quem tinha saldo de R$ 50.000, receberá R$ 3.090 de grana extra. A tabela foi corrigida.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-08-01 02:00:00
grana
Grana ou Dinheiro
https://agora.folha.uol.com.br/grana/2019/08/veja-quanto-o-trabalhador-vai-receber-de-grana-extra-do-fgts.shtml
Lei é clara sobre relação que juízes devem ter com as partes, diz Lewandowski
O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski afirmou nesta sexta-feira (14) em Salvador que a relação de juízes com procuradores está bem fundamentada no Código de Ética da Magistratura. “O relacionamento de juízes com as partes está bem fundamentado no artigo oitavo do Código de Ética da Magistratura. É só olhar e procurar entender”, disse o ministro. O artigo diz que “o magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes, e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito”. O magistrado evitou comentar a troca de mensagens entre o ex-juiz e ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol divulgada no último domingo (9) pelo site The Intercept Brasil. Justificando o porquê de não falar sobre a questão, o ministro afirmou que a Lei Orgânica da Magistratura veda que qualquer juiz se manifeste sobre temas que possa analisar no futuro. “Não posso falar sobre esse assunto porque eu possivelmente terei que julgar alguma coisa relativa a esse tema. [...] A lei da magistratura veda que qualquer juiz se manifeste sobre assuntos que venha a apreciar”, disse o ministro. Também questionado, genericamente, sobre a livre circulação de informações na democracia brasileira, o ministro afirmou que a liberdade de expressão é um dos pilares da democracia. “A sociedade tem que saber de tudo, nós vivemos em uma Constituição que tem também como uma baliza fundamental a transparência e publicidade”, disse o magistrado. Lewandowski participou de uma palestra na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia. Ao ser recebido no auditório da faculdade, presenciou uma manifestação de um grupo de estudantes que defenderam com uma faixa e gritos de guerra um “julgamento justo” para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
2019-06-14 20:49:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/06/lei-e-clara-sobre-relacao-que-juizes-devem-ter-com-as-partes-diz-lewandowski.shtml
Líderes de esquerda e manifestantes protestam contra reforma da Previdência em SP
Parte do dia de paralisações, o ato realizado na avenida Paulista na noite desta sexta-feira (14) teve gritos de manifestantes e discursos de líderes de esquerda contra a reforma da Previdência. "Qual moral um presidente que se aposentou aos 33 anos tem para impor goela abaixo uma reforma da Previdência como essa?", questionou Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado à Presidência pelo PT.Em frente à sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Haddad afirmou que os empresários da entidade sonegam impostos e não registram seus empregados. Ele atribui em parte a isso a discussão sobre a reforma. Haddad defende o imposto sobre grandes fortunas e o combate à sonegação como formas de reduzir o déficit da Previdência.A presidente do PT, Gleisi Hoffman, criticou o relatório da reforma da Previdência, apresentado nesta quinta-feira (13) pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Ela afirmou que "é óbvio que qualquer coisa que fizessem seria melhor que a [proposta] que havia sido entregue [pelo governo à Câmara]. Queriam cortar os braços dos trabalhadores, agora querem cortar as mãos.""Não vamos aceitar o aumento da idade mínima para aposentadoria. Querem tirar o abono salarial", disse."Várias categorias cruzaram os braços e pararam. A turma do lado de lá [da direita] estava com saudade [dos protestos]", disse Guilherme Boulos (PSOL), que também foi candidato à Presidência em 2018."É positivo ter tirado a capitalização e o ataque à aposentadoria rural, mas nós queremos que tire a redução da aposentadoria por invalidez, [o aumento] da idade mínima para aposentadoria."Ele lembrou ainda que o relatório da reforma reviu a proposta de alterar as regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada).Boulos diz que "a turma da Fiesp há dois anos vendeu a ideia de que tudo se resolveria se aprovasse o teto de gastos; agora é a reforma da Previdência" que, segundo ele, não corta privilégios e prejudica os trabalhadores mais pobres.Para o servidor aposentado Paulo Ferreira, 67, funcionário da Faculdade de Medicina da USP, a reforma não deve ser aprovada.Morador do bairro de Guaianases, ele diz ter se aposentado há um ano pelo INSS. "Mas o dinheiro não dá para sustentar a família e eu continuei trabalhando", afirma."Sou radicalmente contra aumentar a idade mínima para a aposentadoria."Para o músico Victor Queiroz, 27, a reforma da Previdência "vai eliminar as chances de alguém da minha categoria se aposentar. Já é difícil hoje. Com as novas regras, seria impossível."
2019-06-14 19:43:00
mercado
Mercado
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Senadores contrários a decreto das armas recebem ameaças
Ao menos quatro senadores que votaram contra o decreto que flexibiliza as regras para posse de armas no Brasil na quarta-feira (12) receberam ameaças, segundo informou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). De acordo com a presidência da Casa, os alvos de ameaças foram o líder da Minoria, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Eduardo Girão (PODE-CE), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Veneziano Vital do Rego (PSB-PB). Na sessão de quarta-feira (12) da CCJ (comissão de Constituição e Justiça), os quatro votaram contra o parecer do senador Marcos do Val (Cidadania-ES), que era a favor do decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O relatório foi derrotado na comissão por 15 a 9 e foi aprovado um parecer alternativo, elaborado por Vital do Rego, contrário ao decreto das armas. O texto será votado no plenário do Senado na semana que vem. Randolfe recebeu uma ameaça por mensagem de celular e outras quatro em redes sociais. "Seu filho da puta, você votou na CCJ [contra] o meu direito a ter arma. Seu arrombado. Ganha mais de [R$] 30 mil por mês para fazer merda. Você é meu empregado e, portanto, me obedeça", diz uma das mensagens. "Vou achar muito civilizado quando um bandido enfiar uma bala na sua cara ou de alguém de sua família. Foda-se o povo, né! Você tem segurança seu fdp", diz outra.Como mostrou a coluna Mônica Bergamo na quinta-feira (13), o senador registrou um boletim de ocorrência para comunicar as ameaças. "Nunca andei com segurança e não vou andar agora. Paradoxalmente, os senadores que defendem o uso de armas é que andam com seguranças", disse Randolfe à Folha. "Estou sofrendo muita pressão e sendo ofendido moralmente. São mensagens que visam que eu vote contra os projetos de decretos legislativos que suspendem as novas regras para porte e posse de armas, editadas pelo governo federal. Não vou recuar. Não me intimidam", disse Contarato em nota. Davi Alcolumbre repudiou em nota as ameaças aos senadores. "Recebi com indignação as notícias de que senadores da República estão sendo ameaçados por defenderem a derrubada do decreto de armas", afirmou o presidente do Senado. "É, no mínimo, preocupante que o direito e o dever do exercício da atividade parlamentar, legitimado pelo voto do povo, sejam restringidos por meios covardes e, inclusive, de flagrante injustiça e afronta à segurança dos parlamentares." Davi afirmou que tomará "as providências necessárias para garantir a proteção e a liberdade de expressão constitucional e política de cada legislador". "Espero, sinceramente, que os que cometem esse tipo de crime repensem seus atos que pesam não só contra a pessoa de cada parlamentar, mas contra a própria manifestação democrática", disse Davi. ​ A Folha não conseguiu contato com Girão e Vital do Rego.
2019-06-14 20:17:00
cotidiano
Cotidiano
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Greve empolga menos no Twitter que atos por educação em maio
A discussão no Twitter sobre a greve desta sexta (14) contra a reforma da Previdência parece ter empolgado menos do que os diálogos do ex-juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol. Menos também que os protestos contra o contingenciamento de recursos para educação, em maio.Entre os usuários de centro na rede social que se manifestaram sobre a paralisação desta sexta, houve uma tendência a criticar a mudança proposta nas aposentadorias.O movimento foi captado pelo GPS Ideológico, ferramenta da Folha que acompanha o debate político na rede.Considerando quem as pessoas seguem na plataforma, a ferramenta posicionou 1,7 milhão de usuários ativos da rede social numa reta, do ponto mais à esquerda (aqueles que tendem a seguir, por exemplo, políticos do PSOL e PT) ao mais à direita (que tendem a seguir a família Bolsonaro, por exemplo).Para a análise sobre a greve contra a mudança nas aposentadorias, primeiramente foi considerado o volume de tuítes e retuítes que continham os termos “greve” ou “Previdência” (até as 17h desta sexta).Foram 14 mil postagens por hora, contra 21 mil quando o assunto foram os diálogos de Moro e Deltan, revelados no sábado (8) pelo site The Intercept Brasil. Em maio, em meio aos protestos em defesa de verbas para educação, foram 74 mil tuítes por hora.A ferramenta também permite analisar como os usuários de centro, direita e esquerda reagiram aos protestos desta sexta.Para essa análise, os quase dois milhões de perfis considerados foram divididos em três grupos (os 33% mais à esquerda, os no centro e os 33% mais à direita).Como era de se esperar, os perfis à esquerda tenderam a apoiar o movimento; os de direita, a criticá-lo. Uma das mensagens mais representativas entre os usuários de esquerda foi “a ideia de uma paralisação/greve é mostrar que a cidade é afetada na ausência do trabalhador que é quem produz”.Postagens representativas são aquelas usadas desproporcionalmente em um grupo. Entre os de direita, um tuíte representativo foi “a reforma da Previdência já foi apresentada há mais de cem dias e o tempo passa. Vamos dar forcinha para nossos parlamentares e lembrá-los que o Brasil tem pressa?”.Os usuários de centro foram discretos no debate (representaram apenas 8% dos tuítes que continham os termos “greve” ou “Previdência”).Uma mensagem representativa no grupo de centro foi “governo pagou R$ 268,5 mil para Ratinho falar bem da reforma, diz revista”, em alusão a reportagem da revista Época. Visto de outra forma, os usuários de centro também foram mais mais ativos em postagens sob a hashtag #GreveGeral do que #Dia14BrasilTrabalha, crítica à paralisação.Hashtags são termos usados para identificar mensagens de um mesmo assunto.A ferramenta da Folha GPS Ideológico categorizou 1,7 milhão de usuários do Twitter no país, colocando-os numa reta do ponto mais à direita ao mais à esquerda.Essa divisão leva em conta quem esses usuários seguem na plataforma. Com essa categorização, é possível verificar quais mensagens mais circulam em cada grupo. É possível, por exemplo, verificar quais palavras são mais associadas a alguns termos de busca, como "greve" e "Previdência".Para esta análise, a divisão dos usuários foi: 33% usuários mais à direita; 33% ao centro; 33% mais à esquerda. A quantidade de tuítes inclui todos os posts, retuítes e respostas. Mensagens e palavras representativas se referem a posts e palavras que foram retuitados e usadas desproporcionalmente por usuários de um grupo em relação aos demais.Na análise de mensagens representativas excluiu-se mensagens retuitadas menos que 250 vezes. Para palavras representativas exclui-se palavras presentes faladas muito comumente (exemplo: "ele", "mais" "que") e palavras usadas muito raramente (nome de usuários, hashtags e links).DeltaFolha é o grupo de jornalismo de dados da Folha
2019-06-14 20:28:00
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Aposta para cracolândia, hospital em SP é ameaçado por falta de licença
Principal aposta do governo João Doria (PSDB) para revitalizar a cracolândia, no centro de São Paulo, o hospital Pérola Byington tem licença emperrada e enfrenta oposição do Ministério Público. Os obstáculos ameaçam o início das obras nos próximos dias, conforme prometido pelo governo. No último dia 1º, o governador de São Paulo afirmou que a construção do hospital, referência em saúde da mulher, começaria em julho. O vice-governador, na ocasião, afirmou à Folha que houve demora no início das obras —que deveriam ter começado em 2014— devido à “complexidade da desapropriação”, mas que “o importante é que a obra está começando agora nos próximos dias”. Depois da declaração do governo, o Ministério Público questionou a gestão municipal, sob Bruno Covas (PSDB), sobre o licenciamento do hospital. No dia 4 de junho, o secretário Municipal de Licenciamento, Cesar Angel Boffa de Azevedo, respondeu à Promotoria informando que o processo ainda não foi concluído.Questionada sobre o imbróglio, a gestão Doria afirma que a obra do hospital está contratada. A realização será por meio de parceria público-privada e o cronograma previsto é de 36 meses após o início das obras. "O termo de cessão de uso da quadra pela Prefeitura ao Estado está em fase de formalização, para o início efetivo das obras", diz, em nota.A administração municipal, sob Bruno Covas (PSDB), diz que o requerimento de alvará, protocolado em fevereiro de 2018, encontra-se em análise. No entanto, indica que o governo, em tese, pode começar a obra mesmo sem o alvará. "De acordo com o Código de Obras e Edificações (Lei nº 16.642/17) o interessado pode dar inicio às obras 120 dias depois do pedido do Alvará de Aprovação e Execução que não tenha tido despacho ou comunique-se emitido pela Prefeitura".O quarteirão onde o hospital será construído é uma Zeis (Zona Especial de Interesse Social), classificação da legislação municipal para áreas voltadas à construção de moradia social. Nessas zonas, qualquer mudança deve ser aprovada por um conselho gestor, formado por moradores e governo.Na quadra do hospital havia ocupações, pensões e comércios, cujas desapropriações e demolições, em abril de 2018, geraram protestos. Entidades da sociedade civil e o Ministério Público pretendem impedir que o governo siga com o projeto sem resolver a questão dos moradores desalojados. Segundo o promotor Marcus Vinicius Monteiro dos Santos, “se o poder público der início à construção do hospital sem respeitar os licenciamentos exigidos e os processos previstos na legislação, o Ministério Público vai tomar todas as medidas para embargar a obra.”A Promotoria acusa prefeitura e governo de não darem assistência às famílias desabrigadas.A gestão Doria afirma que 170 famílias desalojadas foram cadastradas, das quais 145 receberam atendimento provisório com auxílio moradia de R$ 400. As demais, diz o governo, não compareceram para entrega de documentos ou já haviam sido atendidas por programas de habitação. "Das 145 famílias beneficiárias com auxílio-moradia, 57 já adquiriam imóveis por meio de cartas de crédito concedidas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Outras 88 estão com o processo de concessão da carta de crédito em andamento", diz o governo Doria.Membro do conselho gestor da quadra, o arquiteto Felipe de Freitas Moreira, do Instituto Pólis, afirma que o processo é marcado por irregularidades. A própria eleição do conselho gestor, que deve ser consultado sobre a situação das famílias, foi feita às pressas, um dia antes do início dos desalojamentos, afirma Moreira. Parte das famílias não tem como arcar com as parcelas do financiamento da carta de crédito, de R$ 150 mil —a Promotoria estima que 50% dos moradores estejam nesta situação. Outras que têm como arcar com o valor, diz ele, acabam sendo expulsas do centro, uma vez que o valor da carta de crédito não é suficiente diante dos altos preços desta região. "Há famílias que estão mudando do centro para cidades fora de São Paulo. Isso configura uma violação, porque muitas dessas pessoas tinham deslocamento diário de 20 minutos a pé até o trabalho", diz o arquiteto. Além disso, o Ministério Público afirma que o auxílio-moradia de R$ 400 é insuficiente para conseguir um aluguel na região —os quartos mais baratos em cortiços, segundo o promotor, começam em R$ 600.Questionada sobre o assunto, a prefeitura afirma que as famílias que não atendam condições para participar de outros programas habitacionais serão atendidas por locação social. O governo calcula, a partir de agora, um investimento total de R$ 306,7 milhões, entre construção e equipamentos. O hospital terá 148 leitos de internação e 10 de UTI. A obra é tocada pela Inova Saúde, da Construcap.
2019-06-14 19:36:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/06/aposta-para-cracolandia-hospital-em-sp-e-ameacado-por-falta-de-licenca.shtml
Michael Klein retoma controle das Casas Bahia
O veterano do varejo brasileiro Michael Klein e sua família compraram o controle da Via Varejo, (dona das marcas Casas Bahia e Pontofrio, investindo menos do que o inicialmente esperado, afirmaram três fontes com conhecimento do assunto nesta sexta-feira.O Grupo Pão de Açúcar vendeu sua participação de 36 por cento na Via Varejo em um leilão na B3 realizado mais cedo para um grupo de fundos e para veículos de investimento controlados pela família Klein.Duas das fontes afirmaram que Klein comprou uma participação com valor menor que os R$ 500 milhões inicialmente esperados.Uma vez que a família já detém 25,4% da Via Varejo, Klein se tornou o maior acionista da empresa, com uma participação próxima de 30%, disseram as fontes.Michael é filho de Samuel Klein, empresário polonês que fundou as Casas Bahia, morto em 2014.Procurado, o Grupo CB, que representa a família Klein, não se manifestou sobre o assunto. GPA e Via Varejo não identificaram os compradores da participação.O restante da participação vendida pelo GPA foi comprada por um grupo não identificado de fundos mútuos assessorados pela XP Investimentos. O GPA afirmou em comunicado ao mercado que o leilão totalizou R$ 2,3 bilhões de reais e que as ações foram vendidas a R$ 4,90 o papel.A operação encerra dois anos de tentativas de venda da participação pelo GPA, que é controlado pelo grupo varejista francês Casino.As ações da Via Varejo fecharam em queda de 1,4% nesta sexta-feira, cotadas a R$ 4,97 .
2019-06-14 19:15:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/06/gpa-vende-participacao-na-via-varejo-por-r23-bi.shtml
Bolsonaro diz que vai recorrer de absolvição de Adélio
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse no fim da tarde desta sexta-feira (14) que vai recorrer e irá até as últimas consequência em relação à decisão do juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz Fora, em Minas Gerais, que absolveu Adélio Bispo, autor da facada no então candidato ao Palácio do Planalto.O magistrado, que já havia decidido que ele é inimputável (ou seja, não pode responder por seus atos), já determinou que Adélio cumpra medida de segurança pelo ataque."Estou tomando as providências jurídicas, vou recorrer", disse Bolsonaro."Este é um crime contra um candidato a presidente da República, que atualmente tem mandato. Devemos ir às últimas consequências nesta situação aí", afirmou Bolsonaro ao descer do carro para cumprimentar turistas que o aguardavam na entrada do Palácio da Alvorada. Na decisão, proferida nesta sexta-feira (14), o juiz diz que, com a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, não há dúvidas sobre a autoria do crime. Mas, como o réu tem transtorno mental e é considerado inimputável, o magistrado decidiu por absolvição imprópria e internação por medida de segurança.Bolsonaro disse que, a partir de agora, há um "circo armado"."Se não houver recurso e for transitado em julgado, caso Adélio queira falar que quem pagou a ele para tentar me assassinar não tem mais valor jurídico, ele é maluco. Isso que está acontecendo. Agora, se fosse o contrário, o que estariam pensando ao meu respeito? A gente sabe que o circo é armado, tentaram me assassinar, sim", disse Bolsonaro.O presidente afirmou também que tem "convicção" de quem mandou matá-lo, mas que não poderia falar para não fazer pré-julgamentos.Bolsonaro disse que verificará o custo do recurso, mas que é preciso fazer algo a respeito."Nem que tenha que gastar alguma coisa minha para tomar providência neste sentido porque este cara não pode ficar na situação que está", afirmou o presidente da República. "Vou ver quanto custa, se eu tiver para pagar... Caso contrário, eu lamento."O presidente comparou seu caso ao do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel (PT), morto em 2002. À época Daniel havia sido escolhido para coordenar a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva naquele ano. A Promotoria sustentou que Celso Daniel foi morto por descobrir um esquema de corrupção na prefeitura."Quase que fui, guardadas as devidas proporções, um outro Celso Daniel. Quando é que o PT, o partido do Lula, falou em apurar o caso Celso Daniel? É um caso que escancara as vísceras de qualquer um, que foi, sim, um crime encomendado em cima do Celso Daniel, que ele foi torturado antes para dizer onde estavam os dossiês", afirmou Bolsonaro."O que o PT fez no tocante a este assunto? Ficou quieto. Porque ali poderia botar um ponto final numa carreira que não tinha começado, do Lula, ainda. Porque em 2002, foi o episódio, foi quando ele se elegeu presidente da República", acrescentou ele.
2019-06-14 18:28:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/06/bolsonaro-diz-que-vai-recorrer-de-absolvicao-de-adelio.shtml
Estação Aurora: estamos mesmo próximos de ter um hotel no espaço?
A ousada ideia de estabelecer a Estação Aurora como o primeiro hotel em órbita do mundo movimentou o mercado global de turismo.O anúncio oficial ocorreu em abril do ano passado durante a Conferência Space 2.0 em San Jose, na Califórnia.A bordo de uma estrutura com tamanho semelhante a um jatinho particular de grande porte, os passageiros iriam pairar a 320 quilômetros acima da superfície da Terra e desfrutar de uma vista incomparável de suas luzes de norte a sul.A excursão não sairia barata: a jornada de 12 dias a bordo da Estação Aurora, programada para ser colocada em órbita até 2022, começa em nada módicos US$ 9,5 milhões (R$ 36 milhões) por pessoa. Mesmo assim, a empresa garante que já há uma lista de espera de sete meses."Parte de nossa experiência é dar às pessoas o gosto da rotina de um astronauta profissional", diz Frank Bunger, fundador e CEO da Orion Span, empresa por trás da Estação Aurora."Mas imaginamos que a maioria dos passageiros ficará mais interessado em olhar pela janela, ligar para seus conhecidos e, caso fiquem entediados, temos o que chamamos de 'holodeck', uma experiência de realidade virtual. Nela você pode fazer o que quiser; você pode flutuar no espaço, andar na Lua, jogar golfe."Imagine a Estação Aurora, que foi objeto de uma campanha de crowdfunding no início de fevereiro, como uma versão mais simples, porém luxuosa, da austera Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).Haverá algumas semelhanças: em ambas, os visitantes (quatro convidados com dois funcionários) irão cochilar em sacos de dormir, a comida será congelada a seco, e todos os passageiros terão de passar por um rígido exame de saúde antes do lançamento.Além de contemplar as estrelas e a Terra, espera-se que os visitantes da Aurora passem parte de sua estadia realizando experimentos de microgravidade, como o cultivo de alimentos, hoje feito por equipes da ISS. Mas também haverá algumas diferenças: a água será importada da Terra —em vez de processada a partir da urina dos participantes.Muitos da comunidade científica enxergam esse como o próximo grande e inevitável salto para a humanidade. Mas as viagens especiais de civis estão, quando muito, em seu estágio embrionário. Enquanto a mídia demonstra entusiasmo com a Aurora, os especialistas do setor são bem mais cautelosos."A Estação Aurora é uma ótima engenhoca", comenta Christian Laesser, do Centro de Pesquisa de Turismo e Transporte da Universidade de St. Gallen, na Suíça. "Mas resta saber se ela será mesmo implementada.""No momento, o turismo espacial é uma área onde a realidade, as fraudes e a ficção científica estão tão misturadas que fica difícil distinguir a expectativa da realidade", acrescenta Robert A. Goehlich, da Universidade Aeronáutica Embry-Riddle, o único no mundo a dar uma aula dedicada ao turismo espacial.Ambos concordam que o turismo espacial já existe. Ele começou em 2001, quando o americano Dennis Tito teria pago US$ 20 milhões (hoje R$ 75 milhões) à Agência Espacial Russa por uma visita de sete dias à ISS. Alguns países já estão se preparando para o futuro da indústria; dez espaço-portos comerciais já estão tomando forma nos Estados Unidos, por exemplo.Eric Stallmer, presidente da Federação Comercial de Voo Espacial e possivelmente o maior entusiasta da Estação Aurora, aponta que os EUA têm regulamentações como o Ato para a Competição Comercial de Lançamento Espacial, aprovado em 2016, que trata de questões como passivos, indenização, partes responsáveis e riscos.Goehlich e Laesser não são do contra, mas ambos preferem esperar para ver se as empresas de turismo espacial de civis podem mesmo entregar o que oferecem e como isso ocorrerá. Ainda é preciso definir, por exemplo, os padrões de segurança e engenharia para um veículo espacial civil.Bunger descreve a Estação Aurora, com sua tecnologia de ponta, sistemas simplificados e área menor (diminuindo os riscos de colisões com micro-meteoros), mais segura que a ISS. Mas até ele admite que isto não é uma certeza até o momento da decolagem.Isso levanta outras questões relevantes ainda não abordadas —de onde será lançada a estação e de onde os passageiros serão retirados quando retornarem à superfície da Terra.Além disso, esta é uma indústria em que definir datas é uma receita para a decepção. A Virgin Galactic, que teve seu primeiro voo de teste bem-sucedido em dezembro, está nove anos atrasada; a SpaceX e a Blue Origin ainda estão testando seus veículos; e a XCOR Aerospace declarou falência em 2017.Existe uma possibilidade muito real de que os candidatos mais antigos nas várias listas de espera possam "passar da idade", ou desenvolver condições de saúde que os excluam. Nem o módulo da Estação Aurora começará a ser construído até o final deste ano.Além disso, há os problemas de saúde. No caso da Estação Aurora, pessoas que sofrem de claustrofobia, mesmo que leve, devem pensar duas vezes antes de reservar um quarto em um cômodo de 13 metros de comprimento por três metros de diâmetro —lembrando que você não vai poder abrir uma janela.Como os objetos, incluindo os fluidos no corpo, tendem a se elevar em baixa gravidade, os convidados devem se preparar para algumas selfies de rosto inchado e com enjoos enquanto o estômago se ajusta à ausência de peso.A exposição prolongada à gravidade zero enfraquece os ossos e altera radicalmente a estrutura do globo ocular afetando a visão. Como são apenas 12 dias sem gravidade, os passageiros não terão que se preocupar, mas a equipe de serviço, sim.Felizmente, a microgravidade não prejudica a menstruação (embora problemas com o armazenamento de itens sanitários e a limitação de água para higiene possam levar as astronautas a tomar pílula). Por causa da cinética envolvida, a Nasa exige que os astronautas se abstenham de sexo, o que pode tirar um pouco do romance de uma viagem como essa.Mais alarmantes são as partículas com carga elétrica que entram na cabine e podem causar danos genéticos. Embora tenham um forte isolante, os veículos espaciais ainda não são totalmente à prova de radiação cósmica.Os astronautas relataram ter visto flashes de luz —os quais os pesquisadores acreditam ser de raios cósmicos atingindo os nervos ópticos ou o córtex visual no cérebro."Você não pode executar uma missão espacial, principalmente uma missão comercial tripulada, no modo 'vamos tentar e ver se funciona'", alerta Goehlich."Você precisa de uma operação segura de naves espaciais, uma operação sustentável e, finalmente, uma operação economicamente lucrativa."Mas Laesser vê o turismo espacial como uma progressão natural, observando que os ambientes extremos apenas retardaram sua exploração, mas não a impediram."Se voltarmos 30 anos, a Antártida era um destino inviável, e agora as pessoas estão indo para lá. Nós temos essas novas fronteiras, e o espaço é apenas a mais recente a, possivelmente, se abrir."Exatamente quando essa fronteira estará de fato aberta, no entanto, ninguém tem certeza.
2019-06-14 17:45:00
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Turismo
https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2019/06/estacao-aurora-estamos-mesmo-proximos-de-ter-um-hotel-no-espaco.shtml
Messi lidera a Argentina e busca parar de chorar com a seleção
O Mundial é o maior sonho de Lionel Messi, mas nenhum torneio o fez sofrer tanto pela seleção argentina quanto a Copa América.O jogador eleito cinco vezes o melhor do planeta tentará exorcizar esse fantasma a partir deste sábado (15). A Argentina estreia na competição às 19h, contra a Colômbia, na Arena Fonte Nova.No hotel onde a delegação está hospedada em Salvador, o clima não tem nada de similar à tensão vivida pelo elenco no ano passado, durante a Copa do Mundo na Rússia. O time se esfacelou durante o torneio e caiu nas oitavas de final diante da França. Messi passou o torneio cabisbaixo. No vestiário, após a queda, ele chorou, de acordo com relatos de dirigentes. “A sensação é de estar desabando tudo sobre você”, definiu o camisa 10.Mas a situação não era uma novidade. A Copa América foi o torneio que mais o fez chorar. Em 2016, com os olhos vermelhos pela segunda derrota consecutiva nos pênaltis na final para o Chile, ele chegou a abandonar a seleção.“Acho que não é para ser”, disse na época.Era mais que uma decepção isolada. Era acúmulo de frustrações. Ele havia chorado copiosamente no vestiário em Santiago após também cair nos pênaltis para os chilenos em 2015.Está na história a noite em que Nicolás Burdisso, zagueiro da seleção na Copa América de 2011, chamou Messi de “pendejo” (idiota, inútil) por não acompanhar o adversário na marcação. Os microfones de TV captaram a frase.“Pendejo” pode ser uma expressão jocosa. Mas o tom não foi de quem estava brincando. A Argentina perderia para o Uruguai aquela partida, nas quartas de final (de novo nos pênaltis), o que levou a níveis muito altos as críticas ao atacante dentro do seu próprio país, que sediava a competição.Messi se recusou a falar com a imprensa depois da partida e deixou o estádio Cemitério dos Elefantes com a expressão de quem havia chorado.“Leo é sempre emotivo assim. Ele sente muito as derrotas”, disse Carlos Tevez.O atacante também foi vice da Copa América de 2007, na Venezuela, quando tinha 20 anos. Nem era a peça mais importante do time. Nomes mais experientes o chamavam de “pibe” (garoto).Hoje em dia, novatos na seleção, como De Paul e Saravia, se referem ao camisa 10 como “fenômeno”.Messi confessa ter chorado também após a eliminação contra a França, no Mundial do ano passado. Assim como na derrota para a Alemanha, em 2014, no Maracanã. Foram lágrimas diferentes, porém.Na Rússia, tratava-se de impotência e dúvida quanto ao futuro. Por não ter conseguido mudar o destino de uma equipe em que imperou o caos. No Brasil, o motivo foi outro. Era a sensação do que poderia ter sido. Se Messi tivessee feito gol naquela decisão, e não o reserva alemão Götze, a vida do argentino seria outra.“Mudaria tudo não apenas para mim, mas para a minha geração”, admitiu.Um dos grandes elogios feitos à preparação para esta Copa América é que ela tem sido tranquila. Isso significa que Messi está em paz no papel de referência do processo de renovação que engloba também o técnico Lionel Scaloni.O título, além de quebrar o jejum da seleção de 26 anos sem conquistas, lhe daria impulso para pensar no Qatar em 2022.Lionel Messi sabe que, se a derrota acontecer, só haverá um culpado. O mesmo de 2011, 2014, 2015, 2016 e 2018: ele mesmo.Javier Mascherano confessou em 2014 estar cansado de "comer merda" pela seleção. “Olhe para Leo. Você acha que ele não merece um título com a camisa da Argentina?", questionou. Já Messi pode estar cansado de chorar.Argentina x Colômbia 19h, na Fonte Nova (Salvador) Na TV: SporTV
2019-06-14 17:58:00
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Itália se classifica para as oitavas da Copa e pressiona Brasil
A situação do Brasil no Grupo C da Copa do Mundo Feminina não é das mais tranquilas. Nesta sexta (14), a Itália goleou a Jamaica, por 5 a 0, e agora a seleção comandada pelo técnico Vadão precisa de uma vitória sobre as italianas na última rodada para avançar.Jogando na cidade de Reims, a Itália não tomou conhecimento e atropelou a equipe jamaicana. Com três da atacante Girelli e dois de Galli, as italianas não encontraram resistência e confirmaram vaga nas oitavas de final. A vaga italiana está confirmada porque a equipe já se garantiu ao menos como uma das melhores terceiras colocadas. Com o resultado, a Itália chegou a seis pontos e está com um saldo de seis gols no grupo C. O Brasil está em segundo lugar, com três pontos e dois de saldo. Para confirmar vaga de maneira mais tranquila, a seleção brasileira precisa vencer as italianas na rodada decisiva para não depender de outros resultados.Vale lembrar que, de acordo com o regulamento, as quatro melhores terceiras colocadas seguem para a próxima fase. Assim, o Brasil depende apenas das próprias forças para avançar.
2019-06-14 17:47:00
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Reportagens de Clóvis Rossi abordaram momentos históricos; veja seleção
Clóvis Rossi, morto na madrugada desta sexta-feira (14), aos 76 anos, viveu mais 56 deles como jornalista. Na Folha, foram quase 40 anos.Desde 1987, assinava colunas sobre variados temas, dentre os quais política brasileira e internacional, além de opiniões sobre economia, esporte ou alguma cena quente do noticiário.Na reportagem do jornal, começou antes, em fevereiro de 1980, e fez coberturas de eventos históricos, viagens de vários presidentes brasileiros, Copas do Mundo e Olimpíada e foi correspondente em Buenos Aires e Madri. Abaixo, uma seleção de reportagens marcantes, inclusive a primeira delas, publicadas por Rossi na Folha. ​ Uma guerra não declarada6.fev.1980 - primeiro texto publicado na FolhaHá uma guerra não declarada no Brasil, que certamente já fez mais vítimas do que incertos números da guerrilha do Araguaia, que provocou a maior mobilização de tropas no país em tempos de paz. A guerra pela posse de terra —o tema que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil está discutindo em Itaici, município de Indaiatuba— registrou nada menos do que 448 combates apenas nos seis anos que vão de 1971 a 1976. Consequência desses combates: 113 mortos e oitenta feridos, conforme o levantamento feito pelos professores V. L. G. S. Rodrigues e José Francisco Graziano da Silva, publicado em 1977. Leia mais no Acervo FolhaPolícia reprime empresários em Buenos Aires10.dez.1980 - texto de quando foi correspondente na ArgentinaO empresariado argentino declarou-se ontem [9.dez.1980] à noite em "estado de alerta" e decidiu determinar ou apoiar medidas de protestos parciais ou totais "em defesa das empresas e do patrimônio nacional", depois que as autoridades proibiram a reunião convocada para ontem à noite pela Convocatória Nacional Empresarial (Conae), que reúne o patronato de capital nacional.Leia mais no Acervo Folha Congresso repele cerco policial e vota hoje a emenda das diretas25.abr.1984Na véspera da votação da emenda Dante de Oliveira, o Congresso Nacional passou pouco mais de três horas (até cerca de 21 horas) cercado por um contingente da Polícia Militar, que foi retirado apenas após uma reunião dos três ministros militares, que decidiram atender aos insistentes apelos dos parlamentares para que o cerco fosse levantado.Leia mais no Acervo FolhaA Nação Frustrada! Apesar da maioria de 298 votos, faltaram 22 para aprovar diretas26.abr.1984A emenda Dante de Oliveira, que prevê eleições diretas já para a Presidência da República, foi rejeitada esta madrugada pela Câmara dos Deputados, embora tivesse recebido maioria de votos a favor (293 a 65), insuficiente, entretanto, para se atingir o quórum de dois terços exigido para alterações da Constituição. Faltaram 22 votos.Leia mais no Acervo Folha Eleição de Tancredo Neves encerra ciclo militar16.jan.1985A Nova República —o slogan cunhado por Tancredo Neves, 74, para seu período de governo— nasceu exatamente às 11h34 de ontem, horário em que foi emitido o 344º e definitório voto a favor do ex-governador mineiro. E nasceu aos sons da primeira grande festa política da história do Brasil que se realiza simultaneamente de Norte a Sul, do plenário da Câmara às ruas de Brasília, do Oiapoque ao Cuí, como antes só se vira em Copas do Mundo.Leia mais no Acervo FolhaTancredo morre em São Paulo às 22h2322.abr.1985O cortejo fúnebre do presidente eleito Tancredo Neves só sairá às 9h30 do Instituto do Coração, em direção ao aeroporto de Congonhas, para o embarque para Brasília. Antes, o corpo será submetido a um processo de preservação (não chega a ser embalsamamento), que consiste na injeção de substâncias preservativas e, provavelmente, na retirada das vísceras, justamente para facilitar a conservação.Leia mais no Acervo FolhaExtrema direita chilena tem plano para tumultuar votação5.out.1988A extrema direita chilena armou um esquema para tumultuar e, se possível e necessário, interromper a votação e/ou apuração do plebiscito marcado para hoje, no qual 7.435.913 eleitores decidirão se o atual presidente, general Augusto Pinochet Ugarte, continua no poder até 1997 ou se haverá eleições presidenciais abertas no ano que vem.Leia mais no Acervo FolhaCollor eleito - A espera de 29 anos termina em nova espera18.dez.1989Os brasileiros esperaram 29 anos para voltar a eleger diretamente o presidente da República e essa longa espera acabou se transformando, na noite de ontem, apenas em mais espera.Leia mais em Acervo FolhaChoque do Plano Collor é o maior de toda a história17.mar.1990O presidente Fernando Collor baixou ontem um pacote econômico que mexerá com cerca de US$ 35 bilhões (10% do Produto Interno Bruto) e revoluciona toda a economia a tal ponto que ninguém, exceto os membros da equipe econômica, tinha certeza de seus efeitos globais a médio e longo prazo.Leia mais em Acervo FolhaComeça a guerra!17.jan.1991Aviões de combate da força multinacional aliada iniciaram a guerra ao Iraque Pas 2h30 da manhã de hoje (21h30 de ontem em Brasília). A operação "tempestade no deserto" começou à 0h58 (19h58 de Brasília), com a decolagem de caças F-15 de uma base na região central da Arábia Saudita.Leia mais no Acervo FolhaImpeachment! - 441 votos afastam Collor da Presidência30.set.1992Em decisão inédita na história da América Latina, um presidente da República —o brasileiro Fernando Collor de Mello— teve seu afastamento aprovado pela Câmara dos Deputados, por esmagadora maioria (441 votos a favor, 38 contra, uma abstenção e 23 ausências).Leia mais no Acervo FolhaFHC é presidente - FHC planeja reduzir ministérios para formar supercâmara setorial4.out.1994O governo Fernando Henrique Cardoso tende a transformar a Esplanada dos Ministérios em uma espécie de supercâmara setorial, por meio de redistribuição de poder entre os ministérios.Leia mais no Acervo FolhaPowell vê Arafat e Sharon, mas não avança15.abr.2002O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, aparentemente não avançou um milímetro na tentativa de devolver o conflito israelo-palestino à via diplomática, depois de encontros com os líderes das duas partes.Leia mais no Acervo FolhaTerror mata mais de 190 em Madri12.mar.2004A Espanha viveu ontem, 11 de março de 2004, o seu 11 de Setembro (de 2001, a data do maior ataque terrorista contra os EUA, há exatos dois anos e meio): dez bombas explodiram em quatro trens, em três estações, causando a morte de pelo menos 192 pessoas e ferindo mais de 1.400, três dias antes da eleição geral do país.Leia maisLula nega ter conta no exterior e acusa revista de podridão14.mai.2006O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou a revista "Veja" de ter praticado "crime" e de ter chegado ao "limite da podridão", por causa da reportagem na qual aponta supostas contas no exterior de Lula, de outras figuras do governo e de ex-ministros.Leia maisSó a história para fazer um julgamento mais racional sobre dirigente cubano ​20.fev.2008Ditador comunista, que associou o extraordinário e inegável carisma a uma inquietação permanente, é santo ou demônio, sem meios termos, de acordo com posição ideológica de quem o julga.Leia maisMorales aceita que Unasul seja mediadora na Bolívia16.set.2008O presidente da Bolívia, Evo Morales, aceitou ontem que a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) atue como mediadora do diálogo entre seu governo e os cinco governadores de oposição, que há três semanas promovem o bloqueio de rodovias e a ocupação de aeroportos e prédios públicos.Leia mais'Cercado de lobos', Bento 16 anuncia a sua saída ​12.fev.2013Até o jornal oficial do Vaticano, "L'Osservatore Romano", havia anunciado no ano passado que o papa Bento 16 era "um pastor cercado de lobos".Ontem [11.fev.2013], o pastor se rendeu aos lobos, ao anunciar que renuncia ao papado às 20h do dia 28 (17h em Brasília), embora tenha alegado motivos de saúde ou, mais exatamente, que se deteriorara "a fortaleza da mente e do corpo", indispensável para o bom exercício de sua função, especialmente em um homem de 85 anos como ele.Leia maisMemórias de quando o mundo se reúne em Davos13.mar.2018 Devo ser o jornalista que há mais tempo cobre os encontros do Fórum Econômico Mundial, cuja edição regional latino-americana começa nesta terça (13).Acompanho o Fórum de Davos desde 1992, um quarto de século. O que me permite a presunção de achar que tenho as duas melhores maneiras de defini-lo.Leia mais
2019-06-14 18:08:00
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Secretário de Saúde do Reino Unido desiste da disputa para suceder May
O secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, anunciou nesta sexta-feira (14) a desistência de sua candidatura para a liderança do partido Conservador, reduzindo para seis o número de concorrentes na disputa.A decisão foi tomada após os resultados da primeira etapa do processo, na qual Hancock ficou em penúltimo lugar, com 20 votos. O ex-secretário do Exterior e ex-prefeito de Londres Boris Johnson lidera a corrida —ele obteve 114 votos.“Eu me candidatei como candidato do futuro, mas o partido está, compreensivelmente, procurando um líder para as circunstâncias únicas que enfrentamos agora”, afirmou Hancock, em referência ao brexit, processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).Antes de mudar de posição e defender o acordo da atual primeira-ministra do país, Theresa May, com a UE, o secretário de Saúde foi contrário ao brexit no plebiscito de 2016.Com a desistência de Hancock, somente Rory Stewart entre os seis candidatos que continuam na disputa é completamente contra a saída do Reino Unido do bloco europeu sem um acordo. Outros, como Michael Gove e Jeremy Hunt, também têm posição contrária, mas não descartam a possibilidade do chamado “no-deal”.Para o favorito na disputa, Boris Johnson, um acordo não é a prioridade. Em entrevista à BBC nesta sexta-feira, Johnson assegurou que não prorrogaria novamente a data da saída britânica do bloco europeu.“Devemos estar fora [da UE] em 31 de outubro. E acho que seria realmente estranho afirmar, neste momento, que o governo britânico estaria disposto, mais uma vez, a acenar com a bandeira branca e atrasar mais uma vez", disse.Para eleger o próximo líder, a próxima etapa do processo acontecerá na quarta (19) e na quinta-feira (20), até que somente dois nomes continuem na disputa. Depois desse passo, ambos serão submetidos a uma votação entre os 160 mil membros do Partido Conservador, o que deve ocorrer em meados ou no fim de julho.
2019-06-14 18:03:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/06/secretario-de-saude-do-reino-unido-desiste-da-disputa-para-suceder-may.shtml
Depoimento: Será mais difícil compreender o mundo sem o olhar de Clóvis Rossi
Consagração. Foi o título de um dos emails que Clóvis Rossi me mandou. “Estou consagrado: escrevi hoje a mesma coisa que minha ídala, Mariliz: ninguém vai voltar para o armário.” Todo mundo sabe da genialidade do jornalista, mas apenas os que tiveram algum convívio com ele puderam desfrutar de sua generosidade, além do seu senso de humor, que eram da mesma grandeza de seu talento.Eu não teria a honra de dividir a profissão com Clóvis Rossi não fosse a influência que ele teve sobre mim desde a adolescência. Comecei a ler jornais muito cedo, recortava os artigos do Clóvis e guardava para ler mais vezes. Aos 13, 14 anos, já queria ser jornalista. E para trabalhar na Folha. Eu não queria só ser jornalista. Eu queria trabalhar na Barão de Limeira com aquele gênio que despertou em mim o amor pela notícia.Foi lá no final dos anos 1980, lendo o que ele escrevia, que aprendi que jornalista não idolatra políticos e sempre deve ser crítico com quem está no poder. Que o texto pode ser simples, direto e, se for irônico e debochado, ainda melhor. Que nossas convicções não podem ser maiores do que nossa coerência. Que pau que bate de um lado bate também no outro. Parece simples, mas poucos como Clóvis são assim.Já contei que, no período em que trabalhei na Folha como repórter, eu me encolhia no elevador quando ele entrava, porque me sentia muito pequenininha, não só porque ele tivesse quase dois metros de altura, mas porque tinha medo de num arroubo adolescente pedir um autógrafo. Nunca passei do bom dia.Apenas anos depois, quando comecei a assinar colunas no jornal, tivemos nosso primeiro contato. Recebi um email do Clóvis com um elogio. Consagração, Clóvis, é isso. Você nem sabe, mas ainda eram sete da matina e eu fiz uma dancinha bem louca no quarto, acordei meu marido, pulei em cima da cama e gritei para o mundo que tinha zerado a vida. Clóvis Rossi lê o que eu escrevo, Brasil.Àquela mensagem se seguiram outras, com sugestões de pautas para minha coluna, com comentários sobre meus textos, que eu vou imprimir e pendurar na parede como se cada um deles fosse um Pulitzer. E também promessas de que quando eu fosse a São Paulo tomaríamos um café.Nunca aconteceu. E, hoje, a maior inspiração profissional que tive na vida se foi.Clóvis, querido, ninguém vai voltar para o armário, como você bem observou e eu talvez tenha tido a mesma impressão apenas inspirada por você. O mundo vai continuar andando para frente, mas será muito mais difícil compreender todas as mudanças sem o seu olhar. O jornalismo ficou hoje um pouco sem chão e eu me sinto meio sem luz.
2019-06-14 18:26:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/06/depoimento-sera-mais-dificil-compreender-o-mundo-sem-o-olhar-de-clovis-rossi.shtml
Maia diz que Guedes é injusto em críticas à Previdência e que governo virou 'usina de crises'
Em resposta a Paulo Guedes, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira (14) que o ministro da Economia é injusto em suas críticas ao relatório da reforma da Previdência apresentado na véspera e que o governo se tornou uma "usina de crises"."Nós blindamos a reforma da Previdência de crises que são, muitas vezes, geradas quase todos os dias pelo governo. Cada dia um ministério gerando uma crise. Hoje, infelizmente, é o meu amigo Paulo Guedes, gerando uma crise desnecessária", afirmou Maia a jornalistas. O presidente da Câmara disse que, sozinho, o governo teria 50 votos a favor da reforma, "e não a possibilidade de 350 que nós temos"."Acho que o ministro Paulo Guedes não está sendo justo com o Parlamento que tem comandado sozinho a articulação para aprovação da Previdência", afirmou.Maia disse que o Congresso se tornou "o bombeiro" de crises no país e que a tramitação da reforma pode inaugurar "um novo momento em que o governo tem menos responsabilidade com o comando da aprovação das matérias e o Parlamento passa a assumir essa responsabilidade"."Nós blindamos o Parlamento. A usina de crise bate e volta. Fique lá no Executivo, no ministério da Fazenda, da Educação criadores de crise", afirmou. Maia elogiou "o trabalho brilhante" do relator da reforma na comissão especial, o deputado Samuel Moreira (PSDB). "Na democracia, nossas vitórias não são absolutas, isso que o ministro Paulo Guedes talvez não saiba."Na noite desta sexta, Moreira se manifestou pela primeira vez desde a troca de farpas entre Guedes e o Congresso. Pelas redes sociais, o deputado disse que seu papel como relator é construir consensos, e não alimentar intrigas. "Tenho responsabilidade com o Brasil e compromisso com a reforma da Previdência."Maia disse que o Congresso vai continuar atuando com "responsabilidade, equilíbrio e paciência"."Não vamos entrar nessa polêmica, nessa falsa crise. É triste ver o ministro fazendo isso. Deixa o governo criando crise", disse. Apesar disso, Maia negou que se sinta traído pelo ministro da Economia. Mas disse que, "infelizmente, Paulo Guedes passa a ser um ator dessas crises."Maia afirmou que a Câmara vai aprovar a reforma da Previdência "apesar do governo" e com uma garantia de economia na casa de R$ 900 bilhões em dez anos, o que, segundo ele, "é uma grande economia para um governo que não tem base". O projeto original previa R$ 1,2 trilhão.O presidente da Câmara rebateu afirmação de Guedes segundo a qual, com a redução da economia fiscal, o próximo governo precisará fazer outra reforma nas aposentadorias."Eu acho que ele [Guedes] está errado [ao criticar a desidratação do projeto]. A economia de R$ 900 bilhões é muito próxima de R$ 1 trilhão. Acho que ele foi injusto com o Parlamento. Pedi que os líderes não falassem antes de mim, falo em nome da Casa, inclusive de quem é contrário à reforma da Previdência", disse Maia.Em relação às críticas de Guedes sobre regras de transição para servidores incluídas no relatório, Maia afirmou que "gostaria muito que o ministro Paulo Guedes explicasse a transição que ele assinou para as Forças Armadas".Segundo ele, a transição dos militares seria cinco vezes mais branda do que a proposta pelo relator aos servidores. Maia diz que o pedágio para os militares cobra acréscimo de 17% sobre o tempo que falta para deixar a ativa, enquanto na regra dos servidores haveria pedágio de 100%. "Quem fez uma transição que beneficiou as corporações foi o ministro Paulo Guedes e o presidente da República", afirmou. Ele disse ainda que as regras para as Forças Armadas pressionaram as corporações sobre o Parlamento, em uma referência à afirmação de Guedes de que o Congresso cedeu a lobby. Maia reforçou que a ideia é votar o projeto na comissão especial por volta do dia 25 de junho, para possibilitar levar o texto a plenário em julho. Disse também que atua para tentar reincluir no texto ainda durante a comissão estados e municípios. "Espero que seja lá [na comissão]. Mas [se não passar na comissão] depois [vamos tentar] no plenário", afirmou.Sobre o regime de capitalização, que também foi retirado do relatório, Maia disse que o modelo pode ser votado no segundo semestre. "Inclusive, os partidos de esquerda têm uma ótima proposta de capitalização, do deputado Mauro Benevides [PDT-CE]", afirmou.Na Câmara, a fala do ministro Paulo Guedes repercutiu mal. O vice-presidente da Câmara e presidente do PRB, Marcos Pereira (SP), endossou Maia e disse que a declaração de Guedes não ajuda a reforma. "Pelo contrário atrapalha, na medida em que cria um desconforto com o Parlamento", disse.Líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA), afirmou que a "ingratidão é um defeito muito grave". "Nós não sabíamos dessa caracteriza do Paulo Guedes, da ingratidão. Ainda mais depois de tudo que fizemos, principalmente o presidente Rodrigo Maia, para blindá-lo dos ataques da oposição quando ele foi sabatinado na Câmara. A ingratidão é um feito muito grave", disse. Para Nascimento, as declarações de Guedes refletem o descontentamento do ministro com o fato de a capitalização ter ficado fora do texto da reforma da Previdência. "A capitalização pode ser tranquilamente tratada em outra PEC. Não adianta querer colocar tudo e perder", disse, ressaltando que o trecho não tinha consenso entre parlamentares e poderia, em última instância, até inviabilizar a proposta.
2019-06-14 17:37:00
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PT suspende filiado acusado de participar de milícia no RJ
A Executiva Nacional do PT determinou nesta sexta-feira (14) a suspensão do sargento Sidney Lopes da Gama, policial militar filiado à sigla acusado de participar de uma milícia em Duque de Caxias (RJ). Em nota, a sigla afirma ainda que "verificará se ainda há qualquer relação política [do PM] com o partido para tomar as devidas providências". A Folha revelou nesta quinta (13) que Sid, como o sargento é chamado, ficou por quase cinco anos lotado na Secretaria de Direitos Humanos do Rio de Janeiro. A pasta é responsável por programas sensíveis, como o de proteção às testemunhas. Filiado ao PT desde 1995, o sargento Sidney Lopes da Gama tem vínculos políticos com o ex-petista Zaqueu Teixeira, ex-deputado estadual atualmente no PSD. O agente trabalhou na campanha do político em 2010 e foi requisitado em junho de 2013 para atuar na pasta que Zaqueu havia acabado de assumir. O policial foi acusado em abril deste ano de participar de uma milícia que atuava nos bairros de Bananal, Jardim Leal e Olavo Bilac, no município da Baixada Fluminense. De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, o PM tinha a função de intermediar conflitos entre o grupo criminoso e outros policiais militares. A denúncia foi aceita pela 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias em maio. Embora apresentada neste ano, a denúncia se refere a fatos ocorridos até 2012. O processo com as provas contra o policial está em segredo de Justiça. Ele também responde a uma sindicância na PM, que pode resultar em sua expulsão. O sargento foi cedido em 2013 à secretaria a pedido de Zaqueu. Ele permaneceu na pasta até abril de 2018, quando o então interventor na segurança pública, general Braga Neto, determinou o retorno de todos os PMs à corporação. Neste período, a secretaria teve outros dois titulares: Pedro Fernandes (sem partido) e Gustavo Tutuca (MDB), além de interinos ligados a esses dois políticos.Ex-secretário municipal de Segurança de Duque de Caxias em 2009, Zaqueu afirmou que conheceu o sargento em sua campanha de 2010, na qual Sid trabalhou e pelo que recebeu R$ 1.000. Segundo o ex-deputado —atualmente subdiretor-geral de segurança da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro—, ele foi apresentado ao policial por militantes petistas de Duque de Caxias de cujos nomes diz não se recordar. O ex-secretário afirma que o PM não tinha função central na secretaria, embora diga não se lembrar de qual papel ele desempenhava. Funcionários antigos da pasta de Direitos Humanos ouvidos pela Folha afirmaram não se recordar de Sid no local. Sid não é réu primário. Ele foi acusado em 2003 de participar de um grupo de extermínio no bairro Jardim Leal, em Duque de Caxias, sendo denunciado pelo homicídio de Denis Araújo dos Santos, cometido em junho de 2003. De acordo com o Ministério Público, o policial e outro acusado “pretenderam eliminar as vítimas, as quais foram confundidas como sendo criminosos ou participantes de uma ‘boca de fumo’ existente naquela localidade”. Três meses antes de assumir o cargo na Secretaria de Direitos Humanos, Sid fora absolvido da acusação de homicídio num Tribunal do Júri por 4 a 3. Em junho de 2014, contudo, a 6ª Câmara Criminal determinou um novo julgamento por considerar que os jurados tomaram uma decisão desconsiderando as provas que constam dos autos do processo. A decisão foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça. O novo júri ainda não foi realizado. Zaqueu, que deixou a pasta em 2014, se declarou surpreso com a denúncia contra o ex-aliado. O ex-deputado trocou o PT pelo PDT em 2016, e, no ano passado, filiou-se ao PSD. “Era uma pessoa que não parecia ter esse perfil. Um cara muito quieto”, afirmou ele. O ex-deputado disse que a PM não apresentou nenhum veto à cessão do agente para a secretaria. “Na PM não havia nenhum veto para ele ser requisitado. Ela não permite [que seja requisitado] quando há algo grave”, afirmou o ex-secretário, que disse não ter sido informado sobre o processo de homicídio a que respondera o sargento. Zaqueu minimizou o fato de o PM ter trabalhado numa pasta sensível como a de Direitos Humanos. Segundo ele, Sid tinha “uma função acessória”, sem acesso a dados sobre o programa de proteção às testemunhas, por exemplo. O político, contudo, disse não se recordar da função desempenhada pelo PM. “Na secretaria tinha alguns policiais militares. Como teve um policial que eu precisei substituir, e ele tinha trabalhado na minha campanha e não havia nada que o desabonasse, acabei fazendo essa troca. Tinha um plantão lá. Não acompanhava diretamente. Cada subsecretário tinha sua atribuição e eu cuidava mais da política de assistência. Não ficava no dia a dia”, declarou.A reportagem entrou em contato com a defesa do PM, mas não houve retorno. O deputado Gustavo Tutuca (MDB) disse, em nota, que, ao assumir a secretaria em agosto de 2017, “estava reorganizando a pasta em meio à maior crise econômica do estado, quando saí logo depois, em novembro”. “Não nomeei, não indiquei nem sei de quem se trata”, declarou. Pedro Fernandes não quis se pronunciar. A PM afirmou, em nota, que “o policial está exercendo funções administrativas e será submetido ao Conselho de Disciplina, que poderá resultar na sua exclusão dos quadros da corporação”.
2019-06-14 17:20:00
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Cotidiano
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Brasil vende vantagens ambientais de carros a etanol contra avanço de carros elétricos
Uma comitiva brasileira visitou Estados Unidos, Índia e China no fim de maio. O objetivo foi apresentar aos maiores mercados automotivos do planeta as vantagens ambientais do etanol em comparação à gasolina e aos veículos 100% elétricos.A viagem foi organizada pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), que aproveita a evolução dos automóveis para, enfim, transformar o combustível de origem vegetal em uma alternativa global para reduzir emissões de CO2 (gás carbônico).O objetivo é ampliar a produção nacional e tornar o Brasil um país exportador de etanol e de tecnologias para carros híbridos flex, capazes de rodar com álcool, gasolina e eletricidade.Caso os planos deem certo, será o ápice de uma história que começou com incentivos governamentais nos anos 1970, conquistou mercado e naufragou devido crises de abastecimento.Renato Romio, diretor do Instituto Mauá de Tecnologia, lembra que 97% dos veículos novos produzidos no Brasil em 1985 eram movidos a etanol. Segundo ele, esse foi o melhor momento do setor: com o programa Proálcool, até os caminhões que transportavam a cana eram movidos pelo combustível de origem vegetal.Hoje, a Unica procura mostrar que os problemas do passado foram superados e não há risco de descontrole de preços ou desabastecimento.O que permitiu o avanço do etanol no Brasil foi a chegada dos carros flex, em 2003. De acordo com dados da Unica, 533 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser lançadas na atmosfera desde o lançamento dessa tecnologia até fevereiro de 2019.Hoje, 97,7% dos carros produzidos no Brasil podem ser abastecidos com álcool ou gasolina, puros ou misturados em qualquer proporção.A conta é por equivalência: considera o quanto de CO2 é absorvido pelo cultivo da cana e inclui no cálculo o gás carbônico que é gerado em outras etapas do processo, do plantio às bombas de combustíveis. O transporte a partir dos canaviais e a distribuição do álcool nas cidades é um ponto negativo por utilizar caminhões movidos a diesel.A entidade que representa a indústria da cana diz que, em comparação à gasolina, o etanol proporciona uma redução de 90% nas emissões dos gases causadores do efeito estufa. Em relação ao diesel S10, com baixo índice de particulados, a diminuição é de 50%.Evandro Gussi, presidente da Unica, diz que uma das possibilidades é a exportação de etanol anidro para que seja misturado ao combustível fóssil em outros países, como já ocorre no Brasil.Ele afirma que os carros a gasolina mais modernos já aceitam percentuais altos de álcool sem apresentar falhas, citando o exemplo de modelos premium produzidos no Brasil.De fato, isso ocorre. A evolução dos motores e dos sistemas de injeção de combustível permitem ajustes eletrônicos que adequam os automóveis a mudanças como essa. No entanto, é necessário usar os mesmos parâmetros adotados no Brasil, onde a gasolina comum recebe a adição de 27% de etanol anidro.Asiáticos, norte-americanos e europeus também precisariam se adaptar ao consumo maior dos carros como resultado da adição do combustível brasileiro, que tem menor poder calorífico.Caso as propostas da Unica sejam aceitas por grandes mercados, haverá necessidade de aumentar a produção de etanol. Gussi diz que isso será possível sem desmatamento, apenas aproveitando áreas que antes eram usadas na pecuária.O presidente da entidade afirma que a modernização dos métodos de criação de gado permitiu reduzir os espaços necessários para essa atividade. As terras que ficaram disponíveis permitem aumentar em seis ou sete vezes as áreas usadas hoje no cultivo da cana.A estratégia para convencer países que hoje criam legislações que favorecem a eletrificação dos carros também passa pelos dados de emissões de CO2 e de poluentes. Mais Gussi diz que a poluição causada por usinas de carvão, fornecedoras de grande parte da energia consumida em países da Ásia, pode tornar carros movidos a eletricidade mais nocivos ao ambiente do que um veículo a gasolina.Isso ocorre porque, quanto mais automóveis desse tipo existirem naquele continente, maior será o consumo dessa energia "suja".Outro problema está nas linhas de montagem. "Existem estudos sobre a produção de baterias que mostram que o nível de geração de CO2 nesse processo é muito elevado, podendo levar anos para que um carro elétrico compense no uso essas emissões", diz Renato Romio.Contudo, as matrizes energéticas também estão mudando mundo afora, com adoção de hidrelétricas —que dominam o fornecimento no Brasil— e o avanço, ainda tímido, de fontes eólicas e solares, eficientes para atender a microrregiões. Nesse cenário, o etanol é uma alternativa viável no curto e médio prazos, por depender de menos investimentos industriais.As montadoras instaladas no Brasil se preparam para uma possível expansão do etanol, que abriria espaço para a exportação de carros e de tecnologia.A Toyota lança no fim deste ano o Corolla Hybrid Flex, que pode rodar por trechos urbanos usando apenas eletricidade e também combiná-la com etanol. Outras montadoras também desenvolvem alternativas baseadas no uso do álcool, como a Nissan e o grupo FCA Fiat Chrysler."O etanol conversa bem com a eletricidade, é um ciclo que se fecha", diz Ricardo Bastos, diretor de assuntos governamentais da Toyota do Brasil.Porém, a queima do etanol também emite poluentes. É por isso que a tecnologia híbrida é interessante para grandes cidades, já que permite gastar apenas eletricidade para rodar em trechos curtos e de baixa velocidade, situação mais crítica para o ambiente.
2019-06-14 16:45:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/06/brasil-vende-vantagens-ambientais-de-carros-a-etanol-contra-avanco-de-carros-eletricos.shtml
Depoimento: Generoso, Rossi ensinava até crianças a fazer jornalismo
Clóvis Rossi foi o meu primeiro entrevistado.Jornalistas incríveis e experientes já escreveram coisas lindas sobre ele hoje. Então quem sou eu para querer dizer algo sobre esse titã do jornalismo brasileiro?Acho que o ponto deste texto é que, para o Clóvis, não faria diferença. Ele tratava sempre com deferência e a gentileza que era só dele até o mais foca dos colegas de profissão. Na nossa primeira entrevista, ainda não era nem possível me definir com o jargão usado para falar de jornalistas iniciantes, já que eu tinha só dez anos de idade.Foi em 2005, em uma escolinha de bairro em São Paulo onde, sorte a minha, por acaso eu estudava com os netos dele. A tarefa da turminha da quarta série era produzir um jornal e estávamos buscando matérias na feira de ciências. Minha mãe, que havia trabalhado com ele nesta mesma Folha nos anos 1980 (quando ela era a foca), apontou para o meio do pátio. "Olha lá aquele grandão, é o maior jornalista do Brasil. Vão perguntar pra ele", é o que ela lembrou nesta sexta-feira (14) de ter dito há 14 anos, naquele sábado. De repente, Clóvis se viu cercado por um bando de menininhas que provavelmente não batiam nem nos seus joelhos (além de um gigante do jornalismo, era um gigante de altura). E topou falar com a gente sobre como é ser um jornalista. Eu estava alvoroçada, um clássico da foca empolgada, e não conseguia ligar o gravador —um treco esquisito que nunca tinha visto na vida. Do alto de um prêmio Maria Moors Cabot, ele riu, ajudou e deu uma primeira lição simples, mas valiosa: "A primeira coisa que um bom jornalista precisa saber é fazer o gravador funcionar." Respondeu às nossas perguntas com a maior seriedade, sem pressa, como se estivesse dando uma entrevista para repórteres premiadas.Anos depois, virei repórter da Folha. Como foca de verdade, vi a delicadeza dele com os que o cercavam e admiravam. Volta e meia, por exemplo, algum repórter aparecia contente na Redação porque sua reportagem tinha sido citada na coluna. Era generoso nos elogios e não perdia a piada ("puxa, Angela, vou denunciar a Folha na Justiça do Trabalho por exploração do trabalho infantil. Daqui a dois anos, indico de novo", me escreveu em novembro do ano passado, quando eu expliquei que não podia participar de um concurso para o qual ele tinha me indicado porque não tinha atingido a idade mínima). Clóvis inspirou profissionalmente a geração de jornalistas dos meus pais, a minha e com certeza o fará para as próximas que vierem. Arrisco dizer que é também uma inspiração de como devemos olhar o mundo e tratar os outros —e não tenho dúvidas de que ficamos mais pobres enquanto humanidade hoje.Não tenho mais a fita do gravador e nem o jornalzinho da aula de português (que na época a gente guardou em uns disquetes cinzas identificados com letrinha de criança). Mas ficou comigo para sempre a lembrança daquele gigante sentado na salinha de uma escola do Paraíso, ensinando com a maior paciência do mundo umas pivetinhas a fazer o ofício em que ele era mestre, o jornalismo.
2019-06-14 17:15:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/06/depoimento-generoso-rossi-ensinava-ate-criancas-a-fazer-jornalismo.shtml
Toronto Raptors fez as mudanças certas para conquistar a NBA
Por seis jogos, Fred VanVleet ficou encarregado da tarefa defensiva mais difícil de sua vida: grudar em um dos maiores arremessadores da história da NBA, para ajudar o Toronto Raptors a buscar seu lugar na história.Assim, durante seis jogos, VanVleet perseguiu Stephen Curry, do Golden State Warriors. Seis jogos de cortes secos para dentro do garrafão, movimentos de arremesso que criavam separação entre arremessador e marcador, dribles cruzados e corta-luzes impiedosos."Um milhão de corta-luzes", disse VanVleet.Era como correr no mar revolto, preparado para encarar ondas e mais ondas.Mas na noite de quinta-feira (13), quando o Raptors começou a celebrar seu primeiro título na NBA depois de uma vitória por 114 a 110 contra o Golden State Warriors no sexto jogo das finais, VanVleet, usando uma camiseta comemorativa do título, encharcada em champagne, e exibindo os pontos que levou embaixo do olho depois de uma colisão com um adversário, refletiu sobre seu papel em ajudar a derrubar o time mais majestoso da liga.O Raptors, ele disse, não era um campeão comum. "Não somos astros reluzentes", disse VanVleet, acrescentando: "Temos caras que tiveram de seguir o caminho mais longo, que começaram da lama, que tiveram de superar obstáculos. Nosso time está repleto de caras como esses, vindos de toda parte, de todas da origens, com histórias de vida muito diferentes; e foi assim que chegamos aqui. Mas temos talento. Pode ter certeza de que temos talento".É justo dizer que o Raptors tem, na verdade, um desses astros cintilantes: Kawhi Leonard, o longilíneo ala escolhido como melhor jogador das finais depois de conseguir uma média de 28,5 pontos e 9,8 rebotes contra o Warriors. Mas Leonard estava ansioso por dividir o prêmio com Kyle Lowry, armador com presença frequente nas seleções de melhores jogadores da NBA e que foi uma das poucas presenças constantes no time do Raptors nas últimas temporadas."Demorou a chegar", disse Lowry. O percurso do Raptors para o título com certeza não foi uma linha reta. Em cada uma das três temporadas precedentes, o time foi eliminado nos playoffs pelo Cleveland Cavaliers de LeBron James, e a saída dele, para o Los Angeles Lakers, no final da temporada passada, criou uma oportunidade que o Toronto estava ansioso por explorar.Mas a oportunidade só surgiu graças a anos de riscos calculados e mudanças de pessoal orquestradas por Masaj Ujiri, o presidente de operações de basquete do time. Para chegar ao topo, o Raptors passou por ziguezagues incontáveis."Conseguir o título com o grupo de jogadores que temos foi maravilhoso", disse Lowry, que marcou 26 pontos na quinta-feira. "Para mim, continua a ser meio surreal".A jogada de risco mais aparente de Ujiri foi, é claro, a troca que levou Leonard ao seu time, depois do final da temporada passada. Leonard só tinha um ano restando em seu contrato e não tinha mencionado Toronto como um de seus destinos preferenciais. A troca também envolveu a transferência de DeMar DeRozan, negociado com o San Antonio Spurs depois de nove temporadas com o Raptors.Leonard, ciente de que Lowry e DeRozan eram amigos, enviou uma mensagem de texto a Lowry depois da troca."Eu o convidei para sair, para fazer alguma coisa especial", recorda Leonard. "Disse que sabia que o melhor amigo dele tinha sido trocado, e que ele com certeza estava furioso. Mas pedi que me ajudasse a fazer o negócio funcionar. E olhe só onde viemos parar".A outra grande decisão de Ujiri no final da temporada passada foi demitir o treinador Dwane Casey e contratar Nick Nurse, um treinador assistente que passou a maior parte de sua carreira no exterior e na G League da NBA. Nurse não tinha experiência alguma como treinador da NBA, mas nunca pareceu assustado com as novas responsabilidades. Essa tranquilidade fez dele o comandante perfeito para um time de jogadores batalhadores."Jogamos dois meses de playoffs e os jogadores em nenhum momento me pareceram cansados", disse Nurse. "Mentalmente, eles continuaram a pedir para ver vídeos, para falar sobre algumas coisas, para continuar aprendendo e melhorando".O Raptors transformou o desenvolvimento de jogadores em uma forma de ciência. Há apenas dois anos, Pascal Siakam (27º escolhido no draft de 2016) e VanVleet (que estudou na Universidade Estadual de Wichita e não foi selecionado no draft na NBA) formavam uma dupla vencedora na corrida do Raptors 905, o time de desenvolvimento do Raptors, para o título da G League em 2017. Sob o comando de Nurse, os dois floresceram nesta temporada e se tornaram astros instantâneos nos playoffs. Na quinta-feira, o ala de força Siakam, 25, conhecido pelo apelido "Spicy P", marcou 26 pontos e conseguiu 10 rebotes, e VanVleet, além de cuidar da marcação de Curry, marcou 10 de seus 22 pontos no quarto período.Foi uma série momentosa para VanVleet, armador que começou na NBA há apenas três anos. Ele marcou 15 pontos, vindo do banco, no jogo um; perdeu parte de um dente depois de uma cotovelada no jogo quatro; e fez uma série de jogadas cruciais no jogo seis. Converteu cinco arremessos de três pontos, entre os quais o que deu ao Raptors a liderança definitiva na partida, com menos de quatro minutos no relógio.Depois que o jogo acabou, VanVleet e Curry trocaram um abraço."Ele é batalhador", disse Curry. "Obviamente encarei muitos defensores, mas foi ele que aceitou o desafio. E agora é o campeão. Foi merecido".O jogo parece ter sido o final de uma era para o Warriors, que disputou suas últimas partidas na Oracle Arena, em Oakland. (Na temporada que vem, eles jogarão em seu novo ginásio em San Francisco.) O time sofreu uma série catastrófica de lesões.Depois que Kevin Durant rompeu o tendão de Aquiles no jogo cinco, Klay Thompson rompeu o ligamento anterior cruzado de seu joelho esquerdo no jogo 6. O futuro do Golden State parece estar em questão, depois de três títulos e dois vice-campeonatos em cinco temporadas —por mais implausível que isso soe.O Raptors também tem questões a responder, a começar por Leonard, que se tornará agente livre em breve. Ele vai ficar no time ou pretende sair?Mas por uma noite, o time pôde curtir o momento. Marc Gasol, adquirido em uma troca com o Memphis Grizzlies na metade da temporada, estava papeando com o ex-colega de time Mike Conley e saboreando uma lata de cerveja. Ujiri estava envolto em uma bandeira da Nigéria. E o veterano armador Danny Green foi congratulado na saída do vestiário por Vince Carter, 42, um ala e armador que durante muito tempo foi o símbolo do Raptors, na época em que a equipe buscava apenas ser respeitada.Já a atual encarnação do Raptors acreditava ser capaz de ir além. E provou que isso é fato. "É inacreditável", disse VanVleet.
2019-06-14 16:43:00
esporte
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Prisões de SP não correm risco e parcerias melhorarão sistema, diz Doria
Com um déficit de um quarto do efetivo nas prisões, o governo paulista de João Doria (PSDB) afirma que as prisões não correm risco e que não vai mais deixar o sistema penitenciário crescer no modelo administrado pelo estado. "Não há nenhuma situação de risco de nenhuma espécie. Temos 12 novos presídios para serem inaugurados feitos de forma arquitetônica e engenharia de primeiro mundo, ampliando fortemente a oferta de vagas em prisões aqui no estado de São Paulo. Desses 12 novos presídios, quatro já serão operados em regime de PPP [parceria público-privada]", disse Doria.A aposta na privatização das novas unidades, além da crença de se atingir um serviço melhor, também visa evitar gastos futuros com a previdência de servidores concursados. O discurso é mais brando do que o inicial, de privatização total do sistema, é visto pelos servidores como um indicativo de que o buraco no quadro de funcionário só tende a crescer. Conforme revelado em reportagem da Folha nesta sexta-feira (14), a falta de preenchimento das vagas existentes tem colocado em risco agentes penitenciários e a saúde dos presos. "Nós temos uma realidade encontrada com funcionário público concursado, que será aposentado pela carteira de previdência do estado. O estado mantém os funcionários hoje como aposentado e manterá. A decisão foi: não cresceremos mais o sistema penitenciário neste modelo. Vamos crescer num novo modelo de parceria", afirmou o vice-governador e secretário de Governo, Rodrigo Garcia.Garcia sustenta de que, quando se calcula um custo por preso maior no sistema de parceria privada, não tem sido levado em conta a questão da aposentadoria dos funcionários, que, segundo ele, vai "consumir o orçamento do povo paulista" por 20, 30 anos.O governo afirma que o modelo a ser adotado vai ser superior ao de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais, onde até o momento não houve rebeliões. Segundo ele, o secretário da Administração Penitenciária, Nivaldo Restivo, viajou aos Estados Unidos e Israel para verificar unidades que funcionam nos moldes privados. Um déficit no efetivo das prisões de São Paulo, administradas pelo governo João Doria (PSDB), coloca em risco a segurança das unidades e saúde dos detentos. De lados opostos das grades, agentes penitenciários e presos compartilham problemas causados pelo não preenchimento de 25% nos quadros da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária).Agentes relatam viver uma rotina de perigo, sem funcionários suficientes manter os procedimentos de segurança indicados para lidar com os presos, em tensão constante desde a transferência de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) para penitenciárias federais, em fevereiro. Em condições insalubres, os presos muitas vezes não têm médicos para atendê-los e morrem nas celas sem assistência.Doria foi eleito governador com a promessa de criar prisões modelo administradas pela iniciativa privada, mas sua gestão afirma que a proposta só vale para as novas unidades construídas. Enquanto isso, o sistema existente, que abriga 233 mil presos em unidades onde deveria haver 144 mil, tem sua situação continuamente agravada sem solução em vista.De acordo com dados do governo publicados no Diário Oficial, 3.423 (35%) das 9.875 vagas de agentes de escolta —responsáveis pela segurança externa dos presídios— não estão preenchidas. Já os agentes penitenciários, que fazem o contato direto com os presos, têm 13% de vagas ociosas, ou 3.727 das 28.269 previstas. A situação é mais grave em relação aos médicos que atuam nas prisões: apenas 92 (13%) das 726 vagas existentes estão preenchidas. O número de médicos disponíveis corresponde a pouco mais da metade do total de unidades prisionais, de 173. Também faltam enfermeiros e auxiliares de enfermagem. “O próprio fato de pessoas ficarem encarceradas em espaço insalubre e superlotado já influencia a proliferação de doenças. A falta de profissionais de saúde traz potencialidades para doenças ou mesmo mortes no cárcere”, diz o defensor público Leonardo Biagioni, coordenador do Núcleo Especializado de Situação Carcerária da Defensoria.A Defensoria tem uma série de ações civis para garantir a presença dos quadros de saúde exigido no estado, o que não é cumprido 100% por nenhuma unidade, diz Biagioni. “Foram registrados casos de auxiliares de enfermagem e agentes penitenciários ministrando medicamentos”, diz o defensor. Entre as ações da Defensoria, está uma relacionada à Penitenciária Masculina da Taquarituba, no interior paulista. O trabalho de apuração inclui levantamento de mais de cem presos com doenças e síndromes como Aids, tuberculose e hanseníase sem receber o devido tratamento. Entre as fotos compiladas pela Defensoria, há as de presos com feridas e a de um detento com vísceras expostas.
2019-06-14 15:53:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/06/prisoes-de-sp-nao-correm-risco-e-parcerias-melhorarao-sistema-diz-doria.shtml
Clóvis Rossi, decano de la Redacción de Folha, muere a los 76 en São Paulo
El periodista Clóvis Rossi, decano de la Redacción de Folha, murió la madrugada de este viernes (14) en São Paulo.Tenía 76 años y se encontraba en casa, donde se recuperaba de un infarto sufrido la semana pasada. Deja a su esposa, con quien estaba casado desde hacía más de medio siglo, tres hijos y tres nietos.Columnista y miembro del Consejo Editorial de Folha, Rossi publicó su último texto el miércoles (12), titulado "Boletín Médico". Era, según el periodista, "una satisfacción debida al lector, si es que hay alguno". Su estilo irónico y relajado continuaba en el agradecimiento a los colegas del periódico. "Hasta me han mentido diciendo que me echan de menos", escribió.Nacido el 25 de enero de 1943 en el barrio de la Bexiga, en São Paulo, comenzó en el mundo del periodismo en 1963. Trabajó en los periódicos Correio da Manhã, O Estado de São Paulo y Jornal do Brasil. Asimismo, pasó por las revistas Isto É y Autoesporte, y por el periódico Jornal da República. Además mantuvo un blog en el periódico El País. En Folha trabajaba desde 1980.Ganó varios premios periodísticos, entre ellos Maria Moors Cabot, de la Universidad de Columbia, el de la Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano, creada por Gabriel García Márquez, y el Premio Ayrton Senna de periodismo político.Escribió los libros “Clóvis Rossi, Enviado Especial, 25 años al rededor del mundo","Militarismo en América Latina" y "Qué es Periodismo".Cubrió varios eventos históricos, los viajes de varios presidentes brasileños, Mundiales de Fútbol y Olimpiadas. Fue corresponsal de Folha en Buenos Aires y Madrid. Y marcaba presencia en el Foro Mundial de Davos."Folha y el periodismo brasileño pierden uno de sus principales y más premiados periodistas, ciertamente el más experimentado. Clóvis era admirado por generaciones de profesionales por su independencia de pensamiento, por su disposición y rapidez en el trabajo, y la calidad de sus coberturas. Va a hacer mucha falta", declaró el director de Redacción de Folha, Sérgio Dávila.Con 1,98 m, Rossi fue jugador de baloncesto del Deporte Club Sirio. En fútbol, ​​era hincha del Palmeiras y el Barcelona. Decía que le faltaba cumplir un sueño en el periodismo: ser periodista de la Liga de Campeones de Europa.
2019-06-14 16:18:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/cultura/2019/06/clovis-rossi-decano-de-la-redaccion-de-folha-muere-a-los-76-en-sao-paulo.shtml
Dois meses após incêndio, só 9% das doações foram repassadas a Notre-Dame
Dois meses após o incêndio que destruiu parcialmente a catedral de Notre-Dame, em Paris, pouco mais de 9% dos 850 milhões de euros prometidos para sua restauração foram repassados, embora as autoridades esperem que o montante ainda seja alcançado.O incêndio que derrubou parte do telhado da igreja em 15 de abril provocou uma onda de solidariedade na França, com a multiplicação de promessas de doações —de pessoas físicas a empresas, como a gigante LVMH e a Kering, companhias francesas especializadas em artigos de luxo.Até agora, porém, apenas 80 milhões de euros foram repassados, correspondendo a pequenas doações de indivíduos.O ministro francês da Cultura, Franck Riester, confirmou o número nesta sexta-feira (14), citando várias causas para explicar a diferença abissal entre o que foi prometido e o que foi recebido. O valor já havia sido informado pela rádio France Info."Primeiro, há pessoas que prometem doar e que não doam (...), mas, acima de tudo —e isso é normal—, as doações serão pagas em função do andamento das obras", argumentou Riester."Estão sendo feitos acordos com os grandes doadores", que permitirão que as colaborações sejam feitas em um marco legal, de acordo com o ministro.Fontes do Ministério da Cultura destacaram que as grandes empresas e mecenas como o grupo LVMH (200 milhões de euros prometidos) e Kering (100 milhões de euros) pediram para saber como esses valores serão investidos exatamente.Riester ressaltou que "a onda de generosidade deve continuar" e lembrou que a situação da catedral continua frágil, já que a abóbada "ainda pode desabar".Em paralelo, a investigação judicial está em andamento para determinar as causas do incidente, atribuído a um curto-circuito.Uma missa será celebrada pela primeira vez na catedral neste sábado (15). Segundo a diocese de Paris, o evento será fechado ao público e com “número limitado de pessoas, por razões de segurança evidentes”.Cerca de 20 pessoas, entre elas padres e cônegos, assistirão à missa, que será conduzida numa capela pelo arcebispo de Paris, Michel Aupetit, e transmitida por um canal de TV francês “para que os cristãos possam participar e comungar”, informou a diocese.
2019-06-14 14:31:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/06/dois-meses-apos-incendio-so-9-das-doacoes-foram-repassadas-a-notre-dame.shtml