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Sob pressão, líderes europeus se reúnem para debater imigração | Líderes europeus se reúnem em Bruxelas a partir desta quinta-feira (28) para uma cúpula de dois dias que terá como principal assunto a imigração ao bloco. O encontro acontece em um momento no qual cresce o atrito entre os países-membros sobre como lidar com a chegada de refugiados aos seus portos.A Itália, em especial, tem pedido uma revisão da política migratória europeia. O país recebeu 650 mil migrantes desde 2014 e é um dos principais pontos de entrada para os refugiados que cruzam o mar Mediterrâneo, vindos de países como a Líbia.O governo populista italiano, liderado pela Liga e pelo Movimento 5 Estrelas, pede que a União Europeia reveja o consenso que hoje permite a devolução de migrantes aos países por onde chegaram —algo que a Itália acredita ser injusto, pois ela constitui uma das principais portas de entrada dos refugiados. A Espanha, por sua vez, com seu recém-inaugurado governo socialista, tem pedido mais solidariedade ao bloco. O premiê espanhol, Pedro Sánchez, criticou a postura italiana em uma entrevista ao jornal britânico Guardian. “O governo italiano tem de repensar se o unilateralismo é uma resposta efetiva a um desafio global como a migração”, disse. Madri recentemente se ofereceu para receber um navio de refugiados que a Itália recusou.Já a chanceler alemã, Angela Merkel, ofereceu uma mensagem semelhante a seu Parlamento nacional antes de viajar a Bruxelas, criticando também o unilateralismo. Ela disse que o futuro da Europa depende de sua capacidade de lidar com a atual crise migratória. Caso os líderes europeus fracassem, afirmou a chanceler conservadora, correm o risco de que “ninguém acredite no sistema de valores que nos fez tão fortes”.A posição da Alemanha é bastante frágil, porém. Merkel governa em uma coalizão, e seu parceiro CSU (União Cristã-Social) tem exigido medidas mais duras, como recusar a entrada de migrantes na fronteira alemã —algo que contraria o princípio de livre circulação no bloco.Caso a chanceler não volte de Bruxelas com uma solução julgada razoável pela legenda que a apoia, sua coalizão pode ruir —vem daí parte da tensão em torno desta cúpula.A crise migratória teve o seu ápice em 2015, quando a Alemanha sozinha recebeu quase 1 milhão de pessoas.O fluxo de refugiados, no entanto, tem arrefecido: o número de pedidos de asilo no bloco caiu 44% entre 2016 e 2017, segundo o EASO (Escritório Europeu de Apoio ao Asilo). Em 2017, 728 mil pedidos foram feitos.Apesar da redução em seu número, os migrantes se tornaram um dos temas eleitorais mais urgentes na União Europeia. Essa crise fomentou o crescimento da sigla nacionalista Alternativa para a Alemanha, por exemplo, e deu um governo populista para a Itália. França e Áustria também viram a migração chegar às urnas.Além da migração, os líderes europeus devem discutir em Bruxelas temas como o orçamento de defesa e a retirada britânica do bloco, conhecida como "brexit". | 2018-06-28 09:56:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/06/sob-pressao-lideres-europeus-se-reunem-para-debater-imigracao.shtml |
Índice que reajusta aluguéis tem forte alta após paralisação de caminhoneiros | O IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) encerrou o mês de junho com alta de 1,87%, ante avanço de 1,38% no mês anterior.O índice é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de aluguel de imóveis.A aceleração ocorreu como consequência da alta dos preços dos alimentos como consequência da paralisação dos caminhoneiros, que afetou o abastecimento no país no final de maio.O dado informado pela Fundação Getulio Vargas nesta quinta-feira (28) ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de elevação de 1,78% na mediana das projeções.O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, acelerou a alta em junho a 2,33% de 1,97% no mês anterior.No IPA, os preços dos Produtos Agropecuários avançaram 3,03% no mês, contra avanço de 0,98% em maio. Já o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que tem peso de 30% no índice geral, mostrou que a pressão no varejo foi maior em junho ao subir 1,09% contra alta de 0,26% antes.A principal contribuição para o movimento foi dada pelo grupo Alimentação, que teve um aumento de 1,55% sobre variação positiva de 0,06% no mês anterior.A FGV informou ainda que o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) avançou 0,76% no mês de junho, depois de subir 0,30% anteriormente. | 2018-06-28 10:28:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/06/indice-que-reajusta-alugueis-tem-forte-alta-apos-paralisacao-de-caminhoneiros.shtml |
Papa aceita renúncia de mais dois bispos chilenos por escândalo de abusos | O papa Francisco aceitou nesta quinta (28) a renúncia de mais dois bispos chilenos, aumentando para cinco o número de religiosos que deixaram a cúpula da Igreja Católica no país devido ao escândalo de acobertamento de denúncias de abuso sexual.As renúncias aceitas são dos bispos Alejandro Goic Karmelic, de Rancagua, e Horacio del Carmen Valenzuela Abarca, de Talca, disse o Vaticano em um comunicado. Eles serão substituídos por administradores interinos que serão apontados pelo papa.Francisco tinha aceitado em 11 de junho a renúncia de outros três bispos chilenos e já era esperado que o número aumentasse. Em maio, 34 bispos do país apresentaram uma renúncia coletiva durante o encontro com o pontífice em resposta ao escândalo de abuso sexual que derrubou a popularidade do catolicismo no país.Goic, 78, fez um pedido de desculpas público no mês passado por não ter tomado as providências necessárias ao ter recebido as primeiras denúncias de abuso.Já Valenzuela, 64, é um dos quatro bispos do país que tiveram como professor o padre Fernando Karadima, pivô dos casos de abuso.O veterano religioso de 87 anos foi considerado culpado por uma investigação do Vaticano de ter abusado de garotos em Santiago entre os anos 1970 e 1980, apesar de negar as acusações.Foi a nomeação em 2015 pelo próprio Francisco de um bispo ligado a Karadima —Juan Barros, um dos que teve a renúncia aceita em 11 de junho— que fez eclodir as críticas a Igreja no país. | 2018-06-28 08:57:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/06/papa-aceita-renuncia-de-mais-dois-bispos-chilenos-por-escandalo-de-abusos.shtml |
Prefeito de Juquitiba (SP) é agredido durante roubo dentro de casa | O prefeito de Juquitiba, na Grande São Paulo, Ayres Scorsatto (PR), foi agredido por criminosos durante roubo à sua casa, no distrito dos Barnabés, por volta das 16h desta quarta-feira (27). Scorsatto estava no quarto assistindo pela televisão ao jogo da seleção brasileira quando foi surpreendido por três ladrões chilenos, que invadiram a casa na rua Bela Vista, em Juquitiba.Os ladrões agrediram Scorsatto com coronhadas e o amarram. Depois, roubaram dinheiro, joias, relógios, eletroeletrônicos e roupas. Eles fugiram no carro de um dos seguranças do prefeito.A polícia militar foi acionada e os criminosos localizados na rodovia Régis Bittencourt. O ladrão que dirigia o carro não obedeceu a ordem de parar e teve início a perseguição.Na fuga, o criminoso perdeu o controle da direção e bateu o carro na guia na rua José Rufino Filho, no Parque Paraíso, em Itapecerica da Serra. Os três ocupantes tiveram ferimentos leves.Após serem medicados, eles foram levados à Delegacia de Juquitiba, onde foram reconhecidos pela vítima. | 2018-06-28 06:14:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/prefeito-de-juquitiba-sp-e-agredido-durante-roubo.shtml |
Militares ocupam favelas na maior operação da intervenção no Rio | As Forças Armadas e a polícia ocuparam na manhã desta quinta-feira (28) os complexos de favelas do Chapadão e da Pedreira, controlados por facções rivais na zona norte do Rio de Janeiro e usados como núcleos de ações de roubo de cargas. Envolvendo mais de 5.500 agentes, a operação é a maior desde o início da intervenção em fevereiro.Ao todo, participam da ação 5.400 militares das Forças Armadas, 80 policiais militares e 100 policiais civis. Entre os objetivos estão derrubar barricadas, cumprir mandados de prisão e checar antecedentes criminais de suspeitos, para tentar enfraquecer as facções.Os militares estão distribuindo panfletos para incentivar a população a denunciar o paradeiro de criminosos e armas.O Chapadão é controlado pela facção CV (Comando Vermelho) e a vizinha Pedreira, por grupos rivais, entre eles o ADA (Amigos dos Amigos). A região abriga 1,2 milhão de pessoas e vive sob tensão constante devido a ameaças frequentes de ambos os lados de invasão da área dos rivais.Porém, os grupos criminosos usam as favelas para descarregar carga roubada de caminhões interceptados em rodovias de acesso à capital fluminense. A atividade tem se revelado quase tão lucrativa ao crime organizado como o tráfico de drogas.Caminhoneiros que se dirigem ao Rio são rendidos em vias como a rodovia Presidente Dutra ou a avenida Brasil e obrigados a entrar nas favelas. Lá, a carga é retirada e depois vendida em pontos de comércio irregular em toda a cidade.A polícia em geral tem dificuldade para recuperar as cargas, pois precisa de grandes efetivos para entrar nos complexos, guardados por barricadas e criminosos fortemente armados. A secretaria da Segurança tem evitado recuperar cargas em favelas, logo depois que são roubadas, para que policiais não se envolvam em tiroteios que possam colocar moradores em risco.O roubo de cargas tem sido um dos principais focos de atenção dos interventores federais. Em maio deste ano, foram registradas no estado 752 ocorrências, 39% a menos que no mesmo período do ano anterior, quando uma onda dessa modalidade de crime quase causou o desabastecimento no Rio.Segundo a intervenção federal, esse tipo de operação ostensiva é considerado de caráter emergencial e ocorre em paralelo a um esforço de reestruturação, mudança de gestão, treinamento e compra de equipamentos para as polícias. A intervenção diz que as ações emergenciais sozinhas não têm efeito.Críticos dizem, porém, que as ações em favelas seriam pouco efetivas, pois os criminosos se esconderiam ou fugiriam ao ver os militares, voltando logo em seguida, quando eles saem.Já defensores das ações afirmam que é preciso entrar periodicamente nos redutos controlados pelo crime para evitar que as facções se fortaleçam ou se consolidem na região.Moradores da região se surpreenderam ao encontrar os militares nas ruas quando saíam para trabalhar. A presença das Forças Armadas dividiu opiniões."Muito bom eles mandarem o Exército porque a situação aqui está complicada por causa do tráfico de drogas, dá para ver bandido armado na rua todos os dias", afirmou um aposentado que pediu para não ter o nome revelado.Outros moradores ouvidos pela reportagem se mostraram mais céticos em relação à eficácia da ação. "Isso aqui é só um remédio paliativo. Se amanhã eles (Forças Armadas) forem embora, a situação vai voltar a ser o que era antes", disse uma moradora do Morro do Final Feliz.Todos os moradores e veículos que deixavam a região eram revistados por militares. As forças de segurança buscavam armas e drogas escondidas.Nos principais acessos ao Chapadão, a reportagem encontrou dúzias de barricadas. Os militares devem usar tratores e escavadeiras para começar a removê-las ao longo do dia. As barricadas são feitas com pedaços de metal, pneus cheia de cimento, móveis velhos e lixo. | 2018-06-28 08:38:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/militares-ocupam-favelas-do-chapadao-e-da-pedreira-no-rio.shtml |
Em três meses, BC reduz previsão para alta do PIB em 1 ponto, para 1,6% | A perda de ritmo da recuperação, a estagnação da confiança de empresas e consumidores na economia e a paralisação dos caminhoneiros levaram o Banco Central a cortar sua projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano em um ponto percentual, para 1,6%. A previsão anterior, divulgada em março, era de 2,6%.O desempenho de indústria, comércio e serviços e consumo foram revisados para baixo. Mais "A revisão está associada ao arrefecimento da atividade no início do ano, a acomodação dos indicadores de confiança de empresas e consumidores e a perspectiva de impactos diretos e indiretos da paralisação no setor de transporte de cargas ocorrida no final de maio", afirmou a autoridade monetária.A nova expectativa foi divulgada no Relatório Trimestral de Inflação, publicado nesta quinta-feira (28).A projeção divulgada nesta quinta está mais alinhada com as projeções dos analistas ouvidos no boletim Focus, de uma expansão de 1,5% na atividade econômica de 2018."Uma parte [da queda na projeção] tem a ver com o primeiro trimestre, que veio aquém do esperado. Outra parte tem a ver com uma revisão no ritmo de recuperação. A economia segue se recuperando, mas em um ritmo mais gradual do que o que vinha ocorrendo", disse Carlos Viana, diretor de Política Econômica do BC.O desempenho da indústria, segundo a nova projeção do BC, foi revisado de 3,1%, em março, para 1,6%. A indústria de transformação, na avaliação da autoridade monetária, crescerá somente 2,4% em 2018 (ante projeção anterior de 4%), e a construção civil encolherá 0,7% (ante um crescimento anterior de 0,7%).Comércio e serviços devem crescer 1,3%, segundo o BC (a projeção anterior previa uma alta de 2,4%). O consumo das famílias foi revisado para uma alta de 2,1%, ante um crescimento anterior previsto de 3%. "[A nova projeção] é compatível com uma recuperação mais lenta da massa salarial, resultado da redução no ritmo de crescimento dos rendimentos e da população ocupada.", disse o BC no relatório.No caso da agropecuária, o BC revisou para cima suas projeções: em vez de uma queda de 0,3% projetada em março, a autoridade monetária prevê agora uma alta de 1,9%. "A melhora na projeção se deve a resultado acima do esperado no primeiro trimestre e à sequência de elevações nos prognósticos para a produção agrícola anual", afirmou o BC. Sobre o movimento dos caminhoneiros, o BC voltou a afirmar que será difícil uma leitura imediata do impacto sobre a economia."A paralisação no setor de transporte de cargas no mês de maio dificulta a leitura da evolução recente da atividade econômica. Dados referentes ao mês de abril sugerem atividade mais consistente que nos meses anteriores. Entretanto, indicadores referentes a maio e, possivelmente, junho deverão refletir os efeitos da referida paralisação." Sobre os impactos do cenário externo menos favorável à países emergentes sobre a economia brasileira, com tendência de alta do dólar, o BC afirmou que o Brasil está hoje mais preparado para absorver choques.Avaliou, entretanto, que sem reformas, como da Previdência, o país poderá ser afetado em caso de piora desse cenário."Persistem riscos associados a uma possível deterioração adicional do cenário para economias emergentes num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários na economia brasileira."O BC ainda aumentou sua projeção para a inflação em relação ao último relatório. Prevê agora uma variação de preços de 4,2% em 2018 e de 4,1% em 2019 (as projeções anteriores eram, nessa ordem, de 3,6% e 4%). As previsões foram construídas com base em um cenário em que câmbio e juros se mantenham constantes, e já constavam da última ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). | 2018-06-28 08:53:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/06/em-tres-meses-bc-reduz-previsao-para-alta-do-pib-em-1-ponto-para-16.shtml |
Kit para cumprir lei da calçada em São Paulo chega a R$ 650 | Donos de imóveis que tiverem que se adaptar à nova lei municipal sancionada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) que proíbe a abertura de portões e cancelas automáticas invadindo as calçadas na cidade de São Paulo terão um gasto muito superior ao da própria multa prevista.A fiscalização começa em seis meses. A lei determina que portões que abrem para fora do imóvel sejam trocados ou que sejam instalados alarmes sonoros e luminosos para alertar os pedestres. Os preços cobrados para a instalação de kit de alarme e sinal luminoso variam entre R$ 450 e R$ 650, já com a mão de obra do instalador inclusa, conforme verificou a reportagem ao consultar lojas.Já a multa da prefeitura, que só poderá ser aplicada 30 dias depois da autuação do proprietário do imóvel por não ter feito a adequação, é de R$ 250.Apesar de ainda ter prazo de seis meses para fazer as mudanças, Tirso Batista de Souza, 74, não quis perder tempo.“Eu resolvi colocar esse sistema porque virou lei. Acho que a prefeitura está correta, porque está protegendo a população. Tem portões de prédios que levantam muito rápido. Acho perigoso”, afirmou Souza, morador da Vila Carrão, na zona leste da cidade.Pela lei, é preciso que um aviso sonoro comece a apitar 15 segundos antes da abertura do portão, ao mesmo tempo em que um sinal luminoso começa a piscar. Depois das 18h, esse som do aviso vai diminuindo gradualmente, até quase desaparecer durante a madrugada, para evitar incômodo de barulho na vizinhança.Outra saída para quem não está regular é providenciar a abertura do portão para dentro do imóvel. Para fazer a adaptação, é preciso fazer a troca do braço articulado que permite movimento ao portão e ao motor. O custo fica em R$ 2.200 aproximadamente. Quem trabalha com isso já sentiu diferença no setor.“Estou sentindo as pessoas preocupadas com a lei. Quatro pessoas já me procuraram. E os modelos de kit também já estão em falta nas distribuidoras”, afirma Juan Carlos Vergara, técnico em mecatrônica.A aposentada Bety Chagas, 62, correu para fazer orçamentos. “Não posso falar que não é importante, porque é uma medida que visa evitar acidentes, mas não é a prioridade”, afirma. “Não é todo mundo que pode ir fazendo logo, até por falta de dinheiro.”Segundo a Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais, a lei será fiscalizada por 421 agentes em toda a cidade. Eles fazem parte do quadro de funcionários a serviço das 32 prefeituras regionais. Esses são os mesmos fiscais responsáveis por fiscalizar outros problemas, como alvarás dos comércios.Quem não seguir as regras será autuado e, após 30 dias, multado. A multa será reaplicada a cada 30 dias até atendimento da intimação.A gestão Bruno Covas também pretende mudar a padronização das calçadas da cidade e lançou nesta semana uma consulta pública sobre os novos critérios.Uma das principais mudanças no decreto diz respeito ao conserto após obras. Não poderá mais haver remendos —nesses casos, toda a calçada precisará ser refeita.Outra intenção é elevar a área destinada ao pedestre. As calçadas passam a ter três faixas, uma de serviço, para a colocação de equipamentos e mobiliário urbano, a faixa de acesso, para rampas de estacionamento, e a faixa livre, destinada aos pedestres.As calçadas com tamanho superior a 2,40 m deverão ter, no mínimo, 50% do espaço livre para quem estiver a pé, e não só 1,20 m, que é a medida mínima. A faixa livre deve se destacar por meio de cores ou texturas, além de ter a superfície regular, contínua, antiderrapante e que não cause trepidação em cadeiras de rodas.A ideia é que um único documento concentre todas as orientações para quem precisar construir ou reformar. | 2018-06-28 02:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/kit-para-cumprir-lei-da-calcada-em-sao-paulo-chega-a-r-650.shtml |
Violência ofusca política em eleição presidencial no México | Em meados de 2017, Pamela Terán tinha acabado de se formar em medicina e voltado a sua cidade natal, Juchitán de Zaragoza, no estado de Oaxaca, determinada a se candidatar a um posto de vereadora pelo PRI (Partido Revolucionário Institucional). Uma noite, saindo de um restaurante com seu pai e um amigo, os três foram assassinados.Na semana passada, também em Oaxaca, a comitiva do candidato a deputado Emigdio López Avendaño, do partido Morena (Movimento de Regeneração Nacional), foi alvo de tiros quando viajava em campanha. Ele e cinco militantes da legenda morreram.No começo de junho, Fernando Purón, candidato a deputado pelo PRI, foi outra vítima —e nem foi necessário armar uma emboscada numa estrada ou numa rua deserta. Ele levou um tiro na cabeça logo após descer do palco do auditório de uma faculdade, no estado de Coahuila.Até agora, esta é a eleição mais sangrenta da história recente do México em termos de assassinatos políticos. Foram mortos 46 pré-candidatos e candidatos a cargos locais e parlamentares das eleições do próximo domingo (1º).O pleito elege o próximo presidente, mas também 128 senadores e 500 deputados, além de mais de 2.000 prefeitos e os vereadores para as câmaras municipais.Aos pré-candidatos e candidatos mortos, somam-se 122 prefeitos, vereadores e ex-prefeitos nos últimos 12 meses. Na eleição passada, em 2012, houve apenas 1 candidato morto."Trata-se de uma demonstração de como o crime organizado e a política regional estão ampliando suas ações em conjunto, sobretudo nos estados mais pobres. Os cartéis hoje não só financiam campanhas como eliminam opositores e obstáculos para que aumentem suas operações, com a ajuda das autoridades locais", diz o analista político Alejandro Hope."Estas ações incluem extorsão, roubo de gasolina e contrabando em geral."Os estados mais atingidos são os do empobrecido sul do país (Oaxaca, Guerrero, Chiapas) e Michoacán, que, apesar de estar mais ao centro e próximo à Cidade do México, é um dos mais conflituosos.Até agora, não houve nenhuma acusação formal ou prisão relacionada a essas mortes.Assim como na onda de assassinatos de jornalistas, que soma 40 mortos no sexênio de Enrique Peña Nieto (4 neste ano), a impunidade persiste.No geral, o país não tem do que se orgulhar: o número de assassinatos é o maior da história: 29.168 casos no ano passado, sendo 671 de mulheres, segundo o Secretariado Executivo do Sistema Nacional de Segurança Pública. A cifra supera os 22,9 mil mortos em 2016, que por sua vez passaram os 18,7 mil de 2015.O México fechou 2017 com 20,5 mortos para cada 100 mil habitantes, segundo dados oficiais (ou no patamar de 33/100 mil na conta de ONGs —o índice do Brasil paira em torno dos 30/100 mil). Mas o número camufla a discrepância entre estados, já que em alguns os assassinatos superam os 90/100 mil.Esse cenário expõe outra promessa não cumprida por Enrique Peña Nieto. Na campanha de 2012, ele sinalizara que mudaria o rumo da "guerra ao narcotráfico" iniciada pelo antecessor, Felipe Calderón (2006-12), que acabou por elevar a cifra de mortos.Ao promover ataques do Exército aos cartéis, a "guerra ao narcotráfico" estimulou disputas entre as organizações, que avançaram a partir dali contra a população civil, não apenas por meio de assassinatos, mas também com extorsões, sequestros e roubos.Estimativas de entidades de direitos humanos indicam que a iniciativa de Calderón resultou em mais de 60 mil mortes e 100 mil desaparecidos.Em reação, muitas comunidades formaram patrulhas conhecidas como "autodefensas", que hoje dominam grandes áreas de alguns estados, como Michoacán e Guerrero.A pacificação do país será um dos desafios mais árduos do próximo presidente eleito.Na campanha para a eleição presidencial deste domingo (1º) no México, os três principais candidatos não propuseram políticas claras para melhorar a segurança ou reduzir o alto índice de homicídios.O líder das pesquisas, Andrés Manuel López Obrador (49,6%), e o centrista Ricardo Anaya (27%), o segundo, aventaram a possibilidade de levar adiante o debate sobre legalização das drogas, algo inédito se comparado às campanhas eleitorais recentes. Já José Antonio Meade (20%), do PRI, evita o tema nos comícios. López Obrador foi quem fez a proposta mais polêmica, mas, assim como em outras ocasiões, voltou atrás. Sua ideia era oferecer anistia a membros de baixo escalão dos cartéis da droga. As críticas vieram de todos os lados.Hoje, defende não estimular mais o confronto com o crime organizado e investir em programas de educação e emprego para jovens. "Não vamos só usar a força, vamos explorar outras vias para atingir a paz. Eu não descarto nada, nem mesmo a legalização", disse, em discurso recente.Também prometeu reformar o sistema penitenciário e estimular programas de reinserção na sociedade para quem cumpriu pena. O esquerdista acha o sistema de inteligência mexicano muito burocrático e pouco eficiente --promete modernizá-lo.Já Anaya é evasivo nas propostas, mas afirma que uma reforma no sistema de segurança nacional passa por melhorar as instituições do país e por tornar a Justiça totalmente independente, oferecendo condições para que todas atuem sem a pressão dos narcotraficantes —em alguns estados, segundo dados do governo, a impunidade é de mais de 90%.Outras promessas são mais agilidade na Justiça e a melhor capacitação de policiais, além de investimento em tecnologia para rastrear o financiamento a grupos criminosos.Meade, o terceiro colocado, tem telhado de vidro: integrou o governo que deu início à "guerra ao narcotráfico", de Felipe Calderón, e o de Enrique Peña Nieto, com recorde anual de homicídios.Seu plano inclui controlar o tráfico de armas, aumentar o salário dos policiais, reforçar a prevenção com uso de inteligência e criar uma base de dados sobre criminosos. | 2018-06-28 02:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/06/violencia-ofusca-politica-em-eleicao-presidencial-no-mexico.shtml |
Região com mais brasileiros, Boston é cheia de história | Em outubro, as árvores são quase todas de algum tom entre amarelo e vermelho, paisagem exótica e hipnótica de linda para nós dos trópicos. Depois de um domingo no parque, se pode visitar um museu magnífico, mas arrumado como se fosse uma casa, na verdade inspirada em um palácio italiano do século 15, o Isabella Stewart. Ainda não está tão frio, dá para velejar no rio Charles, perto de Harvard.Turismo na região de Boston é um tanto assim, mais cabeça e de delicadezas do que de paisagens imensas, compras e farras. Mas também há diversão mais pop, aldeias do século 17 e até dá praia nesse lugar em que neva em cinco dos meses do ano.Massachusetts é um dos lugares mais civilizados dos Estados Unidos. Boston e redondezas são o centro e o início dessa civilização americana mais refinada e progressista.O Mayflower aportou ali perto, em 1620, com uma centena de puritanos, os “pilgrims” (sim, aqueles do Dia de Ação de Graças), onde hoje é Plymouth, cidadezinha a 45 minutos de carro de Boston. Lá se pode visitar a Plimoth Plantation, uma reconstituição da colônia, um museu vivo do cotidiano dos colonos. Atores circulam em trajes de época, trabalham e falam como então. O lugarejo tem lagosta ótima e barata.Em Boston começou a revolta das colônias contra o rei inglês, o Boston Tea Party (o protesto contra impostos), as primeiras escaramuças da guerra de independência, em 1775. Casas e prédios da época podem ser visitados em uma caminhada na Freedom Trail (Trilha da Liberdade), começando pelo centro histórico, um clássico do turismo patriótico deles.É muita história? No verão, quando faz mais de 30 graus, pode-se ir a Cape Cod (uma hora e meia de carro) e Martha’s Vineyard (ilha próxima). As vilas são civilizadas, a comida é boa, há praias bonitas e algumas são parques nacionais, desertas, como a do Cape Cod National Seashore. De Cape Cod, como de Boston, se pode pegar um barco para ver baleias.Para ver Boston, é preciso passear por Beacon Hill, com suas ruas calçadas de pedras e casas de tijolos vermelhos, onde moravam os quase aristocráticos Brahmin, os ricos. Por ali está o Nichols House Museum, que é isso mesmo, um museu da casa bostoniana do século 19. É preciso passear pelo Boston Common, um parque lindo, com 400 anos, vizinho do bairro elegante de Back Bay e suas lojas caras. Em Cambridge, quase um bairro de Boston, estão Harvard e o MIT. Harvard vale ao menos pela beleza do campus principal, o “yard”, de quase 400 anos, e por um passeio pelas redondezas, em especial pela Brattle Street.É uma rua de mansões coloniais e casas históricas, muito verde e perfumada no verão. Um dia, vi o que parecia ser um bando de esquilos gigantes na calçada. Eram coelhos, sim, que zanzam por ali.Com crianças, vá ao Museu de História Natural de Harvard, seus bichos empalhados perfeitos, esqueletos de animais extintos etc. Ainda em Cambridge fica o cemitério Mount Auburn. É um parque muito bonito de quase 200 anos, em Boston o melhor lugar para ver as cores do outono (suba na torre para ver a paisagem impressionista e impressionante).Para quem ainda quiser combinar o circuito cabeça-natureza é preciso visitar o parque onde fica o lago Walden (40 minutos de carro). Lá se pode nadar e fazer trilhas. Foi onde o escritor Henry Walden Thoreau (1817-1862) viveu dois anos em uma cabana de madeira, experiência que inspirou um clássico americano (“Walden, uma Vida nos Bosques”), uma espécie de autobiografia espiritual e uma crítica da sociedade industrial.Quando ir? Faz frio e neva de novembro a março, com mínimas de 15 graus negativos em dezembro e janeiro e máximas médias de três graus no inverno. O outono é a estação mais linda da Nova Inglaterra.A região de Boston é a que concentra o maior número de brasileiros que vivem no exterior (350 mil pessoas, segundo estimativa do Itamaraty). A maioria deles vive longe das graças turísticas, em cidades periféricas como Framinghan e Everett, onde 10% da população é de brasileiros que trabalham na construção civil e serviços domésticos. Se sentir falta de feijoada, tem por lá. US$ 685 (R$ 2.596) 3 noites em Boston, na RCA Turismo Inclui passeio pela cidade e traslados de chegada e saída. Sem regime de alimentação e sem passagem aéreaR$ 3.881 3 noites em Boston, na Top Brasil Turismo Para saída em 6 de agosto. Inclui café da manhã e aéreo a partir de São PauloR$ 5.105 5 noites em Boston, na Latam Travel Valor para saídas no mês de novembro, com hospedagem em quarto duplo. Sem passeios ou regime de alimentação. Inclui aéreo8 noites, na 55destinos Duas noites em Boston, duas em Washington, três em Nova York e uma na Filadélfia. Inclui café da manhã e passeios com guia que fala português. Inclui passagem aérea a partir de São Paulo. Preço válido para 5 de setembro | 2018-06-28 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/06/regiao-com-mais-brasileiros-boston-e-cheia-de-historia.shtml |
Nigeriano mostra construção do país a partir de penteados | O nigeriano J. D. 'Okhai Ojeikere (1930-2014) fotografou mais de mil penteados em seus 40 anos de carreira. Mais do que cabelos essas imagens retratam a construção da identidade de um país. A partir de 1960, os penteados femininos na Nigéria passaram a simbolizar as aspirações de uma nação nova, que acabava de se tornar independente do Reino Unido. "A chamada técnica olowu substituiu perucas e cabelos alisados dos tempos coloniais, ajudando a promover uma nova autoestima", diz o crítico de arte alemão Alfons Hug. Ele é curador da exposição "Ex Africa", com oito obras de Ojeikere, em cartaz até 16 de julho no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo.Ojeikere começou a fotografar penteados em 1968, quando era publicitário em Lagos. "O trabalho dele ultrapassou o nível documentarista e ganhou o status de arte graças à composição e à técnica de iluminação", afirma Hug.O CCBB fica na rua Álvares Penteado, 112, no centro da capital paulista. A entrada é gratuita. Em 7 de agosto, a mostra será inaugurada em Brasília, onde ficará até o dia 21 de outubro. | 2018-06-28 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/06/nigeriano-mostra-construcao-do-pais-a-partir-de-penteados.shtml |
Nova regra permite bloqueio de previdência privada para pagar dívida | A PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) só poderá encerrar as cobranças de dívidas tributárias e previdenciárias de pessoas físicas e donos de empresas com a União depois de tentar bloquear saldos de consórcios e de planos de previdência privada.A regra faz parte de um novo regulamento e vale para execuções de até R$ 1 milhão sem as devidas garantias.Uma portaria publicada no Diário Oficial da União de quinta-feira (21) definiu os procedimentos para a pesquisa de bens e aplicações financeiras de contribuintes com débitos inscritos na Dívida Ativa da União. Segundo o Coordenador-Geral de Estratégia e Recuperação de Créditos da PGFN, Daniel de Saboia, a medida formaliza algo que vinha sendo feito. Antes, os procuradores buscavam qualquer tipo de bem no nome do devedor e pediam autorização judicial para o bloqueio, que passou a ser feito automaticamente.“Isso já incluía a previdência complementar, mas não podíamos fazer o bloqueio administrativamente”, disse Saboia.Ou seja, se a Justiça concedesse o bloqueio, a PGFN executaria a penhora.“Continua cabendo à Justiça decidir se podemos ou não bloquear saldos de previdência complementar.”A nova portaria torna obrigatória a busca de todas as formas de recuperação de créditos. “Esgotadas as possibilidades tradicionais, o procurador pesquisa se o devedor [pessoa física ou dono de empresa] possui previdência complementar”, disse Saboia.Donos de empresas devedoras também poderão ser alvo da tentativa de bloqueio da previdência privada ou outras aplicações financeiras.De acordo com a portaria, a PGFN poderá pedir penhora de imóveis, veículos e outros bens, saldos em conta corrente, aplicações financeiras (renda fixa, variável e em moeda estrangeira) —chamadas pelos procuradores de “tradicionais”—, planos de previdência privada e consórcios.Segundo Saboia, somente depois de esgotadas essas novas possibilidades de recuperação de recursos (previdência privada) é que os processos são arquivados. Para isso, a nova regra garante aos procuradores a possibilidade de suspensão da execução da dívida por um ano.Antes, o procurador poderia encerrar o processo de execução sem tentar bloquear consórcios ou planos de previdência. Com a nova regra, essa prática se tornou uma exigência.Hoje, embora a PGFN tente bloquear contas de previdência, a Justiça, em geral, nega os pedidos por entender que se trata de algo impenhorável, a exemplo do pagamento de salário ou de um imóvel usado pelo devedor como habitação.As decisões judiciais só costumam ser favoráveis à União em casos chamados pela PGFN de blindagem patrimonial —quando o devedor simula transações de venda para laranjas só para impedir o bloqueio do bem. | 2018-06-28 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/06/nova-regra-permite-bloqueio-de-previdencia-privada-para-pagar-divida.shtml |
Mercado imobiliário em alta dá apelido de nova Miami a Lisboa | O fluxo crescente de estrangeiros em Portugal, seja para passear ou ficar de vez, já faz sentir seu impacto. Assim como o aumento do número de visitantes fez subir o preço do pastel de nata, o novo contingente de residentes está elevando o valor do metro quadrado no país. Comprar uma casa na terrinha ficou, em média, 7,6% mais caro no último ano. Os dados, divulgados pelo INE (Instituto Nacional de Estatísticas) português, são do último quadrimestre de 2017. No entanto, assim como o custo para comer no país é baixo mesmo com os aumentos, o preço dos imóveis em Portugal ainda é mais barato do que o praticado em muitos bairros de São Paulo. Segundo o INE, o preço médio do metro quadrado chegou a € 932, o equivalente a R$ 4.103. Em São Paulo, pede-se R$ 8.734, de acordo com o último levantamento da Fipe, de abril deste ano. Lisboa segue no topo. Maior e mais procurada, a capital teve alta de 18% no metro quadrado em um ano: R$ 10,7 mil (€ 2.438). Equipara-se ao de empreendimentos da região central de São Paulo, em Santa Cecília, por exemplo. No entanto, o metro quadrado de imóveis novos em bairros como Vila Nova Conceição (zona sul da capital) custa R$ 17 mil. Em Cascais, a 30 quilômetros de Lisboa, o metro quadrado custa € 1.992 (R$ 8.769). A cidade de praia é um dos locais com mais brasileiros. Na sequência, aparecem Lagos e Oeiras, na região do Algarve, valorizada pelas praias. Porto, segunda maior cidade do país, custa menos: € 1.307 (R$ 5.754) o metro quadrado. “Há muito brasileiro a comprar casa em Portugal, muitos para fugir de um futuro incerto. Eles vêm do próprio Brasil e também dos Estados Unidos”, diz Raul Neves, 43, corretor de imóveis na região de Lisboa há quase três anos. Segundo ele, os bancos passaram apertar mais a verificação de quem busca financiamento, mas o mercado ainda está bem aquecido. “Tudo o que temos para venda sai rapidamente”, afirma. Neves recentemente fechou negócio para uma chef de cozinha e para um médico, ambos de São Paulo. Profissionais liberais, pequenos empreendedores e jovens estudantes estão entre os brasileiros que decidiram investir no país, além de aposentados, que ganham isenção de impostos por dez anos ao transferirem seus rendimentos para Portugal. “Vendi tudo o que eu tinha e vim. Eu não queria mais esse tipo de vida que a gente leva no Brasil, onde importa mais o ter do que o ser. São Paulo é uma competição de quem tem mais rótulos e qualidade de vida zero. Fora que você sai de casa e não sabe se volta vivo”, diz Adriana Azzi de Moraes, 54, que trocou um apartamento no Paraíso (zona sul) por um na beira do rio Tejo, em outubro do ano passado. “Não é tudo lindo. Há dificuldades. As opções de empregos mais especializado não são muitas. Deixa de ter status. Abre mão da empregada. Mas a qualidade de vida e a segurança nem se comparam”, afirma Adriana, que está retomando sua atuação no mercado financeiro.Ricos e famosos que conseguem a ARI (Autorização de Residência para Investimento) também ajudam a turbinar as vendas e, consequentemente, os preços. Apelidado de visto gold, ele é concedido a quem investe um milhão de euros (R$ 4,4 milhões), gera dez empregos ou compra uma residência de € 500 mil (R$ 2,2 milhões). A cantora Madonna ganhou as páginas dos jornais ao mudar para a capital portuguesa. Entre os brasileiros, a atriz Luana Piovani e executivos de alto escalão podem ser encontrados facilmente pelas ruas do Chiado, bairro tradicional do centro histórico de Lisboa. O cenário atual já rendeu a Lisboa o apelido de “nova Miami”. Segurança e melhores serviços públicos também integram as justificativas para a mudança de endereço dos integrantes desse grupo, que evitam entrevistas. Alguns ficam na ponte área Brasil-Portugal, como Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, que comprou um apartamento em Príncipe Real, outra área nobre lisboeta, no ano passado.US$ 575 (R$ 2.179) 5 noites, na RCA. Valor para uma pessoa, para cinco noites de hospedagem no hotel Dom Pedro, em Lisboa, com café da manhã e traslados. Não inclui passeios ou bilhete aéreo.R$ 3.085 noites, na Azul Viagens. Preço para uma pessoa, com saída em 15 de setembro. A hospedagem é em Lisboa, no hotel Vip Executive Zurique. Com traslado e passagem aérea.US$ 867 (R$ 3.286) 6 noites, na Flot. Pacote com duas noites em Lisboa e no Porto, uma em Fátima e uma em Braga. Passeio em Óbidos, Coimbra, Aveiro e Santiago de Compostela. Sem passagens.US$ 925 (R$ 3.506) 6 noites, na Venice. Para uma pessoa, tem três noites em Lisboa e três no Porto, passeio para Sintra, Cascais e Estoril e cruzeiro pelo rio Douro. Sem passagem aérea.US$ 1.200 (R$ 4.548) 3 noites, na Maringá Lazer. Preço para uma pessoa, com saídas a partir de setembro. São três noites em hotel quatro estrelas em Lisboa, com tour pela cidade. Inclui passagem aérea e traslados.R$ 4.849 3 noites, na Top Brasil. Pacote para uma pessoa, com saída em 8 de outubro e hospedagem no Princesa Hotel & Tea, em Lisboa. Não tem paseios no valor, mas inclui passagem aérea.R$ 4.887 4 noites, na Latam Travel. Valor para uma pessoa, para saídas em outubro. Inclui hospedagem no hotel My Story Tejo, em Lisboa, e passagem aérea.US$ 1.685 (R$ 6.386) 6 noites, na 55 Destinos. Preço para uma pessoa, para viajar em outubro. São três noites em Lisboa e três no Porto, com passeio para Sintra, Cascais e Estoril e cruzeiro pelo Douro. Inclui passagem aérea e traslados.R$ 6.656 6 noites, na CVC. Valor para uma pessoa, para seis noites em Lisboa, no hotel Mundial. Com passagem aérea e sem passeios.€ 2.050 (R$ 9.025) 6 noites, na Interpoint. Valor por pessoa para três noites em Lisboa, com hospedagem no Four Seasons Ritz Lisbon, e três noites em Évora, na região do Alentejo, no Convento Espinheiro. Inclui locação de carro, mas não a passagem aérea | 2018-06-28 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/06/mercado-imobiliario-em-alta-da-apelido-de-nova-miami-a-lisboa.shtml |
Manifesto por união do centro será lançado em SP | O manifesto de lideranças de centro que pede união em torno de um polo democrático e reformista na eleição será lançado nesta quinta-feira (28) em São Paulo. O mesmo texto foi apresentado em Brasília no início do mês. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), um dos signatários do documento, confirmou presença no evento, no Teatro Eva Herz, dentro do Conjunto Nacional.O ministro Aloysio Ferreira (PSDB-SP) e os parlamentares Roberto Freire (PPS-SP), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) também estão entre os que apoiam a articulação. O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) é um dos idealizadores. O movimento tenta evitar a fragmentação das legendas de centro na eleição presidencial e critica sem citar nomes, posicionamentos extremistas. Os pré-candidatos Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PSL-RJ), no entanto, são mencionados internamente como símbolos da polarização. “Tudo que o Brasil não precisa, para a construção de seu futuro, é de mais intolerância, radicalismo e instabilidade”, diz o documento, que defende um “novo ciclo de desenvolvimento social e econômico”. | 2018-06-28 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/manifesto-por-uniao-do-centro-sera-lancado-em-sp.shtml |
Willian e Gabriel Jesus têm até aqui estatísticas medíocres; veja dados | Os gols do Brasil contra a Sérvia, que deixaram a equipe tranquila na partida, foram feitos pelo meio-campista Paulinho e pelo zagueiro Thiago Silva. É algo simbólico para o desempenho de dois dos jogadores de ataque da seleção, que estão com estatísticas abaixo da média.O ponta Willian teve apenas três finalizações nestes três primeiros jogos. Nenhuma no gol adversário.Para comparação, a reportagem analisou todos jogadores que atuaram ao menos 90 minutos e estão em seleções que já passaram para as oitavas.Na média, os pontas (a posição do brasileiro) dessas equipes alcançaram quase duas finalizações certas.O ponto aqui é que o técnico Tite parece ter poucas opções para trocar Willian.Douglas Costa, que entrou no lugar dele contra a Costa Rica e teve bom desempenho, se machucou. Ainda não está certo quando ele poderá retornar a atuar.Nas eliminatórias, que marcaram uma arrancada fulminante da seleção quando Tite assumiu o posto, uma característica que chamou a atenção é que os atacantes passaram a participar mais das ações defensivas.Nem aqui Willian consegue se destacar na Copa até o momento. Ele não fez nenhum desarme —a média dos demais atletas é de quase duas.Nesse quesito, um jogador brasileiro que vem sendo criticado aparece positivamente. Gabriel Jesus é o centroavante que mais conseguiu desarmes (5), à frente, por exemplo, do uruguaio Cavani (3).A questão é que, para a posição dele, o que se espera mesmo são gols ou ao menos participação ofensiva decisiva.Aí a situação fica ruim.Jesus não balançou as redes e não teve nenhuma finalização certa nas três partidas. Na média, os jogadores da posição finalizaram corretamente duas vezes.Após a partida, Tite afirmou em entrevista que segue confiando no atacante do Manchester City, artilheiro da seleção desde que o treinador assumiu o cargo.Mas lembrou de Firmino, que também entrou contra a Costa Rica e foi bem.Se Willian e Gabriel Jesus trazem desconfiança, Neymar e Coutinho vão ganhando papel cada vez mais preponderante no setor ofensivo.Os dois estão entre os jogadores com o maior número de finalizações certas até aqui. Neymar fez um gol, Coutinho, dois.O desempenho dos dois ajuda a colocar a seleção como a que mais finalizou no gol adversário até aqui, entre as equipes que passaram de fase.Também está entre as que mais trocam passes certos perto da área rival.Na defesa, o jogo contra a Sérvia pode ter trazido alguns sustos, mas a seleção segue como uma das equipes que menos levaram chutes à sua meta até aqui (foram apenas 19, melhor desempenho, ao lado do Uruguai).O Brasil ganhou 74% dos confrontos na defesa, melhor indicador dos times já classificados. Atrás vêm Rússia (71%) e Uruguai e França (69% cada um).Em resumo: a defesa parece sólida até aqui, dando base para que o ataque também deslanche. Neymar e Coutinho parecem já estar nesse caminho. Faltam outros dois. | 2018-06-28 02:00:00 | esporte | Esporte | https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/06/willian-e-gabriel-jesus-tem-ate-aqui-estatisticas-mediocres-na-copa.shtml |
Falando russo: máquina deu nome a clubes de futebol no bloco soviético | Os dicionários de língua portuguesa definem "dínamo" como uma máquina capaz de transformar energia mecânica em energia elétrica.Porém, para os amantes do futebol, a palavra remete ao Dínamo de Kiev, clube da capital ucraniana que venceu o maior número de títulos do campeonato soviético.O clube nasceu ligado à Tcheká, o primeiro serviço secreto do período soviético (antecessor do NKVD, da KGB e do atual FSB), e tinha grande rivalidade com o CSKA, time ligado ao Exército. Não é coincidência o fato de que um dos torcedores mais famosos do Dínamo foi Lavrenti Béria, braço direito de Stálin no auge das repressões.Por essa relação estreita com o poder, o nome Dínamo foi adotado por times de toda a URSS. Varlam Chalámov narra em um dos "Contos de Kolimá" um aborrecido campeonato siberiano em que todas as equipes se chamavam Dínamo. | 2018-06-28 02:00:00 | esporte | Esporte | https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/06/falando-russo-maquina-deu-nome-a-clubes-de-futebol-no-bloco-sovietico.shtml |
Estações de metrô em Madri vão mudar de nome | A estação de metrô Atocha, da linha um do metrô de Madri, vai passar a se chamar Estación del Arte.A alteração é uma homenagem aos museus que ficam próximos à ela, no Paseo del Prado: Rainha Sofia, Museu do Prado e Thyssen-Bornemisza. As três principais pinacotecas de Madri, que atraem cerca de 7,5 milhões de visitantes ao ano, já haviam firmado um acordo para reproduzir na estação, durante dois anos, 36 de suas obras. A mudança ajudará a evitar enganos com o terminal de trens e metrô Atocha Renfe, que fica ao lado. A estação Metropolitano, da linha seis, também terá outro nome em breve, que ainda não foi decidido.Nesse caso, a alteração vai evitar confusões com a estação Estadio Metropolitano, da linha sete, que fica perto do estádio do Atlético de Madri. Os novos nomes ainda não têm data para começar a valer. | 2018-06-28 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/06/estacoes-de-metro-em-madri-vao-mudar-de-nome.shtml |
Ministro Fux coordena nova audiência sobre a tabela do frete | O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, recebe novamente nesta quinta-feira (28) representantes do setor produtivo e dos caminhoneiros, em busca de acordo sobre o preço do frete.Numa primeira audiência na semana passada, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) defendeu o preço mínimo.Já a CNI (confederação da indústria) e a CNA (da agricultura) insistiram numa tabela com preços de referência. Mais Diante do impasse, o ministro deu uma semana para que os dois lados chegassem a um consenso. Se isso não ocorrer, o tema irá para audiência pública no dia 27 de agosto.O setor produtivo brasileiro continua pressionando o governo para uma revisão do tabelamento do frete.Uma ação da ATR (Associação do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil) contra a medida está sendo apoiada por várias outras associações.A Abiove, que representa a indústria de óleos vegetais, estima um custo de R$ 53,2 bilhões para o para o setor produtivo com o tabelamento. Em seu segmento, a Abiove diz que, até o fim do ano, as perdas podem chegar a US$ 11,8 bilhões.A Abir, que reúne a indústria de refrigerantes, avalia que a tabela promoverá um aumento de mais de 30% no custo do frete. Isso acarretará reajuste de até 10% no preço final do produto: o sobrepreço poderá chegar a R$ 7 bilhões.A Anda, do setor de adubos, fala em custo extra de R$ 3 bilhões ao setor, que será repassado ao agricultor. A CNA diz que o setor perde R$ 500 milhões ao dia.A Abia, que representa a indústria de alimentação, diz que a absorção do aumento da tabela levaria a R$ 23 bilhões anuais em perdas. | 2018-06-28 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/06/ministro-fux-coordena-nova-audiencia-sobre-a-tabela-do-frete.shtml |
Governo prepara mais um plano para tentar reduzir os gargalos da logística | O presidente Michel Temer prepara para a próxima segunda-feira (2) o lançamento do PNL (Plano Nacional de Logística), que define investimentos prioritários para reduzir gargalos do transporte de cargas no país.Caso seja levado adiante, permitirá cortar até 2025 a quantia de R$ 54,7 bilhões dos custos de transporte.A Folha teve acesso ao projeto que será aprovado na reunião do Conselho do PPI (Programa de Parceria de Investimentos) por uma resolução.Temer assinará um decreto dando peso de lei ao programa e criando um comitê de governança que definirá as obras prioritárias.Farão parte do comitê representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, os ministros de Transporte, Minas e Energia, Agricultura, Meio Ambiente, Planejamento, Casa Civil e a EPL (Empresa de Planejamento e Logística), responsável pela parte técnica do programa.Assessores de Temer afirmam que, na prática, o plano dificultará investimentos em obras de cunho eleitoreiro.Segundo eles, o próximo presidente poderá, via comitê, interferir na ordem das obras do PNL, mas não poderá, sozinho, decidir que obras entram na lista, que será feita pela EPL com base em cálculos a partir de dezenas de bases de dados já integradas.Se o presidente quiser incluir uma obra fora do PNL para agradar a aliados, ele deverá registrar em ata, expondo o teor político da decisão."Qualquer obra que for candidata a fazer parte do PNL que não se alinhar com a necessidade logística do país não entrará na lista", disse à Folha Adalberto Vasconcelos, secretário-executivo do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), que representará a Presidência da República no comitê do PNL.Para mudar o funcionamento do programa e do comitê, será preciso baixar outra lei.A ideia do governo foi dar ao PNL o mesmo peso do Plano Decenal de Energia Elétrica, definido pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).Na área de energia, um comitê interministerial conhecido como CNPE define as diretrizes do setor que passam a nortear investimentos públicos e privados.A primeira etapa do PNL se estende até 2025 e está em andamento. Caso o próximo presidente mantenha o cronograma de obras, haverá uma redução de R$ 54,7 bilhões dos custos de transporte até 2025, sem considerar o preço do frete --que pode cair até lá.Hoje, esse custo é de R$ 342 bilhões e compromete a competitividade dos produtos brasileiros destinados à exportação.Se o plano seguir a rota planejada, até 2025, a dependência de rodovias cairá dos atuais 64% de participação do volume de cargas para 50%. Essa diferença, de acordo com o PNL, será praticamente incorporada pelas ferrovias, que saltam de 18% de participação para 31%."Não é um plano que prevê algo que não vai acontecer", disse Vasconcelos. "Nas projeções feitas pela EPL só entraram as obras já qualificadas, contratadas ou com leilão garantido até o final deste ano."Além disso, o governo deixará um conjunto de obras com estudos técnicos e de modelagem de concessão concluídos.Segundo Vasconcelos, no primeiro momento o plano prioriza cargas. Futuramente, também contemplará o fluxo de passageiros.Para a EPL, responsável pela gestão da base de dados, é considerado gargalo tudo o que atrapalha a circulação de cargas. "Em São Paulo, por exemplo, o tráfego de carga concorre com o transporte de passageiro", disse Vasconcelos.De acordo com o decreto, caberá à EPL a definição das obras. A estatal também ficará como gestora da base de dados integrada de diversos órgãos.Caso a Embrapa e o Ministério da Agricultura, por exemplo, modifiquem as estimativas de produção ou detectem uma nova fronteira agrícola, a EPL terá acesso automático aos dados e o programa fará os ajustes no modelo logístico para prever gargalos e planejar soluções."Na década de 1990, ninguém acreditava que a carga [transporte] se deslocaria do sul para o Centro-Oeste", disse Vasconcelos."Mato Grosso hoje é o maior celeiro do Brasil. Lá, a carga cresceu 5% ao ano. Os dados que temos hoje nos mostram que a carga está se deslocando mais rapidamente para a região do Matopiba [acrônimo das iniciais dos estados do Maranhão,Tocantins, Piauí e Bahia], que registra crescimento de carga da ordem de 10% ao ano. O plano passou a contemplar essa região." | 2018-06-28 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/06/governo-prepara-mais-um-plano-para-tentar-reduzir-os-gargalos-da-logistica.shtml |
Explosão do turismo recupera Lisboa, mas expulsa moradores | Com dias ensolarados mesmo no inverno (uma raridade na Europa), baixas taxas de criminalidade e um cenário cultural efervescente, Portugal foi catapultado ao posto de destino turístico da moda nos últimos anos. O país vem colecionando prêmios de publicações especializadas e batendo recordes em número de visitantes.Em ascensão, as terras lusitanas também são cobiçadas por aqueles que querem sair do Brasil. De acordo com pesquisa Datafolha, Portugal seria destino de 8% dos brasileiros em caso de mudança para o exterior —segundo país mais citado, atrás dos Estados Unidos, com 14%.Em 2016, a população de estrangeiros em Portugal voltou a crescer após seis anos em queda. Dados iniciais indicam que, em 2017, o movimento ganhou força com a chegada de migrantes de dentro da União Europeia.Os brasileiros, no entanto, continuam a maior comunidade estrangeira em Portugal. O contraste entre as realidades dos dois países ajuda a entender o fascínio pelo outro lado do Atlântico.Enquanto as taxas de violência seguem altas no Brasil, Portugal figura nas primeiras posições de rankings de países mais seguros do mundo, incluindo o elaborado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Os indicadores de qualidade de vida também estão melhores em Portugal. No distrito de Lisboa, por exemplo, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é de 0,931, enquanto no estado de São Paulo o número é 0,783. A escala vai de 0 (pior) a 1 (melhor). Mas a experiência de passar por Portugal como turista e a realidade de residir no país têm uma diferença enorme. O abismo entre esses dois universos fica perceptível já na questão mais básica: ter onde ficar. Enquanto os viajantes podem escolher entre albergues, hotéis e apartamentos compactos, os moradores têm cada vez menos opções. Com mais visitantes nas cidades portuguesas, muitos proprietários preferem alugar seus espaços por períodos de curta duração para os viajantes, em plataformas como AirBnB e Booking. Os aluguéis por temporada escapam do imposto de 27% ao mês cobrado sobre os contratos de longa duração. A demanda em alta já cobra seu preço. Nos primeiros três meses de 2018, o valor dos imóveis em Portugal aumentou pelo quinto trimestre consecutivo.Para os estrangeiros, alugar ou comprar um apartamento pode ser ainda mais difícil, porque eles muitas vezes não têm fiador. “Sofri preconceito quando aluguei meu apartamento em Portugal”, diz a estudante mineira Ana Carolina Reis, 25, há oito meses em Lisboa. “Quando ligava para as imobiliárias e ouviam meu sotaque de brasileira me diziam que as casas estavam alugadas. Se meu namorado, que é português, ligasse para saber a mesma informação, o mesmo imóvel estava disponível”, afirma.Outra queixa dos imigrantes é a burocracia portuguesa. O tempo de espera para conseguir renovar a documentação para residir em Portugal no SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), órgão responsável pela questão migratória, passa dos três meses.“O Brasil teve com quem aprender no quesito burocrático”, afirma o empresário Kleber de Oliveira, 50, que se mudou com a família há dois anos para Cascais. “Mesmo assim, abrir uma empresa ou lidar com questões no banco é muito mais fácil. Sem contar a segurança. Nenhum lugar é perfeito, mas eu estou gostando de viver em Portugal.” A especialista em redes sociais Luli Monteleone, 34, que trocou São Paulo por Lisboa há quase quatro anos, destaca a intensa programação cultural disponível na Europa. “Lisboa tem muitas atrações interessantes. E uma vantagem em relação a São Paulo é que muitas delas são de graça.”Quem fica na cidade também aproveita o lado bom da explosão do turismo: a recuperação de áreas degradadas de Lisboa. É o caso do Largo do Intendente, no centro da capital, que há menos de dez anos era uma região procurada por usuários de drogas. Após uma revitalização, que atraiu barzinhos e lojas de artigos de luxo, o lugar se transformou. Abriga hotéis luxuosos, e os imóveis da região vivem valorização vertiginosa.US$ 575 (R$ 2.179) 5 noites, na RCA. Valor para uma pessoa, para cinco noites de hospedagem no hotel Dom Pedro, em Lisboa, com café da manhã e traslados. Não inclui passeios ou bilhete aéreo.R$ 3.085 noites, na Azul Viagens. Preço para uma pessoa, com saída em 15 de setembro. A hospedagem é em Lisboa, no hotel Vip Executive Zurique. Com traslado e passagem aérea.US$ 867 (R$ 3.286) 6 noites, na Flot. Pacote com duas noites em Lisboa e no Porto, uma em Fátima e uma em Braga. Passeio em Óbidos, Coimbra, Aveiro e Santiago de Compostela. Sem passagens.US$ 925 (R$ 3.506) 6 noites, na Venice. Para uma pessoa, tem três noites em Lisboa e três no Porto, passeio para Sintra, Cascais e Estoril e cruzeiro pelo rio Douro. Sem passagem aérea.US$ 1.200 (R$ 4.548) 3 noites, na Maringá Lazer. Preço para uma pessoa, com saídas a partir de setembro. São três noites em hotel quatro estrelas em Lisboa, com tour pela cidade. Inclui passagem aérea e traslados.R$ 4.849 3 noites, na Top Brasil. Pacote para uma pessoa, com saída em 8 de outubro e hospedagem no Princesa Hotel & Tea, em Lisboa. Não tem paseios no valor, mas inclui passagem aérea.R$ 4.887 4 noites, na Latam Travel. Valor para uma pessoa, para saídas em outubro. Inclui hospedagem no hotel My Story Tejo, em Lisboa, e passagem aérea.US$ 1.685 (R$ 6.386) 6 noites, na 55 Destinos. Preço para uma pessoa, para viajar em outubro. São três noites em Lisboa e três no Porto, com passeio para Sintra, Cascais e Estoril e cruzeiro pelo Douro. Inclui passagem aérea e traslados.R$ 6.656 6 noites, na CVC. Valor para uma pessoa, para seis noites em Lisboa, no hotel Mundial. Com passagem aérea e sem passeios.€ 2.050 (R$ 9.025) 6 noites, na Interpoint. Valor por pessoa para três noites em Lisboa, com hospedagem no Four Seasons Ritz Lisbon, e três noites em Évora, na região do Alentejo, no Convento Espinheiro. Inclui locação de carro, mas não a passagem aérea. | 2018-06-28 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/06/explosao-do-turismo-recupera-lisboa-mas-expulsa-moradores.shtml |
Líder dos caminhoneiros diz que intervencionistas ainda querem 'ver o circo pegar fogo' | “No mercado da lei da oferta e da procura jamais vai vigorar uma tabela [de frete] eternamente. Isso tem que ficar claro. Tem que ensinar o caminhoneiro a pescar. Não adianta dar o peixe.”A opinião é de José da Fonseca, presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), um dos porta-vozes e pioneiros do movimento que de caminhoneiros que parou o país. Ele diz que não participou da audiência sobre a tabela do frete com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux, nesta quinta-feira (28), porque acredita em uma negociação mais prolongada, fazendo sugestões de novas tabelas até alcançar um meio termo.Sua posição difere da adotada pelo presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), Diumar Bueno, que foi ao STF defender o preço mínimo e não descarta uma nova paralisação de caminhoneiros. “Quem quiser fazer um negócio desse vai ter que assumir o risco”, diz Fonseca. Qual balanço o sr. faz do protesto de caminhoneiros hoje?Foi benéfico para o segmento. Mostrou para o governo e a sociedade as dificuldades do setor. Quem praticamente começou tudo fomos nós [da Abcam], mas não com o objetivo de chegar onde chegou. Minha política sempre foi a de que os caminhoneiros parassem em casa. Mas chegou num ponto em que não teve como administrar. Na negociação, a nossa proposta era exclusivamente tirar Pis Cofins e Cide do diesel para aliviar a vida do caminhoneiro. E teve alguns parceiros que continuam na negociação, que fizeram a solicitação do eixo suspenso, da reserva na Conab e o frete.Na minha visão, tudo o que foi pedido foi atendido, com exceção da tabela de frete.O sr. não participa hoje da audiência com o ministro Luiz Fux, do STF?Não. Quando começou essa batalha na planilha de frete eu vinha acompanhando, mas num determinado momento eu percebi que estava havendo um desencontro muito grande na negociação. Nós fizemos uma planilha de sugestão e entregamos na ANTT. Também protocolamos a nossa planilha no gabinete do ministro Fux. Sei que eles olharam, mas ainda tenho minhas dúvidas. Temos que entender uma coisa: não adianta ganhar e não levar. Tem que ser flexível. Vamos negociar. Eu apresentei uma como sugestão, se essa não dá, vamos atrás de outra. Mas existe um grupo que está querendo aprovar isso a ferro e fogo, o pessoal da CNTA [Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos], do Rio Grande do Sul. Estamos trabalhando junto, mas às vezes com opiniões divergentes. A sua opinião é mais flexível, então? Eu não parei não. Sei que isso não vai terminar hoje nem amanhã. Vamos continuar desenvolvendo um trabalho. Provavelmente vamos reanalisar a nossa e ver onde a gente pode mexer em alguma coisa que não prejudique o segmento. Temos que entender que tem que ter um preço mínimo para o caminhoneiro poder sobreviver. Se precisar mexer nessa Medida Provisória, vamos mexer. Mandamos a nossa planilha para os embarcadores e ela está sendo atrativa. No mercado da lei da oferta e da procura jamais vai vigorar uma coisa como tabela eternamente. Isso tem que ficar claro. Tem que ensinar o caminhoneiro a pescar. Não adianta dar o peixe. Estamos desenvolvendo uns aplicativos aqui. A Abcam está fazendo aplicativos para os caminhoneiros calcularem o frete?Já estamos pondo em prática. Temos a nossa planilha no Rio Grande do Sul, que está à disposição na federação do estado, que está lá no aplicativo e já teve mais de 50 mil consultas de caminhoneiros naquela planilha. O pessoal entende que tem algumas coisinhas que precisam melhorar mais para a a carga líquida, mas estamos trabalhando. Na nossa planilha não colocamos imposto e lucro do caminhoneiro. Só colocamos o mínimo: daqui para trás não pode, mas para frente é negociação entre o caminhoneiro e o embarcador ou a empresa de transporte. Voltando para os resultados práticos do protesto, o que estão achando do preço do diesel?Foi uma negociação com o governo em que ele falou que até a primeira quinzena de junho estaria tudo resolvido. Não está. Voltamos a conversar e vamos esperar até dia 30 para ver. Mas eu tenho feitos algumas pesquisas. Por exemplo, vim de São Paulo para Brasília e todos os postos em que eu parei estão cumprindo. Acho que esses postos se prepararam para receber a sua visita. Qual é o procedimento quando encontram um posto que não repassou a queda?(Risos) Eu conversei com os caminhoneiros nos postos e estão cumprindo, sim. No Norte também estão, se não 100%, pelo menos 90%. Alguns tiveram queda de R$ 0,41, outros R$ 0,40. Agora a nossa política é denunciar esses postos. Existe uma determinação. Se o governo está cobrindo essa diferença de preço, é justo que eles coloquem no bico da bomba. Acredito que vamos conseguir. Estamos em cima. Se o caminhoneiro vai num posto e vê não está nem o [desconto de] R$ 0,41, a gente liga, pega o CNPJ e denuncia para o Procon. Mas está caminhando. Estou vendo que a comunicação do sr. está muito pacífica. Qual é a chance de uma nova paralisação?Não concordo com isso. Nós mostramos a força do caminhoneiro, mas temos que entender que nessa fase crítica, com o prejuízo que já foi causado no país, de repente, não podemos nem pensar. Quem quiser fazer um negócio desse vai ter que assumir totalmente o risco. Tem processo em cima da gente. Temos três advogados só respondendo essas coisas. Tem algum outro grupo ainda considerando novas paralisações?Tem um grupo falando, sim. Eu já falei: amigos, vocês não podem instigar isso porque quando vocês falam isso publicamente, não é só o caminhoneiro que está ouvindo. Tem outros grupos que querem ver o circo pegar fogo. Se isso começar, sabe lá o que vai acontecer. Eu não participo disso. Quando o sr. fala em grupos querendo "ver o circo pegar fogo", está se referindo aos que pediam intervenção militar?Isso. Não pense que eles acabaram. Não acredito que pode acontecer de novo uma greve da forma como foi essa, porque o pedido do diesel já está aí, o do eixo suspenso, tem muitas coisas. Nos grupos [de Whatsapp] que eu administro aqui, quando um cara [defendendo intervenção militar] consegue se infiltrar, eu já encerro o grupo e começo outro. Quem denunciou isso [durante os protestos] fui eu. Se eu não tivesse denunciado, sabe-se lá o que teria acontecido. No seu histórico de liderança de protestos houve outros episódios mais radicais?Eu não sou um aventureiro. Tenho uma história no transporte de carga. Jamais queimei caminhão. Quem falou isso mentiu. Tanto é que que nunca fui processado nem tive problema com isso em todas as paralisações que eu fiz. Eu consegui fundar no estado de São Paulo o sindicato dos tanqueiros. Depois disso, fundei uma federação. O sr. é filiado ao PSDB?Na década de 80, o Mário Covas tinha uma atitude simpática com a limpeza da cidade. Ele multou a nossa entidade na época porque os caminhões estacionavam na porta e deixavam lixo. Eu fui conversar com ele e dali começou a nascer um relacionamento de amizade. Isso durou muitos anos. Me licenciei do sindicato e o apoiei. Aí surgiu aquela fase de me chamarem para ser candidato. Eu fiz mais para fazer uma vontade dele. Depois ele faleceu, houve um distanciamento, eu abandonei [o partido]. Se não tivessem falado isso [em reportagem da Folha em maio], eu nem sabia que estava filiado no PSDB. Tanto é verdade que agora eu já estou pedindo a minha desfiliação lá. Já fui lá depois disso, conversei e estou oficializando. Preciso ir no cartório. A minha vida foi sempre apolítica.E a sua participação na CNT [Confederação Nacional dos Transportes, entidade patronal]?Tem seção de aeroviário, aquaviário, empresa de transporte, tudo. E tem os autônomos. Se você tem um problema, às vezes colide com o setor empresarial, como aconteceu neste movimento. Eu não sou uma liderança da categoria. Sou um instrumento dela. O que for aprovado e assinado eu cumpro. Sou respeitoso para negociar, mas não abaixo a cabeça. O sr. tinha um cargo na CNT, não é isso?Eu não tinha. Eu tenho. Mas eu não uso esse cargo. Já estou repensando toda essa situação para ver se a gente continua ou não. Ano que vem já é outro mandato, aí eu estou fora. Não quero participar de mais nada disso.Tem a ver com essa paralisação?Não tem. Chegou num ponto que travou tudo. E todos os caminhões que estavam na rua ficaram presos. Mas os cegonheiros todos ficaram no pátio. Teve muito caminhão parado à força.E teve alguns apoios para o caminhoneiro, que muita gente agradece, mas eu tenho minhas dúvidas. Como de um dia para o outro você vê barraca armada em bloqueio dando alimentação? Isso foram os intervencionistas que fizeram. Quando começaram a chegar essas informações para mim eu perguntei: Quanta greve a gente já fez e nunca vi acontecer assim. Recebi muito apoio da população. Aquela comida toda doada aos caminhoneiros não vinha das transportadoras? Era de interventor?Transportadora nunca deu nada para o caminhoneiro. Não ia dar comida em uma situação dessas. Isso tem que ficar claro. Uma parcela foram os postos de abastecimento dando apoio para a clientela deles. Mas tudo o que estava organizado na rodovia com barraquinha e infraestrutura pode esperar que era gente que queria ver o país pegar fogo. Quem estava na frente disso não eram caminhoneiros. | 2018-06-28 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/06/caminhoneiro-nao-tem-de-ganhar-o-peixe-tem-de-aprender-a-pescar-diz-lider-da-categoria.shtml |
Empresas começam a buscar profissionais transexuais e travestis | Quando um dos sócios-diretores da consultoria multinacional KPMG decidiu assumir publicamente sua identidade feminina, todos os funcionários receberam um comunicado da empresa.Foram informados que havia uma colega transexual na companhia e que ela seria tratada com respeito.Meses depois, em outubro de 2017, durante evento para 400 pessoas, Danielle Torres, 34, subiu ao palco para se apresentar aos colegas, com os quais, na verdade, trabalhava havia mais de dez anos.Ela diz que só foi possível afirmar sua nova identidade de gênero por ter recebido apoio e aconselhamento da empresa por quase um ano."Tive insegurança. Já tinha uma carreira consolidada e via o mercado como conservador", diz.Danielle afirma que a recepção de colegas e clientes foi boa. Só ouviu perguntas simples, como o pronome que ela queria que fosse usado para falar com ela. "Logo pude me concentrar em minha carreira", Histórias como essa começam a surgir conforme empresas buscam se tornar mais abertas ao público transgênero no país.Em janeiro deste ano, o Banco do Brasil passou a permitir o uso de nome social (aquele que a pessoa adota no dia a dia, diferente do oficial) para funcionários transgêneros em crachás, cartões e-email.A medida deu coragem a Marcela Bosa, 32, que era gerente-geral de unidade do banco em Pesqueira (PE), para fazer a transição para a identidade feminina, em maio de 2017."O mais comum por quem passa por esse processo é ter medo de perder o emprego, de rejeição, do olhar dos clientes. Eu tinha muito medo."Agora ela é responsável por agência no Brás, em São Paulo. Diz que foi bem recebida por subordinados e clientes. "Entenderam que competência não tem gênero, cor ou credo."Maitê Schneider, uma das responsáveis pelo projeto Transempregos, que desde 2013 reúne currículos de transexuais e travestis, diz que as contratações estão crescendo.Com isso, começa a ficar para trás a ideia de que esse grupo, principalmente as mulheres, tem como opção apenas a prostituição, a estética ou o telemarketing, diz. Um recado importante nesta quinta-feira (28), quando se celebra o Dia do Orgulho LGBT.Segundo Schneider, a Transempregos tem cerca de 15 empresas clientes que buscam acompanhamento periódico na inclusão de trans.Também mantém agenda com eventos quase diários com empresas que buscam informações."Não importa se é o líder da empresa ou um funcionário, as dúvidas são as mesmas. Perguntam como a trans vai ao banheiro."Apesar de se dizer otimista, Schneider aponta desafios. Porém, ela diz que algumas empresas ainda procuram trans que, pela aparência, não parecem ser transgêneros.O preconceito faz com que pessoas transgêneras ainda vejam limitações para suas possibilidades profissionais.Alana Barbosa, 23, auditora de vendas na Atento, trabalha há quatro anos em centrais de atendimento telefônico.“É o único ramo de emprego que consigo serviço. Quando você é transgênero, pode trabalhar com atendimento, no ramo da beleza ou, como a maioria da população, na rua [com prostituição].”Alana diz ter entregado currículo em lojas, mas ter sentido hostilidade.Ela afirma também ter tido problemas em empregos anteriores. Esteve em companhias que não a deixavam usar seu nome social e ter enfrentado supervisores que insistiam em chamá-la por seu nome civil.A Atento permite o uso de nome social desde 2014. Dos 78 mil funcionários da empresa, 1.300 optaram por ele. Segundo Elaine Terceiro, Superintendente de responsabilidade social da Atento, o principal desafio da companhia é manter a cultura inclusiva, mesmo com uma rotatividade alta de profissionais no setor. "Precisamos manter a constância na comunicação, criar atividades lúdicas para tratar da importância da diversidade, criar vídeos protagonizados pelos nossos funcionários", diz.Apesar da maior abertura das empresas, a qualificação profissional de transgêneros ainda é um desafio para que mais pessoas sejam incluídas, avalia Iran Giusti, responsável pela Casa 1, que acolhe membros de grupos LGBT em situação de vulnerabilidade, a maior parte expulsa de casa por famílias que não aceitam sua orientação sexual.A ONG capacitou cerca de 600 pessoas no ano passado em áreas variadas, como idiomas, costura, cozinha e maquiagem. A iniciativa foi viabilizada após parceria com a marca Doritos, que lançou versão limitada do salgadinho em versão colorida para chamar atenção à causa. O produto também esteve no mercado durante maio e junho deste ano, revertendo as vendas para a Casa 1 e outras organizações selecionadas."Não vou ter profissionais prontos. Para uma empresa receber esses funcionários ela precisa estar preparada, precisa entender que será um processo formativo."A PepsiCo, dona da marca Doritos contratou dois profissionais que passaram pelos cursos da Casa 1. | 2018-06-28 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/06/empresas-comecam-a-buscar-profissionais-transexuais-e-travestis.shtml |
'Disfarçado' com túnica, fotógrafo registra cotidiano do Afeganistão | O fotógrafo Ricardo Thomé, 54, realizou um sonho de infância ao viajar para o Afeganistão, em 2013.O fascínio de Thomé pela região, arrasada pela instabilidade política, começou aos dez anos, quando ele assistiu a um filme que se passava em Cabul, capital do país.Os registros da viagem estão agora reunidos no seu primeiro fotolivro, “Afegão” (Ed. Olhavê, R$ 75, 80 págs.).Ele passou dez dias entre Cabul e Herat, no oeste do país, acompanhado de um guia e um motorista locais.Para conseguir fotografar sem chamar a atenção das pessoas, Thomé usava túnicas típicas de afegãos, emprestadas do guia. Os dias começavam logo cedo, quando ele saía para caminhar e ver o cotidiano dos moradores. Os mercados concentravam o maior número de pessoas; alguns deles reuniam apenas comerciantes de animais como carneiros e frangos, abatidos ali mesmo.Apesar do clima constante de tensão, Thomé conta que não passou por situações de perigo. O momento de maior risco aconteceu quando tentou fotografar uma açougueira.A mulher chegou a confrontar Thomé e o guia com um facão. No fim, eles se esquivaram, após o guia dizer que estavam fotografando apenas a fachada do estabelecimento.O monumento de maior destaque que ele conseguiu registrar foram as ruínas do palácio Darul Aman, em Cabul, morada da família real afegã na década de 1920. | 2018-06-28 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/06/disfarcado-com-tunica-fotografo-registra-cotidiano-do-afeganistao.shtml |
Conheça cinco planetários no Brasil, de Porto Alegre a Brasília | Na véspera das férias escolares, veja cinco planetários para conhecer pelo Brasil. Planetário do Rio, Rio de JaneiroTem duas cúpulas: a Carl Sagan, com capacidade para 260 pessoas, e a Galileu Galilei, para 90 pessoas. As sessões acontecem aos sábados, domingos e feriados, e a entrada custa R$ 26 e inclui visita ao Museu do Universo, abrigado no mesmo prédioPolo Astronômico, Foz do Iguaçu (PR)O complexo é administrado pela Itaipu e reúne planetário, museu com réplicas de naves, telescópios e simuladores do sistema solar. A visita guiada, para grupos de até 40 pessoas, dura duas horas e meia; sai R$ 26 por pessoaJohannes Kepler, Santo André (SP)Foi aberto em 2012 em um parque de ciências; simulações explicam o funcionamento do Universo para crianças. Há sessões nos fins de semana e feriados, e a entrada custa R$ 30 incluindo a visita ao parque e a uma sessão no planetárioPlanetário de Brasília, Brasília (DF)Funciona desde 1974 em um prédio projetado com 16 faces que representam os pontos cardeais da rosa dos ventos. No subsolo, há uma exposição da Agência Espacial Brasileira. Funciona de terça a domingo, entrada gratuita, mas os visitantes podem levar um quilo de alimento não perecível como doaçãoUFRGS, Porto Alegre (RS)Foi inaugurado em 1972 e promove pesquisas de astronomia da universidade. Há sessões abertas em dois domingos por mês, anunciadas por meio da página do planetário no Facebook; o ingresso é um quilo de alimento não perecível | 2018-06-28 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/06/conheca-cinco-planetarios-no-brasil-de-porto-alegre-a-brasilia.shtml |
Como o diabetes pode causar um AVC? Como prevenir? | Diabetes é a doença caracterizada pelos altos níveis de glicose, um açúcar, na corrente sanguínea. Isso acontece, entre outros motivos, por uma falha no sistema de captação dessa molécula pelas células do organismo, processo comandado pelo hormônio conhecido como insulina.Essa regulação dos níveis de glicose é importante, já que em altas quantidades a molécula é capaz de provocar lesões em diversos tecidos e órgãos, como rins, retina, nervos, vasos e também no coração.Com a lesão nos vasos e a inflamação que a acompanha aumentam as chances de ali se formar uma espécie de entupimento pela adesão de algum coágulo. Se o vaso sanguíneo em questão irriga áreas do cérebro, acontece um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico, ou seja, essa região deixa de receber oxigênio e nutrientes.Outra condição bastante séria é o AVC hemorrágico, causado pela ruptura de um vaso no cérebro, que pode estar fragilizado graças às lesões. Apesar de menos frequentes, esses AVCs são mais letais que os isquêmicos.O tecido cerebral é bastante dependente da irrigação sanguínea. Quanto mais tempo fica sem aporte sanguíneo, mais prejudicada é a função do tecido, o que se reflete nas sequelas deixadas nos pacientes.Metade dos pacientes com diabetes morre por causa de alguma doença cardiovascular, como AVC ou infarto. O índice é quase duas vezes o da população geral, o que justifica, além do cuidado diário com a doença, algumas medidas preventivas frequentes: O exame é um reflexo dos níveis de açúcar no organismo nos últimos três mesesO diabético tem chance aumentada de ter pressão alta, que também agrava a lesão dos vasos e dos rinsA doença está associada ao aumento de colesterol ruim, que também aumenta a chance de complicações cardiovasculares e de fígadoO diabetes é em boa parte das vezes assintomático, ou seja, a pessoa não se sente doenteAlém de melhorar diversos parâmetros do organismo, eles auxiliam na função dos medicamentos e podem até mesmo reduzir a dose necessária para controlar a doença | 2018-06-28 02:00:00 | equilibrio-e-saude | Equilibrio e Saúde | https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2018/06/como-o-diabetes-pode-causar-um-avc-como-prevenir.shtml |
Comprova, coalizão para combater notícias falsas, é lançada no Brasil | Em formulação desde o início deste ano, é lançado nesta quinta-feira, em São Paulo, o Comprova. Coalizão de 24 organizações de mídia brasileiras, dentre elas a Folha, o projeto visa identificar, checar e combater rumores, manipulações e notícias falsas sobre as eleições de 2018.O trabalho, previsto para começar em agosto, é capitaneado pelo First Draft, da Universidade Harvard, nos EUA, especializado em buscar estratégias para combater “fake news”.O Comprova no Brasil ocorre na esteira de outras iniciativas do First Draft desenvolvidas em períodos eleitorais no mundo na França, no Reino Unido e na Alemanha.De forma colaborativa, jornalistas das empresas participantes vão rastrear redes sociais, sites e aplicativos de mensagens privadas para encontrar não apenas informações falsas, mas conteúdo forjado e manipulações que possam influenciar a campanha eleitoral.Durante a checagem, sempre mais de um veículo participará do processo de análise. A publicação só ocorre após ao menos três dos integrantes concordarem sobre a falsidade da informação em questão. A postagem dos desmentidos será feita nos sites dos integrantes e também na página www.projetocomprova.com.br.“Notícias falsas sempre existiram, e o jornalismo profissional sempre as combateu. Continuamos a acreditar que o jornalismo sério e de qualidade é o melhor antídoto para o estrago crescente que esse tipo de ação pode causar”, afirma Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha.A coalizão está sob coordenação da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e tem apoio do Projor (Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo). O Google News Initiative e o Facebook Journalism Project ajudam a financiar o projeto.Fazem parte, além da Folha, AFP, Band, BandNews, Canal Futura, Correio do Povo, Exame, GaúchaZH, Gazeta do Povo, Gazeta Online, Jornal do Commercio, Metro Brasil, Nexo Jornal, Nova Escola, NSC Comunicação, O Estado de S.Paulo, O Povo, Poder360, piauí, Rádio BandNews FM, Rádio Bandeirantes, SBT, UOL e Veja.No Brasil, diferentemente de em outros países, o uso do WhatsApp é considerado o principal disseminador do conteúdo forjado. Por isso, o Comprova pedirá a brasileiros que mandem rumores a uma conta criada especificamente para este fim.A Folha também lançou nesta semana um serviço pelo WhatsApp. Para participar, o leitor deve salvar o número da Folha (0-xx-11 99490-1649) na sua lista de contatos e mandar uma mensagem com o conteúdo a ser checado, acompanhada da expressão “fake news”.Pode ser áudio, vídeo, corrente, imagem ou notícia que circule pelo aplicativo ou por redes sociais, como Facebook ou Instagram. O jornal selecionará algumas das informações recebidas e as verificará. | 2018-06-28 00:01:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/comprova-coalizacao-para-combater-noticias-falsas-e-lancada-no-brasil.shtml |
Máfia do poder será expulsa, diz candidato esquerdista no México | Andrés Manuel López Obrador, 64, candidato favorito à Presidência nas eleições mexicanas, que ocorrem no próximo domingo (1), chegou ao mítico Estádio Asteca às 20h30 (22h30 em Brasília), sob aplausos e com suas arquibancadas e campo lotados.Tirou selfies, abraçou apoiadores, enquanto soava seu hino de campanha, que fala em “terminar com a máfia neoliberal” e que “se o país se moreniza, não o domina mais a Televisa”, fazendo referência ao nome de seu partido, o Morena (Movimento Regeneração Nacional) e à emissora de TV que considera uma aliada do rival PRI (Partido da Revolução Institucional).“O que vamos consumar no domingo vem de longe, e já foi alimentado e enriquecido por várias gerações de homens e mulheres que lutaram pela soberania nacional”, disse.E fez referência a camponeses, estudantes, trabalhadores de ferrovias e defensores de direitos humanos, destacando os jovens de 1968 —vítimas do Massacre de Tlatelolco, repressão violenta de um protesto de estudantes por parte de um governo do PRI.Também elogiou figuras de seu antigo partido, o esquerdista PRD, como Cuauhtémoc Cárdenas, seu líder histórico, e intelectuais como Sergio Pitol (1933-2018), Carlos Monsiváis e Elena Poniatowska, que sempre o apoiaram.AMLO (como é conhecido) disse que a vitória de domingo surgirá “não só do término do atual regime autoritário que chega a seu fim”, mas também da tarefa exitosa de “semear ideias por meio de líderes políticos próximos ao povo de todas as regiões do México que viemos fazendo nos últimos anos”.Afirmou que seu governo será “uma mudança verdadeira em que será expulsa a máfia do poder e que marcará o fim da corrupção, esse câncer que está destruindo o país, causando a desigualdade e a violência”. Acrescentou que sua carreira política é uma “linha reta, no que diz respeito à honestidade e à transparência”, enquanto o PRI e o direitista PAN (Partido da Ação Nacional) são “a mesma coisa, um mesmo grupo, que controla as instituições, que tem uma tremenda ambição e uma tremenda avareza.”Afirmou que o sucesso de sua candidatura também está relacionado a uma mudança de comportamento da classe média, que antes não o respeitava, mas que agora “compreendem minha mensagem e votarão por mim”.Fez referência aos jovens, afirmando que “mesmo sendo o mais velho na disputa, eles sabem que eu sou o que representa a modernização, pacífica, ordenada e sem violência.”Afirmou que no passado, os próceres do México tiveram de usar armas para fazer suas revoluções, e evocou os padres Miguel Hidalgo e José Maria Morelos, que primeiro defenderam a independência do país, e o presidente indígena Benito Juárez, no século 19. “Eles tiveram também de usar armas, mas nós temos a sorte de que podemos fazer nossa revolução assim como eles a fizeram, mas em paz.”Acrescentou que seus opositores não devem temer quando o chamam de “radical”, porque “radical vem de raiz”, e que em seu governo haverá Estado de Direito e liberdade de expressão. Mais uma vez, criticou o serviço de inteligência secreto mexicano e disse que perseguirá as irregularidades no financiamento de campanhas.Disse também que mandará ao Congresso um projeto de lei que permitirá consultar a população sobre se esta deseja, na metade do sexênio, que o presidente saia ou siga no poder.Também afirmou que reduzirá os salários dos altos funcionários, que ele ganhará a metade do que ganha o atual presidente, Enrique Peña Nieto, e que não viverá na residência oficial, Los Pinos, que será transformada em um museu, e que venderá aviões e helicópteros oficiais, que não haverá segurança particular nem secretários pessoais para os altos funcionários.“Com essa poupança, ajudaremos os pobres, porque numa sociedade desigual como a nossa, se não há justiça social, não podemos evitar que surjam a insegurança, a violência e a corrupção.”Sobre o crime organizado, disse que “não é possível viver num país em que morrem cerca de 89 pessoas por dia. Mas combateremos o crime sem desrespeitar os direitos humanos.”Sobre os EUA, disse que pretende manter boa relação e propor a Donald Trump um tratado não apenas dos países da América do Norte, mas incluindo os países centro-americanos.Seus rivais, o centrista Ricardo Anaya, e José Antonio Meade (PRI) encerraram suas campanhas em Guanajuato e em Coahuila, respectivamente. | 2018-06-28 00:35:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/06/mafia-do-poder-sera-expulsa-diz-candidato-esquerdista-no-mexico.shtml |
Sobre personagem banal, filme japonês 'Oh Lucy!' é bom trabalho pela metade | Veja salas e horários de exibição.Um filme que começa com uma cena de muito impacto costuma criar a expectativa de algo ainda mais forte pela frente. Se nada ocorre, a sensação é de frustração. Esta é a limitação mais evidente de “Oh Lucy!”.O primeiro longa da japonesa Atsuko Hiranayagi evoca aqueles personagens especiais em sua banalidade, que o cinema independente americano adotou uns 20 e tantos anos atrás, antes de ser ultrapassado pela percepção mais aguda dos dramas cotidianos feita pelas séries de TV. Mais Setsuko, a protagonista de “Oh Lucy”, é uma dessas pessoas como bilhões de nós, mais sozinha do que queria, amarrada a um emprego sem nenhuma graça e que perdeu o único namorado para a irmã traíra.Estimulada pela sobrinha, Setsuko experimenta estudar inglês com um americano que usa o método heterodoxo de enormes abraços para desinibir os alunos. Nas aulas, ela ganha o nome de Lucy e, ao primeiro abraço, sente-se acolhida e atraída pelo professor bonitão.A partir daí, o filme cria uma série de peripécias para dar à personagem o prazer da aventura, de se desvencilhar da vida ordinária e experimentar o inesperado.Mas a transição do comum ao excepcional denuncia as fraturas do roteiro e mostra a pouca experiência da diretora para evitar que todas as mudanças de tom não transformem o filme em apenas uma colcha de retalhos.Antes de ser um longa, “Oh Lucy” foi realizado como curta e, provavelmente, as boas ideias devem ter sido transpostas do formato original. No entanto, ao ganhar duração, o filme sofre uma diluição que torna muito desiguais os três momentos da personagem.Se o trecho ambientado nos Estados Unidos concentra situações em que ela vira outra, seu desenvolvimento é frágil e sua eficácia depende demais das habilidades da atriz principal, Shinobu Terajima, enquanto os bons coadjuvantes cumprem a função de escada.Só na primeira e na última parte, ambientadas no Japão, “Oh Lucy” alcança um equilíbrio entre grave e burlesco que falta ao miolo, deixando a impressão de um bom trabalho feito pela metade. | 2018-06-28 01:00:00 | cinema-e-series | Cinema e Séries | https://guia.folha.uol.com.br/cinema/2018/06/sobre-personagem-banal-filme-japones-oh-lucy-e-bom-trabalho-pela-metade.shtml |
Para 61%, paralisação de caminhoneiros não beneficiou políticos, diz Datafolha | O movimento que parou caminhões em todo o país não beneficiou nenhum político em especial. É o que apontam 61% dos ouvidos pelo Datafolha na terça (29).É preciso ressaltar que eles falavam espontaneamente, já que o levantamento foi feito por telefone com 1.500 pessoas em todo o país, sem o auxílio usual de fichas com alternativas. A margem de erro é de três pontos, para mais ou para menos.Assim, um quarto (27%) dos pesquisados disse não ter opinião formada a respeito da colocação. O nome mais citado pelos entrevistados acabou sendo o do protagonista das negociações do governo com a categoria, o presidente Michel Temer (MDB), com 3%. Não que seu desempenho tenha sido bom, já que foi reprovado por 77% dos ouvidos.Aparecem empatados com 1% de citações o deputado federal Jair Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o próprio PT. Bolsonaro, presidenciável pelo PSL, é o político mais associado ao movimento dos caminhoneiros, embora tenha adotado uma posição mais branda em seu apoio da semana passada para cá, pedindo o fim da paralisação. Os principais pré-candidatos ao Planalto têm alternado apoio à causa dos caminhoneiros devido ao aumento do preço do diesel na bomba com defesa do fim da paralisação para retomar a normalidade na rotina brasileira.Ao telefone, os entrevistados rejeitaram algumas teorias sobre a origem do movimento, que começou no dia 21. Para 57%, a paralisação não visa influenciar o processo da escolha do novo presidente, em outubro. Já 38% acreditam na hipótese, com 5% não sabendo opinar.Os caminhoneiros agem por interesses próprios para 75% dos ouvidos, contra 19% que creem haver influência de grupos externos interessados em prejudicar o governo federal. | 2018-05-31 12:30:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/05/para-61-paralisacao-de-caminhoneiros-nao-beneficiou-politicos.shtml |
Veto de Macri a lei aumenta tarifas e abre confronto com Congresso | O presidente argentino, Mauricio Macri, vetou uma lei aprovada pelo Senado na última madrugada (31), que impediria um novo “tarifaço” —pacote de aumentos que atingirá as taxas de luz, gás e transporte em até 50%.A sessão do Senado, de maioria peronista, aprovou a lei por 37 votos contra 30, por considerar que os aumentos vêm impactando demais no bolso dos trabalhadores, cujos sindicatos estão cada vez mais inquietos, e porque isso elevará ainda mais a taxa de inflação, que já está alta (23%).Politicamente, foi o gesto de rebeldia mais forte do peronismo contra o governo desde que se iniciou o governo Macri, em 2015. Desde aquela época, os peronistas mais à esquerda (ou seja, o kirchnerismo) mantiveram-se na oposição.Porém, o peronismo chamado “de direita”, não alinhado ao kirchnerismo, vinha dando apoio a Macri e ajudando a passar suas propostas. Essa trégua terminou.A aprovação da lei representou a reunificação do peronismo contra o governo, pelo menos no Congresso, o que pode criar um ambiente de mais confronto entre o Executivo e o Legislativo a partir de agora.O anúncio do veto presidencial foi dado na manhã desta quinta-feira (31), pelo chefe de gabinete, Marcos Peña.“É uma lei irresponsável porque não tem fundamento e que custaria muito ao governo, pois não poderíamos mais continuar nossos planos em investir nas obras públicas e nas reformas que consideramos necessárias, afetaria nosso orçamento universitário e de segurança”, disse Peña.Segundo Macri, a lei era “demagógica e um atentado contra as finanças públicas”.Para tentar minimizar o clima de tensão, principalmente com relação à classe média, onde vem perdendo mais apoio, Macri divulgou mensagens nos últimos dias explicando a necessidade do “tarifaço”.Numa delas, pediu que a população trocasse as lâmpadas tradicionais pelas LED, para economizar energia. Noutra, admitiu que “não temos mais esse dinheiro para manter os subsídios” —referindo-se ao benefício que perdurou durante o kirchnerismo (2003-2015).Na mais polêmica, pediu que os peronistas agissem de forma racional e não se deixassem levar pelas “loucuras que Cristina Kirchner diz”. A declaração inflamou os kirchneristas, começando pela própria ex-presidente, que classificou o comentário de Macri de “machista”.O aumento das taxas de serviços com o novo “tarifaço” será o quinto desde 2016. No período, a eletricidade aumentou 562%, a água, 338%, e o gás, 223%. A partir de sexta-feira (1º), a tarifa de ônibus passará a 10 pesos, 66% a mais do que era no começo deste ano.Macri justifica os ajustes por conta do déficit fiscal do país, hoje em 5% do PIB. Para financiá-lo, vem endividando a Argentina, já havia pedido mais de US$ 50 bilhões em empréstimos no exterior, até que decidiu recorrer ao FMI.O presidente insiste em que vem tentando não onerar os trabalhadores, mas os aumentos são muito impopulares, e os níveis de aprovação de sua gestão, que eram de 58% no ano passado, já estão em 35%. | 2018-05-31 12:19:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/05/veto-de-macri-a-lei-aumenta-tarifas-e-abre-confronto-com-congresso.shtml |
Polícia Federal deflagra ação contra empresas suspeitas de locaute no RS | A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (31) a Operação Unlocked, contra empresas suspeitas de terem paralisado suas atividades em apoio à greve dos caminhoneiros em rodovias do Rio Grande do Sul, ação conhecida como locaute.Mais de 60 policiais federais cumpriram três mandados de busca e apreensão nos municípios de Vale Real e Caxias do Sul, e um de prisão temporária em um condomínio de luxo em Xangrilá. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a Brigada Militar dão apoio à Operação.O inquérito foi instaurado no dia 30 de maio, a partir de denúncias recebidas e de análise de informações.A investigação apontou que sócios de uma grande transportadora estariam ameaçando caminhoneiros para que não realizassem o transporte de cargas, além de obrigar motoristas a desembarcarem dos seus caminhões e os abandonarem em postos de combustíveis. A atuação criminosa teria ocorrido nas rodovias RS-122, RS-452 e BR-116, na região dos municípios de Bom Princípio, Feliz e Vila Cristina.Outros inquéritos ainda estão sendo instruídos no Rio Grande do Sul--este é o que se encontra na fase mais avançada. Segundo a Polícia Federal, um dos principais objetivos do grupo era provocar o desabastecimento de grãos nas granjas da região e evitar a distribuição de proteína animal e combustível. Um dos sócios foi alvo de um mandado de prisão. Os crimes investigados na Operação unlocked são atentado contra a liberdade de trabalho e associação criminosa.O ministro da Segurança, Raul Jungmann, vem acusando empresas de terem se aproveitado da greve para pressionar o governo. Na última quarta (30), o ministro afirmou que 52 inquéritos foram abertos pela PF para investigar os supostos crimes. | 2018-05-31 11:06:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/05/policia-federal-faz-acao-contra-empresas-suspeitas-de-locaute-no-rs.shtml |
Dalila Nóbrega, neta de Carlos Alberto, diz que gosta da Praça, mas cinema é a grande paixão | Dalila Nóbrega, 27, resolveu seguir com a linhagem da família. Neta de Carlos Alberto de Nóbrega, ela decidiu apostar na carreira de atriz e tem feito participações em A Praça É Nossa (SBT). "A Praça sempre esteve presente na minha vida, Golias era meu preferido."Ela afirma também que morre de orgulho do avô. "Ele tem uma alegria permanente e coloca a família à frente de tudo. Espero fazer justiça a esse legado deixado para mim."Quarta geração da família no humorístico do SBT, a atriz diz falar com Carlos Alberto com constância. “Eu o vejo todos os dias e somos muito amigos, conversamos sobre tudo, ele tem uma cabeça que se renova e está sempre aberta. Além de ser um avô muito carinhoso." Ela é filha de Marcelo de Nóbrega e bisneta de Manuel de Nóbrega, que criou o humorístico em 1957. "Eu o [Carlos Alberto] admiro muito como profissional, o carinho com que ele cuida da Praça, a generosidade com elenco e produção e todos os envolvidos. Ele é o primeiro a chegar na gravação e o último a sair. É um exemplo para qualquer profissional.”A paixão pela atuação nasceu cedo na vida de Dalila, que começou na dança e logo foi parar nos palcos do teatro. "Simplesmente não consigo me imaginar fazendo outra coisa. Amo atuar, é minha grande paixão. Estou muito feliz e realizada na Praça contracenando com meu avô e sendo dirigida pelo meu pai."Sobre o futuro, Dalila Nóbrega afirma que gostaria de se aventurar em diferentes papéis, "podendo me explorar completamente como atriz". "Cinema é uma grande paixão, quem sabe um dia." | 2018-05-31 11:27:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2018/05/dalila-de-nobrega-neta-de-carlos-alberto-diz-que-gosta-da-praca-mas-cinema-e-a-grande-paixao.shtml |
Para reduzir diesel, governo onera exportador e corta até no SUS e educação | Para compensar o subsídio de R$ 9,6 bilhões à redução do preço do diesel e a redução de tributos incidentes sobre o combustível, o governo tomou medidas que, na prática, elevarão a arrecadação de impostos de exportadores, indústria de refrigerantes e indústria química.Ainda foram reduzidos recursos, por exemplo, para programas ligados às áreas de saúde e educação.Ao lado da aprovação da reoneração da folha de pagamento, que já foi votada na Câmara, as medidas permitirão um ganho de R$ 4 bilhões, o que compensará as medidas que reduzirão a tributação do diesel: a isenção da Cide e a redução de R$ 0,11 do PIS/ Cofins.O governo ainda cancelou R$ 3,4 bilhões em despesas do Orçamento deste ano como forma de compensar os R$ 9,6 bilhões do programa que foi criado para subsidiar uma redução maior no preço do combustível.As medidas foram publicadas nesta quarta-feira (30) em edição extra do Diário Oficial da União.O Reintegra devolvia 2% do valor exportado em produtos manufaturados através de créditos de PIS/ Cofins. Esse percentual foi reduzido para 0,1%, o que gerará recursos de R$ 2,27 bilhões até o final do ano.A redução da alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre concentrados de refrigerantes de 20% para 4% permitirá um ganho de R$ 740 milhões até o final do ano. Isso porque os fabricantes gerarão menos créditos para abaterem impostos. A alteração da tributação de um programa para a indústria química, o Regime Especial da Indústria Química, aumentará receitas em R$ 170 milhões.Quando a empresa importava, pagava 5,6% de PIS/ Cofins e recebia um crédito de 9,25%. Essa "sobra" de 3,65%, que era usada para abatimento de outros impostos, foi extinta. No caso da reoneração da folha de pagamento, que segundo o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, isentará um número menor de setores do que o aprovado na Câmara, o ganho até o final do ano será de R$ 830 milhões. O projeto de lei aprovado na Câmara previa que 28 setores estariam isentos da reoneração da folha. Mas o presidente Michel Temer vetou 11 desses setores, o que deixou 17 com isenção.Entre os que mantiveram o benefício estão calçados, construção civil, fabricação de veículos, transporte rodoviário e indústria têxtil, entre outras. De acordo com o secretário da Receita, a escolha dos benefícios a serem retirados foi feita com base na distorção que geram no sistema tributário."Os gastos tributários no Brasil são elevados, fora do padrão mundial", afirmou Rachid, se referindo aos benefícios que diversos setores possuem no pagamento de tributos. "Escolhemos os incentivos que geram alguma distorção", completou.Segundo ele, no caso da taxação de concentrados usados na fabricação de refrigerantes, por exemplo, há a geração de créditos em volume superior ao imposto devido em si, devido aos benefícios vigentes na Zona Franca de Manaus."Já foi identificado que algumas empresas usam esse excesso de crédito em refrigerantes para compensar em cerveja, por exemplo", disse Rachid. "Muitos contribuintes pagam para poucos serem beneficiados".Em 2019, o aumento de arrecadação com essas medidas será de cerca de R$ 16 bilhões.O governo ainda anunciou um corte de despesas de R$ 3,4 bilhões para compensar o programa de subsídios ao diesel.Esse valor foi alcançado com o cancelamento de uma reserva para capitalização de estatais, de R$ 2,1 bilhões, e o corte de recursos previstos para uma série de programas (R$ 1,2 bilhões).Segundo Gleisson Rubin, secretário executivo do Ministério do Planejamento, essas despesas já estão bloqueadas do Orçamento. Até antes do decreto desta quarta, esses gastos poderiam ser desbloqueados até o final do ano. Agora não poderão mais."O cancelamento de recursos vai se dar em cima de recursos contingenciados. Dessa forma, perde-se a perspectiva de que os recursos possam voltar a ser utilizados", afirmou.De acordo com Rubin, o cancelamento de despesas afeta todos os órgãos do governo, e foi feito de forma "pulverizada"."A distribuição dos cortes foi a mais pulverizada possível, porque se você concentra em poucos programas, praticamente erradica esses programas", disse.Os programas de transporte terrestre do Ministério dos Transportes, por exemplo, que envolvem adequação e construção de 40 obras, perderam R$ 368,9 milhões em recursos.Ainda foram reduzidos recursos, por exemplo, para programas como prevenção e repressão ao tráfico de drogas (R$ 4,1 milhões), concessão de bolsas de um programa de estímulo ao fortalecimento de instituições de ensino superior (R$ 55,1 milhões), policiamento ostensivo e rodovias e estradas federais (R$ 1,5 milhões) e fortalecimento do sistema único de saúde, com R$ 135 milhões.Ao mesmo tempo, foram criados recursos para o programa "operações de garantia da lei e da ordem", com o objetivo de desobstruir estradas, no valor de R$ 80 milhões. As mudanças tributárias e o corte das despesas anunciado nesta quinta-feira (31) fazem parte das ações do governo para compensar as perdas orçamentárias causadas pela redução no preço do óleo diesel.Pelo acordo fechado com caminhoneiros grevistas, o governo se comprometeu a baixar o preço do litro do diesel em R$ 0,46 na refinaria. O valor ficará congelado por 60 dias. O impacto total da medida é estimado em R$ 13,5 bilhões.Do desconto total, R$ 0,16 serão alcançados com isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e uma redução de PIS/Cofins sobre o diesel, o que deve provocar um impacto de R$ 4 bilhões. Uma parte pequena desse valor será absorvida com recursos provenientes da aprovação da reoneração da folha de pagamentos de diversos setores da economia.O restante será manejado com retirada de benefícios fiscais, segundo afirmou o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.Os R$ 0,30 restantes serão cobertos por um programa de subvenção, com custo de R$ 9,6 bilhões. Para compensar esse subsídio, o governo já conta com R$ 5,7 bilhões em excesso de arrecadação do governo federal.Para fechar a conta, o governo ainda precisou encontrar meios para compensar o rombo restante. Essa é a parcela que levou o Ministério da Fazenda a anunciar o cancelamento das despesas.Associações empresariais ouvidas pela Folha dizem que as alterações nos programas de incentivo às companhias brasileiras podem levar a perda de competitividade internacional e aumento de custos.Em nota, Júlio Talon, presidente do Fórum de Competitividade das Exportações da CNI (Confederação Nacional da Indústria), disse que a não renovação do Reintegra coloca em risco o crescimento das exportações brasileiras e do Produto Interno Bruto.A confederação afirma que o Reintegra não é uma desoneração. Em vez disso, é uma restituição de impostos indiretos que são cobrados na cadeia produtiva da indústria exportadora, que deveria ter imunidade tributária."Na prática, o programa corrige uma anomalia do sistema tributário nacional, que mantém impostos em cascata e eleva o custo dos bens produzidos no Brasil. A Constituição garante a imunidade tributária das exportações."Na nota, Talon diz que Os exportadores brasileiros fizeram seu planejamento tributário e de investimento com base na restituição desses resíduos tributários. Fernando Figueiredo, presidente da Abiquim (associação da indústria química), diz que as alterações no Regime Especial da Indústria do setor, que garantia menor tributação na compra de insumos, acarretará a perda de competitividade da indústria nacional e aumento de preços para consumidores.Figueiredo diz que, desde sua criação, em 2013, o regime previa reduções graduais no benefício. Conforme a tributação sobre o setor aumentava, companhias internacionais ganhavam mais espaço no mercado brasileiro, diz."Durante certo tempo, ficou mais fácil competir com importados e a indústria brasileira tinha mais de 70% do mercado. Hoje, importados são 38%." | 2018-05-31 11:20:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/05/para-reduzir-diesel-governo-onera-exportadores-e-corta-recursos-para-obras.shtml |
Dinamarca proíbe véus que cubram o rosto em locais públicos | O Parlamento da Dinamarca aprovou nesta quinta-feira (31) uma lei que proíbe o véu islâmico integral, como a burca ou o niqab, em espaços públicos."Qualquer pessoa que, em um local público, usar uma vestimenta que oculta o rosto pode ser multada", afirma o texto da lei.A medida foi aprovada por 75 votos contra 30 e entra em vigor em 1º de agosto.Pela lei, a polícia pode instruir a mulher a retirar seu véu ou ordenar a ela que deixe o local público. Na prática, o ministro da Justiça, Soren Papa Poulsen, disse que os policiais vão multar a mulher e dizer a ela que "vá para casa". A multa varia do equivalente a R$ 598 para a primeira ofensa a R$ 5.844 para a quarta violação. França, Bélgica, Holanda, Bulgária e o estado alemão da Baviera já impuseram algum tipo de restrição ao uso de véus que cubram o rosto em locais públicos.O Partido do Povo dinamarquês, anti-imigração, se tornou o segundo maior partido no país após as eleições de 2015 e agora apoia a coalizão do governo no Parlamento.Zainab Ibn Hssain, que vive em Copenhagen e costuma usar o niqab, disse: "Não é legal. Significa que não vou poder ir à escola, ao trabalho ou sair com minha família"."Mas não vou tirar meu niqab, então vou ter de encontrar uma solução", disse. Pape Poulsen, que lidera o partido conservador na coalizão, afirmou que o uso de véus é "icompatível com os valores da sociedade dinamarquesa e com o respeito à comunidade". | 2018-05-31 11:30:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/05/dinamarca-proibe-veus-que-cubram-o-rosto-em-locais-publicos.shtml |
Quem é a bisavó prisioneira por quem Kim Kardashian pediu perdão a Trump | A celebridade americana Kim Kardashian West se encontrou com o presidente Donald Trump para discutir um possível perdão judicial para uma bisavó de 63 anos condenada à prisão perpétua. Alice Marie Johnson está presa há mais de duas décadas por um delito de drogas como ré primária.A socialite se engajou pela libertação de Johnson há meses após assistir a um vídeo sobre ela. Ela manteve contatos sobre o assunto com o genro de Trump, Jared Kushner, que também é assessor especial da Casa Branca.Depois do encontro com o presidente, ocorrido nesta quarta (30), Trump tuitou uma foto com Kardashian West e os dizeres: "Grande encontro". Trump disse que ambos conversaram sobre reforma do sistema prisional. Mais A história de Johnson chamou a atenção da estrela de televisão norte-americana quando ela assistiu a um vídeo publicado nas mídias sociais. Em outubro passado, ela tuitou o vídeo com o comentário: "É muito injusto".Sensibilizada, Kardashian West decidiu, então, acionar o próprio advogado para avaliar o caso e passou a pagar pela defesa jurídica de Johnson. Em seguida, passou a apoiar a campanha por reforma no sistema penitenciário movida pelo genro de Trump.Uma recente proposta introduzindo treinamento educacional e vocacional a prisioneiros para ajudar na sua reintrodução social, o First Step Act, foi aprovada na Câmara dos Deputados após contar com apoio de Kushner e o subsequente endosso de Trump.O dia em que a socialite se encontrou com Trump foi também a data de aniversário de Alice Johnson –Kardashian West cumprimentou a detenta pelo Twitter. Depois da reunião com o presidente, ela disse acreditar que Johnson ganhará "uma segunda chance na vida".Johnson foi condenada à prisão perpétua sem direito a liberdade condicional em 1996, apesar de ser ré primária condenada por um crime não violento relacionado a drogas. Ela foi condenada por participar, juntamente com outras 15 pessoas, de um esquema de distribuição de cocaína no Estado de Tennessee.De acordo com a família e pessoas ligadas a grupos de apoio, Johnson é uma detenta com bom comportamento que participa de vários programas da prisão, onde trabalha na ala hospitalar. Ela se encaixa nos critérios estabelecidos, em 2014, pelo então presidente Barack Obama para o projeto de clemência. No entanto, o pedido dela foi negado antes do fim do mandato de Obama."Essa é a última vez que submeto minha família a essa dolorosa expectativa", disse Johnson à BBC quando o pedido lhe foi negado. Mesmo assim, o interesse de Kardashian West parece ter dado sobrevida ao esforço para tentar tirá-la da prisão. Mais Amy Povah, fundadora da organização CAN-DO Clemency, tem se engajado pela libertação de Johnson desde 2014. Ela afirma que já ajudou a coletar assinaturas de mais de 70 organizações que apoiam o perdão e conta ainda com uma carta de um carcereiro - já aposentado - da prisão de Johnson.Todo esse material foi entregue ao presidente Trump. "Ela sempre se destacou por ser excepcional", diz Povah. "Ela não é amarga ou brava, ela é um raio de sol."O processo de perdão depende, exclusivamente, da decisão do presidente dos EUA. Não se sabe, contudo, o que Trump pretende fazer e qual o peso da visita e dos apelos de Kardashian West na decisão. Ela agradeceu ao presidente no Twitter pelo encontro e disse estar otimista em relação ao futuro de Johnson.Nas redes sociais, muitos questionaram as intenções de Kardashian e a acusaram de buscar autopromoção. Mas muitos a apoiaram, e a compararam a outras celebridades engajadas em causas sociais, como Bono ou George Clooney.As filhas de Johnson estão esperançosas de que - pelo menos para a família - a longa espera logo termine. "Estamos orando por misericórdia no caso de minha mãe... que este pesadelo está finalmente chegando ao fim", disse Tretessa Johnson à BBC. | 2018-05-31 11:37:00 | celebridades | Celebridades | https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2018/05/quem-e-a-bisavo-prisioneira-por-quem-kim-kardashian-pediu-perdao-a-trump.shtml |
Oposição apresenta moção de censura contra premiê espanhol | O Parlamento espanhol colocou em marcha nesta quinta-feira (31) uma moção de censura que pode, no dia seguinte, derrubar o governo do primeiro-ministro conservador, Mariano Rajoy, do PP (Partido Popular). Ele lidera o país há oito anos, mas pode ter de deixar o poder devido ao acúmulo de escândalos de corrupção.A proposta foi feita pelo líder da oposição, Pedro Sánchez, representando o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), depois que a Justiça condenou uma série de figuras ligadas ao PP por corrupção. O próprio partido conservador foi condenado como pessoa jurídica por ter se beneficiado de uma trama de venda de contratos públicos, semelhante àquela investigada no Brasil pela operação Lava Jato.“Peça demissão, sr. Rajoy. Seu tempo terminou”, disse Sánchez, em um discurso já com ares de chefe de governo, cargo que espera ter se a sua manobra tiver sucesso.“Sua solidão é o epitáfio de um tempo político, de quem debilitou a coesão social”, afirmou. O socialista também criticou o premiê por ter imposto medidas de austeridade, “apertando os cintos a limites asfixiantes, enquanto vocês se financiavam de maneira irregular”.Já Rajoy acusou Sanchéz de manobrar o Parlamento para ser premiê. Ele disse que o rival só apresentou a moção de censura “porque nunca vai ganhar as eleições”.Caso a moção —apresentada hoje aos legisladores para ser votada na sexta-feira (1°)— tenha sucesso, o panorama político espanhol deve ser revirado da direita à esquerda, investindo o socialista Sánchez como primeiro-ministro. O líder do PSOE promete, ademais, convocar novas eleições nesta que é uma das principais economias da União Europeia, coincidindo com a crise política na vizinha Itália.Para ser aprovada, a moção precisa da maioria absoluta dos legisladores, ou seja, 176 votos. O PSOE (84 cadeiras) já tem o apoio do Podemos (esquerda, 67) e de pequenos movimentos separatistas —meses depois de o governo ter negado a reivindicação de secessão na Catalunha.Pode, assim, já ter o número necessário. O anúncio de que o PNV (Partido Nacionalista Basco, 5) vai votar a favor da moção foi recebido durante a tarde como a confirmação de que Rajoy será deposto. Em troca do “sim”, Sánchez lhes ofereceu manter o orçamento já aprovado para 2019, que beneficia a região basca.Já existe há alguns anos um considerável desencanto com o PP, associado por parte da população a uma maneira antiga de fazer política. Nas últimas eleições, em 2016, partidos alternativos como o Cidadãos (centro-direita) e o Podemos tomaram uma fatia de seu eleitorado. O PP já governa hoje em minoria no Parlamento. Mas a sentença do dia 24 pode ter sido o catalisador para sua derrocada. A Justiça condenou o empresário Francisco Correa, ligado ao PP, a 51 anos de prisão. Outras 28 pessoas foram condenadas, e suas penas somaram 351 anos de cadeia por delitos como fraude, falsificação de documentos e uso irregular de verbas.O tribunal também condenou Luis Bárcenas, ex-tesoureiro do PP e próximo a Rajoy, por ter cobrado comissões em contratos públicos. O partido e o premiê negam as acusações. | 2018-05-31 08:30:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/05/oposicao-apresenta-mocao-de-censura-contra-premie-espanhol.shtml |
Histórico da seleção em Copas inspira reservas na luta por vaga na equipe | "Nem sempre quem começa como titular na Copa termina como titular". A declaração é do zagueiro Thiago Silva, mas está bem ensaiada pelos reservas de Tite.Filipe Luís e Fred, que concederam entrevista na semana passada, fizeram discurso semelhante, esperançosos em ganhar a vaga durante a Copa do Mundo da Rússia. A expectativa é corroborada pelo histórico da seleção em Copas.Desde 1974, pelo menos uma mudança é feita na escalação do Brasil da estreia ao último jogo no Mundial --sem contar a decisão de terceiro lugar, quando os técnicos costumam escalar atletas que tiveram poucas chances de atuar durante a competição.Algumas das alterações foram significativas. No Mundial de 2014, Felipão tinha Daniel Alves e Paulinho como titulares antes de a bola rolar.Sem o time convencer, o técnico promoveu Fernandinho como titular no meio de campo nas oitavas. Maicon assumiu a lateral direita na fase seguinte, sendo mantido até a decisão do terceiro lugar contra a Holanda.No grupo atual, Tite ainda tem dúvidas na formação titular que estreará contra a Suíça. Willian e Fernandinho disputam a vaga de Renato Augusto.Já Danilo e Fagner tentam herdar a camisa 2 de Daniel Alves, cortado por lesão no joelho direito na semana anterior ao anúncio dos 23 convocados para o Mundial da Rússia.Durante as eliminatórias, o técnico manteve quase a mesma escalação da sua estreia, contra o Equador, até o último jogo do classificatório, contra o Chile. A única mudança foi a entrada de Philippe Coutinho no lugar de Willian.Em 2010, houve apenas uma modificação da equipe que estreou contra a Coreia do Norte para a eliminada pela Holanda. Sem o meio-campista Elano, contundido após a segunda rodada, Dunga improvisou Daniel Alves no setor.Já na Alemanha, em 2006, Parreira desfez o "quadrado mágico" formado por Ronaldinho, Kaká, Ronaldo e Adriano e escalou Juninho Pernambucano na vaga do último. Antes, já havia colocado Gilberto Silva no lugar do Emerson."Vejo esses jogadores que conquistaram uma vaga com muito trabalho. Não penso diferente", afirmou Fred. | 2018-05-31 02:00:00 | esporte | Esporte | https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/05/historico-da-selecao-em-copas-inspira-reservas-na-luta-por-vaga-na-equipe.shtml |
Siga este roteiro de 10 dias pelos pontos altos do Egito | Considere estas sugestões com passeios selecionados e atrações essenciais para aproveitar bem os dias de viagem no país africano. Dia 1 - Cairo, esfinge e pirâmides de Gizé Gizé é uma cidade da zona metropolitana do Cairo e o cartão postal mais famoso do país fica ali mesmo, na zona urbana. Além da esfinge, há seis pirâmides pequenas e três grandes: Quéfren, Miquerinos e Quéops —o monumento mais massivo da humanidade, com 2 milhões de blocos de pedra num total de 6 milhões de toneladas.Construídas há 5.000 anos, as pirâmides de Gizé são a única das sete maravilhas do mundo antigo que ainda está em pé.O turista pode escalar os enormes blocos até a entrada e percorrer seus corredores estreitos até a sala da tumba. É um passeio ao mesmo tempo incômodo (por 200 metros é preciso avançar agachado) e emocionante (dependendo do horário, você poderá estar sozinho no coração daquela massa de pedra erguida nos primórdios da civilização).As pirâmides são uma sugestão para o primeiro dia porque praticamente tudo o mais que há para visitar no Egito é ainda mais impactante, e deixá-las para depois tiraria um pouco dessa graça inicial.Dia 2 - Cairo, museu egípcio e região central O museu é aberto às 9h. Chegue cedo e, assim que entrar, pegue o corredor à direita, suba a escadaria para o segundo andar e vá até a sala onde estão sarcófagos, máscara e joias do faraó Tutancâmon.Isso lhe dará minutos de tranquilidade absoluta para ver cada detalhe (e são muitos detalhes) da mais bonita e bem preservada arte funerária dos faraós.Quando os outros turistas começarem a chegar, você pode aproveitar para explorar o resto do museu, incrivelmente devassável para a quantidade de obras que contêm.Sarcófagos, joias, estátuas, cerâmicas, ferramentas, objetos de todos os tipos se espalham e se amontoam pelas salas quase sem vigilância. Estudantes de arqueologia se sentam encostados a esfinges para fazer a lição de casa, enquanto crianças tentam escalar urnas funerárias.Essa proximidade, no entanto, tem os dias contados: um novo museu, construído com ajuda do governo japonês e que promete alta dose de tecnologia, deve ser inaugurado até o final do ano em Gizé, mais perto das pirâmides.O centro do Cairo é um bom lugar para experimentar o koshari, prato típico egípcio que reúne arroz, lentilhas, grão de bico, massa, molho de tomate e cebola frita. Há restaurantes especializados nesta receita, o que torna a refeição rápida e barata (o prato pequeno custa 15 libras, menos de um dólar, e o grande, 45 libras). Alguns famosos são Abou Tarek (26 El-Shaikh Marouf) e Koshari Lux (1 El-Falky square, Garden City).De lá, passeie a pé pelas ruas comerciais que saem da praça Tahrir. A Qasr el-Nil, por exemplo, tem lojas de tênis com cores que não existem no Brasil e preços bem mais baixos.Dia 3 - Cairo, bairro copta e torre do Cairo Passeie a pé pelo bairro copta (onde moravam os cristãos quando os árabes dominaram o Egito) e visite o bem montado museu Copta, com peças recolhidas nos primeiros mosteiros da humanidade, abertos nos séculos 6 e 7 na região de Saqqara.A torre do Cairo, com 185 metros de altura, é o destino certo para uma vista panorâmica da cidade, de dia e à noite. Fica numa pequena ilha do rio Nilo, ao lado do centro, onde há também um jardim botânico e passeios de charrete.Dia 4 - Assuã, templo de Ísis, jardim botânico e vila Núbia Trem e avião levam a Assuã, uma das maiores cidades egípcias, ao sul. Descanse da viagem admirando o verde escuro do rio Nilo. De lancha ou veleiro, há três passeios interessantes: ao jardim botânico montado pelo general britânico Horatio Kitchener, com flores e folhagens do mundo todo; ao templo de Ísis, na ilha Philae, e à Vila Núbia, assentamento para onde foram transferidos alguns dos cerca de 1 milhão de núbios que viviam entre a primeira e a segunda catarata do rio Nilo, região alagada pelo lago Nasser.A vila reproduz a arquitetura dos núbios, com casas de teto abobadado, e moradores encenam tradições, como danças, batuques e refeições. Como em outros locais turísticos do país, é possível contratar passeios de camelo.Dia 5 - Assuã, templos de Abu Simbel Cerca de 200 km ao sul de Assuã, perto da fronteira com o Sudão, fica Abu Simbel, para onde foram transplantados os templos de Ramsés 2º e sua mulher, Nefertari. São alguns dos 17 monumentos salvos pela Unesco antes da construção da barragem de Assuã, que formou o lago Nasser.Os templos foram cortados da pedra e levados para lugares mais altos. Quatro deles foram dados como presente a Espanha, Itália, Holanda e Estados Unidos, e cinco ficaram sob as águas —feitos de pedra porosa, estão irremediavelmente danificados.À tarde, embarque num cruzeiro pelo rio Nilo até Luxor.Dia 6 - Cruzeiro pelo Nilo, Edfu, templo de Horus Diversas empresas fazem o trajeto entre Assuã e Luxor, que pode ser contratado só como ida ou como ida e volta. No meio do caminho, eles param em Edfu, onde está o mais bem conservado dos templos, o templo de Horus.Outro monumento interessante é o templo de Kom-ombo, feito já no período greco-romano e dedicado a dois deuses: Haroeris (Horus-o-velho, deus do céu) e Sobek, o deus do mal, que assume a forma de um crocodilo.Em Kom-ombo há diversas referências à medicina, como diferentes formas de parto e instrumentos médicos gravados nas paredes, receitas médicas para doenças como a disfunção erétil e salas onde os sacerdotes faziam cirurgias. O local virou centro de atração de pessoas que procuram cura para males físicos e espirituais: os turistas meditam sentados nos pedestais das colunas, nos nichos dos sacerdotes e em frente às portas das saletas de cirurgia.Ao lado do templo há um simpático e interessante museu do crocodilo, com múmias do animal de vários tamanhos e fases da vida. Dia 7 - Cruzeiro pelo Nilo, Luxor, Vale dos Reis Se seu barco atracou em Luxor na véspera, é possível fazer um passeio de balão ao nascer do sol, sobrevoando o Vale dos Reis, vilas e áreas rurais da região de Tebas.Visitar o vale também por terra é um dos passeios obrigatórios em Luxor. Depressão no deserto entre duas cadeias de morros, ele abriga dezenas de tumbas faraônicas:-63 já foram descobertas, e os arqueólogos continuam escavando.Paredes e tetos são lindamente decorados e, embora algumas das tumbas exijam longas subidas e descidas, o pé direito permite caminhar em pé (diferentemente das pirâmides, em que é preciso avançar agachado).A região de Luxor é a mais organizada para receber visitantes. Seus principais monumentos —o complexo de Karnak, o templo da rainha Hatshepsut e o Vale dos Reis—têm maquetes bem montadas e trenzinhos de transporte. As barracas de souvenir ficam em locais protegidos pela sombra e até mesmo os produtos vendidos parecem de melhor qualidade.Uma curiosidade do templo de Luxor (palco do casamento da top model Naomi Campbell em 2010) é que foi de lá que saiu o obelisco que hoje enfeita a praça da Concórdia, em Paris. Foi dado como presente no começo do século 19, pelo então governante Mohammed Ali, em troca de um relógio que fica ao lado da mesquita construída por ele na Citadela, no Cairo. Quebrado no transporte, o relógio nunca foi consertado.Já a entrada do templo ficou assimétrica, com apenas um obelisco do lado esquerdo.O templo é curioso porque foi usado como igreja por cristãos fugidos dos romanos e, séculos depois, muçulmanos ergueram ali uma mesquita sem saber que, sob a areia, estava o monumento.Dia 8 - Luxor a Cairo Um dia só é pouco para aproveitar Luxor, então ajuste os trajetos dependendo dos horários do cruzeiro e da viagem de volta ao Cairo —que, assim como no caso de Assuã, pode ser feita de trem ou avião.No Cairo, se já estiver com saudades do Nilo, agende um jantar num dos navios que fazem uma volta pela cidade e apresentam shows típicos.Dia 9 - Cairo, Saqqara e Mênfis Nos arredores da cidade, em meio ao deserto, estão Saqqara (onde fica a mais antiga pirâmide egípcia, construída em patamares), Dahshur (que guarda as primeiras pirâmides semelhantes às que conhecemos) e Mênfis.Primeira capital do Egito unificado, em 3100 antes de Cristo, Mênfis se resume hoje a um pequeno museu a céu aberto que abriga uma bela esfinge de alabastro (com o nariz intacto) e uma estátua de Ramsés 2º (cujos pés, quebrados, nunca foram repostos).Dia 10 - Cairo, Citadela, parque al-Azhar, bairro islâmico Colina murada por Saladino no século 12, a Citadela abriga a mesquita Mohammed Ali, feita nos moldes da Hagia Sofia, de Istambul (Turquia), e a mesquita de Suleiman Pasha, que tem bonita decoração. Um pátio permite uma bela vista do Cairo.Perto da Citadela ficam duas mesquitas que valem a visita: Sultão Hassan e Ibn Tulun. Grudado nesta fica a charmosa casa de Gayer-Anderson, médico e advogado britânico que restaurou duas residências dos séculos 16 e 17 e as forrou de objetos de arte.Boa opção para o almoço pode ser o parque al-Azhar, que tem jardins muito bem-cuidados e é praticamente ignorado pelos turistas. Há dois restaurantes, um mais refinado e um mais simples e barato, à beira de um lago.Uma grande atração do Cairo é percorrer as vielas do bairro islâmico com sua multidão de lojas, barracas, frutas, temperos, açougues que expõem carne em ganchos na porta.Mais conhecido, o bazar Khan al-Khalili tem as desvantagens de ser ponto turístico: quinquilharias padronizadas e preços mais altos. Com os aplicativos de mapas, não é preciso ficar preso a ele. As vias ao seu redor são igualmente interessantes e mais autênticas. | 2018-05-31 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/05/siga-este-roteiro-de-10-dias-pelos-pontos-altos-do-egito.shtml |
PIB mostra retomada lenta, e parada dos caminhoneiros piora o cenário | A economia cresceu no primeiro trimestre mais que o 0,3% esperado pelos analistas do mercado financeiro. Mas, ainda assim, eles estão revisando para baixo o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) em 2018.A paralisação dos caminhoneiros e, antes disso, a alta do dólar colocaram dúvidas sobre o desempenho da atividade no segundo trimestre, e muitos já temem o impacto desses eventos sobre a confiança de empresários e consumidores ao longo do ano.O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou, nesta quarta-feira (30), que o PIB cresceu 0,4% no primeiro trimestre ante os últimos três meses de 2017. Embora a taxa seja mais alta do que as vistas na segunda metade do ano passado, revela um ritmo mais lento do que era esperado.Para ter ideia da frustração, no início do ano, a expectativa de analistas, como Thiago Xavier, da consultoria Tendências, era que o PIB cresceria 0,9%. "Esses novos eventos domésticos são fatores que devem limitar o crescimento."Com as taxas de juros no piso histórico (aos 6,5% ao ano) e a inflação baixa, a expectativa era que o consumo ganhasse velocidade, assim como o investimento, em 2018.Mas as taxas cobradas do consumidor não caíram na mesma velocidade. O desemprego seguiu elevado, e as vagas que surgiram estão concentradas no setor informal. Isso limitou o avanço da renda disponível para compras.O consumo das famílias cresceu 0,5% ante o trimestre anterior, número considerado ainda modesto.O segundo trimestre, que até começou com indicadores positivos em abril, teve um maio turbulento.Como reflexo da alta do juro nos Estados Unidos, o dólar subiu em países emergentes como o Brasil. O Banco Central segurou novo corte da Selic, e as condições financeiras pioraram.A paralisação dos caminhoneiros e seus efeitos sobre a economia começam a ser calculados e adicionam problemas a um cenário que já estava ficando mais difícil.O Santander foi uma das poucas casas que estimaram os caminhões na economia.A equipe de análise do banco estima impacto de 0,7 ponto percentual no PIB do segundo trimestre e reduziu a expectativa de crescimento da economia em 2018 de 3,2% para 2% --antes havia cortado para 2,5%.Rodolfo Margato, economista do Santander, disse que o cálculo abrange impactos diretos e indiretos da paralisação, como as perdas de produção e vendas, e a influência negativa na confiança do consumidor, com base em informações reportadas por entidades setoriais nos últimos dias e também de ferramentas estatísticas.O setor agrícola tende a ser mais impactado, em razão da perda de produção."Os animais que morreram ou os produtos que estragaram indicam que será preciso iniciar um novo ciclo de produção, o que leva tempo."No setor industrial, a conta tem de ser outra, pois o consumidor pode ter apenas adiado a compra de um carro. Essa recuperação se torna inviável no caso do agronegócio, com a perda da produção. Ou no setor de restaurantes, uma vez que a pessoa não vai jantar duas vezes fora neste fim de semana porque ficou em casa no anterior.Nesse contexto, em vez dos 2,4% de expansão previstos na pesquisa Focus, do BC, agora o consenso parece caminhar para algo em torno de 2%.Artur Passos, economista do Itaú Unibanco, disse que a paralisação dos caminhoneiros em 2012 e os protestos de junho de 2013 não abalaram o PIB naqueles anos. Mas, agora, parece que a história será diferente."Houve interrupção nas cadeias de suprimento e de produção. Boa parte pode ser compensada em junho, mas não está claro se os setores vão conseguir tirar o atraso", disse, referindo-se a atividades como o de proteína animal e de corte e moagem da cana."É um efeito de magnitude difícil de calcular, mas o sinal é para baixo", afirmou. O Itaú revisou, no início deste mês, a previsão do PIB para 2%.Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs, demonstrou preocupação com os efeitos das incertezas no campo político e econômico sobre consumo e investimentos. Ele cortou sua projeção para o crescimento neste ano de 2,3% para 2%.Os investimentos cresceram 0,6% no trimestre ante os últimos três meses de 2017. Sobre o mesmo período do ano passado, a alta é de 3,5%.Muito do investimento feito, porém, tem ligação com a depreciação do parque produtivo. As indústrias precisam investir para manter em dia as máquinas e para simplificar processos a fim de reduzir custos. A construção civil, por sua vez, voltou a cair no trimestre (-0,6%), após um segundo semestre mais positivo.O ajuste nas contas do governo, fator necessário para recolocar a economia no trilho no médio prazo, perde força neste fim de governo. E o quadro eleitoral incerto não permite saber ainda se o próximo presidente se comprometerá com o ajuste."Em 72 horas, o governo abriu mão de 0,4% do PIB. É um custo elevado. O risco é que outros grupos se animem a demandar outros benefícios. A situação é crítica, não há espaço fiscal para nada", afirmou Ramos.O PIB mostrou que, pelo lado da produção, o destaque foi novamente o setor agropecuário, que cresceu 1,4% ante os três meses anteriores. Como em 2017, houve uma supersafra, o setor apresentou queda de 2,6% em relação ao mesmo período do ano passado.A indústria ficou estagnada, com uma alta de 0,1%, mesma variação dos serviços.O setor externo, responsável em parte pela melhora da economia no primeiro trimestre de 2017, não repetiu o desempenho agora e tende a ser afetado pela paralisação. | 2018-05-31 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/05/pib-mostra-retomada-lenta-e-parada-dos-caminhoneiros-piora-o-cenario.shtml |
Fotógrafo paulistano registra a solidão em pontos turísticos de Chicago | Para evitar multidões, o fotógrafo Lucas Lenci, 38, começava os seus dias de passeio em Chicago (EUA) logo ao amanhecer. "Essa hora do dia também garante uma luz linda", diz.Ele passou dez dias na cidade em maio de 2016 e conheceu os pontos mais populares.Logo cedo, Lenci visitou locais como a ponte DuSable, que cruza o canal principal do rio Chicago, e a escultura Cloud Gate, do artista indiano Anish Kapoor, um dos principais monumentos da cidade, que costuma estar rodeado de turistas fazendo selfies. Um dos destaques da cidade, segundo ele, são os arranha-céus. Para conhecê-los, Lenci recomenda fazer um passeio de barco pelo lago Michigan, rodeado pos prédios, com um guia que explique a história de Chicago.Além disso, vale subir nas plataformas de observação da torre Willis, a mais alta da cidade. “A graça é ver o lago e ter uma noção do seu tamanho, porque chega a parecer um oceano”, diz.Para completar o roteiro, há ainda o Chicago Art Institute, museu com uma das maiores coleções de arte dos EUA, que abriga pinturas de artistas como o americano Edward Hopper (1882-1967), um dos preferidos do fotógrafo.À noite, a dica é visitar os bares de jazz, populares em Chicago. O fotógrafo também aproveitou para comprar discos em lojas como a Reckless Records, uma das mais tradicionais da cidade.Lenci trabalha como fotógrafo desde 2004 e tem quatro livros publicados. | 2018-05-31 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/05/fotografo-paulistano-registra-a-solidao-em-pontos-turisticos-de-chicago.shtml |
Márcio França erra ao falar de mortes causadas por policiais | Governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição pelo PSB, Márcio França participou nesta quarta-feira (30) da sabatina da Folha, UOL e SBT. A Lupa checou algumas das declarações dele.“[O número de mortes causadas por policiais em serviço em 2017 é] o menor índice de toda a história” FALSO Dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo mostram que, em 2017, 687 pessoas foram mortas por policiais em serviço no estado. Esse número supera os 591 casos registrados no ano anterior. Houve uma pequena queda, no entanto, no total de casos de mortes por policiais fora de serviço. Em 2016 foram 266. No ano passado, 253. Nos relatórios anteriores, os dados relativos a esse assunto estão incompletos. Os números referentes às mortes causadas por policiais militares fora de serviço não foram contabilizados. Procurado, França disse que se referia ao primeiro trimestre de 2018. A pergunta, no entanto, citava explicitamente o ano passado.“Desde 2006, [o resultado da disputa entre PT e PSDB no segundo turno das eleições presidenciais nos estados] só mudou uma vez no Acre e uma vez no Tocantins” EXAGERADO De acordo com registros oficiais do Tribunal Superior Eleitoral, houve mais mudanças do que as duas citadas por França. No segundo turno de 2006, os eleitores de Acre, Rondônia e Espírito Santo votaram majoritariamente no PT para a Presidência. Em 2010 e em 2014, o PSDB venceu nos três estados. No Distrito Federal, em 2006 e em 2010, o PT teve a preferência dos eleitores. Em 2014, a maioria dos votos ficou com o PSDB. No Tocantins, ao contrário do que disse França, o PT venceu o segundo turno nas três últimas eleições presidenciais. Procurado, o governador afirmou que analisava “um comportamento eleitoral recorrente”, observado em “eleições polarizadas e marcadas pelo embate entre PT e PSDB”.“São Paulo tem o menor ICMS para diesel do Brasil” VERDADEIRO, MAS De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o óleo diesel é de 12% no estado. Esse é, de fato, o menor valor praticado no Brasil para o produto, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis). Mas há outros quatro estados que também aplicam esse valor: Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “USP, Unicamp e Unesp (...) abrem 20, 21 mil vagas de vestibular por ano” VERDADEIRO As três universidades estaduais citadas por França abriram, juntas, 21.852 vagas em 2018. No vestibular para ingresso neste ano, a USP foi a que mais disponibilizou vagas: 11.147. A Unicamp, por sua vez, abriu 3.340 vagas, e a Unesp, 7.365.“[Dos alunos matriculados na USP, Unicamp e Unesp] 10 mil entram do ensino privado, 10 mil do ensino público” EXAGERADO Em 2017, 21.507 alunos ingressaram nas três universidades. Desses, 9.329 vieram da rede pública. Isso representa 43,3% do total. E são os dados da USP que puxam esse número para baixo. Dos que ingressaram na instituição no ano passado, 36,9% vieram da rede pública. Em julho de 2017, a USP estabeleceu como meta que, até 2021, metade de seus alunos deverá vir de escolas públicas. Isso já acontece na Unicamp e Unesp. Procurado, França disse que a USP cumpriu a meta para 2017 quanto à proporção de alunos oriundos da rede pública. Verdadeiro A informação está comprovadamente correta. Verdadeiro, mas A informação está correta, mas o leitor merece mais explicações. Exagerado A informação está no caminho correto, mas houve exagero. Falso A informação está comprovadamente incorreta. | 2018-05-31 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05/marcio-franca-erra-ao-falar-de-mortes-causadas-por-policiais.shtml |
PF identifica ligação entre coronel amigo de Michel Temer e empresa suspeita | A Polícia Federal encontrou o que considera ser o primeiro elo financeiro documentado entre o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Michel Temer, e a Rodrimar, empresa que é o foco da principal investigação em andamento sobre o presidente. Segundo a linha de investigação, a ligação entre o coronel e a Rodrimar se materializa na empresa Eliland, braço de uma offshore sediada no Uruguai. Aberto em 2017, o inquérito busca esclarecer se Temer recebeu, por meio do militar aposentado, propina da Rodrimar em troca da edição de um decreto que teria beneficiado companhias que atuam no porto de Santos.A PF suspeita que o administrador da filial brasileira da Eliland, Almir Martins, seja um laranja do coronel. Martins foi contador das campanhas eleitorais de Temer de 1994, 1998, 2002 e 2006, e trabalha até hoje em uma das empresas de Lima, a Argeplan.Em depoimento à PF, o contador disse que foi colocado como gerente para administrar dinheiro de um único contrato —com a Rodrimar. Martins não apontou os serviços prestados. Não há informações de como a PF descobriu a Eliland, mas sua existência foi explorada durante um depoimento colhido no dia 17 de maio de 2018, em Brasília."[Almir] se recorda de um contrato firmado entre a Eliland e a Rodrimar, não se recordando o objeto nem os valores envolvidos em tal contrato, mas se lembrando que tais pagamentos ocorreram até o ano de 2010. Que a Eliland somente possuía contrato com a empresa Rodrimar", diz o depoimento.O coronel Lima, que chegou a ser preso em março, é apontado como um intermediário do presidente e possível receptador de propinas em nome do emedebista. Temer tem negado as suspeitas.Quando a abertura do inquérito foi autorizada pelo Supremo, a polícia suspeitava que havia um elo entre Rodrimar e Temer, mas não tinha elementos comprobatórios. O ex-contador de Temer disse aos investigadores que foi colocado na filial brasileira da offshore a pedido de um diretor da Argeplan, José Aparecido da Silva, no início dos anos 2000. "Que Silva pediu para colocar o declarante [Almir Martins] como gerente-delegado em função da necessidade legal da empresa possuir um representante sediado no Brasil", declarou no depoimento.Martins afirmou que a Eliland tinha como objeto a intermediação de negócios, mas não soube delimitar sua abrangência. O depoente afirmou que a filial teve as atividades encerradas, mas o CNPJ continua ativo.Em um dos relatórios produzidos pela PF na operação Patmos, de maio do ano passado, decorrente da delação da JBS, José Aparecido da Silva foi apontado como um possível laranja do coronel Lima.A polícia achou documentos que mostravam que Silva era procurador de outra offshore uruguaia, a Langley. Em 1995, o coronel adquiriu um imóvel justamente com a Langley.As suspeitas envolvendo Temer e a Rodrimar tiveram como base documentos apreendidos na operação Patmos e interceptações telefônicas de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer.Para a PGR (Procuradoria-Geral da República) e a Polícia Federal, há indícios de que o chamado decreto dos portos, assinado por Temer em maio de 2017, tenha beneficiado a Rodrimar —que atua no porto de Santos, historicamente área de influência do presidente e do PMDB— em troca de propina. Em um dos telefonemas, Loures conversa com Gustavo do Vale Rocha, subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência e pede para que seja acrescentada ao decreto uma norma para beneficiar empresas que obtiveram concessão para atuar em portos antes de 1993 —caso da Rodrimar.Em outro grampo feito pela PF com autorização judicial, Temer foi gravado quando dava informações ao aliado sobre o decreto que ele assinaria seis dias depois.A medida beneficiaria concessionárias de portos, que tiveram suas concessões renovadas por 35 anos, sem licitação.Após a conversa, Loures repassou as informações a Ricardo Conrado Mesquita, diretor da Rodrimar. O executivo festejou a notícia e disse que o deputado afastado seria "o pai da criança".Na conversa com Loures, Temer disse que o decreto dos portos seria assinado na quarta-feira seguinte e que as concessões de 35 anos teriam o prazo dobrado. "Aquela coisa dos 70 anos lá para todo mundo parece que está acertando aquilo lá", disse Temer.O TCU (Tribunal de Contas da União) já deu início ao processo de despejo do porto de Santos da empresa Pérola, do grupo Rodrimar, sob o argumento de que a área está sendo explorada ilicitamente.A Pérola teve seu primeiro contrato assinado com a Codesp (Companhia de Docas do Estado de São Paulo) em 1988. O prazo venceu em 1993 e, segundo o TCU, a empresa continuou operando até 1999. Só naquele ano foi assinado um novo contrato —feito sem licitação—, que expirou em 2014. Segundo o TCU, também houve irregularidades nessa renovação.O Palácio do Planalto afirma que as regras do decreto não permitem que a Rodrimar seja beneficiada. O grupo, no entanto, já pediu a renovação de um de seus contratos com base na norma.No início deste mês o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, autorizou a prorrogação das investigações por mais 60 dias. A Folha procurou as defesas da Rodrimar, de Temer e do coronel Lima. Não houve resposta. | 2018-05-31 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05/pf-identifica-ligacao-entre-coronel-amigo-de-michel-temer-e-empresa-suspeita.shtml |
Contra favorito Golden State, LeBron tenta nova façanha na final da NBA | Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers decidem a partir desta quinta-feira (31), às 22h (de Brasília), o título da NBA pela quarta vez consecutiva, feito sem precedentes nas principais ligas esportivas americanas.Apesar da repetição dos finalistas, neste ano eles não dominaram suas conferências na temporada regular, desgastados após anos no topo. Ainda assim, contaram com o que têm de melhor nas fases decisivas para superar Boston Celtics e Houston Rockets. No Cleveland, campeão do Leste, o responsável pelo sucesso é LeBron James, 33. Melhor jogador da sua geração e um dos melhores da história, ele vive momento impecável.O astro tem média de 34 pontos por partida nestes playoffs, segunda melhor da carreira. O ala marcou mais de 40 pontos em 7 dos 18 jogos do time de Ohio nessa fase.Chamado de omisso quando mais novo, ele assumiu a liderança do elenco de forma incontestável. No último confronto da final do Leste, contra o Boston Celtics, nem saiu de quadra para descansar. Foi o único jogador a permanecer os 48 minutos em ação.O Cleveland sempre dependeu de LeBron, mas nos últimos quatro anos, desde que retornou para a equipe, ele nunca havia estado tão sozinho. O armador Kyrie Irving, que se transferiu para Boston, era seu principal escudeiro.O outro é Kevin Love, ala-pivô que permanece na equipe, mas tem desempenho irregular e ficou fora da última partida por causa de uma concussão. Ele é dúvida para o primeiro jogo das finais.Foram as atuações de LeBron que levaram Cleveland novamente à disputa do título, mesmo com a desconfiança que paira sobre o time.Com companheiros medianos e o técnico Tyronn Lue criticado por não estabelecer um padrão de jogo, LeBron precisou mais do que nunca chamar a responsabilidade.Apesar do sucesso na tarefa até agora, a decisão contra o Golden State é um desafio muito além do que o Cleveland enfrentou no Leste.A equipe da Califórnia, que venceu 2 das 3 finais, viu seu domínio no Oeste ameaçado pelo Houston Rockets, mas mostrou que ainda é o time com mais recursos na liga.No jogo decisivo da final de conferência, foi para o intervalo 11 pontos atrás, na casa do adversário, e mesmo assim terminou 9 na frente.Pesa a favor dos atuais campeões o talento de quatro jogadores: Stephen Curry, Klay Thompson, Kevin Durant e Draymond Green. São raros os dias em que pelo menos dois deles não desequilibram.Como o time é rápido e acerta muitas bolas de três, consegue abrir vantagem no placar ou recuperar grandes desvantagens em pouco tempo.Na volta do intervalo, os californianos costumam ser avassaladores. Nos sete duelos contra o Houston, o saldo positivo do Golden State no terceiro quarto foi de 68 pontos. A maior preocupação fica por conta da lesão na perna esquerda de Andre Iguodala, peça importante na marcação que ainda não tem previsão de retorno.Nas casas de apostas, o favoritismo do Golden State é o maior desde a temporada 2000/2001, quando o Los Angeles Lakers (campeão) levava ampla vantagem ante o Philadelphia 76ers. Vitória do Cleveland seria uma zebra histórica. E mais uma façanha com a assinatura de LeBron James. | 2018-05-31 02:00:00 | esporte | Esporte | https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/05/contra-favorito-golden-state-lebron-tenta-nova-facanha-na-final-da-nba.shtml |
Governo Trump separa mães imigrantes ilegais de seus filhos na fronteira | Com uma prática de "tolerância zero" contra a entrada de imigrantes ilegais nos EUA, a administração de Donald Trump tem separado pais e mães de seus filhos nos presídios de imigração.Desde outubro do ano passado, pelo menos 700 crianças foram apartadas dos responsáveis após serem apreendidas atravessando a fronteira em família, segundo o Departamento de Segurança Doméstica. Cerca de cem tinham menos de 4 anos.Mas o número pode ser ainda maior: no último mês, os abrigos para crianças imigrantes receberam quase 2.000 delas, e estão 95% lotados."É uma maneira muito deliberada de deixar a vida do imigrante o mais difícil possível", diz o salvadorenho Abel Núñez, diretor da Carecen, que atende imigrantes latino-americanos em Washington.Antes, sempre que possível, as famílias eram mantidas juntas em prisões e liberadas enquanto aguardavam a decisão sobre seus casos. Mas, com a política linha-dura de Trump para o tratamento do crime de travessia ilegal, os adultos têm sido denunciados imediatamente e encaminhados a presídios enquanto aguardam julgamento —assim, são separados dos filhos, que não podem ficar nos estabelecimentos e vão para abrigos.Atualmente, há 10.852 crianças imigrantes sob a guarda do governo. Mas a administração não informa quantas delas foram separadas dos pais: boa parte atravessa a fronteira sozinha, em especial adolescentes fugidos da violência na América Central, e é encaminhada aos abrigos.O governo argumenta que a separação é fundamentada na lei e adotada em benefício da criança, para preservá-la do ambiente carcerário e para que se possa agir em caso de suspeita de tráfico de pessoas —quando o adulto é um atravessador, não um parente."Se você não quer que sua criança seja separada de você, então não a traga à fronteira ilegalmente", disse o secretário da Justiça, Jeff Sessions. "[Estamos cumprindo] o que requer a lei."Mas advogados e ativistas reclamam da prática e recorreram à Justiça. "A lei é a mesma há muitos anos, mas nunca antes houve tantos casos de crianças separadas dos pais", diz à Folha o advogado Spencer Amdur, da ACLU (American Civil Liberties Union), responsável por ação coletiva em andamento na Justiça federal.O processo compila oito casos de mães e pais afastados de seus filhos entre agosto de 2017 e abril deste ano. Um dos exemplos é de uma brasileira que buscava asilo com o filho de 14 anos.Ela foi presa na fronteira em agosto de 2017 e, apesar do pedido de asilo, foi processada por entrar no país ilegalmente. Encaminhada a um presídio, teve que ser separada do adolescente, hoje em um abrigo em Chicago.Hoje, condenada e já com a pena de 25 dias cumprida, ela aguarda a definição sobre seu caso em liberdade —mas continua longe do filho. "Estou desesperada", afirmou, em um documento enviado à Justiça. "Ele é só um menino num país estranho, e sozinho."Uma das mães teve seu bebê de um ano de idade levado a um abrigo. "Eu não sinto vontade nem de comer", disse a hondurenha à Justiça. Nesta semana, o próprio presidente se declarou contrário à prática. Trump afirmou que uma "lei horrível separa as crianças de seus pais depois que eles atravessam a fronteira" e atribuiu a falha de legislação aos democratas."Não fomos nós que criamos essa política. Mas, ao contrário de administrações passadas, nós aplicamos a lei", disse a porta-voz Sarah Sanders.O governo nega que separar famílias seja uma estratégia para inibir imigrantes. Mas, no passado, autoridades já afirmaram que viam na prática uma possibilidade de afugentar o fluxo na fronteira, que vem crescendo. | 2018-05-31 02:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/05/governo-trump-separa-maes-imigrantes-ilegais-de-seus-filhos-na-fronteira.shtml |
Como controlar o seu tempo de uso das redes sociais? | A maior parte das pessoas usa as redes sociais de modo normal —ou pelo menos o que consideramos normal atualmente.Além dessa fatia, há, em menor proporção, quem abuse da utilização das mídias sociais e, por fim, uma quantidade menor de gente que é realmente dependente.“Se você pensa em como controlar, já está se intuindo que há um exagero”, diz Aderbal Vieira Junior, coordenador do ambulatório de dependência de comportamentos do Proad/Unifesp (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes).A faixa dos abusadores poderia ser caracterizada por pessoas que costumam ficar dando olhadinhas constantes nas redes ou têm o costume de postar constantemente tudo que está acontecendo, pratos que estão comendo e outros #dehoje/#sobrehoje do tipo.Para essas pessoas que estão sentindo o exagero, uma dica é delimitar um momento do dia para o uso das redes sociais. “Você não toma um pouquinho de banho o tempo inteiro. Tem um momento da sua rotina que você separa para o banho”, compara Vieira Junior.É nesse momento específico escolhido dentro do dia —como ao chegar em casa depois do trabalho ou da escola— que você poderia se atualizar com as postagens dos amigos, postar a foto da feijoada que comeu mais cedo e distribuir joinhas e corações.Mas como é possível identificar com maior precisão que há uma situação de abuso ou até mesmo de dependência?Em primeiro lugar, provavelmente todo mundo usa as redes sociais um pouco mais do que seria aconselhável, diz o especialista da Unifesp. Contudo, três são os pontos que podem auxiliar na percepção de um problema um pouco mais sério.Essas características são mais leves em abusadores, mas podem se tornar cada vez mais pronunciadas se nada for feito.Vieira Junior diz que, além da quantidade, valeria a pena as pessoas irem um pouco mais fundo e começar a se questionar sobre a qualidade do que postam e do que fazem nas redes sociais.“Quanto, de fato, isso é importante? Talvez ligar para o seu amigo seja mais interessante do que dar um joinha e achar que com isso você está cultivando a amizade.” | 2018-05-31 02:00:00 | equilibrio-e-saude | Equilibrio e Saúde | https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2018/05/como-controlar-o-seu-tempo-de-uso-das-redes-sociais.shtml |
Área 'secreta' da Abadia de Westminster, em Londres, é aberta ao público | Área até então considerada secreta na abadia de Westminster, em Londres, as galerias do jubileu de diamante da rainha Elizabeth 2ª poderão ser visitadas a partir de 11 de junho.O espaço fica no andar superior da igreja, conhecido como trifório, que funcionou como depósito até 2015, quando foi aprovado o projeto para acrescentar uma torre no exterior da abadia para dar acesso ao andar superior. Este foi o primeiro acréscimo na fachada desde 1745.O investimento na restauração do espaço foi de £ 23 milhões (R$ 115 milhões), bancados pela própria abadia e doações. Mais Ali serão exibidos cerca de 300 itens da coleção da coroa, como um altar do século 13, joias e até a licença de casamento do príncipe William com Kate Middleton.As visitas são apenas com hora marcada. O ingresso para o museu custa £ 5 (R$ 25), mas a entrada só é permitida com o ingresso para a abadia, que custa £ 22 (R$ 110). | 2018-05-31 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/05/area-secreta-da-abadia-de-westminster-em-londres-e-aberta-ao-publico.shtml |
Greve dos caminhoneiros traduz descrédito das instituições do país | O apoio maciço da opinião pública à paralisação dos caminhoneiros evoca o alto grau de impopularidade do governo federal, mas não só isso. O percentual dos que se colocam favoráveis à greve alcança patamares ainda mais elevados do que a reprovação a Michel Temer (MDB) e a percepção majoritária de que o país piorou sob sua gestão. Alcança índice equivalente à aprovação das manifestações de junho de 2013 (81%).Um dado que ilustra bem a posição dos brasileiros sobre o assunto é a quase unanimidade dos entrevistados (96%) alertar para a demora do presidente em atender às reivindicações da categoria, que, por sua capilaridade, mostrou-se essencial para a dinâmica cotidiana do país.Em cenário de crise na relação entre representantes e representados, os caminhoneiros acabaram por personificar a combinação do sentimento de descrédito sobre instituições democráticas com o conceito de soberania popular —o poder e a importância do cidadão comum frente às imposições do Estado.Não à toa, o movimento, que começou com suspeitas de natureza mercadológica e comercial, ao ser tratado como greve de trabalhadores, acabou despertando, para surpresa inclusive de seus líderes, bandeiras tanto à direita quanto à esquerda do espectro político.Eram frequentes, nas concentrações nas estradas, tanto os pedidos de "Fora Temer", mantra da esquerda desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT), quanto o apelo por intervenção militar no país, fetiche da extrema direita.Para ilustrar essas tendências, a pesquisa nacional realizada pelo Datafolha em abril deste ano mostrava que os partidos políticos, junto com o Congresso Nacional e a Presidência da República, são as instituições de menor confiança junto aos brasileiros atualmente. No topo do ranking, com 43% de credibilidade total estão justamente as Forças Armadas, seguidas de longe pelo Ministério Público, o Poder Judiciário e a imprensa (21% cada).Com alcance tão abrangente de mensagens em ambiente polarizado, o apoio expressivo da população à paralisação é compreensível, mesmo que a maioria identifique prejuízos aos brasileiros e se coloque contra o aumento de impostos para compensar a perda de arrecadação do governo. Em todos os estratos socioeconômicos e demográficos, os favoráveis ao movimento ultrapassam o patamar de 75%. Como curiosidade, entre os que se dizem petistas, esse índice vai a 90% e entre os simpatizantes do PSDB cai para 66%.Mas nada garante que se a paralisação continuasse, a população manteria o apoio.Apenas metade dos entrevistados pelo Datafolha por telefone vinham sentindo os efeitos diretos do movimento, especialmente os que possuem carro ou moto, e mesmo assim, para atividades de lazer ou viagem, não tanto para trabalho ou estudo. A maioria ainda não apresentava problemas com o abastecimento de alimentos, por exemplo, o que poderia potencializar mudanças no quadro. Isso explica a distância de mais de 30 pontos entre o percentual dos que apoiam a paralisação e a taxa dos que acham que ela deveria continuar. Os mais velhos e com maior renda familiar são os que mais pediam a volta da categoria ao trabalho.Se o impacto fosse ainda maior sobre a rotina da população, a categoria poderia se transformar, aos olhos da opinião pública, em mais uma instituição brasileira a ser rejeitada intensamente, o que só alimentaria ainda mais a crescente indignação popular. | 2018-05-31 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05/greve-dos-caminhoneiros-personifica-descredito-com-instituicoes.shtml |
Estúdio de animação japonês vai ganhar parque temático em 2022 | O estúdio Ghibli, que produziu animações como "A Viagem de Chihiro" (2001), terá um parque temático em Nagakute, perto de Nagoia, no Japão. A abertura está prevista para 2022.O parque deve ocupar uma área de 200 hectares. Ainda não foram anunciados detalhes das atrações, mas, segundo informações da prefeitura local, o espaço recriará a casa mágica do longa "O Castelo Animado" (2004).Este é o segundo empreendimento da companhia no país, que também tem um museu dedicado aos seus personagens em Tóquio. A cidade será sede das Olimpíadas de 2020, o que deve movimentar o fluxo turístico no país. | 2018-05-31 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/05/estudio-de-animacao-japones-vai-ganhar-parque-tematico-em-2022.shtml |
Chef russo dá sabor moderno à cozinha tradicional do país | Para quem só está pensando na Rússia por causa do futebol, uma notícia: a gastronomia da região pode ser surpreendente. Nas feiras de Moscou pode haver pratos e quitutes mais simples, mas os restaurantes mais modernos estão explorando com grandes resultados a incrível variedade de produtos e tradições daquele imenso território.O melhor exemplo é provavelmente o restaurante White Rabbit, maior vitrine do trabalho de um chef, Vladimir Mukhin, que hoje tem seus sabores espalhados por mais de 20 restaurantes do grupo, entre Moscou e Sochi.Dentre todos, o White Rabbit é a joia da coroa. Era um restaurante caro e cafona, onde clientes idem comiam receitas italianadas antes de apagar o cigarro no prato de comida. Até que o proprietário chamou Mukhin, jovem chef em ascensão, para assumir as panelas em 2012.Hoje com 35 anos, ele lidera uma cozinha moderna que explora sem limites os vastos recursos do país. Deve-se dizer que houve pequena ajuda, involuntária, do celerado presidente Putin: quando este invadiu a Crimeia, em 2014, as sanções da Europa levaram ao desabastecimento de produtos tradicionalmente consumidos pelas elites russas, obrigando-as a aceitar com mais tolerância as experimentações do chef e os sucedâneos locais. Todo decorado com menções ao coelho de “Alice no País das Maravilhas”, cheio de móveis clássicos que abusam do veludo e da camurça, o restaurante segue no mínimo extravagante na aparência, mas também ostenta uma imperdível vista que, do 16° andar, se abre em 360 graus sobre o centro de Moscou. É ali que as criações de Mukhin espantam não somente pela técnica (que ele aprimorou em seus estágios por restaurantes como o Celler de Can Roca, na Espanha), como pela riqueza de sabores que desfilam pelo menu.Há, fora dos menus-degustação, mas necessário provar à la carte, o borscht, famosa sopa feita à moda de sua avó (o chef é da quinta geração de cozinheiros da família). É mais que uma sopa de beterrabas.Ele usa como base um purê de tomates cozido com carpas, que combina com caldo de peixe, repolho (fresco e fermentado), beterraba e fava, para servir acompanhado de creme azedo, carpa frita (com a cauda crocante) e pirozhki (macios pãezinhos assados com diferentes recheios, como peixe ou cogumelos).Um banquete. E que, nas palavras de Mukhi, traduz a essência do sabor russo: a combinação de doce, azedo e salgado. Mas o cardápio tem mais do que tradição.Os pratos trazem sabores, às vezes inesperados, dos quatro cantos do país. Caquis de frescor tropical vindos do sul. Kamchatka (king crab) vindo do norte. Vieiras e ouriços de Vladivostok, no mar do Japão.Ostras do mar Negro. Trufas da Crimeia (não exatamente Rússia, mas, por ora, sim...). Moluscos de Yalta. Vitelo de Bryansk. Aspargos de Tver. E, lógico, caviar do mar Cáspio. Trabalhados com talento, fazem do White Rabbit (número 23 na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo) uma visita indispensável. Por 9.500 rublos (R$ 570), é possível provar um menu de 13 pratos. Alguns exemplos:Lardo Duas versões do corte italiano da gordura do porco: uma original e outra feita com coco (semelhante na aparência e na textura), servidas sobre pão preto com caviar belugaAbóbora Azeda, em formato de ravióli, com queijo, pinoli e trufa brancaVieiras Frescas, cruas, vindas de Vladivostok (sul da Rússia), com sal pretoOvas de ouriço Também de Vladivostok, servidas com espinheiro e água do marRepolhoAssado, com molho de champanhe, manteiga, azeite de endro e ovas de peixeLíngua de viteloCozida numa massa de farinha de chokecherry (frutinha da Sibéria), com molho de cogumelos morillesPeito de pato Com foie gras, purê de batatas e tangerinaTorta de mel Sobremesa tradicional reinterpretada, com tangerina doce, sorvete de creme azedo, geleia de limão e crisps de mel | 2018-05-31 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/05/chef-russo-da-sabor-moderno-a-cozinha-tradicional-do-pais.shtml |
Notícia falsa sobre morte de jornalista 'envenena a fonte da verdade' | Horas depois de o jornalista Arkadi Babtchenko voltar dos mortos, como despachou com autoironia a francesa AFP, continuavam chegando notificações robotizadas da CNN ao Guardian sobre seu assassinato na Ucrânia.A notícia falsa, que foi tão automaticamente reproduzida mundo afora, se firmou aos poucos como um marco. Começou via mídia social pelos colegas próximos de Babtchenko, outros jornalistas russos de oposição que haviam chorado a sua morte publicamente.Por exemplo, Andrei Soldatov, do Agentura: "Babtchenko é um jornalista, pelo amor de Deus, e parte do nosso trabalho é a confiança, não importa o que Donald Trump ou Vladimir Putin digam sobre 'fake news'. Ele minou ainda mais a credibilidade dos jornalistas e da mídia".Outro, Alexey Kovalev, editor do Codaru, foi até mais agressivo, chamando Babtchenko de "um idiota completo" e acrescentando ter tirado "uma lição de vida importante: absolutamente tudo agora é notícia falsa, não confie em nada nem em ninguém".Também no Ocidente as reações, de início cautelosas, acabaram por seguir na mesma linha. Mark Urban, um dos principais editores da BBC, por exemplo, falou em "envenenamento da fonte da verdade".Até a ONG Repórteres Sem Fronteiras soltou o verbo, ainda que tenha concentrado a crítica no governo ucraniano. Seu presidente, Christophe Deloire, qualificou de "patético e lamentável" que tenham brincado com a verdade.O temor tanto dos jornalistas russos como dos ocidentais é que o episódio sirva de carta branca para governantes negarem todas as acusações que surjam a partir de agora, não importa o que se consiga provar sobre este ou aquele caso.Não demorou e foi o que procurou fazer Margarita Simonyan, editora da estatal russa RT, juntando as duas maiores denúncias recentes contra Moscou, sobre Babtchenko e o ex-espião Serguei Skripal, envenenado na Inglaterra:"Antes, era preciso matar realmente as pessoas para armar uma provocação geopolítica forte. Agora, é mais simples e agradável: é só esconder [Babtchenko ou Skripal] por alguns dias e acionar as rotativas."A esperança para minimizar os danos ao jornalismo, como cobraram muitos, é que o governo ucraniano consiga provar que havia razão para tanto. Que Babtchenko era um alvo, de verdade. | 2018-05-31 02:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/05/temor-e-que-caso-de-jornalista-de-carta-branca-para-politicos-negarem-fatos.shtml |
Conheça cinco museus dedicados ao futebol pelo mundo | A poucos dias da Copa do Mundo, veja cinco museus dedicados ao futebol pelo mundo. Mais Dortmund, Alemanha Mostra a história da seleção alemã em Copas e da Bundesliga, a competição nacional. Foi aberto em 2015 com o lucro da Copa de 2006. A entrada custa € 17 (R$ 72)Zurique, Suíça Na exposição oficial da Fifa, o visitante pode conhecer a origem do esporte e da instituição por meio de atividades interativas. O ingresso custa 24 francos suíços (R$ 88)Montevidéu, Uruguai Foi aberto em 1975 embaixo da tribuna olímpica do estádio Centenário, que sediou a primeira Copa, em 1930. Guarda peças históricas da ocasião e dos times nacionais, além da mesa em que foi fundada a Conmebol, em 1916. A entrada custa 150 pesos (R$ 17)Manchester, Inglaterra Mostra a história do esporte desde a criação dos moldes atuais, que aconteceu no país. Há um hall da fama de jogadores. A entrada é gratuita, com doação sugerida de £ 6 (R$ 30), que inclui um livreto da exposição, visita guiada e foto com taçasLuque, Paraguai Fica na sede da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), a poucos minutos de Assunção. Narra a história da Copa Libertadores e da Copa América. A entrada é gratuita Em São Paulo, o Museu do Futebol fica na praça Charles Miller, s/n, no Pacaembu, e funciona de ter. a dom., das 9h às 18h, com bilheteria aberta até as 17h. A entrada custa R$ 12 para adultos. Mais | 2018-05-31 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/05/conheca-cinco-museus-dedicados-ao-futebol-pelo-mundo.shtml |
Como viajar sozinho pelo Egito, tirar proveito da precariedade e espantar os chatos | “Dá para viajar ao Egito sozinha?”, foi a pergunta que mais ouvi depois das minhas férias.Sim, dá. Mais que isso, dá para ficar a dois centímetros de um sarcófago esculpido há 4.000 anos, ser a única pessoa dentro da maior pirâmide dos faraós, olhar para a máscara de ouro de Tutancâmon durante dez minutos no absoluto silêncio e ver monumentos que só conhecemos dos livros sem jamais pegar uma fila.Sabe aquelas miniaturas de 2.000 anos antes de Cristo com cenas da vida cotidiana do Egito, que no museu Metropolitan (Nova York) estão a dois metros e grossas vidraças de distância? Ou os caixões de múmias igualmente protegidos no Louvre (Paris)?No museu Egípcio (Cairo), essas peças ficam a 20 centímetros do seu nariz, e você só não encosta na vitrine porque isso não se faz —e porque ela está cheia de poeira.O pó é a evidência de que a proximidade e a informalidade da experiência turística no Egito são o lado positivo de um problema importante: falta de infraestrutura, agravada por uma redução abrupta no número de visitantes desde a Primavera Árabe, em 2011.No pico, em 2010, desembarcavam no Egito 1,5 milhão de estrangeiros por mês, segundo estatísticas oficiais reunidas pelo Trading Economics. Neste ano, até maio, os turistas de outros países não chegavam a 800 mil por mês.O resultado é óbvio: menos filas, menos espera e preços mais baixos. Por outro lado, falta dinheiro para investir em informação para os turistas, banheiros limpos, locais de descanso e acessos facilitados.Outro efeito negativo da crise econômica é o aumento do assédio de vendedores —ou moradores comuns, interessados nas comissões que podem receber de lojistas se o turista fizer compras.Essa é uma das grandes dificuldades do turista que está sozinho no Egito: em todo lugar há alguém tentando arrumar um dinheiro.Você para um segundo para olhar o mapa no celular e aparece alguém puxando conversa, garantindo que não quer vender nada, apenas praticar o inglês. Mas antes que você pisque ele já o está guiando para uma loja na qual espera ganhar comissão.A saída, infelizmente, é ser antipático e evitar dar conversa para estranhos. Mesmo funcionários de locais turísticos vão tentar vender algo que deveria ser de graça. O sujeito diz “pode entrar, pode olhar” numa mesquita ou museu, e vai mostrando tudo sem que você peça. Lá no meio, para e pede uma gorjeta.Outra tática é criar problemas para vender soluções. Não é incomum que guardas ou guias improvisados digam que é proibido fotografar ou passar de certo ponto para, logo depois, propor “dar um jeito” em troca de dinheiro.Nesses casos, avise antes de entrar que não há interesse em guia —ou, no limite, aceite, mas combine logo o preço (em geral 20 libras —US$ 1— devem resolver).Dito isso, para andar pela cidade, visitar mesquitas, igrejas e museus, não há necessidade de contratar guias. Para ir a monumentos, pirâmides e templos, porém, pode ser uma forma de economizar tempo e estresse. No Egito, pouca gente fala inglês, algumas atrações são distantes e há pouca informação. Na internet dá para comparar preços dos passeios e reservar já do Brasil (algumas empresas têm guias que falam português). Ainda assim, fique atento. Os guias tentarão levá-lo a lojas de perfume, papiro, algodão, tapetes ou especiarias onde, teoricamente, alguém lhe contará a história dos produtos ou mostrará como são feitos.Na prática, o objetivo é vender os produtos, de qualidade duvidosa e cujos preços exigem bastante pechincha até chegar a patamares aceitáveis. A não ser que esteja muito interessado, evite.Uma lei aprovada em abril prevê multa de até 10 mil libras egípcias (equivale a oito salários no Egito) para casos de assédio a turistas. Vale para qualquer um que seja pego “pedindo esmola ou gorjeta, promovendo uma loja ou tentando vender insistentemente um bem ou serviço”. A lei mostra preocupação com a imagem do país, que depende do turismo. Aplicá-la pode não ser fácil: muitos dos que pediram gorjetas à Folha eram funcionários que deveriam proteger atrações turísticas e seus visitantes. O trânsito no Cairo é pesado e há longos congestionamentos, principalmente à tarde e à noite. Por isso, embora haja hotéis perto das pirâmides, ficar no centro (downtown) pode ser mais conveniente: comércio e restaurantes abrem até tarde e dá para ir aos lugares a pé ou de metrô. No geral, as calçadas no Egito não servem para caminhar. Ficam a 40 centímetros de altura e estão tomadas de entulho, buracos ou produtos à venda. A maioria das pessoas anda pela rua, mesmo. Atravessar a rua no Cairo é uma aventura. Há poucos semáforos para os carros e menos ainda para os pedestres. Se estiver inseguro, siga os moradores da cidade Aplicativos de mapas ajudam muito, embora várias regiões do Cairo não sejam agradáveis para caminhar. Há muitos viadutos e algumas ruas são um pouco desertas. Vale a pena ter uma bateria extra, para não ficar sem o mapa no meio do caminho O metrô é fácil de usar. São três linhas. Nesta semana mudaram a forma de cobrança, que agora varia de acordo com a distância: 3, 5 ou 7 libras egípcias (7 libras são pouco menos de US$ 0,50). Mas é só falar o nome da estação de destino no guichê que o atendente vende o bilhete certo. Nas estações há placas em inglês e vagão só para mulheres (opcional). Guarde o bilhete para liberar a saída Não entre no táxi antes de combinar o preço da corrida Uber é relativamente barato e funciona bem, mas atenção: alguns motoristas atrasam a chegada para forçar um cancelamento depois do prazo de cinco minutosChip de internet funciona bem e é muito barato se comparado ao brasileiro —6 gigas custam cerca de 150 libras (menos de US$ 10) e são suficientes para dez dias Para driblar “preços para turistas”, que podem chegar a dez vezes o normal, compre água e gêneros mais simples em supermercados e lojas O pó da rua e o clima seco destroem sapatos e descolam as solas dos tênis. Não use nada que você não queira jogar fora em pouco tempo O costume é servir chá, café e suco com açúcar. Se não quiser, avise ao fazer o pedido Quem não pechincha paga mais caro. É a regra do jogoAbril, maio e setembro são meses de baixa estação, com menos turistas. Mas fique atento ao Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos, no qual muitos restaurantes e algumas lojas fecham (neste ano, começou em 17 de maio) Mangas compridas, blusas sem decote e pernas cobertas evitam problemas para as mulheres. É possível andar pelo Cairo sem ser incomodada, mas manter o foco nas caminhadas ajuda. Óculos escuros e aliança (mesmo que falsa) na mão esquerda ajudam a manter a distância Leve repelente. As moscas egípcias picam US$ 865 (R$ 3.217) 4 noites, na RCA Turismo (rcaturismo.com.br) Inclui café da manhã e visita às pirâmides. Sem aéreo (apenas no trecho Cairo-Luxor-Cairo). Para saídas até 31 de agostoUS$ 1.418 (R$ 5.274) 7 noites, na CVC (cvc.com.br) Três noite no Cairo e quatro em cruzeiro pelo rio Nilo. Inclui traslados e aéreo para trechos internos US$ 1.789 (R$ 6.655) 3 noites, na New Age Tour (newage.tur.br) Hospedagem em quarto duplo. Inclui passeio no Cairo, café da manhã e aéreo a partir de São Paulo | 2018-05-31 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/05/como-viajar-sozinho-pelo-egito-tirar-proveito-da-precariedade-e-espantar-os-chatos.shtml |
Caminhoneiros dispersam com ajuda do Exército e estradas já são liberadas | No décimo dia de manifestação e sob reclamações de cansaço, caminhoneiros deixaram nesta quarta-feira (30) pontos nevrálgicos da paralisação em rodovias pelo país. Houve episódios de violência e um caminhoneiro morreu.A saída das rodovias ocorreu após ação do Exército e da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Segundo o governo, às 19 horas, havia 197 pontos de concentração de caminhoneiros pelo país --na terça-feira (29), eram 616. No auge, um dia antes, eram 632.Não houve confronto entre militares e motoristas, mas atritos entre os motoristas.Em Vilhena (RO), José Batistella, 70, foi atingido na cabeça por uma pedrada que quebrou o para-brisa do caminhão --socorrido, ele não resistiu.O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que o episódio é um "exemplo trágico da violência"."Isso é desnaturar um movimento que começou com reivindicações justas e em sua integralidade atendidas pelo governo", disse.No km 282 da Régis Bittencourt, em São Paulo, um caminhão tombou após, segundo o motorista, ter sido atingido por uma pedra. "O Exército parou e liberou tudo. Um pouco à frente, um motoqueiro jogou pedras, eu fui desviar e não consegui mais trazer [o caminhão] para a pista", disse Paulo Ricardo Florentino, 28.Uma equipe da EPTV São Carlos foi agredida na Via Anhanguera, em Leme (SP).A repórter Patrícia Moser conseguiu fugir e foi amparada por moradores. O cinegrafista Marlon Tavoni e o auxiliar Janesi Rigo acabaram encurralados em uma passarela.O equipamento foi destruído e o carro teve vidros quebrados e pneus furados."Esse revoltante ato de selvageria, além de atentar contra a integridade física de profissionais que estavam exercendo sua atividade e de destruir propriedade alheia, busca impedir que as informações cheguem aos cidadãos", disse a ANJ (Associação Nacional de Jornais), que exigiu a apuração do caso.Armados com fuzis e metralhadoras, cerca de 600 militares participaram da operação pelo país. Eles chegaram em caminhões, jipes e outras viaturas leves e tinham o apoio de helicópteros.Os militares estavam desde às 5 horas nas estradas para apoiar a liberação. Motoristas relataram estar ali sob coação.A estratégia para fazer com que eles permanecessem incluía murchar pneus e vandalizar veículos.No principal ponto de bloqueio na Dutra, em Jacareí, motoristas deixaram o local aos gritos de "vou para casa".Com a saída, dos 5.000 caminhões que estavam no local na terça-feira (29), restaram apenas quatro.Em Miracatu, a 137 km de São Paulo, caminhoneiros permaneceram estacionados até as 15 horas, preocupados com os relatos dos colegas de que havia paralisações no Sul.Apesar da saída em massa tanto na Régis quanto na Dutra, nem todos os caminhoneiros disseram que iam voltar imediatamente ao trabalho.Alguns contaram à Folha que pretendiam buscar um posto com melhor estrutura, como chuveiro, e deveriam esperar até sexta-feira (1°) antes de seguir viagem.Houve ação do Exército em ao menos outros cinco estados: Paraná, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Paraíba.Pela via judicial, o STF (Supremo Tribunal Federal) mandou 96 transportadoras pagar R$ 141,4 milhões, em 15 dias, em multas por não liberarem as estradas."Vale a pena enfatizar que a sanção pecuniária, nestes casos, surge como importante instrumento de coerção colocado à disposição do magistrado", escreveu o ministro Alexandre de Moraes.Liderança radical orienta motoristas a encerrar bloqueiosConsiderado pelo Palácio do Planalto um dos líderes mais radicais da paralisação, Wallace Landim, o Chorão, pediu aos motoristas que desfaçam acampamentos e bloqueios.Em vídeo gravado, segundo ele, às 9h35 desta quarta em Brasília, orientou motoristas a se dirigirem à capital para realizar um grande protesto.Ele reconheceu que não conseguiu nenhuma interlocução com o Planalto desde segunda-feira (28)."Quero dizer aos companheiros que o governo não nos recebeu. Descartamos todas nossas energias, força, que a gente podia, e o governo negou o diálogo", afirmou.Ele disse que "não participou, não compactuou com sindicato, cooperativa, federação" que aceitaram um acordo com o governo Michel Temer.Quando o vídeo tinha 17 mil visualizações, um motorista que não se identificou disse que "Chorão" está "lá em Brasília nos representando". | 2018-05-31 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/05/caminhoneiros-dispersam-com-ajuda-do-exercito-e-estradas-ja-sao-liberadas.shtml |
Diesel começa a chegar aos postos com desconto | Com o retorno do abastecimento de combustíveis, os postos já começam a receber diesel com desconto concedido pela Petrobras.Segundo revendedores, o desconto médio é de R$ 0,21 em São Paulo e de R$ 0,20 no Rio de Janeiro. Os cortes adicionais prometidos pelo governo, porém, ainda dependem da aprovação de medidas pelo Congresso.Considerando que o diesel vendido nos postos contém 10% de biodiesel, o percentual indica que as distribuidoras estão repassando o corte da Petrobras na íntegra. Há notícias, porém, de percentuais menores em outros estados: um revendedor de Minas disse que recebeu o produto com desconto de R$ 0,15.Os preços dos combustíveis são livres no Brasil, mas o governo quer que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e os Procons fiscalizem os repasses às bombas.A ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) tem realizado fiscalizações em parceria com Procons para evitar abusos."A redução via subvenção e via impostos não pode ficar pelo caminho. Tem de garantir que chegue ao consumidor", disse na segunda (28) o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.O presidente Michel Temer prometeu aos caminheiros reduzir o preço do diesel em R$ 0,46 por litro.Segundo o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), o desconto cheio terá validade a partir desta sexta (1º)."Quero dizer que o compromisso do governo é com o preço que o diesel vai chegar ao caminhoneiro", afirmou, nesta quarta (30), em Brasília.O desconto que já começa a chegar às bombas refere-se a corte de 10% no preços de refinaria com vigência de 15 dias anunciado pela Petrobras na semana passada, em um movimento que gerou críticas sobre a volta da interferência estatal na companhia.No acordo feito com os caminhoneiros, o governo estendeu esse prazo para 60 dias e elevou o desconto para R$ 0,30, mas terá de negociar o reembolso dos valores adicionais com a estatal.Temer sanciona reoneração com veto a isenção de impostoBrasília"O presidente Michel Temer sancionou nesta quarta (30) proposta de reoneração da folha de pagamento, que aumenta a carga tributária para setores da economia.No texto final, ele vetou ponto da proposta que zera o PIS/Cofins do óleo diesel até o fim do ano. O trecho foi incluído após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter defendido a medida.Pelas contas da equipe econômica, a isenção representaria um gasto total de cerca de R$ 11,9 bilhões.Temer até tentou convencer o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), a retirar o trecho incluído pela Câmara na proposta, mas o senador decidiu mantê-la.O texto sancionado pelo presidente reonera a partir deste ano 28 dos 56 setores hoje beneficiados. Somente a partir de 2021 haverá a oneração da outra metade.Os novos recursos arrecadados com a reoneração serão usados para compensar parte do impacto da redução no valor litro do óleo diesel nas refinarias. | 2018-05-31 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/05/diesel-comeca-a-chegar-aos-postos-com-desconto.shtml |
Partido populista pede comissão para investigar política imigratória de Merkel | O partido de direita populista Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) pediu nesta quinta-feira (31) a criação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a política imigratória da chanceler Angela Merkel, em meio a um escândalo sobre concessões irregulares de asilo após a crise de refugiados de 2015.A política de portas abertas do governo levou a um fluxo de 1,6 milhão de imigrantes para a Alemanha, a maioria muçulmanos fugindo da guerra no Oriente Médio, e ajudou a levar o AfD ao Parlamento pela primeira vez nas eleições de setembro do ano passado. Uma revisão interna feita pelo Escritório Federal para Migração e Refugiados (BAMF, na sigla em alemão) sobre 4.568 decisões sobre asilo mostrou que a filial de Bremen desconsiderou conscientemente regulamentos federais e normas internas. Na quinta, a AfD apresentou uma moção em que pede a criação da comissão de inquérito. É necessário 25% de apoio dos parlamentares para que a comissão seja criada. Na moção, o partido descreve o escândalo do BAMF como parte de uma "falha ampla do governo" na política de asilo e diz que quer investigar as práticas desde 2014, a decisão do governo de abrir as portas aos imigrantes, o impacto do fluxo sobre a segurança e o sistema de bem-estar social e os custos envolvidos. Os demais partidos normalmente se recusam a trabalhar com a AfD, mas os Democratas Livres (FDP) também defenderam uma investigação do escândalo do BAMF. Os dois partidos não teriam os votos suficientes, mas o colíder da AfD, Alexander Gauland, disse que espera o apoio da conservadora CSU, que, apesar de ser aliada do governo, criticou a política imigratória de Merkel e foi penalizada por ela nas últimas eleições. O ministro do Interior e líder da CSU Horst Seehofer proibiu que Bremen tome novas decisões sobre asilo por um prazo indeterminado. | 2018-05-31 09:05:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/05/partido-populista-pede-comissao-para-investigar-politica-imigratoria-de-merkel.shtml |
Estradas federais não tem mais nenhum ponto de manifestação, diz PRF | A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que às 12h12 desta quinta-feira (31) não havia nenhum ponto de aglomeração de pessoas e veículos em áreas próximas às rodovias federais. O fluxo de veículos era normal. Pela amanhã, a polícia ainda registrava nove pontos, em Santa Catarina (6), Rio Grande do Sul (2) e Ceará (1).Na noite de quarta-feira (30), segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, havia 197 pontos de bloqueio no país.No auge da greve, na segunda-feira (28), eram 632 obstruções. A PRF diz que continua a agir para manter a segurança e reestabelecer o fluxo normal de veículos e cargas pelas rodovias do país com ações de apoio aos usuários, policiamento ostensivo e fiscalização de trânsito. | 2018-05-31 11:56:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/05/feriado-tem-9-pontos-de-manifestacao-em-estradas-federais.shtml |
Mortes: Seu Zoom zoom, humorado ícone da noite maranhense | Era só dar uma caminhada pelas ruas de São Luís, no Maranhão, que Luís Fernando Mota Pinto virava atração. “Seu Zoom zoom, seu Zoom zoom”, diziam os fãs na tentativa de chamar a atenção do passante, que respondia com sorrisos, acenos e, as vezes, até uma prosa casual.O apelido fazia referência ao “Zoom Zoom Noturno”, programa criado por Luís Fernando no início dos anos 1980, na extinta TV Ribamar, e ainda hoje no ar, na TV Guará. “Manteve o mesmo formato, a mesma música. O que mudou foi só que a tecnologia melhorou”, conta a filha, Maura.Pioneiro, o programa mostrava a vida noturna de São Luís. Bares, músicas e pessoas influentes da sociedade local, com um quê de Amaury Jr., brinca a filha. Um bloco, no entanto, era mais polêmico e também o mais aguardado pela garotada, numa época pré-internet: o striptease. “Fizeram uma pesquisa, não sei quem foi que fez, que apontou que ‘Zoom Zoom’ foi o causador de 5.000 e poucas separações e não sei quantas mil brigas”, afirmou Luís Fernando em meio a gargalhadas em entrevista recente, a mesma risada que respondia às buzinas e cumprimentos.Além do sorriso insistente, o maranhense de São Luís, abusava da simplicidade e do otimismo para falar com o seu público. Mesmo no programa dizia frases como “levante sempre com o pé direito” e “respeite seu semelhante”. E enumerava uma lista de agradecimentos, citando cada um dos filhos e a neta, Débora. Foram 34 anos de programa, com exceção de um período de recesso, no início dos anos 2010, por conta de problemas de saúde. O retorno aconteceu em 2015 e, desde então, Luís Fernando se dividia entre gravações e pesquisas para o programa semanal. Era o movimento na Litorânea, as novidades do bar do Nelson, o turismo no centro histórico.Nem o problema cardíaco identificado há alguns anos o fazia parar. Decidiu não correr o risco da cirurgia e disse que viveria até quando Deus quisesse e que não deixaria de brincar até esse dia chegar. E foi desse jeito que Luís Fernando viveu: brincando. Brincou até a última quinta-feira (24), quando morreu, aos 69 anos, em decorrência de um infarto fulminante. Deixa a mulher, Maria de Fátima, os quatro filhos e uma neta. coluna.obituá[email protected] os anúncios de mortesVeja os anúncios de missas | 2018-05-31 00:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/05/mortes-seu-zoom-zoom-humorado-icone-da-noite-maranhense.shtml |
Presos da Lava Jato saem do território de Moro | Parte dos condenados da Lava Jato que tiveram prisão decretada pelo juiz Sergio Moro não está cumprindo pena no Paraná. Em alguns casos, a Justiça Federal autorizou alvos da operação a permanecer em seus estados, como Rio e São Paulo. Três foram para o complexo de Tremembé (a 147 km de São Paulo), conhecido por abrigar presos de crimes de repercussão.Ainda é incerto onde o ex-presidente Lula cumprirá sua pena, caso o Supremo Tribunal Federal negue seu pedido de habeas corpus preventivo no próximo dia 4 e a Justiça Federal decrete sua prisão devido ao esgotamento dos recursos na segunda instância.De oito réus que estavam soltos e foram presos desde o ano passado após condenação em segunda instância, cinco foram autorizados pela Vara Federal responsável por execução penal no Paraná a permanecer em seus estados. Entre os argumentos para isso está o de que não há contra eles outros processos ou investigações em andamento que exigiriam a presença deles no Paraná. Não é a situação de Lula: além do processo do tríplex, ele tem mais duas ações penais em Curitiba, que envolvem a compra de um terreno para o Instituto Lula e reformas em um sítio que ele frequentava em Atibaia (SP). O Ministério Público Federal vem defendendo que o cumprimento da pena ocorra no estado onde a Lava Jato começou e entende que os deslocamentos geram mais gastos públicos.Desde as fases iniciais da operação os presos provisórios têm sido transferidos para o Paraná logo depois de suas prisões. No estado, eles ficam na superintendência da PF, em Curitiba, ou no Complexo Médico-Penal de Pinhais (região metropolitana), onde há uma ala para a Lava Jato.Lá estão políticos conhecidos, como o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e o ex-deputado André Vargas. No último dia 17, a Folha mostrou que dois assassinatos em outras alas do complexo paranaense provocaram preocupação com a segurança entre advogados e parentes de alvos da Lava Jato.O decreto de prisão após o trâmite na segunda instância, que pode ser expedido contra Lula, marca uma transição nos processos da Lava Jato.Os casos passam da alçada do juiz Sergio Moro para a 12ª Vara Federal do Paraná, que cuida do dia a dia do cumprimento de penas, como pedidos das defesas e a aplicação de multas. Os juízes responsáveis por essas tarefas de execução penal são Danilo Pereira Júnior e a substituta Carolina Lebbos. Em fevereiro, Lebbos permitiu que o ex-agente da PF Jayme Oliveira Filho, condenado a oito anos e quatro meses de prisão, permanecesse no Rio, com o argumento de que ele tinha direito ao convívio familiar.Preso após o fim do trâmite na segunda instância, ele não tem outros processos pendentes.O complexo de Tremembé recebeu Júlio César dos Santos, ex-sócio de José Dirceu, e o irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, que tiveram a execução da pena determinada por Moro em fevereiro. Outro detido na unidade do interior paulista é Márcio Bonilho, acusado de auxiliar o doleiro Alberto Youssef a lavar dinheiro.Essa prisão chegou a ganhar o apelido de “presídio de Caras”, em referência à presença de condenados em casos de grande repercussão, como Suzane von Richthofen, o médico Roger Abdelmassih e o operador do mensalão, Marcos Valério.É conhecida também por não ficar sob influência de facções criminosas. Segundo o governo de São Paulo, a unidade Tremembé 2 recebe detentos que “não podem conviver com outros presos por funções que ocupavam quando estavam em liberdade ou por casos de crimes de clamor público”. Lá, 66% dos detidos em regime fechado trabalham.Preso há três anos e já condenado em segunda instância, o ex-deputado federal Luiz Argôlo conseguiu em dezembro o direito de cumprir pena na Bahia, seu estado.Ele havia citado a necessidade de permanecer perto de seus filhos e o histórico de bom comportamento para conseguir a transferência.O ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), detido no Paraná desde 2016, pediu para ficar preso no Rio ou em Brasília, mas Moro negou a solicitação no ano passado, afirmando que é preciso “mantê-lo distante de seus antigos parceiros criminosos”.Sérgio Cabral (MDB) foi transferido para Pinhais em janeiro, depois de mais de um ano detido no Rio de Janeiro.Promotores fluminenses o acusaram de ter regalias na prisão em seu estado. Em protesto, ele se recusou a responder perguntas em seu mais recente depoimento à Justiça Federal no Rio. | 2018-04-01 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/presos-da-lava-jato-saem-do-territorio-de-moro.shtml |
Startups extrapolam fronteiras e conquistam mercado global | Uma série de empresas criadas no Brasil quer deixar para trás a ideia de que o país tem uma economia fechada e produz poucos negócios internacionais.Ainda não há uma pesquisa que quantifique quantas são as startups buscando clientes fora do Brasil, mas, em conversas com profissionais do setor, a reportagem identificou 52 casos.A internacionalização precoce é favorecida pelo fato de muitas delas não dependerem da venda de produtos e serviços entregues fisicamente, diz Juarez Leal, coordenador de internacionalização da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações).Conforme as startups brasileiras amadurecem e mais empreendedores percebem que é possível competir no mercado internacional, está se tornando mais comum que se criem empresas pensando em como um dia atuar globalmente, afirma Rafael Ribeiro, diretor-executivo da ABStartups (associação do setor).A Pipefy (de software para gerir rotinas de empresas) nasceu em 2014 com site em inglês e mirando no exterior.Impulsionada por avaliações positivas em sites especializados internacionais, a empresa conquistou cerca de 8.000 clientes em 150 países.Alessio Alionco, 31, fundador da empresa, diz que ser internacional desde o início aumenta o mercado da startup. Também a força a buscar o mesmo nível de qualidade de serviço de seus concorrentes globais e, com isso, ser mais competitiva.Na semana passada, a companhia recebeu US$ 16 milhões em investimentos dos fundos OpenView e Trinity, ambos dos EUA.É comum que a decisão de ir para fora do país ocorra quando a empresa atinge estabilidade no mercado brasileiro. Nesse momento, avançar para o exterior traz a chance de uma nova aceleração do crescimento.É assim com a RankMyApp, que oferece serviços e tecnologias para ajudar na divulgação de aplicativos. A companhia deve aumentar investimentos para atrair clientes fora do Brasil neste ano."Conseguimos quase tudo o que poderíamos por aqui e precisávamos de novos mercados para crescer", diz a sócia Juliana Assunção, 29.A startup está testando o retorno de investimentos de vendas para conquistar clientes na Colômbia, na Inglaterra, na Austrália e na Espanha.As experiências são feitas principalmente a partir de contato por telefone e email. Os mercados onde a iniciativa der mais resultado serão priorizados, afirma Juliana.No caso do Gympass, que vende planos de descontos em academias credenciadas para empresas, o impulso para ir para fora veio após a startup se tornar fornecedora de subsidiárias brasileiras de companhias multinacionais.As matrizes dessas empresas se interessaram pelo serviço e incentivaram a expansão, diz Leandro Caldeira, diretor da empresa no Brasil.A startup, aberta em 2013, já atende clientes em 14 países, incluindo Argentina, México, Alemanha, Espanha, França e Estados Unidos.Apesar de a digitalização dos negócios ter facilitado a internacionalização de startups, tentar conquistar o mundo precocemente pode esvaziar o caixa da empresa e, por isso, a decisão depende de análise criteriosa.Rodolfo Pinotti, diretor de Operações para o Brasil da aceleradora americana 500 Startups, diz que dar mais atenção ao país pode ser melhor porque, em geral, conquistar clientes aqui é mais barato do que fora."É uma discussão difícil, mas, em muitos casos, é importante ganhar musculatura antes de expandir."O desafio, explica Alan Leite, sócio da aceleradora de negócios Startup Farm, é que buscar clientes fora do país envolve custos como adaptação do produto, treinamento de equipe, pesquisas de mercado e manutenção de estrutura de atendimento.Depois de levar em pouco mais de dois anos a Easy Taxi para 35 países, Tallis Gomes, 30, agora diz acreditar que dominar o mercado local primeiro é melhor.A Singu, sua empresa de contratação de profissionais de beleza via app, atende apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro. "O mercado de beleza é tão grande onde estamos. Para que sair agora se há tanto para ser conquistado?"O problema de internacionalizar muito rápido, segundo ele, é que será preciso vender uma participação grande na empresa para investidores para ter dinheiro para a expansão. "Quando você levanta capital muito cedo, dilui muito sua participação", diz.Em 2014, Tallis deixou a Easy Taxi, da qual tinha uma participação minoritária. Àquela altura, a companhia tinha captado US$ 77 milhões com investidores.Sem dar números exatos, Tallis diz que a Singu cresceu sete vezes no ano passado. A startup levantou R$ 10 milhões em investimentos na última semana. EM EXPANSÃO Startups brasileiras com negócios em outros paísesPrinti O que faz gráfica online Abertura 2012 Para onde Boston (EUA) Motivação empresa se tornou rentável no Brasil e passou a buscar novas oportunidades de crescimentoHotmart O que faz serviço de divulgação e venda de produtos digitais, como livros online e cursos Abertura 2011 Para onde Espanha, Holanda e Colômbia Motivação ter vários mercados permite se proteger de crises regionaisOrçaFascio O que faz sistema que simplifica a elaboração de orçamento de obras Abertura 2011 Para onde EUA, Portugal e, em breve, Canadá Motivação módulo integra orçamentos e plantas 3D e tem potencial de expansãoTracksale O que faz serviço para que lojas online conheçam a satisfação de seus clientes Abertura 2013 Para onde contratou profissionais na Argentina Motivação multinacional sueca que queria contratar o serviço para nove mercados | 2018-04-01 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/04/startups-extrapolam-fronteiras-e-conquistam-mercado-global.shtml |
Plataforma mapeia as ligações entre investigados na operação | Uma rede composta por conexões que ligam o Brasil a países como Estados Unidos, Panamá, Angola e Hong Kong por meio de transações financeiras identificadas pela Lava Jato pode ser analisada com uma ferramenta online.Desenvolvida pela Fundação Vortex, da Colômbia, em parceria com o Instituto Humanitas360, a plataforma Vortex analisa redes de crimes transnacionais, entre eles a Lava Jato.Construída com base em milhares de páginas de 140 documentos de 42 das 50 fases da operação —parte deles compilada pela Lava Jota, projeto do site Jota em parceria com a Transparência Internacional—, a base identifica 934 pessoas e empresas e estabelece 2.777 interações.À medida que novos documentos forem disponibilizados, as informações serão incorporadas à base.Mostrar a complexidade transnacional da investigação foi o que motivou a criação da ferramenta, segundo o presidente da Vortex, Eduardo Salcedo.Ele explica que só possível compreender o funcionamento das redes de corrupção por meio da análise das estruturas em conjunto. “É preciso entender que a macrocorrupção só é possível porque estruturas legais participam desse sistema”, afirma.O menu da plataforma está em inglês. Ao selecionar a Lava Jato, vários fluxos em verde mostram o dinheiro de corrupção movimentado no mundo. A opção “visualizar gráfico” (“view graph”) leva o usuário para outra interface, com uma rede repleta de nós, identificando conexões entre pessoas e empresas.Ao clicar sobre o nome de um agente, surge um gráfico com as relações daquela pessoa ou empresa.Uma tabela lista as 2.777 interações e o trecho da investigação que estabelece a conexão entre os agentes —sem identificar, porém, a fase da operação em que foi obtida cada informação.A base não tem ferramenta de busca, permitindo apenas acesso visual aos dados. O recurso está disponível em outra interface, desenvolvida exclusivamente para jornalistas e operadores do direito.A plataforma Vortex tem sido usada por procuradores da Guatemala, ajudando na identificação de conexões. Segundo Salcedo, existem diálogos com instituições brasileiras para uso da ferramenta.A perspectiva é que novas bases de operações sobre casos de macrocorrupção possam ser agregados à plataforma, como a Operação Carne Fraca. “É importante entender como os setores se colocam em acordo para favorecer empresas e apoiar partidos, a engrenagem que é estabelecida”, diz Salcedo. | 2018-04-01 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/plataforma-mapeia-as-ligacoes-entre-investigados-na-operacao.shtml |
'Quem apedreja hoje pode virar o apedrejado amanhã', diz sociólogo | O sociólogo Sérgio Adorno diz que a onda de violência na política —simbolizada pela morte da vereadora Marielle Franco e pelos tiros na caravana do ex-presidente Lula— indica que a democracia brasileira precisa completar um ciclo de consolidação.Para o professor, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, o país tem que se distanciar do autoritarismo para que o diálogo substitua o poder conquistado por intermédio da força.Adorno afirma que a polarização fermenta o radicalismo, que deve ser combatido, sob pena de sair do controle. “O apedrejador de hoje pode ser o apedrejado de amanhã”, diz ele, estudioso de direitos humanos e conflitos sociais. Folha - Há uma escalada de violência no meio político? Sérgio Adorno - Não é recente esse fenômeno dos assassinatos de políticos e também de jornalistas mortos porque seu trabalho ameaça políticos poderosos. Mas até então era mais comum em cidades pequenas e médias, sem tanta repercussão na mídia. De qualquer forma, é preocupante. Está geralmente ligado à polarização e à radicalização.Por que a violência ocorre? Primeiramente, nada justifica a violência. Numa sociedade democrática, existem mecanismos institucionais de enfrentamento dos conflitos, como os partidos, os espaços parlamentares, a mídia.O limite do confronto é provocar dano à integridade física do seu opositor. No Brasil, não estabelecemos esse limite. Os conflitos vão se tornando cada vez mais graves e passionais, levando à ideia de que problemas só são resolvidos com a supressão do opositor, transformado em inimigo.Isso faz parte de uma sociedade democrática que ainda lida mal com seus conflitos. Qualquer um pode ter posições políticas divergentes das do candidato Lula da Silva, mas isso não justifica agressão à integridade física de quem quer que seja, tanto dele quanto de seus apoiadores.O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) afirmou inicialmente que o PT colheu o que plantou. Achei que foi uma afirmação de cálculo político. Ele sabe que cresce se tirar uma fatia do eleitorado do [Jair] Bolsonaro, e para isso ele [Alckmin] precisa se colocar numa posição de crítico da esquerda. Eu entendo que é uma estratégia política, ainda que ele possa até acreditar nisso.A polarização que vivemos é um combustível? Sim. Ela constrói um mundo de polaridades não negociáveis: certo e errado, justo e injusto, acerto e erro, verdade e mentira. A sociedade democrática é justamente aquela que lida com as diferenças. A polarização é um mal e é incompatível com a vida social.Temos que enfrentar isso, porque a situação sempre pode se inverter. O apedrejador de hoje pode ser o apedrejado de amanhã. Perde-se o controle. A vida democrática precisa de previsibilidade de comportamentos. Se você vai para um debate sabendo que vai matar ou morrer, não é debate, é confronto de forças.Era um cenário previsível? Em 2013, com os protestos, começa a se delinear um ajuste de contas de algo que estava sendo fermentado já havia alguns anos. E depois há uma disputa cada vez mais radicalizada, com 2014 mostrando essa divisão nas urnas.Com a rarefação do discurso político, em que não se discutem saídas para o país, mas sim quem tem razão, vem um empobrecimento da vida associativa. Você seleciona com quem quer conversar, só se associa com os semelhantes.É possível atribuir a radicalização à esquerda ou à direita? Tem havido uma radicalização dos dois lados, e ela se retroalimenta. Nem toda esquerda é radical, nem toda direita é radical. Mas as forças estavam se armando.Temos uma sociedade que combina três fatores: a crise econômica, os impasses institucionais e o fato de terem vindo a público os mecanismos de corrupção que existiam há tempos, mas que não eram problematizados. É uma combustão agregada.E aí as pessoas apelam para a violência? Há uma frustração geral, com candidatos, partidos. Grupos e classes reagem de maneiras diferentes. Um indivíduo pode ficar indiferente, outro pode ficar inquieto, outro extremamente ansioso. Quando essa frustração se transforma em ação política, pode ocorrer uma ação democraticamente aceita, como a realização de protestos, ou os indivíduos podem querer pegar em armas, fazer justiça com as próprias mãos.E há tendência a isso no Brasil? Quero crer que não. Você pode se perguntar como tem gente embarcando nesse radicalismo, que é uma atitude absolutamente preocupante. Como sociólogo, procuro pesar as diferentes forças e argumentos, para não embarcar numa visão catastrófica. Senão a gente estimula o medo e a busca de soluções “salvadoras”. Toda saída deve ser prevista no campo democrático, do diálogo, das ideias.Faz sentido chamar de fascistas alguns dos atos no Brasil, como fazem certos grupos? O fascismo é um fenômeno muito mais complexo para simplesmente transportá-lo e aplicá-lo na realidade daqui. Mas é claro que há traços que lembram: a intolerância, o apelo à violência e ao pensamento único, a ideia de que a ordem se garante com medidas coercitivas, duras.A sociedade brasileira convive com o chamado autoritarismo socialmente enraizado. Nem a transição da ditadura militar para a democracia conseguiu eliminar o emprego da força como um recurso de poder. Acho que estamos vivendo um momento de reavivamento disso. Paradoxalmente, esse autoritarismo convive com uma cultura política democrática.O sr. vê risco de adiamento da eleição de outubro em razão desse reavivamento? Não tenho evidências claras disso. Acho que aqueles que estão se candidatando são os que mais têm interesse em que esse pleito seja realizado. As pessoas estão com muita expectativa de mudança de governo. Basta ver a popularidade do presidente.Que saídas podem ser buscadas contra a radicalização? Nesse ponto sou muito convencional: temos que adensar o debate político. Sair dessa coisa rasa de radicalizar entre o bom e o mau, o certo e o errado, e buscar pontos de encontro. Nós, intelectuais e membros da academia, temos que nos recusar a entrar nessa batalha campal.E como fazer isso chegar ao eleitor mais comum? É uma tarefa das mais desafiadoras, porque nós muitas vezes falamos para nossos pares. Os partidos também precisariam de uma autocrítica. E o eleitor tem que fazer a sua parte. Eleições são momentos privilegiados para qualificar o debate público.Nome e idade Sérgio Adorno, 65 Formação Doutor em sociologia pela USP e pós-doutor pelo Cesdip, da FrançaOcupação Professor da USP e coordenador do Núcleo de Estudos da Violência | 2018-04-01 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/quem-apedreja-hoje-pode-virar-o-apedrejado-amanha-diz-sociologo.shtml |
País, enfim, vai treinar família para melhorar vida de criança autista | Uma dívida histórica do governo brasileiro com famílias de pessoas com autismo começa a ser quitada a partir deste mês com a implantação de um programa internacional, chancelado pela Organização Mundial da Saúde. O objetivo é capacitar famílias com crianças do espectro do autismo, que envolve diversos graus de comprometimentos.Um convênio com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), apoiado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e que irá treinar até mil pessoas inicialmente será assinado pelo Ministério da Saúde nesta semana, quando se celebra, nesta segunda-feira (2), o Dia Internacional de Conscientização do Autismo. Mais Pais e cuidadores receberão dicas de ferramentas que otimizem a vida de crianças com autismo, de 2 a 9 anos, em dez estados brasileiros, em todas as regiões.Apenas a China teve programa de maior impacto até hoje, mas o Brasil sai atrás de Argentina, Uruguai e Chile na adoção desse método.O investimento é de R$ 2,5 milhões a serem aplicados durante dois anos na logística dos treinamentos.Os disseminadores do método, desenvolvido por uma instituição dos EUA, a Autism Speaks, e validado pela OMS, irão trabalhar aspectos de sociabilidade, comunicação, controle de agressividade e outros pontos de comportamento que desafiam os pais no trato com seus filhos.Segundo o próprio Ministério da Saúde, esse é o maior programa de saúde pública já desenvolvido no país para esse grupo social.“Não será necessário que a criança tenha diagnóstico fechado para que a família tenha direito ao treinamento.O objetivo é que os cuidadores consigam ter instrumentos dentro de casa para lidar com atrasos de comunicação, de sociabilidade etc”, diz a psicóloga Cristiane Silvestre de Paula, coordenadora nacional do programa.Ainda segundo a coordenadora, que pesquisa questões relativas ao autismo há 12 anos, a faixa etária de 2 a 9 anos foi escolhida por ser uma “janela de oportunidade” de aprendizado.De acordo com Cristiane: “O treinamento não propõe milagres nem vai substituir as terapias tradicionais. Mas dentro do quadro de cada indivíduo, espera-se uma evolução, uma melhora geral”, afirma a coordenadora. “A estratégia, no momento, é para as crianças. Os jovens terão outros programas, no futuro.”Até o final deste ano, de acordo com o Ministério da Saúde, será realizada a capacitação dos primeiros disseminadores da técnica e a adaptação e validação do material didático estrangeiro para a realidade brasileira.Em um primeiro momento, dois especialistas irão treinar grupos pequenos de médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais entre outros que, por sua vez, repassarão o conhecimento para grupos maiores, que deverão contar com agentes de saúde do SUS e outros profissionais.O crescimento do número de pessoas habilitadas segue o formato de pirâmide.Só a partir daí, o treinamento se voltará para as famílias, que terão nove oficinas em conjunto com outros pais e três sessões exclusivas, em casa, para poder individualizar as questões do filho.“No período de treinamento nas casas, todos os membros da família vão poder participar. A intenção é que mais de uma pessoa do núcleo familiar seja habilitada para não haver sobrecarga para as mães, o que normalmente acontece”, diz Cristiane.O Paraná é o estado piloto da iniciativa no país. Lá, a ONG Ico Project investiu sozinha R$ 300 mil para o início da implantação do programa internacional. Em três anos, agora com o apoio federal, espera-se que todos os pais de crianças com autismo desse estado estejam capacitados.Ainda não há prazo para o treinamento de todas as famílias de crianças com autismo no Brasil, o que vai depender de contrapartidas municipais e da realidade de cada localidade. Estima-se que 2 milhões de pessoas sejam do espectro no Brasil e elas são amparadas pelos mesmos direitos das demais pessoas com deficiência no país.“Vamos formar mil multiplicadores no primeiro momento. Todo o processo é frequentemente avaliado e validado pela OMS. Temos uma dívida histórica com o autismo no Brasil e estamos começando a enfrentar a questão”, declara Quirino Cordeiro, coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde.Para a artesã Josiele Freitas, 34, mãe de João Victor, 11, que recebeu diagnóstico de autismo leve aos três anos e meio, a orientação básica para que os pais saibam lidar com os filhos no dia a dia é fundamental para dar qualidade de vida à família.“Nós recebemos orientações de uma instituição, mas, mesmo assim, às vezes, ainda ficamos perdidos em algumas situações e pedidos socorro em grupos de redes sociais para pais com mais experiência”, declara.Segundo a mãe, “A maioria dos pais hoje fica perdida, sem saber como lidar com o próprio filho em situações básicas dentro de casa. E, pior, não sabem o que fazer fora de casa também, quando a criança entra em crise, as pessoas começam a olhar e gera-se um clima horrível. Se houvesse um direcionamento, de como agir, com simulações, com certeza tudo seria muito melhor e as crianças estariam melhores”.Os treinamentos serão gratuitos, e não apenas famílias de crianças com autismo poderão fazê-los, mas também àquelas com filhos com atraso no neurodesenvolvimento.A técnica implica uso de figuras com modelos e ideias de como agir diante das mais diversas situações com a criança. O treinamento envolve também aplicação de planos terapêuticos, revisão, avaliação e troca de experiências entre os membros do grupo. | 2018-04-01 02:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/04/pais-enfim-vai-treinar-familia-para-melhorar-vida-de-crianca-autista.shtml |
Estado Islâmico faz ofensiva a alvos militares na região norte do Iraque | Menos de quatro meses depois de o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, declarar que o Iraque estava livre do Estado Islâmico, uma série de ataques da facção nos arredores de Mossul e Kirkuk (norte do país) mostra que os extremistas não foram de todo derrotados.Na última semana, o EI mirou áreas rurais, onde há pouca presença do Exército iraquiano e o controle de reconhecimento aéreo da coalizão internacional diminuiu.Diante dessa ofensiva, o premiê iraquiano reconheceu que a guerra contra a facção não terminou e prometeu enviar reforços ao norte.Em Mossul, segunda maior cidade iraquiana, os serviços de inteligência vêm ampliando os esforços para detectar células adormecidas. Prisões são frequentes, mas, como reconhece o general responsável pela operação militar no norte do Iraque, Nahim al-Jabouri, ainda existem milhares de integrantes do EI na cidade.Jabouri liderou a campanha que varreu o grupo de Mossul em julho de 2017 e agora tenta evitar a reversão do quadro nesse bastião sunita de um Iraque majoritariamente xiita. “As coisas são diferentes agora. As forças de segurança respeitam a população, o sectarismo já não é parte dessa realidade”, diz.Quem anda por Mossul tende a discordar. A cidade ainda está repleta de bandeiras xiitas, com imagens de nomes-chave da corrente majoritária ou elogios ao imã Ali. Muitos nativos se queixam da ostentação. Por outro lado, as acusações de tortura, assassinatos e extorsão por parte das forças de segurança, comuns no período que antecedeu a chegada do Estado Islâmico, têm sido raras. Mas a população continua a se sentir abandonada por Bagdá.Duraid Hazim Mohammed, 38, diz ter o pior emprego do mundo. Cabe a ele a tarefa de recolher os milhares de corpos ainda espalhados pelo lado oeste da cidade: “É trabalho de louco ficar catando pernas, braços, cabeças, mas alguém tem que fazer”. O que mais o incomoda é a falta de estrutura e os atrasos constantes no pagamento. Hazim e seus colegas estão há cinco meses sem receber seus salários na íntegra.Há poucos empregos em Mossul. O governo estima que precisará de US$ 2 bilhões (R$ 6,6 bilhões) só para livrar a cidade da pilha de destroços que a engolfa.Com metade da área urbana destruída, a demanda por moradia aumentou e a cotação dos aluguéis disparou. Agora, muitos precisam escolher entre viver em uma casa com até cinco ou seis outras famílias e permanecer nos campos de refugiados.Até agora, Mossul recebeu apenas US$ 250 mil (R$ 830 mil) do fundo criado para reconstruir os locais atingidos pela guerra contra o EI.“Sou militar, mas sei que a força não vai resolver a questão. Não resolveu antes. Tínhamos 30 mil homens aqui, e veja o que aconteceu”, diz Jabouri.Ele aponta empregos e melhoria na qualidade de vida como as melhores armas contra o Estado Islâmico. “O que essa cidade precisa é de fábricas, investimento, modernização da agricultura”, lista.Nas ruas abarrotadas do lado leste da cidade, poupado de ataques aéreos, há bazares por toda parte. Homens tomam as calçadas a fim de vender qualquer coisa. Na falta de emprego, o comércio tem sido a saída para muitos. “Pode contar para o seu país que nos abandonaram de novo”, diz um deles, que vende laranjas. | 2018-04-01 02:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/estado-islamico-faz-ofensiva-a-alvos-militares-na-regiao-norte-do-iraque.shtml |
Pauta conservadora impede deslocamento de DEM ao centro | Contra o aborto, o casamento gay e a descriminalização das drogas. Apesar de propagandear um discurso de renovação e um deslocamento em direção ao centro, a cúpula do DEM persiste em posições conservadoras no debate sobre costumes.O partido, que há 11 anos resolveu se despir do nome PFL, agora percebeu que pode abocanhar uma parcela do eleitorado de centro —principalmente diante da crise do PSDB, antes o grande receptor desse tipo de voto.A estratégia é atenuar o verniz tradicionalista que carimba a sigla desde o fim da ditadura e duelar com a pré-candidatura do tucano Geraldo Alckmin na tentativa de ganhar musculatura política na eleição presidencial.Dirigentes da sigla, no entanto, admitem que o discurso sobre costumes pouco mudará e que o foco da sigla deve se centrar na implementação de políticas públicas consideradas progressistas.Os exemplos que serão mais citados são as cotas para o concurso público em Salvador, do prefeito de Salvador e presidente do DEM, ACM Neto, e a resolução que permite transexuais e travestis usarem o nome social nas escolas, chancelada pelo ministro Mendonça Filho (Educação).Pré-candidato à Presidência pela legenda, Rodrigo Maia fala em “fim de um ciclo da velha política” e se diz contrário a três principais temas quando se fala de costumes.À Folha Maia afirmou que a legislação sobre aborto é satisfatória e se posicionou contra a descriminalização das drogas e o casamento gay. Para ele, a expressão casamento cria um “conflito desnecessário com os cristãos”.“A união civil resolve o problema.”A ala mais conservadora do DEM no Congresso, formada por integrantes da bancada evangélica, diz que não está disposta a ceder nesses temas e verbaliza, inclusive, que o discurso de movimento ao centro é apenas pró-forma.“É só um discurso político para pegar voto de centro. O Brasil é cada vez mais à direita por causa dos escândalos da esquerda. Fui contra a ida para o centro”, diz o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ).No dia em que o partido realizou convenção para oficializar o deslocamento ao centro, no início de março, Cavalcante apresentou um projeto na Câmara que pune com até um ano de prisão homens transexuais que, sem terem feito cirurgia de redesignação sexual, utilizem banheiros femininos —e vice-versa.Integrantes da cúpula do DEM avaliam que essa parcela declaradamente mais conservadora representa boa parte da sociedade e, por isso, afirmam, é importante manter seu espaço na sigla.Os principais dirigentes do DEM, que hoje têm entre 40 e 50 anos, tentam adotar um discurso mais moderado e argumentam que as cabeças do partido hoje são “mais contemporâneas” que as dos caciques da época do PFL.Segundo eles, o centro não é um ponto entre a esquerda e a direita, mas um lugar em que se tem a capacidade de construir o diálogo.“Posso ser convencido ou convencer os outros. O campo do centro não é aquele em que você abre mão do que acredita, é onde a pessoa tem equilíbrio e capacidade de diálogo”, afirma Maia.ACM Neto vai na mesma linha. “Há opiniões que variam internamente no partido, mas isso não quer dizer que você vai rotular o partido de direita ou de esquerda por conta dessas questões de divisão de opiniões internas.”Mentor da agenda social do DEM, Marcelo Garcia nega que o partido esteja em cima do muro.“Da mesma forma que a candidatura do Rodrigo terá um plano de desenvolvimento humano e combate à pobreza, terá um plano de direitos humanos e defesa da vida. Quem tem que descer do muro é quem não aceita debater”, explica. | 2018-04-01 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/pauta-conservadora-impede-deslocamento-de-dem-ao-centro.shtml |
Decisões de campeonatos estaduais terão quatro clássicos | Os estaduais de Bahia, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro terão as primeiras partidas das finais neste domingo (1º) de Páscoa e com rivalidades locais.Vasco e Botafogo decidirão o Estadual do Rio pela terceira vez nos últimos quatro anos. A equipe cruz-maltina levou a melhor e foi campeã nas edições de 2015 e 2016. Os times chegaram à final sem ganhar o primeiro ou o segundo turno da competição. O Vasco eliminou o Fluminense, ganhador da Taça Rio, enquanto o Botafogo passou na semifinal pelo Flamengo, time que venceu a Taça Guanabara e que mais somou pontos no torneio. O primeiro jogo da final está marcado para as 16h, no estádio Nilton Santos. O segundo confronto será dia 8, no Maracanã. Em Minas Gerais, a final será a repetição da edição do ano passado: Cruzeiro e Atlético-MG, atual campeão. Dono da melhor campanha do torneio —somou 11 pontos a mais que o rival—, o Cruzeiro tem a vantagem de jogar por dois empates.O jogo deste domingo será no Independência. O Mineirão recebe o duelo de volta. Atlético-PR e Coritiba vão decidir o Campeonato Paranaense pela terceira vez consecutiva. Os jogos estão marcados para o estádio Couto Pereira e a Arena da Baixada. O time rubro-negro disputa o torneio com uma equipe reserva sob o comando do treinador Tiago Nunes. A formação principal, dirigida por Fernando Diniz, concentra suas atenções na preparação para o Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana. Já o Coritiba tenta reencontrar a autoestima após ser rebaixado para a Série B do Brasileiro no ano passado.O quarto clássico regional será entre Bahia e Vitória. O jogo será realizado com torcida única após recomendação do Ministério Público. O Bahia atuará na Fonte Nova, enquanto o Vitória mandará a segunda partida no Barradão.As equipes já se enfrentaram este ano, mas o jogo foi encerrado aos 34 minutos do segundo tempo após cinco jogadores do Vitória serem expulsos. O Bahia foi decretado vitorioso do confronto. As finais dos campeonatos Gaúcho e Pernambucano não terão clássicos.Os finalistas no Rio Grande do Sul são Grêmio e Brasil. O primeiro jogo será em Porto Alegre, enquanto o segundo acontecerá em Pelotas.O Grêmio, que flertou com o rebaixamento durante o torneio, não conquista o título estadual desde 2010.Em Pernambuco, é o Náutico que tenta colocar fim ao jejum de troféus estaduais. O clube foi campeão pela última vez em 2004, quando venceu o Santa Cruz.Desta vez, o rival não será o time de Arruda nem o Sport, os outros grandes do Estado, mas sim o Central, que busca seu primeiro título na história. O primeiro jogo será em Caruaru, enquanto a segunda partida será realizada na Arena Pernambuco. A decisão do Catarinense vai acontecer em jogo único. Os finalistas são Chapecoense e Figueirense, que se enfrentam no dia 8.BaianoVitória x BahiaDono da melhor campanha da competição, o time rubro-negro joga por dois empates para ficar com o títuloEstadual do RioVasco x BotafogoO estádio Nilton Santos (primeiro jogo) e o Maracanã (segunda partida) serão os palcos dos dois confrontos da finalCatarinenseChapecoense x FigueirenseMarcada para o dia 8, a final será realizada em jogo único. A equipe de Chapecó tem apenas a vantagem de decidir na Arena CondáGaúchoBrasil x GrêmioSem conquistar o título estadual desde 2010, o time de Renato Gaúcho disputará o segundo jogo da final em PelotasMineiroCruzeiro x Atlético-MGO clube celeste somou 11 pontos a mais do que o rival e tem a vantagem de dois empates na decisãoParanaenseAtlético-PR x CoritibaCom um time de reservas, o Atlético-PR chegou à final diante do seu maior rival, que no ano passado caiu para a Série B do BrasileiroPernambucoNáutico x CentralRebaixado para a Série C do Campeonato Brasileiro em 2017, o Náutico não conquista o título estadual desde 2004.CearenseFinal indefinidaOs finalistas serão conhecidos neste domingo (1º). As duas partidas decisivas estão marcadas para os dias 4 e 8 de abril | 2018-04-01 02:00:00 | esporte | Esporte | https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/04/decisoes-de-campeonatos-estaduais-terao-quatro-classicos.shtml |
Depois de bombardeios, iraquianos voltam para Mossul sob escombros | A fotografia do jovem homem de terno e gravata, cabelos bem penteados e com um leve sorriso no rosto, está impressa em um papel brilhante de boa qualidade.Está limpa, nova, sem manchas e parece não fazer parte do cenário de destruição apocalíptica que se tornaram as estreitas vielas da centenária cidade antiga de Mosul, último reduto dos combatentes do Estado Islâmico naquela que era capital “de facto” do califado.O jovem da foto se chama Abdulhamad, me conta sua mãe, e está desaparecido há quase um ano, desde quando as bombas eram despejadas sem parcimônia pela aviação americana e pela artilharia iraquiana.“Estávamos no porão há semanas, ficamos sem água e ele foi buscar nas bombas que ainda funcionavam”, diz Fatimah Saeed, a mãe do jovem sorridente. Ele nunca mais voltou.Nos oito meses em que passou em um campo de refugiados, Fatimah ouviu diversas histórias sobre o destino de seu filho. Uns dizem que ele parou na casa de vizinhos durante um bombardeio e dois mísseis disparados por aviões destruíram a casa e mataram a todos.Outros contaram a ela que o Estado Islâmico o fez de prisioneiro quando ele tentava fugir. Mas a versão em que ela mais acredita é de que o filho foi visto em um campo de prisioneiros controlado pelos americanos no que sobrou do aeroporto de Mossul.Desde que chegou por aqui, ela passa os dias caminhando pelas vielas repletas de escombros, casas destruídas e partes de corpos com a foto em mãos. Tem a esperança de que alguém reconheça o filho e a ajude a encontrá-lo. “Ele era um homem bom, jamais fez mal a ninguém”. Fatimah é regra e exceção na tragédia de Mossul. Como ela, muitos perderam parentes, amigos e conhecidos nos meses finais da guerra contra o Estado Islâmico, quando o exército iraquiano fez um cerco contra a cidade antiga de Mossul e aviões despejaram milhões de toneladas de bombas sobre a área densamente povoada. Durante o ataque final, ao menos 200 mil pessoas estavam aqui. A defesa civil de Mossul estima que cerca de 5 mil corpos de civis ainda estejam sob os escombros das casas atingidas pelos ataques aéreos. O número, como quase todos no Iraque, é um chute. “Sabemos que existem cerca de 7 mil pessoas que estão desaparecidas e, pelo que estamos encontrando quando reviramos o monte de concreto, tijolos e ferro do que sobrou de quarteirões inteiros da cidade antiga, calculamos que os restos mortais de ao menos 5 mil civis ainda estejam lá”, diz Rabee Hasan, da Defesa Civil de Mossul.Ele é o responsável por recolher os corpos daqueles que não eram combatentes do Estado Islâmico e emitir os certificados de óbito. Mas diante da violência do que ocorreu aqui, esta é uma tarefa quase impossível.“Veja, é difícil encontrar um corpo inteiro. O que encontramos são pedaços de corpos: pernas, mãos, cabeças”, conta ele, que diz que seriam necessários exames de DNA para comprovar quem é quem. Mas não há dinheiro para isso. “Então, se achamos um documento perto do corpo, presumimos que é essa pessoa”, conta ele.Ao contrário de Fatimah, quase nenhuma das 5 mil pessoas que voltaram a viver nas ruínas da cidade antiga de Mossul tem esperança de encontrar seus parentes. Todos sabem que sob as casas e prédios destruídos, estão centenas, milhares de pessoas.“Estão todos sob esse monte de entulho, eu não entendo porque o exército não veio aqui e não nos tirou. Eles simplesmente bombardearam tudo e todos”, diz Muqtab Aziz, senhora que decidiu voltar a viver em sua casa semidestruída, com a fachada protegida por toras para que não caia.Ao lado, viviam sua irmã, o marido, seis filhos e quatro netos. “Foram três mísseis, disparados pelos aviões. Estão todos aí, não vieram ainda retirá-los”, conta ela. “Isso aqui virou um grande cemitério e precisamos viver aqui porque não temos mais dinheiro para pagar aluguel”.Como ela, as cerca de mil famílias que já chegaram à cidade antiga vivem sem água ou energia elétrica. O governo tenta limpar as ruas e instalar a iluminação pública, mas o trabalho é lento.As estimativas mais otimistas são de que entre 9 mil e 11 mil civis morreram na campanha para expulsar o Estado Islâmico de Mossul. As mais pessimistas, falam em mais de 20 mil.Apesar da brutalidade do Estado Islâmico, pouca gente aqui na cidade antiga de Mossul tem dúvidas de quem foram os maiores responsáveis pelas mortes por aqui. “O Daesh [como o Estado Islâmico também é chamado] matou muita gente, principalmente antes da guerra. Assassinaram a sangue frio qualquer um de quem desconfiassem. Mas aqui, na guerra, fomos mortos pelo ar, pelos americanos e pelo exército”, conta Mohamed Mohamed, um jovem de 22 anos. Mohamed ainda não voltou a viver na cidade antiga, mas, com o irmão mais velho, reabriu o pequeno negócio que tinham em Mossul.Seu pequeno restaurante ficava a poucos passos da entrada da mesquita de Al Noori, a mais importante de Mossul e aquela em que o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi declarou o nascimento do califado. Hoje ele vende chá e sanduíches para os curiosos que vem ver o que sobrou da mesquita. “Foram anos duros e no final, nos atacaram como se fôssemos eles. A vida é injusta”, diz. Diante de nós, um braço pode ser visto entre as lajes de uma casa que desabou após um ataque aéreo.Ninguém sabe se o membro, já quase mumificado, é de um civil ou de um combatente do Estado Islâmico. | 2018-04-01 02:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/depois-de-bombardeios-iraquianos-voltam-para-mossul-sob-escombros.shtml |
'Estabilidade no funcionalismo não pode ser blindagem', diz economista | A economista Ana Carla Abrão Costa toca, ao lado do também economista Armínio Fraga, projeto ambicioso: uma agenda de reformas do Estado que suceda a mais recente feita no país, em 1995.Ex-secretária da Fazenda de Goiás, Costa diz que, para arrumar a casa, é preciso mais do que uma boa gestão e que não adianta apresentar propostas que não tenham viabilidade política.Entre os temas que precisam de discussão, a hoje sócia da consultoria americana Oliver Wyman cita a estabilidade no serviço público, mas reconhece que parte dos servidores não tem condições adequadas de trabalho. "É o policial que vai para a rua e morre porque não tem colete ou o professor que vai para a escola caindo aos pedaços." Filha de mãe senadora e pai ex-banqueiro, ex-governador e hoje secretário da Segurança Pública de Goiás, a economista diz que não é possível imaginar uma liderança que negue a política. "Ela é essência da democracia." Folha - A sra. propõe reformar o Estado? Ana Carla Abrão Costa - É um projeto amplo. Armínio [Fraga, economista] me lembrou de que a última reforma do Estado foi com Bresser [Luiz Carlos Bresser-Pereira], em 1995. A ideia é algo mais autoral, focado em três pilares: planejamento, Orçamento e uma parte mais avançada, vinculada à eficiência da máquina pública. Vão apresentar essa proposta para algum candidato? Não. É uma agenda independente e apartidária financiada pela Oliver Wyman. O que a agenda tem de novo? Chamamos especialistas para dizer qual a proposta ideal. Não partimos de algo que, a priori, as forças políticas entendem ser viável. Quem liderar o país no ano que vem poderá usá-la como inspiração. A sra. vai colaborar com alguma candidatura?Não vou me vincular a nenhuma candidatura colocada. Como destravar as reformas? Um deputado que respeito muito me disse que existe o ideal e o viável politicamente. Temos de trabalhar na intersecção das duas coisas. Diante da gravidade da situação atual, ou essas coisas se aproximam ou não vamos sair do lugar. Os absurdos que vivemos do ponto de vista da captura do Estado, dos interesses pessoais como eixo central das políticas públicas, precisam ser colocados. Mas essa captura é feita por quem? Servidores?Não só, mas também sindicatos. Quanto eles de fato representam o servidor que está ali com o espírito público? É preciso esclarecer quem está sendo beneficiado pela política pública. A discussão foi se perdendo porque o país foi tomado por corporações. A independência dos Poderes virou um grande monstro. O país está quebrando e existem Poderes dizendo que não vão fazer contingenciamento de recursos porque se está ferindo a independência. Há chance de mudança com o novo governo?Sou uma otimista. Os dois anos no setor público me deram senso dos problemas brasileiros que eu nunca tinha tido. Obviamente, o Brasil depende não só de uma liderança no Executivo mas de uma conscientização do Legislativo. Eu vivi o governo Dilma e o governo Temer. A capacidade de articulação do governo Temer é absurda. No governo Dilma, a gente negociava as coisas na Fazenda, na Casa Civil, e, de lá, caíam no Congresso e era um "barata-voa". O primeiro a subir na tribuna para bater no projeto do governo era alguém da base. É preciso engajamento da sociedade porque o Congresso é muito sensível às pressões. Qual é a situação financeira exata dos estados? Os estados têm um desequilíbrio estrutural que não foi atacado: despesa de pessoal crescente. E receitas que agora estão começando a reagir. Não há capacidade de investimento, com deterioração grande de serviços públicos. Muitos dizem que o Rio puxa uma fila. Há exagero nisso?O Rio é a face aguda da crise. Mas todos chegarão lá se não houver ajuste estrutural. Quais são os estados mais próximos da situação do Rio?Já são conhecidos: Minas Gerais, Rio Grande do Sul. E há aqueles que fizeram ajustes mais sólidos, como Espírito Santo e Alagoas. Esses estão numa situação mais equilibrada, mas ainda dependem de uma situação fiscal melhor do governo federal para que possam se manter na trajetória. É preciso mais do que gestão? É mais do que gestão. O fiscal é o que chama a atenção, mas o meu foco hoje é questionar em que momento a gente vai entender que serviço público é instrumento de justiça social. São educação de qualidade, segurança que não vai deixar que nossos jovens de mais baixa renda sejam capturados pelo crime ou morram aos 25 anos. Serviço público não é só alocar o risco ou fazer gestão fiscal eficiente. Se a gente não melhora a máquina, não há como prover serviços de qualidade.É preciso repensar a estabilidade? Gasto com pessoal consome cerca de 80% das receitas dos estados. Há penduricalhos, terceirizações. Ao mesmo tempo, boa parte do serviço público ganha salários baixos, sem condições de trabalho. É o policial que vai para a rua e morre porque não tem colete ou o professor que vai para a escola caindo aos pedaços. A máquina se alimenta dela própria. Houve onda de concursos públicos. A pessoa passa e não faz mais nada a não ser estudar para o próximo, com salário mais alto. Por que médico tem de ser estável? Estabilidade não pode ser blindagem. Voltaria ao serviço público?Não. Acho que consigo ajudar essa discussão melhor estando de fora. Política tem de ser feita por políticos?Sou filha de políticos. Confesso que já tinha no DNA essa coisa política, mas tenho certeza de que, sendo político ou não, é preciso entender que a política é ferramenta essencial para avançar. A boa política. Não é possível imaginar uma liderança que negue a política porque ela é essência da democracia. O que tem de fazer é separar a boa e a má política. O processo de negociação política não é necessariamente ruim, ao contrário. É que passamos do limite. Vivemos uma realidade absurda, um balcão de negócios. Não precisa ser assim. | 2018-04-01 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/04/estabilidade-no-funcionalismo-nao-pode-ser-blindagem-diz-economista.shtml |
Amigos de Temer presos em operação deixam carceragem da PF | Dez presos na Operação Skala, que prendeu amigos do presidente Michel Temer, deixaram as superintendências da Polícia Federal em São Paulo e no Rio, na noite deste sábado (31). Na capital paulista, o advogado José Yunes, amigo de décadas do presidente, veio à frente do grupo às 23h50. Todos saíram juntos, cada um com seu advogado, e andaram em direção a carros estacionados na rua. Agentes da PF informaram que todos os nove detidos no local deixaram a prisão. A libertação foi rápida e veio após decisão do ministro Luís Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), que expediu os alvarás de soltura.Alguns dos presos esconderam o rosto com blusas e cobertores. Não foi possível identificar no grupo o coronel João Baptista Lima, que no dia da prisão, na quinta (29), passou mal e foi levado de cadeira de rodas para o hospital.A Folha abordou Yunes, que ficou em silêncio. O ex-ministro Wagner Rossi, outro preso libertado, foi o único a falar com os jornalistas. Ele disse que reitera a afirmação de que não tem nada a ver com os fatos investigados. “Eu agradeço pela presteza com que o ministro Barroso liberou a todos nós”, disse Rossi.A empresária Celina Borges Torrealba Carpi, uma das donas do grupo Libra, foi a única dos dez presos detida no Rio. Ela também foi beneficiada pela decisão de Barroso. Segundo a PF, Celina deixou a superintendência do órgão na noite deste sábado.A imprensa foi avisada por agentes na portaria da PF em São Paulo que os presos seriam liberados de uma só vez e, pouco depois, eles começaram a sair. Minutos antes de o grupo surgir em uma das portarias do edifício, houve uma movimentação de carros em outra saída, onde não havia jornalistas de plantão. O local poderia ser usado para que alguém passasse sem ser notado pela imprensa. Vigias do entorno, entretanto, disseram não ter visto nenhum preso saindo pelo portão. A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a soltura dos presos porque considerou que a prisão deles já tinha cumprido seu objetivo. Eles foram interrogados desde quinta-feira. Neste sábado, novos depoimentos foram tomados por solicitação da PGR, já que nem todas as sessões tinham contado com acompanhamento de procuradores, o que se buscou corrigir. As prisões da Operação Skala, temporárias, expirariam na próxima segunda-feira (2). Com a decisão do STF, os investigados poderão passar o domingo de Páscoa em casa. | 2018-04-01 00:25:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/amigos-de-temer-presos-em-operacao-deixam-carceragem-da-pf.shtml |
Envelhecimento da população ameaça reduzir PIB potencial do Brasil | O baixo nível de investimento e o envelhecimento da população, que reduz a força de trabalho, ameaçam levar o crescimento potencial do Brasil a um patamar ainda mais baixo do que o atual nos próximos anos.Segundo relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) publicado nesta quarta-feira (28), parte do crescimento das últimas décadas foi impulsionado pela força de trabalho crescente do país, cenário que mudou.“O aumento no crescimento econômico devido a mudanças demográficas vai diminuir continuamente, conforme o Brasil embarca em um processo de rápido envelhecimento da população”, diz o texto.“Como resultado, o potencial de crescimento da economia provavelmente cairá significativamente abaixo dos níveis atuais, a menos que novas fontes de crescimento sejam exploradas, como investimento mais forte”.No levantamento, a OCDE lembra que o Brasil investiu 13,7% do PIB no ano passado, a quarta pior taxa de investimento entre os países listados no estudo.“Investimento implica renunciar a oportunidades de consumo hoje, na esperança de benefícios maiores no futuro. Assim, quando uma economia não investe muito, pode ser ou porque os benefícios futuros de investir são poucos ou incertos ou porque não há recursos suficientes para serem disponibilizados no momento”, diz o texto.A entidade lembra que, nos últimos 10 anos, o potencial de crescimento da economia brasileira, que mede a rapidez com que o PIB pode crescer em um período mais longo, caiu de 3,8% ao ano, em 2008, para menos de 2% atualmente. Como consequência, segundo a OCDE, a produtividade terá que se tornar “o principal motor de crescimento”.“Aumentar a produtividade significa também expandir os ativos produtivos de uma economia com o investimento na qualificação de seu pessoal, permitindo que todos contribuam para um maior crescimento da produtividade e garantindo que isso beneficie todas as partes da sociedade.”Entre as recomendações dadas no texto para elevar investimentos, estão a simplificação tributária, com a consolidação dos impostos estaduais e federais sobre o consumo em um único imposto de valor agregado, aumento da concorrência e melhor uso dos financiamentos concedidos pelo BNDES.O organismo internacional ainda sugere mais treinamento a servidores públicos envolvidos no planejamento de projetos de infraestrutura, maior uso de PPPs (parcerias público-privadas), redução de burocracia e de barreiras regulatórias.Outra sugestão da OCDE é melhorar a execução de contratos e a eficiência do sistema judiciário, aumentar a independência das agências reguladoras, melhorar a distribuição de recursos para os ensinos fundamental e médio, além de garantir o acesso ao programa de ensino técnico Pronatec para adultos desempregados.A OCDE frisou ainda a importância de avaliar os custos e benefícios de políticas de apoio a setores específicos da indústria, para que as políticas que não estejam tendo resultado sejam retiradas, e reduzir as barreiras para participação de construturas estrangeiras em licitações.O estudo recomenda que o BNDES foque seus financiamentos em start-ups e projetos de inovação.“O BNDES poderia orientar seus empréstimos para áreas específicas onde o setor privado tem dificuldades para operar e onde as falhas do mercado são particularmente relevantes, por exemplo, o financiamento de pequenas start-ups e de projetos de inovação”, diz o texto. “Na maioria dos países da OCDE que possuem bancos públicos de desenvolvimento, o foco está centrado nessas áreas específicas”.Apesar de elogiar a implementação da TLP (Taxa de Longo Prazo), que levará os juros do BNDES a taxas de mercado, a entidade critica o papel do banco como principal indutor dos investimentos no longo prazo.“O crédito no longo prazo, acima de três anos, é fornecido, quase exclusivamente, por operações de crédito direcionado, particularmente pelo BNDES, o banco de desenvolvimento nacional, enquanto os empréstimos com recursos livres responderam por apenas 8% do financiamento para investimento em 2016”, diz o texto.O estudo ainda critica o fato de que, até 2015, a maior parte dos empréstimos do banco com taxas abaixo das de mercado foi para grandes empresas. “Não há evidências empíricas de que os grandes aumentos de empréstimos do BNDES desde 2008 conseguiram evitar uma queda maciça nos investimentos”, diz o estudo.“Em vez disso, algumas evidências sugerem que essas operações de empréstimo, algumas das quais com taxas reais negativas, geraram rendas significativas para os produtores domésticos”. | 2018-02-28 10:01:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/02/envelhecimento-da-populacao-ameaca-reduzir-pib-potencial-do-brasil.shtml |
Abertura a importados aumentaria poder de compra de brasileiro em 8%, diz OCDE | Relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) sobre o Brasil, divulgado nesta quarta-feira (28), afirma que uma abertura econômica a importados produziria efeito positivo principalmente aos consumidores de baixa renda.Cálculos indicam que, com a permissão à entrada de importados, o consumidor brasileiro ganharia em média 8% em poder de compra. Famílias de renda mais baixa, entretanto, poderiam ganhar ainda mais (15%), uma vez que gastos com roupa, eletrodomésticos, alimentos e móveis consomem a maior parte de sua renda. Entre os mais ricos, o ganho no poder aquisitivo seria de 6%.O relatório repisa críticas frequentes de isolamento do Brasil, que drenam concorrência e oportunidades. O comércio internacional (soma de exportações e importações) responde por menos de um quarto do PIB, fatia inferior à dos membros da OCDE e de países emergentes semelhantes ao Brasil. As tarifas médias impostas aos importados são quase o dobro das praticadas na Colômbia e mais de oito vezes maiores do que as do México e do Chile. A mais frequente é de 14%, porém 450 categorias de produtos têm taxação de 35% para entrar no Brasil. A barreira encarece o produto importado, afirma a OCDE.A abertura produziria ganhos de produtividade para a economia, incentivando a busca por maior eficiência de firmas locais para competir com estrangeiras, defende o relatório. No entanto, haveria perdas de emprego e até fechamento de empresas em setores afetados, admite a entidade. A OCDE recomenda políticas de treinamento e capacitação que ajudem trabalhadores a mudar para setores que sobrevivam à economia mais aberta, além da rede de proteção via seguro-desemprego. As perdas, advoga a OCDE, seriam compensadas pelo maior acesso a produtos mais baratos e de melhor qualidade, o que produziria ganhos para a maior parte da indústria local e para consumidores. Além disso, o Brasil teria a ganhar ao se abrir, uma vez que poderia exportar mais. Além das tarifas, o Brasil também levantou mais medidas não tarifárias, como antidumping e de proteção, do que vizinhos latino-americanos, diz o relatório, que também faz críticas à política de conteúdo nacional.A OCDE afirma que a falta de transparência nessas políticas “cria um risco de captura política”. “As evidências empíricas sugerem que lobbies têm tido influência das políticas comerciais no Brasil.”No momento em que o governo avalia a venda do controle da Embraer à americana Boeing, a OCDE apresentou uma comparação entre o setor aeroespacial e automotivo no relatório dedicado ao Brasil.O documento afirma que, embora seja o sétimo produtor mundial de automóveis do mundo, o Brasil mantém o setor “altamente protegido contra a concorrência estrangeira”. E isso contribui para que o país seja apenas o 21º em exportações de veículos.“Como resultado, os fabricantes de carros brasileiros estão excessivamente concentrados no mercado doméstico. Apenas 15% da produção é exportada e muito disso é vendido para a Argentina, igualmente protegida, onde os produtores brasileiros desfrutam de tarifas preferenciais.”A produtividade (número de carros fabricados por trabalhador, por ano) das unidades produtivas instaladas no Brasil é quase a metade das instaladas no México, informa a OCDE. O governo avalia neste momento se mantém políticas de estímulo à inovação no setor automotivo sob o nome de Rota 2030, depois que o programa anterior (Inovar Auto) expirou em dezembro.A indústria de aeronaves, por outro lado, tem tarifa zero de importação, o que abriu o acesso a fornecedores globais. Este contexto forjou a Embraer, citada no relatório como uma das principais do setor no mundo. “Como resultado de suas raízes, a Embraer sempre esteve fortemente integrada nas cadeias de produção globais e as importações ainda representam 70% de seu valor agregado.” | 2018-02-28 10:01:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/02/abertura-a-importados-aumentaria-poder-de-compra-de-brasileiro-em-8-diz-ocde.shtml |
Líder afegão oferece conversas 'sem precondições' com Taleban | O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, propôs nesta quarta-feira (28) que o Taleban seja reconhecido como um partido político legítimo como parte de um processo político que poderia levar a conversas de paz que ponham fim a mais de 16 anos de guerra no país.Ghani propôs um cessar-fogo e a libertação de prisioneiros como parte de uma série de opções, incluindo novas eleições envolvendo os militantes e uma revisão constitucional como parte de um pacto com o Taleban. "Estamos fazendo essa oferta sem precondições de modo a que leve a um acordo de paz", afirmou Ghani na abertura de uma conferência com presença de autoridades de 25 países envolvidos no chamado Processo de Cabul, que tem por fim um processo de paz no país. "Esperamos que o Taleban faça contribuições a esse processo, cuja meta é trazer o Taleban, como uma organização, a conversas de paz." As declarações representam uma mudança significativa para Ghani, que no passado se referia ao Taleban como "terroristas" e "rebeldes". No âmbito das negociações, o Taleban seria reconhecido como um grupo legítimo, disse Ghani, com seu próprio escritório político para manejar as negociações em Cabul ou outra localidade acordada. Prisioneiros do grupo poderiam ser libertados e seus nomes, retirados de listas internacionais. Ex-combatentes e refugiados poderiam ser reintegrados à sociedade. O governo se comprometeria a garantir a segurança dos membros do Taleban que aceitem a oferta, a "considerar" suas propostas, a levantar as proibições para viajar e a obter apoio internacional para os diálogos. Em troca, o Taleban teria de reconhecer o governo afegão e respeitar o estado de direito.O Taleban, que luta para restaurar um governo islâmico desde sua derrubada em 2001 pelos EUA, se ofereceram para iniciar conversas com os EUA mas até o momento se recusaram a um diálogo direto com Cabul, a quem considera um 'marionete' de Washington. | 2018-02-28 08:55:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/02/lider-afegao-oferece-conversas-sem-precondicoes-com-taleban.shtml |
'Não faz diferença', diz técnico russo sobre provável ausência de Neymar | Técnico da seleção de futebol da Rússia, Stanislav Cherchesov, lamentou a lesão sofrida por Neymar no domingo (25), mas afirmou que para ele não há tanta diferença entre a presença ou não do atacante no amistoso entre brasileiros e russos no próximo dia 23 de março em Moscou, no estádio Lujniki, palco da final do Mundial.A convocação da seleção brasileira será anunciada apenas no dia 12 de março. A equipe também enfrentará a Alemanha, no dia 27, em Berlim."Entendo que quando um jogador deste nível joga é interessante para espectadores no estádio e para quem vê pela televisão. É bonito. Mas para nós, a verdade é que não faz grande diferença. Claro que seria bom se ele jogasse, mas se não estiver, faz parte. Acho que cabe mais ao treinador da seleção brasileira falar sobre isso", disse Cherchesov à Folha nesta quarta-feira (28) durante workshop da Fifa em Sochi."Nós já jogamos contra Portugal [na Copa das Confederações], Argentina [em amistoso] e encaramos Ronaldo e Messi. Será importante jogar contra o Neymar, claro, mas o Brasil conta com outros grandes jogadores", completou.Cherchesov afirmou também estar na torcida para que Neymar se recupere o mais rápido possível caso passe realmente por uma cirurgia no pé para dar mais brilho ainda à Copa do Mundo. "Espero que ele esteja sim na Copa, pois uma Copa sem todas as grandes estrelas é ruim", disse o treinador russo.Cherchesov também disse que será um bom teste para a Rússia um amistoso contra o Brasil às vésperas do Mundial. "Para nós é importante, para o Brasil é importante. Mas o jogo se dará em condições diferentes da Copa, principalmente em relação ao clima. Será um grande jogo e espero que a gente ganhe", disse.Depois de enfrentar o Brasil, a Rússia vai encarar a França no dia 27 em São Petersburgo. Antes do Mundial, ainda tem amistosos confirmados contra Áustria e Turquia.Neymar se machucou durante partida contra o Olympique de Marselha, no último domingo (25). O atacante brasileiro do Paris Saint-Germain pisou em falso no gramado e sentiu o tornozelo em um lance no meio-campo. Chorando, ele deixou o campo numa maca.Para estar 100% na Copa da Rússia, em junho, o atacante brasileiro quer passar por cirurgia no pé direito, que o tiraria de campo pelo PSG por pouco mais de dois meses.O brasileiro está fora do jogo de volta das oitavas do Campeonato Francês independentemente se optar pela cirurgia ou por um tratamento mais conservador. Mas se não operar e o Paris Saint-Germain se classificar, poderia voltar a tempo de disputar as quartas de final, marcadas para começar em 2 de abril. Com a cirurgia, Neymar poderia atuar apenas se sua equipe chegasse à final do torneio, em 26 de maio, em Kiev. | 2018-02-28 09:01:00 | esporte | Esporte | https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/02/nao-faz-diferenca-diz-tecnico-russo-sobre-provavel-ausencia-de-neymar.shtml |
Desemprego fica em 12,2% em janeiro, acima das expectativas | A taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,2% no trimestre encerrado em janeiro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (28).Apesar de se manter estável em relação ao trimestre anterior (agosto a outubro), a taxa veio acima do previsto pelos analistas. A mediana das previsões em pesquisa da agência Reuters era de que ficaria em 12% no período.Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, quando registrou 12,6%, a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua mensal mostra que a taxa de desocupação ficou 0,4 ponto percentual menor.Entre novembro de 2017 e janeiro de 2018, o país tinha 12,7 milhões de pessoas desempregadas, contra 12,9 milhões no mesmo período do ano anterior.Após alcançar 13,6% no trimestre de fevereiro a abril, o desemprego vinha acumulando quedas nos índices de maio a julho (12,8%) e de agosto a outubro (12,2%).“O índice vinha caindo, mas agora houve essa estabilidade, interrompendo as duas baixas. É um movimento característico de janeiro, quando esse indicador tende a estabilizar ou até a subir”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.Sobre o trimestre móvel anterior (outubro a dezembro), que registrou desemprego de 11,8%, houve alta."Não houve retenção plena de pessoas que foram contratadas para as festas de final de ano. Isso é normal. Só em momentos de boom e aquecimento é que os serviços, o comércio e as empresas seguram essas pessoas", explicou Azeredo."Se não fosse o período sazonal, a taxa deveria continuar caindo", completou, afirmando que a tendência sazonal deve provocar aumento da taxa até março, mas que o Carnaval em fevereiro foi forte para o setor e pode criar novo efeito de queda.O emprego informal continua ditando a regra no mercado de trabalho, que mostra dificuldades de deslanchar após dois anos de recessão, mesmo em um cenário de inflação e juros baixos, com recuperação da atividade.Apesar queda da taxa de desocupação na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o número de empregados com carteira assinada continua em baixa, recuando 1,7%. O grupo foi o único a cair nesse período.O número de empregados sem carteira subiu 5,6%, e o de trabalhadores por conta própria, 4,4%. Essas categorias sustentaram o crescimento da população ocupada, que aumentou em 1,8 milhão de pessoas (2,1%).“Por causa da crise econômica, o mercado não consegue impulsionar a criação de postos de trabalho de qualidade. Todo esse crescimento de 1,8 milhão de pessoas está apoiado em uma plataforma informal de trabalho”, disse Cimar.A Pnad Contínua mostrou ainda que o rendimento médio do trabalhador foi a R$ 2.169 nos três meses até janeiro, sobre R$ 2.135 no mesmo período do ano anterior. | 2018-02-28 09:08:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/02/desemprego-no-brasil-sobe-a-122-no-trimestre-ate-janeiro.shtml |
'Malhação': Mitsuko descobre que Anderson é seu doador | De autoria de Cao Hamburger, a novela "Malhação - Viva a Diferença"é exibida na faixa das cinco pela Globo.Anderson (Juan Paiva) faz sua doação, sem saber que é para Mitsuko. Ellen (Heslaine Vieira) tenta tirar a notícia falsa da internet e acaba falando com um antigo hacker. Nena confirma para Anderson e Tina (Ana Hikari) que o filho é o doador de Mitsuko.Anderson exige que sua doação continue anônima. Guto convida Cícero para assistir à apresentação musical de Benê (Daphne Bozaski). Edgar (Marcello Antony) repreende Malu por plantar a falsa notícia sobre Ellen. Malu suborna K2 para registrar a feira cultural do Cora Coralina. Mitsuko descobre que Anderson é seu doador. | 2018-02-28 06:00:00 | televisao | Televisão | https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2018/02/malhacao-mitsuko-descobre-que-anderson-e-seu-doador.shtml |
Troca na PF é derrota para aliados de Temer ameaçados pela Lava Jato | A troca no comando da Polícia Federal é uma derrota para o grupo mais próximo de Michel Temer, que patrocinou a escolha do agora ex-diretor da corporação Fernando Segovia em novembro do ano passado. Alguns dos principais aliados do presidente só foram comunicados da substituição feita pelo ministro Raul Jungmann (Segurança Pública) nesta segunda-feira (26), depois que a decisão já havia sido tomada e avalizada por Temer. A mudança na cúpula da corporação, agora sob tutela de Rogério Galloro, serviu para acabar com o desgaste provocado por Segovia, além de dar força política a Jungmann no momento em que assume a chefia da pasta que representa a mais nova bandeira do governo: a segurança pública. O ministro fez questão de avisar pessoalmente a Eliseu Padilha (Casa Civil) sobre a demissão do diretor-geral da PF. Segundo apurou a Folha, Jungmann disse que queria "liberdade" para colocar pessoas com quem tem mais "afinidade" no comando dos órgãos que ficaram sob sua responsabilidade. O governo, inclusive, não descarta novas mudanças na Polícia Rodoviária Federal e no Depen (Departamento Penitenciário), que passaram da alçada do Ministério da Justiça para a Segurança Pública. Padilha, por sua vez, não gostou da mudança na PF. Ele foi um dos principais defensores da nomeação de Segovia, assim como o ex-presidente José Sarney (MDB-AP). O objetivo, à época, era promover mudanças na condução da Operação Lava Jato, que avançava sobre o coração do Palácio do Planalto após a delação de executivos da JBS. O chefe da Casa Civil fez seu apelo mais forte para a escolha de Segovia em setembro, horas depois de deflagrada a Operação Tesouro Perdido, que encontrou cerca de R$ 51 milhões em um apartamento na Bahia atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB). Na cúpula da PF, as articulações de Padilha foram interpretadas como se ele temesse até onde as investigações poderiam chegar. Há dois inquéritos contra o ministro em andamento no STF (Supremo Tribunal Federal). Pessoas próximas dizem que Jungmann nunca gostou de Segovia, faltou à sua posse no ano passado, e fez questão de indicar um nome de sua confiança para a PF. Esses amigos do ministro lembram que ele apoiava a nomeação de Galloro desde que Torquato Jardim (Justiça) tentou emplacá-lo no lugar de Leandro Daiello, que estava há quase sete anos no comando da corporação. | 2018-02-28 08:23:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/02/troca-na-pf-e-derrota-para-aliados-de-temer-ameacados-pela-lava-jato.shtml |
'O Outro Lado do Paraíso': Melissa inicia o processo de divórcio de Diego | De autoria de Walcyr Carrasco, a novela "O Outro Lado do Paraíso" é exibida na faixa das 21 horas da Globo: Leandra (Mayana Neiva) afirma que é inocente, mas Bruno (Caio Paduan) a detém. Caetana (Laura Cardoso) pede para Maíra (Juliane Araújo) ligar para Clara (Bianca Bin). Patrick (Thiago Fragoso) afirma a Maíra que vai ajudar Leandra.Josafá (Lima Duarte) descobre que Cleo (Giovana Cordeiro) está trabalhando no bordel. Bruno interroga Leandra, e Patrick se apresenta como advogado da moça. Clara, Isabel (Ana Barroso) e Raul (Genézio de Barros) aconselham Melissa (Gabriella Mustafá) a se divorciar de Diego (Arthur Aguiar).No bordel, todos comentam a morte de Rato (Cesar Ferrario) e Cleo percebe o incômodo de Xodó (Anderson Tomazini). Melissa inicia o processo de divórcio de Diego. Isabel (Ana Barroso) revela a Nádia (Eliane Giardini) que Diego não cumpriu suas obrigações conjugais.Leandra é libertada. Bruno e Patrick interrogam os garimpeiros e estranham a atitude de Xodó. Bruno procura Sophia (Marieta Severo). LEIA MAISApós se declarar, Radu beija Raquel em 'O Outro Lado do Paraíso'; saiba como será a cena | 2018-02-28 06:45:00 | televisao | Televisão | https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2018/02/o-outro-lado-do-paraiso-melissa-inicia-o-processo-de-divorcio-de-diego.shtml |
Em exposição, brasileiros e iraquianos retratam Mossul pós-guerra | Fotógrafos brasileiros e iraquianos encerram nesta quarta-feira (28) uma exposição de imagens sobre a cidade de Mossul, no Iraque, a primeira exibição internacional a acontecer na cidade desde que o Exército do país retomou seu controle.Entre 2014 e 2017, período em que esteve dominada pela facção terrorista Estado Islâmico, todas as manifestações artísticas foram proibidas. “É importante trazer a arte de volta à cidade”, diz o fotógrafo iraquiano Zaid Al Obeid, curador da mostra “Do Brasil para Mossul com Amor”, que foi feita na Universidade Al Hadba, às margens do Rio Tigre.“Os fotojornalistas brasileiros e iraquianos têm uma linguagem semelhante e, além disso, consideramos o Brasil um país amigo”, complementa.A exposição traz trabalhos dos brasileiros Jorge Aguiar, Leandro Taques, Tadeu Vilani e Marcelo Buainin.“A fotografia documental, em preto e branco, é uma ferramenta fundamental para o registro do cotidiano, inclusive de guerras e situações de conflito”, diz Taques. “Estou feliz em ter fotos minhas nessa exposição em Mossul, junto com os colegas iraquianos com os quais compartilhamos um estilo parecido”, afirma.Nas fotos dos brasileiros, surgem homens devastados pelo tempo e sugados por paisagens imutáveis. Jogos coletivos improvisados em meio a cenários rudimentares e cenas do cotidiano rural do país também são retratadas com intensidade.Do lado iraquiano, o foco se dirige às ruínas dos bairros mais atingidos por bombardeios em Mossul, símbolos arquitetônicos e na esperança que não morreu, e salta aos olhos no registro do homem que pega sua bicicleta para ver o que restou das ruas que frequentava na infância. “Tenho mais de mil fotos da cidade antiga, o coração de Mossul, que foi quase totalmente destruída na guerra pela libertação da cidade”, diz o fotógrafo Muslim Fahkri, de Mossul, que cresceu no local.“Tenho um apreço especial por esse tipo de documentação e espero que o mundo possa entender melhor o que se passou aqui através dessas imagens”, diz. | 2018-02-28 07:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/02/em-exposicao-brasileiros-e-iraquianos-retratam-mossul-pos-guerra.shtml |
Sob pressão, Cade decide venda da Liquigás para o Ultra | A venda da Liquigás, rede de distribuição de gás de cozinha da Petrobras, para o grupo Ultra dividiu o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a tendência é de que o caso seja reprovado nesta quarta-feira (28) por maioria apertada no colegiado.O negócio de R$ 2,8 bilhões levou o próprio presidente da estatal, Pedro Parente, a ligar para os conselheiros e o presidente do Cade, Alexandre Barreto, para reforçar a importância da operação para a redução do endividamento.Parente e os advogados da Petrobras chegaram a defender a venda de metade da Liquigás para concorrentes como forma de reduzir os efeitos de concentração no mercado, o que permitiria a aprovação do Cade.Discordando da maioria dos conselheiros e da área técnica, que defende a reprovação do caso por não encontrarem "remédios" suficientes, a conselheira Polyanna Vilanova acolheu a proposta de venda de metade da Liquigás e propôs ao conselho do Cade negociar um "acordo" --já que a conselheira-relatora do caso, Cristiane Alkmin, recomendou a condenação depois de negociar com as empresas sem consenso sobre possíveis "remédios".Alkmin é contrária à operação assim como os conselheiros João Paulo de Resende, Paulo Burnier e Paula Azevedo. Maurício Maia e Polyanna divergem, recomendando aprovação com "remédios". O presidente Alexandre Barreto disse ao conselho que acompanhará a maioria.As negociações sobre um acordo se intensificaram nas últimas semanas, quando os conselheiros registraram 17 reuniões com advogados e executivos das empresas envolvidas. Concorrentes que tentam impedir o negócio também fizeram peregrinação ao órgão.Em caso de reprovação, o grupo Ultra pagará multa de R$ 280 milhões à Petrobras.Ultragaz e Liquigás são as líderes de um setor no qual quatro empresas dominam 85% das vendas. Se a operação for aprovada, a Ultragaz ficará, sozinha, com 45% do mercado e com níveis de concentração ainda maiores em todo o Sul, na Bahia e em São Paulo.Em relatório de agosto passado, a área técnica do Cade recomendou a reprovação, afirmando que "não há pacote de remédios" contra o potencial de concentração.Concluído em novembro de 2016, o processo de venda da Liquigás atraiu também os outros três grandes concorrentes e a Copagaz, que tem 8% do mercado. Gigantes estrangeiras da Turquia e China chegaram a analisar, mas não avançaram.As concorrentes alegam que a simples venda de bases de distribuição não resolve o problema da concentração. Segundo elas, os botijões são marcados com nomes das empresas e garantem reserva de mercado.No mercado, uma empresa pega o botijão na casa do cliente. Se for de um concorrente, leva para o pátio e depois troca por um seu pego pelo concorrente. Assim, as empresas precisam ter grandes quantidades de botijões, uma vez que parte deles estará parada com os concorrentes.Ultra e Liquigás teriam 47,2 milhões de botijões, quase o dobro da terceira colocada em vendas, a Nacional Gas Butano, que tem 26,8 milhões. Ou seja: teriam mais estoque para girar no mercado do que as concorrentes. | 2018-02-28 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/02/sob-pressao-cade-decide-venda-da-liquigas-para-o-ultra.shtml |
Ônibus é incendiado na Raposo Tavares na zona oeste de São Paulo | Um ônibus foi incendiado na pista sentido São Paulo da rodovia Raposo Tavares, no km 14, próximo ao Shopping Raposo Tavares, na zona oeste de São Paulo, na noite desta terça-feira (27). Por volta das 20h30, cerca de dez pessoas obrigaram todos a desembarcarem e atearam fogo no ônibus da empresa Transppass, que fazia a linha 809D-10 (Cohab Educandário-terminal Pinheiros). Um ônibus de outra empresa, que passava pela região, foi apedrejado pelos criminosos. Após os ataques, o grupo fugiu em direção à favela Jaqueline.Três equipes do Corpo de Bombeiros foram enviadas ao local para combater o fogo, mas o ônibus ficou destruído. Segundo a Polícia Militar, uma pessoa com queimaduras foi levada por populares ao pronto-socorro municipal Bandeirantes. O estado de saúde não foi informado. A Polícia Militar não soube informar o que teria motivado os ataques. Nenhum suspeito foi preso.A rodovia ficou parcialmente interditada nos dois sentidos até às 5h50 desta quarta (28) para o trabalho de perícia e limpeza da via, segundo o DER (Departamento de Estradas e Rodagem). | 2018-02-28 03:47:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/02/onibus-e-incendiado-na-raposo-tavares-na-zona-oeste-de-sp.shtml |
Coreia do Norte enviou à Síria mísseis e itens para armas químicas, diz ONU | A ditadura da Coreia do Norte tem enviado ao regime sírio suprimentos que poderiam ser usados na produção de armas químicas, afirmam especialistas da ONU.A evidência de uma conexão norte-coreana surge quando os EUA e outros países acusam as forças do ditador Bashar al-Assad de usarem armas químicas contra civis, inclusive em ataques recentes no subúrbio de Damasco chamado Ghouta Oriental, com o que parece ser gás cloro.Os suprimentos de Pyongyang incluem azulejos, válvulas e termômetros resistentes a ácido, segundo um relatório de investigadores da ONU. Técnicos em mísseis norte-coreanos também foram avistados trabalhando em conhecidas instalações de armas químicas e mísseis na Síria, segundo o relatório, que foi escrito por um grupo de especialistas que examinaram o cumprimento das sanções da ONU pela Coreia do Norte.O relatório salienta o potencial perigo representado por esse comércio entre a Síria e a Coreia do Norte, que poderia permitir que os árabes mantenham suas armas químicas enquanto também daria aos comunistas dinheiro para seus programas nuclear e de mísseis.Os possíveis componentes de armas químicas fizeram parte de pelo menos 40 carregamentos até então não relatados da Coreia do Norte à Síria entre 2012 e 2017 de peças de mísseis balísticos proibidos e materiais que poderiam ser usados com fins militares e civis, segundo o relatório. O documento não foi divulgado ao público, mas foi examinado por “The New York Times”. Nem os autores do relatório nem membros do Conselho de Segurança da ONU que o viram quiseram comentar, tampouco a missão dos EUA no órgão internacional.Os oito especialistas que formam o painel vêm de diferentes países e possuem perícia específica em áreas como armas de destruição em massa, transporte marítimo e controles de alfândega. Desde 2010, o painel tem autorização do Conselho de Segurança para investigar possíveis violações às sanções aplicadas à Coreia do Norte e apresentar suas conclusões em um relatório anual. Especialistas disseram que as evidências do relatório não provam definitivamente a existência de uma colaboração constante, mas que fornece o relato mais detalhado até hoje dos esforços para contornar as sanções destinadas a conter o avanço militar dos dois países.William Newcomb, que foi presidente do painel de especialistas da ONU sobre a Coreia do Norte de 2011 a 2014, chamou o relatório de “um avanço importante”. Desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, havia suspeitas de que a Coreia do Norte estivesse fornecendo equipamento e conhecimento para manter o programa de armas químicas sírio. Essas suspeitas não foram reduzidas quando em 2013 a Síria assinou a Convenção sobre Armas Químicas e afirmou desistir de seus estoques das mesmas.“Sabíamos que havia coisas acontecendo”, disse Newcomb. “Nós realmente queríamos intensificar o jogo sobre programas de armas químicas e não conseguíamos o que precisávamos para tanto.”O relatório, que tem mais de 200 páginas, inclui cópias de contratos entre empresas norte-coreanas e sírias, assim como listas de cargas indicando os tipos de materiais enviados. Muita informação foi fornecida por países membros da ONU não identificados.A relação da Coreia do Norte com a Síria ocupa uma parte do relatório, que também documenta as muitas maneiras como o governo do líder norte-coreano, Kim Jong-un, tentou escapar às sanções.Ele descreve como a Coreia do Norte usa uma complexa rede de empresas de fachada e cidadãos estrangeiros simpáticos ao regime para obter acesso ao financiamento internacional, emprega operações cibernéticas sofisticadas para roubar segredos militares e recruta seus próprios diplomatas para operações de contrabando.Ele também critica a Rússia e a China por não fazerem o suficiente para aplicar as sanções sobre artigos como petróleo, carvão e produtos de luxo. As sanções, segundo ele, ainda não foram equiparadas “pelas necessárias vontade política, coordenação internacional, priorização e alocação de recursos para promover uma implementação efetiva”.O relatório dá novos detalhes de uma relação militar entre a Coreia do Norte e a Síria que remonta a décadas. Durante as guerras árabes-israelenses nos anos 1960 e 70, pilotos norte-coreanos voaram em missões com a Força Aérea síria.Mais tarde, técnicos de Pyongyang ajudaram a desenvolver o arsenal sírio de mísseis balísticos e a construir uma usina de energia nuclear capaz de produzir plutônio, que pode ser usado para fabricar armas nucleares. Israel destruiu a fábrica em 2007.Em 2015, a Síria comemorou essa ajuda inaugurando um monumento e um parque em Damasco dedicados ao fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, avô do atual líder. A cerimônia de inauguração, realizada em plena guerra civil na Síria, teve dignitários e militares norte-coreanos e sírios e uma banda marcial.A Coreia do Norte ofereceu treinamento e apoio ao programa de armas químicas da Síria desde pelo menos os anos 1990, segundo um livro no prelo de Bruce Bechtol, um ex-analista da Coreia na Agência de Inteligência da Defesa dos EUA que também é professor na Universidade Estadual Angelo, no Texas.O livro também descreve um acidente em 2007 em que vários técnicos sírios, juntamente com assessores norte-coreanos e iranianos, foram mortos na explosão de uma ogiva cheia de gás sarin e do agente nervoso VX, extremamente tóxico. A relação com a Síria “foi uma bênção para o complexo militar-industrial norte-coreano”, disse Bechtol em uma entrevista. O relatório da ONU diz que a cooperação continuou durante a guerra civil na Síria, apesar das sanções internacionais. Evidências cruciais disso foram encontradas em janeiro de 2017, quando dois navios carregados de azulejos resistentes a ácido, comumente usados na construção de fábricas de armas químicas, foram apreendidos em pleno mar a caminho de Damasco, segundo o relatório. Esses carregamentos estavam entre cinco remessas combinadas em um contrato entre uma companhia de propriedade do governo da Síria e a Korea Mining Development Trading Corp., empresa norte-coreana envolvida em exportação de armas, segundo o relatório. Ele baseou essas conclusões pelo menos parcialmente em cópias de contratos fornecidos pela companhia de navegação, identificada como Cheng Tong Trading Co. Ltd., com sede na China. O relatório disse que os três outros carregamentos tinham sido enviados entre 3 de novembro e 12 de dezembro de 2016.O documento não revela que país interditou os dois carregamentos de azulejos em janeiro ou se os outros três carregamentos foram entregues em Damasco. O contrato estipulava que os materiais deveriam ser entregues à Metallic Manufacturing Factory, companhia dirigida pelo governo sírio que foi penalizada pelo Departamento do Tesouro americano no ano passado por participação na indústria de armamentos síria.Vários meses antes, em agosto de 2016, uma delegação de técnicos de mísseis norte-coreanos visitou a Síria, quando houve uma transferência de “válvulas e termômetros de resistência especial conhecidos pelo uso em armas químicas”, afirmou o relatório, sem elaborar. Um país membro da ONU não identificado disse aos autores do relatório que técnicos de mísseis norte-coreanos trabalharam em fábricas de armas químicas e de mísseis sírias em Barzeh, Adra e Hama. Em 2013, depois que o governo Obama ameaçou ações militares em reação a um ataque com gás sarin contra o enclave rebelde de Ghouta, que matou 1.400 pessoas, segundo alguns especialistas, Assad concordou em destruir seu estoque e entrar para a Convenção de Armas Químicas, que inclui 192 países que devem ter desmontado seus programas de armas químicas.Mas autoridades ocidentais e especialistas em proliferação há muito suspeitavam que Assad conservou algumas armas químicas. Até agora neste ano, segundo diplomatas e testemunhas, vários ataques com gás cloro ocorreram em áreas em poder dos rebeldes em Ghouta, Idlib e Afrin. Outro painel da ONU também disse que as forças de Assad foram responsáveis por um ataque com gás sarin à aldeia em poder dos rebeldes de Khan Sheikhoun em abril passado, que matou pelo menos 83 pessoas e deixou cerca de 300 doentes.Mallory Stewart, uma ex-autoridade do Departamento de Estado que participou dos esforços do governo Obama para desmontar o programa de armas químicas da Síria, disse que sempre houve preocupações de que o governo Assad não tivesse listado todas as armas de seu estoque na declaração do que ele abandonou. O relatório, segundo ela, “confirma tudo o que havíamos dito”. “Certamente o que tentamos fazer no último governo foi desmontar todo o programa de armas químicas”, disse Stewart, “o que agora sabemos que eles não fizeram.”Definir as origens dessas armas é difícil. Em novembro, a Rússia usou seu veto no Conselho de Segurança para encerrar o trabalho de um painel independente que investigava as armas químicas usadas no conflito na Síria.O Mecanismo Conjunto de Investigação, como era conhecido, tinha descoberto que o governo sírio e militantes do Estado Islâmico tinham usado armas químicas na guerra, embora o embaixador russo na ONU tenha chamado de “piada” o relatório do painel. | 2018-02-28 02:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/02/onu-aponta-ligacao-entre-os-regimes-da-coreia-do-norte-e-da-siria.shtml |
Distribuidoras de gás de cozinha seguram corte no preço | Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostram que as distribuidoras de gás de cozinha vêm segurando o repasse de corte no preço promovido pela Petrobras em janeiro.De acordo com levantamento da agência, o preço do gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de botijão) nas refinarias caiu 4,95% entre o início do ano e o dia 10 de fevereiro --último dado disponível.O valor cobrado pelas distribuidoras, porém, subiu 1,39% no mesmo período. São elas que envasam o GLP em botijões e entregam às revendedoras.No dia 18 de janeiro, após meses de alta expressiva, a Petrobras anunciou uma revisão em sua política de preços para o GLP e um corte de 5% nas refinarias.Segundo os dados da ANP, o valor cobrado pelas refinarias começou a cair a partir de 6 de janeiro.Não houve, porém, queda nos preços praticados pelas distribuidoras. Ao contrário, o preço médio verificado pela ANP mostra aumento nas semanas seguintes ao corte da estatal."Quando o preço sobe, eles aumentam imediatamente. Mas isso não acontece quando o preço cai", diz José Luiz Rocha, que preside a Abragás (entidade que representa sindicatos de revendedores).Quatro empresas --Ultragaz, Liquigás, Nacional Gás e Supergasbrás-- controlam 85% das vendas.O Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás) diz que a análise dos dados da ANP mostra que o segmento teve dificuldades para repassar os aumentos de preços da Petrobras durante o ano de 2017.Segundo a entidade, nos 12 meses encerrados em janeiro, a margem de lucro das distribuidoras caiu 17,9%. | 2018-02-28 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/02/distribuidoras-de-gas-de-cozinha-seguram-corte-no-preco.shtml |
Após UnB, Unicamp cria disciplina sobre 'golpe de 2016' | Depois de o Ministério da Educação reagir negativamente a um curso da UnB (Universidade de Brasília) intitulado "O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil", a Unicamp vai realizar disciplina optativa, aberta ao público, de mesmo tema e nome.Estão previstas aulas como "A fragilidade da democracia brasileira", "As políticas do governo golpista", "A nova direita", "O jogo político do STF e o golpe", "O ataque à educação" e "As reformas trabalhista e previdenciária".Assuntos sobre direitos das mulheres, comunidades quilombolas, população indígena, artes e meio ambiente também estão no programa.Segundo Wagner Romão, professor de ciência política da Unicamp, a intervenção federal na segurança pública do Rio também será discutida.Ao menos 30 professores da universidade vão lecionar no curso. Com duração prevista de três meses, as aulas serão realizadas no IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), até maio.Perguntado sobre as bases teóricas do curso, o professor do IFCH Armando Boito Júnior afirmou que "cada professor vai dar aula sobre o tema que pesquisa". "São pesquisadores e especialistas no assunto, ninguém vai lá para dar opinião", diz.Também professora do instituto, a cientista política Andreia Galvão diz que há pesquisas sobre o impeachment de Dilma Rousseff desde o início do processo e este momento é uma oportunidade de trazê-las a público. A bibliografia das aulas ainda não foi divulgada. Além da ciência política, professores de Unicamp de áreas como antropologia, história, sociologia, economia e linguística confirmaram presença nas atividades.O caso da UnB levou o Ministério da Educação a pedir apuração sobre a possibilidade de seus criadores terem cometido improbidade administrativa. O ministro Mendonça Filho pediu que órgãos de investigação avaliassem se a universidade pode alocar professores "para promover uma disciplina que não tem nenhuma base na ciência, é apenas promoção de uma tese de um partido político".Para Boito Júnior, da Unicamp, o MEC não respeitou a autonomia universitária e a liberdade de expressão, além de não ter direito de intervir no conteúdo pedagógico de uma universidade. "Se ele [Mendonça Filho] acha que o curso da UnB é propaganda de um partido político, é problema dele. A universidade não tem que dar satisfação", disse. Segundo Andreia Galvão, o curso também é uma forma de solidariedade com o professor que ministrará a disciplina em Brasília, Luis Felipe Miguel. Ela diz que não tem previsão de quantas pessoas devem participar das aulas.O posicionamento do ministro em relação à UnB foi parar na Comitê de Ética Pública da Presidência. Procurado, o MEC afirmou que a representação "mostra a inversão de valores típica do modo petista de operar" e defendeu a postura de Mendonça Filho. "O ministro da Educação está cumprindo o papel constitucional de solicitar apuração do bom uso de recursos públicos, sob pena de, se não fizer, responder por omissão". | 2018-02-28 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/02/apos-unb-unicamp-cria-disciplina-sobre-golpe-de-2016.shtml |
STF julga construção de aterros sanitários em reserva ambiental | Uma votação do STF (Supremo Tribunal Federal), que se encerra nesta quarta-feira (28), poderá restringir a construção e ampliação de aterros sanitários o país.O tribunal vai decidir se as obras destinadas à gestão de resíduos sólidos podem ou não ser consideradas de utilidade pública. Na prática, essa definição determina se os aterros podem ocupar áreas de proteção permanente, mediante a apresentação de estudos ambientais --benefício que se estende a empreendimentos de setores como energia, transporte, saneamento, entre outros.Estima-se que aproximadamente 80% dos aterros regularizados passem, ao menos parcialmente, por essas regiões, segundo a Abetre, associação que representa empresas do setor.Hoje, essa autorização é prevista em um artigo do Código Florestal de 2012, cuja constitucionalidade está sendo questionada no STF, juntamente com outros dispositivos do texto. Tudo indica que a permissão aos aterros será declarada inconstitucional. Até agora, oito ministros consideraram que a gestão de resíduos não é de utilidade pública, contra dois que votaram a favor. Falta o voto de mais um ministro, que será dado na quarta.Os aterros construídos não deverão sofrer punições, mas a restrição limitará a construção de novos aterros e dificultará a expansão daqueles já existentes, segundo as empresas privadas do setor."Corre-se o risco de perpetuar o que ocorre hoje, que é 45% dos resíduos indo para lixões", afirma Fabricio Soler, sócio da Felsberg Advogados especializado na área e que representa a Abetre. "Pela experiência, é difícil encontrar áreas aptas que não interfiram em áreas de proteção", diz ele.Os argumentos contrários à flexibilização destacam os riscos de contaminação do solo e dos lençóis freáticos. Mais Um dos votos contrários à ocupação de áreas de proteção, dado pelo ministro Marco Aurélio, destaca que o uso de substâncias químicas inerentes à operação dos aterros pode gerar danos ambientais. A ministra Carmen Lúcia ressaltou que, nesse caso, as desvantagens de desmatar as áreas superariam os benefícios dos empreendimentos."É um dos grandes debates no Brasil, a proteção ambiental contra a liberação de empreendimentos prioritários. Embora seja importante ter a gestão de resíduos, inclusive para a preservação, a flexibilização da regra significa uma intervenção no meio ambiente, que é justamente o objetivo da criação dessas áreas", afirma Gustavo Magalhães, sócio do Fialho Salles.Para Sérgio Gonçalves, diretor da Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), o próprio processo de licenciamento ambiental pelo qual os empreendimentos precisam se submeter já dá conta de analisar se o impacto compensa ou não os benefícios da obra.Além disso, nem todas as áreas de proteção são próximas de cursos d'água, onde haveria mais risco de uma contaminação, afirma Simone Nogueira, sócia do setor ambiental do Siqueira Castro."A maior parte das áreas de preservação onde há intervenção de aterros são regiões próximas de montanhas e não de cursos d'água. Você cria restrições que dificultam a construção. Não pode ter empreendimentos de resíduo perto da cidade. E agora também não poderá ter perto dos morros. É preciso ter algum local para a disposição desses resíduos", afirma.O país tem 679 aterros sanitários, contra 1.794 lixões ou aterros com controles menores que os sanitários, segundo dados de 2015, os mais recentes divulgados pelo Ministério das Cidades. | 2018-02-28 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/02/stf-julga-construcao-de-aterros-sanitarios-em-reserva-ambiental.shtml |
Eleição é um prato cheio, dizem cartunistas da Folha | A eleição deste ano é um prato cheio para quem trabalha com charge. A opinião é unânime entre os cartunistas Caco Galhardo, Adão Iturrusgarai e Jean Galvão.Os três, que têm cerca de 20 anos de trabalho na Folha, participaram de um bate-papo promovido pela FecomércioSP.No primeiro vídeo, Caco, Adão e Jean debatem política e produção de charges em tempos de polarização.Segundo Caco Galhardo, é muito comum a mesma charge ser interpretada de diferentes formas pelos leitores. No segundo trecho, os cartunistas discutem o que cabe ou não no humor e o nível de compreensão do leitor.Jean Galvão conta que em muitas charges usa uma pitada de didatismo. "Assim, consigo atingir o maior número de pessoas". Já Adão, revela abaixo sua técnica para tocar em temas espinhosos.O bate-papo ocorreu no dia 1º de fevereiro e faz parte da Um Brasil, uma plataforma multimídia apoiada pela FecomercioSP. A conversa, disponível na íntegra neste link, foi mediada pelo jornalista Juliano Dip, da TV Bandeirantes. O trabalho dos três artistas também pode ser conferido na sede da FecomercioSP até 30 de abril.Exposição de charges Um Brasil (até 30/4), na sede da FecomercioSP , rua Doutor Plínio Barreto, 285, Bela Vista, 3º andar. De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. | 2018-02-28 02:27:00 | televisao | Televisão | https://www1.folha.uol.com.br/tv/poder/2018/02/eleicao-e-prato-cheio-para-chargistas-veja-debate.shtml |
Burson Marsteller e Cohn & Wolfe têm operações unidas pelo WPP | O grupo britânico WPP, dono de dezenas de agências de relações públicas e publicidade, decidiu unir duas de suas empresas de comunicação, a Burson Marsteller e a Cohn & Wolfe.Segundo comunicado enviado pela holding, a decisão se deve às capacidades complementares dos negócios.Juntas, as companhias formarão a Burson Cohn & Wolfe, com mais de 4.000 funcionários e operações em 42 países. Donna Imperato, atual presidente da Cohn & Wolfe, comandará a nova agência, e Don Baer, presidente da Burson- Marsteller, assume o conselho.A Burson é a sexta maior do setor, de acordo com a revista especializada "PRWeek", e teve uma receita estimada de US$ 450 milhões no ano passado. A Cohn & Wolfe é classificada como a 11ª entre as agências, com faturamento de US$ 218 milhões.No Brasil, a fusão representa a integração das assessorias de imprensa Burson Marsteller e da Máquina da Notícia, comprada pela Cohn & Wolfe no país em 2016.Além delas, o grupo britânico é dono das agências Ideal, Concept-PR, Hill+Knowton e Ogilvy PR.A Máquina é maior que a Burson no mercado brasileiro. Tem uma receita de R$ 78,5 milhões e emprega 204 pessoas. A antiga concorrente tem 99 funcionários e fatura R$ 31 milhões.Procuradas pela reportagem, as duas empresas não se pronunciaram. | 2018-02-28 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/02/burson-martseller-e-cohn-wolfe-tem-operacoes-unidas-pelo-wpp.shtml |
Troca de comando faz policiais federais reclamarem de instabilidade | A segunda substituição no comando da Polícia Federal em apenas 110 dias causou preocupação entre policiais federais pela instabilidade no órgão. Eles preveem uma terceira troca até o fim do ano, caso Temer não consiga se reeleger ou eleger um sucessor. Fernando Segovia assumiu o cargo em 20 de novembro passado e foi substituído nesta terça-feira (27) por decisão do novo ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann. Para Edvandir Paiva, presidente da ADPF (Associação dos Delegados da Polícia Federal), a principal repercussão entre os policiais é a sensação de instabilidade na corporação. Quando um diretor-geral assume, tem por hábito substituir os responsáveis pelas seis diretorias que formam o comando da PF.Como efeito em cadeia, superintendentes regionais podem ser substituídos para acomodar aliados do novo diretor-geral de forma a alinhar os gestores do segundo escalão com o comando em Brasília."A instabilidade, para a instituição, é muito ruim. Eu acho que precisamos ter previsibilidade, não passar por tantas alterações. Essas mudanças são muito prejudiciais para uma Polícia Federal que tem tantos trabalhos em andamento", disse o presidente da ADPF.Paiva afirmou que suas críticas não se dirigem a Galloro, que é considerado um delegado capaz, está na PF desde 1995 e desempenhou diversas funções no órgão, mas sim às "constantes trocas". Para ele, a instabilidade administrativa poderá afetar os diversos inquéritos mais sensíveis e que demandam mais gastos.Segundo Paiva, o episódio reforça a necessidade da adoção, pelo Palácio do Planalto, de duas bandeiras históricas da ADPF: a escolha do nome do diretor-geral a partir de uma lista tríplice, na qual todos os delegados votariam, a exemplo do que ocorre há anos na escolha do chefe da Procuradoria-Geral da República, e a criação de um mandato de dois ou três anos para o cargo.Em maio de 2016, quando surgiram rumores de que o então diretor-geral, Leandro Daiello, deixaria o cargo, a ADPF entregou ao governo o resultado de consulta aos delegados. Erika Marena, que por mais de dois anos atuou na Lava Jato, recebeu 1.065 votos, seguida por Rodrigo Teixeira (924) e Marcelo Freitas (685).Marena foi recentemente nomeada superintendente da PF em Sergipe. O governo Temer resolveu não seguir a lista, nomeando Segovia.O presidente da APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais), Marcos Camargo, disse que a curta gestão de Segovia foi tumultuada, mas houve iniciativas positivas, cuja sequência agora entra em xeque. "No momento em que estávamos melhorando o clima interno, ocorrer uma mudança como essa vai gerar instabilidade interna", disse.Poucos dias depois de tomar posse no cargo, Segovia autorizou uma ampla discussão interna para reestruturação de cargos na PF, com participação de sindicatos e associações não apenas de delegados, mas dos outros cargos, como peritos, agentes, escrivães e papiloscopistas.Embora alvo de críticas, a proposta de reestruturação era vista por policiais federais como uma oportunidade de modernizar práticas administrativas e melhorar a relação entre os ocupantes dos diversos cargos.Flávio Werneck, presidente do Sindipol (Sindicato dos Policiais Federais) no Distrito Federal, disse que uma troca na direção-geral "sempre preocupa porque a continuidade da administração é importante"."Sempre que troca a direção, troca toda a espinha dorsal do departamento. Então, é bem problemático nesse sentido", disse. Por outro lado, segundo o sindicalista, a nova gestão tem oportunidade de manter pontos positivos da gestão de Segovia, como "a retomada do diálogo e a tentativa de saneamento de problemas internos".Em nota, a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) procurou um discurso de apoio ao novo diretor, afirmando ter recebido "com naturalidade a troca de comando". "A entidade também manifesta que, assim como Fernando Segovia, Rogério Galloro terá total apoio dos policiais federais para ocupar a função.""Na avaliação da entidade, diversos acontecimentos contribuíram para um desgaste da gestão de Segovia. O então diretor assumiu a pasta em um momento de crise política. Na segurança pública, teve de enfrentar a resistência dos próprios pares e, recentemente, fez declarações conturbadas sobre o trabalho de investigação desempenhado pela Polícia Federal", diz a nota. | 2018-02-28 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/02/troca-de-comando-faz-policiais-federais-reclamarem-de-instabilidade.shtml |
Itália incentiva denúncia e delação para combater corrupção política | Lembrada pela máfia e pela Operação Mãos Limpas dos anos 1990, a Itália avançou 18 posições no índice de percepção de corrupção nos últimos cinco anos. A melhora nessa área central às eleições de 4 de março é atribuída à aprovação de leis em 2012 e à criação da Agência Nacional Anticorrupção em 2014.A Itália foi da 72ª posição à 54ª, enquanto o Brasil está em 96° entre 180 países. Mas o índice, publicado na semana passada pela Transparência Internacional, se baseia na opinião de especialistas sobre o setor público, e não na da população. Ainda há queixas, alimentando partidos como o 5 Estrelas, com discurso contrário à política tradicional e favorito na votação.Uma das novas armas da legislação italiana é o incentivo às denúncias feitas por servidores públicos. "A corrupção é muito difícil de ser descoberta porque nem o corrupto nem o corrompido têm interesse de torná-la pública", diz à Folha Paolo Fantauzzi, porta-voz da Agência Nacional Anticorrupção."Essas leis são uma oportunidade para os funcionários públicos que têm informações sobre corrupção ou má administração relatarem o que sabem. Protegemos essas pessoas de serem demitidas ou punidas publicamente, se isso for ligado às denúncias."Outra ferramenta é a delação premiada, como a utilizada no Brasil. "Esse sistema levou a grandes resultados no combate à máfia, porque removeu a sensação de que eles eram intocáveis", diz. A medida foi expandida em 2015.Folha - A agência foi criada em 2014 e, segundo o escritório italiano da Transparência Internacional, contribuiu para reduzir a percepção de corrupção. Qual é a estratégia?Paolo Fantauzzi - A crença é de que os procedimentos corretos, garantindo a competição, reduzem o risco de corrupção. A agência atua na prevenção da corrupção, em especial ajudando o setor público a fazer suas licitações e contratos de maneira correta.Um dos instrumentos da agência é o incentivo aos denunciantes. Qual é a importância deles no combate à corrupção?A corrupção é muito difícil de ser descoberta porque nem o corrupto nem o corrompido têm interesse de torná-la pública. Dessa maneira, a lei é uma oportunidade para funcionários públicos que têm informações sobre corrupção ou má administração relatarem o que sabem.Protegemos essas pessoas de serem demitidas ou punidas publicamente, se isso for relacionado a suas denúncias. A lei permite o anonimato das denúncias feitas diretamente à agência, que recebeu cerca de 200 delas desde o início do ano e 580 durante 2017.O índice mede a percepção, e não a corrupção em si. Qual é a diferença?Não existem instrumentos científicos para medir a corrupção, mas estamos trabalhando nisso em parceria com o instituto italiano de estatísticas. Hoje é impossível dizer se a corrupção diminuiu. É claro que uma percepção de corrupção mais baixa é um sinal de uma confiança maior entre os italianos em suas instituições, e isso é algo positivo.A Itália lida há bastante tempo com a corrupção. Há a sensação de que a corrupção já seja normal?O fator cultural tem um papel importante quando falamos de corrupção. Você pode enviar corruptos à prisão, mas se a mentalidade não mudar, as pessoas que tomarem seu lugar podem fazer o mesmo.Por isso é essencial haver um esforço para que os cidadãos tenham consciência dos danos causados em seu dia a dia pela corrupção.Por exemplo, com o desperdício de dinheiro, com a fuga de cérebros e com a ausência de meritocracia. Até os anos 1980 na Itália havia alguns, incluindo políticos, que diziam que a máfia não existia. Hoje ninguém diria isso.O que mudou? Principalmente, a consciência do público.Há debate no Brasil sobre métodos investigativos como delações premiadas. O que se pensa na Itália?Na Itália esse sistema levou a grandes resultados no combate à máfia, porque removeu a sensação de que eles eram intocáveis. A delação premiada foi expandida na Itália em 2015 para incluir também os julgamentos de corrupção, permitindo mitigar de um terço a dois terços da sentença aos indiciados que colaborem com a Justiça. | 2018-02-28 02:00:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/02/italia-incentiva-denuncia-e-delacao-para-combater-corrupcao-politica.shtml |
Odontoprev vai lançar varejo on-line de materiais odontológicos | Após mais de dois anos de crise, a Odontoprev, líder do setor de planos odontológicos no país, volta a fazer planos de expansão e planeja entrar no ramo de varejo, com o lançamento de um canal de vendas on-line para comercializar produtos, segundo o presidente da empresa, Rodrigo Bacellar.A companhia já oferece há cerca de três anos materiais odontológicos aos profissionais conveniados, em um sistema de pontos — eles podem trocar gratuitamente os pontos adquiridos pelos itens. Agora, a ideia é expandir o sistema, que será um marketplace odontológico, aberto a qualquer profissional. Ainda não há previsão de quanto o canal poderá representar à receita da empresa —que foi de cerca de R$ 1 bilhão nos nove primeiros meses de 2017—, mas a expectativa é grande, diz o executivo. “Pela escala, conseguimos preços são vantajosos.”Desde janeiro de 2017, cerca de 9,4 mil dentistas utilizaram a plataforma, com o sistema de pontos. Inicialmente, o número de compradores deverá ser o mesmo, mas com um volume maior de itens adquiridos, diz.A operação logística de distribuição e estoque dos produtos será terceirizada. A perda de beneficiários provocada pela demissão de funcionários começou a se reverter no último trimestre de 2017 —os dados serão divulgados nesta quarta (28). Na empresa, foram 133 mil beneficiários a menos entre o fim de 2015 e setembro de 2017 —a retração não foi maior porque a companhia conquistou beneficiários de outras operadoras, diz Bacellar.Em 2018, a perspectiva é um “otimismo cauteloso”, impulsionado pela queda da inflação, a retomada de investimentos e, principalmente, a melhora do emprego, afirma o presidente.Após a aquisição da cearense Odonto System, anunciada em novembro de 2017, a operadora deverá ampliar sua atuação no Nordeste do país e no segmento de menor renda, diz Bacellar. Hoje, a operação é bastante concentrada no Sul e no Sudeste.“Essas regiões ainda deverão responder pela maior parte do crescimento do setor nos próximos anos, mas certamente há um potencial grande no Nordeste.”Como a empresa é de capital aberto, o executivo não falou sobre planos de novas aquisições. | 2018-02-28 02:00:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/02/odontoprev-vai-vender-planos-odontologicos-pela-internet.shtml |
'Fiz um carinho nela, uma carícia', admite Lucas após deixar o 'BBB 18' | Após deixar o "BBB 18" (Globo), Lucas admitiu em entrevista ao site oficial do reality que rolou algo a mais com Jéssica."Fiz um carinho nela", disse ele, que foi pressionado para ser mais específico, mas se manteve no eufemismo: "Foi uma carícia", descreveu.Ainda assim, ele nomeia de "amizade" seu relacionamento com a loura. Questionado se se arrepende da aproximação, ele disse que "gostaria de ter feito essa aproximação de outra forma"."Mesmo que eu fique solteiro jamais vai acontecer algo com Jéssica aqui fora", sentencia o empresário, que está determinado a reconquistar a noiva. "Eu vou para São Paulo o mais rápido possível, preciso conversar com a Ana Lúcia.""Eu tenho um carinho de amigo pela Jéssica, é só carinho de alguém que gosta e que não quer nada a mais", continuou ele. "Foi até uma necessidade. Lá na casa ficamos muito carentes. Uma necessidade minha e dela também."Durante o bate-papo, Lucas chegou a ver o Instagram da noiva, que alcançou mais de um milhão de seguidores. E ficou impressionado ao saber que agora ela tem até assessoria de imprensa. Em seguida, pediu para a entrevistadora rolar a barra do "feed" para ver se a noiva ainda tinha suas fotos antigas (ela tinha)."Eu devo estar sendo massacrado nas redes sociais", concluiu Lucas após alguns minutos de entrevista. VILÃOComo é de costume com todos os eliminados, Lucas analisou os participantes que seguem no jogo e deu seus palpites. Ele acredita que Wagner é o grande vilão da edição, e que Kaysar é falso.Caruso: ele ainda vai se revelar, ele tem um potencial maior.Kaysar: deve ter uma torcida grande aqui fora, mas acho que ele não leva o jogo a sério. Ele finge que não entende o que está acontecendo, mas entende sim.Gleici: é um amor de pessoa, fico feliz de ter falado com ela antes de sair.Mahmoud: é um cara inteligente, sincero, acho que ele está forte no jogo.Família Lima: acho que têm uma torcida forte aqui fora.Wagner: é o verdadeiro vilão do jogo. Ele é a cabeça os outros dois (Caruso e Viegas) são a execução | 2018-02-28 01:08:00 | televisao | Televisão | https://f5.folha.uol.com.br/televisao/bbb18/2018/02/fiz-um-carinho-nela-uma-caricia-admite-lucas-apos-deixar-o-bbb-18.shtml |
Alvo da PF intermediou negócios com governo da Bahia | Apontado pela Polícia Federal como um dos intermediários do recebimento de propinas e recursos de campanha para o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), o empresário Carlos Daltro viabilizou demandas do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, junto ao governo da Bahia.Documentos do inquérito da Lava Jato que investigou o empreiteiro mostram troca de e-mails entre Pessoa e Daltro em 2014. Nele, o empreiteiro pede a Daltro que o ajude a aprovar um pedido de outorga de água do rio Paraguaçu para irrigação junto a um órgão ambiental da Bahia.O beneficiado seria um amigo de Pessoa, o empresário João Augusto Calasans. De acordo com a apuração da PF, Calasans enviou e-mails para Pessoa solicitando que este entregasse uma carta com o pedido de outorga ao então secretário da Casa Civil e hoje governador, Rui Costa (PT).Em um dos e-mails, Calasans ainda destaca que Pessoa poderia pressionar Costa, que disputaria o governo da Bahia naquele ano: "O bom é que estamos em período eleitoral, assim fica mais fácil colocá-lo na parede".Em vez de tratar do tema diretamente com Costa ou Wagner, Pessoa encaminhou a demanda a Daltro: "Peço-lhe que ajude nosso amigo Calasans neste pedido recorrente a algum tempo".A resposta de Daltro veio uma semana depois: "Ricardo, entreguei a 'ELE' e na mesma hora, no paper do agricultor, fez um bilhete para o sec. da área [secretário de Meio Ambiente]. Mande Rezar".O pedido não foi acatado de imediato: a outorga acabou sendo aprovada um ano e meio depois, em outubro de 2015, já na gestão Costa.A outorga concedeu, por um período de quatro anos, o direito de uso de águas do rio Paraguaçu para irrigação na fazenda de Calasans em Itaberaba (264 km de Salvador). A autorização previa vazão de 3.183 metros cúbicos de água/dia para irrigar uma área de cerca de 50 hectares.Daltro é ex-funcionário do Grupo OAS e dono de nove empresas cujo capital social chega a R$ 4,5 milhões. Ele é apontado pela Polícia Federal como intermediário de propinas para Wagner. Segundo a PF, o ex-governador, visto como plano B do PT em caso de inelegibilidade de Lula, teria recebido R$ 82 milhões das empreiteiras OAS e Odebrecht pelo superfaturamento da Arena Fonte Nova. O petista nega.A maior das empresas de Daltro é a incorporadora Graça Participações, de Salvador. Entre seus sócios constam o empresário Carlos Politano Laranjeira, ex-presidente da OAS, e a empresa Morro do Conselho Participações.Calasans negou ingerência política no pedido de outorga para irrigação. Ele diz que apenas fez um "comentário" sobre o assunto com Pessoa, que também teria fazenda na região.Daltro foi procurado em seu telefone residencial por dois dias. A reportagem foi informada de que ele não estaria em casa. Pessoa, Costa e Wagner não se pronunciaram.Colaborou ESTELITA HASS CARAZZAI, de Washington | 2018-02-28 02:00:00 | poder | Poder | https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/02/alvo-da-pf-intermediou-negocios-com-governo-da-bahia.shtml |
Mortes: Criativa designer, tinha doçura como marca | As fotos da turma da academia após os treinos de lutas como muay thai invariavelmente traziam os alunos em poses ameaçadoras. A exceção era Maria Rita, que "estragava" a composição colocando as mãos embaixo do queixo e apresentando um sorriso cândido, ou fazendo bico para mandar beijinho. O jeito doce era a principal marca da designer gráfica. "Ela falava miando", diz a irmã, Natasha --não por acaso, era apaixonada pelas suas duas gatas, Nina e Jujuba.Filha de uma artista plástica com um músico, Maria Rita demonstrava desde a infância possuir grande criatividade. Baseada nesse diferencial, escolheu cursar design gráfico.Nos últimos 15 anos, trabalhou no Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde passou por diversas áreas, cativando todos com sua doçura.Recentemente, conseguiu enfim integrar a equipe de comunicação, onde pôde dar mais vazão à criatividade. É dela o logo dos 125 anos do Arquivo, por exemplo."Ela colocava em imagens o que eu dizia em palavras", diz a colega Juliana.No dia 19 de fevereiro, a página da instituição em uma rede social trazia uma foto de Maria Rita em sua pose característica, com as mãos no queixo. "Essa é a notícia mais triste que o Núcleo de Comunicação do Arquivo já teve que publicar", diz a postagem.Morreu no dia 16, a menos de dez dias de completar 35 anos, em decorrência de um câncer descoberto em agosto. Deixa os pais, Bruce e Rita de Cássia, a irmã Natasha e o companheiro Bruno. [email protected] os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas | 2018-02-28 00:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/02/mortes-criativa-designer-tinha-docura-como-marca.shtml |
SP e RJ começam mutirão com vacina fracionada da febre amarela; entenda | São Paulo e Rio de Janeiro começam nesta quinta-feira (25) a campanha emergencial contra a febre amarela com o uso de doses fracionadas da vacina. Eles serão os primeiros Estados do país a usar a vacina reduzida –a entrada da Bahia no mutirão já está previsto para 19 de fevereiro. Desde 1º de julho de 2017, o Ministério da Saúde já registrou 130 casos de febre amarela no país, sendo que 53 evoluíram para o óbito. Ao todo, foram notificados 601 casos suspeitos, sendo que 162 permanecem em investigação e 309 foram descartados, neste período. | 2018-01-25 02:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/01/1953243-sp-e-rj-comecam-mutirao-com-vacina-fracionada-da-febre-amarela-entenda.shtml |
Fasano estreia nova fase e entra no setor de resorts com hotel em Angra | O grupo Fasano dá início a uma nova fase voltada aos resorts em praias brasileiras. A estreia acaba de acontecer com a inauguração de um hotel na praia do Frade, em Angra dos Reis, em dezembro. O projeto é do escritório do arquiteto carioca Thiago Bernardes, que trabalha pela primeira vez com o grupo. No próximo verão, provavelmente no início de 2019, o Fasano abre as portas na praia de Itapororoca, em Trancoso, com projeto de Isay Weinfeld. O arquiteto paulistano tem um longo histórico de parcerias com Rogério Fasano, que comanda a rede de hotéis e restaurantes. "Considerando as dificuldades de infraestrutura e de desenvolvimento do Brasil, preferimos escolher destinos já consolidados", diz Constantino Bittencourt, sócio-diretor do grupo. "No Rio, pensamos inicialmente em duas possibilidades, Angra e Búzios. Optamos por Angra, que, em termos de belezas naturais, não deixa a dever para nenhum lugar do mundo." Com investimento da gestora carioca Polo Capital (o Fasano se encarrega da operação do negócio), o empreendimento ocupa o terreno onde estava instalado o hotel do Frade, que foi demolido depois de funcionar por quatro décadas a partir de 1972. O novo hotel reúne 60 quartos, 54 têm vista para o mar. Há ainda três piscinas, um spa, um boulevard, com lojas abertas ao público em geral, entre outros espaços. "A ideia foi unir sofisticação, uma marca do Fasano, com um clima praiano. Além disso, pensamos nos espaços de circulação como locais prazerosos. Por qualquer lugar que você ande, existe uma vista, como se fosse uma varanda", afirma Bernardes. O arquiteto também ressalta o uso de mobiliário de importantes designers brasileiros nas áreas comuns e nos quartos. Há criações de Sérgio Rodrigues, Carlos Motta, Hugo França, Juliana Llusá, Pedro Petry, entre outros. Todo esse aparato tem um preço. As tarifas variam de R$ 1.860 a R$ 5.460. PEIXES À ITALIANA Como nos hotéis abertos anteriormente, o grupo Fasano busca manter uma marca forte na gastronomia. Em Angra, o carro-chefe é o Crudo. A concepção foi do próprio Rogério Fasano, que se baseou no modo como os peixes e os frutos do mar são servidos nos restaurantes do litoral italiano. "No Brasil, a gente sempre associa o que é cru à comida japonesa. A ideia é fugir desse paradigma e oferecer, por exemplo, os carpaccios extremamente frescos", afirma o chef Pedro Franco. Antes de assumir o comando dos dois restaurantes, o Crudo e o Praia, e dos três bares do hotel, Franco era sous-chef de Luca Gozzani no Fasano de São Paulo. Entre os pratos do cardápio do Crudo, o chef de 34 anos demonstra especial entusiasmo pelas vieiras ao molho de saquê (R$ 69) e pelo atum com creme de raiz-forte (R$ 115). Franco tem percorrido a região em busca de produtos locais, que compõem a maior parte do cardápio. As vieiras, por exemplo, vêm da Ilha Grande. CAPITAIS No processo de expansão do grupo Fasano, os resorts de praia dividem a atenção com os hotéis urbanos. Após São Paulo e Rio, outras duas capitais vão ganhar unidades no segundo semestre de 2018. Também com projeto de Thiago Bernardes, o hotel de Belo Horizonte está localizado no bairro de Lourdes. O de Salvador fica na praça Castro Alves, onde funcionava o jornal "A Tarde". A arquitetura é de Isay Weinfeld. O jornalista viajou a convite do grupo Fasano | 2018-01-25 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/01/1953113-fasano-estreia-nova-fase-e-entra-no-setor-de-resorts-com-hotel-em-angra.shtml |
Elite de SP ocupou centro expandido com casarões e grandes condomínios | Se São Paulo se aproxima de seu limite e hoje a maior parte das novas construções está nas franjas da cidade, um grupo ainda consegue construir em locais centrais. O recorte dos dados do IPTU pelo valor do metro quadrado mostra que construções de alto padrão ainda são erguidas próximo do centro da cidade, como nos Jardins e na Bela Vista a partir de 2000. Também houve um espraiamento entre a elite da cidade, mas em boa parte concentrado no centro expandido, mostra o levantamento da Folha. Salvo exceções, os locais de construção a partir de 2000 não estão tão distantes dos da década de 1930. À época, a elite da cidade ainda estava ligada à cultura do café e vivia em casarões na região central (como nos Campos Elíseos), em Higienópolis ou na avenida Paulista. É lá que está o palacete Franco de Mello, erguido em 1905 e habitado até hoje, ainda que por fora esteja em mau estado de conservação. A primeira expansão de prédios aconteceu a partir de 1928, com lei que, pela primeira vez, regulou a construção e operação de condomínios no país, que já começavam a se espalhar com a popularização de elevadores e do concreto armado, quando começaram a surgir edifícios residenciais na avenida São João, no centro, por exemplo. "Mas a elite não concordava em morar de forma empilhada, tinha a ideia de que isso era um cortiço", explica José Geraldo Simões Júnior, professor de arquitetura e urbanismo do Mackenzie. "Isso só começou a mudar a partir dos anos 1940 e 1950, quando começou a haver grandes prédios em Higienópolis, assinados por arquitetos importantes", diz ele. É o auge do modernismo, época de ouro da arquitetura paulistana, com prédios ainda hoje cultuados, com seus vãos abertos à calçada e janelas grandes. É o caso do edifício Louveira, na Vila Boim, do arquiteto João Batista Vilanova Artigas, um dos poucos que não foi cercado por grades. São dois apartamentos por andar, com 140 m² cada, em seus dois prédios de sete andares. O aluguel ali não sai por menos de R$ 5.000, e o condomínio, R$ 1.700. Uma unidade é avaliada em cerca de R$ 1,8 milhão. As mudanças da elite, contudo, não foram lineares, lembra a professora da USP Mônica Junqueira. "Tem uma diversidade muito grande, não é homogêneo. Muita gente saiu de casarão e sobrado e foi morar em prédio, mas muita gente foi morar também em casas nos Jardins", afirma a urbanista. Se concentram no centro expandido, com exceção de bolsões nas zonas leste e norte CONDOMÍNIOS FECHADOS A febre dos condomínios fechados veio a partir dos anos 1970 (horizontais) e anos 1980 (verticais), com a construção do Ilhas do Sul, no Alto de Pinheiros, e do Portal do Morumbi, diz Simões Júnior. Depois, veio a moda dos prédios neoclássicos, resgatados por uma classe emergente, que remetem ao estilo imperial trazido por franceses ao Rio, explica o professor. Alguns dos últimos remanescentes do estilo estão na rua Frederic Chopin, nos Jardins, pequena e monitorada por seguranças. No St. Patrick, por exemplo, lançado em janeiro de 2017, são três prédios de 17 andares, com um apartamento por andar de 454 m². As plantas variam, mas há, no mínimo, quatro suítes. O metro quadrado é avaliado em R$ 30 mil. No total, 240 funcionários trabalham ali –36 deles são seguranças. Há em cada um dos prédios piscina, sauna, academia e salão de festas. Os apartamentos têm seis vagas na garagem, além de oito para visitantes. "É um dos mais humildes da rua, onde moram os filhos dos bacanas", diz um funcionário de um dos prédios. No St. Paul, ainda em construção, cada apartamento terá até 864 m² e 12 vagas na garagem (25 para visitantes). O levantamento da Folha mostra que há também bolsões de construções caras nas zonas leste e norte da cidade a partir dos anos 1980, fora do "vetor sudoeste", onde se concentrou a expansão da elite. "São grandes conjuntos habitacionais que abrigam em geral pessoas que têm algum vínculo com o bairro, pessoas que enriqueceram e querem continuar ali", explica a urbanista Mônica Junqueira. É o caso de condomínios luxuosos na região de Anália Franco, com muros altos e sem traços arquitetônicos marcantes, segundo os arquitetos consultados pela Folha. "É o mercado tentando atender um gosto mais popular", diz Junqueira. "Não têm uma marca, esses edifícios vendem uma ideia de segurança." Grandes condomínios, porém, perderam força nos últimos tempos, afirma Simões Jr. "Você precisa ter áreas muito grandes, o que hoje em dia é difícil. A não ser em áreas como a Barra Funda, onde há grandes indústrias desativadas e ainda há espaço para construir." | 2018-01-25 02:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/01/1953141-elite-de-sp-ocupou-centro-expandido-com-casaroes-e-grandes-condominios.shtml |
Conheça cinco cafés cheios de história pelo mundo | Alguns com centenas de anos, visitar os cafés abaixo é uma boa forma de unir história e gastronomia no mesmo passeio, e ainda aproveitar um ambiente aconchegante. CAFÉ PROCOPE, PARIS Inaugurado em 1686, é considerado o mais antigo da cidade em funcionamento. Foi ponto de encontro para filósofos durante a revolução francesa; procope.com EL FISHAWY, CAIRO Abriu em 1771 e funciona 24 horas, sempre cheio de turistas. O forte são os chás, bebidas populares por lá. Não tem site e fica numa alameda com o mesmo nome do café NEW YORK CAFÉ, BUDAPESTE Tem decoração inspirada no Renascimento italiano, com afrescos nas paredes e no teto, mesmo tendo sido inaugurado em 1894; newyorkcafe.hu CAFÉ BRASILERO, MONTEVIDÉU Fica no meio do bairro da Cidade Velha. É o mais antigo da cidade, aberto em 1887, e ganhou fama por ter sido frequentado pelo escritor Eduardo Galeano; goo.gl/p6NV8d CAFÉ REGGIO, NOVA YORK Fundado por um italiano em 1927, ficou conhecido por ser o primeiro lugar a vender cappuccino nos EUA e virar cenário de filmes; goo.gl/s5SVHW | 2018-01-25 02:00:00 | turismo | Turismo | https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2018/01/1953016-conheca-cinco-cafes-cheios-de-historia-pelo-mundo.shtml |
Mais pobres migraram de cortiço no centro a puxadinho na periferia de SP | Quando Alex Costa chegou para morar no Capão Redondo, aos 4 ou 5 anos de idade, aquilo tudo era mato. Hoje, é um mar de concreto e sobrados com tijolo à mostra. Você poderia pensar que hoje Alex é um homem idoso e relembra saudoso da infância passada em meados do século passado, mas na verdade isso aconteceu há apenas 30 anos. Nas bordas da capital paulista, já no limite com Embu da Artes, o Capão foi um dos distritos da zona sul que cresceram explosivamente em direção aos mananciais a partir da década de 1990. Alex foi para lá pouco antes. A região ajuda a contar um pouco da história da ocupação da cidade pelas classes mais pobres no último século –história essa que se resume a: cortiços e vilas, depois loteamentos irregulares e conjuntos habitacionais, e então apartamentos via financiamento e favelas. Foram basicamente dois movimentos. O horizontal, do centro para as periferias, e o vertical, das construções térreas para os puxadinhos e prédios populares. Para entender esse caminho da cidade, voltemos ao começo do século 20. Industrialização, café, imigração europeia. Ao redor das fábricas e ferrovias, na região central, proliferaram-se cortiços e vilas de classe média-baixa. Uma delas ainda sobrevive na Luz, fazendo parte dos apenas 0,2% dos imóveis da cidade construídos antes dos anos 1930. É a chamada Vila Economizadora, "escondida" entre centenas de comércios perto da avenida do Estado. São mais de 130 casas beges tombadas, construídas de 1908 a 1915. Quem vivia ali eram funcionários mais qualificados, como comerciantes e mestres de indústria. Enquanto isso, os "chão de fábrica" iam para os cortiços insalubres com banheiro coletivo, diz Nabil Bonduki, professor da USP e colunista da Folha. Hoje já relativamente desconfiguradas por fora e por dentro, as casas são ocupadas por inquilinos que pagam cerca de R$ 1.000 de aluguel, parte deles peruanos e bolivianos. Em 2013 a prefeitura até lançou uma cartilha para orientar os moradores na conservação, mas muitos nem sabem que o documento existe. Na prática, um dos responsáveis por tentar preservar a arquitetura dos imóveis é o pedreiro José Diniz, 62. Morador da vila entre 1975 e 2007, nos últimos anos ele já reformou cerca de dez casas. "Eu mesmo faço os relevos, copiando a casa do lado", diz. Eles vão sendo empurrados para as periferias da cidade até deixarem de existir na região central DO CAMPO À CIDADE Do tempo das vilas para cá, uma grande virada se deu nos anos 1960 e 1970, diz Kazuo Nakano, urbanista da Unifesp. Era a época em que o Brasil passava de país rural para urbano, e trabalhadores chegavam aos milhões a SP atraídos pela indústria e comércio. Com os preços altos no centro e a falta de uma política habitacional forte, as massas começam a ocupar as periferias. "É assim que se formam as centenas de bairros das zonas leste, sul e norte, em locais que antes eram chácaras, um cinturão verde", explica Nakano. "As famílias que não podem pagar aluguel se juntam e invadem um terreno. Já quem tem um dinheirinho dá entrada num lote, faz um barraco e, com os anos, vai construindo a casa às prestações." É o início também dos conjuntos habitacionais erguidos pelo poder público e rodeados por lotes clandestinos, principalmente na zona leste –caso de Cidade Tiradentes, que no começo convivia com caminhões-pipa e ônibus clandestinos. Hoje, no horizonte da região se vê um mar de prédios populares (além das favelas) –são mais de 40 mil unidades. Apesar de ainda ser considerado bairro dormitório, já está um pouco mais próximo dos serviços básicos e possibilidades de emprego. Morador de uma Cohab e consultor imobiliário, Boaventura Teixeira, 60, conta ter visto essa transformação. "A oportunidade ainda é pouca, mas tem bastante escola, condução, supermercado." Segundo ele, o aluguel de um apartamento de 42 m² por ali custa cerca de R$ 650. Se na zona leste esse processo foi forte em 1980, a partir de 1990 foi a vez da zona sul, na direção dos mananciais. Um terço dos imóveis do Capão Redondo, por exemplo, são dessa década. Alex Costa, 35, que relembra o barro e o córrego limpo da infância, hoje vê um cenário bem diferente, com avenidas margeadas por favelas. "Acho que mudou porque a população cresceu muito, né?", diz ele. De fato, em 30 anos o total de habitantes do distrito dobrou: foi de 128 mil em 1980 para 269 mil em 2010. Esse adensamento rápido e sem controle, tanto ali quanto em outras regiões periféricas da cidade, trouxe as consequências conhecidas até hoje: separação entre moradia e emprego, habitação em áreas de risco, violência e ausência de espaços públicos de qualidade. A previsão, avaliam urbanistas, é que essas moradias irregulares continuem se proliferando na cidade, mas para cima, e não mais para os lados. "As favelas estão se adensando, por isso a venda de lajes é tão comum", diz Bonduki, da USP. Além da verticalização, as faixas mais pobres também vivem agora outro movimento: para fora da cidade. Elas ultrapassam os limites da capital para se instalar nos municípios vizinhos, como Guarulhos e Diadema. "Não é todo mundo que consegue pagar R$ 600, R$ 800 de aluguel na capital", conclui Kazuo Nakano. "São Paulo está transbordando para a região metropolitana." | 2018-01-25 02:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/01/1953228-mais-pobres-migraram-do-cortico-no-centro-ao-puxadinho-na-periferia-de-sp.shtml |
Eleição não atrapalha reformas, diz Temer em Davos | Em jantar organizado pelo Fórum Econômico Mundial, nesta quarta (24), em Davos, na Suíça, para debater as mudanças em curso no Brasil, o presidente Michel Temer afirmou aos convidados —empresários, acadêmicos, executivos e políticos— que não não há a "menor possibilidade" de as eleições deste ano atrapalharem a recuperação do Brasil. A pergunta tem sido recorrente em apresentações do governo brasileiro. "Quando as pessoas dizem que as eleições podem atrapalhar, eu digo pois então muito bem, um candidato que queira se opor ao governo terá que dizer: olha aqui, eu sou contra o teto dos gastos públicos, quero gastar tudo que for possível e impossível (), sou contra a reforma do ensino médio", disse. "Vai ter que dizer sou contra modernização trabalhista. Eu sou pela inflação de 10,28%, e não por essa inflação medíocre de 2,8% a que chegamos. Eu sou por juros de 14,25%, e não de sete pontos", continuou Temer, arrancando risos dos convidados. O evento, com o título "Dando Forma à Nova Narrativa Brasileira", contou com os coanfitriões da edição latino-americana do Fórum, que será em São Paulo, em março: a colunista da Folha Maria Cristina Frias, o CEO do Itaú, Candido Bracher, e o do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, o chairman da Nestlé, Paul Bulcke, a diretora da escola de governo da Universidade de Oxford, Ngaire Woods, Michael Gregoire, CEO da CA Technologies (dos EUA), e Alejandro Ramírez, CEO da Cinépolis (México), sob mediação da diretora de estratégia regional do Fórum Econômico Mundial para América Latina, Marisol Argueta de Barillas. Temer afirmou que existe "confiança absoluta no Brasil" e insistiu na questão da segurança institucional, repetida em sua passagem por Davos nesta quarta-feira, dando fim a um hiato de três anos em que o país não teve presidente no encontro anual do Fórum. "Temos segurança jurídica no país, as instituições estão funcionando. O país está tão institucionalmente estabelecido que não há a menor possibilidade de a eleição atrapalhar a recuperação." Ele também se lembrou do conselho que recebeu do publicitário Nizan Guanaes para que aproveitasse sua impopularidade para promover reformas, disse que se preocupou "com a história e com o país" e as fez. Mostrou-se crítico à onda de políticos que pedem votos alegando não serem políticos -que vai de Donald Trump a João Doria. "Ora, isso é a negação da política, porque precisamente quem nela ingressa vai comandar a pólis." O presidente pareceu à vontade, embora cansado após discursar pela manhã e receber 12 empresários, executivos e governantes ao longo da tarde. Além dele, também falaram os coanfitriões. Para o ministro Henrique Meirelles (Fazenda), o formato do evento inverteu papéis e fez com que os integrantes do governo mais ouvissem do que falassem. "Foram as empresas que contaram o que está acontecendo no Brasil." Temer retornou após o jantar a Zurique, de onde parte nesta quinta (25) às 9h de volta para o Brasil. Parte da delegação brasileira, porém, permanece em Davos. | 2018-01-25 00:11:00 | mercado | Mercado | https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/01/1953177-eleicao-nao-atrapalha-reformas-diz-temer-em-davos.shtml |
Mortes: Diêta foi referência em ginástica respiratória | Em 1957, Diêta Croce mudou-se para a Alemanha com o marido Júlio, que ganhara uma bolsa de estudos para desenvolver sua pesquisa em alergia e imunopatologia. Com uma criança asmática em casa, começou a frequentar cursos de reeducação respiratória –a ideia era evitar ao máximo que o filho passasse pelas famosas crises da doença. A formação em fisioterapia ajudou, e aquelas aulas germinaram sua atuação profissional ao longo das décadas seguintes. Ao introduzir massagens torácicas e exercícios de inspiração e expiração pouco popularizados no país à época, Diêta virou referência em ginástica respiratória em SP, tratamento também usado em casos de bronquite. Nascida em Itápolis, era filha de Valentim Gentil (presidente da Assembleia Legislativa paulista na primeira metade do século, também é nome de cidade). Veio à capital para estudar, onde conheceu o futuro companheiro. Dividiram uma vida também no campo profissional: atendiam juntos na mesma clínica. Eram muito ligados. Médico de destaque em sua área, Júlio era presença constante em congressos internacionais –ela o acompanhava em todos. "Nunca vi um levantar a voz para o outro, andaram a vida inteira de mãos dadas", diz o filho Marcos. Diêta enviuvou em 2014. Agregadora, gostava de organizar festas e reunir gente à mesa. Das muitas viagens que fez, voltava sempre com a mala atulhada de suvenires destinados aos parentes. Morreu na última terça-feira (23), de causas naturais. Deixa três filhos e oito netos. [email protected] Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas | 2018-01-25 00:00:00 | cotidiano | Cotidiano | https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/01/1953137-mortes-dieta-foi-referencia-em-ginastica-respiratoria.shtml |
Um mês após sumiço de submarino, comandante da Marinha argentina cai | O ministro da Defesa, Oscar Aguad, pediu, na noite de sexta-feira (15), que o comandante da Marinha, almirante Marcelo Hipólito Srur, deixasse o posto. Aguad vinha em choque com Srur desde o desaparecimento do submarino ARA San Juan, há um mês. Nos primeiros dias do incidente, Aguad reportou ao presidente Mauricio Macri que não vinha recebendo informações de primeira mão sobre as buscas do submarino por parte da Marinha –contou inclusive que havia recebido a notícia sobre o sumiço da embarcação pela imprensa, e não oficialmente, como determina a hierarquia. A crise levou Macri a ir pessoalmente ao encontro de Srur para pressioná-lo diretamente, e desde então o clima entre o comandante dessa força e o Executivo vinha sendo de constante tensão. Segundo informações obtidas pelo jornal "La Nación", Srur vinha sendo questionado também internamente, após despedir alguns oficiais da cúpula naval, na tentativa de não ser responsabilizado pelo incidente. A estratégia acabou tendo efeito contrário. Nos dias que se sucederam, subordinados dos demitidos se mostraram insatisfeitos, alguns pediram demissão e a crise interna se agravou tanto que chegou aos ouvidos de Aguad, que apenas esperava um pretexto para afastar Srur definitivamente. O ministro da Defesa vem montando, a pedido do presidente Macri, uma comissão para investigar as razões do acidente e o posterior desaparecimento da embarcação, que levava 44 submarinistas. Além de técnicos e especialistas no tema, a comissão terá ainda a participação de familiares das vítimas. Ainda não se sabe quem substituiria Srur, pois seu vice-almirante, Miguel Ángel Máscolo, é um de seus mais fieis aliados dentro da força. Novos anúncios estão previstos para a semana que vem. | 2017-12-16 14:51:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/12/1943915-um-mes-apos-sumico-de-submarino-comandante-da-marinha-argentina-cai.shtml |
Candidatura de presidente nas eleições de 2018 é confirmada no Zimbábue | O partido governista do Zimbábue Zanu-PF apoiou oficialmente o nome do presidente Emmerson Mnangagwa como líder da legenda e candidato presidencial nas eleições de 2018, nesta sexta-feira (15). O apoio a Mnangagwa, 75, foi formalizado em um congresso especial em Harare que também confirmou a expulsão do ex-ditador Robert Mugabe, de sua mulher, Grace Mugabe e de outros membros da facção política G40. Mnagagwa, que se tornou presidente no mês passado após 37 anos de Mugabe no poder, disse que o Zanu-PF deve garantir eleições que sejam "críveis, livres, justas e transparentes" e melhorar a economia caso deseje vencer. | 2017-12-16 09:35:00 | internacional | Internacional | https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/12/1943900-candidatura-de-presidente-nas-eleicoes-de-2018-e-confirmada-no-zimbabue.shtml |
'O Outro Lado do Paraíso': Josafá atira na direção de Sophia | Confira o que acontece neste sábado (16) em "O Outro Lado do Paraíso", novela de Walcyr Carrasco:Tomaz destrata Clara (Bianca Bin) e fica com Lívia (Grazi Massafera). Gael (Sergio Guizé) promete à ex-mulher que irá ajudá-la a conquistar o filho. Amaral garante a Sophia (Marieta Severo) que Clara pode recuperar o direito à exploração das esmeraldas e a vilã vai falar com Gustavo.Nádia (Eliane Giardini) fala mal de Sophia no salão. Caetana chama Laerte para ajudar Josafá (Lima Duarte), e Duda (Gloria Pires) fica indignada. Mercedes (Fernanda Montenegro) se preocupa com Josafá.Gael repreende Lívia por colocar Tomaz contra Clara, e Sophia recrimina o filho. Clara se recusa a falar com Renato (Rafael Cardoso). Rafael manda flores para Laura, e Lorena obriga a filha a sair com o médico. Diego namora Melissa. Samuel (Eriberto Leão) dispensa Suzy (Ellen Rocche).Juvenal chora ao ver Estela (Juliana Caldas) e Amaro conversando. Mariano pede para Cleo apresentá-lo a Mercedes como seu namorado. Amaro vê Sophia armando com Rato para fazer com que Zé Vitor perca no jogo de pôquer. Josafá atira na direção de Sophia. | 2017-12-16 06:30:00 | televisao | Televisão | https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2017/12/o-outro-lado-do-paraiso-josafa-atira-na-direcao-de-sophia.shtml |